TFG Arquitetura - Conexão Híbrido

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C O N E X Ã

H ÍB R I D O

DO INDIVÍDUO AO COLETIVO



UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

BARBARA DE SOUZA MELLO FELICETTI

CONEXÃO HÍBRIDO: DO INDIVIDUO AO COLETIVO

SÃO PAULO, SP 2021


UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

BARBARA DE SOUZA MELLO FELICETTI

Trabalho de Conclusão de Curso apresentada à banca examinadora do curso de Arquitetura e Urbanismo, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Anhembi Morumbi. Orientador: Flávia Elaine Aliotti R. Nogueira

SÃO PAULO, SP 2021


AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, que me guiou e deu forças para estar aonde cheguei, para vencer todos os desafios durante o trajeto da faculdade e principalmente nesse percurso da monografia, que foi tão desafiador e difícil, ainda mais, em um período de pandemia e agora com tudo a distância. Agradeço também a minha mãe e meu padrasto que sempre me motivaram, me dando todo apoio e suporte para meus estudos e desenvolvimento nessa trajetória que sempre sonhei, e sempre incentivando a não desistir nos momentos difíceis. Ao meu namorado que suportou todos os momentos de estresse, ansiedades, e alegrias, me dando sempre muito apoio e companheirismo em todos os momentos. Além disso, agradeço também a todos os amigos que fiz ao longo dessa jornada, que estiveram nos momentos risadas, nas entregas, nas madrugadas viradas, e chamadas de vídeos fazendo os trabalhos. E aos meus professores que sempre foram muito importantes durante meu processo de aprendizado, em especial, a minha orientadora Flávia, que desde o 5º semestre me trouxe uma visão do mundo sustentável, onde eu me apaixonei e que durante o processo da monografia me ensinou tanto compartilhando suas experiências e visões.


A arquitetura é a arte e a ciência de garantir que nossas cidades e edifícios se encaixem na maneira como queremos viver nossas vidas: o processo de manifestar nossa sociedade em nosso mundo físico. - Bjarke Ingels


RESUMO

O edifício híbrido surge, como uma resposta ao crescimento urbano e o dinamismo constante das grandes metrópoles, a fim de tornar os espaços mais multifuncionais e permeáveis. Assim, esse trabalho tem como objetivo a realização de um edifício híbrido e espaços livres, no bairro da Penha, Zona Leste, como solução a uma cidade compacta e dinâmica, propondo diferentes usos, e integrando-se malha urbana. Assim, como entendimento do projeto, buscou-se entender o híbrido desde seu conceito, suas aplicações, até sua inserção urbana, mostrando a necessidade de integração entre o espaço público e privado, através da composição de usos que levam a maiores conexões sociais, interativas e dinâmicas, além do entendimento dos espaços individuais, coletivos, sustentáveis e respiráveis, para aplicação final do trabalho.

Palavras-chave: Híbrido. Conexão. Metrópoles. Habitação. Trabalho compartilhado. Lazer.


LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Crescimento populacional ONU............................................................................................................................................15 Figura 2 – Metrópole de São Paulo...........................................................................................................................................................16 Figura 3 – Pruitt-Igoe concebido no final da era do Modernismo ....................................................................................................17 Figura 4 – Brasília e o planejamento modernista ....................................................................................................................................18 Figura 5 – Av. Paulista como eixo dinâmico da cidade.........................................................................................................................18 Figura 6 – Copenhagen e suas ruas de pedestres.................................................................................................................................19 Figura 7 – Parque urbano Superkilen........................................................................................................................................................19 Figura 8: Cidade de Nova Iorque.............................................................................................................................................................20 Figura 9 – Ordenamento da paisagem....................................................................................................................................................21 Figura 10 – Mapa de demarcação Eixos de Estruturação da Transformação Urbana................................................................22 Figura 11 – Evolução da área construída nos EETU (2019).................................................................................................................23 Figura 12 – Estação Fradique Coutinho – alto crescimento imobiliário (2019)...............................................................................23 Figura 13 – Estação Vila Prudente – alto crescimento imobiliário (2020)........................................................................................23 Figura 14 – Diagrama de parâmetros do EETU......................................................................................................................................24 Figura 15 – Digrama de usos dos híbridos...............................................................................................................................................25 Figura 16 – RockFeller...................................................................................................................................................................................26 Figura 17 – Esquema catalogação dos híbridos....................................................................................................................................27 Figura 18 – Diferença entre Híbridos e Condensadores sociais........................................................................................................28 Figura 19 – Híbrido Tony Areal...................................................................................................................................................................29 Figura 20 – Diagrama de usos Tony Areal..............................................................................................................................................29 Figura 21 – Linked Hybrid............................................................................................................................................................................30 Figura 22- Linked Hybrid e espaços públicos........................................................................................................................................30 Figura 23 – Diagrama híbrido OMA........................................................................................................................................................31 Figura 24 – Maquete híbrido OMA.........................................................................................................................................................31 Figura 25 – Unité d’Habitation de Marseille...........................................................................................................................................33 Figura 26 –Unité d’Habitation de Marseille............................................................................................................................................33 Figura 27 – Dortheavej (BIG) – Habitação Modular...........................................................................................................................34 Figura 28 – Dortheavel (BIG) – Habitação Modular...........................................................................................................................34 Figura 29 – Flexibilidade modular. ............................................................................................................................................................34 Figura 30 – Pixel Facade – habitação modular......................................................................................................................................34 Figura 31 – Espaço de coworking.............................................................................................................................................................35


Figura 32 – Paddington Works – espaços pós pandemia...................................................................................................................36 Figura 33 – Coworking WeWork..............................................................................................................................................................37 Figura 34: Coworking We Work Weihai.................................................................................................................................................37 Figura 35 – Coworking We Work Butantã..............................................................................................................................................37 Figura 36 – Espaço de exposição – SESC Guarulhos.........................................................................................................................38 Figura 37 – Espaço de lazer e encontro - CCSP ...................................................................................................................................39 Figura 38 - Habitação modular e fazenda vertical................................................................................................................................40 Figura 39 – Gourmet Garden Zone..........................................................................................................................................................40 Figura 40 – Hotel ParkRoyal........................................................................................................................................................................42 Figura 41 – Hotel ParkRoyal........................................................................................................................................................................42 Figura 42 – Projeto Habitat 67....................................................................................................................................................................43 Figura 43 – Espaço de café Keme Coffee..............................................................................................................................................43 Figura 44 – Smart Dubai Office.................................................................................................................................................................44 Figura 45 – Smart Dubai Office.................................................................................................................................................................44 Figura 46 – Localização do projeto..........................................................................................................................................................47 Figura 47 – Diagrama de usos do edifício..............................................................................................................................................48 Figura 48 – Planta baixa térreo e acessos..............................................................................................................................................49 Figura 49 – Primeiro pavimento..................................................................................................................................................................50 Figura 50 – Corte setorizado......................................................................................................................................................................50 Figura 51 – Terceiro pavimento..................................................................................................................................................................51 Figura 52 – Segundo pavimento................................................................................................................................................................51 Figura 53 – Quinto pavimento....................................................................................................................................................................51 Figura 54 – Quarto pavimento...................................................................................................................................................................51 Figura 55 – Circulação principal...............................................................................................................................................................52 Figura 56 – Corte setorizado......................................................................................................................................................................52 Figura 57 – Vista aérea Blox.......................................................................................................................................................................53 Figura 58 – Mapa de localização............................................................................................................................................................55 Figura 59 – Vista aérea (Kampung Admiralty)........................................................................................................................................56 Figura 60 – Vista lateral (Kampung Admiralty).......................................................................................................................................57 Figura 61 – Planta do térreo Kampung Admiralty...................................................................................................................................58 Figura 62 – Planta baixa térreo e acessos...............................................................................................................................................58 Figura 63 – Nono pavimento.....................................................................................................................................................................59 Figura 64 – Sexto pavimento pavimento..................................................................................................................................................59 Figura 65 – Primeiro andar..........................................................................................................................................................................59 Figura 66 – Diagrama de ventilação e vegetação................................................................................................................................60


Figura 67 – Diagrama dos sistemas de aproveitamento de água.....................................................................................................61 Figura 68 – Kampung Admiralty.................................................................................................................................................................62 Figura 69 – Kampung Admiralty.................................................................................................................................................................62 Figura 70 – Mapa de localização............................................................................................................................................................63 Figura 71 – Vista aérea do edifício............................................................................................................................................................64 Figura 72 – Jardim de integração ao edifício.........................................................................................................................................65 Figura 73 – Terminal de ônibus e edifício.................................................................................................................................................65 Figura 74 – Planta baixa térreo (nível terminal).......................................................................................................................................66 Figura 75 – Planta térreo (nível calçada).................................................................................................................................................66 Figura 76 – Planta baixa terraço................................................................................................................................................................67 Figura 77 -Planta baixa pavimento tipo..................................................................................................................................................67 Figura 78 – Diagrama entorno...................................................................................................................................................................68 Figura 79 – Fachada lateral........................................................................................................................................................................68 Figura 80 – Corte Transversal ............................................................................................................................................................69 Figura 81 – Diagrama isométrica...............................................................................................................................................................69 Figura 82 – SESC Guarulhos......................................................................................................................................................................70 Figura 83 – SESC Guarulhos......................................................................................................................................................................70 Figura 84 – Projeto Welcome, Feeling at Work......................................................................................................................................71 Figura 85 – Renderização interna Welcome, feeling at work.............................................................................................................71 Figura 86 – Mapa de localização e limites físicos.................................................................................................................................73 Figura 87- Ponto histórico e turístico do bairro - Igreja Nossa Senhora da Penha de França......................................................74 Figura 88 – Evolução da quantidade de unidades habitacionais nos Bairros.................................................................................75 Figura 89 – População censitária e projeção populacional...............................................................................................................75 Figura 90 – Evolução de empregos formais nos miolos de Bairros....................................................................................................77 Figura 91 – Mapa de polos comerciais e econômicos........................................................................................................................77 Figura 92 – Mapa de Equipamentos de cultura, esportivos e áreas de lazer ao ar livre.............................................................78 Figura 93 – Comparativo quantidade de Equipamentos – RMSP x Penha......................................................................................78 Figura 94 – Mapa de Legislação..............................................................................................................................................................79 Figura 95 – Mapa de entorno....................................................................................................................................................................81 Figura 96 – Quadra do terreno (córrego Rincão)..................................................................................................................................81 Figura 97 – Quadro do terreno vista sul (R. Alvinópolis).......................................................................................................................82 Figura 98 – Quadra do terreno vista oeste do metrô............................................................................................................................82 Figura 99 – Quadra do terreno vista norte (Av. Dr. Orêncio Vidigal)................................................................................................82 Figura 100 – Quadra do terreno vista sul (R. Alvinópolis).....................................................................................................................82 Figura 101 – Entorno do terreno (Av. Orêncio Vidigal).........................................................................................................................83


Figura 102 – Entorno do terreno (R. Antônio Lamanna)........................................................................................................................83 Figura 103 – Entorno do bairro (R. Alvinópolis)......................................................................................................................................83 Figura 104 – Entorno do bairro (R. Dr. Orencio Vidigal).......................................................................................................................83 Figura 105 – Av. Dr. Orêncio Vidigal (ETEC prof. Aprigio Gonzaga)...............................................................................................84 Figura 106 – Av. Dr. Orêncio Vidigal (eixo do córrego arborizado e prédio comercial)............................................................84 Figura 107 – Mapa de densidade............................................................................................................................................................85 Figura 108 – Mapa de Uso do solo.........................................................................................................................................................86 Figura 109 – Mapa de Zoneamento e Eixo de Estruturação da Transformação Urbana............................................................87 Figura 110 – Mapa de fluxos e transportes.............................................................................................................................................88 Figura 111 – Mapa de equipamentos.......................................................................................................................................................89 Figura 112 – Área do terreno.......................................................................................................................................................................90 Figura 113 – Solstício de verão...................................................................................................................................................................92 Figura 114 – Solstício de inverno................................................................................................................................................................92 Figura 115 – Topografia do local...............................................................................................................................................................93 Figura 116 – Mapa de Entorno – nova plataforma de metrô..............................................................................................................94 Figura 117 – Croqui do projeto da nova plataforma linha 2- verde...................................................................................................94 Figura 118 – Porcentagem de usos no programa...................................................................................................................................95 Figura 119 – Porcentagem total dos espaços..........................................................................................................................................96 Figura 120 – Acessos e Fluxos do entorno...............................................................................................................................................97 Figura 121 – Croqui esboço de acessos..................................................................................................................................................97 Figura 122 - Croqui de fluxos e volumetria..............................................................................................................................................97 Figura 123 – Croqui do projeto..................................................................................................................................................................97 Figura 124 – Conceito projetual.................................................................................................................................................................98 Figura 125 – Conceito projetual.................................................................................................................................................................98 Figura 126 – Conceito projetual.................................................................................................................................................................98 Figura 127 – Conceito projetual.................................................................................................................................................................99 Figura 128 – Setorização– térreo..............................................................................................................................................................99 Figura 129 – Setorização– primeiro pavimento....................................................................................................................................100 Figura 130 – Setorização– 2º ao 3º pavimento...................................................................................................................................100 Figura 131 – Setorização–coworking.....................................................................................................................................................100 Figura 132 – Setorização– habitação....................................................................................................................................................100 Figura 133 – Setorização circulação......................................................................................................................................................100 Figura 134 – Implantação..........................................................................................................................................................................101 Figura 135 – Planta baixa térreo..............................................................................................................................................................102 Figura 136 – Planta baixa - primeiro pavimento....................................................................................................................................103


