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Hugo Vaes

Giro no Brasil Marianna Santos Em Maceió, os manifestantes começam a se concentrar na Praça Centenário, localizada em uma das principais avenidas da capital alagoana, por volta das 15h desta segunda-feira (17). O protesto foi organizado pelas redes sociais, e segundo a Polícia Militar, 2 mil pessoas participam. Os manifestantes reclamam do aumento da tarifa de ônibus de R$ 2,30 para R$ 2,85. O congestionamento tomou conta da Av. Fernandes Lima, uma das principais da capital alagoana. Em Belém, manifestantes se reuniram em frente ao Mercado de São Brás e realizam protesto contra problemas enfrentados pela população na capital paraense. O movimento propõe a mobilização da sociedade para cobrar melhorias no trânsito e vigilância das obras do BRT , que estavam paradas desde dezembro de 2012 e foram retomadas na última sexta-feira . Já em Fortaleza, estudantes, professores e grupos de movimentos políticos realizam protesto na Praça da Gentilândia, em Fortaleza, ao lado de onde a seleção brasileira treina para o jogo contra o México, no Estádio Presidente Vargas. Em Minas Gerais, centenas de manifestantes se agruparam em várias cidades, na noite desta segunda-feira. Juiz de Fora, Viçosa, Lavras, Alfenas, Poços de Caldas e Contage foram as principais a protestarem. Entre os vários motivos da manifestação, os principais eram contra a violência dos policiais nas grandes cidades, o dinheiro público destinado à realização dos eventos esportivos da FIFA, o preço das passagens de ônibus e a corrupção política do Brasil. O protesto contra reajuste das tarifas do transporte urbano e a Copa do Mundo e por mais saúde e educação também teve confrontos entre manifestantes e soldados da Brigada Militar em Porto Alegre, na noite desta segunda-feira. Pelo menos um automóvel e uma loja de motos foram depredados e algumas pessoas passaram mal por causa das bombas de gás lacrimogêneo lançadas pela polícia. Também houve detenções. Cerca de três mil pessoas participaram da passeata.

Manifestantes em marcha, nesta segunda-feira, próximo ao Teatro Municipal de São Paulo

Protesto leva 60 mil às ruas de São Paulo João V. Lemes

O MPL e o major Paulo Wilhelm de Carvalho, da Polícia Militar de São Paulo, calcularam que mais de 60 mil pessoas participavam do protesto. A assessoria de imprensa da PM, no entanto, estimou em 30 mil os manifestantes. O protesto organizado pelo Movimento Passe Livre (MPL) em São Paulo, marcado para as 17h desta segunda-feira (17) no Largo da Batata, em Pinheiros, seguiu por três caminhos distintos e fechou três das principais vias da capital paulista. Um grupo foi para a Avenida Paulista, outro para a Marginal Pinheiros e um terceiro grupo desceu a Avenida Faria Lima em direção à Ponte Estaiada. A polícia acompanhou as marchas nos três pontos da cidade, que ocorreu pacificamente.

Por volta das 20h, na av. Luís Carlos Berrini, próximo à Ponte Estaiada, o grupo sentou na via e pediu que o responsável pelo policiamento fizesse o mesmo. Quando o major sentou, foi aplaudido pelos manifestantes. “A ação da policia na quinta-feira catalizou a manifestação”, diz Carlos Torres Freire, que tinha ficado longe das ruas nas outras manifestação. “Vim hoje pura e simplesmente pelo direito de protestar”, diz ele.

Ato na Paulista

O primeiro grupo de manifestantes chegou a avenida Paulista por volta das 18h30. Duas horasdepois o local, parecia uma grande área de lazer com as pessoas andando de um lado para o outro sem saber ao certo o que fazer.

A manifestação já tinha atravessado toda a avenida e também estava sem rumo. Enquanto um grupo defendia partir na direção da 23 de Maio outro, maior, queria voltar para a Rebouças. Quando chegaram ao vão livre do Masp, havia uma multidão. Segundo participantes do protesto, boatos sobre a presença da Tropa de Choque na Paulista levaram a uma das divisões da marcha que seguia pacífica.

Palácio dos Bandeirantes

Após sair da ponte Estaiada, parte dos manifestantes marchou em direção ao Palácio dos Bandeirantes. Logo na chegada, um grupo tentou forçar o portão de entrada. Parte dos manifestantes se manteve disposta a entrar na sede do governo. Ao menos 20 policiais formaram uma fila atrás de cada um dos dois portões do Palácio dos Bandeirantes.

