BANDA MIRIM #03 | EDUKA - A ARTE DE ENSINAR

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BANDA MIRIM #3

EDUKA - A ARTE DE ENSINAR ANO III | NUM. 3 | AGOSTO 2021 Esta publicação integra o projeto “EDUKA – A arte de ensinar”, contemplado na 34ª Edição do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a cidade de São Paulo. Coordenação Editoral Marcelo Romagnoli Colaboradores Andrea Pedro, Helena Singer, Marcelo Romagnoli e Samir Mustapha Revisão Pedro R. Almeida Fotos Andrea Pedro e Daniel Lins de Carvalho Desenhos Estudantes da EMEF José Olympio Pereira Filho, Fãs da Banda Mirim e Nina Blauth Projeto Gráfico Andrea Pedro

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BANDA MIRIM é Marcelo Romagnoli [dramaturgia e direção] Alexandre Faria, Cláudia Missura, Edu Mantovani, Lelena Anhaia, Nina Blauth, Nô Stopa, Olívio Filho, Simone Julian e Tata Fernandes [elenco] Marisa Bentivegna [cenografia e iluminação] Andrea Pedro [produção] Projeto realizado de março de 2020 a agosto de 2021

www.bandamirim.com


04 O MUNDO É NOSSA ESCOLA por Marcelo Romagnoli 08 O QUE FIZEMOS 26 A EDUCAÇÃO NO BRASIL: DILEMAS E DESAFIOS por Samir Mustapha 32 OS DESAFIOS DO PRESENTE por Helena Singer 38 LAMBE-LAMBE 42 O QUE É APRENDER? O QUE É ENSINAR? PRA QUE SERVE A ESCOLA? 44 AGRADECIMENTOS 03


O MUNDO É NOSSA ESCOLA Por Marcelo Romagnoli

A BANDA MIRIM resiste. Esta é a terceira Revista lançada pelo grupo. Aqui contamos nosso processo artístico de pesquisa sobre Educação que ocorreu entre março de 2020 e agosto de 2021, através da 34ª edição do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo – Secretaria Municipal de Cultura, com o projeto EDUKA – A Arte de ensinar.

A BANDA MIRIM VEM SE DESTACANDO HÁ 17 ANOS NA CENA NACIONAL, PESQUISANDO, CRIANDO E DIFUNDINDO UM PENSAMENTO VOLTADO À VALORIZAÇÃO E APROFUNDAMENTO TÉCNICO E CRIATIVO DO TEATRO E DA MÚSICA PARA CRIANÇAS E JOVENS.

Afetado pelo impacto da pandemia, que atingiu o ambiente escolar de modo substancial, o plano original mudou de rota, ensinou caminhos e apresentou novas ferramentas de comunicação. Hoje somos mais digitais e nem por isso menos humanos. Com sede em São Paulo, a Banda Mirim pesquisa, difunde e cria desde 2004 espetáculos para toda família, unindo teatro e música, com um olhar especial voltado à infância e juventude.

ESTA REVISTA TRAZ UM POUCO DA EXPERIÊNCIA VIVIDA PELO GRUPO NESTE PERÍODO.

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Com 12 integrantes, seu repertório tem nove musicais, que acumularam 28 prêmios. Lançou quatro CD´S (dois indicados ao Prêmio da Música Brasileira em 2014), três livros (um deles com sete peças do grupo), cinco DVD´S. Realizou viagens e trocas artísticas com grupos de vários Estados através de oficinas e debates por mais de 70 cidades do Brasil, incluindo 12 capitais e atingiu um público de mais de 250 mil pessoas.

A palavra Eduka, que na língua universal Esperanto significa Educação, remete também, como homenagem, ao encenador polonês Tadeusz Kantor, onde buscamos inspiração. Suas ideias e seu pensamento estético construíram um novo paradigma na cena teatral mundial. Suas obras traduzem o mundo através do pequeno drama do Homem. Estudamos seu teatro, suas performances e sua trajetória e deixamo-nos contaminar por suas propostas.

A PESQUISA

Trocamos experiências com gestores do ensino público e privado, acompanhando professores em aulas virtuais e reuniões pedagógicas e também em 4 lives abertas que estão no canal do grupo no YouTube.

O projeto EDUKA é o estudo para a criação de um novo musical, um mergulho sonoro e poético no universo concreto e abstrato da EDUCAÇÃO. Tratamos de vários aspectos que giram em torno da formação e do aprendizado, das relações e da própria vida escolar. O tema é gigante e o pequeno recorte aqui foi fundamentado pelas intenções artísticas mais do que qualquer outra coisa. Assim, passamos pelos ensinamentos clássicos da Grécia Antiga (Platão, Pitágoras, Aristóteles), pelas pedagogias de Jean Piaget, Lev Vygotsky, Rudolph Steiner e Maria Montessori, por Paulo Freire, Anísio Teixeira, José Pacheco, pelas Escolas Transformadoras. E também por filósofos e entusiastas do auto-conhecimento como Helena Blavatsky, J. Krishnamurti e Yogananda.

Gravamos uma série de 19 oficinas de práticas musicais e teatrais da Banda, com exercícios de relaxamento e aquecimento, cenas e canções, acompanhadas de uma cartilha didática. Este material foi disponibilizado para professores e interessados através de encontros virtuais e já está liberado para acesso gratuito na internet. Encontramos alguns mestres nos treinamentos e preparação artística: aulas de voz com Babaya Morais; yoga e chacras com Dani Visco; estudos sobre emancipação intelectual com Juliana Jardim; encontro musical com Paulo Padilha.

