Autor: Fรกtima Borba
FUNDO JOSÉ DE SOUSA BRASIL
CHARRUA [1910-1991]
NOTA DE RECONHECIMENTO E DE AGRADECIMENTO
Os documentos que constituem este fundo documental foram oficialmente doados por D. Maria do Socorro Costa Brasil, filha de José de Sousa Brasil Charrua, a quem é devido o nosso agradecimento; é justo, porém, recordar que esta doação decorreu da benemérita, generosa e esforçada intervenção do sr. Mário Pereira da Costa — sobrinho da segunda mulher do Poeta e autor do livro Aurora e Sol Nascente: Turlu e Charrua – Confidências (2008) — que durante anos preciosamente coligiu uma parte muito importante do material doado, a quem viva e penhoradamente agradecemos. Igualmente merece uma palavra de apreço o neto de Charrua, sr. José Manuel Brasil Mendes, que posteriormente incorporou na doação alguma outra documentação, menos numerosa.
NOTA BIOGRÁFICA
José de Sousa Brasil Charrua ou O Charrua. Nasceu nas Cinco Ribeiras (N. S. do Pilar), Ilha Terceira, e continua a ser considerado como o maior poeta popular de sempre dos Açores. Ficou popularmente conhecido como «O Charrua», alcunha de família que adotou e acrescentou ao nome, assinando os seus escritos como José de Sousa Brasil Charrua. Desde muito cedo revelou uma inteligência incomum e uma enorme vontade de adquirir novos conhecimentos, qualidades que mereceram a atenção do professor e do pároco. Porém, os magros recursos da família não lhe permitiram ir além dos estudos primários na escola da freguesia, aliás só concluídos em idade adulta. Foi então trabalhador agrícola, assalariado, vendedor de pão, ao mesmo tempo que nele se revelavam os talentos de poeta e de improvisador, os que poria à prova, ainda jovem adolescente, perante Manuel Borges Pêcego, dito O Bravo, um dos maiores poetas populares de sempre, que havia introduzido nas cantorias ao desafio a quadra popular totalmente rimada, em rima cruzada, a que Charrua chamava «a quadra literária», e por quem o jovem poeta nutria uma enorme admiração. Entretanto, para compensar a impossibilidade de prosseguir estudos e de se alcandorar a um nível de instrução que a sua brilhante inteligência reclamava, Charrua terá lido algum Camões, assim como alguns poetas do século XIX, que haviam de marcar profundamente o seu espírito, neles bebendo as modulações, as figuras de estilo e as correctas medidas dos versos, que, por surpreendente que pareça, procurou cultivar no improviso. Não será descabido dizer que Charrua ficou embebido pelo ideal romântico e foi um poeta romântico. Como tal viveu a vida, subjugado à paixão pela sua arte, com arrebatado ardor entregue à poesia e ao ideal de poeta, o que dele fez um migrante de ocupação em ocupação, vivendo acima de tudo para a sua arte, viajando inúmeras vezes para os Estados Unidos, cruzando o continente até à Califórnia, para cantar, regressando, emigrando para o Canadá e, por fim, retornando à sua terra para nela concluir o seu percurso, sempre erguendo alto e acima de tudo a chama do poeta. A sua consabida paixão platónica pela grande cantadora Maria Anglina de Sousa, dita A Turlu, correspondida, que a ambos haveria de conduzir ao altar quando já eram viúvos, constitui um maravilhoso paradigma do ideal romântico. Notável improvisador e repentista, O Charrua tornou-se notado pela sua capacidade de inovação e pela sua originalidade nas cantorias ao desafio, aprimorando a quadra popular com rima cruzada nos quatro versos. Além da quadra, da sextilha, da oitava e até mesmo da décima de improviso, Charrua cultivou pela escrita outras formas literárias, compôs canções, escreveu danças (de espada), sonetos e trovas. Os seus textos inéditos foram doados à Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Angra do Heroísmo, em 13 de Junho de 2008, pela sua filha, D. Maria do Socorro Costa Brasil, por benemérita intercessão de Mário Pereira da Costa, autor do livro Aurora e Sol Nascente: Turlu e Charrua – Confidências (2008).
