Jornal dos Bancários - nº 553 - Julho/2019

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CONSTRUINDO O RAMO FINANCEIRO

Edição: 553 | Julho 2019

Precisamos falar sobre

“B u r n o u t ” Pressão por metas e assédio moral aumentam número de bancários com transtornos mentais Vítima de assédio revela: “Pensei várias vezes em suicídio”

Sindicato alerta: é preciso denunciar!

Executivos de bancos ganham 800 vezes mais que bancários

Cassi: sobrou mesmo para os empregados

PG 06

PG 07

ACOMPANHE NOSSA LUTA!

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Bancários paralisam agências contra Desmonte da Previdência

bancariosjundiai.com.br

PG 03

VEM AÍ!


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Edição 553 - Julho/ 2019

Em assembleia, bancários aprovam contas do Sindicato Em assembleia geral ordinária, realizada no dia 24 de junho, os bancários associados da base do Sindicato dos Bancários de Jundiaí e região, que abrange nove cidades, aprovaram por unanimidade as contas da entidade relativas ao ano de 2018. De acordo com o diretor Paulo Mendonça, a prestação de contas é realizada anualmente para que a base analise como o dinheiro foi

arrecadado e investido. ‘’A diretoria expõe de forma detalhada as despesas e receitas ocorridas no ano anterior para que os associados tenham conhecimento de como o Sindicato reverte o que é recebido em melhorias para a categoria e também para que entendam como está a situação financeira da entidade’’, explica. Confira o balanço de 2018 na tabela ao lado.

Tsunami de agrotóxicos: Bolsonaro libera mais veneno para mesa dos brasileiros

SINDICATO DOS EMPREG.ESTAB.BANCÁRIOS DE JUNDIAÍ E REGIÃO SINDICATO DOS EMPREG.ESTAB.BANCÁRIOS JUNDIAÍ E REGIÃO BALANÇO PATRIMONIAL - EXERCÍCIO 2018 (EMDE R$) BALANÇO PATRIMONIAL - EXERCÍCIO 2018 (EM R$)

A T I V O A T I V O

3.296.122,30 3.296.122,30

P A S S I V O P A S S I V O

3.296.122,30 3.296.122,30

CIRCULANTE CIRCULANTE CAIXA E EQUIVALENTES DE CAIXA CAIXA CAIXA E EQUIVALENTES DE CAIXA CAIXA BANCOS C/MOVIMENTO BANCOS SICRED - C/MOVIMENTO C/C 948-2 SICRED - C/C 948-2 CEF - C/C 26931-2 CEF -DO C/CBRASIL 26931-2- C/C 5510-7 BCO BCO DO BRASIL - C/C 5510-7 TÍTULOS DE RENDA TÍTULOS DE RENDA NÃO CIRCULANTE NÃO CIRCULANTE IMOBILIZADO TÉCNICO IMOBILIZADO TÉCNICO IMÓVEIS-EDIFÍCIOS SEDE PRÓPRIA IMÓVEIS-EDIFÍCIOS PRÓPRIA IMÓVEIS-EDIFÍCIOS SEDE RUA DA PADROEIRA IMÓVEIS-EDIFÍCIOS RUA IMÓVEIS-TERRENOS RUADA DAPADROEIRA PADROEIRA IMÓVEIS-TERRENOS RUA DA PADROEIRA MÁQ.EQUIPAMENTOS MÁQ.EQUIPAMENTOS MÓVEIS E UTENSÍLIOS MÓVEIS E UTENSÍLIOS EQUIPAMENTOS DE SOM/VÍDEO EQUIPAMENTOS DE SOM/VÍDEO INSTALAÇÕES INSTALAÇÕES VEÍCULOS VEÍCULOS EQUIPAMENTOS DE INFORMÁTICA EQUIPAMENTOS DE INFORMÁTICA LINHAS TELEFÔNICAS LINHAS TELEFÔNICAS EQUIPAMENTOS P/GINASTICA EQUIPAMENTOS IMOBILIZADO EMP/GINASTICA ANDAMENTO IMOBILIZADO EMPADROEIRA ANDAMENTO IMÓVEL RUA DA IMÓVEL RUA DA PADROEIRA INVESTIMENTOS INVESTIMENTOS TÍTULOS-PARGOS CLUB DO BRASIL TÍTULOS-PARGOS CLUB DO BRASIL CIRCULANTE CIRCULANTE CREDORES DE RECL.TRABALHISTA CREDORES PROCESSOSDE DERECL.TRABALHISTA BANCÁRIOS - INDIVÍDUAL PROCESSOS DE BANCÁRIOS BANCÁRIOS -- INDIVÍDUAL PROCESSOS DE COLETIVO PROCESSOS DE BANCÁRIOS - COLETIVO ENCARGOS SOCIAIS À RECOLHER ENCARGOS SOCIAIS À RECOLHER IMPOSTOS À RECOLHER IMPOSTOS À RECOLHER NÃO CIRCULANTE NÃO CIRCULANTE PATRIMÔNIO LÍQUIDO PATRIMÔNIO REAVALIAÇÃOLÍQUIDO DO ATIVO IMOBILIZADO REAVALIAÇÃO ATIVO IMOBILIZADO SUPERÁVIT DODO EXERCÍCIO - 2018 SUPERÁVIT DO EXERCÍCIO - 2018