Figura 137 – Planta baixa - segundo pavimento ...........................................................................................................................104 Figura 138 –Planta baixa - terceiro pavimento............................................................................................................................ 105 Figura 139 – Planta baixa - quarto pavimento...............................................................................................................................106 Figura 140 – Planta baixa - quinto pavimento................................................................................................................................107 Figura 141 – Planta baixa- sexto pavimento...................................................................................................................................108 Figura 142 –Planta baixa - sétimo pavimento................................................................................................................................109 Figura 143 – Planta baixa - oitavo pavimento...............................................................................................................................110 Figura 144 – Planta baixa - cobetura...............................................................................................................................................111 Figura 145 – Corte A-A.......................................................................................................................................................................112 Figura 146 – Corte B-B........................................................................................................................................................................113 Figura 147 – Corte C-C......................................................................................................................................................................114 Figura 148 – Corte D-D........................................................................................................................................................................15 Figura 149 – Elevação leste...............................................................................................................................................................116 Figura 150 – Elevação Norte.............................................................................................................................................................117 Figura 151 – Elevação Oeste.............................................................................................................................................................118 Figura 152 – Elevação Sul..................................................................................................................................................................119 Figura 153 – 3D - Fachada oeste.....................................................................................................................................................120 Figura 154 – 3D - Fachada norte......................................................................................................................................................121 Figura 155 – 3D - térreo.....................................................................................................................................................................122 Figura 156 – 3D - térreo......................................................................................................................................................................123 Figura 157 – 3D - biblioteca..............................................................................................................................................................124 Figura 158 – 3D - biblioteca..............................................................................................................................................................125 Figura 159 –3D passarela..................................................................................................................................................................126 Figura 160 – 3D passarela.................................................................................................................................................................126 Figura 161 – 3D coworking................................................................................................................................................................127 Figura 162 –3D coworking................................................................................................................................................................127 Figura 163 – 3D coworking...............................................................................................................................................................128 Figura 164 – 3D varanda compartilhada.......................................................................................................................................129 Figura 165 – 3D apartamentos.........................................................................................................................................................129


SUMÁRIO HÍBRIDO: DO CONCEITO À CONSTRUÇÃO 3.1 O QUE É UM EDIFÍCIO HÍBRIDO? 26 3.2 CASA, TRABALHO E LAZER: NOVAS NECESSIDADES NO MUNDO ATUAL 32 3.2.1 HABITAÇÃO 33 3.2.2 COWORKING E SUAS ADAPTAÇÕES 35 3.2.3 ESPAÇOS LIVRES E CULTURAIS 38 3.2.4 PRINCÍPIOS SUSTENTÁVEIS 40

INTRODUÇÃO 14 ESTUDOS DE CASO E REFERÊNCIA 45 4.1 BLOX 47 4.2 KAMPUNG ADMIRALTY 55 4.3 MICROCITY HET PLATAFORM 64

CRESCIMENTO DAS GRANDES METRÓPOLES 15 2.1 ADENSAMENTO URBANO E CRESCIMENTO EM SÃO PAULO 16 2.2 CIDADES MONOFUNCIONAIS E MULTIFUNCIONAIS 17 2.3 PLANO DIRETOR E EIXO DE ESTRUTURAÇÃO DA TRNSFORMAÇÃO URBANA 21

4.4 REFERÊNCIAS PROJETUAIS 70


PROJETO 90 6.1 O TERRENO 90 6.2 DIRETRIZES PROJETUAIS 91 6.3 FATORES FÍSICOS 92 6.4 PROGRAMA DE NECESSIDADES 95 6.5 QUADRO DE ÁREAS 96 6.6 SETORIZAÇÃO 99 6.6 DESENHOS TECNICOS 101

5.1 O CONTEXTO ATUAL 73 5.1.1 HABITAÇÃO E DENSIDADE 75 5.1.2 ECONOMIA 76 5.1.3 LAZER E ESPAÇOS PÚBLICOS 78 5.1.4 LEGISLAÇÃO 79 5.2 CONTEXTO HISTÓRICO 80 5.3 ÁREA DE INTERVENÇÃO 81


1.

INTRODUÇÃO

As grandes metrópoles, cada vez mais, passam por um alto processo de crescimento populacional, onde muitas delas, acabam sofrendo com problemas como, expansões urbanas, altos deslocamentos, e a pouca concentração de ofertas de trabalho e lazer nas áreas mais afastadas. Além disso, também passam por constantes mudanças e muitas de suas dinâmicas são moldadas de acordo com as necessidades do homem, assim, conforme ele se adapta à novas rotinas e usos, as cidades buscam meios para se adequarem a essas demandas, através de seu planejamento urbano. Como resposta a esse crescimento exacerbado, e a nova necessidade do ser humano, de ter cada vez mais próximo a ele, atividades perto umas das outras, espaços mais abertos, interativos, seguros e permeáveis, e espaços sustentáveis e multifuncionais, surge então, a necessidade de locais que tragam uma maior aproximação entre as pessoas, seus usos, e diferentes dinâmicas. Deste modo, os híbridos nascem nas grandes cidades, a fim de acomodar e suprir essa demanda de crescimento, tornando o espaço mais compacto e denso. O tema deste trabalho aborda como o edifício híbrido pode transformar não só seu entorno, mas também trazer vida para uma cidade, e como as interações humanas tornam-se mais ativas nos espaços de maior permeabilidade. Deste modo, a elaboração deste projeto mostrará a relação de inserção do edifício híbrido com o bairro da Penha, localizado na Zona Leste de São Paulo, que está passando por um processo de crescimento e mudanças (principalmente com a chegada de novas linhas de metrô), seus espaços desde o uso público até o privado, e a sustentabilidade dentro e fora dos usos. Para chegar em um entendimento completo do objeto proposto, e de seus espaços, foi necessário entender desde a relação da cidade com os espaços multifuncionais e os meios de planejamentos urbano, principalmente o da cidade de São Paulo, como primeiro capítulo. A partir disso, abordou-se no segundo capítulo a conceituação de um híbrido, sua inserção, e os espaços que podem o compor, como neste caso, habitação, coworking, espaços comerciais e de lazer. Além do entendimento do quanto, a aplicação de espaços biofílicos e sustentáveis é necessário para o contexto atual em que vivemos. E partir disso, fundamentou-se o objeto proposto.

A intimidade da vida privada e a sociabilidade da vida pública habitam o híbrido e produzem uma atividade constante, tornando-o um edifício a trabalhar a tempo inteiro. Não é um protótipo disciplinar, mas uma concentração de interesses, baseada não na tradição, mas sim no futuro e cuja sobrevivência depende do consenso (ARPA, MOZAS, PER. 2014, p. 18).

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2.

CRESCIMENTO DAS GRANDES METRÓPOLES

De acordo com a ONU, hoje em dia, aproximadamente 55% da população mundial vive em áreas urbanas e a expectativa é de que este número, já alto, aumente para 70% até 2050 (UNRIC, 2021). As grandes cidades passam, cada vez mais, por um processo de crescimento acelerado, tanto populacional, como no quesito de construções urbanas. Assim, vemos que as principais metrópoles¹ mundiais, como São Paulo, Nova Iorque, Tóquio, Londres etc. possuem seus centros urbanos cada vez mais “inchados”, com um desenvolvimento econômico concentrado, e uma valorização imobiliária maior, principalmente nas áreas mais centrais e assim, induzindo o espraiamento de camadas mais baixas para outras regiões, nas metrópoles menos planejadas. “No lugar de cidades relativamente mais ordenadas e dentro de limites mais facilmente perceptíveis, lidamos com nebulosas urbanas e limites incertos, em que os deslocamentos não mais obedecem a fronteiras administrativas ou políticas” (BENFATTI, QUEIROGA E SILVA, 2010) O futuro da civilização será determinado pelas cidades e dentro das cidades (ROGERS, 2005, p.22).

FIGURA 01-Crescimento populacional ONU FONTE- ONU news

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2.1. ADENSAMENTO URBANO E CRESCIMENTO EM SÃO PAULO A cidade de São Paulo desde seu desenvolvimento urbano no século XX, e principalmente com a chegada das ferrovias, passou por um processo de crescimento desenfreado, onde após o adensamento nas áreas mais centrais e próximas das ferrovias, percebeu-se a necessidade da criação de novos modais de transporte, como por exemplo, o ônibus e o carro. “[...] a extensão e a descontinuidade das metrópoles em seu funcionamento contemporâneo estão ligadas às redes viárias de circulação rápida e à disseminação do uso do automóvel e dos ônibus fretados” (BENFATTI, QUEIROGA e SILVA. 2010. p.1). A partir disso, a questão da expansão urbana atrelada a segregação, trouxe diversos problemas como a questão da mobilidade, ocasionando grandes distanciamentos entre bairros da cidade de São Paulo, e um alto tempo de deslocamento entre atividades como habitação e o trabalho, além do distanciamento de áreas verdes e de lazer, que a maioria acaba se concentrando no centro da cidade. Ou seja, o processo de expansão da metrópole trouxe consequências de diversos fatores, que até hoje são problemas, na qual o poder público tenta amenizar, mas que ainda são pouco resolvidos. Cabe assim, entender de que forma o planejamento das metrópoles deve atuar sobre essas problemáticas, para que, haja uma organização territorial mais unificada e compacta, perante o contexto de crescimento desenfreado e desorganizado.

FIGURA 02- Metrópole de São Paulo FONTE- ONU news

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2.2 CIDADES MONOFUNCIONAIS E MULTIFUNCIONAIS O planejamento das cidades, por muito tempo, se traduziu em um modelo monofuncional, onde sua organização era baseada por zonas de diferentes tipos e em diferentes áreas, isso se deu muito por conta de um modelo de planejamento urbano voltado ao pensamento modernista, com cidades funcionais separando, por exemplo, as zonas residenciais do comercial, e de lazer trazendo maior segregação e distanciamento entre as atividades (LING, 2017). Segundo Rogers (2005), as cidades de hoje em dia, ainda se organizam de acordo com o modelo modernista, sendo motivadas pelas forças econômicas e imobiliárias nos países menos desenvolvidos, e onde, as consequências desse modelo, podem ser catastróficas. “Se o modelo de cidade compacta e sobreposta inclui a complexidade, o modelo de divisão por zona a rejeita, reduzindo a cidade a divisões simplistas e pacotes econômicos e administrativos facilmente manejáveis” (ROGERS, 2005, p.25). Ainda segundo o autor, os espaços podem ser divididos em dois grupos: monofuncionais e multifuncionais, onde o primeiro se caracteriza por ser um espaço sem vitalidade, e o crescimento é ordenado pelas incorporadoras e planejadores ineficazes, não sendo espaços contemplados e com vida.

FIGURA 03- Pruitt-Igoe concebido no final da era do Modernismo FONTE- Archdaily (2017)

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FIGURA 04- Brasília e o planejamento modernista FONTE- Archdaily (2018)

Já o espaço multifuncional, para Rogers (2005) traz uma multiplicidade de usos para todos, com espaços públicos, semipúblicos, privados, e que se integram, trazendo uma participação e contemplação maior da população, com diversidade e segurança, onde a vida urbana não para, visto que, possui uma gama de explorações de usos, com diversos públicos diferentes e que permeiam por horários diferentes.

FIGURA 05- AV.Paulista como eixo dinâmico da cidade FONTE- Gestão publica (2016)

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FIGURA 06- Copenhagen e sua ruas de pedestres FONTE- Vitrivius (2020)

FIGURA 07- Parque urbano Superkilen FONTE- Vitrivius (2020)

As cidades multifuncionais mostram-se muito mais abertas e convidativas a todas as pessoas, podendo englobar diversos tipos de atividades como: cultural, comercial, habitacional, praças, parques, restaurantes, entre outros. Com isso, o local ganha um grande valor, já que será atrativo, acessível e seguro para todos.

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FIGURA 08- Cidade de Nova Iorque FONTE- The city fix (2016)

A cidade de Nova York, é um dos grandes exemplos de metrópole que passa por um alto processo de crescimento urbano, mas que através da criação de políticas públicas, planejou-se um modelo de crescimento ordenado e compacto para a região, e grande parte disso, está ainda sendo realizada com base no PlaNYC30, criado em 2007. Segundo Mello e Silva (2020) o Plano de desenvolvimento (PlaNYC30) tem como objetivo, organizar a cidade de maneira sustentável, visando que sua população viva em uma qualidade de vida melhor, através de um crescimento populacional ordenado e combatendo as mudanças climáticas, nota-se que, grande parte dos usos da cidade, contemplam uma mistura de atividades dentro de seus edifícios, trazendo uma energia não só para dentro como para fora da edificação.

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2.3 PLANO DIRETOR E EIXOS DE ESTRUTURAÇÃO DA TRANSFORMAÇÃO URBANA

FIGURA 09- Ordenamento da paisagem FONTE- Gestão urbana

Em São Paulo, o principal instrumento de desenvolvimento urbano do município é o Plano Diretor de São Paulo (PDE), que ordena o desenvolvimento da cidade, tendo o poder de induzir e orientar o planejamento da cidade. O PDE estabelece a defesa de um projeto de cidade democrática, inclusiva, ambientalmente responsável, produtiva e, sobretudo, com qualidade de vida. Persegue uma visão estratégica que paute as ações de planejamento, ciente dos limites de uma visão totalizante (PREFEITURA DE SÃO PAULO, 2014, p. 10).

