barbara gondim
centro de convivência para idosos
estudo de um espaço de lazer e integração
estudo de um espaço de lazer e integração
centro de convivência para idosos Barbara Gondim dos Santos
Universidade São Judas Tadeu Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Trabalho Final de Graduação Orientador Prof. Roberto Kazuo Yokota São Paulo, 2021
Dedico aos meus avós Dinha, Jairo e Lica, a minha família e amigos.
Agradecimentos
À Deus, por nunca me abandonar, e ter permitido que eu tivesse saúde e determinação durante a realização deste trabalho. Aos meus pais Viviane e Antônio e ao meu irmão Lucas por todo ensinamento, motivação e incentivo. Sem vocês, com certeza, eu não teria chego até aqui. Ao meu namorado Gabriel, por me apoiar e incentivar com muito amor e por sempre acreditar em mim. Aos amigos desde antes da arquitetura, que sempre estiveram ao meu lado, agradeço pelo apoio e pela amizade incondicional. Em especial, à minha amiga Crisley pela ajuda e dedicação. Aos meus colegas de curso, que compartilharam tantos momentos de descoberta e aprendizado. À minhas amigas Gabriella, Leticia, Francielle e Paloma, agradeço por todo companheirismo, ensinamentos e por estarem ao meu lado. A todos os professores, por toda dedicação, conselhos e ensinamentos. Em especial ao professor Miguel Torrero, por todo incentivo, disponibilidade e paciência. Ao meu orientador Roberto Yokota, por ter conduzido este trabalho com muita paciência e por me fazer enxergar uma forma diferente de fazer arquitetura. À todos que, de alguma forma, contribuíram para a realização deste trabalho. Obrigada!
Resumo
Este Trabalho Final de Graduação tem como objeto de estudo a população idosa e sua relação com a cidade de São Paulo (SP), bem como com os equipamentos públicos de lazer existentes nela, a partir de pesquisas bibliográficas sobre envelhecimento saudável e análise das propostas de políticas públicas, além de programas sociais da rede municipal e privada da cidade. Ao final é apresentado estudo acerca do desenho de um equipamento público, [a ser implantado no bairro paulistano Tatuapé] cujo objetivo é reunir atividades físicas, educacionais e de socialização, através de um ambiente acolhedor com integração ao meio natural, proporcionando envelhecimento saudável, com participação social.
Palavras-chave: Idosos | envelhecimento saudável | equipamento público
Abstract
This Final Graduation Article main object is to study elderly population and its relationship with São Paulo town, and its public leisure equipments, starting with bibliographies researches about healthy aging and analysing public politics proposals, and also social programs from municipal and private networks in the city. At the end its showing a study about a proposal of a public leisure equipment, [to be implemented in the district of Tatuapé] aiming to gather physical, educational and social activities,
through
a warming and welcoming environment integrated with the nature, providing and healthy aging with social integration.
Key words: Elderly | healthy aging | public leisure equipments
Lista de Ilustrações Lista de Figuras Figura 01 - Pirâmides etárias do Brasil dos anos 2010, 2020, 2040 e 2060. p21 Fonte: IBGE | Editado pela autora. Figura 02 - Taxa de Analfabetismo no Brasil. p22 Fonte: IBGE/ PNAD contínua 2016-2019 | Elaborado pela autora. Figuras 03 - 05 - Aos 90 anos, idoso encara banco da universidade. p23 Fonte: Portal G1. Disponível em: <g1.globo.com> Acesso em: 18 abr. 2021. Figura 06 - Doenças que mais levaram idosos a óbito entre 1995 e 2013. p24 Fonte: PRINCIPAIS CAUSAS DE ÓBITOS EM IDOSOS NO BRASIL. Editado pela autora. Figura 07 - Dificuldades enfrentadas pelos cadeirantes. p31 Fonte: Divulgação/Elias Gonçalves. Disponível em: <https://www.opopularjm.com. br/> Acesso em: 13 Mai. 2021. Figura 08 - Dificuldades enfrentadas pelos deficientes visuais. p31 Fonte: Jonathan Lins/G1. Disponível em: <http://g1.globo.com/> Acesso em: 13 Mai. 2021. Figura 09/ 10 - Rampas de acesso mal executadas / Piso Tátil mal executado. p31 Fonte: Weber Sian/ A Cidade. Disponível em: <https://www.acidadeon.com/> Acesso em: 13 Mai. 2021. Figura 10 - Piso tátil mal executado. p31 Fonte: Weber Sian/ A Cidade. Disponível em: <https://www.acidadeon.com/> Acesso em: 13 Mai. 2021. Figura 11 - Políticas Públicas. p33 Fonte: Guia de Políticas, Programa e Projetos do Governo Federal para a População Idosa | Elaborado pela autora. Figura 12 - Centro dia para Idosos Lapa. p35 Fonte: Fabio Arantes/SECOM. Disponível em: <http://www.capital.sp.gov.br/> Acesso em: 26 Mai. 2021. Figura 13 - Centro de Convivência para Idosos Bem Viver. p35 Fonte: Acervo do NCI Bem Viver e Rose Balduino. Disponível em: <https://www. prefeitura.sp.gov.br/> Acesso em: 26 Mai. 2021. Figuras 14 e 15 - Trabalho Social com Idosos - SESC CE. p37
Fonte: Portal SESC Ceara. Figura 16 - Mapeamento 1954 - Vasp Cruzeiro. p41 Fonte: GeoSampa. Figura 17 - Ortofoto 2017 - PMSP RGB. p41 Fonte: GeoSampa. Figura 18 - Av. Alcântara Machado (Radial Leste) nos anos 70. p43 Fonte: São Paulo Antiga. Disponível em <https://saopaulosao.com.br/> Acesso em: 28 Mai. 2021. Figura 19 - Vista aérea Parque Municipal do Tatuapé. p49 Fonte: Google Earth | Editado pela autora. Figura 20 - Atrações Parque Municipal do Tatuapé. p51 Fonte: Revista em foco | Editado pela autora. Figura 21 - Acessos Parque Municipal do Tatuapé. p51 Fonte: Revista em foco | Editado pela autora. Figuras 22 - 33 - Parque Municipal do Tatuapé. p52 e p53 Fonte: Própria autora, maio de 2021. Figura 34 - Corte da HG - Casa Gerontológica, sem escala. p56 Fonte: ArchDaily Brasil. Disponível em <https://www.archdaily.com.br/br/885410/ hg-casa-gerontologica-r-plus-b-diseno-experimental> Acesso em: 16 Mai. 2021. Figura 35 - Fachada da HG - Casa Gerontológica, sem escala. p57 Fonte: ArchDaily Brasil. Disponível em <https://www.archdaily.com.br/br/885410/ hg-casa-gerontologica-r-plus-b-diseno-experimental> Acesso em: 16 Mai. 2021. Figura 36 e 37 - Área Molhada da HG - Casa Gerontológica, sem escala. p57 Fonte: ArchDaily Brasil. Disponível em <https://www.archdaily.com.br/br/885410/ hg-casa-gerontologica-r-plus-b-diseno-experimental> Acesso em: 16 Mai. 2021. Figura 38 - HG - Casa Gerontológica. p57 Fonte: ArchDaily Brasil. Disponível em <https://www.archdaily.com.br/br/885410/ hg-casa-gerontologica-r-plus-b-diseno-experimental> Acesso em: 16 Mai. 2021. Figura 39 - Diagrama de relação entre ambientes externos e internos. p58 Fonte: Vilhelm Lauritzen Architects. Disponível em <https://www.vla.dk/en/project/ steno-diabetes-center-copenhagen/> Acesso em: 16 Mai. 2021. Figura 40 - Planta e diagrama do Centro de Diabetes Steno, sem escala. p59
Fonte: Vilhelm Lauritzen Architects. Disponível em <https://www.vla.dk/en/project/ steno-diabetes-center-copenhagen/> Acesso em: 16 Mai. 2021. Figura 41 - Corte do Centro de Diabetes Steno, sem escala. p59 Fonte: Vilhelm Lauritzen Architects. Disponível em <https://www.vla.dk/en/project/ steno-diabetes-center-copenhagen/> Acesso em: 16 Mai. 2021. Figura 42 - Praça de encontro e escada ajardinada. p59 Fonte: Vilhelm Lauritzen Architects. Disponível em <https://www.vla.dk/en/project/ steno-diabetes-center-copenhagen/> Acesso em: 16 Mai. 2021. Figura 43 - Corte da UNAB Viña del Mar, sem escala. p60 Fonte: ArchDaily Brasil. Disponível em <https://www.archdaily.com.br/> Acesso em: 16 Mai. 2021. Figura 44 - Diagrama de Implantação da UNAB Viña del Mar. p61 Fonte: Martín Schimidt Radic Arquitectos. Disponível em <https://web.msraa.cl/ portfolio/unab-vina/> Acesso em: 16 Mai. 2021. Figura 45 - Fachada Oeste da UNAB Viña del Mar. p61 Fonte: Martín Schimidt Radic Arquitectos. Disponível em <https://web.msraa.cl/ portfolio/unab-vina/> Acesso em: 16 Mai. 2021. Figura 46 - Iluminação Zenital da UNAB Viña del Mar. p61 Fonte: Martín Schimidt Radic Arquitectos. Disponível em <https://web.msraa.cl/ portfolio/unab-vina/> Acesso em: 16 Mai. 2021. Figura 47 - Pátio Central da UNAB Viña del Mar. p61 Fonte: ArchDaily Brasil. Disponível em <https://www.archdaily.com.br/b> Acesso em: 16 Mai. 2021. Figura 48 - Fluxograma. p64 Fonte: Elaborado pela autora. Figura 49 - Diagrama Programa Arquitetônico. p67 Fonte: Elaborado pela autora. Figura 50 - Diagrama Estudo de Implantação 1. p68 Fonte: Elaborado pela autora. Figura 51 - Diagrama Estudo de Implantação 2. p68 Fonte: Elaborado pela autora. Figura 52 - Diagrama Estudo de Implantação 3. p69
Fonte: Elaborado pela autora. Figura 53 - Diagrama Estudo de Implantação 4. p69 Fonte: Elaborado pela autora. Todas as imagens não referenciadas são de domínio público.