1.610.173,03 1.610.173,03 3.042,34 3.042,34 1.143,45 1.143,45 1.898,89 1.898,89 43,30 43,30 912,59 912,59 943,00 943,00 1.607.130,69 1.607.130,69 1.685.949,27 1.685.949,27 1.649.249,27 1.649.249,27 492.486,49 492.486,49 340.000,00 340.000,00 176.000,00 176.000,00 13.026,00 13.026,00 142.066,33 142.066,33 50.904,80 50.904,80 33.850,00 33.850,00 231.122,29 231.122,29 93.861,36 93.861,36 3.110,00 3.110,00 72.822,00 72.822,00 30.300,00 30.300,00 30.300,00 30.300,00 6.400,00 6.400,00 6.400,00 6.400,00 145.645,35 145.645,35 142.120,66 142.120,66 35.296,66 35.296,66 106.824,00 106.824,00 3.520,07 3.520,07 4,62 4,62 3.150.476,95 3.150.476,95 2.657.985,18 2.657.985,18 200.982,59 200.982,59 291.509,18 291.509,18

SINDICATO DOS EMPREG.ESTAB.BANCÁRIOS DE JUNDIAÍ E REGIÃO SINDICATO DOS EMPREG.ESTAB.BANCÁRIOS DE JUNDIAÍ E REGIÃO

O Brasil, que já é campeão mundial no uso de agrotóxicos, acelera a liberação do registro de pesticidas no governo de Jair Bolsonaro (PSL). Com a liberação feita pelo Ministério da Agricultura em junho, já foram colocados no mercado 239 agrotóxicos. Os produtos químicos utilizados nas lavouras no país têm mais de 300 integrantes ativos. Três mil são compostos por mais de um ingrediente ativo. Os perfis de utilização são diferentes. A quantidade maior é do agronegócio. O próprio Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Defesa Agrícola (Sindiveg) informou que, em 2014, foram comercializados 12,2 bilhões de dólares em agrotóxicos, sem contar com um contrabando estimado pela mesma entidade em 20% do total. Somente em 2010, mais de um milhão de toneladas de veneno foi jogado nas lavouras.

