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Atas del Seminario PORTUGALCHILE.2A - Chile 2011 Ciclo de Conferencias y Debates sobre la Arquitectura de los Programas de Vivienda Social recientes en Portugal y Chile coordinaci贸n: Paula Petiz

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Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto

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ORGANIZAÇÃO Centro de Estudos de Arquitetura e Urbanismo (CEAU) Organización Grupo de Investigação “Morfologias e Dinâmicas do Território (MDT)”

APOIOS INSTITUCIONAIS Apoyos institucionales

Este trabalho é financiado por Fundos FEDER através do Programa Operacional Factores de Competitividade – COMPETE e por Fundos Nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia no âmbito do projecto «PEst-C/EAT/UI0145/2011» Este trabajo esta financiado con Fondos FEDER a través del Programa Operacional Factores de Competitividad COMPETE y con Fondos Nacionales a través de la FCT - Fundación para la Ciencia y la Tecnología en el marco del Proyecto «PEst-C/EAT/UI0145/2011»


Atas do Seminário PORTUGALCHILE.2A - Chile 2011 Ciclo de Conferências e Debates sobre a Arquitetura dos Programas de habitação Social recientes eM Portugal e no Chile Coordenação: Paula Petiz

Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto


Coordenação Geral Coordinación General Paula Petiz Colaboração Colaboración Design gráfico Diseño gráfico

Samuel Gonçalves Pedro Varela / AZVAvisuals

Os artigos publicados são da inteira responsabilidade dos respetivos autores. Todos os direitos reservados. Reprodução proibida no todo ou em parte, por qualquer meio, sem a autorização escrita do Editor. Todos los artículos publicados son de la responsabilidad exclusiva de sus autores. Todos los derechos reservados. Prohibida la reproducción total o parcial, por cualquier medio, sin el permiso escrito del editor.

EdiTOR

Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto Rua do Gólgota, 215, 4150-755 Porto, Portugal

ISBN

978-989-8527-02-8 Porto, Dezembro de 2012


Seminário PORTUGALCHILE.2A Coordenação geral: Coordinación general: Paula Petiz Arquiteta, Docente, Investigadora- “Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (FAUP) “Centro de Estudos de Arquitetura e Urbanismo (CEAU) da FAUP, grupo de investigação Morfologias e Dinâmicas do Território (MDT)

Coordenação local: Coordenación local: Francisco Donoso Talle Arquitecto, Académico - Facultad de Arquitectura, Arte y Diseño de la Universidad Diego Portales (UDP) Jorge Christie Arquitecto, Académico - Facultad de Arquitectura, Diseño y Arte en la Universidad Nacinal Andrés Bello (UNAB, Escuela de Santiago) Mario Ferrada Aguillar Arquitecto, Académico, Investigador - Facultad de Arquitectura, Arte y Diseño de la Universidad Nacional Andrés Bello ( UNAB, Escuela de Viña del Mar) Sandra Iturriaga del Campo Arquitecto, Académico, Subdirectora de Desarrolo - Facultad de Arquitectura, Diseño y Estudios Urbanos de la Pontifícia Universidad Católica de Chile (FADEU, PUC de Chile) Viviana Fernandez Prajoux Arquitecto, Académico- Facultad de Arquitectura y Urbanismo de la Universidad de Chile (FAU U. Chile)

Colaboração: Colaboración: Domingo Arancibia Coordinador de Extensión y Internacionalización - Facultad de Arquitectura, Arte y Diseño de la Universidad Diego Portales” (UDP) Bernardo Valdés Estudante - “Facultad de Arquitectura y Urbanismo de la Universidad de Chile” (FAU de U. Chile) Maritza Guzmán Coordinadora de Extensión - “Facultad de Arquitectura, Arte y Diseño de la Universidad Diego Portales” (UDP) Paula Hong Assessora - “Centro de Estudos de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto” (CEAU - FAUP) Susana Maria Figo F. Araújo Coordenadora dos Serviços Académicos e Internacionais - “Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto” (FAUP) Samuel Gonçalves Estudante - “Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto” (FAUP) Intercâmbio na “Facultad de Arquitectura , Diseño y Estudios Urbanos de la Pontifícia Universidad Católica de Chile” (FADEU PUC de Chile), 2010/2011


Índice 8

Proposta para a realização de um Seminário: PORTUGALCHILE.2A Paula Petiz

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Programa do Seminário

12 Nota Introdutória Samuel Gonçalves Centro de Estudos de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (CEAU)

15

17 O Diretor Rui Fernandes Póvoas 19 O Coordenador do grupo de investigação “Morfologias e Dinâmicas do Território” (MDT) Manuel Fernandes de Sá Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (FAUP)

21

22 O Diretor Carlos Guimarães 24 Da produção do PER - Programa Especial de Realojamento, Portugal Casa / Bairro / Cidade: espaços intermédios Paula Petiz Facultad de Arquitectura, Diseño y Estudios Urbanos de la Pontifícia Universidad Católica de Chile (FADEU, PUC de Chile)

51

53 O Decano José Rosas Vera 57

Experiência Oficina de Prática 1-2011. O Lote 9x18: uma oportunidade vigente Rodriga Tapia Vera-Cruz

71

Habitação Social e Bairros Informais no Chile Rodrigo Araya

79

Facultad de Arquitectura y Urbanismo de la Universidad de Chile (FAU, U. Chile)

81 Apresentação 83

Política habitacional no Chile Viviana Fernandez Prajoux

99

Facultad de Arquitectura, Diseño y Arte e de la Universidad Nacional Andrés Bello (UNAB de Chile)

101 Apresentação 103

Facultad de Arquitectura, Diseño y Arte de la Universidad Nacional Andrés Bello (UNAB de Chile) - Escuela de Arquitectura de Santiago

105

Reabilitação do edificio da “Población Obrera de la Unión” em Valparaíso Maria José Castillo

115

O Modelo “Reconstruye” de Habitação e a integração em densidade média. Uma alternativa de recuperação urbana Nicolás Rebolledo Bustamante

130

Síntese crítica Jorge Christie

135

Facultad de Arquitectura, Diseño y Arte de la Universidad Nacional Andrés Bello (UNAB de Chile) - Escuela de Arquitectura de Viña del Mar

137

A habitação coletiva em áreas urbanas consolidadas: recurso cultural com potencialidades para a recuperação e desenvolvimento sustentável Juan Mastrantonio F. e Mario Ferrada A.

141

A planificação da cidade consolidada. A Universidade e a Ética na formação dos profissionais Juan Mastrantonio F.

151

A habitação coletiva na área urbana consolidada de Valparaíso - Chile: recurso cultural com potencial de recuperação e desenvolvimento sustentável Mario Ferrada A.

169

Habitação Colectiva em Valparaíso: um potencial instalado Valorização sistémica: Habitação Coletiva - Equipamentos - Infraestrutura Paz Undurraga Castelblanco

185

Síntese crítica dos temas expostos Mario Ferrada A.

187

Facultad de Arquitectura, Arte y Diseño de la Universidad Diego Portales (FAAD, UDP)

189 Apresentação 191

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A Habitação Social e a sua capacidade para produzir regeneração urbana Francisco Donoso Tagle

Índice


Indice 9

Propuesta para la realización de un Seminario: PORTUGALCHILE.2A Paula Petiz

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Programa del Seminario

13 Nota Introductoria Samuel Gonçalves 15

Centro de Estudos de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto

16 O Diretor Rui Fernandes Póvoas 20

El Coordinador del grupo de investigación “Morfologías y Dinámicas del Territorio” (MDT) Manuel Fernandes de Sá

21 Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto 23 El Diretor Rui Fernandes Póvoas 25 La producción del Programa Especial de Realojamiento, Portugal Vivienda / Barrio / Ciudad: espacios intermedios Paula Petiz 51

Facultad de Arquitectura, Diseño y Estudios Urbanos de la Pontifícia Universidad Católica de Chile (FADEU, PUC de Chile)

52 El Decano José Rosas Vera 56

Experiencia Taller de Ejercitación 1-2011. El Lote 9x18: oportunidad vigente Rodriga Tapia Vera-Cruz

70

Vivienda Social y asentamientos informales en Chile Rodrigo Araya

79

Facultad de Arquitectura y Urbanismo de la Universidad de Chile (FAU, U. Chile)

80 Presentacción 82

Política habitacional en Chile Viviana Fernandez Prajoux

99

Facultad de Arquitectura, Diseño y Arte e de la Universidad Nacional Andrés Bello (UNAB de Chile)

100 Presentacción 103

Facultad de Arquitectura, Diseño y Arte de la Universidad Nacional Andrés Bello (UNAB de Chile) - Escuela de Arquitectura de Santiago

104

Rehabilitación del edificio de la Población Obrera de la Unión en Valparaíso Maria José Castillo

114 Modelo “Reconstruye” de Vivienda integrada en densidad media. Una alternativa de recuperación urbana Nicolás Rebolledo Bustamante 130

SÍntesis crítica Jorge Christie

135

Facultad de Arquitectura, Diseño y Arte de la Universidad Nacional Andrés Bello (UNAB de Chile) - Escuela de Arquitectura de Viña del Mar

136 La vivienda colectiva en las áreas urbanas consolidadas: recurso cultural con potencial de recuperación y desarrollo sostenible Juan Mastrantonio F. e Mario Ferrada A. 140

La planificación de la ciudad consolidada. La Universidad y la Ética en la formación de los profesionales Juan Mastrantonio F.

150

La vivienda colectiva en el área urbana consolidada de Valparaíso - Chile: recurso cultural con potencial de recuperación y desarrollo sostenible Mario Ferrada A.

168

Vivienda Colectiva En Valparaíso, capacidad instalada Valoración sistémica: Vivienda Colectiva-Equipamientos-Infraestructura Paz Undurraga Castelblanco

184

Síntesis crítica de temas expuestos Mario Ferrada A.

187

Facultad de Arquitectura, Arte y Diseño de la Universidad Diego Portales (FAAD, UDP)

188 Presentacción 190 La Vivienda Social y su capacidad de producir regeneración urbana Francisco Donoso Tagle

Indice

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Proposta para realização de um Seminário: PortugalChile.2A

Esta proposta tem como objetivo a realização do Seminário – “PORTUGALCHILE.2A - através do qual se pretende abordar programas de realojamento recentes em Portugal e no Chile, tendo em vista o confronto e uma comparação de experiências na área da habitação de interesse social, com referência nas políticas públicas que têm lugar nestes dois países. Para a realização das sessões do Seminário, a decorrer no mês de Junho de 2011, propõe-se uma parceria com algumas das várias Faculdades de Arquitetura de Universidades chilenas eventualmente interessadas em participar e acolher o evento, da iniciativa do CEAU. Como modelo para o ciclo de sessões a realizar, propõe-se uma conjugação de conferências e debates, em que se inclui a apresentação do caso português do “Programa Especial de Realojamento–PER”, a apresentar pela arquiteta Paula Petiz, da FAUP, ficando a apresentação dos casos chilenos a cargo de docentes a seleccionar nas faculdades de arquitetura das Universidades parceiras. Parte-se do pressuposto de que a construção de cada “lugar” no território, envolvendo a construção do habitat, se define com base numa interação entre entre espaço físico e espaço social, a que se associam noções como comunidade e identidade. Em contexto de realojamento, confrontamo-nos necessariamente com condicionantes e dependências relacionadas com estratégias políticas e lógicas de economia, contando todavia com as especificidades de diferentes continentes, como é o caso da América Latina e da Europa, e em particular de países como o Chile e Portugal. Nesse sentido, tem-se como objetivo principal fazer uma abordagem de um conjunto de expriências desenvolvidas ao abrigo de programas de realojamento recentes implementados nestes dois Países. Assim, propõe-se promover encontros de âmbito académico, para a troca de ideias e a reflexão sobre a produção do habitat no território urbano contemporáneo. Por via de uma aproximação a estratégias, compromissos, limitações e capacidades de ação, no que diz respeito ao que se planeia, ao que é projetado e ao que se constrói, pretende-se identificar expêriencias desenvolvidas nos dois países, ao abrigo de Programas recentes, no sentido de chegar a um reconhecimento da produção de habitação para realojamiento, associada às temáticas do “espaço aberto”, face à dupla problemática da territoriabilidade e da sociabilidade, dando particular relevo à noção de “espaço intermédio”. Assim, as intervenções e o debate deverão incidir particularmente sobre a habitação coletiva na contemporaneidade, fundamentalmente em bairros, procurando identificar um conjunto de dispositivos espaciais e arquitetónicos, na forma como se definem e permitem a articulação com a envolvente próxima da casa ou a conexão com o território, tomando como referência as práticas e formas de habitar aceites e reproduzidas por um determinado grupo de atores sociais, e a respetiva relação com os usos e modos de apropriação no quotidiano.

Porto, 29 de Março de 2011 Paula Petiz Coordenação Geral

Investigadora do Centro de Estudos de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (CEAU), grupo I&D Morfologias e Dinâmicas do Território, e docente da FAUP.

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FAUP - Paula Petiz, Proposta para realização de um Seminário: PortugalChile.2A


Propuesta para la realización de un Seminario: PortugalChile.2A

El objetivo de esta propuesta, es la realización del Seminario “PORTUGALCHILE.2A, a través del cual se pretende abordar programas de realojamiento recientes en Portugal y en Chile, contrastando y comparando experiencias en el área de la vivienda de interés social, tomando como referencia las políticas públicas de ambos países. Para la realización de las sesiones del Seminario, transcurridas en el mes de Junio de 2011, se propone la colaboración a algunas de las Facultades de Arquitectura de Universidades chilenas, eventualmente interesadas en participar y acoger el evento, iniciativa del CEAU. Como modelo para el ciclo de sesiones a realizar, se propone la combinación de conferencias y debates, donde se incluye la presentación del caso portugués del “Programa Especial de Realojamiento–PER”, presentado por arquitecta Paula Petiz, de la FAUP, quedando la presentación de los casos chilenos a cargo del profesorado seleccionado por las facultades de arquitectura de las Universidades colaboradoras. Se parte del supuesto de que la construcción de cada “lugar” en el territorio, incluida la construcción del hábitat, se define en base a una interacción entre espacio físico y espacio social, al que se asocian nociones como comunidad e identidad. En el contexto de realojamiento, nos enfrentamos necesariamente a condicionantes y dependencias relacionadas con estrategias políticas y lógicas de economía, contando además con las especificidades de diferentes continentes, como es el caso de América Latina y Europa, y en particular, de países como Chile y Portugal. Por este motivo, el objetivo principal es el de abordar un conjunto de experiencias desarrolladas bajo los programas de realojamiento recientes implantados en estos dos países. De este modo, se propone promover encuentros de carácter académico, para el intercambio de ideas y la reflexión sobre la producción del hábitat en el territorio urbano contemporáneo. A través de una aproximación a estrategias, compromisos, limitaciones y capacidades de acción, en relación a lo planeado, a lo proyectado y a lo que se construye, se pretende identificar experiencias desarrolladas en los dos países bajo programas recientes, a fin de llegar a un reconocimiento de la producción de vivienda para realojamiento, asociada a las temáticas del “espacio abierto”, dando particular importancia a la noción de “espacio intermedio”, frente a la doble problemática de la territoriabilidad y de la sociabilidad. Así, las intervenciones durante el debate, deberán incidir particularmente en la vivienda colectiva en la contemporaneidad, fundamentalmente en los barrios, procurando identificar un conjunto de dispositivos espaciales y arquitectónicos y su manera de definirse y permitir la articulación con el entorno próximo a la casa o la conexión con el territorio, tomando como referencia las prácticas y formas de habitar aceptadas y reproducidas por un determinado grupo de actores sociales, y la respectiva relación con los usos y modos de apropiación en el cotidiano.

Porto, 29 de Março de 2011 Paula Petiz Coordinación General

Investigadora del Centro de Estudios de Arquitectura y Urbanismo de la Facultad de Arquitectura de la Universidad de Oporto (CEAU), grupo de investigación “Morfologías y Dinámicas del Territorio (MDT)”, y docente de la FAUP.

Traducción del portugués al español: Nuria Pahino Dasilva

FAUP - Paula Petiz, Propuesta para la realización de un Seminario: PortugalChile.2A

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Programa do Seminário Seminario PORTUGALCHILE.2A – Ciclo de Conferencias y Debates sobre la Arquitetura de los Programas de Vivienda Social recientes en Portugal y Chile. Chile, Junho de 2011

- Escuela de Arquitectura, Universidad Andrés Bello – Sede Viña del Mare. Coordenação: Mario Ferrada Aguillar (arquitecto) 15 de Junho, 10h00 -12h30. Zócalo del Centro de Extensión de Identidad y Patrimonio del Consejo Nacional de la Cultura y las Artes CNCA. Plaza Sotomayor nº233, Valparaíso.

- Facultad de Arquitectura, Diseño y Estudios Urbanos, Universidade Católica de Chile Coordenação: Sandra Iturriaga 16 de Junho, 13h30 – 16h00. Salón Sergio Larrain Garcia Moreno, Facultad de Arquitectura, Diseño y Estudios Urbanos, Universidade Católica de Chile, Avda. El Comendador 1916, Providencia, Santiago.

- Facultad de Arquitectura, Diseño y Arte, Universidad de Andrés Bello Coordenação: Jorge Christie 16 de Junho, 17h00 – 19h30. Facultad de Arquitectura, Diseño y Arte, Universidad de Andrés Bello, Fernandez Concha 700, Las Condes, Santiago.

- Facultad de Arquitectura, Arte y Diseño, Universidad Diego Portales Coordenação: Francisco Donoso Talle (arquiteto) 17 de Junho, 15h00 - 17h30. Auditorio Central, Facultad de Arquitectura, Arte y Diseño, Universidad Diego Portales, Av Republica 180, Santiago.

- Facultad de Arquitectura y Urbanismo, Universidad de Chile Coordenação: Viviana Fernandez Prajoux (arquiteta) 17 de Junho, 18h00-20h30 Facultad de Arquitectura y Urbanismo, Universidad de Chile, Portugal 84, Santiago

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Programa


Programa del Seminário Seminario PORTUGALCHILE.2A – Ciclo de Conferencias y Debates sobre la Arquitetura de los Programas de Vivienda Social recientes en Portugal y Chile. Chile, Junio 2011

- Escuela de Arquitectura, Universidad Andrés Bello – Sede Viña del Mare. Coordenación: Mario Ferrada Aguillar (arquitecto) 15 de Junio, 10h00 -12h30. Zócalo del Centro de Extensión de Identidad y Patrimonio del Consejo Nacional de la Cultura y las Artes CNCA. Plaza Sotomayor nº233, Valparaíso.

- Facultad de Arquitectura, Diseño y Estudios Urbanos, Universidade Católica de Chile Coordenación: Sandra Iturriaga (arquitecto) 16 de Junio, 13h30 – 16h00. Facultad de Arquitectura, Diseño y Estudios Urbanos, Universidade Católica de Chile, Avda. El Comendador 1916, Providencia, Santiago.

- Facultad de Arquitectura, Diseño y Arte, Universidad de Andrés Bello Coordenación: Jorge Christie (arquitecto) 16 de Junio, 17h00 – 19h30. Facultad de Arquitectura, Diseño y Arte, Universidad de Andrés Bello, Fernandez Concha 700, Las Condes, Santiago

- Facultad de Arquitectura, Arte y Diseño, Universidad Diego Portales Coordenación: Francisco Donoso Talle (arquitecto) 17 de Junio, 15h00 - 17h30. Facultad de Arquitectura, Arte y Diseño, Universidad Diego Portales, Av Republica 180, Santiago.

- Facultad de Arquitectura y Urbanismo, Universidad de Chile Coordenación: Viviana Fernandez Prajoux (arquitecto) 17 de Junio, 18h00-20h30. Facultad de Arquitectura y Urbanismo, Universidad de Chile, Portugal 84, Santiago.

Programa

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Nota Introdutória O Seminário “PORTUGALCHILE.2A – Ciclo de Conferências e Debates sobre a Arquitetura dos Programas de Habitação Social Recentes em Portugal e no Chile”, organizado pelo Centro de Estudos de Arquitetura e Urbanismo (CEAU), grupo de Investigação “Morfologias e Dinâmicas do Território (MDT)”, com a cooperação de várias universidades chilenas, decorreu no Chile, no mês de Junho de 2011. Esta iniciativa surge de uma vontade de confrontar experiências e programas de habitação de interesse social recentes, em Portugal e no Chile, tendo como referência constante as respectivas políticas habitacionais nos dois países. Propunha-se organizar as sessões com base num modelo que consistia na apresentação, por Paula Petiz, do caso português “PER – Programa Especial de Realojamento”, seguindo-se a apresentação de experiências chilenas, através de intervenções de professores selecionados em cada uma das universidades, a concluir com momentos de debate. A aplicação deste modelo acabou por sofrer algumas alterações, como consequência do momento que então se vivia no Chile: a luta estudantil por uma educação pública mais democrática e qualificada que levou, em muitos casos, à ocupação de várias instituições de ensino por parte dos estudantes. Contudo, este fato não condicionou o bom desenvolvimento da iniciativa, permitindo antes a diversificação nas diferentes sessões, criando-se a oportunidade para a participação de outros intervenientes, nomeadamente a de alguns arquitetos de instituições não-governamentais e a do Secretário de Estado do “Ministerio de Vivienda y Urbanismo” do Governo do Chile. Partindo de um enunciado que tinha como tema central a habitação de interesse social, pretendia-se confrontar alguns casos concretos de duas realidades distintas – Portugal e Chile – e com estas ilustrar diferenças e eventuais pontos de convergência no que respeita a tipologias, técnicas e materiais de construção, bem como as normativas aplicadas num e noutro país. Paralelamente pretendia-se conhecer e dar a conhecer a produção de habitação social, explorando temas associados à forma urbana, em torno das noções de “espaço aberto” e “espaço intermédio”. Pelo caráter consciente e ligeiramente indefinido deste enunciado, facilmente se entende que as questões debatidas nas sessões deste evento ultrapassam claramente a proposta lançada num primeiro momento pela Organização do Seminário, tendo aquela funcionado apenas como um ponto de partida para mais amplas discussões em torno da temática da habitação de interesse social. Os textos agora publicados refletem preocupações que vão desde as questões tipológicas e construtivas até ao espaço público na sua relação com o habitat, incluindo processos de regeneração urbana e de intervenção no património, muitos contando com a participação dos habitantes.

FAUP, 11 de Dezembro de 2012 Samuel Gonçalves Colaboração Estudante da FAUP em Intercâmbio na PUC Chile durante o ano lectivo 2010/2011

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FAUP - Samuel Gonçalves, Nota introdutória


Nota Introductoria El Seminario “ PORTUGALCHILE.2A - Ciclo de Conferencias y Debates fue organizado por el “Centro de Estudos de Arquitetura e Urbanismo” (Ceau), grupo de investigación “Morfologias e Dinâmicas do Território”, en colaboración con varias universidades chilenas y tuvo lugar en Chile durante el mes de junio de 2011. Esta iniciativa surge de la voluntad de confrontar las experiencias y los programas de vivienda social recientes en Portugal y Chile, teniendo como referencia constante las respectivas políticas de vivienda en estos dos países. Se propuso organizar sesiones basadas en un modelo que consistía en la presentación, por Paula Petiz, del caso portugués “PER - Programa Especial de Realojamento”, seguido de la presentación de las experiencias de Chile, a través de las intervenciones de profesores seleccionados en cada una de las universidades, y concluyendo con momentos de debate. La aplicación de este modelo sufrió algunos cambios como resultado del momento que entonces se vivía en Chile: la lucha estudiantil por una educación pública más democrática y cualificada que llevó, en muchos casos, a la ocupación de varias instituciones educativas por parte de los estudiantes. Sin embargo, este hecho no condicionó el buen desarrollo de la iniciativa. En verdad, permitió diversificar las distintas sesiones, conduciendo a la participación de otras partes interesadas, incluyendo arquitectos de instituciones no gubernamentales y el Secretario de Estado do “Ministerio de Vivienda y Urbanismo del Gobierno de Chile. Partiendo de una declaración que tenía como tema central la vivienda social, el objetivo era confrontar casos concretos de dos realidades distintas - Portugal y Chile - e ilustrar sus diferencias y posibles puntos de convergencia con respecto a tipologías, a técnicas y materiales constructivos e incluso a las normativas aplicadas en ambos países. Al mismo tiempo, la intención era conocer y dar a conocer la producción de vivienda social explorando temas relacionados con la forma urbana y alrededor de las nociones de “espacio libre” y el “espacio intermedio”. Por el carácter ligeramente indefinido de este enunciado, es fácil comprender que los temas tratados en el evento ultrapasan claramente la propuesta inicialmente lanzada por la organización. Esa propuesta funcionó solamente como un punto de partida para una discusión más amplia en torno del tema de la vivienda social. Los textos ahora publicados reflejan las preocupaciones que van desde cuestiones tipológicas y constructivas hasta el espacio público en su relación con el hábitat, incluyendo la regeneración urbana y la intervención en el patrimonio, muchas veces asociadas a la participación de los habitantes.

FAUP, 11 de Diciembre 2012 Samuel Gonçalves Colaboración Estudiante de la FAUP en Intercambio en la PUC durante el año académico 2010/2011

Traducción del portugués al español: Joana Fernandes Revisión: Nuria Pahino Dasilva

FAUP - Samuel Gonçalves, Nota introductoria

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Centro de Estudos de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto CEAU

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O Diretor O Centro de Estudos de Arquitetura e Urbanismo (CEAU) estabeleceu como objetivo próximo desenvolver uma política de internacionalização através, designadamente, do fomento da participação dos seus grupos de investigação e respetivos investigadores em redes de investigação internacionais, cuja ação se inscreva nas áreas disciplinares da arquitetura, da construção, da urbanística e afins. Por outro lado, a temática mais diretamente relacionada com as políticas e práticas direcionadas para a produção de habitação social sempre constituiu matéria de interesse e de reflexão por parte dos docentes da FAUP, facto amplamente demonstrado pela ação empenhada de muitos no âmbito do Processo SAAL (Serviço de Apoio Ambulatório Local), na década de setenta do século passado. Mais recentemente, são igualmente merecedoras de destaque as numerosas experiências de projeto desenvolvidas por estes docentes em distintos pontos do País, de que o projeto da Malagueira em Évora, da autoria do Arquitecto Álvaro Siza Vieira, constituirá, porventura, o exemplo mais amplamente divulgado. Não surpreende, portanto, que o interesse por esta temática se mantenha vivo no âmbito da atividade do CEAU, sendo inclusivé objeto de estudo em vários dos grupos de investigação que o integram, onde se encontram atualmente em desenvolvimento diversos projetos de pesquisa, contemplando perspetivas e abordagens distintas. É neste contexto que se enquadra o incentivo e apoio prestados à organização do Seminário “PORTUGALCHILE.2A - Ciclo de Conferências e Debates sobre a Arquitectura dos Programas de Habitação Social recentes em Portugal e Chile”, que teve lugar em Santiago e Valparaíso, no Chile, e que contou com a valiosa colaboração de prestigiadas escolas de Arquitetura do Chile, designadamente, “Facultad de Arquitectura, Diseño y Estudios Urbanos de la Pontifícia Universidad Católica de Chile”, “Facultad de Arquitectura y Urbanismo de la Universidad de Chile”, “Escuela de Arquitectura de la Universidad Nacional Andrés Bello de Chile – Santiago”, e “Escuela de Arquitectura de la Universidad Nacional Andrés Bello de Chile - Sede Viña del Mar” e “Facultad de Arquitectura, Arte y Diseño, de la Universidad Diego Portales”. Das apresentações e discussões realizadas no âmbito do Seminário “PORTUGALCHILE.2A - Ciclo de Conferências e Debates sobre a Arquitetura de Programas de Habitação Social recentes em Portugal e Chile” dão testemunho as atas que corporizam esta publicação e que se acredita possam constituir um contributo valioso para todos os investigadores que se debruçam sobre tão importante quanto atual tema.

FAUP, 5 de Novembro de 2012 Professor Doutor Rui Fernandes Póvoas Diretor do Centro de Estudos de Arquitectura e Urbanismo

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CEAU - Rui Fernandes Póvoas, O Diretor


O Diretor El Centro de Estudios de Arquitectura y Urbanismo (CEAU) estableció como objetivo próximo el de desarrollar una política de internacionalización, especialmente, a través del fomento de la participación de sus grupos de investigación y sus respetivos investigadores en redes de pesquisa internacionales, cuya acción se encuadre en las disciplinas de arquitectura, construcción, urbanismo y otras relacionadas. Por otra parte, la temática más directamente relacionada con las políticas y prácticas dirigidas a la producción de vivienda social, siempre ha sido materia de interés y de reflexión para los docentes de la FAUP, demostrado por muchos de ellos con su comprometida participación en el proceso de SAAL (Serviço Ambulatório de Apoio Local = Servicio de Apoyo Local Móvil), en la década de los setenta del siglo pasado. Recientemente, son asimismo meritorias de destaque las numerosas experiencias de proyecto desarrolladas por esos docentes en distintos puntos del país, de las cuales el proyecto de la Malagueira en Évora, del Arquitecto Álvaro Siza Vieira, constituye, posiblemente, el ejemplo más ampliamente divulgado. En cambio, no es de extrañar que el Interés por esta temática se mantenga vivo en el ámbito de la actividad del CEAU, siendo incluso objeto de estudio en varios de los grupos de investigación que lo integran, donde se encuentran actualmente en desarrollo diversos proyectos de investigación, contemplando perspectivas y enfoques distintos. En este contexto se encuadran el incentivo y el respaldo prestados a la organización del Seminario “PORTUGALCHILE.2A - Ciclo de Conferencias y Debates sobre la Arquitectura de los Programas de Vivienda Social recientes en Portugal y Chile”, que tuvo lugar en Santiago y Valparaíso, en Chile, y que contó con la valiosa colaboración de prestigiosas escuelas de Arquitectura de Chile, concretamente, la Facultad de Arquitectura y Urbanismo de la Universidad de Chile, la Facultad de Arquitectura, Diseño y Estudios Urbanos de la Pontificia Universidad Católica de Chile, la Escuela de Arquitectura de la Universidad Nacional Andrés Bello de Chile – Santiago, la Escuela de Arquitectura la Universidad Nacional Andrés Bello de Chile - Sede Viña del Mar, y la Facultad de Arquitectura, Arte y Diseño, Universidad Diego Portales. Las actas que contiene esta publicación atestiguan las presentaciones y discusiones realizadas en el ámbito del Seminario “PORTUGALCHILE.2A - Ciclo de Conferencias y Debates sobre la Arquitectura de los Programas de Vivienda Social recientes en Portugal y Chile” y que pueden constituir una valiosa contribución para todos los investigadores que estudian esta temática de tanta importancia y tan de actualidad.

FAUP, 5 de Noviembre 2012 Profesor Rui Fernandes Póvoas Director del Centro de Estudios de Arquitectura y Urbanismo

Traducción del portugués al español: Joana Fernandes Revisión: Nuria Pahino Dasilva

CEAU - Rui Fernandes Póvoas, El Director

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O grupo de investigação “Morfologias e Dinâmicas do Território” do “Centro de Estudos de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto” congratulase pela sua participação na organização do Seminário “PORTUGALCHILE.2A – Debate sobre la arquitetura de los programas de vivenda social recientes en Portugal y Chile”, que reuniu especialistas da nossa Escola e de diversas Universidades Chilenas e agradece o empenho da arquiteta Paula Petiz, que foi determinante para o sucesso deste evento. Este encontro pretendeu proporcionar uma reflexão conjunta sobre a cidade contemporânea e o papel que a habitação desempenha na sua organização morfológica e funcional, tendo em especial atenção a produção de habitação social. Refletir sobre este tema implica, também, abordar as questões relacionadas com o território, a sua apropriação cívica e consequentes formas de sociabilização, bem como repensar o papel do espaço público como elemento estruturador da imagem da cidade, e como fator de articulação entre a cidade e a residência. Os resultados deste encontro abarcaram um vasto leque de assuntos que abrangem as questões tipológicas, o desenho do espaço público, a participação da população, os problemas de regeneração urbana e da valorização do património, etc. A comparação e confronto entre as políticas urbanísticas e de realojamento avaliadas revestese do maior interesse científico e certamente que contribuirá para um maior enriquecimento das práticas e experiências disciplinares em curso nos dois países.

FAUP, 15 de Novembro de 2012 Professor Doutor Manuel Fernandes de Sá Coordenador do Grupo de Investigação “Morfologias e Dinâmicas do Território” (MDT) - CEAU

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CEAU - Manuel Fernandes de Sá, O Coordenador do Grupo de Investigação “Morfologias e Dinâmicas do Território” (MDT)


O Coordenador El grupo de investigación de Morfologías y Dinámicas del Territorio, del “Centro de Estudios de Arquitectura y Urbanismo de la Facultad de Arquitectura de la Universidad de Oporto”, celebra su participación en la organización del Seminario “PORTUGALCHILE.2A - Ciclo de Conferencias y Debates sobre la Arquitectura de los recientes Programas de Vivienda Social en Portugal y Chile” Debate sobre la arquitectura de los programas de vivienda social recientes en Portugal y Chile”, que congregó a expertos de nuestra escuela y a varias universidades chilenas y que agradece el compromiso de la arquitecta Paula Petiz, crucial para el éxito de ese evento. El objetivo de este encuentro se trataba de una reflexión conjunta sobre la ciudad contemporánea y el papel que tiene la vivienda en su organización morfológica y funcional, prestando especial atención a la producción de vivienda social. Reflexionar sobre este tema significa abordar también las cuestiones relacionadas con el territorio, su propiedad cívica y sus formas de socialización, así como repensar el papel del espacio público como un elemento de estructuración de la imagen de la ciudad, y como factor de articulación entre la ciudad y la vivienda. Los resultados de esta reunión abarcaron un amplio abanico de temas que incluyen cuestiones tipológicas, el diseño del espacio público, la participación ciudadana, los problemas de la regeneración urbana y de la valorización del patrimonio, etc. La comparación y la confrontación entre las políticas urbanas y de realojamiento evaluadas, contienen un elevado interés científico y, sin duda, contribuirán a un mayor enriquecimiento de las prácticas disciplinarias y de las experiencias en curso en ambos países.

FAUP, 15 de Noviembre 2012 Profesor Manuel Fernandes de Sá Coordinador del Grupo de Investigación “Morfologías y Dinámicas del Territorio” (MDT) – CEAU

Traducción del portugués al español: Joana Fernandes Revisión: Nuria Pahino Dasilva

CEAU - Manuel Fernandes de Sá, El Coordinador del Grupo de Investigación Morfologías y Dinámicas del Territorio (MDT)

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Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto FAUP

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A Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (FAUP) possui, no historial das práticas e experiências arquitetónicas que muitos dos seus docentes desenvolveram ao longo de anos, uma permanente atenção às problemáticas da conceção e produção de habitação, com particular ênfase aos programas de natureza social. A continuidade da importância da temática, por emergência de novas necessidades, pela renovação do parque habitacional existente, pelas transformações demográficas e sociais que se repercutem na formulação programática de novas políticas e concetualização das arquiteturas que lhes devem dar tradução, tem merecido na FAUP uma renovada atenção que se tem traduzido em investigações que se encontram em curso e que já produziram resultados. O Centro de Estudos de Arquitetura e Urbanismo (CEAU), estrutura que integra variados projetos de investigação desenvolvidos por equipas distintas, acolhe um conjunto de investigadores que se têm dedicado a programas específicos das políticas de promoção de habitação social ou de custos controlados que, no seu conjunto, vão contribuindo para a progressiva conformação de um “Atlas da Casa”, nome que simultaneamente referencia uma ambição e denomina uma investigação alargada. Assim, na continuidade de conhecimentos e larga experiência desenvolvida por muitos dos docentes que ao longo de anos foram refletindo, projetando e realizando conjuntos de habitações, consubstanciando um vasto património de natureza Disciplinar, desenvolve-se na FAUP um novo e diferente patamar de reflexão sobre esta pertinente temática, assente na produção de saber sistematizado, de natureza científica, cuja utilidade se deseja alargada e reconhecível.

O Diretor

Por isso se compreende que uma das primeiras linhas do Curso de Doutoramento em Arquitetura que está em funcionamento se auto-referencie como dedicada, em sentido lato, às questões da Habitação e dos seus Programas e Arquiteturas, otimizando as capacidades e contributos para uma investigação que está longe de se poder considerar fechada. Assim, importa realçar a importância desta publicação que disponibiliza para um público mais alargado o conjunto de conhecimentos, experiências e reflexões produzidas nos encontros e conferências que integraram o Ciclo “PORTUGAL.CHILE.2A”, cujas dissemelhanças e convergências certamente contribuirão para uma perspectiva mais vasta das questões que, cada vez mais, são comuns e transversais a sociedades distintas. O que se realizou e o que se possa vir a fazer, só foi e será possível porque há instituições e pessoas que se dedicam a estes desafios estabelecendo pontes e partilha de objetivos e de esforços. Por isso merecem referência e o nosso reconhecimento as escolas de Arquitetura Chilenas e os seus docentes, investigadores e alunos que, connosco, se associaram e participaram nesta experiência. E certamente será de esperar que a disponibilidade e interesse que tornaram tal Ciclo possível se não tenha esgotado, propiciando no futuro próximo novas oportunidades para o encontro e reflexão conjunta, cruzando olhares e experiências que, na sua diversidade, poderão ser referentes para a contínua reconstrução do nosso conhecimento e das nossas capacidades, como Arquitetos, de contribuir para a construção de um território mais equilibrado e adequado, como casa comum do Homem, quaisquer que sejam as latitudes e longitudes dos lugares.

FAUP, 12 de Dezembro de 2012 Professor Doutor Carlos Guimarães Diretor da FAUP

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FAUP - Carlos Guimarães, O Diretor


La “Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto” (FAUP) tiene, en su historia prácticas de estudios de arquitectura y experiencias que muchos de sus profesores han desarrollado a lo largo de los años, una atención permanente a los problemas de diseño y producción de la vivienda, con especial énfasis en los programas de carácter social. La continuada importancia del tema, por la aparición de nuevas necesidades, por la renovación del número de viviendas existente, por los cambios demográficos y sociales que se reflejan en la formulación programática de nuevas políticas y conceptualización de las arquitecturas que les debe dar Traducción del portugues, ha recibido renovada atención en FAUP, a través de investigaciones que están en curso y que ya produjeron resultados. El “Centro de Estudos de Arquitetura e Urbanismo” (CEAU), estructura que integra varios proyectos de investigación desarrollados por distintos equipos, alberga un conjunto de investigadores que se han dedicado a los programas específicos de las políticas de promoción de vivienda social o de costos controlados que, en su conjunto, están dando su contribución para la progresiva conformación de un “Atlas da Casa”, nombre que hace referencia a una ambición y, al mismo tiempo, a una investigación extensa. Por lo tanto, en la continuidad de la experiencia y conocimiento extenso desarrollado por muchos académicos que durante años han estado reflexionando, proyectando y realizando conjuntos de viviendas, consolidando un grande patrimonio disciplinar, la FAUP desarrolla un nuevo y distinto nivel de la reflexión sobre este tema pertinente, basado en la producción de conocimientos sistematizados, de naturaleza científica, cuya utilidad si desea amplia y reconocible.

El Diretor

Por lo mismo se entiende que una de las primeras líneas de la carrera de doctorado en Arquitectura que está en funcionamiento se dedique, en sentido amplio, a los problemas de la vivienda y de sus programas y arquitecturas, optimizando las capacidades y contribuciones para una investigación que está lejos de ser considerada cerrada. Es de considerar la importancia de esta publicación, que ofrece a un público más amplio un conjunto de conocimientos, experiencias y reflexiones producidas en reuniones y conferencias que integraron el Ciclo “PORTUGAL.CHILE.2A”, cuyas diferencias y similitudes contribuyen ciertamente para una comprensión más amplia de las cuestiones que, cada vez más, son comunes y transversales a distintas sociedades. Lo que se realizó solamente fue posible porque existen instituciones y personas que se dedican a estos desafíos, estableciendo puentes y partilla de objetivos y de esfuerzos. Por lo mismo, merecen nuestro reconocimiento y referencia las escuelas de Arquitectura Chilena y sus profesores, investigadores y estudiantes, que se unieron con nosotros y participaron en esta experiencia. Y ciertamente será de esperar que la disponibilidad y el interés que hizo posible ese evento no se haya agotado, proporcionando nuevas oportunidades en un futuro próximo para el encuentro e para la reflexión conjunta, cruzando miradas y experiencias que, en su diversidad, puedan ser referentes para la continuada reconstrucción de nuestro conocimiento y de nuestras capacidades, como Arquitectos, para contribuir para la construcción de un territorio más equilibrado, como casa común del hombre, independientemente de las latitudes y longitudes de los lugares.

FAUP, 12 de Diciembre 2012 Profesor Carlos Guimarães Director de la FAUP

Traducción del portugués al español: Joana Fernandes Revisión: Nuria Pahino Dasilva

FAUP - Carlos Guimarães, El Diretor

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Da produção do PER - Programa Especial de Realojamento, Portugal. Casa / Bairro / Cidade: espaços intermédios 1. 1. A elaboração deste artigo tem por base a comunicação que foi apesentada nas diferentes sessões do Seminário “PORTUGALCHILE.2A – Ciclo de Conferencias y Debates sobre la Arquitectura de los Programas de Vivienda Social recientes en Portugal y Chile” = “PORTUGALCHILE.2A – Ciclo de Conferências e Debates sobre a Arquitetura dos Programas de Habitação Social Recentes em Portugal e no Chile”. O Seminário realizou-se no Chile, em Junho de 2011, em Santiago e Valparaíso, em diferentes Faculdades de Arquitetura chilenas que aceitaram fazer parceria e acolher o evento. 2. O trabalho de investigação em curso - “Da Produção da habitação para realojamento ao abrigo do Programa Especial de Realojamento (PER) na Área Metropolitana do Porto (Grande Porto, 1993/2007)”- tem como campo de estudo principal o “espaço aberto” no território urbano, dando-se particular relevo à noção de “espaço “intermédio” associada à temática do habitat coletivo na contemporaneidade. O trabalho tem lugar no Centro de Estudos de Arquitetura e Urbanismo (CEAU) da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, grupo de investigação Morfologias e Dinâmicas do Território (MDT). Desenvolve-se no âmbito do Programa de Doutoramento em Arquitetura (PDA), da FAUP”, sob a orientação do Professor Doutor Carlos Guimarães, arquiteto, da FAUP, e da Professora Doutora Roselyne de Villanova, socióloga e investigadora de “AUS-LAVUE, Unidade mista de investigação CNRS - Université de Paris, Paris Oeste-Nanterre”. 3. Programa criado com o D.L. nº 163/93, de 7 de Maio. 4. “SAAL- Serviço de Apoio Ambulatório Local”. O Programa, extinto precocemente, apesar do número escasso de operações realizadas continua sendo uma referência.

Paula Petiz

Arquitecta licenciada pela Faculdade de Arquitetura da Universidade (FAUP), Portugal, desde 1987. Trabalhou em regime de colaboração no escritório do arquiteto Manuel Correia Fernandes e posteriormente exerce a profissão em regime autónomo até 2008. Desde 1999, é docente da FAUP e, a partir de 2006, investigadora do Centro de Estudos de Arquitetura e Urbanismo da FAUP, grupo de investigação “Morfologias e Dinâmicas do Território”. Atualmente, desenvolve investigação, conducente a tese de doutoramento, sobre a produção da habitação realizada ao abrigo do “Programa Especial de Realojamento (PER) – na Área Metropolitana do Porto (1993/2007)”. Este artigo é desenvolvido a partir da apresentação do Programa Especial de Realojamento (PER) criado em Portugal no ano de 1993, dando-se particular relevo à sua implementação na Área Metropolitana do Porto2. Debruçamo-nos sobre a produção da Habitação de Custos Controlados, de Promoção Municipal, realizada para arrendamento em regime de Renda Apoiada. Neste contexto, tomamos como referência a “ilha” - tipo de habitat de proveniência de grande maioria de famílias realojadas ao abrigo do Programa - para nos aproximarmos, posteriormente, de alguns casos de estudo, com base na noção de “espaço intermédio”. 1. O Programa Especial de Realojamento - PER 1.1 Enquadramento e objetivos 1.2 Percurso(s): programa(s) e estratégia(s) 2. O PER na Área Metropolitana do Porto: Grande Porto 2.1 Grande Porto: 9 municípios / 9 percursos 2.1 As “ilhas” do Porto como referência 3. O PER no Grande Porto: casos de estudo 3.1 Maia e Matosinhos: 2 municípios e algumas intervenções 3.2 Casa/Bairro/Cidade: espaços intermédios Palavras-chave: PER, Habitação de Custos Controlados, realojamento, casa, bairro, cidade, espaço intermédio, “entre-dois”.

1. O Programa Especial de Realojamento 1.1 Enquadramento e objetivos Em 1993 o Estado português lança o Programa Especial de Realojamento3, denominado PER, no sentido de resolver estados de carência e insalubridade habitacional. Depois do SAAL4, Programa criado em Portugal depois da Revolução do 25 de Abril de 1974, o PER é a primeira grande medida no que respeita à implementação de Programas de Habitação de Custos Controlados, tendo como objetivo resolver este tipo de problemas, que ainda persistem em se manter no País. Para compreender o aparecimento do PER, será necessário ter presentes as questões ligadas ao desenvolvimento urbano e demográfico que tiveram lugar na década de 60 e que estiveram também na origem do SAAL. (Quadro 1) Através da implementação do Programa Especial de Realojamento, pretendia-se chegar

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Quadro 1

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FAUP - Paula Petiz, Da produção do PER - Programa Especial de Realojamento, Portugal. Casa / Bairro / Cidade: espaços intermédios


La producción del Programa Especial de Realojamiento, Portugal Vivienda / Barrio / Ciudad: espacios intermedios1. Paula Petiz

Paula Petiz es licenciada en arquitectura por la Facultad de Arquitectura de la Universidad de Oporto (FAUP), Portugal, desde 1987. Trabajó como colaboradora en el estudio del arquitecto Manuel Correia Fernandes y posteriormente comenzó a ejercer la profesión como autónoma hasta el año 2008. Paula Petiz es docente de la FAUP desde 1999 y a partir de 2006 comienza a trabajar como investigadora del Centro de Estudios de Arquitectura y Urbanismo de la FAUP, grupo de investigación “Morfologías y Dinámicas del Territorio”. Actualmente, se dedica a la investigación y conduce la tesis de doctorado sobre la producción de la vivienda realizada al abrigo del Programa Especial de Realojamiento (PER) – en el Área Metropolitana de Oporto (1993/2007). Este artículo se desarrolla a partir de la presentación del Programa Especial de Realojamiento, creado en Portugal en el año 1993, dándose particular relevo a su implantación en el Área Metropolitana de Oporto2 . Hacemos hincapié en la vivienda de bajo coste, construida a través de Promoción Municipal, para alquiler en régimen de Renta Apoyada. En este mismo contexto, retomamos la “ilha” como referencia, siendo el tipo de hábitat de proveniencia de la gran mayoría de familias realojadas en el cuadro del Programa, para abordar después algunos casos de estudio, en una aproximación que toma como base el concepto de “espacio intermedio”. 1. El Programa Especial de Realojamiento - PER, en Portugal 1.1. Marco y objetivos 1.2. Trayectoria(s): programa(s) y estrategia(s) 2. El PER en la Área Metropolitana de Oporto (Gran Oporto) 2.1. El Gran Oporto: 9 municipios / 9 trayectorias 2.2. Las “ilhas” de Oporto como referencia 3. El PER en Gran Oporto – algunos casos de estudio 3.1. Matosinhos y Maia: 2 municipios, algunos exemplos de intervención 3.2. Vivienda / Barrio / Ciudad: espacios intermedios Palabras clave: PER, Programa Especial de Realojamiento, Vivienda de Bajo Coste, barrio, ciudad, espacio intermedio, espacio “entre-dos”.

1. La elaboración de este artículo toma como base la comunicación presentada en las diferentes sesiones del seminario “PORTUGALCHILE.2A - Ciclo de Conferencias y Debates sobre la Arquitectura de los Programas de Vivienda Social recientes en Portugal y Chile”. El seminario tuvo lugar en Chile, en Junio de 2011, en Santiago y Valparaíso, en las diferentes Facultades de Arquitectura chilenas que se sumaron para participar y acoger el evento. 2. El trabajo de investigación que se desarrolla sobre la “Producción de la Vivienda para realojamiento en el ámbito del PER en el Área Metropolitana de Oporto (1993/2007)”, toma como campo de estudio principal el «espacio abierto », dándose una particular relevancia a la noción de “espacio “intermedio”, asociada a la temática del hábitat colectivo en la ciudad contemporánea. El trabajo de investigación tiene lugar en el Centro de Estudios de Arquitectura y Urbanismo de la Facultad de Arquitectura de la Universidad de Porto (CEAU), Grupo de investigación “Morfologías y Dinámicas del Territorio” (MDT). Se desarrolla en el marco del Programa de Doctorado en Arquitectura - FAUP (PDA ), bajo la orientación del Profesor Carlos Guimarães, arquitecto, de la FAUP; y de la profesora Roselyne de Villanova, socióloga e investigadora de la AUS-LAVUE, Unidad mixta de investigación CNRS - Universidad de Paris, Paris Oeste-Nanterre”. 3. Decreto-Ley nº163/93, del 7 de Mayo.

1. El Programa Especial de realojamento – PER 1.1 Marco y Objetivos En 1993 el Estado portugués crea el Programa Especial de Realojamiento3, denominado PER, con el fin de resolver estados de carencia e insalubridad habitacional. Después del SAAL4, el programa creado tras la revolución del 25 de Abril de 1974, el PER es la primera gran medida

4. SAAL- Serviço de Apoio Ambulatório Local (Servicio de Apoyo Local Móvil) , Programa de vivienda social creado en Portugal, en 1974, tras la revolución del 25 de Abril de 1974 y que, a pesar de las pocas centenas de nuevos alojamientos realizados, continúa siendo una referencia.

tomada en cuanto a programas habitacionales. Para entender la aparición del Programa, será necesario tener presentes los problemas de desarrollo urbano y demográfico de los años 60, que fueron también origen del SAAL. (Quadro 1)

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Quadro 1

FAUP - Paula Petiz, La producción del Programa Especial de Realojamiento, Portugal Vivienda / Barrio / Ciudad: espacios intermedios

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5. Equivalente ao termo “chabolas”: «habitações com escassas dimensões, de construção pobre, que surgem apenas em zonas suburbanas». Conforme Diccionario de la Lengua Española, Real Academia Española (RAE).

à erradicação total das “barracas”5 que existiam nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto6, as duas zonas do País

6. «Segundo os dados apresentados no Livro Branco sobre a Política da Habitação em Portugal, em 1993, nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto e em algumas outras cidades, somam-se carências que estavam estimadas em 500 000 fogos.», MATOS, Fátima, “Algumas reflexões sobre o PER no Grande Porto”, in “Actas do V Congresso da Geografia Portuguesa - Portugal: Territórios e Protagonistas”, APG, 2006. Ficheiro pdf [http://www.apgeo.pt/files/docs/ CD_V_Congresso_APG/web/_pdf/D11_15Out_F%E1tima%20Matos.pdf] consultado em Novembro de 2011, p.2.

consideradas como as mais afetadas por este problema. Não

7. «Enquanto na Área Metropolitana de Lisboa a questão andava fundamentalmente ligada com o “mundo desordenado das barracas”, no caso portuense a habitação social assume-se como problema cada vez mais premente, fazendo-a associar a guetos de degradação urbana e social». GUERRA, Paula; “O bairro do Cerco do Porto: cenário de pertenças, de afetividades e de simbologias” in Sociologia - Revista da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, nº12, pp.65-114. Porto: FLUP, 2002, p.66. Ficheiro pdf [http://ler.letras.up.pt/ uploads/ficheiros/1491.pdf] consultado em Novembro de 2008.

presença da habitação insalubre, com origem no século

8. A “ilha” (termo sem tradução equivalente) - “ilhas” do Porto – é um tipo de habitação operária, que aparece na segunda metade do século XIX na cidade do Porto, com caraterísticas diferentes das que conhecemos de outras cidades industriais. A sua construção intensifica-se no século XX, a fim de realojar o maior número de famílias nas partes traseiras dos edifícios de habitação burguesa. A “ilha“, que comunicava com a rua pública quase sempre através de uma única porta, é constituída por um conjunto de células, raramente ultrapassando os 16m2, que eram construídas informalmente ao longo de um corredor, em lotes muito estreitos (muitas vezes com 6m de largura e uma profundidade que podia chegar aos 100m). Há quem defenda que as “ilhas” existiam já na primeira metade do século XIX, ainda que só na segunda metade do século é que se vêm a constituir como tal. «De acordo com o primeiro Recenseamento Geral da População, em 1864 o Porto tinha 86.761 habitantes. Tudo indica que a dinâmica anterior a esta data fosse já de crescimento e também assim se compreende que em 1890 o registo fosse já de 138.860. A intensidade do crescimento demográfico do Porto chega a ser, em finais do século XIX, superior à de Lisboa, sendo o período chave do crescimento populacional portuense os 12 anos que medeiam entre 1878 e 1890: anos em que, segundo os cálculos de Manuel C. Teixeira, chegam à cidade 24000 novos emigrantes. Em 1911 a cidade já alargara os seus limites e habitavam nela 194.009 pessoas», PEREIRA, Virgílio, “Uma imensa espera de concretizações... Ilhas, bairros e classes laboriosas brevemente perspetivados a partir da cidade do Porto”, in Sociologia - Revista da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, vol. XIII, pp.139-142. Porto: Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP), 2003, p.140. Ficheiro pdf [http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/artigo8461. pdf] consultado em Julho de 2008. 9. Em território nacional, muitos outros casos de habitação insalubre acabaram por ser integrados no PER, além do que estava previsto inicialmente, no Decreto-Lei nº163 / 93, de 7 de Maio, que limitava a intervenção às Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto. 10. Estava prevista «a construção ou aquisição de 48.416 fogos para arrendamento controlado (número que corresponde às famílias recenceadas pelos municípios das Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto», in MATOS, Fátima, “Algumas reflexões sobre o PER no Grande Porto”, in “Actas do V Congresso de Geografia Portuguesa - Portugal: Territórios e Protagonistas”, APG, 2006. Ficheiro pdf [http://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/64352/2/FLMatosReflexoesPER000171235.pdf] consultado em Janeiro de 2011, p.2.

obstante, veio a verificar-se posteriormente que a carência e a insalubridade habitacional identificadas na Área Metropolitana de Lisboa (AML) andavam associadas ao «mundo desordenado das barracas»7. Na Área Metropolitana do Porto (AMP) a XIX e sobretudo na cidade do Porto, associa-se à existência das “ilhas”8: “guetos no tecido urbano consolidado” (Quadro 2). Estas, mais conhecidas por “ilhas do Porto” - um «velho problema da cidade» - desde a segunda metade do século XIX, mantêm-se presentes no espaço urbano do Porto, aparecendo posteriormente em vários dos concelhos da Área Metropolitana do Porto, acabam por ser integradas no Programa Especial de Realojamento9. (Quadro 3) De acordo com o previsto no Decreto-Lei nº163/93, de 7 de Maio, foi necessário proceder a um levantamento das situações de alojamento precário e insalubre em cada um dos concelhos das duas Áreas Metropolitanas, identificando os casos mais problemáticos. Mediante a gravidade dos mesmos, os Municípios estariam em condições de aderir ao Programa Especial de Realojamento (PER), através da assinatura de “Contratos de Adesão”10 com o Governo Central, no sentido de assumir compromissos quanto ao número de habitações a construir Habitação a Custos Controlados (HCC)11 - e vir a beneficiar de financiamentos com essa finalidade. fim. Também, conforme as diretrizes do Programa, havia que garantir a demolição de todo o alojamento insalubre, constante dos levantamentos, de que eram provenientes as famílias a realojar. De igual modo, as novas habitações a realizar ao abrigo do PER teriam de vir a localizar-se na freguesia da morada de origem das famílias a realojar.

