Apocalipse Motorizado

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Senac

O Apocalipse Motorizado Bรกrbara Sonnewend, Bruno Santos, Fernando Lopes, Frederico Saade, Henrique Perigo, Rafael Marujo, Renata Lopes, Pedro Piccinini.

Sรฃo Paulo (2008)


Senac

O Apocalipse Motorizado Movimentos de resistência à globalização Bárbara Sonnewend, Bruno Santos, Fernando Lopes, Frederico Saade, Henrique Perigo, Rafael Marujo, Renata Lopes, Pedro Piccinini.

São Paulo (2008) 2


Resumo Neste trabalho falaremos sobre os veículos motorizados e suas conseqüências no mundo moderno, a fabricação dos carros, as fábricas montadoras e sua política de globalização, por exemplo, o caso em que alguns estados brasileiros praticamente pagam a construção da fábrica e no final elas só empregam 300 pessoas, também abordaremos os acidentes causados pelo excesso de veículos na rua, o uso de drogas direção, e stress causado pelo trânsito e como tudo isso afeta a economia dos países e os movimentos contra esse abuso dos veículos motorizados, como a Massa Crítica, um movimento com raízes anárquicas onde apenas o local e a hora é combinada e os ciclistas, skatistas e patinadores se encontram para “ser o trânsito”.

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Abstract In this paper we will talk about motorized vehicles and their consequences in the modern world, to the making of cars, the global policy of the companies, for exemple, there are some brazilian states that almost pay the hole building of the factory and in the end only 300 people get employedm, we will also talk about car acidents caused by the overall number of vehicles in the street, the use of driving and drugs, the stress caused by traffic and how that can affect economy of countries, the moviments against the adction os cars, like the "Critical mass", where the bike users and skaters set only a date and a place to "the traffic".

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Sumário Resumo ......................................................................................................................... 3 Abstract ........................................................................................................................ 4 Sumário ........................................................................................................................ 5 Sumário ........................................................................................................................ 5 Introdução .................................................................................................................... 6 Acidentes no Trânsito .................................................................................................. 7 Causas mais comuns de acidentes de trânsito .......................................................... 7 Tempo de Reação ..................................................................................................... 7 Fatores que influenciam o tempo de reação: ........................................................ 7 Distância mínima necessária para parar um veículo com base no tempo de reação e na velocidade do veículo ........................................................................ 8 Condição provocada de acidente inevitável ............................................................. 8 Procedimentos que já salvaram muitas vidas ....................................................... 9 Massa Crítica ................................................................................................................ 9 Propósito ................................................................................................................ 10 Histórico e organização dos eventos ...................................................................... 10 Origens ................................................................................................................... 10 Estrutura ................................................................................................................. 10 "Corking" ............................................................................................................... 11 Confrontos .............................................................................................................. 12 San Francisco, 1997 ........................................................................................... 12 Nova Iorque, 2004 .............................................................................................. 12 Londres, 2005 ..................................................................................................... 12 Bicicletada .................................................................................................................. 13 Lista de cidades onde ocorre a Bicicletada ............................................................ 13 No Brasil ............................................................................................................ 13 Em Portugal ........................................................................................................ 13 Números ..................................................................................................................... 14 São Paulo ................................................................................................................ 14 Cenário e personagens........................................................................................ 14 Barbárie .............................................................................................................. 14 Imobilidade ........................................................................................................ 15 Lixo e poluição ................................................................................................... 15 Alívio.................................................................................................................. 15 Dados e curiosidades .......................................................................................... 15 Materiais e Métodos ................................................................................................... 17 Conclusões ................................................................................................................. 18 Referências ................................................................................................................. 19

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Introdução Quando os automóveis surgiram, o mundo inteiro foi reconstruído para abrigar o fluxo e estacionamento das máquinas de transporte privado. Algumas partes do mundo já perceberam que o uso excessivo do automóvel é um dos mais graves problemas urbanos da atualidade.Em outras cidades, construir viadutos e estacionamentos e subsidiar a fabricação de carros ainda representam sinais de “desenvolvimento” e “progresso”. A cada três minutos acontece um acidente envolvendo carros na cidade de São Paulo. Vinte mil pessoas são mortas, por ano, vítimas de acidentes de trânsito no Brasil, mas números não oficiais apontam quase o dobro. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) mais de um milhão de pessoas estão envolvidas direta ou indiretamente nestes acidentes! As ruas, avenidas e viadutos avançam devastando bairros e expropriando o espaço público da comunidade pelo espaço privado do automóvel. O petróleo polui e altera as condições climáticas das cidades cada vez mais congestionadas...Guerras são declaradas e milhões são massacrados pelo controle das fontes de combustíveis como podemos ver claramente hoje no Iraque. Mas afinal o que é trânsito? Segundo o dicionário Trânsito é: 1. Passagem de um lugar para o outro / 2. transporte de um lugar para o outro de pessoas ou mercadorias / 3. sitema de transporte local público na área urbana / 4. Transição. Será então que na realidade o problema é o trânsito ou a falta dele?

