(Re)CONEXÕES: parque urbano na antiga estação ferroviaria central de campinas trabalho de graduação integrado barbara cavalcanti botteon
instituto de arquitetura e urbanismo universidade de são paulo
SÃO CARLOS, SP
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barbara cavalcanti botteon
professores cap david moreno sperling luciana bongiovanni m. shenck lucia zanin shimbo francisco sales t. filho professor orientador gt miguel antonio buzzar
caderno de apresentação da primeira etapa de desenvolvimento do trabalho de graduação integrado [tgi-I]
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ÍNDICE
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inquietações
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universo projetual
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campinas: cidade de intervenção
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centro e ferrovia: área de intervenção
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diretrizes de projeto
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o projeto
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referências bibliográficas
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INQUIETAÇÕES O presente trabalho tem como temática de investigação da arquitetura e do urbanismo a discussão atual acerca do “estar urbano”, a precarização dos espaços públicos devido à falta de políticas públicas, além do sentimento de insegurança que tomou conta das grandes cidades, devido ao seu crescimento desordenado que, em contrapartida criou um terreno fértil para que a iniciativa privada investisse em espaços de lazer privatizados, atribuindo-lhes a noção de “mercadoria”, como a disseminação dos shoppings centers, que por sua vez pretendem substituir a cidade real e seus problemas. A partir da investigação do tema apresentado, o objetivo é desenvolver um projeto onde é possível explorar o universo do espaço público como local de “estar urbano” e dar-lhe uma ressignificação.
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Devido à natureza do crescimento das nossas cidades, caracterizado pela aceleração e pelo imediatismo, nota-se uma série de descompassos. É notável que o aumento da população urbana não foi acompanhado pelo desenvolvimento de infraestrutura adequada, gerando desníveis na ocupação do solo e diferenciando marcadamente, de um lado os polos nobres, concentradores de benefícios e, de outro, a periferia, com seus bolsões de pobreza. “ O processo desordenado de constituição das cidades brasileiras não garantiu espaço para uma ocupação planejada do solo urbano. A consequência desse problema aparece na forma de disfunções urbanas. ” (SANTOS E MIOTTO, 2003) Nesse crescimento desordenado, o espaço para o lazer pouco restou, quase sempre colocado numa falsa hierarquia de necessidades. O vazio que fica entre o amontoado de coisas é insuficiente para permitir o exercício mais efetivo das relações sociais produtivas em termos humanos. Assim, os equipamentos de lazer, quando concebidos, quase sempre são assumidos pela iniciativa privada, que os encara como uma mercadoria a mais para o consumidor. Se o lazer é colocado pela sociedade capitalista como um momento de consumo, o espaço para ele também é visto como um espaço para o consumo. ” A constituição dos núcleos é primordialmente assentada em interesses econômicos. Foram e são concebidos como locais de produção, ou de consumo. ” (MARCELLINO, 2002a, p.25). Assim também os equipamentos de lazer, os espaços de convívio seguem uma tendência à privatização, passando a ser mercadorias, quando na verdade a produção cultural poderia ser estimulada e veiculada onde se localizam grandes contingentes populacionais, atingindo um público significativo. Pelo o que se entende de lazer, o entretenimento deveria ser um dos componentes do lazer, ligado basicamente aos valores de divertimento. Mas o que se percebe é uma clara alusão ao entretenimento como “lazer mercadoria”.
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10(re)conexões: parque urbano na antiga estação ferroviária central de campinas-sp O urbanismo moderno atribuiu às cidades quatro funções: lazer, moradia, trabalho e circulação. As classes sociais média e alta atribuem à cidade o papel exclusivo de circulação, já que podem desfrutar de lazer em seus espaços privatizados. Já para as classes mais baixas, a cidade continua com as quatro atribuições tradicionais. Porém, como a maioria dos investimentos em equipamentos de lazer são feitos pela iniciativa privada, o espaço público passa a dispor de equipamentos de péssima qualidade. Há uma crescente privatização dos espaços de convivência social em favor das classes favorecidas: o bairro é substituído pelo condomínio fechado, os espaços públicos de lazer pelos clubes e centros de entretenimento, e as ruas, pelos shoppings centers. O fato é que desde a década de 60, os shoppings centers vêm mudando a paisagem urbana brasileira, substituindo o traçado irregular das ruas pela organização de corredores climatizados, a socialização democrática das praças públicas pelo divertimento tecnológico de seus brinquedos eletrônicos, a vida imprevisível da cidade real pela segurança dos espaços cuidadosamente planejados dessa pequena cidade artificial. O shopping de hoje não é apenas um espaço exclusivamente de consumo de objetos, mas também é um centro urbano de compra de serviços, alimentação e lazer.