11. De acordo com o legislado, também podiam aderir ao Programa as Instituições de Solidariedade Social.

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Quadro 2

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FAUP - Paula Petiz, Da produção do PER - Programa Especial de Realojamento, Portugal. Casa / Bairro / Cidade: espaços intermédios


Con el PER, promovido por el Gobierno Central, un objetivo estaba bien definido: la erradicación total de “barracas”5 en las zonas más afectadas del País, es decir, las Áreas Metropolitanas de Lisboa y Oporto6. No obstante, se verificó que, al igual que en el periodo del SAAL, en el Área Metropolitana de Lisboa (AML) la cuestión estaba asociada al llamado «mundo desordenado de las barracas»7. En el Área Metropolitana de Oporto la presencia de la vivienda insalubre se mantenía, desde el siglo XIX, asociada a la ciudad de Oporto y a la permanencia de las “ilhas” 8

- guetos en el tejido urbano consolidado.(Quadro 2) Éstas, más

conocidas como las "ilhas” de Oporto, fueron permaneciendo como un «viejo problema de la ciudad» que, desde la segunda mitad del siglo XIX, se fue manteniendo sin llegar a resolverlo. Las “ilhas” acabaron por ser integradas en el Programa Especial de Realojamiento9. (Quadro 3) De acuerdo con lo previsto en el Decreto-Ley nº163/93, del 7 de Mayo, surgió la necesidad de analizar las situaciones de alojamiento precario en las dos Áreas Metropolitanas con la identificación de casos relevantes, justificándose así la realización de “Contratos de Adhesión”10 entre el Gobierno Central y los Municipios más afectados recibiendo, estos últimos, financiamiento para la realización de vivienda de bajo coste (Habitação a custos controlados - HCC)11. También de acuerdo con las directrices del Programa, había que garantizar la demolición de las construcciones degradadas de las cuales provenían las familias pendientes de realojar, sin dejar de mantener localizadas las nuevas viviendas pendientes de construir en las parroquias de las cuales provenían.

5. Equivalente al término “chabolas”: Viviendas de escasas proporciones y pobre construcción, que suelen edificarse en zonas suburbanas. Diccionario de la Lengua Española, Real Academia Española (RAE). 6. «Según los datos presentados en el Libro Blanco sobre la Política de Vivienda en Portugal, en 1993, en las áreas metropolitanas de Lisboa y Oporto y en algunas otras ciudades, se calculan carencias estimadas en 500 000 viviendas», MATOS, Fátima; Algumas reflexões sobre o PER no Grande Porto, in Actas do V Congresso da Geografia Portuguesa - Portugal: Territórios e Protagonistas, APG, 2006. Ficheiro pdf [http://www.apgeo.pt/files/docs/ CD_V_Congresso_APG/web/_pdf/D11_15Out_F%E1tima%20Matos.pdf] consultado en Diciembre de 2011. 7. «Mientras en el Área Metropolitana de Lisboa la cuestión se relacionaba más con el “mundo desordenado de las barracas”, en el caso portuense la vivienda social se asume como un problema cada vez más prioritario, asociándola a guetos de degradación urbana y social». GUERRA, Paula; Oporto, Departamento de Sociología de la Facultad de Letras de la Universidad de Oporto. Consultado en http://ler.letras.up.pt, en Noviembre 2008. p.2 8. Las “ilhas”, término sin Traducción del portugues equivalente - "ilhas" de Oporto - son un tipo de vivienda obrera, que aparece en la segunda mitad del siglo XIX en la ciudad de Oporto, con características diferentes a lo que conocemos de otras ciudades industriales. Su construcción se intensifica en el siglo XX, con el fin de realojar al mayor número de familias en las partes traseras de los edificios de vivienda burguesa. La "ilha“, comunicada a la vía pública por una única puerta, está constituida por un conjunto de células (raramente sobrepasando los 16m2) que eran construidas informalmente a lo largo de un pasillo, en bloques muy estrechos (muchas veces, con 6m de acho e una profundidad que podía llegar a los 100m). Hay quien defiende que las “ilhas” existían ya en la primera mitad del siglo XIX, aunque resaltando que el periodo correspondiente a su constitución como tal, es en la segunda mitad del siglo (según varios autores).«De acuerdo con el primer Empadronamiento General de la Población, en 1864, Oporto tenía 86 761 habitantes. Todo indica que la dinámica anterior a esta fecha fuese ya de crecimiento, y también es así como comprendemos que en 1890 el registro fuese ya de 138.860. La intensidad del crecimiento demográfico de Oporto llega a ser, a finales del siglo XIX, superior a la de Lisboa, siendo el periodo clave del crecimiento poblacional portuense durante los 12 años que transcurren entre 1878 y 1890: años en que, según los cálculos de Manuel C. Teixeira, llegan a la ciudad 24000 nuevos emigrantes. En 1911 la ciudad ya había alargado sus límites y vivían en ella 194.009 personas.», in PEREIRA, Vírgílio; "Uma imensa espera de concretizações... Ilhas, bairros e classes laboriosas brevemente perspectivados a partir da cidade do Porto”, Sociologia - Revista de la “Faculade de Letras da Universidade do Porto”, vol. XIII, PP.139142. Porto: FLUP, 2003. Ficheiro pdf [http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/ artigo8461.pdf] consultado en Julio 2008. p.140. 9. Otros muchos casos de vivienda insalubre en territorio nacional acabaron integrándose en el PER, además de los casos circunscritos a través del Decreto-Ley nº163/93, del 7 de Mayo de 1993, relativamente a las Áreas Metropolitanas de Lisboa y Oporto. 10. Estaba prevista «la construcción o adquisición de 48.416 viviendas de bajo coste (número que corresponde a las familias empadronadas por los Municipios de las Áreas Metropolitanas de Lisboa y Oporto», MATOS, Fátima; “Algumas reflexões sobre o PER no Grande Porto”, in Actas do V Congresso da Geografia Portuguesa - Portugal: Territórios e Protagonistas, APG, 2006. Ficheiro pdf [http://www.apgeo.pt/files/docs/CD_V_Congresso_APG/web/_pdf/ D11_15Out_F%E1tima%20Matos.pdf] consultado en Enero 2011, p.2. 11. También podrán adherirse al Programa las Instituciones de Solidaridad Social (D.L. nº163/93, del 7 de Mayo).

Quadro 3

FAUP - Paula Petiz, La producción del Programa Especial de Realojamiento, Portugal Vivienda / Barrio / Ciudad: espacios intermedios

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12. Havia que respeitar os preços estipulados pelo INH – Instituto Nacional de Habitação, criado em 1981, entidade responsável pela homologação dos projectos, fazendo respeitar as Recomendações Técnicas para Habitação Social (RTHS). Assim, os valores de referência para custo de construção de Habitação de Custos Controlados (HCC), entre 1999 e 2010, são de 260€ / m2 e 500€ / m2, respetivamente. Em relação ao limite de Área Bruta de construção (m2 / áreas mínimas) os limites variam consoante a tipologia de habitação respetiva e, de acordo com o estipulado no Decreto-Lei nº 580 / 83: 52m2 para o T1; 72m2 para o T2; 100m2 para o T3; 105m2 para o T4. 13. O D.L nº163/93, de 7 de Maio, é revogado e substituído pelo D.L. nº 271/2003, de 28 de Outubro, e as diretizes apontadas por este último acabaram por determinar que em 2008 se viesse a substituir o nome “INH - Instituto Nacional da Habitação” por “IHRU - Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana”. 14. «O PER definiu com rigor o desempenho de cada interveniente, mas deixou em aberto os conteúdos programáticos, argumentos, personagens e cenários», FREITAS, Maria João; “Habitação e Cidadania – No trilho da Complexidade de processos generativos”. Lisboa: LNEC, 2001, p. 223. 15. «PER ou PERes?», Op.cit., p.223.

1.2 Percurso(s): Programa(s) e Estratégia(s) Assinados os Contratos de Adesão e com o decorrer dos processos de implementação do PER em diferentes Municípios, pode verificar-se que estes acabaram por enveredar por percursos autónomos12, adotando estratégias próprias para uma intervenção no âmbito do Programa. No mesmo contexto, verifica-se que foi diverso o conjunto de opções e/ou estratégias adotadas em diferentes concelhos, nomeadamente quanto à escolha de terrenos, à elaboração de projetos, inclusivamente no que diz respeito a opções de caráter programático, ou ainda em relação aos meios utilizados no sentido de levar a efeito a construção das obras projetadas. Paralelamente, numa relação espaço / tempo, o reconhecimento da produção do PER passa obrigatoriamente pela identificação das várias fases que, desde 1993 e durante cerca de uma década, andam associadas à própria legislação e às alterações a que foi sendo sujeita. Estas alterações, que acabaram por se orientar também para opções de caráter programático, permitiram alargar o leque das hipóteses de intervenção, que vieram a ter reflexo em muitos dos processos de várias autarquias que, no âmbito do PER, se encontravam por terminar. (Quadro 4) Assim, merece especial referência a revogação do Decreto-Lei nº163/93, de 7 de Maio, que lançou o Programa Especial de Realojamento, e a respetiva substituição pelo Decreto-Lei nº 271/2003, ano a partir do qual passa a ser possível obter financiamentos para a reabilitação de edifícios, em alternativa à construção nova, para a construção de espaços complementares da habitação ou para a construção de pequenos de equipamentos de proximidade13, que se vieram a integrar nos próprios edifícios de habitação ou se implantaram na sua envolvente próxima. Mediante estas novas possibilidades de intervir, muitos dos municípios acabaram por reorientar os percursos até aí desenvolvidos, para acompanhar novos enquadramentos legais, o que levou inclusivamente à reformulação de vários dos projetos concluídos ou em fase de conclusão, quase em início de obra.

Programa Especial de Realojamento 1993 - DECRETO-LEY Nº163/93, del Mayo Programa Especial de Realojamento La erradicación total de las barracas en las areas metropolitanas de Lisboa y Porto, en Portugal 1994/1995 - Firma de “Contratos de Adhesión” Entre el gobierno central y las instituciones locales 1995 - DECRETO-LEY nº197/95, del 29 de Julio Aquisición de Pisos en el Mercado Definición de presos para la vivienda de bajos custe 1997 - PORTARIA 500/97, del 21 de Julio Regulación de los Contratos CDH (Contratos para el Desarollo Habitacional) Entre el INH (Instituto Nacional de la Vivienda) y empresas privadas, con la definición de áreas y custes 2003 - DECRETO-LEY 271/03, del 28 de Octubre SUBSTITUCIÓN DEL DECRETO-LEY Nº163/93, del 7 de Mayo Financiamento de la renovación de la construcción, de la construcción de espacios complementarios de la vivienda y de pequeñas infraestructuras de proximidad. 2005 - PORTARIA 193/05, del 17 de Febrero COMPLEMENTA EL DECRETO-LEY nº271/03 Garantias de fundos para espacios complementares de la habitación.

Quadro 4

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Em parte, poderá justificar-se a «flexibilidade de um programa nacional para possíveis adaptações às diversidades locais»14 mediante a diversidade de processos desenvolvidos pelas várias autarquias que aderiram ao PER, tanto na Área Metropolitana de Lisboa como do Porto, o que se veio a estender posteriormente a outras zonas do País. Segundo Maria João Freitas, o fato de nos confrontarmos com esta diversidade de percursos em diferentes Concelhos numa mesma Área Metropolitana, visando a implementação do Programa, levou a que localmente se tivessem instaurado vários «PERes» ao abrigo do próprio PER54. Esta situação acabou por impedir uma leitura abrangente e, muitas vezes, o reconhecimento de certas experiências que foram levadas a cabo, tanto a nível nacional como à escala local, privando-nos dos benefícios que certamente adviriam do mesmo. 2. O PER na Área Metropolitana do Porto: Grande Porto 2.1 Grande Porto: 9 municípios / 9 percursos Entre 1994 e 1995, nove dos treze concelhos da Área Metropolitana do Porto, formalizaram as suas candidaturas ao Programa, através de “Contratos de Adesão”, assinados entre o Governo Central e o poder local, como foi já referido. À data, esses nove concelhos constituíam o Grande Porto: Porto, Matosinhos, Maia, Espinho, Póvoa de Varzim, Gondomar, Valongo e Vila Nova de Gaia. (Quadro 5) Assim, este território torna-se palco de um número significativo de operações de realojamento,

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1.2 Trayectoria (s): Programa(s) y Estrategia(s) Las varias municipalidades que firmaron los Contratos de Adhesión al PER, acabaron desarrollando procesos autónomos12 y establecieron diferentes estrategias en cuanto a contenidos programáticos, elaboración de proyectos, terrenos y ejecución de obras. Sin embargo, el reconocimiento de la producción realizada bajo el PER tendrá que pasar también por un marco definido con base en una legislación producida hace aproximadamente 10 años. Las alteraciones que se fueron produciendo en ella permitieron ampliar el abanico de posibilidades, concretamente en lo relativo a los tipos de promoción y a los programas. Este último aspecto se volvió decisivo a partir del 2003, cuando pasaron a financiar la renovación de la construcción y también de espacios complementarios de la vivienda y de pequeñas infraestructuras de proximidad13. En este contexto se reformularon muchos de los proyectos que ya estaban concluidos. (Quadro 4) Es así como, la «flexibilidad de un programa nacional para posibles adaptaciones a las diversidades locales»14, tanto en las Áreas Metropolitanas de Lisboa y Oporto como en otras zonas por todo el país, resultó en la impossibilidad de hacer una lectura global de la producción de vivienda en el ámbito del PER. Tras la adhesión al PER, y frente a las diferentes estrategias implantadas por las diferentes municipalidades para abordar el Programa, se puede decir que «localmente se instauraron varios PER bajo el PER»15.

12. Había que respetar los precios estipulados por el INH - Instituto Nacional de Habitação (Instituto Nacional de Vivienda), creado en 1981, entidad responsable de la homologación de los proyectos, haciendo respetar las RTHS - Recomendaciones técnicas para la Vivienda Social. Así, los valores de referencia para el coste de construcción de Vivienda de Bajo Coste (Habitação a Custos Controlados - HCC) en 1999 y 2010 son de 260€/m2 y 500€/m2, respectivamente. En relación al límite máximo de área bruta de construcción (m2), los límites varían de acuerdo con la tipología de vivienda respectiva y son los siguientes: T1-52m2; T2-72m2; T3-91m2; T4-105m2. 13. El D.L. nº 163/93, del 7 de Mayo, es revocado y substituido por el D.L.nº271/2003. Las alternativas propuestas supondrán la substitución, en 2008, del nombre INH - Instituto Nacional de Habitação (Instituto Nacional de Vivienda) por IHRU - Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (Instituto de la Vivienda y de la Rehabilitación Urbana). 14. «El PER definió con rigor el desempeño de cada interventor, pero dejó abiertos los contenidos programáticos, argumentos, personajes y escenarios». FREITAS, Maria João; “Habitação e Cidadania - No trilho da Complexidade de processos generativos”. Lisboa: LNEC, 2001.p.223. 15. «PER ou PERes?». Op. Cit., p.223.

2. El PER en el Área Metropolitana de Oporto (Gran Oporto) 2.1 Gran Oporto: 9 municipios / 9 trayectorias Entre 1994 y 1995, 9 de las 13 municipalidades del Área Metropolitana de Oporto formalizaron sus candidaturas PER y firmaron los Contratos de Adhesión al PER con la Administración Central. En aquel momento, 9 municipalidades formaban el Gran Oporto – Oporto, Matosinhos, Maia, Espinho, Póvoa de Varzim, Gondomar, Valongo y Vila Nova de Gaia (Quadro 5) – las cuales realizaron un número significativo de operaciones de realojamiento de familias provenientes de viviendas insalubres: “ilhas” en su gran mayoría. (Quadro 6) En la segunda mitad del siglo XIX, Oporto fue testigo de un gran flujo de inmigración rural debido al comienzo de la industrialización. Así, un número significativo de familias con necesidades de alojamiento ocuparán informalmente los espacios de las partes traseras de las casas de las familias burguesas de la ciudad: estamos hablando de las “ilhas” de Oporto.

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16. Com o “Plano de Melhoramentos da Cidade do Porto”, «responsável pela construção dos grandes bairros sociais da cidade que hoje conhecemos, foram construídos neste período mais de seis mil fogos e transferiu-se, da área central da cidade para a periferia citadina, entre 15% a 20% da população.» in PEREIRA, Virgílio; “Uma imensa espera de concretizações... Ilhas, bairros e classes laboriosas brevemente perspectivados a partir da cidade do Porto”, in Sociologia - Revista da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, vol. XIII, pp.139-148. Porto: Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP), 2003. Ficheiro pdf [http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/ artigo8461.pdf] consultado em Janeiro de 2010, p.14.

envolvendo um número elevado de famílias fundamentalmente provenientes de “ilhas”.

17. «Progressivamente, a cidade do Porto concentra em si uma problemática de habitação complexa que a faz oscilar entre o peso da habitação antiga, frequentemente degradada e ainda em “ilhas”, e o peso crescente da habitação social, com o tempo cada vez mais degradada, geograficamente isolada e segregada. Acrescenta-se a isto, com regularidade comparável, ainda a ausência de habitação.». Op.cit., p.144.

realojar famílias operárias. Menciona-se ainda os Bairros de Casas Económicas, realizados

18. ASCHER, François; Métapolis ou L’avenir des villes. Paris: Odile Jacob, 1995.

No âmbito do processo de industrialização, ao longo da segunda metade do século XIX e princípios do século XX, a cidade do Porto torna-se alvo de um grande fluxo de imigração rural, pelo que este tipo de habitat foi ganhando sempre mais uma maior expressão em quase todos os concelhos do Grande Porto. (Quadro 6) Ao longo de vários anos, foi-se mantendo a intenção de erradicar este tipo de alojamento, ainda que este objetivo não se tenha chegado a concretizar. É neste contexto que se faz aqui referência aos bairros operários realizados através de iniciativa privada, construídos na cidade do Porto, bem como aos primeiros bairros sociais que surgem em finais do século XIX e princípios do século XX, por razões de higiene e saúde pública, também destinados a a partir de 1935 e a experiência singular de um “hof” edificado em 1940 (Quadro 7). O “Plano

de Melhoramentos para a Cidade do Porto”, entre 1956 e 1966, acabou por levar

ao realojamento de muitas das famílias que habitavam as “ilhas”, mas que acaba por ter repercussões negativas, que se foram mantendo no tempo16, tanto no que diz respeito às suas características, no âmbito do contexto urbano, bem como em relação aos aspetos de caráter social. Se nas “ilhas” a segregação do habitat andava ligada ao isolamento em relação à sua envolvente mais próxima, ao nível do próprio quarteirão, os novos Bairros Sociais também contribuíram para a segregação destes grupos de população mais desfavorecida, já que tinham uma localização periférica em relação à cidade17, agravando-se esses estados de isolamento, que passaram a ter uma maior expressão numa área de território mais abrangente. (Quadro 8) Entre 1974 e 1976, procurava-se sanar este tipo de situação, no âmbito do “SAAL- Serviço Ambulatório de Apoio Local”, um Programa dirigido para a habitação de interesse social que foi extinto precocemente, sem que se viessem a alcançar os objetivos a que se propunha. As operações desenvolvidas ao abrigo do SAAL, que contaram com a participação das populações a realojar, têm-se mantido como uma referência, apesar do número exíguo de projetos realizados e de obras construídas. (Quadro 9) 2.2 As “ilhas” do Porto como referência «Os verdadeiros vizinhos metropolitanos são vizinhos que se ignoram» diz François Ascher18, referindose às condições em que se desenvolvem as relações sociais no espaço urbano contemporâneo.

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A lo largo de los años, se fue manteniendo la intención de erradicar este tipo de hábitat, pero sin llegar a concretarse. En resumen: se construyeron algunos barrios obreros por iniciativa privada, a finales del siglo XIX y durante el siglo XX, y los primeros barrios sociales para la población obrera por cuestiones de higiene urbana y salud pública; barrios de Casas Económicas, a partir de 1935, y también un “hof ”, en 1940, (Quadro 7) experiencia única en Oporto. El “Plano de Melhoramentos para a Cidade do Porto” (Plano de Mejoras para la Ciudad de Oporto), entre 1956 y 1966, dio resultado en el caso de las “ilhas”, pero también tuvo consecuencias sociales y urbanísticas que se han mantenido hasta hoy16. En las “ilhas” la segregación de la vivienda se define en cuanto a las relaciones en la manzana y los espacios del entorno. En los barrios la segregación de los grupos desfavorecidos de población pasó a tener lugar en el territorio, en la periferia de la ciudad17. (Quadro 8) Entre 1974 y 1976, esta cuestión se confirmaba a través del SAAL, el cual fue extinguido precozmente sin alcanzar los objetivos que se proponía. A pesar de las pocas centenas de nuevas viviendas realizadas, el Programa SAAL, que incluía la participación de las poblaciones, continúa siendo una referencia. (Quadro 9)

16. Con el “Plano de Melhoramentos da Cidade do Porto” (1956/1966), y la construcción de más de 6.000 viviendas, del 15% al 20% de la población que residia en las zonas centrales de la ciudade se despalzó a la periferia. PEREIRA, Vírgílio; “Uma imensa espera de concretizações... Ilhas, bairros e classes laboriosas brevemente perspectivados a partir da cidade do Porto”, in “Sociologia - Revista da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, vol XIII, pp.139-148. Porto: FLUP, 2003. Ficheiro pdf [http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/artigo8461.pdf] consultado en Enero 2010, p.14. 17. «Progresivamente, la ciudad de Oporto concentra en si misma una compleja problemática de vivienda, que oscila entre vivienda antigua, muchas veces degradada y también en “ilhas”, y vivienda social, cada vez más degradada y geográficamente aislada y segregada. A esto se suma, con una regularidad comparable, la carencia de vivienda.». Op. Cit., p.144. 18. ASCHER, François; Métapolis ou L’avenir des villes. Paris: Odile Jacob, 1995.

2.2 Las “ilhas” de Oporto como referencia «Los verdaderos vecinos metropolitanos son vecinos que se ignoran» dice François Ascher en 199518, refiriéndose a las condiciones en que se desarrollan las relaciones sociales en el espacio urbano contemporáneo. «Estamos ante una mutación profunda de los modos de sociabilidad, tradicionalmente asociados al “barrio”, y sabemos que hoy en día los modos de urbanización ya no se basan exclusivamente en la aglomeración y en la proximidad. Pero también sabemos que la movilidad toma formas variables según los contextos espaciales y socioculturales en que se

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19. PETIZ, Paula, “Sobre a noção de “Espaço Intermédio” em Contexto de Realojamento – Algumas Reflexões. O Conjunto Habitacional de Monte Espinho”, in “Atas, 1º CIHEL 2010 - 1º Congresso Internacional de Habitação em Espaço Lusófono. Desenho e Realização de Bairros para Populações com Baixos Rendimentos” (António R. Cabrita, António B. Coelho, Paulo T. Pinto – coord.) 1ª edição, pp.113-117. Lisboa: ARGUMENTUM - Edições, Estudos e Realizações, 2010, p.113. 20. Algumas “ilhas”, sem a existência da habitação burguesa, situam-se junto à rua, também com uma porta comum de ligação com a via pública, como único acesso entre o exterior e o espaço da “ilha”.

«Hoje, perante uma mutação profunda dos modos de sociabilidade, tradicionalmente associados ao bairro, “urbanizar” já não se baseia exclusivamente em noções como “aglomeração” ou “proximidade”. Sabemos também que a mobilidade pode ganhar formas variáveis, conforme os contextos espaciais e/ou socioculturais em que se desenvolve, admitindo que se cheguem a criar as condições para que o “encontro” aconteça”19. (Quadro 10) Retomamos assim a “ilha”, tendo presente o caráter específico da sua morfologia básica: a ocupação, tal como já foi referido, da parte traseira do lote da habitação burguesa20, implantada generalizadamente em lotes muito estreitos (genericamente com 6m de largura e uma profundidade que, por vezes, podia exceder os 100m)21; a porta “única” que permitia

21. TEIXEIRA, Manuel C. - Habitação Popular na cidade Oitocentista - As Ilhas do Porto. Lisboa. FCG/JNICT, 1996. Conforme referência em MATOS, Fátima Loureiro de - A habitação no grande Porto uma perspectiva geográfica da evolução do mercado e da qualidade habitacional desde finais do séc. XIX até ao final do milénio. Porto: [Edição do Autor], 2001. Ficheiro pdf [http://ler.letras.up.pt/ uploads/ficheiros/artigo9321.PDF] consultado em Maio de 2010.

fazer a ligação entre a via pública, no exterior, e o interior da “ilha”22, marcava a entrada num

22. Os espaços de uso coletivo, tal como os sanitários, eram partilhados quotidianamente pelos habitantes.

acaba por constituir uma referência: «ajuda-nos a compreender certos comportamentos

23. FERNANDES, M., “As ilhas do Porto”, in ILHAS. Porto: PANMIXIA Associação Cultural, 2004.

Nesse sentido, atribui-se uma importância particular aos espaços intermédios - “entre-dois”

corredor estreito e comum aos seus habitantes, que permitia aceder ao conjunto de pequenas células localizadas no interior do lote (em muitos casos, essas células não excediam a área de 8m2). (Quadro 11) Referimo-nos à cidade tradicional e a um tecido urbano consolidado. (Quadro 12) Este “corredor” que carateriza a “ilha”, em convergência com a noção de “espaço intermédio”, específicos dos habitantes das “ilhas”, de que sai reforçado um sentido de comunidade»23. - e a um conjunto de práticas de agentes sociais com as mesmas disposições, o habitus segundo Bourdieu, que aí sempre foram tendo lugar. (Quadro 13) Então, trata-se de um retomar das problemáticas do habitar em coletivo, que desde o século XIX têm alimentado a discussão e reflexão em torno da arquitetura da habitação de interesse social, tendo presentes as relações biunívocas que se estabelecem entre o espaço da família e o espaço da comunidade, entre o privado e o coletivo. Nesse sentido, considera-se a necessidade de nos debruçarmos sobre esta temática, a partir dos espaços intermédios, o que implica a observação e reflexão orientadas para as algumas das experiências do habitar.

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desarrolla, permitiendo que el “encuentro” suceda»19. (Quadro 10) En este sentido, será necesario retomar la “ilha ” y tener presente el carácter específico de su morfología básica: la ocupación de la parte trasera de la vivienda burguesa20, implantada en bloques muy estrechos (6m de ancho en general, y una profundidad que podía exceder los 100m)21 y con la puerta de conexión con la vía pública, como único acceso entre el exterior y el pasillo de la “ilha” 22, en el interior de la manzana. (Quadro 11) Hablamos de la ciudad tradicional y de un tejido urbano consolidado. (Quadro 12) El “pasillo”, que caracteriza la “ilha”, en convergencia con la noción de “espacio intermedio”, acaba por volverse una referencia: «nos ayuda a comprender ciertos comportamientos específicos de los habitantes de las “ilhas ”, de donde sale reforzado un sentido de comunidad»23. En este sentido, se atribuye una importancia particular al “espacio abierto” y a los espacios “entre-dos”, bien como a un conjunto de prácticas de agentes sociales con las mismas disposiciones, el habitus según Bourdieu. (Quadro 13) Entonces, nos encontramos con las problemáticas que, desde el siglo XIX, han fomentado las discusiones y reflexiones en la arquitectura de la vivienda social y el habitar colectivo,

19. PETIZ, Paula - Sobre a noção de “Espaço Intermédio” em Contexto de Realojamento - Algumas Reflexões . O Conjunto Habitacional de Monte Espinho, in “Atas 1º CIHEL 2010 - 1º Congresso Internacional de Habitação em Espaço Lusófono. Desenho e Realização de Bairros para Populações com Baixos Rendimentos” (António R. Cabrita, António B. Coelho, Paulo T. Pinto - coord.), 1ª edición. Lisboa: ARGUMENTUM-Edições, Estudos e Realizações, 2010. 20. Algunas de las “ilhas”, sin la vivienda burguesa, se sitúan frente a la calle, también con una puerta común de conexión con la vía pública, como único acceso entre el exterior y el pasillo. 21. TEIXEIRA, Manuel C. - Habitação Popular na cidade Oitocentista - As Ilhas do Porto. Lisboa. FCG/JNICT, 1996. En conformidad con MATOS, Fátima Loureiro de - A habitação no grande Porto uma perspectiva geográfica da evolução do mercado e da qualidade habitacional desde finais do séc. XIX até ao final do milénio. Porto: [Edição do Autor], 2001. Ficheiro pdf [http:// ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/artigo9321.PDF] consultado en Mayo 2010. 22. Los espacios de uso colectivo, tal como los aseos, eran compartidos cotidianamente por sus habitantes. 23. FERNANDES, M., “As ilhas do Porto”, in PANMIXIA Associação Cultural. Ilhas. Porto: Panmixia, 2004.

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24. São tidos em conta os aspetos negativos que foram sendo associados aos bairros sociais realizados durante este período, em Portugal e também em França, em zonas periféricas das cidades.

Tendo presentes as intervenções relacionadas com os grandes conjuntos residenciais

25. Este dispositivo de ação, a que se deu o nome de “residencialización ”, consiste em organizar a hierarquia e a privatização parcial dos espaços intermédios, ao mesmo tempo que se procura uma reconfiguração da imagem da residência

coletiva, envolvidos por espaços exteriores residuais, foi-se fazendo tábua rasa do tecido

26. O Título da Revista - “SOCIEDADE E TERRITÓRIO, Nº20, Maio de 1994. Porto: Edições Afrontamento, 1994 - é o mesmo do artigo, incluído na mesma, da autoria da socióloga Isabel Guerra, pp.11-16. 27. PINTO, Teresa C., “A Apropriação do Espaço em Bairros Sociais: o gosto pela casa e o desgosto pelo Bairro”, in op. cit., pp.36-43. 28. FERREIRA, António F., “Habitação Social: Lições e Prevenções para o PER”, in op.cit., pp. 8-10.

construídos, durante as décadas de 60 e 70, do século XX, principalmente em França, foi-se constatando o fracasso deste tipo de solução. Com base na agregação de blocos de habitação urbano e esquecendo as relações entre o edificado e a envolvente, ignorando-se noções como “limite” e/ou “fronteira24. Estes bairros, com localização periférica e com acessibilidades condicionadas, foram sendo segregados em relação a outras zonas do território e outros tipos de habitação, segundo uma hierarquia de escalas. Assim, torna-se oportuno mencionar estas experiências e intervenções posteriores, como as que têm vindo a ter lugar em França, soluções através das quais se procura atenuar uma imagem de massa e que assentam fundamentalmente na procura de uma reconfiguração dos espaços exteriores entre o edificado. Procura-se assim redefinir configurações, procurando a pequena escala da residência, no sentido de fazer aproximações a uma marcação “tradicional” entre o domínio público e o domínio privado 25. É neste contexto que em 1996, três anos depois do aparecimento do PER, a revista “Sociedade e Território, dedica ao PER um dos seus números, intitulado “As pessoas não são coisas que se metam em gavetas”26. Destaca-se de um dos artigos uma frase que acaba por se tornar conhecida, «o gosto pela casa, o desgosto pelo bairro»68, bem como o título de um outro que, na mesma revista, acaba por sintetizar o objetivo para a publicação do dossier: «Lições e Prevenções para o PER»28. «a habitação não tem sentido sem as suas extensões» R. Auzelle. 3. O PER no Grande Porto – casos de estudo 3.1 Matosinhos e Maia: 2 percursos e alguns exemplos de intervenção Apresentado um enquadramento de caráter geral e uma abordagem à Área Metropolitana do Porto, e assim o Grande Porto, cerca de duas décadas depois do lançamento do Programa Especial de Realojamento, passamos agora a fazer uma aproximação a alguns dos exemplos que fazem parte da produção do PER em dois dos municípios do Grande Porto: Matosinhos e Maia. Relativamente a Matosinhos, trata-se de um concelho em que se foram mudando os tipos de abordagem ao Programa e cujas intervenções foram acompanhando o processo de mudança da própria legislação, de acordo com o referido anteriormente. No concelho da Maia, através de investimentos próprios, a autarquia acaba por definir uma estratégia inicial, conseguindo a continuidade ao longo do processo de implementação do PER, desde o respetivo início. (Quadro 14) No entanto, o reconhecimento tanto dos conjuntos residenciais realizados por estes dois municípios, como daqueles que foram construídos nos restantes concelhos do Grande Porto, permite identificar algumas opções de projeto que se tornaram comuns na grande maioria das soluções. Desde o início, foram predominando os blocos de habitação multifamiliar, na sua maioria implantados em território urbano extensivo, tendo-se optado massivamente pelo sistema de acesso vertical múltiplo, raramente excedendo os três pisos (R/C+2), o que permitiu abdicar de ascensores. Paralelamente, foi-se optando pela elaboração projetos-tipo,

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conectándose con las relaciones biunívocas construidas a partir del espacio de la familia y el espacio de la comunidad, entre lo privado y lo colectivo. De este modo, se considera la necesidad de examinar esta temática en base a los espacios intermedios, implicando la observación y la reflexión orientadas a las experiencias de lo cotidiano. Hoy en día todos reconocemos el fracaso de los barrios sociales construidos en las décadas de los 60 / 70, o de los “Grandes Conjuntos” de vivienda colectiva, casi siempre desintegrados de la malla existente e ignorando nociones como “límite” y “frontera”24, con respecto a los espacios exteriores, en una simultaneidad de escalas. Así, es necesario mencionar el actual intento de los franceses de frenar el efecto de masa de los grandes conjuntos residenciales, a través de su remodelación en pequeñas configuraciones residenciales, donde se busca una marcación “tradicional” entre el dominio público y el dominio privado25. En 1996, bajo este contexto, 3 años después de la aparición del PER, la revista “Sociedade e Território” hace una edición especial con el título «As pessoas não são coisas que se metam em gavetas»26 (Las personas no son cosas que se puedan meter en cajones), y es en este momento cuando uno de los artículos se hace famoso por la frase «el gusto por la casa,

24. Se toman como referencia los aspectos negativos de los ejemplos implantados durante las décadas de los 50/60, tanto en Portugal como en Francia, en las periferias de las ciudades. 25. Este dispositivo de acción, al que se dio el nombre de “residencialización “, consiste en organizar la jerarquización y privatización parcial de los espacios intermedios, al mismo tiempo que se reconfigura la imagen de la residencia. 26. El título de la revista “Sociedade e Território, nº20, Maio de 1994, pp.11-16. Porto: Edições Afrontamento, 1994” es igual al del artículo, incluido en la misma, de la autoría de la socióloga Isabel Guerra. 27. PINTO, Teresa C., “A Apropriação do Espaço em Bairros Sociais: o gosto pela casa e o desgosto pelo Bairro”, in “Sociedade e Território, nº20, Maio de 1994. Porto: Edições Afrontamento, 1994, pp.36-43. 28. FERREIRA, António F.; “Habitação Social: Lições e Prevenções para o PER”, in op. cit., p.8-10.

el disgusto por el barrio»27, así como el título de un otro título que, en la misma revista, sintetiza el objectivo de la edición: «Habitação Social: Lições e Prevenções para o PER»28 (Vivienda Social: Lecciones y Prevenciones para el PER). «la vivienda no tiene sentido sin sus extensiones» R. Auzelle 3. El PER en Grand Oporto: algunos exemplos de estudio 3.1 Matosinhos y Maia : 2 municipios / 2 trayectoria(s) Después de una visión general sobre un conjunto de casos en varias de las municipalidades de la Área Metropolitana de Oporto y Gran Oporto, presentamos algunos de los casos que forman parte de la producción del PER en dos municipios: Matosinhos y Maia. Teniendo en cuenta las posibilidades de implantar el PER, vemos como Matosinhos va cambiando sus formas de acción e introduciendo alteraciones en la forma de implantarlo, mientras que el municipio de Maia con su propia inversión, se anticipa a todo ese proceso desde el principio y define una estrategia global para la construcción de espacios complementarios de la vivienda, y pequeñas infraestructuras de proximidad. (Quadro 14) Debemos mencionar que mediante la producción de diferentes municipios, se identifica

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29. Até 2003, o financiamento do INH abrangia apenas o espaço habitável da casa.

ou ainda pela repetição de determinadas matrizes tipológicas, algumas vezes por decisão posterior à elaboração de um primeiro projeto. Tais situações, comuns a muitos dos processos municipais, dizem respeito à produção de habitação, promovida pelos Municípios nos nove concelhos que formavam o Grande Porto, destinada a aluguer em Regime de Renda Apoiada. (Quadro 15) Voltando novamente às alterações que foi sofrendo a legislação dirigida à implementação do PER, que foi sendo homologada ao longo de aproximadamente dez anos e que abriu caminho para novas possibilidades de intervenção, damos especial relevo ao Decreto-Lei nº 271/2003, de 28 de Outubro, com base no qual se passou a obter financiamento para construir espaços complementares da habitação, bem como de pequenas equipamentos de proximidade29, que passaram a ter lugar na envolvente próxima dos bairros, implantados quase sempre no próprio terreno da habitação. Contudo, tendo em conta a abertura no leque de opções que forami tendo lugar entre 1993 e 2005, não serão genericamente claras as opções de muitos dos projectos elaborados e construídos, fundamentalmente no que diz respeito às soluções encontradas para espaços envolventes da habitação e, assim, no que diz respeito aos “espaços intermédios”. Aqui, estão implícitas as relações dicotómicas que se estabelecem entre o espaço público e o privado – espaços “entre-dois” – e a materialização dos dispositivos físicos (formais) de inter-relação, no seio de uma comunidade e de articulação com o território urbano, tendo em vista a nova condição do espaço urbano contemporâneo e a dupla problemática da territorialidade e da sociabilidade. (Quadro 16)

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que algunas de las opciones en cuanto a los proyectos del edificado se revelan comunes: predominan los conjuntos de vivienda colectiva, en su mayoría implantados en espacio

29. Hasta el año 2003, la financiación del INH solamente abarcaba el espacio habitable de las viviendas.

urbano extensivo, optando por el sistema de acceso vertical múltiple, sin exceder los tres pisos con el fin de evitar los ascensores. También se puede verificar que, si tenemos en cuenta los cambios de la legislación en vigor hace cerca de 10 años, respecto a las posibilidades de implantar el PER, se definen diferentes estrategias para la construcción de espacios complementarios de la vivienda y pequeñas infraestructuras29. (Quadro 15) Sin embargo, la apertura del abanico de posibilidades no permite resolver, por si mismo, las cuestiones abordadas que pasan paralelamente por opciones de proyecto y por una reflexión sobre los espacios intermedios en lo referente a las relaciones dicotómicas entre lo público y lo privado – espacios intermedios - como dispositivos físicos (formales) de interrelación en el seno de una comunidad; y de articulación con el territorio urbano ante su nueva condición y frente a la doble problemática de la territorialidad y la sociabilidad. (Quadro 16) En este nuevo contexto urbano, está en cuestión el status de los espacios, y la necesidad de clarificar las relaciones de espacios “entre dos”, con base en la definición de dispositivos espaciales de articulación y transición entre lo público y lo privado, entre usos y modos de apropiación variables. Con base en las identidades de las comunidades realojadas y las temáticas que acompañan la concepción de la vivienda multifamiliar, será necesario hacer el reconocimiento del conjunto de prácticas cotidianas de los actores sociales, puesta en práctica a través de una multiplicidad de usos y formas de apropiación, asociadas al habitar en colectivo.

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Neste novo contexto, estará em causa o estatuto dos espaços de uso colectivo e a necessidade de uma clarificação dos espaços entre o público e o privado, por via da definição de dispositivos espaciais e arquitectónicos de articulação e transição entre espaços com usos e modos de apropriação variáveis,. Mediante as temáticas que têm lugar em torno da habitação multifamiliar, identificados os atores sociais e feito o reconhecimento de um conjunto de práticas quotidianas, numa multiplicidade de usos e formas de apropriação, questiona-se o habitat e o habitar em coletivo. Assim, temos vindo a trabalhar no terreno, focando-se esses espaços intermédios, ou “entredois”, e orientando a observação para as experiências do habitar no quotidiano. 3.2 Espaços intermédios Apresentamos de seguida, como referência, quatro dos bairros que se tornaram objeto de estudo particular: o Conjunto Habitacional da Fábrica (1999-2001) no concelho da Maia, o Conjunto Habitacional do Chouso (1999-2000), o Conjunto Habitacional da Seara (19952003) e o Conjunto Habitacional de Monte Espinho (1995-2004), que fazem parte da produção da municipalidade de Matosinhos. (Quadro 17) Analisando novas configurações de espaços com usos variáveis, temos procurado reconhecer as relações e conexões que se geram entre os dispositivos espaciais e arquitetónicos, e as formas de apropriação dos espaços pelos indivíduos. (Quadro 18)

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3.2 Espacios intermedios Tenemos como referencia 4 barrios que han sido objeto de un estudio más particular: el Conjunto Habitacional de la Calle de la “Fábrica” (1999-2001), en la municipalidad de Maia, el Conjunto Habitacional del “Chouso” (1999-2000), el Conjunto Habitacional de la “Seara” (1995-2003) y el Conjunto Habitacional de “Monte Espinho” (1995-2004), los cuales forman parte de la producción en la municipalidad de Matosinhos. (Quadro 17) Examinando nuevas configuraciones de espacios con usos variables, hemos procurado reconocer las formas de relación generadas entre los dispositivos espaciales y arquitectónicos, y la forma de apropiación de los individuos. (Quadro 18) Se verifica además, que las relaciones en el espacio tienden a intensificarse y adquieren su mayor expresión en los espacios colectivos abiertos, entre los umbrales y los espacios del entorno, y donde se definen relaciones con el espacio público, muchas veces mediadas por caminos peatonales. Hablamos fundamentalmente de los cruzamientos entre lo construido que, a nivel del bajo, se insieren en una trama de relaciones y conexiones entre espacios colectivos y privados, donde existe una relación más directa con el espacio público. Es aquí en concreto donde se congregan el mayor número de prácticas cotidianas, donde se evidencian las señales de apropiación y donde el “encuentro” y las “relaciones” de vecindad se tejen con más fuerza. En los diferentes conjuntos habitacionales hemos reconocido que el realojamiento implicó

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Nesse sentido, verifica-se que estas tendem a intensificar-se, adquirindo a sua maior expressão entre os umbrais da habitação e os espaços envolventes onde se mantêm ligações com o espaço público, muitas vezes mediadas por atravessamentos pedonais. Referimo-nos fundamentalmente aos dispositivos espaciais que se definem entre o construído e que, fundamentalmente ao nível do solo, que permitem gerar uma trama de relações e conexões entre os espaços de uso coletivo e o espaço privado da habitação. Em concreto, é aqui que se congrega um maior número de práticas quotidianas, evidenciando-se os sinais de apropriação, e onde o “encontro” e as “relações” entre vizinhos se tecem mais intensamente. Nos diferentes conjuntos habitacionais, reconhecemos que o realojamento implicou, sem dúvida, um processo de mudança. No bairro, a nova densidade das relações urbanas e a diferença de uma “imagem”, tal como as novas configurações e escala dos espaços, contribuíram inegavelmente para um novo sentido da relação entre grupos de atores sociais. (Quadro 19) Entre a nova condição do território contemporâneo e a conceção da nova casa, questiona-se a construção do lugar e do habitat. Justifica-se assim o particular interesse deste olhar de dupla dimensão - arquitetónico e social – dirigido para estes espaços intermédios, lugares de passagem e simultaneamente cenários de culturas do habitar. (Quadro 20) Então, centramo-nos nos dispositivos espaciais de inter-relação e vivências quotidianas, vividos e partilhados de formas muito diversas, questionando-se a relação entre formas espaciais e usos variáveis, e os modos de apropriação postos em prática por um conjunto de atores sociais. Os espaços de sociabilidade – dos micro-espaços do alojamento familiar

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sin duda un proceso de cambio. En el barrio, la nueva densidad de las relaciones urbanas, la diferencia de una “imagen”, así como las nuevas configuraciones de los espacios entredos, contribuyeron indudablemente a un nuevo sentido de las relaciones entre habitantes. (Quadro 19) Así, podremos concluir que, aparte de la “vivienda”, es preciso considerar los espacios intermedios en toda una progresión de relaciones entre la “casa” y la “calle”, y la ciudad. Entre la condición del territorio contemporáneo y la concepción de la vivienda, entra en cuestión la construcción del “lugar” y el hábitat.

30. Como en LEBOIS, V. – Les ressouces des espaces intermédiaires. Analyse socio-spatial dans l’habitat collectif contemporain parisien. Paris: ENSA de Paris Malaquais. Paris, 2007, Tesis de doctorado, p.3. 31. «Habitar (del lat. Habitāre): Vivir, morar. Hábitat (del lat. habitat, 3ª pers. de sing. del pres. de indic. de habitāre ): Lugar de condiciones apropiadas para que viva un organismo, especie o comunidad animal o vegetal», conf. Diccionario de la Lengua Española, Real Academia Española (RAE).

En este apartado, se justifica el particular interés de este enfoque de doble dimensión arquitectónico y social - dirigido a esos espacios intermedios, como lugares de paso y simultáneamente escenarios de culturas del habitar. (Quadro 20) Así, nos centramos en algunos dispositivos espaciales de intermediación y vivencias de lo cotidiano, vividos y compartidos de formas muy diferentes, atendiendo a usos variables y formas de apropiación puestas en práctica por un conjunto de actores sociales. Los espacios de sociabilidad – de lo micro-espacio del alojamiento familiar o individual, a lo macro-espacio de la urbanización - serán mutantes de escala, vivencias y modos de apropiación individual y colectiva, transitoriedad, codificación o cualquier otro grado de inestabilidad/estabilidad. De este modo, pasamos de la importancia del espacio puramente físico, a las cuestiones relacionadas con los usos y la apropiación, las vivencias y formas de estar en comunidad, sin olvidar el conflicto. Es aquí donde se cuestiona la valoración de la naturaleza pública del espacio, es decir, explotar su grado de compartición colectiva. (Quadro 21) ( ) «Se trata siempre de la relación con el otro, del umbral sobre el que acogemos al extraño, de la calle donde nos cruzamos, de esos patios y pasadizos donde intercambiamos palabras. Se trata, además, de decir que el umbral de la casa o la calle, como vacío, es el que mantiene viva la arquitectura. No son vacíos que separan sino todo lo contrario, que articulan.»30 Henry Gaudin, architecto, 1994. En ese sentido, podremos concluir que, aparte de la “vivienda”, es preciso considerar los espacios intermedios, en toda una progresión de escalas entre la “casa” y la “calle, y como los espaciados van dando respuesta a funciones y modos de habitar31. Se trata de la construcción de relaciones biunívocas que se definen a partir de un conjunto de opuestos que «la

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30. Conforme LEBOIS, V. - Les ressouces des espaces intermédiaires. Analyse socio-spatial dans l’habitat collectif contemporain parisien. Paris: ENSA de Paris Malaquais. Paris, 2007, Tese de doutoramento, p.3.

ou individual, aos macro-espaços da urbanização – serão certamente mutantes de escala,

31. Habitar (do lat. Habitãre): Viver em determinado lugar, ou região, ser habitante. Habitat (do lat. Habitat, 3ª pes. Do sing. Do pres. Do indc. De habitãre): Conjunto das condições relacionadas com o lugar onde se vive ou mora, ou com a habitação», conforme DICIONÁRIO DA LÍNGUA PORTUGUESA CONTEMPORÂNEA, da Academia de Ciências de Lisboa.

Inevitavelmente, teremos de passar das questões que se prendem com a importância do

32. FOUCAULT, Michel, Dits et Écrits, 1984, Des espaces autres (conférence au Cercle d’études architecturales, 14 mars 1967), in “Architecture, Mouvement, Continuité”, nº5, Octobre 1984, pp.46-49. Ficheiro pdf [http://www.foucault.info./ documents/heterotopia] consultado em Março de 2009.

vivências e apropriações, tanto individuais como coletivas. Considera-se a transitoriedade, a codificação ou qualquer outro estado, ou grau de instabilidade e estabilidade.

espaço, no que diz respeito a aspetos puramente físicos, para as questões relacionadas com as vivências e formas de estar em comunidade, sem que se esqueça o conflito. Partindo daqui, está em causa a valorização da natureza pública do espaço, explorando o seu grau de partilha coletiva. (Quadro 21) (…) « É sempre da relação com outro que se trata, da soleira sobre a qual acolhemos o estranho, da rua onde nos cruzamos, desses pátios e passagens onde trocamos palavras. Trata-se ainda de dizer que a soleira da casa ou a rua, enquanto vazio, são o que mantêm viva a arquitetura. Não são os vazios que separam mas, antes pelo contrário, que permitem articular.»30 Henry Gaudin, 1994 Nesse sentido, à parte a “habitação”, é necessário considerar os espaços intermédios, em toda uma progressão de escalas entre a “casa” e a “rua”, e como os espaçamentos vão dando respostas a funções e modos de habitar31. Trata-se de uma construção de relações biunívocas definidas com base num conjunto de opostos que «a instituição e a prática ainda não ousaram violar»32: o espaço privado e o espaço público, o espaço da família e o espaço da comunidade, sendo a comunidade mais do que a expressão quantitativa de um coletivo ou a resultante de um contrato formal.

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institución y la práctica aún no han osado violar»32: el espacio privado y el espacio público, el espacio de la familia y el espacio de la comunidad, asumiéndose que la comunidad es más que la expresión cuantitativa de un colectivo o de un pacto formalmente aceptado. Para concluir, podemos contraponer a un discurso sobre el “habitar” contemporáneo orientado a la movilidad, un otro discurso centrado en las prácticas cotidianas de vida “local” ancladas a ese sentido de “lugar”. La idea de lugar desde el punto de vista antropológico, supone un reconocimiento de un colectivo, un conjunto de sentidos compartidos más o menos estables, normalizados, codificados y colectivamente aceptados y gestionados como tal. (Quadro 23) Verifica-se que no “bairro” os espaços intermédios desempenham esse papel esencial de sociabilidade. Pero, los espacios de expresión y enfrentamiento de grupos sociales, y de habitus de clase, comprenden tanto un «sentimiento de pertenencia en relación al lugar, como una necesidad de apertura en relación al mismo lugar.»33. (Quadro 24) Así, en búsqueda de un sentido de “lugar” y en respuesta a un deseo colectivo de urbanidad, la concepción del hábitat pasará por reflexionar sobre los espacios de relación que se definen entre la vivienda y su entorno próximo o la de un área más extensa del territorio, independientemente

32. FOUCAULT, Michel, Dits et Écrits, 1984, Des espaces autres (conference au Cercle d’études architecturales, 14 mars 1967), in “Architecture, Mouvement, Continuité”, nº5, Octobre 1984, pp.46-49. Ficheiro PDF [http://www. foucault.info./documents/heterotopia] consultado en Marzo 2009. 33. LÉVY, Jacques - ‘Lieu’ 3, conf. Dictionnaire de la géographie et de l’espace des sociétés (Jacques Lévy & Michel Lussault , dir.). Paris: Belin, 2003. Ficheiro pdf [http://www.espacestemps. net/generate-pdf/?idPost=27697] consultado en Julio 2010. 34. «3.2 Espacios intermedios»: el texto se desarrolla a partir del artículo, de lo cual somos autores, intitulado “Sobre a noção de “Espaço Intermédio” em Contexto de Realojamento - Algumas Reflexões”. O Conjunto Habitacional de Monte Espinho, pp.113-117, in “Atas 1º CIHEL 2010 - 1º Congresso Internacional de Habitação em Espaço Lusófono. Desenho e Realização de Bairros para Populações com Baixos Rendimentos” 1ª edição. Lisboa: ARGUMENTUM - Edições, Estudos e Realizações, 2010.

del contexto urbano, de los tipos de edificio o del status social de quien habita34.