A PROPÓSITO DE JOSÉ DE SOUSA BRASIL CHARRUA, POETA E ÍDOLO POPULAR
Em 1910, quando Charrua viu a luz do dia, o rendimento médio em Portugal deveria situar-se — estimam alguns — entre 1 e 2 dólares por dia 1. E, mesmo assim, tendo em conta que o Poeta nasceu numa freguesia, é acertado pensar que um trabalhador rural, como era seu pai, Vitorino, ganharia féria abaixo desta média estatística, ainda que tivesse a sorte de ter trabalho todos os dias. José de Sousa Brasil veio ao mundo no seio de uma família de fracos recursos económicos, pelo que não surpreende que o pároco de Nossa Senhora do Pilar, Cinco Ribeiras, tivesse anotado à margem do assento de batismo a dispensa de emolumentos, por indigência. Nessa altura a ilha Terceira sobreabundava, como os Açores em geral, de famílias como esta — humildes, esforçadas e trabalhadoras — em que mães, pais e filhos, ainda crianças, labutavam do romper d’alva ao sol-pôr, descansando apenas ao domingo, para ganharem o magro pão e o escasso leite com que calavam a fome. Aqueles que haviam nascido em tal ambiente não ambicionavam senão poder ter fartura sobre a mesa e, por isso, dar-se a devaneios de espírito, que sobrelevam o ser humano ao mais alto da Humanidade, mas não sossegam de imediato o grito do estômago, não entrava nos modos de vida, nem nos pensamentos, nas nem preocupações daquelas gentes de então. Surpreende, portanto, que um jovem nascido em tal desventura económica, em meio e época tão contrários e difíceis, tenha com facilidade notória feito 3º ano do ensino primário elementar, como sucedeu com o jovem José. Na época, a instrução primária obrigatória era de 3 anos, o chamado 1º grau. Só mais tarde se tornou obrigatório o 2º grau 2 — a 4ª classe — que Charrua veio a obter «no exame de adultos», conforme mostra o seu «Diploma da 4ª Classe»3, que integra o seu espólio literário, em boa hora entregue à guarda da Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Angra do Heroísmo por sua filha, D. Maria do Socorro. Este sucesso na escola, quando a esmagadora maioria soçobrava e desistia, não concluindo a escola para ir ajudar aos pais nas lides das terras donde tirava o pão, incluindo as crianças de famílias mais abastadas, era já em si um indício de que o José Charrua sentia em si o impulso de pegar o destino pelos cornos e torcer-lhe a cabeça, recusando seguir o mesmo caminho de todos, conforme à primeira vista o Destino parecia lhe ditar. Era o coração do Poeta que começava a bater, forte, naquele peito. Logo, muito jovem, nas festas, que tradicionalmente então se faziam de acordo com as estações do ano e em ajuntamentos festivos, ousou, ainda em reduzidas assembleias, ensaiar o estro e desafiar os mais velhos em cantigas, depressa convencendo todos, e cada vez mais
1
Trata-se de uma estimativa minha, baseada em pesquisas que fiz, embora sem rigor absoluto; mas presumo que não ande longe da verdade. 2
É de notar que Charrua vai para a escola durante a I República. O decreto-lei de 29 de março de 1911 tinha criado um ensino primário muito avançado, dividido em três fases: ensino primário elementar (obrigatório), ensino primário complementar e ensino primário superior. Como é evidente, as crianças das freguesias rurais frequentavam apenas, quando muito, os primeiros 3 anos do ensino primário elementar, ao que veio a chamar-se o «1º grau», cuja obrigatoriedade não era respeitada. No entanto, dada a qualidade do ensino ministrado então, quem fizesse o 1º grau ficava a «saber ler e escrever e fazer contas», e ficava igualmente com boas noções de História e de Geografia de Portugal. 3
O regime de Salazar reduziu o ensino primário a 4 anos somente, mas na prática acrescentava um quarto ano obrigatório ao ensino primário, ano que encerrava com exame, e que viria a ficar conhecido como a «4ª classe» (ou como «exame de 2º grau»). Veio a tornar-se obrigatória a posse do diploma de exame da 4ª Classe, para o exercício de uma profissão que não fosse a de agricultor. Aqueles que, como Charrua, vinham do ensino da I República, viram-se forçados a obter este diploma, já adultos — chamada popularmente a «Quarta Classe de Adultos» — diploma que Charrua, certamente sem dificuldades de maior, veio a obter em 19 de julho de 1961, e do qual deve ter necessitado para obter trabalho nos serviços da base militar dos Estados Unidos instalada nas Lajes.
