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Com todas as LETRAS Ano 4 - Edição 4 - Novembro/2010 - ISSN 1984-7629
Alunos de Letras apresentam trabalho em Santa Catarina
Alunos do curso de Letras da UFTM participaram, entre os dias 20 e 22 de outubro, do 9.° Círculo de Estudos Linguísticos do Sul – Celsul – realizado na Unisul, em Palhoça, cidade do interior de Santa Catarina. O evento reúne pesquisas desenvolvidas na área da Linguística, oportunizando o aprimoramento de profissionais e estudantes de Letras. Acompanhados pelas professoras Juliana
Bertucci Barbosa e Daniele Menezes, os discentes Caio César, Ti a g o R o d r i g u e s , Maristela Marinho, Bruna Cristina e Mayra Marra apresentaram o trabalho “Variação e mudanças linguísticas no Português Mineiro: organização de banco de dados composto por jornais antigos da cidade de Uberaba”. O trabalho visou a organizar banco de dados extraído dos jornais Lavoura e Comércio, Correio Católico,
da estrutura da Língua Latina, a fim de orientar um programa de estudo de Língua Latina. Dialética da Língua Latina foi ministrado pelo professor Alcebíades Fernandes J u n i o r, d o u t o r e m Linguística pela USP, que atua na Univeridade de Guarulhos - UnG, onde lidera o grupo de pesquisa Dialética na Língua Portuguesa.
O curso Grammar of Spoken and Written English, organizado pelo PET Letras teve como público-alvo estudantes do 5.°, 6.° e 7.° períodos do curso de Letras (habilitação Inglês), egressos do curso de Letras da UFTM e professores de inglês da rede pública de ensino. A carga horária foi de 20 horas, em aulas ministradas de 26 de março a 11 de junho, às sextas-feiras, das 19h às 20h40.
A Gazeta, Jornal de Uberaba, entre outros, do final do século 19 até a década de 40 do século 20. No Celsul, a professora Jauranice Rodrigues Cavalcanti, da UFTM, lançou o livro "Professor, Leitura e Escrita", pela editora Contexto. O livro mostra que é possível ao professor compatibilizar PET - Letras lança boa formação teórica oficina de fotografia e cinema digital e um olhar mais curioso em relação às manifestações da linguagem.
Minicurso Dialética da Língua Latina Destinado aos discentes da graduação em Letras da UFTM e aberto à comunidade, o minicurso Dialética da Língua Latina, promovido pelo PET - Letras, foi ministrado no dia 11 de setembro no Centro Educacional. Com o objetivo foi proporcionar conhecimento semântico e gramatical dos casos latinos e dar noção geral
Curso de gramática da língua inglesa
Com o objetivo de "treinar o olhar para uma nova maneira de ver e perceber o meio circundante, além de aprimorar o senso da composição fotográfica, contribuir com o desenvolvimento do pensamento artístico e privilegiar a produção de fotografias e filmes de curta metragem", o PET Letras promoveu oficina de fotografia e cinema digital. Destinado aos alunos das licenciaturas em Letras da UFTM, o curso de extensão aconteceu às quintas-feiras, semanalmente, de abril a junho, totalizando 30 horas. Com atividades teóricas e práticas, a oficina começou no dia 29 de abril, das 14h às 17h, no Centro Educacional, ministrada por Paulo Vicente de Rezende, aluno do curso de Letras. Ao final, houve seleção de fotos e de vídeos para realização de mostra coletiva.
Letras recebeu bolsas de iniciação à docência Os Cursos de Letras da UFTM conquistaram, neste ano, 40 bolsas de estudo para os alunos dos cursos de graduação: 24 para língua portuguesa e 16 para língua espanhola. São bolsas provenientes do Pibid - Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência -, financiado pela Capes, que além de contribuir com a formação inicial, contribui também com a formação continuada, contemplando com bolsas de estudo professores coordenadores de área e professores supervisores das áreas de Português e Espanhol que atuam nas escolas regulares públicas de ensino. Destaca-se a importância de projetos dessa natureza por possibilitar ao aluno da graduação, além do recurso financeiro – a bolsa, a vivência no cotidiano das escolas públicas, onde permanece em contato com a prática docente, seus desafios e dificuldades, o que propicia ao licenciando conhecimento teórico-prático e o enriquecimento de seu currículo e, especialmente, de sua formação. Na área de língua espanhola, a coordenadora professora Elizandra Zeulli, que junto aos alunos de graduação e aos professores de duas escolas da rede pública, previamente selecionados, desenvolve diversas atividades: reuniões semanais com toda a equipe com a finalidade de discutir questões de cunho teórico-prático que abrangem conteúdos que versam sobre documentos oficiais, sequências didáticas, gêneros textuais, formação de professores e estudos sobre língua e cultura espanhola. Dentre as várias atividades desenvolvidas nas escolas ressaltam-se apresentações nas escolas, aos alunos do ensino médio, destacando aspectos culturais dos países que têm o espanhol como língua oficial; além de auxiliar o professor supervisor na seleção e produção de material didático. Em relação à área de língua portuguesa, a
coordenadora de área, professora Sandra Eleutério Campos Martins, e os vinte e quatro alunos envolvidos, distribuem-se também por duas escolas, junto a três professoras supervisoras, sendo duas em uma escola e uma na outra. A partir de abril deste ano, formaram-se três grupos de trabalho, com oito alunos, uma professora supervisora e a coordenadora de área. Os GTs passaram a estudar os descritores de língua portuguesa das Matrizes Curriculares de Referência, os quais deverão nortear todo o trabalho de leitura e escrita a serem desenvolvidos nas escolas. Os alunos foram distribuídos nas diversas turmas em que essas professoras atuam e, a partir do segundo semestre, passaram a atuar como coadjuvantes no processo de ensino-aprendizagem dos alunos, realizando diagnósticos, elaborando projetos de intervenção pedagógica, preparando atividades, selecionando recursos e definindo estratégias de ensino a partir das reais necessidades e dificuldades identificadas. Além dessas, todos os alunos dos cursos de Letras da UFTM, com os alunos dos demais cursos de Licenciatura envolvidos no Pibid – UFTM, num trabalho coletivo, procederam ao estudo sobre o PPP - Projeto Político Pedagógico - das escolas onde atuam, tiveram palestras e orientações sobre o PPP e sobre a ética na educação, com a coordenadora institucional do projeto, Maria Célia Borges. Observa-se que, dessa forma, o contato dos futuros professores com a realidade escolar começa bem mais cedo do que tradicionalmente acontece, por meio do estágio obrigatório, o que acarreta um alargamento de sua experiência, que será determinante na construção de sua identidade como educador e na condução de seu trabalho docente, num futuro bem próximo.
