Revista Vitrine

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EDITORIAL

VITRINE INVERNO 2015

Editorial Estilo e elegância são as palavras que cercam o conceito do Shopping, ambiente ótimo para compras e passeios. Passear e relaxar é algo imprescindível para se ter uma vida prazerosa, ainda mais quando o mundo está cada vez mais corrido e cheio de exigências. Uma revista pode ser além de instrutiva, um ótimo entretenimento. Pensando nisso, a Revista VITRINE reserva espaço para diversos assuntos que podem interessar ao leitor, indo de moda, gastronomia, cultura, lugares pra se viajar e muito mais. Sendo uma revista distribuída gratuitamente, o foco desta é nada menos que auxiliar e entreter o leitor com assuntos que envolvem o espaço do Shopping e suas lojas, para seu melhor alcance e também o aproveitamento do passeio.

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Nesta edição venha conhecer o bairro boêmio de Porto Madero, em Buenos Aires, as tendências da moda deste inverno, uma entrevista exclusiva com a cantora Ivete Sangalo, os filmes em cartaz nos cinemas, e outros temas interessantes e envolventes.

Diretor de Arte Taynara Martins

Um abraço e boa leitura!

Diretora de Redação Catarina Henriques

Diretora de Redação Catarina Henriques

Diretora de Mídia Digital Lúcia Teles Conselho Editorial Bárbara Costa, Catarina Henriques, Lúcia Teles, Ramonn Wilhelm, Taynara Martins Colaboradores Bárbara Costa, Catarina Henriques, Lúcia Teles, Ramonn Wilhelm, Taynara Martins, Bárbara Costa, Catarina Henriques

WWW.VITRINE.COM.BR

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SUMÁRIO

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TENDÊNCIAS DA ESTAÇÃO O muito além da obra “Cidadão”. Gênio. O artista muito além da obra “Cidadão”.

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VIAGEM,

Que tal um fim de semana em Buenos Aires? Puerto Madero, um projeto obsoleto que deu certo 100 anos depois.

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HOLA MADERO Puerto Madero, um projeto obsoleto que deu certo 100 anos depois.

GASTRONOMIA,

O artista muito além da obra Um gênio. O artista muito além da obra “Cidadão”. Um gênio.

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CULTURA/ O artista muito além da obra “Cidadão”. Um gênio.

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CINEMA,

O artista muito além da obra. O artista muito além da obra “Cidadão”. Um gênio. O artista muito além da obra “Cidadão”. Um gênio. O artista muito.

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ORSON WELLES EM CENA Além da obra “Cidadão”. Um gênio. O artista muito além da obra “Cidadão”.

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CINEMA,

VIAGEM/ O artista muito além da obra Um gênio. O artista muito além da obra “Cidadão”. Um gênio.

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GASTRONOMIA,

O artista muito além da obra Um gênio. O artista muito além da obra “Cidadão”. Um gênio.

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SEÇÕES/

CULTURA,

O artista muito além da obra “Cidadão”. Um gênio. O artista muito.

O artista muito além da obra. O artista muito além da obra “Cidadão”. Um gênio. O artista muito além da obra “Cidadão”. Um gênio. O artista muito.

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CINEMA,

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Reinventando

ORTO MADERO

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Encantos

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REINVENTAR Uma área ferroportuária desativada transformada na região mais moderna de Buenos Aires.

A

reurbanização de Porto Madero transformou um lugar decadente e abandonado em um dos bairros mais nobres da capital da Argentina, preservando sua arquitetura histórica.

Uma área ferroportuária desativada transformada na região mais moderna de Buenos Aires. O charme, a personalidade arquitetônica e a boêmia de Porto Madero, bairro da capital Argentina situado às margens do Rio da Prata, traçam uma infraestrutura contemporânea a partir da revitalização de construções antigas, formando um importante centro residencial, gastronômico e de negócios da cidade. Com ruas largas e espaços verdes públicos, a renovação urbanística de Porto Madero foi pensada para recuperar a relação entre as pessoas e o bairro: passear pelos calçadões a pé é uma surpreendente experiência entre o moderno e a história do local.

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A.J.MATOS

O charme de


VIAGEM

J.K.BRIKS

PORTO MADERO

A transformação de Porto madero e a criação de um dos bairros mais nobres de Buenos Aires.

Um PORTO cheio de Histórias O nome do bairro, que fica na região leste da ci- ficasse abandonado por mais de cinquenta anos. dade, é uma homenagem ao engenheiro Eduardo Em 1989, a Corporación Antiguo Puerto MaMadero, responsável pelo projeto que levou à dero SA delineou uma proposta com a intenconstrução do porto em 1897, com caracterís- ção de recuperar a zona portuária e incorporar ticas semelhantes ao de Londres, na Inglaterra. a cidade ao Rio da Prata, que incluía moradia, No início do século XX, foram construídos os lazer e áreas públicas revitalizadas. O bilionário galpões de tijolos verprojeto de reurbanizamelhos, que atualmente “As construções repaginaram o local e ção, que contou com a compõem o cenário do transformaram o antigo porto em um dos intervenção do designer bairro. O cais resolveria francês Phillippe Starck, problemas logísticos de bairros mais nobres de Buenos Aires.” dava novos ares aos vedescarregamento de nalhos galpões, depósitos e vios, mas a estrutura logo se tornou obsoleta e moinhos, que deram lugar a bares, restaurantes não teve êxito por causa das embarcações cada e empresas modernas. As construções repaginavez maiores e a pouca profundidade do rio. Com ram o local e transformaram o antigo porto em a deterioração das instalações, entre 1911 e 1930 um dos bairros mais nobres de Buenos Aires. As o projeto Puerto Novo substituiu o original ide- obras de reurbanização começaram em 1991 e alizado por Madero, o que não evitou que o lugar foram concluídas em 1998. Inverno/2015 VITRINE 11


VIAGEM

PORTO MADERO

Deixe-se encantar

Em meio à atmosfera cosmopolita

Um espaço

Encantador

O cenário urbano agradável de Porto Madero em meio à atmosfera cosmopolita da capital Argentina.