Lista de Mapas Mapa 01 - Total de Idosos por Distrito em 2010. p39 Fonte: IBGE/ Seade; Elaboração: SMDU/ CPPI | Editado pela autora. Mapa 02 - Total de Idosos por Distrito em 2019. p39 Fonte: Seade; Elaboração: SMDU/ CPPI | Editado pela autora. Mapa 03 - Gabarito de Alturas. p44 Fonte: Geosampa - Prefeitura de São Paulo | Editado pela autora. Mapa 04 - Sistema Viário. p45 Fonte: Geosampa - Prefeitura de São Paulo | Editado pela autora. Mapa 05 - Uso Predominante do Solo. p46 Fonte: Geosampa - Prefeitura de São Paulo | Editado pela autora. Mapa 06 - Zoneamento. p47 Fonte: Geosampa - Prefeitura de São Paulo | Editado pela autora.
Lista de Tabelas Tabela 01 - Programa Arquitetônico - Reabilitação. p65 Fonte: Elaborado pela autora. Tabela 02 - Programa Arquitetônico - Educacional. p65 Fonte: Elaborado pela autora. Tabela 03 - Programa Arquitetônico - Convivência. p65 Fonte: Elaborado pela autora. Tabela 04 - Programa Arquitetônico - Apoio p66 Fonte: Elaborado pela autora. Tabela 05 - Programa Arquitetônico - Manutenção. p66 Fonte: Elaborado pela autora. Tabela 06 - Quadro de Áreas. p66 Fonte: Elaborado pela autora.
Sumário
14 01. Apresentação
18 02. Idoso e Sociedade
26 03. O Idoso e a Cidade
38 04. Contexto Urbano
Introdução..........................................................................15 Justificativa.......................................................................16 Objetivo Geral...................................................................16 Objetivos Específicos...................................................16 Metodologia......................................................................16
A Imagem do Idoso.........................................................19 Discriminação Etária....................................................19 O Idoso no Brasil...............................................................20 A Importância da Prevenção de Doenças........24
Acessibilidade Universal..........................................27 Acessibilidade no Brasil..............................................28 Barreiras............................................................................29 Cidade Amiga do Idoso................................................29 Políticas Públicas para idosos no Brasil...........32 Serviços e Benefícios Assistenciais.....................34 Programas Sociais para Idosos.............................34 Trabalho Social com Idoso Sesc..........................36
O Idoso na Cidade de São Paulo................................39 O Distrito do Tatuapé....................................................40 O Parque Municipal do Tatuapé.............................48 Premissas para Escolha do Local...........................50
54 05. Projetos de Referência
62 06. Estudo Preliminar
80 07. Considerações Finais
HG- Casa Gerontológica............................................56 Steno Diabetes Center Copenhagen..................58 NAB Viña del Mar.........................................................60
A Proposta..........................................................................63 O Programa.......................................................................63 Estudo de Implantação..............................................68 Distribuição Interna do Programa.......................69 Desenhos Técnicos.......................................................70 Imagem 3D.......................................................................78
Considerações Finais...................................................81 Referências Bibliográficas......................................82
14
01. Apresentação Introdução
há 50 anos. A imagem do idoso como
A melhora nas condições
dependente, frágil e doente é um
de saúde e o desenvolvimento da
estereótipo ultrapassado, que
medicina estão entre os principais
generaliza as pessoas mais velhas
fatores no aumento da expectativa
e acaba causando discriminação,
de vida da população mundial.
o que gera, consequentemente,
Pela primeira vez na história, a maioria delas pode esperar viver 60 anos ou mais.
isolamento. O aumento da longevidade
Em 2050, espera-se que a
pode proporcionar inúmeros
população mundial com 60
benefícios e trazer consigo diversas
anos ou mais chegue a 2
oportunidades, desde que esteja
bilhões, em contraponto aos 900 milhões em 2015. (Folha
aliado a um envelhecimento ativo
informativa - Envelhecimento
e saudável. Em decorrência disso,
e saúde, 2018)
um leque de novas oportunidades
A população idosa em países
se abre, com novos sonhos e
que se encontram em fase de
metas que podem ser propostos
desenvolvimento, como no caso
à população idosa.
do Brasil, é definida a partir dos
No entanto, as políticas
60 anos pela Organização Mundial
públicas voltadas para essa faixa
de Saúde (OMS).
etária não cresceram na mesma
Segundo dados do Instituto
proporção que a longevidade, e hoje
Brasileiro de Geografia e Estatística
convivemos com a falta de espaços
(IBGE), em 2019, uma pessoa
de lazer acessíveis que contribuam
nascida no Brasil tinha expectativa
para
de viver, em média, até os 76,6 anos
participação social e aprendizado,
de idade, isso significa quase 19
e que evite o isolamento social desta
anos a mais que alguém nascido
parte da população.
uma
vida
ativa,
com
15
centro de convivência para idosos
Justificativa
O espaço deverá ter fácil acesso e ser capaz de incluir,
A inversão na pirâmide etária
educar, acolher e desenvolver o
fez com que novas necessidades
relacionamento social entre idosos
surgissem em nossa sociedade, não só de acessibilidade, mas também
Objetivos Específicos
de equipamentos que incentivem o condicionamento físico e mental
• Compreender os benefícios
da população idosa, a fim de
do envelhecimento ativo e
desenvolver um envelhecimento
suas condições;
ativo, saudável e inclusivo. Espaços de lazer, acessíveis
da
área
proposta
para
e seguros que proporcionem
implantação do equipamento;
participação social, é um direito
• Oferecer espaços de lazer,
de todo cidadão, e quando
convivência, acolhimento e
voltados à população idosa
reabilitação;
podem garantir autonomia e bem
• Transmitir
segurança
e
estar, proporcionando a quebra
proteção, com a criação de
de barreiras preconceituosas
espaços
que excluem a contribuição e
agradáveis e acessíveis que
participação social da terceira
proporcionem a convivência
idade.
entre a população idosa.