Samuca

"O que vemos no Brasil hoje é lindo. O povo está cada vez mais interessado em seus direitos e cobrando o governo por isso. Espero que daqui alguns anos esse episódio seja lembrado nos livros como o momento em que o Brasil teve sua vitória. O poder emana do povo!" Luís Amaro Ramos, Diretor Chefe do Jornal Caderno A


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MANIFESTAÇÕES 2013

Mais de 215 mil pessoas vão às ruas; políticos são alvo de repúdio popular

Carlos Tuia

Protestos atingem 12 capitais brasileiras e têm cenas de violência

Jorge B.

Laura Carvalho Hospitalizado, tinha estado estável Os protestos pelo país atingiram 12 caà noite. O disparo, segundo a polípitais, reuniram mais de 215 mil pessoas e cia, foi feito por um motorista que tiveram cenas de violência em oito delas: tentou furar um bloqueio dos maniRio de Janeiro, Belo Horizonte, São Paulo, festantes. Vitória, Brasília, Porto Alegre, Maceió e Em Belo Horizonte, a marcha Curitiba. rumo ao Mineirão, onde Nigéria e Eles reuniram a maior quantidade de Taiti se enfrentaram pela Copa das manifestantes desde a mobilização dos caConfederações, reuniu mais de 15 ras-pintadas pelo impeachment do presimil pessoas. dente Fernando Collor, em 1992. Um grupo furou um bloqueio Embora tenha havido atos que concennas proximidades da UFMG (Unitraram mais gente desde então, não tinham versidade Federal de Minas Gerais) esse caráter de protesto. e foi recebido com gás lacrimogêAs manifestações de ontem carregaram neo e balas de borracha. diversas bandeiras além de questionar as Um grupo furou um bloqueio tarifas do transporte coletivo da ética na nas proximidades da UFMG e foi política a investimentos em saúde e contra recebido com gás lacrimogêneo e gastos da Copa de 2014. balas de borracha. Muitos políticos foram alvos de repúGustavo Magalhães Justino, 18, dio, como a presidente Dilma, os governacaiu de um viaduto e teve que ser dores Sérgio Cabral e Geraldo Alckmin e o hospitalizado. prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. Em Porto Alegre, um ônibus foi Na Esplanada dos Ministérios, houve queimado, houve dezenas de lojas ocupação do teto do Congresso. Sedes do depredadas e saques em um escriExecutivo ou Legislativo também foram tório do Estado. Um confronto com alvo em São Paulo, Porto Alegre, Rio de Jaa Brigada Militar (a PM gaúcha), neiro e Curitiba. que usou bombas de gás lacrimogêApesar de as manifestações terem sido neo, ocorreu após a depredação de pacíficas em parte das 12 capitais, cenas de uma concessionária de veículos. caos chamaram a atenção principalmente Em São Paulo, a travessia por no Rio de Janeiro. balsas entre Santos e Guarujá, em O ato na capital fluminense reuniu 100 ambos sentidos, chegou a ser intermil pessoas e teve um dos confrontos mais rompida por mais de uma hora. violentos do país com invasão da AssemAtos de apoio também se espableia e veículos depredados. lharam por outras cidades do munEm Maceió, um adolescente de 16 anos do, o principal deles em Nova York. foi atingido no rosto por um tiro.

Manifestantes ocupando a cúpula do Congresso Nacional

Mais de 7 mil invadem o Congresso Nacional

Manifestantes romperam o bloqueio policial. Senadores e deputados tentaram em vão conversar com os protestantes. Helena Reis

Mais de 7 mil pessoas protestam na Esplanada dos Ministérios e no Congresso Nacional, que teve a cúpula invadida na noite desta segunda-feira (17). Da marquise do Parlamento (as cúpulas côncava e convexa do Senado e da Câmara) os manifestantes gritaram palavras de ordem e entoaram o hino nacional. A Polícia Militar entrou em confronto com o grupo, embora não tenham conseguido conter o avanço até as imediações do prédio do Poder Legislativo.

“Não tem o que negociar. Não há pauta ligada ao Senado diretamente” Romero Jucá

Manifestantes ateando fogo em caixas de madeira para fazer barricadas, no Rio de Janeiro

A pauta da manifestação é ampla e difusa. Eles dizem ser contra a chamada PEC 37, queixam-se da corrupção e dos gastos públicos com os grandes eventos no País, como a Copa do Mundo e das Confederações e apoiam aos protestos que tomaram o País desde a semana passada.