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Acidentes no Trânsito Somente no Brasil mais de 40.000 pessoas perdem a vida anualmente em acidentes de transito. Só nas rodovias paulistas em 2001 ocorreram 61.000 acidentes com 2.300 mortes e 23.000 pessoas gravemente feridas. Até 15 de fevereiro já morreram 703 pessoas nas rodovias federais, resultado de 13.400 acidentes. Em todo o mundo o trânsito acaba com vidas, porém os números brasileiros são alarmantes e disparam na frente de qualquer país do mundo.

Causas mais comuns de acidentes de trânsito O erro humano, em todo o mundo, é responsável por mais de 90 % dos acidentes registrados. Principais imprudências determinantes de acidentes fatais no Brasil: por ordem de incidência: • • • • • • • • • • • •

Velocidade excessiva; Dirigir sob efeito de álcool; Distancia insuficiente em relação ao veiculo dianteiro; Desrespeito à sinalização; Dirigir sob efeito de drogas. Fatores determinantes das imprudências: Impunidade / legislação deficiente; Fiscalização corrupta e sem caráter educativo; Baixo nível cultural e social; Baixa valorização da vida; Ausência de espírito comunitário e exacerbação do caráter individualista; Uso do veículo como demonstração de poder e virilidade.

Tempo de Reação Para que uma pessoa responda adequadamente a determinado estimulo, é necessário que esteja "alerta", caso contrário poderá causar um acidente. Este estado de "alerta" é afetado por muitos fatores, fazendo com que as pessoas respondam com maior ou menor rapidez em situações de emergências. O intervalo de tempo entre o reconhecimento de uma situação perigosa e a ação de resposta a esta situação é chamado de tempo de reação, e depende da condição física e do estado emocional do indivíduo. O tempo médio de reação de uma pessoa jovem em bom estado de saúde é de aproximadamente 0,75 segundos. Este é praticamente o tempo que o cérebro necessita para processar as informações que está recebendo e definir uma ação.

Fatores que influenciam o tempo de reação: • •

Definitivos: idade, deficiência física (visão, audição, paralisias etc.); Temporários: enfermidades passageiras (resfriado comum, dor de cabeça etc.), álcool, drogas, medicamentos, estado emocional

ÁLCOOL E DROGAS - podem retardar consideravelmente o tempo de reação. As estatísticas americanas de acidentes no transito indicam que o álcool está

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envolvido em quase 50 % dos acidentes com mortes. Alguns especialistas indicam que dependendo da pessoa, apenas dois copos de cerveja podem fazer seu tempo de reação aumentar para 2 segundos. ESTADO EMOCIONAL - também pode retardar os reflexos e o tempo de reação de um motorista. O indivíduo que trás para o volante suas preocupações de: emprego, salário, conjugais, e frustrações decorrentes de seu dia a dia, poderá alterar muito seu tempo de reação principalmente em função do baixo nível de concentração na atividade de dirigir. Indivíduos imaturos também constituem um grupo de grande propensão para o acidente no trânsito uma vez que sua necessidade de auto-afirmação faz com que hajam impulsivamente e agridam e desrespeitem os direitos e a vida das outras pessoas. Este tipo de comportamento é altamente difundido no trânsito brasileiro.

Distância mínima necessária para parar um veículo com base no tempo de reação e na velocidade do veículo

VELOCIDADE (km/h) 50 80 90 100 110 120

NORMAL (0.75 segs.) DISTÂNCIA (m) 10 16 18 20 22 25

RETARDADO (2 segs.) DISTÂNCIA (m) 28 44 37 41 45 66

Condição provocada de acidente inevitável Muitos indivíduos ao conduzirem seus veículos criam condições ideais e irreversíveis para que o acidente ocorra, isto normalmente ocorre em função da completa ignorância em relação aos fatores causadores dos mesmos. Usando a tabela acima facilmente identificaremos tais fatores que proliferam em grande intensidade nas rodovias e ruas brasileiras. Exemplos: • Reação normal + distancia incompatível com a velocidade. Parada de emergência impossível no momento necessário; • Reação retardada + não reconhecimento de tal situação + distância incompatível com velocidade. Parada impossível e situação irreversível; • Reação retardada + reconhecimento da situação + distância incompatível com a velocidade. Parada impossível.