Traducción del portugués al español: Nuria Pahino Dasilva

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33. LÉVY, Jacques - ‘Lieu’ 3, in “Dictionnaire de la géographie et de l’espace des sociétés” (Jacques Lévy & Michel Lussault, dir.). Paris: Belin, 2003. Ficheiro pdf [http://www.espacestemps.net/generate-pdf/?idPost=27697] consultado em Julho de 2010. 34. Em “3.2 Espaços Intermédios”: o texto tem por base parte do artigo, do qual somos autores, intitulado “Sobre a noção de “Espaço Intermédio” em Contexto de Realojamento – Algumas Reflexões. O Conjunto Habitacional de Monte Espinho, pp.113-117, in “Atas 1º CIHEL, 2010 – 1º Congresso Internacional de Habitação em Espaço Lusófono. Desenho e Realização de Bairros para Populações com Baixos Rendimentos”, 1ª edição. Lisboa: ARGUMENTUM - Edições, Estudos e Realizações, 2010.

Em conclusão, a um discurso sobre o “habitar” contemporâneo orientado para a “mobilidade”, poderemos contrapor um outro focado em práticas quotidianas de vida “local”, ancoradas nessa noção de “lugar”. Este, do ponto de vista antropológico, pressupõe o reconhecimento de um coletivo e um conjunto de sentidos partilhados, mais ou menos estáveis, normalizados, codificados e coletivamente aceites e geridos como tal. (Quadro 23) Verifica-se que no “bairro” os espaços intermédios continuam desempenhando esse papel essencial de sociabilização. Mas, «Os espaços de expressão e confronto de grupos sociais, e de habitus de classe, compreendem tanto um sentimento de pertença em relação ao lugar, como uma necessidade de abertura em relação ao mesmo lugar.33». (Quadro 24) Em resposta a uma vontade coletiva de urbanidade e na procura desse sentido de “lugar”, pensar o habitat passará por refletir sobre os espaços de relação que se definem entre a habitação e a sua envolvente próxima ou com base numa área mais abrangente - o próprio território – independentemente do contexto urbano, dos tipos de edificado ou do estatuto social de quem habita34.

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Imagens: Legendas, Fontes e Créditos Imágenes: Subtítulos, Fuentes y Créditos Quadro 1 - SAAL – Programa de Habitação Social criado em 1974, em Portugal (Operação São Vitor, Porto, 1974/1976, Arq. Siza Vieira. Fonte: AA L’Architecture d’Aujourd’hui, nº185 – mai/juin 1976, «Portugal». Paris: GROUPE EXPANSION, 1976, pp.72-73. Quadro 2 - “Barracas” no Porto; AML y AMP (localização). Fonte : “Habitação Social no Porto (Grupo de Trabalho do Programa Especial de Realojamento e da Renovação Urbana, coord. geral; J. Ferreira, coord. técn.). Porto: Câmara Municipal do Porto, Pelouro de Habitação e Acção Social, 1999, pp.1415.”; y Wikipédia. Quadro 3 - “ilhas” no Porto; Área Metropolitana de Oporto (AMP): localização. Fonte: “As ‘Ilhas’ do Porto – Estudo Socioeconómico, (Pimenta, M., Ferreira, J. – Coord.). Porto: Câmara Municipal do Porto – Pelouro de Habitação e Acção Social, 2000, pp.8-14”. Quadro 4 - O PER – alguma da legislação produzida em cerca de 10 anos Desenho/esquema: produção própria. Quadro 5 - O Grande Porto (9 municípios) na Área Metropolitana do Porto. Produção própria. Quadro 6 - O PER no Grande Porto. Conjuntos Residenciais - Promoção Municipal - para aluguer em Regime de Renda Apoiada. Fontes: INH e municípios do Grande Porto. Desenho: produção própria. Produção própria. Quadro 7 1 - Habitação Social de promoção privada: Barrio “Monte Pedral”, Porto (1899/1904) - Arq. Marques da Silva (14 habitações). 2 - Bairros de Habitação Económica, Promoção da Administração Central, Porto (1935/1950) - Projetostipo. 3 - Habitação Social no Porto, Promoção Municipal: “hof” Duque de Saldanha (115 habitações), Porto (1940) - Arq. Marques da Silva.Fonte: “Habitação Social no Porto (Grupo de Trabalho do Programa Especial de Realojamento e da Renovação Urbana, coord. geral; J. Ferreira, coord. técn.). Porto: Câmara Municipal do Porto, Pelouro de Habitação e Acção Social, 1999, pp.26, 29 e 30. Quadro 8 1 - Bairros Sociais no Porto - “Plano de Melhoramentos para a cidade do Porto”, 1956/1966, (total: 16 Bairros / 6.072 novas habitações). 2 - Habitação Social no Porto, 2009. Planta de localização. Fonte: Domus Social - Empresa Municipal de Habitação, Porto. Tratamento de imagem: produção própria.

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Quadro 9 1 - SAAL Norte (1974/77), Operação Antas, Porto, 1974/75, Arq. Pedro Ramalho. 2 - SAAL Norte (1974/77), Operação Bairro do Leal, Porto, 1974/76, Arq. Sérgio Fernanndez. 3 - SAAL Norte (1974/77), Operação São Vítor,Porto, (1974/77), Arq. Siza Vieira. Fonte: PORTAS, N. MENDES, M. – PORTUGALLO, Archittetura, gli ultimi vent’ anni . Milano, ELECTA, Tendenze dell’architettura contemporânea, 1991, p.76. 4- SAAL Norte (1974-77), Operação Bouça, Porto (1973/77), Arq. Álvaro Siza.Fonte: “A+U” Architecture and Urbanism, December 1980, nº123, special feature Alvaro Siza. ToKyo, A+U Publishing Co., Lda., 1980, pp. 58-64”. Quadro 10 1 - Conjunto Habitacional “Rua da Fábrica (32 habitações), Maia, Grande Porto, 1999-2001, Arq. João Álvaro Rocha. 2 - Conjunto Habitacional do Chouso (60 habitações), Matosinhos, Grande Porto, 1999-2000, Arq. Luís Miranda. 3 - Conjunto Habitacional do Chouso (60 habitações), Matosinhos, Grande Porto, 1995-2004, Arq. João Álvaro Rocha. 4 - Conjunto Habitacional de Monte Espinho, Matosinhos, Grande Porto, 1995-2006 (1ª fase de construção: 108 habitações), Arq. Paula Petiz. Produção própria (base: cartografia municipal e desenhos de projeto). Quadro 11 1 - A “ilha” do Porto - ocupação das traseiras da casa burguesa. 2 - Principais tipos de “ilhas, segundo Teixeira (1996) – construção em um, dois ou vários lotes. Fonte: TEIXEIRA, Manuel C. - Habitação Popular na cidade Oitocentista - As Ilhas do Porto. Lisboa. FCG/ JNICT, 1996. Mapa 19, p.185, conforme MATOS, Fátima Loureiro de - A habitação no grande Porto uma perspectiva geográfica da evolução do mercado e da qualidade habitacional desde finais do séc. XIX até ao final do milénio. Porto: [Edição do Autor], 2001. Ficheiro pdf http://ler.letras.up.pt/ uploads/ficheiros/artigo9321.PDF] consultado em Maio de 2010. Reformulação e adaptação gráfica dos originais: produção própria. Quadro 12. ”Ilhas” na cidade do Porto – planta parcial da zona de São Vitor. Fonte: de OLIVEIRA, J. M. Pereira – O espaço Urbano do Porto (Tese de Doutoramento) Quadro 13 1 e 2 - “Ilha em Matosinhos: a porta e o corredor, entre pública e a “ilha”; Março de 2012. Produção: Luís Miranda. 3 e 4 - “Ilha” no Porto: células, com frentes muito estreitas, construídas informalmente ao longo do “corredor”, Março de 2012. Produção: Tiago Casanova. Quadro 14 1 e 2 - Esquemas de síntese: o PER na Maia (31 conjuntos residenciais) e em Matosinhos (27 conjuntos residenciais) - Promoção Municipal, para aluguer em Regime de Renda Apoiada.Fontes: INH e municípios do Grande Porto. Esquemas/síntese: produção própria. Quadro 15 1 O PER em Matosinhos: alguns exemplos. 2 O PER na Maia: alguns exemplos.Fonte: COELHO, A. Baptista - INH, 1984-2004 - 20 Anos a Promover a Construção de Habitação Social. Lisboa: ed. António Baptista Coelho, 2006. Quadro 16 1 - Conjunto Habitacional da Fábrica, Maia, Novembro de 2010. Produção própria. 2 - Conjunto Habitacional do Chouso, Matosinhos, Novembro de 2010. Produção própria. 3 - Conjunto Habitacional da Seara, Matosinhos, Agosto de 2012. Produção própria. 4 - Conjunto Habitacional de Monte Espinho, Matosinhos, Março de 2010. Produção: “a caixa negra” Quadro 17 1 – Conjunto Habitacional da Fábrica, Maia – Planta geral. Produção própria. 2 – Conjunto Habitacional do Chouso, Matosinhos – Planta geral. Produção própria. 3 - Conjunto Habitacional da Seara, Matosinhos – Planta geral. Produção própria. 4 - Conjunto Habitacional de Monte Espinho, Matosinhos – Planta geral. Produção própria. Quadro 18 1 - Conjunto Habitacional da Fábrica, Maia, Novembro de 2010. Produção própria. 2 - Conjunto Habitacional do Chouso, Matosinhos, Agosto de 2012. Produção própria. 3 - Conjunto Habitacional da Seara, Matosinhos, Janeiro de 2011. Produção própria. 4 - Conjunto Habitacional de Monte Espinho, Matosinhos, Junho de 2010. Produção: “a caixa negra” Quadro 19 1 - Conjunto Habitacional da Fábrica, Maia, Janeiro de 2010. Produção própria.

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2 - Conjunto Habitacional do Chouso, Matosinhos, Novembro de 2010. Produção própria. 3 - Conjunto Habitacional da Seara, Matosinhos, Agosto de 2011. Produção própria. 4 - Conjunto Habitacional de Monte Espinho, Matosinhos, Julho de 2010. Produção: “a caixa negra” Quadro 20 1 - Conjunto Habitacional de Monte Espinho, Matosinhos, Julho de 2005. Produção própria. 2 - Conjunto Habitacional de Monte Espinho, Matosinhos, Março de 2010. Produção: “a caixa negra”. Quadro 21 1 - Conjunto Habitacional da Fábrica, Maia, Novembro de 2010. Produção própria. 2 - Conjunto Habitacional do Chouso, Matosinhos, Janeiro de 2011. Produção própria. 3 - Conjunto Habitacional da Seara, Matosinhos, Novembro de 2010. Produção própria. 4 - Conjunto Habitacional de Monte Espinho, Matosinhos, Junho de 2010. Produção: “a caixa negra”. Quadro 22 1 - Conjunto Habitacional da Rua da Fábrica, Maia, Novembro de 2010. Produção própria. 2 - Conjunto Habitacional do Chouso, Matosinhos, Novembro de 2010. Produção própria. 3 - Conjunto Habitacional da Rua da Seara, Matosinhos, Novembro de 2010. Produção própria. 4 - Conjunto Habitacional de Monte Espinho, Matosinhos, Junho de 2010. Produção: “a caixa negra”. Quadro 23 1 - Conjunto Habitacional da Rua da Fábrica, Maia, Novembro de 2010. Produção própria. 2 - Conjunto Habitacional do Chouso, Matosinhos, Novembro de 2010. Produção própria. 3 - Conjunto Habitacional da Rua da Seara, Matosinhos, Novembro de 2010. Produção própria. 4 - Conjunto Habitacional de Monte Espinho, Matosinhos, Junho de 2010. Produção: “a caixa negra”. Quadro 24 1 - Conjunto Habitacional da Rua da Fábrica, Maia, Novembro de 2010. Produção própria. 2 e 3 - Conjunto Habitacional da Rua da Seara, Matosinhos, Novembro de 2010. Produção própria.

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Es el momento y la ocasión de saludar y agradecer el esfuerzo disciplinar y profesional que esta publicación nos presenta. No caben dudas, sobre el valor que el trabajo aquí realizado tiene, sobre todo en un contexto global de enormes desafíos por vivienda social que tienen innumerables países y en el marco de una enseñanza de la disciplina y la profesión que exige respuestas pertinentes y nuevas miradas al problema en cuestión. En este horizonte, el Seminario sobre la Arquitectura de los Programas de Realojamiento que recientemente se han realizado en Portugal y Chile, liderado por la profesora Paula Petiz, docente de la Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP ) y miembro del Centro de Estudios de Arquitectura y Urbanismo (CEAU), que hemos tenido el privilegio de presenciar y participar en nuestro país y en la propia Facultad de Arquitectura, Diseño y Estudios Urbanos de la Pontificia Universidad Católica de Chile (FADEU), aparte de permitirnos una confrontación y comparación de las experiencias que en materia de vivienda social se han registrado en ambos países, ha activado una importante relación entre ambas casas de estudios, que se remonta a décadas anteriores.

El Decano

En efecto, entre nuestra Facultad (FADEU) y la Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP), podríamos afirmar que hay un inicial vinculación que se origina en la sensibilidad de varios de nuestros académicos y profesionales con la arquitectura portuguesa que se comienza a realizar a partir de 1974, con el impulso que realiza el nuevo gobierno democrático en los temas de vivienda y ciudad, bajo el liderazgo de Nuno Portas. Las Bienales de Arquitectura que se realizan en Chile, hacia finales de los setenta, y la decisiva presencia de importantes arquitectos de renombre internacional, entre los que cabe destacar a Álvaro Siza, facilitó esta conexión, la que se acrecentó en años posteriores, por el prestigio que otros arquitectos portugueses alcanzan en la escena mundial, y la reconocida calidad académica de la llamada “Escuela de Oporto”, que tiene entre sus académicos a Eduardo Souto de Moura , Fernando Távora y al propio Siza. En este contexto, la visita que realizamos el año 2007, con el Vicerrector Académico Juan José Ugarte y el Director de la Escuela de Arquitectura, Juan Ignacio Baixas, con motivo de la participación de nuestra Facultad de Arquitectura, Diseño y Estudios Urbanos de la Pontificia Universidad Católica de Chile, en la Trienal de Arquitectura de Lisboa, constituyó la ocasión propicia para formalizar con el cuerpo directivo de la FAUP, un convenio de intercambio académico e investigación entre las Escuelas de Arquitectura de Santiago y la de Oporto. Permitió además, reconocer cuestiones comunes que unen a ambas unidades académicas, y que son compartidas en el horizonte de la enseñanza del proyecto y ejercicio profesional de la arquitectura y el urbanismo. De este modo, después de varias décadas de reconocimientos mutuos, se concretó este importante acuerdo, que a la fecha ha permitido un fuerte intercambio de estudiantes, y algunas actividades significativas, entre las que cabe reseñar a este Seminario PortugalChile.2A. Es de destacar en este seminario, la activa participación de otras Escuelas de Arquitectura de Chile, y en forma especial, la experiencia del Taller de Ejercitación 1-2011, del profesor Rodrigo Tapia V., de nuestra Escuela, quién ha llevado adelante durante años un trabajo sostenido sobre territorios urbanos residenciales vulnerables.

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Este é o momento e a ocasião para felicitar e agradecer o esforço disciplinar e profissional que esta publicação nos apresenta. Não existem dúvidas sobre o valor do trabalho realizado, sobretudo num contexto global de enormes desafios, no que diz respeito à habitação social, com que se deparam inúmeros países, e quanto ao objetivo de um ensino da disciplina e da profissão, o que exige respostas pertinentes e novas abordagens relativamente ao problema em questão. Neste âmbito, o Seminário sobre a Arquitetura dos Programas de Realojamento que num passado recente se realizou no Chile, liderado pela professora Paula Petiz, docente da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (FAUP) e membro do seu Centro de Estudos de Arquitetura e Urbanismo (CEAU), a que tivemos o privilégio de assistir e participar no nosso País, incluindo a própria “Facultad de Arquitectura, Diseño y Estudios Urbanos de la Pontificia Universidad Católica de Chile” (FADEU), além de nos permitir um confronto e comparação das experiências que, em matéria de habitação social, se têm implementado nos dois países, reavivou uma importante relação entre ambas as casas de estudos, que remonta a décadas anteriores. Com efeito, entre a nossa Faculdade (FADEU) e a Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (FAUP), poderíamos afirmar que existe um vínculo inicial com origem na sensibilidade

O Decano

de vários dos nossos docentes e profissionais em relação à arquitetura portuguesa, que começa a ter lugar a partir de 1974, com o impulso produzido pelo novo governo democrático no que diz respeito aos temas da habitação e cidade, sob a liderança de Nuno Portas. As Bienais de Arquitetura que se realizaram no Chile, aproximadamente em finais da década de setenta, e a presença decisiva de importantes arquitetos de renome internacional, entre os quais cabe destacar Álvaro Siza, facilitou esta relação, que foi aumentando em anos posteriores, por via do prestígio que outros arquitetos portugueses vêem a alcançar no panorama mundial, assim como da reconhecida qualidade académica da chamada “Escola do Porto”, que tem entre os seus docentes Eduardo Souto de Moura, Fernando Távora e o próprio Siza. Neste contexto, a visita que realizámos no ano de 2007 com o Vice-reitor, o Professor Juan José Ugarte, e com o Diretor da “Escuela de Arquitetura”, Juan Ignacio Baixas, motivada pela participação da “Facultad de Arquitectura, Diseño y Estudios Urbanos de la Pontificia Universidad Católica de Chile” na Trienal de Arquitetura de Lisboa, constituiu uma ocasião propícia para formalizar com o Conselho Diretivo da FAUP um programa de intercâmbio académico e de investigação entre as Escolas de Arquitetura de Santiago e do Porto. Além disso, permitiu reconhecer questões comuns que unem as duas unidades académicas, e que são partilhadas no contexto do ensino do projeto e no exercício profissional da arquitetura e urbanismo. Deste modo, depois de várias décadas de reconhecimentos mútuos, concretizou-se este importante acordo que, à data, tem permitido um vasto intercâmbio de estudantes e algumas atividades significativas, entre as quais cabe referir este Seminário PORTUGALCHILE.2A. É de salientar a participação de outras Escolas de Arquitetura do Chile neste mesmo Seminário e, de forma especial, referir a apresentação da experiência do “Taller de Ejercitación 1-2011”, do professor Rodrigo Tapia V., da nossa Escola, que tem conduzido durante anos um trabalho que tem por base territórios urbanos residenciais vulneráveis.

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En este contexto, no es del todo casual, que en aquella muestra de nuestra Escuela en Lisboa, la que posteriormente se llevó a Oporto, bajo la curadoría del profesor Horacio Torrent, en que presentó el estado de la arquitectura reciente en Chile, bajo el título “Calvicie Geológica. Arquitecturas desde el Sur”, junto con exponer la obra de diversos arquitectos, uno de ellos fuera la Urbanización Quinta Monroy del arquitecto Alejandro Aravena y Elemental. Como se sabe, esta obra, realizada el 2004, ampliamente reseñada y distinguida en diversas publicaciones nacionales e internacionales, es

un conjunto de viviendas subsidiadas

con bajo presupuesto, que ha tenido el mérito de resolver el problema de la vivienda progresiva y su encaje urbano para un asentamiento popular con alto hacinamiento en Iquique, incorporando en el diseño la participación de las comunidades involucradas. La tipología propuesta de casas en hilera, permite desarrollar por una parte un número de unidades de vivienda organizadas en torno a patios colectivos, dando así una nueva espacialidad y calidad urbana a estos conjuntos así como por otra, un esquema de organización de la unidad que posibilita un crecimiento en altura y densidad por autoconstrucción en el tiempo, de acuerdo a las necesidades y ahorro de sus habitantes. La referencia a la operación Bouça, en Porto en 1974 y al polígono de viviendas de La Malagueira, en Évora, de Álvaro Siza, realizado ente 1974 y el 2000, parece más que evidente. Pero mucho más, es el hecho que comparten una preocupación y similar actitud de proyecto y obra, orientada por una ética de la construcción de un habitat residencial de calidad, con un fuerte compromiso con el espacio urbano y las nociones de comunidad e identidad. Esto ha sido, a mi juicio, la buena nueva que Paula Petiz nos ha traído con este Seminario, renovando al mismo tiempo una corriente subterránea de principios y corpus disciplinar largamente compartido entre una Escuela de América y una de Europa.

José Rosas Vera. Director del Centro de Patrimonio Cultural UC. Decano Facultad de Arquitectura, Diseño y Estudios Urbanos. PUC. 2005-2012. Director de la Escuela de Arquitectura PUC. 1997-2000. Profesor Titular PUC.

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Neste contexto, não é de todo casual a referida exposição que teve lugar em Lisboa, e que posteriormente foi levada para o Porto, tendo como curador o professor Horacio Torrent, em que se apresentou a situação da arquitetura recente no Chile, com o título “Calvicie Geológica. Arquitecturas desde el Sur”, expondo-se a obra de vários arquitetos, uma das quais se trata da “Urbanização Quinta Monroy”, do arquiteto Alejandro Aravena e Elemental. Como se sabe, esta obra, realizada em 2004, amplamente divulgada e distinguida em diversas publicações nacionais e internacionais, trata-se de um conjunto de habitações subsidiadas, de baixo custo, que teve o mérito de resolver o problema da habitação evolutiva e a respectiva inserção urbana, sendo um assentamento popular com elevada sobreocupação, em Iquique, onde se contou, para a elaboração do projeto, com a participação da comunidades envolvidas. A tipologia de casas em banda proposta, permite desenvolver, por um lado um determinado número de unidades de habitação organizadas em torno de pátios coletivos, oferecendo deste modo uma nova espacialidade e qualidade urbana a estes conjuntos, ao mesmo tempo que temos, por outro lado, um esquema de organização para cada unidade que permite um crescimento em altura, perante a possibilidade de se densificar no tempo, através de autoconstrução, de acordo com as necessidades e as capacidades económicas dos seus habitantes. A referência à operação da Bouça, no Porto em 1974, e ao conjunto de habitações da Malagueira, em Évora, de Álvaro Siza, realizado entre 1974 e 2000, parece ser mais do que evidente. Mas mais ainda, está no fato de se partilhar uma preocupação e uma atitude semelhante, quer no projecto, quer na obra, orientada por uma ética de construção de um habitat residencial de qualidade, com um forte compromisso em relação ao espaço urbano e a noções de comunidade e identidade. Isto foi, a meu ver, a boa nova que nos trouxe Paula Petiz com este Seminário, renovando ao mesmo tempo uma corrente subterrânea de princípios e corpus disciplinar amplamente partilhado entre uma Escola da América e uma da Europa.

José Rosas Vera. Diretor do Centro de Patrimonio Cultural UC. Decano da “Facultad de Arquitectura, Diseño y Estudios Urbanos. PUC”, 2005-2012. Diretor da “Escuela de Arquitectura. PUC”, 1997-2000. Professor Titular PUC.

Tradução do espanhol para português: Joana Fernandes Revisão: Paula Petiz

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Experiencia Taller de Ejercitación 1-2011 El Lote 9x18: oportunidad vigente Rodrigo Tapia Vera-Cruz

Arquitecto y Magíster en Desarrollo Urbano UC, chileno, 48 años. Académico de la Escuela de Arquitectura de la Pontificia Universidad Católica de Chile desde 1994. Especializado en temas de Habitabilidad en Territorios Vulnerables, particularmente en el campo de la vivienda social y el mejoramiento de asentamientos urbanos populares, tanto en su desarrollo profesional como docente, realizando distintas asesorías, proyectos y dirigiendo cursos del área. Posee amplia experiencia en el ámbito de las prácticas profesionales y en la línea del Aprendizaje - Servicio. Desde el año 2004 a la fecha es Consultor FOSIS para el Programa Habitabilidad ChileSolidario.

Descripción El Taller enmarcó su trabajo en el ámbito de territorios urbanos residenciales vulnerables, conformados por lotes de 9x18, muy comunes en la oferta pública chilena de los años 60 y 70, que buscaron dar soluciones de vivienda social a las familias pobres del país de la época. Interesa remirar estas poblaciones y lo hecho allí transcurrido 21 años de: la investigación de Palmer y Vergara plasmada en el Libro “El Lote 9x18”; de la implementación del Programa de Densificación Predial del Ministerio de Vivienda y Urbanismo; y del expansivo crecimiento de la ciudad de Santiago durante este período. Parecieran aún todavía intactas, las posibilidades que esta tipología de lotes y su trama urbana generaron. Sitios de dimensiones no despreciables de 162 m2 como promedio, cuantificados en 164.958 lotes en la Región Metropolitana. Una localización pericentral privilegiada próxima a la avenida Circunvalación Américo Vespucio. La creatividad popular para ocuparlos y concebir apropiaciones relevantes, acogiendo muchas veces a más de una generación y actividad.

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Experiência Oficina de Exercitação 1-2011 O Lote 9x18: uma oportunidade vigente Rodrigo Tapia Vera-Cruz

Arquiteto e Mestre em Desenvolvimento Urbano UC, chileno, 48 anos. Académico na “Escuela de Arquitectura de la Pontificia Universidad Católica de Chile” desde 1994. Especializado em temas como Habitabilidade em Territórios Vulneráveis, particularmente no campo da habitação social e melhoramento de bairros informais urbanos populares, tanto ao nível do seu desenvolvimento profissional bem como docente, realizando distintas assessorias, projetos e direcção de cursos na mesma área. Possui uma ampla experiencia no âmbito dos estágios profissionais, assim como na linha de “Aprendizagem – Serviço”. Desde 2004 e até à actualidade, é Consultor FOSIS para o “Programa Habitabilidad Chile Solidario”.

Descrição O projeto enquadrou o seu trabalho no âmbito dos territórios urbanos residenciais vulneráveis, conformados por lotes de “9x18”, muito comuns na oferta pública chilena dos anos 60 e 70, que procuravam arranjar soluções de habitação social para as famílias pobres do país, nessa época. Decorridos 21 anos, interessa-nos rever estas populações e o que foi feito: a investigação de Palmer e Vergara, explicada no livro “El Lote 9x18”; da implementação do “Programa de Densificação Predial del Ministério de la Vivienda y Urbanismo”; e do expansivo crescimento da cidade de Santiago durante esse período. Contudo, pareciam ainda intactas as possibilidades geradas por esta tipologia de lotes e a sua parcela urbana. Sítios de dimensões insignificantes, com 162m2 de área média, quantificados em 164.958 lotes na Região Metropolitana. Uma localização pericentral privilegiada, próxima da avenida Circunvalación Americo Vespucio. A criatividade popular para a respectiva ocupação e a produção de apropriações relevantes, acolhendo muitas vezes mais do que uma geração residente e uma atividade.

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¿Cómo generar proyectos apropiados a este tipo de contextos que eviten que las nuevas generaciones de hijos y nietos de residentes originarios sean expulsados a la periferia metropolitana distantes de las oportunidades? ¿Porqué no aprovechar las redes sociales y económicas actuales, la existencia de colegios, consultorios, comercio, comisarías y sistema de transporte, así como las calles, plazas y espacio público y los propios terrenos que hoy estas familias ocupan y utilizan? Queda mucho que aprender y que proponer en estos lugares. Se necesita más investigación para ayudar a crear nuevas políticas públicas, generadas no desde el tablero o la abstracción de nuestras propias ideas y preconcepciones, sino desde la realidad misma, observando en el territorio, proponiendo nuevas soluciones a problemas reales. El taller 9x18 buscó a través de una metodología que se inserta en este tipo de territorios, revisar su estructura urbana y cómo las familias se han apropiado de sus espacios públicos y privados. Indagar en las restricciones y posibilidades de la normativa actual, los programas estatales de vivienda, de los resultados de las iniciativas públicas y privadas realizadas. A partir de ello, concebir nuevos modos de apropiación y densificación predial más eficientes e innovadores, basados en la realidad y posibilidades acordes a nuestro tiempo, donde la tecnología se ponga al servicio de este desafío.

Algunas perguntas ¿Cuáles son las alternativas de mejoramiento residencial para las familias que habitan estos territorios, especialmente los allegados? ¿Qué piensan los vecinos y qué rol pueden cumplir éstos en el diagnóstico y solución del problema? ¿Cómo generar propuestas programáticas innovadoras que no se ­ pero que sean eficientes y seguras entrampen en procedimientos, normativas rígidas,

colocando los incentivos adecuados para su implementación? ¿Qué puede hacer la arquitectura y los arquitectos? ¿Cómo habitar las esquinas, reconquistar las plazas, los espacios públicos y de reunión para todos y hacer de estos lugares mejores barrios? ¿Cómo asegurar luz, aire, intimidad, estabilidad, espacio suficiente, convivencia familiar y vecinal? ¿Es posible que una población sea bella? ¿Qué pueden aportar la técnica y sistemas constructivos contemporáneos?

Algunas certezas a. Creer que se puede. b. Partir desde las personas y el territorio, observando cómo ellos han intentado resolver estas complejas ecuaciones entre vida y espacio. Involucrarlos como parte de la solución. c. Trabajar articuladamente con el municipio y el estado, ayudando a refrescar la mirada. d. Generar propuestas factibles, replicables e innovativas. e. Articular, en la medida de lo posible, distintas escalas del problema (micro, meso y macro).

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Como gerar projetos apropriados a este tipo de contexto, evitando que as novas gerações, de filhos e netos e residentes de origem, sejam expulsos para a periferia metropolitana, afastando-se das oportunidades? Porquê não aproveitar as redes sociais e económicas atuais, a existência de escolas, consultórios, comércio, postos de polícia e sistemas de transportes, assim como as ruas, praças e spaço público, e os próprios terrenos ocupados e utilizados hoje por estas famílias? Há ainda muito que aprender e propor em relação a estes lugares. Há necessidade de investigar mais para ajudar a criar novas políticas públicas geradas não com base na quadrícula ou na abstracção das nossas próprias ideias e preconceitos, mas na própria realidade, através da observação do território, e da proposta de novas soluções para os problemas reais. A Oficina “9x18” procurou, através de uma metodologia que se inscreve neste tipo de territórios, rever a sua estrutura urbana e conhecer como as famílias se apropriaram dos espaços públicos e privados. Indagar sobre as restrições e possibilidades da normativa atual, os programas estatais de habitação e sobre os resultados das realizações de iniciativas públicas e privadas. A partir daí, conceber novos modos apropriação e densificação do edificado, mais eficazes e inovadores, baseados na realidade e possibilidade de se adequarem ao nosso tempo, em que a tecnologia se coloca ao serviço deste desafio.

Algumas perguntas Quais são as alternativas para a melhoria residencial em relação às famílias que habitam estes territórios, especialmente os que se encontram mais isolados? O que pensam os vizinhos e que papel virão a desempenhar face ao diagnóstico e solução para o problema? Como gerar propostas programáticas inovadoras que não se prendam com procedimentos e normativas rígidas, mas que sejam eficientes e seguras, propondo incentivos adequados à respectiva implementação? Que podem fazer a arquitetura e os arquitectos? Como habitar as esquinas, reconquistar as praças, os espaços públicos e de encontro para todos, e fazer destes lugares melhores bairros? Como assegurar a luz, o ar, intimidade, estabilidade, espaço suficiente, convivência entre famílias e vizinhos? É possível que uma população seja bela? Em que medida podem a técnica e os sistemas construtivos contemporâneos vir a ser um contributo?

Algumas certezas a. Acreditar que se consegue. b. Partir das pessoas e do território, observando como tentaram resolver estas complexas equações entre a vida e o espaço. Envolve-los como parte da solução. c. Trabalhar em articulação com o Município e o Estado, ajudando a atualizar diagnósticos. d. Propor soluções praticáveis, reproduzíveis e inovadoras, articulando dentro do possível as distintas escalas do problema (micro, meso e macro).

PUC - Rodrigo Tapia Vera-Cruz, Experiência Oficina de Exercitação 1-2011, O Lote 9x18: uma oportunidade vigente

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Objetivos 1. Entregar a los alumnos contenidos y estrategias básicas para trabajar en el mejoramiento de territorios vulnerables de este tipo (observación, estudios, normativa, soluciones). 2. Conocer del volumen y las características de territorios existentes en la Región Metropolitana, conformados por lotes de medidas próximas a los 9x18 metros. 3. Trabajar con familias de estos territorios en la identificación de sus problemas y las potencialidades del barrio, tomando como caso una población ubicada en la comuna de La Peñalolén. 4. Generar ideas de diseño específicas para el mejoramiento de las condiciones de Habitabilidad de las familias de este tipo de territorios, desarrollando proyectos finales de densificación, mejoramiento barrial y de vivienda con potencial de replicabilidad. 5. Apoyar al municipio de Peñalolén, y a la Unidad de Vivienda, con ideas factibles, pertinentes y replicables para el mejoramiento de las condiciones de habitabilidad en un sector representativo de ella.

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Objetivos 1. Entregar aos alunos conteúdos e estratégias básicas para se trabalhar no melhoramento dos territórios vulneráveis deste tipo (observação, estudos, normativas, soluções). 2. Conhecer a dimensão e as características dos territórios existentes na região metropolitana, de dimensões próximas dos “9x18” metros. 3. Trabalhar com as famílias destes territórios, na identificação dos seus problemas e na identificação das potencialidades do bairro, tendo como referência a população radicada no distrito de La Peñaloén. 4. Gerar ideias de desenho específicas para melhorar as condições de Habitabilidade das famílias radicadas neste tipo de território, desenvolvendo projetos finais de densificação, para um melhoramento de bairro e habitação, potencialmente replicáveis. 5. Apoiar o município de Peñaloén, e a Unidade de Habitação, com ideias fatíveis, pertinentes e reprodutíveis, para melhorar as condições de habitabilidade, num dos seus setores representativos.

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Metodología El taller se reunió 2 veces por semana para entregar contenidos y estrategias básicas, corregir y discutir a cerca del trabajo de campo encargado a los alumnos y revisar con el resto de los compañeros las propuestas de diseño que fueron surgiendo. En las distintas etapas del taller hubo encuentros con la comunidad, socios estratégicos y expertos, de manera de ir testeando las decisiones y enfoque. Algunas de estas sesiones se realizaron en la propia comuna. El taller se estructuró en 4 momentos principales. 1. Presentación y nivelación de algunos contenidos y enfoques básicos para el trabajo del semestre, el que incluyó: presentación personal, de programa y territorio; conversación con invitados; visita a terreno; conocimiento grupal del territorio de estudio. 2. Observación Territorial, el que incluyó: análisis del espacio privado y público; priorización de necesidades y temas relevantes. 3. Definición de proyectos vinculado a: Temas de interés; Lugares significativos; y diferentes Escalas de acción. Revisión de referentes. 4. Desarrollo proyectual en que cada alumno desarrolló un proyecto en 3 escalas de trabajo: barrial, vivienda y detalle constructivo. Para ello, recibió la orientación individualizada del equipo docente.

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Metodologia A Oficina reuniu duas vezes por semana, para entregar conteúdos e estratégias básicas, corrigir e discutir o trabalho de campo, da responsabilidade dos alunos, e rever, com os restantes colegas, as propostas de desenho que foram surgindo. Na Oficina, em diferentes fases, houve encontros com a comunidade, parceiros estratégicas e peritos, de modo a ir testando decisões e enfoque. Algumas destas sessões realizaram-se na própria Comuna. A Oficina foi estruturada em 4 momentos principais. 1. Apresentação e procura de equilíbrio, no que respeita a alguns conteúdos e abordagens básicas relativas ao trabalho do semestre, o que incluiu: apresentação individual, do programa e do território; conversa com convidados; visita ao terreno; conhecimento em grupo do território de estudo. 2. Observação Territorial, o que incluiu: análises do espaço privado e público; hierarquização de necessidades e temas relevantes. 3. Definição de projetos vinculados a: Temas de interesse; Lugares significativos; e diferentes escalas de ação. Revisão de referências. 4. Desenvolvimento do projeto, com o desenvolvimento, por parte de cada estudante, uma proposta projetual, de acordo com 3 escalas de trabalho: bairro, habitação, e detalhe construtivo. Nesse sentido, receberam uma orientação individualizada por parte da equipa de docentes.

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Resultados El taller generó múltiples ideas de cómo radicar a los allegados e incluso densificar en lotes de 9x18: trabajando los sitios de esquina, diseñando infraestructura de servicios en altura, agrupando lotes, introduciendo estructura de 3 y 4 niveles dentro de los lotes, incorporando comercio, utilizando terrazas, mejorando pasajes y calles, entre muchas otras. A continuación algunos ejemplos de ello. a) Cristina Ferrer Dentro de la población La Faena hay muchos lotes que debido al crecimiento de las familias y la incorporación de nuevas actividades dentro del mismo precio de han utilizado el 100% del suelo, a través de edificaciones autoconstruidas las cuales generan problemas de iluminación, ventilación y privacidad deficientes. Se propone entonces, a través de observaciones en terreno una estructura flexible que permite la densificación del lote en altura, la cual se adapta en sitios ya construidos liberando parte del terreno y asegurando condiciones adecuadas de habitabilidad. El proyecto es una torre de 5x5 metros, la cual se ubica en viviendas frente espacios públicos de mayor extensión. b) FranciscoRodríguez ”Jardines Ocultos” densifica los sitios de 9x18 sin perder los espacios exteriores o intermedios. Se trata de crear condominios en el interior de cada sitio o par de sitios, que finalmente se diluyen con el espacio creando una nueva trama urbana verde al interior de los pasajes.

Cristina Ferrer

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Resultados O projeto gerou múltiplas ideias em relação à forma como instalar as pessoas em relação de proximidade, incluindo a densificação através de lotes de “9x18”; trabalhar os locais de esquina, desenhando infra-estruturas de serviço em altura, agrupando lotes, introduzindo estruturas no seu interior, com 3 e 4 níveis, incorporando comércio, utilizando terraços, melhorando passagens e ruas, estas entre muitas outras opções. A continuação de alguns desses exemplos. a) Cristina Ferrer Entre a população La Faena existem muitos lotes em que, devido ao crescimento das famílias e à incorporação de novas actividades, com o mesmo custo chegou-se à utilização de 100% do solo, através de edifícios de auto-construção, gerando problemas de iluminação, ventilação e privacidade deficientes. Propõe-se então, através de observações no terreno, uma estrutura flexível que permite a densificação do lote em altura, que se adapta a locais já ocupados com construção, libertando parte do terreno e assegurando as condições adequadas de habitabilidade. O projecto é uma torre com “5 x 5” metros, a qual se ubica localiza em habitações com frente para espaços públicos de maior extensão. b) Francisco Rodriguez “Jardins ocultos” densifica os espaços de “9x18”, sem se perderem os espaços exteriores ou intermédios. Trata-se de criar condomínios no interior de cada local ou conjunto de locais, que acabam por se diluir no espaço, criando uma nova trama urbana verde no interior das passagens.

Francisco Rodriguez

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c) MaraMantoui­ En el contexto de los sitios 9x18, el proyecto rescata una condición particular que es la conformación de sitios de fundo de pasaje. La densificación se realiza considerando los sitios como un conjunto, e insertando elementos-detonantes del crecimiento bajo la forma de una torre de acceso-servicio. Además, al cerrar el pasaje y al acogerlo bajo la ley de copropiedad, se contempla la conformación de un espacio comunitario multi-uso que compensa la pérdida de espacio libre (patio) por el proceso de densificación. A partir de esta experiencia se generaron 3 iniciativas a ser implementadas durante el año 2012: a. Elaboración de una propuesta presentada al concurso del Centro de Políticas Públicas UC 2012, de los profesores UC (Consuelo Araos de sociología, Carolina Salinas de Derecho y Rodrigo Tapia de Arquitectura), para trabajar la idea de “Condominios Familiares”. Dicha iniciativa busca diseñar una propuesta multidimensional -arquitectónica, sociológica, legal y económica- de política pública habitacional, que permita la radicación de las familias allegadas allí donde éstas tengan como prioridad la mantención de la proximidad con la familia de origen, bajo un modelo de “condominios familiares” aplicable a lotes del tipo 9 x18, tomando como caso de estudio conjuntos habitacionales de la comuna de Peñalolén. b. Programación de un Aula de Título para 8 alumnos en proceso de titulación, centrada en la generación de proyectos de Mejoramiento barrial y radicación de familias residentes en Lotes 9x18 que dirigirá el profesor Rodrigo Tapia. c. Realización de un Workshop conjunto entre las escuelas de arquitectura de la UC de Chile y de Monasch de Australia, durante el mes de abril de 2012, de renovación urbana en lotes 9x18.

Mara Mantui

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c) Mara Mantoui Neste contexto, dos “9x18”, o projeto resgata uma condição particular que se liga com a formação de locais de passagem. Chega-se à densificação considerando os locais como um conjunto, e inserindo elementos-detonantes do crescimento, com a forma de uma torre de acesso-serviço. Além disso, ao fechar a passagem e ao mantê-lo de acordo com a lei de co-propriedade, assiste-se à formação de um espaço comunitário multiusos, que vem a compensar a perda de espaço livre (pátio) a que se chega pelo processo de densificação. A partir desta experiência geraram-se 3 iniciativas, a implementar durante o ano de 2012. a. Elaboração de uma proposta apresentada no concurso do “Centro de Politicas Públicas UC 2012”, dos professores UC (conselho Araos de Sociologia, Carolina Salinas de Direito e Rodrigo Tapia de Arquitetura), para trabalhar a ideia de “Condomínios Familiares”. Esta iniciativa procura desenhar uma proposta multidimensional - arquitectónica, sociológica, legal e económica – na área de politica pública habitacional, que se procura permitir a radicação das famílias com laços mais estreitos, tendo como prioridade a manutenção das relações de proximidade com a família de origem, sob um modelo de “Condomínios Familiares”, aplicável aos lotes “9x18”, tomando como caso de estudo os conjuntos habitacionais da Comuna de Peñaloén. b. Programação de uma aula de licenciatura, para 8 estudantes em processo correspondente, centrada na criação de projetos destinados ao melhoramento dos bairros e à radicação de famílias residentes em lotes “9x18”, a dirigir pelo professor Rodrigo Tapia. c. Realização de um workshop, em conjunto com as escolas de arquitetura da UC de Chile e de Monasch de Australia, durante o mês de Abril de 2012, sobre a renovação urbana em lotes “9x18”.

Tradução do espanhol para português: Joana Fernandes Revisão: Paula Petiz

Bibliografia Alexander Christopher - Un lenguaje de Patrones”, Barcelona Santiago Chile, Gustavo Gili., 1980. Autores Varios - 1906 / 2006 Cien años de política de vivienda en Chile, María José Castillo y Rodrigo Hidalgo (Editores), Ediciones UNAB serie Arquitectura No1 serie GEOlibros No10 Facultad de Arquitectura y Diseño UNAB – Instituto de Geografía UC, 2007. Autores Varios - Bienestar Habitacional: Guía de Diseño para un Hábitat Residencial Sustentable, Universidad de Chile (Facultad de Arquitectura y Urbanismo / Instituto de la Vivienda), Universidad Técnica Federico Santa María, Fundación Chile, 2004. García Huidobro , Torres, Tugas - El Tiempo Construye – Time Buildings, Programa experimental de vivienda (PREVI) de Lima: génesis y desenlace, GG vivienda, 2008. Hidalgo D. Rodrigo - La vivienda Social en Chile y la construcción del espacio urbano en el Santiago del siglo XX, Santiago de Chile, Pontificia Universidad Católica de Chile, Centro de Investigaciones Diego Barros Arana, 2005. Rodríguez Alfredo, Sugranyes Ana - Los con techo. Un desafío para la política de vivienda social, Ediciones SUR., 2005 Tapia V-C Rodrigo - Vivienda Social, “Consolidación de sectores precarios de la ciudad a partir de la vivienda: proyecto para un pasaje y 10 lotes en Villa Gabriela, La Pintana”, ARQ 14, marzo 1990. Vergara y Palmer (obligatoria) - El Lote 9X18 en la encrucijada habitacional de hoy, Facultad de Arquitectura y Bellas Artes PUC, 1990. MINVU - Chile, un siglo de políticas de vivienda y barrio, DITEC Ministerio de Vivienda y Urbanismo, 2004.

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Vivienda Social y asentamientos informales en Chile Rodrigo Araya

Arquitecto, Pontificia Universidad Católica de Chile, 2006. Arquitecto Fundación “Un Techo Para Chile” 2008-2011. Arquitecto oficina de Diseño Urbano “Polis” 2006-2008.

Chile es uno de los países con mayor desarrollo económico de América latina por lo cual ha buscado referentes en cuanto a políticas sociales y económicas fuera del continente; hace un tiempo el ministro de hacienda del Estado de Chile ponía como meta que el 2020, Chile (PIB de $US 15.000) alcanzara el desarrollo económico y niveles de igualdad en la distribución del ingreso de Portugal ($US 22.300); más allá de que sean datos meramente económicos, esta comparación nos permite dejar esta variable fija y mirar a Portugal como un referente a revisar en cuanto sus políticas sociales y económicas, ya que podrían ser aplicables en Chile en 5 o 10 años más. Es en este contexto, la invitación al encuentro PORTUGALCHILE.2a “debate sobre la arquitectura de los programas de vivienda social recientes en Portugal y Chile”, nos parece como fundación “Un Techo Para Chile” aun más interesante ya que nos permite compartir experiencias aplicables a corto plazo y no la revisión de políticas de vivienda social inaplicables en relación al nivel de desarrollo económico de otros países. En adelante este artículo señala el camino recorrido por la fundación “Un Techo Para Chile”, que ha gestionado viviendas sociales para asentamiento informales durante los últimos 10 años en el contexto de las programas de de vivienda social en Chile. Fundación “Un Techo Para Chile” “Un Techo para Chile” nace en 1997, cuando el sacerdote jesuita Felipe Berríos S.J. junto a un grupo de jóvenes inquietos por la pobreza que existía en Chile, deciden convocar a personas de distintas carreras y universidades para realizar construcciones de vivienda provisorias de emergencia en asentamientos informales. La invitación concreta fue a construir 350 viviendas provisorias para familias que vivían en la extrema pobreza. Era un proyecto puntal, no visualizando el futuro, pero el resultado fue un éxito; no sólo por haber entregado una vivienda a estas familias, sino también porque los jóvenes y todos los que colaboraron en los trabajos quedaron motivados para hacer cosas aún mayores.

Voluntarios universitarios de UTPCH construyendo viviendas de emergencias en el sur de Chile Voluntários universitários de UTPCH a construir habitações de emergência no sul do Chile

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Habitação Social e Bairros Informais no Chile Rodrigo Araya

Arquiteto da Fundação “Un Techo Para Chile” 2008-2011.Arquiteto em escritório de Desenho Urbano , “Polis” , 2006-2008. Arquiteto formado na “Pontificia Universidad Católica de Chile”, em 2006.

O Chile é um dos países com maior desenvolvimento económico na América Latina, tendo procurado referências fora do continente, num âmbito de políticas sociais e económicas; durante algum tempo, o Ministro das Finanças do Chile colocava como meta para 2020, que o Chile (PIB de $US 15.000) atingisse um desenvolvimento económico e níveis de igualdade na distribuição da receita em relação a países como Portugal ($US 22.300). Embora se trate de dados meramente económicos, tal comparação permite-nos fixar esta variável e olhar para Portugal como um referente em relação às suas políticas sociais e económicas, já que se entende que poderão tornar-se aplicáveis no Chile durante os próximos 5 ou 10 anos. É neste contexto, e mediante o convite para o Seminário “PORTUGALCHILE.2A - Debate sobre a arquitetura dos programas de habitação social recentes em Portugal e Chile”, que nos deparamos com o interesse da fundação “Un Techo Para Chile”, já que nos permite partilhar experiências passíveis de serem aplicadas a curto prazo, contrariamente a uma revisão de políticas de habitação social, de difícil implementação tendo em conta o nível de desenvolvimento económico de outros países. Seguidamente registar-se-á o caminho percorrido pela fundação “Un Techo Para Chile”, na forma como se chegou à implementação da habitação social, no caso de ocupações informais e durante últimos 10 anos, ao abrigo dos programas de habitação social chilenos. Fundação “ Un Techo Para Chile” “Un Techo para Chile” nasce em 1997, quando o sacerdote jesuíta Felipe Berríos S.J., em conjunto com um grupo de jovens irreverentes, perante a pobreza existente no Chile, decidem convocar pessoas de distintas áreas disciplinares e de diferentes universidades, para a construção de habitações provisórias de emergência, em bairros informais. Tratava-se concretamente de construir 350 habitações provisórias, destinadas a famílias que viviam em situação de pobreza extrema. Tratava-se de um projeto pontual, sem que se vislumbrasse o seu futuro, que acabou por se tornar em êxito, não só por se ter conseguido atribuir uma habitação a cada uma dessas famílias, mas também pela motivação que veio a despertar para a ações de maior escala, tanto em jovens participantes, como nos demais atores que colaboraram neste trabalho.

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Proyectos de vivienda definitiva financiados con programas para construcción de viviendas sociales (Fondo Solidario 1) del Estado de Chile. Se encuentran ubicados en las ciudades de Concepción, Isla Juan Fernandez y Antofagasta respectivamente) Habitações Definitivas, cujos projectos foram financiados por Programas destinados à construção de Habitações Social (Fondo Solidario 1), do Estado do Chile. Encontram-se localizadas nas cidades de Concepción, Isla Juan Fernandez e Antofagasta respectivamente)

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Fue entonces cuando se propuso una meta más ambiciosa: construir 2000 casas antes del año 2000, objetivo que se logró en septiembre de 1999. Fue en ese mismo año cuando el proyecto se nacionalizó, para lo cual se implementaron oficinas regionales en las principales ciudades del país. Paralelo a todo este trabajo, y ante la experiencia recogida por el trabajo de voluntarios y pobladores de campamentos, surgen dos áreas claves dentro de “Un Techo para Chile”: Habilitación Social y Vivienda Definitiva. Ambas entienden lo necesario de las herramientas integrales que se les entrega a las familias como respuesta a una necesidad urgente y real, donde la participación de ellas mismas es clave para lograr un avance en su propia realidad. Así, sin pensarlo, llegamos al último paso dado; el del proceso de construcción de la vivienda definitiva, el cual es entendido como una última etapa de la creación de barrios sustentables y seguros para las familias. A partir de la consolidación de este modelo de trabajo, es que la fundación se plantea una meta mucho más grande que las anteriores: erradicar todos los asentamientos informales de nuestro país (30.000 familias aproximadamente). Durante el 2001, dado los desastres naturales en El Salvador y luego en Perú, es que junto a universitarios de esos mismos países, nace “Un Techo Para mi País”. Actualmente, Cristián del Campo S.J. como capellán de “Un Techo para Chile” y “Un Techo para mi País” acompaña a los miles de jóvenes que, en 19 países de Latinoamérica, forman parte de esta institución, unidos para construir un continente sin excluido. Vivienda Definitiva “La meta no es la vivienda definitiva sino el barrio. Es una comunidad organizada que puede protegerse de la delincuencia y la droga“. (Felipe Berríos s.j., Todo comenzó en Curanilahue). El proceso para llegar a la Vivienda Definitiva representa una gran oportunidad para superar la exclusión que aqueja a las familias de campamento. Esa es la apuesta esencial que “Un Techo para Chile” realiza desde el 2006 – año en que se constituyó como Entidad de Gestión Inmobiliaria Social (EGIS) – junto a familias de campamento que confían con el objetivo de constituir barrios sustentables a través de un fuerte programa de organización comunal y habilitación social. En este modelo, UTPCH actúa asesorando y acompañando a las familias en el proceso de postulación a las políticas habitacionales del gobierno mediante el “Fondo Solidario de Vivienda” del Ministerio de Vivienda y Urbanismo. La fundación se hace cargo de la gestión inmobiliario del proyecto junto a las familias, lo que implica asegurar terrenos aptos y bien ubicados, diseñar el barrio en conjunto a los futuros propietarios, coordinar los proyectos y supervisar la construcción de los mismos. La apuesta es lograr que la inversión pública tenga plusvalía, que las viviendas sociales queden bien localizadas dentro de la ciudad y, en definitiva, entender la vivienda no sólo como un producto, sino como un proceso tan valioso como la vivienda misma. El Área está conformada por un equipo multidisciplinario de jóvenes profesionales, quienes en asociación con distintas oficinas de diseño, estudios de abogados, universidades,

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Foi então que se propôs atingir um objetivo mais ambicioso, através da construção de 2000 casas, antes do ano 2000, o que foi concretizado ainda em Setembro de 1999. Foi neste mesmo ano que o projeto se nacionalizou, chegando-se a instalar escritórios regionais nas principais cidades do País. Paralelamente a todo este trabalho, e perante a experiência acumulada através do trabalho de voluntários e dos habitantes de acampamentos informais, surgem dois temas-chave para “Un Techo para Chile”: a Habilitação Social e a Habitação Definitiva. Ambas tocam necessariamente o essencial das ferramentas que se passam a entregar às famílias, em resposta a uma necessidade urgente e real, onde a participação das mesmas se tornava vital para que conseguissem avançar no seio da sua própria realidade. Assim, sem contar, demos o último passo no que diz respeito ao processo de construção da Habitação Definitiva, o qual é entendido como uma derradeira etapa para criar de bairros sustentáveis e seguros para as famílias. Com base na consolidação deste modelo de trabalho, a Fundação acaba por definir uma nova meta, muito mais ambiciosa em relação às referidas anteriormente: erradicar todos os bairros informais do País (o correspondente a cerca de 30.000 famílias). Durante o ano de 2001, devido aos desastres naturais em El Salvador e logo de seguida no Perú, acaba por nascer “Un Techo Para mi País”, entre os universitários desses mesmos países. Atualmente, Cristián del Campo S.J., enquanto capelão de “Un Techo para Chile” e de “Un Techo para mi País”, acompanha os milhares de jovens que, em 19 países da América-Latina, fazem parte desta instituição, unidos para “construir” num Continente, sem qualquer exclusão. Habitação Definitiva “La meta no es la vivienda definitiva sino el barrio. Es una comunidad organizada que puede protegerse de la delincuencia y la droga“. (Felipe Berríos s.j., Todo comenzó en Curanilahue). O processo para chegar à Habitação Definitiva representa uma das grandes oportunidades para banir a exclusão que atinge as famílias de bairros informais. Essa é a aposta fundamental que vem fazendo “Un Techo para Chile” desde 2006 – ano em que se constituiu como Entidade de Gestão Imobiliária Social (EGIS) – junto a famílias de bairros informais, que acreditam no objetivo de constituir bairros sustentáveis com base num forte programa de organização comunitária e habilitações sociais. Neste modelo, a fundação UTPCH atua assessorando e acompanhando as famílias no seu processo de candidatura a Programas de Habitação governamentais, designadamente o “Fondo Solidario de Vivienda” do “Ministerio de Vivienda y Urbanismo”. A Fundação encarrega-se da gestão imobiliária do projeto junto das famílias, o que implica conseguir angariar terrenos vocacionados e bem localizados face aos objetivos em causa: desenhar o bairro conjuntamente com os futuros proprietários, coordenar os projetos e supervisionar a respetiva construção. A aposta é orientar o investimento público para resultados positivos, assegurar uma boa localização na cidade para a habitação social e, por último, levar a que se perceba a habitação não só como um produto, mas também como um processo, tão valioso como a própria habitação.