Assim, como no plano de Nova York, que estabelece premissas para uma ordenação da cidade de uma forma mais sustentável e compacta, o PDE traz como proposta dez estratégias de planejamento do município, onde algumas dessas estratégias estabelecem objetivos para orientar um crescimento da cidade mais diversificado, compacto e humano. Uma das estratégias que compõe o Plano, “Orientar o crescimento da cidade nas proximidades do transporte público”, define que ao longo dos eixos dos transportes públicos, se promova o adensamento através da aproximação de moradia, emprego, e outros usos, estimulando assim, a produção dos edifícios de uso misto, a fim de trazer vitalidade, diminuição dos deslocamentos pendulares e maior permeabilidade dos espaços. Esses eixos que delimitam as áreas a serem desenvolvidas são chamados de Eixos de Estruturação da Transformação Urbana, em que são delimitadas faixas de influência, de acordo com sua proximidade dos corredores de transporte público, a fim de desestimular o uso do transporte individual motorizado (PREFEITURA DE SÃO PAULO, 2014, p.24).

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FIGURA 10- Mapa de demarcação Eixos de Estruturação da Transformação Urbana FONTE- Gestão urbana

Essas delimitações podem ser em áreas tanto de metrô, como corredores de ônibus, VLT, ou outros transportes que tragam atratividade, facilidade de locomoção, e que gerem um crescimento populacional e construtivo próximos à essas áreas. De acordo com a figura 11, se vê um alto crescimento dentro da cidade, próximo à esses Eixos de Transporte , principalmente nas áreas que já estão com um grande adensamento, como próximo da Linha 4 – Amarela (região centro – zona oeste), tal como nas estações Pinheiros e Fradique Coutinho, na Linha 1 – Azul (centro- zona sul), além da Linha 2 – Verde, que liga a Vila Madalena até Vila Prudente, possuindo cada vez mais, um alto adensamento nesses eixos, e que com sua extensão até a região da Zona Leste (Penha), a tendência é de que haja um adensamento maior ainda, visto que, se conectará com a linha de maior fluxo da cidade, a linha 3 vermelha

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FIGURA 12- Estação Fradique Coutinho – alto crescimento imobiliário (2019) FONTE- Metrô CPTM

FIGURA 11- Evolução da área construída nos EETU (2019) FONTE- Monitoramento PDE

FIGURA 13- Estação Vila Prudente – alto crescimento imobiliário (2020) FONTE- Metrô CPTM

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FIGURA 14- Diagrama de parâmetros do EETU FONTE- Plano Diretor de São Paulo

Segundo a Prefeitura de São Paulo (2014), nas demarcações definidas pelo PDE do EETU, o potencial construtivo pode chegar até 4, além do incentivo à fachada ativa, da cota parte, calçadas de no mínimo 5 metros, e outros parâmetros de incentivo, que trazem o público a uma maior permeabilidade ao local. Portanto, os Eixos de Estruturação podem ser grandes potencializadores para cidades mais ativas e multifuncionais, já que elas se tornarão mais densas e com maior proximidade dos eixos de locomoção, gerando facilidade, acesso e mobilidade para todos e aproximando principalmente moradia, trabalho e lazer, e tornando suas quadras mais seguras e permeáveis, sendo assim, um passo a mais para a resolução do espraiamento e crescimento urbano na cidade. Mas além disso, deve-se trazer junto a esses eixos, a questão da diversificação como prioridade, já que, muitos pontos da cidade, por mais que atraiam edificações de uso misto próximo a esses locais, trazem também uma gentrificação, expulsando mais ainda a população com menor condição, ou seja, a diversidade deve permear para que todas as classes se insiram nesse meio de desenvolvimento.

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3.

O HÍBRIDO: DO CONCEITO Á CONSTRUÇÃO

Hoje em dia, observa-se que o termo híbrido se torna cada vez mais utilizado em diferentes contextos, estudos, debates etc. No sentido literal, o termo “híbrido” é definido segundo o dicionário Michaelis (2021) como “Que ou o que é composto de elementos distintos ou disparatados”, ou ainda, “Diz-se de ou indivíduo que resulta do cruzamento de progenitores de espécies, raças ou variedades diferentes”, além disso, esse termo também vem sendo empregado em diversos elementos da contemporaneidade, a fim de idealizar o sentido de uma junção diversificada ou mistura de elementos. “Hoje, podemos não só ter carros híbridos, usar shampoos dois-em-um, consumir obras de arte híbridas...” Madeira (2010, apud OLIVEIRA 2016, p.3). E até mesmo no contexto atual, ouve-se muito sobre os modelos híbridos de trabalho ou escolares, onde mistura-se a presença física com a online. Além disso, a diversificação nos mesmos espaços, também é mostrada nas relações arquitetônicas, seja no sentido de projeto, ou também no sentido urbano, assim como a autora de “Morte e vida das grandes cidades”, Jane Jacobs, explica em seu livro sobre a necessidade de cidades diversificadas. “Se tivermos como meta que a mistura de usos seja suficientemente complexa para prover a segurança urbana, o contato do público e a interação de usos, ela precisa de uma quantidade enorme de componentes” (JACOBS. 2011. p. 158).

FIGURA 15- Digrama de usos dos híbridos FONTE- : A+t (This is Hybrid)

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3.1 O QUE É UM EDIFICIO HÍBRIDO? Edifícios híbridos são resultados de misturas de usos variados, em um mesmo edifício, integrandoos assim, como propostas únicas (CASTRO e NAGAMORI, 2014, p.2). Voltado mais para um âmbito atual, o híbrido se contextualiza se relacionando com as grandes metrópoles de hoje em dia, em que de acordo com PER, et al (2001, apud Villac, 2018, p.6) o híbrido, por ser a peça certa para as cidades “não funcionalistas”, se mostra na chance de reverter o processo de expansão urbana, assumindo a cidade compacta como uma “casa contemporânea”. A ideia de uso misto, por mais que seja um assunto atual, já foi difundida desde Antiguidade, em que, de acordo com Musiatowics (2008, p.5) os espaços de trabalho, habitação, lazer, partilhavam os espaços, ou se sobrepunham com pouca distinção.

Segundo Amoreli e Bacialupi (2016), antes do surgimento do híbrido em si, surge um dos primeiros edifícios com diversificação de usos, em uma grande metrópole, que foi o edifício RockFeller Center, em Nova York, construído na década de 1930, pelo arquiteto Raymond Wood, onde buscou trazer usos como escritórios, hotel, teatros, entre outras atividades, atrelando o zoneamento da cidade a uma nova dinâmica de projeto. “O Rockefeller Center é apresentado como alternativa ao funcionalismo e zoneamento moderno e seu sucesso indiscutível em face do eventual fracasso da cidade moderna mostra o valor dos edifícios híbridos como energizadores da cidade” (AMORELI, BACIGALUPI. 2016. p.9).

FIGURA 16 - Rockfelller FONTE- : ArchDaily(2016)

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A primeira catalogação e referência para os edifícios híbridos surgiu em 1985 em “Hybrid Bulding”, aonde Fenton (1985, apud CASTRO, NAGAMON, 2014, p.3) classifica os híbridos em 3 categorias, são elas: a) Híbridos no tecido: esses se relacionam com a cidade de uma maneira mais ampla, onde tem uma “volumetria imposta pelo tecido urbano”, deixando o programa desapercebido pela aparência exterior; Fenton (1985, apud CASTRO e NAGAMON,2014) b) Híbridos por enxerto: também relacionado à volumetria, esse trata que “cada programa se formaliza por intermédio de um volume distinto” Fenton (1985, apud CASTRO e NAGAMON,2014); c) Híbridos monolíticos: nos quais “os usos se acomodam no interior de um único volume contido de grande dimensão e versatilidade” Fenton (1985, apud CASTRO e NAGAMON,2014) Ainda segundo Fenton (1985, apud CASTRO e NAGAMON,2014), existe uma diferença entre alguns termos de edifícios que acomodam usos mistos, como a questão dos “condensadores sociais” ou multifuncionais em que segundo o autor, esses possuem o conceito de “cidade dentro de cidades”, e já o híbrido se comporta com objetivo de criar vivacidade, dinâmica, e atratividade na cidade, a fim de convidar novos públicos, integrando-se na cidade.

FIGURA 17- Esquema catalogação dos híbridos FONTE-retirado de Dissertação (NEVES,2012) baseada no livro de Joseph Fenton (Hybrid Buildings)

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Ainda segundo Fenton (1985, apud CASTRO e NAGAMON,2014), existe uma diferença entre alguns termos de edifícios que acomodam usos mistos, como a questão dos “condensadores sociais” ou multifuncionais em que segundo o autor, esses possuem o conceito de “cidade dentro de cidades”, e já o híbrido se comporta com objetivo de criar vivacidade, dinâmica, e atratividade na cidade, a fim de convidar novos públicos, integrando-se na cidade.

FIGURA 18- Diferença entre Híbridos e Condensadores sociais FONTE-Vertical Community

“As relações do edifício híbrido com a cidade relacionam-se, nos dias de hoje, com contextos sociais, económicos, políticos, com a densidade urbana e disponibilidade territorial, com os fluxos automóveis e pedonais (mobilidade), com sistemas de transportes públicos e privados, entre outros aspectos” (NEVES, 2012, p.50).

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Segundo Mozas (2008. p.4) os edifícios híbridos devem possuir três características, para serem definidos como tais, sendo: • Personalidade: onde a personalidade do híbrido é a celebração da complexidade, diversidade e variedade de programas. É um modelo que é oportuno, visto que, se aproveita de suas múltiplas habilidades; “O edifício híbrido busca relações inesperadas, imprevisíveis e íntimas, incentiva a convivência e está consciente de que situações não programadas são as chaves para seu próprio futuro” (MOZAS,2008, p.5). • Sociabilidade: O edifício se aproveita do encontro do poder público e privado, onde o encontro da vida privada e do público geral trás vida ao híbrido, favorecendo contato entre desconhecidos, além disso, esse estilo traz uma dinâmica de atividades 24 horas, onde não existem limitações de ritmos privados ou públicos (MOZAS,2008, p.5). • Forma: A forma não deve ser mais controlada por pensamentos Modernistas, onde a forma segue a função, sendo que essa relação, agora, pode ser implícita ou explicita, além de que, a ideia do híbrido é de sempre ‘dissolver’ suas morfologias e nunca as segregar (MOZAS,2008, p.5).

FIGURA 19- Híbrido Tony Areal FONTE-A+t (2008)

FIGURA 20- Diagrama de usos Tony Areal FONTE-A+t(2008)

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O edifício Linked Hybrid é um grande exemplo de projeto híbrido que contempla essas três características, além de trazer uma vitalidade para todo seu entorno. Projetado por Steven Holl, o complexo possui uma multiplicidade de usos, e, por mais que ocupe um terreno de aproximadamente 60.000m², o edifício ocupa uma área construída de menos da metade do terreno, trazendo vida não só internamente ao edifício, mas também a todas suas áreas livres públicas.

FIGURA 21- Linked Hybrid FONTE-ArchDaily (2009)

FIGURA 22- Linked Hybrid e espaços públicos FONTE-ArchDaily (2009)

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Assim sendo, vemos que conforme ocorre esse crescimento urbano desenfreado nas grandes metrópoles, surge como solução arquitetônica, social e urbana, os edifícios híbridos sendo grandes potencializadores urbanos, resolvendo questões de adensamento e como resolução no problema de espraiamento das cidades, além de trazer maior permeabilidade, e uma relação social mais aberta e dinâmica ao entorno. De igual forma, o aumento da atividade gerada pelos edifícios híbridos, derivado da combinação de usos e justaposição de funções da esfera pública e privada e combinados com a integração de espaço urbano nestes edifícios permite facilitar a reintrodução da vida urbana em espaços desaproveitados da cidade vazios urbanos. (NEVES, 2012, p.50).

FIGURA 23- Diagrama híbrido OMA FONTE-ArchDaily (2013)

FIGURA 24- Maquete híbrido OMA FONTE-OMA(2013)

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3.2 CASA, TRABALHO E LAZER: NOVAS NECESSIDADES NO MUNDO ATUAL No mundo contemporâneo em que vivemos, vemos surgir cada vez mais, novas mudanças na vida urbana, onde as dinâmicas estão cada dia mais aceleradas e em constante mudança, assim, vê-se a necessidade de entendimento desses comportamentos, para se entender a forma de produção dos espaços e as novas adaptações de acordo com essas novas dinâmicas. “Os horários flexíveis, o trabalho temporário, o trabalho noturno têm produzido significativas modificações na vida urbana: a individualização das práticas de produção e consumo, a diversidade das formas de ativação dos laços familiares, organizados a partir de maior autonomia dos ritmos de vida de cada um” (BENFATTI, QUEIROGA e SILVA, 2010, p.2).

De acordo com Bauman (2001), em seu livro “Modernidade Liquida”, o autor retrata como os tempos modernos que tomaram conta do século XX e XXI, constituem um período em que tudo está mais acelerado, inclusive o tempo, muito pelo fato da globalização ter aproximado o mundo de uma forma mais direta. Além disso, o autor traz que esse período é um período de individualização das pessoas, onde, por mais que haja um “entrelaçamento” com a sociedade, a essa individualidade está sempre em constante mudanças, de acordo com seus objetivos, e necessidades. A partir disso, vemos que as pessoas buscam uma relação mais próxima, de locais que se alinhem com suas prioridades, onde a maneira de locomoção seja, mais ágil, e os espaços mais diversificados. Essas novas necessidades, se relacionam inclusive, com o contexto atual de pandemia da Covid/19, onde as pessoas se viram em uma situação de recolhimento, e que as experiencias imersivas aumentaram crescentemente, tanto em relação ao trabalho (home office), como relacionamentos interpessoais, estudos EAD, entre outras formas.