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Procedimentos que já salvaram muitas vidas •

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Jamais dirija após ingerir bebidas alcoólicas - porém se desejar fazê-lo, reconheça que seu "tempo de reação" ficará alterado e, portanto procure dirigir em velocidades muito mais baixas do usual na via que estiver trafegando. Não utilize drogas antes e nem durante a condução de veículos. Embora algumas drogas sejam usadas para estimular habilidades, com relação ao "tempo de reação" produzem efeito comprovadamente contrário; Reduza a velocidade quando seu estado emocional estiver comprometido ou evite dirigir; Mantenha sempre distância de segurança em relação aos outros veículos; Utilize sempre e adequadamente os dispositivos de segurança; Respeite e procure entender a razão da sinalização de transito, isto poderá evitar um acidente; Evite colocar - se em uma condição causadora de acidente; Finalmente, considere que todo acidente pode e deve ser evitado.

Massa Crítica Massa Crítica (Critical Mass) é um evento que ocorre tradicionalmente na última sexta-feira do mês em muitas cidades pelo mundo, onde ciclistas, skatistas, patinadores e outras pessoas com veículos movidos à propulsão humana, ocupam seu espaço nas ruas. No Brasil e em Portugal, há um movimento ciclístico inspirado na Massa Crítica, chamado Bicicletada. A Massa Crítica é simplesmente um grupo, e como tal não tem outro objetivo além de se encontrar mensalmente para aproveitar o prazer e segurança de andar pela cidade em grupo. A frase "não estamos atrapalhando o trânsito, nós somos o trânsito" expressa bem a filosofia desse movimento. Críticos têm alegado que o evento é uma tentativa deliberada de obstruir o tráfego e causar uma interrupção nas funções normais das cidades, afirmando que os indivíduos que participam da Massa Crítica se recusam a obedecer as leis de tráfego que se aplicam a ciclistas, em geral as mesmas que dos outros veículos. Esses participantes que desrespeitam as leis defendem suas ações baseados na crença de que, nas circunstâncias especiais que cercam o evento, obedecer às leis à risca seria mais perigoso e inconveniente para os usuários das ruas. Além disso, alguns participantes acreditam que as leis para os usuários de bicicletas nas ruas são injustas e diferentes das que tratam os pedestres e motoristas, e que as leis de trânsito favorecem fortemente o uso de veículos motorizados em muitas cidades. Desrespeitar as leis de trânsito no contexto da Massa Crítica é, portanto um protesto contra essa injustiça. As Massas Críticas são passeios auto-organizados e independentes geralmente apenas o local de encontro, o dia e o horário são definidos. Em algumas cidades, o trajeto, o ponto de chegada e as atividades ao longo do percurso são decididas somente quando o evento já esta ocorrendo. Claramente existe um caráter de protesto nesses eventos: os participantes demonstram, se reunindo em público, as vantagens de usar a bicicleta como meio de transporte nas cidades e também alertam para as mudanças necessárias no espaço urbano para melhor acomodar os ciclistas.

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Propósito O propósito da Massa Crítica não é bem compreendido por seus críticos, isso principalmente por sua origem e estrutura anarquista. A idéia é que o evento ocorra de acordo com os princípios da ação direta, criando um espaço público onde os automóveis são substituídos por meios de transporte movidos à propulsão humana. Um dos slogans define bem a intenção do movimento: We Are Traffic (Nós somos tráfego). A Massa Crítica é sem dúvida ligada ao movimento ambiental, o qual cita o automóvel de uso privado como uma catástrofe para o nosso meio ambiente, tanto em termos físicos como em termos sociais. Geralmente, o objetivo do evento, como indicado pelas ações de seus participantes, é se opuser à dominação do automóvel no meio urbano, criando uma alternativa mais ecológica e sustentável. Não existe uma padronização, e os participantes possuem opiniões e metas diferentes, em alguns casos podem até discordar. Por exemplo, alguém pode participar não por razões ambientais, mas movido por teorias de justiça social. Muitos participam não em oposição a alguma coisa, mas simplesmente por gostar da oportunidade de se locomover na cidade de forma segura e com outras pessoas.

Histórico e organização dos eventos A primeira edição da Massa Crítica ocorreu em São Francisco em 1992. Rapidamente o nome se espalhou e foi adotado por uma série de iniciativas de ocupação das ruas que já ocorriam pelo mundo afora. Estima-se que mais de 325 cidades organizem Massas Críticas.