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Visitamos a Grécia e a Educação Clássica em um encontro com Lúcia Helena Galvão da Nova Acrópole. Navegamos pela História Geral da Educação no Brasil, junto com Samir Mustapha da Secretaria Municipal de Educação. Conhecemos as Escolas Transformadoras, através de Raquel Franzim do Instituto Alana. Realizamos a Série Educação e Pensamento – aulas públicas com profissionais especializados a expor suas visões sobre métodos pedagógicos e temas relevantes à pesquisa. Participaram conosco Ana Elisa Siqueira, Ausonia Donato, Cássio Másculo, Jéssica Oliveira, Lúcia Santos, Luciene Siccherino, Lucila Bernardes e Marcelo César, além de Raquel Franzim e Samir Mustapha que foram, junto com a Banda Mirim, curadores desta série. Transmitimos 5 sessões on-line de BUDA, o mais recente musical da cia, com bate-papo ao final, para público espontâneo e para a rede pública de ensino, atingindo cerca de 15 mil visualizações diretas.

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A ESCOLA FÍSICA E A ESCOLA INTERNA SE MISTURAM E, por fim, sempre com o importante apoio da Secretaria Municipal de Educação, através da Academia Estudantil de Letras e da Divisão de Cultura da Secretaria, substituindo as ações ao vivo que estavam programadas antes da pandemia nas escolas, gravamos EDUKA – o filme, uma divagação audiovisual inspirada pelo processo de pesquisa, gravada em cinco escolas da rede municipal de ensino.

EDUKA – o filme, trata simbolicamente do ato de ensinar, desde Platão até Paulo Freire, num registro musical de cerca de 50 minutos, divididos em 5 episódios, com total liberdade poética. Os textos e as músicas foram criados durante a pesquisa. Esta Revista traz um pouco desta experiência de aprender. Ela não acabou. Ela só melhora. E continua até o fim, porque o mundo é nossa escola.

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O QUE FIZEMOS

1. SEMINÁRIOS História de Educação e Linhas Pedagógicas O pensamento de Paulo Freire O teatro de Tadeusz Kantor História e Fisiologia da Voz

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2. TREINOS E ENCONTROS Voz, com Babaya Morais Yoga, com Dani Visco Práticas de ensino de música, com Paulo Padilha O ensino universal de Jacotot, com Juliana Jardim Grécia e Educação Clássica, com Lúcia Helena Galvão da Nova Acrópole História Geral da Educação, com Samir Mustapha da Secretaria Municipal de Educação Escolas Transformadoras, com Raquel Franzim do Instituto Alana

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3. AÇÕES CRIATIVAS E DIDÁTICAS NO FORMATO DIGITAL Primeira Série de Instruções Experimento artístico realizado remotamente, criado e produzido durante o isolamento social. Fruto dos nossos primeiros impulsos criativos, trazendo possíveis embriões para a concepção do novo espetáculo.

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PLAYLIST EXPERIMENTOS


PLAYLIST OFICINAS BANDA MIRIM

Oficinas Banda Mirim Exercícios e práticas artísticas para aplicação didática em sala de aula presencial ou remota. Série de 19 vídeoaulas com jogos de interação, exercícios teatrais e ações musicais que podem ajudar no desenvolvimento sensível e emocional de crianças e adultos.

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4. OBSERVAÇÃO ATIVA Visitas remotas Acompanhamento de aulas e reuniões pedagógicas virtuais, com participação em encontros culturais, aulas e reuniões nas escolas municipais listadas abaixo, possibilitando uma observação ativa além de trocas artísticas. Visitas presenciais Idas a tais escolas públicas vazias ou com número reduzido de estudantes, para coleta de imagens e material sensível.

EMEF José Augusto Cesar Salgado EMEF Prof.ª Cândida Dora Pino Pretini (CEU São Rafael) EMEF José Olympio Pereira Filho EMEF Profª Mara Cristina Tartaglia (CEU Parque Bristol)

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PLAYLIST EDUCAÇÃO E PENSAMENTO

5. AULAS ABERTAS Série Educação e Pensamento | 14 a 17.dezembro.2020, às 15h Aulas públicas com profissionais especializados a expor suas visões sobre temas relevantes à pesquisa.

AULA #01 | Jean Piaget e Lev Vygotsky: pedagogia construtivista, com Marcelo César e Lucila Bernardes

AULA #02 | Rudolf Steiner e Maria Montessori: pedagogias waldorf e montessoriana, com Jéssica Oliveira e Luciene Siccherino

AULA #03 | Educadores brasileiros: Anísio Teixeira e Paulo Freire, com Samir Mustapha e Cássio Másculo

AULA #04 | Escolas Transformadoras com Raquel Franzim, Ana Elisa Siqueira, Ausonia Donato e Lúcia Santos

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PLAYLIST BATE-PAPO BUDA

6. DIFUSÃO Temporada on-line Buda 03 a 24.abril.2021, sábados às 19h Transmissão do espetáculo gravado nas principais plataformas digitais seguida de bate-papo temático, com elenco e equipe técnica diretamente de suas casas, sobre o processo de criação da peça. Bate-papo #01 As raízes do pensamento budista e a criação da dramaturgia

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Bate-papo #02 Os impulsos visuais das culturas africana e oriental na criação do cenário e figurinos Bate-papo #03 As referências étnicas na criação da música e da trilha Bate-papo #04 Os desafios técnicos da montagem do espetáculo


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PLAYLIST LIVES OFICINAS BANDA MIRIM

Lives com professores Encontros com educadores para apresentação e esclarecimentos das Oficinas e do material didático criado pelo grupo, para aplicação junto aos estudantes.