Curso de Extensão entra na onda da Web 2.0
Orkut! MSN! Tibia! Flickr! Skype! YouTube! Twitter! Formspring.me! Os aplicativos da geração Web 2.0 (O'REILLY, 2005) parecem mais um tsunami do que uma simples onda, e a UFTM não pode ficar de fora, o jeito é mergulhar de cabeça nas possibilidades digitais e virtuais. Como a Web 2.0 é vista como uma rede social, que permite aos usuários ao redor do mundo se comunicarem, trocarem informações, arquivos de vídeos, imagens e sons, seus aplicativos oferecem características essenciais para a educação das crianças e jovens do novo milênio. No intuito de incentivar os professores em formação
a integrar novas tecnologias de informação e comunicação a prática docente, foi oferecido o curso de extensão Letramento digital na era da Internet entre os dia 1º e 11 de fevereiro de 2010, no laboratório do DSIM. O curso que mesclou teoria e prática contou com a participação não apenas dos alunos de Letras, mas também de outras áreas do conhecimento. Em interações presenciais e também a distância, seguindo o novo estilo blended de ensinar e aprender, os participantes produziram diversos gêneros digitais, como avatares e webquests, mas voltados para seus interesses de pesquisa e atuação docente.
Projeto Sem Medo de Falar – aperfeiçoa conversação
O objetivo do projeto Sem medo de falar é desenvolver a capacidade oral dos participantes visando ao aperfeiçoamento da capacidade argumentativa, visto que muitas dinâmicas envolvem defender certo ponto de vista. Os participantes podem aperfeiçoar a conversação nesse idioma, além de trabalharem com textos, para assim expandirem o seu vocabulário. Em dois
anos de execução desse projeto no PET LETRAS, muitos alunos da UFTM e pessoas da comunidade de Uberaba já foram beneficiados. Os participantes, que tinham um bom conhecimento do idioma - mas não conseguiam se comunicar com facilidade - puderam melhorar esse ponto com as aulas e, além de aprenderem coisas novas, compartilharam o que já sabiam com o resto da turma.
Linguagem - Abordagens Contemporâneas
Professora Dr.ª Irma (UFTM) e Prof. Dr. Eduardo (UFMG)
O Núcleo de Estudos em Linguística e Língua Portuguesa (NELLP) do curso de Letras da UFTM decidiu, com aprovação do colegiado do curso, implementar a proposta de se criar o Seminário de Estudos Contemporâneos, em periodicidade semestral, com o objetivo de oportunizar a troca de experiências acadêmicas entre pesquisadores, professores e alunos que se dedicam ao estudo contemporâneo da linguagem e motivar o debate acadêmico e a visibilidade de pesquisas que se apóiam em diferentes teorias, sem se fechar em um único olhar, elencando possibilidades teóricas e metodológicas de análise deste objeto particular: a linguagem.
Para a realização do primeiro Seminário no dia 10 de novembro de 2010, no Centro Educacional e Administrativo da UFTM, a organizadora do evento, professora Irma Beatriz Araújo Kappel, convidou o ex-professor de Espanhol da UFTM, atualmente, professor de Linguística na Universidade Federal de Minas Gerais, Eduardo Tadeu Roque Amaral, para proferir a conferência “A Linguística e as descrições gramaticais do português brasileiro no início do século XXI”, seguida de debate moderado. Professor Eduardo abordou, inicialmente, a publicação, nos últimos anos, de várias gramáticas descritivas do português
brasileiro, como Castilho (2010), Ilari e Neves (2008) e Perini (2010) e declarou que essas obras, de modo geral, são resultados de pesquisas linguísticas que se iniciaram no século passado e que hoje chegam ao público com o objetivo de descrever o português brasileiro contemporâneo. Em sua exposição, discutiu também o papel de obras como essas para o conhecimento do português que atualmente é falado e escrito no Brasil. Em seguida, com o objetivo de exemplificar a importância dessas descrições, tomou alguns fatos linguísticos para análise. Houve a participação de alunos de todos os períodos e de professores do curso de Letras da UFTM.
Petianas apresentam trabalho no Sudeste PET Quatro petianos e o tutor do PET Letras, professor Dr. Acir Mário Karwoski, participaram do Sudeste PET, evento regional rea-lizado na UFRJ, de 1.º a 4 de abril, no campus da Ilha do Fundão no Rio de Janeiro - RJ. Os alunos apresentaram dois banners explicando os objetivos do projeto, que é o desenvolvimento e o aprimoramento da língua inglesa entre os acadêmicos não apenas do curso de Letras,
mas em geral, e o projeto Literaturas, desenvolvido junto a alunos do curso de Letras e comunidade. Segundo os participantes, petianos de outras instituições acharam os projetos muito interessantes pois não desenvolviam nada parecido e elogiaram. A experiência foi muito produtiva, pois os petianos do curso de Letras da UFTM puderam conhecer projetos de outros grupos PET da região Sudeste.