Origens O termo "massa crítica" surgiu de uma observação feita por um estadunidense chamado George Bliss enquanto visitava a China. Ele notou que no tráfego chinês, motoristas e ciclistas haviam adquirido um método de lidar com cruzamentos não sinalizados. O tráfego iria se "agrupar" nessas intersecções até atingir um ponto de "massa crítica" no qual a massa se moveria através da insecção. Essa descrição é relatada no documentário de Ted White Return of the Scorcher (1992) e posteriormente adotado pelo movimento Massa Crítica. Os primeiros eventos de San Francisco em 1992 eram na verdade nomeados Commute Clot, porém esse título estranho foi rapidamente mudado depois que o filme de Ted White foi exibido. E claro, Massa Crítica também é uma referência a várias teorias sociais que sugerem que uma revolução social pode ser alcançada depois que uma certa massa crítica de apoio popular é demonstrada. Isso reflete a freqüente ambição não declarada de muitos participantes do movimento de que o equilíbrio da mobilidade em nossas cidades penderá para bicicletas ou outros meios de transporte que não sejam o veículo motorizado individual.

Estrutura A Massa Crítica difere de muitos movimentos sociais por sua estrutura horizontal e pela ausência de hierarquia. Uma idéia que define bem o movimento e que é muito usada é a de uma "coincidência organizada", sem líderes e sem organizadores. Por exemplo, o termo xerocracy foi cunhado para descrever o processo de decisão dos trajetos: qualquer um que tenha uma opinião a dar faz seu 10


próprio mapa e distribui para os outros participantes. As vezes os trajetos são decididos no meio do caminho por aqueles que estão na parte da frente do grupo. Em outras ocasiões ocorrem votações de qual será o trajeto a ser percorrido naquele dia. Esses métodos livram o movimento dos custos envolvidos na manutenção de uma organização hierárquica: não há reuniões, infra-estrutura, políticas internas etc. Para que aconteça, tudo o que precisa ocorrer é que pessoas o suficientes saibam do evento e apareçam no dia combinado, para criar uma "massa crítica" grande o suficiente para ocupar de forma segura um pedaço das ruas, que ordinariamente pertencem apenas aos veículos motorizados.

"Corking" Os participantes do Critical Mass precisam liderar seu próprio evento, simplesmente por não haver liderança formal. Para moderar o passeio do grupo, os ciclistas usam de um artifício que chamam de "corking", que envolve bloquear o tráfego nas ruas laterais para que os participantes passem livremente (às vezes até ultrapassando semáforos vermelhos) sem medo que veículos motorizados fiquem presos no meio da multidão. É considerado mais seguro para os participantes permanecerem juntos e não permitir automóveis entre eles, diminuindo o risco de atropelamentos e acidentes com os carros. Veículos motorizados entrando em meio à massa criam gargalos e causam interrupções, tornando a movimentação mais lenta e prejudicando tanto o fluxo de manifestantes quanto os de veículos motorizados que aguardam passagem. No entanto, para uma massa crítica de ciclistas de centenas ou milhares de participantes, os veículos terão que aguardar de qualquer modo e, nesse caso, essa prática é utilizada principalmente por questões de segurança. A dinâmica do corking é similar às paradas. Ao explicar a dinâmica do "corking" para os iniciantes, muitos recorrem à metáfora de um grande ônibus transportando um grupo de pessoas que não deve ser dividido, mesmo que o sinal feche depois que o grupo começou a passar por um cruzamento. Na maioria das cidades, as massas críticas tentam acomodar uma parte da rua para veículos de emergência (bombeiros, polícia, hospital, etc.) e tomam cuidado em travessias de pedestres; diferentemente de um grupo de carros, é possível criar espaço rapidamente. Alguns críticos argumentam que a prática do corking nas ruas para a travessia de semáforos vermelhos, é contrária à reinvindicação da Massa Crítica que diz que "nós somos o trânsito", pois qualquer trânsito de veículos, incluindo o tráfego de bicicletas, geralmente não possui esse direito, a não ser com permissão da autoridade de trânsito local ou em lugares onde a legislação permita tal prática (cidades como Idaho nos EUA : Lei de Bicicletas de Idaho). A prática do corking também dá aos participantes da Massa Crítica a oportunidade de conversar com os motoristas ou espectadores sobre o que está acontecendo, ou por que eles estão sendo solicitados para aguardar. Às vezes, o corking gera hostilidade entre motoristas e ciclistas, acarretando conflitos durante os passeios. Nesses momentos, o melhor a fazer é interromper a massa e permitir que o motorista problemático passe, evitando que o conflito escale para a agressão, situação na qual poderia ser difícil conter a massa de participantes. Entretanto, a maioria dos ciclistas andam pacificamente e a maioria dos motoristas respeita a manifestação, desde que não se sintam ofendidos ou agredidos por ela. Na Massa Crítica de Vancouver (veja a M.C. de Vancouver, Canadá), alguns ciclistas trabalham com a polícia para reportar ameaças perigosas de motoristas aos participantes. É interessante ter nas laterais da manifestação "guias de apoio" 11


