Fogo Interior Storm Lords Saga
Marie Harte
Fogo Interior
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Marie Harte 1º livro da Saga Storm Lords
Marie Harte A terra de Tanselm cairá à maldade se os Tetrarch, quatro príncipes idênticos que manejam os poderes elementares, não encontrarem as suas noivas desejadas. Impulso para o reino paralelo da terra para escapar da morte e assegurar o futuro do seu mundo, eles têm uma missão e uma única missão - encontrar as suas companheiras destinadas. O Fogo de Dentro: Darius Storm, o Príncipe do Fogo, é impaciente e frustrado por estar tão longe de sua casa, portanto o matrimônio é a última coisa em sua mente. As mulheres do mundo externo no qual o empurraram falta o poder interior e força para unir-se realmente com ele, e o seu emprego em uma boate local só lhe põe em contato com perspectivas mais impróprias. Até que ele encontre Samantha Brooks, uma beleza com a paixão ardente para encontrar Darius, e uma magia especial toda dela.
CAPÍTULO UM O príncipe Darius, o primeiro dos Quatro Reis, apoiou-se contra a muralha e entrecerrou os olhos mirando ao inimigo. Com as mãos estendidas exigiu que o poder elementar fosse a sua chamada. Utilizando sua cólera para alimentar o fogo de seu interior elevando-o, dirigiu-o através das pontas de seus dedos flamejantes, enviando uma tormenta de destruição de fogo até os Netharat que transpassavam os limites de seus domínios. Olhando para o lado, viu Arim, o legendário bruxo de Tanselm, entrando na torre e contornando uma explosão fantasmagórica que abrasou a passagem abobadada de pedra sobre sua cabeça. Arim franziu o cenho e com um gesto de sua mão os Netharat que atacavam a entrada ao castelo se converteram em sólidas rochas. Outra explosão fantasmagórica fez com que Darius se atirasse ao chão para evitar uma chama azul, uma retribuição que só os Netharat poderiam suportar. -Maldição, Darius! - virou-se Arim para o príncipe. — Os escudos aguentaram. Vá e se junte a teus irmãos em minha antecâmara, agora! 1/117
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Marie Harte Darius abriu a boca para discutir, mas os olhos de Arim avermelhados pela fúria lhe advertiram que o bruxo tinha sido empurrado até o máximo do que estava disposto a permitir. Mas ter que se retirar o fazia se enfurecer, deixou a Arim e aos outros lançadores de feitiços para ir procurar a seus irmãos. Encontrou Marcus, Cadmus e Aerolus dirigindo-se para a torre leste. Os feitiços murmurados, as mãos e os braços movendo-se fazendo com que os elementos fizessem sua vontade, ordenando com sua voz a terra, criando dilúvios e bombardeando aos inimigos que se aproximavam do perímetro defensivo com poderosos ventos. Observou-os lutar, impressionado apesar de estar familiarizado com a imagem. — Parem seus ataques e venham comigo - chamou a seus irmãos com um grito, apareceu uma tocha dobrando-se ao cruzar o fosso defensivo agora congelado que rodeava o castelo. A criatura gritou e se agitou violentamente tentando apagar as chamas. — Arim nos ordena ir ao seu aposento. — Mas… - tentou protestar Cadmus. — Nada de mas - Darius olhou por cima da muralha do castelo e amaldiçoou enquanto divisava o portal de entrada à dimensão pela qual o inimigo tinha entrado. Muito ao longe, o portal de entrada se parecia com uma piscina de fogo derretido contra o céu azul pálido. Por desgraça, caindo dessa piscina a terra chegava outra onda de Netharat, um pestilento rio de corrupção que inclusive manchava a terra que tocavam. — Temos que ir - esteve de acordo Aerolus, sua voz tranquila em contraste com o caos que lhes rodeava. Cada um dos quatro irmãos lutou enquanto se dirigiam até o castelo e ao aposento de Arim que se encontrava no coração de seu lar. No momento em que se aproximaram da porta de carvalho, esta girou abrindo-se, permitindo a entrada aos irmãos em um aposento transbordante de magia. Como o constante zumbido das abelhas, uma sutil vibração dentro do aposento de pedra, fazia com que o ar rangesse pela energia. Uma estreita cama estava ao longo de uma parede enquanto que uma mesa ao lado estava cheia de pergaminhos e plumas. As mesas e os lugares de trabalho enchiam o resto da grande sala. Em cada superfície salvo a cama havia copos e tigelas de argila cheias dos produtos mágicos do bruxo. 2/117
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Marie Harte — Levou bastante tempo - Darius quase saltou enquanto a Rainha Ravyn fechava a porta com um movimento de sua mão, saindo das sombras. Entrecerrou os olhos, detendo seu olhar em Cadmus. — Quando Arim dá uma ordem, obedeça. Alta e majestosa, com olhos felinos e cabelo negro como a noite que tinha transmitido a todos seus filhos, a rainha Ravyn olhou aos Quatro Reis como uma ave prestes a caçar. Seu subestimado poder parecia crescer na sala de Arim, suas bochechas avermelhadas e seus olhos brilhantes enquanto estudava a seus filhos. — Mãe - disse Darius, com o corpo tenso pelo esforço de conter a energia que bulia ao seu redor. Notou que seus irmãos pareciam igualmente inquietos. — Não deveria estar protegida em sua torre? Ela riu e indicou a ele e seus irmãos para saírem da habitação. — Parece-te com seu pai - ela sorriu com tristeza, um sombrio aviso da recente morte de seu pai. — Sou tão forte como o era Faustus, Darius. Não posso dominar o vento, mas para mim há mais que a magia dos elementos - seus olhos se entrecerraram. — E nenhuma palavra a respeito de meu frágil estado de ânimo. Acabo de perder a meu marido, mas não sou uma inválida. E tenho suficiente poder para impedir que estes invasores tomem minha coroa. Darius piscou diante da reprimenda. Percorreu com o olhar aos seus irmãos para ver o que pensavam da rainha “cortês” e os viu igualmente confusos. Certamente, sua mãe parecia mais uma guerreira que uma dama da realeza. Seus olhos verdes tinham o brilho da ferocidade de seu interior; sua postura estava pronta para entrar em combate e agressiva. Se foram as reais túnicas azuis e o selo de poder pendurado contra seu pescoço. Agora levava uma túnica vermelha de mangas longas e calças negras, muito parecidas à roupa que usava Arim. Como se seus pensamentos tivessem conjurado ao bruxo, Arim apareceu repentinamente no canto da sala, introduzindo mais energia na já carregada sala. — Rápido, temos pouco tempo. — Tempo para que? - perguntou Marcus, vendo-se tão irritado pelas ambíguas ordens de Arim como Darius. Ravyn franziu o cenho, mas Arim negou com a cabeça. — Não, Ravyn, eles precisam saber antes que seja muito tarde.
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Marie Harte Darius e seus irmãos ficaram olhando fixamente pela surpresa. Arim nunca tinha falado com semelhante informalidade com sua mãe. Sempre tinha sido “rainha Ravyn” ou “distinta senhora”. — O ataque dos Netharat neste dia foi com um só propósito, um único propósito; matar aos Quatro Reis e destruir assim a linhagem real. — Ainda mais razoável encontrá-los na batalha. Os Storm Lordes não se inclinam diante de ninguém - disse Darius, seguro do apoio de seus irmãos. Que alguém pudesse destruir a paz e beleza de sua terra… a familiar fúria apareceu, e o calor se inflamou em seu interior rogando ser liberado. — Não - exclamou sua mãe. — Não podemos arriscar aos quatro agora percorreu com o olhar a Arim, depois continuou. — O aviso que nos chegou esta manhã mudou tudo. Os outros reinos se debilitaram. — Como? - perguntou Marcus, seus claros olhos azuis nublando-se pela suspeita. — Antes da saída do sol esta manhã, seus tios passaram à Luz, junto com suas tias e primos - os olhos de Ravyn brilharam por lágrimas não derramadas. — Somos tudo o que resta dos Storm Lordes. Darius cravou os olhos nela sobressaltado. Tanselm sempre tinha sido protegido pelos Tetrarcas, quatro irmãos idênticos de sangue azul. Durante mil anos a paz e a harmonia reinaram em uma terra fértil fazendo com que se enchesse de um belo verdor e a fauna selvagem voltasse a nascer. Que agora o mal tentasse voltar a conseguir aquilo pelo qual os Storm Lordes tinham lutado uma vez era inconcebível. Como sua casa, no território ocidental, estava sob assédio, os outros três territórios estavam mais vulneráveis a um ataque dos Netharat. Simplesmente não parecia possível que o poder dos Storm Lordes tivesse deixado que isto acontecesse. — É a verdade - indicou Arim baixinho, sua voz vibrando pela autoridade. Olhou a cada um deles. — Seu pai foi envenenado, assim como aos outros reis, por uma maldição criada por Djinn. Se não tirarmos os quatro daqui, morrerão, assassinados igual ao resto de nós tão seguramente quanto agora estamos aqui falando. Cadmus passou uma mão pelo cabelo forte e negro. — Os escudos nunca deixarão Djinn entrar em Tanselm. 4/117
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Marie Harte — Não disse que Djinn entrou em nosso mundo, só que está no grupo do Netharat. — Mas não se aliam. Nunca o fizeram - protestou Marcus. — Até agora - falou com segurança Arim, seus olhos sombrios, as escuras íris negras engolidas pelo vermelho de uma grande cólera. — Não sei como Sin Garu o está fazendo, mas juntou Netharat e Djinn para levar a cabo seus desejos. Conseguiu penetrar em nossos escudos o suficiente para permitir que seus fantasmas criem um portal dimensional e não matou a um, e sim a toda Tetrarca. Se não fosse por vocês quatro e sua mãe, os escudos de Tanselm teriam caído por completo já. — E por você, Arim - disse brandamente Ravyn. — Seu poder é possivelmente tão forte como o de todos nós. Darius passou o olhar de sua mãe ao bruxo com desconfiança. Seu tom era alarmantemente carinhoso. Ela sorriu e pôs uma mão sobre o braço de Arim, conseguindo um involuntário grunhido de Darius e um olhar furioso de Marcus e Cadmus. Mas o que disse ela então deixou a Darius aturdido. Ela olhou fixamente o rosto de Arim. — Meu irmão se esquece de si mesmo. Darius ficou boquiaberto. Teve que obrigar-se a piscar, então olhou para ver se seus irmãos tinham ouvido o mesmo que ele. Também se viam aturdidos, inclusive Aerolus que raramente demonstrava o que sentia. — Seu irmão! - o olhar fixo de Darius passou do bruxo real a sua mãe. — Disse que não tinha mais família que papai e nós. O que, pela Luz, está acontecendo? - a confusão fez com que seu gênio se voltasse frustrado, e teve que lutar para evitar quebrar algo. — Sinto muito, Darius, mas estou tentando te dizer tudo o que posso no pouco tempo que temos -sua mãe caminhou para ele e acariciou sua bochecha. — Pela real possibilidade de que você e seus irmãos morram se ficarem, devem abandonar Tanselm. Ao menos se algo acontecer comigo ou com Arim, vocês quatro manterão poder suficiente para salvar nossa terra. — Mas só se tiverem êxito na tarefa que espera vocês - acrescentou Arim. Darius cravou os olhos no bruxo, incapaz de evitar comparar ao homem alto com sua mãe. Ambos tinham cabelo escuro e pele dourada, não era incomum no reino. Mas olhando mais atentamente, viu as mesmas maçãs do rosto altas, o 5/117
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Marie Harte mesmo olhar forte, penetrante desses olhos amendoados, similitudes faciais que até agora não tinha notado. — Sinto não lhes haver dito tudo isso antes - disse sua mãe, inclinando a cabeça para Arim. — Mas meu passado é complicado, e sempre acreditei que haveria mais tempo. Vocês quatro são nossa única esperança. Devem ir e encontrar o futuro. — O futuro? - perguntou Cadmus, incrédulo, seus olhos passando de Ravyn a Arim alarmados. — Não pode haver futuro para Tanselm, mãe. Como nos pode pedir que a abandonemos neste momento de perigo? Renunciar a nossa gente e a você? — Ela não o pede - disse severamente Arim. — Ela ordena que vá. Sua mãe e eu previmos a necessidade disto durante algum tempo. Te conhecemos melhor do que você mesmo se conhece. Os olhos de Darius se entrecerraram. — Previram a necessidade? Sabiam que o Netharat viria. Arim não respondeu. — Nos envia a outro mundo para procurar uma arma com a qual lutar? Arim era um bruxo incrível, nunca assustado ou sem um plano. — Algo poderoso sem dúvida. Cadmus negou com a cabeça. — Temos muita magia aqui em Tanselm. Por que deveríamos ir a outro mundo? E não pode ser aberto um portal. Sin Garu bloqueou todas as passagens a outros planos energéticos. — Ele não sabe deste mundo - respondeu Arim, — graças ao forte feitiço criado por sua mãe. A importância deste plano não pode ser negada. Ali encontrarão a chave para o futuro de Tanselm. — Então o que é? - perguntou Darius, sua voz denotando a frustração que sentia. — Este não é momento de adivinhações, Tio - a expressão de Arim se escureceu ainda mais, mas Darius continuou, sem lhe preocupar. — Nos digam que é o que temos que procurar e o encontraremos. — Mulheres - respondeu em poucas palavras sua mãe, com os lábios franzidos. —Se vocês quatro me tivessem escutado anos atrás e procurado esposas, já poderíamos ter evitado esta catástrofe próxima. — Ou sofrer o mesmo destino e morrer igual aos outros reinos - disse Arim em voz baixa enquanto espalhava escura cinza pelo chão. 6/117
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Marie Harte — Possivelmente - esteve de acordo ela, cansadamente. — Mas ainda sim, nos acaba o tempo. Têm que encontrar a suas affai, e rapidamente. — Nossas affai? - Marcus piscou, seu assombro refletia também o que sentia Darius. — Quer que procuremos prometidas? Agora? Ao menos Darius não era o único ao qual custava muito trabalho acreditar que isto fosse real. O reino em perigo de desaparecer, seu povo perto de morrer, e Arim e sua mãe queriam que encontrassem noivas? — Com os quatro cantos de Tanselm vazios, cada um de vocês é necessário para encher o vazio deixado pela morte de seus tios e pai - Arim levou seus musculosos braços ao seu peito, sem mudar de posição. Sempre parecia jovem, seus olhos brilhantes e sua pele translúcida em meio do movimento mágico das luzes na sala. — Seu pai ganhou o trono porque ele e sua mãe receberam o grande presente de quatro filhos idênticos, imagens idênticas do poder e graça dos Storm Lordes. — Agora cada um de vocês deve encontrar uma noiva, uma mulher de valor e fé, uma mulher capaz de confrontar a provocação presente de Tanselm. Um de vocês criará a quatro filhos idênticos para que continuem com o futuro de nossa gente. A menos que encontrem a vossas affai, a vida em Tanselm como a conhecemos terminará. Darius amaldiçoou e negou com a cabeça. — Não podemos encontrá-las em outro plano, Arim. Que promessa temos de que neste outro reino tenham também nossa magia? Não, devemos ficar e encontrar uma noiva entre os nossos, assegurar a linha de continuidade para a força dos Storm Lordes. Seus irmãos assentiram com a cabeça, todos salvo Aerolus que permanecia imóvel, observando a todos cuidadosamente. Os olhos de sua mãe arderam, tanto pelas lágrimas como pela cólera. — Então deveria ter encontrado uma noiva aqui há anos, quando era a época adequada. Mas não. Vocês quatro evitaram o compromisso matrimonial como se tratasse de uma praga - ela riu com ferocidade. — E agora uma praga infesta nosso reino. Chegou o momento. Conheço as possibilidades que lhes esperam nesse estranho mundo. Seus olhos brilharam, algo sutil avisou de que a Rainha Ravyn tinha poder por direito próprio. 7/117
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Marie Harte — Suas affai te esperam. Mas há mais motivos para a busca que o que dar nascimento aos Quatro Reis. Cada um de vocês necessitará da força e energia que só suas affai te poderão dar. Só com sua ajuda poderemos reconstruí-la o bastante para resistir ao mal que constantemente nos ameaça. — Então, nos dê um Cristal do Saber - disse Aerolus, surpreendendo a Darius ao estar de acordo para abandonar Tanselm em semelhante crise. — Todos foram destruídos - respondeu Arim. — Terão que confiar em seus julgamentos, em seus corações. O amor abunda em todas as partes e está nos lugares mais improváveis - sua expressão entonou um tom estranho, um que Darius encontrou curiosamente arrependido. — Tenho fé em que encontrarão o que necessitamos para nos ajudar nesta causa. E ali também encontrarão que o sangue de sua mãe corre fortemente em vocês. Cravou os olhos em cada um dos quatro, atrasando-se em Darius ao final. — Não devem falhar - começou a cantar, e a escura cinza espalhada pelo solo manchou sob os pés dos irmãos. — Um momento! - os acontecimentos foram muito rápidos para Darius. Necessitava de tempo para absorver o que lhe havia dito, tempo para entender. Seu temperamento se remontou quando se deu conta de que Arim continuava com o feitiço, lhe ignorando. — Maldição, bruxo! Não posso deixar a Netharat respirando contra nossos pescoços. Ao menos nos dê tempo para expulsá-los através do portal. — Estou de acordo - disse Marcus. — E eu - acrescentou Cadmus. Aerolus não disse nada, somente cravou o olhar em Arim. Em meio de sua rebelião, sua mãe repentinamente sorriu, um aberto sorriso misterioso que fez com que parecesse mais jovem. Levantou as mãos e rangentes raios saíram das pontas de seus dedos, uma imagem que nunca antes se viu da doce rainha do oeste. — Sentirei falta de todos vocês. Recordem de olhar em seus interiores profundamente para encontrar seus poderes, além do que creem saber. E tragam nossa salvação. Sorriu através das lágrimas e pressionou com suas mãos seu coração. — Meu amor está com vocês. Não deixem que nos derrubem. Encontrem suas affai. 8/117
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Marie Harte — Não - Darius começou a sair, disparando uma bola de fogo à porta de carvalho que o impedia. A fúria cresceu ao ver que não teria oportunidade de vingar a seu pai e aos Storm Lordes. Literalmente ficou vermelho de ira, sua cólera aumentando por segundos. — Não irei - grunhiu antes que o mundo se voltasse negro. Quando pôde voltar a abrir os olhos, encontrou-se cravando a eles em um estranho céu num mundo que claramente não era o seu. O céu era de um azul tranquilo, as árvores seguiam sendo verdes, mas tudo se sentia plano, carente da faísca da magia que fazia tão rico a Tanselm. Seus sentidos estavam amortecidos. As cores não eram tão brilhantes, não havia cheiro de vida, como se o ar ao seu redor estivesse escorrido. Um grunhido baixo rompeu seu estudo e piscou ante os perigosos animais que se aproximavam. Cão, pensou ele enquanto se agachava aos seus pés e agarrava a adaga que sempre levava ao seu lado. Um pouco menores que os de seu lar, mas igualmente mortíferos. E enquanto um se aproximava mostrando os dentes, perguntou-se se não teria sido mais seguro ficar em Tanselm lutando contra Netharat. CAPITULO DOIS Samantha Brooks afastou uma mecha de cabelo molhado de seus olhos e espirrou. Fazia meses que não voltava para Seattle e agora pensou que deveria haver adiado a viagem até que o clima fosse mais quente. Normalmente fevereiro trazia consigo neve, mas nesta desgraçada noite de quinta-feira - não, corrigiu-se ela enquanto olhava seu relógio, eram as primeiras horas da sexta-feira - o meteorologista tinha acertado ao predizer uma fria chuva. Por má sorte ela não tinha desembalado seu grosso casaco de inverno ou um guarda-chuva. Tremendo dentro da fina jaqueta de couro, nem sequer impermeabilizada e com forro, suspirou e cravou os olhos no resplandecente painel de néon do local mais novo de Seattle, o Outpour. — Um nome nojento - se queixou ela e golpeou ruidosamente a porta principal. Tinha passado da hora de fechar, por quase quatro horas. Maldição, tinha querido ver o clube em pleno movimento, mas seu voo atrasou mais do que esperava. Tinha tido que regatear para saber onde se encontrava sua bagagem, e 9/117
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Marie Harte depois na agência de carros de aluguel tinham perdido sua reserva e tinha tido que lutar para conseguir o que lhes restava, uma compacta lata de cerveja com rodas. Pois bem, aqui estava agora. Talvez poderia examinar o local e o trabalho de como estava depois de umas horas, conseguir uma visão fresca do lugar sem corpos antes de iniciar o projeto de melhoras para Gerry. Uma gota conseguiu deslizar-se sob o pescoço de sua jaqueta, fazendo com que um calafrio percorresse sua coluna. Bateu com mais força. Certamente os empregados ficavam para limpar. Acreditou escutar música. Depois de passar outro minuto sob a chuva, empurrou a porta, assombrando-se quando se abriu. Uma vez dentro se sentiu no ato mais quente e andou por um escuro vestíbulo escutando o zumbido baixo da música e o fraco resplendor das luzes. Tirando a jaqueta molhada, levou-a até o próximo balcão, procurando um indício de que houvesse alguém. — Olá? A única resposta que obteve foi o sob zumbido do Prodigy que saía dos altofalantes. Alguém tinha estado limpando, notou ela, vendo os grandes baldes de lixo postos em diferentes pontos da grande sala. O cheiro de cerveja rançosa seguia no ar, misturado com um leve toque de limpador com cheiro cítrico que fazia o fedor quase agradável. As mesas e cadeiras de conjunto de cromo com almofadas de cores néon estavam desordenadas pela planta principal que rodeava a área de dança. A todo o comprido da sala havia várias plataformas mais altas onde havia cabines e mesas, desenhadas, imaginou ela, para dar sensação de exclusividade. Olhando fixamente ao seu redor, viu um segundo balcão ao outro lado da sala. Voltou a agarrar sua jaqueta e se aproximou do pé do balcão, olhando atrás dela com a esperança de encontrar alguém com quem falar. Esta parte parecia ter sido limpa há pouco, a parte superior brilhante e sem lixo. Deixando a carteira e a jaqueta sobre um tamborete atrás do balcão, seguiu estudando a sala. Tinha que haver alguém. Seguiu andando em busca de sinais de vida e notou em uma inscrição em uma porta que tinha “só empregados”. Apesar do muito que desejava ir ao seu hotel e tratar disto depois, precisava inteirar-se de quem tinha deixado as portas abertas e o lugar sem atender. 10/117
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Marie Harte Entrou cautelosamente, sentindo-se como a idiota vítima de um filme de terror que revista um armazém abandonado sozinha para encontrar a morte nos braços de um assassino em série louco. Samantha desprezava esses filmes por retratar as vítimas de um modo tão desesperadamente estúpido. Mas enquanto baixava degrau a degrau, admirou-se por sua inteligência. Talvez somente devesse voltar amanhã. O ruído de seus passos sobre o frio chão de cimento era como trovões, e vacilou enquanto chegava aonde terminava o feixe de luz no vão da escada. — Olá? Há alguém? - ela bateu no interruptor da luz que havia ao pé das escadas, assombrando-se quando não aconteceu nada. — Maldição - Gerry podia tratar amanhã com o empregado ausente. Não havia nada que a fizesse andar por esse porão escuro, sobretudo com esse estranho sentimento. Não podia estar segura se sua imaginação estava desbocada, mas juraria que podia sentir a alguém, ou algo similar, observando-a da escuridão. — Estou aqui - ela se virou e pôs um pé num degrau quando a luz da escada titilou e se apagou. Se arrepiou, fazendo-a estremecer por algo mais que o frio. Tentando chegar ao painel, tinha subido um segundo degrau quando uma grande mão agarrou seu ombro, puxando-a para trás contra um corpo grande e sólido como uma rocha. Ela gritou e se agitou violentamente, tentando libertar-se dos fortes braços que repentinamente a tinham enjaulado contra um duro corpo masculino. — Te peguei - escutou uma profunda voz perto de seu ouvido. Imediatamente ela ficou congelada, seu coração pulsando a uma milha por minuto. Seu fôlego contido enquanto os braços ao seu redor se afrouxavam. Uma mão afastou seu cabelo molhado, depois passou por seu rosto e desceu por seu peito, atrasando-se em seus seios. Seu rosto estava avermelhado e tentou afastar-se de sua sujeição, o terror capturando-a fortemente, mas ele seguiu acariciando mais para baixo. Suas mãos se sentiam estranhamente quentes, avivando tanto seu temor como uma curiosa doença em seu ventre que carecia de sentido. — Não te disse que não voltasse? - perguntou a voz profunda. — Não sou seu brinquedo. Suas mãos voltaram para seus seios e os apertaram quase de um modo doloroso. Estranho, mas seu aperto somente a excitou mais. 11/117
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Marie Harte Quando suas palavras saíram, Samantha respirou profundamente e procurou um pouco de controle sobre suas loucas emoções. Bem, assim não era um assassino psicopata louco. Acreditava conhecê-la. — Olhe, há um mal-entendido. Não sei quem é, mas o dono me convidou para vir aqui. Suas mãos lentamente se separaram de seu corpo, raspando seus mamilos e acendendo ainda mais seus sobrecarregados sentidos. Ela se virou com cautela, preparada para pôr-se a correr de um momento a outro. Uma repentina luz iluminou a sala e piscou ante o resplendor da chama em sua mão. Estranho, mas não podia ver de onde saía a chama. Se não tivesse melhor critério juraria que seus dedos estavam ardendo. Ele amaldiçoou brandamente, conseguindo afastar seu olhar de sua mão e atraindo-a ao seu rosto. Todos os pensamentos sobre fósforos e acendedores inexistentes desapareceram. Seus olhos se aumentaram enquanto olhava o Adonis de cabelo escuro que se elevava ante ela. O cabelo lhe acariciava os ombros, dando uma moldura a um rosto cheio de sensualidade. Os insondáveis olhos negros a contemplaram, da cabeça aos dedos dos pés, fazendo com que ela se quisesse tampar ante sua descarada inspeção. Mas seu exame não terminou afastando a vista. Estava cheio de especulação masculina, e categoricamente perigoso. Samantha não podia ajudar devolvendo seu exame. O homem tinha uns traços surpreendentemente atraentes, um nariz reto, aristocrático e uma mandíbula teimosa, quadrada. E seu corpo… alto e musculoso, teria podido aparecer na casa de Muscle and Fitness. — Não é Janet - sua voz transpirava atração sexual, escura e rouca, enquanto o trovão soava no céu. — Não, não sou - ela retrocedeu outro passo, precisando recuperar seus sentidos. A adrenalina corria por seu sistema, tanto pelo susto que lhe tinha dado como por sua aparência atraente. Ele suspirou e baixou a mão. — Acreditei que era outra pessoa. — Óbvio - resmungou ela e espirrou. Ela viu como seus lábios formavam um sorriso e seu coração duplicou os batidos. — Como pode assegurar, as luzes se apagaram pela tormenta. Talvez deveríamos voltar para cima, onde pode se apresentar e explicar que faze aqui 12/117
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Marie Harte embaixo - ele indicou com a cabeça as escadas que havia as costas dela, suas palavras eram claramente uma ordem e não uma sugestão. Não lhe importava. Samantha desejava estar em um lugar mais quente e se afastar do homem que despertava sua entorpecida libido. Enquanto se virava e rapidamente subia os degraus, podia sentir seu olhar fixo nela como uma carícia física. Negando com a cabeça, recordou a si mesma que tão pouco sono e o clima tinham convertido em lama sua sensibilidade. Sua coluna estava rígida enquanto entrava na cálida atmosfera do clube de novo, digeriu-se à parte traseira do balcão e se girou uma vez que teve sua carteira. Não lhe escutou mover-se e ficou sem fôlego ao lhe encontrar a suas costas. Este sujeito alguma vez tinha ouvido falar de espaço pessoal? Ela engoliu audivelmente. Era ela, ou ele parecia mais alto que o um metro e noventa e cinco que tinha acreditado antes? — Sou Samantha Brooks, a assessora que foi contratada por Gerry Barnham. Imagino que trabalha aqui. — Vejamos alguma identificação, querida. Ela apertou a mandíbula. Quando ele cruzou os musculosos braços contra um sólido peito e se apoiou contra a parede a suas costas, sem mover-se, ela tirou sua carteira, passou-lhe sua carteira de motorista e esperou impacientemente enquanto o examinava. Finalmente ele assentiu com a cabeça. Voltando a colocar sua carteira em sua bolsa, ela voltou a lhe confrontar, perturbada tanto por sua arrogância como a maior atração sexual que tinha sentido em sua vida. — E você é? — Sirvo as bebidas para Gerry. Nenhum mais intranquilo. Ela ficou muito surpreendida. Com sua estatura não poderia ser mais intimidante para fazer com que outros seguissem suas regras. Mas era um dos barmans… tinha que ser Darius Store. Gerry tinha mencionado com ela a incrível atração que exercia seu mais novo barman, atraindo mais mulheres ao clube que nunca. Vendo-lhe, entendeu a atração. O homem a percorreu com um olhar avaliador de cima a baixo, seus olhos voltando para seu rosto e vagando por ele como se memorizasse seus traços. — Sou Darius. 13/117
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Marie Harte Ela soltou o fôlego que continha, lhe escutando confirmar sua identidade. Na verdade trabalhava aqui. Por desgraça, seu gêmea má, o duendezinho do sexo que vivia em seu interior, lamentava-se que ele não tivesse a louca inclinação de raptá-la para o sexo. Ela amaldiçoou sua traidora imaginação e o inexplicável rubor que cobriu suas bochechas e atraiu sua atenção a elas nesse momento. Sua sobrancelha esquerda se elevou, lhe dizendo claramente que tinha notado seu rubor. — Não te esperava esta noite. Gerry mencionou que chegaria em algum momento deste fim de semana - se aproximou mais dela, passando o braço ao seu redor e ela se esticou. Ele cheirava a chuva e especiarias, um perfume que ela não podia identificar, mas que fazia com que quisesse beijar esses arrogantes lábios. Em vez de agarrá-la, como parecia que ia fazer, ele passou sua mão desde suas costas para frente e lhe deu uma toalha com um sorriso afetado. — Está molhada. Irritada de que ele a pusesse nervosa e que soubesse, soltou sua bolsa e agarrou a toalha de suas mãos, contendo o fôlego quando seus dedos se tocaram. Uma labareda de calor subiu por seu braço e não pôde evitar que um arrepio a percorresse. Ele franziu o cenho. — Tem que estar se congelando - se moveu velozmente, envolvendo-a entre seus braços, com bastante mais amabilidade da qual tinha tido antes. — Ouça! Que diabos… - ela fez uma pausa enquanto o calor se radiava ao seu redor. — Ah - gemeu ela, esquentando seu corpo desta maneira tão pouco natural. Quente em mais de uma forma, corrigiu-se ela. Com uma ternura que não teria acreditado que ele tinha, apertou-lhe o rosto contra seu peito. Ela podia sentir seu coração pulsando rapidamente contra sua bochecha e se perguntou se não era a única a qual lhe afetava a proximidade. Mas ele não fez nenhum movimento salvo sujeitá-la para que seus calafrios parassem. Tardiamente, deu-se conta de que seu cabelo e calças jeans lhe estavam molhando. — Desculpe - disse com uma voz mais rouca do que lhe teria gostado. — Te molhei.