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inmobiliarias, constructoras, proveedores y otros actores públicos y privados, buscan agilizar y mejorar el proceso de gestión e implementación de los nuevos barrios, concentrando los beneficios de los proyectos en los socios principales: las familias, dirigentes y comunidades de campamentos de todo Chile. A la fecha UTPCH ha gestionado 115 proyectos, de los cuales 34 ya están entregados. Además tiene 22 en construcción, 28 en proceso de postulación, 23 en diseño y 8 en búsqueda de terreno. En total, se verán beneficiadas más de 9 mil familias en todo el país.

Nuestros proyectos se basan en los siguientes principios: Os nossos projectos baseiam-se nos seguintes princípios:

EJEMPLOS DE PROYECTOS:

PROYECTO TRABAJANDO POR UN SUEÑO Comité: Trabajando por un Sueño Nº de familias: 80 Ubicación: Pasaje Etna 3247 Comuna: Maipú Egis: Un Techo para Chile Superficie Terreno: 6.370 m² Diseño: Judson y Olivos Equipamiento: Sede Social y Zona de Juegos Superficie inicial vivienda: 43,4 m2 Superficie final vivienda: 64 m2 Constructora: BECON Socios: MINVU / FAHNEU

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Cada Área é constituída por uma equipa multidisciplinar de jovens profissionais, que em associação com distintos escritórios de projeto, escritórios de advogados, universidades, imobiliárias, construtoras, provedores e outros atores, públicos e privados, procuram agilizar e melhorar o processo de gestão e implementação dos novos bairros, concentrando os benefícios dos projetos nos sócios principais: as famílias, dirigentes e comunidades dos bairros informais de todo Chile. Até à data a UTPCH conseguiu realizar 115 projectos, dos quais 34 obras já foram entregues. Paralelamente podem encontrar-se mais 22 em fase de construção, 23 em projeto, e ainda 28 processos em fase de candidatura, e para outros 8 procurando terreno. No total, virão a ser beneficiadas mais de 9 mil famílias em todo o país.

Tradução do espanhol para português: Joana Fernandes Revisão: Paula Petiz

EXEMPLOS DE PROJETOS:

PROJETO: TRABALHANDO POR UM SONHO Comité: Trabalhando por um Sonho Nº de famílias: 80 Localização: Pasaje Etna 3247 Comuna: Maipú Egis: Un Techo para Chile Superfície Terreno: 6.370 m² Desenho: Judson e Olivos Equipamento: Sede Social e Zona de Jogos Superfície inicial habitação: 43,4 m2 Superfície final habitação: 64 m2 Construtora: BECON Sócios: MINVU / FAHNEU

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PROYECTO EMATI

Comité: Emati Portoseguro Nº de familias: 140 Ubicación: Porto Seguro 4350 Comuna: Estacion Central Egis: Un Techo para Chile Superficie Terreno: 16.035 m2 Diseño: Marambio, San Martin, Gumucio Equipamiento: Sede Social, Areas Verdes y Zona de juegos. Superficie inicial vivienda: 57 m2. Constructora: EBCO S.A. Socios: MINVU / FAHNEU / I. MUNICIPALIDAD ESTACION CENTRAL

PROYECTO RENCA

Comité: Juntas Podemos Nº de familias: 125 Ubicación: Miguel Angel 9092 Comuna: Lo Espejo Egis: Un Techo para Chile Superficie Terreno: 11.800 m2 Diseño: Area Diseño UTPCH Equipamiento: Sala Multiuso, Info centro, Zona de juegos y Multicancha Superficie vivienda: 69 m2 Fecha entrega: Agosto del 2010 Constructora: BECON Socios: BHP / GTZ / CNE /FAHNEU / LG / CULTIVA / MINVU / OWAR

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PROJETO: EMATI

Comité: Emati Portoseguro Nº de famílias: 140 Localização: Porto Seguro 4350 Comuna: Estacion Central Egis: Un Techo para Chile Superfície Terreno: 16.035 m2 Desenho: Marambio, San Martin, Gumucio Equipamento: Sede Social, Areas Verdes y Zona de jogos. Superfície inicial habitação: 57 m2. Construtora: EBCO S.A. Sócios: MINVU / FAHNEU / I. MUNICIPALIDAD ESTACION CENTRAL

PROJETO: RENCA

Comité: Juntas Podemos Nº de famílias: 125 Localização: Miguel Angel 9092 Comuna: Lo Espejo Egis: Un Techo para Chile Superfície Terreno: 11.800 m2 Desenho: Area Diseño UTPCH Equipamento: Sala Multiuso, Info centro, Zona de jogos e Multicancha Superfície habitação: 69 m2 Data entrega: Agosto de 2010 Construtora: BECON Sócios: BHP / GTZ / CNE /FAHNEU / LG / CULTIVA / MINVU / OWAR

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Facultad de Arquitectura y Urbanismo de la Universidad de Chile FAU de U.Chile

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La primera Escuela de Arquitectura del país surge en el año 1849, en manos del arquitecto francés Claude Francois Brunet de Baines, gracias a la iniciativa de Don Andrés Bello, entonces Rector de la Universidad de Chile, quien impulsó la idea de fundar una escuela práctica de arquitectura civil. Casi un siglo después, en el año 1944 se crea la Facultad de Arquitectura y Urbanismo como tal, siendo su primer decano el arquitecto y profesor Hermógenes del Canto, más tarde en el año 1976 se adscribe el Departamento de Diseño y posteriormente en el año 1985, se integra la Escuela de Geografía.

En la actualidad en la Facultad se imparten

cuatro disciplinas: Arquitectura, Diseño, Geografía y Urbanismo, áreas que forman a los estudiantes como profesionales aptos de ejercer una opinión propia, con iniciativa y con los conocimientos adecuados para brindar solución a los problemas que aquejan a la sociedad en la vida cotidiana. Hoy día la docencia de Pregrado está a cargo de la Escuela de Pregrado Unificada -Arquitectura, Diseño y Geografía- administrando y coordinando la docencia impartida, teniendo como objetivo específico la complementariedad de las carreras y la calidad del proceso formativo,

Presentacción

en sintonía con la complejidad de los problemas contemporáneos los que requieren ser abordados transversalmente desde la inter-disciplina. En lo que se refiere a la docencia de Postgrado, en 1984, se crea la Escuela de Postgrado, con el fin de organizar y administrar la docencia de nivel superior de sus áreas de competencia. En ella la oferta de postgrado se orienta al desarrollo de las temáticas que constituyen el cultivo disciplinar en las distintas unidades académicas y que dicen relación con problemas y preocupaciones del quehacer de la Arquitectura, el Urbanismo, la Geografía y el Diseño, tanto desde la perspectiva actual como de los expectativas y de las posibilidades de desarrollo que se vislumbran hacia el futuro en cada área disciplinar. La FAU es una institución que posee una reconocida excelencia de sus académicos, y con docentes de vasta trayectoria, quienes se preocupan de actualizar constantemente sus saberes, y se esmeran cada día en entregar la mejor calidad de conocimientos a todos sus estudiantes, motivándolos a ser los mejores en su disciplina, y otorgándoles las herramientas necesarias para desempeñar sus labores profesionales en el mundo real. La Facultad de Arquitectura y Urbanismo – FAU- se encuentra ubicada en pleno centro de la ciudad de Santiago, a un costado del Parque San Borja. Las dependencias ubicadas entre las calles Portugal y Marcoleta, le otorgan un lugar privilegiado, puesto a que se encuentra cercana a estaciones de metro, centros sociales, culturales y comerciales, museos, y está a pasos del visitado Cerro Santa Lucía.

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Facultad de Arquitectura y Urbanismo de la Universidad de Chile - Presentacción


A primeira Escola de Arquitetura do país surge no ano 1849, pelas mãos do arquiteto francês Claude François Brunet de Baines, graças a uma iniciativa do senhor Andrés Bello, então Reitor da Universidade do Chile, que avançou com a ideia de fundar uma escola prática de arquitetura civil. Quase um século depois, em 1944, é fundada a “Facultad de Arquitectura y Urbanismo”, que tem como primeiro reitor o arquiteto e professor Hermógenes del Canto, à qual se associa mais tarde, em 1976, o Departamento de Design, no qual é integrado posteriormente, em 1985, a Escola de Geografia. Atualmente, na mesma Faculdade, são lecionados quatro cursos: Arquitetura, Design, Geografia e Urbanismo, áreas disciplinares em que se têm formado estudantes que se têm vindo a revelar profissionais competentes, com autonomia e opinião própria, cujo conhecimento e iniciativa se tem direcionado para uma procura de soluções dirigidas fundamentalmente para os problemas que mais motivam as angústias da nossa sociedade no quotidiano. Atualmente, a docência desta Licenciatura é da responsabilidade da “Escuela de Pregrado Unificada” - Arquitetura, Design e Geografia – onde se administra e se coordena os docentes que aí se reúnem com o objectivo específico de trabalhar nos cursos em complementaridade, em prol da qualidade do processo formativo, e em articulação com a complexidade dos

Apresentação

problemas contemporâneos, o que requer uma abordagem transversal de base interdisciplinar. No que se refere à Pós-graduação, em 1984 cria-se a “Escuela de Postgrado”, tendo como objetivo a organização e administração da docência de nível superior, e áreas respetivas da sua competência. Em relação à mesma, a oferta da Pós-graduação é dirigida para o desenvolvimento de temáticas orientadas, em termos disciplinares, para as distintas unidades académicas e para os problemas, e preocupações associados ao exercício da Arquitectura, do Urbanismo, da Geografia e do Design, com base tanto numa perspetiva atual, como em função das expetativas e possibilidades de desenvolvimento que se podem vislumbrar em relação ao futuro, associando-se a cada uma das várias áreas disciplinares. A FAU é uma instituição reconhecida pela excelência dos seus académicos e docentes, com vasta experiência, que mantêm como preocupação constante uma actualização de saberes, um empenho diário em melhorar a qualidade do ensino e em motivar estudantes para o sentido de excelência, nas várias áreas disciplinares, fornecendo-lhes as ferramentas necessárias para um desempenho de funções, enquanto profissionais num mundo real. A “Facultad de Arquitectura y Urbanismo” (FAU) encontra-se localizada em pleno centro da cidade de Santiago, ao lado do Parque San Borja. As suas instalações situam-se entre a Rua Portugal e a Rua Marcoleta, concedendo-lhe uma relação privilegiada pela proximidade de Estações de Metro de Centros Sociais, Culturais e Comerciais ou Museus, assim como a proximidade do conhecido “Cerro de Santa Lucía”.

Tradução do espanhol para português: Joana Fernandes Revisão: Paula Petiz

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Política Habitacional en Chile 1. Para mayor información ver www. minvu.cl

Viviana Fernandez Prajoux

Arquitecta, Universidad del Bío-Bio; MSc Housing in Development, University College London, Reino Unido; DEA, Universidad Politécnica de Madrid /Universidad de Chile; Académica e Investigadora; Departamento de Urbanismo Facultad de Arquitectura y Urbanismo - Universidad de Chile

La siguiente presentación tiene por objeto dar cuenta de las principales características de la política habitacional chilena en los últimos 25 años y su expresión en programas habitacionales. En términos generales es posible afirmar que la acción habitacional del Ministerio de la Vivienda y Urbanismo, MINVU1 ha estado centrada en la provisión de vivienda en propiedad, mediante un subsidio a la demanda. Es importante aclarar que a diferencia de la mayoría de los países europeos y algunos latinoamericanos, el tema del arrendamiento nunca ha formado parte de las políticas públicas. Los primeros programas habitacionales surgen a fines de la década del 80, se podría afirmar, que si bien con otros nombres, en su esencia ellos se mantienen hasta hoy. Los primeros programas fueron el Programa de Vivienda Básica (destinada a las familias consideradas viviendo en situación de marginalidad habitacional), el Programa de Vivienda Rural (orientada a familias viviendo en el medio rural) y el Programa de Subsidio Unificado (dirigido a familias de un sector socioeconómico medio), se podría decir que ellos básicamente cubrían las necesidades de las familias pobres urbanas y rurales y la clase media urbana. A continuación se presentan los principales elementos que caracterizan los programas habitacionales, con algunas variaciones desarrolladas durante estos 25 años de continuidad de la política. 1. Subsidio a la demanda En materia legal, todos los programas habitacionales del MINVU están destinados a satisfacer la demanda de un sector de la población dependiendo de sus ingresos y capacidad de ahorro y se rigen por un Decreto Supremo que norma el proceso de inscripción, postulación, selección y asignación de los subsidios. Se define al subsidio como “una ayuda directa que otorga el Estado a familias cuya capacidad económica no les permite adquirir por si solas su vivienda”. Este subsidio no se devuelve y se otorga una sola vez. (salvo en aquellos casos en que uno de los cónyuges, habiéndose disuelto el matrimonio constituye un nuevo hogar). 2. Estructura de financiamiento: La estructura de financiamiento de los programas habitacionales, desde sus inicios y hasta hoy, se basa en tres componentes: ahorro del postulante, subsidio estatal y crédito. Los dos primeros son proporcionales al valor total de la vivienda, a mayor valor de ella, se requiere mayor ahorro y se obtiene menos subsidio. Hacia mediados del 90, se estimo conveniente suprimir el crédito en algunos programas, por estar orientados a los segmentos más pobres de la población, sobre todo al llamado Programa de Vivienda Progresiva, que como su nombre lo indica requería de las familias completar la vivienda, por tanto en este caso, el valor de la vivienda se completa con el ahorro y el subsidio. También a partir de la década del 90, a esta estructura de financiamiento básica, se comienzan

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Política Habitacional no Chile Viviana Fernandez Prajoux

Arquiteta, Universidad de Bío-Bio; MSc Housing in Development, University College London, Reino Unido; DEA, Universidade Politénica de Madrid /Universidade do Chile; Docente e Investigadora - Departamento de Urbanismo da “Facultad de Arquitectura y Urbanismo - Universidad de Chile”

1. Para mais informação consultar www.minvu.cl

Esta apresentação tem por objetivo dar a conhecer as principais caraterísticas da política habitacional chilena, durante os últimos 25 anos, e que expressão adquirem quando se trata de Programas de Habitação. Em termos gerais, é possível afirmar que, no mesmo âmbito, a ação do Ministério da Habitação e Urbanismo, MINVU1, tem-se centrado em torno da atribuição de habitações e terrenos, mediante a solicitação dos respetivos subsídios. Será importante esclarecer que em relação ao que acontece em grande maioria dos países europeus e alguns latino-americanos, o tema do arrendamento nunca fez parte das políticas públicas do País. Os primeiros Programas de Habitação surgem em finais da década de 80, e poderá afirmar-se que, muito embora as diferenças de nomes, os mesmos foram-se mantendo na sua essência até aos dias de hoje. Como primeiros Programas implementados referimos o “Programa de Vivienda Básica” (destinado às famílias que se entendia viverem numa situação de marginalidade habitacional), o “Programa de Vivienda Rural” (orientado para as famílias que viviam em meio rural) e o “Programa de Subsidio Unificado” (dirigido às famílias de um segmento socioeconómico médio), que dava basicamente resposta às necessidades das famílias pobres, urbanas e rurais, assim como as de classes média em meio urbano. Seguimos com a apresentação dos principais aspectos que se prendem com a procura da habitação, com referência a algumas das variantes que tiveram lugar durante estes 25 anos de continuidade política. 1. Um Subsídio orientado para a procura Em termos legais, todos os programas habitacionais do MINVU destinam-se a satisfazer as necessidades de um segmento da população, dependendo dos seus rendimentos e capacidades de poupança, regendo-se pelo “Decreto Supremo” que regulamente o processo de inscrição, solicitação, seleção e atribuição dos subsídios. Entende-se por subsídio “una ayuda directa que otorga el Estado a familias cuya capacidad económica no les permite adquirir por si solas su vivienda”. Este subsídio não se atribui nem se concede de uma só vez (salvo nos casos em que um dos cônjuges, tendo dissolvido o matrimónio, constitui um novo lar).

2. A Estrutura de Financiamento: A estrutura de financiamento dos programas habitacionais, desde o seu início e até hoje, baseiase em três componentes: poupanças do candidato, subsídio estatal e crédito. Os dois primeiros são proporcionais ao valor total da habitação, pelo que quanto maior for o seu valor, maior é a poupança requerida e menor o subsídio a obter. Cerca de meados dos anos 90, considerou-se a vantagem de acabar com o crédito em alguns dos Programas, pelo fato de estarem orientados para os segmentos mais pobres da população, sobretudo no chamado “Programa de Vivienda Progresiva” que, como o nome indica, previa que as famílias fossem completando a sua habitação, pelo que, neste caso, o custo da habitação ficaria coberto pela poupança e pelo subsídio.

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2. SERVIU, Servicio Regional de Vivienda y Urbanización, organismo regional del Estado a cargo de la ejecución de los programas habitacionales.

a sumar otros aportes provenientes de los municipios, de fundaciones privadas, de empresas eléctricas, etc. Hoy en día, existen diversas instituciones que otorgan el financiamiento de los créditos requeridos en algunos programas habitacionales. Hasta el año 2001 el SERVIU era la única entidad que otorgaba créditos a los beneficiarios de los Programas de Vivienda Progresiva y Vivienda Básica, a partir de esta fecha diversas instituciones financieras formales como Bancos, Instituciones Financieras y Grandes Tiendas están habilitadas para otorgar créditos a los programas habitacionales que lo requieren. Entre los más importantes se puede mencionar al Banco Estado, Banco del Desarrollo y Banco Santander, Banco Ripley y Banco Falabella (dentro de las multitiendas), y muchas otras instituciones como Hipotecaria la Construcción S.A, CONCRECES S.A y la Cooperativa de Ahorro y Crédito COOPEUCH. A fin de facilitar el traspaso de la acción crediticia del sector estatal al sector privado, a principios de la década del 2000, se crearon tres Incentivos al crédito bancario: • Subsidio a la Originación, que se paga a la institución financiera, para paliar sus costos fijos, tanto si son mutuos hipotecarios como si son letras hipotecarias; • Subsidio Implícito, que se paga al vendedor de la vivienda, cuando hay diferencia entre el valor de las letras y su valor de venta en la Bolsa; • Seguro de Remate, donde el Estado asegura el 100% de la deuda impaga menos el valor del remate. Finalmente cabe destacar que en los últimos 15 años se han diversificado y aumentado considerablemente los instrumentos para acreditar el ahorro, entre los cuales se cuentan: • Cuenta de Ahorro a Plazo para la Vivienda en Bancos o Instituciones Financieras • Cuenta de ahorro en Bancos, Sociedades Financieras o Cajas de Compensación de Asignación Familiar; • Cuenta de ahorro con fines habitacionales mantenida en algún Servicio de Bienestar Social; • Cuenta de aporte de capital y de depósitos de ahorro para la vivienda; • Cuenta de ahorro a plazo para la vivienda mantenida en una Cooperativa de Ahorro y Crédito. 3. Operación de los Programas habitacionales (Figura 1) Hasta principios de los años 90, a los programas habitacionales se podía postular solo en forma individual, vale decir, aquella modalidad donde el interesado postula y realiza todos los trámites de manera individual. A partir de esta fecha se abre una nueva modalidad de postulación, la postulación coletiva, aquella en la cual un grupo de familias se organiza, como Comité de Vivienda, Comité de allegados, como Cooperativa u otra forma de agrupación para postular de manera conjunta a la vivienda, con el objeto de resolver colectivamente su conjunto residencial o condominio social, en definitiva para constituir su nuevo hábitat. Esta nueva modalidad venía por una parte a reconocer el esfuerzo colectivo de las familias por resolver su problema habitacional y por la otra facilitar la constitución

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Também, a partir da década de 90, começa-se a acrescentar outro tipo de contribuições a esta estrutura de financiamento básica, provenientes de Municípios, Fundações privadas, Empresas elétricas, etc.

2. “SERVIU - Servicio Regional de Vivienda y Urbanización”, é um organismo regional do Estado que tem a seu cargo a implementação dos Programas de Habitação.

Atualmente, existem diversas instituições que concedem o financiamento do crédito solicitado através de outros Programas de Habitação. Até 2001 o SERVIU 2 foi a única entidade que concedeu crédito aos beneficiários dos “Programas de Vivienda Progresiva y Vivienda Básica”, mas a partir desta data diversas instituições de financiamento, tais como Bancos, Instituições Financeiras e Grandes Lojas, passaram a estar habilitadas para a conceção de crédito, em função dos Programas de Habitação por via dos quais eram requeridos. Entre estes últimos, poderá referir-se o “Banco Estado”, o “Banco del Desarrollo” e o “Banco Santander”, o “Banco Ripley” e o “Banco Falabella” (dentro das multi-lojas), assim como muitas outras instituições, tal como “Hipotecaria la Construcción, S.A”, “CONCRECES S.A” e a “Cooperativa de Ahorro y Crédito - COOPEUCH”. No início da década de 2000, de forma a facilitar a transferência do crédito, do setor do Estado para o setor privado, foram criados três tipos de incentivo para o crédito bancário: • “Subsidio a la Originación”, que é pago à institução financeira, para cobrir os seus encargos fixos, sejam hipotecas mútuas ou letras de hipotecas; • “Subsidio Implícito”, que é pago ao vendedor da habitação, no caso de existir diferença entre o valor das letras e o valor de venda na Bolsa; • “Seguro de Remate”, através do qual o Estado assegura 100% da dívida não remunerada, com exceção do valor do remate. Finalmente, cabe destacar que durante os últimos 15 anos se diversificaram e aumentaram consideravelmente o número de dispositivos para incentivar a poupança, entre os quais: • Conta de Aforro a Prazo para a Habitação, em Bancos ou Instituições Financeiras; • Conta de Aforro em Bancos, Sociedades Financeiras ou Caixas de Compensação de Retribuição Familiar; • Conta de Aforro com fins habitacionais, incorporada em qualquer Serviço de Bem-estar Social; • Conta de Contributo de Capital e de Depósitos de Aforro para a habitação; • Conta de Aforro a Prazo para a Habitação, mantendo-se em Cooperativa de Aforro e Crédito; 3. Operação dos Programas habitacionais (Figura 1) Até princípios dos anos 90, só se podiam existiam candidaturas para Programas de Habitação a título individual, ou seja, uma modalidade segundo a qual o interessado se candidatava e tem de percorrer individualmente todos os trâmites do processo. A partir desta data, passa a existir um novo formato para concurso, a candidatura colectiva, para a qual um grupo de famílias se organiza como Comité de Habitação, Comité de Vizinhos, Cooperativa e outras formas de associação, no sentido de se apresentar uma candidatura em conjunto para a aquisição de habitação, com o objetivo de tratar coletivamente do processo relacionado com o Conjunto Residencial ou o Condomínio Social, até chegar à aquisição definitiva do

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de los nuevos conjuntos habitacionales y/o condominios sociales, que requerían un proceso de apropiación comunitaria. Más adelante, a principios de la década del 2000, con ciertos cambios introducidos a la Política Habitacional, la organización de estos grupos contó con el apoyo y asistencia técnica de instituciones especializadas en ello. Requisitos básicos de los programas habitacionales Básicamente los programas habitacionales desde el inicio en la década del 80 han tenido similares requisitos para acceder a ellos, entre ellos vale la pena destacar: • Ser mayor de edad; • No ser propietario (ni el/la postulante, ni su cónyuge) ni haber recibido (cualesquiera de los dos) un subsidio habitacional); • Acreditar encuesta CAS vigente / Ficha de Protección Social / Puntaje de Carencia Habitacional (certificación de situación de pobreza); • Ser titular de una cuenta de ahorro; • En caso de grupos, acreditar Personería jurídica y acreditar propiedad o disponibilidad de sitio propio, lo que en algunos casos reemplaza al ahorro. Factores de puntaje para la selección de los postulantes a los programas habitacionales Al igual que los requisitos de postulación, los factores de selección se han mantenido con pequeñas variaciones desde su inicio en la década del 80, entre ellos se pueden señalar los siguientes: • Estratificación social (Condición socioeconómica de la familia); • Las características del grupo familiar (si algún integrante sufre alguna discapacidad, si existen hijos(as) menores de 15 años, si se trata de padre o madre solo (a) con hijos, etc.); • Ahorro o disponibilidad de sitio propio;

Figura 1

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novo habitat. Esta nova modelidade permitiu, por um lado reconhecer o esforço coletivo desenvolvido pelas famílias para resolver o seu problema de habitação, e por outro lado facilitar os processos de produção dos novos Conjuntos Habitacionais e/ou Condomínios Sociais, que requeriam um processo de apropriação comunitária. Mais tarde, no início da década de 2000, com algumas das alterações introduzidas na Política Habitacional, a organização destes grupos passou a contar com o apoio e a assistência técnica de instituições especializadas na matéria. Requisitos Básicos dos Programas de Habitação Basicamente, desde o início da década de 80, os Programas de Habitação tinham por base requisitos similares, no que diz respeito às respectivas condições de acesso programas, entre os quais vale a pena destacar os seguintes: • Ser de maior idade; • Não ser proprietário (nem o candidato, nem o seu cônjuge), nem ter recebido (nenhum dos dois) qualquer subsídio para habitação; • Comprovar a situação CAS vigente / Ficha de Proteção Social / Certificado de Carência Habitacional (um comprovativo de estado de pobreza); • Ser titular de uma Conta Poupança; No que diz respeito a grupos: terem o registo de Personalidade Jurídica e um Título de Propriedade, ou comprovativo de terreno próprio, o que nalguns casos substitui a poupança. Fatores favoráveis a uma seleção de candidatos a Programas de Habitação À semelhança dos requisitos de candidatura, os critérios de seleção também se foram mantendo, à parte pequenas variantes, desde o início da década de 80, podendo referir-se: • O estatuto social (condição socioeconómica da família); • As caraterísticas do grupo familiar (no caso de algum dos seus membros sofrer de qualquer incapacidade, se existirem filhos (as) menores de 15 anos, se estiverem envolvidos pai ou mãe solteiro(a) com filhos, etc.); • A Poupança ou a posse de um terreno disponível; • A Antiguidade da Inscrição e/ou Candidatura; • O Candidato ser adulto e ter mais de uma certa idade (60 anos, no caso da mulher, ou 65 anos o homem); • O Candidato ser indígena; • O Candidato ou o cônjuge terem sido vítimas da “Comissão Nacional de Prisão Política e Tortura” (vítimas da ditadura); • A Candidatura ser colectiva; • Os Candidatos ao “Programa Chile Barrio” (dirigido a famílias que habitam em aglomerados clandestinos) • O montante do subsídio solicitado; • A candidatura poder contar com outros contributos.

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• Antigüedad de la inscripción y/o postulación; • Postulante es Adulto Mayor (mayor de 60 años la mujer o 65 años el hombre); • Postulante indígena; • Postulante o cónyuge Víctima de la Comisión Nacional de Prisión Política y Tortura (víctimas de la dictadura); • Postulación colectiva; • Postulantes al Programa Chile Barrio (orientado a familias que habitan en asentamientos irregulares); • Monto del subsidio solicitado; • La postulación cuenta con otros aportes. La modalidad de operación con que operaron inicialmente los programas habitacionales se conoce como Modalidad SERVIU, en la cual el Estado vende la vivienda al postulante seleccionado. Más adelante a principios de los años 90, se incorpora lo que se llama Modalidad Privada, en la cual el SERVIU otorga a las personas seleccionadas un Certificado de Subsidio, que tiene una vigencia de 21 meses y que luego el postulante transfiere a la entidad a quien compra. En este caso son los beneficiarios quienes gestionan la compra o la construcción de su vivienda, para lo cual en algunos casos cuentan con Asistencia Técnica externa, contratada por el mismo SERVIU, para ayudar a las familias a lograr su vivienda. En el proceso de obtención de la vivienda se pueden reconocer diversas etapas, algunas de ellas ya no están vigentes, pero han formado parte del proceso de producción del hábitat en algún momento: • Inscripción en SERVIU / Municipio o SIPvi (Sistema de Inscripción y Postulación vía internet); • Postulación en el SERVIU y/o Municipio; • Proceso de Selección (preselección, publicación nómina, apelación y ratificación, nómina definitiva, etc.); • Asignación de las viviendas; • Contratación del crédito con el SERVIU o con entidades financieras privadas; • Mantención y/o mejoramiento de la vivienda y; • Consolidación del barrio (conjunto habitacional / condominio social). Por otra parte también parece importante mencionar los diversos actores que participan en este proceso de producción habitacional, entre ellos se pueden distinguir las siguientes instituciones: • MINVU / SEREMI / SERVIU (Estado a nivel nacional y regional); • Municipios; • Inmobiliarias (instituciones privadas que desarrollan los proyectos habitacionales); • Entidades Financieras; • Empresas Constructoras y/o Cámara Chilena de la Construcción;

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A modalidade de ação com que se opera inicialmente, no âmbito dos Programas de Habitação, é conhecida como “Modalidad SERVIU”, através da qual o Estado vende a habitação ao candidato selecionado. Mais tarde, no início dos anos 90, é incorporada a chamada “Modalidad Privada”, através da qual o SERVIU concede às pessoas selecionadas um Certificado de Subsídio, com uma vigência de 21 meses, que de seguida é transferido, por parte do candidato, para a entidade a quem compra. Neste caso, são os beneficiários que gerem a compra ou a construção da sua habitação, contando nalguns casos com Assistência Técnica externa, contratada pelo próprio SERVIU, no sentido de ajudar as famílias a finalizar o processo de aquisição da casa. O percurso desenvolvido para a aquisição de habitação permite identificar diversas etapas, algumas das quais já não se encontram vigentes mas que, em dados momentos, fizeram parte do processo de produção do habitat: • A Inscrição no SERVIU / Município ou SIPvi (Sistema de Inscrição e Candidatura via internet); • A Candidatura no SERVIU e/ou Município; • O processo de Selecção (pré-selecção, publicação nominal, chamada e publicação nominal definitiva, etc.); • A atribuição das habitações; • A contratação de Crédito com o SERVIU ou com entidades financeiras privadas; • A manutenção e/ou melhoramento da habitação; • A consolidação do bairro (conjunto habitacional / condomínio social); Por outro lado, parece-nos também relevante mencionar os diversos atores que participam neste processo de produção da habitação, distinguindo-se as seguintes instituições: • MINVU / SEREMI / SERVIU (Estado, a nível nacional e regional); • Municípios; • Imobiliárias (instituições privadas que desenvolvem os projectos habitacionais); • Entidades Financiadoras; • Empresas Construtoras e/ou Câmara Chilena da Construção; • Entidades de Gestão Imobiliária Social, EGIS; • Entidades de Assistência Técnica; Das instituições referidas anteriormente, as mais importantes a partir de 2001 são as “Entidades de Gestión Inmobiliaria Social, EGIS”. Trata-se de figuras jurídicas, de direito público ou privado, com ou sem fins lucrativos, inscritas no “Registro Nacional de Consultores del MINVU”, o que significa que têm de cumprir com certos requisitos e fiscalização. Têm distintas funções, de acordo com o tipo de projeto em causa (construção nova ou aquisição de habitação usada). Nos projetos para construção de habitações (que constituem a maioria das obras realizadas), as principais responsabilidades são: • A organização na procura de habitação;

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• Entidades de Gestión Inmobiliaria Social, EGIS; • Entidades de Asistencia Técnica. De las anteriores, una de las instituciones más importantes desde el año 2001 en adelante son las Entidades de Gestión Inmobiliaria Social, EGIS. Ellas son personas jurídicas, de derecho público o privado, con o sin fines de lucro, inscritas en el Registro Nacional de Consultores del MINVU, lo que significa que tienen que cumplir con ciertos requisitos y fiscalización. Tienen distintas funciones según el tipo de proyecto (construcción de viviendas o adquisición de viviendas usadas). En los proyectos de construcción de viviendas (que constituyen la mayor cantidad de proyectos realizados), sus principales responsabilidades son: • Organización de la demanda habitacional; • Diseño y elaboración de proyectos de arquitectura e ingeniería; • Diseño y Ejecución del Plan de Habilitación Social (proceso de involucramiento y participación de la familia); • Contratación de las Obras; • Inspección Técnica de Obras. Prestadores de Asistencia Técnica, PSAT Son entidades que prestan asesorías especializadas para guiar y respaldar a los postulantes a subsidio Las principales tareas que realizan son: • Organizar a las familias, asesorarlas para que desarrollen su proyecto de mejoramiento o ampliación, gestión de la recepción final, etc.; • Las entidades interesadas deben suscribir un convenio con el MINVU; • Las entidades no pueden cobrar por los servicios que prestan (ya que el Estado les paga honorarios por prestareste servicio apostulantes y beneficiarios de los programas habitacionales MINVU); • El SERVIU lleva un registro de las PSAT. 4. Principales Programas Habitacionales vigentes, dirigidos a los sectores más pobres: 4.1 “Fondo Solidario de Vivienda”, FSV (Figura 2) A principios de la década del 2000, debido a diversas reflexiones al interior y exterior del MINVU, se plantean modificaciones a la política, en cuatro orientaciones claves: • Fortalecimiento del rol del Estado, subsidiario y regulador. Incentivo para la renovación y rehabilitación de áreas patrimoniales; • Incorporación de nuevos actores en la formulación y ejecución de proyectos; • Fomentar la descentralización y regionalización de los programas del MINVU; • Incorporación de nuevos recursos ampliando el papel del sector privado, quien debe asumir por completo la función financiera. En este contexto surge el Programa “Fondo Solidario de Vivienda”, el que en concordancia

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• O desenho e elaboração de projetos de arquitectura e engenharia; • O desenho e execução do “Plan de Habilitación Social” (processo de envolvimento e participação da família); • A Contratação das obras; • A Fiscalização Técnica das obras; Quem presta a Assistência Técnica, PSAT, são as entidades que fazem assessorias especializadas, no sentido de orientar e apoiar os candidatos a subsídios. As mesmas têm como principais tarefas: • Organizar as famílias, prestando-lhes assessoria, para o desenvolvimento de projetos de melhoramento ou de ampliação, assim como na gestão e receção final da obra, etc.; • Assinar um acordo com o MINVU, no caso de haver interesse da parte; • Não cobrarem honorários pelos serviços prestados (os mesmos são-lhes pagos pelo Estado, para cumprirem esta prestação de serviços, destinada aos candidatos e beneficiários dos Programas de Habitação MINVU); • O SERVIU possui um registo das PSAT; 4. Principais Programas Habitacionais vigentes, dirigidos aos setores mais pobres da população: 4.1 “Fondo Solidario de Vivienda”, FSV (Figura 2) No início da década de 2000, diversas reflexões, tanto no interior como no exterior do MINVU, deram origem a modificações na sua política, no que dis respeito a quatro tipos de orientações-chave: • O fortalecimento do papel do Estado, subsidiário e regulador, para incentivar a renovação e reabilitação de áreas patrimoniais;

Figura 2

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con los planteamientos de la nueva política, se propone los siguientes objetivos: • Beneficiar a las familias más pobres, (ficha CAS); • Incentivar la organización y participación de las familias en solucionar su problema habitacional; • Propiciar la acción de actores públicos y privados en la gestión de las viviendas sociales; • Realizar acciones complementarias a la solución habitacional que permitan a las familias en conjunto hacerse cargo de su realidad familiar y comunitaria; • Promover la generación de capital social, construcción de redes y coordinación interinstitucional a nivel local. Este Programa consiste en un subsidio de básicamente 950 UF lo que equivale aproximadamente 40.000 US$, para una vivienda de alrededor de 45m2. Adicionalmente a este subsidio, los postulantes, según sea el caso pueden obtener alguno de los siguientes subsidios: • Subsidio para Equipamiento: hasta 5 UF (100 US$) para áreas verdes, sedes sociales, juegos infantiles, mobiliario urbano, etc.; • Subsidio Fondo de Iniciativas: hasta 7 UF, (125 US$) complementario al anterior (opcional, sólo si la familia ahorra 0,5 UF adicionales); • Subsidio Diferenciado a la Localización: hasta 200 UF (8.000 US $) para FSV I y hasta 100 UF (4.000 US$) para FSV II, para adquirir o habilitar el terreno, cuando este se encuentre bien ubicado dentro de la ciudad; • Subsidio para Discapacitados: hasta 20 UF (800 US$), para obras que ayuden a superar las limitaciones de integrantes discapacitados del grupo familiar; • Subsidio de Saneamiento Sanitario: hasta 70 UF (1.250 US$), para financiar sistemas particulares de agua potable y/o alcantarillado en proyectos del FSV III; • Subsidio para Construcción en Altura: para construcción de departamentos que tengan a lo menos 55 m2; • Subsidio para Planta de Tratamiento de Aguas: hasta 20 UF (800 US$), para conjuntos de viviendas en zonas rurales que lo requieran. De estos subsidios el que tenía mayor relevancia, no sólo por su monto sino por su propósito, era el Subsidio a la localización que intentaba mejorar la ubicación de los proyectos y habilitar terrenos bien localizados pero que requerían de diversas obras tales como mejoramiento del suelo, tratamiento de pendientes, drenajes y sistemas de evacuación de aguas lluvias, rellenos, factibilización (sanitaria o eléctrica) y eventualmente demoliciones y despejes. Los proyectos del Programa FSV, a fin de poder optar al Subsidio a la localización, los terrenos donde se emplazarían los proyectos debían cumplir con ciertas condiciones: • Estar ubicados al interior del área urbana (en sectores ya urbanizados); • Tener condiciones aptas para emplazar viviendas o que las obras de habilitación se puedan costear con el presupuesto del proyecto;

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• A incorporação de novos atores na conceção e execução de projetos; • A estimulação para descentralizar e regionalizar os programas do MINVU; • A incorporação de novos recursos, ampliando o papel do setor privado, que passa a assumir por completo a função financeira. Neste contexto surge o Programa “Fondo Solidario de Vivienda”, através do qual, em concordância com a implementação da nova política, se propõe a atingir os seguintes objetivos: • Beneficiar as famílias mais pobres, (ficha CAS); • Incentivar a organização e participação das próprias famílias para solucionarem o problema da habitação; • Propiciar a ação de atores públicos e privados relativamente à gestão da habitação social; • Realizar ações complementares, associadas a soluções habitacionais, no sentido de permitir às famílias, em conjunto, controlar uma realidade familiar e comunitária; • Promover a criação de capital social, a construção de redes e a coordenação entre instituições, a nível local; Este Programa consiste num subsídio que envolve cerca de “950 UF”, o que equivale a cerca de 40.000 US$, para uma habitação com 45m2, aproximadamente. Adicionalmente, para além do subsídio, os candidatos podem obter, segundo os casos, mais algum dos seguintes subsídios: • Subsídio para Equipamento: até 5 UF (100 US$), destinando-se a áreas verdes, sedes sociais, parques infantis, mobiliário urbano, etc.; • Subsidio Fundo de Iniciativas: até 7 UF (125 US$), que é complementar do anterior (é opcional e só é atribuído se a família tiver poupado 0,5 UF adicionais). • Subsídio de Localização Diferenciada: até 200 UF (8.000 US $) para “FSV I”, e até 100 UF (4.000 US$) para “FSV II”, destinando-se a adquirir ou reabilitar o terreno, desde que este se encontre bem localizado e com uma boa inserção urbana; • Subsídio para Incapacitados: até 20 UF (800 US$), para obras que favoreçam a superação de limitações, no sentido integrar pessoas incapacitadas do grupo familiar; • Subsídio de Saneamento Sanitário: até 70 UF (1.250 US$), destinado ao financiamento de sistemas particulares de água potável em projectos do FSV III; • Subsídio para Construção em Altura, tendo em vista a construção de apartamentos com área de 55 m2, no mínimo; • Subsídio para Planta de Tratamento de Águas: até 20 UF (800 US$), destinado aos conjuntos de habitações localizadas em zonas rurais, desde que requerido. Entre estes subsídios, o de maior relevância, não só pelo montante que está em causa mas também pelo objetivo em causa, era o Subsidio de localização, que procurava uma melhor localização para os projetos, e habilitar terrenos bem situados, mesmo havendo necessidade de obras diversas, tais como o melhoramento do solo, o tratamento pendentes, drenagens

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• Tener acceso a establecimientos educacionales (educación pre-básica y básica) con matrícula disponible para los nuevos habitantes; • Tener acceso a establecimiento de salud primaria; • Tener acceso a transporte público en el entorno cercano; • Tener acceso directo a una vía pública. Lamentablemente estas condiciones eran muy generales y sucedió que prácticamente todos los terrenos terminaban por cumplir con dichas condiciones, lo que terminó por distorsionar este subsidio, lo que ha originado en el último año, que se haya disminuido su entrega. (Figura 3 y 4) 4.2 Programa de Protección del Patrimonio Familiar Este programa surge como el primer programa de mejoramiento habitacional, las que están referidas a tres tipos de mejoramiento: a. Subsidio para mejorar el entorno de la vivienda, en aspectos de: seguridad (iluminación, cierros u otros similares); equipamiento y áreas verdes (juegos infantiles, equipamiento deportivo, sedes comunitarias, mobiliario urbano u otros similares) y realizar proyectos que aborden en forma simultánea ambos tipos de obras;

Figura 3

Figura 4

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e sistemas de evacuação de águas pluviais, aterros, instalações (sanitárias ou elétricas) e, eventualmente, demolições e/ou despejos. Mediante os projetos do Programa FSV, para se poder optar pelo Subsídio de Localização, os terrenos para implantação dos projetos devem cumprir com certas condições, designadamente: • Estarem inseridos dentro da área urbana (em zonas já urbanizadas); • Desde o início, apresentarem condições para a construção de habitação ou, nos casos de reabilitação, assegurar que as obras possam ser pagas com o valor orçamentado para o projeto; • Ter acesso a estabelecimentos de educação (educação pré-escolar e básica), com a garantia de os novos habitantes poderem fazer a matrícula; • Ter acesso a um estabelecimento de saúde primária; • Ter acesso a transportes públicos numa envolvente próxima; • Ter acesso direto a uma via pública. Lamentavelmente estas condições eram demasiado genéricas, pelo que a maioria dos terrenos acabava por cumprir com os requisitos solicitados, dando aso a que se viessem a subverter os objetivos inicialmente esunciados, o que deu origem a uma diminuição nas atribuições do mesmo. (Figura 3 e 4)

4.2 Programa de Protecção do Património Familiar Este Programa surge como sendo o primeiro destinado a melhoria na habitação, estando vocacionadao para três tipos de intervenção: a. Subsídio para melhoramento da envolvente da habitação, nomeadamente: segurança (iluminação, vedações ou outros similares); equipamentos e áreas verdes (espaços infantis, equipamento desportivo, sedes comunitárias, mobiliário urbano ou outros, similares), incluindo a realização de projetos que abranjam simultaneamente os dois tipos de intervenção.

Figura 4

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b. Subsidio para mejorar la vivienda: seguridad (cimientos, pilares, vigas, cadenas o estructura de techumbre y pisos); instalaciones sanitarias, eléctricas o de gas; reparar filtraciones, canales, bajadas de aguas lluvia, reposición de ventanas, puertas, tabiques, cielos, otros similares; hacer mantención con cambios de ventanas, puertas o pintura; o mejorar bienes comunes, en el caso de condominios de viviendas sociales (pasillos y techumbres, escaleras, protecciones, iluminación); c. Subsidio para ampliar su vivienda. 5. Principales modificaciones a los Programas Si bien como se señaló al comienzo, en su esencia los programas habitacionales no han variado significativamente desde su concepción inicial, parece importante mencionar algunas de las principales modificaciones que se han realizado, fundamentalmente referidas a aspectos operativos, pero que han contribuido a reconocer la diversidad de la población objetivo y contribuir a darle un mayor protagonismo a las familias postulantes. En la primera década, 1990/2000: se modifican diversos aspectos operativos: se incorpora la postulación colectiva y la modalidad privada, lo que por una parte reconoce el esfuerzo colectivo de las familias, pero por otro lado sobredimensiona las capacidades de gestión de ellas para resolver por si solas su problema habitacional, al tener que negociar con los agentes inmobiliarios encargados de la construcción de las viviendas. Paralelamente se realizan ajustes en los requisitos de postulación y en los factores de selección, tendientes a flexibilizar el acceso a los programas y reconocer situaciones particulares de las familias postulantes. En el año 2001, se produce el cambio de política, orientada a lograr una mejor focalización, descentralización y diversidad (tanto de las soluciones habitacionales como de los actores que intervienen). Se genera un traspaso del otorgamiento de créditos al sector privado (diversos incentivos), se plantea un aumento en la diversidad de soluciones habitacionales con el FSV (construcción nueva, compra de vivienda usada, densificación, etc.) y cambios en la institucionalidad para la provisión de viviendas, surgen las EGIS y PSAT y la incorporación de criterios de calidad y un nuevo objetivo, el de promover la integración social de las nuevas viviendas.

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b. Subsídio para melhoramento da habitação, designadamente: segurança (cimentos, pilares, vigas, e estrutura de cobertura e pisos inferiores), instalações sanitárias, eléctricas ou de gás, reparação de infiltrações, canais e cotas de águas pluviais, reposição de janelas, portas, paredes, e outros elementos similares, manutenção e substituição de janelas e portas, ou pinturas; melhoramento de elementos comuns, quando se trata de Condomínios de Habitação Social (coberturas, escadas, proteções e iluminação); c. Subsídio para ampliação de casa própria.

5. Principais modificações aos Programas Como se referiu no inicio do texto, os programas habitacionais, na sua essência, não sofreram variações significativas desde a sua conceção inicial, pelo que merecem referência algumas das principais modificações que vieram a sofrer, fundamentalmente de caráter operativo, que têm contribuído para o reconhecimento da diversidade no que respeita à população-alvo, assim como para um aumento de protagonismo das famílias candidatas. Na década que vai do ano de 1990 a 2000, modificam-se diversos aspetos operativos: passam a incorporar-se a candidatura coletiva e a modalidade privada, o que por um lado de alguma forma leva ao reconhecimento do esforço coletivo das famílias mas, por outro lado, vem a contribuir para o sobredimensionamento dos encargos de gestão, já que para que poderem resolver os problemas da habitação acabam por ter de negociar com os agentes imobiliários responsáveis pela construção das habitações. Paralelamente, realizam-se ajustes em relação aos requisitos de candidatura e fatores de seleção, que tendem para a flexibilização no acesso aos Programas, bem como a identificação de situações particulares de famílias candidatas. Em 2001, ocorre uma mudança de política, orientada para se usufruir de uma maior objetividade, descentralização e diversidade (tanto no que diz respeito às soluções habitacionais como em relação aos atores intervenientes). Gera-se assim uma transferência de crédito para o setor privado (contando com diversos incentivos), implementa-se um aumento de diversidade de soluções na área da habitação, através do FSV, (construção nova, compra de habitação usada, densificação, etc.), com mudanças de caráter institucional relacionadas com a aquisição de habitação – surgem as EGIS e PSAT - passando a incorporar-se critérios de definição de qualidade com um novo objetivo, o de promover a integração social das novas habitações.

Tradução do espanhol para português: Joana Fernandes Revisão: Paula Petiz

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Facultad de Arquitectura, Arte y DiseĂąo e de la universidad nacional andrĂŠs Bello UNAB de Chile

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Presentacción

La Escuela de Arquitectura de la Universidad Andrés Bello asume en su integridad la misión de proporcionar las bases conceptuales para una formación de larga duración, que permanezca vigente a lo largo de la vida, procurando que nuestros estudiantes aprendan a aprender, preparándose así para sortear con éxito los desafíos en un mundo en constante cambio. Nuestra Facultad de Arquitectura, Arte y Diseño centra su foco educacional en la formación de profesionales capaces de enfrentar los grandes retos de nuestro país en cuanto a sustentabilidad ambiental, económica y social. En el contexto específico del debate en torno a la vivienda social, nuestra Facultad ha estado constantemente aportando a la reflexión crítica a través del desarrollo de Talleres, Seminarios de Investigación y publicaciones específicas como el libro “1906 / 2006: Cien Años de política de vivienda en Chile” editado en conjunto con la Pontificia Universidad Católica de Chile. Jorge Christie Martin Schmidt

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Apresentação

A “Escuela de Arquitectura de la Universidad Andrés Bello” assume, na sua integridade, a missão de proporcionar aos seus estudantes bases concetuais para uma formação a longo prazo, de forma a permanecer vigente ao longo da vida, procurando que os mesmos aprendam a aprender, preparando-se assim para um confronto, com êxito, com os desafios de um mundo em constante mudança. A nossa Faculdade de Arquitetura, Arte e Desenho centra o seu foco educacional na formação de profissionais capazes de enfrentar os desafios lançados no nosso País, em relação à sustentabilidade ambiental, económica e social. No contexto específico do debate em torno da Habitação Social, a nossa Faculdade tem mantido constante o seu contributo para uma reflexão crítica, através da implementação de Projectos, Seminários de Investigação e Publicações específicas, de que é exemplo a publicação do livro intitulado “1906 / 2006: Cem Anos de política de habitação no Chile”, editado em parceria com a “Pontificia Universidad Católica de Chile”. Jorge Christie Martin Schmidt

Tradução do espanhol para português: Joana Fernandes Revisão: Paula Petiz

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Facultad de Arquitectura, Diseño y Arte de la Universidad Nacional Andrés Bello UNAB de Chile, Escuela de Santiago

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Rehabilitación del edificio de la Población Obrera de la Unión en Valparaíso María José Castillo

Arquitecta PUC de Chile, candidata a Doctora en Arquitectura y Urbanismo en la UP de Madrid, especialista en cooperación para el desarrollo. Tiene más de 20 años de experiencia profesional y académica con diversas instituciones públicas y privadas, ONG y Universidades, en vivienda social, mejoramiento de barrios, y vivienda colectiva para sectores medios. Profesora de la Universidad Andrés Bello, dirige el Laboratorio de Vivienda y es presidenta del directorio de ONG Reconstruye. El trabajo aborda el tema de la rehabilitación de un edificio patrimonial de vivienda social, en el contexto chileno y en el caso particular de la Población Obrera de la Unión en Valparaíso.