nas freguesias em redor, da sua superioridade como improvisador, e da novidade, esmero e agilidade que traziam as suas quadras. Nada nem ninguém nasce do nada. O aparecimento do jovem cantador José de Sousa Brasil — O Charrua, alcunha de família pela qual se ia tornando conhecido e que ele adotou, acrescentando-a ao seu próprio nome — é, de alguma forma, também consequência do fulgor que a arte efémera da Cantoria vivia na ilha Terceira desde o século XX, atingindo picos elevados com nomes como os de António Inácio e O Terra, aos quais se juntava agora, entre outros, mas este com singular brilho, o nome de Manuel Borges Pêcego, cognominado O Bravo. Na evolução da arte da Cantoria, o nome de Manuel Borges Pêcego, cujo brilho foi um tanto ofuscado depois pelo esplendor do génio de Charrua, deve ser considerado como uma referência incontornável na história e na evolução da Cantoria na ilha Terceira e, também, nos Açores. Até ao aparecimento de O Bravo nos terreiros, rodas e coretos daquela época — e estamos, então, nos inícios do século XX — as quadras da cantoria eram de rima cruzada apenas no segundo e quarto versos, tal como as fizeram António Inácio e O Terra. Foi Pêcego o primeiro a apresentar-se com cantigas igualmente de rima cruzada, rimando também o primeiro com o terceiro versos, além do segundo com o quarto. Esta inovação foi primordial na evolução e melhoramento da quadra popular terceirense e, em consequência, da Cantoria e causou na época surpresa e espanto no Povo, que dizia d’ O Bravo: Ele faz duas cantigas numa! Logo, os demais cantadores se esforçaram por o acompanhar na nova quadra — à qual Charrua haveria de chamar a «quadra literária» — que em poucos anos se instalou e se tornou a quadra normal. Quando o jovem Charrua se revela como brilhante cantador, ainda aqui e ali de forma semipública, cantando apenas em privado, era já O Bravo a estrela maior no firmamento da Cantoria, conforme era em geral e por todos reconhecido. Isto explica, juntamente com o facto de ele ter introduzido a «quadra literária», a admiração e o subido conceito em que o jovem cantador tem o Pêcego e que este seja o primeiro ídolo do estreante Charrua, pois, mais tarde, havia de juntar a este os grandes nomes da Poesia (e não só) do século XIX, dos quais soube tirar ricos ensinamentos. Faltava, assim, apenas colocar os dois frente a frente: O Bravo leão e Charrua, o jovem aspirante. O batismo — conforme me narrou meu pai incontáveis vezes — ocorreu nas Cinco Ribeiras, em casa do sr. Chico Monteiro, abastado proprietário e lavrador, 4 (primo por afinidade de meu avô Joaquim Coelho) que, já não recordo se por matança de porco, terço do Espírito Santo ou outra razão, «dava uma festa» com Cantoria, para a qual estava convidado o grande Bravo — e o Charrua não falhou com a sua presença, para ouvir o grande mestre. Foi no decorrer dessa festa que alguém fez saber ao Bravo da presença de um jovem muito prometedor que já fazia muito boas cantigas. E sendo o Bravo pessoa de muito bom trato e nada soberbo, logo Charrua foi instado a mostrar-se, o que fez assim: Meus senhores, muito me custa, Mas, enfim, isto me cabe, Eu acho uma coisa injusta Ouvirem cantar quem não sabe. Pela atitude e pela escorreição da quadra, logo o experiente Bravo se apercebeu da qualidade artística do estreante que tinha na sua frente e respondeu: Canta, cantor mundial, que diante de mim vejo,
4
Morava na Canada do Pilar (Cinco Ribeiras), num solar assobradado, hoje em ruínas, que fora da Companhia de Jesus.