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Marie Harte Esfregou-a em círculos lentos, fazendo que se derretesse contra seu corpo duro como uma rocha. Depois se moveu ligeiramente, fazendo-a consciente de uma rocha distinta contra seu estômago. Meu, oh meu, foi tudo o que ela pôde pensar a respeito da montanha que parecia crescer enquanto ele a sujeitava. Antes que pudesse dizer ou fazer algo, entretanto, soltou-a, pondo um pouco de distancia entre eles. — Deveria te sentir melhor agora - seus olhos brilharam, um estranho indício de uma cor parecia formar redemoinhos nas profundidades negras. Depois ele piscou e a estranha coisa desapareceu. — Sinto-me muito melhor, obrigada - Samantha não podia deixar de cravar os olhos nele, entendendo agora os comentários de Gerry sobre as mulheres que iam em manada para visitar o clube. Em menos de dez minutos na presença de Darius, ela quis saltar sobre seus ossos. Seus mamilos doíam e suas costas pulsavam, e ele tinha feito pouco mais que abraçá-la. Um pé atrás do outro, já. Ela franziu o cenho e elevou sua bolsa e jaqueta, contendo um estremecimento enquanto a jaqueta lhe impregnava a manga da camisa. — Pois bem, sinto te haver incomodado. Vejo que até tem trabalho assim eu irei - ela olhou ao seu redor procurando um telefone — Somente preciso chamar um táxi. — Quase terminei. Levarei-te para casa - fez da sugestão uma sólida ordem. — Não - ela também devia ter metido força na palavra quando ele elevou uma sobrancelha. — É agradável de sua parte, mas não quero ser um incômodo. Somente me mostre o telefone e estarei fora daqui. Ele lhe assinalou com o dedo o telefone e a olhou enquanto terminava de limpar as mesas do clube. — Te assusto? - sua boca se torceu em um sorriso sardônico. Ela se arrepiou. — Não. Mas realmente sou capaz de me encarregar de mim mesma. — Estou seguro de que o é -disse ele com um aberto sorriso sugestivo, seus olhos centrados em seus tensos mamilos. — Mas estou mais que disposto a te dar uma carona… para casa. Depois de tudo, é provavelmente culpa minha que esteja 15/117
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Marie Harte molhada - ele fez uma pausa e cravou os olhos avidamente em seu corpo, descansando sobre sua virilha. Ela não podia acreditar em seu descaramento, mas quando abriu a boca para lhe atacar, ele adicionou de um modo, Oh, tão inocente: — De ter estado acima quando chegou, poderia te haver economizado a chuva e te haver dito que entrasse - seus olhos negros brilharam, conhecedores e cheios de um entendimento de suas conotações sexuais. Imbecil! Por desgraça, suas palavras quase lhe fizeram esquecer seu celibato auto-imposto. Apesar de seus comentários e sua arrogância, ela sentiu que a fazia esquecer a qualquer homem com o qual tivesse estado antes. Era tudo o que podia fazer para não sair correndo pela porta quando o táxi finalmente tocou a buzina. — Tratarei contigo manhã - disse a advertência sobre seu ombro, tendo a intenção de ajustar sua atitude uma vez que tivesse meditado sobre a situação depois de uma boa noite de sono. — Sim, o tratará - chegou sua resposta final. **** Darius observou como o humor brilhava nos olhos da mulher. Uma otimista, forte e exata labareda apareceu em seu interior, lhe assombrando até o alcance puro de necessidade que inundava seu sistema. Nos intermináveis e aborrecidos dias passados neste mundo, nem uma vez tinha conhecido uma necessidade por uma mulher como agora. E ainda não a conhecia. Obviamente seu corpo reconhecia a química perfeita. Negou com a cabeça enquanto limpava o resto do clube. Possivelmente a sorte finalmente lhe sorria. Quem mais salvo o destino, podia ser responsável por sua decisão de trocar o turno com Michelle e depois ficar até tarde de modo que Mike pudesse sair logo para estar com sua noiva? Darius teria podido ir há uma meia hora, mas por algum momento tinha decidido atrasar sua volta para casa. Sorriu abertamente, recordando os seios cheios que há pouco tinha sentido contra seu peito. Devolvendo os grandes contêineres de lixo ao seu lugar, atirou os produtos de limpeza ao armazém e colocou o cadeado na porta traseira após sair. 16/117
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Marie Harte Enquanto a fria chuva golpeava do céu, caminhou até sua caminhonete. Uma vez dentro do Chevy Blazer 89, rapidamente irradiou suficiente calor de seu corpo para esquentar o caminhão e derreter o gelo do para-brisa. Não podia lhes haver enviado Arim a um lugar que tivesse temperatura parecida com as cálidas de Tanselm? No miserável ano que tinha estado nesta Seattle, tinha-lhe feito falta ver a temperatura de um só dia próxima a da estação de cultivo de Tanselm. Suspirou e saiu do estacionamento. Dirigindo-se à casa que compartilhava com seus irmãos, sentiu outra onda chegar de nostalgia por sua pátria. Em sua mente respirou o puro ar de sua terra natal, sua serra entre as legendárias árvores de rilk contra o claro céu de seu território ocidental. Engraçado, mas a cor das folhas de Tanselm era do mesmo tom que os olhos de Samantha Brooks. Seus pensamentos deram um rápido giro enquanto dirigia até Greenlake. A este passo, Tanselm estaria completamente destroçado antes que voltassem. Não por não tentá-lo, mas sim porque nenhum deles tinha conseguido encontrar uma mulher com a força de ânimo ou a disposição mental para aceitar seu modo de vida. A princípio Darius tinha acreditado em utilizar o sexo como um modo de encontrar uma companheira. Por desgraça. Suas relações lhe deixavam fisicamente satisfeito, mas espiritualmente exausto. Ao menos as mulheres com as quais se deitava em Tanselm alimentavam esta parte dele que necessitava um contato mais profundo, uma consciência da vida ao seu redor. Aqui neste plano, as mulheres com as quais tinha tido sexo lhe tinham dado prazer físico e pouco mais. E a verdade, o sexo não tinha sido grande coisa. Não tinha havido estimulação mental, só jogos e mais jogos, sobretudo uma vez que se deram conta de que tinha três irmãos idênticos. Fazendo uma careta, entrou na rua de uma monstruosa casa com vista para o lago, uma casa apenas adequada para os Quatro Reis, mas parecia o melhor que poderiam encontrar nesse mundo. Estacionou sua caminhonete atrás do Jipe de Cadmus e ao lado do BMW de Marcus. Aerolus precisava comprar um, e tendo em conta sua nova inclinação para a teletransportação, Darius não via o esquisitão de seu irmão comprando um.
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Marie Harte Por muito que se alegrasse da pausa da chuva, não podia evitar olhar com cólera o interior da caminhonete… uma monstruosidade mecânica lhe defendendo da natureza. O que daria por um cavalo. Descendo do volumoso veículo, dirigiu-se à porta principal. Entrou para encontrar a casa às escuras e abriu passagem silenciosamente até seu dormitório no segundo andar. Tendo vivido os primeiros meses neste mundo em um território selvagem, vivendo a base da terra, livremente admitia que gostava da comodidade desta casa, tão pequena e fracamente construída como era. Não era feita de rocha ou aço, construiu-se a base de madeira e tijolo, ambas substâncias que se derreteriam sob seu toque abrasador. De fato, nada aqui poderia resistir ao ataque de um bruxo, salvo ele e seus irmãos. Nunca usaram o dispositivo de segurança que vinha instalado na casa. Como se os quatro Storm Lordes necessitassem de proteção contra qualquer um destes habitantes. Em seu quarto, despiu-se, pondo seu casaco sobre uma cadeira, mas jogando as demais peças ao chão. Indo ao quarto de banho contíguo, agradeceu poder tirar as lentes de contato que nublavam sua visão. Colocando as lentes de contato de tom café na solução, olhou seu reflexo, contente de voltar a ver-se. Seu cabelo e seu rosto pareciam iguais, suas íris avermelhadas atordoadas pelo sono. Entretanto, seu corpo tinha começado a emagrecer. Com olhos críticos estudou atentamente seu torso. Os pesados músculos que tinha exercitado diariamente no castelo tinham desaparecido, lhe deixando mais magro do que deveria estar nunca um verdadeiro guerreiro de Tanselm. Entretanto, suas pernas tinham ganhado músculos devido ao muito que andava ali. Sem um cavalo para mover-se, Darius com frequência andava pela cidade, não querendo permanecer enjaulado na relíquia de caminhão. Se não fosse porque o interior era o suficiente grande para estar cômodo e o fato de que seu trabalho estava muito longe para ir a pé cada dia, nunca o teria comprado. Mas trabalhar no Outpour significava estar constantemente em exposição ante possíveis noivas, e tinha que continuar procurando até que desse com sua affai. Suspirando, deixou o banheiro e se deslizou na cama extra-grande. O sussurro do cetim sobre seu corpo o conscientizou com inquietação do tempo que tinha passado desde que tinha estado com uma mulher e quão atrativa tinha achado à senhorita Samantha Brooks. 18/117
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Marie Harte Seu pênis se moveu, recordando os mamilos contra suas mãos, seu corpo curvilíneo apertado contra o dele endurecendo-se e pulsando em um segundo. Amaldiçoando a oportunidade do momento e seu cansaço, começou a girar sobre seu estômago e tentou dormir. Mas durante toda a noite os sonhos sobre ela lhe tentaram, até o ponto em que despertou suando, seu corpo rogando culminação. Imaginando que as mãos de Samantha se arrastavam por seu corpo, alcançou seu pênis e começou a acariciá-lo, em todo momento visualizando Samantha de joelhos, lhe sugando até o mais profundo de sua garganta. Seu fôlego ficou ofegante e aumentou o ritmo, ficando insuportavelmente estimulado pelo pensamento dela tragando-o, ao intenso puxado de sua boca. Trocou a fantasia, imaginando-a mais inclinada para receber seu pênis, lhe montando com seus seios elevados, implorando por suas carícias. Voltou a sentir o peso desses globos em suas mãos, os insolentes mamilos endurecidos pedindo atenção, lhe aguilhoando com uma poderosa luxúria. Em sua imaginação podia ver seus belos olhos verdes com um profundo desejo, seus seios inchados implorando ser chupados. As pétalas de sua suavidade feminina eram gordinhas, seu clitóris rosado necessitava a ele e somente a ele. Com um gemido repentino chegou ao clímax, movendo seu punho uma e outra vez enquanto os pensamentos sobre Samantha lhe enchiam de prazer. Atordoado pela profundidade de sua necessidade, não podia evitar perguntar-se por Samantha e a estranha fascinação que sentia por ela. Tinham passado anos desde que se houvesse sentido tão acordado pela simples imagem de uma mulher, e até mais desde que havia sentido a necessidade de encarregar-se de seus desejos. Depois de limpar-se com uma toalha próxima, voltou a se acomodar em um precário sono, seu corpo pulsando de satisfação enquanto sua mente se enfurecia pela necessidade de raciocinar com esta nova adivinhação. Custava-lhe acreditar que uma mulher deste mundo pudesse ser sua affai. Entendia de atração e luxúria. Caramba, admitia livremente que desejava o corpo de Samantha. Mas encontrar a sua affai neste nível? Uma mulher que completasse seu espírito, que se unisse a ele pela eternidade? Apesar das propagandas contrárias de Arim e de sua mãe, Darius duvidava de que encontrasse uma verdadeira companheira em um mundo sem magia.
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Marie Harte Com sua mente tão cansada e à deriva no sono, deu-se conta de que voltaria a ver Samantha essa noite. E quando o fizesse, estabeleceria as regras e a etapa para a sedução, e a bajulação para tirar a tentadora harpia de seu sangue para sempre. CAPITULO TRÊS Samantha gemeu e moveu agitadamente a cabeça de um lado a outro, necessitando de alívio. Darius, entretanto, não a deixava ir. Seu cabelo negro e sedoso roçava a parte interna de suas coxas enquanto sua língua dançava sobre suas dobras e se afundava mais, procurando seus endurecidos clitóris. Uma e outra vez a levou ao topo, só para deixá-la pendurando perigosamente perto da borda. — Diga-me affai, o quanto me quer - disse densamente ele, o apaixonado trovão de sua voz elevando-a a novas alturas. — Te quero, te quero - ela elevou a cabeça, roçando com seus dedos seu cabelo enquanto atraía sua cabeça mais perto de seu centro. — Por favor. Ela sentiu o completo sorriso dele contra ela. Com um grito se arqueou ante suas carícias, completamente cativada pelas lambidas embriagadoras e rapidamente chegou à margem do clímax. Ele sugou duramente seus clitóris e introduziu um grosso dedo dentro dela, aumentando a fricção contra sua protuberância torcida. Um segundo dedo entrou nela, estendendo-a, preparando-a, e ela já não podia esperar mais. — Darius - gemeu ela, uma quente umidade molhando seus dedos. — Não posso parar. Oh sim, sim - ela chorou e chegou, em um explosivo orgasmo enquanto ele seguia lambendo-a. Ele a montou então, sentindo seu grosso pênis quente contra a entrada de seu corpo. Esperou até que ela olhou perdidamente seus olhos, distinguindo um brilho vermelho fogoso, inumano, e lentamente entrou… — Está tudo bem aí dentro? - perguntou a voz de uma mulher fora da porta no mesmo momento em que apertou o botão ruidosamente. Emocionada e confusa, levou um minuto para Samantha dar-se conta do que acontecia. Completamente envergonhada, limpou a garganta e falou o suficientemente forte como para que a ouvisse através da porta. — Sim, sinto muito. Somente era um pesadelo. 20/117
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Marie Harte — Bem, bem, então voltarei depois - o ruído de passos e um chiado de rodas se foi, desvaneceram no silêncio antes que uma porta abaixo do vestíbulo se abrisse e fechasse ruidosamente. Samantha olhou o relógio despertador perto da cama. As onze em ponto. Limpando a testa suarenta, puxou o objeto com um pesado alívio e baixou as pernas ao chão. Fez uma careta ao levantar-se, com inquietação consciente da umidade entre suas pernas. Tive um sonho erótico. Grande coisa. Salvo porque uma das empregadas tinha ouvido seu grito. Samantha sentiu o calor em seu rosto e tentou subtrair importância ao rubor enquanto se dirigia ao banheiro. Mas ainda não podia acreditar no real que parecia o sonho. Enquanto se lavava sob a ducha quente, facilmente podia recordar cada detalhe a respeito de Darius Storm, como parecia, como cheirava, como saboreava. Ela se acalmou. Não tinha tido um desses sonhos em meses. Depois um detalhe de seu sonho relampejou ante ela. Darius Store a tinha ficado olhando com olhos vermelhos. Imediatamente relaxou, o sonho não era outra coisa senão seu subconsciente sexualmente excitado pedindo a gritos sexo. É somente um sonho, não uma visão. Não há nada pelo qual preocupar-se. Sacudindo a cabeça para libertar-se desses pensamentos caprichosos, obrigou-se a centrar sua atenção no aqui e agora. — Detalhes normais - resmungou ela enquanto a água massageava seu couro cabeludo. — Encontrar um apartamento, averiguar sobre o armazenamento, e esquecer os sonhos sobre homens atraentes e suas bocas incrivelmente experientes - passou os dedos pelo cabelo, enxaguando o sabão como se fosse um prazer que tivesse notado recentemente. — E nada de mais orgasmos. Os orgasmos levavam às necessidades e os desejos nos quais tinha estado trabalhando duramente para suprimir. Infernos, já nem se tocava a si mesma. Depois de estar durante um ano com o Josh “O Burro”, decidiu-se a não seguir procurando um pretendente apropriado. O fato era que seguia decidindo sobre o senhor adequado agora, apesar de seu desejo de não baixar seus estandartes. Samantha não entendia sua incapacidade para encontrar a alguém digno de seu amor. Não pedia muito. Um homem que a amasse, respeitasse, e sobre tudo, queria alguém em quem pudesse confiar. Pensou sobre suas necessidades e segredos, o mais profundo de seu coração que nunca tinha mostrado a ninguém. 21/117
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Marie Harte Só um homem que realmente compartilhasse seu espírito compreenderia o que a movia. Um companheiro forte, inteligente capaz de compreender as estranhezas que formavam à mulher que via coisas que os outros não viam. Fechou o chuveiro e tremeu enquanto procurava uma toalha. Secando-se, não podia evitar pensar se Darius Storm teria profundidades ocultas. Na superfície parecia um homem de mundo lascivo muito confiante em seu físico. Sem dúvida, tinha um rosto bonito com um corpo a jogo, mas havia algo abaixo desse rosto perfeito? Por causa dos pensamentos sobre ele seu corpo pulsou e ela amaldiçoou enquanto colocava as calças jeans e um grosso suéter. O homem se aproveitou dela ontem à noite, lhe fazendo insinuações sexuais depois de assustá-la tanto no porão. Assim que ela estava em extremo necessitada. Tinha sentido considerando o tempo que tinha passado sem sexo. Se lhe somava Darius Storm a mistura era como aproximar um fósforo a uma pilha molhada em querosene. Não, melhor vivia sem homens, fortalecendo uma segura vida tanto financeira como emocionalmente antes de pensar em ter encontros de novo. Encolhendo-se dentro de uma fina parka desenhada para manter fora o frio e abrigando o pescoço com um cachecol, saiu do quarto com um novo ponto de vista. Tinha retornado a Seattle para começar novamente. Novo cliente, novo apartamento, nova atitude. Sorrindo, Samantha desceu ao térreo e deixou o hotel com uma primavera a seus passos, apesar do clima invernal. Evitando vários pedaços de gelo, dirigiu-se a um pequeno, mas moderno restaurante e pediu um café grande e o café da manhã. Sentou-se perto da janela enquanto comia, faminta não só da comida, mas também da familiar imagem da cidade que tinha perdido durante o último ano. No momento de sua ruptura, tinha parecido simplesmente a cura para seu coração partido. Mas agora que tinha retornado, deu-se conta de quanto tinha sentido falta de sua casa adotiva. Criada no Nordeste, acostumou-se aos cruéis invernos e o tráfego denso. Seattle tinha um montão de neve e engarrafamentos de tráfego, mas o ar livre e os espaços abertos, o ar rangente compensava à população crescente. Em nenhum momento lamentou o trabalho que a tinha tirado da Filadélfia. Tinha sido excitante viajar através do campo até Washington. E a brilhante mistura de temperamento artístico e preocupação pelo dinheiro de Seattle tinha feito sua 22/117
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Marie Harte mudança da Costa Oeste extraordinariamente fácil. Entretanto, depois de três anos em J. Applet Financial se moveu para frente e para cima. Embora suas possibilidades de ascensão tinham sido bloqueadas graças ao correr sexista do negócio, tinha recebido bastante experiência e tinha feito suficientes contatos para criar sua firma de consultoria, uma que até a pouco a tinha mantido longe de Seattle. Revolvendo sua omelete espanhola com prazer, começou a sentir como se renovassem suas energias quando uma comoção lá fora a distraiu. Engolindo um gole de café, observou como uma mulher vestida com um grosso casaco de lã, que provavelmente custava cinco vezes mais que a parka de Samantha, discutia com um homem bem vestido que estava parado frente à janela do restaurante. Sua altura e postura recordavam a Darius, mas não podia imaginar a Darius Storm possuindo um traje elegante, e muito menos tendo posto um. Pelo que tinha ouvido através de Gerry sobre ele e visto ontem à noite dele, era um homem estritamente de calças jeans e camisetas. Este homem, entretanto, levava um terno escuro de grife, um impermeável sobre o braço e uma maleta. Agitado, colocou o impermeável e passou uma mão pelo cabelo grosso e negou expressando com gestos algo à mulher. Maldição, desejava que se girasse para poder ver seu rosto. Samantha olhou ao seu redor, surpreendida ao ver outros - especificamente as clientes habituais mulheres - cravavam os olhos na cena que se desenvolvia lá fora. A voz da mulher se elevou fazendo com que os gritos de ofensa se escutassem inclusive através do grosso vidro da janela do restaurante. Negando com a cabeça, Samantha empurrou a omelete em seu prato enquanto observava desmoronar-se à mulher. Obrigou-se a dar outra dentada, se esforçando para se distanciar da dor da mulher. Os homens não valem a pena, repreendeu-a mentalmente. Confie em mim, senhora, eu sei. Quando a mulher começou a chorar, o homem se separou dela finalmente e caminhou a longos passos para o restaurante. Vários ofegos e “ah” flutuaram ao seu redor, mas Samantha só podia ficar olhando-o fixamente assombrada. Tinha estado equivocada. 23/117
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Marie Harte Darius tinha um terno e parecia com um milhão de homens levando-o posto. Parecia tão perigoso como da última vez que lhe tinha visto, mas agora tinha um sutil brilho de sofisticação que ia desde seus sapatos negros lustrados até seu cabelo elegantemente penteado. Um tubarão empresarial que simplesmente tinha esmigalhado o coração de outra vítima mulher. Imagina uma relação com ele. Josh “O Burro” tinha sido difícil, mas era só um homem. Darius parecia bastante mais que isso, um grande ladrão de corações. Ele seguiu para o restaurante e por um momento ela pensou que ia entrar. Mas ele seguiu andando com desenvoltura, seus olhos entrecerrados, um cenho franzido escurecendo seu duro rosto. Entretanto, antes que saísse de seu campo de visão ele girou a cabeça para olhar fixamente o restaurante cheio de descarados e ferventes curiosos e resmungou algo. Voltando sua atenção à calçada, deu uns passos e afastou seu olhar, criando ao mesmo tempo um grande alívio e uma grande decepção. Mas a lembrança desse rosto polido olhando perdidamente através do vidro a tinha aturdido, e teve que se obrigar a engolir os ovos que se esfriavam em sua boca. Desde quando Darius Storm tinha olhos azuis? **** Darius amaldiçoou ao sol que entrava pela janela dando em seu rosto. Encantava-lhe estar ao ar livre, sobretudo o calor do sol no céu, mas não na primeira hora da manhã. Grunhindo, puxou as cobertas e saiu da cama. Necessitando de algo que apaziguasse seu resmungão apetite, colocou rapidamente calças jeans e desceu as pressas à cozinha. Nunca agradável pela manhã, hoje se sentia o duplamente pior por causa das ardentes fantasias sobre Samantha Brooks que tinha tido durante toda à noite. Assim como sentia a atração, agora sentia a moléstia, frustração e aborrecimento pela revoltante mulher que invadia seus sonhos… um descanso que queria. — Bem, bem, bem - disse Cadmus arrastando as palavras desde a mesa da cozinha. Estava sentado com uma xícara grande de café fumegante enquanto 24/117
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Marie Harte estudava atentamente o jornal. — É quase meio-dia e está finalmente acordado. Se não tivesse um melhor critério pensaria que te ia converter em um Djinn noturno. Darius olhou furioso a Cadmus e sutilmente focou sua atenção na grande xícara de seu irmão, sem estar de humor para brincadeiras. Com uma maldição, Cadmus soltou a xícara muito quente agora e lhe retornou o olhar furioso. — O que te pôs tão irritado? Apenas despertou. Darius se serviu um pouco de café e sorriu mostrando os dentes. — Tive uma noite péssima, de acordo? E que diabos faz você aqui? Acreditava que tinha um trabalho. Cadmus deu de ombros. — Decidi testar outro trabalho. Não encontrava mulheres construindo casas fez uma careta. — As primitivas técnicas de construção daqui aturdem a mente. — Não tão primitivas - negou Aerolus enquanto se unia a eles na cozinha. — É bastante fácil construir coisas quando confia na magia. É mais difícil criar com madeira, argila e água. Darius e Cadmus compartilharam um olhar. — E a que devemos esta honra? - perguntou secamente Darius enquanto observava a Aerolus acomodar-se ao lado de Cadmus com um pequeno sorriso nos lábios. — Arim fez contato comigo esta manhã. Darius atacou imediatamente, a excitação substituindo sua frustração. Só Arim podia lhes devolver para casa. — O que disse? Deu-te um feitiço para que retornemos? - o maldito bruxo manteve sempre o contato com a promessa da volta a Tanselm. Ele e a rainha seguiam lutando contra Netharat quem parecia que se havia retirado para reagrupar-se. — Não - Aerolus fez uma pausa, seus olhos se cravaram nos de Darius. — Aparentemente o feitiço está dentro de cada um de nós, ou “dentro de nosso controle” como o disse Arim. Tem intenções de nos fazer uma visita assim que a situação se estabeleça. Nossos lançadores de feitiços recentemente reforçaram as fronteiras. Cadmus bufou. — Deveriam havê-lo feito há meses. Que diabos estiveram fazendo durante nossa ausência? Sabia que nós nunca deveríamos ter partido. 25/117
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Marie Harte Aerolus suspirou. — Cadmus, é como te disse antes. Aqui o tempo passa bem mais rápido que em casa. Passou um ano aqui, mas só algumas semanas em Tanselm. Para nosso benefício, isso nos dá mais tempo para encontrar a nossas affai. — Continua, Aerolus - lhe repreendeu Darius. — Realmente não acha que as mulheres daqui serão capazes de saciar a um Storm Lorde? Inclusive em Tanselm, só algumas seletas podem controlar nossos poderes. — Isso não impediu que te deitasse com tantas quanto pode encontrar - o olhar fixo de Aerolus fez com que Darius se ruborizasse, um incômodo sentimento de culpa lhe afligindo. Mas por que deveria sentir-se culpado? As mulheres com as quais se deitou tinham desfrutado de cada minuto do esporte de cama e tinham sabido exatamente o que faziam quando lhe convidavam. Aerolus não deu nem uma piscada quando acrescentou: — Assim nos conte sobre sua aventura de ontem à noite. — Aventura? - Cadmus passou o olhar de Aerolus a Darius. — De que falam agora? Sem saber por que, mas não querendo discutir de Samantha com seus irmãos, Darius tentou não fazer caso da pergunta. — Diz tolices, como sempre. Igual a certo bruxo que conhecemos - olhou a Aerolus. — É óbvia agora a semelhança entre você e Arim. São chatos e nos crivam de perguntas. Cadmus riu. —Tem um ponto, Aerolus. Está tão calado como um peixe cheio de plano e das insinuações do bruxo. Darius relaxou. A atenção tinha mudado de posição. — Pode ser que sim - concedeu Aerolus com um sorriso que imediatamente pôs Darius na defensiva. — Mas esse silêncio não explica o encontro de Darius com certa mulher ontem à noite? Cadmus imediatamente mudou seu foco de atenção. — Assim que é essa mulher a que te tem respirando fogo - disparou a Darius um olhar ardiloso, excessivamente curioso. — Nos fale sobre esta mulher, Darius. Como ela se parece? Como se sente ela? Olhando-o carrancudo, Darius engoliu o resto do café e encheu outra xícara. 26/117
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Marie Harte — Dei uma topada com uma mulher atraente ontem à noite, isso é tudo. E não tenho ideia de como se sente ela. Ela tinha tido o humor do fogo, uma combustível combinação de mel e calor mais profundo que sua sensual beleza. Vendo a curiosidade nos rostos de seus irmãos, entretanto, não teve escrúpulos em reservar quase a Samantha para si mesmo durante um momento mais. Olhando furioso a Aerolus, grunhiu: — É uma mulher como qualquer outra. E mantenham seus narizes fora de meus assuntos. — Só tenho curiosidade. — Como diabos soube dela de todas as maneiras? Aerolus se ruborizou. — Arim a mencionou. Darius viu claramente o desconforto de Aerolus, e esse fato fez com que se interessasse mais. Normalmente nunca tinha nenhuma suspeita de nada que seu irmão Aerolus não quisesse que visse. — De verdade? - disparou a Aerolus um olhar duro. — Divertido quando ele o compartilha contigo e não com o resto de nós - Darius fez uma pausa. — Está seguro que não experimentou nenhum presente a mais de nossa mãe que não mencionou? — Não, só a teleportação - Aerolus parecia decididamente inquieto, e por muito que seu irmão lhe incomodasse, Darius podia compadecer-se. Quanto mais tempo passava neste mundo, um poder mais estranho parecia correr através dele. A habilidade para infundir fora de seu corpo o calor sempre tinha existido. Entretanto, agora se encontrava que possuía um assombroso presente e não desejado, um que sem dúvida tinha herdado da família de sua mãe e Arim. — Todos estamos experimentando estranhos estalos de poder desde que estamos aqui - Cadmus passou a mão pelo cabelo. — Foi minha habilidade para predizer esses números o que nos permite viver comodamente aqui. Quem teria imaginado que seis números podiam dar tal prosperidade? - fez uma careta. — Imaginem Tanselm com uma loteria. Um desperdício de riqueza na “sorte”. — E ainda sem essa riqueza ainda vivemos no bosque - Aerolus tomou um gole de café. — Não é o melhor lugar para encontrar uma companheira. Aerolus fez uma pausa durante um momento na ideia. 27/117
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Marie Harte — Recorda o que disse Arim antes que fôssemos. E ali também encontrarão que o sangue de sua mãe corre fortemente em vocês. Agora sabemos que mãe e Arim estão relacionados, esclarece-se de onde vêm suas habilidades. É uma bruxa, assim como a pai era um poderoso Storm Lorde, imagina - disse ele repetindo-o tanto para outros como para si mesmo. — Nos diga algo que não saibamos - disse sarcasticamente Darius. Deveria ter esperado outra hora para levantar-se. Cadmus podia ser uma dor no traseiro, mas quando Aerolus ficava concentrado, dava-lhe dor de cabeça. — Pensa sobre isso - seguiu Aerolus, fazendo com que Darius gemesse. — Cadmus predisse os números que iam sair na loteria. Eu posso teletransportar-me em grandes distâncias. E Marcus esteve movendo objetos com a mente. — Ele faz? - piscou assombrado Darius. — Vi-lhe praticar quando ele não sabia que lhe olhava - Aerolus e Cadmus se voltaram até Darius. — O que nos trouxe você? Que mais pode fazer além de controlar o fogo? Apesar de ter nascido um minuto depois de Darius e Marcus, e poucos segundos antes de Cadmus, Aerolus tendia a levar a carga de um modo que a Darius recordava ao seu pai. Negando com a cabeça, Darius respondeu: — Exatamente não estou seguro - ele equilibrou os perigos, sem estar cômodo com as mudanças que tinha experimentado desde a morte de seu pai o ano passado. A maior parte dessas mudanças tinham sido externas: a morte de sua família, inteirar-se de sua relação com Arim, o ataque de Netharat, mas esta nova habilidade residia dentro dele. — Estamos esperando - lhe recordou Aerolus. Dirigindo-lhe um semblante carrancudo, Darius resmungou: — Acredito que posso sentir o que pensam os outros. Cadmus ficou lhe olhando fixamente. — Não estará falando sério - ele deixou seu rosto inexpressivo. — No que penso agora? Darius soltou um suspiro. — Em realidade não posso fazê-lo - esfregou os olhos cansadamente. — Não posso te ler, Cadmus. Ou a Aerolus, ou a Marcus. Não é que o tenha tentado muito 28/117
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Marie Harte duramente - quando viu que nenhum de seus irmãos perdia o interesse, pronunciou uma baixa maldição pela derrota. — Algumas vezes no bar ouço coisas. — Possivelmente por que as inibições se reduzem pelo álcool - lhe ofereceu Aerolus. — Não sei, é possível - tinha sentido. Mas não explicava a conexão que tinha compartilhado com Samantha, como tinha podido sentir sua instantânea atração até ele, assim como ao seu surpreendente desinteresse no sexo oposto ou em uma relação de qualquer tipo. — Deve ser realmente interessante adivinhar os pensamentos das mulheres bêbadas - Cadmus sorriu abertamente. — Talvez deveria aparecer esta noite. Poderia me apontar até alguns dos pensamentos mais interessantes dessas mulheres às quais gostem de acariciar muito. Mas Samantha estaria ali essa noite. Os pensamentos de Cadmus fazendo rir a Samantha, levando-a até ele com seu encanto irresistível, voltou o humor de Darius ainda mais escuro. Apertou suas mãos contra a borda da mesa para não as pôr ao redor do pescoço de Cadmus. — O que acontece, Cadmus? Não pode utilizar tuas artimanhas sem as embebedar primeiro? Em vez de agir e insultar, Cadmus respondeu com um sorriso. Por desgraça não havia muito que lhe desalentasse. — Pelo que deveria te dar conta, irmão de fogo, é que ao me insultar, insulta a você mesmo. Falhas também em te dar conta de que temos o mesmo aspecto? sorriu zombeteiramente, depois amaldiçoou enquanto sua xícara voltava a esquentar-se. — Me referia a sua horrível personalidade, imbecil - grunhiu Darius. — Imbecil? Eu gosto disso - disse serenamente Aerolus, um rápido movimento em seus olhos cinzas. — Soa muito melhor que comedor de ofcondus. — Esqueça disto - Darius se levantou, determinado a encontrar um pouco de paz embora isto lhe matasse. — Volto para a cama - entre seus irmãos e Samantha Brooks, estava tão frustrado que podia desatar seus poderes e incendiar a casa. Sua vista começou a avermelhar, lançou sua xícara grande à pia e saiu a grandes passos da cozinha. Os pensamentos sobre Samantha só aumentavam seus desejos de voltar a vê-la. Algo não calçava bem com essa mulher, algo que seus 29/117
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Marie Harte sentidos interiores tinham detectado. De outro modo não a teria achado tão cativante. Tinha que deixar de ver seus olhos verdes escuros nublados pela paixão, deixar de imaginar seus seios ruborizados e inchados e implorando por sua boca. Seu pênis ficou impossivelmente duro enquanto voltava para seu dormitório. Mas diferente de ontem à noite, sentia-se completamente descansado e capaz de dominar seus desejos. Depois de uma ducha fria e alguns planos planejados se sentiria capaz de abordar qualquer coisa, sobretudo a Samantha Brooks. **** — Mais zangado que o normal - Aerolus se sentou frente a Cadmus com um curioso brilho nos olhos. — Sim - Cadmus cravou os olhos em seu irmão voltando-se para trás. — É essa mulher que mencionou Arim. O que há de tão especial sobre ela para que Darius esteja tão aceso? - sorriu abertamente ante o trocadilho e elevou a vista para ver o que fazia Aerolus ante sua piada. Como sempre, Aerolus permanecia inexpressivo. Começar a girar os olhos só animaria a Cadmus. — Não estou seguro - cravou atentamente os olhos na porta da cozinha, perguntando-se se o que suspeitava podia ser certo. Exatamente não havia dito a seus irmãos a verdade sobre seus novos poderes. Mas como dizer a seus irmãos que podia compartilhar seus sonhos? Entrar nos sonhos era tão intrusivo como a habilidade não desejada de Darius de ler as mentes. Aerolus olhou carranqueadamente ante o pensamento desse poder. Tinha que trabalhar duramente para construir suas defesas interiores contra a invasão mental. Não era que desconfiasse de Darius de qualquer maneira, mas apreciava a privacidade de seus pensamentos. E se seus irmãos soubessem tão sequer a metade do que pensava, nunca lhe deixariam sozinho. — Sabe mais do que diz - os olhos de Cadmus se entrecerraram. — Disse-te Arim algo que não compartilhou? — Não - Aerolus limpou a garganta. — Arim somente mencionou vigiar a Darius. Algo sobre uma mulher intrometendo-se nos pensamentos de Darius. Ela jogará um importante papel em seu futuro, mas não posso dizer mais. 30/117
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Marie Harte — Não pode ou não o fará? Os sonhos de Darius. Eram mais que somente sexuais. O sangue de Aerolus correu rápido enquanto recordava os traços da mulher que tinha visto através dos olhos de Darius. A mulher era incrivelmente bela, exótica e sensual. Mas a pura possessividade de Darius, sua necessitada incerteza… estas emoções eram tão estranhas para os Quatro Reis que bem podiam ser completamente alheio. Aerolus piscou quando Cadmus lhe chamou por seu nome. — Não posso te responder, Cadmus. Segundo Arim, a mulher é importante para Darius, realmente para todos nós. Mas se ela for sua affai, ou alguém que possa lhe levar a sua affai, Arim não pode dizê-lo. Nunca sabe. Talvez ela possa te conduzir a tua futura noiva - Cadmus desejava tanto o matrimônio como uma faca em sua garganta. — Como se qualquer mulher alguma vez estivesse bem comigo - disse com desdém Cadmus. — Pessoalmente, espero que seja sua affai. Quero voltar para Tanselm logo que seja possível. E uma vez que Darius se una a ela, só é questão de tempo antes que ela fique grávida para cimentar o poder do Storm Lorde. — Mas quem pode afirmar que ela levará aos Quatro Reis? Cadmus deteve a xícara que esteve levando aos lábios. — Pois bem, eu… suponho que nunca fomos informados de quem se converteria no seguinte governante de Tetrarca. Sempre assumi que seria Darius. Ele é o mais velho, embora só seja por um minuto - um gesto de horror atravessou seu rosto. — Está dizendo que qualquer um de nós quatro pode converter-se no rei de Tanselm? — Segundo Arim nada é seguro no futuro - Aerolus desfrutou vendo estremecer lentamente ao seu irmão. Cadmus assumia muito e se deleitava gastando brincadeiras constantemente aos demais deles. Pois bem, agora tinha algo que considerar cuidadosamente além da volta a Tanselm. Aparentemente uma parte de sua diversão deve ter sido visível, para que Cadmus se recuperasse o suficiente para enviar a Aerolus um pequeno sorriso. — Bastante bom, irmão. Sabe, dá medo. É mais parecido a Arim do que tinha pensado. — Há piores pessoas com as quais poderia me comparar. — Certo - Cadmus riu, seus sombrios pensamentos sobre o matrimônio aparentemente atrás dele. — Toma a Darius. Ele é mais como um obscuro Djinn a 31/117
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Marie Harte ponto de confrontar a luz do dia… completamente insuportável. Por desgraça esta noite tenho um encontro ou visitaria o Outpour somente para zangá-lo. Aerolus sorriu abertamente, aturdindo ao seu irmão com uma demonstração honesta de seus sentimentos. — Não me importaria em ver isso. Tenho o pressentimento de que não está interessado em compartilhar esta mulher em concreto. E se estiver tão frustrado como parecia antes, vai tomar todo seu empenho não afugentá-la. CAPITULO QUATRO Fazia três horas que havia escurecido e Samantha se sentia maravilhosamente bem, em nada parecida a sua anterior visita a Outpour. Gerry Huntington era tão agradável como tinha parecido em suas negociações telefônicas. Ele pessoalmente tinha contratado a todos seus empregados e os tinha apresentado um a um. Surpreendentemente, encontrar-se com Darius de novo tinha sido decepcionante. Salvo pelo brilho de seus olhos escuros, tinha agido amistosa e cortesmente, em nada parecido ao homem do mundo da noite anterior. Sem querer se aprofundar em suas anteriores relações com ele, ela lhe tinha dirigido um olhar de advertência e tinha seguido com as apresentações de Gerry. Uma bela loira chamada Ellie era aparentemente sua preferida, e pelo muito que lhe tinha comentado sobre a mulher, Samantha claramente podia ver a razão. Durante três horas tinha observado, tanto a Ellie como a Darius trabalhando sem parar. Igualmente bombardeada por clientes masculinos como Darius estava por femininos, Ellie tinha um sorriso pronto e uma acolhedora eficiência que animava as vendas ao criar uma atmosfera divertida. Um homem que levava três bebidas se chocou com ela, cortando o fio de suas divagações. Murmurando uma desculpa, delicadamente se separou de seu caminho e viu Gerry conversando com um dos clientes VIP em uma plataforma elevada ao outro extremo da sala. Inclinou a cabeça para ela e ela sorriu animadamente, sem precisar fingir satisfação pela enorme multidão que dominava o Outpour. Já tinha notado algumas coisas que ele poderia querer mudar para aumentar os lucros, mas fazer propaganda para aumentar a clientela não era uma delas.