O

bairro é um espaço encantador em meio à atmosfera cosmopolita da capital Argentina. Avenidas amplas, calçadas largas, ruas arborizadas e os antigos guindastes e maquinários utilizados no cais formam o cenário urbano agradável de Porto Madero. O skyline foi redefinido para recuperar e aproximar o rio da vida do bairro. Arranha-céus, em sua maioria residenciais, emolduram a paisagem. Grandes calçadões foram construídos ao longo do dique, oferecendo uma área de convivência para as pessoas e favorecendo a circulação a pé para apreciar a arquitetura inspirada no estilo europeu. RESERVA ECOLÓGICA Entre a costa do Rio da Prata e Porto Madero está a Reserva Ecológica Costanera Sur, um dos maiores espaços verdes de Buenos Aires. Com 360 hectares de plantas nativas da região – pastagens, lagunas, salgueiros, acácias – a reserva está localizada em terrenos que foram abandonados e que serviriam para a expansão da área central do bairro, antes do projeto de revitalização do porto. Com visitação gratuita – que pode ser feita a pé ou de bicicleta – o espaço tem mirantes, pontos de observação e locais para descanso, além da fauna característica dos pampas.

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PUENTE DE LA MUJER Ao caminhar pela orla, é possível observar algumas atrações que harmonizam com o clima de renovação do bairro. Um dos destaques é a Puente de La Mujer, que atravessa o canal e é considerada um dos cartões-postais da cidade. A obra, projetada pelo arquiteto espanhol Santiago Calatrava, tem seu desenho inspirado em um casal dançando tango. Localizada no dique três, a ponte é um dos marcos arquitetônicos de Porto Madero. MUSEU FLUTUANTE Ainda na beira do canal, quem passeia por ali pode conhecer um museu flutuante. A Fragata Sarmiento, declarada monumento histórico nacional em 1962, é uma embarcação que já serviu como navio-escola da marinha e atualmente é aberta para visitações diárias. O barco tem 12 canhões, 35 velas e mantém no seu interior peças, mobílias e objetos originais. Um contraponto entre o passado preservado com os empreendimentos urbanos das imediações. PECULIARIDADES CATIVANTES Porto Madero reserva outros encantos reinventados, como o Moinho Portenho, que produziu farinha até 1956 e hoje é um centro de arte; o Pabellón de las Artes, exposição de artes plásticas, e o Museu Fortabat, edifício projetado pelo arquiteto uruguaio Rafael Viñoly e que abriga cerca de 200 obras da arte argentina. As ruas de Porto Madero guardam ainda outra peculiaridade cativante. O bairro presta uma homenagem às mulheres, dando às suas vias nomes de famosas de diversas áreas, como das artes, da política e das ciências. A mais conhecida é a Avenida Alicia Moreau de Justo, que abriga os famosos prédios de tijolos vermelhos e concentra a área gastronômica da cidade. Um dos lugares mais visitados de Buenos Aires, a avenida pode ser cruzada de ponta a ponta a bordo de um moderno bondinho ou a pé, para desfrutar ainda mais da paisagem.


Fotos por: M.V.RAMOS

Centro de produção de flora nativa - Costanera Sur

Monumento histórico e museu flutuante Fragata Sarmiento.

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Um dos marcos de Porto Madero é a Puente de la mujer.


Mantendo VIVA

à ALMA do Porto Mesmo após se transformar em um dos bairros mais modernos de Buenos Aires, com espaços sofisticados e exclusivos, Porto Madero mantém a arquitetura inglesa do projeto original, construído no início do século XX. Os característicos edifícios de tijolos vermelhos têm estruturas de concreto armado trazidos da Europa na época e sua revitalização foi realizada respeitando a fachada e os materiais, para preservar o caráter histórico do local. Os guindastes que permaneceram no canal foram recuperados, pintados e iluminados para compor a paisagem da orla e manter viva a alma do porto.

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SORVETE

GASTRONOMIA

Sorvete

Gelato

Há mais de três mil anos, o sorvete conquista o paladar das pessoas.

S

orvete, ice cream, gelato, creme glacê... Mudam os nomes, mas a essência é a mesma, fazendo com que a sobremesa gelada seja igualmente apreciada em todo o mundo. E há muito tempo. Existem diferentes versões sobre o surgimento do sorvete, porém uma afirmação é certa: ele é muito mais antigo do que você imagina.A versão mais difundida é que ele tenha surgido na China, há mais de três mil anos, feito de uma mistura de polpa de frutas com neve e servida aos imperadores. Durante o Império Romano, há registros de que a sobremesa, com mistura congelada de sucos de frutas, mel e neve trazida dos Alpes, era servida nas festas do imperador Nero. A história conta que, quando o italiano Marco Polo voltou de sua famosa expedição ao Oriente, já no século XIII, trouxe consigo a receita com o

leite adicionado aos ingredientes. Da Itália, o sorvete teria chegado à França no século XVII, com Catarina de Médici, que se casou com o rei francês Henrique II e levou chefs e suas receitas para lhe prepararem a delícia, restrita à nobreza. No início do século XVII, foram adicionados à sua composição os ovos e a nata, e desde então as pessoas passaram a saborear uma sobremesa muito parecida com o sorvete de hoje.Quando chegou aos Estados Unidos, trazido pelos colonizadores ingleses, a guloseima encontrou seu berço comercial. Os norte-americanos foram os responsáveis pela produção em grande escala, em 1851, e depois popularizaram os refrigeradores, em 1920, dando outro impulso à indústria de sorvetes. Não à toa, hoje o país é líder mundial na produção.