BOSQUE DOS JEQUITIBÁS-CAMPINAS FONTE: GOOGLE
SHOPPING IGUATEMI -CAMPINAS FONTE: GOOGLE
barbara cavalcanti botteon É uma cidade artificial, que pretende substituir a cidade real e seus problemas. Esse espaço integra e reflete a estrutura socioeconômica das sociedades. Portanto, nas sociedades capitalistas, os shopping centers são espaços de segregação que selecionam a entrada e a circulação das pessoas conforme clivagens de classe. E um aspecto vem crescendo em importância como “produto” oferecido a seus frequentadores: o lazer. Seja para sanar uma demanda crescente da população por espaços seguros frente a cidades cada vez mais inseguras, seja pela falta de políticas públicas na criação de espaços de lazer para os cidadãos, o shopping center ocupa cada vez mais um lugar privilegiado na mente dos brasileiros na hora de optar pelas atividades a serem exercidas em seu tempo livre. “Não há chuva nem vento. As pessoas não cospem nem jogam tocos de cigarro no chão. Não há moscas. Não há cachorros. A vida sob o teto de um shopping é tranqüila, segura e acolhedora.” (Underhill, 2004: 61). O lazer entendido como cultura – compreendida no seu sentido mais amplo – consiste num conjunto de modos de fazer, ser, interagir e representar que definem o modo pelo qual a vida se desenvolve. Essa definição extrapola os conceitos da cidade ideal reproduzida pelos espaços de lazer privatizados, como os shoppings centers e implica, assim, o reconhecimento de que
SHOPPING IGUATEMI -SÃO PAULO FONTE: GOOGLE
PARQUE IBIRAPUERA-SÃO PAULO FONTE: GOOGLE
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12(re)conexões: parque urbano na antiga estação ferroviária central de campinas-sp a atividade humana está vinculada à construção de significados que dão sentido à existência. A análise da cultura, portanto, não pode ficar restrita ao produto da atividade humana, mas deve considerar também o processo dessa produção – o modo o esse produto é socialmente elaborado. Em outra instância, segundo Marcellino et al. (2006), “o espaço público de lazer cumpre importante papel, também, na revitalização dos espaços e equipamentos. Assim, é muito importante a consideração dos patrimônios artísticos, arquitetônicos e urbanísticos, que fazem parte da memória das cidades, como elementos de enriquecimento da paisagem urbana. Esse patrimônio ambiental urbano, preservado e revitalizado, pode e deve se constituir em novos equipamentos específicos de lazer. Além disso, colabora significativamente para uma vivência mais rica da cidade, quebrando a monotonia dos conjuntos, estabelecendo pontos de referência e mesmo vínculos afetivos. Outro aspecto, não menos importante, é que, ao preservar a identidade dos locais, é possível manter e até mesmo aumentar o potencial turístico de nossas cidades.”
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UNIVERSO PROJETUAL Espaço e equipamento são componentes dinâmicos de uma política pública de lazer e, ao potencializar sua articulação e interação, o lazer pode atuar como alavanca de transformação social, justamente porque dele emergem tanto a construção como a dispersão de valores questionadores da sociedade. O indivíduo por divertir-se, recrear-se, entreter-se e ao mesmo tempo potencializar a sua participação social e sua capacidade de criação. Essa interação vislumbra estratégias e experiências inusitadas que apontam para a utilização qualificada desses espaços urbanos e para a mudança de cenários até então considerados violentos. O projeto para o Parc de La Villette, do arquiteto Bernard Tschumi como parte de um concurso internacional entre 1982 e 1983, é referência no presente trabalho, pois foi concebido como um espaço definido pelo usuário, através da estratégia de construção de mediações com o objetivo de criar uma tipologia fundada em novas correlações entre programa e espaço. O parque foi imaginado como um espaço para a atividade e interação, que evocasse uma sensação de liberdade numa organização sobreposta que daria pontos de referência aos visitantes. Situada entre a estação de Metrô porte de Pantin, ao sul, e a estação de porte de la Villette, ao norte, e cortada em sentido transversal pelo canal de l’Ouroq, a área possuía grande potencial de conectividade com redes de infraestrutura urbana e dois edifícios preexistentes, o Grande Halle e o Museu da Ciência e da Tecnologia. Segundo Walker, Tschumi (2006:55), citado por Sperling (2008:57), para Tschumi, o ponto de partida para o projeto do parque deveria fazer oposição à noção de parque como o lugar em que a cidade supostamente não existe: não deveria versar sobre a natureza, mas sobre um novo conceito de cidade.