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Marie Harte Notou o grande número de mulheres que não deixava de incomodar aos garçons atrás do balcão onde estava Darius e se obrigou a manter sua atenção na pista de dança. No minuto em que se afastou depois da apresentação de Gerry, havia sentido seus olhos sobre ela. Apesar de não querer renovar suas relações, tinha estado tentada de lhe atacar por causar semelhante cena em público essa manhã, inclusive sabendo que não tinha direito de fazê-lo. Não podia ajudá-la recordar o que se sentia ao ser deixada, e a Darius obviamente importava tão pouco a mulher com a qual estava, que saiu chorando em público, pois bem, lhe fazia sentir-se muito pior por responder a suas carícias ontem à noite. Um braço saiu disparado rodeando sua cintura, sobressaltando-a e tirando-a de suas divagações. — Venha querida, dance comigo - um loiro bonito bajulador puxou-a para a pista de dança. — Alguém tão bonita como você não deveria estar falando sobre trabalhos extras. Ela percorreu com o olhar ao sorridente desconhecido e deu de ombros. Por que não? Veria como parecia o clube em meio da abarrotada pista de dança. Seu companheiro se apresentou sobre a forte música como John, e enquanto ela se aproximava para responder, sentiu um desejo tangível de dar um passo atrás. Um grunhido chegou de um nada, mas não viu ninguém perto expressar interesse por ela ou por seu par de dança. Sem saber por que, seus olhos encontraram Darius olhando-a furiosamente do bar antes que a descartasse e se voltasse para outra mulher que gritava pedindo sua atenção. — Estranho - resmungou. Devolveu a John um sorriso de desculpa. — Sou Samantha. Ele inclinou a cabeça. Depois de vários minutos dançando, ele sorriu abertamente quando a música mudou a um ritmo mais sensual e puxou-a mais perto, permitindo que sentisse cada matiz de seu corpo despertado. Desgraçadamente para John, seu corpo incluso não se havia recuperado de Darius, nem ela tinha a inclinação de permitir suas atrevidas ações. — Obrigada, mas tenho que voltar para o trabalho - disse ela e facilmente se desenredou. Queria gostar dele. Parecia um sujeito normal e ela encontrava agradável esse atrativo. Talvez um pequeno amasso diminuiria a irritante atração que sentia pelo macho atrás do bar. 33/117
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Marie Harte Outra vez a desaprovação passou como um relâmpago por seu corpo com o suficiente fogo para fazê-la aceitar. Esfregou seu estrondoso coração, olhou ao seu redor, sem assombrar-se de que ninguém salvo John lhe prestasse um pouco de atenção. — Sinto muito, John. Mas obrigada pela dança. Ele deu de ombros e finalmente se recostou com um aberto sorriso destinado a seduzir. — Estarei aqui toda a noite, esperando e esperando uma mudança de opinião - lambeu os lábios no que deveria ter sido tomado como um convite, mas que em vez disso lhe fez ter a ideia de que ele deveria beber menos. Cheirava a cerveja. Abrindo passo através da multidão, voltou para o trabalho na pista de dança, pensando cuidadosamente sobre seu estranho subconsciente. Samantha sempre tinha escutado a pequena voz em seu interior. Mas não podia imaginar porque sua voz interior de repente tinha conseguido um tom masculino. Possivelmente era mais de sua frustração sexual mostrando-se. Suspirou. O que fosse. Não estava aqui para divertir-se de todos os modos. Tinha metas, disciplina, e um trabalho a fazer. Enojada por sua falta de vontade, voltou para sua personalidade profissional e a enfocar sua atenção na dinâmica dentro do clube. Gerry tinha um fogo seguro com o Outpour. DJ, atmosfera e o álcool fluíam claramente dando testemunho de um negócio prospero. E o potencial para as melhoras era enorme. Sacou um PDA1 pequeno e tomou nota sobre artigos e possíveis melhoras que definitivamente queria enfatizar. Passou uma hora e começou a estar sedenta em meio dos corpos quentes e as pulsantes luzes, assim que se moveu resolutamente até o bar que Darius não ocupava para pedir água. Ellie, o garçom principal, deu-lhe um copo sem deter-se. A mulher alta e loira usava uma camisa justa azul que disparava o brilhante azul de seus olhos e um fino piercing perfurava seu umbigo acentuando seu ventre magro. Ellie era muito inteligente e eloquente, trabalhava no Outpour só para “financiar seu futuro”, como gostava de dizer ela, significasse o que significasse. Gerry tinha estado sofrendo pelo fato de perdê-la desde que tinha contatado a 1
Personal digital assistants (PDAs ou Handhelds), ou Assistente Pessoal Digital, é um computador de
dimensões reduzidas (cerca de A6), dotado de grande capacidade computacional, cumprindo as funções de agenda e sistema informático de escritório elementar, com possibilidade de interconexão com um computador pessoal e uma rede informática sem fios - wi-fi - para acesso a correio eletrônico e Internet.
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Marie Harte Samantha. Contratar Darius tinha sido um passo adiante, mas não curaria a ferida quando Ellie se fora. — Parece quente aí fora - disse Ellie, inclinando a cabeça para a pista de dança enquanto preparava outro pedido. — É quente - Samantha fechou os olhos e tomou a água. Nada parecia alguma vez melhor. — Assim que como vai tudo? — Somente um segundo - Ellie sorriu enquanto trabalhava, com facilidade para fazer várias coisas ao mesmo tempo enquanto preparava um pedido de uma garçonete e atendia um pedido de um cliente que se jogou sobre o bar para aproximar-se. — Amo as pressas - disse enquanto dava à garçonete as bebidas e preparava outra. — É obvio, não estou tão lotada como Darius e Mike - inclinou a cabeça até o balcão frente a ela. — Mas em uma hora ou algo assim os homens começarão a entrar como um dilúvio por essas portas sabendo que há mulheres aqui. — Oh? — Sim. Ocorre a cada semana exatamente, ou ao menos é assim desde que Darius começou aqui - Ellie fez uma pausa enquanto ficava com o olhar fixo. — Teria que estar morta para não te dar conta do quão ardente é. Samantha olhou por cima do ombro onde estava o homem rodeado de mulheres. — Assim por que não se joga você mesma? - ignorando o zumbido do irracional ciúme, estudou a Ellie. — Você é o suficientemente popular, tem sua parte de admiradores. — disse ela, olhando aos homens ao redor de Ellie tentando chamar sua atenção, e não só por causa do álcool. Ellie sorriu abertamente. — Fiz uma tentativa. Cortês, mas firmemente me disse que não. Samantha se assombrou, cravou os olhos em Darius. Não lhe tinha considerado tão sensato, mas ao recordar o rosto loiro com o qual tinha estado ele antes desse dia, possivelmente era que seus gostos eram mais sofisticados. — E para ser honesta, é o melhor. Não há faísca. — Nada de faísca? — Sabe, química? Quando estou perto dele, somente quero lhe olhar - Ellie sorriu abertamente. — É bonito, mas não é meu tipo. Estranho, huh? 35/117
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Marie Harte Ignorando o alívio, Samantha perguntou se havia algo no que pudesse ajudar quando o número de pedidos aumentou. — Se não se importar, poderia pegar um pouco mais de Zinfandel e J.D. do porão? Estão empilhados e deveriam ter sido movidos há tempo, mas Sean e Maggie ficaram obstruídos me ajudando. — Claro. Só tem que utilizar o elevador de carga, de acordo? Gerry o tinha mostrado antes, sob as luzes que funcionavam no porão. — Sim. Uma vez que o suba, só o diga a Sean - Ellie começou a atender ao seguinte cliente e Samantha saiu para procurar os fornecimentos. Negava-se a olhar a Darius antes de sair, mais decidida que nunca a lhe evitar no futuro. **** No minuto em que Samantha deixou a sala Darius se virou para Mike. — Vou pegar mais garrafas da câmara. Necessita algo enquanto estou fora? — Sim, um descanso - resmungou Mike enquanto outro cliente apanhava sua atenção. — Carla e Tod estão trabalhando de cabeça e aqui vem Dave a pegar meu lugar - Darius elevou a voz para fazer-se ouvir por cima das mulheres que competiam por sua atenção. — Sinto muito, senhoras – se desculpou e inclinou a cabeça para Dave, — mas tenho que dar um recado. Volto em seguida. Até então, Dave é seu homem. Emergiram várias queixas, mas Darius as ignorou. Tinha estado esperando toda a noite a oportunidade de conversar com Samantha. E não teria podido pedir uma ocasião melhor. Ela tinha desaparecido atrás da porta de “Só empregados”, sem dúvida para ajudar Ellie, que parecia invadida de homens que queriam algo mais que beber. Ele balançou a cabeça e foi atrás de Samantha. Também era ruim que Ellie não pudesse esquentar seu sangue. Tinha um bom físico, matéria cinzenta, maldição, um corpo pelo qual matar. Mas havia algo nela que lhe deixava frio. Samantha, por outro lado… Encontrou-a no porão lutando por soltar a carga e silenciosamente avançou para suas costas. 36/117
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Marie Harte — Outra vez no porão, hum? - disse ele baixinho, sorrindo abertamente quando ela gritou e se virou para lhe confrontar. Ele percebeu um ligeiro sopro de seu perfume. Um perfume que lhe subiu à cabeça e fez estreitar sua atenção. Ela parecia o suficientemente boa para comer-lhe. Seus olhos brilharam pela cólera e cruzou os braços sobre o peito, seus lábios apertados em uma fina linha. — Não tem um trabalho a fazer? Por que está aqui embaixo quando seu bar está sobrecarregado de clientes? Ela soou alta e poderosa, sua rouca voz surpreendentemente estirada. Ela fazia que desejasse atirá-la ao chão e fodê-la até que gritasse seu nome, rogando piedade. Parte de seu desejo deve ter sido visível, pois ela se voltou para trás nervosamente. — Darius? - ela clareou a voz e se plantou sobre seus pés, embora o podia ver a tensão que marcava seu corpo. — Fiz-te uma pergunta. Ele sorriu, um aberto sorriso que não estava destina a reconfortar. — Segui-te aqui embaixo, Samantha - seus lábios imprimiram a seu nome uma fome derretida. Antes que a noite acabasse, tinha a intenção de conquistar Samantha, para de uma vez por todas tirá-la de seus pensamentos. — Agora porque não terminamos o que começou aqui? - perguntou-lhe mal humoradamente e deu um passo adiante. — Ontem à noite? - ela jogou para trás a cabeça para lhe olhar. — O que comecei? Está dizendo que comecei essas carícias? Esses abraços? - lhe olhou furiosamente e lhe deu no peito, os nervos desaparecendo em um instante. — Olheme, Darius, você me fez insinuações sexuais - lhe olhou carrancuda, fazendo que se perguntasse o que era que tinha encontrado tão asqueroso em seu comportamento ontem à noite. Ele claramente recordava a resposta de seu corpo a sua proximidade, e tinha feito mais que lhe dar as boas-vindas. — Perdeu à loira naquele almoço, assim agora quer tentá-lo com alguém do meu tamanho? Nem o pense. Ele franziu o cenho. — Que loira? E de que diabos está falando? — O que? - perguntou ela inocentemente. — Não pode recordar o nome? Ou finalmente tua consciência está te acusando por te desfazer dela em público? 37/117
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Marie Harte — Não sei do que fala. A única mulher que ultimamente está em minha mente é uma irritante assessora com brilhantes olhos verdes e cabelo com cor de mel. Antes que ela pudesse dizer algo, ele puxou-a bruscamente até ele, pressionando-a contra ele deixando-a saber sua intenção. Seus olhos se escureceram, uma cor de verde folha tão escuro que lhe fez pensar nos bosques de lugares inexplorados de Tanselm. E quando seus mamilos roçaram seu peito, ela criou uma tormenta de necessidades que lhe fez apertar-se mais duramente contra ela. Não sentiu vergonha em compartilhar sua falta. Seu pênis se sentia insuportavelmente cheio. E apesar da furiosa batalha que se livrava dentro dela, podia sentir que sua paixão igualava a sua. Fechando os olhos, tomou um profundo fôlego e cheirou o desejo feminino que emanava desde seu centro. Entretanto, ela lhe empurrou uma vez, tentando desesperadamente romper seu aperto. Quando ele baixou o olhar para ela, viu a confusão delineando seus traços, seus lábios abertos em uma silenciosa pergunta. Ela encontrou seu feroz olhar e como um interruptor ao que se deu, ela deixou de lutar, seu olhar desviandose fixamente de seus olhos aos seus lábios. Aproveitando-o como um convite, não perdeu o tempo. Com uma rapidez que lhe tirou o fôlego, pegou-se a seus deliciosos lábios, gemendo ante o contato. Ela tinha gosto doce, fresco e perigosamente aditivo. No primeiro momento seu corpo se esticou, depois de um momento se derreteu entre seus braços. A feroz satisfação lhe percorreu, fazendo que seu corpo ardesse. A excitação aumentou até um ponto febril enquanto ela não só lhe devolvia o beijo, mas sim encontrava sua língua com a própria em uma agressiva luta de vontades. Várias lâmpadas estalaram, deixando o porão sumido em uma completa escuridão salvo por uma tênue luz contra a parede. Não podia acreditar que esta mulher tivesse este efeito nele. Com só um beijo lhe tinha feito perder o controle de seus poderes, o fazia querer desatar todas suas frustrações e fome em seu corpo exuberante. Ele aprofundou o beijo, arrastando seus lábios por sua bochecha até sua garganta enquanto levava sua mão até seu seio. Ela gemeu seu nome enquanto ele chupava seu pescoço e ofegou quando sua mão se introduziu sob sua camisa cavando para acariciar seu seio. 38/117
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Marie Harte Balançando-se contra ela, deixou claro o que tentava. No chão frio, contra a parede, não importava contanto que pudesse senti-la derreter-se ao seu redor. E bendita a Luz que ela sentia o mesmo, porque suas mãos se arrastaram ao redor de sua cintura, puxando mais perto a ele enquanto uma parte dela chorava, mais. Toque-me, respondeu ele, aproximando-os mentalmente enquanto devastava seu corpo. Habilmente desabotoou seu sutiã sob a camisa e rapidamente lhe tirou ambos as peças. Depois tirou sua camiseta, precisando sentir pele contra pele. Ela disse com voz áspera seu nome e seu desejo se triplicou. Podia sentir a necessidade dela lhe amassando, exigindo que lhe desse o que desejava. Alarmado por sua resposta, uma que teria podido esperar se ela fosse de Tanselm, não podia respirar enquanto observava à apaixonada criatura ante ele. — Quero-te - disse ela ofegando, olhando com olhos sonolentos em seu largo peito. — Necessito-te dentro de mim. Seu rosto estava ruborizado e seus lábios inchados, o fazia pensar em tudo o que era feminino e delicado, tudo o que alguma vez poderia desejar um homem. Não era capaz de entender o poderoso desejo de tomá-la, mas entretanto tirou as roupas num tempo recorde e se ajoelhou para terminar de despi-la. De joelhos, baixou com força sua roupa, secando-lhe a boca quando viu seus cachos dourados brilhando de desejo… por ele. Incapaz de resistir, abriu suas coxas o suficiente para empurrar um dedo profundamente dentro dela, glorificando-se por sua erótica resposta. Ela se sentia tão apertada ao seu redor, sua passagem cremosa, sua protuberância tirante e amadurecida. Esfregou com o polegar seus clitóris e observou como se arqueava com a cabeça para trás enquanto rogava a libertação. Tão apaixonada, tão receptiva. Perdeu a paciência e tirou as roupas que restavam antes de fazer com que apoiasse as costas contra a parede próxima. Suas figuras jogavam com as sombras, e apesar da tênue luz que lhes rodeava viu claramente um belo espírito que brilhava somente para ele. Deixou-se cair de joelhos e abriu suas coxas, esperando que ela voltasse a olhá-lo aos olhos. — Minha - grunhiu e pressionou sua boca contra seu montículo. Samantha se esqueceu de como respirar, esqueceu as preocupações por fazer amor em um lugar público. Tudo tinha deixado de existir no momento em que se rendeu à entristecedora tentação e aceitou sua oferta sexual. 39/117
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Marie Harte Sentia como se seu coração fora sair do peito enquanto sentia sua quente boca lamber e mover-se rapidamente sobre seus clitóris. Sua língua, Oh Deus meu. Ele se pressionou contra ela, bebendo seu desejo e ela sentiu como seu orgasmo chegava rapidamente. Como uma gigantesca onda, seu clímax pareceu crescer e crescer, voando antes de cair sobre ela. Ela baixou o olhar para Darius, o frio nela esquecido enquanto via seus olhos fechados pelo prazer, sua boca sepultada em sua carne. Ele se movia rapidamente e chupava seus clitóris e ela agarrou sua cabeça, passando os dedos por seu cabelo suave lhe incentivando a seguir. Nunca antes tinha estado queimando assim, tão completamente perdida no outro. Nada importava salvo o inferno que Darius aumentava, o completo êxtase que sabia que a esperava além de seu alcance. Tão perto da borda, a beira do prazer, e ele se deteve. — Darius, por favor - ela ficou sem fôlego, necessitando desesperadamente chegar lá. Mas o olhar primitivo em seus olhos a congelou. Ele parecia quase desumano, seus olhos brilhando com uma estranha luz vermelha que lhe recordava seu sonho. Em um borrão ele se levantou e a apanhou entre seus braços. Elevou-a do chão, situou-se entre suas coxas e envolveu sua cintura com suas pernas. Gemendo brandamente, ela fechou os olhos quando sentiu seus lábios sobre um mamilo. Ela empurrou contra ele, arqueando os quadris, e foi recompensada quando sentiu a grossa cabeça de seu pênis premente contra ela. Então hábil e necessitadamente, acolheu-lhe facilmente até que se deu conta de que só tinha tomado parte dele. Ele avançou lentamente, como se esperasse que lhe olhasse. Olhando seus olhos, ela disse: — Sim - então suas bocas se juntaram. Ele começou a colocar sua língua fortemente em sua boca, repetidas vezes enquanto empurrava mais dentro em seu centro. Mais estendida e cheia do que ela teria podido imaginar, gemeu em sua boca enquanto se deslizava completamente dentro. Ele parou durante um minuto, deixando que lhe sentisse inteiro. Mas seu corpo ardia. Nada nem ninguém existia salvo Darius e a forma em que a fazia sentir. 40/117
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Marie Harte Apertando-se contra a parede para aliviar sua invasão, repentinamente se afastou com um empurrão para a frente, balançando seus quadris contra os dele esperando poder recuperar a fricção deliciosa de seu pênis pulsando em seu interior. Ele gemeu e começou a empurrar, imitando a ação com sua língua. Uma onda de calor intenso os rodeou, brilhando suavemente ao redor de Samantha como se fosse parte de um sonho. Era muito intenso, também envolvente para ser real, mas ela estava muito viajada para lhe dar importância. Sua virilha esfregava seus clitóris enquanto ele golpeava contra ela, seus impulsos mais profundos enquanto aumentava o ritmo e a intensidade. Ele se separou de sua boca enquanto empurrava, olhando perdidamente seus olhos. — Chega ao meu redor, fogo meu, me tome inteiro - disse ele com voz espessa. Samantha só podia sujeitar-se enquanto seu corpo repentinamente estalava. Olhando perdidamente seus insondáveis olhos, chegou ao clímax violentamente, agarrando-se a ele enquanto seu corpo tremia. — Samantha - gemeu ele enquanto empurrava uma última vez, profunda e duramente. Parou e se estremeceu, e ela verdadeiramente podia lhe sentir pulsando dentro de si. Como ondas de um tremor secundário, seu orgasmo realçou o próprio, fazendo com que lhe apertasse mais até que ambos estiveram completamente saciados. Durante uns eternos momentos estiveram assim, seu corpo apoiando-se pesadamente contra ela, imobilizando-a contra a parede enquanto pulsava em seu interior, molhando seu ventre com sua semente quente e úmida. Samantha finalmente conseguiu respirar, agora consciente do frio contra suas costas, da umidade que deslizava de suas pernas. Sua respiração era trabalhosa enquanto se mantinham unidos, e ele lentamente se retirava. Ela fechou os olhos, perdendo já sua presença em seu interior. Quando abriu os olhos, encontrou-lhe olhando-a com uma expressão escura, a mesma que tinha tido na noite em que se conheceram. Ontem à noite. Em um instante, a realidade se chocou contra ela. Justamente tinha tido relações sexuais, não, tinha tido um sexo incrível, capaz de alterar a mente, com 41/117
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Marie Harte Darius Storm, um homem que só umas horas antes tinha destroçado o coração de uma mulher. A umidade entre suas coxas a sobressaltou mais. Não podia acreditar em ter sido tão estúpida para ter sexo desprotegido com um desconhecido. Inclusive com Josh sempre tinha insistido em que utilizasse um preservativo. Confusa e mais que um pouco assustada de sua intensa reação para com o ímã sexual de cabelo escuro que cravava os olhos nela, engoliu forte, sem estar segura do que dizer. Olhou-a carranqueadamente, estudando-a como uma adivinhação. Mas não falou. O silêncio logo se voltou embaraçoso e sua nudez a fez envergonhar-se. Enquanto a feia realidade voltava, perguntou-se quanto tempo tinha passado, se alguém tinha baixado ao porão e lhes tinha visto tendo sexo. Oh, Senhor. — Ninguém viu nada - disse Darius em voz baixa. Seguia com o olhar fixo nela. — Estamos completamente sozinhos. Ela se arriscou a lhe jogar um olhar e se assombrou ao ver que ele voltava a estar duro. Distraída, finalmente apaziguou sua curiosidade e lhe viu completamente nu pela primeira vez. A imagem era impressionante. Com ombros largos e pesadamente musculoso, desde seu peito até suas coxas e panturrilhas, Darius parecia a perfeição masculina. Seu pênis estava enorme, grosso e comprido, refulgindo por seus sucos, lhe fazendo ainda mais tentador. Obviamente voltava a desejá-la, e para seu assombro ela sentiu como se umedecesse pelo desejo, mas negou com a cabeça. Já tinha cometido um enorme engano tendo sexo com ele durante o trabalho. Por que piorar o erro? — Temos que voltar - disse ela, lambendo os lábios ressecados. Ele seguiu o gesto como uma serpente a ponto de atacar. Podia imaginar com muita malícia sua boca esmagando a sua, tragando seus gritos de paixão enquanto lambia e acariciava sua boca. Ela piscou para ordenar seus pensamentos e se deu conta de que até restava roupa para colocar. Não posso acreditar que fizéssemos isto, queixou-se ela enquanto se apressava para recolher e colocar as roupas que encontrava. Falando de paixão 42/117
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Marie Harte faiscante. Darius tinha atirado suas roupas por toda parte, e a falta de luz no porão não ajudava muito. Uma chama por cima dela clareou sua busca repentinamente e ela se congelou, acreditando que tinham sido descobertos. — Sou somente eu - disse baixinho Darius. — Vejo algumas peças por ali. Ela rapidamente as agarrou e as pôs, depois calçou silenciosamente os sapatos. Não posso acreditar que tivera sexo incrível com Darius Storm. Arriscou-se a jogar um olhar em sua direção e lhe viu completamente vestido, seu olhar descansando fixamente nela inquisitivamente. Enquanto se endireitava, encolheu-se de medo ao sentir sua roupa interior pegando-se a ela. Ele gozou dentro de mim. O pânico disso se juntou com os outros que a assaltavam. Em que diabos estava pensando eu? Os cantos dos lábios de Darius se elevaram. — Não tenho doenças sexuais. — O que? - perguntou ela inexpressivamente. — Não estou doente. E não tem que se preocupar por bebês. Ela cravou os olhos nele. Estava-lhe lendo a mente? A luz de seus olhos brilhava intermitentemente como se seu humor, escuro e perfeitamente normal, e sua confusão se transformassem em desejo. Desesperada para escapar antes de repetir seu erro, ela se manteve de pé e se obrigou a lhe lançar um olhar pouco entusiasta. Melhor que ela acabasse as coisas em seus próprios termos a que lhe tirasse toda sua dignidade. Além disso, podia partir virando-se, melhor dizendo correndo, recolhendo o pouco controle que acreditava ter. — Foi divertido, Darius. Realmente incrível - acrescentou com um pequeno sorriso, insípido, suas emoções eram um desastre. Só pôde alegrar-se de ter soado convincente já que ele franziu o cenho. — Mas tenho trabalho lá em cima. Obrigada por… tudo. Ela lhe deu as costas e lutou para pôr em marcha a plataforma. Quando ele a envolveu ela se esticou, mas ele só apertou ao botão, libertando-a para mover-se. Soltando o ar contido, empurrou o monte de bebidas sobre o elevador de carga. Quando começou a mover o elevador de carga, ela não pôde evitar lhe olhar. Sem falar, cravaram os olhos no outro até que o elevador subiu e ela já não pôde lhe ver. Uma vez fora de sua vista, deixou-se cair bruscamente contra a parede, suas emoções fazendo foguetes em seu coração. 43/117
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Marie Harte Não queria voltar para cima como se nada tivesse ocorrido, mas se negava a lhe deixar a melhor mão. Não podia saber o profundamente que a tinha afetado a intimidade, quanto lhe custou segurar seus brilhantes sentimentos. O resto da noite passou imperceptivelmente como um borrão desde que se manteve ajudando Ellie e aos outros. Meticulosamente evitou a Darius e ele fez o mesmo, tanto aliviada como molesta de que ele não a buscasse para lhe dizer algo. Quando deram as duas da manhã, decidiu que tinha tido suficiente. Deixou o clube depois de falar com Gerry e pegou um táxi até seu hotel. Mas uma vez fora do bulício, seus pensamentos se desviaram para Darius e se negaram a lhe abandonar. CAPITULO CINCO Na manhã seguinte Darius estava olhando inexpressivamente pela janela até a baía com o débil contorno do Monte Olympus ao longe. Depois de duas horas de se mover e girar, tinha perdido todas as esperanças de dormir e tinha saído de seu dormitório. Por desgraça, a imagem das montanhas não lhe tranquilizava como fazia normalmente. Inclusive não podia deixar de pensar nela. Por muito que tinha querido agarrar a Samantha e arrastá-la do bar essa noite, tinha necessitado de tempo para compreender que tinha passado exatamente entre eles. O sexo magnífico era uma coisa, mas o que tinham compartilhado, bem, não sabia o que era. Um de seus irmãos passou pela janela, rompendo sua concentração. Merda. Tinha tido a esperança de um pouco de tranquilidade. Seus irmãos nunca se levantavam essa hora. Cravou carrancudo o olhar no intruso, querendo amaldiçoar, mas duvidando se lhe falaria. Às vezes ser um de quatro irmãos idênticos podia ser mais que confuso, como agora quando um de seus irmãos usava jeans e uma camiseta branca. Só quando o intruso girou a cabeça e seus olhos azuis se dirigiram a ele Darius se deu conta de que era Marcus o que tinha quebrado sua solidão. — Se não é meu irmão mais velho o criador de fogo - disse Marcus com essa voz de superioridade que roçava os nervos de Darius. Cadmus e Aerolus eram o suficientemente maus pela manhã, mas o complexo de superioridade de Marcus podia lhe enfurecer. Apesar de sua irritação, uma silenciosa parte de Darius se alegrou. Via como se uma briga pudesse romper a frustração que lhe infestava. 44/117
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Marie Harte Olhou-o colérico. — Não deveria estar depenando as pessoas, não aqui? Maldição, será que já não trabalhava nenhum de seus irmãos? Marcus deu de ombros. — Tomei o dia livre. Depois de ontem, precisava desconectar. Darla fez uma cena. — Darla? — Recorda, a loira a qual amava acumular animais mortos? - ele franziu o rosto. Somente não já podia suportar mais. Além disso, ela começou a pensar numa união - Marcus fez um falso estremecimento. — Tinha que partir. Algo do que Samantha havia dito apareceu em sua mente, e Darius estreitou seu olhar sobre seu irmão. — Não romperia com ela em público, rompeu? — Ela começou, mas e o que? — Assim foi a mim que culpou por tua falta de discrição - grunhiu ele. — Da próxima vez deixa a tuas mulheres em particular. — Do que está falando? Quem te culpou do que? - Marcus entrou na cozinha para preparar café, depois se uniu a ele no sofá. Depois de escrutinar a Darius, sorriu. — O que? - silenciosamente Darius estimulou ao seu irmão a ser tão aborrecível como fora possível para justificar uma forte surra. — Nada - continuou Marcus sorrindo. — Parece cansado. — Terminei de trabalhar a somente umas horas. — Então porquê está acordado? — É tão curioso quanto Aerolus - resmungou Darius, zangado. Pelo visto Marcus sentia sua necessidade de brigar já que sorriu abertamente com ar de desculpa e elevou as mãos em sinal de rendição. Maldição. Já que não se aproximava uma briga, e para afastar sua mente de Samantha, Darius aguilhoou a mente de Marcus. Assim como Aerolus e Cadmus, Marcus permanecia fechado. Mas Darius podia sentir diversão junto com surpresa. — Senti isso. Darius não se moveu. — Sentiu o que? 45/117