Duas pessoas foram presas quando chegaram a cerca de 50 metros da entrada do Congresso, atrás do espelho d’água que fica na parte final do amplo gramado. A maior parte dos policiais que fizeram a segurança estavam sem identificação. Durante a confusão, um vidro da sala da vice-presidência da Câmara foi quebrado. Três senadores - Eduardo Suplicy (PT-SP), Inácio Arruda (PCdoBCE) e Paulo Paim (PT-RS) - tentaram em vão conversar com supostos líderes do movimento para saber qual seria a pauta de reivindicação dos manifestantes. Contudo, eles foram vaiados pelo grupo, não sendo possível qualquer diálogo. "Não tem o que negociar. Não há pauta ligada ao Senado diretamente", disse o primeiro vice-presidente do Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). Os manifestantes partiram do Museu Nacional e seguiram de forma pacífica até o gramado em frente ao Parlamento. Lá, a Polícia Militar do Distrito Federal fez um cordão de isolamento. No final da tarde, um grupo de manifestantes tentou acessar a rampa principal do Congresso Nacional, mas foi repelido pelos policiais, que usaram spray de pimenta.


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O noticiário produzido por jornais, portais e TVs brasileiros dominou os compartilhamentos em redes sociais durante os protestos que pararam o Brasil em junho. Os links da mídia brasileira responderam por 80% dos endereços de maior alcance nas principais "hashtags" das manifestações no Twitter, segundo dados do site Topsy. Só 5% eram postagens em blogs. Sites mais compartilhados pelos paulistanos são a Folha e o UOL. No Facebook, embora não seja possível analisar a composição dos links, a imprensa também multiplicou seu alcance. Segundo especialistas, reportagens de jornais e portais compartilhadas em ferramentas como Twitter e Facebook tiveram o papel de embasar informações, opiniões e críticas dos manifestantes.

mundial no compartilhamento de notícias. Enquanto 44% dos brasileiros trocam e comentam reportagens via mídia social, só 8% dos alemães e dos japoneses o fazem. Os espanhóis chegam mais perto: 30%. Realizada pela YouGov, a pesquisa ouviu 11 mil internautas de EUA, Reino Unido, França, Dinamarca, Alemanha, Itália, Espanha, Japão e Brasil. Os resultados “sugerem que a cultura de um país é o que define o engajamento com as notícias on-line”, segundo Nic Newman, ex-estrategista digital da BBC e coordenador do relatório. A cultura brasileira é muito social fora da rede, comenta Newman, o que se reflete também no on-line.

Jornalismo domina rede social durante protestos pelo país. Igor Moraes

Fábio Malini, coordenador do Laboratório de Estudos sobre Internet e Cibercultura da Universidade Federal do Espírito Santo, diz que os levantamentos confirmam estudos do seu grupo: "As autoridades têm se caracterizado por ser da imprensa". Com isso, os usuários de redes sociais usam notícias para legitimar afirmações: "É um papel estratégico que a imprensa ocupou". Rosental Calmon Alves, diretor do Centro Knight para o Jornalismo nas Américas, da Universidade do Texas, aponta a simbiose entre mídia social e jornalismo. "Apesar de ter sido articulado fora da mídia tradicional, o movimento se nutre do jornalismo. Este se torna ainda mais importante como instância verificadora, preparada para investigar e publicar fatos." O relatório sobre Jornalismo Digital de 2013, divulgado na semana passada pelo Instituto Reuters, de Oxford, apresenta os brasileiros na dianteira Levantamento no site SocialBakers mostra que triplicou no período o volume de pessoas que comentam e compartilham textos de jornais e revistas brasileiros. Foi o que ocorreu com a página da Folha de São Paulo no Facebook: de uma média de 200 mil interações diárias antes dos protestos, o conteúdo do jornal saltou para quase 600 mil interações de 20 a 22 de junho. Com 1,7 milhão de fãs, nos dias do protesto o site do jornal viu mais do que dobrarem as visitas do Facebook.