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3.2.1 HABITAÇÃO O sentido de “habitar” vem se modificando cada vez mais, seja em seus conceitos, estética ou na sua funcionalidade, onde vão mudando de acordo com as necessidades do homem, e em como o local (bairro, cidade etc.) influenciará sua vivência. Para Lawrence (1987, 1990 apud BRANDÃO, 2002) a habitação é um conceito complexo que é definida por fatores arquitetônicos, econômicos, culturais, sociodemográficos, psicológicos, e políticos que mudam durante o curso do tempo. Vemos o quanto o Movimento Moderno, influenciou a forma de viver, e como a casa deveria se comportar, inclusive, em como ela se inseria na cidade, seguindo a ideia mais funcionalista. Entretanto, no contexto contemporâneo, as formas de morar se modificaram e adaptaram segundo as condições do homem atual.

FIGURA 25- Unité d’Habitation de Marseille FONTE-Divisare (2012)

FIGURA 26- Unité d’Habitation de Marseille FONTE-Cronologia do urbanismo

De acordo com TRAMONTANO (1997), a ‘nuclearização’ de padrões familiares, atualmente, foi fragmentada, onde novos grupos familiares surgem (monoparentais, uniões livres, grupos coabitando sem laços conjugais etc.) fazendo assim, surgir novas necessidades. “seu habitante parece ser um indivíduo que vive, principalmente, sozinho, que se agrupa eventualmente em formatos familiares diversos, que se comunica à distância com as redes às quais pertence, que trabalha em casa, mas exige equipamentos públicos para o encontro com o outro, que busca sua identidade através do contacto com a informação” (TRAMONTANO, 1997. p.) )009).

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Essas novas dinâmicas, faz com que haja uma produção imobiliária mais diversificada e que se conecte com esses novos públicos, buscando espaços multifuncionais e flexíveis, trazendo a privacidade necessária ao indivíduo, mas também espaços de convívio e coletivos quando solicitados. Segundo a entrevistada Claudia Lopes, “Para esse novo morar, é preciso projetar uma casa mais viva. Por exemplo, eu posso ter um home office integrado, mas não o tempo todo. Então eu crio divisórias que se recolhem ou criam essa privacidade. Eu movimento a casa. Ela não será mais estática, ela será viva” (GAZETA DO POVO, 2020). Além disso, por mais que os espaços venham diminuindo progressivamente, as pessoas vêm buscando por espaços de respiro, e descompressão “Com a dissolução das fronteiras entre vida pessoal e profissional, os espaços de descompressão dentro de casa ganham atenção.” (GAZETA DO POVO,2020) Além disso, após a pandemia da Covid/19, surgiu mais ainda, a preocupação com questões como iluminação e ventilação natural, e da necessidade de utilização da biofilia como meio de aproximação da natureza.

FIGURA 27 - Dortheavel (BIG) – Habitação Modular

FIGURA 28- Dortheavel (BIG) – Habitação Modular

FONTE-Archdaily (2018)

FONTE-Archdaily (2018)

FIGURA 29- Flexibilidade modular FONTE-Archdaily (2018)

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FIGURA 30- Pixel Facade-habitação modular FONTE-Archdaily (2018)


3.2.2 COWORKING E SUAS ADAPTAÇÕES HABITAÇÃO

FIGURA 31- Espaço de coworking FONTE- vida de coworking (2018)

Atualmente as novas formas de trabalho, vem se atualizando e dinamizando para ambientes mais integrados, tecnológicos e colaborativos, visto que, hoje em dia, as novas organizações corporativas buscam métodos ágeis entre empresas e pessoas, além de formas de trabalho com foco na produtividade, conhecimento e criatividade. “As organizações necessitaram alterar seu modelo de negócio, suas estratégias, seu modelo mental e sua cultura, orientando-se para o modelo pós-industrial, potencializando os ativos do conhecimento, entendendo que a geração de valor se dá por meio da tecnologia, do design, da economia criativa, da flexibilização e customização da produção” (CAMPOS, TEIXEIRA, SCHMITZ. 2015. p.4).

Com isso o termo Coworking surge dando força a esse novo modelo de trabalho aonde segundo Leforestier (2009), são espaços físicos que reúnem profissionais que trabalham fora de escritórios formais e convencionais, podendo ser desde freelancers, empreendedores, e até colaboradores de empresas, que buscam algum tipo de interação humana, já que no home office geralmente o trabalho acaba sendo isolado. Ainda segundo Leforestier (2009), esses espaços compartilham além do espaço físico, os mobiliários, custos, além das experiências que são compartilhadas através do conhecimento diferentes públicos. Entendendo que o coworking não possui somente um conceito físico, mas civilizatório e colaborativo, o website Coworking Wiki (2020) explica que esses espaços devem apresentar cinco valores essenciais para sua composição, são eles: acessibilidade, abertura, colaboração, comunidade e sustentabilidade

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Além da habitação, os modelos de trabalhos também passaram por mudanças, após a pandemia de 2020, onde enfrentou-se um período de reclusões, e que o uso do home office foi instaurado para uma parcela das pessoas. Segundo Vinagre e Fontes (2020) o modelo do Coworking foi um grande questionamento de que se realmente seriam modelos contínuos, entretanto o que se nota é que as pessoas a partir de agora, adaptadas com o home office, estão a par de escritórios cada vez mais próximos de suas residências e que sejam lugares com espaços mais voltados a convivência e colaborativos. “Com isso, diversos preconceitos estão sendo quebrados e os coworkings passam a possivelmente figurar como um meio termo interessante de organização de trabalho no cenário pós-pandemia, considerando que esses espaços proporcionam vantagens frente ao home office, como uma maior interação social e um ambiente mais estruturado em questão de espaço e de serviços” (VINAGRE e FONTES, 2020, p.28).

Além disso, os espaços de trabalhos serão cada vez mais difundidos em espaços com outros usos, como culturais, arquibancadas, espaços de descompressão, colaborativos e até mesmo espaços livres, visto que, vimos que essa nova característica e demanda do trabalho não é mais o padrão de antigamente, onde existiam baias ou estações fixas de trabalho. Segundo o site Beer or Coffee (2021), os espaços de um coworking do mundo pós-pandemia, portanto, devem seguir essa premissa e serem projetados para que haja mais “integração entre as pessoas e os ambientes”.

FIGURA 32- Paddington Works – espaços pós pandemia FONTE- Casa abril

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FIGURA 33- Coworking WeWork FONTE- WeWork

FIGURA 34- Coworking We Work Weihai FONTE- WeWork

FIGURA 35- Coworking We Work Butantã FONTE- WeWork

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3.2.3

ESPAÇOS LIVRES E CULTURAIS

“Sua busca constante ao longo dos séculos, e sua presença nas mais diversas culturas, revela a condição do lazer como necessidade humana básica, a pedir atenção de cada um de nós e da sociedade como um todo” (MEDEIROS, 2004. apud GOMES, 2014, p.8) Segundo Gomes (2014, p.11) o lazer constitui-se de três princípios essenciais: 1. Ludicidade: onde a característica de “elaborar, apreender, e expressar significados” é marcante. 2. Manifestações culturais: sendo que esse princípio voltado ao lazer, simboliza o desfrutar e a fruição da cultura, podendo ser, desde o ato de jogar, pintar, ir ao cinema, até o de meditar, a contemplação e relaxamento; 3. Tempo/espaço social: o tempo/espaço “é um produto das relações sociais e da natureza e constitui-se por aspectos objetivos, subjetivos, simbólicos, concretos e materiais, evidenciando conflitos, contradições e relações de poder” (GOMES,2014, p.13). Sendo assim, os espaços de lazer se mostram necessárias a todos os indivíduos, como representação de suas escolhas. Assim, o sentido de lazer não deve ser entendido como algo único, e sim como uma diversidade de escolhas e opções que abarca a todas as pessoas, assim, quanto mais alternativas de lazer existirem mais diversificado será o local. E isso se mostra essencial, visto que as pessoas podem ter o seu momento de bem-estar, relaxamento e descontração como momento de “respiro” das “obrigações” da vida cotidiana e das dinâmicas das cidades urbanas.

FIGURA 36- – Espaço de exposição - SESC Guarulhos FONTE-SESC (2019)

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FIGURA 37- – Espaço de lazer e encontro – CCSPP40 FONTE- Catraca livre (2016)

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3.3 PRINCIPIOS SUSTENTÁVEIS

FIGURA 39 – Gourmet Garden Zone FONTE- Landezine (2016)

FIGURA 38 – Habitação modular e fazenda vertical FONTE- ArchDaily (2019)

O conceito de biofilia, termo que vem sendo muito utilizado atualmente, se conceitua como uma relação entre o homem e a natureza permeando de maneira intrínseca e direta, em que há uma relação de interação, e conexão com o meio natural. Segundo Wilson (1984, apud, Ladislau, 2019) a biofilia se traduz como “o amor as coisas vivas e naturais”, as formas e organismos vivos, apresentando assim, uma ligação emocional com a natureza. Essa forte relação surge de forma inata ao ser humano, agindo em diversos âmbitos, como no social, emocional e físico, trazendo melhorias tanto ao homem quanto ao espaço em que vive. “A ideia da biofilia origina-se em uma compreensão da evolução, onde por mais de 99% da nossa história de espécies nos desenvolvemos biologicamente em resposta adaptativa a forças naturais não artificiais ou humanas criadas” (KELLERT e CALABRESE, 2015, p. 6).

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Assim, há uma necessidade de estarmos próximos da natureza, ainda mais no contexto atual das cidades urbanas, que crescem verticalmente, onde ocorre uma diminuição, crescente, das áreas respiráveis e verdes, e aumenta os níveis de poluição sonora, visual, e atmosférica, fragilizando a saúde de grande parte da população. “O design biofílico surge em resposta à necessidade humana de se conectar com a natureza, estendendo essa conexão com a natureza aos espaços humanos construídos” (LADISLAU, 2015, p.4). Os benefícios da biofilia são diversos, como: melhoria cognitiva e física, diminuição da ansiedade e estresse, estímulo da criatividade e produtividade, redução de dor em pacientes hospitalizados, e aumento da concentração e bem-estar (KELLERT e CALABRESE, 2015, p.7). Ainda segundo Kellert e Calabrese (2015), o design biofílico pode se estruturar em 3 categorias, sendo: experiência direta com a natureza, a indireta e a experiencia de espaço e lugar. Onde a primeira se caracteriza por ter o contato mais real com o ambiente natural, com a presença da iluminação natural, plantas, ar, água, paisagem, sons da natureza, aromas etc. Já a relação indireta, traz imagens da natureza, materialidade, como móveis de madeira, bambu, formas orgânicas, obras de arte, cores, biomimética. E o último se traduz como um estilo de características espaciais do ambiente natural, como ambientes de refúgio, complexidade organizada, localização de caminhos etc. “O design biofílico é essencial para fornecer às pessoas oportunidades de viver e trabalhar em locais e espaços saudáveis com menos estresse e maior saúde e bem-estar geral” (TERRAPIN, 2014). A partir dessas três categorias de design biofílico, o artigo “14 patterns of Biophilc Design” do site Terrapin (2014), dividiu subcategorias a fim de entender a relação de cada um com o desempenho tanto cognitivo, quanto no nível de estresse, emoção etc. São eles: • Conexão Visual com a natureza; Conexão não visual com a natureza; Estímulos não sensoriais, Variabilidade térmica e de fluxo de ar, Presença de Água, Luz Dinâmica e Difusa, Conexão com sistemas naturais, • Formas e padrões biomórficos, Conexão Material com a Natureza, Complexidade e ordem; • Perspectiva, Refúgio, Mistério, Risco. A partir disso, a biofilia deve ser aplicada de maneira integrada relacionando-se tanto com o contexto do local, entendendo qual a necessidade da área, além de entender quais os prioridades e necessidades dos usuários do projeto. “O risco de especificar estratégias específicas do design biofílico é o potencial que pode gerar na aplicação separada e fragmentada. O Design Biofílico, em vez disso, deve promover ecologicamente inter-soluções de design relacionadas em várias escalas desde espaços interiores distintos, ao edifício como um todo, a paisagem circundante, ao urbano escala bioregional” (KELLERT E CALABRESE,2015, tradução nossa).

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FIGURA 40 – Hotel ParkRoyal FONTE- Agoda

FIGURA 41 – Hotel ParkRoyal FONTE- Travelog

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FIGURA 42 – Projeto Habitat 67 FONTE- Archdaily

FIGURA 43 – Espaço de café Keme Coffee FONTE- Archdaily

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Os espaços de um design biofílico, podem abranger desde um pequeno ambiente, até espaços que contemplem diversos públicos, como escritórios, espaços culturais, habitacionais, edifícios desde suas estruturas, até materialidade e fechamentos, além de áreas públicas, com aplicações por exemplo no paisagismo, caminhos etc. Nos ambientes corporativos por exemplo, onde os espaços se tornam mais integrados, colaborativos e confortável, a aplicação da biofilia é inerente, e suas soluções podem ir desde aplicação de vegetação no piso ou forro, ou escolha de uma materialidade natural, e até na escolha de planos curvos e orgânicos.

FIGURA 44 – Smart Dubai Office FONTE- Love design

FIGURA 45 – Smart Dubai Office FONTE- Love design

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4.

ESTUDOS DE CASO E REFERÊNCIAS

Os projetos abordados de estudos de caso e referências, serviram de norte e entendimento para algumas questões do projeto, , sendo desde aspectos volumétricos do edifício até a sua materialidade ou mobiliários. Além disso, os estudos de caso irão servir principalmente para um entendimento completo e complexo, de principalmente os edifícios híbridos na questão contemporânea, entendendo suas dinâmicas, fluxos, e setorização, ente outros aspectos.