Professores e estudantes do curso de Letras participaram de evento no Paraná
Os professores Elizandra Zeulli (em pé), Valeska Souza e Acir Mário Karwoski e um grupo de alunos da UFTM, participaram da “III Jornada Nacional de Estudos
Hispânicos e II Workshop de Língua Inglesa” na Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras (FAFIUV) realizada nos dias 24, 25 e 26 de junho de 2010, na cidade
de União da Vitória, no Paraná, – PR. A mesa-redonda intitulada “Gêneros Textuais e Práticas de Ensino de Língua”; destacou a importância da formação inicial e continuada de professores de línguas, ressaltando que ainda há muitos professores que reproduzem o ensino pautado na abordagem tradicional, privilegiando a gramática, a tradução e o estudo de vocabulário isolado. Como debatedores a professora
Valeska abortou das tecnologias, especialmente das novas mídias e a importância para o ensino de línguas estrangeiras. Já o professor Acir falou das pesquisas a respeito dos multiletramentos na formação de professores. Além da participação na mesa-redonda, os professores ministraram oficinas.
ENTREVISTA Annie Gisele Fernandes fala de Literatura Portuguesa Entrevista concedida ao Professor Carlos Francisco de Morais (UFTM) ANNIE GISELE FERNANDES graduou-se em Letras (Bacharelado e Licenciatura) em 1993, pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e fez o Mestrado em Teoria e História Literária na Unicamp (1996). Doutorado em Letras (Literatura Portuguesa) pela Universidade de São Paulo (2001). Teve sua pesquisa apoiada pela Fapesp, que também fomentou por duas vezes (em 1997/1998 e em 2000/2001) o Programa de Estágio e Aperfeiçoamento no Exterior realizado na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Em 2002-2003 fez seu Pós-Doutoramento na Universidade de São Paulo, tendo participado do Programa de Estágio Docente para Recém-Doutor, ministrando as disciplinas Literatura Portuguesa III e Literatura Portuguesa IV no Curso de Letras. Em 2008, com apoio da Fapesp, realizou segundo Pós-Doc, na Universidade Nova de Lisboa é atualmente professora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, ministra disciplinas na Graduação e na Pós-Graduação, orienta pesquisas em nível de IC, Mestrado e Doutorado, participa, como organizadora e palestrante, de Programas de Extensão e desenvolve atividades de Representação e Coordenação. É líder de Grupo de Pesquisa e pesquisadora. Mantém publicação regular, no Brasil e no exterior, em importantes revistas e periódicos da Área, em dicionário e em livros. Tem experiência na Área de Letras com ênfase em outras Literaturas Vernáculas e atua, principalmente, nos seguintes temas: Poesia, Lírica Moderna, Século XIX, Simbolismo, Geração de Orpheu. 1. Por que você escolheu a Literatura Portuguesa como área de atuação?
Literatura Portuguesa na universidade brasileira de hoje?
Na verdade, o caminho foi um tanto quanto tortuoso: primeiro, a escolha pela Literatura - toda ela, sem qualquer restrição de nacionalidade; em seguida, a definição do período / século a estudar: os Oitocentos. Definido isso, talvez o acaso tenha dado a sua contribuição ao me encaminhar para a poesia portuguesa: na Graduação, uma professora satisfeita com o meu desempenho acadêmico em sua disciplina, convidoume para uma Iniciação Científica cujo objeto de pesquisa seria um poeta brasileiro que, na altura (primeiros anos da década de 90), ainda estava vivo. Para declinar do convite sem parecer arrogante ou coisa do gênero, vali-me do meu gosto pela poesia de Antero de Quental e disse à professora que queria estudá-lo no Mestrado. A resposta foi que se tratava de "um poeta pesado demais para uma jovem da minha idade". Tinha eu, na época, de vinte para vinte e um anos. Insisti no tema e a professora desistiu de tentar dissuadir-me. Falei com o professor Paulo Franchetti que aceitou orientar meu mestrado e me sugeriu a poesia de António Nobre - um poeta que, naquela época, estava um pouco esquecido nas academias brasileiras e ainda não tinha tido atenção como Antero de Quental. Aceitei a sugestão, desenvolvi a dissertação de mestrado, obtive o título e, ao definir o projeto de doutorado, permaneci com o mesmo objeto de estudo: literatura portuguesa, século XIX e António Nobre. Portanto, se o acaso deu a sua contribuição inicial, depois, a escolha e a decisão consciente se mantiveram. E isso se deu por vários motivos: por um lado, se há o motivo prático de permanecer numa determinada literatura ou num determinado século, por outro, isso somente acontece se houver empatia e, mais, gosto, prazer, admiração pelo objeto / tema de estudo. E tudo isso eu tive e tenho pela Literatura Portuguesa, seja pelo seu lirismo ímpar, seja pela alma portuguesa que, de fato, está nas obras de seus bons poetas e escritores, seja pela herança cultural e humana que nos prende a ela de modo inexorável (a menos estrangeira das literaturas para nós, brasileiros), seja pela identidade, mas também pelas diferenças lingüísticas, seja por tudo isso junto.
De modo geral, não me parece muito boa. Em várias universidades de ponta, a Literatura Portuguesa não existe mais como Área ou como objeto de estudo único, exclusivo, isto é, em muitos lugares a Literatura Portuguesa desapareceu como disciplina. Se os defensores desse processo o justificam com o argumento de que é preciso "desnacionalizar" para expandir, para alcançar a interdisciplinaridade, não podemos nos esquecer de que toda e qualquer particularização faz avultar as especificidades e essas são importantíssimas, porque evidenciam leituras particulares, motivadas por questões particulares. Além disso, há aqueles que justificam o desaparecimento da Literatura Portuguesa como disciplina, mas defendem a permanência do ensino / pesquisa da Literatura Francesa, da Literatura Inglesa, por exemplo. Ora, por que é justo, ou importante, ou decisivo, estudar outras literaturas e não estudar a Literatura Portuguesa? Não se tornou ela, desde o século XIX, uma literatura estrangeira para nós? Altura em que, parafraseando o mestre Antonio Candido, "formamos" a nossa literatura brasileira. E não há na Literatura Portuguesa questões de cultura, de história, de língua, de valores, que são importantes, e algumas imprescindíveis, para as nossas próprias questões de cultura, de história, de língua, de valores? Essa relação paradoxal de estrangeirismo e de raiz cultural, de colonização exploratória e de (tentativa de) imposição cultural é melhor compreendida por nós quanto mais e melhor estudamos a cultura e a literatura portuguesas. Nesse sentido, as Faculdades de Letras, definidas talvez de mais tradicionais, ainda mantêm a Literatura Portuguesa como Área de pesquisa e ensino, felizmente.