DEMONSTRATIVO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO 2018 (EM R$) DEMONSTRATIVO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO 2018 (EM R$)

O Brasil se tornou o grande destino de produtos não autorizados ou banidos em outras regiões. Cerca de 30% dos agrotóxicos proibidos na União Européia são utilizados aqui. No Brasil, o uso indiscriminado de agrotóxico é tão grave que há registros de suicídios de trabalhadores rurais, puberdade precoce, com a aparição de pelos pubianos e mamas em bebês de apenas seis meses de idade, nascimento de crianças sem os braços e as pernas, contaminação do leite materno, infertilidades masculina e feminina, câncer e outras doenças degenerativas, de acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Veja mais em nosso site www.bancariosjundiai.com.br

Fonte: GGN / Revista Fórum

RECEITAS RECEITAS

1.608.026,16 1.608.026,16

RENDA SOCIAL RENDA SOCIAL

813.715,91 813.715,91

RENDA PATRIMONIAL RENDA PATRIMONIAL

77.889,59 77.889,59

RENDA DE ATENDIMENTO AOS ASSOCIADOS RENDA DE ATENDIMENTO AOS ASSOCIADOS

328.059,02 328.059,02

RENDA EVENTUAL RENDA EVENTUAL

388.209,09 388.209,09

RENDA TRIBUTÁRIA RENDA TRIBUTÁRIA

152,55 152,55

DESPESAS DESPESAS

1.316.516,98 1.316.516,98

ADMINISTRATIVAS ADMINISTRATIVAS

1.276.462,22 1.276.462,22

FINANCEIRAS FINANCEIRAS

19.706,04 19.706,04

TRIBUTÁRIAS TRIBUTÁRIAS

4.604,27 4.604,27

ELEITORAIS - DIRETORIA 2019/2022 ELEITORAIS - DIRETORIA 2019/2022

SUPERÁVIT DO EXERCÍCIO SUPERÁVIT DO EXERCÍCIO

15.744,45 15.744,45

291.509,18 291.509,18

Douglas K.Yamagata Douglas K.Yamagata Presidente Presidente Paulo Santos Mendonça Paulo Santos Mendonça Secretária de Finanças Secretária de Finanças Livaldino Morato dos Reis Livaldino Morato dos Reis CRC. 1SP144467/0-0 CRC. 1SP144467/0-0

Expediente Informativo do Sindicato dos Bancários de Jundiaí e Região - Filiado à Contraf/Fetec-SP/CUT Presidente: Paulo Malerba Diretor Responsável: Sérgio Kaneko

Redação: Tarantina - Assessoria de Imprensa Jornalista Responsável: Sumara Mesquita Diagramação/ Projeto Gráfico: Guilherme Hilário

Tiragem: 1.800 exemplares Impressão: Metagraff Contato: (11) 4806-6650 atendimento@bancariosjundiai.com.br Rua Prudente de Moraes, 843, Centro - Jundiaí - SP


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Edição 553 - Julho/2019

Bancários de Jundiaí aderem à Greve Geral A Greve Geral, convocada pela CUT, demais centrais e pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, paralisou agências bancárias em todo o país. De Norte a Sul do Brasil ocorreram atraso na abertura ou fechamento total de agências. “Todas as categorias entendem que precisamos lutar pelo direito de nos aposentarmos de forma digna”, disse o presidente do Sindicato dos Bancários de Jundiaí e região, Paulo Malerba. Em Jundiaí, foram paralisadas as agências do centro no período da manhã. Em seguida, o Sindicato

dos Bancários, movimentos sociais e o Movimento Sindical Unificado de Jundiaí e região realizaram um grande ato na Praça da Matriz. ‘’O governo prefere retirar direitos dos mais pobres a cobrar bilhões de dívidas das grandes empresas. Nosso papel é dialogar com as pessoas para que entendam que o grande prejuízo nessa reforma recairá sobre os trabalhadores de carteira assinada. A economia que o governo propõe não pode vir da classe trabalhadora. Tenham certeza de que ainda vai ter muita luta contra esse desmonte’’, conclui Malerba.

Paulo Malerba fala durante ato na praça da Matriz

Paternidade responsável O Sindicato realizou mais um curso de Paternidade Responsável em junho, conquista da Campanha Salarial de 2016, a ampliação de 15 dias da licença paternidade é concedida pelo banco aos empregados que apresentarem certificado de conclusão do curso de formação (até dois dias após o nascimento do bebê). O curso foi ministrado pela doula Flávia Alves.