experientes em passeios ciclísticos urbanos, bem como um guia de retaguarda para fechar o grupo. Esses guias farão o corking de forma rápida, segura e educada, evitando conflitos com motoristas e mantendo o grupo coeso.

Confrontos San Francisco, 1997 Em 1997, o prefeito de São Francisco, Willie Brown, declarou guerra contra a Massa Crítica depois de ficar preso no trânsito justamente atrás de um grande grupo de pessoas que participava do evento de junho. Ele queria todos os participantes presos e começou uma guerra de palavras na imprensa que escalou para uma grande controvérsia antes do evento de 27 de julho. Ao invés de encontrar-se com os ciclistas, o prefeito recebeu um pequeno grupo que se auto-designavam líderes para realizar um acordo. Os jornais publicaram o que foi chamado de "rota acordada". Na sexta-feira, o prefeito tentou dirigir o público para o ponto de encontro em Embarcadero, mas sua voz foi sobreposta pela multidão. A desordem começou quando a massa passou uma quadra além da rota supostamente combinada e então se desviou para a contro da cidade. O evento continuou por horas, com brigas entre ciclistas e motoristas, bicicletas destruídas e abuso policial que por fim terminou em mais de cem prisões.

Nova Iorque, 2004 Depois que Convenção Nacional Republicana de 2004 coincidiu com a Massa Crítica de Nova Iorque de agosto, surgiram muitos casos na justiça a respeito da legalidade da manifestação, questionando tanto se a polícia tinha o direito de prender ciclistas e confiscar suas bicicletas quanto se o evento demandava uma licença. Em dezembro de 2004, um juiz federal expediu uma ordem judicial contra a Massa Crítica classificando-a como um "evento político". Em 23 de março de 2005, a cidade iniciou uma ação judicial tentando prevenir a TIME'S UP!, uma ONG local de ação direta, de promover ou anunciar os eventos de Massa Crítica. A ação também dizia que a TIME'S UP! e o público em geral não poderiam participar do evento ou do grupo de pessoas da Massa Crítica, afirmando que uma licença para tal era necessária. O documentário Still We Ride mostra a natureza desses passeios ciclísticos antes e depois da polícia de Nova York tomar conhecimento deles.

Londres, 2005 Em setembro de 2005, a Massa Crítica de Londres, na Inglaterra, se encontrou em conflito com as leis quando a Polícia Metropolitana anunciou publicamente que os organizadores do evento deveriam reportar com seis dias de antecedência a rota que fariam no dia do evento. Além disso, declararam que o evento seria restringido no futuro e que haveria prisões se as ordens não fossem cumpridas. A ameaça foi rapidamente moderada quando grupos políticos e de ciclistas objetaram publicamente.

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Bicicletada A Bicicletada é um movimento no Brasil e em Portugal inspirado na Massa Crítica, onde ciclistas se juntam para reinvidicar seu espaço nas ruas. Os principais objetivos da Bicicletada são divulgar a bicicleta como um meio de transporte, criar condições favoráveis para o uso deste veículo e tornar mais ecológicos e sustentáveis os sistemas de transporte de pessoas, principalmente no meio urbano. A Bicicletada, assim como a Massa Crítica, não tem líderes ou estatutos, o que leva a variações de postura e comportamento de acordo com os participantes de cada localidade ou evento. Algumas Bicicletadas apresentam uma forte postura anticarros, com faixas, cartazes e comportamento que criticam agressivamente não só o uso de veículos motorizados como os próprios motoristas. Esse comportamento tende a ser recebido com ressalva pelos motoristas, que por vezes se sentem agredidos pelos pontos de vista e atitudes dos manifestantes. Apesar disso, não há relatos de confrontos entre ciclistas e motoristas nas manifestações, que são sempre pacíficas. Por outro lado, outras Bicicletadas têm se tornado cada vez mais criativas, como a Bicicletada da cidade de São Paulo: nas edições de 2006 é visível a tendência de utilizar bom humor e ações mais duradouras para conquistar os motoristas em vez de confrontá-los, mostrando que a bicicleta é um meio de transporte viável, rápido, saudável e prazeroso, além de passar a mensagem de que os ciclistas têm direito a seu espaço nas ruas. Essa nova postura tem mais receptividade com os motorizados e se torna mais interessante à mídia não especializada, resultando em uma exposição maior do movimento e principalmente da idéia da bicicleta como meio de transporte. Em setembro de 2006, a Bicicletada paulistana promoveu, junto com outros movimentos e entidades, várias atividades relacionadas ao Dia Mundial Sem Carros, como o Desafio Intermodal e a Vaga Viva. O maior mote da Bicicletada é "um carro a menos", usado principalmente para tentar obter um maior respeito dos veículos motorizados que trafegam nas ruas saturadas das grandes cidades.