mostra o teu saber real, mata este meu desejo.5 Resposta generosa de um mestre, que não podia ser mais encorajadora.
Um dia, conta-se, quando cumpria serviço militar obrigatório, Charrua escafedeu-se do quartel, ou, como se usa dizer em linguagem castrense, desenfiou-se pelos cerrados próximos, que hoje já não existem como tal, plantados de batata doce, o que porém não escapou ao proprietário, que dele logo se queixou ao comandante da unidade, aquartelada no Castelo de São João Baptista. Interpelado pelo comandante, Charrua não negou e suavizou, em quadra: Ele há sempre quem nos veja Por entre a batata doce, Mas não pus um pé que seja Em cima dum pé que fosse. Muito para além da habilidade usada para se sair de uma situação de aperto, importa aqui salientar a mestria com que um jovem nascido no mundo rural, de poucas e minguadas letras, de reduzida instrução primária, manobra a língua portuguesa; por outras palavras, a habilidade no uso do duplo sentido da palavra pé e a destreza com que usa o verbo ser no modo conjuntivo, imprimindo na quadra intensidade ao seu pedido de desculpas, pelas sonoridade sibilantes que resultam do uso das formas conjuntivas. Outros são os tempos, mas naqueles em que se diz ter sucedido este episódio, um comandante e governador da Fortaleza de São João Baptista, quem quer que ele fosse, era uma entidade bem alto colocada, num pedestal inatingível para um simples soldado, a quem este devia dirigir-se apenas na mais aprumada posição de sentido, expressando a maior humildade e o maior respeito. Se for verdadeira esta história, como provavelmente é, ela evidencia uma ousadia e uma coragem que, a meu ver, Charrua só possui porque já nessa jovem idade se encontra imbuído e, no íntimo, profundamente persuadido, de que um Poeta é um ser cujo destino o eleva ao mais alto da condição humana, um ser acima dos outros em entendimento, um visionário, um eleito, talvez mesmo um profeta, que recebe a inspiração do Alto. Na verdade, na atitude de Charrua face ao comandante — conquanto ocorra num episódio imprevisto nos cânones militares — não existe nenhum elemento de indisciplina; na prática, a atitude dele configura-se como o requerimento de que lhe seja perdoada a falta por ele ser Poeta. A assunção do superior estatuto de Poeta / Profeta, de «ser eleito», há de manifestar-se depois pela vida fora, principalmente, a meu ver, depois que Charrua incorpora em si, pelas leituras, o ideal do Poeta Romântico, surgido no século XIX, mas que chega a Charrua como Ultra-Romantismo, forma ainda mais exacerbada de Romantismo, que dominou até tarde no século XX; para a corrente ultra-romântico, o Poeta é um ser superior e sublime, um inspirado, um eleito, um profeta, um semi-deus, sem ligação ao mundo real e às futilidades da vida, centrado no Ideal e na sua ligação com o Alto. Para os Românticos, Camões constitui o modelo supremo e este será o modelo de Charrua: o modelo, segundo o Romantismo, do inadaptado e incompreendido, que vive acima dos outros pelo Espírito, num patamar mais elevado, mais alto que o dos demais humanos, por inteiro entregue ao Ideal da sua Arte, a ela consagrando a sua inteira existência. Charrua,
5
Estas são as versões que, se me não falha a memória, sempre ouvi de meu pai. É sabido que «quem conta um conto, acrescenta um ponto»; mas por disso ter consciência, sempre me esforcei para não deturpar a memória do que me foi cuidadosamente transmitido.