APOSENTADORIA

Pressão da sociedade altera pontos perversos da Reforma Por pressão da sociedade, dos trabalhadores e do movimento sindical, que realizou greves e grandes manifestações em todo o país, a reforma da Previdência teve seus pontos mais perversos retirados, como a redução do BPC (Benefício de Prestação Continuada) e o obsceno sistema de capitalização, que já deixou milhares de aposentados de outros países na miséria, como ocorre no Chile, Colômbia, Peru e México. O que foi modificado:

» Propõe a idade mínima de 65 anos para a aposentadoria dos homens e 62 anos para as mulheres. O tempo de contribuição seria determinado por lei ordinária (ou seja, fora da Constituição e possível de ser alterado de acordo com a vontade do governo). Até lá, o relator previu uma regra transitória para o tempo de contribuição: 20 anos de contribuição para homens e 15 anos de contribuição para mulheres.

» Alteração no BPC - A proposta foi retirada e manteve o pagamento de um salário mínimo para idosos pobres a partir dos 65 anos. » Após as manifestações, a relatoria manteve as regras atuais, de 55 anos para mulheres e 60 anos para homens com atividade rural. » A proposta do governo era incluir na Constituição autorização para que uma lei complementar instituísse o regime de capitalização. A proposta foi retirada do texto.

» Pensão por morte - O relatório manteve a nova fórmula de cálculo (60% do salário de contribuição, aumentando 10 pontos percentuais por dependente até chegar a 100% para cinco ou mais dependentes), mas garante pensão de pelo menos um salário mínimo para beneficiários sem outra fonte de renda. Além disso, manteve o pagamento de 100% para beneficiários com dependentes inválidos (deficiência física, intelectual ou mental) e para dependentes de policiais e agentes penitenciários da União mortos em serviço. Veja mais detalhes em: www.bancariosjundiai.com.br Veja mais detalhes em nosso site

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Edição 553 - Julho/ 2019

Precisamos falar

Metas abusivas e medo do desemprego aumentam

P

ela primeira vez, o esgotamento profissional, conhecido como Síndrome de Burnout, foi incluído na Classificação Internacional de Doenças (CID) da Organização Mundial de Saúde (OMS). A nova versão da classificação entra em vigor em 2022. A síndrome de burnout é um distúrbio psíquico caracterizado pelo estado de tensão emocional e estresse provocados por condições de trabalho desgastantes. Professores, policiais, bancários e mulheres com dupla jornada estão entre as classes mais atingidas. O total de trabalhadores que tiveram benefícios acidentário ou previdenciário aumentou em 30%. Foi de 13.297 em 2009 para 17.310 em 2017. Mais de 50% dos casos referem-se a transtornos mentais (com aumento de 61,5%) e enfermidades relacionadas a lesões por esforço repetitivo (crescimento de 13%), segundo dados do INSS.

Infelizmente, no Brasil, os bancos ainda tentam descaracterizar o problema, culpando o trabalhador e afirmando que o trabalho é coletivo e não há metas abusivas. “A verdade é que as metas são individuais e abusivas, transformando a rotina nos bancos em uma verdadeira tortura e levando os empregados ao esgotamento físico e mental. Tudo isso dentro das instituições que mais lucram no país’’, informa Silvio Rodrigues, diretor do Sindicato responsável pela área da Saúde. Dados do extinto Ministério do Trabalho informam que os bancos respondem por apenas 1% dos empregos no país, mas foram os responsáveis por 5% do total de afastamentos entre 2012 e 2017.