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BLOX Um espaço para carros torna-se um espaço para pessoas; um espaço para passar torna-se um espaço para residir.(OMA, 2018)

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4.1 BLOX

FIGURA 46 – Localização do projeto FONTE- OpenStreet Map/adaptado pela autora

FICHA TÉCNICA • Escritório: OMA • Área:28.000m² • 2006-2017 • Local: Copenhagen – Dinamarca • Programa: Uso misto (escritórios, habitação, museu, entre outros)

Localizado na cidade de Copenhagen, o projeto contemplado pelo escritório OMA, desenvolveu um projeto de requalificação para uma área portuária degradada, que antigamente servia apenas como área de passagem e conexão entre o distrito do parlamento e a frente do porto. O projeto se caracteriza por ser um edifício híbrido, contemplando diversos usos tanto em seu interior como em suas áreas externas. Como ponto focal, o edifício engloba o Centro de Arquitetura Dinamarquesa, que se encontra em uma parte mais central do edifício, além de outros usos como espaços de exposição, escritórios de coworking, livraria, café, vinte e dois apartamentos, espaço para reuniões e eventos, parque de bicicletas, áreas recreativas e um estacionamento público. A área externa do projeto, que antes era um espaço de passagem de carros, agora, se preocupou em voltar-se para as pessoas, tornando assim, uma área agradável que gera integrações do público com a cidade, conectando-se com diferentes usos da cidade, como museus, bibliotecas, e paisagens históricas. Além disso, a ideia é que o edifício impulsione uma área de encontro entre fechadas de água, a Praça Kierkegaard e a cidade (OMA, 2018, tradução nossa). O projeto foi desenhado de modo com que a avenida principal que cruza a região passasse literalmente “embaixo” do edifício, transformando essas vias em espaços para as pessoas. “Ao contrário da maioria dos quarteirões da cidade - geralmente fechados e inacessíveis - este edifício-quadra é completamente permeável em seu centro, absorvendo a vida urbana da cidade” (HERNANDÉZ, 2018)

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Ainda segundo o escritório OMA (2018), a disposição dos espaços se compõe por empilhamentos de formas geométricas de diferentes arranjos, formando blocos permeáveis, de maneira, a estruturar seus usos de acordo com o grau de privacidade, e permeabilidade do público. Sendo assim, a partir desse empilhamento de formas os usos foram estruturados, sendo os escritórios contidos em um anel retangular em fachadas de vidro, a fim de dar mais transparência e trazer uma iluminação natural mais próxima. Já o térreo foi estruturado de maneira fluida, com aberturas em sua entrada afim de tornar-se um térreo mais permeável trazendo a cidade para o edifício. Ao centro localiza-se o CAD (Centro de Arquitetura dinamarquês) que é circundado pelos outros usos, seus espaços vão do subsolo até o café que da vista para a cidade. Já os apartamentos foram dispostos de maneira mais recuada, a fim de trazer mais privacidade aos moradores (OMA, 2018, tradução nossa).

DIAGRAMAS INICIAIS

FIGURA 47 – – Diagrama de usos do edifício FONTE- Archdaily

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SETORIZAÇÃO

FIGURA 48 – Planta baixa térreo e acessos FONTE- Archdaily

O edifício traz a questão da permeabilidade e fluidez para o projeto, já que seus acessos podem ser realizados por todos os lados, para assim, facilitar a entrada do público e não se fechar para a cidade. Além disso, suas circulações são bem distribuídas, tendo diversos pontos de circulação tanto para os escritórios, quanto apartamentos ou CAD (Centro de Arquitetura Dinamarquesa).

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FIGURA 49 – Primeiro pavimento FONTE- Archdaily

FIGURA 50 – Corte setorizado FONTE- ArchDaily/Adaptado pela autora

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FIGURA 51 – Segundo pavimento FONTE- ArchDaily

FIGURA 52 – Terceiro pavimento FONTE- ArchDaily

FIGURA 53 – Quarto pavimento FONTE- ArchDaily

FIGURA 54 – Quinto pavimento FONTE- ArchDaily

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FIGURA 55 – Corte setorizado FONTE- ArchDaily

FIGURA 56 – Circulação principal FONTE- ArchDaily/Adaptado pela autora

Os acessos de entrada como visto nas figuras de setorização, podem ser feitos tanto de um lado da rua quanto de outro, aumentando a fluidez do local. Já os acessos de cada uso, são mais livres ou restritos dependendo do uso, como do DAC, que possui um acesso mais aberto para o público e centralizado, e os outros como residencial e escritórios, possuem acessos mais restritos e mais nas laterais, já que são usos mais privativos.

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FIGURA 57 – Vista aérea Blox FONTE- ArchDaily

Condições de conforto e de flexibilidade são elementos importantíssimo para a durabilidade do BLOX (OMA, 2018, tradução nossa). A questão da sustentabilidade abordada no projeto não se traz somente no quesito da redução de energia, mas abordando os 3 pilares da sustentabilidade: econômico, social mais amplamente. O escritório se preocupou principalmente em como reduzir os efeitos da produção de energia, tanto na obra como pós-obra. Produzindo assim, uma energia mais renovável e limpa; Além disso, a questão da iluminação natural foi um fator primordial, principalmente nos usos de escritório, com isso, a transparência do edifício se acomoda de maneira a proporcionar o melhor tipo de iluminação.

OBS: Resolução projetual térmica e paisagística foi condicionada pelo clima do local

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KAMPUNG ADMIRALTY

“A proximidade com os serviços de saúde, sociais, comerciais e outras amenidades favorece a ligação entre gerações e promove o envelhecimento ativo no local” Woha(2018)s

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4.2 KAMPUNG ADMIRALTY FICHA TÉCNICA • Escritório: WOHA • Área: 9000m² • 2014-2017 • Local: WoodLands - Singapura • Programa: Uso misto (habitação • para terceira idade, creche, centro • médico, comércio, entre outros)

FIGURA 58 – Mapa de localização FONTE- OpenStreetMap

Concebido pelo renomado escritório WOHA, conhecidos por realizarem diversos projetos voltados ao âmbito sustentável, o edificio Kampung Admiralty, foi construído com a intenção de melhorar a vida dos idosos da região, visto que a área passava por uma escassez de equipamentos voltado a esse público. Com isso, o escritório decidiu, realizar em um terreno de 9000m² um projeto de uso misto como premissa principal o uso voltado à terceira idade que se misturasse com outros usos, além de, transformá-lo em um edifício dinâmico e respirável para comunidade.

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FIGURA 59 – Vista aérea (Kampung Admiralty) FONTE- Archdaily

O conceito do projeto se deu através da ideia de trazer a arquitetura do “kampung” (vila malaia/indonésia) sendo um costume que fomenta o estilo de vida comunitário e ao ar livre. Com isso os arquitetos idealizaram um edifício que integrasse diferentes usos e idades, promovendo o envelhecimento ativo, a partir de estratificações da sua volumetria, com planos horizontais em níveis, e uma alta porosidade e transparência, principalmente no térreo (LANDEZINE, s/d, tradução nossa). “Esses diversos programas são combinados por meio de paisagens compartilhadas, desde espaços recreativos ao ar livre, jardins de chuva e lago de retenção até a fazenda comunitária. É um protótipo para integrar a infraestrutura azulesverdeada com a forma construída” (LANDEZINE, s/d, tradução nossa)

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O edifício foi dividido em três estratos, Praça da Comunidade, Centro Médico e Parque Comunitário. • O nível térreo foi denominado de Praça da comunidade, onde ocorrem as atividades mais integradoras, com um plano poroso, público e para pedestres. No térreo os usos são mais voltados ao comércio, áreas de restaurantes sob o mezanino, farmácias, além de espaços para eventos, tanto para os moradores como público em geral; Architect Magazine (2016). • O Centro Médico se situa acima do térreo, possuindo dois andares, e serve como um apoio aos idosos da região. Se situa em torno de um átrio central (átrio de ventilação e iluminação para o térreo). Ele se integra com as praças elevadas, tornando o espaço muito agradável e conectivo com a natureza; Architect Magazine (2016).

FIGURA 60 – Vista lateral (Kampung Admiralty) FONTE- Archdaily

• O último estrato recebe os usos de parque da comunidade, possuindo hortas comunitárias, terraços com mobiliários para convívio, além de possuir o uso residencial para idosos, uma creche, playground e um centro de envelhecimento ativo, tornando o parque um centro conector dos usos; Architect Magazine (2016). O edifício possui 104 apartamentos, dispostos em dois volumes, onde “as unidades adotam princípios de design universal e são projetadas para ventilação cruzada natural e iluminação natural ideal” (ARCHITECT MAGAZINE, 2016)

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FIGURA 61 – Planta do térreo Kampung Admiralty FONTE- Diagrama elaborado pela autora

FIGURA 62 – Planta baixa térreo e acessos FONTE- ArchDaily/Adaptado pela autora

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FIGURA 63 – Primeiro andar FONTE- PressReader/adaptado pela autora

FIGURA 64 – Sexto pavimento FONTE- PressReader/adaptado pela autora

FIGURA 65 – Nono pavimento FONTE- ArchDaily/Adaptado pela autora

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Segundo o site Landezine Award (s/d), a paisagem foi projetada como camadas de infraestrutura verde e azul no edifício para conectar os moradores e a comunidade à vila Kampung. Mais de 100% de substituição da paisagem foi alcançada através do plantio ao nível do solo, telhados verdes e paredes verticais, onde 53% da área da construção é coberta pela vegetação. Além disso, o projeto garantiu um ótimo conforto térmico e acústico, muito pela implantação das áreas verdes, garantindo uma ventilação natural cruzada eficaz, além da proteção do ruído vindo do transporte MRT. Já a iluminação natural, foi minimizada com o uso de brises mistos a fim de evitar um ofuscamento grande. O recurso hídrico também foi pensado de maneira sustentável, a fim de conservar e reciclar as águas da chuva e utilizá-las como irrigação da paisagem e outros usos. (LANDEZINE, s/d) FIGURA 66 – Diagrama de ventilação e vegetação FONTE- Landezine Award/adaptado pela autora

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FIGURA 67 – Diagrama dos sistemas de aproveitamento de água FONTE- Landezine Award

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FIGURA 68 – Kampung Admiralty FONTE- Design Boom

FIGURA 69 – Kampung Admiralty FONTE- Design Boom

PONTOS POSITIVOS : PONTOS NEGATIVOS: • Porosidade no térreo com diversos pontos de acesso e • Moradia restrita para apenas um público; planta livre com poucas interrupções; • Escalonamento da volumetria, criando terraços integrados; • Integração com áreas verdes e preocupação com questões sustentáveis como reutilização da água

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MICROCITY HET PLATAFORM FIGURA 70 – Kampung Admiralty FONTE- Design Boom

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4.3 MICROCITY HET PLATAFORM FICHA TÉCNICA • Escritório: VenhoevenCS • Área:18.500m² • 2015-2020 • Local: Moreelsehoek - Holanda • Programa: Uso misto (apartamentos, espaços comerciais, restaurantes, praça semipública, entre outros)

FIGURA 71 – Vista aérea do edifício FONTE- ArchDaily

O edifício Microcity Het Plataform, projetado pelo escritório VenhoevenCS, possui esse nome exatamente como conceito de uma microcidade, visto que, possui uma sobreposição de usos que se complementam, com diversas áreas públicas e de encontros, trazendo uma vitalidade maior ao bairro. Além disso, o edifício foi implementado diretamente sob o terminal intermodal da cidade, trazendo uma mobilidade mais efetiva aos moradores do edifício e do bairro. Assim, a ideia do projeto foi trazer um desenvolvimento sustentável para o bairro, adequando-se ao seu contexto, integrando-se ao transporte público, e tornando o edifício mais eficiente (PINTOS, 2020). A Plataforma Het em Utrecht é um edifício comunitário de uso misto para viver, trabalhar e se divertir” (VENHOEVENCS, 2020, tradução nossa). Os volumes do edifício foram pensados de maneira a se sobrepor, a fim de trazer uma variedade de espaços abertos tanto para os moradores do edifício como espaços públicos para as pessoas no geral. O edifício trás assim uma valorização da área central da cidade, contribuindo também para uma estimulação da microeconomia do bairro, sendo outro ponto sustentável á agregar. Quanto aos usos do edifício, nele se encontram usos de 200 apartamentos, restaurantes, espaços comerciais, estacionamento para bicicletas, áreas de encontro e descanso. (PINTOS, 2020).

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FIGURA 72 – – Jardim de integração ao edifício FONTE- ArchDaily

FIGURA 73 – Terminal de ônibus e edifício FONTE- ArchDaily

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Na questão sustentabilidade verde, o edifício prezou pelas áreas arborizadas e terraços jardins, e na concepção estrutural, os engenheiros do projeto, propuseram uma estrutura de aço leve, com treliças 3D, para acomodar os usos.

FIGURA 74 – Planta baixa térreo (nível terminal) FONTE- ArchDaily

FIGURA 75 – Planta térreo (nível calçada) FONTE- ArchDaily

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FIGURA 76 –Planta baixa pavimento tipo FONTE- ArchDaily

FIGURA 77 –Planta baixa terraço FONTE- ArchDaily

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FIGURA 78 - Diagrama entorno FONTE- ArchDaily

FIGURA 79 –Fachada lateral FONTE- ArchDaily

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FIGURA 80 – Diagrama isométrica FONTE- ArchDaily

PONTOS POSITIVOS: • Proximidade direta com transporte público; • Espaços de integração através dos terraços

PONTOS NEGATIVOS: • Pouca interação entre usos; • Espaços públicos pequenos

FIGURA 81 – Corte Transversal FONTE- ArchDaily

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4.4 REFERENCIAIS PROJETUAIS As referências projetuais estão atreladas principalmente a relação de praça interna de integração e de convivência, onde a partir dela os fluxos e usos são distribuídos, podendo ter uma conexão indireta que acaba unindo diferentes públicos e unindo também com outros pavimentos a partir de seu pé direito extenso.