convicto das suas capacidades artísticas, do seu enorme talento e da sua superioridade sobre os demais poetas na Arte da Cantoria e do Improviso Poético, adota e veste, impetuoso, a pele de Camões e o seu Espírito. A sua inadaptação na vida às mais variadas profissões, às rotinas ordinárias do dia a dia, à vida pautada e regular, aos limites de um repetitivo ganha-pão, resultam, a meu ver, da assunção plena do Ideal Romântico e, sem dúvida, da personagem de Camões. 6 Tudo isto contribui para construir a sua singularidade, a sua grande originalidade, para assentar a enorme diferença que se estabelece e que o distingue dos demais poetas da Cantoria, reservando-lhe o lugar mais alto entre os maiores — grandeza à qual faz jus a admiração que perdura na memória do Povo ao qual ele pertenceu e para o qual tão maravilhosamente cantou. À sua grandeza e à sua memória faz igualmente justiça o editor Eduíno Borba, que aplaudo, ao empreender a edição deste livro, que há de perpetuar e levar mais longe a memória do grande Poeta José de Sousa Brasil Charrua — e em particular àqueles que ainda no coração vivem e revivem, maravilhados, as inolvidáveis cantorias do Grande Charrua e as incomparáveis belezas do seu génio poético. Angra do Heroísmo, 13 de Março de 2012.
Marcolino Candeias Diretor da Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Angra do Heroísmo
6
Não sabemos até que ponto possa haver aqui alguma influência de O Bravo. É sabido que este era espírita e tinha a coragem de se assumir como tal, num mundo católico ultra conservador, anterior ao ConcílioVaticano II, mesmo se os espíritas se assumem como cristãos. Ora, o Espiritismo ensina a reencarnação como forma de aperfeiçoamento dos espíritos. Além de Charrua se assumir como uma espécie de outro Camões na Cantoria, há testemunhos de ele acreditava mesmo estar habitado pelo espírito de Luís vaz de Camões.
Inventário
2018-04-04
Inventário Registo:
PT/BPARLSR/PSS/CHARRUA - JOSÉ DE SOUSA BRASIL
Nível de descrição:
F
Código de referência:
PT/BPARLSR/PSS/CHARRUA
Título:
JOSÉ DE SOUSA BRASIL
Datas de produção:
1910-06-24 / 1988
Dimensão e suporte:
317 documentos
História administrativa, biográfica e familiar:
José de Sousa Brasil, conhecido por «O Charrua», adotou a alcunha da família e assinava frequentemente com «De JSBCharrua» os seus papéis, pondo nisso cuidados caligráficos. Nasceu nas Cinco Ribeiras, Ilha Terceira, em 24 de junho de 1910, segundo o próprio; porém, o seu assento de batismo diz que nasceu «às sete horas da tarde do dia vinte e cinco do mês de junho do ano de mil novecentos e dez» (BPARAH, Paroquiais, Nossa Senhora do Pilar, Cinco Ribeiras, lv. nº 51, fls. 10v-11). Faleceu em 5 de Agosto de 1991, na freguesia de Santa Bárbara da mesma Ilha. Foi um distinto e inigualável poeta popular, cantador de improviso. Ganhou grande reputação e o mais alto apreço popular, não só nos Açores como nas diversas comunidades de emigrantes açorianos espalhadas pelo mundo. Apesar dos seus minguados estudos, terá lido algum Camões e autores portugueses dos finais do século XIX, em especial os do último Romantismo, cujo gosto e sentir se coadunavam com a sua fina sensibilidade apaixonada. Continua a ser tido e reconhecido, pelo povo e pelos seus pares, como o maior e mais notável cantador de desafio de todos os tempos. Charrua gostava de escrever, deixou várias composições poéticas, entre as quais sonetos. Quando ausente na Califórnia, onde foi inúmeras vezes, a convite, para cantorias ao desafio, escrevia cartas em verso à mulher, Lurdes. Viuvou em 1972. Casou em segundas núpcias no ano seguinte com a grande cantadeira Maria Angelina Turlu, por quem sempre havia nutrido grande admiração.