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Revista Eletrônica Publicação e lançamento do terceiro número da Revista Banda Mirim, retratando as práticas da pesquisa atual, contando com artigos de colaboradores envolvidos no processo e trazendo depoimentos, registro fotográfico, ilustrações, como forma de documentar as bases da nova criação.

EDUKA - o filme Divagação audiovisual inspirada pelo processo de pesquisa, gravada nas escolas da rede municipal de ensino:

EMEF José Augusto Cesar Salgado EMEF Prof.ª Cândida Dora Pino Pretini (CEU São Rafael) EMEF José Olympio Pereira Filho EMEF Profª Mara Cristina Tartaglia (CEU Parque Bristol) EMEF Desembargador Amorim Lima PLAYLIST EDUKA - O FILME

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A EDUCAÇÃO NO BRASIL: DILEMAS E DESAFIOS Samir Mustapha - Professor, Pedagogo e Doutor pelo programa “Educação: História, Política, Sociedade”. Trabalha no Núcleo Técnico de Currículo, da Coordenadoria Pedagógica da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo.

Quando pensamos na educação no país algumas memórias surgem, como o nosso primeiro dia na escola, a professora ou professor que marcou nossa vida, os colegas de colégio... Também vamos encontrar muitos que dirão: “No meu tempo a escola era bem melhor!”. E muitos outros, familiares, conhecidos ou pessoas distantes que não tiveram a oportunidade de completar os seus estudos, ou, pior ainda, nunca puderam pisar em uma escola, diante da falta de oportunidades, pelo trabalho infantil, ou por morarem longe de qualquer escola e não ter a chance de a frequentar. Entre memórias e histórias, a educação brasileira se formou como um direito construído aos poucos e muitos ainda não o têm, infelizmente. Há também idealizações do nosso ensino no país. Teremos muitos que falarão: “A educação é a base de tudo, sem ela não há futuro para o país!”. E outros que afirmam, categoricamente, que “a educação vai mal”, tendo muitos “culpados”: os professores, os próprios alunos que não querem aprender, ou o “sistema”... De fato, falar de escola é sempre um terreno movediço, dependendo do ponto de vista do interlocutor. Afinal, existem aos montes programas de humor que criam caricaturas da escola, do professor, do aluno, do salário docente, ridicularizando algo sério e necessário.

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Quantas obras literárias, filmes, canções tratam do imaginário que a educação traz para nós, em suas marcas saudosistas, mas também naquilo que precisamos superar de atraso e desigualdade. Lembro da belíssima letra da música Cidadão, de Lúcio Barbosa, eternizada na voz de Zé Geraldo, quando diz:

Tá vendo aquele colégio moço? Eu também trabalhei lá Lá eu quase me arrebento Pus a massa fiz cimento Ajudei a rebocar Minha filha inocente Vem pra mim toda contente Pai vou me matricular Mas me diz um cidadão Criança de pé no chão Aqui não pode estudar Esta dor doeu mais forte Por que que eu deixei o norte Eu me pus a me dizer Lá a seca castigava mas o pouco que eu plantava Tinha direito a comer


A marca da História da Educação Brasileira reflete o nosso próprio processo histórico de formação como nação, na qual tivemos quatro séculos de escravidão dos africanos e negros brasileiros e a dizimação de diversas etnias indígenas. Por todo esse período, poucas experiências educacionais vingaram no país, como, por exemplo, a catequização dos índios, feita pelos padres jesuítas da Companhia de Jesus, ordem religiosa vinculada à igreja católica. As poucas escolas existentes no período monárquico eram para uma elite letrada, que muitas vezes ia concluir os estudos fora do país. Como resume o grande intelectual Darcy Ribeiro:

“Como a criação das escolas para as elites não correspondeu qualquer programa de educação das massas, o povo brasileiro permaneceu analfabeto”. (RIBEIRO, 1995, p. 253). A nossa estrutura rural, a falta de modernidade cultural levou a um atraso que ainda hoje deixa marcas. Com a Proclamação da República, em 1889, os ideais republicanos ganhariam força nas elites, mas as concepções liberais de igualdade de oportunidades e democracia não seriam colocadas em prática de forma prática, em uma sociedade pós-escravocrata e desigual. Essa desigualdade seria refletida na educação brasileira, na qual o povo teria pouca ou nenhuma chance de estudar, por muitas décadas. Historicamente, os sertanejos, caipiras, indígenas e populações do interior, bem como os habitantes pobres das cidades, moradores de casas simples, como cortiços e favelas, e os imigrantes não tinham acesso ao ensino e eram excluídos do sistema, por serem analfabetos.