FIGURA 82 – SESC Guarulhos FONTE- ArchDaily

FIGURA 83 – SESC Guarulhos FONTE- ArchDaily

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O projeto de Kengo Kuma contemplará usos voltados a escritórios, coworkings, restaurantes, auditório, onde o bem-estar e saúde são imprescindíveis. O edifício considerará o design biofílico de maneira completa e integrada, conectando um espaço sustentável, e aberto às pessoas. Dos elementos do projeto, tomou-se como referência projetual, a questão da biofilia no edifício, com aproveitamento da iluminação natural, vegetação, e os terraços jardins, criando espaços privativos

FIGURA 84 – – Projeto Welcome, Feeling at Work FONTE- ArchDaily

FIGURA 85 – S– Renderização interna Welcome, feeling at work. FONTE- ArchDaily

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5.

O BAIRRO

“a colina da Penha ergue-se, com destaque, no meio de regiões baixas e de várzeas” (Autor Desconhecido)

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A escolha do local se justifica inicialmente, a partir da decisão do recorte maior, que se delimita na região da Zona Leste, principalmente pela questão dessa região ser a área que cresce cada vez mais, e por estar apresentando uma valorização imobiliária, onde se consolida a ideia de aproximar o híbrido para uma área que demande os três temas principais de uso: trabalho, lazer e moradia. Sendo assim, a partir da decisão do recorte inicial, buscou-se uma área que primeiramente estivesse dentro de um perímetro de crescimento, seja a partir das demarcações da legislação, ou aproximação com o transporte público. A partir de seu contexto atual e suas necessidades, chegou-se então no bairro da Penha.

5.1 O CONTEXTO ATUAL FIGURA 86 – Mapa de localização e limites físicos FONTE- GeoSampa/Adaptado pela autora

O bairro da Penha, se contextualiza como um dos bairros mais antigos da cidade de São Paulo, sendo uma área que, passou e passa constantemente por transformações urbanas e sociais, embora ainda prevaleça o sentimento bucólico e residencial em boa parte do bairro.

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Está localizado em uma região estratégica da Zona Leste, por ter facilidade de conexão com diversas outras regiões, como Centro (através de vias como Av. Celso Garcia, Radial Leste), Zona Norte, Leste e Oeste (através da via Marginal Tietê e Ponte Aricanduva), e regiões metropolitanas como Guarulhos (Av. Gabriela Mistral), além de estar próxima de importantes rodovias como Rodovia Ayrton Senna, Fernão Dias, e Presidente Dutra (GeoSampa). A Penha faz divisa com bairros como Vila Matilde, Carrão e está próxima a outros que passam por um processo de valorização e crescimento urbano, como Mooca, Tatuapé e Vila Prudente (TEGRA,2019). Caracteriza-se pela presença de comércios e diversos equipamentos culturais, de saúde e escolares, principalmente no centro da região (Penha de França). Além disso, o transporte público é suprido por estações de metrô (Estação Penha) que é intermodal com um Terminal de ônibus, além de possuir outro terminal na parte mais alta, e receber diversas linhas de ônibus que conectam o bairro e outras localidades, inclusive com a região de Guarulhos.

FIGURA 87 – Ponto histórico e turístico do bairro - Igreja Nossa Senhora da Penha de França FONTE- São Paulo Bairro

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5.1.1 HABITAÇÃO E DENSIDADE Assim como outros distritos adjacentes, o bairro da Penha vem passando por um processo de valorização imobiliária, e está entrando em uma dinâmica acelerada com novos empreendimentos habitacionais, para suprir a demanda de baixa densidade populacional, visto que, a maior parte das habitações do bairro se caracterizam por ser majoritariamente horizontais, de 1 a 2 pavimentos (GeoSampa), tornando assim, o bairro pouco denso, com exceção para a região da Penha de França, que se mostra mais densa por ser a região central do bairro e consequentemente mais atrativa. E com isso, por mais que o bairro esteja crescendo, segundo dados da Fundação Seade (2014), o distrito da Penha que atualmente conta com 128.590 habitantes, em uma projeção para 2030, sofrerá um declínio de -0,02% de crescimento, ou seja, se não houver investimentos habitacionais para a região, a tendência é que se torne pouco atrativa comparada a outros bairros.

FIGURA 88 – Evolução da quantidade de unidades habitacionais nos Bairros FONTE- Monitoramento PDE

FIGURA 89 – – População censitária e projeção populacional FONTE- InfoCidade (2010) /Adaptado pela autora

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5.1.2 ECONOMIA Em relação à economia, a partir dos levantamentos de uso do solo do bairro (GeoSampa), percebe-se que a parte mais alta da Penha, é onde permeia e circula a maior parte da economia, visto que desde sua fundação, o comércio se aproximou da Igreja Matriz do bairro. A região conta com uma predominância de comércios populares diversificados, como o Shopping Penha (principal ponto de compras da região), o Mercado Municipal da Penha, e as famosas ruas de compras (Av. Penha de França, R. Dr. João Ribeiro e Av. Amador Bueno). Além do setor de serviços que se caracteriza pela maior parte da economia do bairro. Já a parte baixa do bairro, se caracteriza por ser a área que menos apresenta uma força econômica, principalmente por possuir na sua formação histórica, uma maior parte de galpões e indústrias, com isso, poucos comércios se instalaram ali. Em 2017, a cada dez penhenses participantes da PIA (população em idade ativa) apenas 2,7 possuíam emprego formal (NOSSA SÃO PAULO, 2017), ou seja, por mais que o bairro possua suas centralidades econômicas, ainda apresenta uma necessidade crescimento de crescimento econômico.

FIGURA 90 – Evolução de empregos formais nos miolos de Bairros FONTE- Monitoramento PDE

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As áreas de polo comercial da Penha, como já dito, estão situadas principalmente, próximo às Avenidas João Ribeiro, Amador Bueno e Penha de França, já que, são circundadas por diversos tipos de comércios.

FIGURA 91 – Mapa de polos comerciais e econômicos FONTE- GeoSampa/adaptado pela autora

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5.1.3 LAZER E ESPAÇOS PÚBLICOS As áreas de lazer existentes no bairro estão mais localizadas assim como a economia e habitação, na área mais alta, como o Centro Cultural da Penha, Centro Esportivo, o Teatro Martins Penna, Parque Linear Tiquatira, e na parte mais baixa se encontra o córrego Rincão que possui áreas livres para o esporte. Por mais que a Penha conte com esses equipamentos, comparado a média da RMSP, está bem abaixo do esperado.

FIGURA 93 – Comparativo quantidade de Equipamentos – RMSP x Penha FONTE- Nossa São Paulo

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FIGURA 92 - – Mapa de Equipamentos de cultura, esportivos e áreas de lazer ao ar livre FONTE- GeoSampa/adaptado pela autora


5.1.4 LEGISLAÇÃO A região da Penha, é uma área que possui previsão de crescimento, tanto em relação a sua delimitação de zoneamento quanto da previsão de novas conexões de metrô e ônibus na área (Futura linha 2-verde e corredor Radial Leste). Além disso, na parte próxima dos transportes, existe uma demarcação definida pelo Plano Diretor, de Eixo de Estruturação da Transformação Urbana, ou seja, orientará as futuras produções imobiliárias a terem um crescimento ao longo dos eixos dos transportes públicos, dando uma nova dinâmica ao bairro. Dentro do Plano Regional da Subprefeitura da Penha são colocados alguns objetivos e diretrizes para melhoria da região, como: • “Promover ações indutoras do desenvolvimento econômico local, especialmente pela geração de empregos e pelo estímulo ao comércio e serviços locais. • Qualificar os espaços livres públicos, especialmente os vinculados ao comércio, os vinculados ao transporte público e os vinculados às centralidades. • Atender a demanda por espaços livres públicos de lazer e esporte; promover a conservação das paisagens e do patrimônio material e imaterial da região” (PREFEITURA DE SÃO PAULO, 2016, p.24)

FIGURA 94 – Mapa de Legislação Comparativo quantidade de Equipamentos – RMSP x Penha FONTE- GeoSampa/Adaptado pela autora

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5.2 CONTEXTO HISTÓRICO

1875 - CONSTRUÇÃO DO MODAL FERROVIARIO NO BAIRRO • Em 1875 um dos trechos da ferrovia Estrada do Norte de São Paulo é construído, conectando a região leste ao centro de São Paulo, contemplando a região Penha. • A implantação da ferrovia incentivou a instalação de indústrias e galpões principalmente na parte baixa da Penha, assim, impulsionando uma ocupação mais residencial na parte alta, e industrial na parte baixa

1970 – 1980 - CRESCIMENTO URBANO • Na década de 70, ocorreu uma explosão do crescimento populacional, onde a intensa industrialização e correntes migratórias favoreceram para o aumento da periferização da população para a região Leste e ocupações irregulares, incluindo o bairro da Penha (ALVIM, SILVA, 2016, p. 14)

ATUALIDADE • Hoje o bairro se caracteriza por possuir aproximadamente 128.000 residentes (Prefeitura de São Paulo, 2021) • Está na Subprefeitura da Penha, que abrange outros 4 distritos;

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SÉCULO XVII- PRIMEIROS ASSENTAMENTOS • As primeiras ocupações na região datam oficialmente desde o século XVII, com os primeiros bandeirantes instalando-se na parte alta da colina da Penha, seja por motivos lendários ou de defesa local; • Em 1682, ocorre a construção da Igreja Nossa Senhora Penha de França, consolidando os primeiros assentamentos do bairro ao seu redor; • Até meados do século XIX, “a Penha era um bairro rural, um aglomerado economicamente isolado da Vila de São Paulo, de pequena população, com algumas casas de taipa ao redor da capela.” (ALVIM, SILVA, 2016, p.6)

1930 – 1960 - PLANO DE AVENIDAS E NOVOS MODAIS

• Com a chegada do transporte de ônibus, para a área da Zona Leste em 1935, a região passou por um processo de expansão, ligando diversas áreas como Guarulhos e São Miguel. Fazendo com que o bairro passasse de características rurais á urbanas • Construção de diversas vias de conexão para o bairro, como a Avenida Radial Leste, e depois Marginal Tietê.

1980-2000 • Nos anos 80, foram implementados projetos urbanísticos que trouxeram maior infraestrutura para a região, como implantação da Estação Penha (ALVIM, SILVA,2016. p.17) • Já na década de 90 o bairro começa a se verticalizar, com uma ocupação do solo densa


5.3 ÁREA DE INTERVENÇÃO

FIGURA 95 – Mapa de entorno FONTE- Google Maps/Adaptado pela autora

FIGURA 96 – Quadra do terreno (córrego Rincão) FONTE- Google Maps/Adaptado pela autora

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FIGURA 97 –Quadro do terreno vista sul (R. Figura 98 – Quadra do terreno vista oeste do metrô Alvinópolis) FONTE- Autoria própria

FIGURA 98 –Quadra do terreno vista oeste do metrô FONTE- Autoria própria FIGURA 99 –Quadra do terreno vista norte (Av. Dr. Orêncio Vidigal) FONTE- Autoria própria

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FIGURA 100 –Quadra do terreno vista sul (R. Alvinópolis) FONTE- Autoria própria


FIGURA 101 – Entorno do terreno (Av. Orêncio Vidigal) Terrenos baldios e vegetação densa FONTE- Google maps

FIGURA 102 – Entorno do terreno (R. Antônio Lamanna) Córrego Rincão e pequenos comércios FONTE- Google maps

FIGURA 103- Entorno do bairro (R. Dr. Orencio Vidigal) FONTE- Google maps

FIGURA 104- Entorno do bairro (R. Alvinópolis) FONTE- Google maps

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FIGURA 105- – Av. Dr. Orêncio Vidigal (eixo do córrego arborizado e prédio comercial) FONTE- Google maps

FIGURA 106- Av. Dr. Orêncio Vidigal (ETEC prof. Aprigio Gonzaga) FONTE- Google maps

As quadras do projeto se caracterizam por ser majoritariamente residencial de médio/alto padrão com proximidade de alguns equipamentos escolares. Além disso, possui em seus arredores, vias bem arborizadas, principalmente nas bordas dos córregos, visto que são áreas que ocasionalmente alagam. Na proximidade do terreno, ocorre um alto fluxo de pedestre e carros, principalmente com o objetivo de utilização do metrô, mas além disso, há um alto fluxo de pedestres, no eixo do córrego Rincão, visto que sua alta arborização, faz com que as pessoas andem por lá para praticar exercícios e contemplar a área. A escolha da área se deu principalmente, por estar em uma região da Zona Leste que tem uma previsão de crescimento e expansão, por estar em uma delimitação de Eixo de Estruturação da Transformação Urbana. (GeoSampa) Assim, a ideia de trazer um híbrido para essa área se construiu a partir da análise de que a parte baixa da Penha é uma área que possui algumas necessidades, porém possui uma grande previsão de adensamento e valorização imobiliária. Sendo assim, o terreno está a uma proximidade de 80m da estação Penha (linha 3-vermelha), do Microterminal de ônibus, além estar próximo de vias importantes como a Avenida Radial Leste (Av. Conde de Frontin), importante via de conexão Leste-Centro. (GeoSampa)

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FIGURA 107 – Mapa de densidade FONTE - GeoSampa/Adaptado pela autora

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FIGURA 108 – Mapa de Uso do solo FONTE - GeoSampa/Adaptado pela autora

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FIGURA 109 – Mapa de Zoneamento e Eixo de Estruturação da Transformação Urbana FONTE - GeoSampa/Adaptado pela autora

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FIGURA 110 – Mapa de fluxos e transportes FONTE - GeoSampa/Adaptado pela autora

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FIGURA 111 – Mapa de equipamentos FONTE - GeoSampa/Adaptado pela autora

89


6.