Política habitacional chilena La política habitacional chilena se ha caracterizado por la localización sistemática de la vivienda social en la periferia urbana. Por su lado, los pobladores han puesto en práctica su propio «plan habitacional»: normalmente buscan quedarse en barrios ya consolidados y evitan las periferias, en parte por mantener una red familiar y social sustentada en la proximidad física, y en parte porque en estos barrios hay equipamientos y servicios. Los programas públicos de vivienda no han reconocido suficientemente el papel del habitante ni han aprovechado los recursos que éste moviliza al producir informalmente su vivienda y configurar su barrio. Una excepción a la expulsión de los pobres a la periferia es el desarrollo del proyecto de rehabilitación de la Población Obrera de la Unión, en el que los vecinos organizados y los diferentes actores implicados colaboraron para rehabilitar integralmente el edificio. Esta experiencia demuestra que la decisión de los habitantes por permanecer viviendo en el inmueble, y el trabajo conjunto con la administración, evitó que el edificio se demoliera y permitió su rehabilitación. Este proyecto se enmarca en la nueva política habitacional diseñada a partir de 2000, en que se establecieron mecanismos para focalizar el acceso a la vivienda en los más pobres, mejorar la calidad del producto entregado y finalmente, buscar la integración urbana y social de los pobladores. En 2001 se crea el Fondo Solidario de Vivienda, cuyo propósito es incentivar la construcción de vivienda sin deuda para los sectores más pobres e incorporar medidas de apoyo para la organización de los pobladores. El Fondo Solidario de Vivienda permite diversos tipos de proyectos, diferentes de la clásica construcción de vivienda nueva en un sitio recién urbanizado. Así, el programa permite: comprar una vivienda social construida nueva o usada; edificar una vivienda en el sitio donde se reside (se financia una vivienda para el propietario de un sitio sin vivienda o con una construcción precaria, lo que se denomina «sitio residente») o en un sitio que se divide (se financia una vivienda para allegados, en operaciones comúnmente llamadas «densificación predial» o «fondo de patio»); modificar o reparar un inmueble («rehabilitación»). Sin embargo, el programa ha sido utilizado mayoritariamente para financiar proyectos que no difieren demasiado de la mayoría de los proyectos construidos en los últimos 20 años, esto es, principalmente construcción de vivienda nueva en grandes conjuntos localizados en periferias recién urbanizadas. Respecto del tipo de proyecto, en el país, de todas las operaciones que se han beneficiado con el Fondo Solidario de Vivienda, 83% corresponde a vivienda nueva en terrenos recién

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Reabilitação do edificio da “Población Obrera de la Unión” em Valparaíso María José Castillo

Arquiteta pela PUC do Chile, candidata a Doutora em Arquitetura e Urbanismo pela UP de Madrid, especialista na cooperação para o desenvolvimento. Com mais de vinte anos de experiência profissional e académica, em instituições públicas e privadas, ONG e universidades em habitação social, melhoramento de bairros e vivenda coletiva para setores médios. É Professora da Universidade Andrés Bello, dirige o laboratório de habitação, e é presidente do directório ONG Reconstruye. Este trabalho aborda o tema da reabilitação de um edifício patrimonial e de habitação social no contexto chileno, com o caso particular da “Población Obrera de la Unión” em Valparaíso”.

A Política Habitacional Chilena A política habitacional Chilena tem-se caraterizado pela localização sistemática da habitação social na periferia urbana. Por outro lado, as pessoas foram pondo em prática o seu próprio “plano de habitação”: normalmente procuram fixar-se em bairros já consolidados, evitando as periferias, e por outro lado procuram a manutenção de redes familiares e sociais, sustentadas na proximidade física, sabendo-se também que estes bairros possuem já equipamentos e serviços. No âmbito dos programas públicos de habitação social, não se tem reconhecido suficientemente o papel do habitante, assim como não se têm aproveitado os recursos que este pode mobilizar, ao produzir informalmente a sua habitação e ao configurar o seu bairro. Como excepção, e no que diz respeito a uma expulsão de pobres para a periferia, temos o exemplo do projeto de reabilitação do edifício da “Población Obrera de la Unión”, e do seu desenvolvimento, onde os moradores organizados e os diferentes atores implicados vieram a colaborar na reabilitação integral do edifício. Esta experiência demonstra que a decisão dos habitantes, no que diz respeito à vontade de continuar a habitar o imóvel e o trabalho conjunto que foi desenvolvido com a administração, evitou que o edifício viesse a ser demolido, permitindo a sua reabilitação. Este projeto que se enquadra na nova política habitacional delineada a partir de 2000, permite abordar os mecanismos que permitiram um enfoque sobre o acesso à habitação para os mais pobres, com a melhoria da qualidade do produto a entregar, procurando a integração urbana e social dos habitantes. Em 2001 é criado o “Fondo Solidario de Vivienda”, que tinha como objetivo incentivar a construção de habitação, sem dívidas, para os segmentos mais pobres da população, incorporando medidas de apoio para a organização dos habitantes. O “Fondo Solidario de Vivienda” permite implementar diversos tipos de projetos, diferentes da clássica construção de habitação nova num sítio recém-urbanizado. Assim, o Programa permite: comprar habitação social já construída, nova ou usada; edificar uma casa no sítio em que já se reside (financia-se uma habitação para o proprietário de um terreno sem casa ou tendo apenas uma habitação precária, que se denomina «sítio residente») ou num local que se divide (financia-se uma habitação para moradores com relações de parentesco, através de operações geralmente denominadas por «densificación predial »” ou «fondo de pátio »); modificar ou reparar um imóvel («rehabilitación »). Contudo, o programa tem sido utilizado maioritariamente para o financiamento de projectos, que não diferem muito da maioria dos projetos construídos nos últimos 20 anos, dirigidos principalmente à construção de habitação nova, localizada em grandes conjuntos situados nas periferias recém-urbanizadas. Quanto aos tipos de projetos realizados no país, tendo em conta todas as operações que têm beneficiado do “Fundo Solidário de Vivenda”, 83%

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urbanizados, 10% a construcción en sitio de residente, 6% a vivienda usada y 0,6% a operaciones de densificación predial. A la fecha, en todo el país, hay sólo dos experiencias de rehabilitación de vivienda: la Población Obrera de la Unión, en Valparaíso (para 34 familias) y la rehabilitación de un pabellón de mineros en Lota (para 9 familias). Proceso de rehabilitación integral La rehabilitación del edificio de la Unión Obrera de Valparaíso, donado en 1898 por Juana Ross de Edwards, constituye entonces una de las primeras experiencia de rehabilitación de vivienda social con carácter patrimonial. En la operación se destaca la decisión de los habitantes de permanecer viviendo en el inmueble tras mejorar sustancialmente sus condiciones de habitabilidad y dotarlo de equipamiento contemporáneo. (Figura 1) La rehabilitación requirió gran voluntad política, años de dedicación y la subsanación de arduos problemas de tenencia (sólo el proyecto de arquitectura y su ejecución, sin incluir la regularización de la propiedad del inmueble, tardaron tres años). Lo más significativo de esta experiencia es la decisión de los vecinos organizados que participaron con voz y voto en todo el desarrollo del proyecto, desde la elección de los equipos técnicos hasta la obtención de fuentes alternativas de financiamiento, cuando se vio que el costo del proyecto superaba los fondos disponibles. (Figura 2) El edificio, inaugurado hace más de 110 años y declarado Inmueble de Conservación Histórica por su gran valor patrimonial, se encontraba en un proceso de deterioro acelerado. El inmueble, que ocupa media manzana frente al Camino Cintura en el cerro Cordillera, es un volumen de tres pisos organizado en torno a un vacío central con corredores perimetrales que dan acceso a las viviendas. Se construyó para ser habitado en régimen de arrendamiento por familias obreras que, cumplido cierto plazo, se convertirían en propietarias. El edificio comprendía 54 departamentos de una o dos habitaciones y una torre con baños colectivos ubicada en medio del patio central y conectada por puentes a los pasillos. (Figura 3)

Figura 1. Exterior de la POU rehabilitada. Fuente: Maria José Castillo Figura 1. Exterior da POU reabilitada. Fonte: Maria José Castillo

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corresponde a habitação nova construída em terrenos recém-urbanizados, 10% a construção edificada em «local residente », 6% a habitação usada e 0,6% a operações de “densificação construtiva”. Até à data, em todo o país só existem duas experiências de habitação reabilitada: a “Población Obrera de la Unión” em Valparaíso (destinada a 34 famílias) e a reabilitação de um pavilhão de mineiros em Lota (destinada a 9 famílias). O processo de reabilitação integral A reabilitação do edifício da “Población Obrera de la Unión” em Valparaíso”, doado em 1898 por Juana Ross de Edwards, vem a constituir uma das primeiras experiências em que se reabilita habitação social, tendo simultaneamente carácter patrimonial. Sobre esta operação, cabe destacar a decisão dos habitantes quanto à sua permanência no imóvel, para habitar, depois de um melhoramento substancial nas condições de habitabilidade, depois de dotado com equipamento contemporâneo. (Figura 1) Esta reabilitação exigiu uma grande vontade política, com anos de dedicação e envolvendo a necessidade de resolver os árduos problemas que se prendem com a questão da propriedade (só o projeto de arquitetura e a respetiva execução, sem contar com a regularização da situação relativa à propriedade do imóvel, demorou três anos a concluir). O aspeto mais significativo desta experiência prende-se com as decisões e o modo como de organização dos moradores que vêm a participar, com voz e voto, em todo o desenvolvimento do projeto, desde a eleição das equipas técnicas à obtenção de fontes alternativas de financiamento, após a constatação de que o custo do projeto ultrapassava os fundos de financiamento que tinham sido disponibilizados. (Figura 2) O edifício, inaugurado há mais de 110 anos e declarado Imóvel de Conservação Histórica, devido ao seu valor patrimonial, encontrava-se num avançado estado de degradação. Este, ocupando metade de um quarteirão em frente ao “Camino Cintura” e ao “Cerro Cordillera”, e correspondendo a um volume de três pisos, organiza-se em torno de um vazio central, e inclui galerias de acesso às habitações. Construiu-se para ser habitado, em regime de

Figura 2. Participación de los vecinos en el proyecto. Fuente Maria José Castillo Figura 2. Participação dos moradores no projecto. Fonte: Maria José Castillo

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Desde los años 30 del siglo pasado el edificio carecía de administración y mantenimiento. El núcleo de servicios original fue demolido en los años 60 y uno nuevo con baños y lavaderos se construyó en el sector norte de la edificación, el que se derrumbó en 1971, dañado por la humedad. Algunas familias dispusieron entonces recintos húmedos al interior de su vivienda, levantaron tabiques divisorios y abrieron vanos en muros estructurales para habilitar más recintos. En 1997 los habitantes comenzaron a organizarse y se inició un proceso de mejoramiento del inmueble. Se recuperó la techumbre, se construyeron pilares de refuerzo en el patio central, se normalizó el suministro de agua potable y se regularizó la tenencia de la propiedad. En 2006, al iniciarse el proyecto de rehabilitación, el edificio estaba habitado por 34 familias, que en conjunto eran dueñas del terreno, y que postularon al subsidio habitacional para restaurar integralmente el edificio y construir los departamentos de los que serían propietarias. La operación contó además con financiamiento de la Junta de Andalucía y del Programa de Recuperación y Desarrollo Urbano de Valparaíso. Proyecto de arquitectura La estructura del inmueble consiste en cuatro muros perimetrales de albañilería. Las divisiones internas son de estructura de madera rellena con adobillo. Antes de la rehabilitación el inmueble presenta gran daño estructural y tiene el ala norte en estado irrecuperable. Además, las instalaciones, cuando existen, están fuera de norma y todas las Figura 3. Interior de la POU antes de la rehabilitación. Fuente: Maria José Castillo Figura 3. Interior da POU antes da reabilitação. Fonte: Maria José Castillo Figura 4. Ala norte derrumbada. Fuente: Maria José Castillo Figura 4 A Ala Norte demolida. Fonte: Maria José Castillo

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terminaciones se encuentran en mal estado. (Figura 4) Sucintamente, con el proyecto de arquitectura se propone realizar lo siguiente: reforzar la estructura, mejorar las circulaciones horizontales y verticales, las condiciones de habitabilidad y los servicios e incorporar elementos contemporáneos, como una terraza mirador y equipamiento comunitario. Las claves para diseñar el proyecto las proporciona el mismo edificio, en particular el modo en que las familias lo habitan. En primer lugar, el patio común, la sede social, los pasillos y los accesos son los lugares donde se encuentran las familias.

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arrendamento, por famílias operárias que, após um determinado prazo, passariam a ser proprietárias. O edifício tinha 54 apartamentos, com um ou dois quartos, que incluía uma torre, com casas de banho coletivas, localizada no meio do pátio central, ligada às galerias através de passadiços. (Figura 3) Desde os anos 30 do século passado, o edifício carecia de administração e de manutenção. O núcleo de serviços original foi demolido nos anos 60, construindo-se posteriormente um novo, incluindo quartos de banho, no setor norte do edifício, que se desmoronou em 1971 devido à degradação provocada por humidade. Desde então, algumas das famílias passaram a dispor de zonas de água no interior da habitação, onde se levantaram divisórias em tabique e se abriram vãos em paredes estruturais, no sentido de aumentar os compartimentos. Em 1997, os habitantes começam a organizar-se, dando início a um processo de melhoramento do imóvel. Recuperou-se a cobertura, construíram-se pilares de reforço no pátio central, normalizou-se o abastecimento de água potável e foi regularizado o título de propriedade. Em 2006, ao iniciar-se o projeto de reabilitação, o edifício estava habitado por 34 famílias que, em conjunto, eram donas do terreno, candidatando-se ao subsídio de habitação com o objectivo de restaurar integralmente o imóvel e construir apartamentos para os que viriam a tornar-se proprietários. Além disso, a operação contou também com o financiamento da “Junta de Andalucia” e do “Programa de Recuperación y Desarrollo Urbano” de Valparaíso. O Projeto de Arquitetura A estrutura do imóvel é constituída por quatro muros perimetrais de alvenaria. As divisões interiores são constituídas por uma estrutura de madeira preenchida com adobe. Antes da reabilitação, o imóvel apresentava um grave dano estrutural e a ala norte encontrando-se num estado irrecuperável. Além disso, as instalações, quando existiam, encontravam-se fora das normas regulamentares, do mesmo modo que todos os acabamentos se encontravam em mau estado. (Figura 4) Sucintamente, com o projeto de arquitetura propunha-se o seguinte: reforçar a estrutura, melhorar as circulações horizontal e vertical, melhorar as condições de habitabilidade e os serviços, incorporando alguns elementos contemporâneos, tais como um terraço miradouro e um equipamento comunitário. O desenvolvimento do projeto acaba por derivar do próprio edifício, particularmente pelo modo como é habitado pelas famílias.

Figura 5. Plantas esquemáticas: distribución de las familias por módulos. Fuente: AAQC Arquitectos Figura 5. Plantas esquemáticas: distribuição das famílias por módulos. Fonte: AAQC Arquitectos

Em primeiro lugar, o pátio comum, a sede social, os corredores e os acessos são espaços de encontro para essas famílias.

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En segundo lugar, las viviendas se han ampliado, se han abierto vanos en los muros divisorios y se han anexado recintos que eran parte de módulos adyacentes y que se encontraban momentáneamente deshabitados. Así, los departamentos, de superficie variable, se van ajustando según la composición del grupo familiar. (Figura 5) En tercer lugar, las familias realizan modificaciones interiores: ubican el baño —cuando existe— en la chimenea construida originalmente para cocinar; instalan la cocina abierta hacia la sala de estar y el comedor; utilizan elementos livianos o móviles, como cortinas y armarios, para separar el espacio dentro de un módulo y de este modo contar con más recintos; y construyen altillos para aumentar la superficie habitable. (Figura 6) Como se ha señalado, son las prácticas de uso del espacio anteriores a la intervención las que orientan las decisiones de diseño y la organización de los departamentos. Primero, el proyecto confirma y fortalece el modelo de vivienda colectiva al situar todos los recintos comunes en torno al patio central, en los tres niveles. Para reforzar la estabilidad del edificio, se traslada el eje estructural de la fachada interior de madera y adobillo al perímetro del patio central, y se reemplaza la estructura original de los corredores, de madera, por una nueva de hormigón armado y acero. (Figura 7) En el ala norte, inicialmente derrumbada, se construye una sala multiuso como extensión del patio central, dos viviendas dúplex a las que se accede a medio nivel, una terraza mirador y una circulación vertical adosada a un contrafuerte de albañilería que se deja a la vista. En el ala sur, en las esquinas del inmueble, se reservan dos recintos para locales comerciales de alquiler, cuyo objetivo es generar una renta que contribuya a cubrir los gastos de la copropiedad. Segundo, el proyecto consiste, en los niveles primero y segundo, en mantener y restaurar el módulo cúbico existente, de 4,5 m x 4,5 m y 3,8 m de altura, como unidad de habitación dentro de la cual se incorpora la flexibilidad, estableciendo conexiones entre dos, tres o cuatro módulos según el tamaño de la familia, para constituir departamentos de distintas Figura 6. Plantas esquemáticas: modos de uso. Fuente: AAQC Arquitectos Figura 6. Plantas esquemáticas: modos de uso. Fonte AAQC Arquitectos

superficies (de uno, dos o tres dormitorios, de 45 m2 a 70 m2). (Figura 8) Tercero, la subdivisión interna de cada módulo original, cuando es necesaria, se realiza mediante tabiques y armarios empotrados de 2,4 m separados de 1,4 m del cielo raso, lo que permite iluminar y ventilar los recintos, y al mismo tiempo mantener la privacidad. En el tercer nivel, aprovechando que la techumbre debe reconstruirse, se habilitan viviendas dúplex y se utiliza el volumen del entretecho para construir altillos. (Figura 9)

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Em segundo lugar, será de mencionar a ampliação das habitações, criando-se aberturas nas paredes divisórias e anexando recintos, que faziam parte de módulos adjacentes e se encontravam provisoriamente desabitados. Assim, os apartamentos, com superfície variável, foram-se adaptando de acordo com a composição do grupo familiar. (Figura 5) Em terceiro lugar, as famílias realizam modificações no interior das habitações: localizase o quarto de banho - quando existe - na chaminé construída inicialmente para cozinhar; instala-se a cozinha, que se abre para as salas de estar e de jantar; utilizam-se elementos leves ou amovíveis, como cortinas e armários, para separar espaços dentro de um módulo e assim obter um maior número de divisões; também se constroem-se pisos intermédios para aumentar a superfície habitável. (Figura 6) Como já se referiu, são as práticas de uso do espaço, anteriores à intervenção, que acabam por orientar decisões de desenho e definir a organização dos apartamentos. Primeiro, o projeto confirma e fortalece o modelo de habitação coletiva, ao situar todos os espaços comuns em torno do pátio central, nos três pisos. Para reforçar a estabilidade do edifício, o eixo estrutural da fachada interior, de madeira e adobe, é movido até ao perímetro do pátio central, substituindo-se a estrutura original das galerias, em madeira, por uma nova estrutura de betão armado e aço. (Figura 7) Na ala norte, inicialmente desmoronada, construiu-se uma sala multiusos, como extensão do pátio central, tal como duas habitações duplex com acesso a meio piso, uma varanda e um espaço de circulação vertical, este ligado a um contraforte de alvenaria, que se deixou à vista. Na ala sul, nas esquinas do imóvel, reservaram-se dois recintos destinados a comércio, para aluguer, com o objetivo de vir a gerar uma renda, destinando-se a contribuir para gastos de co-propriedade. Segundo, tanto no primeiro como no segundo piso, o projeto assenta na manutenção e restauro do módulo cúbico existente, com “4,5m x 4,5m” de base e 3,8m de altura, entendido

Figura 7. Estructura del patio central y corredores. Fuente: AAQC Arquitectos Figura 7. Estrutura do pátio central e corredores. Fonte: AAQC Arquitectos

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El edificio es sometido a tres tipos de intervención: restauración, rehabilitación y construcción nueva. Se restauran las fachadas exteriores mediante un proceso de consolidación de paramentos y de limpieza superficial. Se rehabilita el interior de los departamentos dando una terminación adecuada a cada recinto según los estándares de la vivienda social. Por último, la obra nueva consiste en agregar un volumen en el sector norte del edificio, que viene a completar el programa definido, y en la construcción de una nueva estructura portante emplazada en el perímetro interior del patio central. (Figura 10) Complementando lo anterior, en el proyecto se aplican conceptos específicos para la rehabilitación, entre otros, el de la mínima intervención: «todo lo necesario, pero lo mínimo posible»; el de la honestidad de la intervención, esto es, no se hace nada «a la usanza de»; y el de la utilización del edificio como «cantera», es decir, los materiales que se retiran por razones técnicas se reutilizan en la misma obra, lo que asegura el empleo de materiales de primera calidad, compatibles con la estructura original.

Figura 8. Proyecto de arquitectura. Fuente: AAQC Arquitectos Figura 8. Projecto de Arquitectura. Fonte: AAQC Arquitectos

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como unidade de habitação, no interior da qual se procura incorporar a flexibilidade, estabelecendo conexões entre dois, três ou quatro módulos, conforme o tamanho da família, no sentido de obter apartamentos com diferentes superfícies (incluindo um, dois ou três quartos, com uma área que varia entre 45m2 e 70m2). (Figura 8) Terceiro, quando necessário, a subdivisão interna de cada módulo original toma forma com a introdução de tabiques e armários embutidos com a dimensão de 2,40m, separados 1,40m em relação ao teto, de modo a permitir iluminar e ventilar os compartimentos, ao mesmo tempo que se permite manter a privacidade. No terceiro piso, perante a necessidade de reconstruir a cobertura, aproveitou-se para recuperar espaço, criando-se habitações, em duplex, usando o vão do telhado para se criarem sótãos. (Figura 9) O edifício é submetido a três tipos de intervenção: restauro, reabilitação e construção nova. Restauram-se as fachadas exteriores, mediante um processo de consolidação dos paramentos e da limpeza de superfícies. Reabilita-se o interior dos apartamentos, com acabamentos adequados a cada tipo de recinto e de acordo com os padrões que regem a construção de habitação social. Por último, a realização da obra nova consiste na agregação de um volume, no setor norte do edifício, que permite completar o programa definido, assim como da construção de uma nova estrutura portante localizada no perímetro interior do pátio central. (Figura 10) Como informação complementar ao que foi antes referido, no projeto foram aplicados conceitos específicos tendo em vista a reabilitação em causa, entre os quais se referem: a intervenção mínima: «todo lo necesario, pero lo mínimo posible »; a honestidade da intervenção, ou seja, nada se faz «a la usanza de »; e ainda a utilização do edifício como «cantera », o que quer dizer que os materiais retirados por razões técnicas, voltam a ser reutilizados, na mesma obra, no sentido de assegurar o uso de materiais de primeira qualidade, compatíveis com a respectiva estrutura original.

Tradução do espanhol para português: Joana Fernandes Revisão: Paula Petiz

Figura 9. Conexión entre los módulos. Fotografía María José Castillo Figura 9. Conexão entre os módulos. Fonte: Maria José Castillo

Figura 10. Interior de la POU rehabilitada. Fotografía María José Castillo Figura 10. Interior da POU reabilitada. Fonte: Maria José Castillo

UNAB Santiago - María José Castillo, Reabilitação do edificio da “Población Obrera de la Unión” em Valparaíso

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Modelo “Reconstruye” de Vivienda Integrada en Densidad Media. Una Alternativa de Recuperación Urbana Nicolás Rebolledo Bustamante

Arquitecto, empresario, y profesor universitario. Fundador y Director ejecutivo de la desaparecida Cooperativa URO1.ORG y actualmente de DID. Co-fundador de Reconstruye, ONG para la producción sustentable del medio construido. Su práctica profesional y docente está centrada en el ejercicio del diseño como síntesis interdisciplinaria, motor de innovación y herramienta de desarrollo sustentable, dirigiendo cursos de investigación en diseño y vivienda social. Actualmente estudia un Msc en Emprendimiento Tecnológico en University College London. Referencias web: http://did.is , http://reconstruye.org El siguiente texto está basado en el trabajo desarrollado por ONG Reconstruye y la empresa DID durante los años 2010 y 2011. Los datos utilizados fueron recopilados al inicio del proyecto el año 2010. Equipo: Nicolás Rebolledo, Nicolás Valenzuela, Josefa Castillo, Patricio Pinto, Camila Cociña, Marcelo Perez.

Según datos del Ministerio de Vivienda y Urbanismo Chileno (Minvu), el sector de la producción de vivienda en Chile representa mas del el 50% del total de m2 construidos anualmente, siendo el principal mercado dentro de la industria de la construcción (Minvu, 2007). Por otra parte, las políticas de vivienda en Chile durante las últimas tres décadas han operado bajo el rol subsidiario del Estado orientado a la entrega de subsidios a la demanda, lo que significa que es el sector privado quien gestiona, construye y comercializa y el Estado co-financia el poder de compra de la demanda. Estos subsidios tienen una focalización en dos grandes grupos: los segmentos vulnerables socialmente y pobres y los sectores de ingresos medios, representando en conjunto alrededor del 70% del mercado nacional de producción de vivienda (Adimark, 2008). Este sector ha sido uno de los más afectados por el terremoto de 2010, sufriendo un explosivo aumento en su demanda. El gobierno ha focalizado gran cantidad de recursos en las regiones afectadas lo que implica que producto del programa de Reconstrucción en

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O Modelo “Reconstruye” de Habitação e a Integração em Densidade Média Uma Alternativa de Recuperação Urbana Nicolás Rebolledo Bustamante

Arquiteto, empresário, e professor universitário. Fundador e Diretor executivo da já desaparecida “Cooperativa URO1.ORG”, sendo atualmente de DID. Co-fundador da “Reconstruye”, ONG, que se orienta para a produção sustentável do meio construído. Quanto à prática profissional enquanto docente, encontra-se orientada para o exercício do desenho, enquanto síntese interdisciplinar, motor de inovação e ferramenta de desenvolvimento sustentável, dirigindo Cursos de Investigação ligados ao Desenho e à Habitação Social. Atualmente estuda um Msc, em Empreendimento Tecnológico na University College London. Referencias web: http://did.is , http://reconstruye.org O texto que se apresenta baseia-se no trabalho desenvolvido pela “ONG Reconstruye” e a empresa “DID S.A.” durante 2010 e 2011. Os dados utilizados foram recompilados no início do projeto, em 2010. Equipa: Nicolás Rebolledo, Nicolás Valenzuela, Josefa Castillo, Patricio Pinto, Camila Cociña, Marcelo Perez.

Segundo dados do Ministério de Habitação e Urbanismo Chileno (MINVU), o setor da produção de habitação no Chile representa mais de 50% do total da área de construção anual, constituindo o principal mercado no âmbito desta mesma indústria (MINVU, 2007). Por outro lado, durante as últimas três décadas, as políticas de habitação no Chile têm funcionado com o apoio subsidiário do Estado, orientado para a entrega de subsídios a quem precisa, o que significa que são os privados que gerem, constroem e comercializam, cabendo ao Estado o papel de co-financiador, relativamente ao poder de compra de quem necessita de casa. Estes subsídios são orientados para dois grandes grupos: os segmentos mais pobres da população, socialmente vulneráveis, e os grupos com rendimentos médios, que representam no seu conjunto cerca de 70% do mercado nacional de produção de Habitação (Adimark, 2008). Este setor foi um dos mais atingidos pelo terramoto, vindo a provocar um aumento explosivo na procura. O governo canalizou assim grande parte dos recursos para as regiões

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1. Estimando en 3.372 las viviendas del catastro municipal presentado por ONG Sur Maule. Eso se comparó con el dato de la oferta de 2.000 viviendas anuales producidas en Talca, según el dato del Estudio de Tendencias de Localización (Minvu y Geociudad Consultores, 2007). 2. 5.409 viviendas urbanas subsidiadas durante 2009 en toda la región del Maule (Observatorio Habitacional Minvu, 2010b). 3. Para este cálculo se consideró la información sobre requerimientos de vivienda por manzana previo al terremoto, sobre la base de la información disponible en observatoriourbano.cl (página web de datos georreferenciados del MINVU), sumándola a las viviendas severamente dañadas en el mismo sector sobre la base de Catastro Municipal, versión 4 de abril de 2010.

Vivienda el sector en dichas regiones crecerá explosivamente más de 6 veces (Observatorio Habitacional Minvu, 2010a). Esta situación, ha exigido el desarrollo de ofertas diversificadas, sin embargo, la política gubernamental ha sido en general una adaptación de los mismos instrumentos de subsidio de programas regulares (MINVU, 2010a), en circunstancias que más del 70% de la demanda descrita anteriormente se concentra en centros urbanos de ciudades intermedias (Minvu, 2010a), donde antes del terremoto casi no existía desarrollo inmobiliario de vivienda subsidiada y por lo tanto tampoco instrumentos de subsidio apropiados. El caso de Talca y el riesgo de la expulsión Según los datos oficiales, la suma de viviendas con daños severos en el Centro de Talca equivale al 168% de la totalidad de viviendas producidas anualmente en toda la ciudad 1. A modo de comparación, esta cifra representa el 62% de las viviendas urbanas subsidiadas durante el 2009 en toda la región 2, sin embargo, es posible proyectar un déficit sustancialmente mayor por las características de la edificación destruida, dado que gran parte de ella correspondía a grandes casas de adobe donde vivían varias familias, algunas propietarias y otras arrendatarias o simplemente allegadas. Esta demanda está compuesta por vecinos de estrato socio-económico diverso que ya están organizados y han manifestado públicamente su voluntad de permanecer en sus barrios de origen. Sin embargo es muy posible que la gente no pueda quedarse. ¿Por qué? El desarrollo de ofertas de este mercado depende principalmente de 3 factores: La demanda organizada y su capacidad de pago (subsidios estatales, ahorro propio y créditos hipotecarios privados); la disponibilidad y valor de suelo; y la gestión de los proyectos, realizada por entidades de gestión inmobiliaria social, EGIS, en el caso de la vivienda social, y por inmobiliarias en la oferta de subsidios para la clase media. Para los propietarios existe una solución que es recibir un subsidio para construir en su sitio o comprar e instalar una casa prefabricada, sin embargo, más de la mitad de esta demanda no es propietaria. Como ejemplo sabemos que en un barrio como “Seminario”, el 46,8% de las viviendas requeridas corresponden a allegados3. Al mismo tiempo, según

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afectadas, o que explica um crescimento explosivo, com significado neste campo de produção, correspondente a um aumento superior a 6 vezes mais, no âmbito do Programa de Reconstrução de Habitação, em algumas das regiões, (Observatório Habitacional MINVU, 2010a). Esta situação levou a exigir um desenvolvimento de ofertas diversificadas mas, todavia, a política governamental não passou genericamente de uma adaptação dos mesmos instrumentos usados em subsídios de Programas regulares (MINVU, 2010a), em circunstâncias que acabam por determinar que mais de 70% da procura, tal como foi referido anteriormente,

1. Foi considerada a estimativa de 3.372 habitações, do Cadastro Municipal, apresentada pela “ONG Sur Maule”. A mesma foi comparada com os dados sobre a oferta das 2.000 habitações produzidas anualmente em Talca, de acordo com os dados do “Estudio de Tendencias de Localização” (MINVU e Geociudad Consultores, 2007). 2. Trata-se de 5.409 habitações urbanas subsidiadas durante 2009, em toda a região do Maule (Observatorio Habitacional MINVU, 2010b).

se concentre nos centros urbanos de cidades intermédias (MINVU, 2010a) onde, antes do terramoto quase não existia promoção imobiliária, devido à habitação financiada e, portanto, não existindo meios de financiamento apropriados. O caso de Talca e o risco de expulsão Segundo dados oficiais, o número total de habitações com danos graves no Centro de Talca equivale a 168% do total de habitações construídas anualmente em toda a cidade1. A título de comparação, este número representa 62% das habitações urbanas subsidiadas durante o ano de 2009 em toda a região2 mas, contudo, é possível apontar um défice substancialmente maior, tendo em conta as caraterísticas dos edifícios que foram alvo de destruição, já que na sua maioria eram grandes casas de adobe, habitadas por várias famílias, sendo algumas proprietárias e outras arrendatárias. Neste contexto, a procura de habitação anda associada a famílias de estratos socioeconómicos diversos, que se encontravam já organizadas, vindo a manifestar publicamente a vontade de permanecer nos seus bairros de origem. Contudo, considera-se improvável que tal permanência possa vir a tornar-se efetiva. Porquê? A implementação das ofertas neste tipo de mercado depende principalmente de 3 fatores: a procura organizada e a capacidade correspondente, para se efetuar a compra (subsídios estatais, poupança própria e créditos hipotecários privados); a disponibilidade e o valor do solo; a gestão dos projetos, realizada por entidades de gestão imobiliária social - EGIS no caso da habitação social, e a cargo de simples imobiliárias quando está em causa uma atribuição de subsídios a grupos de classe média.

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4. Calculado a partir del dato en Total hogares y hogares no propietarios según sexo y tramos de edad FPS a diciembre de 2009. Dato recuperado el 7 de agosto de 2010 en http://www. observatoriohabitacional.cl/opensite_20080122171214.aspx

datos del Observatorio Habitacional del Minvu, existían al final de 2009, 16.414 familias no propietarias en la comuna de Talca4, lo que en una situación post-catástrofe nos hace suponer que un gran porcentaje de esas familias han engrosado la demanda por vivienda o por arrendamiento.

5. Entrevista de Fernando Paulsen a Pablo Allard en Radio ADN el 5 de agosto de 2010.

La demanda de no propietarios deberá acceder a subsidios para construcción en nuevos

6. Según Valenzuela 2003, el costo de incorporar un nuevo residente en la ciudad para el caso de santiago va entre US$ 363 si es en el centro de la ciudad, a US$ 6.487 si es en la periferia.

grupos vulnerables se ubica fuera del centro, y lo mismo con prácticamente la totalidad de la

terrenos y sabemos que el 100% de los proyectos realizados en los últimos 20 años para los oferta previa al terremoto para los grupos medios (Minvu y Geociudad Consultores, 2007). La razón de esto son los altos costos de suelo en el centro que no permitirían ofertar lo exigido por los subsidios con una rentabilidad razonable. Sin embargo, producto del terremoto se liberó tal cantidad de suelo central que su valorización ha estado incierta, por lo que su alto valor pasado podría dar paso a precios más razonables o bien permanecer en la especulación, lo que generaría una alta dificultad para el sector para proveer de ofertas de vivienda subsidiada en los barrios de origen de los afectados y en el centro de Talca en general, generando altos costos a la sociedad en general y al sector en particular como son: Los afectados no tendrán la opción de quedarse en el centro y perderán todas la externalidades positivas de vivir en esos barrios como acceso a servicios, espacios públicos y oportunidades de desarrollo en general. La sub-urbanización de barrios centrales con viviendas de subsidio de 50 m2 (Ivelic, 2010) en terrenos que pueden llegar a ser de 1000 m2 implicará perder población en los centros y desperdiciar la plusvalía de los terrenos significando una pérdida de activos para las familias propietarias implicando una desvalorización en el centro, desperdiciando oportunidades de mayor inversión para la industria en el campo de los servicios, trabajo y otras actividades (MINVU y Geociudad Consultores, 2007). Esta sub-urbanización y desvalorización del centro abrirá el espacio para la especulación inmobiliaria que según palabras del Director del Programa de Reconstrucción del MINVU, Pablo Allard, “hará que los habitantes sean expulsados a punta de Lucas”5 de sus barrios de origen, a partir de la compra indiscriminada de terrenos centrales aprovechando la falta de recursos de sus propietarios y provocando una inmovilización de capital en el sector. Al no poder desarrollar proyectos nuevos en los centros, la nueva oferta se concentrará en las periferias, generando una gran expansión urbana que implicará la perdida de suelo agrícola por un lado, y un costo 17 veces más alto para la ciudad por urbanización y equipamiento de esas zonas para recibir al nuevo residente 6. Muchas veces estos costos de urbanización los deben cubrir las inmobiliarias, dejándolos con muy bajo margen y desincentivando la inversión (Riquelme, 2003). Al permitir que la oferta se concentre casi exclusivamente en la periferia, la inversión del Estado que co-financiará indirectamente estas ofertas perderá valor ya que producirá viviendas que muy difícilmente se valorizarán y no aportarán a crear ciudades sustentables en el tiempo. A casi dos años de ocurrido el terremoto, estos riesgos siguen vigentes, ya que un porcentaje mayoritario de los afectados, aun no accede a una solución habitacional.

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Para quem é proprietário acaba por existir uma solução, face à possibilidade de se receber um subsídio para construção em terreno próprio ou, em alternativa, para a compra e instalação de uma casa pré-fabricada. Contudo, em mais de metade deste tipo de casos não existe uma correspondência com a condição do proprietário. Por exemplo, sabemos que num bairro como o de “Seminário”, 46,8% dos subsídios requeridos para habitação anda associada a laços de parentesco3. Ao mesmo tempo, segundo dados do Observatório Habitacional do MINVU, no final de 2009, existiam 16.414 famílias não proprietárias na comuna de Talca4, o que numa situação de pós-catástrofe nos leva a supor que estas famílias, em grande percentagem, provocaram um aumento na procura de habitação, ainda que apenas para arrendar. A procura, por parte de habitantes não proprietários, anda associada a subsídios para a construção em terrenos localizados em zonas novas, e sabemos que 100% dos projetos realizados nos últimos vinte anos, destinados a grupos vulneráveis, tem lugar fora do centro, à semelhança de situações que antecederam o terramoto, no que diz respeito à globalidade da oferta para grupos de classe média (Minvu e Geociudad Consultores, 2007). Tal situação pode justificar-

3. Para este cálculo, foi tida em conta a informação sobre as habitações requeridas por quarteirão, antes do terramoto, tendo por base a informação disponível no observatoriourbano. cl (página web de dados georeferenciados do MINVU), a que acrescem as habitações gravemente danificadas, no mesmo setor, segundo dados do Cadastro Municipal, em versão de 4 de abril de 2010. 4. O cálculo foi feito a partir dos dados relativos a um total de habitações e casas não habitadas, considerando-se o sexo e a idade, do FPS, em Dezembro de 2009. Conforme consulta em 7 de Agosto de 2010, em http://www. observatoriohabitacional.cl/opensite_20080122171214.aspx 5. Entrevista de Fernando Paulsen a Pablo Allard, na Rádio ADN, em 5 de Agosto de 2010.

se pelos custos elevados do solo no centro urbano, o que não permite oferecer o que é exigido para financiamento, com uma rentabilidade razoável. Apesar disso, e devido ao terramoto, libertou-se alguma área de solo no centro urbano, cujo valor no mercado se foi mantendo incerto, já que os preços elevados que se praticavam antes, tanto podiam dar lugar a preços mais razoáveis, como podiam continuar a favorecer a especulação, gerando grandes dificuldades para o sector, no que diz respeito à promoção de oferta de habitação subsidiada, tanto nos bairros de que eram originários os habitantes afetados, como no centro de Talca em geral, já que envolvem grandes despesas para a sociedade em geral e particularmente para o setor em causa, tal como: As famílias afetadas, ao deixarem de ter capacidade de escolha para se fixarem no centro, perdem todas as externalidades positivas associadas com o habitar nesses bairros, tal como o acesso a serviços, espaços públicos, assim como no que toca a outras condições de desenvolvimento, em geral. A suburbanização de bairros centrais através de habitações financiadas, com a área de 50 m2 (Ivelic, 2010), em terrenos que podem chegar aos 1000 m2, com reflexo numa perda de população em zonas centrais, perdendo-se a oportunidade de valorizar os terrenos, o que se traduz numa perda de ativos para as famílias que são proprietárias, com a desvalorização do próprio centro e desperdiçando-se as oportunidades que permitiriam um maior investimento na indústria, na área dos serviços, trabalho e outras atividades (Minvu y Geociudad, Consultores, 2007). A tendência para a suburbanização e desvalorização do centro, abrindo-se espaço para a especulação imobiliária que, segundo palavras do Diretor do Programa de Reconstrução do MINVU, Pablo Allard, “hará que los habitantes sean expulsados a punta de lucas”5, dos seus bairros de origem, mediante a compra indiscriminada de terrenos nesse mesmo centro e perante a falta de recursos dos seus proprietários, provocando-se deste modo uma imobilização de capital no setor. Não se podendo implementar projetos novos para o centro, a oferta recente concentra-se nas periferias, gerando uma grande expansão urbana, o que implica a perda de solo agrícola por um lado e, por outro, a necessidade de urbanizar e criar novos equipamento, para acolher os novos residentes, implicando despesas para a cidade e envolvendo valores dezassete vezes

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La Oportunidad de la Integración Si se considera que los principales daños se encuentran en la zona céntrica de Talca, las estadísticas disponibles (Escuela de Líderes de Ciudad, 2009) arrojan para este sector una composición de 39% de familias de los grupos vulnerables, además de un 52% de familias de grupos medios. Una característica estructural de los grupos medios, es su vulnerabilidad ante trastornos de gasto y/o ingresos (Contreras, 2009), lo que nos permite pensar que muchos hogares de sectores medios se hayan transformado en vulnerables. En el primer mes después del sismo, se tenía antecedentes de pérdida del empleo en gran cantidad de hogares que además habían visto afectada su vivienda (Ramirez, 2010). El terremoto y su destrucción de las zonas centrales de Talca, junto con dejar a mucha gente sin vivienda, sirvió para dejar mucho suelo disponible. Esta situación en un comienzo sirvió para activar una fuerte arremetida por parte de algunos capitales privados para intentar comprar suelo a bajo costo (Ramirez, 2010) aprovechando la oportunidad de que los propietarios quedaron sin nada y su único bien pudo haber sido su suelo. Sin embargo, la fuerte organización social presente en los barrios afectados, inicio una campaña para no vender el suelo, lo que originó una volatilidad en el precio que hasta hoy se mantiene (Soleto, 2010) provocando que en algunas zonas centrales existan en el mismo sector, suelos de un precio de 90 US$/m2 hasta 500 US$/m2. Esta situación provocó que el mercado del suelo en Talca haya estado congelado por mucho tiempo, generando incertidumbre y desincentivando la inversión en nuevos proyectos. Desde el punto de vista de los propietarios, estos han tenido dos opciones: La primera es acceder a un subsidio que les entregará una vivienda de 50 m2 en un sitio gigante y la segunda es vender. La oportunidad está en que ellos, gracias a la fuerte organización social, han entendido que el suelo que tienen es su único capital y que transformarlo en dinero rápidamente no les soluciona el problema y también entienden que una casa de subsidio no reemplazará el inmueble donde antes subarrendaban o tenían su actividad productiva. Por esto, muchos de ellos han estado disponibles para integrarse a los comités de vivienda que las juntas de vecinos han organizado y han estado dispuestos a permutar su sitio por inmuebles dentro de eventuales proyectos, ya sean estos departamentos para vivir o para arriendo e incluso algún local comercial.

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superiores 6. Muitas vezes estes custos e urbanização ficam a cargo das imobiliárias, com muito pequenas margens de lucro, desincentivando o investimento (Riquelme, 2003). Ao permitir que a oferta se concentre quase exclusivamente na periferia, o investimento do

6. Segundo Valenzuela (2003), o custo da incorporação de um novo residente na cidade, no caso de Santiago, varia entre US$ 363, no centro da cidade, e US$ 6.487, numa zona periférica.

Estado, que a co-financiará indiretamente, perderá mais-valias, já que a habitação construída muito dificilmente se valorizará, não chegando a permitir que se criem cidades sustentáveis no tempo. Quase dois anos depois da ocorrência do terramoto, estes riscos vão-se mantendo vigentes, pois uma elevada percentagem de habitantes afetados ainda não conseguiu ter acesso a uma solução para resolver o problema da casa. A Oportunidade de Integração Se considerarmos os principais danos que se localizam na zona central de Talca, as estatísticas disponíveis (“Escuela de Líderes de Ciudad”, 2009) apontam, neste contexto, para uma combinação de 39% de famílias pertencentes a grupos vulneráveis, além dos 52% de famílias que se ligam a grupos de classe média. Uma caraterística estrutural dos grupos de classe média é a sua vulnerabilidade perante choques de gasto e/ou acesso (Contreras, 2009), o que nos permite pensar que muitas das sua habitações se tenham tornado vulneráveis. No primeiro mês após o sismo, havia já indicadores de perda de emprego em grande parte das famílias que ao mesmo tempo se deparavam com situações de casas afetadas (Ramirez, 2010). O terramoto e a consequente destruição das zonas centrais de Talca, além de deixar muita gente sem habitação, levou a que ficasse disponível um grande número de terrenos. Inicialmente, esta situação originou uma forte injeção de capitais, por parte de alguns privados, para a compra de terrenos a baixo custo, (Ramirez, 2010), aproveitando a oportunidade face à situação de muitos dos proprietários, que ficaram sem nada, restando-lhes apenas o terreno como único bem. Contudo, a forte organização social que se podia testemunhar nesses bairros atingidos pelo terramoto permitiu iniciar uma campanha de incentivos, para que os terrenos em causa não fossem vendidos, o que se veio a repercutir na volatilidade dos preços, que se mantém ainda hoje (Soleto, 2010), levando a que nalgumas das zonas centrais, num mesmo setor, os prelos de alguns dos terrenos pudessem variar entre os 90 US$/m2 e os 500 US$/m2.

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En este sentido y a pesar de las dificultades para desarrollar ofertas de vivienda subsidiada en los centros y los riesgos que esto implicaba, visualizamos algunas oportunidades que nos permitieron pensar en una alternativa: La integración social existente dentro de la demanda y la existencia de un instrumento de subsidio para Proyectos Habitacionales de Integración Social (PIS) que permitirían construir soluciones apropiadas a la realidad social de Talca. La fuerte organización social que estaba permitiendo vincular a propietarios con demanda por vivienda, lo que permitiría disminuir la incertidumbre de los costos de suelo permitiendo dar factibilidad a la realización de proyectos en densidad media permutando suelo por inmuebles. La voluntad mancomunada intersectorial de trabajar en una solución integral que permitiría dar respuesta a los damnificados y al mismo tiempo recuperar los centros. Proyectos de Integración Social (PIS) en densidad media Ante la evidencia de la integración social existente previa al terremoto y de la potencial estabilización de los precios de suelo en zonas centrales, pensamos que el desarrollo de un modelo de gestión de vivienda en densidad media para Talca pensado en el marco de los Proyectos Habitacionales de Integración Social (PIS) podía ser una buena alternativa para producir ofertas que permitieran que las familias afectadas pudiesen quedarse donde antes vivían y así mantener su localización central y sus redes sociales. El Minvu, a través de su Circular Nº81 del 25 de septiembre del 2007, manifestaba que uno de los pilares fundamentales de la Nueva Política Habitacional del Gobierno de Bachelet sería la Integración Social. En este sentido, a pesar de existir algunos instrumentos tendientes a promover este aspecto, como por ejemplo el Subsidio Diferenciado a la Localización, se creó un nuevo instrumento para potenciar este aspecto: los Proyectos de Integración Social (PIS). Un PIS, es un conjunto de viviendas en el que se incorporan habitantes de distintos estratos sociales, cuya principal virtud consiste en reconocer la diversidad social inserta en un mismo barrio, de manera que este aspecto sea incorporado en el proyecto habitacional como una premisa fundamental desde su inicio.

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A mesma situação deu origem ao fato de o mercado do solo, em Talca, se ter mantido congelado durante muito tempo, gerando incertezas e reflectindo-se negativamente nos incentivos ao investimento em relação a novos projetos. Relativamente aos proprietários, havia duas opções: a primeira passava pela candidatura a um subsídio que lhes permitisse ter acesso a uma habitação com uma área de 50m2, num terreno de grandes dimensões, passando a segunda opção pela venda do terreno próprio. Graças a uma forte organização social, foi possível chegar ao entendimento de que o solo, de que eram proprietários, constituía capital único, e uma passagem rápida a dinheiro não seria solução para resolver o problema, ao mesmo tempo que se percebia também que uma casa financiada nunca viria a substituir o edifício que anteriormente tinha permitido o arrendamento ou onde tinha havido espaço para se desenvolvesse uma atividade produtiva. Por isso, muitos destes proprietários disponibilizaram-se para integrar Comités de Habitação, organizados em Associação de Moradores, que se disponibilizavam para trocar os terrenos por edifícios mediante a elaboração de eventuais projetos, fossem estes de apartamentos para habitar ou para arrendar, ou destinando-se ainda a espaços para comércio. Nesse sentido, e apesar das dificuldades para implementar a oferta de habitação subsidiada no centro urbano, com os riscos que lhe são inerentes, podemos observar algumas situações que nos levam a pensar numa solução alternativa: A integração social que aí tem lugar, no âmbito da procura, e o fato de existir um instrumento de subsídio para “Proyectos Habitacionales de Integración Social (PIS)”, permite a implementação de soluções adequadas à realidade social de Talca. A forte organização social que existe, levando a que os proprietários se associem em torno da procura de uma habitação, permite diminuir o estado de incerteza relativamente aos custos do solo, dando viabilidade à realização de projetos de densidade média, em que se inclui a permuta de terrenos por imóveis. A vontade conjunta para trabalhar numa solução integrada, permita dar respostas às situações de dano e, ao mesmo tempo, recuperar o centro. “Proyectos de Integración Social” (PIS) em densidade média Em face da evidente integração social, anterior ao terramoto, e de uma potencial estabilização dos preços do solo em zonas centrais, acreditamos que o desenvolvimento de um modelo de gestão de habitação de densidade média para Talca, a pensar no âmbito dos “Proyectos de Vivienda de Integración Social” (PIS), poderá ser uma boa alternativa para gerar oferta, permitindo que as famílias afetadas venham a ficar onde sempre viveram, mantendo-se assim uma localização central, bem como a preservação das suas redes sociais. O MINVU, através da sua Circular Nº81, de 25 de Setembro de 2007, manifesta-se sobre um dos pilares fundamentais da Nova Política Habitacional do Governo, a Integração Social. Neste sentido, apesar de existirem alguns instrumentos que tendem a promover esta situação, como por exemplo o “Subsidio Diferenciado a la Localización”, é criado um novo instrumento para desenvolver o respetivo potencial: os “Proyectos Habitacionales de Integración Social ” (PIS). Um PIS é constituído por um conjunto de habitações em que são incorporados habitantes

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7. Segundo o documento “Bases del 1° Concurso de Arquitectura e Integración Social. Comunidades de Ingresos Diversos en Ciudad Parque Bicentenario”.

Los proyectos de Vivienda Integrada son también conocidos con el nombre genérico de Comunidades de Ingresos Diversos (CID). En términos generales se trata de proyectos en el que se mezclan viviendas que apuntan a usuarios de distintos niveles socioeconómicos, mezclando viviendas sociales con viviendas de subsidio, y en algunos casos, con viviendas de venta al mercado. En términos más amplios, este tipo de proyectos se plantean como una manera de desconcentrar la pobreza urbana, así como un modo de disminuir la segregación en las ciudades. La mezcla, por otra parte, implica también una mezcla de usos, tipologías de viviendas, y tenencia, promoviendo un modelo que en inglés es conocido como Mixed Use, Mixed Income Housing” 7. En términos prácticos, se trata de un proyecto habitacional de construcción simultánea con un máximo de 150 viviendas, que debe incluir un mínimo de 30% de viviendas destinadas a sectores vulnerables, 30% a sectores medios y 40% de libre disposición. Los beneficios de los proyectos de Integración Social para vivienda colectiva de densidad media son: Permitir a los habitantes de ingresos bajos quedarse en sus barrios accediendo a una mejor localización dentro de la ciudad y a una vivienda de mejor calidad y a los habitantes de ingresos medios acceder a viviendas a un precio más competitivo, así como mantener o promover lazos con familiares o amigos de ingresos diversos, lo que al menos en Talca tiene una especial significancia, debido a la composición socialmente diversa del centro histórico. Impedir la sub-urbanización de los centros, manteniendo su plusvalía y permitiendo abrir oportunidades de inversión para la industria en otros nichos complementarios. Impedir la especulación inmobiliaria, incentivando la movilización de capital inmobiliario para activar el sector incentivando su participación en un nicho innovador que genera mayor rentabilidad que las logradas al desarrollar proyectos exclusivamente de vivienda social o a mantener el capital inmovilizado. Permitir que la ciudad ahorre recursos en todo lo que significa no tener que proveer servicios asociados a las zonas de expansión urbana, ya que al instalarse en zonas consolidadas, los proyectos tienen acceso a toda la red de servicios instalada. Permitir que la inversión del Estado en el sector a través de subsidios, genere más valor incentivando la producción de mejores viviendas y mejor ciudad. Experiencia Piloto: Los Maitenes El conjunto Los Maitenes es la primera puesta en práctica del Modelo de vivienda integrada para recuperación de barrios centrales desarrollado por nuestro equipo. Se trata de un conjunto en densidad media, compuesto por dos bloques de 4 pisos cada uno con un total de 38 unidades de 55 m2. Veinte de estas unidades han sido destinadas a damnificados por el terremoto del 27 de febrero, siendo las 18 restantes disponibles para la venta. Las 20 viviendas para damnificados corresponden al Comité de Vivienda San Pelayo del Barrio Seminario, parte del Comité de los Sin Tierra de Talca, quienes ya han escogido sus casas al interior del conjunto. La construcción de este conjunto en el barrio La Florida, colindante al Barrio Seminario, permitirá que este grupo de familias mantengan las redes y beneficios de vivir en un barrio central de su ciudad.

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de distintos estratos de população, cuja principal virtude consiste na diversidade social num mesmo bairro, tendo como premissa fundamental a necessidade de incorporar este princípio desde o início do projeto.

7. Segundo o documento “Bases dol 1° Concurso de Arquitetura e Integração Social. Comunidades de recursos diversos na Cidade do Parque Bicentenario”.

