BRUXA MIL FACES DE
BRUXARIA HOJE Bruxas e bruxos existem e resistem! Eles têm uma vida normal: trabalham, estudam, têm amigos e família e… praticam bruxaria! Conheça aquelas e aqueles que se denominam bruxos e entenda como funcionam as práticas mágicas na era digital.*
ESPELHO MÁGICO
Um raio-x das bruxas mais amadas da ficção
TEM BRUXA AQUI Dicas para quem ama ler, ver e ouvir bruxaria
Editorial
Bruxas
desde sempre Seja voando em uma vassoura, acompanhada de um gato preto, vestindo um chapéu pontudo, produzindo alguma poção em um grande caldeirão, ou sendo queimada na fogueira, a figura da bruxa é presente no imaginário coletivo. A bruxa seria, acima de tudo, uma mulher detentora de poderes sobrenaturais, pronta para usá-los para o bem ou para o mal. Os feitos das bruxas são narrados por todo o mundo, em contos de fadas, acontecimentos históricos e nos relatos de pessoas comuns. As lendas relacionadas às bruxas são incontáveis, vêm de todos os cantos
do mundo, de diversas culturas e vivências. Elas podem ser adoradoras do diabo, hereges que dançam nuas ao redor de uma fogueira na floresta à noite, uma velha curandeira local, uma figura zombeteira que azeda o leite e rouba crianças, por vezes temida por vezes admirada. Definir uma bruxa parece uma tarefa quase impossível dada a quantidade de informações geradas ao redor do folclore que cerca essa figura quase mística. A aura de mistério parece ser algo até mesmo essencial para a existência dessa figura, o “não saber” é justamente o que gera tanto a curiosidade como o temor. O nosso infindável medo do
desconhecido, pronto para ser desvendado, guardando perigos desconhecidos e descobertas maravilhosas. É esse medo primordial que move tais histórias e as levam para frente. As escolhas para se fazer diante o medo geralmente são duas; o enfrentamento desse desconhecido pronto para ser desvendado, um terreno novo para ser explorado, um conhecimento novo para ser trazido à luz; ou uma profunda aversão, um medo tão grande que anuvia a empatia e deseja destruir tal desconhecido por medo de ser destruído por ele. Seja qual for a reação, ambas falam muito de como nós humanos nos comportamos e interpretamos nosso meio, nossos medos e anseios,
Bárbara Valente Jornalista e idealizadora da Bruxa de Mil Faces
nossas inseguranças e inquietações. Aqui, iremos tentar seguir a primeira reação, a da curiosidade, do espírito explorador, típico dos jornalistas, e ousar a saber um pouco mais do que toda essa história de bruxa se trata. E para finalizar deixo o famoso ditado castelhano
No creo en brujas, pero que las hay, las hay!
EXPEDIENTE
Esta revista é um projeto experimental realizado para o curso de Jornalismo da Universidade Federal de Goiás.
Discente, autora e diretora criativa: Bárbara Aguiar Valente Orientação: Juarez Ferraz Revisão: Amanda Sales Ilustrações e projeto gráfico: Amilton Duarte
Editorial
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Origem
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Caldeirão da bruxa Imaginário e história: os lugares onde habita a bruxa
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Egrégora Bruxas e bruxos existem e resistem
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Espelho mágico As bruxas mais queridas da ficção
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Tem bruxa aqui Navegue no mar infinito da bruxaria
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Glossário
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Origem
A Bruxa
de Mil Faces:
narrativa, jornalismo e bruxaria Neste artigo de opinião, Bárbara Valente, relata sobre a narratividade da figura da bruxa, uma tentativa de aplicar-lhe a Jornada do Herói e a relação de tudo isso com o jornalismo Nota: Durante o texto você pode encontrar termos, nomes e outras palavras que talvez não conheça, por isso inserimos um glossário ao final da revista para que você possa consultar os verbetes que não tiver familiaridade. Essas palavras irão conter uma numeração acima para que você possa encontrar facilmente no nosso glossário, que irá servir não apenas para elucidar certos termos como também para apresentar um pouco mais de contexto para quem deseja se aprofundar mais no assunto. Boa leitura.
