Museu da Mineração | TFG 2021 | PUCC | Bárbara Sousa

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museu da mineração 1


Trabalho Final de Graduação Campinas . Dezembro . 2021 Bárbara Leite Sousa Orientada por: Leandro Rodolfo Schenk Pontifícia Universidade Católica de Campinas Centro de Ciênicas Exatas, Ambientais e de Tecnologia Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

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TFG 2021


AGRADECIMENTOS

À minha família, em especial aos meus pais, que sempre apoiaram minhas decisões e estiveram presentes, tornando esse ciclo capaz de ser concluído. Ao meu orientador, Leandro Rodolfo Schenk, o qual transcendeu o ensino da arquitetura, sendo peça inspiradora e fundamental para a concepção deste projeto. Aos professores Fábio Boretti e Caio Araújo, membros da banca interna, e a todos os professores e funcionários da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, pelos ensinamentos ao longo desses 5 anos de formação. Ao Geraldo Acedo Vieira, arquiteto urbanista, pela troca de conhecimentos e auxílio na concepção e detalhamento do projeto estrutural. À professora Ana Cecilia Campos e ao arquiteto urbanista Lourenço Gimenes, membros da banca examinadora. Ao meu grupo de TFG, formado por queridos amigos, Ana Paula Beltrão, Beatriz Cressoni, Camila Kuhl, Fernanda Garcia e Gabriel Grothge, pelo companheirismo, amizade e troca de ensinamentos, vocês serão grandes arquitetos urbanistas.

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SUMÁRIO

01 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 07 02 O URBANO .................................................................................................................... 10 Plano Urbano Territorial de Brumadinho ................................................................. 10 Contextualização ................................................................................................................. 20 Parque da Reminiscência ................................................................................................ 22 03 MUSEU DA MINERAÇÃO ....................................................................................... 24 Partido ................................................................................................................................... Programa .............................................................................................................................. Implantação ......................................................................................................................... Cortes, Plantas, Elevações .............................................................................................. Sistema Construtivo ..........................................................................................................

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04 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 80 Referências Bibliográficas ............................................................................................... 82

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25 de Janeiro de 2019 | 271 mortos

Foto: Coletivo Uni


INTRODUÇÃO

Este memorial refere-se ao Museu da Mineração, projeto integrante do Plano Urbano Territorial de Brumadinho, elaborado durante o desenvolvimento do Trabalho Final de Graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da PUCCampinas em 2021, produzido pela equipe formada por Ana Paula Beltrão, Bárbara Leite Sousa, Beatriz Cressoni, Camila Kuhl, Fernanda Garcia e Gabriel Grothge. O Plano Urbano Territorial de Brumadinho tem o objetivo de oferecer caminhos possíveis para a construção de uma paisagem brasileira, que seja digna. O município tem o potencial de se tornar um local notável em que o desenvolvimento econômico, cultura e natureza estejam devidamente equilibrados. Quando um rio de lama, irrompendo montanha abaixo, passa assolando tudo e a todos que, indefesos, encontram-se no seu caminho. A paisagem se transmuta de maneira abrupta, violenta e profunda, causando uma disrupção que vai além do âmbito físico e visual. 7


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O URBANO PLANO URBANO TERRITORIAL DE BRUMADINHO O município de Brumadinho, com ressalva aos distritos de Palhano, Piedade do Paraopeba e Casa Branca, possui a necessidade de um eixo de conexão entre as áreas de potencial natural, turístico-cultural e de desenvolvimento, para que o território se distancie da situação atual da minério dependência. Desta forma, o Plano Urbano Territorial de Brumadinho se estrutura em 3 pilares: paisagem, cultura e desenvolvimento.

PAISAGEM

Da paisagem, organizando e delimitando áreas de recuperação ambiental, principalmente junto aos setores devastados e degradados pela tragédia, aos recursos hídricos e às manchas de vegetação nativa.

CULTURA

Da cultura, criando espaços de natureza principalmente pública, parques, equipamentos e institutos vinculados a universidades e ao poder público, nos quais a população local possa contar com o devido amparo e representatividade.