Os Projetos de Habitação Integrada são também conhecidos pelo nome genérico de “Comunidades de Ingresos Diversos” (CID). De modo geral, estão em causa os projetos em que há mistura de habitações, destinadas a utentes de distintos níveis socioeconómicos, onde se junta habitação social, habitação subsidiada e, nalguns casos, se integra também a habitação para venda no mercado. Em termos mais genéricos, a implementação deste tipo de projeto tem como objetivo tanto a dispersão da pobreza, como procurar reduzir a segregação social no espaço urbano. Por outro lado, esta mistura implica também uma mescla de usos e de tipologias de habitação, com tendência para promover um modelo que, em inglês, é conhecido como “Mixed Use, Mixed Income Housing” 7. Em termos práticos, trata-se de um projeto residencial que inclui no máximo 150 habitações, a construir simultaneamente, e que inclui no mínimo 30% de habitações destinadas a grupos vulneráveis, 30% para a classe média e 40% para atribuir a setores indiferenciados. Os benefícios dos “Proyectos de Integración Social” para habitação coletiva de densidade média serão assim: Permitir aos habitantes de baixos rendimentos que permaneçam nos seus bairros de origem, usufruindo de uma boa localização na cidade, com acesso a uma habitação de mais qualidade, assim como, no que respeita aos habitantes de rendimentos médios, possibilitar o acesso a habitações com preços mais competitivos, bem como promover e permitir a manutenção de laços familiares e entre amigos, com rendimentos diversificados, o que, pelo menos em Talca, tem um significado especial devido à diversidade da composição social no centro histórico. Impedir a suburbanização dos centros, mantendo a sua mais-valia, ao mesmo tempo que se permite criar oportunidades de investimento para a indústria em nichos complementares. Impedir a especulação imobiliária, incentivando a mobilização de capital imobiliário para implementação no setor, incentivando a sua participação num nicho inovador, de modo a gerar maiores benefícios, em relação aos que são obtidos com o desenvolvimento de projetos exclusivamente de habitação social ou com a manutenção do capital imobilizado. Permitir que a cidade poupe recursos, no que se relaciona com o fornecimento de serviços em zonas de expansão urbana, já que os projetos implantados em zonas consolidadas permitem desde logo o acesso a toda uma rede de serviços já instalada. Permitir que o investimento do Estado neste setor, através de subsídios, gere mais-valias, incentivando a produção de melhores habitações e de uma melhor cidade. Uma Experiência Piloto: “Los Maitenes” O conjunto residencial “Los Maitenes” trata-se da primeira experiência de implementação do Modelo de Habitação Integrada, para recuperação de bairros centrais, desenvolvido pela nossa equipa. Trata-se de um conjunto residencial de densidade média, composto por dois blocos com quatro pisos cada um, perfazendo o total de trinta e oito unidades de habitação com a área de 55 m2. Vinte destas habitações foram atribuídas a pessoas afetadas pelo terramoto de 27 de Fevereiro, ficando disponíveis para venda as restantes dezoito unidades.

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La condición de Proyecto Integrado ha permitido que el proyecto acceda a mejores estándares tanto de localización, de superficie, de financiamiento. Con esta formula, hemos podido acceder a un sitio en el centro de la ciudad, a viviendas de 55 m2 y a un subsidio de US$27.000 para las familias damnificadas, que no tendrán que pagar nada por sus viviendas, y de US$11.000 para las viviendas restantes cuyo valor post subsidio será de US$46.000. Mediante un proceso participativo, cada familia pudo elegir la cercanía con sus futuros vecinos, el piso en que querían vivir, la orientación de sus futuras casas y alternativas de terminación. En la repartición de las casas se priorizó la elección de los adultos mayores para que estos se adjudicaran los primeros pisos y luego según el nivel de participación de las familias en el Comité. En este momento el proyecto está iniciando su construcción y se espera que esté terminado durante el 2012. Desafíos de Escalabilidad Para lograr escalar y replicar este tipo de modelos, se requiere innovar en varios aspectos como son: Disminuir las asimetrías de información a nivel de distintos agentes involucrados en la cadena de valor, fortalecer las capacidades y favorecer la información relativa a la diversificación productiva y desarrollar bienes públicos estratégicos que permitan abordar el problema del repoblamiento de los centros en el largo plazo. A nivel del Estado, los PIS son una política muy reciente, por lo tanto se requiere innovar para producir nuevos estándares, reglamentos y procedimientos. Desde el punto de vista del sector privado, no hay información de los riesgos, costos y beneficios de la operación. Para esto se requiere desarrollar experiencias piloto que permitan obtener información clave para ser distribuida entre los diversos agentes y permitan innovar en estos modelos de negocio. Adicionalmente, hay un costo de transacción demasiado grande para los gestores inmobiliarios, que incluye la necesidad de contar con diseños de viviendas integradas en edificios para zonas centrales. Los costos de estos diseños están fuera de los recursos que el Estado entrega para la operación de las EGIS, por lo que están fuera de las alternativas en el mercado de viviendas sociales. Por último, se requiere caracterizar cualitativamente la demanda y fortalecer las capacidades para poder organizarla y acercar esta información a los desarrolladores de oferta y se requiere acercar y sistematizar la información sobre los suelos disponibles y su valor para disminuir la incertidumbre sobre los precios. Para producir estas innovaciones, el proyecto se plantea como una cooperación públicoprivada que permita el diseño, implementación y transferencia de un modelo de vivienda colectiva en densidad media para la reconstrucción de barrios centrales de Talca a partir de la utilización, desarrollo y mejoramiento del marco normativo para Proyectos de Integración Social y la articulación eficiente de los diversos sistemas productivos que concurren en el sector de la producción de vivienda subsidiada.

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As vinte habitações destinadas às pessoas afetadas pelo terramoto destinam-se ao “Comité de Habitação San Pelayo del Barrio Seminario”, e parte do “Comité de los Sin Tierra de Talca”, que já escolheram as suas casas no Conjunto. A construção deste Conjunto Residencial no bairro “La Florida”, adjacente ao “Barrio Seminario”, permitirá que este conjunto de famílias possa manter as suas redes sociais, bem como usufruir dos benefícios de terem a sua casa num bairro central da sua cidade. A condição de “Projecto Integrado” permite ter acesso a melhores padrões de localização, superfície e financiamento. Segundo esta fórmula, passa-se a poder ter acesso a um terreno no centro da cidade, a uma habitação de 55 m2 de área e a um subsídio de US$27.000, isto para para as famílias afetadas, que estão isentas de pagamento em relação às respetivas habitações, ao mesmo tempo que é concedido um valor de US$11.000 para as restantes habitações, cujo preço, após o subsídio, passa a ser de US$46.000. Num processo participativo, cada família pode escolher a relação de proximidade com seus futuros vizinhos, o piso de localização e a orientação das suas futuras casas, assim como os acabamentos alternativos. Na atribuição das casas deu-se prioridade de escolha aos habitantes mais velhos, no sentido de poderem adjudicar os pisos mais próximos do solo, seguindo-se o critério que se prende com o nível de participação das famílias no Comité. Atualmente, inicia-se a construção deste projeto, que se espera ficar terminado durante o ano de 2012. Os Desafios da Escala Conseguir definir a escala e replicar este tipo de modelos, requer inovação em vários aspetos, nomeadamente: diminuir as assimetrias de informação ao nível dos diferentes agentes envolvidos na cadeia hierárquica, fortalecer capacidades e favorecer a informação relativa à diversidade produtiva, assim como desenvolver os bens públicos estratégicos que permitam abordar o problema do retorno ao centro, a longo prazo. Ao nível do Estado, os PIS fazem parte de uma política muito recente, requerendo por isso inovação, no sentido de produzir novos padrões, regulamentos e procedimentos. No que respeita ao setor privado, não há informação sobre os riscos, custos e benefícios das operações. Nesse sentido, será necessário desenvolver experiências-piloto que permitam adequirir informações-chave, a divulgar entre os diversos agentes, permitindo inovar neste tipo de modelos de negócio. Adicionalmente há um custo de transação, demasiado elevado para os gestores imobiliários, que leva a que se necessite de fazer uma previsão para os projetos, com o objetivo de chegar à sua integração em edifícios que se pretende localizar em zonas centrais. Os custos destes projetos não se encontram incluídos nos recursos atribuídos pelo Estado para a realização das EGIS, pelo que ficam excluídos das alternativas no mercado da habitação social. Por último, exige-se caraterizar qualitativamente a procura e fortalecer a capacidade para chegar à sua implementação, fazendo chegar este tipo de informação a quem investe na oferta, procurando uma aproximação e sistematização de informações sobre terrenos disponíveis, assim como sobre os respetivos custos, no sentido de procurar reduzir o estado de incerteza sobre os preços em causa.

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UNAB Santiago - Nicolás Rebolledo Bustamante, Modelo “Reconstruye” de Vivienda Integrada en Densidad Media. Una Alternativa de Recuperación Urbana


Para a realização destas inovações, o projeto surge em regime de cooperação públicoprivada, o que permite o desenho, a implementação e a transferência de um modelo de habitação coletiva de densidade média, no sentido de reconstruir bairros centrais em Talca, com base na utilização, desenvolvimento e melhoramento dos dispositivos regulamentares destinados aos “Proyectos de Integración Social”, bem como no que respeita a uma articulação eficaz dos diversos sistemas produtivos que no sector concorrem no campo da produção da habitação subsidiada.

Tradução do espanhol para português: Joana Fernandes Revisão: Paula Petiz

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SÍntesis Crítica Jorge Christie - Coordinador y moderador de debate

Jorge Christie, arquitecto, realiza sus estudios de pregrado y Magíster en Arquitectura en la Universidad Católica de Chile. Además de su trabajo independiente como arquitecto, ha colaborado con destacados arquitectos como Alejandro Aravena, Smiljan Radic, Cecilia Puga y Coop S.A. Paralelamente, ha desarrollado actividades relacionadas al arte, el diseño gráfico y la representación digital 3D. Realiza su actividad docente desde 1997 en la PUC, Universidad Diego Portales y Universidad Andrés Bello.

La invitación que me hiciera la profesora de la Universidade de Porto Paula Petiz a coordinar el seminario de Vivienda Social PORTUGALCHILE.2A, cuyo objetivo era contrastar la experiencia Portuguesa con la Chilena, me hizo cuestionarme algo que, para alguien no especializado en el tema como yo, no es nada obvio: ¿cuál es el aporte que están haciendo los profesores de nuestra universidad al debate de la vivienda social hoy? Frente a esta pregunta, un primer filtro que apliqué para la selección de la contraparte local al debate fue la contingencia nacional. Si bien el problema más visible y urgente tras la traumática experiencia del terremoto del 2010, fue la solución del enorme déficit de viviendas de emergencia, otro desafío menos visible probablemente, pero no por ello menos relevante, apareció en la palestra: el de la solución de vivienda definitiva para los estratos medios. Es en este contexto que el aporte a la discusión hecho por la ONG Reconstruye, donde participan los profesores María José Castillo y Nicolás Rebolledo aparece, no solo como una experiencia pertinente, sino sumamente relevante y representativa de una realidad compleja y muy particular como la Chilena. A través del diseño de un modelo de gestión que articula organizaciones sociales, municipios, fondos estatales y agentes privados, Reconstruye propone una alternativa al modelo actual propuesto por el mercado inmobiliario, promoviendo un tipo de vivienda con integración de diversos estratos socioeconómicos y que ayude a la conservación de las redes sociales de los habitantes a través de la construcción sobre sus propios terrenos. Por otra parte, la experiencia que posee María José Castillo en el desarrollo de proyectos de vivienda social participativa, ejemplarizada en el proyecto de rehabilitación del edificio de la Población Obrera de la Unión en Valparaíso, nos presenta otra arista de nuestra realidad relacionada a la precariedad y la enorme dificultad que enfrentan los proyectos de auto gestión surgidos del trabajo de comunidades y profesionales comprometidos. Asimismo, esta experiencia aborda una problemática común al trabajo desarrollado por Reconstruye en torno a la localización de vivienda social en los centros urbanos y a la preservación de las redes sociales, pero desde una perspectiva que incorpora además la variable de la conservación y restauración del patrimonio arquitectónico de la ciudad de Valparaíso. Estas experiencias, si bien no son precisamente representativas del panorama nacional, sirvieron para dejar en evidencia algunas singularidades del problema de la Vivienda Social en Chile, pero en particular para presentar, de manera descarnada, las diferencias de las políticas de vivienda Chilenas en contraste con las que se están desarrollando en Portugal. La ponencia de Paula Petiz respecto de la relevancia de los espacios intermedios en los proyectos de vivienda social portuguesa en cuanto a espacio de reconocimiento, de socialización y de transición entre la urbe y la vivienda, nos dejó muy en claro el abismo que separa ambas realidades en el sentido del avance de la discusión. Los proyectos presentados por Paula en su ponencia, vistos desde nuestra realidad, no sólo no se asemejan a lo que conocemos en Chile como vivienda social –dado el estándar de las viviendas- sino que

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Síntese Crítica Jorge Christie - Coordenador e moderador do debate

Jorge Christie, arquiteto, realiza os seus estudos de Licenciatura e Mestrado em Arquitetura na “Universidad Católica de Chile”. Além do trabalho que desenvolve como profissional da arquitectura, como independente, tem vindo a colaborar com destacados arquitetos como Alejandro Aravena, Smiljan Radic, Cecilia Puga e Coop, S.A. Paralelamente, tem desenvolvido atividades relacionadas com Arte, Design Gráfico e Representação Digital 3D. Enquanto docente, desenvolve a sua atividade desde 1997, na PUC, Universidad Diego Portales e Universidad Andrés Bello.

O convite que me fez a professora da Universidade do Porto, Paula Petiz, para coordenar o Seminário sobre habitação social PORTUGALCHILE.2A, cujo objetivo era comparar as experiências portuguesa e chilena, fez-me questionar sobre algo que, para alguém que não é especialista no tema, como eu, não é nada óbvio: hoje, qual o contributo que têm vindo a dar os professores da nossa universidade para o debate sobre a habitação social? Perante esta pergunta, o primeiro filtro que apliquei, para fazer a selecção da contraparte local para o debate, foi a contingência nacional. Ainda que o problema com mais visibilidade e urgência, depois da experiência traumatizante associada ao terramoto de 2010, ande associada à busca da solução para o enorme défice de habitação de emergência, um outro desafio provavelmente menos evidente, mas nem por isso com menos relevância, surgiu durante a palestra: a procura de solução no que diz respeito à habitação definitiva para os estratos médios de população. É nesse contexto que o contributo para a discussão então apresentado pela “ONG Reconstruye”, em que participaram os professores Maria José Castillo e Nicolás Rebolledo, aparece não só como uma experiência pertinente, mas também de extrema relevância e representatividade em no que diz respeito a uma realidade complexa e muito particular como é a chilena. Através do desenho de um modelo de gestão que articula organizações sociais, municipais, fundos estatais e agentes privados, a “Reconstruye” propõe uma alternativa a um modelo atual, proposto pelo mercado imobiliário, promovendo um tipo de habitação que integra famílias de diversos estratos socioeconómicos, ajudando a conservar as redes sociais dos habitantes por via de se construir nos seus próprios terrenos. Por outro lado, a experiência apresentada por Maria José Castillo, sobre o desenvolvimento de projectos de habitação social participativa, exemplificado através do Projecto de Reabilitação do edifício da “População Obreira da União” de Valparaíso, apresenta-nos uma outra face da nossa realidade, relacionada com a precariedade e as enormes dificuldades enfrentadas pelos projectos de autogestão que surgem de um trabalho desenvolvido em comunidade com o compromisso de profissionais. Assim, esta experiência aborda uma problemática comum, presente no trabalho desenvolvido pela “Reconstruye”, desenvolvida em torno da localização da habitação social nos centros urbanos e a preservação das redes sociais, numa perspetiva que incorpora também a variável da conservação e restauro do património arquitetónico de Valparaíso. Estas experiências, ainda que não sendo propriamente representativas do panorama nacional, serviram para pôr em evidência algumas singularidades do problema da habitação social no Chile, mas particularmente para dar a conhecer as diferenças, no seu contraste, das políticas de habitação chilenas e as que se estão a ser desenvolvidas em Portugal. A apresentação de Paula Petiz, a propósito da importância dos espaços intermédios nos projectos da habitação social portuguesa, enquanto espaço de reconhecimento, de socialização e transição entre a urbe e a habitação, deixou-nos claro o abismo que separa

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además aparecen situando en el centro de la discusión el tema del espacio público y el entorno de la vivienda, poniendo de manifiesto la diferencia de enfoque con que se enfrenta este tipo de problemas en Portugal. Un tema que me gustaría destacar, precisamente asociado a este contraste claro contraste entre la experiencia Chilena y la Portuguesa, tiene que ver con el rol que asume el Estado en las Políticas de Vivienda Social evidenciado al poner una realidad al lado de la otra. No es casual que los proyectos presentados por los profesores de nuestra Facultad tengan su origen en entidades periféricas al Estado, como organizaciones sociales y ONGs, sino todo lo contrario, es un síntoma bastante claro de la ausencia de Políticas de Vivienda que se hagan cargo de los nuevos problemas que enfrenta el país y que ya no son solamente cuantitativos, sino cualitativos. Creo, finalmente, que la relevancia de las experiencias presentadas en el Seminario PORTUGALCHILE.2A, es que pese a las diferencias evidentes de la realidad de ambos países, los conferencistas centraron sus planteamientos en aspectos más relacionados con lo que rodea a la vivienda, que a la vivienda misma, identificando variables como la localización, la preservación de las redes sociales y la relevancia del diseño y gestión de los espacios intermedios, aportando complejidad y riqueza a un debate que, en Chile, ha estado centrado por años, casi exclusivamente, en el volumen de producción y en los metros cuadrados de la vivienda.

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UNAB Santiago - Jorge Christie, Síntesis crítica


ambas as realidades relativamente ao avanço da discussão sobre o tema. Os projetos apresentados por Paula, vistos a partir da nossa realidade, não só não se assemelham ao que conhecemos no Chile como habitação social – dado o padrão das habitações – como surgem ainda centrando a discussão no tema do espaço público e espaços em torno da habitação, destacando a diferença do enfoque, quando se enfrenta este tipo de problemas em Portugal. Um assunto que gostava de destacar, associado precisamente a este claro contraste entre as experiências Chilena e Portuguesa, tem a ver com o papel que o Estado assume em relação às políticas de habitação social, evidenciado ao colocar uma realidade ao lado da outra. Não é por acaso que os projetos apresentados pelos professores da nossa Faculdade têm a sua origem em entidades paralelas ao Estado, tal como organizações sociais e ONGs, o que, muito pelo contrário, se torna claramente um sintoma da ausência de políticas de habitação social, devendo fazer parte dos novos problemas que o País enfrenta, que já não são só quantitativos, mas também qualitativos. Finalmente, penso

na

relevância

das

experiências

apresentadas

no

seminário

PORTUGALCHILE.2A, apesar das diferenças evidentes quanto à realidade em ambos os países, os conferencistas centraram as suas abordagens nos aspetos relacionados essencialmente com o que rodeia a habitação, mais do que com a própria habitação, identificando variáveis tais como a localização, a preservação das redes sociais ou a relevância do desenho, e a gestão dos espaços intermédios, conferindo complexidade e riqueza a um debate que no Chile tem estado centrado há anos, quase exclusivamente, no volume de produção e nos metros quadrados da habitação.

Tradução do espanhol para português: Joana Fernandes Revisão: Paula Petiz

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Facultad de Arquitectura, Diseño Y Artes de la Universidad Nacional Andrés Bello UNAB de Chile - Escuela de Arquitectura, Sede Viña del Mar

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La vivienda colectiva en las áreas urbanas consolidadas: recurso cultural con potencial de recuperación y desarrollo sostenible. Juan Mastrantonio F.1 e Mario Ferrada A.2 1. Arquiteto, Diretor da “Escuela de Arquitectura. Universidad Nacional Andrés Bello, Sede Viña del Mar”.

La sustentabilidad para un desarrollo equilibrado, racional y equitativo en áreas consolidadas

2. Arquiteto, docente do “Taller de Rehabilitación Universidad Nacional Andrés Bello, Sede Viña del Mar”.

expresión tangible e inmaterial de una cultura del habitar, con la cual y desde la cual relevar

de nuestras ciudades Latinoamericanas, requiere relevar la importancia de la vivienda como su significado de identidad, y factor de autenticidad ante la necesidad de lograr un contenido social arraigado a un medio urbano dinámico. Es un hecho comprobado a nivel mundial, que mientras mayores sean los esfuerzos por articular la puesta en valor del patrimonio arquitectónico, garantizando el rol habitacional de las áreas históricas y consolidadas, mejores serán los resultados para fortalecer los barrios y la redistribución equitativa de los beneficios sobre la población, que a la larga representa el núcleo fundamental del patrimonio cultural. El actual proceso de desarrollo en las ciudades consolidadas de Chile, y sus áreas históricas, está condicionado por la emergencia del patrimonio como eje transversal, surgiendo la creciente necesidad de repoblar y densificar áreas centrales, haciendo que sus recursos instalados (arquitectónicos, residenciales, institucionales y de infraestructura), se conciban como oportunidades a estos fines. Numerosas áreas y centros históricos de Chile, cuentan con valiosas expresiones de vivienda colectiva, que bajo distintas soluciones y tipologías, logran demostrar la evolución histórica de la vivienda social. No obstante, este patrimonio arquitectónico, es también un patrimonio social, constituyéndose en una capacidad instalada que abre interesantes posibilidades de puesta en valor, rehabilitación y reintegración al tejido, el paisaje y las funciones urbanas, hecho que permitiría solucionar necesidades de habitación para la población. Con la nominación de un sector de la ciudad de Valparaíso como Sitio del Patrimonio Mundial UNESCO en 2003, actualmente se experimenta un emergente proceso de puesta en valor de su patrimonio, cuya gestión, de dificultosa y compleja concreción; debe considerar la preservación de la autenticidad de los valores reconocidos, los que paradojalmente se caracterizan por una identidad en cambio permanente y dinámica re- interpretación, fenómeno agudizado con la globalización imperante. Desde el punto de vista histórico, y dada la condición experimentada por Valparaíso hacia fines del siglo XIX, como primer Puerto del Cono Sur, lugar central del comercio y las transacciones internacionales, se debe sostener la relevancia de la vivienda colectiva como genuina y pionera manifestación arquitectónica de la modernidad, junto con todas los signos de la industrialización y las transformaciones tecnológicas que afectan y transforman la ciudad en este período. La temática referida, corresponde a un ámbito de investigación y docencia desarrollado por la Escuela de Arquitectura de la Universidad Nacional Andrés Bello. Se pretende aportar con conocimientos técnicos específicos a la acción que actualmente realizan los organismos públicos de la región de Valparaíso (SEREMI MINVU, MOP y Municipalidades), en contar con propuesta alternativas de planes, programas y proyectos sobre el significado actual de la vivienda colectiva como capacidad instalada. Un recurso cultural, patrimonial y ambiental,

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UNAB - Sede Viña del Mar - Juan Mastrantonio F. e Mario Ferrada A., La vivienda colectiva en las áreas urbanas consolidadas: recurso cultural con potencial de recuperación y desarrollo sostenible


A habitação coletiva em áreas urbanas consolidadas: recurso cultural com potencialidades para a recuperação e desenvolvimento sustentável. Juan Mastrantonio F.1 e Mario Ferrada A.2 A sustentabilidade para um desenvolvimento equilibrado, racional e equitativo em áreas consolidadas das nossas cidades latino-americanas, requer que seja dada a devida importância à habitação, enquanto expressão tangível e imaterial de uma cultura do habitar, com a qual e desde a qual se releva um significado de identidade, fator de autenticidade,

1. Arquiteto, Diretor da “Escuela de Arquitectura. Universidad Nacional Andrés Bello, Sede Viña del Mar”. 2. Arquiteto, docente do “Taller de Rehabilitación Universidad Nacional Andrés Bello, Sede Viña del Mar”.

perante a necessidade de se alcançar um conteúdo social e a respectiva inserção num meio de dinâmica urbana. É fato comprovado a nível mundial, que quanto mais são os esforços para uma articulação de melhoramentos no campo do património arquitetónico, garantindo o desempenho da habitação em áreas históricas e consolidadas, melhores serão os resultados no que diz respeito à qualidade dos bairros e a uma redistribuição equitativa de benefícios entre a população que, eventualmente, representa o núcleo fundamental do património cultural. O atual processo de desenvolvimento em cidades consolidadas do Chile, e das suas zonas históricas, encontra-se condicionado pela emergência do património, enquanto eixo transversal, e a necessidade crescente de reocupação e densificação de zonas centrais, de modo a que os recursos existentes, já instalados (arquitetónicos, residenciais, institucionais e infra-estruturais), se possam revelar como oportunidades, em prol de objetivos comuns. Numerosas zonas e centros históricos do Chile contam com a valiosa expressão de muitos dos edifícios de habitação coletiva que, com diversas soluções e tipologias, conseguem testemunhar a evolução histórica da habitação social. Não obstante, este património arquitetónico é também património social, constituindo-se como uma potencialidade instalada que permite uma abertura a interessantes possibilidades de melhoramentos, de reabilitação e reintegração, tanto no que se relaciona com o tecido urbano, como no que diz respeito a relações com a paisagem e funções urbanas, o que permitirá encontrar solução para as necessidades das populações na área habitaciional. O fato de um dos setores da cidade de Valparaíso ter sido nomeado Património Mundial da UNESCO, em 2003, veio a permitir que se experimente, na actualidade, um processo emergente de melhoramento do seu património, cuja gestão, difícil e complexa, deve estar atenta à preservação da autenticidade dos valores reconhecidos, que paradoxalmente se caraterizam por uma identidade em processo de mudança permanente, sujeita a uma dinâmica de reinterpretação, situação que se complica face à globalização que agora impera. Do ponto de vista histórico, dada a condição experimentada por Valparaíso em finais do século XIX, enquanto primeiro “Porto de Cono Sur” e lugar central de comércio, e de transações internacionais, deverá ser dada relevância ao papel desempenhado pelA habitação colectiva, enquanto manifestação arquitectónica da modernidade, genuína e pioneira, associada a todos os sinais de trasnsformação tecnológica que, no mesmo período, afetam e transformam a cidade. A temática em causa anda ligada às áreas da docência e investigação que se desenvolvem na “Escuela de Arquitectura de la Universidad Nacional Andrés Bello”. Pretende-se assim contribuir com conhecimentos técnicos e específicos para uma ação que é atualmente

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que requiere urgentemente ser puestos en valor, aumentando su ciclo de vida y mejorando las condiciones económicas, urbanas, sociales y ambientales para sus habitantes. Con esta óptica, será factible y viable, poder plantear los patrones que informen los modos sostenibles para la valoración, intervención de puesta en valor y gestión de este sobresaliente patrimonio arquitectónico residencial. De esta forma, se estudia el origen, desarrollo y transformaciones tipológico- arquitectónicas de la vivienda colectiva en nuestro país y Valparaíso, en relación a las expresiones regionales de la arquitectura. Esto permite valorar fundadamente su aporte al repertorio patrimonial nacional, así como contar con un conocimiento histórico- arquitectónico que ayude a la rehabilitación contemporánea de este tipo de vivienda colectiva, como genuino patrimonio cultural y social. Las diversas tipologías de vivienda colectiva, generadas desde fines del siglo XIX, hasta la década de 1970, se sitúan como un testimonio vivo del desarrollo económico-productivo y urbano que caracterizó a Valparaíso como centro urbano, portuario y comercial de la inmigración europea y local experimentada en el período. A su vez, es indicador del complejo proceso de demandas sociales, y luchas por la mejora de las condiciones de la vivienda popular, hecho que permitirá el gradual perfeccionamiento de la vivienda colectiva hasta llegar a manifestaciones arquitectónicas modernas, cuyos aportes siguen vigentes en la contemporaneidad. Los tipos arquitectónicos de vivienda colectiva generados en nuestro país, integran diversas unidades habitacionales organizadas en ingeniosas soluciones de espacios comunes, traduciendo e interpretando localmente las condicionantes naturales del medio, así como las condicionantes culturales, a partir de lo cual puede identificarse un valioso patrimonio en las arquitecturas regionales de Chile. La demanda de sostentabilidad para un desarrollo equilibrado, racional y equitativo del patrimonio arquitectónico-residencial, en las áreas consolidadas de nuestras ciudades Latinoamericanas, requiere relevar la importancia de la vivienda como expresión tangible e inmaterial de una cultura del habitar, con la cual y desde la cual relevar su significado de identidad, y factor de autenticidad ante la necesidad de lograr un contenido social arraigado a un medio urbano dinámico. El camino hacia la sostenibilidad -un imperativo de nuestro tiempo- exige abordar la vivienda en términos de economía de los recursos materiales cada vez más finitos, haciendo factible una cultura de la readaptación como patrón a implementar en el caso de la arquitectura residencial preexistente en nuestras ciudades consolidadas.

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desenvolvida pelos organismos públicos da região de Valparaíso (SEREMI MINVU, MOP e Municípios), contando-se com propostas alternativas aos planos, programas e projetos, face ao significado atual da habitação colectiva, entendida como potencialidade instalada. Trata-se de um recurso cultural, patrimonial e ambiental que necessita de ser melhorado com urgência, no sentido de aumentar o seu ciclo de vida e dar o seu contributo para um melhoramento das condições económicas, urbanas, sociais e ambientais da população que aí habita. Nesta perspetiva, exequível e viável, poder-se-ão traçar padrões que permitam informar meios sustentáveis de avaliação, intervenção, melhoramento e gestão, deste património arquitectónico excepcional, relacionado com a habitação. Desta forma, estuda-se a origem, o desenvolvimento e transformações tipológicoarquitetónicas da habitação coletiva do nosso País e de Valparaíso, numa relação com as expressões regionais da arquitetura. Isto permite fundamentalmente valorizar a sua integração, a nível nacional, num reportório patrimonial, assim como chegar a um conhecimento histórico-arquitetónico que ajudará à reabilitação contemporânea deste tipo de habitação coletiva, património cultural e social genuíno. Na sua diversidade, estas tipologias de habitação coletiva que foram concebidas desde os finais do século XIX, até à década de 1970, constituem um testemunho vivo do desenvolvimento económico-produtivo que caraterizou Valparaíso como centro urbano, portuário e comercial, e da imigração europeia e local que teve lugar nesse período. Por sua vez, o mesmo é indicador de um processo complexo de manifestações sociais e de luta por uma melhoria de condições para a habitação popular, fato que vem a permitir um aperfeiçoamento gradual da habitação coletiva, até às manifestações modernas da arquitetura, com contribuições que se vão mantendo vigentes na contemporaneidade. Os tipos arquitetónicos de habitação coletiva com origem no nosso país integram uma diversidade de unidades habitacionais, organizadas através de engenhosas soluções de espaços comuns, que traduzem e interpretam localmente as condicionantes naturais do meio e as condicionantes de caráter cultural, permitindo identificar o valioso património das arquiteturas regionais do Chile. O caminho para a sustentabilidade - um imperativo do nosso tempo - exige que se aborde a habitação em termos de economia de recursos materiais, cada vez mais limitados, tornando praticável uma cultura de readaptação, entendida como padrão a implementar no âmbito de uma arquitetura residencial pré-existente nas nossas cidades consolidadas.

Tradução do espanhol para português: Joana Fernandes Revisão: Paula Petiz

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La planificación de la ciudad consolidada. La Universidad y la Ética en la formación de los profesionales. Juan Mastrantonio

Profesor Titular desde el año 1988 en la Universidad Católica de Valparaíso; Arquitecto, cursa doctorado en Urbanismo y Medio Ambiente, Politécnica de Madrid / Universidad La Serena; fue presidente del Colegio Regional de Arquitectos y Director de la Escuela de Arquitectura, UNAB; participa regularmente en publicaciones y investigaciones; participó en varios proyectos urbanos entre los cuales el “Plan Regulador de la ciudad de La Serena” y el “Plan de Desarrollo - Patrimonio de Valparaíso” como director de Proyecto.

Este título alude a dos cuestiones aparentemente lejanas y ninguna de ellas toca directamente el título de este seminario. Trataré de explicar la relación entre ambas y su juntura con el seminario que nos convoca. 1. Decimos que vivimos en la sociedad del conocimiento. También reconocemos que tenemos un caos medioambiental; también hemos escuchado, a raíz del rescate de los mineros, cuestiones como que hay que aumentar la seguridad en el trabajo junto a la incomprensible pregunta por quién va a pagar por ello. Hay un despropósito en el sistema humano y en su vinculación con el natural. ¿No debiera estar el conocimiento dedicado al cuidado del sistema socio territorial?; ¿Los productos y servicios no debieran incluir, antes que nada, el costo de la seguridad humana? Respecto de los desastres naturales, como los sismos que nos visitan, sólo vemos imprevisión. Tampoco nos preocupamos de los riesgos que provocamos al construir la ciudad. Porque nos preocupa, en primer lugar, la producción. Antes de la nominación de Valparaíso como Sitio Patrimonio de la Humanidad, al momento de implementarse los planes de pintura de fachadas, advertimos sobre la necesidad de considerar el correcto orden de las cosas, los pacientes van primero al hospital y luego a la peluquería. Luego, el Colegio de Arquitectos propuso las primeras medidas a implementar: Cito: «Las primeras medidas, urgentemente, deben encarar las condiciones de riesgo sanitario, estructural y de propagación de incendios, en que se encuentra gran parte de los inmuebles que nos conciernen. Estudios, planes y programas que incluyan asistencia técnica. Embellecer las fachadas no se dirige hacia ninguna carencia ni es urgente. Se trata del desarrollo humano que aloja el inmueble». Luego de la catástrofe de la calle Serrano el Colegio de Arquitectos insistió: Cito: «Ante el evidente estado de alto riesgo que sufre la población de Valparaíso, evidenciado por las recientes fallas en los tendidos de energía, el Colegio de Arquitectos propone un plan de emergencia para prevenir tales catástrofes». Carta en la que se proponía un modelo diagnóstico de calificación de riesgos en base a la localización en un SIG de las variables contenidas en los permisos de intervención, tales como, fecha de los tendidos, diseñador, contratista, responsable en terreno y otros. Más que un mero trabajo estadístico, es un monitoreo para controlar los niveles de conservación y riesgo urbano. Es así que, antes de ocurrida la tragedia de la calle Serrano, se propuso un plan de prevención de riesgos urbanos en vez de los programas de remozamiento de fachadas que impulsó el

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A planificação da cidade consolidada. A Universidade e a Ética na formação dos profissionais. Juan Mastrantonio

Desde 1988, é Professor Titular na “Universidad Católica de Valparaíso”; Arquiteto, em processo de Doutoramento em “Urbanismo, Medio Ambiente - Polit. de Madrid / Universidad La Serena”; foi presidente do Colégio Regional dos Arquitetos e Director da “Escuela de Arquitetura, UNAB”; participa regularmente em publicações e investigações; participou em vários Projetos Urbanos, entre os quais o “Plano Regulador da cidade de La Serena” e o “Plano de Desenvolvimento - Património de Valparaíso” como diretor de Projecto.

Este título é alusivo a duas questões aparentemente distantes, e nenhuma delas versa diretamente o título deste seminário. Tratarei de explicar a relação entre ambas, bem como a sua relação com o mesmo seminário, que aqui nos convoca. 1. Dizemos que vivemos na sociedade do conhecimento. Reconhecemos também que estamos num caos ambiental; também ouvimos falar, tal como no caso do resgate dos mineiros, de questões como o aumento da segurança no trabalho, face à incompreensível questão sobre quem vai pagar por isso. Há um desfasamento entre o sistema humano e o seu vínculo com o natural. Não deveria estar o conhecimento orientado para cuidar do sistema sócio territorial? Os produtos e serviços não deveriam incluir, antes de mais, o preço da segurança humana? Em relação aos desastres naturais, tal como os sismos que nos visitam, só vemos imprevisibilidade. Ao mesmo tempo, não nos preocupamos com as situações de risco que vamos provocando ao construir a cidade. Porque nos preocupa, em primeiro lugar, a produção. Ainda antes da nomeação de Valparaíso para Património da Humanidade e até ao momento da aplicação de pintura em planos de fachada, advertimos para a necessidade de considerar corretamente a ordem das coisas - os pacientes vão primeiro ao hospital e depois ao cabeleireiro. Assim, o Colégio dos Arquitetos fez uma proposta para as primeiras medidas a implementar: Passo a citar: «Las primeras medidas, urgentemente, deben encarar las condiciones de riesgo sanitario, estructural y de propagación de incendios, en que se encuentra gran parte de los inmuebles que nos conciernen. Estudios, planes y programas que incluyan asistencia técnica. Embellecer las fachadas no se dirige hacia ninguna carencia ni es urgente. Se trata del desarrollo humano que aloja el inmueble». Depois da catástrofe da Rua Serrano, o Colégio dos Arquitectos voltou a insistir: Passo a citar: «Ante el evidente estado de alto riesgo que sufre la población de Valparaíso, evidenciado por las recientes fallas en los tendidos de energía, el Colegio de Arquitectos propone un plan de emergencia para prevenir tales catástrofes». Através desta carta, propunha-se um modelo de diagnóstico para uma qualificação de riscos, com base na localização de um “SIG”, relacionado com as situações de desastre implícitas em licenças de intervenção, incluindo o desenhador, o contratante, o encarregado de obra e outros. Mais do que um mero trabalho estatístico, trata-se de uma monitorização para controlo dos níveis de conservação e de risco urbano. Foi nestes moldes que, antes de ocorrer a tragédia da rua Serrano, se propôs um plano de

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municipio. En el momento de la tragedia, volvimos a insistir en lo mismo y en la necesidad de implementar un plan de riesgos urbanos, proponiendo una metodología apropiada y gestión del mismo. En ese mismo momento propusimos la reposición de una mesa técnica de apoyo a las decisiones municipales, dicha mesa pretendía ser una instancia de participación de instituciones representativas de la ciudad para pensarla en conjunto en su conjunto. Tal cuestión no se escuchó porque existe un divorcio entre las decisiones técnicas y las políticas. Más importa la producción que la conservación. En el plano legal, la declaración de un bien como Sitio del Patrimonio Mundial conlleva un compromiso expreso del Estado-Parte para su conservación. La Convención del Patrimonio Mundial Cultural y Natural, suscrita por Chile en 1979, nos compromete a identificar, proteger, conservar, rehabilitar y transmitir a las generaciones futuras el patrimonio cultural y natural situado en su territorio. El Patrimonio urbano forma parte de la fortuna social. Pero la palabra desarrollo se ha elevado a un sitial tal que, en el medio del lenguaje, teórico o coloquial, se ha convertido en la hipótesis no revisable de los argumentos político monetarios. Asociada a la producción, la especulación ha llegado a ser la última forma de la acumulación del capital y, en el caso de la ciudad, está asociada, necesariamente, a la facilitación de los instrumentos de regulación por parte del Estado, en la forma de facilitación o adaptación de las leyes y normas para una fluida intervención del capital. Como contrapartida a la lógica coherencia entre el sistema natural y cultural, más aún en esta sociedad del conocimiento y la información, nos encontramos con un fenómeno humano desorganizador: la acumulación del Capital. Ésta debemos entenderla como un fenómeno ciego, sin voluntad, como lo son los fenómenos físicos.. El dinero, el invento que facilitaba el intercambio de productos, se ha vuelto patrón de medida y, a la vez, objetivo de la empresa humana. La acumulación del capital y su consiguiente propagación de influencias políticas desorganiza el territorio porque especula con las ventajas locacionales sin atender a su cuidado, acrecentamiento y enriquecimiento cultural. No es raro el hecho de que lo que Marx sostuvo como postulado científico, haya sido luego combatido en el ámbito político. A la teoría de la evolución se la combatió en el ámbito religioso. La diferencia es que lo que Darwin sostuvo no es claramente comprobable, mientras que lo que se plateó en El Capital podemos experimentarlo hoy con claridad: la consabida Globalización. El postulado: “Ante la Internacional del Capital, la Internacional del trabajo” intenta equilibrar con un valor humano el nuevo fenómeno del Capital. Si el postulado se lee como: Ante la Internacional del Capital, la Internacional de los Trabajadores, el lema se vuelve político, con la consiguiente aplicación de la Dictadura del Proletariado. Por otra parte, Marx no cuantificó el precio de los recursos naturales; hoy, en la producción de insumos, productos, servicios o especulaciones financieras, no se cuantifica el valor humano. Un claro ejemplo de ello es que hablamos, sin discurrirlo, de recursos humanos. ¿No es el recurso algo natural que valora una cultura equis como insumo? ¿No suena recurso humano a eufemismo por esclavitud? Mercadeo lingüístico: consumimos más mercadeo que productos. Mucha inteligencia, de muchas disciplinas dedicadas a que consumamos más: porque en la medida que aumente la demanda se arrojan externalidades positivas a la oferta; otra forma de la especulación.

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prevenção de riscos urbanos, em alternativa aos programas para renovação de fachadas implementados na altura pelo Município. Na altura da tragédia voltamos a insistir sobre a mesma questão e sobre a necessidade de implementar um Plano orientado para riscos urbanos, propondo-se uma metodologia apropriada e a respectiva gestão. Nessa ocasião, propusemos a formação de uma equipa técnica, desempenhando funções no apoio a decisões municipais. Pretendia-se que esta fosse uma instância, cuja participação se efetuaria no apoio a instituições representativas da cidade, para a pensar em conjunto, no seu conjunto. Tal proposta nunca chegou a ser alvo de atenção, já que existe um divórcio entre decisões ténicas e políticas. Importa mais a produção do que a conservação. No plano legal, a declaração de um bem enquanto Património Mundial leva a assumir um compromisso expresso, do Estado-Parte, para a sua conservação. A Convenção do Património Mundial Cultural e Natural, subscrita pelo Chile em 1979, obriga-nos ao compromisso de identificar, proteger, conservar, reabilitar e transmitir, a gerações futuras, o património cultural e natural inscrito no seu território. O Património urbano faz parte do capital social. Mas a palavra “desenvolvimento” tem sido levada a um extremo tal que, no meio da linguagem teórica ou coloquial, se tem admitido a hipótese de não rever os argumentos político-monetários. A especulação, associada à produção, tem chegado a tornar-se a última forma da acumulação de capital e, no caso da cidade, anda associada necessariamente às facilidades dadas pelos instrumentos de regulação, por parte do Estado, e na forma como se facilita quanto à adaptação de leis e normas, para uma fluída intervenção do capital. Como contrapartida, numa coerência lógica entre o sistema natural e cultural, ainda mais nesta sociedade do conhecimento e da informação, deparamo-nos com um fenómeno humano perturbador: a acumulação do Capital. Este, deve ser entendido como um fenómeno cego, sem vontade, como o são os fenómenos físicos. O dinheiro, uma invenção que facilitava o intercâmbio de produtos, transformou-se num padrão de medida e, ao mesmo tempo, alvo de empreendedorismo humano. A acumulação de capital e, por conseguinte, a propagação de influências políticas, contribuem para a desorganização do território porque se especula com as vantagens da localização, sem ter em conta os cuidados, o aprimoramento e o enriquecimento culturais. Não é estranho o fato de que o que foi dito por Marx, candidato científico, tenha sido logo combatido num plano político. A teoria da evolução combateu-se num contexto religioso. A diferença está no fato de que o que Darwin disse não foi claramente comprovado, enquanto o que foi dito no “El Capita”l pode ser hoje experimentado claramente: a bem conhecida Globalização. A hipótese: “Ante la Internacional del Capital, la Internacional del trabajo” tenta equilibrar, com um valor humano, o novo fenómeno do Capital. Se a hipótese se lê: “Ante la Internacional del Capital, la Internacional de los Trabajadores”, o lema torna-se político, com a aplicação da Ditadura do Proletariado. Por outro lado, Marx não quantificou o preço dos recursos naturais; hoje, na produção de custos, produtos, serviços ou especulações financeiras, não se quantifica o valor humano. É claro exemplo disso o fato de falarmos, sem duvidar, de recursos humanos. Não é o recurso algo natural que valoriza uma cultura? Não soará recurso humano a eufemismo, como escravatura? Linguagem de marketing: consumimos mais mercado do que produtos. Muita inteligência, em muitas das disciplinas dedicadas a um maior consumo: porque à medida que aumenta a procura nascem externalidades positivas à

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Si la revolución francesa instauró el lema: “Libertad, Igualdad y Fraternidad”, el marxismo valoró sólo la Igualdad, y su contraparte liberal se apropió de la Libertad. Hoy, en el paradigma de la sustentabilidad, que nadie discute, se coloca en primer lugar la Fraternidad. La fraternidad entre los seres humanos y de ellos con el planeta. En nuestro país, con mucha suavidad, nos hicieron creer que una economía basada en el mercado como distribuidor de recursos era lo moderno, incluso, se nos hace creer que somos ejemplo para nuestros vecinos americanos. Nadie, ni los mismos políticos marxistas – que van desde los radicales a los socialistas – quieren aparecer ligados a las antiguas ideas. Hoy nos dicen que la economía debe estar en manos de los privados para una mayor eficiencia del sistema. Esta presencia solapada, que toma la forma de una suerte de teorema. La idea de la mayor eficiencia del mercado como productor y distribuidor de recursos, instalada en el lenguaje ya convenido y no revisable, es una de las formas de la transustanciación del Capital. En este medio ambiente engañoso, mezcla de un seudo fatalismo y permisivismo ¿qué otra cosa se va traspasando paulatinamente a la empresa privada?: La planificación del territorio. Si la estructuración del territorio y su construcción queda en manos del mercado, las diferencias territoriales deberán ser cada vez mayores, ya que los lugares con menos virtudes serán cada vez más abandonados, o peor aún, serán fruto de especulaciones degradantes, como sucede con los centros históricos, los que se rentan, tugurizándolos, puesto que una gran densidad de rentistas reporta una utilidad estable sin riesgo alguno. Hacinamiento humano y deterioro físico son el resultado de una especulación semejante, igualable a la tala de los bosques nativos. La pobreza urbana, sub producto de otras especulaciones sociales, es aquí, nuevamente, y de forma más ingeniosa, explotada. El territorio entregado en manos del mercado no puede hacer otra cosa que desorganizarlo. Esto aumenta las condiciones de riesgo urbano. Por todas partes vemos que la planificación, último bastión del Estado, se entrega a manos de privados. ¿Cuál es el papel de la planificación? En términos generales, es el diseño de un juego de relaciones físicas y sociales que intenta obtener un balance de los potenciales culturales para obtener un territorio equilibrado. Esta es la mejor muestra de la equidad social: un hábitat con igual dignidad para todos. Este papel de las técnicas de planificación replica los modelos ecológicos maduros, en los que el consumo de energía es cada vez menor por unidad de biomasa, en la medida en que las relaciones sociales se vuelvan sinérgicas y sus relaciones con el ambiente natural se equiparen a su capacidad de recuperación. Para quienes entendemos el conjunto social como el paisaje en el que se celebra el desarrollo individual, la construcción de ese paisaje requiere de un cuidado permanente, tanto, que la palabra construcción puede cambiarse por la palabra cuidado y entonces, lo que se quiere denotar aparece con más claridad. En las ciudades se requiere la construcción de un orden y su consiguiente mantenimiento.. Para ello debe establecerse un sistema de información, planificación y gestión participativa permanente.

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oferta; outra forma de especulação. Se a revolução francesa instaurou o lema: “Libertad, Igualdad y Fraternidad”, o marxismo valorizou apenas a Igualdade, e a sua contrapartida liberal apropriou-se da Liberdade. Hoje, como paradigma da sustentabilidade, que ninguém discute, coloca-se em primeiro lugar a Fraternidade. A fraternidade entre os seres humanos e entre estes e o planeta. No Chile, muito subtilmente, fizeram-nos acreditar que uma economia baseada num mercado distribuidor de recursos era o moderno; inclusivamente fizeram-nos acreditar que somos um exemplo para os nossos vizinhos americanos. Ninguém, nem os mesmos políticos marxistas – desde os radicais aos socialistas – querem aparecer ligados às antigas ideias. Hoje, dizemnos que a economia deve estar nas mãos dos privados, para uma maior eficácia do sistema. Esta presença sobreposta toma a forma de uma espécie de teorema. A ideia de uma maior eficácia do mercado, enquanto produtor e distribuidor de recursos, quando instalada numa linguagem já configurada é uma das formas da transubstanciação do Capital. Neste ambiente enganoso, mistura de um pseudo-fatalismo e permissivíssimo, que coisas mais se vão transferindo gradualmente para uma empresa privada? A planificação do território. Se a estruturação do território e sua construção se detêm nas mãos do mercado, as diferenças territoriais passarão ser cada vez maiores, já que os lugares com menos virtudes serão cada vez mais abandonados ou, pior ainda, serão fruto de especulações degradantes, como sucede com os centros históricos - os que se alugam - já que uma grande percentagem de proprietários obtém um lucro estável, sem risco algum. A sobreocupação e deterioração física são o resultado de uma especulação semelhante, semelhante à desflorestação das áreas nativas. A pobreza urbana, resultado de outras especulações sociais é aqui, de forma mais engenhosa, novamente explorada. O território entregue nas mãos do mercado não pode deixar de fugir à desorganização. Com isto aumentam as condições para os riscos urbanos. Em toda a parte, vemos que a planificação, último refúgio do Estado, é entregue nas mãos dos privados. Qual é o papel da planificação? Em termos gerais, trata-se de projetar um conjunto de relações físicas e sociais com que se tenta chegar a um balanço das potencialidades culturais, para obter um território equilibrado. Isto é o melhor exemplo de equidade social: um habitat com igual dignidade para todos. Este papel, das técnicas de planificação, responde a modelos ecológicos equilibrados, em que o consumo de energia é cada vez menor por unidade de biomassa, na medida em que as relações sociais se tornam sinérgicas e as suas relações com o ambiente natural se equiparam à sua capacidade de recuperação. Para aqueles que entendem o conjunto social como a paisagem onde se celebra o desenvolvimento individual, a construção dessa paisagem requer um cuidado permanente, pelo que a palavra “construção” pode ser trocada pela palavra “cuidado”, e então o que se pretende salientar surge com mais clareza. Nas cidades requer-se a construção e a sua posterior manutenção. Para isso deve estabelecerse um sistema de informação, planificação e gestão participativa, em permanência.

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Respecto del sistema de información debe sistematizarse información: 1. Física; 2. Histórico-cultural, en vistas a cualificar la identidad de la ciudad y su gente; 3. Socio-económica, a fin de evaluar las debilidades y capacidades sociales. 1. De los antecedentes físicos es fundamental un inventario que clasifique el total de las edificaciones y proponga el desarrollo indicado a cada tipo, ajustándose a la proposición de un modelo de desarrollo apropiado a la estructura existente. El inventario debe: identificar, caracterizar, tipificar y evaluar obras arquitectónicas, conjuntos, y áreas homogéneas de planificación. Luego de la recolección de antecedentes debe iniciarse un plan de participación para la acción que implique: validación de antecedentes, capacitación de ciudadanos, empresarios, políticos y técnicos, detección de conflictos, construcción de una ciudad objetivo, diseño de estrategias y proyectos. Creemos que una planificación participativa e informada es el mejor camino para proteger-construyendo el espacio de la ciudad. 2. Por otra parte, y volviendo a la sociedad del conocimiento, la Universidad cumple el rol de pensar críticamente el país. Ella debiera encontrarse, funcionalmente, como una interfase entre el estamento político, la sociedad y el territorio. Su misión es la generación y ordenamiento de conocimiento para que las decisiones políticas sean versadas y comprensivas, de manera de mantener la necesaria y debida justicia orden y equilibrio entre todas las partes del soporte y la sociedad. La capacidad de la Universidad deviene de la complejidad de saberes que cultiva, la que, en el caso del territorio, permite interdisciplinar para comprender la complejidad de su orden. De este modo el sistema político, técnico y social puede insertarse con la inteligencia necesaria para no desordenar el sistema natural y construir armónicamente el territorio donde habitamos. Vemos signos positivos respecto a la recuperación de la inteligencia social por parte de la Universidad. Ya se balbucea el dirigir el conocimiento hacia el cuidado de la sociedad y del medio ambiente natural. En todas las disciplinas hay preocupación por insertar valores, conocimientos y habilidades transversales; por indagar en las virtudes formativas de la docencia ligada al servicio, etc. Pienso que ese balbuceo debe enmendar la mirada. No existen valores transversales a las ciencias o técnicas; eso sería seguir mirando los oficios como si fueran discursos paralelos, con alguna tendencia o clinámen hacia otros. Todos los oficios marchan en un mismo sentido. Todo oficio tiene un sentido de construcción y cuidado del sistema socio natural. Las ingenierías minimizan el consumo de la energía, los urbanistas cuidan el equilibrio socio territorial, los diseñadores, los arquitectos entre ellos, buscan y construyen la forma de ese equilibrio, las ciencias de la salud marchan, como la vida misma, en contra de la entropía, las ciencias básicas andan esclareciendo lo desconocido, etc. El devenir desde el estructuralismo a la teoría de sistemas, la aparición de la ecología como

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Relativamente ao sistema de informação, deve sistematizar-se informação: 1. Física. 2. Histórico-cultural, com vista a Qualificar a identidade da cidade e sua gente. 3. Socio-económica, a fim de avaliar as debilidades e capacidades sociais. 1. Em relação aos antecedentes físicos, é fundamental fazer um inventário que classifique a totalidade dos edifícios, propondo-se o desenvolvimento indicado para cada tipo, que se ajuste a uma proposta de modelo de desenvolvimento adequado à estrutura existente. O inventário deve: identificar, caracterizar, tipificar e avaliar obras arquitetónicas, conjuntos e áreas homogéneas de planificação. Logo após à recolha de antecedentes deve dar-se início a um plano de participação cuja ação implique: a validação de antecedentes, a habilitação de de cidadãos, empresários, políticos e técnicos, a identificação de conflitos, a construção de uma cidade objetivo e o desenho da estratégia e do projeto. Acreditamos que uma planificação participada e informada é o melhor caminho para proteger, construindo o espaço da cidade. 2. Por outro lado, e voltando à sociedade do conhecimento, a Universidade deve desempenhar o papel de pensar criticamente o País. Ela deve funcionar como um interface entre o testamento político, a sociedade e o território. A sua missão é gerar e organizar conhecimento para que as decisões políticas se tornem compreensíveis, assegurando a uma necessária e devida justiça, a ordem e o equilíbrio entre todas as partes e a sociedade. A capacidade da Universidade decorre da complexidade dos saberes que cultiva e que no caso do território permite a interdisciplinaridade, para uma compreensão da complexidade da sua própria ordem. Deste modo, o sistema político, técnico e social pode ser gerido com a inteligência necessária para não chegar a desordenar o sistema natural e ajudar a construir harmonicamente o território em que habitamos. Identificámos sinais positivos, a respeito da recuperação da inteligência social, por parte da Universidade. Já se murmura sobre a orientação do conhecimento em relação aos cuidados a ter com a sociedade e o meio ambiente natural. Em todas as disciplinas há a preocupação em defender valores, conhecimentos e ações transversais; indagar sobre as virtudes de formação quanto à docência ligada aos serviços, etc. Penso que esse burburinho deve alterar pontos de vista. Não existem valores transversais às ciências ou técnicas; isso seria continuar a entender as profissões como discursos paralelos, com alguma tendência ou clinámen para outros. Todas as profissões se orientam num mesmo sentido. Toda a profissão envolve um sentido de construção e cuidados em relação ao sistema sócio-natural. As engenharias minimizam o consumo da energia, os urbanistas cuidam do equilíbrio sócio-territorial, os projetistas, entre os quais os os arquitetos, procuram e constroem a forma desse equilíbrio, as ciências da saúde orientam-se, como a própria vida, contra a entropia, as ciências básicas esclarecem o desconhecido, etc. O que tem ocorrido, desde o estruturalismo à teoria de sistemas, é o aparecimento

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ciencia y el paradigma de la sostenibilidad; ello, junto a la práctica de la docencia y la investigación: el discurso de los valores transversales, la valoración de lo interdisciplinario, la educación basada en problemas, el aprendizaje integrado al servicio y otras manifestaciones, nos indican que esta sociedad del conocimiento avanza hacia una sociedad sabia o justa. 3. Dos proposiciones para empujar estos signos positivos: a. En el campo del conocimiento y la información, incorporar a las Juntas de Vecinos, en su calidad de estamentos públicos, últimos representantes políticos a cargo de los territorios más pequeños del Estado, como corresponsables de construir un sistema de información fresca y más minuciosa del territorio. Base de datos que es necesario diseñar interdisciplinariamente. De este modo no estaríamos esperando los resultados de los censos cada diez años, censos nada de fiables y poco comparables, atendiendo a las modificaciones de las bases de datos y sus subdivisiones territoriales. Se abre así otra forma de participación ciudadana, con antecedentes duros y preceptuales, en que quepan, tanto las carencias como los deseos. b. En el conjunto Universitario y, tomando a nuestra región como modelo a implementar en el país y atendiendo a la densidad y diversidad de universidades, debemos invitarnos a una sociedad del conocimiento local, constituida por una sociedad de universidades que se distribuya el territorio, local y/o temáticamente, como el laboratorio privilegiado para indagar y apoyar a las instancias políticas, en una toma de decisiones versada, que sea la más apropiada que podamos construir.