Objetivo Geral
16
• Analisar as condições urbanas
compartilhados
Metodologia
Desenvolver o desenho
• Pesquisas bibliográficas sobre
de um espaço de convivência
o envelhecimento e suas
voltado para terceira idade que
consequências;
incentive o envelhecimento ativo e
• Compreensão do significado
saudável, através de um programa
de “envelhecer” na sociedade
que proporcione manutenção,
atual, através de pesquisas
prevenção e reabilitação da saúde.
iniciais em artigos científicos;
Apresentação
• Discussões
sobre
a
construção de equipamentos que
incentivem
um
envelhecimento saudável e ativo para terceira idade; • Levantamento dos índices e
estatísticas
sobre
o
crescimento da população idosa no Brasil e na cidade de São Paulo, através dos dados fornecidos pelo IBGE; • Análise das problemáticas existentes no bairro escolhido para a implantação do equipamento; • Desenvolvimento de estudos de implantação e volumetria, com base na legislação e em projetos de referência que possuam proximidade com o tema.
17
18
02. Idoso e Sociedade A Imagem do Idoso
A população mais velha é marcada também por grande
“O envelhecimento humano
diversidade, pois cada cidadão
é, antes de tudo, um processo
possui uma trajetória, que é
biológico, logo, natural e universal”.
composta por formas distintas
(SANTOS, 1994, p. 123), não se
de se relacionar com a sociedade
define, necessariamente, pela
e com o ambiente em que se
idade do indivíduo, mas sim pelas
insere. Esses relacionamentos
consequências trazidas a ele. Se
influenciarão positivamente ou
dá a partir do desenvolvimento
negativamente em sua vida.
humano, e leva à velhice. A velhice pode ser definida
Discriminação Etária
como um processo psicossocial, que se constrói
a partir do
Segundo
o
Relatório
contexto em que o indivíduo
Mundial de Envelhecimento e
se insere, portanto não possui
Saúde, publicado em 2015 pela
uma
absoluta,
OMS, a discriminação etária
fundamentando-se nas relações
é uma forma generalizada de
dinâmicas e contínuas com os
discriminação,
valores atribuídos pela sociedade.
um esteriótipo ultrapassado
Por vezes é encarada como a
de
ruptura de uma fase ou como um
são dependentes ou um fardo
processo de vida lento e tranquilo.
a seus familiares/ a sociedade.
A velhice é também
As consequências desse
concepção
uma convenção sócio-cultural sendo, conseqüentemente,
que
assimila
que pessoas mais velhas
preconceito
vinculado
a
representada
de
modo
esteriótipos de idade vão desde
diverso
diferentes
discriminação nos locais de
culturas. (SANTOS, 1994, p. 1)
trabalho até o preconceito social.
nas
19
centro de convivência para idosos
O preconceito social é
aos avanços tecnológicos na saúde,
vinculado ao envelhecimento
a expectativa de vida populacional
e é subjacente à maioria das formas de preconceito etário.
Por
exemplo,
a
passou dos 60 anos, uma conquista no ponto de vista da OMS.
veneração da juventude
Em comparação com
pela maioria das sociedades
os países desenvolvidos, que
ocidentais costuma fazer do envelhecimento um objeto de vergonha, ridículo, de
primeiro buscam enriquecer para depois envelhecer, países como o
desgosto. (GOLDANI, 2010, p.
Brasil estão envelhecendo antes
413 - p. 414).
mesmo de se tornarem ricos, o
A aposentadoria, muitas vezes, representa o ponto de
que trará imensas implicações socioeconômicas.
partida para a velhice e em muitos
Segundo dados do IBGE,
casos, a chegada da terceira idade
no ano de 2017 a expectativa de
acaba forçando as pessoas a se
vida do brasileiro era de 75,46 anos
aposentarem, pois já não são
de idade, e no ano seguinte esse
promovidas ou contratadas devido
número teve aumento de 3 meses
a crença de que a idade avançada
e 4 dias.
as tornam menos flexíveis e
Com a diminuição na taxa
competentes do que funcionários
de fecundidade, a projeção para
mais jovens.
2060, segundo dados da Fundação
A igualdade de tratamento entre
todos
é
um
Sistema Estadual de Análise de
direito
Dados (Seade), é de que aconteça
incontestável, e a dignidade do
uma inversão na pirâmide etária
trabalhador deve ser garantida,
brasileira, fazendo com que o
sem importar sua idade.
número de crianças com até 9 anos se torne inferior ao número
O Idoso no Brasil
de idosos acima de 60 anos de idade, como representado nos
A longevidade se tornou
20
gráficos a seguir.
uma realidade possível para a
De acordo com reportagem
população mundial. Hoje, graças
publicada no portal de notícias
Idoso e Sociedade
Figura 01 - Pirâmides etárias do Brasil dos anos 2010, 2020, 2040 e 2060. 21
centro de convivência para idosos
G1, em outubro de 2014, o Brasil
a seguir que, segundo dados da
ocupava a 58º colocação no
Pesquisa Nacional por Amostra
ranking de qualidade de vida do
de Domicílios Contínua — PNAD, a
relatório Global Age Watch 2014.
taxa de analfabetismo de pessoas
Segundo a reportagem:
com mais de 60 anos de idade
O motivo do Brasil, a maior economia latinoamericana, aparecer numa posição tão desconfortável
diminuiu 2,4% entre 2016 e 2019, e com a educação se tornando um instrumento cada dia mais
se deve à insatisfação de
acessível, a previsão é de que o
sua população idosa em
número de idosos com formação
relação à segurança e aos
no Brasil permanecerá a crescer.
transportes públicos. (Portal G1, outubro de 2014).
O aumento da alfabetização de idosos é outro dado que vem se destacando nos últimos anos, já que a terceira idade busca cada vez mais conhecimento e independência. Pode-se observar no gráfico
No último ano, por exemplo, o Estado do Ceará registrou o maior número de candidatos idosos inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Com 696 idosos inscritos na prova, a edição superou o número das quatro últimas.
Taxa de analfabetismo por sexo em pessoas com 60 anos ou mais.
%
Figura 02 - Taxa de Analfabetismo no Brasil. 22
Idoso e Sociedade
Figuras 03, 04 e 05 Aos 90 anos, idoso encara banco da universidade. 23
centro de convivência para idosos
A Importância da Prevenção de
Conte, Filipe Mendonça Sella
Doenças
de Alvarenga, Fernanda Shizue Nishida e Ely Mitie Massuda, em
A diminuição das aptidões
2018, as principais causas de
físicas, o aumento de peso, a
óbito em idosos entre os anos de
lentidão, as doenças crônicas
1996 e 2013 foram as doenças do
e o declínio das capacidades
aparelho circulatório. O fato se
funcionais, são sintomas que
deve, muitas vezes, à precariedade
podem surgir junto à velhice. A
no diagnóstico e à dificuldade no
maior parte da população idosa
tratamento, principalmente entre
brasileira possui alguma doença
os homens. Em segundo lugar
crônica. A hipertensão se destaca
ficaram as neoplasias, seguida das
como a mais comum, seguida
doenças do aparelho respiratório
por diabetes, dores na coluna,
e os sintomas, sinais e achados
depressão e artrite.
anormais de exames clínicos e de
Investir em ações preventivas é a forma mais eficaz de evitar doenças, tanto transmissíveis, como não transmissíveis.
laboratório, respectivamente (ver figura 06). A perda de independência e autonomia na terceira idade, por
Segundo o artigo Principais
sua vez, tem a falta de atenção
Causas de Óbitos em Idosos no
à saúde mental como uma das
Brasil, produzido por Rafael Bier
principais causas , pois a depressão
Figura 06 - Doenças que mais levaram idosos a óbito entre 1996 e 2013 24
Idoso e Sociedade
e a demência são doenças que
da utilização de glicose, a melhora
incapacitam os idosos, causando
do perfil lipídico, o aumento da capacidade aeróbia, a melhora de
declínios funcionais.
força e de flexibilidade, a diminuição
A boa alimentação e a
da resistência vascular. (Revista
prática de exercícios físicos se
Brasileira em Promoção da Saúde,
apresentam, então, como as
2005, p. 154)
principais indicações para evitar
De acordo com o capítulo V
doenças que afetam tanto a saúde
do Estatuto do Idoso, lei brasileira
física como a mental.