História custodial e arquivística:
Em 2008, na sequência da publicação de Mário Pereira da Costa, "Aurora e Sol Nascente: Turlu e Charrua", a sua filha Maria do Socorro confiou à Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Angra do Heroísmo o espólio literário de seu pai.
Fonte imediata de aquisição ou transferência:
Fundo doado pela sua filha Maria do Socorro, pelo sobrinho da Turlu, Mário Pereira da Costa e pelo neto de Charrua, José Manuel Brasil Mendes.
Âmbito e conteúdo:
O Fundo Charrua é constituído por 317 documentos, nomeadamente: 2 documentos de correspondência recebida; 37 documentos pessoais; 252 poemas dele e 26 documentos vários (poemas de outros autores, discos de vinil, panfletos, jornais, recortes de jornais e uma capa em cartão)
Sistema de organização:
O fundo foi distribuído por 3 secções, correspondendo aos documentos resultantes da atividade do autor. As séries são tipológicas. Houve necessidade de criar uma coleção, com os documentos, que não puderam ser inseridos nas secções criadas. As secções e séries estão ordenadas alfabeticamente. Os documentos estão ordenados cronologicamente e alfabeticamente quando não possui data.
Condições de acesso:
Acesso livre
Condições de reprodução:
Aceso livre
Idioma e escrita:
Português
Características físicas e requisitos técnicos:
Bom estado de conservação
Instrumentos de descrição:
Archeevo
Existência e localização de originais:
Depósito 16, Bloco 8 Superior, Estante 4, Prateleira 4-5
Nota de edição:
Registo modificado pelo utilizador "fs196413", na data 2018-04-03 17:15:45
Regras ou convenções:
ISAD (G): Norma Geral Internacional de Descrição Arquivística: adaptado pelo Comité de Normas de Descrição, Estocolmo: Suécia, 19-22 de Setembro de 1999.Conselho Internacional de Arquivos; trad: Grupo de Trabalho para a Normalização da Descrição em Arquivo. 2ª ed. Lisboa: IAN/TT, 2004. ISBN: 972-8107-69-2.
Data da descrição:
6/21/2013 2:42:55 PM
1/6
Inventário
2018-04-04
Nível de descrição:
SC
Código de referência:
PT/BPARLSR/PSS/CHARRUA/A
Título:
Correspondência
Dimensão e suporte:
2 documentos
Âmbito e conteúdo:
Documentos com correspondência recebida
Condições de acesso:
Livre acesso
Condições de reprodução:
Livre acesso
Idioma e escrita:
Português
Características físicas e requisitos técnicos:
Bom estado de conservação
Existência e localização de originais:
Depósito 16- Cx. 1
Nota de edição:
Registo modificado pelo utilizador "fs196413", na data 2017-08-01 11:22:24
Data da descrição:
6/21/2013 5:20:45 PM
Nível de descrição:
SR
Código de referência:
PT/BPARLSR/PSS/CHARRUA/A/001
Título:
Correspondência recebida
Dimensão e suporte:
2 documentos
Condições de acesso:
Livre acesso
Condições de reprodução:
Livre acesso
Idioma e escrita:
Português
Características físicas e requisitos técnicos:
Bom estado de conservação
Existência e localização de originais:
Depósito 16- Cx. 1
Nota de edição:
Registo modificado pelo utilizador "fs196413", na data 2017-08-01 11:23:25
Data da descrição:
6/21/2013 5:21:45 PM
Nível de descrição:
SC
Código de referência:
PT/BPARLSR/PSS/CHARRUA/B
Título:
Documentos Pessoais
Datas de produção:
1910 / 1980
Dimensão e suporte:
36 documentos
Âmbito e conteúdo:
Documentação pessoal dele e da família
Condições de acesso:
Acesso livre
Condições de reprodução:
Acesso livre
Idioma e escrita:
Português
Características físicas e requisitos técnicos:
Bom estado de conservação