A imprensa teve outro papel nos protestos: o de validar ou desmentir informações desencontradas disseminadas por usuários das redes. De um falso Jô Soares anunciando duas mortes em uma manifestação, no Facebook, ao alerta geral sobre um golpe militar, no Twitter, se espalharam sem controle naquele. Outro boato dizia que a presidente Dilma havia declarado que desligaria a internet se as manifestações prosseguissem. A origem deste último foi identificada em sites de humor. Mas os demais se perdem no emaranhado de versões que acabaram recebendo guarida em perfis do Facebook. Um deles dizia que um dos depredaroes da sede da Prefeitura tura de São Paulo seria a mesma pessoa que rasgou as cédulas de jurados na apuração do Carnaval de 2012, Tiago Ciro Tadeu Faria. Na realidade o agressor era o estudante Pierre Ramon Alves de Oliveira, como revelou a imprensa. "Você vai descascando, descascando, e é como telefone sem fio: lá atrás era outra coisa", afirma Leonardo Sakamoto, professor de jornalismo da PUC-SP. Ele chegou a postar em seu blog"os dez mandamentos para jornalista de Facebook e perfis de Twitter".

Os vários papeis da internet durante as recentes manifestações no Brasil

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Monitoramento

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Protestos

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Transmissão

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Articulação

Fábio Shinider

Não só perfis do Twitter atuaram de forma a monitorar casos de violência ou os locais de manifestação. Alguns mapas colaborativos surgiram a fim de mapear e monitorar a localização exata dos protestos, com o intuito de informar o cidadão que queria participar ou àquela pessoa que poderia evitar ruas e avenidas. Bruno Coser

Essa função é utilizada largamente por pessoas que não têm interesse em se envolver diretamente nos protestos “físicos”, mas nutrem apoio às causas defendidas. Por isso, podem compartilhar informações das mais diversas ou adotar addons em seus perfis nas redes sociais. Exemplo: bandeira do Brasil como foto principal ou algum “carimbo” pró-manifestação. Lucas Brunoro

Por meio das hashtags é possível acompanhar o que está acontecendo ao vivo durante os movimentos. Vídeos passaram a integrar essa função, mesmo que timidamente. Sites de empresas jornalísticas também seguiram essa onda, como o Terra, que no domingo transmitiu ao vivo parte das manifestações no Rio de Janeiro. Um pouco menos instantâneo, mas igualmente eficaz.

O Facebook tomou para si essa função por dois motivos. Primeiro, é “onde” todos estão, desde cidadãos à entidades civis organizadas. Segundo, ele permite a criação de eventos e convocação de milhões de pessoas em poucos segundos. Dessa forma, foi possível verificar a articulação de movimentos e manifestações em cidades do Brasil e até do mundo.

Sabrina Pinto


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Após uma manifestação pacífica que durou três horas e reuniu 100 mil pessoas, segundo a PM, na Avenida Rio Branco, a maior já ocorrida no Rio da série de protestos que tomou conta de várias capitais do País, as imediações da Assembleia Legislativa foram palco de um violento confronto entre policiais e manifestantes, ontem à noite. Pelo menos cinco PMs e sete manifestantes foram feridos, e 77 PMs ficaram sitiados no Palácio Tiradentes. Um carro foi incendiado e até dentro do edifício foi registrado um foco de incêndio, controlado em minutos Cerca de 50 PMs haviam isolado o prédio da Assembleia com grades de ferros e faziam um cordão para evitar que o local fosse tomado pelos manifestantes, como ocorreu na quinta-feira, mas não conseguiram. A confusão começou, quando alguns manifestantes lançaram morteiros na direção dos policiais.

Manifestação reúne 100 mil no rio e acaba em violência Thaís Costa A partir do quinto rojão, os policiais agruparam-se e começaram a lançar bombas de gás lacrimogêneo. Cerca de 300 pessoas - das milhares que estavam no local - correram aos gritos em direção aos policiais, na escadaria do prédio. A situação ficou totalmente fora de controle. Acuados, os PMs refugiaram-se dentro do prédio da Alerj. As grades que os policiais usaram para cercar o prédio da Assembleia foram usadas para fazer barricadas.

Os PMs lançaram bombas de gás de dentro do Palácio Tiradentes, pelas frestas da grade de ferro. Nãodispersando o grupo. Em seguida, alguns policiais tentaram chegar pela rua lateral, entre a assembleia e o Paço Imperial. Atiraram com balas de borracha e lançaram bombas, mas foram novamente acuados por um grupo de rapazes mascarados, que partiram para cima com rojões, morteiros, pedras e martelos. Nesse momento, um dos policiais foi espancado.