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Marie Harte — Essa tentativa superficial sobre minha mente. Tem que praticar - Marcus bufou. — Como todos os outros, é muito autoritário. — Importar-se-ia explicar isso? - perguntou ele em voz baixa. — Não. Não quando tem esse olhar nos olhos - Marcus girou a cabeça e enfocou sua atenção na cafeteira. Como se fosse controlada por cordas invisíveis, a cafeteira saiu da máquina e verteu o café em uma xícara. A xícara flutuou então brandamente, cruzando a distância da cozinha aos dedos estendidos de Marcus. — Nunca tinha te visto fazer isso antes. — Estive praticando - os olhos de Marcus se entrecerraram. — Não parece assombrado. — Aerolus nos disse isso ontem. Marcus franziu o cenho. — O imagino. É quase impossível manter algo em segredo para ele. Engraçado, mas antes de saber de nossa relação com Arim, sempre acreditei que Aerolus se parecia com o bruxo - deu um grande gole ao café antes que seus olhos se ampliassem vendo algo às costas de Darius. — E falando do diabo… Darius sentiu que o pelo de sua nuca ficava em pé. Ele se virou e viu um lago negro criando-se, atraindo a energia como um ímã. Arim deu um passo através da escuridão e com um brilho o portal se fechou. Ao ver Darius e Marcus, Arim franziu o cenho. — Onde estão os outros dois? Não tenho muito tempo. — Que bom te ver, também - Darius cravou avidamente os olhos em Arim, necessitando a conexão com Tanselm quase mais que respirar. Arim o olhou como sempre, ardendo a fogo lento, arrogante e perigoso, e usando o comando de magia. Já não usava roupa de batalha, entretanto, fazendo com que Darius acreditasse que a luta se acalmou. — Ainda não - Arim manteve em alto uma mão antecipando as perguntas de Darius. — Convoque aos demais aqui de modo que só tenha que explicá-lo uma vez, e faça-o rápido. Darius cravou os olhos em Marcus até que seu irmão “mais novo” começou a girar os olhos e amaldiçoou sob seu fôlego. Apesar dos poucos segundos entre seus nascimentos, Darius nunca deixava de recordar aos outros que era o mais velho, e estava no comando. Uma vez que Marcus saltou do sofá e correu rapidamente subindo as escadas, Darius se virou para seu tio. 46/117
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Marie Harte — E como está mamãe? — Muito bem - respondeu com voz rouca Arim, seu olhar percorrendo a sala. — Pelo menos finalmente encontraram um lugar adequado onde viver - seus olhos brilharam, algo que devia se tomar por diversão iluminou seu rosto. Darius deu de ombros, esforçando-se para conter a impaciência fogosa que se juntava em seu interior, mas incapaz de reduzir sua hostilidade. — Magia afortunada. Cadmus acredita que uma loteria arruinaria Tanselm. Pessoalmente, não me importa. Somente quero voltar para casa. Seu tom rude fez com que o bruxo franzisse o cenho. — Sei que tem pouca paciência para este mundo, Darius, e pouca paciência em geral - Arim olhou fixamente a Darius aos olhos. — Mas precisa ter mais paciência se quiser retornar para casa. Os outros se uniram a eles, aproveitando a oportunidade para perguntar a Arim sobre o que não havia dito. — Bem, todos estão aqui - Arim cravou os olhos em todos os irmãos, parecendo contente quando estabeleceram contato visual com ele. — Tenho boas e más notícias - fez uma pausa. — Poderão voltar para casa antes do que acreditavam. Darius piscou. — O que pode ter de mau nisso? — Tinha que perguntar - resmungou Marcus. — Por muito que vos necessitemos nos quatro cantos de Tanselm os fortalecendo, os necessitamos vivos e sãos. — Estamos bem - disse Cadmus. Arim lhe silenciou com um olhar. — Está bem por agora. Um de nossos homens de maior confiança se infiltrou na fortaleza dos Djinn e nos informou que este mundo se viu comprometido. Darius ficou com o olhar fixo. — Comprometido? Por quem, e por quanto tempo? Arim o olhou carrancudo, a cólera radiando dele como uma onda de calor. — Djinn. Pelo visto se deram conta de que estão aqui. Darius soltou um bramido de cólera e incredulidade, consciente de que seus irmãos se uniram a sua fúria. Inclusive Aerolus, o mais tranquilo do grupo, interrogou a Arim, pedindo informação. 47/117
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Marie Harte — Como sabe que isto é certo? - perguntou ele. — Se Djinn esteve aqui, certamente nos teríamos dado conta já. Desde que chegamos estivemos em guarda, mas não detectamos magia. Como sobrevive então o Djinn? Ainda mais quando não podem viver à luz do dia? — Ainda não estou seguro - Arim não parecia feliz tendo que admiti-lo. — Mas é possível que a luz deste mundo não seja o suficientemente forte para combater sua escuridão, ou possivelmente só saem de noite. De todos os modos, uma vez que me inteirei da nova ameaça, discuti-o com sua mãe. Quando ele não seguiu falando, Darius amaldiçoou. — E? — E ela segue acreditando que estão mais seguros aqui que em casa. Incapaz de deter-se, Darius golpeou furioso. Sua cólera fundiu a cafeteira, destroçando o copo que havia sobre o balcão. Entrecerrando os olhos, Marcus esfriou o copo com uma repentina névoa. — Mas você o que pensa? - perguntou ele ao bruxo. — Pela primeira vez não estou de acordo com ela. Estão em maior perigo aqui. Apesar da falta de magia neste plano, existe a suficiente para suportar a presença de Djinn, então existe a suficiente magia para feri-los. — Mas e nossas affai? Darius pôs os olhos em branco; Aerolus tinha que perguntar. — Estão aqui. Queria vos dar mais tempo, para cortejá-las adequadamente, para provar seu temperamento antes que as levassem para casa. Mas temo que já não poderemos ter esse luxo - Arim tirou um colar de cristal diamantino do interior de sua túnica. Aerolus respirou fortemente. Marcus abriu muito os olhos. Mas Darius se burlou. Que típico de Arim fazer para eles as coisas tão difíceis como fora possível. — Um Cristal do Saber - murmurou Cadmus. — Uma ferramenta que nos teria sido útil quando chegamos aqui há um ano Darius o olhou colericamente. — Por que diabos conservou isto sabendo que somos necessários em casa? Arim lhe ignorou e inclinou sua cabeça para Cadmus. — Sim, um Cristal do Saber. Não estou seguro de como funcionará aqui, mas ainda contém a energia e lembranças de todos os Storm Lordes antes de vocês. 48/117
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Marie Harte Somente leve posto ao redor do pescoço e quando vocês tiverem encontrado a suas affai, saberão. — Mas tendo só um cristal, três de nós ficarão às escuras sobre nossas potenciais companheiras - assinalou Aerolus. Darius acendeu as cortinas próximas, sem preocupar-se com o desagrado de Arim. — Por que não nos deu isso antes de que fôssemos, bastardo? Arim se acalmou. Depois franziu o cenho… um mau sinal. A temperatura ao redor do grupo baixou e as cortinas se apagaram. — Cuide de teu tom comigo, Darius. Família ou não, ninguém fala com um Valens assim sem sérias repercussões. Sem preocupar-se com a cautela, Darius deu um passo à frente, só para ser jogado para trás por seus irmãos. — Isto não ajuda - se queixou Marcus em seu ouvido. — Ele não te matará, mas pode fazer tua vida miserável. — Mas o que é agora? - grunhiu Darius. Mas viu o perigo na postura de Arim, entendeu a necessidade de reprimir seu temperamento e ocupar-se da situação que confrontavam. Depois refletiria sobre o engano de Arim. Inclinou a cabeça em uma forçada desculpa ao seu tio, entretanto se sentiu aliviado quando a temperatura da sala voltou ao normal. — Aerolus - disse Arim, — respondendo a sua preocupação de que terão que utilizar o cristal um a um, por conseguinte ficando os outros três em perigo de ignorar a suas companheiras, tenho uma resposta para você. Observe o cristal deixou o cristal e os outros viram como começava a girar, dando voltas mais e mais rápido até que Arim o segurou. Arim começou um conjuro e seus olhos obtiveram a escuridão do impossível. Darius sentiu o poder de Arim correndo até ele, era tão emocionante como inquietante. Podia sentir o cristal puxando-o, procurando algo em seu interior. Mas estava indefeso para afastar seu olhar de sua cristalina beleza. Depois de uma eterna pausa, seu olhar se deslizou a Arim, seu olhar fixo no do bruxo até que cambaleou. Só quando Arim piscou até Darius se deu conta de sua debilidade. Incômodo ante o poder de Arim, girou-se para ver que pensavam seus irmãos e entrecerrou os olhos. — O que? - perguntou ele, desconcertado por ter mostrado algum tipo de debilidade. Em todos os mitos que rodeavam aos Cristais do Saber, nunca tinha 49/117
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Marie Harte ouvido que alguém sentisse efeitos secundários ante sua presença. Olhou desconfiadamente a Arim. — Darius o levará posto primeiro - dizendo isto, Arim colocou o colar ao redor do pescoço de Darius. Antes que ele pudesse protestar, Darius observou como o cristal ficava vermelho sangue, depois se introduzia através da camiseta e seu peito com a forma de um diamante vermelho. — Como se tira? - Darius seguiu a nova tatuagem, com uma intuição de urgência lhe enchendo enquanto seus dedos se atrasavam sobre o cristal que agora estava encravado em sua carne. — Tirar-se-á sozinho depois que a verdadeira união se der, então passará ao seguinte que o necessite. — Quer dizer que depois que Darius se una a sua affai, um de nós será escolhido para encontrar a sua suposta companheira - disse Marcus, cravando os olhos em seu irmão mais velho. — Infernos, morreremos aqui - gemeu ele. — Muito engraçado - Darius se assombrou ao ver um brilho de satisfação passar pelo rosto de Arim. A desconfiança aumentou rapidamente, seguida por um pouco de realização. — Isto é mais que um Cristal do Saber. O que me fez exatamente? — Nada que você não tivesse feito por si mesmo já. — Que diabos significa isso? - a cólera se inflamou. Mas o cristal turvava sua mente, convertendo sua cólera em uma necessidade ardente de descobrir… a alguém… alguém que enchesse o vazio mental doloroso que aumentava nele. — Significa que já encontrou a tua companheira - respondeu Aerolus, com a preocupação escurecendo seus claros olhos cinzas. — Agora tem que encontrá-la, se unir a ela, e convencê-la a entregar tudo o que conhece para viver contigo… em um lugar que não vai acreditar que exista… para sempre. O silêncio encheu a sala e Arim desapareceu como se nunca tivesse estado ali. Seus olhos se cravaram de um a outro antes que Cadmus rompesse o silêncio. — Estamos condenados. **** Samantha gemeu brandamente, o terror sacudindo seu suarento corpo no quarto gelado do hotel. Girando a cabeça de um lado a outro, tentou sair do 50/117
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Marie Harte pesadelo que a aprisionava. Em vez disso, as imagens infernais a bombardearam, e com olhos completamente abertos e cegos, olhou perdidamente para a entrada cavernosa de uma realidade incerta… Como uma imagem imprecisa a qual lhe falta definição, a figura encapuzada brilhou suavemente enquanto passava sobre os campos de ervas altas e brancas. Tudo o que a figura tocava, era destruído. As ervas murchavam em corrompidos montões putrefatos sobre o terreno cinza avermelhado… já não era escuro e rico em nutrientes. Agora o terreno só podia nutrir a decomposição. Deixando um patente rastro de decomposição em seu velório, a nebulosa figura flutuou ardente através de um portal dimensional a um plano nunca visto antes. Mas parecido a um narrador onisciente, Samantha observou como tudo se desenvolvia com o olhar ardente, incapaz de se separar de sua vista o mal que abundava em seu sonho. Os traços indefinidos da criatura coberta pela capa se perfilaram em uma obra grotesca quando baixou o capuz. Sem serem escurecidos já em um mundo que não era o próprio, a criatura prosperava em seu mundo anfitrião, na escuridão que escurecia a luz. Seus olhos seguiram as garras de um amarelo doentio que se projetavam das mangas desfiadas que ainda se aferravam ao capuz. As ossudas mãos o faziam parecer um esqueleto vivo, apropriado para o escuro ataúde de uma sala em que tinha entrado. Ela seguiu as mãos, sendo logo incapaz de afastar o olhar do horrível rosto da criatura. Uma deformada cabeça sem cabelo se sentava como uma parte de cera derretida num pescoço tão fino como o papel. A criatura tinha duas orelhas, ambas acabadas em ponta e excessivamente longas, a grande altura aos lados de sua cabeça. E sua cabeça… ela tremeu. Sua cabeça era um amontoado de marcas negras e manchas cítricas, com dois enormes olhos, redondos e brandos que se assentavam sobre uma boca aberta cheia de dentes afiados e negros. Não tinha nariz para cheirar o persistente fedor da morte que se estendia pela sala, e Samantha teve que se perguntar se o cheiro chegava da criatura ou desse mesmo escuro lugar. A criatura finalmente soltou sua capa e andou arrastando os pés, torpemente dando um passo para uma figura dobrada sobre uma mesa de mármore. 51/117
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Marie Harte Com os olhos em branco, viu que era um homem tão bonito que teria podido ser um anjo. O cabelo loiro platino emoldurava um rosto perfeitamente proporcional, todo planos e ângulos e linhas masculinas. Os grossos e avermelhados lábios se sobressaíam na pele de alabastro, pele que parecia tão sedosa e fina como a de um bebê. O homem elevou o olhar à criatura e a tristeza espreitou nas profundidades azul anil de seu olhar. — Ah, Mirego, trouxe visita. Tinha esperado tanto que fosse mais cuidadoso -negando com a cabeça, cravou sem pestanejar os olhos em Mirego enquanto raios idênticos azuis saíam rapidamente de seus olhos, fazendo que seu criado estalasse em chamas. Mirego gritou, um som tão horrível que fez com que Samantha sentisse que sua cabeça podia partir-se em duas. Depois a criatura se converteu em cinzas, seu corpo ardendo lentamente aos pés do homem. O homem elevou o olhar, parecia que diretamente para Samantha. Apesar dela não estar realmente ali, apesar de estar sonhando, o homem a viu, reconheceua. — Seu fogo não te salvará, affai - sussurrou ele, seus lábios elevando-se em um sorriso abertamente atraente, seus olhos lacônicos e frios. — O carinho do príncipe só te trará dores que nunca experimentou. Sentiu uma queimação em sua garganta, fazendo que repentinamente não pudesse falar ou engolir. O frio a consumiu, até que pensou que seria preferível a morte à ausência de calor em seu corpo. — Se una a ele e trará a morte a todo o seu mundo - avisou ele. Samantha abriu a boca para gritar por ajuda. Mas o homem se moveu aproximando-se e estendeu a mão, seus lábios juntando-se para um beijo que ela sabia que seria pior que a morte. — Pela sorte, possivelmente? - sorriu ele, mostrando os brancos dentes. Lutando contra o desejo de aproximar-se dele com tudo o que tinha, pouco se deu conta do enérgico tamborilar. O ruído aumentou, afogando por completo os traços do homem e o nocivo lugar onde ele estava… então repentinamente ela cravou os olhos no teto da sala de seu hotel enquanto alguém golpeava violentamente sua porta. — Maldição, Samantha, abra a porta. 52/117
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Marie Harte Com seu coração correndo mais rápido pelo pior pesadelo que nunca tinha experimentado, Samantha tentou recuperar o fôlego enquanto se endireitava na cama. — Espera - disse ela tão forte como pôde, sua voz um sussurro atormentado. Agarrou firmemente o ferido pescoço, lentamente deixando atrás de si o atemorizante sonho. Clareando a voz, disse com voz mais forte. — Já vou. Espere um minuto. Enquanto a névoa pouco a pouco ia limpando sua mente, reconheceu os gritos de Darius. Agarrando firmemente sua camisola de algodão à altura de seu pescoço para tranquilizar suas trementes mãos, arrastou-se instavelmente até a porta. Inspirando profundamente, lutou para acalmar-se. Depois da noite anterior necessitaria todo sua esperteza para tratar com o rei da tentação. Ele voltou a gritar seu nome e seu nervosismo desapareceu sob uma onda de irritação. Ao passo que ele ia, teria todo seu andar se queixando sobre ela ao gerente. E eram somente, olhou de soslaio seu relógio, seus olhos se alargaram com crescente desilusão, as oito da manhã. Abrindo a porta, agarrou-lhe pelo braço e puxou-o bruscamente para dentro, depois fechou de uma portada. — Por que não respondeu antes? - perguntou com impaciência ele, seus olhos viajando interessados por seu cabelo desordenado e sua fina camisola de flanela. — São oito da manhã. Ainda estava dormindo - seu tom seco não teve o efeito que ela desejava já que estava lutando para não falar com roucos sussurros. — Tenho a garganta irritada. Devo tomar algo. Sim, o terror por um louco sonho sobre outro mundo cheio de malvados monstros e demônios. Ele devia ter ouvido algo que ela dissera já que franziu o cenho, seus olhos entrecerrando-se como se lhe importasse. Cortou a distância entre eles e afastou o cabelo de seu pescoço, brandamente acariciando sua garganta. Depois sua carícia se deteve. — O que é isto? - ele pressionou brandamente o lugar que atravessava com dor sua garganta e ela ficou sem fôlego. Parecia como se uma estalactite tivesse batido com violência contra seu pescoço, o frio bombardeando-a desde o ponto onde seu polegar tocava sua pele aprofundando em seu esôfago. — Pára! - coaxou ela. — Isso dói! 53/117
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Marie Harte — Pela luz de Tanselm - disse ele com voz densa cheia de preocupação e cólera. — Foi marcada. Antes que ela pudesse perguntar ao que se referia, ele a agarrou duramente pelos ombros e puxou a ela aproximando-a, levantando-a sobre seus pés de modo que suas faces quase se tocaram. Seus olhos brilhavam, um estranho vermelho ardia através de sua íris negras. — Está brincando com o perigo, Samantha. Tem ideia de quão afortunada é de estar viva? - como se desse conta do rude aperto que exercia sobre os braços dela, ele amaldiçoou e afrouxou seu agarre. — Ponha-se para trás, homem - disse ela com voz áspera, tentando liberar-se. — Tive que ser maltratada. Como se o loiro não tivesse sido suficiente - se queixou ela e esfregou a garganta, seus olhos desafiando-o a voltar a ficar rude com ela. Seu olhar ficou mais curioso. — Não tinha a intenção de te machucar - sua desculpa soou constrangida. Ela podia afirmar que não as dava frequentemente. — Como aconteceu isto? Não deveria ter sido possível. Ele finalmente a soltou e ela saiu em disparada até a cama e se afundou nela. — Estou realmente confusa - ela cobriu com sua mão sua garganta e tocou o lugar que tinha alertado a Darius. Com o tamanho de uma moeda, um gelado pedaço de pele pulsava onde se tocou. Começou a olhar-se no espelho da penteadeira que havia em frente da cama. Nada arruinava sua pele, nenhuma sinal de ferida ou vermelhidão. Mas a parte estava gelada ao tato. — Isto fica mais estranho a cada segundo que passa - ela dirigiu seu olhar a Darius, notando a rigidez de sua postura. — Um minuto estou tendo um pesadelo, no seguinte está esmurrando minha porta, e repentinamente tenho um bloco de gelo ao redor de minhas cordas vocais. E de que fala quando diz que fui marcada? Cuidadosamente ele apagou toda expressão de seu rosto, pondo-a mais nervosa que se houvesse tornado a lhe gritar. — Antes de te explicar, me descreva a este loiro que mencionou. O que te fez exatamente? A tensão aumentou no dormitório como uma brilhante fogueira. — É um pouco, ah, complicado - ela sopesou os riscos, sem querer aprofundar em sua estranha habilidade para sonhar coisas sobre o futuro. Entretanto, neste 54/117
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Marie Harte caso, o psicopata loiro a tinha maltratado no presente. Então de algum modo agora seus sonhos eram reais? — Não vai acreditar em mim. — Me ponha a prova - disse ele com voz tranquila. Seus olhos brilharam com a verdade, e ela sentiu uma repentina compulsão de lhe contar tudo. Acreditarei em você... Ela piscou. Somente não era possível que ele houvesse dito isso. Sua boca seguia fechada, mas ela tinha escutado sua voz. Negou com a cabeça, tentando encontrar sentido a tudo isto. Elevando o olhar a ele, estudou seu corpo alto e imponente. Deveria haver-se sentido apreensiva pelo perigo que ele transpirava. Em vez disso se sentia segura. Maldição. Possivelmente havia se tornado louca finalmente. As pessoas normais não viam o futuro, não ouviam vozes, e sem dúvida não viam figuras demoníacas tão claramente como a vida real. Esfregou os olhos. Possivelmente a tensão nervosa de manejar com o incrível sexo da noite anterior tinha destroçado sua prudência. Diga-me Samantha, voltou a dizer Darius, mas sem falar. Ela suspirou. — Legal. Mas te advirto que soa louco - ela lhe relatou detalhada e hesitantemente sua habilidade, depois o sonho, sem deixar nada. Ele guardou silêncio durante todo seu relato, somente cravando os olhos nela com um olhar fixo e insondável. — E quando ele estava a ponto de me beijar - ela fez uma pausa e se estremeceu, — chamou a minha porta. Honestamente não sei que teria acontecido se não tivesse estado aqui. Ela franziu o cenho então. — O que faz aqui? Ele não respondeu. Em vez disso se sentou ao seu lado na cama e estendeu a mão para acariciar seu pescoço. Seus dedos eram tão quentes, roçando sua pele como as asas de uma mariposa, ao mesmo tempo aliviando a constrição em sua garganta ao fazer crescer as chamas do desejo que facilmente tinha criado ontem à noite. Seu rosto se avermelhou e ela pensou que viu uma labareda em seus olhos. Que fácil teria sido voltar-se para frente e beijar a perita boca dele. 55/117
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Marie Harte Meu Deus, isso somente foi ontem à noite? Tragando saliva, obrigou-se a se voltar para trás, precisando conservar o pouco ego que restava. Em poucos momentos lhe diria que estava louca, ou a chamaria de algo pior, os homens com batas brancas iam visitá-la. Ele franziu o cenho quando ela se voltou para trás, e abriu a boca para falar. Aqui vem, pensou ela. — Samantha - fez uma pausa. — Não está segura aqui. Ela piscou. — O que? — Quero que venha comigo. — Não tem volta? É tudo o que quer me dizer? - lhe olhou astutamente. —O que é que não me diz, Darius? Ele se levantou e ficou com o olhar brilhante pela familiar impaciência sobre ela. — Podemos fazer isto da forma fácil ou da difícil, mas o resultado vai ser o mesmo. Ela se levantou, notando distraidamente que a entristecedora dor tinha desaparecido. Seus olhos se entrecerraram. — É um bastardo arrogante, sabia? — Não é arrogância o que te faz sentir assim - e num segundo silenciou seu protesto com um beijo que destroçou sua alma. Seus lábios como a seda roçaram os dela, quentes e flexíveis cheios de promessas. Como apanhar um tigre pela cauda, ela estava bem e realmente espreitada. Por muito que quisesse negar o que o fazia, não podia resistir. — Me diga que estou sozinho nisto - resmungou ele enquanto arrastava a boca sobre seu pescoço, suas mãos vagando mais abaixo. — É somente meu toque o que nos faz arder? Consumo-me pela necessidade, pelo fogo de te ter, sem importar o preço. Dizendo isto voltou a procurar sua boca, lhe mostrando com seus lábios e língua a paixão que reclamava. Suas mãos foram a suas coxas, roçando e pressionando-a contra ele, contra a dura longitude que aguilhoava seu ventre. Ele deslizou uma mão entre suas pernas e gemeu ao tocar sua pele nua. Depois mergulhou um dedo em seu interior, fazendo com que ela se arqueasse apesar da irritação de que ele pudesse controlá-la tão facilmente. 56/117
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Marie Harte — Está tão ardente, tão molhada - disse ele com voz pouco clara e começou a introduzir seu dedo indicador dentro dela, imitando o movimento com sua língua dentro de sua boca. A necessidade fluiu dentro dela, um desejo tão forte que igualava com a dor. Com mãos trementes alcançaram a braguilha de seu jeans e seu interior. Ante suas carícias ele gemeu e se inchou, seu pênis duro como o ferro, um testemunho ardente da paixão entre eles. Rapidamente lhe libertou de seu jeans, desfrutando brevemente de sua aveludada ereção dura como o aço antes que ele tomasse o controle. Quase com desespero, ele afastou suas mãos e a atirou na cama, seguindo-a imediatamente. Aterrissou entre suas coxas, enfocado de modo determinado e inquebrável. Selando com sua boca a dela, conduziu-se profundamente ao interior dela, deslizando-se em seu acolhedor calor com um gemido. Depois começou a mover-se, mais e mais forte, até que pulsaram. Repetidas vezes se mergulhou, montando-a com uma ferocidade que dava pé a que ela liberasse o calor animal que havia em seu interior. — Samantha - disse ele com voz áspera e olhou perdidamente seus olhos, seu corpo golpeando o dela. — Necessito-te. Não posso me deter… - sua perda de controle puxou mais profundamente a ela até o abismo até que sentiu como se seu coração fosse explodir. — Agora, affai - ele batendo os quadris, a fricção contra seus clitóris insuportável, e empurrou duramente até que ela viu estrelas. Ela gritou seu nome enquanto chegava ao clímax, fracamente consciente de que ele encontrava sua própria liberação. Quando ela conseguiu recuperar o fôlego, deu-se conta de que desta vez tinha sido melhor que a última, que não tinha imaginado sua potência sexual. Sua aventura sexual de uma noite se converteu em duas, e inconsciente ou não, sentiase muito fraca, muito saciada para lamentá-lo. — Bem. Lamentar-se é intuir já que não se pode desfazer - ele se dobrou e ela mordeu o lábio, sentindo-o dentro de si profundamente satisfatório. Por desgraça, ele suspirou pesaroso e se retirou. — Mas temos que nos pôr em movimento. Faz de minha disciplina um inferno, mulher - de pé, esperou enquanto ela endireitava a roupa, então a ajudou a levantar-se cavalheirescamente. 57/117
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Marie Harte Surpreendida por suas maneiras depois de seu agressivo e sexual comportamento, abriu a boca para lhe fazer uma brincadeira, mas a fechou ao darse conta da estranheza de seus comentários. Observou-lhe com temor enquanto uma escura sobrancelha se elevava em um gesto arrogante que parecia ter aperfeiçoado. Finalmente o resolveu? Suas têmporas pulsaram e sua boca secou. Como se os sonhos sobre demônios e as vozes não fossem suficientes, justamente acabava de fazer amor com um leitor de mentes, um com brilhantes olhos vermelhos que provavelmente não era humano. CAPITULO SEIS Darius podia sentir seus olhos jogando quentes faíscas. Fazer amor com Samantha não tinha sido, de nenhum modo, inteligente. Não tinha feito nada para lhe saciar, e tudo para que voltasse a desejá-la. Não por um bom momento, tendo em conta de que recentemente ela tinha chegado ao final. Amaldiçoando baixo seu fôlego, ele controlou seu poder, o suficiente para esfriar seus olhos debaixo das incômodas lentes de contato escuras que se via obrigado a usar. Samantha simplesmente seguia olhando fixamente e ele acreditou havê-la empurrado muito longe. Suspirando, ele a agarrou pelos ombros e baixou o olhar aos seus olhos verdes abertos e atordoados. — Olhe, sei que tudo isto é difícil de acreditar. Confie em mim, conheço o sentimento muito bem - inspirou profundamente e passou uma mão pelo cabelo. Talvez lhe ordenando que fosse com ele tinha sido rude. Seus olhos se atrasaram sobre seu vulnerável pescoço. Depois que ela tinha chegado ao final, não só com Sin Garu, mas também com a combustível química que pareciam compartilhar, ela tinha que ser precavida. — Samantha, pergunto-te se você gostaria de vir comigo. Prometo, que uma vez que estejamos em minha casa, responderei a todas suas perguntas e te direi mais do que provavelmente desejou saber. Ela cravou o olhar nele, seu olhar intenso e entendido. 58/117
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Marie Harte — Irei contigo - disse ela lentamente. — Mas quero que me prometas que se manterá fora de minha mente. Ele assentiu com a cabeça, embora não fosse necessário que se esforçasse para lhe dar o espaço que pedia. Por alguma razão, sua mente sintonizava com a dela de modo natural, e quanto mais estava perto dela, menos podia permanecer longe, tão mental como fisicamente. Não se encontrava cômodo com a necessidade repentina de um constante “toque mental”, e o desejo que sentia quando ela estava perto não tinha diminuído. De nenhum modo. Não, o orgasmo que acabava de ter não lhe tinha satisfeito, somente lhe tinha feito ter mais fome pelo corpo delicioso de Samantha. Enquanto a olhava jogar suas coisas dentro de uma bolsa, assombrou-se pela falta de vida no cristal encravado em sua pele. Se Samantha fosse sua verdadeira affai, o cristal deveria ter começado a pulsar ou fazer, pois bem, algo. Mas não fez nada, somente estava como uma cicatriz em seu peito. Samantha terminou de pegar suas coisas num tempo recorde e ele agradecidamente pegou sua bolsa, usando o movimento para tirar de sua mente todo o relacionado com a palavra “affai”. Caminharam até sua caminhonete em silêncio, sua atenção posta no escuro mundo que lhes rodeava, agora consciente da ameaça Djinn. Samantha, supôs ele, estava tentando confrontar o que tinha acontecido no hotel. Já tinha conduzido a metade do trajeto a sua casa quando ela falou. — O que é affai? Ele a olhou assombrado. — O que? — Olhe a estrada! Ele apenas conseguiu evitar o carro diante de si. — Onde ouviu isso? — De você. — Quando? - não recordava ter mencionado nada a respeito de uma affai perto dela. Maldição, tinha pensado em evitar lhe explicar essa parte da história até que o deixasse completamente claro. Pensar no matrimônio ainda lhe agitava o estômago. — Enquanto fazíamos amor. Chamou-me de affai. 59/117