2. Como vê a situação da pesquisa e do ensino de
3. Que contribuição sua para o estudo dessa área considera a mais importante? Poderia citar a tese, um artigo ou um livro, mas penso que a contribuição mais relevante sejam as aulas na Graduação, pois são elas que me permitem ver, ao final de um semestre
ou de um ano inteiro de trabalho, um aluno "seduzido" e "encantado" pela Literatura Portuguesa e, o que é melhor, ouvir: "Professora, eu aprendi a gostar e a admirar a Literatura Portuguesa". Para mim, não há contribuição mais importante que essa. 4. Camões ou Pessoa? Por quê? Sinceramente, não sei responder - seja porque é difícil escolher entre Camões e Pessoa, seja porque essa escolha assim, "Camões ou Pessoa" me deixa com receio de cometer injustiça com nomes que foram importantes para a constituição de ambos como Grandes Autores (nomes como Sá de Miranda e Bernardim Ribeiro, Cesário Verde, Camilo Pessanha, Nobre e Sá-Carneiro) ou com certa "dor na consciência" por não falar em Padre Vieira, Eça de Queiroz, Sophia de Melo Breyner Andresen, Fiama Hasse Paes Brandão... 5. Das primeiras obras portuguesas que conheceu, quais ainda lê com prazer? Por quê?
Castelo Branco, O Crime do Padre Amaro, de Eça de Queiroz, as cantigas lírico-amorosas, os poemas do Cancioneiro de Pessoa, os Sermões do Padre Vieira foram as primeiras obras portuguesas que me chegaram às mãos - e me parece que é o comum. Poderia dizer que são clássicos e que, por isso, merecem ser lidas com prazer. Porém, a verdade é que o exercício lógico dos sonetos camonianos e o fingimento do lirismo medieval me encantam, assim como me encantam a prosa elegante e elaboradíssima de Eça e o jogo conceptista de Vieira. O exagero do amor ultra-romântico na prosa realista de Camilo é muito interessante e o Cancioneiro pessoano tem, para mim, um poder de síntese e de elaboração impressionante (quer do ponto de vista de temas, quer do ponto de vista de recursos estético-formais, quer do ponto de vista do diálogo com outros autores / épocas). 6. Que autor português vivo você recomenda com entusiasmo? Por quê? Herberto Helder, originalíssimo - na prosa e na poesia. José Cardoso Pires, prosa de estilo seco, enxuto e brilhante.
Os sonetos de Camões, Amor de Perdição, de Camilo
Evanildo Bechara fala sobre o Acordo Ortográfico
Em 4 de agosto de 2010, às 19 horas, no auditório A do Centro Educacional da UFTM, mais de 700 participantes entre jornalistas, alunos e professores de diversas instituições compareceram para assistirem à palestra “A nova ortografia da língua portuguesa em discussão”, proferida pelo professor Evanildo Bechara, da Academia Brasileira de Letras. O evento promovido pelo PET/Letras, teve a finalidade de enriquecer a f o r m a ç ã o e o
desenvolvimento profissional de docentes, além de atender aos anseios da comunidade de Uberaba e região. Com mais de 50 anos dedicados ao magistério, o professor Bechara é o único brasileiro integrante da Comissão do Acordo Ortográfico que tenta minimizar o problema de a língua portuguesa ser falada em diferentes nações e dispor de formas diferentes de grafar uma mesma palavra. No Brasil, ele é oficialmente o responsável por dar a palavra final acerca de alguns
problemas deixados sem solução no novo Acordo Ortográfico em vigor, no Brasil, a partir de 2009 e firmado, em 1990, entre oito países, dentre eles, Angola, Brasil, Cabo Verde, GuinéBissau e Portugal, com cerca de 200 milhões de pessoas que falam português. Bechara abordou o
Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, de forma polida e didática, sob a visão histórica e da Ciência da Linguagem, deixando claro que as mudanças foram elaboradas na intenção de simplificar a escrita e não dificultá-la. Entretanto, decla-rou que há lacunas e pontos sujeitos a interpretações diferentes, por ser o Acordo naturalmente deficiente e insatisfatório como todas as reformas em matéria de ortografia, que serão sanadas tão logo os demais países definam seus Vocabulários Ortográficos (VOLP) de forma independente como fez o Brasil, e forem detectadas diferentes decisões em relação a certas grafias, principalmente em relação ao emprego do hífen. Bechara, além de fazer considerações acerca da reforma ortográfica, declarou que a Imprensa exerce um papel fundamental na propagação dessas atuais modificações, pontuou com análises sobre o idioma português, suas adversidades e características, durante mais de três horas.
Linguagem & Diversidade
Relato de experiências no trabalho com índios Ionides da Aparecida Guimarães Técnica em Assuntos Educacionais (UFTM)
Ionides em 1986 com os índios Arawete da aldeia Ipixuna na margem do igarapé braço do Rio Xingu – PA.