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GASTRONOMIA

SORVETE

Mão na massa

A

o contrário do que muitos pensam, italianos. Isso acontece porque, enquanto os fabricar o sorvete não é uma tarefa ice creams comuns possuem em média 50% fácil. A receita não se limita a de ar na composição, os gelatos não possuem misturar leite, frutas e colocá- mais que 30%. No Imperatriz Gourmet, la no congelador, embora tenha surgido essa especificação em particular recebeu exatamente dessa maneira. O processo conta muita atenção, durante o desenvolvimento com a medida de, no mínimo, 10% de gordura da linha Gelato Gourmet. Na pesquisa do leite e 6% de ingredientes sólidos lácteos por fornecedores de matéria-prima e de não gordurosos. Essa quantidade de gordura máquinas, as vencedoras foram as italianas. láctea pode variar de 10 a 16%. Quanto mais “O sorvete italiano é mais consistente, gordura, melhor é o possui uma menor sabor e mais cremosa é incorporação de ar a textura. Outra garantia “Quanto mais gordura, melhor é o na massa, por isso se da qualidade tem relação torna mais saboroso. E sabor e mais cremosa é a textura.” com a quantidade de ar o maquinário para esse no produto. Isso tem a tipo de sorvete também ver com a natureza física é específico, pois precisa do sorvete: ele é uma emulsão, ou seja, uma produzi-lo na temperatura adequada para o sabor combinação de duas substâncias que em e consistência se mantenham como o esperado, geral não se misturam. Uma substância fica além de permitir essa pequena incorporação dispersada na outra. As moléculas de gordura de ar (em torno de 25%) enquando os sorvetes são suspensas em uma estrutura de água, atualmente comercializados possuem de 70 a 80% açúcar e gelo com bolhas de ar. E é aí que de incorporação de ar”, explica a nutricionista está a grande diferença entre o ice cream e o do Imperatriz Gourmet, Janinne Zaleski. Para renomado gelato italiano. No mundo, há um a escolha dos sabores, também foi feita uma consenso de que os melhores sorvetes são os pesquisa. Primeiro, observou-se quais os mais

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vendidos entre as linhas já comercializadas pelo mercado Imperatriz Gourmet, para que fossem mantidos, e a partir daí selecionaramse os sabores diferenciados, que por definição seriam a característica da linha Gelato Gourmet. O sorvete limeta, por exemplo, é de limão e leva pedaços da casca do fruto, além de uma calda feita especialmente para dar um sabor mais acentuado ao gelato. Os sabores de whisky, chocolate com avelã, cookies e kindere foram criados pensando no público, pois remetem ao sorvete o gosto de alimentos e bebidas já conhecidos em outros produtos. “Todos eles foram testados e, após uma degustação, verificou-se quais seriam mais atraentes para o público, sempre buscando a variação da linha,

entre sorvetes com base de leite, sorvetes com base de água e sorvetes de iogurte, muito em moda atualmente, os frozen iogurt”, explica Zaleski. Para atender às dietas com restrições de calorias, foram formulados sorvetes diets, sem o uso do açúcar. “A ideia de criar a linha surgiu pela demanda por sorvetes mais refinados, diferentes daquilo que se encontra atualmente em supermercados. O conceito do trabalhado foi de trazer para as estantes um sorvete artesanal, mais encorpado, característico de sorveterias, e não costumeiramente vendido em potes, como ocorre com outras marcas”, explica a nutricionista. Com 15 sabores que despertam a curiosidade do paladar, escolha o seu preferido e delicie-se sem arrependimentos.

Sorvete no Brasil No Brasil, a delícia ficou conhecida no século XIX. Como não havia como conservá-la gelado, a sobremesa só podia ser consumida logo após seu preparo, e, por isso, os anúncios que avisavam a hora exata da fabricação ficaram conhecidos. O primeiro deles apareceu em São Paulo, com a seguinte mensagem: “Sorvetes – Todos os dias às 15h, na Rua Direita, nº44”.

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GASTRONOMIA

FONDUE

Fondue Chocolate de

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Fondue e Inverno

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tradicional prato de origem suíça é um dos preferidos de quem procura se aquecer nos dias frios de outono e inverno. Levado à mesa em um rechaud aquecido por uma lamparina, a iguaria é servida diretamente por quem estiver degustando o prato, que irá mergulhar o pão no queijo derretido usando um garfo específico, e compartilhar o alimento de forma agradável e descontraída. Mas você já imaginou como surgiu este apetitoso prato? Com origem na região de fronteira entre a França e Suíça, o nome fondue vem do termo francês fondre (derreter) ou fundir, caracterizando o derretimento e mistura dos queijos Gruyère e Emmental. Uma das versões sobre a origem do prato conta que sua criação teria ocorrido durante a Segunda Guerra Mundial, quando os camponeses produtores de leite, que viviam nos Alpes Suíços, precisaram se alimentar da sua produção de queijos.