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Marie Harte Seu olhar seguia fixo na estrada, mas pôde vê-la ruborizar-se pela extremidade do olho. — É um termo de carinho, somente. Por que a tinha chamado de affai? Concedido, fazer amor com ela era melhor de tudo o que tinha experimentado, mas o sexo magnífico estava muito longe de toda uma vida de compromisso. O estúpido cristal ao redor de seu pescoço não ajudava. Apesar de não desejar uma affai -no mínimo, disse a si mesmo- estava decepcionado de que a pedra não tivesse reagido diante de Samantha. Amaldiçoando silenciosamente a pedra incrustada em sua pele, soube que seria melhor manter em particular toda a conversa a respeito de uma noiva e permanência, ao menos até que soubesse realmente o que significava sua conexão com Samantha. Melhor medir sua reação ante a explicação a respeito de Tanselm e os Storm Lordes. Não havia necessidade de falar sobre um obrigatório destino juntos, sobretudo se não o havia. Por sua parte, Samantha parecia ter aceitado sua explicação e se manteve quieta durante o resto do caminho. Trinta minutos depois a escoltava a sua casa, mais que curioso de ver como reagiria ante seus irmãos. Em Tanselm, um lugar onde os Quatro Reis existiam e eram aceitos, o povo se detinha e os olhava quando ele e seus irmãos estavam juntos. A sua mãe gostava de pensar que era “pela pura beleza de seus quatro filhos bonitos” juntos em um lugar o que causava semelhante medo, mas Arim especulava que as energias dos irmãos carregavam o espaço ao seu redor de uma poderosa presença que era impossível ignorá-la. Desde que tinha chegado a esse plano um ano antes, Darius só tinha levado a outras três mulheres a sua casa para conhecer seus irmãos. Uma das mulheres se havia sentido tão intimidada que tinha rompido imediatamente com ele. As outras duas, fez uma careta ao recordá-lo, atrevidamente tinham mencionado de modo indireto sobre uma clara relação sexual com ele e seus irmãos, apesar de que tinha provado as águas prometendo uma relação mais permanente. Perturbado por sua avareza, tinha destruído sua relação sem escrúpulos. Por regra geral, ele e seus irmãos não compartilhavam as mulheres, não até o ponto que uma mulher se interponha entre eles. Entretanto, as mulheres com as quais tinha 60/117
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Marie Harte ido para casa não teria importado menos compartilhá-las. Sua falta de princípios lhe desgostava. Mas agora, com Samantha… não gostava da possessividade que sentia. Não queria pensar sobre sua reação se ela resultasse tão inconstante e vazia como as outras mulheres que tinha levado para casa. Mas mais que isso, não queria confrontar o secreto desejo que acreditava nele esperando que ela passasse uma falsa prova. **** Samantha passou através da porta da casa extremamente cara e confrontou à família de Darius, congelou-se com o que esperava que fora a última surpresa do dia. Darius tinha falado pouco no trajeto em carro até sua casa. Depois de ficar aturdido por sua menção sobre “affai”, fora o que fora isso, havia feito uma curta ligação. Pelo visto não tinha tido a intenção de levá-la a sua casa até que viu sua ferida no quarto de hotel, pois deu uma explicação bem ambígua com quem quer que estava falando pelo celular antes de grunhir e desligar. Quando lhe perguntou sobre sua casa, ele desviou de suas perguntas e ficou rigidamente silencioso. Não é que esperasse uma conversa com Darius, mas inclusive um comentário sobre o clima teria aliviado a tensão dentro da desmantelada caminhonete. Cansada, aceitou sua quietude. Poderia ter reagido de modo distinto se não tivesse que se acalmar do pesadelo do inferno e de sua assombrosa falta de controle quando chegou Darius. Entretanto, agora desejava lhe haver pressionado. Darius Storm era um de quatro quadrigêmeos idênticos. Idênticos. Quadrigêmeos. Meu Deus, que um homem tão atraente quanto Darius Storm existisse aturdia a mente. Mas ver quatro como ele, todos juntos, bem, era tudo o que podia fazer para não ficar a babar incontrolavelmente. Ela ficou de pé no vestíbulo cravando os olhos em todos eles, duvidando o que dizer. Possuíam um magnetismo que encontrava irresistível, e enquanto se ajustava a sua presença, seus olhos foram ao homem zangado que havia ao seu lado. Darius a olhava como um gato a ponto de atacar, e ela era consciente de que se encontrava de pé em algum tipo de precipício, que sua resposta ante sua família responderia alguma prova que inconscientemente lhe tinha posto. 61/117
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Marie Harte — Por favor, me diga que esta é a última surpresa do dia - resmungou cansadamente ela, sendo incapaz de pensar em nada ocorrente nesse momento. — Tenho uma forte dor de cabeça, e a causa da dor de cabeça me trouxe aqui. Não posso aguentar três mais dela, não com quatro horas de sono e nada de cafeína escutando seus insípidos comentários, olhou carrancuda a Darius. Era culpa sua que ela soasse como uma estúpida. Três dos quatro homens sorriram, o aberto sorriso de Darius demorou mais em aparecer. — Muito bem dito - respondeu um deles e moveu sua mão. Os quatro tinham a mesma altura e a mesma beleza musculosa que fazia que lhe secasse a boca. E enquanto os estudava tentando um modo de diferenciá-los, bruscamente Darius os apresentou. — Marcus, Cadmus e Aerolus, esta é Samantha Brooks. Samantha, meus irmãos. Ela inclinou a cabeça com atenção, assombrada ao notar que cada irmão tinha uma cor de olhos distintos. Marcus os deixava azuis, devia ser o homem ao qual tinha visto fora do restaurante ontem. Olhou-o carrancuda, depois olhou ao homem que tinha movido a mão, Cadmus com olhos de cor café, e finalmente dirigiu um sorriso forçado a Aerolus que os deixava cinzas. Darius deu um passo aproximando-se dela e colocou seu braço ao redor de seus ombros vendo-se estranhamente satisfeito. — Bem-vinda a minha casa, Samantha - ele a conduziu até o sofá da sala de estar e se sentou ao seu lado. Muito perto. Ela se deu conta de que seu calor corporal alterava seu sangue em todas as partes em que se tocavam. — Sinto muito interromper desta maneira - disse ela no aposento grande, as três imagens idênticas de Darius diminuindo o espaço enquanto se sentavam ao seu redor. Ela dirigiu um olhar furioso contra o homem teimoso sentado ao seu lado. — Não foi ideia minha. — Não se preocupe - disse Cadmus com um rápido movimento de olhos. — Confie em nós, sabemos o asno que é Darius. Vivemos com ele. — Sim - Aerolus olhou ao seu irmão seriamente. — É um completo asno. Suas palavras soavam engraçadas, ditas com um acento estranhamente exótico e um muro de rostos estoicos. Marcus pôs os olhos em branco. 62/117
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Marie Harte — Todos sabemos o referido as dores que pode causar Darius. Agora, Darius, nos dizer exatamente o que aconteceu. Obviamente, Samantha não quer estar aqui, então por que a arrastou até aqui? Acreditei que o plano era que ficasse com ela no hotel. — Exatamente não é que não queira estar aqui, mas… como que o plano era que ficasse comigo no hotel? - ela se separou do braço de Darius. Os outros ficaram silenciosos, mas Samantha só tinha olhos para Darius. Ele parecia incômodo, mais ainda rodeado por seus irmãos. — Samantha - começou ele em voz baixa querendo suavizar o que tinha que dizer. Ela não piscou, negando-se a dobrar-se, e ele suspirou. — Disse-te que te explicaria. Silêncio. — E então? - aguilhoou-o ela, seus braços cruzados, sua postura gritando que ou lhe dava as respostas que queria ou explodiria. — Maravilha - amaldiçoou ele, seu cenho franzido pela irritação. — Quer respostas? Como isto? Nós quatro - fez uma pausa enquanto assinalava a seus irmãos, — somos conhecidos como os Quatro Reis, os seguintes na linha de sucessão para governar Tanselm, um mundo sobre o qual nunca ouviu falar que está sendo atacado pelo mesmo mal que experimentou esta manhã. — O que? - Aerelus disparou do sofá, Marcus e Cadmus estavam igualmente aturdidos. A cabeça de Samantha pulsou. — Repete-o? — Pela Luz, Darius - Marcus negou com a cabeça. — Acredito que uma explicação razoável se necessita aqui, para Samantha e para nós. Cadmus assentiu com a cabeça, seu sobrecenho franzido claramente em uma atitude desaprovadora. — Sim. Você em realidade não tem sentido do tato - se virou para Samantha. — Embora seu gosto em mulheres definitivamente melhorou. Darius soltou um grunhido e Samantha elevou uma mão para parar essa loucura. — Que todo mundo se cale -sua voz se elevou sobre a briga dos irmãos. — Você, Aerolus, guardou medianamente silêncio. Por que não me explica isto? 63/117
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Marie Harte O mais tranquilo dos quatro, e o que tinha olhos mais misteriosos, disse suspirando: — Com os atos de meu irmão, é admirável que até esteja aqui - dirigiu um olhar acusador a Darius, um que lhe feriu em seu silêncio. — Samantha, o que Darius disse é verdade. Pode ser difícil de aceitar, mas nós quatro somos de outro mundo, um lugar onde a magia existe e o mal e a Luz lutam pelo controle. — É obvio que é de outro mundo. Deveria havê-lo imaginado desde o começo - acreditou havê-lo dito com naturalidade, mas Marcus ria dissimuladamente. — Tire as lentes de contato, Darius - disse Aerolus. — Isso poderia ajudar. Com um gesto de assentimento, ela observou como os escuros olhos de Darius se voltavam de um surpreendente vermelho, assim como no quarto do hotel. Pois bem tendo muito, deveria ter imaginado essa teoria. Repentinamente o sonho erótico que tinha tido no quarto do hotel cobrou um vibrante significado. Olhos vermelhos. Affai. Precipitadamente visualizou uma barreira mental quando seu cenho se franziu pela surpresa, depois avermelhou. Isso sobre não ler meus pensamentos. — Aqui, em Seattle, todos salvo Darius podemos ser considerados de tua raça, embora ainda me falta ver quatro quadrigêmeos idênticos - Aerolus lhe dirigiu um olhar prudente e Darius gemeu. — Somente siga com isso. — Sim, de acordo - Aerolus tossiu para cortar as risadas. — Somos filhos de um poderoso Storm Lorde, um homem nascido da magia elementar que regia a seção ocidental de Tanselm, nosso mundo. Em concreto, nosso pai dominava o vento. Morreu há um ano. Samantha sentiu claramente sua dor, e sem pensar tentou pegar a mão grande de Darius. O calor se desdobrou por ela em seu contato, e ela segurou sua palma antes de tentar soltar-se. Ele não a deixava. Por que isto a agradava não podia dizê-lo, mas sem querer demonstrá-lo e dar-lhe a mão ganhadora, ficou sentada quieta, esperando que Aerolus seguisse. Ele cravou os olhos em suas mãos unidas e o canto de seus lábios se curvou. — Meu pai era um de quatro irmãos idênticos, como nós, e assim também estava destinado a controlar um dos quatro reinos. Nossos tios controlavam o sul, norte e leste, levando seus reinos sob o poder dos Storm Lordes. 64/117
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Marie Harte — O que significa isso exatamente? - ela os olhou a todos, perguntando-se como era possível que acreditasse em algo disto. — Os Storm Lordes dominam os elementos - Aerolus moveu a mão no ar e uma corrente de ar se moveu no quarto. — Como pode ver, domino o vento. Cada um de nós, os Quatro Reis, nasce com uma habilidade para manejar e controlar um elemento específico da natureza. Marcus controla a água, Cadmus a terra, e Darius cria o poder do fogo. Ela ficou olhando com assombro como Marcus fazia aparecer água na palma de sua mão por arte de magia e Darius criava uma chama. Virou-se para Cadmus, o qual deu de ombros. — Se volto a fazer que trema a casa me ameaçou com uma semana de pratos. Os terremotos não são muito populares aqui. Tendo visto seu poder com seus próprios olhos, a incredulidade da Samantha começou a desvanecer-se, substituída pelo temor e a incerteza. Aerolus pareceu sentir sua ansiedade, pois continuou com um tom cortês. — Apesar do poder dos Storm Lordes, eles, nós, somos mortais. Papai foi assassinado por magia negra, e há pouco tempo nossos tios e suas famílias também foram assassinados, tudo por causa de um bruxo malvado chamado Sin Garu e seus criados os Netharat. Darius apertou sua mão. — Sin Garu é o loiro com o qual te encontrou esta manhã - brevemente explicou seu sonho, sem mencionar que tinham feito amor, pelo que ela estava agradecida. Escutando tudo outra vez, entretanto, reforçava seu medo. Sua boca secou. O conto sobre um mundo alternativo, que tinha começado como entretido, agora parecia muito horrivelmente real. — Dito tudo, o que quer Sin Garu de mim? Aerolus abriu a boca, mas Darius lhe interrompeu. — Não estamos seguros. A última parte certa, é que você corre perigo, e que não partirá até que saibamos o que é que quer - sua voz se voltou rude, seus olhos parecidos com lasers tão precisos como o desejo de escapar dela. Ela engoliu seco, decidida a não perder frente a ele ou seus irmãos. Enfocando sua atenção em sua força, encontrou com resistência sua arrogância, demonstrando simplesmente que não ia tratá-la mau, que não estava tão assustada. 65/117
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Marie Harte — Se fico é porque escolho ficar, não porque me ordene - ela tentou lhe olhar furiosa, mas não pôde manter a mentira quando seus olhos se chocaram com os vermelhos dele. Incluso no parecia nem minimamente fora do normal, mas parecido a um amante sobrenatural capaz de comovê-la com um olhar. Alguém limpou a garganta e ela se deu conta de que ficou olhando fixamente para Darius, e ele a ela. — Sempre que fique, não me importa a razão - concedeu com voz rouca. — Está claro que está cansada e precisa de tempo para, ah, te ajustar a tudo isto. Não deveria ter te pressionado - ela notou a surpresa de seus irmãos. — Vamos, levar-teei até seu quarto. Ela se levantou o mesmo tempo que ele, seu pesado corpo finalmente paralisando. Teria caído sobre seus joelhos se Darius não a tivesse apanhado. — Ficarás comigo - murmurou Darius enquanto a tirava da sala e subia as escadas com ela nos braços. Ela escutou os resmungos masculinos, mas não tinha ânimo para seguir questionando a Darius. Tanto como desejava andar por si mesma, não podia deter o giro que faziam seus olhos, ou a debilidade que invadia suas extremidades. Darius a levou com facilidade, seu desejo de ser forte sem consequências. Sentia sua dor, podia sentir como ela se aproximava de perder seu agarre sobre seu controle. Amaldiçoando sua estupidez por não ter primeiro em conta sua comodidade, colocou-a brandamente na cama. Quando ela não se moveu para levantar-se, soube que tinha alcançado o limite de sua resistência. Olhando-a, uma espiral de ternura nasceu, lhe assombrando a quantidade de sentimentos que repentinamente sentia pela linda Samantha Brooks. O simples fato de tê-la perto fazia com que seu pênis lhe doesse e assaltava seu coração, sem mover-se para seduzi-la, sabendo que ela não diria que não, mas incapaz de aproveitar-se. Com qualquer outra mulher teria sido fácil chegar a isso, usar cada uma das formas disponíveis para pressioná-la a que aceitasse sua proteção. Entretanto, Samantha lhe fazia consciente de que sua atitude se havia abrandado. Seus olhos se moveram sem abrir-se e ela respirou brandamente em sua cama, sob sua vigilância. Os pensamentos sobre Tanselm perderam importância comparados com a necessidade de manter esta mulher a salvo e junto a ele. 66/117
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Marie Harte Os pensamentos de Tanselm perderam importância… enquanto a consciência do momento penetrava, o cristal ao redor de seu pescoço cobrou vida. Ardendo, o Cristal do Saber queimou através de sua carne, elevando do lugar em que descansava em seu peito com luzes azuis e prateadas. Caiu de joelhos na cama e perdeu o equilíbrio sobre os lençóis ao lado de Samantha, furioso pela dor em sua garganta que desaparecia sob um repentino alarme. O poder do cristal lhe estremeceu, como se pela primeira vez em sua vida se encontrasse incapaz de controlar o fogo que ardia em seu interior. **** — Acha que Darius esteve bebendo? - Cadmus sorriu abertamente, seus olhos fixos na porta pela qual seu irmão acabava de sair. — Se não o tivesse escutado com meus próprios ouvidos, não acreditaria Marcus negou com a cabeça. — Realmente Darius pediu perdão a essa mulher por ser muito despótico? Pediu, não? Não estou sonhando? Aerolus mal pôde reprimir uma risada afogada. Tinha estado esperando que algo como isto ocorresse. Finalmente. Darius tinha encontrado alguém capaz de penetrar as barreiras que protegiam seu coração. Afeto, possivelmente inclusive amor, tinha estado no modo em que Darius olhava a Samantha, na maneira em que pronunciava seu nome. — O que pensa, Aerolus? - tanto Cadmus como Marcus cravaram os olhos nele, esperando uma resposta. — Acredito que Darius finalmente encontrou um adversário de seu nível. — Ardente maldição - Cadmus ficou em pé de um salto e elevou os punhos ao ar. — Quase posso sentir a terra escura de Tanselm correndo por meus dedos. Quase posso cheirar o doce cheiro das flores leraffes enquanto o começo da primavera me chama para casa. Marcus pôs os olhos em branco enquanto Cadmus seguia tornando-se poético, mas Aerolus podia ver que a excitação das palavras sobre Tanselm voltava seu olhar azul brilhante. — Poderia querer não te pôr muito feliz justamente agora - lhe advertiu Aerolus, sem querer extinguir a esperando, mas, entretanto sendo realista. — Tenha êxito ou não Darius com esta mulher, não é seguro o retorno. 67/117
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Marie Harte — Ele está certo - a voz de Arim os assombrou. Ele deu um passo da parede mais afastada da sala como se separasse da mesma pintura e gesso, uma brumosa névoa que se juntou em carne e ossos formando a um homem. — Houve um distúrbio entre os planos, uma escuridão ganhando os reinos onde só deveria ter havido espaço. Seus olhos negros brilharam com uma tênue luz azul, depois violeta, movendo-se em um arco íris de cores, tudo brilhando com uma fúria que Aerolus só tinha visto uma vez em todo o tempo que fazia que conhecia Arim. — Preciso ver Darius já. O repentino medo por Darius encheu o coração de Aerolus. — Mas ele acaba de subir com Samantha - Marcus franziu o cenho, sem gostar do tom de Arim. — Onde? - Arim enredou a palavra, a preocupação evidente em seu olho, e sobressaltado, Marcus lhe levou até o dormitório de Darius. Em um instante Arim desapareceu. Aerolus se teletransportou com uma sacudida ao quarto de Darius. Ficou olhando horrorizado como seu irmão e Samantha estavam rodeados por umas malvadas chamas, de um brilhante negro e azul que cantava por seus corpos e almas enquanto jaziam indefesos sob o Beijo Fantasmagórico. Seus olhos se centraram na cama em chamas, incluso não tinha dado conta de que o canto de Arim ressonava do outro lado do aposento. O bruxo introduziu sua mão nas chamas no mesmo momento em que Cadmus e Marcus atravessavam a porta. — Pelo santo fogo da Luz - Cadmus empalideceu com impotência enquanto observava Arim lutar contra o Beijo Fantasmagórico, um feitiço maldito que tinha nascido no rincão mais escuro. Todos eles o tinham visto usado muito fácil e com êxito por Netharat. Fazendo uma careta, Arim fechou o punho ao redor do Cristal do Saber. Pouco a pouco, as chamas passaram de Samantha e Darius a ele. A pele de Arim se voltou de um escuro e manchado azul, o cheiro de carne queimada enchia o ar. Então, repentinamente o antinatural fogo terminou. Arim se levantou, completamente branco, mas ileso. Depois de algumas respirações tranquilizadoras, lentamente recuperou a cor, e se agachou para pôr uma mão sobre o peito quieto de Darius. 68/117
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Marie Harte Aerolus escutou um pequeno assobio e exalou aliviado quando Darius inspirou profundamente. Os olhos de seu irmão se abriram, vermelhos e furiosos. — Que diabos foi isso? - perguntou ele com um grasnido, estremecendo enquanto se sentava com a ajuda de Arim. Rapidamente olhou a Samantha, relaxando-se um pouco quando a viu respirar. — Encontrou a tua affai. Agora não pode haver perguntas - Arim moveu a cabeça até Samantha, quem se mantinha imóvel sob sua estimativa. — Nada de perguntas? - Darius ficou de pé com os pés trementes. — Quase morri nessa cama. — Não foi uma imagem bonita - Cadmus se encolheu assustado. — Não. — Acreditei que se supunha que o Cristal do Saber mostrava a tua affai, não que a queimasse até deixá-la rangente - disse Marcus, como se não acabasse de ver o baile mortal de chamas que acabava de experimentar seu irmão. Arim não disse nada, somente ficou olhando fixamente até que Marcus afastou o olhar e seguidamente resmungou uma desculpa. — O que faz aqui de todos os modos, Arim? - Darius olhou furioso ao bruxo. — Parece que só se incomoda em te deixar ver para nos dizer que esperemos e tenhamos paciência - bufou. — Não é que me queixe do oportuno do momento, mas estou seguro de que não está aqui para nos levar para casa. Arim dirigiu um duro olhar aos quatro homens que esperavam com impaciência que ele se explicasse. Aerolus pensou que parecia cansado, um leve escurecimento sob seus olhos. Inspirando brandamente antes de falar, Arim permanecia fechado, seu rosto sem expressão. Salvo por seus olhos, que brilhavam mais ardentes que qualquer fogo que Darius pudesse criar com a magia ou controlar. — Sin Garu se infiltrou na Casa real. Até que se encontre a brecha e seja eliminada, tudo fica sem decidir. Devem se manter em guarda, e ficar aqui. Marcus, Cadmus e Darius falaram ao mesmo tempo, suas vozes fazendo um perfeito eco de frustração, cólera e incredulidade. — A Casa Real? — Mamãe! Está a salvo? O sabe? — Que espera? Nos devolva antes que tudo seja destruído! Arim cruzou os braços e negou com a cabeça, mas Aerolus podia sentir como a tensão lhe curvava. 69/117
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Marie Harte — Podemos te ajudar - disse Aerolus com calma. O fixo olhar negro de Arim percorreu o aposento, atrasando-se em Aerolus com uma perturbadora intensidade antes de encontrar-se com Marcus. — Precisa aperfeiçoar tuas habilidades, e logo. Truques de salão; mover a vontade, atirar uma cadeira, e trazer um jornal com tua mente é uma coisa, outra é lutar com os fantasmas - se girou a Cadmus. — Deveria estar usando tuas visões para prevenir futuros problemas, não questionando tudo o que acredita ver. Abre sua mente e utilize sua visão, Cadmus, antes que comecem a te utilizar. — E Darius - se deteve para inspirar profundamente. — O mais teimoso dos Quatro Reis. Que apropriado que tenha sido o primeiro encontrar a affai real. Não queria te casar, ainda assim ela está aqui - Arim caminhou com passos largos até o lado da cama em que estava Samantha e acariciou sua bochecha. — Uma tenra flor capaz de suportar qualquer tormenta. Não menospreze seu poder - entrecerrou os olhos. — E vigia teu temperamento ao seu redor. Não desejo ter que apagar mais chamas azuis. — Brinca - Darius olhou fixa e incredulamente a Samantha. — Me estás dizendo que ela o fez? Ela me jogou um feitiço? Um feitiço Netharat? — Não, mas ela é capaz de resistir a magia elementar. Não mostra reação ante as chamas azuis. Então, teoricamente, ela poderia aprender a controlá-las - Arim se virou para Aerolus. — E tu - disse brandamente ele, fazendo uma pausa como se discutisse consigo mesmo. Seus olhos brilharam. — Venha comigo. Aerolus desapareceu junto a Arim, de volta a Tanselm ou a qualquer lugar que Arim passasse seu tempo. Darius não sabia o que dizer ou fazer, e seus irmãos pareciam igualmente atordoados. O quarto cheirava a lã queimada, e no ar permanecia quente, inclusive para Darius. Estava a ponto de perguntar a Marcus e a Cadmus que tinham visto exatamente quando Samantha piscou abrindo os olhos. Em vez do olhar verde que esperava, seus olhos ardiam com um brilhante e curioso vermelho. CAPITULO SETE Samantha passou o olhar de Darius a seus irmãos e de volta outra vez. Nada se via fora de lugar no quarto, mas cheirava a queimado, e tinha a clara impressão 70/117
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Marie Harte de que tinha estado adormecida enquanto acontecia algo importante. Ergueu-se até sentar-se e se perguntou quanto tempo teria passado. — O que eu perdi? Darius seguia sem piscar, seu olhar fixo no dela no que parecia estado de choque, e ela começou a sentir medo. — Darius? Me diga por que está tão assombrado. Ele negou com a cabeça e se aproximou mais a ela, olhando perdidamente seus olhos. — Não posso acreditar nisto - ele estalou os dedos e uma alaranjada chama apareceu. Sem lhe dar tempo para protestar, levou sua palma a dele e colocou a chama em sua mão. Ela soltou um grito enquanto tentava libertar-se, instintivamente querendo se distanciar do fogo, mas sem poder escapar do agarre de Darius. Para seu assombro, o fogo não queimava. Sentia-se quente, sim, mas agradável, um acolhedor calor que fazia com que suas vísceras ardessem com desejo, com o desejo de aproximar-se de Darius. Depois de um minuto de olhar fixamente de Samantha à chama e de volta outra vez, Darius amaldiçoou e soltou sua mão. Enquanto se voltava para trás, ela viu que o desejo se refletia em seu olhar, em seus escuros olhos vermelhos… um aviso de que agora vivia na Zona Crepuscular. Engoliu o nó que tinham formado os nervos em sua garganta e ficou de pé, necessitando toda sua presença de ânimo para estar num quarto cheio de gigantes bonitos que cravavam os olhos nela como se tivesse três cabeças. Por desgraça, a posição a aproximava mais de Darius, fazendo que sua já acalorada libido chispasse. Ela se ruborizou e clareou a voz. — Então, ah, alguém pode me dizer o que acontece? Quanto tempo estive dormindo? Os homens a ignoraram e começaram a falar ao mesmo tempo. Captou retalhos ambíguos sobre que Aerolus tinha desaparecido e seus olhos se aturdiram, entretanto isso tinha pouco sentido tendo em conta que via perfeitamente. — Desculpem - voltou a tentá-lo ela. Quando seguiram ignorando-a, chutou Darius na parte traseira do joelho, fazendo que tropeçasse. Ele se virou para atordoá-la com um rosto suficientemente carrancudo para partir uma árvore. O mau 71/117
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Marie Harte é que sua cólera só o fazia mais atraente, sua impaciência imensamente mais atraente que os homens suaves de negócios com os quais lidava diariamente. Negando com a cabeça, enfocou-se e fez outra tentativa. — Me deixem dizê-lo um pouco mais forte. Que diabos acontece? Cadmus teve o descaramento de sorrir abertamente. — Soa como tu, Darius. Que estranhíssimo é isso? - perguntou ele a Marcus. — Tão atrativa como o inferno, mas tão rude quanto ele? Vendo como se entrecerravam seus olhos, Darius respondeu furiosamente a sua pergunta. — Te tranqüilize, Samantha. Pelo que sei somente fechou os olhos por uns minutos. — Huh? - ela se sentia muito mais descansada para acreditar que quase nem acabava de dormir. — Bem, vocês dois fazia só uns minutos que tinham ido quando Arim apareceu com más notícias - Cadmus olhou fixamente a Darius com um estúpido sorriso, e ela facilmente pôde ver porque Darius sempre estava tão impaciente. Seus irmãos eram suficientes para encher a cara de bebida. — Algum de vocês poderia me explicar o que aconteceu enquanto eu dormia? - sua voz se foi afiando com cada palavra até que terminou gritando. — Tudo o que quer dizer - Marcus deu de ombros. — Você e o garoto chama deixaram a sala de estar -com um movimento da mão, um escudo de água apagou a bola de fogo. Seguiu com maior naturalidade, sem dúvida acrescentando a moléstia de Darius. — Dois segundos depois Arim, nosso bruxo, apareceu na sala de estar com más notícias sobre que o mal estava entre os reinos ou algo por estilo. — Realmente - lhe interrompeu Cadmus, - ele disse: “Há um distúrbio entre os planos, uma escuridão dominando os reinos onde somente teria que haver espaço”. Com a irritação nadando em seus olhos azul oceano, Marcus se queixou: — Odeio quando fazes isso - se girou dando as costas a Cadmus. — Como dizia, depois Arim teve um ataque e exigiu te ver, Darius. Pessoalmente acreditei que ia te fritar, que os Storm Lordes e o destino foram condenado. Mas quando atravessei a porta, encontrei-o te liberando do Beijo Fantasmagórico. — É um feitiço criado por Sin Garu como munição para seus criados, os Netharat -disse antes que ela perguntasse a Darius. — Viste um Netharat em teu 72/117
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Marie Harte sonho, esse macabro monstro com filas de dentes negros e afiados? Os chamamos de Fantasmas. Ela assentiu com a cabeça lentamente, intranquila ao começar a entender e seguir o incrível relato. — De todos os modos, Arim lhe tirou o Cristal do Saber, agora que penso sobre isso - Marcus fez uma pausa, seus olhos entrecerrando-se, - isso não era um Cristal do Saber nem um pouco. — A traição na Casa Real - disse atentamente Cadmus. — Correto, acredito que entendo parte disto - Samantha teria que ter tido uma dor de cabeça por causa da tensão e da confusão por isso, mas sua cabeça parecia perfeita. De fato, a única vez que se havia sentido melhor foi depois de ter tido sexo com Darius. Ela o olhou só para ver como a tensão abandonava seu corpo. Seus olhos aumentaram antes de atirar sugestivamente contra as esquinas. Não tem sentido. Essa coisa de adivinhar o pensamento. Instruindo sua expressão, afastou-se de seu olhar sensual e perguntou a Marcus, o arrogante, como pensava dele: — Então, por que todos me olham como se fora um aliem, ou pior, um inimigo? - não tinha perdido as suspeitas de antes. — Porque Arim mencionou que tem a capacidade de um grande poder, sem mencionar seu encontro com Sin Garu, a maior ameaça que enfrentou Tanselm em uns mil anos - Marcus cravou os olhos nela, como se medisse sua inocência. — Acha que tenho poder? - ela cravou os olhos neles assombrada. — Não me pareço nem de longe a vocês quatro. Ou deveria dizer três? Onde está o de olhos cinzas? Aerolus, verdade? Darius cortou a distância entre eles e agarrou seu queixo, inclinando seu rosto para inspecioná-lo. — Oh, há poder em você, doçura. Corre rapidamente por você enquanto falamos. Ela só pôde piscar, o calor que desprendiam as palmas das mãos dele era como mel quente, doce e conhecedor. — Teus olhos estão vermelhos, Samantha, como os meus. E o fogo que resistiu é magia elementar, minha magia. É o fogo que arde em teu interior. Posso senti-lo sua voz baixou, soando gutural e necessitada e era muito mais do que ela podia controlar estando perto dele. 73/117