Lista de cidades onde ocorre a Bicicletada No Brasil • • • • • • •

Brasília Curitiba: último sábado de cada mês no Pátio da Reitoria da UFPR (Rua Amintas de Barros) concentração às 09h30min Pelotas Fortaleza: última sexta-feira de cada mês na Pracinha da Gentilândia, Avenida 13 de Maio, a partir das 17h Porto Alegre São Paulo: última sexta-feira de cada mês na Praça do ciclista, a partir das 18h Belém: As quartas-feiras em frente ao Yamada Plaza (Cicloclube EART), às 21h

Em Portugal • • •

Aveiro: última sexta-feira de cada mês na Praça Melo Freitas às 18h00 Coimbra: última sexta-feira de cada mês no Largo da Portagem às 18h00 Lisboa: última sexta-feira de cada mês no Marquês de Pombal às 18h00 13


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Portimão: última sexta-feira de cada mês no Tribunal às 18h30 Porto: última sexta-feira de cada mês na Praça dos Leões às 18h00

Números São Paulo Cenário e personagens - população: 10.434.252 habitantes *11 - frota de automóveis particulares: 5,6 milhões *14 - automóveis em circulação por dia: 3,5 milhões *1 - taxa de ocupação dos automóveis: 1,2 pessoas/veículo *1 - frota de motocicletas: 480.708 *11- sistema viário (ruas): 17.220 km *11 - sistema viário monitorado pela CET: 550km *11 - buracos tapados por dia: 1,5 mil - frota de bicicletas: 4,5 milhões *2 - bicicletas em circulação por dia: 300 mil *2 - ciclovias nas ruas: 4,5km *15 - ciclovias dentro de parques: 19 km *15 - frota de ônibus: 8 mil (+ 6 mil lotações e 4 mil intermunicipais) - linhas de ônibus municipais: 830 concessionárias / 464 permissionárias *11 - cobertura das linhas de ônibus e lotações: 4.443 km *11 - corredores exclusivos para ônibus: 107km *11 - metrô: 60,2km / 54 estações - metrô de Nova Iorque: 1.016km / 468 estações - metrô da cidade do México (com a mesma idade do irmão paulistano): 220km - passageiros do metrô: 1,9 milhões/dia *3 - trem (incluindo região metropolitana): 265,1km - passageiros dos trens: 1,2 milhões / dia *3 - malha ferroviária brasileira em 1958: aprox 38 mil quilômetros - malha ferroviária brasileira em 2005: aprox 30 mil quilômetros - frota de táxis: 32.676 *11

Barbárie - mortos em “acidentes” de trânsito na cidade de São Paulo: 1586 *12 - homicídios na cidade de São Paulo em 2005: 3134 *12 - pedestres mortos em 2005: 757 *12 - ciclistas mortos em 2005: 39 *12 - motociclistas mortos em 2005: 177 *12 - ocupantes de veículos mortos em 2005: 132 *12 - mortos em “acidentes” de trânsito no estado de SP: 4907 *6 - mortos em “acidentes” por ano em todo o mundo: 1 milhão *16 - jovens entre 10 e 24 anos mortos em “acidentes” de trânsito no mundo: 400 mil *16 - os “acidentes” de trânsito são a principal causa de mortes de jovens entre 10 e 24 14