Assim para evitar se expor ao frio das montanhas e aos perigos dos combates, eles derretiam os restos dos queijos para fazer um creme, onde mergulhavam o pão e comiam para matar a fome. Com o tempo a arte de espetar o pão mergulhado no queijo derretido ganhou outros elementos e outros sabores. Como a fondue de carne, que é frita em óleo quente e também a popular fondue de chocolate e frutas servida como sobremesa. Além de outras variações. A fama da fondue teria se espalhado pelo mundo na década de 50, quando um chefe de restaurante em Nova Iorque, especializado em comida suíça, começou a servir o prato para seus clientes. Em Campos do Jordão a fondue é uma das especialidades que pode ser facilmente encontrada nos restaurantes da cidade. Além de combinar muito bem com a elegância e o clima da montanha. Se toda esta história aumentou ainda mais sua vontade de saborear uma deliciosa fondue, então faça suas malas e pegue a estrada para a suíça na serra paulista. Inverno/2015 VITRINE 21


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“ inverno é tempo de modernidade”

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MODA

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ara estar elegante nos dias frios, é possível fugir dos tons escuros e da simples sobreposição de blusas e casacos

A cada estação vem a preocupação: “O que será moda?”. O inverno é o momento do ano para ser mais elegante, mas é também quando surgem interrogações acerca do que usar. Com os tecidos pesados e as temperaturas mais baixas, as composições parecem ficar mais difíceis, mas a Revista Havan mostra que não há segredo. Estar na moda também implica em se conhecer, em encontrar caminhos para harmonizar particularidades como biotipo, conforto e ocasião. As peças mostradas em desfiles ou colocadas como tendência nem sempre vão ficar bem em quem as usa. O melhor a fazer é agregar um toque de tendência ao seu estilo. “Os clientes estão cada vez mais informados sobre moda. Para atender a expectativa desse público tão exigente, o departamento de compras busca as melhores peças das melhores coleções dos fornecedores”, revela Rosimeri C. Benvenutti, gerente de produto masculino e infantil da Havan. Lãs e tricôs, por exemplo, esquentam e nunca saem de moda. Então, aqui vai uma dica sempre válida: usar peças antigas junto com peças novas é uma boa solução, com mistura de tecidos e estilos para obter um visual único. É o que explica Rozze Angel, consultora de estilo e pesquisadora de tendências da Be Hype: “Em geral, não mudamos todo o guarda-roupa a cada troca de temporada, embora adoraríamos poder fazer isso. Por isso, é preciso incorporar alguns elementos de acordo com a época do ano”.

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Destaques

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da


INVERNO

MODA

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ara a coleção de inverno 2012, os espaço com os tons de marrom (com variações destaques são a alfaiataria com a até o verde musgo), além de detalhes em metal. forte presença dos casacos, capas e A carta de cores da Havan investe no color block, jaquetas, compondo looks com calças com corais, canard, petróleo, pink, violeta, royal montarias e flares. Pela praticidade e vermelho. “Os tons de pedras preciosas vão do dia-a-dia, a malharia também tem um espaço trazer o charme do rubi, esmeralda, safira, além importante e é considerada uma peça-chave no de ouro e prata velho, cores que vão enfatizar a guarda-roupa, principalmente para quem busca sofisticação nessa temporada”, descreve a estilista conforto. “Os clientes encontrarão produtos Élen Pedrini. que vão desde os básicos casuais em malharia às peças sofisticadas em alfaiataria. Procuramos Os profissionais da moda apostam nas estampas atender todos os públicos em cores fortes. “Elas e estilos”, conta Carlos “Os metalizados serão a vedete da com certeza vão criar Eduardo Luciani, gerente um contraponto para a de confecção feminina e temporada, sem dúvida. Para quem monotonia que o inverno lingerie da Havan. pode trazer. Quem sabe não quer errar, a dica é apenas usar, pode misturar O diferencial da Havan padronagens diferentes. é oferecer o que há de pontuar o look com o brilho do metal, Já quem não quer correr melhor em diversidade. riscos, pode optar por “Criamos as coleções seja dourado, prateado ou bronze”, apenas um detalhe em conjunto com estampado”, recomenda nossos parceiros fornecedores depois de uma a consultora Rozze. Os tecidos e acessórios pesquisa de tendências. Só então filtramos o metalizados ajudam a personalizar as roupas, que acreditamos ser mais atrativo para nossos calçados e acessórios, e a conseguir efeitos que clientes”, explica Élen Pedrini, estilista da equipe valorizam qualquer produção. “Os metalizados de moda da empresa. serão a vedete da temporada, sem dúvida. Para quem não quer errar, a dica é apenas pontuar O inverno 2012 é o tempo da modernidade sem o look com o brilho do metal, seja dourado, exageros. O preto reina como sempre, mas divide prateado ou bronze”, indica.

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MODA

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Eternity Explora o lado feminino e luxuoso da mulher, traduzindo através das falsas peles, trench coats, saias midi (com comprimento até a canela) rodadas, blusas golas laço, cores que vão desde o off white, nudes, e tons metalizados para a estação.

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Metropolis É o resultado da mistura entre androgenia (influência do guarda-roupa masculino) minimalismo e oversize, aqui temos muitos blazers, camisas brancas, calças montarias, calças e jaquetas bikers, leggings de falso couro em tons de prata, bronze e dourado, blusas amplas. Calças Boyfriend renovadas com as pernas mais justas, jaquetas de falso couro, casacos e capas.

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MODA

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Western Já foi usado em outras coleções, mas sempre é muito bem recebido pelo público e tem uma beleza inexplicável e diferente. São marcados pelas estampas florais, xadrezes invernais e cashmeres. Explora os vários tons de marrons, verdes, pitadas de laranja e corais, além do tendencioso caramelo, calças flare e fit, saias longas, golas e coletes de pelo, calças e blazers de veludo.

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College Este tema é um dos mais adorados pelo público teen. Nele, enquadram-se as jaquetas universitárias, mini saias de pregas em xadrez, blazers, suéteres e cardigans. As cores giram em torno dos clássicos marinho, vermelho e verde menta.