DESENVOLVIMENTO

De desenvolvimento, investindo em políticas que fomentem uma produção agrícola diversificada, uma exploração mineral devidamente responsável e democrática, e um turismo sensato e equilibrado.

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Paisagem 1. Zona de Reflorestamento (Recuperação do Cerrado e Campo Rupestre de Altitude; Incentivo à preservação da paisagem cultural). 2. Reestruturação do Parque Serra da Calçada e implementação do Parque da Reminiscência. 3. Gestão Ambiental (Implementação de zonas de proteção ambiental, de acordo com o Plano Diretor do município). Cultura 1. Turismo (Criação de um eixo cultural-histórico-turístico atrelado à memória, identidade cultural e diversidade paisagística do município. Incentivo à atividade econômica hoteleira e preservação da paisagem natural). 2. Rede de Transporte Público (Ampliação e qualificação do sistema de transporte público. Criação de um sistema de mobilidade integrado, composto por linhas de ônibus e linhas férreas que conduzem cargas e passageiros, ao longo do eixo cultural-turismo-desenvolvimento proposto). 3. Linha Férrea (Criação de uma linha férrea conectada à existente, para o transporte de passageiros e escoamento de carga, servindo de suporte e estruturação da atividade econômica agropecuária, bem como recurso de mobilidade urbana). 4. Instrumentos Culturais (Incorporação de instrumentos de identidade, proteção e valorização do patrimônio cultural. Restauração de edifícios históricos e a reestruturação da relação destes com a cidade). Desenvolvimento 1. Polos Estratégicos de Desenvolvimento Econômico (Diversificação da economia, geração de emprego e renda desatrelado à minério-dependência. Políticas que fomentem a produção agrícola diversificada e o incentivo à atividade econômica hoteleira atrelada ao eixo culturalhistórico-turístico). 2. Conhecimento científico e tecnológico (Potencializar a capacidade criativa e o conhecimento científico e tecnológico, com a implementação de institutos de pesquisa atrelados à paisagem e institutos agronômicos atrelados à especialização de técnicas agropecuárias). 3. Infraestrutura (Promoção do campo e do rural em prol de um desenvolvimento harmônico com as áreas urbanas. Investimento em infraestrutura necessária ao desenvolvimento sustentável). 11


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O URBANO



O URBANO



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CONTEXTUALIZAÇÃO

O Parque da Reminiscência é uma das propostas estruturadoras do pilar da Paisagem do Plano Urbano Territorial de Brumadinho. Localizado próximo à malha urbana do município, o parque tem papel fundamental na reestruturação da paisagem e do tecido urbano devastado pela lama, em decorrência do rompimento da barragem do Córrego do Feijão. O “caminho da lama”, onde um dia foi desespero, é ressignificado pelo Parque da Reminiscência, o qual simboliza esperança à uma comunidade antes devastada, mas nunca esquecida. 20


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PARQUE DA REMINISCÊNCIA O Parque da Reminiscência tem como principal diretriz reestruturar e ressignificar a área devastada pela lama. Pensado como um parque municipal, com conexão direta ao cotidiano da população, ele é parte integrante da cidade, todo aberto, configurando um circuito de espaços livres munidos de edifícios institucionais e distribuídos em meio aos percursos. Como parte do plano, temos a reestruturação viária e a proposição de novos eixos, a fim de conectar o parque ao tecido urbano e por meio de diversos acessos. Além de priorizar o pedestre ao longo de toda sua extensão. A recuperação do solo, da água e do bioma existente - em conjunto com a memória, cultura e história local - são pilares para a estruturação do programa do parque. YBY Biblioteca Parque: Espaço cultural destinado ao desenvolvimento social que estimulam o encontro da população, as atividades educativas e lúdicas, a relação com a paisagem e o enfrentamento de novos desafios em cultura digital. Centro Comunitário e de Atendimento à População (CCAP): Atividades comunitárias, relacionadas à cultura, música e esporte. Atendimento à população local com profissionais da saúde, a fim de tratar a saúde mental pós desastre. Museu da Mineração: Espaço de história, memória e educação vinculado à atividade mineradora. Veículo educativo, tecnológico e de pesquisa. Memorial das Vítimas: Projeto proposto pelo arquiteto Gustavo Penna em memórias às 270 vítimas do desastre. 22