Tudo começou em 1985 quando era estudante universitária. Naquela época quem tinha boa média nas disciplinas era sorteado para participar de extensão universitária, o Projeto Rondon, do qual participei duas vezes, todas foram no campus de Altamira-Pará. Aproveitando a oportunidade, deixei meu currículo em todos os órgãos estaduais e federais existentes naquela cidade. Em maio daquele ano fui chamada para trabalhar na Fundação do Bem Estar Social do Pará como Auxiliar Social. Em maio de 1986 surgiu o concurso para a Fundação Nacional do Índio, do Ministério da Justiça do Governo Federal. Fui aprovada para o cargo de Programador Educacional. Entrei em exercício no dia primeiro de agosto de 1986. Antes de iniciar o trabalho nas escolas das comunidades indígenas tínhamos de fazer um levantamento da situação em que se encontrava o espaço físico das mesmas, sendo necessário fazer uma viagem até as aldeias. Para iniciar as atividades escolares era escolhida uma unidade temática que falasse de algum acontecimento festivo do momento ou de um problema que a comunidade indígena estivesse enfrentando. Nas áreas indígenas é muito comum acontecer revoltas, muitas vezes motivadas por invasões de madeireiros, garimpeiros, caçadores ou até mesmo de índios de outras comunidades. Para mim tudo era novidade, nunca tinha ido a uma comunidade indígena. Chegando às aldeias localizadas geralmente à margem do rio, éramos recebidos pelas crianças, que logo tratavam de ajudar a carregar as bagagens, passávamos o dia inteiro fazendo o levantamento da situação da escola, matriculando as crianças. Esse trabalho na maioria das vezes era feito com a ajuda de um monitor bilíngue, que é um índio da comunidade que dominava a língua portuguesa, pois cada grupo indígena possui seu dialeto próprio. Com a intenção de aproximarmos dos índios participávamos de suas atividades diárias pescando, brincando e assistindo suas festas ou rituais. Com isso obtínhamos sua confiança e facilidade na realização de nosso trabalho.
Em cada comunidade permanecíamos de quinze a vinte dias. Depois disso só voltaríamos àquela comunidade se fôssemos solicitados pelos professores ou monitores bilíngues. As atividades pedagógicas eram realizadas a partir das suas experiências e necessidades diárias, tais como valorização e comercialização de seu artesanato, utilização das ervas, pesca, caça e outros. Durante o tempo que passávamos nas comunidades indígenas presenciamos muitos fatos interessantes, como o uso das ervas medicinais, a pajelança, os rituais da passagem da idade, do casamento, da maior idade. Os índios têm um respeito muito grande pela natureza, pelos animais, pelos rios. A colheita é feita em conjunto pela comunidade, onde são colhidas banana, batata, mandioca, castanha do Pará. Outra coisa muito inte-ressante é a fabricação de bebida feita da mandioca. A quebra do coco babaçu para a retirada do óleo é feita pelas mulheres, que socam as castanhas no pilão, depois de socadas são levadas ao fogo em fornos de cobre, lá vão sendo reviradas por pás de madeira, até que o óleo solte totalmente. O óleo de babaçu é utilizado na alimentação, para passar no cabelo, no corpo (servindo como repelente contra insetos), e também é utilizado como remédio. A maior riqueza dos índios é seu artesanato, que varia entre cocares, arco, fechas, redes, brinco, saias, máscara (usadas em suas festas). Todos da comunidade indígena participam da confecção dos mesmos; as crianças colhem as sementes de plantas e dos frutos, as penas coloridas aves como as araras e outros pássaros são retirados pelos índios adultos, sem que as aves sejam sacrificadas; os vasos, os bonecos e as panelas são feitos do barro que os índios retiram da beira do rio. Os desenhos simétricos e assimétricos usados para enfeitar ou decorar as peças de artesananais são os mesmos da pintura corporal; as cores escuras em abundância significam o momento de transição em que se encontram as negociações ou decisões tomadas em reuniões ocorridas na “casa dos homens”, onde as mulheres não têm nenhuma participação. Depois de confeccionada uma grande quantidade de artesanato, os mesmos são levados para a cidade para serem comercializados. Os preços variam de acordo com o tempo gasto para confeccioná-lo, a dificuldade, tamanho da peça e a sua utilidade. O dinheiro da venda do artesanato é utilizado para comprar munição para caça e pesca, pilha e lanterna, chinelo de dedo, miçangas, combustível para o funcionamento do motor dos barcos. Os monitores bilíngues e os professores que trabalhavam nas escolas indígenas montavam seus planejamentos escolares obedecendo ao tempo de contato, a localização da aldeia e o entendimento da língua portuguesa. As atividades pedagógicas eram elaboradas através da vivência das crianças indígenas, utilizando
sementes, artesanato, nome de animais, cultivo e colheita das roças e ervas medicinais. Nenhuma decisão era tomada sem que o Pajé ou Chefe da Tribo indígena tivesse conhecimento, o calendário escolar era montado respeitado a época da colheita, da caça, da retirada do mel de abelha. Atividades essas que as crianças indígenas participam ativamente. Outra coisa que influênciava nas atividades escolares das crianças eram as festas, muitas e diversificadas, que acontecem sempre na passagem da idade, da infância para a vida adulta, colheita das roças, casamento e a escolha do chefe ou do pajé; essa última é a mais importante, pois define a hierarquia social e gera mudanças nas aldeias. As crianças gostam de participar das atividades, são muito inteligentes, têm senso crítico e aprendem com facilidade aquilo que lhe é transmitido. Quando percebem que alguma criança não está acompanhando as atividades, procuram ajudá-la, monitorando na sala de aula ou no dia a dia, promovendo uma maior união dentro e fora da sala de aula. Algumas dessas crianças terminam o ensino fundamental, depois vão para a cidade continuar seus estudos. Os índios vão estudar na cidade, chegando até a Universidade. O curso mais escolhido por eles é Direito, com o objetivo de defender suas terras no que recebe à demarcação. Uma outra coisa que interfere muito no andamento das atividades escolares são os missionários evangélicos e cristãos, que tentam impor