Daí talvez a ideia de que “antes era bom”, talvez no seu objetivo e no que era oferecido sim, mas o problema é que era só isso o que cabia ao povo: uma educação decodificadora, focada na memorização. Essa falta de ideal educacional levaria, em 1932, um grupo de intelectuais da elite cultural, composta de professores, cientistas, jornalistas e acadêmicos a lançarem o “Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova”, no qual defenderiam que o modernizador governo de Getúlio Vargas dedicasse atenção à temática do ensino e universalizasse uma educação, laica, gratuita e pública para meninos e meninas. Um documento atual, mesmo lido quase noventa anos depois de sua redação. Entre os seus signatários, encontrava-se Anísio Teixeira, certamente a principal voz na defesa da escola pública nesse período no qual a escola era para poucos. Ao longo das décadas, União, estados e municípios, cada um a sua maneira, de acordo com a gestão, ampliaram o acesso das classes populares ao direito de estudar. A profissão docente, de função relegada para as mulheres, cuidadoras e mal remuneradas, em um processo de feminização do magistério primário, aos ensinos posteriores,

Quando as classes populares chegavam aos bancos escolares, teriam uma educação primária minimalista, focada no ler, escrever e contar.

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majoritariamente com homens, mais estudados, em especial nas universidades. A verdade é que com a complexidade da urbanização e ampliação dos centros urbanos e, consequentemente, a migração de mão de obra operária do campo para a cidade, a demanda por escola aumentaria significativamente ao longo das décadas e, dessa maneira, a expansão e construção de novos prédios escolares, mesmo que improvisados, ou com ensino noturno. Muito dessa demanda seria aproveitada pelos políticos, em época de eleição, prometendo mais escolas ou, ainda, as melhorias no ensino. Nessa hora, relembramos novamente Darcy Ribeiro, em uma entrevista que o intelectual deu, certa vez na qual disse que

“A crise da educação no Brasil não é uma crise; é um projeto”. Nas últimas décadas do século XX, em especial no período da Ditadura Militar (1964-1985), vivenciamos um fenômeno de ampliação massiva do acesso ao ensino regular (agora denominado como Ensino Fundamental, de oito anos) em escolas públicas que, deixaram de ser o espaço formativo das classes médias, que migrariam paulatinamente para escolas particulares, cada vez em maior escala e demanda. A nossa sociedade, com muitos jovens sem acesso a elementos básicos de moradia, saneamento básico, estrutura familiar e, consequentemente, o acesso a bens culturais, como livros, ida a museus, teatros, cinemas, etc, tornaria a educação desigual da origem ao final dos estudos, cada vez mais segmentados por modalidade de ensino, sendo agora, o acesso ao Ensino Médio e, principalmente, ao Ensino Superior e o seu vestibular, um fator de legitimação das desigualdades sociais e de trajetórias de vidas determinadas pela falta dos estudos complementares.

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Além disso, o sistema de ensino teria outros atenuantes, como a desvalorização do magistério, comparado a outras profissões, e salas de aulas lotadas, muito além do ideal para um ensino de qualidade. São marcas da educação brasileira que, ao mesmo tempo, é uma das poucas instituições públicas nas quais o Estado chega às crianças e jovens. Nessas escolas, mesmo com as adversidades de ensino, como com casos de violência, evasão, falta de estímulo, reprovação, são construídos laços sociais e experiências de vida, que marcam e marcaram inevitavelmente a vida desses sujeitos, bem como, no filtro de oportunidades, emergem jovens das periferias que acessam outros espaços de ocupação para além daquilo que lhe é posto. Mas ainda é pouco se pretendemos garantir a equidade de oportunidades para todos e pensar em uma sociedade na qual vigore a cidadania. Para finalizar esse pequeno panorama, não podemos nos esquecer de outros dois outros grandes intelectuais que deixaram legados na educação e servem de inspiração para a valorização do campo educacional. O grande escritor modernista Mário de Andrade, em 1935, criou e dirigiu o Departamento de Cultura da Municipalidade Paulistana, que mais tarde se tornaria a Secretaria Municipal de Cultura. Na sua gestão, além de intensificar a cultura e lazer na cidade de São Paulo, criaram-se os primeiros Parques Infantis paulistanos, visando atender ao público da primeira infância, misturando o cuidar com o educar, mesclando as aprendizagens com elementos artísticos. A proposta de desenvolvimento integral seria pioneira no que consideramos hoje a Educação Infantil.

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Outro ator a ser lembrado sempre é Paulo Freire, o patrono da educação brasileira, que, de forma absurda, vem sendo criticado nos últimos anos, especialmente por pessoas que nunca leram nada de sua obra, tão humana, democrática e progressista. Paulo Freire foi um ativista contra o analfabetismo reinante no país. Para tal, tinha a sensibilidade de conhecer a realidade social de seus alunos, considerando necessária uma mediação sem autoritarismo entre docente e discente, na qual a leitura do mundo precede a leitura instrumental. Desta forma, um sujeito atuante na defesa da autonomia e espírito crítico. Em São Paulo ele foi Secretário Municipal de Educação, criando, por exemplo, a exitosa experiência das Aulas de Informática e o Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos (MOVA). Ensinar exige alegria e esperança! Diria o grande educador:

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Há uma relação entre a alegria necessária à atividade educativa e a esperança. A esperança de que professor e alunos juntos podemos aprender, ensinar, inquietar-nos, produzir juntos igualmente resistir aos obstáculos a nossa alegria. [...] A esperança é uma espécie de ímpeto natural possível e


necessário, a desesperança é o aborto deste ímpeto. A esperança é um condimento indispensável à experiência histórica. Sem ela, não haveria História, mas puro determinismo. Só há História onde há tempo problematizado e não pré-dado. A inexorabilidade do futuro é a negação da História. (FREIRE, 1996, p. 72).