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DIAGRAMA DO PLANO - PARC DE LA VILLETTE (TSCHUMI) FONTE: GOOGLE
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16(re)conexões: parque urbano na antiga estação ferroviária central de campinas-sp O Parc de la Villette foi projetado com três princípios de organização que configuram três camadas de intervenção: pontos, linhas e superfícies. As linhas são os principais caminhos de movimento demarcados em todo o parque, porém não seguem qualquer estrutura organizacional, mas se interseccionam e levam a vários pontos de interesse dentro do parque e da área urbana circundante. Já, os pontos são os elementos onde Tschumi confere unidade e organização ao projeto, constituindo uma malha que serve como pontos de referência para o usuário do parque. Cada ponto configura-se um edifício único e formalmente distinto, não havendo um programa designado, mas somente um espaço que pode abrigar atividades.
IMPLANTAÇÃO- PARC DE LA VILLETTE (TSCHUMI) FONTE: GOOGLE
foto par de la villete fonte: google
barbara cavalcanti botteon Outro projeto interessante do aspecto das novas relações do programa é a Biblioteca Pública de Seattle, projeto do escritório OMA + LMN, que fazem desta um espaço público aprimorado em torno do conhecimento. O projeto é concebido com a criação de pisos genéricos em que quase todas as atividades possam acontecer. Os programas não são separados, salas ou espaços individuais não são espaços únicos. Além disso, todas as formas de mídia são apresentadas igualmente. Cada plataforma é projetada para um único propósito, o seu tamanho, flexibilidade, circulação, materiais e estrutura, definindo um conjunto programático que é arquitetonicamente equipado em seu máximo desempenho.
diagrama Biblioteca de Seattle (Koolhaas) fonte: Google
foto biblioteca de seattle fonte: google
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Pode se dizer que a Biblioteca de Seattle produz uma “urbanidade interior”, através de relações entre o conceito de estar urbano e apropriação do espaço público, além de inserir alguns elementos em sua arquitetura, como o uso de uma mega estrutura, que fazem alusão aos espaços de lazer privado contemporâneos, como os shoppings.
foto biblioteca de seattle fonte: google
foto biblioteca de seattle fonte: google
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CAMPINAS: CIDADE DE INTERVENÇÃO
campinas - área territorial
barbara cavalcanti botteon Localizada a 100km da capital do estado de São Paulo, Campinas teve origem na primeira metade do século XVIII, como um bairro rural da Vila de Jundiaí. Na segunda metade do século, a região ganhou uma nova dinâmica com a chegada dos fazendeiros procedentes de cidades como Itu, Porto Feliz e Taubaté, que começaram a instalar suas lavouras de cana e os engenhos de açúcar – posteriormente, seguiu-se a cultura do café. Desde que Campinas se tornou a capital do café, a cidade desfrutou de inúmeros benefícios como a chegada da linha férrea, destaque no comércio internacional e a vinda de várias indústrias estrangeiras. No entanto, a falta de salubridade do município acarretou em um grande surto de febre amarela, o qual perdurou 10 anos no fim do século XIX. A população foi dizimada e a popularidade campineira .decaiu. Com tamanha mudança de cenário em tão pouco tempo, os campineiros contrataram o Eng. Saturnino de Brito a fim de deixar a cidade salubre. Passados cerca de 30 anos após as reformas sanitaristas, em 1938, o urbanista Eng. Prestes Maia foi incumbido do planejamento da cidade para se adequar a modernidade que despontava no país. Foram propostas grandes ligações viárias conectando parques urbanos ao longo do município. Prestes Maia concebeu uma plano urbanístico para Campinas, com um amplo conjunto de ações que visavam a reordenar suas vocações urbanas, com a perspectiva de impulsionar velhas e novas potencialidades, como por exemplo, o caráter de polo tecnológico do interior do Estado de São Paulo. O fluxo migratório entre os anos de 1970 e 1980 levaram a população a dobrar de tamanho. Todas essas mudanças tiveram impacto significativo na cidade e na região e, a partir do processo de “interiorização do desenvolvimento”, Campinas passou a configurar características de uma metrópole. A chegada das grandes rodovias, do Aeroporto de Viracopos, dos grandes equipamentos de educação, pesquisa e tecnologia foram cruciais para o reposicionamento de Campinas em âmbito nacional e internacional, porém com um foco diferente do passado industrial. Hoje, esta é a principal cidade da Região Metropolitana de Campinas, a 3ª cidade mais populosa do estado de São Paulo, possuidora do maior polo de pesquisa e tecnologia do Brasil. O município possui grande conexão com as principais rodovias do estado e a expansão do Aeroporto de Viracopos, amplia sua localização estratégica.