2/6
Inventário
2018-04-04 Existência e localização de originais:
Depósito 16- Cx. 1
Nota de edição:
Registo modificado pelo utilizador "fs196413", na data 2017-08-01 11:32:57
Data da descrição:
6/21/2013 5:03:55 PM
Nível de descrição:
SR
Código de referência:
PT/BPARLSR/PSS/CHARRUA/B/001
Título:
Dados Pessoais
Dimensão e suporte:
9 documentos
Âmbito e conteúdo:
Cartões, certidões
Condições de acesso:
Livre acesso
Condições de reprodução:
Livre acesso
Idioma e escrita:
Português
Características físicas e requisitos técnicos:
Bom estado de conservação
Existência e localização de originais:
Depósito 16- Cx. 1
Nota de edição:
Registo modificado pelo utilizador "fs196413", na data 2017-08-01 11:35:06
Data da descrição:
6/21/2013 5:06:48 PM
Nível de descrição:
SR
Código de referência:
PT/BPARLSR/PSS/CHARRUA/B/002
Título:
Maria Angelina Sousa (Turlu)
Dimensão e suporte:
2 documentos
Âmbito e conteúdo:
Documentos de Maria Angelina Sousa (Turlu), sua esposa
Condições de acesso:
Livre acesso
Condições de reprodução:
Livre acesso
Idioma e escrita:
Português
Características físicas e requisitos técnicos:
Bom estado de conservação
Existência e localização de originais:
Depósito 16- Cx. 1
Nota de edição:
Registo modificado pelo utilizador "fs196413", na data 2017-08-01 16:50:26
Data da descrição:
6/21/2013 5:13:55 PM
Nível de descrição:
UI
Código de referência:
PT/BPARLSR/PSS/CHARRUA/B/002/0001
Título:
Atestado de residência
Datas de produção:
1982-10-25
Dimensão e suporte:
9 documentos
Âmbito e conteúdo:
Atestado de residência para o Canadá para receber pensão (3 documentos Atestado, passado pela Junta de freguesia de São mateus da Calheta e 6 do Income Security Programs, Canada Pension Plan)
Condições de acesso:
Livre acesso
3/6
Inventário
2018-04-04 Condições de reprodução:
Livre acesso
Idioma e escrita:
Português
Características físicas e requisitos técnicos:
Bom estado de conservação
Existência e localização de originais:
Depósito 16- Cx. 1
Nota de edição:
Registo modificado pelo utilizador "fs196413", na data 2017-08-02 11:41:27
Data da descrição:
6/21/2013 6:28:47 PM
Nível de descrição:
SR
Código de referência:
PT/BPARLSR/PSS/CHARRUA/B/003
Título:
Paulo Jorge Mendes
Dimensão e suporte:
2 documentos
Âmbito e conteúdo:
Documentos de Paulo Jorge Mendes, seu neto
Condições de acesso:
Livre acesso
Condições de reprodução:
Livre acesso
Idioma e escrita:
Português
Características físicas e requisitos técnicos:
Bom estado de conservação
Existência e localização de originais:
Depósito 16- Cx. 1
Nota de edição:
Registo modificado pelo utilizador "fs196413", na data 2017-08-02 11:44:14
Data da descrição:
6/21/2013 5:15:50 PM
Nível de descrição:
SR
Código de referência:
PT/BPARLSR/PSS/CHARRUA/B/004
Título:
Fotos
Dimensão e suporte:
15 fotos
Âmbito e conteúdo:
Várias fotos de família e de vida social
Condições de acesso:
Livre acesso
Condições de reprodução:
Livre acesso
Características físicas e requisitos técnicos:
Bom estado de conservação
Existência e localização de originais:
Depósito 16- Cx. 1
Nota de edição:
Registo modificado pelo utilizador "fs196413", na data 2017-08-02 11:48:45
Data da descrição:
6/21/2013 5:17:09 PM
Nível de descrição:
SR
Código de referência:
PT/BPARLSR/PSS/CHARRUA/B/005
Título:
Vida Social
4/6
Inventário
2018-04-04 Dimensão e suporte:
9 documentos
Âmbito e conteúdo:
Documentos referentes à vida social de José Sousa Brasil.