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da ecologia como ciência e o paradigma da sustentabilidade; este, juntamente com a prática da docência e a investigação: o discurso dos valores transversais, a valorização do interdisciplinar, a educação baseada em problemas, a aprendizagem orientada para os serviços e outras manifestações, indicam-nos que esta sociedade do conhecimento avança para uma sociedade sábia e justa. 3. Duas propostas, como incentivo para estes sinais positivos: a. No campo do conhecimento e da informação, incorporar as Associações de Moradores, na sua qualidade de entidades públicas, últimos representantes políticos, tendo a cargo dos territórios mais pequenos do Estado, como co-responsáveis para construir um sistema de informação atualizado e mais minucioso do território. As bases de dados e a necessidade de desenhar de modo interdisciplinar. Assim, não estaríamos à espera dos resultados de censos em cada dez anos, censos pouco fiáveis e de difícil comparação, atendendo às modificações das bases de dados e às suas subdivisões territoriais. Abre-se assim uma outra forma de participação aos cidadãos, com antecedentes duros e ordenados, onde cabem tanto as carências como os desejos. b. No meio Universitário, tomando a nossa região como modelo a implementar no País, atendendo à densidade e diversidade de universidades, devemos convidar-nos para um sociedade do conhecimento local, constituída por uma sociedade de universidades distribuída no território, enquanto laboratório privilegiado para a investigação e apoio às entidades políticas, tomando decisões práticas e constituindo-se como a mais apropriada que possamos construir.

Tradução do espanhol para português: Joana Fernandes Revisão: Paula Petiz

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La vivienda colectiva en el área urbana consolidada de valparaíso - chile: recurso cultural con potencial de recuperación y desarrollo sostenible 1 1. El presente trabajo corresponde a una comunicación derivada del proyecto de investigación “Historia y Arquitectura de la Vivienda Colectiva en Chile” desarrollado por el autor en el Instituto de Historia y Patrimonio Facultad de Arquitectura y Urbanismo de la Universidad de Chile.

Mario Ferrada Aguilar

Arquitecto, Universidad de Valparaíso (2001). Postítulo: Especialista en Restauración y Mantención de Monumentos. Instituto del Patrimonio Histórico Artístico Cultural (IPHAC) Salvador de Bahía. Brasil (2002). Diplomado en Historia de la Arquitectura. Facultad de Arquitectura. Universidad de Valparaíso (2001-2002). Diplomado en Estudios Avanzados “Patrimonio Arquitectónico y Urbano”, Escuela Técnica Superior de Arquitectura (ETSA) Universidad Politécnica de Madrid (2008). Doctorando en Arquitectura y Urbanismo, Universidad de Chile – Universidad Politécnica de Madrid (UPM) con Tesina aprobada. Académico, Profesor Asistente de la Facultad de Arquitectura y Urbanismo, Universidad de Chile y en el Instituto de Historia y Patrimonio. Investigador en temáticas sobre Paisaje Cultural y Arquitectura, y Vivienda Colectiva en América y Chile. Académico Profesor de Taller en Rehabilitación Arquitectónica en la Universidad Nacional Andrés Bello.

La sustentabilidad para un desarrollo equilibrado, racional y equitativo en áreas consolidadas de nuestras ciudades latinoamericanas, requiere relevar la importancia de la vivienda como expresión tangible e inmaterial de una cultura del habitar, relevando sus significados de identidad y autenticidad ante la necesidad de lograr un hábitat arraigado a un medio urbano dinámico. Es un hecho comprobado a nivel mundial, que mientras mayores sean los esfuerzos por articular la puesta en valor del patrimonio arquitectónico, garantizando el rol habitacional de las áreas históricas y consolidadas, mejores serán los resultados para fortalecer los barrios y la redistribución equitativa de los beneficios sobre la población, que a la larga representa el núcleo fundamental del patrimonio cultural. El actual proceso de desarrollo en las ciudades consolidadas de Chile, y sus áreas históricas, está condicionado por la emergencia del patrimonio como eje transversal, surgiendo la creciente necesidad de repoblar y densificar áreas centrales, haciendo que sus recursos instalados - arquitectónicos, residenciales, institucionales y de infraestructuras, se conciban como oportunidades a estos fines. Numerosas áreas y centros históricos de Chile, cuentan con valiosas expresiones de vivienda colectiva, que bajo distintas soluciones y tipologías, exponen la evolución histórica de la vivienda social, elaborada desde la segunda mitad del siglo XIX, hasta las primeras décadas del siglo XX. No obstante, este patrimonio arquitectónico, es también un patrimonio social, constituyéndose en una capacidad instalada que abre interesantes posibilidades de puesta en valor, rehabilitación y reintegración al tejido, el paisaje y las funciones urbanas, hecho que permitiría solucionar necesidades de habitación para la población. Con la nominación de un sector de la ciudad de Valparaíso como Sitio del Patrimonio Mundial UNESCO en 2003, actualmente se experimenta un emergente proceso de puesta en valor de su patrimonio, cuya gestión, de dificultosa y compleja concreción, debe considerar la preservación de la autenticidad de los valores reconocidos, los que paradojalmente se caracterizan por una identidad en cambio permanente y dinámica re-interpretación, fenómeno agudizado con la globalización imperante. Desde el punto de vista histórico, y dada la condición experimentada por Valparaíso hacia fines del siglo XIX, como primer puerto del Cono Sur, lugar central del comercio y las transacciones internacionales, se debe sostener la relevancia de la vivienda colectiva como

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A habitação coletiva na área urbana consolidada de valparaíso - chile: recurso cultural com potencial de recuperação e desenvolvimento sustentável1 Mario Ferrada Aguilar

Arquiteto pela Universidad de Valparaíso (2001). Pós-graduação: Especialista em Restauro e Manutenção de Monumentos, pelo Instituto do Património Histórico Artístico e Cultural (IPHAC), Salvador de Baía, Brasil (2002). Diplomado em História de Arquitetura, pela “Facultad de Arquitectura, Universidad de Valparaíso (2001-2002). Diplomado em Estudos Avançados em Património Arquitectónico e Urbano, pela “Escuela Técnica Superior de Arquitectura (ETSA), Universidad Politécnica de Madrid” (2008). Em curso: processo de Doutoramento em Arquitetura e Urbanismo, “Universidad de Chile – Universidade Politécnica de Madrid” (UPM), com Projeto de Tese aprovado. Académico, Professor Assistente da “Facultad de Arquitectura y Urbanismo, Universidad de Chile” e no “Instituto de Historia y Património”. Investigador em temáticas sobre Paisagem Cultural e Arquitectura, e Habitação Colectiva na América e Chile. Académico, Professor de Oficina, em Reabilitação Arquitetónica, na “Universidad Nacional Andrés Bello”.

1. O presente trabalho corresponde a uma comunicação derivada do projeto de investigação “Historia y Arquitectura de la Vivienda Colectiva en Chile” desenvolvido pelo autor no “Instituto de Historia y Patrimonio” da “Facultad de Arquitectura y Urbanismo de la Universidad de Chile”.

A sustentabilidade para um desenvolvimento equilibrado, racional e equitativo nas áreas consolidadas das nossas cidades latino-americanas, obriga a que se dê relevo à importância da habitação, enquanto expressão tangível e imaterial de uma cultura do habitar, realçandose os respetivos significados no campo da identidade e da autenticidade, perante a necessidade de um habitat com fixação num meio urbano dinâmico. É fato comprovado a nível mundial, que quanto mais esforços forem feitos para valorizar o património arquitetónico, garantindo o desempenho da habitação em áreas históricas e consolidadas, melhores serão os resultados em relação ao fortalecimento dos seus bairros e no que respeita a uma redistribuição equitativa de benefícios para a população que, em grande parte, representa o núcleo fundamental do património cultural. O atual processo de desenvolvimento em cidades consolidadas do Chile e respetivas zonas históricas encontra-se condicionado pela emergência do património, enquanto eixo transversal, perante a crescente necessidade de reocupar e densificar zonas centrais, de modo a que os recursos já instalados – arquitetónicos, residenciais, institucionais e infraestruturais – sejam pensados como oportunidades para atingir os objetivos. No Chile, em numerosas zonas e centros, conta-se com a expressão valiosa de certos exemplos de habitação coletiva que, com diferentes soluções e tipologias, permitem narrar a evolução histórica da habitação social construída desde a segunda metade do século XIX, até às primeiras décadas do século XX. Não obstante, este património arquitetónico é também um património social, constituindo-se como potencial instalado, deixando em aberto interessantes possibilidades para o aperfeiçoamento, a reabilitação e reintegração no tecido, da paisagem e das funções urbanas, o que permitirá certamente encontrar soluções para as necessidades habitacionais da população. Depois da nomeação de um setor da cidade de Valparaíso para Património Mundial da UNESCO, em 2003, assiste-se atualmente a um processo emergente de melhoramento desse património, cuja gestão, de difícil e complexa implementação, deve ter em conta formas de preservar, bem como a autenticidade dos valores reconhecidos que, paradoxalmente, se caracterizam por uma identidade em mutação permanente e a sua reinterpretação dinâmica, fenómeno que se agudiza mediante a globalização que vai prevalecendo. Do ponto de vista histórico e conhecida a condição de Valparaíso em finais do século XIX, como primeiro porto do “Cono Sur” e lugar central de comércio e transações internacionais,

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genuina y pionera manifestación arquitectónica de la modernidad, junto con todos los signos de la industrialización y las transformaciones tecnológicas que afectan y transforman la ciudad en este período. En este marco, la vivienda preexistente en general, y la colectiva en particular, originada a fines del siglo XIX y evolucionada hasta la cuarta década del siglo XX, corresponde a unos de los componentes basales del engranaje arquitectónico que ha dado su singularidad al patrimonio cultural de la ciudad, sirviendo de dispositivo urbanizador tanto en la zona del plan como en los cerros y quebradas. Su vigencia a las actuales demandas de desarrollo sostenible del territorio urbano, se explica en su alta potencialidad de recuperación, dando apertura de solución, tanto a los déficits de vivienda y necesidad de repoblamiento de las áreas urbanas consolidadas, como a la urgencia de mantener la autenticidad patrimonial existente revalorizándola adecuadamente. (Figura 1) DESARROLLO HISTÓRICO DE LA VIVIENDA COLECTIVA EN VALPARAÍSO. FINES SIGLO XIX – INICIOS SIGLO XX. En la historia arquitectónica de la residencia colectiva de la ciudad de Valparaíso, pueden identificarse tres grandes períodos que explican la evolución legal y la consecuente experimentación de la vivienda colectiva y de interés social, como tipología en perfeccionamiento, y manifestación del proceso de maduración política, social, urbana y arquitectónica de Valparaíso. Período de Formación: Conventillos de autoconstrucción. 1840 – 1891 A partir de la segunda mitad del siglo XIX, en un marco de industrialización, modernización y transformaciones portuarias, urbanas y socio-culturales, se produce en Valparaíso una fuerte imigración rural atraída por la multiplicidad de funciones y expectativas laborales que ofrece el primer puerto del país y centro comercial del Pacífico Sur. Junto a esto se genera un auge en obras públicas y construcción de edificios historicista-eclécticos en el plan de la ciudad.

Figura 1: Colectivo de viviendas en cerro Panteón, sobre plazuela Ecuador. Adaptación lenta y persistente de la arquitectura residencial a las solicitaciones de la geografía y ambiente natural de Valparaíso. Figura 1: Conjunto de habitações no morro Pantaleón, sobre a pequena praça Equador. Adaptação lenta e persistente da arquitetura residencial às solicitações da geografia e ambiente natural de Valparaíso.

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deve se dado relevo à habitação coletiva da cidade, enquanto manifestação arquitetónica da modernidade, genuína e pioneira, em conjunto com todos os sinais da industrialização e transformações tecnológicas que a afetaram e contribuiram para a transformação urbana neste período.

2. Ferrada A., Mario. “Vivienda Colectiva en Valparaíso. Fines siglo XIX – Inicios siglo XX”. Seminario de Investigación (Inédito). Profesor guía: Cecilia Jiménez V. Facultad de Arquitectura. Universidad de Valparaíso. 1995. P.15.

Neste sentido, a habitação em geral e a habitação coletiva em particular, com origem em finais do século XIX e cuja evolução se dá até à quarta década do século XX, correspondem a uma das componentes básicas de uma engrenagem de caráter arquitectónico, responsável pela singularidade do património cultural da cidade, enquanto dispositivo urbanizado ligado tanto à zona plana como à dos cerros. A validação da atual procura de desenvolvimento sustentável para o território urbano, explica-se pelo seu elevado potencial de recuperação, dando abertura para encontrar soluções, tanto para a falta de habitação, com necessidade de reocupar as áreas urbanas consolidadas, como em relação à urgência em preservar a autenticidade do património existente e proceder à sua revalorização, de forma adequada. (Figura 1) O DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA HABITAÇÃO COLETIVA EM VALPARAÍSO. FINAIS DO SÉCULO XIX – INÍCIOS DO SÉCULO XX. Perante a história da arquitetura da habitação coletiva na cidade de Valparaíso, podemos identificar três grandes períodos que explicam a evolução legal e a consequente experimentação dessa habitação colectiva de interesse social, como tipologia em aperfeiçoamento e paralelamente manifestação de um processo de amadurecimento político, social, urbano e arquitetónico. O Período de formação: “conventillos” de autoconstrução. 1840 – 1891. A partir da segunda metade do século XIX, período de industrialização e modernização, e de transformações portuárias, urbanas, e socioculturais, Valparaíso torna-se alvo de uma intensa imigração rural, por via da atração exercida pelas múltiplas funções e expetativas laborais oferecidas pelo primeiro porto do país e centro comercial do Pacífico sul. Em paralelo, na cidade atinge-se o auge no que toca à construção de obras públicas e edifícios historicistaecléticos. Trata-se de um período caraterizado essencialmente pela promulgação de decisões legais, a nível local, orientadas para uma tentativa de assegurar condições mínimas de salubridade e paralelamente associadas a questões com um caráter técnico-construtivo, tendo em vista a manutenção dos edifícios de habitação colectiva, que iam surgindo sem qualquer planificação nos raios urbanos de cidades como Santiago e Valparaíso, e em locais por urbanizar. Contudo, estas normas não têm em conta os sistemas de financiamento para a construção, nem têm uma abrangência nacional com articulação a nível central. O impato provocado pelas condições da população teve consequências na modificação da fisionomia urbana, tendo em conta a ocupação efetiva dos cerros, em zonas altas, o que provocou o aparecimento de novos problemas de caráter estrutural. É neste período que vão surgindo, sem qualquer planificação, os subúrbios e os bairros operários, onde é constante a falta de higiene, e a sobreocupação de baldios com instalações, em que a falta de condições mínimas de urbanização é levada ao extermo. Para a classe alta, «estas habitaciones colectivas, denominadas “conventillos”, significaron la muestra de una degradación social que iba en contra del progreso que debía caracterizar a una sociedad moderna, núcleo de origen y propagación de vicios, delincuencia y lacras sociales».2

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2. Ferrada A., Mario. “Vivienda Colectiva en Valparaíso. Fines siglo XIX – Inicios siglo XX”. Seminario de Investigación (Inédito). Profesor guía: Cecilia Jiménez V. Facultad de Arquitectura. Universidad de Valparaíso. 1995. P. 15.

Se trata de un período caracterizado sustancialmente por la promulgación de ordenanzas

3. Ferrada A., Mario. Op. Cit. P. 15.

Valparaíso y sobre sitios sin urbanizar. Sin embargo, estas normas no consideran sistemas

locales orientadas a la determinación de condiciones de salubridad mínimas y de carácter técnico constructivo tendientes al mantenimiento de las edificaciones colectivas que iban surgiendo sin planificación en los radios marginales de ciudades como Santiago y de financiamiento de la construcción ni tienen un alcance nacional articulado desde el nivel central. El impacto poblacional modificó la fisonomía urbana, haciéndose efectiva la ocupación de la parte alta de los cerros y las quebradas, trayendo consigo la aparición de inéditos problemas en su estructura. Es el período en que van surgiendo sin planificación alguna, suburbios y barrios obreros cuya característica constante lo constituyó la falta de higiene, hacinamiento, instalaciones en sectores baldíos y faltos absolutamente de mínimas condiciones de urbanización. Para la clase alta, “estas habitaciones colectivas, denominadas “conventillos”, significaron la muestra de una degradación social que iba en contra del progreso que debía caracterizar a una sociedad moderna, núcleo de origen y propagación de vicios, delincuencia y lacras sociales”.2 Corresponde a un período de contradicciones e insatisfacción política que conlleva a la acumulación de demandas sociales, producto de lo cual, emerge la clase media y la conciencia social de grupos obreros quienes se transforman en actores de huelgas y enfrentamientos con el gobierno, desarrollando movimientos sindicales en pro del mejoramiento de su calidad de vida. A partir de 1870, se inicia en la zona central de Chile, un proceso caracterizado por “la paulatina concentración de la población en torno a núcleos urbanos o centros productivos causada por la migración masiva de contingentes desde las áreas rurales, promoviendo el nacimiento del proletariado urbano, manifestado intensamente en ciudades como Santiago, Valparaíso, Viña del Mar y Concepción”.3 Los conventillos nacieron y se multiplicaron como respuesta a la demanda habitacional de los sectores populares, a la falta de terrenos para levantar sus viviendas y al progresivo mayor valor del suelo. En su origen comparecen la migración campo-ciudad y los intereses de un sector de la sociedad que aprovechó la oportunidad para especular con las rentas por cuartos. En el Reglamento de Conventillos de 1899, la vivienda colectiva de las clases populares fue definido como “la propiedad destinada a arrendamiento por piezas o por secciones, a la gente proletaria” en que “varias piezas o cuerpos de edificios arrendados a distintas personas tengan patio o zaguán en común”. Dentro del proceso migratorio que desde mediados de siglo XIX se produce hacia Valparaíso como centro administrativo y comercial, y ante la problemática de la vivienda aún no abordada por las instancias gubernamentales, se observa la ocupación no planificada de las quebradas con viviendas y conventillos precarios, espacios de hacinamiento y promiscuidad, y focos de enfermedades y delincuencia. En este escenario, de ebullición social y escasez de vivienda, son los filántropos tanto católicos como laicos, quienes se preocupan de entregar soluciones habitacionales a los mas desposeídos, es el caso de la población de la Unión Obrera mandatada a construir en 1898 por doña Juana Ross de Edwards en el cerro Cordillera con Camino Cintura. El sentido fundamental de estos edificios es resolver el problema habitacional a un gran número de familias se escasos recursos procurando la mayor cercanía al trabajo.

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Trata-se de um período de contradições e de insatisfação política que leva a uma acumulação

3. Ferrada A., Mario. Op. Cit. P.15.

de reivindicações sociais, a partir do qual emerge a classe média, bem como uma consciência social entre grupos de trabalhadores que vêm a tornar-se atores de greves e manifestações contra o governo, desenvolvendo movimentos sindicais, em prol de uma a melhoria da qualidade de vida. A partir de 1780, dá-se início, na zona central do Chile, a um processo caraterizado por «la paulatina concentración de la población en torno a núcleos urbanos o centros productivos causada por la migración masiva de contingentes desde las áreas rurales, promoviendo el nacimiento del proletariado urbano, manifestado intensamente en ciudades como Santiago, Valparaíso, Viña del Mar y Concepción».3 Os “conventillos” apareceram e multiplicaram-se como resposta à procura de habitação por populares, devido à falta de terrenos para a construção das suas casas e ao progressivo aumento do custo da terra. Na sua origem esteve a migração do campo para a cidade, assim como os interesses de um setor da sociedade que se aproveitou das oportunidade do momento para especular através do aluguer de quartos. Os regulamentos que dizem respeito aos “conventillos”, datando de 1899, definem que a habitação coletiva das classes populares como «la propiedad destinada a arrendamiento por piezas o por secciones, a la gente proletaria” en que “varias piezas o cuerpos de edificios arrendados a distintas personas tengan patio o zaguán en común». No contexto deste processo migratório que tem lugar em Valparaíso, centro administrativo e comercial, desde meados do século XIX, e mediante a problemática da habitação, ainda não abordada por instâncias governamentais, observa-se que os cerros passam a ser ocupados com habitações e “conventillos”, sem qualquer planificação e com caráter precário, cujos espaços sobrelotados e promíscuos acabam por se tornar focos de doenças e delinquência. Neste cenário de ebulição social e de escassez de habitação, são os filantropos, tanto católicos como laicos, que se dedicam a procurar soluções para a habitação dos mais desfavorecidos, como é o caso da “Población Obrera de la Unión”, mandada construir, em 1898, por dona Juana Ross de Edwards, no morro Cordillera com Camino Cintura. Com este tipo de edifícios, o objetivo fundamental era resolver o problema da habitação para um grande número de famílias de escassos recursos, procurando que lhes fosse concedida proximidade em relação ao local de trabalho. A habitação coletiva deste período que surge em grande parte de modo espontâneo e sem condições de habitabilidade, levando à criação de uma geração apoiada em vínculos sociais enraizados, teve a sua expressão - espaço-arquitetonica - na diversidade de tipologias, concebidas fazendo face às condicionantes naturais e geotopográficas abruptas da cidade, de que sobressaem as modalidades de adaptação ao terreno e uma interessante ambiguidade do espaço público na relação com o privado. (Figura 2) (Figura 3) O Período de transição. A higienização e o controlo técnico da habitação colectiva. 1981- 1906 Em finais do século XIX, temos um período marcado por uma forte crise política, social e económica, cujo desenlace é a revolução de 1981, durante o governo de Manuel Balmaceda. A situação tornou-se então insustentável, com o défice de habitações higiénicas para operários e grupos de classe média, e permitindo que se criassem oportunidades para uma atividade especulativa, em relação ao valor do solo urbano e a gestão imobiliária, que se assentou na procura de rendas baixas, surgindo assim a figura do “arrendatário”, uma espécie de empresário arquitecto.

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4. Urbina C., María Ximena. “Terremoto Valparaíso 1906: El impacto en las viviendas populares”. En Revista CA Colegio de Arquitectos de Chile. Nº 126. Año 2006.

La vivienda colectiva del período, en su mayor parte espontánea y bajo condiciones de

5. Ferrada A., Mario – Jiménez V., Cecilia. Proyecto de Investigación “La Vivienda Colectiva como Expresión de la Modernidad en las Ciudades Costeras de Chile. Historia arquitectónica e instrumentos para una rehabilitación sostenible”. Convenio FAU Universidad de Chile. FA Universidad de Valparaíso. 2007. (Inédito).

bajo las condicionantes naturales y geo-topográficas abruptas de la ciudad, en las cuales

hacinamiento, permitió la generación de vínculos sociales arraigados, que tuvieron su expresión espacio-arquitectónica en la diversidad de tipologías que fueron elaborándose sobresalen modalidades de adaptación al terreno y una interesante ambigüedad del espacio público, en relación al privado. (Figura 2) (Figura 3) Período de Transición. La higienización y el control técnico de la vivienda colectiva. 1891 -1906. El período está marcado por la fuerte crisis política, social y económica de fines del siglo XIX, cuyo momento de desenlace es la Revolución de 1891 bajo el gobierno de Manuel Balmaceda. La situación de falta de habitaciones higiénicas para obreros y grupos medios se hizo insostenible, abriéndose la oportunidad para que la actividad especulativa del suelo urbano y la gestión inmobiliaria, establecieran respuestas a la demanda de arriendos baratos, con lo cual surge la figura del “rentista”, especie de empresario arquitecto. Corresponde al momento en que crece sin control la cantidad de viviendas colectivas en cerros, quebradas y plan; así “En 1905 se catastraron 1.619 conventillos, donde habitaban 54.794 personas en 18.314 piezas, lo que representaba un tercio de la población total” 4. Los cuartos redondos y ranchos comienzan a ser desplazados por el diseño de conventillos: viejas casonas reconvertidas por rentistas, y el diseño ex professo de colectivos, a cargo de arquitectos o constructores contratados por particulares. Como sectores responsables que se suman a los actores del período anterior se cuentan los particulares rentistas de suelo urbano y las propias Municipalidades, autorizadas por Ley para reparar, construir y controlar los problemas de la vivienda en sus respectivas jurisdicciones. Así “la acción complementada de filántropos cristianos y laicos, junto a las gestiones inmobiliarias de inversores rentistas da lugar a la proliferación de la vivienda colectiva que instaura los patrones arquitectónicos propios de la tipología adaptados al medio geotopográfico y ambiental porteño”5

Figura 2: Quebrada de Valparaíso, 1900. Paisaje en construcción de la habitabilidad popular en los cerros, en un momento que persisten los cauces de agua y rudimentarios sistemas de comunicación. Figura 2: Quebrada de Valparaíso, 1900. Paisajem em construção e habitabilidade popular nos cerros, num momento em que persistem los cauces de água e sistemas rudimentares de comunicação.

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Este corresponde ao momento em que cresce, sem controlo, a quantidade de habitações coletivas, tanto nos cerros, como em zonas planas, pelo que «En 1905 se catastraron 1.619 conventillos, donde habitaban 54.794 personas en 18.314 piezas, lo que representaba un tercio de la población total» 4. Os dormitórios redondos começam a ser substituídos pelos conventillos”: velhos casarões adaptados pelos arrendatários, com um desenho que os destinava a um coletivo, que ficou a cargo de arquitetos ou construtores contratados por particulares. Entre os setores responsáveis, que se vêem a juntar a atores do período anterior, contam-se os privados, com o arrendamento do solo urbano, bem como os próprios municípios, então atemorizados

4. 4.Urbina C., María Ximena. “Terremoto Valparaíso 1906: El impacto en las viviendas populares”. En Revista CA Colegio de Arquitectos de Chile. Nº 126. Año 2006. 5. 5 Ferrada A., Mario – Jiménez V., Cecilia. “La primera vivienda social en Valparaíso, Fines siglo XIX – Inicios siglo XX”. Pág.29-49. En “1906 / 2006. Cien años de política de vivienda en Chile”. Castillo, María José – Hidalgo, Rodrigo (editores). Universidad Nacional Andrés Bello-Pontificia Universidad Católica de Chile-Universidad Central de Venezuela. Santiago de Chile, 2006.

face à correcção da lei, no sentido de construir e controlar os problemas da habitação nas suas jurisdições. Assim: «la acción complementada de filántropos cristianos y laicos, junto a las gestiones inmobiliarias de inversores rentistas da lugar a la proliferación de la vivienda colectiva que instaura los patrones arquitectónicos propios de la tipología adaptados al medio geotopográfico y ambiental porteño» 5. À habitação popular contrapõe-se as soluções habitacionais dos imigrantes estrangeiros, que se concentram, de forma organizada e planificada, nos cerros Alegre e Concepción, e nos setores comerciais definidos pelo plano da cidade. Estas habitações unifamiliares, tipo palácio, correspondem a amplos e confortáveis programas arquitetónicos, de famílias endinheiradas, seguidores de modelos europeus que são depois adaptados à realidade ambiental de Valparaíso. Em 24 de Dezembro de 1891 promulga-se a “Ley Nº 4.111 dos “Nuevos Municipios”, estabelecendo um conjunto de normas que, em matéria de habitação popular, permitiam operar a nível local, outorgando funções a órgãos do Governo ao nível de províncias e comunas. Não obstante, não se chegam a produzir os resultados esperados através da lei, já que só três dos seus artigos se referem ao saneamento para a higiene das habitações, assim como às caraterísticas a cumprir em novas edificações, e/ou populações, que foram

Figura 3: Situación de la vivienda colectiva en Valparaíso a fines del siglo XIX y primeras décadas del siglo XX. Hacinamiento, promiscuidad y gradual configuración compleja de espacios comunes que organizan las habitaciones individuales. Figura 3: Situação de habitação coletiva em Valparaíso em finais do século XIX e primeiras décadas do século XX. Hacinamiento, promiscuidade e configuração gradual complexa de espaços comuns que organizam as habitações individuais.

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6. Ferrada A., Mario – Jiménez V., Cecilia. Proyecto de Investigación “La Vivienda Colectiva como Expresión de la Modernidad en las Ciudades Costeras de Chile. Historia arquitectónica e instrumentos para una rehabilitación sostenible”. Convenio FAU Universidad de Chile. FA Universidad de Valparaíso. 2007. (Inédito).

La vivienda popular se contrapone con las soluciones habitacionales de los inmigrantes extranjeros

y criollos burgueses que se emplazan en forma organizada y planificada

en los cerros Alegre y Concepción, y en los sectores comerciales del plan urbano. Estas viviendas unifamiliares, del tipo palacio, responden a amplios y confortables programas arquitectónicos de las familias adineradas de acuerdo a modelos europeos adaptados a la realidad ambiental de Valparaíso. El 24 de diciembre de 1891 se promulga la Ley Nº 4.111 de las Nuevas Municipalidades, la que establece un conjunto de normas que en materia de vivienda popular habían operado a nivel local, otorgando atribuciones a los órganos de gobierno de nivel provincial y comunal. No obstante, no se producen los resultados esperados por la Ley, ya que sólo tres artículos refieren al saneamiento higiénico de las habitaciones y a las características que debían tener las nuevas edificaciones y/o poblaciones que se construyeran. El mayor impedimento que tuvo el cumplimiento de esta Ley, fue que para satisfacer el interés público, se autorizaba la demolición de aquellos inmuebles que no reunieran las condiciones de salubridad necesarias para habitarlas. Por este motivo, aún cuando se fomentase la acción de los particulares en la construcción de viviendas colectivas, “lo cierto era que, definitivamente si el Estado no acogía un mecanismo que financiase las obras, poco era lo que los empresarios podían ayudar, toda vez, que resultaba sustancialmente más remunerativo administrar los arriendos de las viejas casas colectivas que arriesgar capital en obras nuevas”6. La prohibición de construir viviendas populares en el radio urbano autorizado, hizo que aumentara el número de habitaciones precarias en las zonas marginales de Santiago y Valparaíso. En esta última ciudad aumento la densidad y uso intensivo del suelo extraurbano localizado en sectores de cerros en el alto de la ciudad, así como en las quebradas, donde el proceso de urbanización y abovedamientos de cauces recién se iniciaba, con lo cual se profundizaron los efectos de insalubridad y enfermedad para la población obrera. Ante esto, el 15 de septiembre de 1892 se crea por Ley el “Servicio de Higiene Pública”, encargado de velar a nivel nacional por las condiciones higiénicas tanto de las viviendas como de cárceles, escuelas y establecimientos de uso público. Al amparo de esta Ley, en diciembre del mismo año se crean los “Consejos Departamentales de Higiene Pública”. En los constantes informes elaborados por médicos, va quedando probado estadísticamente que los conventillos, casas de arriendo y los aún existentes ranchos, actúan como focos patológicos, siendo la extrema pobreza y marginalidad su causa profunda. Según la prensa, hacia 1892 Valparaíso contaba con aproximadamente 500 conventillos, albergando una población de 17.000 personas. La extrema dificultad para controlar los focos de enfermedades tales como la difteria, tifoidea, viruela y tuberculosis, que se expandían más allá de los límites del propio conventillo, aumentó la decisión de la autoridad en demolerlos. Las zonas más afectadas con este fenómeno, fueron los cerros Cordillera, Panteón, Arrayán, Santo Domingo y los cerros del sector alto del Almendral, al sur de la actual Avenida Argentina, tales como Las Zorras y Santa Elena, así como la mayoría de las quebradas donde aún corrían los esteros de agua, esta vez contaminados por la población. Ejemplos de esta situación fueron los colectivos de Zanelli y Recreo en el cerro Cordillera, El Peral del cerro Mariposas, La Cruz de calle Ancha cerro La Cruz, Favero 1 del cerro Cordillera a un costado del ascensor San Agustín. En el sector del plan se contaban el conventillo La Troya de calle Chacabuco y del Circo en calle Edwards esquina de Colón, ambos en el sector del Almendral.

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construídas. O maior impedimento que existiu na implementação desta lei prende-se com o fato de que para satisfazer o interesse público se autorizava a demolição de imóveis que não reuniam as condições da salubridade necessárias para serem habitados. Por esse motivo, mesmo encorajando a ação de particulares para construírem habitação coletiva «lo cierto era que, definitivamente si el Estado no acogía un mecanismo que financiase las obras, poco era lo que los empresarios podían ayudar, toda vez, que resultaba sustancialmente más remunerativo

6. Ferrada A., Mario – Jiménez V., Cecilia. Proyecto de Investigación “La Vivienda Colectiva como Expresión de la Modernidad en las Ciudades Costeras de Chile. Historia arquitectónica e instrumentos para una rehabilitación sostenible”. Convenio FAU Universidad de Chile. FA Universidad de Valparaíso. 2007. (Inédito). 7. Astaburuaga, Luis. Op. Cit.

administrar los arriendos de las viejas casas colectivas que arriesgar capital en obras nuevas»6. A proibição de construir habitações populares em raio urbano autorizado provocou o aumento do número de habitações precárias em zonas marginais de Santiago e Valparaíso. Nesta última aumentou a densidade e uso intensivo de solo extra-urbano localizado em cerros no alto da cidade, assim como nas quebradas, onde o processo de urbanização surtiu efeitos negativos relacionados com estados de insalubridade e doença entre a população operária. Perante isto, em 15 de Setembro de 1892 cria-se, por via legal, o “Servicio de Higiene Pública”, com o cargo de zelar, a nível nacional, pelas condições de higiene em habitações, tal como prisões, escolas e outros estabelecimentos de uso público. Ao abrigo desta lei, em Dezembro do mesmo ano criam-se os “Consejos Departamentales de Higiene Pública”. Nos constantes relatos elaborados por médicos, vai ficando provado estatisticamente que os “conventillos”, casas de arrendamento e fazendas, ainda existentes, surgem como focos patológicos, cujas causas residem fundamentalmente na pobreza extrema e na marginalidade aí existentes. Segundo a Imprensa, em 1892 Valparaíso tinha cerca de 500 “conventillos” que albergavam 17.000 pessoas. A extrema dificuldade para controlar estes focos de doenças, nomeadamente a difteria, atifoidea, viruela e tubercolosis, que extravasavam os limites dos próprios “conventillos”, reforçou uma tomada de decisão das autoridades para proceder à respectiva demolição. As zonas mais afetadas por este fenómeno foram os morros Cordillera, Pantaleón, Arrayán e Santo Domingo, e os morros de uma zona mais elevada de Almendral, a sul da atual Avenida Argentina, tais como Las Zorras e Santa Elena, tal como a maioria das quebradas onde ainda corriam estuários de água, que na altura se encontravam contaminados pela própria população. Como exemplo deste cenário temos os coletivos de Zanelli e Recreo no cerro Cordillera, El Peral do morro Mariposas, La Cruz de Calle Ancha, morro La cruz, Favero do morro Cordillera, de um dos lados do elevador San Agustín. Numa zona mais plana localizavam-se o conventillo La Troya de Calle Chacabuco e o do Circo Calle Edwards, na esquina de Colón, ambos no setor de Almendral. Neste período, pode refeir-se como vantagem o fato de se ter associado o problema sanitário da população às condições espacio-arquitectónicas e construtivas da habitação coletiva, identificando-se a importância da modernização dos sistemas de água potável, a urbanização e o fornecimento de sistemas de saneamento, todos estes sinais evidentes de que a modernidade devia considerar as soluções para a habitação tendo-a em conta como questão de grade abrangência. «Cree esta Inspección que la manera más eficaz de combatir la fiebre tifoidea es el saneamiento general de la población: cuando se logre abovedar todos los cauces, mantener el aseo de las quebradas, proveer los cerros de cañerías de agua potable y de desagues, los casos de tifoidea mermarán en número y la infección será menos violenta»7. Em Valparaíso o século chega ao fim havendo ainda um grande número de casos tal como coletivos insalubres sem solução, casas fechadas e inaptas e outras demolidas, novos

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7. Astaburuaga, Luis. Op. Cit.

El aporte de este período es el haber vinculado el problema sanitario de la población a las condiciones espacio-arquitectónicas y constructivas de la vivienda colectiva, revelando la importancia en modernizar los sistemas de agua potable, la urbanización y abovedamientos de cauces y la provisión de sistemas de alcantarillado, todos signos evidentes de que la modernidad debía considerar las soluciones de vivienda como un problema mucho más integral. “Cree esta Inspección que la manera más eficaz de combatir la fiebre tifoidea es el saneamiento general de la población: cuando se logre abovedar todos los cauces, mantener el aseo de las quebradas, proveer los cerros de cañerías de agua potable y de desagues, los casos de tifoidea mermarán en número y la infección será menos violenta”7. Valparaíso finaliza el siglo con un alto número de casos de colectivos insalubres sin solución, viviendas clausuradas, otras demolidas, nuevos colectivos levantados sobre las ruinas de los demolidos, profusión de cuartos autoconstruidas en el radio marginal de la ciudad. (Figura 4 y 5) Período de participación y organización estatal. La vivienda colectiva como instrumento de urbanización. 1907 a 1944. Ante la preocupante situación social y temores de la élite de arribar a una crisis de gobierno, el período se inicia con la promulgación en febrero de 1906 de la Ley 1.838 de “Habitaciones Baratas”, primer cuerpo legal de carácter nacional que otorga atribuciones al Estado en materia de vivienda social en Chile, abordando los aspectos sanitarios, financieros, constructivos y de fomento a la vivienda popular y media. La Ley incentiva el cooperativismo de grupos obreros y medios, posibilitando la creación de caja de ahorros destinadas a organizar la oferta de viviendas para sus asociados, así como las municipalidades, ceden su rol a empresas constructoras particulares. El ya insoluble problema habitacional de Valparaíso, se multiplicó a causa del devastador terremoto del 16 de agosto de 1906 que, junto con el incendio que le siguió, destruyó 41 manzanas solo en el plan de la ciudad, y dejó 3.882 muertos y 20.000 heridos en una población de 163.000 habitantes. El diseño arquitectónico de la vivienda social y colectiva se profesionaliza mediante una

Figuras 4 y 5: Población La Unión Obrera del cerro Cordillera, levantada en 1890 por la acción filantrópica católica de Juana Ross de Edwards. Tipología inspirada en los falansterios de Robert Owen, con un patio central característico y las habitaciones organizadas en tres niveles perimetrales. Figuras 4 e 5: “Población La Unión Obrera” no morro Cordillera, construído em 1890 por ação filantrópica católica, de Juana Ross de Edwards. Tipologia inspirada nos falanstérios de Robert Owen, com um pátio central, que lhe é característico, e as habitações organizadas em três pisos, no seu perímetro.

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coletivos erguidos sobre as ruínas dos demolidos anteriormente e ainda uma profusão de compartimentos auto-construídos no raio marginal da cidade. (Figura 4 e 5) O Período de participação e organização estatal. A habitação colectiva como instrumento de urbanização. 1907 a 1944. Perante a preocupante situação social e os medos da elite de chegar a uma crise no governo, este período inicia-se com a promulgação, em Fevereiro de 1906, da “Lei 1.838” , relacionada com as “Habitaciones Baratas”. Trata-se do primeiro corpo legal, a nível nacional, que outorga atribuições ao Estado em matéria de Habitação Social no Chile, abordando aspetos sanitários, financeiros e construtivos, e fomentando a construção de habitações populares e para a classe media. A lei incentiva o cooperativismo entre grupos de trabalhadores, possibilitando a criação de uma caixa de poupança que se destinava a permitir organizar a oferta de habitação para os seus associados, ao mesmo tempo que os municípios, neste contexto, cedem o seu papel a empresas construtoras privadas. O problema habitacional de Valparaíso, ainda por resolver, aumentou de forma extrema com o devastador terramoto de 16 de Agosto de 1906 que, em conjunto com o incêndio que se seguiu, levou à destruição de 41 quarteirões do plano urbano, provocando 3.882 mortos e 20.000 feridos entre uma população de 163.000 habitantes. Então, assiste-se à profissionalização do desenho arquitetónico da habitação social e colectiva e o uso de uma nova metodologia que fica a cargo das seções técnicas, tanto dos Municípios como das Caixas de Aforro, com base Decreto-Lei 4.93, de 1931, que cria as “Juntas de la

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metodología a cargo de las secciones técnicas tanto de las Municipalidades como de las Cajas de Ahorro, y a partir de la Decreto Ley 4.931 de 1931, que crea las Juntas de la Habitación Popular y los Departamentos Técnicos de la Construcción. La vivienda queda inserta en el concepto de población modelo, tendiendo a la masividad, la racionalidad y la ordenación urbana y barrial del entorno. La principal beneficiada con estos avances, resulta ser la clase media, dotada con capacidad de ahorro y estabilidad laboral; en cambio los sectores populares van quedando postergados. La tipología se enriquece, logrando ecualizar la carga de espacios colectivos en relación a las unidades habitacionales individuales, se perfeccionan los servicios higiénicos y cocinas al interior de la vivienda, se logran soluciones de mayor densidad, se incorporan nuevos sistemas constructivos a base de hormigón armado y se avanza en organizar el concepto de unidad urbana, a través de la tipología “Población Modelo”. La Caja Nacional de Ahorros de Valparaíso, inaugurada en 1910 implementa sus proyectos a través del sistema de poblaciones, lo que produjo un desarrollo urbano en áreas estratégicas de Valparaíso. Este sistema, apoyado por el Estado a través de la Ley 1838 de 1906 y posteriormente por el DL de Habitaciones Baratas de 1925, institucionaliza el tema de la vivienda, mejora ostensiblemente la calidad higiénica, constructiva y ofrece variedad de tipologías de acuerdo al nivel económico del beneficiado. La aplicación de la Ley 1.838 de Habitaciones Obreras, junto con la demanda de reconstrucción post sismo 1906, permiten la masificación en Valparaíso de la vivienda media y popular, en paralelo al surgimiento de la tipología de la Población Modelo. A partir de este momento y hasta aproximadamente 1925-30 se va experimentando efectivamente la superación de los problemas higiénicos y técnicos que habían rodeado al conventillo durante toda la segunda mitad del siglo XIX. El período finaliza con la abierta manifestación de la vivienda colectiva planificada para la clase obrera, promovida por la Junta de la Habitación Popular, que desde 1930 levanta verdaderos modelos de residencia bajo sistemas constructivos pioneros y una red de mejoras en la urbanización cuyo caso destacado en Valparaíso es la Población Márquez levantada en 1944. (Figura 6, 7 y 8) (Figura 9 y 10) (Figura 11)

Figuras 6, 7 y 8: Planta, corte transversal y perspectiva; Colectivo Hermanos Montgolfier, Cerro Panteón de Valparaíso. Conjunto Habitacional levantado en 1910-12, como efecto del proceso de reconstrucción post sismo de 1906. Figuras 6, 7 e 8: Planta, corte transversal e perspetiva do “Colectivo Hermanos Montgolfier”, no Cerro Panteón de Valparaíso. Conjunto Habitacional erguido em 1910-1912, como resultado do processo de reconstrução póssismo, de 1906.

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Habitación Popular” e os “Departamentos Técnicos de la Construcción” O estado da habitação mantém-se incerto em relação ao conceito de população modelo, tendendo à massificação, à racionalidade e à ordenação urbana do ambiente. A classe média, principal beneficiada com estas mudanças, acaba por se dotar de capacidade de poupança e estabilidade laboral; os segmentos populares, em mudança, vão sendo desprezados. A tipologia habitacional é enriquecida, conseguindo-se equilibrar o peso dos espaços coletivos, em relação com as unidades de habitação individuais, aperfeiçoando-se os espaços de higiene e as cozinhas no interior das habitações, chegando-se a soluções de maior densidade, incorporando-se novos sistemas construtivos à base de betão armado e avançando-se no sentido de desenvolver o conceito de Unidade Urbana através da tipologia “População Modelo”. A “Caja Nacional de Ahorros” de Valparaíso, inaugurada em 1910, implementa os seus projetos através de um sistema de populações, o que permite chegar ao desenvolvimento em áreas estratégicas de Valparaíso. Este sistema, apoiado pelo estado através da Lei 1838, de 1906, e posteriormente pelo “Derto-Ley” das “Habitaciones Baratas”, de 1925, leva a que se institucionalize o tema da habitação, o que permite melhorar claramente qualidades de higiene e de construção, além de se poder oferecer variedade de tipologias, de acordo com o nível económico do beneficiário. A aplicação da “Ley 1.838” de “Habitaciones Obreras”, junto com a necessidade da reconstrução pós-sismo, de 1906, permite uma massificação de habitação média e popular, em Valparaíso, paralelamente com o aparecimento da tipologia da “Población Modelo”. A partir desta altura, e até cerca de 1925-1930, vai-se tentando efetivamente superar os problemas de higiene e de carácter técnico que tinham estado presentes no “conventillo” durante toda a segunda metade do século XIX. O período finaliza-se com uma manifestação aberta voltada para a habitação coletiva planificada e destinada à classe operária, promovida pela “Junta de la Habitación Popular” que desde 1930 acompanha os verdadeiros modelos de habitação, incluindo sistemas construtivos pioneiros e uma rede para melhoramento da urbanização, destacando-se o exemplo da “Población Márquez”, edificada em 1944, em Valparaíso. (Figura 6, 7 y 8) (Figura 9 y 10) (Figura 11) A habitação coletiva, oportunidade de conservação e desenvolvimento. A reabilitação progressiva das tipologias de habitação coletiva aparece como uma estratégia adequada face à emergência dos seguintes aspetos: a) a dimensão do grau de deterioração

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La vivienda colectiva, oportunidad de conservación y desarrollo. La rehabilitación progresiva de la tipología de vivienda colectiva aparece como una estrategia adecuada ante la emergencia de los siguientes aspectos: a) las dimensiones del deterioro habitacional de varios centros antiguos latinoamericanos; b) los escasos ingresos de la población; c) los magros presupuestos públicos, y d) el creciente deterioro físico de valiosas muestras del patrimonio arquitectónico residencial. Esta estrategia abre nuevos caminos para atender la problemática de la vivienda tugurizada en las áreas urbanas centrales, permite hacer más con menos y reparte de forma más equitativa los escasos recursos entre la población. Así, resulta evidente que la recuperación de las áreas centrales no puede limitarse a las acciones “viviendistas”, sino que debe incluir políticas y programas tendientes a la reconstrucción y fortalecimiento del tejido social. Recuperar y repoblar un territorio requiere de un conjunto de políticas sociales y económicas que eleven la calidad de vida de la población residente; del mejoramiento de los barrios, del ordenamiento de las actividades y usos, y del control de las presiones terciarias. A este respecto, la vivienda colectiva de Valparaíso, aún no ha logrado concitar la atención de los organismos públicos, inversores privados y de los arquitectos. Al contrario, se continúa fomentando la política estándar a nivel nacional de extender el radio urbano, mediante conjuntos poblacionales en obra nueva, encareciendo los costos de infraestructura, desconociendo la economía y racionalidad que tendría el asumir procesos de puesta en valor contemporáneas de la capacidad residencial existente en el área consolidada, tanto en Figuras 9 y 10: Perspectiva y planta general Conjunto Habitacional Colectivo Población Ferroviaria Barros Borgoño de cerro Barón. Proyecto de la Caja Nacional de Ahorros, año 1923, diseñado por el arquitecto francés Alfredo Azancot Levi, funcionario de la institución. Planta de conjunto y perspectiva. Figuras 9 y 10: Perspetiva e planta geral do Conjunto de Habitação Coletiva “Población Ferroviaria Barros Borgoño”, no cerro Barón. Projeto da “Caja Nacional de Ahorros, de 1923, desenhado pelo arquiteto francês Alfredo Azancot Levi, funcionário da Instituição.

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los sectores del plan - Almendral y Puerto -, como en los cerros. Nos surge la certeza que, previo a cualquier plan de repoblamiento para Valparaíso -una medida que requiere decisión y valentía técnica y política-, se requiere de una identificación tipológica de estas arquitecturas residenciales, que permita identificar sus valores particulares y promover formas innovadoras de rehabilitación arquitectónica, todo lo cual obliga a contar con una apreciación histórica, arquitectónica y urbana ajustada a esta realidad, y fundada en bases científicas. En este contexto, cabe constatar que en la actualidad, Valparaíso aún no ha logrado orientar planes, programas y proyectos que permitan la rehabilitación de esta capacidad habitacional instalada y preexistente. Aún no se logra modelar soluciones de vivienda de interés social adecuada a grupos postergados, o que no resuelven sus necesidades mediante la variedad de sistemas de subsidios y gestión que a través del

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habitacional em vários centros antigos latino-americanos; b) os escassos recursos da população; c) os frágeis pressupostos públicos, e d) a crescente deterioração física de valiosas amostras do património arquitetónico residencial. Esta estratégia abre novos caminhos para olhar a problemática da habitação e as más condições que apresenta em áreas urbanas centrais, permitindo fazer mais com menos e repartir recursos escassos entre a população, de forma mais equitativa. Nesse sentido, a recuperação das áreas centrais não pode limitar-se a ações “viviendistas”, que incidam apenas a na própria habitação, mas antes deve incluir políticas e programas orientados para a reconstrução e fortalecimento do tecido social. Recuperar e reocupar um território exige implementar um conjunto de políticas sociais e económicas que permita elevar a qualidade de vida da população residente, com o melhoramento dos bairros, o ordenamento de atividades e o controlo da pressão a nível terciário. A este respeito, a habitação coletiva de Valparaíso ainda não conseguiu chamar a atenção de organismos públicos, investidores privados e arquitetos. Contrariamente, continua a fomentar-se a política padrão, a nível nacional, de se estender raios urbanos com a construção nova de conjuntos residenciais, encarecendo os custos de infra-estruturas e ignorando as questões económicas, e racionais, que estão presentes quando se assumem processos de melhoramento na contemporaneidade, face às potencialidades residenciais presentes em áreas consolidada, tal como nos setores planos - Almendral e Puerto – ou ainda nos cerros. Ficamos com a certeza de que antes de se avançar com qualquer plano para a reocupação de Valparaíso, medida que requer decisão e coragem técnica e política, e que requer uma identificação tipológica das arquiteturas residenciais, permitindo identificar os valores particulares e promover formas inovadoras de reabilitação arquitectónica, há que avançar com uma apreciação histórica, arquitetónica e urbana, ajustada a esta realidade e assente em bases científicas. Neste contexto, cabe constatar que Valparaíso atualmente ainda não conseguiu orientar planos, programas e projetos que permitam reabilitar esta capacidade da habitação, já instalada e pré-existente. Ainda não se consegue conceber soluções de habitação de interesse social adequada a grupos desfavorecidos ou que não conseguem resolver as suas necessidades mediante o leque de sistemas de subsídios e gestão que, através do “Ministerio de Vivienda y Urbanismo”, são implementados a nível nacional. Assim, existe a necessidade de desenhar integralmente as soluções para reabilitar este tipo de

Figura 11: Población Márquez, construida por la Caja de la Habitación Popular en 1944. Se ubica en la quebrada de Márquez, sector Puerto de la ciudad. Figura 11: “Población Márquez”, construída pela “Caja de la Habitación Popular” em 1944. Localiza-se na quebrada de Márquez, setor “Puerto de la ciudad”.