“Já pensei várias vezes em suicídio. Minha vida está acabada’’, afirma vítima de assédio em agência da região. “Há cinco anos tive uma crise de pânico. Minha pressão subiu demais, tive dor no peito e muito mal estar. No momento em que colegas tentavam me socorrer, a pessoa que ocupava o cargo de chefia ordenou que eu voltasse ao meu posto para fechar o caixa antes de sair. Eu não conseguia me mexer e quase desmaiei. Colegas me levaram ao hospital e o diagnóstico foi de depressão e síndrome do pânico. O que seria um atestado do psiquiatra acabou se tornando um afastamento pelo INSS. A partir daí minha vida se tornou um inferno muito além do que eu já passava dentro da agência, com tarefas que não faziam parte da minha função, cumprindo atribuições que eram da chefia e sendo obrigada a trabalhos humilhantes. Eu só poderia retornar após a consulta e liberação do INSS (que na época estava em greve e tornou o processo mais moroso). Comecei a sofrer perseguição por outro gestor que me ligava dizendo que eu tinha que voltar. Eu repassava os números de protocolo do INSS e documentei tudo por e-mail. Sofri ameaças de não receber meu salário e de demissão. E esse gestor expunha a situação no facebook. Tenho tudo arquivado.

Há quatro anos luto com o INSS e os indeferimentos do pagamento. Já pensei em suicídio várias vezes. Não vejo saída pra mim. Não sei fazer outra coisa. Experiência de bancário não serve para outros segmentos. Estou na faixa dos 40 anos e sei que o mercado de trabalho é cruel com profissionais nessa idade. O desespero é tanto que já pensei em acabar com minha vida para terminar com esse sofrimento de ficar lutando por um direito que é meu. Já passei fome porque fiquei sem pagamento. Diretores e funcionários do Sindicato me ajudaram nesse momento mais difícil. Estou com processo na Justiça que vai a passos de tartaruga. Já nem sei mais pelo que lutar. Minha conta está negativa e preciso pagar meu convênio para prosseguir com o tratamento, além de outras contas atrasadas. Tenho uma filha que teve dificuldade na fala por vivenciar meu sofrimento. Me culpo demais por isso. Tenho uma pessoa ao meu lado que me apoia e me entende. Minha vida está acabada. Há quatro anos vejo minha vida passar pela janela. Não consigo entrar em lugares fechados, em lugares que precisam de senha. Vivo em função da minha filha. E por ela não fui até o fim na ideia do suicídio. A gente se

torna um morto vivo. Estou vivendo no automático. Choro muito, mesmo com as medicações. O banco me ajudou a conquistar muita coisa. Mas levou embora minha saúde. Nenhuma conquista vale a dor e sofrimento que tenho agora. Uma pessoa achou que por ocupar uma função de confiança no banco poderia abusar dos subordinados. Sofri um assédio brutal e descobri que além de eu fazer todo o serviço sofri difamação por essa chefia que poderia ter me ajudado a crescer ao invés de me assediar. Outro gestor teve a coragem de me ligar e propor, no ápice da minha crise, que eu voltasse a trabalhar durante a perícia. Ele conseguiu piorar muito a situação. Vivo a base de remédios. Espero que meu relato consiga ajudar algumas pessoas. Enquanto os ‘grandões’ ganham fortunas, nós, da base, que fazemos tudo, somos humilhados, inclusive por clientes. E tudo isso, após anos dedicados ao banco, pra chegar a esse ponto em que cheguei. Isso acabou comigo’’.

A Síndrome de Burnout também pode ser desencadeada pelo Assédio Moral, com cobranças de metas abusivas e ameaças de demissão. Bancários sindicalizados de nossa base, que estejam sofrendo assédio ou tenham colegas vítimas de assédio, devem fazer a denúncia ao Sindicato. O sigilo é absoluto.

As s e s a f 0 1 t u o n r u do B Governo favorece maus empregadores O governo Bolsonaro deu prosseguimento à política de Michel Temer anulando milhares de aposentadorias e auxílios previdenciários, e de forma mais rígida, com a MP 871/2019. Além disso, a gestão atual extinguiu o Ministério do Trabalho, justamente a pasta responsável por fiscalizar e penalizar empresas que impõem más condições e jornadas degradantes aos seus trabalhadores. ‘’As políticas implantadas por Temer e Bolsonaro favorecem as empresas que cometem abusos, que acabam não sendo penalizadas e não sofrem qualquer tipo de fiscalização do governo, além de onerar os cofres públicos’’, avalia o diretor Natalício Gomes. Veja mais sobre a MP 871 em nosso site www.bancariosjundiai.com.br


sobre “B u r n o u t ”

m número de bancários com transtornos mentais 1– Ambição excessiva 2 – Trabalhar mais do que deve 3 – Negligenciar suas necessidades 4 – Culpar os outros e gerar conflitos 5 – Não ter tempo para quem ama 6 – Negar o problema 7 – Mudança de comportamento 8 – Sentimento de vazio e ansiedade 9 – Depressão 10 – Colapso mental e físico.