PROJETO 6.1. O TERRENO

FIGURA 112 – Área do terreno FONTE - GeoSampa/Adaptado pela autora

A partir da análise de contexto do bairro e dos mapas nota-se que por mais que tenha uma previsão de crescimento, com melhoria de infraestrutura de transportes, a área do terreno se caracteriza ainda como um local pouco permeado, pouco denso, servindo apenas como passagem para o metrô e terminal de ônibus. Com isso entende-se com a chegada de novos transportes, a implantação de um edifício híbrido torna não só o entorno, mas o bairro, como um apoio em três pilares necessários para a região, o que torna assim, uma área mais fluida, densa e atrativa, onde a conexão com a da Zona Leste é mais completa. O terreno apresenta uma área total de 8650m², onde faz limite com o córrego Rincão, metrô Penha e uma quadra da comunidade ao lado.

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6.2. DIRETRIZES PROJETUAIS O projeto teve como premissa de fatores externos, 3 pilares que resultaram na elaboração do edificio de maneira mais planejada e ordenada, pensando tanto na questão interna como urbana, sendo eles: o pilar social, de áreas verdes e de fluxos e acessos.

SOCIAL / LEGISLATIVO

ÁREAS VERDES

FLUXOS E ACESSOS

No pilar legislativo analisou-se que o terreno está situado em uma área de ZEU, onde de acordo com o Plano Diretor de São Paulo (2014), são zonas do território que podem mesclar usos tanto residenciais como não residencias, onde o objetivo é promover uma maior densidade demografica com qualificação dos espaços. Neste tipo de zoneamento, os coeficientes de aproveitamento podem chegar até 4, e sem restrição de gabarito, com recuos de 3 a 5 metros. Na questão social, levando também em conta a questão do zoneamento, que permite um alto adensamento no local de até 4x, foi pensado prioritariamente em trazer para o uso habitacional principalmente, tipologias de HIS (Habitação de Interesse Social) e HMP ( Habitação de Mercado Popular), para que assim, haja uma maior diversificação social e que assim, se promova um espaço mais plural, aberto e de facil acesso para os moradores locais. Além disso, pensando nas tipologias dos apartamentos, já que a questão do adensar é uma das premissas, pensou-se em metragens mais compactas e menores, sendo ela de no máximo 42m². No pilar das áreas verdes, o principal objetivo é trazer para o projeto um espaço mais respirável, e aconchegante, tanto pensando nos espaços já existentes, como o córrego Rincão, como também em novas áreas verdes. Além disso, a aplicação da biofilia na materialidade foi outro ponto importante introduzido no projeto. E para o pilar de fluxos e acessos, foi necessário entender o funcionamento do fluxo atual, e assim, propondo acessos que facilitem a circulação e criando um fluxo mais dinâmico tanto para quem passa quanto para os usuários do edificio. Além disso, entender também que as quadra adjacentes do projeto fazem parte de uma composição urbana do hibrido com a cidade.

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6.3. FATORES FÍSICOS 9:00

15:00

FIGURA 113 – Solstício de verão FONTE - Elaborado pela autora

9:00

FIGURA 114 – Solstício de inverno FONTE - Elaborado pela autora

92

15:00


TOPOGRAFIA

FIGURA 115 – Topografia do local FONTE - GeoSampa/Elaborado pela autora

Os estudos de insolação permitiram entender a relação da iluminação natural no terreno, e as sombras que interferem nele, com isso, conclui-se que os edifícios de entorno interferem pouco no terreno, A única interferência de sombreamento se dá na parte do inverno á tarde, onde os edifícios habitacionais a frente faz sombra. Em relação a topografia, o terreno possui uma leve declividade no sentido sudoeste, com uma diferença de 0,5m da calçada do metrô até a cota 0 próxima ao córrego, assim, a topografia foi pensada principalmente em seus acessos e paisagismo, já que os acessos devem ser pensados de maneira acessível e fácil.

93


PLATAFORMA LINHA 2- VERDE Com a chegada da nova linha 2 – Verde até a estação Penha em 2028, foram propostas novas mudanças na área do metrô, e dentre elas, está a implantação de uma nova plataforma que se conecta com a linha 3 – vermelha. Portanto, foi proposto uma nova saída da plataforma que se conecte diretamente ao projeto, criando assim, uma integração entre espaços públicos e semipúblicos e o metrô. A plataforma, de acordo com o Metrô, possuirá aproximadamente 7 metros de altura do térreo e um comprimento de 120 metros, com uma saída já proposta para o terreno de frente ao Terminal de ônibus.

FIGURA 116 – Mapa de Entorno – nova plataforma de metrô FONTE - GeoSampa/Elaborado pela autora

FIGURA 117 – Croqui do projeto da nova plataforma linha 2- verde FONTE - Elaborado a partir de conversas com o Metrô

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6.4. PROGRAMA DE NECESSIDADES O projeto conta com 4 pilares essenciais de usos, sendo cultural, coworking, comercial e residencial, onde os intermédios desses usos acabam se relacionando com outro, a fim de criar conexões de diferentes públicos, essas relações foram estabelecidas de acordo com o grau de privacidade ou coletividade do espaço. FIGURA 118– Programa de necessidades do projeto FONTE - Elaborado pela autora

CAFETERIA

135M²

COZINHAS

75M²

RESTAURANTES LOJAS

COMÉRCIO E SERVIÇOS

220M² 140

ATELIÊ DE ARTES E MUSICA

170M²

PRAÇA ELEVADA

120M²

SALAS DE DANÇA

230M²

RECEPÇÃO

100M²

ADMINISTRAÇÃO

10M²

REUNIÃO

10M²

CURADORIA

10M2

ALMOXARIFADO

10M²

COPA/DESCOMPRESSÃO

40M²

SANITÁRIOS

120M²

HORTIFRUTTI

170M²

ACADEMIA

220M²

BAR ROOFTOP

300M²

DOCA

165M²

SALA DE CONTROLE

30M²

SANITÁRIOS

20M²

CINEMA

200M²

BILHETERIA

60M²

FOYER

150M²

WORKSPACE

1960M²

REUNIÃO

APTO TIPOLOGIA 1

42M²

COPA

120M² 200M² 95M²

APTO TIPOLOGIA 2

34M²

DESCOMPRESSÃO

270M²

APTO TIPOLOGIA 3

25M²

PALESTRAS/EVENTOS

200M²

32M²

CURSO PROFISSIONALIZANTE

210M²

VARANDA COMPARTILHADA SALÃO DE FESTA

120M²

ADMINISTRAÇÃO

30M²

SALÃO DE JOGOS

50M²

FINANCEIRO

10M²

HALL RESIDENCIAL

90M²

SANITÁRIOS

200M²

HORTA COMUNITÁRIA

50M²

LAVANDERIA COMPARTILHADA

160M²

RECEPÇÃO

COWORKING

BIBLIOTECA

400M² 300M²

EXPOSIÇÃO

SALA MULTIUSO

70M²

HALL COWORKING

50M²

C E N T R O CULTURAL

HABITAÇÃO

95


6.5. QUADRO DE ÁREAS ÁREA TOTAL CONSTRÚIDA: 28.435M² TOTAL DE PAVIMENTOS: 22 PAVIMENTOS TÉRREO: 1.955 M² CONSTRUIDO + 3.225M² PERMEÁVEL QUANTIDADE TOTAL DE APARTAMENTOS: 150 20% DESTINADO Á STUDIOS/FLATS 40% DESTINADO Á HIS E 40% DESTINADO Á HMP TIPOLOGIAS:

FIGURA 119 – Porcentagem total dos espaços FONTE - Elaborado a partir de conversas com o Metrô

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6.6. CONCEITO E PARTIDO

FIGURA 120 – Croqui esboços de acessos FONTE - Elaborado pela autora

FIGURA 121 – Croqui acessos e fluxos do entorno FONTE - Elaborado pela autora

FIGURA 122– Croqui do projeto FONTE - Elaborado pela autora

FIGURA 123– Croqui do projeto FONTE - Elaborado pela autora

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INTEGRAÇÃO DIRETA Como prioridade do projeto, foi proposto integrar a relação de saída do metrô com o edifício através das áreas públicas e de uma circulação direta

FIGURA 124 – Conceito do projeto FONTE - Elaborado pela autora

FLUIDEZ E PERMEABILIDADE A fluidez e permeabilidade é um dos principais pontos do projeto, onde a ideia é quebrar a quadra a fim de que o público externo e interno possa percorrer diversos tipos de caminhos, dentre eles, está a criação de dois eixos principais. FIGURA 125 – Conceito do projeto FONTE - Elaborado pela autora

ÁREAS VERDES E BIOFILICAS Para que o projeto se torne um local agradável, respirável e aconchegante, outro conceito é trazer mais espaços naturais como a aproximação do córrego e do térreo. Além de trazer a materialidade mais natural possivel. FIGURA 126– Conceito do projeto FONTE -Elaborado pela autora

98


ESCALONAMENTO DA FORMA Para criar um volume mais dinâmico e aproveitar os recuos como espaços de convivio e áreas verdes.

FIGURA 127 – Conceito do projeto FONTE - Elaborado pela autora

6.6. SETORIZAÇÃO

TÉRREO - usos comerciais, cultural e halls de acessos FIGURA 128 – Setorização térreo FONTE - Elaborado pela autora

ACESSO GARAGEM HAB. E COWORKING ACESSO DOCA

PRIMEIRO PAVIMENTO - centro cultural FIGURA 129 – Setorização primeiro pavimento FONTE - Elaborado pela autora

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2º e 3º PAVIMENTO - COMERCIO E ACESSO PLATAFORMA