anos no mundo *16 - custo estimado dos “acidentes” em todo o mundo: US$ 518 bi *16 - “acidentes” com vítimas no Brasil em 2003: 333.689 *6 - mortos em “acidentes” de trânsito no Brasil: 32 mil/ano (2a causa de mortes “não naturais”) *6 - vítimas de homicídios no Brasil: 45 mil/ano - mortos em autoestradas estadunidenses em 2005: 43.443 *10 - custo dos “acidentes” em São Paulo: R$1,4 bi/ano (IPEA/ANTP) - a cada 6 horas alguém morre por causa de um “acidente” de trânsito Expropriação - área ocupada pelo estacionamento e circulação de automóveis: cerca de 30% - vagas públicas e gratuitas nas ruas: 1 milhão *7 - vagas em Zona Azul: 31 mil *7 - vagas para motoristas com deficiência: 158 - vagas em estacionamentos particulares: 800 mil (9 mil empresas) *7 - bibliotecas: 326 - salas de cinema: 265 - valor de uma vaga de garagem em prédio do centro expandido: R$20 a 30 mil - motoristas que nunca receberam as multas por terem placas de outros estados: 18,7% das infrações - prejuízo anual com acidentes nas estradas brasileiras: R$26 bi (1,7% do PIB) *13 - prejuízo anual para o SUS com os acidentes nas estradas: R$13 bi (1/3 do orçamento) *13 - “custo médio” de uma morte nas estradas: R$144 mil *13

Imobilidade - média de congestionamento no horário de pico (dias úteis - manhã): 99km *1 - média de congestionamento no horário de pico (tarde): 111km *1 - velocidade média do trânsito no horário de pico-manhã: 38km/h *17 - velocidade média do trânsito no horário de pico-tarde: 20km/h *17 - quilômetros de vias monitorados pela CET: 560 *14

Lixo e poluição - pneus descartados anualmente no Brasil: 40 milhões *9 - pneus descartados anualmente na União Européia: 90 milhões *9 - os veículos são responsáveis por 70% da poluição na cidade *4 - 7 a 10 pessoas morrem diariamente por causa da poluição (geralmente idosos ou crianças)

Alívio - frota de bicicletas no Brasil: 60 milhões *5 - distribuição por regiões: Sudeste - 44%, Nordeste - 26%, Sul - 14%, Centro-oeste 8%, Norte - 8% *5 - Bicicletas por tipo: transporte - 53%, infantil - 29%, lazer - 17%, esporte - 1% *5

Dados e curiosidades - se colocássemos todos os carros da cidade uma linha reta, seriam 21,4 mil

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quilômetros de fila, mais da metade da circunferência da Terra na linha do Equador (40 mil quilômetros) - a cada 23 minutos a cidade ganha um carro a mais em circulação - pessoas/hora transportadas em um metro de rua (por modo de transporte)*8: carro - 170 Bicicleta - 1,500 ônibus - 2,700 pedestres - 3,600 trem/metrô - 4,000-energia usada por passageiro a cada milha (em calorias)*8: carro - 1,860 ônibus - 920 trem - 885 à pé - 100 bicicleta - 35 - bicicletas por 1000 pessoas (metade dos anos 90)*8: EUA - 385 Alemanha - 588 Holanda - 1,000 - Porcentagem das viagens de bicicleta no total de viagens (1995)*8: EUA - 1 Alemanha - 12 Holanda - 28 - porcentagem de adultos obesos (2003)*8: EUA - 30.6 Alemanha - 12.9 Holanda - 10.0 - Percentual do PIB gasto com saúde (2002)*8: EUA - 14.6 Alemanha - 10.9 Holanda - 8.8

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Materiais e Métodos A pesquisa foi realizada primeiramente nos mais variados sites (identificados na bibliografia). Cada integrante do grupo escolheu alguns sites para opinar e reescrever. As opiniões foram passadas aos outros integrantes que concordaram ou não com o que foi escrito. A opinião de todos foi válida para a conclusão desse trabalho. Houveram algumas divergências, entretanto no final chegamos em um acordo em comum no tema e no material de pesquisa escolhido.