sancionada em 2003, os idosos
Além disso, muitos idosos se
têm direito à educação, cultura,
isolam do convívio social devido
esporte e lazer, como salienta o
a dores que sentem no corpo,
artigo 20 do mesmo estatuto,
por exemplo, e assim acabam
no qual são direitos do idoso
deprimidos. Por isso, manter
“educação, cultura, esporte, lazer,
uma vida social rica ajuda a evitar
diversões, espetáculos, produtos
sintomas como a depressão.
e serviços que respeitem sua
A prática diária de atividades
peculiar condição de idade.”
f ísicas, sejam exercícios ou
Portanto, é importante que o
atividades da vida cotidiana,
idoso incorpore hábitos saudáveis
como tomar banho, vestir-se,
em sua rotina, que possam atrasar
caminhar, cozinhar, limpar a casa
ou prevenir o aparecimento
e praticar jardinagem, trazem
de
inúmeros benefícios aos idosos,
envelhecimento saudável, com
como reduzir o risco de quedas,
participação social.
doenças,
promovendo
melhorar a flexibilidade e garantir uma boa forma, além de retardar os declínios funcionais e fortalecer o sistema imunológico. A prática de atividade física também promove a melhora da composição corporal, a diminuição de dores articulares, o aumento da densidade mineral óssea, a melhora 25
26
03. O Idoso e a Cidade Acessibilidade Universal
publicado. Logo em seguida, a primeira norma de acessibilidade
A acessibilidade nada mais é do que garantir a todos o máximo possível de autonomia ao se relacionar com o espaço físico.
europeia foi publicada, no ano de 1990. O aumento de idosos e pessoas com def iciências
Uma das primeiras iniciativas
nos Estados Unidos fez com
nesse sentido foi proposta pela
que os arquitetos passassem
Organização das Nações Unidas
a desenvolver projetos que
— ONU, que promoveu em 1970
benef iciassem também essa
o “Design Livre de Barreiras”, no
parte da população. Por volta
qual as primeiras diretrizes de
de 1985, o arquiteto Ronald L.
acessibilidade passaram a ser
Mace (Ron Mace) desenvolveu o
adotadas na Europa, Japão e
conceito de Desenho Universal,
Estados Unidos. Este processo
mudando a forma de pensar o
se deu após a Segunda Guerra
projeto arquitetônico, e levando
Mundial que sensibilizou e
em consideração as necessidades
conscientizou os governos e a
do usuário desde o início.
ONU da necessidade de integrar
Aprimorando o conceito
os militares e civis que retornaram
de Mace, pesquisadores da
com sequelas dos conflitos.
Universidade do Estado da
No Brasil, a acessibilidade
Carolina do Norte propuseram
chegou em 1981, após a ONU
sete princípios básicos para o
declarar o Ano Internacional dos
desenvolvimento do Desenho
Portadores de Deficiência. Dois
Universal; são eles: Equiparação nas
anos depois, nos Estados Unidos, o
Possibilidades de Uso, Flexibilidade
primeiro guia de normas mínimas
de Uso, Uso Simples e Intuitivo,
para o desenho acessível foi
Informação Perceptível, Tolerância 27
centro de convivência para idosos
ao Erro, Mínimo de Esforço Físico,
5º e 244º da Constituição Federal
Dimensionamento de Espaços
de 1988, que regulamentam
para Acesso e Uso de Todos os
as questões de garantia à
Usuários. A aplicação desses
acessibilidade nos transportes
princípios nos projetos trouxe
e edificações e defendem que
aos usuários inúmeros benefícios,
todos são iguais perante a lei;
criando espaços seguros, atrativos
a lei federal 7.853, de 1989, que
e, acima de tudo, acessíveis.
transfere a responsabilidade pela
A criação de ambientes livres
de
barreiras
adoção de medidas que eliminem
f ísicas
barreiras de acesso aos espaços
possibilitam o uso de um número
urbanos, transporte e edificações
maior de pessoas, atendendo
para as pessoas com deficiências
as necessidades não só dos
para os estados e municípios. A
deficientes físicos, mas também de
lei foi regulamentada através do
pessoas com limitações cognitivas,
Decreto Federal 3.298, de 1999, que
crianças, idosos, além de pessoas
dispõe sobre a política nacional
que transitam com carrinho de
para a integração das pessoas com
bebês ou de compras.
deficiências. Outro exemplo ocorreu
Acessibilidade no Brasil
em 1994, ano em que
ações
judiciais abertas contra o Metrô Desde de 1980 as questões de acessibilidade passaram a ser
acessibilidade
discutidas no Brasil e ganharam
fez com que a empresa se
voz a partir da implantação de
juntasse à Secretaria de Estado
leis federais que garantiam a
de São Paulo, e assim passasse
acessibilidade universal.
a colaborar com a Associação
aos
usuários,
são:
Brasileira de Normas Técnicas
Lei Federal 7.405, de 1985, que
(ABNT), realizando naquele ano
obriga a colocação do Símbolo
a revisão da NBR9050, de 1985,
Internacional de Acesso — SIA, em
que incluiu a universalidade na
todos os locais acessíveis;os artigos
norma, garantindo alterações
Alguns
28
de São Paulo, que não garantia
exemplos
Cidade Acessível
importantes para os projetos
Além das barreiras físicas,
arquitetônicos, e após o Decreto
há a barreira moral, na qual a
Federal 5.296, de 2004, tornou-se
discriminação faz com que pessoas
obrigatório a acessibilidade junto
com dificuldades de locomoção
às edificações e espaços urbanos
sejam
no Brasil. A NBR9050 de 2004 da
eventos ou espaços públicos.
ABNT passou a ter efeito de lei
desconsideradas
Diante
disso,
em
pode-se
através do Decreto Federal 5.296,
notar a necessidade de políticas
de 2004.
e incentivos que promovam
Esses acontecimentos foram
segurança
e
conforto
nos
de extrema importância para
ambientes projetados, tornando-
regulamentar a acessibilidade
os inclusivos e amigáveis.
no Brasil, mas apenas seguir as normas técnicas não bastam se o
Cidade Amiga do Idoso
ambiente não for pensado desde o início para o usuário.
No
ano
de
2005,
durante sessão de abertura Barreiras
do 18º Congresso Mundial de Gerontologia, realizado na cidade
A falta de sinalização e
do Rio de Janeiro, foi apresentado
informação sensorial dif iculta
o projeto do Guia Global Cidade
a locomoção dos idosos e
Amiga do Idoso, que tem como
deficientes, fazendo com que
objetivo tornar as cidades mais
uma simples ida ao supermercado,
amigas das pessoas idosas,
por exemplo, se torne um
seguindo as abordagens da OMS
pesadelo. Calçadas desniveladas,
sobre o envelhecimento ativo.
cruzamentos mal sinalizados,
O guia serve como suporte
prédios inacessíveis, transporte
para as cidades que possuem o
público não adaptado, são alguns
intuito de melhorar sua relação
dos problemas enfrentados por
com os idosos, propondo diretrizes
uma parte da população brasileira,
e discussões sobre como devem se
como os idosos.
portar em determinadas situações. 29
centro de convivência para idosos
A seção 5 do guia, por exemplo, fala sobre
espaços
abertos e prédios, com relatos de idosos de diversos países sobre
e Privadas, de acordo com boas
práticas
públicas
voltadas às pessoas idosas, citadas pelo Programa. Ele
suas dificuldades em relação à
projeta ações integradas na
mobilidade, independência e
área de Desenvolvimento
qualidade de vida. Na parte final o documento traz um checklist com assuntos importantes a serem tratados em relação às barreiras existentes aos idosos nas cidades. Alguns anos depois, o Estado de São Paulo lançou o programa São Paulo Amigo do Idoso e o Selo Amigo do idoso, por meio do Decreto Federal 58.047, de 2012, com objetivo de promover e mobilizar um comportamento saudável para a participação social, promovendo amplo processo de mobilização regional para desenvolver territórios amigáveis para pessoas de todas as idades. O Selo Amigo do Idoso, constituído com o objetivo de estimular os Municípios
e
Entidades
Públicas e da Sociedade Civil a implantarem ações referenciadas pelo Programa São Paulo Amigo do Idoso, certif icará os Municípios Paulistas,
Órgãos
Administração 30
Indireta, Entidades Públicas
Direta
da e
Social, Saúde, Esporte e Turismo. (São Paulo, 2012, p. 9)
Percebe-se, dessa maneira, que são muitos os desaf ios enf rentados, e é obrigação do Estado garantir a inclusão. Para isso, programas como os apresentados devem ser colocados em prática e ser bem executados, a fim de garantir uma vida saudável e segura para todos.
