Revista Jazz it

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MENSAL | OUTUBRO 2014 | N º 1

DIZZY Oportuna matéria sobre a história de uma gravação feita pelo trompetista Dizzy Gillespie com o Trio Mocotó, em São Paulo, em meados de 1974, que agora está em vias de ser lançada no mercado!


No inicio de 1969, Herbie Hancock retorna brevemente ao grupo de Miles. Tony Willians havia montado um grupo intitulado Lifetime que acabou recusado em uma audição para a Columbia Records e também retornou ao combo trazendo consigo o guitarrista John McLaughlin, um verdadeiro prodígio musical que contava apenas com 26 anos e que havia gravado um álbum intitulado “Extrapolation” em 1969 com os jazzistas Tony Oxley e John Shurman. Com a adesão do também tecladista Joe Zawinul estava fechada a primeira grande “Big Band elétrica” de Miles que no mesmo ano daria inicio as gravações do revolucionário “In A Silent Way”, nome uma composição de Zawinul especialmente elaborada para o projeto a pedido de Miles. Miles não tinha ideias preconcebidas para a criação do disco e ordenou que o produtor Teo Macero gravasse todo o material executado pela banda. Macero conseguiu reduzir as mais de 2 horas de gravações de estúdio para pouco mais de 80 minutos que era tempo demais para um LP simples e com ajuda de Miles reduziram a gravação para pouco mais de 9 minutos para cada lado do disco a ser lançado. Como isto era material insuficiente para cobrir um lado inteiro de um LP, eles tiveram a sacada genial de repetir alguns temas em cada um dos lados do álbum e assim conseguir que o mesmo tivesse quase 40 minutos de duração. “In A Silent Way” é um disco que trazia influências múltiplas, mesclando ondas de absoluto silêncio às melodias modais de Miles que vinham adornadas pelos etéreos e aparentemente infinitos solos de guitarra de McLaughlin. Com uma sonoridade extremamente inovadora o disco havia sido rejeitado pelos puristas do Jazz e embora tenha sido aclamado pela crítica com um disco revolucionário desde a data de seu lançamento, ele alcançou apenas a 134ª posição nas paradas de disco da Billboard. Após seu lançamento Herbie Hancock abandonaria pela segunda vez o grupo de Miles.

Vinte anos atrás, o mundo perdeu um dos maiores músicos de sua história. Para homenageá-lo, chega ao Centro Cultural Banco do Brasil do Rio e depois vai ao Sesc Pinheiros, em São Paulo, a exposição QUEREMOS MILES MILES DAVIS, LENDA DO JAZZ, com retratos, fotos de flagrantes de estúdio, instrumentos e documentos. Claro, não poderia faltar sua música revolucionária: seis instalações nomeadas surdinas, em referência ao mecanismo de abafamento do trompete, permitem acompanhar em imagens e sons vários momentos da carreira daquele que foi considerado um dos maiores nomes do jazz.



Ahmad Jamal ĂŠ um pianista de jazz norte-americano. Jamal era um dos pianistas favoritos de Miles Davis e influenciou bastante o seu trabalho First Great Quintet com John Coltrane, Red Garland, Paul Chambers e Philly Joe Jones.


Multitalented composer, arranger, music educator, and jazz percussionist Ali Jackson is the ultimate modernist drummer of our times. He is considered to be one of the most versatile and innovative musicians of our times. From performance stages in the U.S., to historic concert halls in Europe, and outdoor venues in Canada, Asia, or Africa, he has gained a reputation of performing with remarkable technique, originality, and deeply felt passion. Jackson is known to create a strong portrait of emotions through his playing—with vivid dynamism, energy, intensity and technique. The rhythm of music is all around us, beating and vibrating in everything that we encounter. It informs who we are as citizens of a global community. With this in mind, Jackson, uses the compelling and pulsating sounds of bebop, swing, funk, ballet, gospel, and classical influences to make us feel music in everything that we do. This 2012-13 season marks his 7th year as principal drum chair with the internationally recognized Jazz at Lincoln Center Orchestra with Wynton Marsalis. He continues to follow in the tradition of important drummers to bring a deeper, fuller expression of music and life, sound and rhythm to audiences across the world.


The King of Swing Instrumento que deu voz ao bebop

O clarinete surgiu a partir de uma peculiar flauta doce cujo som é emitido por uma palheta de cana fixada a um acessório chamado BOQUILHA, que vibra ao receber o fluxo do ar impelido pelo assoprar do músico. Este clarinete primordial era chamado CHALUMEAU. Era tocado exclusivamente no registro natural (o que até hoje é chamado no clarinete, registro de chalumeau) pois o invento da chave de registro se deu somente no começo do século XVIII. Johann Cristoph Denner (1655-1707) ao introduzir a chave de registro definiu o novo instrumento, agora chamado definitivamente CLARINETE. A chave de registro ampliou as capacidades sonoras do chalumeau estendendo a escala que pode ser tocada. Ao fazer isto porém, tornou-se evidente uma peculiaridade deste instrumento: tocar uma qualquer nota nos dois registros produz sons distantes não de uma oitava, como acontece na flauta doce, mas de uma oitava mais uma quinta (12 tons, escala duodecima).

Esta característica do clarinete faz com que mude a relação tom/semitom de cada orifício ao mudar do registro, assim como a escala natural que o instrumento toca ao mudar de registro. O problema do posicionamento e diâmetro da furação, e a necessidade de se introduzir um coerente número e posicionamento de chaves para a execução de notas afinadas em várias escalas foi um problema técnico impossível de ser resolvido pelos construtores de instrumentos do século XVIII, e por um século o projeto acústico do clarinete se manteve quase inalterado (de Denner até a invenção do novo sistema de chaves de Ivan Müller, em 1810).

O clarinete ancestral, com estes problemas de projetação em aberto, dificultava muito a interpretação musical pois a compensação da altura das notas obtida pela embocadura do interprete e/ou com compensações no dedilhado, era extremamente complexa. Apesar disto, mas não sem muito esforço, músicos excelentes conseguiram interpretações corretas das composições que começaram a ser dedicadas a este instrumento, fazendo com que sua popularidade se expandisse. O sucesso do clarinete ancestral, não obstante seus problemas, si deve a algumas características que o fazem radicalmente diferente da flauta doce: (1) a variação da intensidade sonora é grande, e controlável pelo interprete; (2) é possível variar a altura das notas não mais somente com a passagem do dedo pelos orifícios, mas também controlando a pressão do lábio na palheta. São possíveis com o clarinete, então, as variações de altura e intensidade que proporcionam as nuances interpretativas e ornamentais (portamentos, vibratos, etc.) necessárias á execução da música romântica e á expressão plena da emoção do interprete.



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