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MODA

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Moda ao alcance de todos

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ptar pelo fast fashion para reabastecer o guarda-roupa tem sido uma solução prática. “Se uma grande magazine souber como colocar seu estilo aliado a uma tendência, com preço mais acessível — uma de suas principais características —, acaba por oferecer, sim, excelentes peças na coleção”, explica Rozze. Ela conclui dizendo que essa é uma ótima alternativa para quem gosta de andar sempre com as novidades da temporada. “Estamos em constante contato com o que o mundo da moda aponta, sempre de olho nos desfiles de Londres, Paris, Milão e Nova Iorque”, explica a estilista da Havan, Élen Pedrini. A cada coleção, os compradores viajam para o exterior a fim de conferir o que está em alta e de trazer as melhores novidades. “A preocupação da loja vai além da venda. Somos comprometidos em garantir que nossos clientes possam dispor do melhor produto por muito menos”, declara Carlos Eduardo Luciani, gerente de produtos femininos e lingerie da Havan. É a garantia de que a moda está sempre atualizada na loja.

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Dicas Agora que você está por dentro das coleções, preparamos também algumas dicas do que é tendência para facilitar as compras. Comesse guia em mãos, é só escolher o que melhor se adapta a você e aproveitar o friozinho com elegância e estilo.

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5 As saias e vestidos poderão ser usados livremente.

Jaquetas mais curtas dividem espaço com os trench coats e os casacos 7/8.

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Jeans ganham cores em color block como azul bic, vermelho, coral e verde bandeira.

Efeitos tecnológicos tornam os tecidos diferenciados.

4 Rendas continuam em alta.

7 Entre os tecidos de destaque, estão veludo, couro e cetim.

6 Zíperes e costuras aparentes estão em quase tudo.

8 Combinação de tecidos leves e pesados, lisos e trabalhados, opacos e brilhantes, dando efeitos de modernidade aos looks.

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INVERNO

MODA

Toques e retoques MAQUIAGEM

Marrons, dourados, cobres, metalizados, azuis e lilases para os olhos. O azul aparece bastante em cílios e delineadores. Bocas em tons de vermelho e vinho convivem com tons nude. Toques de brilho com efeito vitrificado surgem para dar vida a nuances mais sóbrias, sempre buscando equilíbrio entre boca e olhos. Equilibre: se um está em destaque, o outro fica mais suave.

CALÇADOS

Botas são itens obrigatórios no inverno. Neste ano, as coleções trazem todos os estilos (montaria, country, ankle boots) com canos e saltos de todo tipo, mas as ankle boots são destaque. Espadrilles e Anabellas embarcam também no inverno com modelos mais fechados. Os scarpins ganham estilo, com cores e saltos metalizados que garantem muito sucesso. Para os homens, o clássico de sempre, com apelo maior para as botas. O toque de ousadia fica para saltos e detalhes que podem aparecer com efeitos de metal.

ESMALTE

Os metalizados também aparecem nos esmaltes, seja em cores ou efeitos. Tons fechados que vão do azul cobalto ao preto noite, e do vermelho cabaré ao vinho tinto, encontram equilíbrio nos tons nude e dividem espaço com verdes militares e toda a gama de marrons. Entre os efeitos, destacam-se os de luz, através de materiais que lembram purpurina ou estilhaços de vidro, em sobreposições desse efeito em toda a unha ou apenas nas pontas (o chamado “ombrê”). podem aparecer com efeitos de metal.

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CULTURA

ENTREVISTA

Ivete Sangalo A cantora Ivete Sangalo é admirada por suas músicas, mas também por sua energia e alegria contagiantes

F

alar que Ivete Sangalo é uma das maiores ar­t istas que o Brasil já produziu não é nenhum exa­gero. Nascida na Bahia, a cantora conquistou o País e, em 2010, alcançou um vposto para poucas brasi­leiras: um show em Nova Iorque, nos Estados Uni­d os. Para sua grande legião de fãs, e mesmo para aqueles que não

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são apaixonados pelo tipo de mú­ s ica que ela faz, a cantora é vista como símbolo de sucesso profissional, saúde e alegria de viver. A cantora deu entrevista exclusiva para a Re­vista Vitrinec e falou de onde tira toda essa energia para conseguir aguentar essa maratona de shows, além de dar dicas sobre bem-estar e saúde.


REVISTA VITRINE: Você é conhecida nacio­ nalmente pela grande energia que tem nos seus shows. Como você mantém essa energia? IVETE SANGALO: Através de exercícios físi­cos e uma alimentação equilibrada.

O que você acha que é necessário para chegar ao ponto que você chegou, de tan­to sucesso e admiração? IS: Muito trabalho e dedicação. E claro, fãs mara­vilhosos como os meus.

Você faz shows pelo Brasil inteiro e até no ex­ terior. Como manter o equilíbrio, na alimen­ tação e na rotina de exercícios, viajando tanto? IS: Apesar de todas as viagens, quando estou em casa mantenho a rotina de exercícios com um personal trainer e acompanho a alimentação com um nutricionista.

Como você lida com esse assédio? Os papa­ razzi a perseguem muito? IS: Eles são muito respeitosos comigo. Sei que ali é o trabalho deles. E paro, tiro fotos, brinco.