t

Dicas para evitar a Síndrome de Burnout · Cuidar da saúde física e mental · Praticar exercícios físicos · Alimentar-se bem · Dormir bem · Fazer algo relacionado à arte, como pintura,

dança, teatro e música · Ter uma vida social e espiritual · Curtir a família e os amigos · Ter vida sexual ativa · Se estiver sem ânimo para essas atividades, procure ajuda de profissionais da área de Saúde Mental que podem ajudar com psicoterapia e, se preciso, medicação. · O trabalho é uma parte da vida. Não é a única e nem pode ser a mais importante.

‘’Nunca foi fácil ser trabalhador no Brasil’’, diz doutora em Psicologia Sindicato no combate ao Assédio Só nos últimos cinco anos, o Sindicato dos Bancários de Jundiaí e região, conseguiu, em contato com as diretorias de relações sindicais dos bancos, o afastamento, transferência e demissão de gestores denunciados por assédio moral, além de um caso de assédio sexual. O diretor Natal Gomes destaca a importância de se fazer a denúncia contra os maus gestores. ‘’É sempre importante lembrar que o verdadeiro líder é aquele que consegue influenciar e motivar seu grupo porque tem capacidade e inteligência para isso, ou seja, diferente do gestor que precisa apavorar os subordinados para

atingir suas metas’’. Segundo ele, é de suma importância que a categoria denuncie os gestores assediadores. ‘’Não deixem a situação chegar ao extremo da humilhação e adoecimento. É importante a vítima coletar provas do assédio, como vídeos e mensagens que comprovem a perseguição por parte do gestor. E os colegas também devem ter empatia e se manifestar para não sofrerem o mesmo no futuro’’. Para denunciar ligue no (11) 4806-6650 ou envie e-mail para atendimento@bancariosjundiai. com.br As denúncias são mantidas sob sigilo absoluto.

Estudo do IBGE aponta que o número de desalentados atingiu 4,9 milhões de brasileiros em fevereiro deste ano. Mais de 13 milhões de pessoas estão desempregadas e outras 23 milhões estão trabalhando por conta própria. O impacto do desemprego sobre o bem-estar psicológico dos trabalhadores é notório. De acordo com Rita Cerioni, doutora em Psicologia que atua em Jundiaí, o atual cenário político e econômico do país tem contribuído muito para o adoecimento psíquico ligado ao trabalho. ‘’Nunca foi fácil ser trabalhador nesse país. Mas já foi mais seguro. Desde 2016, com o desmonte dos direitos trabalhistas e a insegurança do mercado financeiro e do mercado de trabalho, o trabalhador sofre triplamente com sua

desvalorização, em função de muita procura e pouca oferta, a pressão desmedida para cumprir metas, com ameaça de perda do emprego e massificação da mão de obra, sujeitando o trabalhador a situações precárias e muitas vezes, constrangedoras’’, avalia. A psicóloga destaca que essas condições geram uma perda de energia e vitalidade, manifestadas muitas vezes na forma de depressão e a ansiedade, ligada ao medo do futuro, ocasionando o adoecimento psicossomático. ‘’É quando a mente não dá conta e joga para o corpo o sofrimento’’. ‘’É muito desolador ver que as empresas se ocupem mais na preservação, manutenção e desenvolvimento das máquinas do que dos seus funcionários’’, conclui.