dades de natureza significativamente diferente, que justificaria uma variante feminina do método”. O resultado é evidente, existe e é necessário discutir a Jornada da Heroína. Foi com este olhar, impregnado de vontade de compreender narrativas sobre/de/para mulheres que me deparei com o tema da bruxaria, tão amplo. De fato, como discutiremos mais adiante, existem bruxos e muitos homens foram condenados por bruxaria, mas esta é intrinsecamente feminina, o que me despertou o desejo de traçar um caminho, cujo resultado fosse não uma, mas várias análises sobre bruxas e bruxaria. O ponto de partida no nosso mapa é a Jornada do Herói de Mil Faces3 de Campbell. Seguindo essa figura comum e recorrente que atravessa a cultura ocidental, submergimos em um mundo encantado de figuras que flertam com o fantástico para, na realidade, trazer à tona o que une a todos, os arquétipos. Voltando os olhares a esse mundo, recuperamos narrativas que podem ter sido esquecidas por toda uma geração ou mesmo civilizações, a fim de alcançar um novo patamar acerca da absorção da Mitologia e do Folclore no mundo contemporâneo: a bruxaria que existe e persiste.
por: Bárbara Valente
m 2008, Monica Martinez1 publica em livro o material que consistiu em sua tese, Jornada do herói: a estrutura narrativa mítica na construção de histórias de vida em jornalismo, que ao meu ver é revolucionário ao associar o Monomito de Joseph Campbell2 e o ato jornalístico de contar história. Tanto nos mitos, como nas narrativas ficcionais e no jornalismo (com exceção ao jornalismo noticioso) o objetivo é contar histórias e em muitas dessas se encontra o objeto de minha investigação: a bruxa. Pensar a trajetória arquetípica do herói sob o ponto de vista de uma mulher não é mérito meu. Em sua tese, Monica questiona a possibilidade de a Jornada do Herói ter “desafios e peculiari6
Assim surgiu a Bruxa de Mil Faces (BMF), uma revista on-line que visa discutir os muitos olhares acerca da figura da bruxa, habitante do imaginário ocidental, cuja existência incitou ódio e romantização.
um episódio de roda de discussão do livro em que a mesma esteve presente com outras mulheres, para fazer um gancho entre a relevância da obra italiana, sua tradução para o português e a luta contemporânea das mulheres. Bianca lembra os alarmantes números do assassinato de mulheres no Brasil, sobretudo as negras, como Marielle Franco, para ressaltar a necessidade de falar sobre caça às bruxas. Com um jornalismo mais narrativo e mais humanizado, que é o que pretendo fazer aqui, penso ser possível ecoar a voz de tantas mulheres que lutam e lutaram sem cessar para ocupar espaços (como o próprio jornalismo). Peço perdão pelo modo emotivo como termino este texto, mas é preciso ainda falar de bruxas pois nós, mulheres, ainda somos caçadas.