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Marie Harte — Agora não - protesto Cadmus. — Quero ouvir minha parte das coisas. Marcus amaldiçoou e obrigou a seu irmão a sair do quarto. — Vamos, idiota - escutou ela fora da porta. — Darius não gosta de compartilhar, e eu não gosto de olhar. Ela, claro, mas ele? Raia na perversidade. A porta se fechou de um golpe repentinamente, deixando Darius e Samantha a uma polegada de distância. — Darius? - perguntou ela ofegante. — Depois, amor - sussurrou ele beijando o canto de sua boca com um ligeiro toque e gemeu. — Me mata - se queixou antes de monopolizar sua vontade de respirar, pensar, fazer qualquer coisa salvo o beijo antes que ele se afastasse. Rápido e furioso, seu desejo abanou um inferno de fogo. Darius rasgou sua roupa, tão desesperado por entrar em seu interior como Samantha por lhe sentir dentro de si. Ela lhe ajudou o melhor que pôde, necessitando que apaziguasse a dor que somente ele avivava. Os jeans e a roupa íntima se deslizaram ao chão, seguindo aos sapatos. Depois suas costas estavam sobre a cama enquanto Darius a esmagava sob seu corpo em um erótico ato de pura posse. Ele manejou a apalpadelas o zíper de seu jeans em pouco tempo, depois sem advertência mergulhou dentro dela, sem estimulação ou carícias necessárias para avivar o ardente desejo que ambos sentiam. Samantha gemeu pela sensação de plenitude, o modo tão perfeito em que ele a atacava. Estava molhada e selvagem por ele e cruzou os tornozelos ao redor de sua cintura, fazendo que dissesse com um gemido seu nome. Várias vezes empurrou, a deliciosa fricção de seu pênis contra seus clitóris sempre presente e em aumento. E então ela explodiu em um milhão de pedaços, com o olhar perdido em seu rosto tenso enquanto ele rapidamente a seguia. Ele seguiu empurrando, golpeando duramente por um segundo, o orgasmo lhe consumindo extraindo o fogo dela a ele. Ela podia sentir seu coração pulsando ao uníssono, sua conexão um enlace vivo de sentimento e calor. Quando por fim sua respiração se acalmou, ela olhou perdidamente para seus olhos claros, profundos e vermelhos cheios de satisfação. — Não tenho força de vontade no que se refere a ti - disse ele com voz áspera preguiçosamente. Seu jeans lhe roçavam as pernas e ela se deu conta de que ele só se deteve o suficiente para lhe tirar a roupa e libertar sua ereção antes de fazer amor com ela. 74/117
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Marie Harte Retirando-se lentamente de seu corpo, agarrou-a enquanto rodava sobre suas costas. — Como segue ocorrendo isto é um mistério para mim - disse e acariciou com o nariz alegremente a lateral de seu rosto. Assombrada por seu estado de ânimo doce, e a loucura de ter sexo com ele inclusive outra vez, Samantha desejou gritar de frustração, mas só pôde soltar um hum hum amortecido. Não tinha jurado que renunciaria aos homens, querendo consolidar sua auto-estima antes de voltar a ter encontros? E isto, isto não era sair com ele. Isto era sexo quente, pura luxúria, sem mácula por um desconhecido. Pois bem, ao menos era em sua maioria. Ela começava a sentir algo por essa dor impaciente, arrogante, real. Fechou os olhos com súbita desilusão. Assim mesmo, ele era da realeza, de fato um príncipe… de outro mundo. — Sei que não está feliz comigo, Samantha, e não posso dizer que esteja feliz com toda a situação - ele a segurou com seus braços, facilmente enjaulando-a com seus músculos, e ela rezou por ter sido mais discreta ao ocultar seus pensamentos. Só podia imaginar o que ele pensaria se soubesse que estava desenvolvendo sentimentos por ele. — Mas não está a salvo em nenhum lugar de teu mundo sem mim - seu olhar fixo se entrecerrou enquanto a contemplava. — Assim não cometa o engano de tentar escapar. A qualquer lugar que vá Sin Garu estará à espera. E depois de ver o facilmente que controlou meu fogo, é uma aposta segura de que ele pensa em te usar contra mim. Ela suspirou, qualquer alegria depois de sua intimidade completamente apagada. Preocupada com os sentimentos que nasciam por Darius e as lembranças do loiro com essa asquerosa atitude moveram o vento no qual navegava. — Desculpe - se queixou ele e a abraçou mais forte. Duas desculpas em vinte e quatro horas? Tinha que ter sido um recorde. Ouvi isso. Em vez de soar molesto, soava divertido. — Estou completamente confusa - ela se endireitou apoiando-se sobre os cotovelos e baixou o olhar a ele. — Não posso estar perto de você sem desejar saltar sobre seus ossos, e isso significa alguma coisa para uma mulher como eu. Então sobre seu amigo Sin Garu… — Como que uma mulher como eu? - ela se retorceu sob seu olhar. Ela não soube como esconder sua putrefata ferida. —Uma referência sobre Josh o Burro, não? 75/117
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Marie Harte Ela se ruborizou. —Disse-te que deixasse de ler meus pensamentos. -Não posso evitá-lo. É muito mais forte quando está zangada. Arrepiando-se, desejou lhe ignorar, mas sentiu seu honesto interesse e se encontrou lhe explicando. — Encontrei Josh através de uma companhia para a qual trabalhei há anos. Começamos a sair, e antes de me dar conta já tinha passado todo um ano. Nos divertíamos, e era muito cômodo. Cuidei muito de Josh, considerando-o uma relação permanente. — Era bonito, encantador e de êxito - ela sentiu como seus braços ficavam rígidos. — Mas quanto mais intensa era nossa relação, mais conta me dava de que tinha deixado minha vida em pausa para respirar a dele. — Seus clientes, suas festas, seu prazer iam primeiro. Depois de um tempo me cansei de cancelar meus planos para satisfazê-lo. Em vez de ser honesto com o que queria, utilizava a culpa para que eu cedesse. Se lhe amava tanto como ele me amava, saltar-me-ia minha convenção. Se tinha a metade da devoção dele, estaria de acordo em ser a anfitriã de sua reunião comercial - ela franziu o cenho. — Levou seu tempo, mas finalmente me dei conta de que tinha jogado num segundo lugar para Josh. — Agora me encontro presa em uma confusão com um bruxo malvado de outro mundo. E cara, não posso acreditar que acabe de dizer isso. Soa como algo do canal SciFi. Ela se deu conta de que tinha estado falando sem deter-se, que Darius não tinha falado, quando fez uma pausa para inspirar profundamente. — Darius? — Ainda tens sentimentos por esse Josh? Ela soube que ele podia ter procurado em sua mente as respostas, e apreciou o fato de que evitasse fazê-lo. Pensou sobre sua pergunta e respondeu lentamente. — Não, já não. Agora acredito que pensei amá-lo, mas o que na verdade amava era o sentimento de ser importante para outra pessoa. - Ela exalou pesadamente, olhando profundamente seus olhos etéreos. — Provavelmente não entenda nada disto. 76/117
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Marie Harte Darius ficou olhando fixamente, seus pensamentos se chocando com sua consciência. Podia sentir a dor dela pulsando em seu coração por causa de sua relação falida. Samantha queria ser a primeira, e por que não deveria? Era uma mulher bonita, compassiva, trabalhadora que merecia ser tratada como uma rainha. Desgraçadamente, de novo ela estava em segundo lugar numa relação, neste caso pela batalha que começava entre Sin Garu e Tanselm. Assim como Josh a tinha ferido, Darius também ia fazer o papel de vaidoso amante. Por completo embora não fora culpa sua, colocou-se no papel, mas diferente de Josh o Burro, não tinha a intenção de deixar Samantha ir. Até lhe faltava entender a repentina segurança de sua importância para sua vida. A química que havia entre eles transpassava tudo o que tinha experimentado, e a crua emoção que seguia aos seus encontros sexuais aturdia sua mente. Como podia pôr em palavras a irracional ideia de que ele e ela estavam destinados a estarem juntos? Darius Storm, o Príncipe do Fogo, finalmente tinha encontrado a sua companheira em um mundo que era tão estranho para ele? E que provavelmente ela se negaria a ser sua companheira, pelas mesmas razões pelas quais tinha abandonado a Josh? Começou a lhe doer a cabeça, e fechou os olhos, mantendo os braços fechados firmemente ao redor de Samantha. De repente se sentia cansadíssimo, e se deu conta de que não tinha dormido muito nas últimas quarenta e oito horas. Perguntou-se quanto se teria engenhado Samantha para dormir. Justo então ela descansou a testa sobre seu peito e suspirou brandamente. Em segundos sua respiração se fez par e caiu adormecida, muito para sua satisfação. Sua necessidade de estar com ela lhe tirava o fôlego e ainda assim…. se sentia feliz. Embora odiasse fazer uma concessão a Arim, sabia, no mais profundo, que tinha se chocado com sua affai. Agora se somente Samantha jogasse sua parte sem muita persuasão. Ela se moveu no sonho e ele apertou seus braços ao redor dela. Ele bufou. Como se a diaba entre seus braços fosse lhe facilitar algo. Maldição, desde que a tinha encontrado tinha ido de uma confusão a outra. E mesmo assim lhe excitava como nenhuma outra, o fazia ansiar suas carícias, um golpe de seu perfume. Não tinha encontrado uma frágil flor aqui, e sim uma brasa com tanta paixão como um firewalker. Sorriu abertamente enquanto cravava os olhos em sua pele dourada, brilhante debaixo de uma perdida névoa solar que passava a janela. 77/117
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Marie Harte Samantha Brooks era muito ardente e antagônica em resumidas contas. Sem mencionar que era apaixonada e sexualmente atrativa como o inferno. Rezou à Luz por paciência, um traço do qual carecia. Não podia dar o luxo de perder neste intento de cortejo, não por Tanselm e não por Samantha. Com um pouco de sorte poderia convencê-la para que o acompanhasse até em casa, antes de lhe explicar sobre affai e que teria que entregar tudo o que tinha por amor para salvar tanto sua terra como sua vida. CAPITULO OITO Samantha tinha que dar crédito a Darius por ser tão ardiloso. Astutamente tinha aconselhado aos seus irmãos que levassem suas coisas ao seu quarto enquanto ela ficava com eles, sem importar quanto tempo fosse isso. Como se ela pudesse resistir à tentação tendo que dormir ao seu lado dia pós dia. Tinha insistido em ter privacidade, e depois de muitas queixas finalmente ele lhe tinha dado um quarto a seu lado. Disso fazia cinco dias. Ela sentia falta de trabalhar, e depois de uma semana sem Darius, sem sexo, precipitadamente se corrigiu ela, sentia-se sobrecarregada pela frustração. Entretanto, negava-se a voltar a descer por essa estrada com ele, não até que tivesse um melhor controle de suas emoções e da situação que confrontava. Era estranho, era-lhe mais fácil aceitar que ele era de outro mundo e que se viu envolvida em uma batalha contra o mal que suportar ter sentimentos pelo Adonis mandão. Passando mais tempo ao redor, lhe observando lidar com sua família e amigos em casa – neste mundo – fariam-na aprender melhor o tipo de homem que era na realidade. Não queria que o desejo a confundisse, embora não soubesse como parar a reação de seu corpo com a sua proximidade. Havia passado a segunda-feira se virando com Gerry e terminando o trabalho administrativo. Na terça-feira Darius tinha levado sua roupa de inverno de seu armazém. Isso sobre ir a uma loja de compras. Pelo menos não desperdiçava o dinheiro no aluguel. Na quarta-feira, na quinta-feira e essa manhã tinha passado de um modo parecido. Desejando relaxar, pensar nesse tempo como numas férias, umas que não 78/117
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Marie Harte tinha tido há anos. Facilmente comparou seu novo alojamento com um hotel de luxo e acreditou que tinha sorte de ter tal comodidade. Cravando os olhos nas montanhas que se viam pela janela da sala de estar, não podia evitar admirar a casa em que Darius vivia com seus irmãos. Se tivesse dinheiro, teria comprado algo parecido. Amava a zona de Greenlake, e a casa tinha umas magníficas vistas tanto do lago como das montanhas. O quarto que tinha pedido ela, fora do de Darius, estava no primeiro andar, lhe dando uma bela imagem da horta congelada agora pelas tormentas. Justamente podia imaginar as flores na tardia primavera, a qual segundo Cadmus, não se aproximava de rivalizar com a de sua terra natal. Havia-lhe custado muito não rir em sua cara quando ele o havia dito, duplamente divertido quando Darius tinha falado furioso e tinha incendiado o guardanapo de seu irmão. Ela tinha encontrado extremamente satisfatório ao ver Darius ciumento, por ela. Sorrindo abertamente ante a lembrança, cravou os olhos na imagem sombria da manhã da sexta-feira e pensou em como Darius parecia ter levado bem a separação. Quando inicialmente tinha pedido um quarto, ele tinha parecido insultado. Mas depois de algumas horas ele tinha mudado a melodia. — Necessita de tempo e espaço para ordenar tuas coisas - se queixou ele, um perceptivo comentário inesperado, e um que o fazia pensar nas profundidades ocultas na pergunta de Darius. Entretanto, sendo normalmente brusco, mandão e grosseiro ao redor de seus irmãos, nunca considerava ser com ela. Além de saber exatamente o que seu corpo necessitava fisicamente, não tomava seus desejos mentais e emocionais pois esteve de acordo. Tinha sido surpreendentemente solícito com ela desde que tinha entrado, assegurando-se constantemente de que tivesse tudo o que necessitava. E lhe tinha dado espaço, saindo da casa frequentemente para fazer o que quer que fazia durante o dia. A única vez que lhe tinha perguntado se pôs tão espinhoso que não havia tornado a lhe perguntar. Cadmus e Marcus demonstraram ser companheiros encantadores, outro espinho no flanco de Darius. Oh, ela podia afirmar que ele os amava, embora pudesse lhe atormentar admiti-lo. A forma em que se tratavam, como ele tentava mantê-los separados do perigo, mostrava o quanto lhes importava. 79/117
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Marie Harte Ontem mesmo se negou ao seu pedido de ir ao centro, apesar da promessa de Marcus de não sair do seu lado. — Não é seguro, e não vou te perder já seja por tua arrogância - disse ele com um olhar a Marcus, — ou sua impaciência - disse com um olhar a ela. Enquanto ela apreciava seu carinho, não valorizou sua constante necessidade de controle. Marcus tinha resmungado algo condescendente sob seu fôlego, e em segredo ela tinha estado de acordo. Depois de cinco dias de enganchar-se com o trabalho, suas necessidades pessoais, e os últimos DVD’s e novelas, sentia-se disposta a explodir se a obrigassem a ficar dentro da casa um só minuto mais. Um dos irmãos entrou na sala de estar as suas costas, seu rosto visível no reflexo da janela. Ela girou, notou os olhos café, e sorriu. — Bom dia, Cad. É bom ver que é madrugador. Ele fez uma careta. — Odeio admiti-lo, mas até estaria dormindo se não estivesse aqui - pegou um café e uma banana e se acomodou reclinando-se em um assento de couro. — Como amanheceu? — Agitação louca. Ele inclinou a cabeça. — Disse a Darius que não levaria bem estar enjaulada por muito mais tempo. Francamente, estou surpreso de que não tenha escapado antes de agora. Certo, Darius tem um bom ponto para te manter. Mas realmente, que tem de errado em que dê um passeio ao redor do quarteirão? - ele soou zangado, em parte, suspeitava ela, porque odiava estar sentado dentro com ela. — Desculpe - começou ela, mas ele fez gestos com as mãos para deter sua desculpa. — Não. É minha culpa. Marcus tem trabalho e Aerolus, pois bem, não estou seguro do que está fazendo agora. Sou o único disponível no momento para cuidar dos meninos - com um olhar rapidamente se corrigiu. — Para te proteger. — Obrigada - disse tortamente ela, negando com a cabeça. — Sabe, no primeiro dia em que vi os quatro estava surpreendida por quão parecidos eram. Agora não posso imaginar por que pensei isso. Ele sorriu abertamente, seus olhos de cor café brilhando com regozijo, e ela se deu conta da verdade que havia em sua declaração. Ela sabia instintivamente 80/117
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Marie Harte quando era Darius. Podia sentir sua presença quando entrava em uma sala, podia lhe sentir sem lhe ver. Marcus e Cadmus, por outra parte, tinham personalidades bem definidas que faziam com que sua aparência idêntica desvanecesse em contraste. Agora quando os olhava, não via a imagem de Darius em um espelho. Marc, como ela gostava de lhe chamar porque lhe incomodava, inclinava-se pela arrogância muito mais do que Darius era tolerante. Marcus agia como parte da realeza, como se ela devesse apreciar cada instante que passava em sua presença. Inclusive debaixo dessa atitude ela sentia calor e aceitação, e tinha que admitir que admirava seu seco sentido de humor. Cad, por outra parte, amava o apelido que lhe tinha dado ela. Tranquilo e abertamente carinhoso, constantemente estava brincando. Apesar de serem quadrigêmeos, na realidade ele parecia ser o bebê da família e os outros lhe tratavam como tal. Embora tinha que lhe incomodar, tratava a Darius e Marcus sempre com tolerância e humor. Ela também notou que estava em sintonia com a natureza. A pequena estufa anexada à cozinha florescia com vida vegetal, tudo graças à destreza como jardineiro de Cad. E estando dentro estava reprimido. Ela podia ver o que lhe custava ficar dentro da casa e desejava que pudesse ser diferente. — Aposto que pensa duro - se queixou ele enquanto terminava a banana. — Sim, pois bem, isso é tudo o que posso fazer estando aqui dentro. Sem intenção de ofender, eu adoro sua casa, mas realmente, temos que ficar aqui dentro? Ela olhou lá fora e viu como o sol partia as nuvens que revoavam sobre o Monte Olympus. Ele seguiu seu olhar e lhe disparou um olhar ardiloso. — Sabe, se nós sairmos, poderíamos dar um belo passeio antes que alguém… — Não - Darius entrou na cozinha com os olhos inchados. Secretamente emocionada por lhe ver, Samantha enfocou sua atenção em manter seus escudos internos intactos e o batimento de seu coração constante. — Ai, topamos com Darius - protestou Cad. — Morremos aqui dentro. É tão aborrecido olhar-se aos olhos um do outro durante todo o dia - piscou os olhos o olhou a Samantha. — Embora se pensarmos nisso, poderíamos encontrar alguma outra coisa divertida se tiver planos de voltar a ir embora - o olhar lascivamente 81/117
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Marie Harte sugestivo que lhe lançou fez que ela desejasse rir. Entretanto, Darius não encontrou nem o mínimo divertido a Cadmus. Disse algo em um idioma estrangeiro que fez que Cad arqueasse uma sobrancelha. — Detalhista. — Samantha - disse Darius, ignorando meticulosamente a seu irmão, — você gostaria de sair lá fora comigo esta noite? Ela piscou. — Aonde? — Acreditei que poderíamos pegar algo para comer no centro - disse ele casualmente, seus olhos intensos enquanto esperava sua resposta. — Não será seleto, nem nada parecido, mas pensei que poderia desejar um descanso de minha família. Ela sorriu abertamente ante o comentário sarcástico que fez Cadmus. — Eu gostaria. Darius inclinou a cabeça e pareceu relaxar, tanto como algumas vezes o fazia ultimamente. — Estupendo. Voltarei a te ver por volta das seis - dizendo isto, dirigiu um furioso olhar de advertência a Cad e saiu sem outra palavra. Seguindo-lhe com o olhar, não foi consciente de que franzia o cenho até que Cad o mencionou. — Sei que é uma dor no traseiro, mas tem suas razões - agarrou outra xícara de café, oferecendo a ela uma. — Esteve ocupado esta semana. Chateava-a infernalmente que ele permanecesse tão sigiloso sobre onde estava. Cad bufou. — Bem, certo. Com exceção de trabalhar no clube e o tempo que passa ajudando ao padre Denton, esteve voltando-se louco por manter-se longe de você. Abriu-lhe involuntariamente a boca. — Está ajudando a um padre? - não podia imaginar Darius perto de uma igreja, e muito menos oferecendo-se a lhes ajudar. — Indiretamente. Uma das garçonetes do Outpour pediu a Darius que se oferecesse para dar algumas aulas de defesa pessoal. A seguinte coisa que sabe é 82/117
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Marie Harte que Darius está ajudando ao tutor dos órfãos, aparecendo nos abrigos para reparar os radiadores cada vez que se apagam, e inclusive oferecendo nossos serviços quando sejam necessários - ele negou com a cabeça. — Ele nos disse que não lhe disséssemos nada a respeito disto, mas, dá um pouco de crédito ao cara. — Uau - foi tudo o que ela pôde dizer. Darius, um bom samaritano? — Olhe, Samantha, Darius está tentando te dar espaço para que tome uma decisão a respeito dele. Disse-lhe que ele empreende tudo isto errado, mas me escuta? Não. Ela não entendia o que ouvia. — Como? Cad suspirou. — Darius realmente quer te causar uma boa impressão. — Visitando abrigos para os sem lar e não me dizendo nada disso, sem mencionar o de me evitar, imagina que me impressiona? — Não, não, não. O que queria dizer, é que ele ajuda a esses necessitados porque pode. É um guerreiro. Caramba, todos somos, e proteger a esses necessitados é o que melhor fazemos. Pelo que diz respeita ao abrigo, pensa sobre isso. Essa capacidade para o fogo que tem para lutar contra o frio é um verdadeiro presente. Mas nunca faria alarde de algo disto. Ele não gosta de chamar a atenção sobre si mesmo. Outra capa de Darius Storm que lentamente se revelava. — Não poderia ter mencionado aonde ia quando lhe perguntei? — Não – Cad franziu os lábios com asco. — Meu irmão pode ser o mais velho de nós, mas é um idiota no que se refere a mulheres. Ela não podia evitar rir. — E tu o que é, um presente de Deus para as mulheres? — Exatamente - seus olhos brilharam, uma bela cor marrom que lhe fez pensar em chocolate derretido. — Disse-lhe que te seduzisse com palavras, que te dissesse como se sente. Mas ele me disse… pois bem, não é adequado para companhia educada. — Certo - ela voltou a rir, escolheu cuidadosamente suas palavras. — Por que deveria me dizer como se sente? Pelo que vejo, faz-me um favor me protegendo de Sin Garu. O olhar de Cadmus se entrecerrou, e ela apontou esse fato. 83/117
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Marie Harte — Poderia dizer que tu nos estás fazendo também um favor, ficando por perto. Da próxima vez que Sin Garu tente atacar estaremos preparados e com sorte o exterminaremos. — Mas por que eu? Por que o caos em meus sonhos? — Pode ser por que és capaz de ver coisas que outros não podem ver - ele fez uma pausa, depois cravou os olhos nela com uma intensidade que a deixou sem fôlego. — Inclusive se Darius não nos tivesse contado sobre tuas visões, eu saberia. Sinto teu dom, Sam. Sei porque eu também posso ver. — Podes? - Darius não o tinha mencionado. Ele assentiu. — Minha magia elementar é minha união com a terra. Além disso, meus poderes de clarividência aumentaram. Sonho com coisas que vão acontecer, algumas das quais acontecem enquanto que outras não. — Por que? Por que os trocou, impediu que ocorressem? — Ou porque eram somente sonhos. Não penso que tudo o que vejo é uma visão do futuro - ele sorriu tortamente. — Mas então recebi ordens de deixar de questionar meu poder e aceitá-lo. E você? Ela se deteve para pensar, admitindo ante Cad o que não tinha admitido para si mesma. — Sempre tive sonhos estranhos, mas me obrigo a esquecê-los, pois não posso fazer muito para mudá-los. As poucas vezes em que intervim, não saiu nenhum bem disso. Ele esperou enquanto ela lutava para pôr em palavras o desespero que lhe provocava seu talento. — Dois casos me vêm à mente. Duas vezes tentei evitar que acontecesse algo terrível, e em ambas falhei. A primeira foi na vez que minha irmã quebrou uma perna em vez da comoção cerebral que previ. — E a segunda? — A segunda foi quando um vizinho morreu em um acidente de carro. — Mas se esse é o caso, isso somente quer dizer que teu vizinho - quero dizermorre, sem importar o que fizer ou diga para impedi-lo. — Certo.
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Marie Harte — Não, de verdade - ele parecia tentando atentamente esclarecer sua consciência, e lhe tocou que lhe importasse o suficiente para que o tentasse. — O que é que viu exatamente que te fez pensar que teu vizinho ia morrer? — Vi o senhor Rumfeld agarrando o coração. Caiu de joelhos só em sua cozinha. A ambulância chegou muito tarde para lhe reanimar. — Ali, para que o vira? — Mas no dia seguinte convenci-o de que visse um doutor pelas dores no coração que tinha estado experimentando, foi golpeado por um caminhão fora de controle enquanto ia à consulta. — Isso é porque era seu momento de morrer. Falei com Arim sobre isto, muitas vezes, e parece que há uma linha que se encarrega de mudar o futuro e reencaminhá-lo. Normalmente quando alguém vai morrer, há pouco que possas fazer para mudá-lo. Possivelmente morrem pela espada em vez de pelo veneno, ou por um acidente de carro em vez de sofrer um problema de saúde fatal. — Mas às vezes vemos uma coisa que não significa nada, uma situação causada pelo etéreo. Leve nosso caso aqui. — Você e eu? — Não, meus irmãos e eu. Vivemos os primeiros meses neste mundo nas montanhas Snowqualmie. Depois tive uma visão de um futuro possível, um no qual morríamos pelo ataque de fantasmas pouco depois de chegar. — Não estará falando a sério - ela estava surpreendida pelo bem que se sentia em falar com alguém que podia fazer o mesmo que ela, mas quem, diferente dela, abraçava seu dom. — O contei a Darius e aos outros, e conseguimos contatar com Arim a tempo de impedir que o Netharat descobrisse este plano. Ao menos é o que acreditávamos no momento - acrescentou baixinho. — Então como é que chegou a viver aqui? — Arim me disse que procurasse em meu interior um futuro alternativo. Nessa noite sonhei com seis números da sorte. E como a magia, já chegamos. Samantha sorriu abertamente. — Amo a loteria. Tentei controlar minhas visões quando era pequena. Mas depois da morte de meu vizinho, deixei de escutar meus sonhos. Vêm de forma esporádica, mas por norma os esqueço na manhã seguinte. 85/117
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Marie Harte Ela imediatamente pensou em seu sonho erótico sobre Darius. Uma fantasia ou uma realidade possível? Tinha-o visto vir? E por que a fazia sentir deprimida o pensamento de que não ocorresse? — Cadmus? — Hmm? — O que significa o termo “affai”? Ele se engasgou com seu café e ela esperou enquanto se recuperava. Interessante reação. E uma que a fazia decidir-se a saber o que significava a palavra. — Onde escutou isso? Darius? — O que significa? Ele fez uma pausa, durante muito tempo para sua comodidade. — O que te disse ele que significava? — Disse que era um termo de carinho, mas tenho o pressentimento de que significa mais que isso - seu coração golpeava, como se estivesse a ponto de descobrir algo importante. — A respeito de que diabos estão falando vocês dois? - Marcus estava na porta da cozinha, seus olhos arregalados enquanto olhava dela a Cadmus e a suas costas. — Marcus, é genial te ver de pé e aqui - Cadmus olhou a seu irmão com um óbvio alívio. — Vou me trocar, estou suando. Estúpido irmão, unidos. — Podes vir comigo ou sair para dar um passeio só ao redor do quarteirão. É tua escolha - grunhiu ela e saiu às pressas da sala. No minuto que ela saiu, Marcus olhou furioso a Cadmus. — Darius disse especificamente que lhe explicaria sobre a situação da affai, chegado seu momento. E o momento não é agora. Quer afugentá-la antes que tenha a possibilidade de declarar-se? - assobiou baixo ele. Cadmus deu de ombros. — O que acha que tinha que dizer? Ela me perguntou o que significava affai como caído do céu. — Estou surpreso de que não viu chegar isso, adivinho - disse Marcus arrastando as palavras, entretanto pela primeira vez Cadmus não via a graça na situação. — Posso ver que me necessita mais aqui que no trabalho - suspirou 86/117
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Marie Harte pesadamente, como se supusera uma grande carga. — O que me diz se tomo o dia livre e te ajudo a sair antes que você a ajude diretamente a sair pela porta? — É um idiota, sabia? - Cadmus o olhou carrancudo, apertando os punhos para abster-se de dar um murro em Marcus em sua presunçosa mandíbula. — Eu sei, mas só porque sou melhor que você não significa que não possa te tolerar - os olhos do Marcus brilharam pela risada, e sem outro pensamento, Cadmus lançou seu punho.