(fontes: Uol / Drauzio Varela / Seeb SP)

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Edição 553 - Julho/2019


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Executivos de bancos chegam a ganhar 800 vezes mais que bancários Itaú, Bradesco e Santander pagam as maiores remunerações do país. Mas para membros das suas diretorias executivas. A maior delas, que inclui os salários mensais e também bônus e outras vantagens, é paga a um membro da diretoria do Itaú: R$ 46,880 milhões, o equivalente a quase R$ 4 milhões por mês, segundo a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O valor

corresponde a 832 vezes aquilo que recebeu um escriturário do Itaú no mesmo ano. Cargo de menor remuneração na carreira bancária, os escriturários ganharam R$ 56.280 em 2018. Em países como Alemanha e Japão, os diretores executivos de grandes companhias ganham cerca de cinco a sete vezes mais do que os funcionários. Mesmo no Brasil, onde essa diferença é bem maior do que nos países desenvolvidos, ainda assim nada se compara ao que acontece nos bancos. Das 601 empresas analisadas, o empregado de alto escalão no Brasil ganha, em média, 34 vezes mais do que seu colega operacional. Os dados são da pesquisa de Remuneração Total feita pela consultoria Mercer em 130 países.

santander

É muito dinheiro! A lista de maiores remunerações recebidas no ano passado traz, na sequência, membros da diretoria estatutária do Santander (R$ 43 milhões), da diretoria estatutária da Bolsa de Valores (R$ 37,8 milhões) e do conselho de administração do Bradesco (R$ 27,6 milhões). Os diretores executivos do Santander receberam 765 vezes mais do que os escriturários. No Bradesco, o presidente do conselho de administração recebeu no ano passado R$ 27,6 milhões, o que equivale a 491 vezes aquilo que um escriturário ganhou em 2018. Injustiça tributária As injustiças não se restringem às diferenças de remuneração. O sistema tributário brasileiro ajuda a aumentar o fosso social entre trabalhadores e altos executivos. Segundo estudo do Ipea, a redução das alíquotas do Imposto de Renda, ocorrida entre os anos 1980 e 1990, é uma das responsáveis pela imensa concentração de

renda no país. O Brasil já chegou a cobrar alíquotas de até 50% para rendas mais elevadas. A partir de 1988, as taxas sofreram um movimento de redução até chegar ao teto atual de 27,5% Isso significa que a maior alíquota é cobrada tanto para quem ganha R$ 5 mil quanto para quem recebe R$ 5 milhões por mês. “A diferença salarial obscena verificada nas empresas brasileiras e, principalmente nos bancos, associada a um sistema tributário injusto e perverso, contribuem para manter nossa sociedade entre as mais desiguais do mundo. E são justamente esses altos executivos de bancos e empresas que defendem a reforma da Previdência que irá prejudicar a aposentadoria dos trabalhadores sob o argumento do desequilíbrio das contas públicas”, critica a diretora do Sindicato de São Paulo, Rita Berlofa. Veja mais em nosso site: www.bancariosjundiai.com.br Fonte: SEEBSP

Bruxas à solta no Santander Recentemente o Sindicato recebeu várias denúncias sobre quatro gerentes gerais que estão tocando o terror em agências da região, inclusive fazendo com que alguns funcionários adoeçam e pensem em desligar-se do banco. Desta forma os diretores do Sindicato, Antônio Cortezani e Natal Gomes, percorreram toda a base, verificando que de fato as bruxas andam soltas no Santander. Durante as visitas, além dos problemas relacionados à falta de funcionários e infraestrutura inadequada (áreas físicas reduzidas, inclusive impedindo a

alocação de mais funcionários), os diretores ouviram relatos de ofensas, humilhação em reuniões, cobranças de metas abusivas feitas em público, com ofensas graves. Também há denúncias da utilização do Whatsapp, um aplicativo de uso pessoal, dentro e fora da jornada de trabalho, o que contraria a cláusula 39 da CCT vigente. Os diretores informam que também há discriminação em razão dos baixos resultados apresentados. O Sindicato pediu agenda com a direção do banco para tratar do tema.