MUSEU DA MINERAÇÃO

YBY

CCAP MEMORIAL ÀS VÍTIMAS

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MUSEU DA MINERAÇÃO

O Museu da Mineração de Brumadinho consiste em um espaço de história, memória e educação. O município surge da atividade mineradora, que perdura como principal atividade econômica até os dias atuais. A mineração faz parte da história e memória do local e não deve ser esquecida ou negada. Dessa forma, parte do museu é destinada para contar e refletir sobre a história local. Neste sentido, é de extrema importância que se faça uma análise do que foi a mineração no Brasil e, mais especificamente em Minas Gerais, no Quadrilátero Ferrífero, para que o museu se preste como veículo educativo, abordando a questão da minério-dependência e toda sua problemática perante a população local, discutindo o futuro da atividade mineradora no Brasil, atrelando-se à paisagem, à população local e às outras atividades econômicas. A extração mineral não precisa ser associada à exploração de uma sociedade. Ela pode e deve ser feita de forma ética e sustentável.

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atividade mineradora | cultura | paisagem

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PARTIDO

Um edifício ponte, o qual conecta a paisagem e costura o território, foi o principal partido da concepção do projeto do Museu da Mineração. Este que se localiza no local exato do rompimento da barragem do Córrego do Feijão. Sendo parte de um percurso interno do Parque da Reminiscência e dialogando diretamente com o Memorial às Vítimas, do arquiteto Gustavo Penna, o projeto se desdobrou em terreno de vale, explorando diferentes cotas de nível, a fim de promover percursos internos e externos ao edifício, com a finalidade de oferecer diferentes sensações aos visitantes. Além disso, a paisagem é o elemento estruturador do partido do projeto. A arquitetura repousa sobre o território e cria uma linha no horizonte que se integra à natureza. 28


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PROGRAMA O Museu da Mineração surge com o objetivo de contar a história da cidade de Brumadinho, a qual tem seu surgimento em decorrência da atividade mineradora. Dessa forma, o programa é distribuído em três edifícios, contando com áreas de exposição interna e externa. Portanto, o entorno também é parte do museu. Através de três percursos principais, o espaço externo é incorporado ao interno, estabelecendo inclusive um sentido de diálogo e complementariedade com o Memorial às Vítimas (arq. Gustavo Penna). O acesso principal ao museu se dá pela continuidade do percurso interno do Parque da Reminiscência, e conta com muros de taipa ao longo do caminho, os quais anunciam o início da exposição com trechos de textos gravados em suas empenas. Estes textos traduzem o início das expedições em busca de minérios e o surgimento da atividade mineradora na região. Ao adentrar o primeiro edifício, temos o hall principal do museu com a circulação vertical e recepção, além da parte administrativa e de funcionários. O edifício-ponte conta com a área de exposição principal do museu, com uma planta livre, e apenas um volume que se projeta em balanço. Com destaque, este volume configura uma sala de tensão, com projeções que revelam o desastre. Após percorrer a exposição e atravessar o edifício ponte, temos outro ponto de circulação vertical, a qual dá acesso a uma área de exposição itinerante ao ar livre. E, por fim, se estende ao terceiro edifício, que conta com uma loja integrada a um espaço também de exposição itinerante, além de um restaurante. Através dos percursos externos, é possível chegar à praça mirante e ao marco zero, ambos espaços de reflexão. 30


Edifício 01 - Recepção + Administrativo Edifício 03 - Restaurante + Loja Edifício-ponte - Museu Exposição itinerante Praça-mirante