CAPITULO NOVE Quando Darius chegou em casa antes das seis, encontrou Marcus e Cadmus olhando-se com fúria através de um tabuleiro de xadrez com Samantha rindo enquanto observava. — O que acontece aqui? - queixou-se ele, arrebatado por sua risada. Nunca a tinha visto tão livre ou assim feliz, e odiou o ciúme que lhe provocava que ela tivesse encontrado essa alegria com seus irmãos em vez de com ele. Quando ela começou a lhe olhar, seus olhos brilhando com as boas-vindas, tudo o que ele pôde fazer foi saudar com a cabeça e sorrir, como se seu pênis não tivesse endurecido até o extremo de ser doloroso, como se cada inspiração que ela fazia não despertasse de algum modo. Dando-lhe espaço para lhe aceitar, ir agarrá-la com toda esta desordem, estava-lhe matando. Fez um esforço extraordinário para evitá-la essa semana, seguindo com seu trabalho atrás do bar embora tivesse preferido velá-la em casa. Mas passar a noite tão perto de Samantha sem poder tocá-la, pois bem, era mais do que podia suportar. Ele também necessitava de espaço para ajustar-se a sua presença em sua vida. Mas se esta semana passada era algo que pudesse acontecer, soube que nunca seria capaz de deixá-la ir. — Darius, bem-vindo em casa - Samantha avermelhou, e só por pura vontade ele se obrigou a não se mover. — Quem está ganhando? - indicou com a cabeça o jogo. — Não posso dizer com segurança. Cada vez que Cadmus move uma peça, o tabuleiro se move e aparece água debaixo de seus bispos. 87/117
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Marie Harte — Sempre foi um mal perdedor - desdenhou sarcasticamente Cadmus a Marcus através da mesa. Moveu sua rainha. — Xeque. Marcus elevou uma sobrancelha e o tabuleiro se inundou, peças caindo por toda parte. Darius começou a girar os olhos, seus lábios curvando-se com humor. — Vamos, Samantha. Tínhamos um encontro, recorda? - observou-a com olhos famintos, consciente de que ela sentia sua necessidade. Quanto mais perto lhe atraía, mais se esticava ela. Quando ela se livrou do espaço que havia entre eles, ele estendeu a mão e agarrou a dela, reprimindo um gemido pelo ardor sensual que atravessou seu corpo como uma lança. — Ridículo? Te peguei. Obrigado por tudo o que tem feito esta semana - disse ele de modo brusco. — Por que não o celebra? Saia e tenha sexo - deteve bruscamente seu trem de pensamentos quando Samantha o olhou furiosa. — Digo, saia e passe um bom momento, em um bar ou algo por estilo. Ele pegou seu casaco do armário do vestíbulo e a ajudou a colocá-lo, esperando sua resposta. Não foi até que chegaram a caminhonete que ela a soltou. — Bonito, Darius - suas palavras eram recortadas, e ele reprimiu um aberto sorriso. — Saia e tenha sexo. É um autêntico homem - ele achou que esse homem era um insulto. — O que é tão ruim para teus irmãos que fiquem juntos, ou que fique dentro esta noite? Ou possivelmente cheguem a conhecer uma mulher antes de deixar seu cérebro sair. Ele riu e tentou agarrar sua mão para apertá-la. — Vamos, Samantha. Passou uma semana com meus irmãos. Realmente acha que Marcus e Cadmus são do tipo que chega a conhecer uma mulher? Todo toque e sensações? — Não estou segura de Marcus - respondeu ela lentamente. — Mas eu gosto de Cad. Não foi outra coisa que um cavalheiro durante toda a semana, e me senti mal por que se vira obrigado a ficar lá dentro por mim. Darius gemeu. — Ele se ofereceu, Samantha. Não sou o cara ruim aqui. A única razão pela qual ele não tentou meter-se em sua cama é porque sabe que o mataria se o tenta. Cavalheiro, sei. De modo que Cadmus tinha tentado impressionar Samantha com modos e elogios? Bom intento, e pelo visto Samantha se inclinava por isso. 88/117
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Marie Harte Só esperava que não quisesse palavras bonitas dele. Fez uma pausa ante o pensamento. — Então são desse tipo os que te gostam? Mataria-lhe se tivesse que agir como um “cavalheiro”. O tinha tentado uma vez e os resultados tinham sido desastrosos. À mulher não tinha se preocupado com suas palavras, só pelo seu aspecto e sua alta posição no tribunal, mas seus irmãos, pois bem, ainda gostavam de lhe fazer brincadeiras sobre o incidente dos elogios. — O que? — O tipo que você gosta, um que te adule e te traga presentes. — Por favor - ela suspirou e ele sentiu como a tensão saía dele. — Nunca gostei das falsas adulações, e não sou muito de flores. Duram coisa de uma semana antes que tenha que jogá-las fora. Agora, por outra parte, os chocolates - ela fez uma pausa e chupou os lábios, fazendo que ele gemesse silenciosamente. Moveu-se no assento, sua ereção fazia que o tecido dos jeans se esticasse. Maldição, precisava aliviar-se. — Não deveríamos ter que esperar muito para comer - disse ele mudando de assunto. — Fiz reservas para as seis e meia. Teria estado em casa antes, mas tive que fazer alguns mandados. — Para o padre Denton? - ela cravou o olhar nele com os olhos estranhamente brilhantes. Ele se ruborizou. Cadmus e sua grande boca. Agora ela provavelmente pensava que ele era suave. — Não é muito - ele tratou de abandonar o assunto e sentiu como a vergonha crescia enquanto ela o observava como se fora um inseto exótico. — O que? - ladrou ele. Seus lábios se franziram em um sorriso. — Nada - clareou a voz e ele se relaxou. — Avaliando o tempo que me deu, para recolher meus pensamentos, quero dizer. — Oh, bem - Mantenha sua mente na estrada, não na plenitude de sua boca. — Não te vi muito. Espero que o de que estivesse em tua casa não te tenha mantido longe. — De modo algum - mentiu ele. — Estive fazendo horas extras no trabalho… — E dando aulas de defesa pessoal. Ele franziu o cenho. 89/117
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Marie Harte — Sinto que o de que te tenham estado vigiando meus irmãos te tenha incomodado. — Não. Calma, esteve fora durante um tempo terrivelmente longo esta semana. Inclusive Cadmus fez comentários sobre isso. — Sentiu falta de mim? - ela se ruborizou e a satisfação lhe encheu. Decidindo dar parte de si mesmo, admitiu. — Estar longe de você esteve me matando. Não sei se se deu conta, mas não sou um homem paciente. Sua expressão alarmada não tinha preço, como o puro regozijo que a seguiu. Grossa e profunda, a risada de Samantha a abrangeu, fazendo com que a olhasse. Semelhante carinho autêntico permaneceu durante muito tempo ao redor de um coração que levava muito tempo destroçado, mas firmemente sujeito… e essa sim que era uma magia poderosa. A pura alegria do momento, de estar junto com ela, convenceu-lhe de que estava tendo êxito, que poderia persuadir Samantha para que o acompanhasse para casa, uni-la a ele como sua verdadeira affai. — Tão pensativo - murmurou ela, estudando-o com curiosidade. — Hmm? — Quero dizer prudente, preocupado, ameaçador… — Entendo - grunhiu ele, mas não pôde conter uma risada afogada. — É uma dor no traseiro muito mais que eu. Possivelmente por isso nos damos tão bem. Seus olhos brilharam e seus lábios desenharam um grande sorriso, um que fez com que seu coração pulsasse mais rápido. Enquanto encontrava lugar no estacionamento, perguntou-se quão rápido poderia terminar com o jantar e começar a lhe fazer amor. Emitiu uma onda sutil e sentiu a resposta a sua pergunta que permaneceu durante muito tempo em sua mente. Maldição. Agora o jantar resultaria longuíssimo. Somente sabia. Meia hora depois da hora de sua reserva, sua predição se fez realidade. Suspirou, decidiu utilizar o tempo. Tomando a grandes goles a cerveja muito inferior a do Outpour, olhou perdidamente os belos olhos de Samantha e ignorou seu último comentário, perguntando algo que lhe tinha estado rondando durante dias. — Simplesmente quanto pode investigar no futuro, e desde quando tem esse dom? Ela parou de beber seu vinho e piscou, ofuscada por sua pergunta. 90/117
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Marie Harte — Isso quanto a minha pergunta sobre a utilidade em Outpour - deu um maior gole. — Sabia que antes ou depois me perguntaria pelos sonhos. A garçonete os interrompeu, anunciando que a mesa estava preparada. Depois de sentar Samantha, Darius se sentou no outro lado da mesa e esperou para ouvir sua explicação. Repentinamente, um jantar comprido não tinha tão má pinta quando poderiam passar um tempo juntos. — O primeiro sonho que lembro que realmente ocorreu depois foi quando tinha quatro anos. Eram dias de festa e eu tinha querido um pequeno jogo de assar para o dia de Natal. Pois bem, arruinei qualquer surpresa “vendo” todos os presentes do dia seguinte. — Não disse nada a meus pais ou a minha irmã sobre o sonho. Mas depois quando visitei minha avó o mencionei. Parece que a precognição 2 é normal em minha família. Salta-se uma geração aqui e lá, mas basicamente a arrasto por minha família materna. — Assim que sua avó também tinha esse dom? Tinham-no tua mãe e tua irmã? — Não saltou para mamãe e a Cheryl. Que eu saiba, sou a última Varell, que é o nome de solteira de minha mãe, em ter o “presente”. Não é que tudo seja ruim. Ele a estudou, consciente da dor que ela não mencionava. Percebeu um eco em seus pensamentos de sua anterior conversa com Cadmus. — Deve ser duro, não ter ninguém com quem compartilhar tua habilidade. Ela inclinou a cabeça. — Ao falar com Cadmus hoje, senti como se me tirassem um enorme peso dos ombros. Não estou louca - disse ela com firmeza, como se ele pudesse albergar semelhantes pensamentos. — E é bom falar com alguém que te entende. Esse “alguém” deveria ter sido ele. Franziu o cenho. — Me dê uma oportunidade, Samantha. Entendo mais do que possa acreditar. Ela se ruborizou e ia responder quando chegou o garçom com os menus. Uma vez que partiu, Samantha mudou de assunto. — Então, como é isso de ter a três irmãos idênticos? Crescer com uma irmã mais velha foi o suficiente ruim para mim. Ele riu afogadamente. 2
Precognição: Conhecimento anterior. Percepção extra-sensorial que permite o conhecimento dos fatos
futuros.
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Marie Harte — Tem seus momentos. Apesar de nossa semelhança, cada um é decididamente diferente aos outros, como estou seguro de que se deu conta. — É claro que sim. — Mas também temos nossas semelhanças. Podemos sentir quando algum está em perigo, mas nada mais telepático que um sentimento compartilhado de pressentimento. Nós gostamos de mulheres - ele a olhou de esguelha e foi recompensado com um esvoaçar de olhos e um amplo sorriso. — Mas mais que isso, cada um de nós ama nossa terra natal, nosso povo, e não menos que nada, a nossa família. Ele sorriu, recordando o sorriso acolhedor de sua mãe, sua força ao enfrentar à morte de seu pai, e fazer frente a esse perfume único, um que sempre o fazia sentir-se em casa. — É óbvio que tem uma família única - ela soava invejosa. — E tu não a tem - disse brandamente ele, voltando a sentir a velada dor dela pelo que sentia como uma relação falida. — Não. Minha irmã, como já mencionei, era irritante ao extremo. A princípio quando ela tinha cinco anos, sequestrou a todas minhas Barbies. Nunca melhorou. Minha mãe e meu pai me amam, sei, mas temos tão pouco em comum que é patético. O garçom retornou e rapidamente fizeram o pedido. Darius, entretanto, não tinha posto fim à conversa, embora sentiu o alívio de Samantha pela interrupção. Fascinava-lhe a compenetração em seus caracteres. Queria saber tudo sobre ela, de suas preferências por seus sonhos e suas decepções. — Vivem seus pais perto? — Não - ela franziu o cenho por sua insistência em manter a conversa. — Vivem na Filadélfia perto de minha irmã e seu marido e seus três filhos. Visito-os durante os dias de festa quando posso, mas é incômodo para todos nós. Francamente, faria melhor em gastar meus dias de festa sozinha, ou melhor ainda, trabalhando - ela atravessou o tomate tirando-o do prato. — Algo mais que queira saber da família Brooks, senhor Curioso? Ele lhe dirigiu um aberto sorriso sardônico e negou com a cabeça. Apesar da simpatia que sentia por suas preocupações por suas relações, não podia evitar alegrar-se de sua falta de laços neste mundo. — O que é esse ar em teus olhos? - ela soava suspeita. 92/117
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Marie Harte — O que? - perguntou ele, todo inocência. — Somente pensava que estávamos falando de teu dom e como nos afastamos do assunto. Não respondeu minha pergunta de até quanto pode ver o futuro. Ainda tem visões? — Pois bem, visões, suponho que pode chamá-lo assim, dessas com os dentes, dessas Netharat, e Sin Garu foram condenadamente poderosos. — Sim, mas isso não era outra coisa que um entendimento com o presente. O que sobre o futuro? O que viu dele? - seguiu aguilhoando, querendo ver mais do sensual sonho que tinha tido ela sobre ele, que às vezes aparecia brevemente em sua imaginação. Ela avermelhou até um tom escarlate e soube que o tinha recordado, mas seus escudos impediram que o visse. — Tive um pequeno sonho depois de te conhecer. Ele se apoiou aproximando-se mais, desejando saber que tinha posto um brilho feliz em suas bochechas. Uma imagem de seu rosto faminto, seus olhos vermelhos e seu peito nu sobre ela passou como um relâmpago por sua mente e a dele. — Parece bom - se queixou ele, olhando perdidamente seus olhos. — Sim, bom - ela falou fracamente, revolvendo sua comida. — Estava em uma rajada de celibato e então te encontrei - ela soava irritada e ele riu. Então ela elevou, a consternação já não estava em seus olhos. — No sonho, enquanto fazia amor comigo, chamou-me de “affai”. Sua risada se cortou, e ficou olhando-a surpreso. Ele procurou em seu interior alguma resposta fácil, mas só pôde sair com uma: — De verdade? — De verdade - ela cravou os olhos nele, quieta enquanto o garçom retirava os pratos e trazia o primeiro prato, dois fumegantes pratos de camarões assados à churrasqueira e coloridas verduras. — Engraçado como emudecem vocÊ e teus irmãos quando se menciona a palavra. Affai. Affai. Que significado pode ter? Engraçado, mas o que mais lhe dizia ela, era o bom que a via sentada ao seu lado na Casa Real. Seus pensamentos sombrios sobre o matrimônio desapareceram sob a união crescente entre eles. Seu corpo pulsava por unir-se ao dela, mas enquanto se sentava falando com ela, celebrou sua inteligência, seu encanto e engenho. Não se inclinava ante ele, como tantos outros faziam. 93/117
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Marie Harte — Não se importas nem o mínimo que seja um príncipe, verdade? - tinha que sabê-lo. Ela começou. — É outra forma de me distrair de minha pergunta? Pergunto o que queria dizer “affai”, e me diz que é um termo de carinho. Cadmus quase engole a língua, e acreditei que Marcus ia sofrer um ataque de apoplexia quando perguntei. — Não te impressiona a realeza? - insistiu ele. — Não - seus olhos se esfriaram grandemente, um desdém coberto de gelo. — Não o estou. Somente porque venha do dinheiro, a realeza ou o que ela seja moveu violentamente as mãos no ar, — não te faz melhor que eu, que o resto de nós. Boa resposta. Não, é uma grande resposta. — Agora vai dizer-me o que significa affai ou tenho que te tirar isso? Cravando os olhos nela, perguntando-se se sua tendência à impaciência lhe complementaria ou seria um handicap 3 em seu reinado juntos, considerou cuidadosamente como responder. — Darius - grunhiu ela e ele deu de ombros. — Bem. Mas não me culpe se não for o que quer ouvir - ela nem piscou e ele xingou, pitoresca e criativamente em sua língua materna. Não tinha tido a intenção de aproximar-se dela, mas que diabos? Ela forçou a decisão. Esse era um momento tão bom como qualquer outro para ver o que ela fazia. Somente desejava que ao explicar a palavra não lhe fizesse parecer um burro estúpido, desanimado. — Affai quer dizer bem amado. Significa companheiro do coração, a outra metade de minha alma. Feliz agora? - resmungou ele sob seu fôlego, sentindo a cor sobre suas bochechas. Não tinha ruborizado desde seu décimo aniversário. Isto era pior que o assunto das flores. Muito pior. Ela cravou os olhos nele atordoada, sua boca completamente aberta, e ele sentiu uma labareda em seus nervos de vida. O ataque como um relâmpago de alarme lhe assustou… que pudesse ter semelhante medo pela aceitação de uma mulher, e que pudesse perder por causa disso o controle sobre seus poderes elementares. Cravando os olhos nos aumentados dela, sua boca se secou e reprimiu o desejo de destroçar algo. 3
Handicap: Obstáculo ou condição desvantajosa:
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Marie Harte Suas reações tinham pouco sentido. Ela era somente uma mulher, somente uma mulher de um mundo estranho sem magia, que não tinha poder sobre o Príncipe do fogo. Ela lambeu os lábios e ele sentiu que sua temperatura subia vários graus. — Darius? Me está dizendo a verdade? - ela cravou os olhos em com suspeita mordendo o lábio inferior, inconsciente da vulnerabilidade que demonstrava esse gesto. — Importa? Desejando escutar uma apaixonada declaração de amor antes de ceder em algo mais, soube a escassa possibilidade de que isso acontecera e sentiu uma enorme onda de frustração subindo, necessitando uma saída. Por que não lhe podia dizer ela como se sentia? Ele tentou espionar seus pensamentos, mas foi reprimido por um forte muro. E ela dizia que não tinha poder. Enquanto sua frustração crescia, seu guardanapo começou a fumegar e ela precipitadamente jogou sobre ele seu copo de água, lhe olhando surpreendida. — O que foi isso? - ela soava mais que definitivamente molesta, e o tom espinhoso a fez desejá-la ainda mais. Maldito todo o inferno. Estava apaixonado. CAPITULO DEZ Samantha não podia deixar de olhar fixamente a mandíbula fortemente fechada de Darius. Era incapaz de dizer algo coerente depois de sua admissão, aturdida pelo que ele não tinha querido admitir. Affai. Companheira do coração. Emocionada, mas assustada, não sabia o que dizer. Ela tinha problemas para explicar seus sentimentos por um homem ao qual acabava de conhecer. Mas a verdade não podia negar-se. Amava-lhe. Estava realmente dizendo que também a amava? Desejou ter a coragem para perguntar-lhe, mas ainda não desejava confrontar uma nova rejeição. O que importava que affai significasse bem amada? Possivelmente ele tinha perdido o controle durante o sexo. Frequentemente os homens diziam coisas que não queriam dizer nos momentos de paixão. 95/117
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Marie Harte Então, por que estava ele tão nervoso porque ela queria saber o que significava a maldita palavra? Afastando o guardanapo chamuscado, ela centrou a atenção na comida. Darius não disse nada e seguiu comendo também, saboreando a comida como se o mundo estivesse a ponto de terminar. O silêncio se estendeu. O que esperava que dissesse ela? Que lhe amaria com seu último fôlego? Apenas acabavam de conhecer-se e tinha um plano de vida a seguir. Até agora a regra “não ao sexo” lhe havia ido pela janela, mas isso não significava que ela não pudesse enfocar sua atenção em si mesma e em sua carreira antes de procurar um homem para completar o quadro. Franziu o cenho e afastou em um lado as folhas de especiarias vermelhas e amarelas. O problema era que ela finalmente tinha encontrado à pessoa adequada. Desta vez, conhecia-lhe como era realmente. Mas é obvio, sendo Samantha Brooks, o homem apropriado tinha que ser de outro mundo no qual pertencia à realeza! Não, não a impressionava o título, mas estava intimidada, somente podia descrevêlo assim. Ela elevou o olhar de sua comida e se encontrou com seu olhar furioso. Seus olhos eram de um brilhante vermelho atrás das lentes de contato antes que piscasse tirando o calor. Era porque ela não se jogou para trás? Não, ela somente tinha que saber o que significava “affai”. Mas tanto como desejava que a tensão que havia entre eles diminuísse, não podia evitar a faísca da devastadora esperança de que ele realmente a considerasse sua bem amada. Podia sentir-se ele com ela como ela fazia com ele, apesar de seus ambientes familiares diferentes? Embora quisesse cuidar de Darius, não estava disposta a ser ferida de novo. Tinha saído muito ferida por causa de Josh e não havia sentido nem a metade desta intensidade. E como podia esquecer que qualquer coisa que sentisse não poderia sair nunca adiante? O homem tinha um mundo ao qual voltar, um reino ao qual retornar, um no qual não havia lugar para ela. Suspirou e tentou pegar seu copo de água, só para batê-lo contra seu prato quase vazio de comida. Ele disse algo nesse idioma estranho e lírico e afastou bruscamente seu prato, pedindo a conta. A tarde foi pior a partir daí. Deixaram o restaurante num embaraçoso silêncio que continuou no caminho ao carro. Ela olhou distraidamente as áreas de árvores 96/117
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Marie Harte pelas quais passavam, consciente de que não se dirigiam a Greenlake e sim seguindo uma rota para Golden Gardens, uma área de paisagens cheias de árvores e com um indício de praia. Muito nervosa pela cautela do jantar, não podia evitar perguntar-se o que teria ocorrido se houvesse dito a Darius que lhe amava. Sua cabeça se turvou tão rapidamente que temeu que ele sofresse a chicotada. Oh, não tinha sentido! Seus escudos mentais tinham baixado de algum jeito? — Se abaixe - disse ele, uma expressão sombria em seus lábios, e uma parte sua suspirou de alívio. Entretanto, antes que ela pudesse lhe perguntar, ele desceu de um puxão sua cabeça até o painel e girou a caminhonete para a esquerda. Como se a noite não pudesse piorar, a gélida chuva começou a cair, tornando a estrada escorregadia. A caminhonete girou antes que Darius pudesse recuperar o controle de novo, e enquanto ela estava a ponto de perguntar o que acontecia, um grito sobrenatural cortou o ar. O cabelo de sua nuca se arrepiou. Conhecia esse som. Mirego, o fantasma, fazia um som similar quando Sin Garu o tinha matado. Incapaz de deter-se, olhou com atenção a estrada e viu quatro fantasmas voando para eles, os olhos brancos brilhando na escuridão com um sobrenatural brilho de ódio. Algo grande bateu na janela do passageiro e ela gritou, assombrada pelo golpe que deveria ter vindo de frente. — Disse que se abaixe - grunhiu Darius antes de lançar uma bola de fogo ameaçadora, bombardeando ao fantasma que tinha golpeado a porta. De modo assombroso a bola de fogo não tinha prejudicado nem o mínimo a janela do acompanhante. Observou em estado de choque como, depois de ser destruído o fantasma, o fogo mágico tinha limpado os restos do fantasma da parte externa da porta da caminhonete e da janela. Olhando fixamente, observou com fascinação mórbida a bola de fogo antes que Darius empurrasse sua cabeça para baixo de novo. — Darius, baixa-te de mim - disse ela com um grito amortecido. O medo nesta perigosa situação lhe deu a força para discutir com seu protetor, ao qual estava inegavelmente agradecida. De outra maneira seria um atoleiro tremente de nervos no chão. Lutando pelo controle, olhou com atenção para fora do para-brisa dianteiro que repentinamente se rompeu com uma bola de gelo. Como se as eclusas se tivessem aberto, o granizo do tamanho de um punho começou a cair, amassando sua 97/117
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Marie Harte caminhonete em tantos lugares que tiveram sorte de que não se parecesse com um queijo suíço quando terminou. — Merda - apertando os dentes, torceu o volante duramente durante o bombardeio de dois fantasmas, desta vez com correntes de fogo saindo das pontas de seus dedos. Contente de ver o final deles, tentou advertir a Darius sobre os outros dois fantasmas que flanqueavam seu lado, mas suas cordas vocais estavam congeladas quando repentinamente a caminhonete deu um tombo. Seu cinto de segurança evitou que saísse voando da caminhonete, mas enquanto o veículo girava pelo que parecia uma eternidade, todo seu corpo doía. A caminhonete parou sobre suas rodas, o exterior certamente triturado, mas o suficientemente intacto para havê-los protegido de feridas. Impressionada, Samantha tentou soltar-se com a mão. — Darius? Ele não respondeu e ela viu a razão. O para-brisa se havia quebrado diante dele, um grande galho de uma árvore tinha penetrado o vidro. O lado direito de seu rosto estava coberto de sangue, e seu organismo estava fracamente sentado no assento do condutor. Com o maior medo que tinha conhecido atando seu estômago, fez com que tirasse o cinto de segurança de modo histérico. — Darius? Desperta! Acorda, agora mesmo! Depois de um minuto de inúteis puxões fortes e maldições, deu-se conta de que o cinto travou e não se abriria. Pediu a Darius que despertasse logo. O que ocorreria se tinha uma contusão? E se nunca despertasse? Então um chiado desumano rasgou o ar e ela soube que o pior ainda não tinha passado. Embora a saudação das bolas tinha cessado, se não fizesse algo para libertar o cinto de segurança os fantasmas matariam a ela e a Darius tão certo quanto o sol sairia amanhã. A dor a atacou repentinamente, por causa de não ter aproveitado seu tempo com Darius. Teria sido tão difícil dizer “te amo”, tomar um risco e pôr em risco o futuro? Agora nunca teria a oportunidade. As amareladas garras apareceram ao lado da janela e ela se estremeceu, fazendo que bruscamente se acalmasse. A criatura destroçou o vidro e puxou bruscamente a porta de Darius tirando-a de suas dobradiças. Com um corte de suas garras, libertou Darius e lhe tirou da caminhonete como se não acontecesse nada. 98/117
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Marie Harte Então outra criatura quebrou o vidro de sua janela e sorriu abertamente, expondo três filas de dentes enegrecidos, afiados. Ela pôde ver manchas escuras e como a malha fina dentro de sua boca se fazia mais escura e rezou para que Darius e ela não se encontrassem no lado errado da mesa de sobremesas. — Venha comigo, suficiente - sussurrou, a brandura de sua voz ecoou atemorizando-a tanto como sua aparência. Cortou seu cinto de segurança e puxou-a bruscamente tirando-a da caminhonete. Ela tropeçou, seu corpo cheio de machucados e dores, tentando aguentar as muitas sacudidas seguidas. A criatura a arrastou de costas com surpreendente força, ela puxou a mão ossuda que segurava seu braço e se sobressaltou quando as garras se cravaram em sua carne. — Ainda não. Deixem a briga para depois - disse antes de rir. Atirou-a ao lado de Darius, que tinha conseguido suficiente consciência para sentar-se e ver o perigo em que se encontravam. Ela voou em seus braços, quase lhe jogando. Enquanto agarrava fortemente seu ardente corpo, notou a depressão da terra coberta de erva sobre a qual se encontravam e o pronunciado muro de rochas sobre o qual deviam ter caído. Não era estranho que a caminhonete tivesse rodado. Darius rompeu seu abraço e esquadrinhou cada polegada dela que podia ver. — Está bem? Ela lhe deu um enorme beijo, aliviada por lhe ouvir falando. — Estou bem - visivelmente a tensão deixou seu rígido corpo e ela se deu conta da profundidade de sua preocupação. O calor se estendeu no corpo dela. — E você? — Estive melhor - passou um pedaço de tecido sobre o sangue pegajoso que havia sobre sua testa e ela viu uma profunda cicatriz em sua testa. Então ele piscou rapidamente, amaldiçoando enquanto tirava as lentes de contato. Ver o verdadeiro Darius com seus brilhantes olhos vermelhos a fez sentir mais segura, mas não tanto como gostaria. — Escutei isso - ela lutou por um tom modulado, um que desmentisse o absoluto terror pela situação que confrontavam. Aos fantasmas, não dois e sim seis, que os rodeavam como abutres. Seu constante movimento a fez enjoar assim centrou sua atenção em Darius, retorcendo-se para aprofundar mais em seu protetor abraço. 99/117
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Marie Harte — Não se preocupe, Samantha - disse ele, sua voz intensamente calma. — Não deixarei que te aconteça nada. — Saboreou alguma vez a uma destas fêmeas? - um dos fantasmas falou com voz áspera. — Semelhante carne branda, sempre suculenta e cheia ao máximo pelo terror -estalando seus lábios, causando que os outros se integrassem ao asqueroso grupo, agudos chiados de risada. Darius a apertou mais contra seu corpo. Fez um gesto de aguentar antes de soltar um gemido de dor. — Darius? Está bem? - sussurrou ela, desejando poder lhe dar sua força. Tão assustada como estava pelos fantasmas, a possibilidade de perder Darius a aterrorizava por completo. — Está me matando a cabeça - grunhiu ele sob seu fôlego. — Vou matar a todos e cada um deles. E vou fazer que sofram. Sua cólera a fez sentir melhor, embora a palidez em seu rosto não aliviasse sua preocupação. Darius estreitou seu olhar no fantasma mais próximo a eles e Samantha esperou que lhes fizesse arder. Quando não fez nada mais que lhes sorrir, seu estômago começou a agitar-se. Darius resmungou: — Merda - antes que dois fantasmas se inclinassem para frente e lhe agarrassem pelo pescoço da jaqueta, lhe afastando com força dela. Foi arrojado a dez pés, contra o tronco de um pinheiro muito grande. A luz minguante da lua fazia parecer tudo em branco e negro, e o sangue que caía para baixo por seu rosto parecia um escuro presságio, um presságio de morte. — Estou esperando - sussurrou um fantasma em seu ouvido antes de envolver com sua mão seu cabelo e puxar sua cabeça para trás para expor seu pescoço. — Não podes - disse outro. —Esta foi marcada. Houve uma discussão em cima dela, e pelo ângulo em que tinha o pescoço, não podia ver Darius. Desesperada por qualquer tipo de contato com ele, tentou o impossível. Darius, está bem? Pensou tão duramente como pôde, mas só conseguiu frustrar-se quando o fantasma puxou sua cabeça mais e pôs uma faca ao longo de sua garganta, um ardente corte que fez com que sangrasse. 100/117
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Marie Harte — Esta temos que levá-la intacta ao amo - disse outro fantasma por cima dela. — Mas o Lorde Storm é nosso para brincar. Por que não tiramos a vez com ele? A luta continuou enquanto um trovão surdo sacudia o ar. Legal. Tudo o que precisavam era mais chuva de granizo. Darius, acorda, infernos. Necessito-te aqui! Ele gemeu e ela sentiu um alívio tão grande que desejou rir. Ainda estava vivo! Seu coração brilhou pela alegria e seus olhos se encheram de lágrimas. Quem está me batendo? Dois fantasmas. E há outros quatro, o que faz um total de seis com os quais terá que lidar. Ele não disse nada e ela inclusive não podia vê-lo. Não sabia a extensão de suas novas feridas. Ouvi o que não disse. Ele soava presunçoso, e durante um minuto ela não o compreendeu. Realmente te golpeou na cabeça, não? Ela só podia imaginar a dor que estava sentindo ele, o amor fazendo possível que ignorasse a dor em seu pescoço e a unha que rasgava sua carne. Me ama. Não o negue. Escute-te; senti-o em seu interior. Doía-lhe o pescoço, ambos estavam a ponto de serem assassinados e provavelmente comidos por feios e repugnantes monstros, e ele queria falar de amor? Ela desejou lhe dar um murro. É incrível! Eu sei, disse ele sem um pouco de presunção, e por muito que ela desejasse lhe estrangular, sentia alívio de que ele até conservasse ao menos todas suas faculdades. Ao minuto em que saíssem desta confusão, entretanto, dar-lhe-ia um tapa. Depois lhe beijaria. Parecia que a discussão entre os fantasmas tinha chegado a um fim, pois o fantasma que a segurava pelo cabelo fez tirante seu agarre e pressionou mais profundamente suas garras em seu pescoço. Samantha, disse Darius com a suficiente força para afastar sua atenção da ameaça em sua garganta. Affai, abra sua mente para mim. Agora! Com o perigo que enfrentava agora, não lhe questionou e imediatamente se abriu. Sentiu sua presença em seu interior, sentiu-lhe compartilhando seu eu 101/117
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Marie Harte interior. E depois o calor se estendeu por todo seu corpo, enchendo cada pulso e cada pulsar de seu coração. Agarre a garra que o fantasma tem contra teu pescoço, disse brandamente Darius. Ela o fez e viu o olhar assustado da criatura. Entretanto, antes que pudesse fazer ou dizer algo começou a brilhar. O calor poderoso e vermelho envolveu ao fantasma da mão até o resto de seu corpo nodoso. O calor aumentou até que brilhantes chamas alaranjadas o engoliram, convertendo-o em um pequeno montão de cinzas sobre a terra. Samantha deu a boa-vinda ao calor, abraçando o fogo de Darius com todo seu ser. Ela se levantou então, livre do agarre do fantasma. — Isso são chamas! Ardem! - gritou um fantasma. Imediatamente o quinto se voltou contra Darius que estava sentado curvadamente contra uma árvore. Samantha podia sentir como sua força minguava e freneticamente procurou ao seu redor algo que pudesse utilizar com uma arma. Sem saber como as engenhou exatamente, incinerou a dois fantasmas com bolas de fogo. A magia logo desapareceu e três fantasmas atacaram, rapidamente procurou uma arma. Encontrou várias rochas grandes e as jogou com exatidão contra o inimigo restante. Agradeceu mentalmente seus dias no varsity softball, seguiu apedrejando aos Netharat entrantes até que ficou sem munição. Estavam quase sobre ela quando a terra tremeu, tirando-se de seus pés, e ela olhou assombrada como montanhas de terra se jogavam sobre os fantasmas. A água caiu a montões sobre eles, de um modo torrencial de uma fonte invisível sobre suas cabeças. As criaturas gritaram e choraram por ajuda, afogando-se sob a terra e a água limpas. A terra tragou os corpos completos. Ainda incrédula com os olhos cravados na cena, Samantha necessitou de um momento para recuperar-se. — Aqui em cima! Ela elevou o olhar para ver Marcus e Cadmus sobre o muro de rochas olhando-os fixamente. Podia ver o resplendor dos faróis do carro perfurando o limite das densas árvores e se perguntou como tinham sabido que deviam lhes buscar aí em baixo. Ela e Darius não tinham quebrado nenhuma cerca quando tinham caído. Ela não perdeu o tempo com perguntas, entretanto, enquanto Darius estava paralisado no chão. Correndo ao seu lado, tirou a jaqueta e a colocou sob sua 102/117
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Marie Harte cabeça. Acariciando seu cabelo ensanguentado, rezou com todas as suas forças para que se recuperasse. Seu rosto parecia mais pálido que antes, aparentemente sem força depois de havê-la salvado. Cadmus e Marcus apareceram rapidamente e em pouco tempo se foram para casa, onde Cadmus assegurou que Darius encontraria ajuda. Enquanto olhava a cabeça que repousava sobre seu colo, desejou que ele melhorasse. Agarrou uma de suas mãos, apertando a palma agora fria contra sua pele. Tinham muito que discutir, sobretudo as vezes que seriam adequadas e inadequadas para discutir sobre o que sentiam. Ele apertou sua mão, uma labareda de calor passou entre eles, e ela fechou os olhos com um pequeno sorriso. Comoção cerebral ou não, não pode me deixar fora para sempre, Darius Storm. Ela acreditou lhe ouvir rir afogadamente antes de ir à deriva no sono, agarrando firmemente sua mão como se nunca desejasse soltá-la. CAPITULO ONZE Darius abriu os olhos para encontrar com Cadmus lhe olhando fixamente, a preocupação escurecendo seus olhos negros. — Me dê um pouco de espaço para respirar - se queixou ele, tirando uma risada afogada a seu irmão. — Já era hora. Nos preocupou. — Nós? - um óbvio olhar lhe disse que tinha passado a noite só em sua cama. Cadmus pôs os olhos em branco. — Esta no outro quarto dormindo um pouco. Tivemos que obrigá-la a afastarse de você. Contente? Cadmus tendia a exagerar, mas se o que dizia era certo, Darius era verdadeiramente um homem feliz. Ordenando a volta de Samantha enquanto o amor fluía profundamente depois de ter sido golpeado no bosque, não podia evitar se sentir o homem mais afortunado do mundo. Agora só tinha que convencê-la de que deixasse para trás esta terra e partisse para coisas maiores e melhores. Sobressaltando-se, endireitou-se e esfregou a cabeça.