Na época de Carnaval, podemos dizer que Ive­ te se transforma em uma verdadeira atleta? IS: A rotina do Carnaval de Salvador é de atleta. São oito horas em cima do trio, com sol quente, cantando e dançando sem parar. A preparação começa muito tempo antes, com atividade física e preparação vocal especialmente para esse pe­ríodo do ano. Em setembro você fez um show em Nova Ior­ que, nos Estados Unidos, onde gravou o seu 1º DVD internacional. Como foi o show e qual a sua impressão sobre essa experiência? IS: Nos preparamos como manda o figurino. Foi uma noite de muita emoção. Um repertório re­cheado de canções inéditas e momentos visuais que valeram a pena. Além das participações de grandes nomes da musica mundial. Foi um es­petáculo único para minha carreira, estou feliz e realizada.

Vemos que você é uma das artistas mais atu­ antes no Twitter. Ele aproximou você ainda mais dos seus fãs? Como é ter esse relaciona­ mento pela internet com eles? IS: É muito importante estar no Twitter perto dos fãs. Lá vejo os rostinhos, brinco, conto coisas sobre mim e também sei muito deles. E quando chego ao show vejo todos eles lá de cima do trio. É mais importante para eu estar mais perto de­les, pode ter certeza. A maternidade mudou a sua vida? De que forma? IS: De todas as maneiras possíveis! Em tudo! O que é qualidade de vida para você? IS: Ser feliz, estar com a minha família e fazer o que amo. Qual seu conselho para todos que estão nos lendo e buscando a felicidade? IS: Continuem fazendo isso. Se for de verdade para você, vá, corra, lute que dará certo.

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CULTURA

CIDADES CRIATIVAS

Cidades

Criativas

Conexão entre a cidade e seus habitantes Lugares planejados dentro dos atuais conceitos de urbanização e Cidade Criativa oferecem qualidade de vida, harmonizando arquitetura, sustentabilidade e espaços públicos de convivência

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as últimas décadas, a palavra criatividade ganhou destaque no cenário mundial. O conceito, que antes era entendido apenas para as artes, hoje é aplicado em diversos outros setores. Na era da informação e tecnologia, as ideias inovadoras e a capacidade de conseguir viabilizá-las trouxe outra lógica para o modelo econômico atual. A criatividade se desenvolve no ser humano a partir de estímulos e com as cidades não é diferente. Como locais de vivências, trocas de experiências e diversidade, os centros urbanos possuem ricos polos desse tipo de expressão. Assim como a economia, as cidades começam a ser repensadas nesse novo contexto. Desde o final do século XVII, com o início da Revolução Industrial, até as primeiras décadas do século XX, a ascensão das cidades industriais se deu ao mesmo tempo em que ocorria o seu processo de urbanização. Ao longo do tempo, transformaram-se conforme a lógica econômica se desenvolvia. Os habitantes dessas cidades tiveram um papel fundamental no seu desenvolvi-

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mento: foram eles quem, de fato, a construíram. Ana Carla Fonseca Reis, economista e doutora em urbanismo pela Universidade de São Paulo (USP), escreveu a primeira tese no Brasil sobre Cidades Criativas. Em 2008, ela organizou, com a colaboração do pesquisador norte-americano Peter Kageyama, o primeiro estudo sistemático mundial sobre o mesmo tema. O livro digital “Cidades Criativas – Perspectivas” reuniu a análise de 18 profissionais, de 13 países diferentes, como Taiwan, Noruega, África do Sul e Colômbia. A proposta era trazer olhares sobre lugares dos mais diversos portes, histórias e perfis socioeconômicos. A partir das análises abordadas no material, Ana definiu a cidade criativa em uma única frase: aquela que se reinventa permanentemente. Para a pesquisadora, esse conceito possui três pilares importantes. “O primeiro é a inovação. Elas são variadas e entendidas como novos produtos, serviços, processos e olhares com valor percebido, resolução de problemas e aproveitamento de oportunidades - de nanotecnologia a tecnologias


Parque Municipal em Curitiba, Paraná-Brasil

sociais, do reaproveitamento de resíduos sólidos a tecnologias verdes. A segunda característica são as conexões - entre público e privado, entre áreas da cidade, entre sua história e sua visão de futuro, entre ela e suas cidades vizinhas ou o resto do mundo. E, por fim, a cultura, em três dimensões: pela identidade simbólica que carrega; por seu impacto econômico e por ajudar a formar um ambiente propício à criatividade”, explica Ana. Novo conceito para a urbanização das cidades Os atuais conceitos sobre urbanização defendem a proposta de cidades feitas para acolher as pessoas e planejadas para promover a qualidade de vida de seus habitantes. Nesse cenário, um bairro ideal possibilita que seus moradores vivam, trabalhem e desenvolvam atividades sociais dentro de sua vizinhança, diminuindo a necessidade de grandes deslocamentos e, consequentemente, do uso de veículos. Esse conceito desafia a repensar as cidades. A teoria mostra-se bastante convidativa e funcional, mas uma das dúvidas recorrentes é a possibilidade de executá-la em lugares já formados. Para David Sim, Consultor de Criação na Gehl Architects, o conceito defendido por Jan Gehl é aplicável em todas as situações. “Espaços menores, que abrigam um ritmo mais lento de vida, são as referências para todas as cidades. Devemos

Jardim Botânico na cidade de Curitiba, Paraná - Brasil

Parques e Jardins em Portland, Oregon EUA


Estação de transporte Urbano na Cidade de Curitiba, Paraná - Brasil

usar a nossa criatividade para encontrar maneiras de trazer a escala humana a todos os lugares até mesmo para uma metrópole. Tóquio, uma das cidades mais populosas do mundo, é um grande exemplo. As pessoas desfrutam do prazer social e sensorial em quase toda parte”, ressalta David. Não é preciso radicalismo para atender aos objetivos pretendidos. David defende a adaptação do que já existe, respeitando a cultura e a condição de cada área. “Temos que começar entendendo os lugares que temos. Nós visitamos cada um para estudar de perto como funciona, quem está lá, quantas pessoas existem, como elas usam o espaço público, o que está funcionando e o que não está. Com base nesses estudos, fazemos recomendações específicas e estratégicas para melhorar o cenário. Não é apenas uma questão de encontrar soluções de engenharia que possam acomodar fisicamente determinados números, velocidades ou fluxos, é reconhecer e acolher os fatores que nos dão qualidade para viver melhor diariamente”, explica o arquiteto