Manifestantes atearam fogo em sacos de lixo, montando fogueiras e barricadas na Avenida Primeiro de Março e na Rua da Assembleia. As fachadas do Palácio Tirantes e do Paço Imperial foram pichadas. Os manifestantes protestavam por diversas causas não só a do transporte público caro e ineficiente, entre elas o uso de dinheiro público em obras para a Copa de 2014. Durante o percurso, a passeata ganhou o apoio de muitas pessoas que ainda trabalhavam em escritórios localizados na via ou esperavam o fim da manifestação para ir para casa. A manifestação começou de forma festiva, com grupos de jovens tocando instrumentos e cantando. Naquele momento, policiais se restringiam a fazer uma escolta discreta. Manifestantes que estavam com bandeiras de partidos políticos foram criticados.

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#VEMPRARUA! 20 mil capixabas aderem manifestação nacional e protestam em Vitória Bruno Coser

Marina Brasil

Cerca de 20 mil manifestantes participaram do protesto em Vitória, nesta segunda-feira, segundo estimativa da Guarda Municipal de Vitória. Por volta das 17 horas, teve início a concentração em frente ao teatro da Universidade Federal do Espírito Santo. Ás 18 horas teve início a caminhada em direção à praça do pedágio da Terceira Ponte. A Ponte da Passagem chegou a ser interditada nos dois sentidos por alguns minutos. Alguns chegaram a sentar no asfalto. Viaturas do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar e da Guarda Municipal de Vitória orientavam os motoristas e seguiam à frente dos manifestantes. Durante todo o percurso os manifestantes chamavam a população para ir à rua. Pedidos de “justiça” e “abaixo a corrupção” foram ento-

adas em um grande coro durante toda a passeata. Muitos acompanhavam das janelas e varandas de prédios e aplaudiam a manifestação. Por volta das 20 horas, os manifestantes chegaram à Praça do Pedágio. A Rodosol liberou as cancelas do pedágio para evitar conflito com as pessoas que estiveram no encontro. Alguns chegaram a subir a Terceira Ponte a ponte a pé, e seguiram em direção à Residência Oficial do governador Renato Casagrande. Na região o policiamento foi reforçado pelo Batalhão de Missões Especiais. A passeata contou com a presença de representantes políticos, entidades sindicais, movimentos estudantis e sociedade civil organizada. Para Vinícius Machado, um dos representantes do movimento estudantil, a tendência é que o número de participantes aumente.

“Esse tipo de manifestação representa a insatisfação popular. Foram realizadas grandes obras para a Copa, mas a população não possui saúde, educação, moradia e transporte. Essa é uma onda, que tende a crescer cada vez mais até a Copa no ano que vem”, disse. Pedidos de “justiça” e “abaixo a corrupção” foram entoadas em um grande coro durante toda a passeata. No local, muitas pessoas confeccionavam cartazes, e pintavam o rosto com as cores da bandeira nacional. Também foram distribuídos panfletos sobre os motivos dos protestos. A maior parte vestia roupas pretas. Na próxima quinta-feira (20), os manifestantes prometem retornar às ruas da capital para mais um dia de protesto. De acordo com os organizadores, novamente, a passeata partirá da Ufes em direção à Terceira Ponte, passando pela Reta da Penha.


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Queda de popularidade freia alianças de Dilma para 2014 Emílio Silva A queda de popularidade da presidente Dilma Rousseff impôs um freio na costura de alianças para sua reeleição. Os dados do Datafolha tem redução de 27 pontos na aprovação em três semanas, afugentaram os aliados. Intrigados com o impacto dos protestos, partidos que integram a equipe ministerial congelaram a antes avançada composição para 2014. O presidente do PDT, Carlos Lupi (RJ), chegou a dizer à presidente que a costura de aliança ficará para 2014: "Nunca disse que a aliança estava fechada, mesmo depois da nomeação do Manoel Dias”. O presidente do PRB, Marcos Pereira, também deixa duas definições para o ano que vem. Para ele, está cedo para sacramentar a aliança. "No cenário nacional, a coisa está feia", diz. O PRB ocupa o Ministério da Pesca, com Marcelo Crivella. O principal foco de rebelião está no diretório de Minas, que não abre mão do

apoio ao tucano Aécio Neves. Cinco deputados estaduais ameaçam deixar o PSD em caso de embarque na reeleição de Dilma Rousseff. Para o secretário-geral da sigla, Saulo Queiroz, ainda é cedo para avaliar o efeito das manifestações nas alianças. "Não há motivo para precipitações, vamos esperar o futuro", completou ele, confiante. Apontado como um defensor da manutenção do apoio a Dilma, o vice -presidente do PSB, Roberto Amaral, afirma que a pré-candidatura de Campos "permanece em pé". Disse que, mesmo com a pressão popular, ainda é cedo para avaliar os efeitos na corrida presidencial, mas reconheceu que foi por terra a crença de que a reeleição de Dilma estava consolidada. "O clima de já ganhou não existe mais”.