regras fora da realidade e do costume dos índios, gerando conflitos na comunidade, levando muitas vezes à retirada dos mesmos de sua realidade. Isso muitas vezes interfere no rendimento escolar, levando as crianças para os templos com a finalidade de seguir o ensinamento transmitido pelos missionários. As histórias utilizadas nos conteúdos pedagógicos são contadas pelos índios mais velhos da comunidade com o objetivo de preservar a cultura dos antepassados. Um outro fator importante é o uso da língua materna (que é muito diversificada), como meio de comunicação entre as crianças e os idosos. As comunidades indígenas tentam de todas as formas preservar os seus hábitos e costumes; o que é muito difícil, pois os índios jovens vão para a cidade adquirir antenas parabólicas, televisão, aparelho de DVD e celulares, para serem levados para a aldeia; a partir daí não querem mais falar na língua materna, adquirindo os hábitos e costumes passados pelas novelas e programas de televisão. As festas indígenas são planejadas pelos chefes e pajés, de acordo com os acontecimentos diários. Os índios se reúnem no centro da aldeia (somente os homens), para decidirem tudo que será realizado durante o ano. Respeitando os meses do ano, a época da piracema, os animais raros, a produção de frutos e a colheita, decidindo o que será comercializado e o que será guardado para o próximo ano. Muitas vezes vendem mais do que deviam, ficando sem o grão para o plantio de suas futuras roças. Os frutos típicos do cerrado como o cupuaçu, castanha do pará, caju e outros são colhidos pelos índios adultos, que passam vários dias nas matas, para no final levar o que colheu para ser comercializado na cidade, em meio de transporte
próprio, que é a canoa ou o barco. O dinheiro arrecadado é utilizado para compra de munição, anzol, linha, chumbada, chinelo havaiana, miçanga. À aproximação dos índios com a sociedade envolvente se deu através de conquista, oferecendo presentes, adquirindo sua confiança, respeitando sua cultura e costumes. Essa convivência nos permite fazer um julgamento do que aprendemos na escola a respeito dos índios e aquilo que verdadeiramente eles são. Os índios são ricos em sabedoria, têm sua própria medicina, são artistas natos, cultivam a mandioca e a batata, caçam e pescam (respeitando o ciclo da reprodução dos bichos e a piracema), preservam a floresta. A extração do óleo das árvores de andiroba e copaíba, é feita pelos índios adultos, e destinados ao uso medicinal que tem função de antibiótico, combate a gripe e outras doenças, protege contra as picadas dos insetos. Os índios guardam em cabaças para usar o ano inteiro. A castanha do pará é colhida pelos jovens, pois requer muita força e coragem, tem que escalar o tronco das castanheiras, que chegam a medir aproximadamente cinco a oito metros de altura; após derrubados são colocados em jacas (feitas com a folha de coqueiro), colocados na cabeça e trazidos para a aldeia. Quando a colheita é feita muito longe da aldeia são transportados por canoas, uma parte das castanhas é levada para cidade para ser comercializada e a outra parte é para o consumo dos índios, que extrai o óleo para ser utilizado para cozinhar e também para comerem; são saborosas e ricas em vitaminas. A retirada do mel de abelha é feita pelos adultos, pois requer um cuidado especial; os índios lambuzam o corpo com urucum, óleo de coco babaçu, com o objetivo de não serem picados e espantar as abelhas; fazem fogo com pequenos galhos para utilizarem a fumaça. Seu criatório de abelhas é bem rústico, feito com catanas de coco, folhas de coqueiros e cabaças; o mel de abelha é usado como remédio, para combater a gripe, serve para adoçar os alimentos como a batata doce, banana e a tapioca feita com mandioca. Os motivos utilizados nos desenhos corporais são os mesmos do artesanato indígena, possuem traços assimétricos e simétricos. As tintas utilizadas são naturais, retiradas das plantas como o urucum que dá a coloração vermelha, o jenipapo verde que tem a coloração preta. Algumas comunidades usam o corpo pintado diariamente com o objetivo de proteger-se contra os insetos. No corpo é passado o óleo de coco babaçu para conservar a pintura corporal e proteção da pele contra os raios solares; serve também para hidratar os cabelos. Os índios têm dificuldade na comer-cialização dos seu artesanato pelo fato de não saberem equiparar os valores de compra e venda, muitas vezes cobram barato um artesanato que gastou muito tempo para ser confeccionado ou vendem um artesanato caro que poderia ser vendido mais barato. Resolveram buscar uma maneira de como diminuir essa dificuldade, criando o ábaco que hoje é utilizado em todas as escolas do Brasil, com o objetivo das crianças aprenderem quantidade através das unidades, dezenas e centenas. Os índios nos ensinaram muito.
Letras desenvolve o Prodocência O Ministério da Educação e a Secretária da Educação Superior - SESu vêm concentrando esforços para oferecer à sociedade ensino público com ênfase no acesso à cultura, à arte, à ciência e às necessidades do mercado do trabalho, educando para o convívio social, o comportamento ético e o aprimoramento pessoal. Nesse sentido, a UFTM,
atenta à sua responsabilidade social e em sintonia com os anseios da comunidade, desenvolveu o projeto Prodocência 2010 – Programa de Consolidação das Licenciaturas, com ênfase na temática Leitura literária e não literária. O projeto visou à formação de educadores comprometidos com o desenvolvimento humano em todas as suas dimensões. O Prodocência 2010 previu
Curso de Letras retoma Cine Hispánico
a participação de alunos e docentes da Licenciatura em Letras da UFTM, bem como foi aberto à comunidade externa, como forma de colaborar com o aprimoramento continuado dos professores das redes pública e privada de ensino. Coordenaram o projeto, os professores Luciana Moura Colucci de Camargo e Ozíris Borges Filho, e integraram a
equipe docente: Beatriz Gaydeczka, Cássia Dionéia Silveira Mendes, João Rodrigues de Castro Filho, Márcio Henrique Muraca e Rodrigo Ferreira Daverni. Existente na UFTM desde o ano de 2006, o Prodocência ofereceu 90 vagas no biênio 2006/2007 e 80 vagas no biênio 2008/2009. Para o biênio 2010/2011 foram previstas 60 vagas.