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Cidade para pessoas O livro do arquiteto dinamarquês Jan Gehl, responsável pela transformação de Copenhagen, serviu como uma das inspirações par a Cidade Pedra Branca. O autor estabelece desafios para o futuro da urbanização e utilização de espaços públicos e analisa também temas essenciais à qualidade de vida dos habitantes de uma cidade, além das possibilidades de expressão individual e coletiva.

Cidades Criativas - Perspectivas Organizado pela economista e doutora em urbanismo Ana Carla Fonseca Reis, o livro reúne 8 autores de 13 países com diferentes visões sobre a transformação das cidades em lugares melhores para as pessoas.


Paisagem urbana na Cidade Pedra Branca, Santa Catarina -Brasil

BRASIL PARA AS PESSOAS

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eferências brasileiras são elogiadas pela equipe de Gehl. “Muitas das ideias mais inovadoras para a vida da cidade sustentável vieram do Brasil. Curitiba é um exemplo para o mundo todo. Os brasileiros são extremamente sociáveis e abertos para esse estilo de se viver, talvez sejam as melhores pessoas do planeta para usar e desfrutar do espaço público”, afirma David. Não por acaso a capital paranaense foi citada por ele como uma cidade que se destaca por seu novo planejamento urbano, que inclui o aumento de ciclovias e conscientização das pessoas para o uso da bicicleta, espaços públicos renovados, mobilidade urbana e um viés de sustentabilidade que é exemplar. Realista, ele sabe que existem barreiras a serem vencidas no país. “Segurança é uma questão muito importante, mas a melhor maneira de garantir um ambiente seguro é ter a abundância da vida pública – com pessoas vivendo em torno de espaços compartilhados, que são muito mais eficazes do que os guardas de segurança, as cercas e câmeras”, sugere David.

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Portland, uma cidade sustentável e criativa

N

o início do século passado, o paisagista John Charles Olmsted desenvolveu um projeto para Portland, situada no estado de Oregon, nos EUA. Ele propôs a criação de áreas de convivência para a população com ambientes que associavam áreas verdes e construções. Anos depois, com o desenvolvimento da cidade, uma grande avenida, às margens do rio Willamette, foi substituída por um parque e, desde então, as políticas públicas adequam os interesses urbanos com a preservação do meio ambiente. Com o passar dos anos, os mais de dois milhões de habitantes de Portland desenvolveram soluções que a tornam sustentável. Por meio de seu planejamento urbanístico, a cidade se destaca

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por soluções no transporte urbano que respeitam o ambiente e pela inovação. Portland se destaca pela sustentabilidade e planejamento dos espaços urbanos, com ênfase para áreas verdes. Grande parte da população utiliza a bicicleta como principal meio de transporte. Além disso, foram criados os projetos de carona solidária, que conferem ótimos resultados. Há ainda um serviço de aluguel e veículos elétricos, com custo acessível e carros disponíveis em vários pontos da cidade. Portland considera, a partir da construção de pavilhões sustentáveis, reduzir as emissões de carbono em 80% até 2050. Já está em execução o desenvolvimento de um bairro composto somente por edifícios com o selo ambiental LEED (Leadership in Energy and Environmental Design).


Locomoção

CIDADES CRIATIVAS

CULTURA

Referência em planejamento urbano, a locomoção em Portland tende a ser bem simples. O transporte público é de excelente qualidade e a região central pode ser explorada a pé ou de bike. Uma das estratégias criativas adotadas pela Prefeitura foi a criação de Bicicletários Criativos como forma de incentivo à um meio de transporte mais sustentável e estilo de vida mais saudável, ao mesmo tempo insere arte no ambiente urbano público. Abaixo seguem algumas imagens dos bicicletários bem humorados e criativos os quais foram espalhados na região central de Portland, Oregon- EUA

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CINEMA

ORSON WELLES

Welles, O

Cidadão Kane

TEXTO Emiliano Urbin DESIGN Ramonn Wilhelm FOTO Divulgação ORSON WELLES O artista muito além da obra “Cidadão Kane”. Um gênio para a sétima arte.

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Há cem anos, em 6 de maio de 1915, nascia o autor do maior filme do mundo. Os resultados das enquetes, de vez em quando, até podem indicar outro à frente de Cidadão Kane (1941), mas o impacto do longa de estreia de Orson Welles só encontra comparação, a rigor, com projetos dos irmãos Lumière (os inventores do cinema) e de D.W. Griffith (o diretor de O Nascimento de uma Nação, título de 1915 definidor da gramática básica da linguagem cinematográfica). Reduzir o gênio de Welles ao seu filme mais famoso, no entanto, seria um equívoco que o exame mais atento da história do século 20 não deixa cometer. Natural da fria Kenosha, cidade de 90 mil habitantes ao norte de Chicago, ele ficou órfão de pai e mãe na adolescência. Estudou pintura e, em Nova York, aos 21 anos, fundou a companhia Mercury Theatre.