Somos sujeitos atuantes! Façamos então que a arte, a poesia, a literatura, a ciência estejam vivas e presentes no nosso fazer humano e que as escolas estejam abertas aos jovens, comunidade e educadores para que a democracia se fortaleça em nossa sociedade!

Referências: FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro. São Paulo: Cia das Letras, 1995.

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TRANSFORMAÇÃO E EDUCAÇÃO Helena Singer - Doutora em Sociologia pela USP, com pós-doutorado pelo Laboratório de Estudos e Pesquisas sobre Ensino e Diversidade da Unicamp. É vice-presidente da Ashoka para a Juventude na América Latina e membro do Conselho Municipal de Educação de São Paulo.

OS DESAFIOS DO PRESENTE Chegamos ao ano 21 do vigésimo primeiro século com uma pandemia que se espalhou pelo mundo todo em semanas, levando medo e morte com tanta força que, em dias, suspendeu por completo o nosso modo de vida. De início, todos se trancaram em suas casas e quem pôde permaneceu assim pelos meses seguintes. Como começou contaminando e matando na China e na Europa e, quando chegou aqui, atingiu as pessoas de classe média, as que fazem viagens internacionais, causou uma primeira impressão de que seria um vírus democrático, que atacaria indiscriminadamente. Talvez o vírus fosse mesmo democrático, mas como as sociedades modernas não são, logo percebemos que a pandemia, na verdade, escancararia os seus grandes desafios: a degradação socioambiental, as desigualdades sociais e a fragilidade das instituições democráticas.

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A começar pela causa mesma da pandemia. Não há dúvidas sobre sua forte relação com o desmatamento, a perda de biodiversidade, a criação intensiva de animais para alimentação humana e o consequente desequilíbrio, que certamente produzirá outras pandemias se não mudarmos as condições que levaram a esta. As imensas desigualdades – entre os países e, no caso brasileiro, entre as regiões, estados, cidades, bairros, grupos sociais e étnicos – que já eram insuportáveis, se aprofundaram. A probabilidade de se contaminar e morrer e os efeitos econômicos e sociais pandêmicos atingem mais intensamente pobres, negros, pardos, indígenas, mulheres e os moradores das periferias das grandes cidades. Já as instituições basilares da democracia deram mostras de sua imensa fragilidade. No caso do Brasil, o próprio governo federal contribuiu para disseminar desinformações sobre a pandemia e os poderes legislativo e judiciário têm demonstrado pouca capacidade ou vontade de frear essas ações.


APRENDER COM A PANDEMIA A conquista do mundo em que todos podem ser agentes da transformação para o bem comum, o mundo em que não haja novas pandemias, depende de como vivemos e o que construímos durante estes meses. Olhemos mais de perto o caso da escolarização. Esta teve sua estrutura de organização dos tempos, espaços e relações total e abruptamente suspensa pela pandemia. Da noite para o dia, tudo o que conhecíamos há séculos, em termos de salas de aula, prédios escolares, horários, séries, notas, lousas e livros, deixou de existir. De início, o pânico, a dúvida sobre o tempo que isso duraria. Universidades decretaram que só voltariam a funcionar quando a crise sanitária fosse superada, redes de ensino anteciparam férias escolares. Logo ficou claro que o tempo seria bem mais estendido e que o velho modo de fazer educação formal não voltaria a acontecer. Ficou claro também que os sistemas de ensino – fossem públicos ou particulares – não possuíam o

que todos mais precisavam: recursos digitais para possibilitar que as relações se restabelecessem em bases remotas, domínio dos professores sobre como utilizar o ambiente digital para o pedagógico, orientações para as famílias, apoio psicológico para todos. Também não conheciam a realidade de cada um dos estudantes atendidos, nem possuíam articulações com os sistemas de assistência social e da saúde para fazer chegar a todas as famílias, não só os materiais escolares, mas os insumos básicos à subsistência e proteção sanitária. Com insuficiente apoio e agilidade dos poderes públicos, as comunidades se organizaram para arrecadar e distribuir alimentos, equipamentos de proteção individual e gêneros de primeira necessidade. Os jovens participaram ativamente das articulações comunitárias e usaram seus conhecimentos do mundo digital para divulgar informações sobre a pandemia. Professores se organizaram para entrar em contato com os estudantes e as famílias. Investigaram e aprenderam muito sobre o universo digital. As famílias se organizaram para apoiar a manutenção do vínculo dos estudantes com as escolas.

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Entramos no segundo ano da pandemia, com muitas perdas e tristezas, mas também com intensos processos de aprendizado. Estes aprendizados são fundamentais para a construção das novas bases do mundo sem pandemias. Mas, evidentemente, as forças que causaram essa crise sanitária, ou seja, as forças comprometidas com a degradação socioambiental, a desigualdade social e o autoritarismo de bases colonial, racista e machista, logo se mobilizam para apresentar “soluções” para os problemas causados pela pandemia que mantêm o estado das coisas. No caso que estamos analisando, o da educação, estas “soluções” são as que proporcionam acesso direto a dados de docentes e discentes por plataformas privadas, sem consulta prévia ou esclarecimento em torno da privacidade e uso de dados (o que aconteceu em 65% das redes públicas); plataformas de ensino que conformam o trabalho do professor e reduzem a atuação do estudante a respostas a itens; sistemas eletrônicos de controle de frequência e aproveitamento escolar usados para ranqueamento de escolas, fechamento de turmas, turnos e escolas. Assim, professores ameaçados de cortes salariais e perda de emprego são transformados em entregadores de atividades remotas assíncronas.