UFTM participou do Arraial das Letras Os cursos de licenciatura em Letras representaram a UFTM no Arraial das Letras, 1.ª Festa Literária de Uberaba. O evento foi uma promoção da Fundação Cultural e da Secretaria Municipal de Educação, com o apoio da Prefeitura Municipal de Uberaba, e aconteceu na praça da Abadia. Objetivo do Arraial das Letras foi aproximar o cidadão uberabense do
universo do livro e da leitura e a UFTM, como parceira, teve estande para divulgação ao público. Além da exposição e venda de livros, a feira teve extensa programação pedagógica de fomento à leitura e à escrita, debates em torno do livro e da leitura, lançamentos de livros, apresentações culturais e teatrais, contação de histórias e palestras com autores de importância nacional.
O Curso de Letras da UFTM reiniciou o projeto Cine Hispánico, criado em 2007, com o filme “Diários de Motocicleta”. A sessão aconteceu no Cine da UFTM, na Unidade do Shopping Urbano Salomão. Diários de Motocicleta conta a odisséia do revolucionário Ernesto “Che” Guevara e seu amigo Alberto Granado, em 1952. Os dois empreenderam uma viagem de nove meses pela América do Sul, percorrendo vários países em uma motocicleta.
O filme é baseado nos relatos de “Che” e Granado, com direção de Walter Sales, para quem trata-se de um filme de escolhas emocionais e políticas que precisamos fazer na vida. No elenco estão Gael Garcia Bernal, Rodrigo De La Serna e Mia Maestro. No Cine Hispánico os filmes são exibidos com áudio e legenda em espanhol, e seguido de debate coordenado pela professora de Literaturas em Língua Espanhola da UFTM, Deolinda de Jesus Freire.
PET - Letras oferece curso de Libras
Primeiras turmas de Letras colam grau
O curso de extensão de Libras - Língua Brasileira de Sinais, promovido pelo PET Letras, foi oferecido ao longo de 2010 como atividade de extensão. Aberto à comunidade, o curso foi ministrado pelas professoras Fabiana Elias Marquez e Vivian Zerbinatti da Fonseca Kikuichi. O curso foi importante pois a inclusão do surdo é tema atual na educação.
A UFTM realizou em 5 de agosto de 2009, cerimônia de outorga de grau das primeiras turmas de Licenciatura em Letras - Português-Espanhol e Português-Inglês. As turmas levaram o nome do professor Acir Mário Karwoski, primeiro coordenador dos cursos de Licenciatura em Letras,
criados em 2006. Foram escolhidas como patrona a professora Sandra Eleutério Campos Martins e paraninfa a professora Irma Beatriz Araújo Kappel. Foram homenageados os professores Eduardo Tadeu Roque Amaral e Luciana Moura Collucci Camargo, e
os servidores Lucas Júnior e Waleska Dayse Dias de Souza. Recebem também homenagem afetiva, as professoras Ângela Maria de Fraga Azôr, Beatriz Ribeiro Ferreira Pucci e Rosemira Mendes de Souza. Colaram grau: Licenciatura em Letras - PortuguêsEspanhol: Erilma de Limas Araújo, Mariana Cavalcante de Oliveira e Mariana Nober Alves Mendes. PortuguêsInglês: Ana Cristina Rocha Aguiar, Ana Paula Pio de Morais, Cássia Luciana Alexandre, Débora Braga Bezerra, José Querino Machado Filho, Marília Martins Ferreira, Samuel Rodrigues dos Santos e Vivian Zerbinatti da Fonseca Kikuichi
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A inclusão social e o movimento por uma cultura de memórias lançado no dia 14 de maio de 2009, durante o II Simpósio Internacional de Estudos Linguísticos e Literários, na UFTM.
O projeto “Resgate cultural: a inclusão social e o movimento por uma cultura de memórias”, proposto pelo curso de Letras da UFTM, sob a coordenação geral da professora Irma Beatriz Araújo Kappel e sob a responsabilidade dos estudantes Francisco Mariani Casadore, Lívia Zocca e Rodrigo Santos de Castro envolveu de maneira interdisciplinar os cursos de Terapia Ocupacional, Serviço Social, História e Enfermagem da UFTM. Esse projeto foi um dos selecionados pelo Programa de Apoio à Extensão Universitária - Proext 2008/ dezembro – MEC/CULTURA, no eixo temático: memória social e patrimônio, para execução em 2009. O projeto surgiu da necessidade apontada pelo projeto de pesquisa “Resgate das histórias contadas em família”, desenvolvido pelo PET/Letras – UFTM, em 2007/2008, como uma forma de criar um registro das histórias que eram contadas em berço familiar: folclóricas, culturais, literárias, como também, histórias de vida de pessoas com 60 anos ou mais. Por meio de entrevistas e dos elementos que tomam aspectos literários como ponto de partida, tentou-se propiciar o trabalho com a memória. A primeira turma formada em 30 de janeiro de 2009 para desenvolver o projeto contou com representantes dos cursos de Letras e de Terapia Ocupacional. Em meados de março de 2009, o grupo foi ampliado, com ingresso de representantes dos cursos de História, Serviço Social e Enfermagem.
forma de realização, afirma-ção e sustentação da identi-dade e de um sentido de vida. Após o registro das histórias contadas por idosos que vivem em casas asilares, foi publicado o segundo livro, com lançamento no dia 7 de dezembro de 2009, durante o I Seminário de Educação - UFTM.
Oficinas e Cursos Para preparação dos alunos, foram oferecidas oficinas e cursos. Nesta primeira fase, Rodrigo Castro ministrou o curso “Produção de gêneros textuais” como possibilidade de contribuir para a realização do trabalho de escrita dos textos coletados pelos membros do grupo, em 2008 e em 2009. O objetivo do curso foi de tratar a produção de textos de forma a instrumentalizar todos os envolvidos na atividade do resgate de histórias de vida, culturais e folclóricas. Todo material coletado durante as entrevistas e no processo foram abordados no curso, potencializando o trabalho e organizando as múltiplas oportunidades de se conduzir a atividade desenvolvida pelos integrantes do grupo.