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O outro lado de Welles Welles não era um sujeito fácil. Em meio ao turbilhão pós-Cidadão Kane, aceitou ser um dos embaixadores artísticos dos EUA na América Latina, o que o trouxe ao Brasil para realizar o inacabado documentário It’s All True (“É tudo verdade”). Foi um período de trabalho e,

também, de farra – descrita em biografias, reportagens e filmes diversos sobre ele (sobre o episódio, Rogério Sganzerla lançaria Nem Tudo É Verdade em 1986). Poucos anos depois de Cidadão Kane, o cineasta já havia se envolvido com diversos projetos, alguns abandonados, outros finalizados à sua revelia. Welles em cena De comportamento politicamente incorreto, cultivou muitas inimizades – e, para os detratores, transformou-se em um personagem de si próprio, polemista e fanfarrão, desleixado com a aparência e despreocupado com as consequências de seus atos. Protagonista de quase todos os seus filmes (além de acumular outras funções), sabia usar o corpo para personificar vilões sórdidos, porém humanizados (na foto acima, Macbeth). Cético, pessimista e com capacidade de rir de tudo, incluindo de si próprio, tinha predileção pelas tramas de ruína e autodestruição. “Quase todas as histórias sérias no mundo são histórias de fracasso”, disse certa vez. “Mas, nessas histórias, geralmente há mais paraíso perdido do que propriamente derrota.”.

UM GÊNIO ALÉM DAS TELONAS! Welles viveu a tragédia da vida de modo absolutamente intenso. Morreu em 1985, aos 70 anos, quando o coração, maltratado pelos excessos, entrou em colapso. Como se a obra que deixava não fosse suficiente (foram dezenas de filmes, como ator e diretor), deu munição a repórteres e escritores com seus causos de confronto com os produtores e rebeldias diversas. E com suas frases definitivas, sobre tudo e sobre todos. Nunca houve um filme como Cidadão Kane, nunca houve um artista como Orson Welles. Inverno/2015 VITRINE 45


NOVIDADES

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CINEMA

PEQUENO PRÍCIPE “O Pequeno Príncipe” terá sua pré-estreia internacional em Cannes.

FESTIVAL DE CANNES/

As grandes promessas para o Festival de Cannes Começa nesta quarta-feira, 13 de maio, a 68ª edição do Festival de Cannes, que marca o início da temporada de prêmios para o cinema mundial. Neste ano, quem estampa os cartazes é a atriz Ingrid Bergman, que completaria 100 anos no dia 29 de agosto, assim como Orson Welles, também homenageado. O filme de abertura será “La Tête Haute”, de Emmanuelle Bercot, primeira diretora a ganhar essa honra desde Diane Kurys em 1987. Seguindo a tradição de pouca representatividade feminina no festival, a competição conta apenas com duas mulheres atrás das câmeras, entre 17 homens: Valérie Donzelli (“Marguerite et Julien”) e Maiwenn (“Mon Roi”), ambas da França. A seleção deste ano inclui diversos nomes habituais, como Nanni Moretti (“Mia Madre”), Jia Zhangke (“Mountains May Depart”), Gus Van Sant (“The Sea of Trees”) e Paolo Sorrentino (“Youth” ou “La Giovinezza”), vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro com seu último filme, “A Grande Beleza”. A lista ainda inclui pré-estreias não-competitivas de “Mad Max: Estrada da Fúria”, “Divertida Mente”, “O Pequeno Príncipe” e “Irrational Man” (novo filme de Woody Allen). 46 VITRINE Inverno/2015

NATALIE PORTMANN SURPREENDE DE NOVO/ Entre os estreantes, destaca-se a atriz Natalie Portman, que se lança na direção com a biografia de Amos Oz, “A Tale of Love and Darkness”. Segue pelo mesmo caminho o ator francês Louis Garrel, que apresenta seu primeiro longa “Les Deux Amis”, O filme, todo falado em hebraico, conta a história da família do escritor, que são judeus do leste europeu. Forçados pelo antissemitismo, eles foram para a terra prometida. O longa ganha contornos dramáticos quando, aos poucos a tristeza vai consumindo a vida de Fania ate chegar ao estágio da depressão.


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NA TELONA/

Os lançamentos mais badalados do ano O calendário internacional de cinema anda bastante agitado, com lançamentos badaladíssimos programados para 2015, 2016 e até 2017. Em 2015, o filme que vai dar o que falar é o novo episódio de Star Wars, que volta às telonas pelas mãos de J. J. Abrams e da Disney, dez anos após o último filme da saga, A Vingança dos Sith. Além desse retorno, outros conhecidos do público brasileiro devem voltar aos cinemas: Até que a Sorte Nos Separe, Qualquer Gato Vira-Lata e Meu Passado me Condena ganham novas sequências em 2015, além de A Mulher de Preto, Busca Implacável e Os Vingadores. Também continuam neste ano as sagas adolescentes Divergente, Maze Runner e Jogos Vorazes, que chega ao episódio final. Nostalgia é a palavra de ordem, uma vez que teremos remakes de Cinderela, Poltergeist, Mad Max e O Quarteto Fantástico. Também chega aos cinemas mais uma aventura de James Bond em 007 - Spectre.

STAR WARS DE VOLTA Star Wars: O Despertar da Força é o sétimo filme da franquia e tem direção de J.J. Abrams

As formas mais modernas de assistir a filmes em casa Há 10 anos, ter uma TV de alta definição, “tela fina”, parecia algo para poucos, hoje são poucos os que possuem o antigo “tubão”. O mercado, contudo, não para, e a resolução “HD” já é coisa do passado. Hoje os televisores mais comuns são os “Full HD”. Aliás, as altas definições não estão só nos televisores, e quase todo celular ou tablet, já conta, no mínimo, com resolução Full HD em suas telas. Isso também vale para alguns projetores.

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