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levantamento de shoppings/equipamentos culturais e parques
barbara cavalcanti botteon Tendo em vista as inquietações abordadas neste trabalho, pode-se concluir a partir dos levantamentos realizados que a cidade de Campinas possui pouca oferta de equipamentos culturais e espaços de lazer urbanos. Em contraposição, com o crescente número de shoppings centers na cidade, nota-se a demanda da população por áreas de lazer e convício social, fazendo com esses espaços fiquem cada vez mais sobrecarregados. O mapa ao lado promove uma relação entre os principais shoppings e as principais áreas de lazer da cidade, sendo que a mais frequentada é o Parque Portugal, com um número de quase 50 mil usuários em uma semana durante o verão. Na mesma escala, o maior e mais frequentado shopping é o Parque D. Pedro Shopping, que possui bastante influência nas cidades vizinhas e recebe diariamente entre 14 à 25 mil usuários.
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CENTRO E FERROVIA: ÁREA DE INTERVENÇÃO Em meados do século XIX, com o desenvolvimento da cidade e a alta produlevantamento de shoppings/equipamentos culturais e parques tividade do café, foi criada em 1867, a ferrovia Companhia Paulista das Estradas de Ferro, que ligou Campinas a Jundiaí. A Estação Campinas foi inaugurada em 1872 e construída a partir dos padrões ingleses da arquitetura da época. A desativação completa do transporte de passageiros se deu em 2001. Atualmente, a área se tornou um pátio de manobras ferroviário, conhecido como Complexo FEPASA, onde muitos edifícios se apresentam sem nenhuma atividade, exceto pelos edifícios que estão sendo ocupados pela Estação Cultural, CEPROCAMP (Centro Profissionalizante de Campinas), local de ensaios da Orquestra Sinfônica de Campinas e uma escola de dança. A escolha dessa área deu-se principalmente pela situação da malha urbana a sua volta, cuja conformação está intrinsicamente ligada à existência do pátio ferroviário, registrando um momento importante na história da cidade que já é remanescente dos primeiros estágios da formação urbana. O terreno do pátio de manobras é interessante como área de intervenção e aplicação dos conceitos de estar urbano e equipamentos públicos culturais discutidos nesse trabalho, pois permite a coexistência de diferentes escalas: escala local, alcançada na relação com a Vila Industrial, bairro que conserva suas características residências; escala urbana, relacionada aos equipamentos de cultura e educação (CEPROCAMP e Estação Cultura; a escala metropolitana, ligada a presença do terminal metropolitano de ônibus; e por fim, a escala regional-territorial, conformada pelo terminal rodoviário Ramos de Azevedo A área possui uma potencialidade interessante de articulação entre o centro e a Vila Industrial, além de que um projeto de revitalização da área permitiria sua revalorização e redução da insegurança presente na região. levantamento de shoppings/equipamentos culturais e parques
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MAPA DE CRESCIMENTO URBANO 1940 1953 1962 1968 1978 1982 1989
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fotos atuais da área de intervenção e entorno
A princípio a área de intervenção é considerada uma pausa dentro da cidade, um silêncio em meio ao agito do centro, local de conformação mais antiga, característico pelo setor de serviços e comércio popular e uma barreira visual extensa se olhada da Vila Industrial, bairro de conformação antiga, cuja atividade é predominantemente residencial, local de conformação mais antiga, característico pelo setor de serviços e comércio popular.