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IMPLANTAÇÃO


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NÍVEL 14 ,85

NÍVEL 8,85

NÍVEL 5,33

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CORTE BB

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PAVIMENTO DE ACESSO

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CORTE BB

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O edifício 1, implantado perpendicularmente ao edifícioponte, tem sua interseção ocorrendo no hall de acesso principal do museu, onde está locada a circulação vertical, que, por sua vez, gera um pé-direito mais amplo e imponente. Este edifício é destinado à área de recepção, à circulação vertical, e a toda parte administrativa e de funcionários do museu, que se distribuem em volumes soltos internos. Isto contribui para uma proporção mais adequada dos espaços, uma vez que o pé-direito deste edifício conta com 5,00 metros de altura, valorizando sentidos de continuidade espacial. A única sala que possui 5,00 metros de altura é a destinada ao acervo, pela necessidade de comportar esculturas de grande porte. Locada ao fundo do edifício, não compromete a solução dos volumes soltos na “caixa”. Nas empenas em contato direto com o solo, o edifício conta com paredes duplas, o que possibilita aberturas para ventilação, e evita possíveis complicações com umidade e infiltração.

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01 Recepção

02 Sala administrativa 03 Sala de reunião 04 Acervo

05 Sala de restauro 06 Copa

07 Vestiário

08 Banheiro PNE 5

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PAVIMENTO MUSEU

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CORTE BB

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O edifício-ponte recebe a área expositiva principal do museu, e tem seu programa distribuído linearmente, a fim de conduzir o visitante a atravessar a ponte e, de forma simbólica, conectar os dois lados do território, antes devastado. O percurso se inicia com uma área de exposição complementar àquela dos muros de taipa na chegada ao museu e, portanto, revela imagens e textos históricos do surgimento da cidade e a evolução da atividade mineradora na região. Logo após, o visitante se depara com uma caixa que flutua e traz tensão, a qual não entra em contato com o piso e recebe um recuo do teto, projetando-se para a parte externa, e recebendo um piso de gradil nesta área. Com todas as paredes internas brancas, esta sala é destinada ao contato com o desastre. Através de projeções, o visitante vivencia o momento exato do rompimento da barragem. Em contraposição a um edifício todo envidraçado que se abre em visuais paisagísticas nas suas duas laterais, neste ponto em específico a arquitetura conduz o olhar para baixo, através do piso de gradil, revelando o curso d’água, anteriormente tomado pelo caminho da lama. O restante do percurso é conduzido por áreas de contemplação, com visuais da paisagem que circundam o edifício, espaços expositivos de minérios, pedras rochosas e uma mesa interativa, na qual o visitante entra em contato com a parte técnica das barragens: como são feitas, quais são os tipos de barragens mais utilizados e quais estão sendo as alternativas adotadas no Brasil e no mundo referente a este tipo de atividade econômica. O módulo de banheiros segue a mesma lógica do volume solto da caixa, e está locado no fim do percurso, próximo a outro ponto de circulação vertical do edifício, que direciona o visitante para o nível intermediário do projeto, munido de uma área de exposição itinerante ao ar livre. 01 Área de exposição - Brumadinho 02 Sala de projeção - Desastre 03 Área de contemplação

04 Área de exposição - Minérios

05 Exposição de minérios e pedras rochosas 06 Mesa interativa - Barragens 07 Banheiros 0

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DET A

NÍVEL 14 ,85

NÍVEL 8,85

NÍVEL 4,05

NÍVEL 0,05

CORTE CC

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Banzo superior

Chapa metálica Piso externo

Laje alveolar

Contraventamento horizontal

Viga Portas pivotantes de vidro

Chapa metálica expandida

Vidro Fixo Montante

Piso interno

Diagonal

Banzo inferior DET A

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Laje alveolar

Viga

Contraventamento horizontal

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PAVIMENTO INTERMEDIÁRIO

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CORTE BB

01 Exposição itinerante 02 Exposição itinerante

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PAVIMENTO RESTAURANTE

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CORTE BB

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O edifício 3 configura o fim do percurso principal do museu, no qual está locada a loja de souvenires em conjunto à uma área de exposição itinerante, além de um restaurante. Com acesso apenas pelo módulo de circulação vertical, parte do edifício encontra-se “enterrado” e em contato direto com o solo, onde foi adotado o uso de paredes duplas, viabilizando as aberturas dos sanitários e da cozinha. Esta área contém toda a parte operacional, técnica e de sanitários, para que o restante se configure como um grande salão envidraçado, que emoldura a paisagem. Parte deste salão se projeta em balanço por sobre o curso d’água, o que também reforça o partido do projeto de repousar de forma sutil perante o território. Apesar da estrutura metálica fazer parte da linguagem do projeto como um todo, neste caso, ela organiza o espaço, dividindo, mas não segregando, a área do restaurante da loja e a área expositiva.