O objetivo desta não é esgotar a discussão, mas permitir olhares diversos sobre o tema, por meio de entrevistas, análises e, quando couber, bom humor. Espero que esta não seja a única edição, já que o tema nos permite muitas e variadas viagens. No prefácio brasileiro de Mulheres e a caça às bruxas4 , da filósofa italiana Silvia Federici, a escritora e jornalista Bianca Santana retoma 7
Caldeirão da Bruxa
Imaginário e história:
os lugares onde habita a bruxa
A figura da bruxa e sua perseguição é objeto de estudo de folcloristas e historiadores, mas sua simbologia ultrapassa as barreiras do teórico e habita inegavelmente a história do Ocidente
Quando canta Rita Lee5 , em Perto do Fogo: “Perto do fogo/Como na Idade Média/Quero queimar minha erva”, a imagem primeira que vem à mente é de bruxas celebrando seus rituais típicos em volta de uma fogueira medieval. Independente da visão ou de uma ou outra singularidade, basta tocar a canção para alguém e pedir que a pessoa descreva a imagem que lhe vem ao pensamento, para ouvir uma descrição de algo relativo à bruxaria ou uma espécie de Sabá6 . Em uma outra canção, Pagu, Rita afirma: “nem toda feiticeira é corcunda ”. A cantora se vale de uma outra imagem comumente associada às bruxas e feiticeiras para tentar quebrar um paradigma associado à figura feminina. A própria Rita Lee teve, por vezes, sua imagem associada a de uma bruxa, com seus cabelos vermelhos, suas roupas sombrias e sua postura questionadora, apontando o dedo na cara do status quo7 em suas músicas e no seu posicionamento público. Ela chegou até mesmo a posar para uma famosa foto ao
lado do grupo ao qual fez parte, Mutantes, usando um chapéu pontiagudo e caricato. Assim como nas músicas de Rita Lee ou na sua própria figura, temos em mente uma imagem bastante consolidada da figura da bruxa. Seja nas histórias infantis, nos filmes ou nas lendas, a bruxa aparece, na maior parte das vezes, como uma mulher capaz de fazer maldades. O fato de haver um conjunto de características e mesmo aspectos físicos que associamos a bruxas é resultado de algo que academicamente ficou conhecido como Imaginário, um termo tão amplo e de difícil tangenciação como a própria bruxaria. Mas não nos atenhamos a conceitos extremamente acadêmicos ou a definições de uma ou outra linha de pesquisa, afinal, há muitas
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como bruxa. O jornalista, narrador e pesquisador de folclore e imaginário brasileiro, Andriolli Costa, evoca o conceito de arquétipos para explicar a existência consolidada dessa mulher a que chamamos bruxa. “Essas bruxas, no folclore, têm várias origens distintas. Elas podem, ou se transformar em bruxa, se elas forem a sétima filha, elas já são marcadas por uma maldição de nascença, ou elas podem assumir esse papel da bruxa se elas receberem essa maldição de outra bruxa. Isso é uma coisa que vem lá de Portugal, dos Açores, mais especificamente, que tem uma história de que quando a bruxa está para morrer ela grita ‘Quem pega?’ e quem responde ‘eu pego’, assume esse posto de bruxa”, conta o pesquisador. A descrição de Andriolli parte de relatos orais portugueses que ganharam terreno fértil também no Brasil. Mas essa não é a única imagem de bruxas presente no folclore nacional. O pesquisador pontua que no estado de Santa Catarina, onde há uma forte presença de lendas de bruxas, essa figura está muito associada a de benzedeiras, ou seja, de uma mulher que usa seus conhecimentos sobrenaturais para ajudar a comunidade, ainda que seja uma figura um tanto marginalizada. Mesmo existindo um estereótipo do que se conhece como bruxa, não há apenas uma narrativa, assim o mais exato, quando se fala de folclore e imaginário seria falar sobre bruxas. Para Gilbert Durand9 , filósofo e antropólogo francês cujo trabalho ampara os estudos do imaginário e inspira outros pesquisadores como o próprio Andriolli, o imaginário seria uma atitude imaginativa e coletiva de uma sociedade diante da incerteza da vida e da inevitabilidade da morte. Resumidamente, estamos à deriva e, por isso, recorremos a elementos simbólicos, imagens, mitos e arquétipos que não são individuais, mas
abordagens teóricas do imaginário e da bruxaria. Tentemos por outro lado, entender os estudos sobre bruxas e bruxaria e sobre o folclore, que vai ser evocado mais adiante, como um passeio pela história da sociedade, cujo destino não é certo, mas evidentemente possui resquícios na contemporaneidade.