Em seguida, para uma boa fundamentação teórica, o professor e assessor André Azevedo ofereceu um seminário, no dia 2 de abril, para abordar pontos importantes dos autores Goffman, Balandier, Starobinski, Berger e Luckman e Bourdieu que contribuem para uma visão bem crítica acerca dos problemas do registro da memória. Todos os textos produzidos foram selecionados e organizados para publicação do primeiro livro editado pela UFTM,
No dia 2 de julho de 2009, o PET Letras realizou o VI Seminário de Leitura e Reflexão, com o tema Resgate cultural – por entre os labirintos da memória, com as professoras convidadas: Heliana Castro Alves, Sandra Eleutério Campos Martins e Fani Miranda Tabak.
Em 26 de agosto de 2010, na II Semana Acadêmica da UFTM, foi lançado o terceiro livro “Cultura e sociedade – causos, povo e imaginação” . Além de expor uma base teórica, como os outros dois livros, a edição busca cumprir o duplo propósito de reconstruir, com muita sensibilidade, uma série de relatos sobre alguns personagens muito presentes na memória afetiva da cidade de Uberaba, e estabelecer reflexões multidisciplinares sobre o exercício Para os registros do do registro de histórias de vida segundo livro, foram desen- de pessoas que se ligam à volvidas atividades que história dessa cidade. despertassem e valorizassem a memória cultural entre idosos institucionalizados e servidores de asilos para incentivá-los na contação de suas histórias de vida. Em maio e junho de 2009, a Professora Vânia Maria Resende ministrou a oficina “Literatura e memórias: espaços simbólicos e artesanais”, para alunos da UFTM e cuidadores de idosos, percorrendo simbologias de ordem literária e psíquica/metafísica, mergulhando em experiências estéticas e existenciais da memória pessoal e coletiva. O objetivo maior foi o de contribuir para o autoconhecimento e conhecimento da experiência de vida do outro, valorizando-a como
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ENTREVISTA
Celani fala de ensino de língua estrangeira Entrevista concedida à professora Danielle de Almeida Menezes (UFTM)
Maria Antonieta Alba Celani é doutora pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e pós-doutora pelas Universidades de Michigan e Liverpool. É uma das principais pesquisadoras no campo de Linguística Aplicada no Brasil, tendo sido responsável pela criação do primeiro programa de Pós-graduação de Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem na PUC-SP em 1970. Sua dedicação e comprometimento foram reconhecidos em 2003, quando ela recebeu o título de Professora Emérita. Celani tem publicado um grande número de artigos e capítulos em livros, além da edição de diversos títulos. Já orientou mais de setenta e cinco alunos de graduação, mestrado e doutorado. Dois de seus projetos mais conhecidos são a criação e desenvolvimento do Projeto Nacional Ensino de Inglês Instrumental em Universidades Brasileiras, o qual coordenou, e a redação dos Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Estrangeira (PCN-LE). Atualmente, faz parte do corpo editorial dos periódicos the ESPecialist, DELTA, Trabalhos em Linguística Aplicada e Revista Brasileira de Linguística Aplicada e coordena o Programa Formação Contínua do Professor de Inglês, uma parceria entre a Associação Cultura Inglesa São Paulo, a PUC-SP e a Secretaria de Estado da Educação de São Paulo. Nessa breve entrevista, Maria Antonieta Alba Celani aborda os PCN-LE e seu principal desafio na coordenação do Programa de Formação Contínua. DAM: Após mais de dez anos da publicação dos DAM: Como é a prática reflexiva para a grande Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua maioria dos professores da educação básica? Estrangeira, podem ser percebidas mudanças MAAC: A grande maioria dos professores da educação estruturais na prática docente? básica não foi preparada para desenvolver uma prática MAAC: Para responder a essa pergunta com reflexiva. segurança, seria necessário ter desenvolvido uma pesquisa ampla. Não conheço nada a esse respeito. DAM: Em seu trabalho com formação contínua de Mas, tendo em vista que não houve preparação real e professores de inglês de escolas públicas, qual efetiva dos professores para o uso dos Parâmetros, tem sido o maior desafio? arrisco supor que não houve “mudanças estruturais na MAAC: Talvez o maior desafio tenha sido fazer com que prática docente”. o professor acredite em seu próprio potencial como DAM: Qual a sua avaliação do ensino de línguas educador, seja um grande questionador de sua prática e estrangeiras em escolas públicas de São Paulo? se engaje em algum tipo de educação contínua. Essa realidade pode ser generalizda a outros DAM: De que maneira os saberes local e global de estados nacionais? professores influenciam e regulam sua prática? MAAC: Há um grande trabalho a ser feito em relação ao ensino de língua estrangeira em escolas públicas de São MAAC: A resposta à pergunta anterior, de algum modo, Paulo e eu mesma participo dele como coordenadora do responde também a esta. De um modo geral, há uma Programa de Educação Contínua de Professores de grande tendência para se apegar a teorias, métodos e Inglês: um contexto para a construção da prática, técnicas “importados”, aliada a uma falta de confiança patrocinado pela Associação Cultura Inglesa São Paulo na sua própria capacidade de ser o (a) melhor para professores de escolas estaduais e municipais. Se avaliador(a) de sua situação peculiar de ensino a realidade da escola pública paulista pode ou não ser aprendizagem. Mas para que isso seja possível, é generalizada em relação a outros estados, novamente necessário que o professor seja particularmente digo que seria necessário fazer uma ampla pesquisa educado para ser o melhor juiz do que é melhor para determinada situação de ensino-aprendizagem, até para poder responder a essa pergunta. para uma determinada classe em uma mesma escola.
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