01 Loja

02 Exposição itinerante 03 Área de mesas 04 Bar

05 Cozinha 06 Câmara fria 07 Despensa

08 Depósito de lixo 09 Banheiros 10 Banheiro PNE 10

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PAVIMENTO PRAÇA-MIRANTE

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CORTE BB

01 Praça-mirante

02 Área de reflexão - marco zero

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NÍVEL 14 ,85

NÍVEL 8,85

NÍVEL 5,33

NÍVEL 0,00

CORTE AA

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NÍVEL 14 ,85

NÍVEL 8,85 NÍVEL 5,33 NÍVEL 4,05

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CORTE DD

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ELEVAÇÃO SUDOESTE

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ELEVAÇÃO NORDESTE

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SISTEMA CONSTRUTIVO O edifício-ponte tem como sistema construtivo o uso da estrutura metálica, mais precisamente o uso do sistema vierendeel, muito utilizado em pontes, ideal para vencer grandes vãos. Todas as diagonais são tracionadas e, portanto, configuram um cenário mais econômico, visto o comportamento do aço. Foram utilizados perfis H 308 x 310 mm e banzos em caixa dupla. O contraventamento horizontal da estrutura recebe perfis mais finos, os quais são fixados na alma das vigas, em baixo da laje. Este contraventamento é muito importante no processo de montagem da estrutura. A laje adotada no projeto foi a laje alveolar, pré-fabricada, capaz de vencer o módulo estrutural do edifício de 9 metros. A modulação das placas foi fundamental para racionalizar a construção. Isto acontece nos 3 edifícios, os módulos de laje pré -fabricados encaixam perfeitamente dentro dos eixos estruturais estabelecidos. Na parte do edifício-ponte em que este configura uma casca, gerando um pé direito mais amplo no local de acesso ao museu, surge um contraventamento horizontal apenas na parte superior da estrutura, que recebe perfis tubulares exercendo funções similares à de uma “mão-francesa”, de tal modo que a estrutura não sofra torções. A parte estrutural do edifício que recebe a laje superior foi deslocada 1,1 m para baixo, para que a própria estrutura da ponte configure o guarda-corpo da praça mirante, mantendo assim um desenho limpo de uma arquitetura que repousa sobre o território. 76


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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por fim, na implantação do Plano Urbano Territorial de Brumadinho, com todos os polos de desenvolvimento e infraestrutura, este projeto participa da transformação desta realidade, em prol de uma evolução conjunta da população local, e nos termos sugeridos pelo Plano Diretor. E que, o Museu da Mineração, apresentado neste memorial, possa, como parte integrante do Parque da Reminiscência, ressignificar a área devastada pela lama.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Plano Diretor de Brumadinho - Dezembro 2020 PREFEITURA MUNICIPAL (Brumadinho). Prefeitura de Brumadinho. Dossiê. Dossiê Brumadinho, Brumadinho, MG, 2020. MEMORIAL Brumadinho. [S. l.]: Gustavo Penna Arquiteto e Associados, 2020. Disponível em: https:// www.gustavopenna.com.br/memorialbrumadinho. Acesso em: 24 mar. 2021. PROJETO Brumadinho UFMG. [S. l.]: UFMG, 2020. Disponível em: http://projetobrumadinho.ufmg. br/. Acesso em: 5 maio 2021. PIMENTEL PALHA, Felipe. CAMPO E RURAL IDÍLICOS COMO FALÁCIA:: minério-dependência, incompletude urbana e injustiça ambiental-hídrica em Brumadinho (MG). Orientador: Prof. Dr. Klemens Augustinus Laschefski. 2019. 275 p. Tesee (Doutorado em Geografia) - UFMG, Belo Horizonte, 2019

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