O folclore e as bruxas alar de figuras como a bruxa é impossível sem falar de folclore, mais um termo que divide conceitos e linhas de pesquisa na academia. Um dos maiores folcloristas brasileiros, Luís da Câmara Cascudo8 , diria que o termo folclore se refere às formas de pensar, agir e sentir de um povo. Partindo dessa conceituação ampla e um tanto vaga, mas que certamente oferece um ponto de partida, é possível compreender que as figuras que conhecemos das lendas ou mitos como bruxas, fadas, lobisomens ou bicho-papão fazem parte do folclore. Indo um pouco além nessa linha de raciocínio, torna-se mais fácil compreender o motivo de haver um certo padrão para o que conhecemos 9
Caldeirão da Bruxa construções coletivas. Não por acaso, Durand e outros teóricos do imaginário bebem da fonte da psicanálise de Freud e Jung, de modo que o antropólogo francês traça um paralelo entre o gestual/biológico e a cultura. Assim, os símbolos e mitos estariam divididos entre o Regime Diurno (a luz, o bem, o herói) e o Regime Noturno (o escuro, o mal, o vilão), duas categorias taxonômicas criadas por Durand para amparar a classificação dos padrões encontrados nas mais diversas narrativas orais do ocidente. “Pensar no paralelo entre a bruxa e a benzedeira é interessante, porque uma não existe sem a outra”, pontua Andriolli. “Se você pega todos os trabalhos da linha junguiana, tipo Mulheres que Correm com os Lobos, da Clarissa Pinkola10 , você vê que os aspectos do feminino estão coexistindo nas narrativas orais. A madrasta má, a filha inocente, a irmã invejosa, são todas uma pessoa. Carregamos em nós a potência de ser tudo. Algumas dessas potências vão ser demonizadas e questionadas. ” Não há verdades ou mentiras quando se fala de folclore ou imaginário. O fato é que a bruxa, como outros seres, habitam o imaginário ocidental. Podem mudar de endereço, variar as magias que fazem, ser acusadas ou admiradas, servir deuses ou demônios, mas que as bruxas existem, elas existem. tem
Bruxaria e história título acima é o mesmo de um dos livros do pesquisador e professor de História Medieval da Universidade de São Paulo (Usp), Carlos Roberto Figueiredo Nogueira, uma referência no estudo de bruxas no Brasil. Como outros autores, ele se dedicou a pesquisar o surgimento da bruxaria do ponto de vista da História, de modo a oferecer uma visão sobre o conceito e sobre quem foram as pessoas taxadas de bruxas ao longo do tempo. De fato, muitas mulheres- e alguns homensforam acusadas de praticar bruxaria e muitas pagaram com a vida por isso. Entretanto, a caça às bruxas, como o próprio conceito de bruxaria, passou por mudanças ao longo da história e ganhou um véu de romantização que, por vezes, acaba por nublar os fatos. Em Bruxaria e História, as práticas mágicas no Ocidente Cristão, Carlos Roberto classifica o conceito de bruxaria como controvertido. A visão do imaginário também é tomada de empréstimo pelos historiadores, afinal, as ciências humanas e sociais não são campos fechados e isolados, e o estudo da bruxaria é uma prova disso ao aproximar diversas áreas do conhecimento em busca de análises coerentes. Assim, Carlos, no livro supracitado, aponta que a bruxaria apresenta dois aspectos ao mesmo tempo, contraditórios e complementares no imaginário coletivo: uma função compensatória, associada à “institucionalização das reações de medo e pânico coletivos”; bem como uma função de prática coletiva da “realidade”. Resumidamente e de forma um tanto grosseira, basta compreender que a questão não é encontrar evidências da existência ou não de bruxas. Se existiram pessoas que ganharam tal 10
assolou a Europa passou a matar mais homens. O grande ponto é que, até então, o trânsito social das mulheres acontecia sob a tutela de um homem, fosse marido, filho ou mesmo genro. Quando eles começaram a morrer muito mais que elas, as mulheres ficaram sozinhas e isso, para a época, foi aterrorizante. A filósofa e ativista feminista italiana, Silvia Federici, dedica a vida e a pesquisa a compreender o fenômeno histórico-social da caça às bruxas. Sob a ótica do materialismo histórico, a pesquisadora percebe a ascensão do sistema capitalista como essencial para explicar o motivo da perseguição às mulheres, que surge em um momento essencialmente agrário da história europeia. “[...] parece haver uma relação singular entre o desmantelamento dos regimes comunitários e a demonização de integrantes das comunidades afetadas, que transforma a caça às bruxas em um instrumento efetivo de privatização econômica e social”, pontua Silvia em Mulheres e a caça às bruxas. Aqui, a autora reforça o papel da Igreja Católica no projeto de privatização que gerou pobreza e marginalização de qualquer crença que não fosse a cristã monoteísta. São muitos os fatores que associam a Igreja Católica à demonização das mulheres e a caça às bruxas. Segundo Silvia, quando acontece o cercamento de terras na Inglaterra, surge também um sistema social que determina que a mulher deve ser submissa ao homem e isso foi usado grandemente pelo catolicismo para subjugá-las. É impossível ignorar também a questão da sexualidade feminina. Por ser aquela que gera a vida, a religião cristalizou uma imagem feminina como casta. Assim, toda mulher que não correspondia aos padrões cristãos de pureza era demonizada e, consequentemente, associada ao profano.