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Ministerio de Vivienda y Urbanismo son implementados a nivel nacional. Es necesario entonces, diseñar soluciones integrales para la rehabilitación de este tipo de vivienda colectiva, como genuino patrimonio cultural y social, analizando sus cualidades arquitectónicas, constructivo-tecnológicas y urbanas, lo que debe derivarse en un diálogo sobre su potencialidad de recuperación, bajo criterios de sustentabilidad ante los requerimientos contemporáneos. El camino hacia la sostenibilidad, un imperativo de nuestro tiempo, exige abordar la vivienda en términos de economía de los recursos materiales cada vez más finitos, haciendo factible una cultura de la readaptación como patrón a implementar en el caso de la arquitectura residencial preexistente en nuestras ciudades consolidadas. La vivienda colectiva, se impone entonces como un recurso cultural, patrimonial y ambiental, que requiere urgentemente ser puestos en valor, aumentando su ciclo de vida y mejorando las condiciones económicas, urbanas, sociales y ambientales para sus habitantes. Con esta óptica, será factible y viable, poder plantear los patrones que informen los modos sostenibles para la valoración, intervención de puesta en valor y gestión de este sobresaliente patrimonio arquitectónico residencial.

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habitação coletiva, que se considera património cultural e social genuíno, com base numa análise das qualidades arquitectónicas, construtivo-tecnológicas e urbanas, o que deve assentar num diálogo sobre a sua potencial recuperação, orientando-se por critérios de sustentabilidade, face aos requisitos contemporâneos. O caminho para a sustentabilidade, um imperativo do nosso tempo, exige abordar a habitação tendo em conta uma economia de recursos materiais, cada vez mais escassos, procurando praticar uma cultura de readaptação, como padrão a implementar no que diz respeito à arquitetura residencial pré-existente nas nossas cidades consolidadas. A habitação coletiva impõe-se assim como um recurso cultural, patrimonial e ambiental que requer uma valorização urgente, no sentido de aumentar um ciclo de vida, melhorando as condições económicas, urbanas, sociais e ambientais dos habitantes. Nesta perspectiva, será exequível e viável identificar padrões que possam informar sobre condições sustentáveis, tendo em vista a valorização, intervenção, aperfeiçoamento e gestão deste destacado património arquitetónico residencial.

Tradução do espanhol para português: Joana Fernandes Revisão: Paula Petiz

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Vivienda Colectiva En Valparaíso, Capacidad Instalada Valoración Sistémica: Vivienda Colectiva Equipamientos - Infraestructura Paz Undurraga Castelblanco

Arquitecta, Pontificia Universidad Católica. Valparaíso. Magister en Economía Urbana, Universidad Mayor, Santiago, Chile. Docente de la Escuela de Arquitectura de la Universidad Nacional Andrés Bello. Desde 1998 participa en propuestas de planificación urbana y patrimonio. Fue asesor de la Postulación del Centro Histórico de Valparaíso como Sitio del Patrimonio Mundial. Ha participado en estudios contratados por el gobierno y el BID, relacionados con Bienes Patrimoniales, estrategias de protección y sustentabilidad económica. Miembro de la Organización Ciudadanos por Valparaíso, co-autor de campañas públicas para la protección y puesta en valor del Patrimonio de Valparaíso. Cofundadora y directora del Centro de Estudios DUC, encargada de investigación y de programas de intercambio académico. Gestora del “Archivo Documentario de Inmuebles y Espacios Públicos de Valparaíso” para la Conservación y Difusión del Patrimonio Cultural.

Este escrito pretende dar insumos para el reconocimiento de la potencialidad que el Sistema de Viviendas Colectivas (SVC) existentes en la ciudad de Valparaíso, ofrecen para perspectivas de recuperación urbana, repoblamiento y uso eficiente de los recursos urbanos del territorio. Para ello este ensayo buscara cualificar y cuantificar, de manera objetiva, la relación entre sistemas de vivienda colectiva, equipamiento (comercial, educacional y otro) e infraestructura de transporte, como también de sus características intrínsecas y el aporte concreto de esta tipología en la oferta de vivienda del sector.

1. Contexto Urbano del Sistema de Viviendas Colectivas de Valparaíso. Para tener un panorama real es imprescindible presentar algunos datos que permitan caracterizar la ciudad de Valparaíso, sus tendencias de desarrollo socio económica, demográfico, entre otros; antecedentes relevantes para una caracterización del contexto urbano en que se emplaza el sistema de Viviendas colectivas de la ciudad. 1.1 Nivel metropolitano Valparaíso se encuentra inserto en un área metropolitana en la que participa con un 30% de la población, con 275.141 habitantes. En las últimas décadas Valparaíso ha venido creciendo a un ritmo inferior que las otras ciudades del sistema metropolitano debido al traslado de población, principalmente hacia comunas del interior de la provincia (Quilpué y Villa Alemana). 1.2 Nivel Comunal La población de la ciudad ha envejecido, lo que trae consigo una ausencia de familias jóvenes y también un aumento del índice de dependencia laboral; conjuntamente ha aumentado el

Figura 1

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Habitação Colectiva Em Valparaíso: Um Potencial Instalado Valorização Sistémica: Habitação Coletiva Equipamentos - Infra- Estrutura Paz Undurraga Castelblanco

Arquiteta Pela “Pontificia Universidad Católica”, Valparaíso”.Mestre em Economia Urbana pela “Universidad Mayor”, Santiago do Chile.Docente na “Escuela de Arquitectura de la Universidad Nacional Andrés Bello”. Desde 1998 participa em propostas de planeamento urbano, e ligadas ao património. Foi assessora do Concurso para o “Centro Histórico de Valparaíso como Sitio del Patrimonio Mundial”. Participou em estudos, contratados pelo governo e o BID, relacionados com Bens Patrimoniais, Estratégias de Protecção e Sustentabilidade Económica.Enquanto membro da “Organización Ciudadanos por Valparaíso”, é coautora de campanhas públicas para a protecção e valorização do Património de Valparaíso. Enquanto co-fundadora e Diretora do “Centro de Estudios DUC”, é responsável de investigação e Programas de intercâmbio académico. É Também Gestora do “Archivo Documentario de Inmuebles y Espacios Públicos de Valparaíso” para a Conservação e Difusão do Património Cultural.

Este artigo pretende dar a conhecer informações para o reconhecimento das potencialidades do Sistema de Habitação Coletiva (SVC) existente na cidade de Valparaíso, e como oferecem perspetivas de recuperação urbana, com a reocupação e o uso eficaz dos recursos urbanos do território. Nesse sentido, este ensaio procura qualificar e quantificar, de modo objetivo, a relação entre sistemas de habitação coletiva, equipamento (comerciais, educacionais e outros) e infra-estrutura de transporte, assim como as caraterísticas que lhe são intrínsecas, e a concreta contribuição desta tipologia para a oferta de habitação no setor.

1. O Contexto Urbano do Sistema de Habitações Coletivas em Valparaíso. Para se ter uma perspectiva real torna-se imprescindível apresentar alguns dados que permitam caraterizar a cidade de Valparaíso, nas suas tendências de desenvolvimento socioeconómico e demográfico, entre outros; são antecedentes relevantes para a caraterização do contexto urbano em que se insere o Sistema de Habitações Colectivas da cidade. 1.1 A Nível Metropolitano Valparaíso encontra-se inserida numa Área Metropolitana na qual participa com 30% da sua população, de 275.141 habitantes. Nas últimas décadas, Valparaíso tem vindo a crescer num ritmo inferior relativamente às outras cidades do sistema metropolitano, devido à transferência de população, principalmente para comunas do interior da província (Quilpué e Villa Alemana). 1.2 A Nível Comunal A população da cidade tem envelhecido, o que leva à ausência de famílias jovens, assim como a um aumento do índice de dependência laboral; paralelamente, tem aumentado o nível de desemprego; como resultado tem-se uma cidade empobrecida, contando hoje com uma presença maioritária de estratos sociais baixos. (Figura 2) Com base na topografia da cidade consegue-se identificar claramente 2 setores, os cerros e a zona plana, constituindo-se a cidade como uma espécie de anfiteatro urbano voltado para o Oceano Pacífico. (Figura 3)

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1. Fuente: INE, Censo 2002

nivel de desocupación (cesantía); dando como resultado una ciudad que se ha empobrecido, contando hoy día con presencia mayoritaria de estratos sociales bajos. (Figura 2) La topografía de la ciudad permite que se identifiquen claramente 2 sectores, los cerros y el plan, constituyendo la una suerte de anfiteatro urbano hacia el Océano Pacífico. (Figura 3) El barrio Almendral, foco de este análisis, abarca una superficie de 160 ha app-, 5% de la comuna y 68% del sector plano de la ciudad. tiene una población de 5.170 habitantes (2% de la comuna) con 1587 hogares1. Es un área central, donde confluyen los sistemas de transporte público y las vialidades que conectan con las ciudades vecinas. La distinción cerro-plan se ve acentuada por la función urbana de cada sector, los cerros son eminentemente residenciales, y el plan tiene un uso mixto; la ocupación del territorio es también diferente, mientras en los cerros se concentran familias propietarias, en el plan de la ciudad prevalecen personas arrendatarias, esta ausencia de propietarios residentes en el sector Almendral, donde está la mayor parte de las Viviendas Colectivas, incide directamente en el estudio que se realiza. (Figura 4)

Figura 2a

Figura 2b

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O bairro Almendral, alvo destas análises, abrange uma superfície de 160 ha - 5% da comuna

1. Fuente: INE, Censo 2002

e 68% da zona plana da cidade. Tem uma população de 5.170 habitantes (2% da comuna) e 1587 casas1. Trata-se de uma área central onde convergem os sistemas de transporte público e as estradas que fazem a conexão com as cidades vizinhas. A distinção entre “cerro - plano” acaba por ser acentuada através das funções urbanas de cada setor, já que os cerros são áreas eminentemente residenciais, e a zona plana tem um uso misto; a ocupação do território é também distinta, pois enquanto nos cerros se concentram as famílias proprietárias, na zona plana da cidade prevalece uma população de arrendatários. Esta ausência de proprietários residentes no setor de Almendral, onde se localiza a maior parte da Habitação Coletiva, reflete-se diretamente no estudo que desenvolvemos. (Figura 4) O Almendral concentra a maioria dos equipamentos comerciais e educativos, de serviços públicos da cidade. Cerca de 50% do total da área (m2) construída corresponde a Equipamentos. A função Residencial e de Comércio representam 35% c/u da superfície construída no setor. (Figura 5)

Figura 3

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2. Ordenanza General de Urbanismo y Construcciones.

El Almendral concentra la dotación de equipamientos comerciales, educacionales, de servicios

3 Circular DDU 240, División de Desarrollo Urbano, Ministerio de Vivienda y Urbanismo

uso Residencial y Comercio representan un 35% c/u de la superficie construida del sector.

públicos de la ciudad. El 50% del total de m2 construido corresponde a equipamientos. El (Figura 5) 2. Caracterización del Sistema de Viviendas Colectivas 2.1 Reconocimiento Oficial del valor Patrimonial La mayor parte de las Viviendas Colectivas presentes en el área de estudio han sido reconocidas mediante la declaratoria de Inmuebles de Conservación Histórica (ICH) en el Plan Regulador Comunal (art 60ª de la Ley general de urbanismo y Construcciones). Junto con contar con atributos arquitectónicos y urbanos, por su características edilicias y aporte al contexto, constituyen un recurso cultural y social, al dar cabida a usos singulares, (comercio a escala local en piso calle y viviendas en pisos superiores), resolver interiormente estándares de conforto ambiental, poseer patrones singulares de asentamiento, contar con una calidad arquitectónica interior, entre otros; potenciando las zonas en que se emplazan. A pesar que los bienes patrimoniales en Chile, se definen oficialmente como “recursos de valor Cultural”2, éstos han sido someramente cualificados mediante pautas y fichas3 que no ahondan en identificación de atributos tipológicos (a escala urbana o arquitectónica); como tampoco buscan cuantificar los recursos asociados; de modo de entender factores de aporte económico, social y cultural posibles de ponderar en virtud de su adecuada incorporación a dinámicas de desarrollo urbano contemporáneo. (Figura 6) Esto ha traído consigo que varias ciudades chilenas, incluido Valparaíso, hayan entrado en un complejo, y en ocasiones conflictivo, proceso de regulación y gestión urbana y de su patrimonio cultural, el que adoleciendo de las herramientas de valoración cultural y económica, se ha visto afectado por su gradual depredación, abandono y anulación. A este respecto, los ICH no han sido evaluados íntegramente en mecanismos de puesta en valor, ignorando atributos y suspendiendo los beneficios de contar, por ejemplo, con capacidad residencial y comercial

Figura 4

Figura 5

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2. A Caracterização do Sistema de Habitação Colectiva

2. Ordenanza General de Urbanismo y Construcciones.

2.1 O Reconhecimento Oficial do valor Patrimonial

3. Circular DDU 240, División de Desarrollo Urbano, Ministerio de Vivienda y Urbanismo

A maior parte da Habitação Coletiva existente na área em estudo tem sido reconhecida através da declaração de “Inmuebles de Conservación Histórica” (ICH), no “Plan Regulador Comunal” (art.º 60º da “Ley General de Urbanismo y Construcciones”) .Ao mesmo tempo que se conta com os atributos arquitetónicos e urbanos, pelas caraterísticas do edificado e como contributo para no contexto urbano, sabe-se também que constituem um recurso cultural e social, dando guarida a usos singulares, (comércio à escala local no rés do chão e habitações em pisos superiores), resolvendo interiormente padrões de conforto ambiental, possuindo padrões singulares de assentamento e permitindo contar com a sua qualidade arquitetónica interior, entre outros; potenciam assim as zonas em que se inserem. Apesar dos bens patrimoniais no Chile serem reconhecidos oficialmente como “recursos de valor Cultural”2, só lhes tem sido atribuída uma mera qualificação, baseada em pautas e fichas3, que não se aproximam da identificação dos atributos tipológicos (à escala urbana ou arquitetónica); do mesmo modo, não se procura quantificar os recursos que lhe andam associados; nem se chega identificar os atributos relativos à contribuição económica, social e cultural, passíveis de ponderação, para a sua adequada incorporação nas dinâmicas de desenvolvimento urbano contemporâneo. (Figura 6) Por esta razão, várias cidades chilenas, incluído Valparaíso, entraram num complexo e, por vezes, conflituoso processo de regulação e gestão urbana do património cultural que tem vindo a ser afetado por uma gradual desvalorização, abandono e anulação. A este respeito, os ICH não foram avaliados integramente por mecanismos fiáveis, ignorando atributos e suspendendo os benefícios que permitem contar, por exemplo, com a capacidade residencial e comercial em de áreas centrais consolidadas, dotadas de infra-estruturas e serviços, que se encontram muitas vezes subutilizadas. 3.Para uma Valorização sistémica Para uma valorização integral do SVC devem relacionar-se aspetos urbanos, arquitetónicos e económicos, tendendo para o conhecimento e sustentabilidade no tempo. Será um modo de obter resultados que passem a constituir um contributo complementar para as atuais estratégias de valorização, pautadas principalmente por uma avaliação exterior, ponderando os atributos da imagem, face aos benefícios do contexto, estilos e morfologia; não se

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Figura 6

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en áreas céntricas consolidadas, dotadas de infraestructura, y servicios, las que muchas veces están subutilizadas. 3. Hacia una Valoración sistémica Una valoración integral del SVC debe relacionar aspectos urbanos, arquitectónicos y económicos, propendiendo a su conocimiento y sustentabilidad en el tiempo. De modo de obtener resultados que sean un aporte complementario a las estrategias de valoración actuales, basadas principalmente en pautas de evaluación exterior, ponderando atributos de imagen, aporte al contexto, estilos y morfología; no ahondando en reconocer aspectos arquitectónicos sustanciales ni tampoco cuantificando aspectos esenciales para la valoración del patrimonio como “recurso-capital” de las comunidades. En función de aquello se aportan algunas herramientas de valoración y medición de atributos a distintas escalas: 3.1 Valoración a Escala Urbana: En función de la localización se puede medir el grado de integración de la VC a los soportes y servicios urbanos con que cuenta la ciudad, la adecuada conectividad con redes y estructuras viales de distinta jerarquía; demandas de desplazamiento, accesibilidad a abastecimiento y oferta de servicios. Se puede identificar y evaluar atributos relacionados con patrones de asentamiento, referidos principalmente a soluciones estratégicas de adaptación a condicionantes climáticas, paisajísticas y topográficas. Asimismo, soluciones de emplazamiento en fragmentos urbanos y/o manzanas de la trama urbana, permiten establecer relaciones o mecanismos diferenciados de vinculación con el entorno en situaciones periféricas, centralizadas, entre otras. Indagando sobre las repercusiones de la partición predial, traza urbana, etc. Se puede realizar un análisis de la relación del inmueble con los espacios públicos, focalizado principalmente en la función comercial y/o productiva, su inserción efectiva en el contexto, su presencia urbana. 3.1.1 Aproximación al SVC en Valparaíso (Figura 7) De la localización podemos ver que la tendencia original, dispersión en el área urbana consolidada y cercanía con sectores comerciales, se mantiene. Esta característica permite una fácil integración a los soportes y servicios urbanos con que cuenta la ciudad. La adecuada conectividad con redes y estructuras viales de distinta jerarquía; permite un uso eficiente de los sistemas de transporte público y un fácil desplazamiento desde la residencia a los puntos de abastecimiento y oferta de servicios. Dándose una fluidez en la accesibilidad a equipamientos urbanos y en el uso de la infraestructura pública disponible. La variedad y cantidad de soluciones presentes en la ciudad, facilita un equilibrio económico y funcional. Posibilita, por cercanía a servicios de abastecimiento y actividades complementaria, un uso equitativo y un manejo rentable de las capacidades ya instaladas. (Figura 8) La influencia positiva del entorno, ya sea por una singularidad de características urbanas y

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aprofunda o reconhecimento de aspectos arquitetónicos substanciais nem se quantificam aspetos essenciais para a valorização do património como “recurso - capital” das comunidades. Em função disso apontam-se algumas ferramentas de valorização e avaliação de atributos

4. Undurraga, Paz. Estudio de Localización de Viviendas Económicas en Área Plan de Revitalización de Barrios Patrimoniales, Casco Histórico de Valparaíso, Diciembre 2003

a distintas escalas: 3.1 Valorização à Escala Urbana: Em função da localização pode medir-se o grau de integração da VC aos suportes e serviços urbanos de que dispõe a cidade, a adequação da conetividade com redes e estruturas viárias de uma distinta hierarquia; pedidos de deslocalização, acessibilidade para abastecimento e oferta de serviços. Podem identificar-se e avaliar-se atributos relacionados com padrões de implantação, relacionados principalmente com soluções estratégicas de adaptação a condicionantes climáticas, paisagísticas e topográficas. Mesmo assim, soluções de localização em fragmentos urbanos e/ou quarteirões no tecido urbano, permitem estabelecer relações ou mecanismos diferenciados de vínculo com a envolvente em situações periféricas, centralizadas, entre outras. Questionando-nos sobre as consequências da divisão predial, desenho urbano, etc. Pode realizar-se uma análise da relação do imóvel com os espaços públicos, focada principalmente na função comercial e/ou produtiva, a sua inserção efetiva no contexto, a sua presença urbana. 3.1.1 Aproximação ao SVC em Valparaíso (Figura 7) A partir da localização podemos ver que a tendência original, a dispersão na área urbana consolidada e proximidade de setores comerciais se mantém. Esta caraterística permite uma fácil integração dos suportes e serviços urbanos de que a cidade dispõe. A adequada conectividade com redes e estruturas rodoviárias de distinta hierarquia permite um uso eficaz dos sistemas de transportes públicos e uma fácil deslocalização desde a residência aos pontos de abastecimento e oferta de serviços, gerando-se uma fluidez na acessibilidade a equipamentos urbanos e no uso das infra-estruturas públicas disponíveis. A variedade e quantidade de soluções presentes na cidade, facilitam um equilíbrio económico e funcional, possibilitando, por via da proximidade a serviços de abastecimento e actividades complementares, um uso equitativo e uma gestão rentável das potencialidades já instaladas. (Figura 8) A influência positiva da envolvente, seja pela singularidade das características urbanas e arquitectónicas dos seus espaços públicos, determina certas relações sociais, como a vizinhança vertical, a importância da comunicação a partir das janelas, a existência de espaços urbanos de mediação, encontro e conexão (escadas e passagens), a existência de espaços de vida comunitária, como pátios, praças e o “viver coletivamente”. Por exemplo: o Cerro Santo Domingo, etc.4 3.2 A Valorização à Escala Arquitectónica A análise tipológica de edifícios de uso misto (habitação coletiva e comércio), permite

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4. Undurraga, Paz. Estudio de Localización de Viviendas Económicas en Área Plan de Revitalización de Barrios Patrimoniales, Casco Histórico de Valparaíso, Diciembre 2003

arquitectónicas de sus espacios públicos, que han determinado ciertas relaciones sociales como: la vecindad vertical, la importancia de la comunicación desde los balcones, la existencia de espacios urbanos de traspaso, encuentro y conexión (escaleras y pasajes), la existencia de Espacios de vida comunitaria como patios, plazas, el “vivir colectivamente”. Por ejemplo: el Cerro Santo Domingo, etc.4 3.2 Valoración a Escala Arquitectónica El análisis tipológico de inmuebles de uso mixto (vivienda colectiva y comercio), permite reconocer características estructurales, programáticas, constructivas y materiales. Junto a ello, evaluar su potencial proyectivo: indagar si existe flexibilidad del sistema constructivo que permita la incorporación de trasformaciones propias de la actualización del uso, evitando costosas inversiones. Indagar si los sistemas de agrupamiento, y la presencia de elementos singulares permite un mejor aprovechamiento de las condiciones ambientales del entorno. El estudio y reconocimiento de tecnologías constructivas, posibilita una planificación programada de recursos humanos, por ejemplo mediante una capacitación técnica específica y especializada; para el momento de su reestructuración, alteración u otra acción. Relevante es la composición material del edificio para evaluar atributos de eficiencia energética y el análisis de estándares disponibles, condiciones de holgura espacial, de versatilidad y ambivalencia de espacios interiores; se debe analizar si se permite dar condiciones de habitabilidad superiores a los estándares actuales de vivienda social. Se debe conocer las fortalezas y debilidades de la mixtura programática, su aporte urbano, repercusión de las soluciones arquitectónicas, niveles de dependencia con el entorno y niveles de participación en la gestión económica de los sectores e incidencia en la rentabilidad comercial de los inmuebles. 3.2.1 Aproximación al SVC en Valparaíso Existen características estructurales, constructivas y arquitectónicas comunes. Por ejemplo,

Figura 7

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reconhecer caraterísticas estruturais, programáticas, construtivas e materiais. Em paralelo, avaliar a sua potencialidade projetual: averiguar se existe flexibilidade do sistema construtivo que permita a incorporação de transformações próprias da atualização do uso, evitando elevados investimentos. Averiguar se os sistemas de agrupamento e a presença de elementos singulares permitem um melhor aproveitamento das condições ambientais da envolvente. O estudo e o reconhecimento de tenologias construtivas permite uma planificação programada dos recursos humanos, por exemplo mediante uma capacitação ténica específica e especializada, para a ocasião da sua reestruturação, alteração ou outra ação. Relevante é a composição material do edifício para poder avaliar qualidades de eficiência energética assim como a análise de padrões disponíveis, condições de dimensão espacial, de versatilidade e ambivalência de espaços interiores, o que deve ser analisado, no sentido de saber se ficam asseguradas condições de habitabilidade de nível superior aos dos padrões atuais de habitação social. Deve conhecer-se os pontos fortes e as debilidades da mistura programática, o seu contributo urbano, repercussão das soluciones arquitetónicas, os níveis de dependência em relação à envolvente e os níveis de participação na gestão económica dos vários setores, assim como a sua incidência na rentabilidade comercial dos imóveis. 3.2.1 Aproximação ao SVC em Valparaíso Existem caraterísticas estruturais, construtivas e arquitetónicas comuns. Por exemplo, se a flexibilidade do sistema, “baloom frame” permitir a incorporação de transformações próprias da atualização do uso, evitando grandes investimentos. (Figura 9) Casos de edificios con tabiquería de madera y relleno de adobe y revestimiento metálico que asemejan un “muro trombe” entregan una eficiencia térmica, que permite ahorro en el consumo para calefacción (Figura 10) A construção simultânea do SVC, com tecnologias próprias da sua época, possibilita que no momento da reabilitação se implemente uma estratégia conjunta, com uma capacitação ténica específica, otimizando a gestão. No caso dos edifícios com tabiques de madeira e preenchimento de adobe, e revestimento metálico, assemelhando-se a um “muro trombe”, proporcionam uma eficiência térmica que permite poupar no consumo para aquecimento. O SVC de uso misto incorpora quase sempre locais comerciais e/ou oficinas de produção Figura 8

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si la flexibilidad del sistema, “baloom frame” permite la incorporación de trasformaciones propias de la actualización del uso, evitando costosas inversiones. (Figura 9) La construcción simultánea del SVC, con tecnologías propias de su época, posibilita que al momento de su rehabilitación se implemente una estrategia conjunta, con una capacitación técnica específica, optimizando la gestión. Casos de edificios con tabiquería de madera y relleno de adobe y revestimiento metálico que asemejan un “muro trombe” entregan una eficiencia térmica, que permite ahorro en el consumo para calefacción. (Figura 10) El SVC de uso mixto incorpora casi siempre locales comerciales y/o talleres de producción artesanal en piso calle, lo que permite una vinculación de mayor dependencia con el entorno, el uso productivo/comercial seguramente ha aumentado la rentabilidad comercial de los propietarios. (Figura 11) La adaptabilidad al contexto urbano y geográfico, generó una arquitectura enriquecida por en soluciones creativas singulares. Los sistemas de agrupamientos y la presencia de elementos como patios interiores, galerías, zaguanes, entre otros, permite un mejor aprovechamiento de las condiciones luminosas y de visibilidad del entorno. En las unidades habitacionales existen condiciones de holgura espacial (87 m2 promedio), de versatilidad y ambivalencia de espacios interiores (Cocina-Comedor-Estar), que permite dar condiciones de habitabilidad superiores a los estándares actuales de vivienda social (48 m2 app, y recintos de uso rígido) 3.3 Valoración Social y Cultural Sera menester catastrar el grado de antigüedad de los residentes, existencia de lazos de parentesco en la población usuaria, existencia de redes de colaboración, vinculación con Organizaciones formales del Sector (asociación de comerciantes, u otras); de modo de entender si la existencia de redes sociales de interdependencia y asociatividad repercute en la calidad de vida del sector, mejora aspectos relacionados con seguridad, uso permanente del espacio público, entre otros aspectos. Asimismo conocer y catastrar el perfil de los usuarios actuales, su condición de tenencia (propietarios, arrendatarios u otros), estratos socioeconómicos, condición laboral, educacional, de modo de visualizar niveles de sustentabilidad y vulnerabilidad del SVC.

Figura 9

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artesanal em piso térreo, o que permite um vínculo de maior dependência com a envolvente, pelo que o uso produtivo/comercial tem aumentado seguramente a rentabilidade comercial dos proprietários. (Figura 11)

5. Undurraga, Paz - Estudo de Localización de Habitações Económicas na Área Plana de Revitalização de Bairros Patrimoniais. Casco Histórico de Valparaíso, Dezembro de 2003.

A adaptação ao contexto urbano e geográfico pode gerar uma arquitetura enriquecida por soluções criativas singulares. Os sistemas de agrupamento e a presença de elementos como pátios interiores, galerias, saguões, entre outros, permitem um melhor aproveitamento das condições de iluminação e de visibilidade da envolvente. Nas unidades habitacionais existem condições de amplitude espacial (em média 87 m2), de versatilidade e ambivalência de espaços interiores (Cozinha / Sala de Jantar /Sala de Estar), que permitem conferir condições de habitabilidade superiores às dos padrões atuais de habitação social (aproximadamente 48 m2, e aposentos para um uso pouco flexível) 3.3. A Valorização Social e Cultural Será necessário conhecer o grau de antiguidade dos residentes, a existência de laços de parentesco entre a população de habitantes, a existência de redes de colaboração, o vínculo com Organizações formais do Setor (associação de comerciantes ou outras), de modo a entender se a existência de redes sociais de interdependência e associativismo se repercute na qualidade de vida do setor, melhorando aspetos relacionados com a segurança e o uso permanente do espaço público, entre outros aspectos. Desta forma conhecer e registar o perfil dos utentes atuais, a sua condição de posse (proprietários, arrendatários ou outros), os estratos socioeconómicos, a condição laboral e educacional, de modo a prever os níveis de sustentabilidade e da vulnerabilidade do SVC. 3.3.1 A Aproximação ao SVC em Valparaíso A tradição local do habitar coletivo confere caraterísticas à população residente, existindo laços de parentesco e afinidades de reconhecida antiguidade no setor. No Bairro Histórico do cerro Santo Domingo (onde também existe um SVC), 17,6% dos residentes estiveram no bairro mais de 50 anos e 46,6% dos mesmos tem familiares no cerro5, e vínculos com Organizações formais do Setor (27% da população). A cumplicidade e vizinhança vêem-se muitas vezes complementadas com a existência de redes em torno do comércio tradicional, de escala local, presente nos sectores. Geram-se vínculos entre dependentes e inquilinos, que sustentam uma dinâmica comercial particular,

Figura 8

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5. Undurraga, Paz. Estudio de Localización de Viviendas Económicas en Área Plan de Revitalización de Barrios Patrimoniales, Casco Histórico de Valparaíso, Diciembre 2003

3.3.1 Aproximación al SVC en Valparaíso La tradición local del habitar colectivo otorga características a la población residente. Existiendo lazos de parentesco y afinidad con una reconocida antigüedad en el sector. En el Barrio Histórico del cerro Santo Domingo (donde también existe un SVC), el 17,6% de los residentes han estado en el barrio por más de 50 años y el 46,6% tiene familiares en el cerro5 , la vinculación con Organizaciones formales del Sector (27% de la población). La complicidad y vecindad, se ve muchas veces complementada con la existencia de redes entorno al comercio tradicional, de escala local presente en los sectores. Se generan vínculos entre dependientes y locatarios, que sostienen una dinámica comercial particular asimilable a un “barrio” o “vecindario”, en que la atención personalizada, de los dueños, ha transformado la lógica de consumo en una lógica de encuentro permanente y cotidiano. Este “espacio común” acuña redes sociales de interdependencia y asociatividad que potencian la vida en la ciudad, mejorando la calidad de vida de quienes la habitan. (Figura 12) Red de comercio Local asociado a la campaña Lugar Valioso (www.lugarvalioso.cl) El perfil de los usuarios actuales (pocos propietarios y muchos arrendatarios), se traduce en una escasa factibilidad de inversión en reparaciones sustanciales. Sin embargo se ve cierta capacidad de hacer mejoras y transformaciones menores, ya que muchas veces el oficio y conocimiento de los usuarios lo permite. 4. Conclusiones. El largo proceso de elaboración y experimentación de la Vivienda Colectiva en Valparaíso, nos permiten reflexionar sobre aspectos emergentes y de urgente acción para la sostenibilidad del SVC: 1. A partir de un conocimiento sistematizado y difundido del patrimonio que representa el SVC, debe trabajarse en un perfeccionamiento de la política habitacional, que permita generar herramientas, programas e instrumentos que vinculen patrimonio residencial/ comercial con satisfacción de demandas sociales insatisfechas. 2. Se debe cuantificar y valorar el potencial real de: DETONAR actividad en barrios y sectores, de incorporar factores de control social al acoger una adecuada densificación de áreas centrales, de favorecer la rentabilidad del comercio establecido y finalmente activar un desarrollo sustentable en el tiempo. 3. Valparaíso mantiene un potencial instalado de SVC preexistente, que aún no ha sido objetivamente valorado, ni aprovechado económica y socialmente, siendo un factor sustancial de una política de repoblamiento y crecimiento interno. Es imprescindible privilegiar la vivienda permanente como factor de auténtico valor social del patrimonio,

Figura 11

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semelhante a um “bairro” ou “vizinhança”, em que o atendimento personalizado, dos proprietários, tem transformado a lógica de consumo numa lógica de encontro permanente e quotidiano. Este “espaço comum” resulta em redes sociais de interdependência e associativismo que potenciam a vida na cidade, melhorando a qualidade de vida de quem a habita. (Figura 12) O perfil dos usuários atuais (poucos proprietários e muitos arrendatários), traduz-se numa escassa viabilidade de inversão em reparações substanciais. Contudo verifica-se uma certa capacidade de fazer melhorias e transformações menores, já que muitas vezes a profissão e o conhecimento que se tem dos usuários o permite. 4. Conclusões. O grande processo de elaboração e experimentação da Habitação Colectiva em Valparaíso permite-nos refletir sobre aspectos emergentes e de acção urgente, para a sustentabilidade do SVC: 1. A partir de um conhecimento sistematizado e difundido do património que representa o SVC, deve trabalhar-se para um aperfeiçoamento da política habitacional, que permita gerar ferramentas, programas e instrumentos que vinculem o património residencial/ comercial com satisfação de necessidades sociais por satisfazer. 2. Deve quantificar-se e valorizar-se o potencial real para DETONAR a atividade dos bairros e setores, de incorporar fatores de controlo social, ao decidir sobre a densificação adequada de zonas centrais, de favorecer a rentabilidade do comércio implementado e finalmente incentivar um desenvolvimento sustentável no tempo. 3. Valparaíso mantém uma potencialidade instalada de SVC pré-existente, que não tem sido objetivamente valorizado, nem aproveitado económica e socialmente, enquanto fator substancial de uma política de reocupação e crescimento interno. Torna-se imprescindível privilegiar a habitação permanente enquanto fator de autêntico valor social ligado ao património, impedindo a tendência para a gentrificação da cidade consolidada, evitando um excesso de otimismo mediante outros modelos, estes sustentados num turismo e comércio de escala invasiva e deteriorante.

Figura 12

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impidiendo la tendencia de gentrificación de la ciudad consolidada, o el exceso de optimismo ante otros modelos basados en un turismo y comercio de escala invasiva y deteriorante. 4. El estudio crítico y reconocimiento de este tipo de vivienda desde el ámbito académico es condición inicial para cualquier proceso de verdadera puesta en valor y gestión de la vivienda en Valparaíso. No puede existir auténtica acción de la gestión patrimonial sin conocimiento, y este conocimiento se funda en una universidad activa y comprometida con la realidad en la que se sitúa. 5. Debemos transformar las inversiones públicas en Vivienda de Interés social en factor de AHORRO público y privado. Instalar planes de manejo y utilización eficiente de las capacidades y redes instaladas en los sectores céntricos de la ciudad. Y revertir las condiciones de marginalidad de las nuevas poblaciones, la dificultad en integrarse y conectarse a las áreas centrales, y minimizar el costo asociado. 6. En definitiva, no puede existir verdadero desarrollo integral de la ciudad de Valparaíso, si no se consideran los patrones de su habitabilidad, de su cultura espacial residencial, recogidos ejemplarmente en las tipologías del SVC, a partir de lo cual particularizar la solución a un problema que tal como lo señalaba Engels, sigue siendo universal.

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4. O estudo crítico e o reconhecimento deste tipo de habitação, de âmbito académico, é condição primeira para dotar qualquer processo de um verdadeiro aperfeiçoamento e gestão, no que diz respeito à habitação em Valparaíso. Não poderá existir uma autêntica ação da gestão patrimonial sem conhecimento, e este mesmo conhecimento assenta numa universidade ativa e comprometida com a realidade em que se inscreve. 5. Devemos orientar os investimentos públicos para a habitação de Interesse social, em favor da POUPANÇA pública e privada. Instalar planos de gestão e utilização eficaz, no que diz respeito a capacidades e redes instaladas nos setores centrais da cidade. Ao mesmo tempo, fazer reverter as condições de marginalidade das novas populações, ultrapassando a dificuldade de integração e conexão com as áreas centrais, minimizando os custos que lhe estão associados. 6. Em definitivo, não pode existir um verdadeiro desenvolvimento integral na cidade de Valparaíso, sem se considerar os respectivos padrões de habitabilidade e de uma cultura espacial residencial, identificados exemplarmente nas tipologias do SVC, a partir do qual se particulariza a solução para um problema que, tal como assinala Engels, continua a ser universal.

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Síntesis crítica de temas expuestos Mario Ferrada A. Los trabajos presentados en el marco del Encuentro Portugal – Chile 2.A, denominado “Debate sobre los Programas de Vivienda Social en Portugal y Chile”, efectuado el 15 de junio 2011 en Valparaíso, Chile, destacaron en exponer los vínculos existentes entre la planificación de la ciudad consolidada y las estrategias de identificación, valoración, conservación patrimonial y desarrollo de la vivienda de interés social como potencial en la recuperación del tejido urbano, social y cultural. El arquitecto Mario Ferrada, desde una perspectiva histórica, expuso sobre la importancia histórico, urbana y arquitectónica de la vivienda colectiva, levantada desde mediados del siglo XIX hasta las primeras décadas del XX, en la configuración del patrimonio e identidad cultural de Valparaíso, Sitio del Patrimonio Mundial UNESCO (2003). Se mostró la vigencia, versatilidad, flexibilidad y adaptabilidad de tipologías de vivienda colectiva preexistente, en la resolución de déficits habitacionales, como una estrategia solidaria con la puesta en valor de la identidad urbana y social de la ciudad, a través de tareas de re-habilitación y obra nueva., Por su parte, la arquitecto Paz Undurraga expuso sobre las potencialidades de la vivienda colectiva y usos complementarios, como una capacidad instalada y recurso socio-económico, que está ligado a actividades económicas y productivas de la ciudad en diversas escalas urbanas, barriales y vecinales. Esta capacidad instalada se define por la presencia de una infraestructura disponible, pero actualmente subutilizada, una masa crítica de usuarios y arrendatarios, la presencia de dinámicas sociales y la existencia de redes de comercio, transporte, educación y salud. La arquitecto Paula Petiz, invitada internacional al Encuentro, señaló la importancia que tiene en el campo del diseño habitacional colectivo, la consideración de una espacialidad arquitectónica acorde con las formas sociales de agrupación, mediante lo cual es factible lograr integración, sociabilidad y reconstitución de lazos de comunidad. Se mostraron variados ejemplos de proyectos de conjuntos habitacionales en Portugal, donde se identificaron los modos de construir lugaridades y espacios intermedios que promuevan dicha sociabilidad. El debate efectuado entre los expositores y asistentes al Encuentro, se centró en los amplios desafíos existentes actualmente para la universidad y el campo profesional de la arquitectura en elaborar estrategias sustentables de planificación y gestión de la ciudad Igualmente en aceptar la calidad del hábitat y la vivienda colectiva como centros de la acción, considerando para esto, tanto la rehabilitación como la obra nueva, mediante lo cual solucionar la demanda de habitaciones y potenciar la construcción de identidad cultural.

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UNAB - Sede Viña del Mar - Mario Ferrada A. , Síntesis crítica de temas expuestos


Síntese crítica dos temas expostos Mario Ferrada A. Os trabalhos apresentados no encontro “PORTUGALCHILE.2A -Debate sobre os Programas de Habitação Social recentes em Portugal e Chile”, realizado em 15 de Junho de 2011 em Valparaíso, no Chile, colocaram em destaque os vínculos existentes entre a planificação da cidade consolidada e as estratégias de identificação, avaliação, conservação patrimonial e desenvolvimento da habitação de interesse social, enquanto potencial para a recuperação do tecido urbano, social e cultural. O arquiteto Mário Ferrada, a partir de uma perspetiva histórica, abordou a importância urbana, arquitetónica e histórica da habitação coletiva, produzida desde meados do século XIX até às primeiras décadas do século XX, na configuração do património e da identidade cultural de Valparaíso, que é Património Mundial da Unesco (2003). Mostrou-se a validade, versatilidade, flexibilidade e adaptabilidade das tipologias de habitação coletiva préexistente, para resolver défices de habitação, num contexto de estratégia solidária, reforçada pelo valor da identidade urbana e social da cidade, implementada por via de trabalhos de reabilitação e de obra nova. Por sua vez, a arquiteta Paz Undurraga abordou as potencialidades da habitação coletiva e respetivos usos complementares, encarando-a como capacidade instalada e também recurso socioeconómico, associada a atividades económicas e produtivas da cidade a diferentes escalas urbanas, de bairro e de vizinhança. Esta capacidade instalada define-se pela presença de uma infraestrutura disponível, mas atualmente sub-aproveitada, como a massa crítica de utentes e arrendatários, a presença de dinâmicas sociais e a existência de redes de comércio, transporte, educação e saúde. A arquitecta Paula Petiz, convidada internacional no Encontro, assinalou a importância, no campo do desenho da habitação coletiva, do tomar em consideração uma especificidade arquitectónica, de acordo com as formas sociais de agrupamento, mediante a qual é praticável chegar à integração, sociabilidade e reconstituição de laços em comunidade. Foram mostrados vários exemplos de projetos de conjuntos habitacionais realizados em Portugal, onde se identificaram modos de construir lugares, e de que modo os espaços intermédios podem promover formas de sociabilidade. O debate, realizado entre os intervenientes diretos e a assistência presente no Encontro, centrou-se nos amplos desafios que existem atualmente, tanto para a universidade como no campo profissional da arquitectura, ao elaborar estratégias sustentáveis de planificação e gestão da cidade e ao aceitar a qualidade do habitat e da habitação coletiva como alvos de ação, considerando nesse sentido, tanto a reabilitação como a construção nova, numa perspetiva de encontrar soluções no que diz respeito à “procura” de habitação, potenciando a construção de uma identidade cultural.

UNAB - Sede Viña del Mar - Mario Ferrada A. , Síntese crítica dos temas expostos

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Facultad de Arquitectura, Arte y Dise単o de la Universidad Diego Portales FAAD, UDP

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La Facultad de Arquitectura, Arte y Diseño de la Universidad Diego Portales reúne a las tres escuelas que le dan su nombre. En la actualidad, suma más de 1.200 alumnos y alrededor de 1.000 titulados que hoy están insertos en el mundo laboral. La carrera de Arquitectura de la UDP propone una alternativa innovadora y renovada de la

Presentacción

docencia de esta disciplina en nuestro país. Incorpora las ideas matrices que están surgiendo respecto de la docencia de la arquitectura en América, Europa y en Chile, reforzando una propuesta con una gran capacidad de compromiso con el desarrollo profesional de la Arquitectura, el Diseño, la construcción y el urbanismo; con una rigurosa teoría, praxis y crítica con respecto a una visión internacional de la Arquitectura, con un fuerte compromiso cultural y social con nuestro país. A esto se le suma la tendencia de las universidades a generar planes integrados y flexibles que le permitan al alumno elegir las particularidades de su programa de estudios. Un ejemplo de ello es la introducción de un taller integrado en conjunto con las escuelas de Arte y Diseño, en el que los alumnos provenientes de estas carreras aportan sus propios saberes para la realización de proyectos interdisciplinarios. La carrera de Arquitectura en la UDP fue elegida como primera entre las Universidades privadas y cuarta a nivel nacional en el ranking de universidades 2010 de la revista América Economía.

Texto extraído del web-site de la Universidad Diego Portales (www.udp.cl)

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UDP - Presentacción


A “Facultad de Arquitectura, Arte y Diseño de la Universidad Diego Portales” reúne as três escolas que lhe dão o nome. Atualmente, possui mais de 1.200 alunos e cerca de 1.000 licenciados que hoje já estão inseridos no mundo laboral. O Curso de Arquitectura da UDP propõe uma alternativa inovadora e renovada da docência desta disciplina no nosso país.

Apresentação

Incorpora as ideias matrizes que vão surgindo a respeito da docência da arquitectura na América, na Europa e no Chile, reforçando uma proposta com grande capacidade para um compromisso com o desenvolvimento profissional da Arquitectura, do Desenho, da Construção e do Urbanismo; com uma rigorosa teoria, praxis e crítica, em relação a uma visão internacional da Arquitectura, e com um forte compromisso cultural e social para com o nosso País. A isto acresce a tendência geral da universidade em conceber planos integrados e flexíveis que permitam ao aluno eleger particularidades no seu programa de estudos. Um exemplo disso é a introdução de um projeto integrado em conjunto com as escolas de Arte e Desenho, onde os alunos provenientes destes cursos contribuem também com os seus próprios conhecimentos para a implementação de projetos interdisciplinares. O Curso de Arquitetura da UDP foi eleito como sendo o primeiro entre as Universidades privadas e o quarto a nível nacional, no ranking das universidades de 2010 divulgado pela revista “América Economia”.

Texto extraído do web-site da Universidad Diego Portales (www.udp.cl).

Tradução do espanhol para português: Joana Fernandes Revisão: Paula Petiz

UDP - Apresentação

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La Vivienda Social y su capacidad de producir Regeneración Urbana Francisco Donoso Tagle

Arquitecto de la Pontificia Universidad Católica de Santiago de Chile, Candidato Magíster de Territorio y Paisaje de la Universidad Diego Portales.Desde el años 2005 Coordina el Área de Tecnología de la Facultada de Arquitectura de la UDP, donde se ha enfocado al estudio de proyectos y programas de Vivienda Social en Chile, área que ha desarrollado profesionalmente en los últimos 15 años. Después del Terremoto del 27-F del 2010, coordinó el trabajo de emergencia de las Universidades Chilenas en la VI región y desarrollo proyectos de vivienda para más de 2.000 familias damnificadas. Actualmente desarrolla en conjunto con el Laboratorio de Ciudad y Territorio de la UDP un proyectos para incorporar la Regeneración Urbana como un factor clave en las Políticas de Vivienda Social del Gobierno de Chile.

Paula Petiz llegó silenciosa a la Universidad Diego Portales, en una gran mesa la esperaban alumnos, profesores y miembros del Ministerio de Vivienda y Urbanismo del Gobierno de Chile. Como coordinador de esta charla no tenía muy claro cuál era el contenido exacto de su ponencia. Lentamente nos fue mostrando imágenes y leyendo en un perfecto español un contundente y sólido Programa de Viviendas Sociales en ciudades portuguesas, el que podría parecerse a cualquier nación Europea en desarrollo, salvo, porque fue capaz de recoger errores cometidos por otros países e incorporar el habitar vernáculo de los más necesitados. No fue un proyecto que nació desde la nada, ni de los intereses de las inmobiliarias o constructoras, se proyectó desde una identidad, desde de la forma de habitar del futuro usuario y sobre todo de la capacidad para regenerar - ciudad en vez de extender - ciudad. Paños en desuso, que sólo producían conflictos en la ciudad o simplemente no aportaban externalidades, fueron reemplazadas por escalados conjuntos de viviendas, cuyo principal esfuerzo estaba en el espacio público, en los lugares de encuentro y cómo estos se conectaba con la ciudad existente, participando de estas. Este último mensaje fue el que golpeó más fuerte en los presentes, sobre todo en Matías González que representaba al Ministerio de Vivienda y Urbanismo, ya que las Políticas de Vivienda Social que Chile tuvo en el pasado, tenían una importante misión como motor de generación de barrios y consolidación de ciudades, camino que se cortó abruptamente con el golpe militar del 1973. La llegada de un libre mercado brutal, que liberó los límites urbanos, y permitió que inmobiliarias depredaran el paisaje con enormes extensiones de viviendas económicas de mala calidad, construidas con los impuestos de los chilenos, pero No para beneficio de familias sin hogar, si no para el beneficio de especuladores de suelo y de la construcción. Lo importante no eran las familias más pobres, ni la ciudad y su territorio circundante, lo importante era solucionar un problema estadístico: déficit de viviendas. Mucho de la Política Habitacional Pública en Chile es herencia del gobierno militar y del modelo neoliberal: los privados gestionan, proyectan y construyen con diferentes grados de libertad: el gobierno sólo crea una plataforma base y entrega los recursos … y la ciudad y su nuevos habitantes? Bueno, que el destino los ayude. Crear conjuntos de vivienda social, es crear pedazos de ciudad, una dimensión que hemos olvidado y que Paula Petiz nos recordó … nos recordó con excelentes ejemplos realizados en ciudades de Portugal, pero también nos recordó nuestro pasado, nos recordó que hubo

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UDP - Francisco Donoso Tagle, La Vivienda Social y su capacidad de producir Regeneración Urbana


A Habitação Social e a sua capacidade de produzir Regeneração Urbana Francisco Donoso Tagle

Arquitecto da “Pontificia Universidad Católica de Santiago de Chile”, Candidato a Mestre de Território e Paisagem na “Universidad Diego Portales”. Desde 2005 coordena a Área de Tecnologia da “Facultad de Arquitectura da UDP”, onde se tem focado no estudo de projetos e programas de Habitação Social no Chile, área em que tem desenvolvido trabalho profissional nos últimos 15 anos. Depois do Terramoto de 27-F de 2010, coordenou o trabalho de emergência das Universidades Chilenas na VI Região e desenvolveu projetos de habitação para mais de 2.000 famílias atingidas. Atualmente, desenvolve em conjunto com o Laboratório “Ciudad y Territorio” da UDP um projeto para abordar a Regeneração Urbana como um fator-chave nas Políticas de Habitação Social do Governo do Chile.

Paula Petiz chegou silenciosa à “Universidad Diego Portales”, numa grande mesa esperavamna alunos, professores e membros do Ministério da Habitação e Urbanismo do Governo do Chile. Como Coordenador desta conversa não tinha muito claro qual era o conteúdo exacto da sua comunicação. Lentamente foi-nos mostrando imagens e lendo, num perfeito espanhol, sobre um contundente e sólido programa de habitação social implementado em cidades Portuguesas, que poderia assemelhar-se ao de qualquer nação Europeia em desenvolvimento, porque foi capaz de identificar erros cometidos por outros países e incorporar o habitar vernáculo dos mais carenciados. Não foi um projeto que nasceu do nada, nem dos interesses das imobiliárias ou construtoras, projetou-se de uma identidade, desde a forma de habitar do futuro usuário e sobretudo da capacidade para regenerar cidade em vez de ampliar cidade. Zonas sem uso, que só produziam conflitos na cidade, foram trocadas por conjuntos de habitações com uma nova escala, cujo principal esforço se ligava com o espaço público, os lugares de encontro e como estes se conetavam com a cidade existente, participando desta. Esta última mensagem foi a que atingiu mais fortemente os presentes, sobretudo Matías Gonzáles que representava o Ministério da Habitação e Urbanismo, já que as políticas de Habitação Social que existiram no Chile no passado, tinham uma importante missão como motor de geração de bairros e consolidação de cidades, caminho que se cortou repentinamente com o golpe militar de 1973. A chegada de um mercado livre, liberalizou os limites urbanos e permitiu que as imobiliárias ocupassem a paisagem com enormes extensões de vivendas económicas de má qualidade, construídas com os impostos dos chilenos, não para benefício das famílias sem lar, mas sim para benefício de especuladores de terrenos e da construção. O importante não era as famílias mais pobres, nem a cidade ou o seu território envolvente, o importante era dar solução um problema do Estado: a falta habitações. Muita da política Habitacional Pública de Chile é herança do governo militar e do modelo neoliberal: os privados gerem, projetam e constroem com diferentes graus de liberdade; o governo só cria uma plataforma de base e entrega os recursos … e a cidade e os seus novos habitantes? Bem, que o destino os ajude. Criar conjuntos de habitação social, é criar pedaços de cidade, uma dimensão que temos esquecido e que Paula Petiz nos recordou…. Recordou-nos com excelentes exemplos realizados em cidades portuguesas, mas também nos recordou o nosso passado, recordou-

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un tiempo en que estado hacía las cosas bien, nos recordó que el estado si buscaba el bien común, nos recordó que los arquitectos y los urbanistas tienen una misión con las ciudades y sociedades que construyen, y sobre todo nos recordó que la verdades están presentes, aunque no queramos reconocerlo. Paula se fue tan silenciosa como llegó … nunca pensó el ruido que dejó en el ambiente de la Universidad Diego Portales.

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UDP - Francisco Donoso Tagle, La Vivienda Social y su capacidad de producir Regeneración Urbana


nos que houve um tempo em que o estado fazia as coisas bem, recordou-nos que o estado procurava o bem comum, e que os arquitetos e urbanistas têm uma missão para com as cidades e sociedades que constroem, e sobretudo recordou-nos que as verdades estão presentes ainda que não queiramos reconhecê-lo. Paula foi-se tão silenciosa como chegou… nunca pensou no ruído que deixou no ambiente da Universidade Diego Portales.

Tradução do espanhol para português: Joana Fernandes Revisão: Paula Petiz

UDP - Francisco Donoso Tagle, A Habitação Social e a sua capacidade de produzir Regeneração Urbana

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EdiTOR

Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto Rua do G贸lgota, 215, 4150-755 Porto, Portugal. Porto, 31 de Dezembro de 2012

ISBN

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978-989-8527-02-8



Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto ISBN 978-989-8527-02-8


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