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ocuoação e uso do solo
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avenidas principais comércio, serviço e institucionais habitação,comércio, serviço e institucionais terminais de ônibus áreas não-edififacas áreas de intervenção
estacionamentos e áreas subutilizadas edifícios tombados estacionamento áreas subutilizadas
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oficina de freio e armazém de óleo (desuso)
dep oficina de locomotivas (desuso) rotunda (desuso) montagem de motores
departamento de manutenção
clube de lazer ferroviário
usina geradora caixa d’agua
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antiga estação ferroviária estação cultura
pósito de cimento
barracão de areia
espaço de eventos
oficina do lemos
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DIRETRIZES DE PROJETO A intenção de se projetar um Parque Urbano, se dá pela extensão da área e pela sua inserção na cidade. Devido a quantidade de edifícios tombados, decidiu-se trabalhar nos espaços não edificados e na sua relação com os edifícios através de um diagrama de cheios e vazios.Como primeira ação de projeto, dá-se continuidade na malha viária de ambos os lados da cidade, pressupondo que houvesse uma continuidade sobre a área e fazendo com que o terreno se tornasse parte da cidade. O fluxo longitudinal de pedestres que se dá entre o Terminal Rodoviário – Centro – Terminal Metropolitano, usuários da região, e a presença do trem de cargas dão estrutura ao Parque, de maneira que a relação do usuário e ferrovia está sempre presente, se conformando como obstáculo ou com alguma interação. Com a intenção de marcar esse fluxo longitudinal e a presença da ferrovia, são criados dois eixos de calçadão que se conectam em duas instâncias. FLUXOS PROPOSTOS
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TREM DE CARGA
MALHA CENTRO
FLUXO DE PEDESTRES
MALHA VL. IND.
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diagrama cheios e vazios
demoliçþes
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O PROJETO De acordo com essa estruturação, delimitou-se três principais áreas. Uma área central com intenção de promover uma interação social através de eventos ao ar livre, além da liberdade de apropriação do espaço pelos usuários. Ainda na região central se daria a ocupação dos dois galpões preexistentes, um com serviço de restaurante e outro com cinema, ambos se abrindo para o calçadão e para a área central. Outra área de maior importância teria uma conformação de centro cultural e a ocupação dos edifícios preexistentes se daria por uma Biblioteca, Midiateca, Escola Técnica, Auditório para apresentações de teatro, concertos, dentre outros.
barbara cavalcanti botteon E por fim, na outra extremidade, se conformaria uma área de esportes, tanto ao ar livre como quadras e espaços para dança, quanto os que exigem área coberta. Nessa área há uma relação com a escola municipal – projeto do arquiteto Paulo Mendes da Rocha – e com o Teatro Municipal Castro Mendes. Além dessas três áreas principais, também se projeta outras ambiências, como a conexão do Parque com o Terminal Rodoviário, uma área sul com edifícios mistos (habitação + térreo comercial) que dialoga com a Vila Industrial.
legenda edifícios preexistentes calçadão - circulação principal área pavimentada n áreas de percolação espelho d’agua circulação secundária marquise / passarela novo edifício de uso misto bolsão de estacionamento
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ESTUDOS DE VOLUMETRIA acessos principais
A área de intervenção é caracterizada por um gabarito relativamente baixo. Os edif´´icios preexistentes possuem em média pé direito de 6,5 metros. Como ação de projeto foi proposto manter o gabarito e usufruir do relevo mais acientado na região da vila industrial.
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B A
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A
CORTE AA
CORTE
BB
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABREU, Maria Aparecida Torrecillas. “A cidade tem nova praça: uma visão do lazer no shopping center” ARANTES, Otília. “A cidade do pensamento único. Desmanchando Consensos”. Petrópolis: 2000. BADARÓ, Ricardo de SOusa Campos. “Campinas, o despontar da modernidade”. 1996 Marcellino, N; BARBOSA, F e MARIANO, S. “As Cidades e o Acesso aos Espaços e Equipamentos de Lazer”. 2006. RIBEIRO, Teresa Morais. “Prada e Koolhaas”. 2011. SPERLING, David Moreno. “Espaço e Evento: considerações críticas sobre a arquitetura contemporânea. São Paulo: 2008. http://archdaily.com.br/br/0q-160419/classicos-da-arquitetura-parc-de-la-villette-bernard-tschumi http://archdaily.com/11651/seattle-central-library-oma-lmn
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