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E quando as escolas começam a retomar o presencial, isso se faz sobre as bases da velha escola: os estudantes voltam em proporção menor para salas de aula onde as carteiras estão enfileiradas e o professor à frente, tendo a lousa às suas costas. Porém agora o professor não só terá que expor o conteúdo para os estudantes nas carteiras, mas também para a outra parte deles, os que ficaram em casa e assistem através das câmeras. As forças comprometidas com a manutenção do estado de coisas crescem na ausência de projetos de futuro, crescem quando os que desejam mudar este estado de coisas não têm propostas claras sobre como fazer. Na ausência de propostas, mantém-se o velho. Felizmente, na educação existem projetos e experiências já muito consolidadas de como fazer diferente, inclusive no Brasil. Experiências de estudantes e educadores que traçam outras possibilidades, experiências de escolas, organizações educativas comunitárias e redes públicas que se estruturam sobre os princípios da democracia, da inclusão, da integralidade e da transformação e que conseguiram estabelecer outros parâmetros sobre como trabalhar na pandemia. Aprender com elas é a grande oportunidade deste momento.


A BOA NOVA VEM DE TODOS OS LUGARES DO BRASIL 1 Em Almirante Tamandaré, região metropolitana de Curitiba, a Secretaria Municipal de Educação fomentou a criação de Casas Sementeiras, com mais de trezentas pessoas que abriram suas casas para receber os materiais de alguma escola próxima e distribuí-los, a cada quinze dias, para dez famílias cada que vivem no entorno. Quando recebem os responsáveis para entregar os materiais, conversam sobre como estão todos, quais suas necessidades. As caixas contêm roteiros de atividades e os recursos necessários para realizá-las. As propostas são contextualizadas pelas características específicas do território e a rotina das famílias. Assim, enquanto para as crianças do berçário, a proposta é uma observação sensorial durante o banho, para os jovens e adultos da EJA, trata-se de registrar as receitas feitas. Passados quinze dias, quando a família retorna à Casa Sementeira para pegar a nova caixa, ela deixa os registros realizados para serem encaminhados aos professores. Em relação ao trabalho dos professores, a reorganização também se baseou no coletivo, buscando-se que as escolas de um mesmo território atuem conjuntamente. Assim, professores que trabalham com as mesmas faixas etárias formam grupos de trabalho, que planejam juntos o trabalho pedagógico remoto. Várias outras redes de ensino também estimularam os cuidados entre as famílias, além de criarem estratégias para as escolas catalisarem os serviços de saúde e de assistência para apoiarem as famílias mais necessitadas. Outra invenção da pandemia feita pelas redes de ensino foi o mapeamento de espaços abertos adequados disponíveis para evitar que, ao retomar o presencial, estudantes e equipes escolares ficassem sob o risco dos

ambientes fechados. Assim, praças, parques, centros esportivos foram integrados às rotinas e currículos. As escolas também têm criado diversas possibilidades de atuar na pandemia. A Teia Multicultural, por exemplo, é uma escola particular sem fins lucrativos localizada em São Paulo, cujo currículo se organiza em projetos interdisciplinares que tem a arte e o autoconhecimento como eixos estruturantes. Essa proposta se realiza do infantil ao ensino médio, o que facilitou a continuidade das atividades durante a pandemia, com os educadores acompanhando grupos de estudantes e os projetos se adaptando para os meios virtuais. O momento mostrou também a relevância de apoiar e inspirar outras escolas, fomentando uma rede de práticas inovadoras em educação. Isso foi propiciado pela disponibilização gratuita de roteiros de atividades em uma plataforma virtual. Com mais de 500 inscritos na plataforma, entre educadores e gestores escolares, nasceu a Asas Educação, que passou a elaborar materiais paradidáticos para facilitar o desenvolvimento de projetos interdisciplinares em diversos ambientes, não só os escolares. Em processos semelhantes, outras escolas que também organizam o currículo por projetos, em abordagem interdisciplinar e integrando os estudantes por interesse, não por série, passaram a desenvolver estratégias que ultrapassam em muitos os limites de aulas remotas, como indicação de histórias a serem ouvidas ou lidas, filmes, obras de arte ou textos para serem lidos em família. As atividades passam a envolver as famílias e incorporar os recursos da casa como objetos de pesquisa. Mesmo escolas que ainda não inovavam narram como a pandemia, ao forçar a adaptação da vida para o ambiente remoto, possibilitou pela primeira vez reuniões de equipes com professores de diferentes turnos e aproximação com as famílias, que nunca podiam comparecer às reuniões escolares, além do uso de novos dispositivos de acompanhamento da aprendizagem que favorecem a autonomia, como portifólios e autoavaliação.