Cidade Acessível
Figura 07 Dificuldades enfrentadas pelos cadeirantes.
Figura 08 Dificuldades enfrentadas pelos deficientes visuais.
Figura 09 Rampas de acesso mal executadas.
Figura 10 Piso tátil mal executado. 31
centro de convivência para idosos
Políticas Públicas para idosos no
favoráveis para o envelhecimento
Brasil
ativo. Em 1999, o Ministro da Saúde Devido ao crescimento da
aprovou a Política Nacional de
população idosa, os organismos
Saúde do Idoso, considerando a
internacionais e Estados nacionais
necessidade de um setor de saúde
foram pressionados a formular
voltado exclusivamente para essa
políticas públicas capazes de
faixa etária.
assegurar a saúde e o bem estar da terceira idade. No
Brasil,
O País também publicou o Estatuto do Idoso, criado pela
a
primeira
Lei n.º 10.741, de 01 de outubro de
assistência ao idoso surgiu no ano
2003, uma iniciativa na garantia
de 1975, com a criação do Ministério
de direitos e proteção dos idosos,
da Previdência e Assistência
conforme descrito no Art. 3º da Lei:
Social, porém, somente a partir
É obrigação da família,
da Constituição Federal de 1988,a
da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar
proteção jurídica do idoso passou
ao idoso, com absoluta
a ser prevista em lei, assegurando
prioridade, a efetivação do
o direito universal e integral à
direito à vida, à saúde, à
saúde da pessoa idosa. (Willig,
alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer,
Lenardt, Méier, 2012, p. 575).
ao trabalho, à cidadania,
Nos anos seguintes foram surgindo outras políticas nesse
ao respeito e à convivência
sentido. A Política Nacional
familiar e comunitária. (Brasil,
do Idoso (PNI), por exemplo,
2003).
foi criada em 1994. Até então,
32
à liberdade, à dignidade,
Na
primeira
década
os direitos da terceira idade
de existência do Estatuto, a
eram discutidos através de um
Presidenta Dilma assinou o
conjunto de iniciativas privadas.
Decreto Presidencial 8.114, em
A PNI apresentou como objetivo
30 de setembro de 2013, sobre
assegurar os direitos sociais à
o Compromisso Nacional para
pessoa idosa e garantir condições
Envelhecimento Ativo, com o
Cidade Acessível
objetivo de ajustar as lacunas existentes nas políticas da pessoa idosa. Além disso, com o intuito de
promover
autonomia
e
integração ao idoso através do financiamento de
programas e
ações relacionados à pessoa idoso, foi criado o Fundo Nacional do Idoso, pela lei n.º 12.213, de 20 de janeiro de 2010, e regulamentado pela Resolução n.º07, de 01/10/2010. Apesar dos avanços, as políticas voltadas aos idosos, em sua maioria, criam uma ideologia negativa da velhice, caracterizando-a por perdas intelectuais, f ísicas e sociais, deixando de investir nos pontos positivos dessa fase. Mesmo diante de leis que buscam garantir o direito à saúde e ao envelhecimento ativo da pessoa idosa, na prática, os maiores cuidados acabam ficando sob responsabilidade da família, e o Estado se torna apenas um Figura 11 Políticas Públicas
parceiro.
33
centro de convivência para idosos
Serviços e Benefícios Assistenciais
que beneficia indiretamente a pessoa idosa, tendo como
A
política
pública
de
objetivo o acolhimento e a
Assistência Social prevê ações que
socialização das famílias e seus
julga necessárias para assistência
membros, estimulando-os à
e proteção básica da pessoa idosa.
participação social.
Para isso existem três programas de assistência propostos a nível
Programas Sociais para Idosos
federal, são eles: • Benef ício
de
Prestação
M i n i s té ri o
do
Continuada: constituído por
Desenvolvimento
salário mínimo mensal aos
incorporado ao Ministério da
idosos acima de 65 anos,
Cidadania em 2018, responsável
é um benefício que não
pelo apoio técnico e financeiro
solicita contribuição de seu
de
destinatário. É pago pelo
projetos
Instituto Nacional do Seguro
idoso
Social (INSS), com recursos do
pelos estados e municípios.
Fundo Nacional de Assistência
A cidade de São Paulo propõe
Social;
proteção a
de
Social,
social,
propõe
assistência
serem
ao
elaborados
programas com objetivos específicos
• Proteção social básica e especial
diversos, mas que têm em comum
à pessoa idosa: trata-se de
o acolhimento e a integração
um apoio financeiro federal a
da pessoa idosa, sendo eles:
serviços, projetos e programas,
34
O
• Universidade
Aberta
da
com o intuito de promover
Pessoa Idosa (UAPI): programa
autonomia e participação do
vinculado à UNIFESP, que
idoso na sociedade, tendo em
tem como objetivo geral
vista o atendimento de pessoas
proporcionar qualidade de
idosas de baixa renda, a partir
vida física e mental ao idoso,
de 60 anos;
oferecendo cursos gratuitos
• Programa de Atenção Integral à
e sem pré-requisitos, tendo
Família (PAIF): é um programa
como única exigência ter 60
Cidade Acessível
(ILPI):
anos ou mais; • Núcleo
de
Convivência
de
oferece
serviços
acolhimento
para
para Idosos (NCI): é um
idosos com 60 anos ou
equipamento que oferece
mais, que necessitam de
atividades para pessoas idosas
maiores cuidados devido às
em situação de vulnerabilidade
necessidades e graus maiores
e risco pessoal e social. Oferece
de dependência;
também proteção social
• Programa Acompanhante de
básica no domicílio, através
Idosos (PAI): é uma modalidade
do acompanhamento social
de
de idosos dependentes;
aos idosos em situação de
cuidados
domiciliar
• Centro Dia para Idosos: é um
fragilidade clínica, insuficiência
serviço de atenção diurna de
de suporte familiar/social e
pessoas idosas em estado
com vulnerabilidade social.
de
que
Inclui também serviços de
necessitam de uma equipe
acompanhantes de idosos para
multidisciplinar para auxílio
apoio nas atividades diárias;
às famílias que não podem
• Centro de Acolhida Especial
prestar atendimento integral
para idosos: serviço que
no domicílio;
acolhe e resgata pessoas
vulnerabilidade,
• Instituição
de
Longa
idosas em situação de rua.
Permanência para Idosos
Figura 12 - Centro Dia para Idosos Lapa.
Figura 13 - Núcleo de Convivência para Idosos Bem Viver 35
centro de convivência para idosos
Trabalho Social com Idoso Sesc
consequente desenvolvimento de relações interpessoais entre
O Trabalho Social com Idoso (TSI) foi o primeiro projeto social
p. 28).
voltado à melhoria de vida da
Com o projeto, o Sesc
pessoa idosa e reconhecido pela
passou a oferecer qualidade de
ONU. Foi criado em São Paulo no
vida à terceira idade, através de
ano de 1963 pelo Serviço Social do
atividades que incentivaram a vida
Comércio (Sesc), uma instituição
ativa e o envelhecimento saudável.
mantida por empresários do
O espaço, antes f requentado
segmento de comércio.
prioritariamente por jovens e
Um grupo de aposentados
adultos, passou a promover a
que frequentavam a instituição
socialização e integração de
se reuniu na unidade Sesc
pessoas de todas as idades,
Carmo, na capital paulista, e deu
estimulando vínculos sociais e
início às primeiras atividades:
trazendo lazer aos idosos.
comemorações de aniversários,
Atualmente,
diversas
festas, bailes, passeios e jogos de
unidades do Sesc pelo país
salão. Com o passar do tempo, o
proporcionam eventos para terceira
grupo começou a crescer, atraindo
idade, promovendo a socialização
moradores da região e outros
e a prática de atividades, tanto
aposentados.
para o desenvolvimento físico,
O objetivo do programa foi dar uma segunda alternativa para a terceira idade, que até então, além de asilos para idosos pobres, não possuía outra opção de lazer e participação social. As principais estratégias utilizadas
pelo
trabalhos
em
estimulam 36
os participantes. (FARRIGNO, 2006,
o
TSI
são
grupos, convívio
os que
e
o
quanto para o desenvolvimento cognitivo.