No neogovernista PTB, o presidente licenciado Roberto Jefferson mantém contato com o PSDB. Principal aliado do PT, o PMDB se vale da fragilidade para exigir mais espaço no governo. "Não temos ministérios. Temos ministros", reclama Geddel Vieira Lima. O partido tem no líder Eduardo Cunha (RJ) um simpatizante do "volta Lula". Ele avalia, porém, que "essa avalanche" de manifestações afetaria o ex-presidente: "O candidato do PT estará no segundo turno. Vai ter segundo turno com certeza. Outra consequência política da queda de popularidade foi o aumento das especulações sobre reforma ministerial. Ontem, após reunião com um grupo de ministros e ex-ministros, Dilma divulgou uma nota oficial desmentindo qualquer mudança.

Famosos internacionais e nacionais "apoiam" manifestações no Brasil Fãs das celebridades internacionais fazem montagem e imagens invadem a rede Maria Antônia Geller olho, na última quinta-feira (13), no protesto pela redução da tarifa do transporte público, famosos brasileiros participaram da campanha "Dói em todos nós". Na campanha, eles aparecem com um dos olhos roxo, como se também estivessem sido atingidos.

Paulo Vilhena para as lentes de Yuri Sardenberg, no ensaio "Dói em todos nós".

Yuri Sardenberg

Uma montagem com celebridades internacionais apoiando as manifestações no Brasil tomou conta da rede. Na imagem, Britney Spears , Beyoncé , Lady Gaga , Katy Perry e Avril Lavigne aparecem segurando cartazes com os dizeres: "It's not about 20 cents! #changebrazil" (Não são apenas 20 centavos. #mudabrasil!). Vários famosos usaram as redes sociais se posicionar diante das manifestações que estão acontecendo pelo Brasil. Palmirinha Onofre divulgou uma foto no Instagram nesta segunda-feira (17) em que aparece segurando um cartaz de apoio aos protestos. Thaila Ayala , Fernanda Paes Leme , Bruno Gagliasso e Sérgio Marone foram às ruas e compartilharam imagens dos protestos em São Paulo e no Rio de Janeiro. Gisele Bündchen , Daniela Albuquerque e Jayme Matarazzo , entre outros, também escreveram mensagens pedindo união aos brasileiros. Em homenagem a jornalista que foi atingida por um tiro de bala de borracha no

Apoio internacional aos protestos no Brasil Gabriel Medeiros

Barcelona

A praça Catalunha, se cobriu de verde-amarelo nesta terça-feira durante uma concentração convocada através das redes sociais em solidariedade às manifestações contra o preço do transporte. Os cerca de 300 manifestantes cantavam “da Copa, eu abro mão, quero dinheiro para saúde e educação”, entre outras palavras-de ordem.

“Estão ferindo os nossos direitos” Catarina Santos

Segundo Catarina Santos, uma das organizadores do ato e integrante do movimento Democracia Sem Fronteira, o que motivou o grupo a realizar a atividade foi a brutal repressão policial às manifestações contra os altos preços do transporte público no Brasil. “Estão ferindo os nossos direitos”, enfatizou a jovem.

Londres

Pelo menos 1.100 pessoas participavam da manifestação em uma praça ao lado do parlamento, em Londres, como forma de apoiar os protestos iniciados semana passada em São Paulo e em outras capitais. Entre os cartazes de protesto havia uma grande faixa escrita em inglês: "I'm Brazilian and I'm not keep calm!!" (sou brasileiro e não vou manter a calma).

EUA

Centenas de brasileiros se reuniram na noite de ontem, na Union Square, em Nova York, em um ato de apoio às manifestações no Brasil. Além de gritar palavras de ordem, eles discutiram sobre as recentes manifestações no Brasil. Também foi realizado um protesto semelhante na cidade de Chicago. Montagem de fãs mostram celebridades internacionais "apoiando" manifestações no Brasil.


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