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No contexto chamado de isolamento, o virtual, em muitos casos, criou novas aproximações. A Fundação Casa Grande Memorial do Homem Kariri em Nova Olinda, no sul do Ceará, por exemplo, trabalha desde a Educação Infantil até a profissionalização de jovens, com projetos ligados às áreas da arqueologia, gestão social, turismo comunitário, cultura e comunicação. Durante a pandemia encontrou nas lives e outras atividades remotas uma maneira de continuar a difusão do patrimônio cultural da Chapada do Araripe. A visita aos museus orgânicos – erguidos dentro das casas dos mestres populares da região onde as crianças e jovens aprendem sobre reisado, artesanato, entre outros saberes – continuam acontecendo, só que virtualmente. Descobriram assim que as transmissões ao vivo possibilitam alcançar ainda mais pessoas e, por isso, devem continuar mesmo quando for possível retomar o presencial. A transformação necessária da educação também é produzida pelos jovens, que criam muitas possibilidades de engajar outros em processos qualificados de aprendizagem e transformação. Na pandemia, assim como tudo na vida, estas iniciativas precisaram se reinventar, mas se valeram da maior intimidade das juventudes com as tecnologias digitais para chegar a ainda mais

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pessoas. Uma dessas iniciativas, por exemplo, é Folhas que Salvam, criada por estudantes do ensino médio de Goiás, com a missão de promover ações em prol do meio ambiente como mutirão de plantio de árvores, coleta de lixo e palestras de conscientização. Divulgadas nas redes sociais, o alcance das ações expandiu-se a ponto de levar à criação de embaixadores do projeto. A iniciativa convoca os voluntários a realizar missões em seus territórios, que vão desde produzir relatórios sobre as especificidades ambientais do local até pressionar o poder público por medidas. Hoje, são 97 embaixadores presentes em todos os estados organizados, em turmas que atuam juntas por três a seis meses. Assim como esta, há muitas outras iniciativas lideradas por jovens no Brasil, que criam formas novas de aprender, engajar voluntários em ações para o bem comum, integrar pessoas de diferentes gerações em processos de mentoria, gerar conteúdos de qualidade, democratizar o acesso a serviços, compartilhar informações e promover jornadas formativas. O que todas estas iniciativas revelam são intensos processos de aprendizado no sentido do enfrentamento às causas da pandemia.


O primeiro dispositivo para este enfrentamento é a solidariedade entre os jovens, as famílias, comunidades, educadores, escolas. Um dispositivo tão urgente e evidente em situações extremas como as vividas neste ano, mas tão ausente na gestão burocrática dos sistemas de ensino, na lógica competitiva da organização escolar e no modo de vida individualista que nos governa. O segundo dispositivo é da integração: entre os agentes da educação, saúde, assistência social em uma lógica intersetorial que supera a velha segmentação dos serviços; integração entre os ambientes da escola e da casa, entre os tempos de aprender e viver, acabando assim a fragmentação característica das grades horárias e muros escolares. O terceiro dispositivo é da valorização do que historicamente tem sido negado pelo universo escolar, a valorização dos saberes, histórias e experiências das famílias e comunidades; a valorização da capacidade dos jovens de se organizar coletivamente e criar. O quarto dispositivo é o dos vínculos: entre os profissionais das escolas, que de modo inédito podendo se reunir com qualidade, passam a finalmente se constituir como equipe; entre a escola e a comunidade, tornando a primeira um equipamento a serviço da última, não a serviço da burocracia estatal. Sigamos aprendendo e inventando o mundo melhor.

1 Todas as experiências mencionadas aqui integram a campanha Reviravolta da Escola, promovida pelo Movimento de Inovação na Educação e o Centro de Referências em Educação Integral (https://educacaointegral.org.br/especiais/reviravolta-da-escola/)

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RESPOSTAS E DESENHOS DE ESTUDANTES DA EMEF JOSÉ OLYMPIO PEREIRA FILHO O QUE É

PRENDER?

Aprender é realmente absorver algo e colocá-lo em prática em sua vida! Sua finalidade é vasta e sempre exige determinação. As pessoas precisam estar dispostas a aprender para realmente absorver o conteúdo! Mas é preciso também levar em conta as particularidades de cada um, como Autismo, Traumas, Dificuldades de Aprendizado etc...

O que é

nsinar?

Ensinar é mais do que se desdobrar para preparar a matéria para o aluno, é uma transmissão de pensamentos, é amor e atenção. Flores rosas são amorosas Amarelas são espertas Azuis são pacientes Verdes talentosas Mas não há flores Mais amorosas, espertas, pacientes e talentosas Do que os Professores!

Para que

erve a escola?

A A escola é um palco! Onde os opostos se atraem, até o aluno que diz não gostar de estudar é um herdeiro do eufemismo, pois prefere disfarçar a dizer! Pelo menos ele gosta da tia da cantina, ou do professor de Educação Física. Em suma, a escola é um palco onde o professor compartilha ensinamento com o aluno. A escola também é casa, é porto seguro! THALISON ALVES NASCIMENTO DA SILVA, 9º Ano A

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O QUE É APRENDER? Abrir a porta para coisas novas. KATARINA ARCANJO DA SILVA, 4º ANO B Aprender é ganhar conhecimento. VITOR DE OLIVEIRA SOUZA, 4ºANO A

O QUE É ENSINAR? Ensinar é você compartilhar seus estudos com uma pessoa. JOÃO PAULO PEREIRA DE SOUZA, 6º ANO A É ensinar uma pessoa a fazer algo que não sabia fazer. FELIPE HONORATO BONFIM, 5ºANO B