Cidade Acessível
Figura 14 - Trabalho Social com Idosos - SESC CE.
Figura 15 - Trabalho Social com Idosos - SESC CE. 37
38
04. Contexto Urbano O Idoso na Cidade de São Paulo
15,2%, e em 2030, irá corresponder a 20% da população total.
A população paulistana
Desigualmente distribuída
vem envelhecendo em um ritmo
no território, a maior parte da
acelerado, conforme dados do
população idosa, em números
IBGE. No ano de 2010, 11,9% da
absolutos, está localizada nas
população da cidade de São
regiões sul e sudeste do município.
Paulo era composta por idosos, o
Ela é constituída, em sua maioria,
que representa um aumento de
por mulheres, que correspondia
2,6% em comparação com o ano
a 59,5% no ano de 2019 (Seade,
2000. De acordo com as projeções
2019). Segundo o Censo de 2010,
demográficas elaboradas pela
72% dos idosos estavam inativos,
Fundação Seade, em 2019, a
seja na condição de não ocupados
população idosa correspondia a
ou de aposentados. Grande parte
< 10.000 10.001 a 15.000 15.001 a 20.000 20.001 a 30.000 > 30.000
Mapa 01 - Total de Idosos por Distrito em 2010.
< 10.000 10.001 a 15.000 15.001 a 20.000 20.001 a 30.000 > 30.000
Mapa 02 - Total de Idosos por Distrito em 2019. 39
centro de convivência para idosos
dos ocupados não possuem
uvas, impulsionando a chegada
escolaridade, ou contam apenas
de imigrantes, principalmente
com o ensino fundamental
italianos. A partir disso, o distrito
incompleto.
passou a se desenvolver de forma mais rápida, porém desigual.
O Distrito do Tatuapé
Em
1928,
surgiram
as
primeiras indústrias na região, e O Bairro do Tatuapé foi
as autoridades iniciaram obras
escolhido para a implantação do
de inf raestrutura, tornando o
Centro de Convivência de Idosos
espaço cada vez mais atrativo
devido a características que
para as grandes empresas, o que
favorecem o projeto, a começar
estimulou, a partir da década
pela história do distrito.
de 40, o desenvolvimento do
O Tatuapé está localizado entre as zonas norte e leste da
As áreas verdes passaram
cidade de São Paulo, e pertence
a ser configuradas como bens
à Subprefeitura da Mooca.
públicos a partir da década de 70,
A história do distrito começa
especialmente com a criação dos
em 1560, com a chegada de Luís
parques Piqueri, Ceret e o Parque
Martins e Braz Cubas, seu ajudante
Municipal do Tatuapé.
de ordem, que ao subirem a serra a procura de ouro,
Na figura 16, observa-se a
acabaram
consolidação da parte baixa, e
encontrando o Rio Tatuapé pelo
um elevado número de terrenos
caminho. O desenvolvimento do
vazios na parte alta. Já na figura 17,
bairro, porém, aconteceu de forma
observa-se o distrito já consolidado.
lenta durante este período.
Na década de 80 o metrô
Em 1876, com a inauguração da linha férrea Brás-Penha,
40
comércio.
chega até a estação do Tatuapé, e
o
a oferta de transporte rápido e de
bairro foi dividido ao meio. Nessa
qualidade junto ao investimento
mesma época, o italiano Benedito
na infraestrutura e a abertura viária
Marengo instalou sua chácara na
das avenidas Salim Farah Maluf
região, dando início ao cultivo de
e Radial Leste, se tornam fatores
O Lugar
Figura 16 - Mapeamento 1954 - Vasp Cruzeiro
Figura 17 - Ortofoto 2017 - PMSP RGB
41
centro de convivência para idosos
determinantes para a valorização
fase industrial permanecem,
da região.
como, por exemplo, as reuniões
Mais
tarde,
com
o
da terceira idade nas praças, seja
movimento de saída das indústrias,
para conversar ou para se entreter
o bairro passou a ser um espaço
com jogos de tabuleiro. Em 2019,
propício para a expansão do
segundo dados da fundação
mercado imobiliário.
Seade, 22,1% da população do
O Tatuapé havia se fortalecido economicamente
Além disso, mesmo dotado
com a industrialização, e com
de áreas de entretenimento
ela enriqueceram também
como lojas, shoppings centers
comerciantes e industriais,
e praças, espaços culturais e de
muitos deles imigrantes, que
educação, o distrito possui um uso
ali residiam e não desejavam
predominantemente residencial.
abandonar o local. Este fato
Conclui-se, então, que o
significou para o mercado
distrito do Tatuapé proporcionará
imobiliário a oportunidade
um espaço de qualidade para
de atender a uma demanda
a implantação do Centro de
reprimida e que certamente
Convivência para Idosos, por ser
daria retorno aos projetos
uma região com um número
de investimento da região.
alto de população idosa; por já
(Endrigue, Taisa da Costa,
proporcionar espaços de qualidade
2008, p. 109)
e suporte a essa população, como
O processo de verticalização
hospitais, laboratórios, área verde,
do distrito, como conhecido
comércio e lojas, reforçando o
atualmente, iniciou nos anos 90,
projeto, além de ser uma região
atingindo primeiro a parte alta, e
de fácil acesso devido às opções
depois a parte baixa.
de transporte público e privado
Na época atual, mesmo com os novos moradores, o bairro não deixa de lado seu “ar” de cidade do interior, e alguns hábitos da 42
Tatuapé era formada por idosos.
disponíveis.
O Lugar
Figura 18 - Av. Alcântara Machado (Radial Leste) nos anos 70.
43
centro de convivência para idosos
Mapa 03 - Gabarito de Alturas.
Legenda
1 pavimento 2 - 3 - pavimentos 4 - 5 pavimentos 6 - 7 pavimentos Acima de 7 pavimentos Intervenção
44
O Lugar
Mapa 04 - Sistema Viário.
Legenda
45
centro de convivência para idosos
Mapa 05 - Uso Predominante do Solo.
Legenda
46
O Lugar
Mapa 06 - Zoneamento.
Legenda
47
centro de convivência para idosos
O Parque Municipal do Tatuapé
fosse perdida. Em 2015, o governo do então
Em 1977, foi inaugurado o
prefeito Fernando Haddad propôs
Centro Educacional e Esportivo
a implantação do CEU Carrão no
Brigadeiro Eduardo Gomes, hoje
interior do parque para revitalizar
conhecido como Parque Municipal
a área. Porém, com a mudança de
do Tatuapé (Sampaio Moreira),um
gestão, as obras ficaram paradas,
espaço recreativo muito utilizado
e em 2017 o parque foi reaberto ao
pelos moradores da região.
público mesmo sem a inauguração
O parque está localizado ao lado do Metrô Carrão e da avenida
Após
as
obras
serem
Radial Leste, ficando apenas a 20
retomadas no fim de 2018, a data
minutos do Metrô Tatuapé.
de inauguração ficou prevista para
O espaço é equipado com
dezembro de 2020, mas devido a
quadras poliesportivas, cancha
pandemia de COVID-19 o parque
de bocha, campo de futebol, um
permanece fechado, sem previsão
ginásio esportivo, piscinas e áreas
de abertura.
livres para a oferta de atividades
Além
dele,
outros
gratuitas. Faziam parte das
equipamentos públicos também
atividades do parque, segundo
estão instalados nas dependências
a reportagem de 2012 da Gazeta
do parque, como a Diretoria
do Tatuapé, a prática de natação,
Regional da Educação Penha, o
pugilismo, bocha, vôlei, basquete,
Posto de Bombeiros Tatuapé, o
futebol, ginástica olímpica e a
Grupo Nova Leste de Narcóticos
prática de ginástica respiratória.