acunha e se a figura da mesma permanece no imaginário popular, mostram-se suficientes os argumentos para que as bruxas sejam dignas de tamanha curiosidade e investigação acadêmica.
Caça às bruxas termo caça às bruxas ganhou o imaginário popular de tal maneira que não é raro que o mesmo seja usado como sinônimo de perseguição. Contudo, no campo do senso comum, a terminologia é, por vezes usada erroneamente. “A caça às bruxas é da Idade Moderna. Eventualmente, algumas pessoas foram caçadas e depois chamadas de bruxas, mas isso no finalzinho da Idade Média. A associação com a Idade Média acontece, porque foi um período considerado, pelo senso comum, como de trevas”, explica Carlos em entrevista à Bruxa de Mil Faces. Na fala do professor é possível apreender um dos muitos atributos da bruxa no imaginário: as trevas. Desde a Idade Moderna, a figura chamada de bruxa é, na maior parte das vezes, uma mulher, por vezes velha e caquética, por vezes sedutora e provocante, que se dedica a fazer maldades e o faz, pois, é detentora de um pacto com o demônio. O imaginário coletivo materializou a bruxa como má, suja, pecadora, promíscua e perigosa. Em grande parte, o imaginário associado à bruxa ao longo da história é resultado de uma sociedade católica e intolerante, mas não só a isso. Carlos Roberto conta que, no final da Idade Média, as mulheres passaram a se alimentar melhor e a expectativa de vida das mesmas cresceu. Assim, a Peste Bubônica que 11
Mas o discurso da escritora sintetiza sua posição sobre o tema:
Elucubrações
“A inspiração, em todas as formas de arte, tem um toque de magia porque a criação é uma coisa absolutamente inexplicável.[...]
asta uma breve pesquisa em base de dados acadêmicos para encontrar um sem fim de teses, dissertações e artigos sobre bruxas e temas afins. A quantidade de livros- acadêmicos e ficcionais- filmes, podcasts, músicas e outros produtos culturais que tratam da bruxaria também é enorme. E não há consenso. As abordagens sobre essa figura são as mais variadas e não há certos ou errados, há versões. A bruxa carrega tanto simbolismo e peso que se tornou adjetivo. A escritora Clarice Lispector11 ganhou o título de bruxa da literatura. A obra clariciana é rica em simbologias pagãs e neo-pagãs, elementos do judaísmo, misticismo, universo feminino e fluxo de consciência. A junção de todos esses fatores, aliados com a complexidade da escrita da autora, podem ter associado sua imagem com a das bruxas. Um capítulo curioso da vida de Clarice se dá em 1975, quando a mesma é convidada a participar do I Congresso de Bruxas em Bogotá. A participação da escritora foi amparada por um de seus contos mais complexos e enigmáticos, O ovo e a galinha. Clarice não somente aceitou participar do congresso, como pediu que lessem o conto em questão, em espanhol. Para a imprensa brasileira, a participação de Clarice foi motivo para muita especulação e afirmações absurdas e preconceituosas, associando as bruxas e a autora em si a tudo que há de pior.