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Conclusões O veículo a motor, como qualquer outra máquina, exige que o ser humano esteja qualificado tecnicamente e mentalmente para operá-lo seguramente. O cidadão comum não dispõe de qualquer outra maquina ou dispositivo que lhe dê a sensação de tanto poder. Um indivíduo com um carro importado de alto valor pode cometer todo tipo de infração apenas para satisfazer seu ego, ao passo que um indivíduo com carro velho e de baixo valor pode cometer os mesmos tipos de infrações também para satisfazer seu ego. No mundo atual o veículo a motor é o meio mais barato e mais fácil que o cidadão comum possui para extravasar seu estado emocional, tanto para o bem como para o mal. Como nos países subdesenvolvidos (até pela própria natureza de subdesenvolvimento) o número de pessoas dotadas de estado emocional voltado para ações negativas é muito grande, por esta razão o trânsito transforma-se em verdadeira carnificina. A velocidade fascina o ser humano, a ponto de correr simplesmente pelo prazer de correr, mesmo que não tenha nenhum objetivo a ser atingido. No Brasil o número de acidentes causados pela imprudência dos motoristas, batendo na traseira do veículo que vai a frente, é tão grande, que a jurisprudência considera quem bate atrás como culpado. A mídia está repleta de depoimentos de motoristas causadores acidentes que afirmam que os "freios" de seu veículo não funcionaram a tempo de evitá-lo. É chega a ser absurdo do que o automóvel se tornou símbolo, a ostentação, a cultura que se criou em cima dele. Muitas vezes as pessoas não tem acesso a nada, gastando todo seu dinheiro em seu carro. O problema com o transito, não só das grandes cidades é uma verdadeira bola de neve, que, se não for encontrada uma rápida solução será um enorme, se não, um dos maiores transtornos da vida cotidiana. O que é mais interessante é que como a venda desenfreada de carros aquece a economia, os governos, dificilmente irão interferir, mesmo sabendo todos os males, não só para a melhoria do sistema de saúde, da qualidade de vida e do meio ambiente, demonstrando como, cada vez mais a globalização deixa os governos locais sem ação. Ainda é pequeno o numero de pessoas que se opõe ao uso de carros, pois, querendo ou não é muito fácil e cômodo, ainda mais no Brasil, onde o transporte publico não é muito eficiente, principalmente no interior dos Estados. Os ativistas que, usando a estratégias pacificas, ou não sempre vão continuar a se mover e tentando mover mais pessoas possíveis para se engajarem no tema, que é de interesse mundial e não só de uma minoria. Se esse enorme descaso com o problema discutido cada vez mais ficaremos esperando horas a fio dentro do automóvel e diariamente o ser humano vai ver sua vida passa diante do pára-brisa.

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Referências Sites de Internet • SEGALLA, Amauri. Globalização – Empresas e Pessoas que conquistam o mundo. Disponível na Internet via http://www.globalizacao.globolog.com.br/ no dia 19 de maio de 2008. • LUDDISTA. Apocalipse Motorizado – Articulações e reflexões para superar a sociedade do automóvel. Disponível via http://apocalipsemotorizado.net/?s=globaliza%C3%A7%C3%A3o no dia 19 de maio de 2008. • Wikipédia – A enciclopédia livre. A Indústria automobilística. Disponível via http://pt.wikipedia.org/wiki/Ind%C3%BAstria_automobil%C3%ADstica no dia 22 de maio de 2008. • Wikipédia – A enciclopédia livre. Bicicletada. Disponível via http://pt.wikipedia.org/wiki/Bicicletada no dia 22 de maio de 2008 • Wikipédia – A enciclopédia livre. Massa Crítica. Disponível via http://pt.wikipedia.org/wiki/Massa_cr%C3%ADtica no dia 22 de maio de 2008. • TAUTZ, Carlos. Engarrafamento Globalizado. Disponível via http://www.pfilosofia.xpg.com.br/04_miscelanea/04_07_ecologia_e_desenvo lvimento/ecologia_e_desenvolvimento_35.htm no dia 26 de maio de 2008. • OLIVEIRA, Marcos Antônio. Globalização e o Brasil: Como ficam nossos carros? Disponível via http://www2.uol.com.br/bestcars/colunas/estrada120.htm no dia 26 de maio de 2008. Livros • ILLICH, Ivan. GORZ, André. Apocalipse Motorizado - A Tirania do Automóvel em um Planeta Poluído • SACCONI, Luiz Antonio. Minidicionário Sacconi da língua portuguesa. São Paulo:Atual Editora, 1996. Dados Estatísticos: *1 - CET *2 - ANTP *3 - Folha de São Paulo, 27.out.2004 *4 - Estado de São Paulo, 13.nov.2004 *5 - ABRACICLO *6 - Dentatran / 2003 *7 - Estado de São Paulo, 09.mar.2006, p.C6 *8 - Worldwatch: http://www.worldwatch.org/node/4057 *9 - Estado de São Paulo, 23.jun.2006, p.A16 *10 - Associated Press (22.ago.2006) *11 - São Paulo em Movimento / concessionárias: ônibus, permissionárias: lotações e micro-ônibus *12 - PRO-AIM / CEINFO / SMS-SP *13 - “Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito no Brasil 2004-2005″ - IPEA, ANTP, OPAN

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*14 - Estado de S.Paulo, 18/03/2007 *15 - Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, marรงo de 2007 *16 - OMS em reportagem do Estado de S.Paulo (23/04/07, p.C-6) *17 - CET/Folha de S.Paulo (14/03/07)

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