Anônimos, a EMEI Quintino
Devido
48
do CEU.
a
falta
de
Bocaiuva e o Engenho Teatral, um
investimentos, em 2014 o parque
teatro que também oferece aulas
precisou ser fechado pelo mau
de canto, condicionamento físico,
estado de preservação, e os
percussão e pesquisas cênicas. (ver
frequentadores passaram a cobrar
imagem 19)
uma atitude da prefeitura para
O projeto do CEU Carrão
não permitir que essa área pública
visou preservar as áreas verdes
O Lugar
Figura 19 - Vista aérea Parque Municipal do Tatuapé
49
centro de convivência para idosos
existentes no parque e reformar os espaços recreativos que
A proximidade com o
encontravam-se em péssimo
transporte público também
estado de conservação, além
se tornou uma exigência, para
de implantar um novo bloco
que idosos de todas as regiões
esportivo, com três pavimentos
pudessem visitar e usufruir o
e novos vestiários para área das
espaço destinado a eles.
quadras poliesportivas.
Além
de
todas
essas
O parque conta com 5
qualidades, o parque também
entradas, sendo que 3 delas estão
proporciona áreas de lazer e
reservadas apenas para passagem
esporte para toda a vizinhança
de pedestres. (ver imagem 21)
da região.
A área escolhida para implantação
do
Centro
de
Convivência para Idosos abrange um dos campos de futebol e parte da área de Bosque Heterogêneo da Mata Atlântica. Premissas para Escolha do Local Para a implantação do Centro de Convivência para Idosos era desejado a proximidade com áreas verdes, com o intuito de proporcionar um ambiente natural, com ar de tranquilidade no meio da cidade, além de equipamentos públicos, principalmente os educacionais, que pudessem contribuir com o acolhimento dos idosos, já que o objetivo é integrar 50
e não isolar.
O Lugar
Figura 20 - Atrações Parque Municipal do Tatuapé.
Figura 21 - Acessos Parque Municipal do Tatuapé.
51
centro de convivência para idosos
Figuras 22, 23, 24, 25, 26 e 27 - Parque Municipal do Tatuapé. 52
O Lugar
Figuras 28, 29, 30, 31, 32 e 33 - Parque Municipal do Tatuapé. 53
54
05. Projetos de Referência Três projetos arquitetônicos de escritórios diferentes e com propostas
distintas
foram
estudados como referência para o desenvolvimento do projeto do Centro de Convivência para Idosos. Os principais aspectos analisados foram: estratégias gerais e conceitos de intervenção, implantação,
disposição
do
programa arquitetônico, contexto urbano, conforto ambiental, sistemas construtivos e expressão plástica.
55
centro de convivência para idosos
HG- Casa Gerontológica
residentes e conta com um programa completo, incluindo
O
projeto
da
Hogar
consultório médico, sala fitness,
—
Casa
enfermaria, sala de leitura, sala de
Gerontológica de 2016, possui
massagem, teatro, espaços para
1342m², localizado em Bogotá,
hidroterapia e exercícios físicos,
na Colômbia, foi desenvolvido
cozinha, varandas, oratório, sala de
pelo escritório de arquitetura
jantar e espaços recreativos ao ar
R+B Diseño Experimental, que
livre que facilitam a socialização
projetou um edifício sustentável,
dos residentes.
com conforto e segurança para
Os
Gerontológico
as pessoas idosas.
quartos
possuem
tecnologias de ponta para a
Utilizando de energia solar
comunicação e monitoramento.
para o aquecimento da água,
Tanto no ambiente interior quanto
estação de tratamento para
no exterior do edifício há paredes
reutilização de águas cinzas,
verdes que servem como filtro
iluminação LED, bombas de calor
natural de ar e regulador de
para climatização da piscina e um
temperatura. Já a fachada é toda
desenho aberto que aproveita ao
revestida em painéis de madeira
máximo a luz solar, o projeto busca
que proporcionam um conforto
minimizar seu impacto ambiental.
acústico e térmico para o interior
Os ambientes internos possuem
cores
da edificação.
diferentes
para facilitar a localização dos
Figura 34 - Corte da HG - Casa Gerontológica, sem escala. 56
Projetos de Referência
Figura 35 - Fachada da HG - Casa Gerontológica, sem escala.
Figuras 36 e 37 - Área molhada da HG - Casa Gerontológica.
Figura 38 - HG - Casa Gerontológica. 57
centro de convivência para idosos
Steno Diabetes Center Copenhagen
área foi projetada com o objetivo de despertar a curiosidade nos
A equipe formada por COWI A/S, Vilhelm Lauritzen Architects,
visitantes, motivando-os a explorar o local.
Mikkelsen Architects, e STED, foi
A natureza também é levada
escolhida para projetar o novo
para o interior do edifício por
Centro de Diabetes Steno, em
meio dos pisos e tetos de ripas
Copenhague, Dinamarca.
de madeira clara utilizados.
O projeto possui uma área
O programa se divide em
de 18200m² e fica ao lado do
dois pavimentos: no térreo estão as
Hospital Herlev. A construção teve
áreas comuns e de tratamento; no
início no ano de 2018 e a previsão
primeiro pavimento encontram-
de conclusão é 2021.
se as áreas de pesquisa, as
Segundo os arquitetos, o partido do projeto é a relação
enfermarias e a praça de exposição. As
áreas
comuns
são
entre paciente e natureza, a fim
projetadas tanto para os pacientes
de estimular e proporcionar uma
quanto para os visitantes, parentes
sensação de saúde e felicidade.
e funcionários. As atividades são
O edif ício possui uma entrada
principal
virada
classificadas de acordo com os
a
temas centrais do centro. Por
sul, garantindo as melhores
exemplo, na “praça da nutrição”
condições de iluminação natural e
há um restaurante e um café; na
destacando a paisagem ondulada
“praça do conhecimento” estão a
do entorno, que é levada para o
biblioteca e as áreas de exposição.
interior através de um caminho de concreto moldado in loco. A
Figura 39 - Diagrama de relação entre ambientes externos e internos. 58
Projetos de Referência
Figura 40 - Planta e diagrama do Centro de Diabetes Steno, sem escala.
Figura 41 - Corte do Centro de Diabetes Steno, sem escala.
Figura 42 - Praça de encontro e escada ajardinada. 59
centro de convivência para idosos
UNAB Viña del Mar
reúne todos os estudantes, com áreas verdes e aberturas na laje
O projeto de 2003 da sede
que proporcionam a iluminação
regional da UNAB em Vinã del
do subsolo. As áreas acadêmicas
Mar, no Chile,
projetado pelo
foram projetadas ao redor desse
escritório Martin Schmidt Radic
pátio, dividindo-se em dois blocos
Arquitectos Asociados, possui área
com defasados entre si, com meio
de 43000m² e foi construído em
andares ligados por rampa, assim,
apenas 16 meses.
a área comum ganha mais meia
Segundo o escritório, o edifício foi planejado como um
altura adicional, favorecendo o ambiente espacialmente.
único campus que abriga todas
As circulações horizontais do
as faculdades da universidade,
edifício foram dispostas de forma a
dividindo-se em quatro grandes
obter a melhor iluminação natural
áreas acadêmicas, sendo elas:
para as salas de aula e laboratórios.
Engenharia, Economia e Negócios,
O edifício é revestido por
Ciências Exatas e Saúde.
vidro e um único revestimento
A orientação solar foi levada
pré-fabricado metálico. Na fachada
em consideração na hora do
oeste, que possui a exposição
estudo da implantação, com o
solar mais prejudicial, é utilizada
objetivo de aproveitar ao máximo
a dupla pele desse revestimento,
a luz natural. No projeto também
protegendo o ambiente interno e
foi proposto um pátio central, que
aproveitando a iluminação natural.
Figura 43 - Corte da UNAB Viña del Mar, sem escala. 60
Projetos de Referência
Figura 44 - Diagrama de Implantação da UNAB Viña del Mar.
Figuras 45 - Fachada Oeste da UNAB Viña del Mar.
Figuras 46 - Iluminação Zenital da UNAB Viña del Mar.