COWORKING - 4º AO 6º PAVIMENTO

FIGURA 130– Setorização 2 e 3 pavimento FONTE - Elaborado pela autora

FIGURA 131 – Setorização coworking FONTE - Elaborado pela autora

HABITAÇÃO - DO 7ª AO 22ª PAVIMENTO

FIGURA 132 – Setorização habitação FONTE - Elaborado pela autora

100

HABITAÇÃO COWORKING COMÉRCIO CENTRO

FIGURA 133 – Setorização circulação FONTE - Elaborado pela autora


6.6. DESENHOS TÉCNICOS

+17,02

+27,70 M S

20 3,57

T

LAVANDERIA 64,20 m²

19

8,16

+27,70

18 4,15

7,49

SALÃO DE JOGOS

BRINQUEDOTECA

59,37 m²

31,16 m²

6,51

17

COZINHA 103,91 m²

16

7 16,50

260,44 m²

+27,70

+17,05 +8,83

19,86

FIGURA 134 – Implantação FONTE - Elaborado pela autora

SKY BAR

8

+27,70

9,03 6,76 7,80

0

2

5

10

25

D

101


FIGURA 135 – Planta baixa terreo FONTE - Elaborado pela autora

102


H G F

1

11,63

WC

12,72

7,63

E

8,01

16,06 m²

WC

1A

14,71 m²

+4,50

+4,50 2

15,08

FOYER 160,26 m²

25,94

3

5 3 , 2 +

4

5

+4,50

S

EXPOSIÇÃO 392,30 m²

6

27,23

ATELIÊ ARTES 54,19 m²

ATELIÊ MUSICAL ATELIÊ ARTES

54,60 m²

69,77 m²

7

SALA DE DANÇA 115,15 m²

+4,50 8

CONVIVÊNCIA WC

WC

DANÇA ABERTO

15,74

SALA DE DANÇA

4,96

108,79 m²

4,15

D

24,10

6,36

D C

B A

0

2

5

10

25

FIGURA 136 – Planta baixa primeiro pavimento FONTE - Elaborado pela autora

103


H G

1A

+8,80

2

CINEMA 98,14 m²

CINEMA 97,46 m²

ÁREA TECNICA 28,74 m²

3 BILHETERIA 33,69 m²

+8,80

4

+8,70

5

FARMÁCIA 55,56 m²

WC A=10,99 m²

6 WC A=10,94 m²

LOJA 52,78 m²

LOJA

LOJA

19,46 m²

LOJA

LOJA

27,26 m²

30,39 m²

LOJA

7

53,44 m²

23,93 m²

+8,80

DESCOMPRESSÃO A=23,65 m²

+8,83

ADM

COPA

A=13,92 m²

A=17,95 m²

TERRAÇO JARDIM

8

REUNIÃO CURADORIA

A=5,17 m²

A=10,77 m²

LOJA

LOJA 26,64 m²

22,72 m²

7,46

D

8,31

C B

0

FIGURA 137– Planta baixa segundo pavimento FONTE - Elaborado pela autora

104

2

5

10

25


1A

CINEMA 9,95

97,10 m²

1,81

CABINE DE PROJEÇÃO

+11,50

2

10,64 m²

CABINE DE PROJEÇÃO

3

11,11 m²

13,24

9,98

+13,00

4 3,46

+8,70

LOJA 96,77 m²

5

6,31

LOJA 63,83 m²

3,72

COZINHA 36,14 m²

7,70

6

RESTAURANTE

7,48

96,85 m²

9,90

4,11 4,16 4,07 3,88

LOJA

LOJA

LOJA

19,46 m²

23,93 m²

LOJA

LOJA

54,42 m²

LOJA

7

53,33 m²

29,22 m²

26,56 m²

EXTERNO RESTAUTANTE

9,07

+13,00

139,81 m²

+13,00 8

16,37

LOJA 52,14 m²

LOJA

H

G

50,53 m²

F D C

0

2

5

10

25

B

FIGURA 138– Planta baixa terceiro pavimento FONTE - Elaborado pela autora

105


+17,02 TERRAÇO JARDIM

3

+17,00 RECEPÇÃO A=151,39 m²

4

5

8,27

WORKSPACE 524,85 m²

6

+17,00 REUNIÃO A=12,77 m²

11,83 10,01

8,10

REUNIÃO A=11,39 m²

8,19 REUNIÃO A=11,26 m²

4,41

CAPACITAÇÃO

COPA

120,57 m²

7

33,08 m²

4,31

CAPACITAÇÃO 91,82 m²

+17,05

+17,00

8

ADMINISTRAÇÃO A=21,94 m²

16,14

H

ATENDIMENTO A=13,62 m²

G

FINANCEIRO A=14,17 m²

23,69

D C

FIGURA 139– Planta baixa quarto pavimento FONTE - Elaborado pela autora

106

F

0

2

5

10

25


+17,02

6,20

3

9,38 3,81

10,80

+20,50

LANCHONETE A=20,89 m²

4 3,23

5

WORKSPACE 514,30 m²

6 18,17

REUNIAO 12,47 m²

REUNIAO 12,46 m²

REUNIAO

PALESTRAS A=90,94 m²

7

13,34 m²

PALESTRAS A=113,96 m²

4,48

10,26

COPA A=34,09 m²

4,51

DESCOMPRESSÃO

8

+17,05 SALA MULTIUSO 9,30

+8,83

H

72,68 m²

G

9,00 5,57

C

0,85

F

8,04

D

0

2

5

10

25

FIGURA 140– Planta baixa quinto pavimento FONTE - Elaborado pela autora

107


3

+23,80 4

+14,50

5 S Acima

6

7

WORKSPACE

COPA

862,62 m²

34,09 m²

DESCOMPRESSÃO

8

85,95 m²

+17,05

+23,80 H

SALA MULTIUSO 52,03 m²

G F D

C

FIGURA 141– Planta baixa sexto pavimento FONTE - Elaborado pela autora

108

0

2

5

10

25


+17,02

+27,70 M S

20 3,57

T

LAVANDERIA 64,20 m²

19

8,16

+27,70

18 4,15

BRINQUEDOTECA

59,37 m²

31,16 m²

7,49

SALÃO DE JOGOS

6,51

17

COZINHA 103,91 m²

16

7 16,50

SKY BAR 260,44 m²

+27,70

+17,05 19,86

+8,83

8

+27,70

9,03 6,76 7,80

0

2

5

10

25

D

FIGURA 142– Planta baixa setimo pavimento FONTE - Elaborado pela autora

109


M S T

24m²

20

0 3 , 1 3 +

40m²

19

32m² 40m²

2,07

18 32m² 40m²

17 32m² 40m² 16

24m² 24m²

15

0

FIGURA 143– Planta baixa oitavo pavimento FONTE - Elaborado pela autora

110

2

5

10

25


HORTA COMUNITÁRIA A=58,79 m²

6,22

+81,40

SALÃO DE FESTA 117,56 m²

13,77

15,05

4,56

16,60

0

2

5

10

25

FIGURA 144– Planta baixa cobertura FONTE - Elaborado pela autora

111


0

2

5

10

25

+81,40(N.A.) COBERTURA +78,10(N.A.) 22 PAVIMENTO +74,70(N.A.) 21 PAVIMENTO +71,30(N.A.) 20 PAVIMENTO +67,90(N.A.) 19 PAVIMENTO +64,40(N.A.) 18 PAVIMENTO +61,10(N.A.) 17 PAVIMENTO +57,70(N.A.) 16 PAVIMENTO +54,40(N.A.) 15 PAVIMENTO +51,10(N.A.) 14 PAVIMENTO +47,80(N.A.) 13 PAVIMENTO +44,50(N.A.) 12 PAVIMENTO +41,20(N.A.) 11 PAVIMENTO +37,90(N.A.) 10 PAVIMENTO +34,60(N.A.) 9 PAVIMENTO +31,30(N.A.) 8 PAVIMENTO +27,70(N.A.) 7 PAVIMENTO +23,80(N.A.) 6 PAVIMENTO +20,50(N.A.) 5 PAVIMENTO +17,00(N.A.) 4 PAVIMENTO +13,00(N.A.) 3 PAVIMENTO

+8,80(N.A.) 2º PAVIMENTO

+4,50(N.A.) 1º PAVIMENTO

+0,20(N.A.) 00-PAV. TÉRREO -3,50(N.A.) SUBSOLO -7,00(N.A.) SUBSOLO 2

FIGURA 145– Corte A-A FONTE - Elaborado pela autora

112

20


+85,00(N.A.) IMPLANTAÇÃO +81,40(N.A.) COBERTURA +78,10(N.A.) 22 PAVIMENTO +74,70(N.A.) 21 PAVIMENTO +71,30(N.A.) 20 PAVIMENTO +67,90(N.A.) 19 PAVIMENTO +64,40(N.A.) 18 PAVIMENTO +61,10(N.A.) 17 PAVIMENTO +57,70(N.A.) 16 PAVIMENTO +54,40(N.A.) 15 PAVIMENTO

+17,02

+51,10(N.A.) 14 PAVIMENTO +47,80(N.A.) 13 PAVIMENTO +44,50(N.A.) 12 PAVIMENTO +41,20(N.A.) 11 PAVIMENTO

+27,70 +37,90(N.A.) 10 PAVIMENTO

M S

20

+34,60(N.A.) 9 PAVIMENTO

3,57

T

+31,30(N.A.) 8 PAVIMENTO

LAVANDERIA 64,20 m²

19

+27,70(N.A.) 7 PAVIMENTO

8,16

+27,70

+23,80(N.A.) 6 PAVIMENTO

18 4,15

BRINQUEDOTECA

59,37 m²

31,16 m²

7,49

SALÃO DE JOGOS

+20,50(N.A.) 5 PAVIMENTO 6,51

17

+17,00(N.A.) 4 PAVIMENTO

COZINHA

+13,00(N.A.) 3 PAVIMENTO

103,91 m²

16

+8,80(N.A.) 2º PAVIMENTO 7 16,50

SKY BAR 260,44 m²

70

+4,50(N.A.) 1º PAVIMENTO

+0,20(N.A.) 00-PAV. TÉRREO 8

+27,70

-3,50(N.A.) SUBSOLO -7,00(N.A.) SUBSOLO 2

9,03 6,76

0

2

5

0

2

10

5

10

25

25

D

FIGURA 146– Corte B-B FONTE - Elaborado pela autora

113


+85,00(N.A.) IMPLANTAÇÃO +81,40(N.A.) COBERTURA +78,10(N.A.) 22 PAVIMENTO +74,70(N.A.) 21 PAVIMENTO

H

+71,30(N.A.) 20 PAVIMENTO +67,90(N.A.) 19 PAVIMENTO +64,40(N.A.) 18 PAVIMENTO +61,10(N.A.) 17 PAVIMENTO +57,70(N.A.) 16 PAVIMENTO +54,40(N.A.) 15 PAVIMENTO +51,10(N.A.) 14 PAVIMENTO

+17,02

+47,80(N.A.) 13 PAVIMENTO +44,50(N.A.) 12 PAVIMENTO +41,20(N.A.) 11 PAVIMENTO

+27,70

+37,90(N.A.) 10 PAVIMENTO

M S F

+34,60(N.A.) 9 PAVIMENTO

20

T

E

3,57

G

D

C

B

+31,30(N.A.) 8 PAVIMENTO

A

LAVANDERIA 64,20 m²

19

+27,70(N.A.) 7 PAVIMENTO

8,16

+27,70

+23,60(N.A.) 6 PAVIMENTO

18 4,15

BRINQUEDOTECA

59,37 m²

31,16 m²

7,49

SALÃO DE JOGOS

+20,50(N.A.) 5 PAVIMENTO

6,51

+17,00(N.A.) 4 PAVIMENTO

17

+13,00(N.A.) 3 PAVIMENTO

COZINHA 103,91 m²

16

+8,80(N.A.) 2º PAVIMENTO 7

+4,50(N.A.) 1º PAVIMENTO

16,50

SKY BAR 260,44 m²

+27,70

+0,20(N.A.) 00-PAV. TÉRREO

+17,05 19,86

+8,83

-3,50(N.A.) SUBSOLO

8

+27,70

-7,00(N.A.) SUBSOLO 2 9,03

FIGURA 147– Corte C-C FONTE - Elaborado pela autora

114

6,76 7,80

D

0

2

5

10

25


+17,02

+27,70 M S

20 3,57

T

LAVANDERIA 64,20 m²

19

8,16

+27,70

18 4,15

BRINQUEDOTECA

59,37 m²

31,16 m²

7,49

SALÃO DE JOGOS

6,51

17

COZINHA 103,91 m²

16

7 16,50

SKY BAR 260,44 m²

+27,70

+17,05 19,86

+8,83

8

+27,70

9,03

FIGURA 148– Corte D-D FONTE - Elaborado pela autora

6,76 7,80

0

2

5

10

25

D

115


FIGURA 149– Elevação leste (2) FONTE - Elaborado pela autora

116


FIGURA 150– Elevação norte (1) FONTE - Elaborado pela autora

117


FIGURA 151– Elevação oeste (4) FONTE - Elaborado pela autora

118


FIGURA 152– Elevação sul 3) FONTE - Elaborado pela autora

119


FIGURA 153– 3D fachada oeste FONTE - Elaborado pela autora

120


FIGURA 154– 3D fachada norte FONTE - Elaborado pela autora

121


FIGURA 155– 3D térreo FONTE - Elaborado pela autora

122


FIGURA 156– 3D térreo FONTE - Elaborado pela autora

123


FIGURA 157– 3D biblioteca FONTE - Elaborado pela autora

124


FIGURA 158– 3D biblioteca FONTE - Elaborado pela autora

125


FIGURA 159– 3D passarela FONTE - Elaborado pela autora

FIGURA 160– 3D passarela FONTE - Elaborado pela autora

126


FIGURA 161– 3D coworking FONTE - Elaborado pela autora

BRISES VERTICAIS HALETADOS DE MADEIRA REFLORESTADA E TRATADA

FIGURA 162– 3D coworking FONTE - Elaborado pela autora

127


FIGURA 163– 3D coworking FONTE - Elaborado pela autora

128


FIGURA 164– 3D varanda compartilhada FONTE - Elaborado pela autora

PAINEL MÓVEL PERFURADO DE MADEIRA LAMINADA

FIGURA 165– 3D apartamentos FONTE - Elaborado pela autora

129


8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMORELLI, S; BACIGALUPI, L. EDIFICIOS HIBRIDOS: Potenciadores de áreas de centralidad en la ciudad contemporánea.. Uruguay, 2016. 125 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Arquitetura) - Universidad ORT Uruguay. Disponível em: <https://dspace.ort.edu.uy/handle/20.500.11968/3263>. Acesso em: 12 mar. 2021. ARPA, Javier; MOZAS, Javier; PER, Aurora F. This is hybrid: an analysis of a mixed-use buildings. A+T architecture publishiers,Spain,p.18,2014.Disponívelem:https://aplust.net/pdf_libros/YeG7tIND_TiH_Movil_p.pdf.Acessoem:20mar.2021. BENFATTI, Denio M.; QUEIROGA, Eugenio F.; SILVA, Jonathas M. P. Transformações da metrópole contemporânea: novas dinâmicas espaciais, esfera da vida pública e sistema de espaços livres. Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais, Recife, v. 12, p. 29-43, 2010. Disponível em: https://rbeur.anpur.org.br/rbeur/article/view/230/214. Acesso em: 03 abr. 2021. BAUMAN, Zygmunt. Modernidade líquida. Tradução Plínio Dentzien. Zahar, 2001. 192 p. Disponível em: farofafilosofica.files.wordpress.com/2016/10/modernidade-liquida-zygmunt-bauman.pdf. Acesso em: 31 mar. 2021. BRANDÃO, Douglas Queiroz. Diversidade e potencial de flexibilidade de arranjos espaciais de apartamentos: uma análise do produto imobiliário no Brasil. Florianópolis, 2002. 443 p. Tese (Engenharia de produção) -UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA. Disponível em: <repositorio.ufsc.br/handle/123456789/106529>. Acesso em: 30 mar. 2021. BROWNING, W.D; RYAN, C.O; CLANCY, j.o. 14 patterns of biophilic design. New York: Terrapin Bright Green llc, 2014. 64 p. Disponível em: https://www.terrapinbrightgreen.com/reports/14 -patterns/?utm_medium=website&utm_source=archdaily.com.br#references. Acesso em: 1 mai. 2021. CAMPOS, J.; TEIXEIRA, C.; SCHMITZ, A. Coworking Spaces: Concepts, Types and Features. In: Congresso internacional de conhecimento e inovação (CIKI). Anais eletrônicos [...] Joinville, 2015. 23 p. Disponível em: https://www. researchgate.net/publication/282701860_Coworking_Spaces_Concepts_Types_and_Features. Acesso em: 20 mar. 2021. CASTRO, J; NAGAMORI, A. O edifício híbrido: a relação dialética do homem com a cidade. In: COLÓQUIO IBERO-AMERICANO PAISAGEM CULTURAL, PATRIMÔNIO E PROJETO, 4., 2016, Belo Horizonte. Conference. 2016. p. 2-4. Disponível em: <https://www.researchgate.net/publication/320215477_O_EDIFICIO_HIBRIDO_a_ relacao_dialetica_do_homem_com_a_cidade>. Acesso em: 16 mar. 2021.

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