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Marie Harte — Arim nos enviou remédio - Cadmus indicou com a cabeça a têmpora de Darius. — Disse-nos que padecia de uma séria lesão cerebral. Mas um gole do suco azul e a lesão curou. — Então por que me dói a cabeça? — Isso que sentes é o suco. É só temporário. Darius resmungou um obrigado e lentamente deslizou as pernas fora da cama. — Isso significa que Marcus e Aerolus estão bem? Cadmus franziu o cenho. — Marcus está em seu quarto preparando-se para ir ao trabalho amanhã, se pode acreditar. Uma vez que soube que estava bem, resmungou algo a respeito de colegas muito competitivos e começou a pegar arquivos e se foi. Mas Aerolus incluso não há voltado. Darius se congelou. — Ainda? Quanto tempo estive inconsciente? — Dois dias. — E em todo esse tempo não ouviu nada dele? Cadmus deu de ombros. — Arim disse que Aerolus está bem. Pelo visto nosso irmão leva entre mãos algo grande de bruxaria que não vai nos explicar. Não é meu problema, conforme disse o tio Arim. Ele soava zangado, e Darius sentiu que um sorriso eliminava sua dor de cabeça. — Se acalmes, Cadmus. Se Arim disse que Aerolus está bem, então o está. Seu irmão arqueou uma sobrancelha, a contra gosto ele explicou. — Nem sempre estou de acordo com Arim, mas confio nele. Nunca nos decepcionou. — Que rápido esqueceu o do “Cristal do Saber”. — Não foi real, e não é culpa sua. Deveria ter sabido que era falso. Acreditei que não reagia com Samantha até que estávamos cobertos de chamas. — Hum, estranho? - Cadmus sorriu zombeteiramente e Darius soube que havia dito muito. — Assim soube nada mais ao vê-la que era sua consorte? - ele moveu os olhos zombeteiramente. — Sooooo, isso é romântico. — Se cale, idiota, e me ajude a levantar. 104/117
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Marie Harte Uma vez em pé e fora da cama graças ao seu irmão, Darius andou lentamente através do quarto até que pode mover-se sem fazer gestos de dor. Precisava encontrar Samantha, poder vê-la com seus olhos, e em particular. Tinham muitíssimo que falar e ele não tinha nem a inclinação nem a paciência para esperar outro minuto. Cadmus resmungou algo a respeito de precipitar as coisas enquanto cautelosamente Darius colocava uns boxers frouxos. — Não me incomode em ao menos outra hora. Não, que sejam duas. — Se acalmes, irmão - Cadmus lhe abriu a porta e deu um passo para trás. — Não está cem por cento. E Samantha passou por muito desde que te conheceu. Não vá tratá-la mal por Tanselm. Tenta ser suave com ela, para variar - disse ele sardonicamente. — Ela necessita de compreensão. — Eu sei - pela primeira vez não discutiu e sua calma aceitação assombrou a Cadmus. Descendo as escadas, sentiu-se mais como era ele mesmo. A dor de cabeça não era tão forte, e tinha que admitir que seu corpo se sentia lutando… enquanto que os pensamentos de Samantha na cama faziam seu desejado efeito. Luzindo uma muito dura ereção, sua paciência finíssima no melhor dos casos, derrubou-se na porta e entrou sem esperar permissão. Para sua maravilhosa surpresa, ela estava trocando de roupa e levava posto só um sutiã e calcinha. Entretanto, parecia cansada, seu cabelo emoldurava seu rosto pálido, seus olhos escurecidos pelo cansaço. Mas nada podia fazer com que parecesse menos bela ante seus olhos. — Senti falta de você - disse ele simplesmente. Um aberto sorriso iluminou seu rosto, afastando o cansaço com sua alegria pura. — Já era hora de que despertasse - ela se aproximou lentamente dele, seus quadris balançando-se com uma eterna graça feminina. — Isso é o que disse Cadmus. — Estivemos preocupados - ela se aproximou, seus corpos compartilhando o calor que ele criava. Envolvendo seus braços ao redor do pescoço dele, puxou-o para ela. —Não volts a fazer essas coisas de herói - lhe beijou com uma fome que fez com que seu pênis se endurecesse até mais. 105/117
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Marie Harte Incapaz de evitar mover-se contra ela, ele apressou seu desejo, precisando aliviar a doença que crescia. Ela moveu seus lábios por sua garganta e ele cheirou o rico perfume de seu xampu, enchendo sua mente de todo tipo de ideias sobre que parte de seu corpo gostaria de sentir seu cabelo. — Samantha, amor - ele fez uma pausa para saquear sua boca. — Necessitote. Colhendo com suas mãos seus seios, ouviu como sua respiração se voltava mais rápida enquanto lhe devolvia o beijo de um modo que ele sentiu que se queimava por possuí-la. A luxúria corria rapidamente através dele com raiva, desejando cultivá-lo até que o consumisse. Depois de rasgar seu sutiã e sua calcinha afastando-as de seu corpo, obrigouse a ir mais devagar para não gozar no ato. Deu um passo para trás e cravou os olhos nela, impressionado de que ela lhe pertencesse. Ela soube que ele também se sentia assim, embora não dissessem as palavras. A omissão lhe incomodou, mas maldição se ao seu corpo importava. Doía-lhe o pênis, precisava encher sua quente vagina, molhada e pequena com sua semente. Simplesmente pensar sobre isso lhe empurrou mais até a borda, e decidiu manter seus boxers, embora fosse um débil impedimento. Entretanto, Samantha não queria nada disso. Sorriu-lhe, um aberto e ardente sorriso que enfocou toda sua atenção em sua boca carnuda, amadurecida. Então lambeu os lábios e ele não pôde evitar que o gemido escapasse. Fixando sua atenção em sua enorme ereção, ela agarrou sua roupa íntima e lentamente a desceu por suas pernas, seu olhar dirigindo-se nervosamente para seu sexo. Ele desejou gritar pela frustração quando seu fôlego acariciou seu pênis. — Te quero, Darius. Aqui, agora, do meu jeito - atrevidamente tomou o controle, Samantha fez com que seu coração se detivesse quando se ajoelhou e o introduziu em sua boca. — Pela grande força da luz - gemeu ele enquanto ela começava a chupar. Sua boca se sentia quente, sua língua excitando e acariciando a parte inferior de sua cabeça. Sabia que não aguentaria o suficiente, e quando ela o acariciou e sugou mais profundamente, fez o único que pôde para evitar gozar. — Espera, amor - estava sem fôlego, agarrando seu sedoso cabelo para deter seus movimentos. — Deixe-me. 106/117
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Marie Harte Em um segundo, puxou-a pondo-a em pé e se moveu para baixo tombando-se sobre ela. A surpresa delineou seus preciosos olhos até que ela viu sua intenção. Tragou audivelmente, mas não protestou quando ele abriu suas coxas e se ajoelhou entre elas. Ele baixou a cabeça, o perfume intoxicante de sua paixão lhe atraindo, fazendo com que se aproximasse mais. Ele soprou brandamente em seus clitóris, satisfeito quando ela gemeu seu nome. Baixando os lábios, bebeu de sua doçura, acariciando a abertura de sua vagina, mas sem entrar. Ela se contorcionou e ele aumentou a pressão de sua boca, lambendo duramente até que ela gritou de prazer. Uma e outra vez lambeu sua essência, esfregando o creme contra seus lábios inferiores e de novo por volta de seu ânus, fazendo com que aumentasse seu desejo. Sua respiração era ofegante, e soube que estava perto. — Necessito-te - ela choramingou e envolveu suas pernas mais fortemente ao redor de sua cabeça. Me necessita. Recorda-o, puxou-a enquanto chupava seus clitóris e repentinamente introduziu dois dedos dentro dela. Ela se moveu e ele começou a lamber a sério, determinado a que ela encontrasse o prazer. Desejava que ela chegasse, sentir como seu corpo se convertia em uma massa tremente de prazer. Seu pênis se endureceu e ele a apertou mais contra o colchão, precisando aliviar seu pênis endurecido. Mas não antes que sua affai encontrasse satisfação. Tirando os dedos, separou de um golpe sua língua de seu canal e foi recompensado por um alto grito de protesto. — Darius - respirou ela, — juro que vou te matar se me faz me gozar sem você. Ele elevou o olhar de dentro de suas pernas, cravando-o em seus seios e seu rosto ruborizado, e soube que nunca antes tinha visto uma mulher mais sensual. — Sim, affai, como ordena - disse ele com voz espessa. Engatinhou sobre ela, descansando a cabeça de seu pênis entre suas suaves, brancas coxas. Brincando tanto com ela como consigo mesmo, cobriu-se com o creme dela e gemeu pela deliciosa sensação.
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Marie Harte Penetrou-a de um golpe, sentindo sua indescritível boa-vinda. Ela gozou imediatamente, seus músculos fechando-se ao redor dele, a sensação em seu pênis estimulado raiando quase na dor. — Samantha, amor - disse ele com voz áspera enquanto seguia se chocando contra ela, — está tão apertada. De modo que te molha - ele gemeu. — Faça-o de novo, Darius - exigiu duramente ela e fechou os tornozelos ao redor de sua cintura. A ação o introduziu mais profundamente dentro dela e começou a ver estrelas por trás dos olhos. Golpeou duramente, montando-a com um desespero que nascia da preocupação, do amor, e da necessidade. Ela gritou e se apertou ao redor dele mais duramente, e ele chegou ao clímax. Repetidas vezes fez um grande esforço, inundando seu ventre com sua ardente semente. Estremeceu e gritou seu nome, desesperado pelo êxtase que seguia lhe matando brandamente. Quando recuperou finalmente o fôlego, sentiu como lhe afastava o cabelo dos olhos. Ficou a olhando fixamente, viu satisfação e se não estava equivocado, uma ardente chama de ternura. Seu sorriso se ampliou enquanto ela o olhava. — Temos que conseguir deixar de nos encontrar assim. A gente vai falar. Ele a olhou surpreso um momento antes de começar a rir. Riu tão forte que quase chorou, e sua risada fez com que se retirasse fisicamente. A perda da jaula de seu corpo o desembriagou o suficiente para que puxasse-a aproximando-a debaixo dele outra vez. — Tem um senso de humor infernal - a elogiou ele, contente quando ela se ruborizou belamente. — Preciso tratar contigo - ela seguiu o contorno de seus lábios com um dedo, ficando sem fôlego quando ele o sugou e mordiscou antes de soltá-lo. Os olhos de Samantha se nublaram, sentia igualmente erótico seu dedo sobre seus lábios como sua boca sobre seus clitóris. Impossível, mas assim era. Ela era toda hormônios ao redor dele, ou debaixo dele, como ditava agora a situação. Suspirou com muito prazer. — Sabe que me ama - disse ele baixinho, seus olhos enfocados e atentos em seu rosto. —Por que não o admite? 108/117
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Marie Harte — E você me ama — cedeu ela, entredentes. — Por que não o admite você? Ela esperou que o negasse, franzisse o cenho e a descartasse como uma mulher irracionalmente emocional. Em vez disso, acariciou com o nariz sua bochecha e ficou olhando-a fixamente, seus olhos brilhando vermelhos. — Como ordene, affai. Te amo. Ela somente pôde cravar os olhos nele, atordoada. Então um pensamento a golpeou e seus olhos se entrecerraram. — Melhor não brincar comigo. Não a respeito disto. Seus lábios seguiam curvados em um meio sorriso, mas seus olhos permaneceram enfocados e sem piscar. — Nunca brincaria com um assunto tão sério. Ela não soube o que responder. — Pois bem, hum, bem então - deveria lhe dizer realmente o que sentia? Que o pensamento de viver sem ele podia destruí-la? Ele sorriu abertamente e negou com a cabeça. — Tsk, tsk, Samantha. Digo-te o que quer ouvir e te ocorre me negar a mesma segurança. Ela lhe olhou encolerizada. Tinha estado lendo sua mente de novo. — Sei que me ama. Somente que eu gostaria de te ouvir dizer isso. E como teu rei e chefe supremo, ordeno-te isso. — Meu… que? Seu olhar se fez mais ardente, o fogo elementar unindo-os. — Logo serei o rei de um dos cantos de Tanselm, Samantha. E como minha affai, será minha rainha - ele fez uma pausa, para deixar que suas palavras se afundassem, o que ela agradeceu a contra gosto. Amar a Darius e admiti-lo era uma coisa. Justo acabava de fazer uma chamada ao valor quando lhe dava notícias de sua marcha como rainha. — Não sirvo para rainha - Maldição, quase nem posso dirigir minha vida e muito menos ser a responsável pelo bem-estar de centenas de outros. — E ainda assim me controlou desde que nos encontramos. — Deixe de ler minha mente - ela desejou que se mantivesse fora. Tratava de pensar e ser honesta consigo mesma séria muito mais fácil se não tivesse que proteger seus pensamentos. 109/117
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Marie Harte — Não o posso evitar, affai. Estamos unidos agora. Dei-te meu coração. E você me deste o seu - sorriu brincalhonamente, idiota insensível. — Assim é como acontece? - sabia que parecia na defensiva e se sentiu estúpida por isso, mas as velhas feridas incluso no tinham terminado de curar-se. — Tem um reino ao qual retornar. Uma guerra a qual lutar e um povo ao qual governar. Realmente não necessita de mim. O brilho instigador em seus olhos desapareceu. — Quer dizer que não terei tempo para você com tantos sucessos diferente em minha vida. Mas estás equivocada. Ela se sentia vulnerável nua debaixo dele e tentou alcançar os lençóis. Uma bola de fogo apareceu repentinamente, lambendo sua palma, fazendo que ficasse quieta. Ela o observou atemorizada, sem acalmar-se enquanto não entendia como ardia o fogo. — Compartilha meu espírito, Samantha. Só uma mulher de grande poder e controle poderia conter e resistir ao meu fogo - ele moveu a mão e o fogo desapareceu. — Mas só uma mulher tão teimosa, inteligente e valente como você poderia dominar meu amor. Ele piscou, como se o assombrassem as palavras que saíam de sua boca, e ela não pôde evitar sorrir como uma idiota. — Oh, Meu Deus, Darius. Nos parecemos! Não posso acreditar que o arrogante de meu chefe supremo acabe de dizer algo tão poético, e tampouco o podes fazer você. — É mandão, também está acostumado a decidir teu caminho, e também muito bonito para seu próprio bem. Não conduz um carro decente e nunca serás um barman acreditável. É muito intenso. Ele sorriu abertamente. — Mas me ama. Ela pôs os olhos em branco. — Te amo. Agora suponho que enquanto me ame não me darei conta de que me pergunta se deixarei tudo para trás para viver contigo em teu estranho reino. Suas bochechas se avermelharam e viu o desgosto em seus olhos. — Eu, quer dizer, justamente ia te mencionar a necessária mudança para Tanselm. — Cad estava certo. Não sabe como tratar às mulheres. 110/117
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Marie Harte Seus olhos brilharam vermelhos. — Sou encantador. — Como uma rocha. Então me estás perguntando se vou contigo ou não? Seus olhos se entrecerraram e soube que ele tinha golpeado seus escudos mentais. — Não está próxima de tua família, não tem ataduras aqui além de teu trabalho e me ama. O que terá que dizer? Uma vez que possa retornar a Tanselm, virá comigo -quase expressou a ordem com um grunhido. Assombrada por sua brutalidade depois de fazer amor de um modo assombroso e considerando sua declaração sincera, pouco a pouco entendeu que seu valentão e fogoso homem estava assustado, nervoso que ela se negasse. O fato a aturdiu. — Além disso, os fantasmas estão aqui agora - a satisfação ecoou em suas palavras, como se afinal tivesse encontrado o extremo com o qual poderia convencêla de unir-se a ele. — Não será para você seguro ficar sem mim. Ela quis sorrir abertamente, em vez disso ela inclinou a cabeça com sobriedade, como se considerasse esse ponto de vista. — De acordo, irei contigo. Sua fácil aquiescência o incomodou. Ela podia ver como seu rosto bonito se ia escurecendo. — Samantha… — Pode ser, Darius - ela riu de sua cólera. — Te amo, e não sonharia vivendo sem você. Além disso, tenho a impressão de que vai necessitar de alguém que te ajude a controlar sua cólera, sobretudo se realmente vão permitir que governe esse pequeno reino. Elevou uma negra sobrancelha com arrogância. — Me permitir? Samantha, sou um Storm Lorde. O Príncipe do Fogo. Nasci para reger Tanselm. Necessita que te recorde a sorte que tem por me haver conhecido? - seus lábios se elevaram e soube que lhe estava pondo uma isca de propósito. Negando com a cabeça, puxou-o para ela de modo que seus lábios quase se tocaram. — Acredito que você é o afortunado - dizendo isto ela baixou a mão e começou a acariciar sua crescente ereção, contente de ter este efeito sobre ele. 111/117
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Marie Harte — Acredito que está certa - disse ele com um suspiro. Ela começou a mover-se de cima a baixo, avivando seu desejo uma vez mais. — Samantha, ah, amor, como ordene minha affai - e procedeu a lhe fazer amor até altas horas da noite.
CAPITULO DOZE — Quantos seremos para o jantar desta noite? - perguntou Samantha enquanto sacudia uma salada grande e verde. Darius se espreguiçou, amando o modo em que ela se via em sua cozinha, em sua casa, em sua vida. — Somente você e eu, amor. Cadmus tomou o controle do bar em horário completo por mim. Acredita que já que te encontrei ali, o lugar tem sorte. Ela sorriu abertamente. — Tem-no. Se assegure de que passa bastante tempo no porão. Quem sabe o que poderia encontrar lá embaixo. — Certo - esteve ele de acordo com voz rouca, preparado para outra ronda de jogos eróticos com sua affai. Tinha passado um mês, mas quando mais se tocavam e brincavam, mais se desejavam. Engraçado, mas ele nunca teria imaginado que fosse possível estar tão satisfeito e com o que se fazia fora de seu mundo caseiro. Já não lhe incomodava constantemente seu desejo de voltar para Tanselm. Através de Samantha tinha encontrado uma paz interna. Somente esperava que não tivesse tirado todo o fogo que havia em seu interior. Nunca terminaria de ouvir as brincadeiras de seus irmãos se se convertia em algum tipo de tolo. — Assim Cadmus trabalha esta noite. E Marcus e Aerolus? — Marcus está trabalhando até tarde outra vez. Juro que a mulher com a qual esteve trabalhando lhe tem preocupado - sorriu abertamente, recordando a volta de Marcus com seus comentários menos que aduladores sobre Tessa Sheridan. — Acredito que se sente ameaçado por ela. Samantha limpou as mãos em um pano.
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Marie Harte — Bem. Marcus é muito arrogante. Sabe que ontem teve o fel para me dizer que não me vesti “como é adequado para a rainha de um Lorde Storm”? - imitou ela sua arrogância. Com um critério melhor que estar de acordo com Marcus diante de sua affai, Darius não disse nada. Pessoalmente, tinha planos de comprar os trajes de noite mais extravagantes e sedas quando voltassem para Tanselm. Jeans e camisetas estavam bem para ele aqui, mas nela se desperdiçavam realmente. — Acredito que é genial que uma mulher faça com que Marcus corra pelo dinheiro - seguiu ela, com os olhos cheios de fogo. — Sim, pois bem, eu também - ela o olhou brilhantemente e soube que não teria que esperar muito tempo para que estivessem queimando os lençóis da cama. — De todos os modos, com Cadmus no bar, Marcus no trabalho e Aerolus em alguma parte praticando as artes místicas, seja o que infernos seja, tem para o jantar só a você e a mim. Ela sorriu abertamente e lhe atirou um beijo de trás do balcão da cozinha. — Lástima. Queria falar com Cadmus pela última vez a respeito de como controla as visões. Começo a lhe pegar a tranquilidade. Graças à instrução de Cadmus, Samantha tinha começado a fortalecer seu dom de nascimento. Tinha estado mais feliz de voltar a usar sua habilidade extrassensorial, havendo-se informado do papel que Cadmus tinha tido em seu resgate dessa desgraçada noite perto de Golden Gardens. Só graças à claridade das visões de Cadmus puderam ele e Marcus chegar a tempo para salvar a ela e a Darius da morte ou pior das mãos dos fantasmas. Os pensamentos do que poderia ter ocorrido ainda lhe provocavam dor. — Te amo - ele o recordava ao menos uma vez ao dia e nunca falhava em deleitar -se com o brilho de seu sorriso acolhedor. Ela lhe enviou uma imagem mentalmente, uma imagem abrasadora deles na cama que lhe teve duro e preparado no ato. Perguntou-se se realmente tinham que jantar ou se podiam postergá-lo para subir ao dormitório nesse momento… Um suspiro enojado soou as suas costas e se virou rapidamente para encontrar-se com Arim negando com a cabeça. — Não pode pensar em outra coisa, Darius? - perguntou Arim com tom zombador. 113/117
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Marie Harte — Alguma vez pensa em chamar, tio? - a cólera que uma vez tinha sentido sobre Arim não apareceu, tão atordoado estava em pensamentos de paixão a respeito de Samantha. Apesar de que não havia palavras de que fossem retornar a Tanselm, Darius sorriu lhe dando a boa-vinda. Uma aparência alegre apareceu no rosto de seu tio. — Ela fez de você um verdadeiro príncipe - Arim inclinou a cabeça. — Agora é momento de ir. Darius piscou. Não podia estar dizendo… — Tanselm? - grunhiu ele, sendo incapaz de acreditá-lo. — Pois bem, não estou aqui para te levar rapidamente a Disneylândia - ele se virou para Samantha. — Está preparada? Ela assentiu com a cabeça. — Fiz a bagagem ontem quando Aerolus me disse que ia vir. Darius piscou, emocionado. — Não me disse nada sobre isso - a ira o encheu. — Nem o fez Aerolus quando encontrasse a esse traidor de olhos cinzas, colocaria algum sentido nele. Arim pôs os olhos em branco. — Era muito bom esperar que ela tivesse eliminado para sempre essa nervura de fúria de teu interior. Samantha se uniu a Darius na sala de estar, arrastando-se sob seu braço. — Agora porque ia fazer isso, Arim? Depois de tudo, é essa faísca de impaciência a que ilumina seu fogo - seus olhos cintilaram. — E não queremos que esse fogo saia agora, não? - lhe beijou na boca com a força suficiente para lhe fazer considerar o fazer amor no sofá, apesar de Arim. — Economize-o - se queixou Arim, um indício de humor matizando seus lábios arqueados. — Já disse a seus irmãos que vai. É melhor que vá agora, enquanto assistem a suas affai. Tanto Darius como Samantha ficaram olhando fixamente, boquiabertos. Darius foi o primeiro a recuperar a língua. — Me estás dizendo que eles encontraram a suas affai? — Sim. — Eles sabem? As sobrancelhas de Arim se arquearam. — Soube você? 114/117
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Marie Harte — Pois bem, eu… — Exatamente. Deixe-lhes que titubeiem torpemente com as suas, não necessitou de um Cristal do Saber para encontrar o amor - ele sorriu. — É obvio, um pequeno feitiço funcionou aqui e lá para apurar o amor não faz mal. — Arim! - Samantha parecia emocionada. — Não pode encontrar a alguém e esperar que encontrem o amor. — Por que não? Funcionou com Darius. Meu feitiço só acelerou o processo. O amor provém de Darius. Alguma vez se perguntou de onde veio esse fogo azul para destruir a ambos? Ele se virou para Darius. — Uma vez que finalmente se decidiu admitir para você mesmo que no mais profundo amava a Samantha, o Beijo do Fantasma desatou dentro desse Cristal do Saber manchado. Foi você e Samantha todo o tempo. Tudo o que fiz foi jogar um feitiço para deixar que o destino encontrasse o caminho a vossas vidas. Darius cravou os olhos em seu matreiro tio assombrado. — Acreditava que não acreditava em interferir no livre-arbítrio e todas essas tolices. — Dito de forma amável - se queixou Samantha sob seu fôlego. Um firme olhar de Arim fez com que mordesse o lábio. — Não afetei a suas escolhas. Mas com Tanselm em jogo, acha que realmente poderia ter deixado aos quatro Storm Lordes perder tempo com o amor? As mulheres que escolhem e que lhes escolhem estão fora de meu controle. Entretanto, a oportunidade do momento para que encontrem as suas companheiras, indica que a seriedade da situação com Sin Garu aumentou. A risada os abandonou ante a menção desse homem malvado. — O feitiço que lancei estava desenhado para que os Storm Lordes encontrassem a suas companheiras a tempo de evitar uma divergência do destino. Pelo visto, Sin Garu encontrou o que necessita para tomar o controle de Tanselm. Por isso sua repentina volta ao nosso mundo. Começando a olhar pela janela sem fixar-se nas montanhas, Arim lançou suas mãos. Fechou os olhos e começou a cantar e logo um vazio negro e grande apareceu onde tinha estado a janela.
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Fogo Interior Storm Lords Saga
Marie Harte — Está segura, Samantha? - ele precisava saber que ela se encontrava bem com a mudança. Tinha prometido, e era o que queria dizer, que ela era o primeiro para ele, reino ou não. Ela assentiu com a cabeça. — Faz uma semana que me despedi. Estou preparada para começar uma nova vida. — Então dá um passo através do portal, da mão, e se prepares para confrontar um incerto futuro - avisou Arim. — Aerolus levará suas bolsas quando voltar para casa. — Ele pode transportar coisas agora? - perguntou Darius. Seus olhos se aumentaram. — Através dos planos do espaço? — Sim. Estará surpreso por tudo o que pode obter com ajuda de vossas affai Arim sorriu, com um deslumbrante sorriso que aturdiu a Darius, e ele franziu o cenho ao dar-se conta de que também a Samantha. — Não se preocupe - brincou ela. — Não sou alto, escuro e bonito. Te amo. — Muito divertido. Então venha - ele se deteve e a conduziu apertadamente ao portal, Arim rastreando-os. — Isso é tudo, Samantha. Este é o caminho para nosso futuro. Ela assentiu com a cabeça. — Para nosso futuro, e o futuro de Tanselm. Ele riu repentinamente. — Só desejaria estar aqui para me encontrar com a mulher que controlará a Marcus - balançou a cabeça, sorrindo abertamente. — Tem que ser magnífica. Arim sorriu brincalhonamente. — É claro que sim.
Fim
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