Figura 47 - Pátio Central. 61
62
06. Estudo Preliminar O Programa
A Proposta O objetivo do Centro de
O programa arquitetônico
Convivência para idosos é criar um
se divide em três blocos principais:
espaço multiuso que proporcione
O bloco de convivência,
lazer, educação e saúde para a
que proporciona espaços de
terceira idade, com objetivo de
lazer, salas de atividades diversas,
incentivar um envelhecimento
restaurantes e espaços de contato
ativo e saudável.
com a natureza;
Inspirado nas políticas
O bloco educacional, que
públicas e programas sociais,
é composto por salas de aulas,
pretende-se criar um espaço que
oficinas e laboratórios;
funcione para praticar exercícios f ísicos,
estimular
a
E o bloco de reabilitação,
mente,
onde se encontram os consultórios,
participar de rodas de conversas,
salas de terapia, academia e a
realizar consultas terapêuticas, e
enfermaria.
ter contato direto com a natureza. Tais práticas ocorrerão
Haverá de
apoio,
ainda
onde
espaços
f icarão
os
através de um ambiente seguro,
departamentos de administração,
pensado exclusivamente para a
assistência social, secretaria, copa
população idosa, a fim de estimular
e vestiário para funcionários, além
a autonomia. Ser considerado um
de um espaço para a manutenção,
espaço acolhedor, confortável,
onde ficará a área técnica do
que respeite as limitações dos
centro.
idosos e evite a exclusão social e o aparecimento de doenças precoces, também são objetivos do Centro. 63
centro de convivência para idosos
Figura 48 - Fluxograma 64
Estudo Preliminar
Qnt. REABILITAÇÃO
Área Unidade m²
Área Total m²
10 Consultório
20
200
20
40
2 Sala de Acupuntura 2 Sala de Fisioterapia
35
70
1 Sala de Hidroterapia
90
90
1 Enfermaria
35
35
1 Terapia Ocupacional
90
90
1 Academia
110
110
2 Sala de Ginastica
35
70
2 Terapia em Grupo
35
70
35
35
4 Sala de Espera
1 Recepção
35
140
1 Almoxarifado
14
14
4 Banheiros
18
72
2 Vestiário
35
70
Tabela 01 - Programa Arquitetônico - Reabilitação. Qnt. EDUCACIONAL
Área Unidade m²
Área Total m²
1 Recepção/ Hall de entrada
60
60
7 Sala de Aula
35
245
4 Oficinas
70
280
1 Sala de Música
30
30
1 Sala de Leitura
60
60
2 Laboratório de Informatica
70
140
6 Banheiros
18
108
3 Depósito
15
45
Tabela 02 - Programa Arquitetônico - Educacional. Qnt. CONVIVÊNCIA 1 Horta Comunitária
Área Unidade m²
Área Total m²
-
-
1 Pátio
100
100
1 Salão de Eventos
190
190
1 Praça de Alimentação
470
470
2 Sala de Jogos
35
70
1 Estúdio de Música
75
75
1 Auditório
215
215
6 Banheiros
18
108
Tabela 03 - Programa Arquitetônico - Convivência.
65
centro de convivência para idosos
Qnt. APOIO
Área Unidade m²
Área Total m²
1 Copa/ Refeitório de Funcionários
30
30
2 Vestiário Funcionários
18
36
1 Depósito
15
15
1 Sala de Descompressão
15
15
1 Sala de Reuniões
20
20
1 Assistencia Social
20
20
1 Administração
20
20
1 Secretaria
20
20
Tabela 04 - Programa Arquitetônico - Apoio. Qnt. MANUTENÇÃO E INFRAESTRUTURA
Área Unidade m²
Área Total m²
1 Telefonia
15
15
1 Abrigo de Lixo
15
15
1 Abrigo de Recicláveis
15
15
1 Entrada de Energia, Substação e Medição
15
15
1 Gerador
35
35
1 Expurgo
15
15
1 DML
15
15
1 Depósito Jardinagem
15
15
20
80
4 Depósito Geral
Tabela 05 - Programa Arquitetônico - Manutenção. QUADRO DE ÁREAS Área Total Terreno (m²)
11.187,00
Área Total Ambientes (m²)
3.700,00
Área Total com Circulação (m²)
6.610,44
CA min. (Zona de Centralidade)
0,30
CA utilizado
0,47
TO (Zona de Centralidade)
0,70
TO utilizado
0,22
Tabela 06 - Quadro de Áreas.
66
Estudo Preliminar
Figura 49 - Diagrama Programa Arquitetônico. 67
centro de convivência para idosos
Estudo de Implantação
representado na figura 51. Os prédios se soltam uns dos
Dentro do perímetro do
outros, favorecendo a iluminação
terreno existe uma área de bosque
natural e dando espaço para
heterogêneo de mata atlântica
circulação vertical externa. Foram
que será preservada.
criadas aberturas nos blocos para
Nos estudos realizados
implantação de praças menores
para a implantação do projeto
no térreo, criando mais espaços
foi levantado áreas de ruídos,
de socialização.
próximo ao campo de futebol e
Escadas e rampas foram
na via principal do parque. Além
distribuídas internamente e
dos ruídos também foi possível
externamente,
levantar os espaços mais reservados
acesso aos andares superiores e
e silenciosos, que estão voltados
conectando os três blocos. (ver
para o bosque. (ver figura 50)
figura 52)
o
Após a realização desses
O prédio de reabilitação e
estudos, foi constatado que a
educacional ficaram com uma das
melhor forma de distribuição dos
fachadas voltadas para o bosque,
prédios seria em “U”, formando
para proporcionar um espaço mais
uma praça central aberta para
reservado para as salas de aula e
via principal do parque, como
para os consultórios médicos.
Figura 50 - Diagrama estudo de Implantação 1. 68
facilitando
Figura 51 - Diagrama estudo de Implantação 2.
Estudo Preliminar
O prédio de convivência
coberto. No segundo pavimento
ficou próximo ao campo de futebol,
está localizado o auditório, as
a fim de proporcionar integração
salas de jogos e um estúdio de
entre os frequentadores do parque.
música. No último pavimento
Para alta incidência solar, foi
estão as áreas reservadas para
proposto o uso de um brise soleil
administração, a horta comunitária
vertical nas fachadas.
e um espaço para eventos aberto. No bloco educacional, as
Distribuição Interna do Programa
salas e oficinas estão dispostas para leste e para oeste, com o
Adotou-se uma modulação
objetivo de captar o maior índice
estrutural de 12,5 x 15m, nos três
de luz natural durante o dia. No
blocos.
último pavimento do bloco é
O bloco de convivência foi
proposto um espaço para leitura.
projetado gerando espaços abertos
No bloco de reabilitação, o
e cobertos para socialização; no
térreo está destinado às áreas de
térreo foi proposto a construção
hidroterapia, academia e ginástica,
de
já
uma
grande
praça
de
os outros dois pavimentos
alimentação, aberta para todos
superiores abrigam os consultórios
os frequentadores do parque, além
médicos e salas para terapia.
de um grande salão de eventos
Figura 52 - Diagrama estudo de Implantação 3.
Figura 53 - Diagrama estudo de Implantação 4. 69
centro de convivência para idosos
70
Estudo Preliminar
71
centro de convivência para idosos
72
Estudo Preliminar
73
centro de convivência para idosos
74
Estudo Preliminar
75
centro de convivência para idosos
76
Estudo Preliminar
77
centro de convivência para idosos
78
Estudo Preliminar
79
80
07. Considerações Finais O desenvolvimento do presente estudo possibilitou a compreensão da importância de espaços públicos que incentivem o envelhecimento saudável, promovendo a prevenção de doenças precoces por meio da realização de exercícios físicos e terapias ocupacionais. O aumento na expectativa de vida resultou em inúmeros estudos, que levantaram a preocupação com a qualidade do envelhecimento populacional. Se adaptar a essas questões é primordial para o desenvolvimento de espaços de lazer, cultura e educação, levando em conta a acessibilidade e o desenho universal. Os projetos de referências foram essenciais para a realização do conteúdo que será implantado no espaço, o contato com a natureza e uma arquitetura sustentável foram elementos básicos adotados na hora de conceitualizar o projeto. Um alto número de residentes idosos, fácil acesso por transporte público e individual, riqueza em equipamentos de saúde em suas proximidades, e a existência de espaços verdes foram determinantes para a escolha do Parque Municipal do Tatuapé para a implantação do Centro de Convivência para Idosos, visando um espaço inclusivo e acolhedor. Dessa forma o projeto não propõe apenas a implantação de um edifício, mas também de um espaço para integrar e melhorar a qualidade de vida dessa parcela da sociedade, atendendo não só os idosos da região, mas também a população de todos os bairros da cidade.
81
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Trabalho Final de Graduação| FAU USJT São Paulo, 2021 86