Condições de acesso:
Livre acesso
Condições de reprodução:
Livre acesso
Características físicas e requisitos técnicos:
Bom estado de conservação
Existência e localização de originais:
Depósito 16- Cx. 1
Nota de edição:
Registo modificado pelo utilizador "fs196413", na data 2017-08-02 13:31:17
Data da descrição:
6/21/2013 5:17:57 PM
Nível de descrição:
SC
Código de referência:
PT/BPARLSR/PSS/CHARRUA/C
Título:
Poemas
Datas de produção:
1918
Dimensão e suporte:
222 documentos
Âmbito e conteúdo:
Documentação com poemas escritos por Charrua
Condições de acesso:
Livre acesso
Condições de reprodução:
Livre acesso
Idioma e escrita:
Português
Características físicas e requisitos técnicos:
Bom estado de conservação
Existência e localização de originais:
Depósito 16- Cx. 1 e 2
Nota de edição:
Registo modificado pelo utilizador "fs196413", na data 2017-10-12 13:48:40
Data da descrição:
6/21/2013 5:25:47 PM
Nível de descrição:
SR
Código de referência:
PT/BPARLSR/PSS/CHARRUA/C/001
Título:
Poemas datados
Datas de produção:
1919 / 1969
Dimensão e suporte:
96 documentos
Âmbito e conteúdo:
Poemas escritos por Charrua (quadras, sextilhas, quintilhas, motes, sonetos, etc) por ordem cronológica .
Condições de acesso:
Livre acesso
Condições de reprodução:
Livre acesso
Idioma e escrita:
Português
Características físicas e requisitos técnicos:
Bom estado de conservação
Existência e localização de originais:
Depósito 16- Cx. 1
Nota de edição:
Registo modificado pelo utilizador "fs196413", na data 2017-08-04 12:02:10
Data da descrição:
6/21/2013 5:26:38 PM
5/6
Inventário
2018-04-04
Nível de descrição:
SR
Código de referência:
PT/BPARLSR/PSS/CHARRUA/C/002
Título:
Poemas sem data
Dimensão e suporte:
158 documentos
Âmbito e conteúdo:
Poemas escritos pelo Charrua sem data, por ordem alfabética
Condições de acesso:
Livre acesso
Condições de reprodução:
Livre acesso
Idioma e escrita:
Português
Características físicas e requisitos técnicos:
Bom estado de conservação
Existência e localização de originais:
Depósito 16 - Cx. 2
Nota de edição:
Registo modificado pelo utilizador "fs196413", na data 2017-09-14 11:45:13
Data da descrição:
6/27/2013 3:45:10 PM
Nível de descrição:
SC
Código de referência:
PT/BPARLSR/PSS/CHARRUA/COL.
Título:
Coleção ao nível do fundo
Dimensão e suporte:
26 documentos
Âmbito e conteúdo:
Documentação que não se insere nas outras secções.
Condições de acesso:
Livre acesso
Condições de reprodução:
Livre acesso
Idioma e escrita:
Português
Características físicas e requisitos técnicos:
Bom estado de conservação
Existência e localização de originais:
Depósito 16- Cx. 2
Nota de edição:
Registo modificado pelo utilizador "fs196413", na data 2017-10-12 13:50:20
Data da descrição:
6/21/2013 5:27:23 PM
6/6