PRA QUE SERVE A ESCOLA? Para aprender e conviver com os colegas e professores. RAFAELA DE JESUS BOTELHO SILVA, 3º ANO B A escola é um local para que você aprenda coisas que vão ser melhores para o seu futuro. MILENA MARIA ALVES SUCUPIRA, 6°ANO B Serve para o desenvolvimento da pessoa. IZABELLA SOUSA BARRETO, 7°ANO A Para aprender outras coisas que não sabemos. INGRYD SOUSA BARRETO, 4°ANO A A escola serve para melhorar o conhecimento dos alunos. ANA BEATRIZ SILVA DA CRUZ, 5º ANO A

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AGRADECIMENTOS A todos e todas que de alguma forma contribuíram para a realização do projeto EDUKA - A arte de ensinar: Ana Elisa Siqueira, André Bedurê, Ausonia Donato, Babaya Morais, Bruno Garcia, Cássio Másculo, Claudia Gentile Mariotti, Cris Rocha, Cristiane Paoli Quito, Cristiano Meireles, Dani Visco, Daniel Lins de Carvalho, Daniel Roque, Duda Gomes, Ernani Napolitano, Fathia e Tatiana Belinky, Gael Juste Loureiro, Geondes Antonio, Giba Pedroza, Helena Simões, Helena Singer, Isabella Neves, Jéssica Oliveira, Johana Albuquerque, Juliana Jardim, Júlio César Dória, Helena Julian de Faria, Kelly Ferreira, Kiko Marques, Lúcia Helena Galvão, Lúcia Santos, Luciana Araújo, Luciene Siccherino, Lucila Bernardes, Marcelo César, Marcelo Justo, Maria Piedade, Matias Blauth Piza, Nathalia Gabriel, Nelson Baskerville, Nilton Bicudo, Patricia Roggero, Paulo Padilha, Raquel Franzim, Ricardo Yamamoto, Rodrigo Bognar, Rodrigo Palmieri, Teresa Julian de Faria, Thiago Amaral, Thiago Da Cruz, Valentina d´Orey e Yuki Guimarães;

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A Secretaria Municipal de Cultura e equipe de gestores do Fomento ao Teatro; A Secretaria Municipal de Educação; Samir Mustapha e coordenadoria do projeto Academia Estudantil de Letras; Mariana Moi Bonfim e Bernardo Mathias da Divisão de Cultura – COCEU / DIAC; Aos diretores, coordenadores pedagógicos e educadores da rede municipal de ensino, em especial: JOICE, ROSANA, CIDA, EVA e FLAVIA (EMEF José Augusto Cesar Salgado); MICHELLE, SUELLEN, ROMÁRIO, FRAN, TATIANE e FÁTIMA (EMEF Prof.ª Cândida Dora Pino Pretini - CEU São Rafael); ROBERTO, MARIANE, EDUARDO, LEANDRO, LUZIA e LUIZA (EMEF José Olympio Pereira Filho); RODRIGO, ANDRESSA, CRISTIANE, TEREZA, PAULO, RENATO, SANDRA e EMÍLIA (EMEF Profª Mara Cristina Tartaglia - CEU Parque Bristol); EDY e ANTÔNIO (EMEF Desembargador Amorim Lima);


Aos estudantes e professores que conhecemos virtualmente nas aulas on-line, no Clube de Leitura da EMEF José Olympio Pereira Filho, no Sarau Mara do CEU EMEF Profª Mara Cristina Tartaglia e no Café com Arte do CEU EMEF Prof.ª Cândida Dora Pino Pretini; Aos alunos que responderam em textos e desenhos as três questões lançadas “o que é aprender? o que é ensinar? pra que serve a escola?”: ANA BEATRIZ, ANA JULIA, ANA LUIZA, FELIPE BONFIM, FELIPE COSTA, INGRYD, IZABELLA, JOÃO PAULO, KATARINA, LAURA, LUCAS, MILENA, RAFAELA, THALISON e VITOR;

Pelos ensinamentos: Ailton Krenak, Alejandro Jodoroviwsky, Anísio Teixeira, Aristóteles, Comenius, Darcy Ribeiro, De Hartmann, Edgar Morin, Gurdjieff, Helena Blavatsky, Hermes Trismegisto, Jacotot, Jacques Rancière, Jean-Jacques Rousseau, Jean Piaget, José Pacheco, Krishnamurti, Lev Vygotsky, Maria Montessori, Paulo Freire, Pitágoras, Platão, René Descartes, Rubem Alves, Rudolf Steiner, Severino Antônio, Tadeusz Kantor, Trigueirinho, Yogananda, Yuval Noah Harari, entre outros tantos.

Aos fãs que participaram da Campanha Diversidade com seus desenhos: AMANDA, ANA LUISA, ARTUR, BENTO, CELSO, ELISA, FERNANDA, GEOVANA, HELENA, HENRIQUE, IANA, ISABELA, IUNA, JANAÍNA, JOÃO, JULIANA, JULIETA, LAURA, LIZ, LUANA, MANUELA, MARIÁ, MICHELLE, MIRYAM, NANI, OLÍVIA, PEDRO e RAFAELA; e

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Este projeto foi realizado com apoio do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo - Secretaria Municipal de Cultura


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