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CAIXA

Nova reestruturação na CAIXA

Transferência de empregados anunciada pela diretoria da Caixa já causa reflexos na rotina de trabalho dos empregados Com o anúncio da nova reestruturação surgiram também novas sistemáticas de trabalho dentro da Caixa: o “compartilhamento” das estações de trabalho e os chamados “novos modelos de trabalho”, que preveem a prestação de serviços em outras unidades utilizando-se do compartilhamento de máquinas e até a possibilidade de realização do trabalho remoto. Na modalidade de “compartilhamento” os empregados podem realizar suas atividades em unidades da Caixa diferentes de sua lotação administrativa, por meio de “agendamento” de estação de trabalho ou, ainda, realizar o trabalho fora de ambiente Caixa através da adesão ao trabalho remoto. No trabalho remoto o trabalhador é “retirado” da estrutura física da

empresa, ficando responsável pelos custos relacionados à adequação do mobiliário e infraestrutura para desempenho de suas atividades, sem previsão de reembolso. As condições de trabalho passam a ser de responsabilidade do próprio empregado, prejudicando a caracterização de acidente de trabalho e transferindo a responsabilidade pela prevenção de doenças ocupacionais da empresa ao trabalhador. Em ambos os casos, “firmam-se acordos”, com a chefia, de “entregas” de demandas e serviços. Todos os eventuais custos adicionais decorrentes da prestação de serviços nestas modalidades, como, por exemplo, despesas de deslocamento, correrão por conta do empregado.

Fonte: APCEFSP

Caixa reduz agências e postos de trabalho Mesmo com lucro de R$ 3,9 bi no primeiro trimestre, banco está enxugando o quadro de pessoal, reduzindo o número de agências e precarizando condições de trabalho Apesar do resultado positivo – lucro líquido de R$ 3,9 bilhões – os números mostram que o banco continua encolhendo sua participação no mercado bancário nacional, ofertando menos crédito, reduzindo o número de empregados e de postos de atendimento. Para se ter uma ideia, no final de 2014 o banco contava com 101.484 empregados e hoje está com 84.826 mil. “A situação tende

a se agravar ainda mais pois cerca de 3,5 mil trabalhadores aderiram ao Programa de Demissão Voluntária, os desligamentos estão programados para ocorrerem até o final de setembro, piorando ainda mais as condições de trabalho dos empregados com a sobrecarga de tarefas e imposição de metas cada vez mais altas causando o adoecimento e afastamento do trabalhador - observa Sérgio Kaneko,

empregado CAIXA e diretor do Sindicato. Além de enxugar pessoal, a Caixa também está reduzindo o número de agências. De 2018 até hoje, 23 postos de atendimento foram fechados enquanto o número de clientes passou de 92,6 milhões (quarto trimestre de 2018) para 99,3 milhões. fonte:FENAE

BB - Cassi

Cassi: sobrou mesmo para o trabalhador O Conselho Deliberativo da Cassi aprovou uma série de mudanças na cobrança da coparticipação para os participantes, onerando ainda mais os trabalhadores. Pelo novo aumento, a coparticipação dos associados sobe para 50%, em consultas de emergência

ou agendadas, sessões de psicoterapia e acupuntura e visitas domiciliares; e para 30%, nos serviços de fisioterapia, RPG, fonoaudiologia e terapia ocupacional que não envolvam internação hospitalar. Para piorar, a proposta acaba com o teto de 1/24 do salário, com incidência

única, aprovado na reforma estatutária de 2007 e que ainda estava em vigor. Para Álvaro Pires, diretor do Sindicato e funcionário do BB, esse é apenas o começo dos ataques do governo Bolsonaro às estatais e seus empregados. ‘’Sabemos que a privatização

das subsidiárias do banco está no forno e, quando chegar à mesa, vai trazer muito prejuízo aos trabalhadores e à sociedade’’, disse ele, destacando ainda que a venda dessas empresas vai enfraquecer o banco e prepará-lo para privatização.


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Edição 553 - Julho/ 2019

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