Mas também é verdade que tudo o que tem vida e é chamado por nós de “natural” é na verdade tão inexplicável como se fosse sobrenatural. Acontece que tudo o que eu tenho a dar a vocês é apenas minha literatura. Alguém vai ler agora em espanhol um texto que eu escrevi, uma espécie de conto chamado “O ovo e a galinha”, que é misterioso mesmo para mim e tem sua simbologia secreta porque, se vocês tentarem apenas raciocinar, tudo o que vai ser dito escapará ao entendimento.” A fala de Clarice fala por si, e a BMF assina embaixo. Afinal, no mundo há muito de inexplicável e nisso reside também grande simbolismo e beleza.
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Egrégora
Bruxas e bruxos existem
e resistem Um passeio pelas mais diversas práticas mágicas sob a perspectiva de quem realmente entende de bruxaria: as bruxas e os bruxos. Até aqui, abordamos a bruxaria enquanto fenômeno social e cultural, sob a luz da história, da narrativa e do imaginário. A partir de agora, embarcaremos em uma viagem pela bruxaria de quem realmente pratica: bruxas e bruxos contemporâneos. É importante ressaltar que há diversas linhas de bruxaria, algumas em que a mesma é vista como religião e outras em que é vista como um estilo de vida. Espiritual ou não, é possível perceber pelos relatos que há alguns elementos em comum. Todos os ouvidos pela Bruxa de Mil Faces (BMF) relatam que a bruxaria foi essencial ao lidar consigo e com o outro, uma espécie de forma de auto aceitação e filosofia de vida, que orienta condutas morais. Além disso, é comum nas múltiplas narrativas, encontrar resistência da família e até mesmo ataques virtuais com ameaças de violência, agressões verbais e terror psicológico. Foram 4 entrevistados, dentre bruxos e bruxas, com trajetórias pessoais e mágicas diferentes e múltiplas formas de enxergar e praticar a bruxaria: Naê, Carmem, Pulga e Keller. Para facilitar a compreensão, separamos as entrevistas por temas e as respostas dos nossos entrevistados estão na íntegra. Sente-se confortavelmente, limpe sua mente de conceitos pré-concebidos e ouça a magia falar pela boca desses bruxos.
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Como você
se apresenta?
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maquiadora e tenho dois perfis no tiktok que eu falo sobre essas duas coisas.
naê Sou o Naê, tenho 25 anos e sou de uma cidadezinha do interior de São Paulo chamada Sumaré. Eu sou ator, estava no último semestre da faculdade e não consegui terminar por conta da pandemia. Sou ator, contador de histórias, trabalho com teatro, dando aulas em ONGs da cidade. Sou praticante de bruxaria, estudante de folclore. Eu estudo muito a feitiçaria norte-americana e sempre tento buscar fontes aqui no Brasil, estudo de bruxaria pra conhecer e me enraizar mais nas questões do Brasil.
KELLER Meu nome é Marcos Keller, eu sou professor de história e filosofia e agora eu acrescentei o comunicador e podcaster. E tem uma coisa interessante, apesar da gente for discutir magia, raramente você vai ver eu me apresentando como alguma coisa nesse sentido. Porque como sempre foi meio que uma parada de foro íntimo, sua prática, crença. Eu trabalho como professo já há 10 anos, além de professor de história e filosofia na rede estadual e recentemente uma rede particular. Eu também sou pesquisador em história e em filosofia, normalmente meus trabalhos em filosofia estão associados à educação e meus trabalhos em história estão associados á cultura pop. E recentemente o mestrado, sou metre em história social, que envolve a magia, eu estudei a representação da magia e do tempo em Alan Moore14, que é um grande quadrinista que se diz mago, e eu estudei Promethea15. Além disso, eu faço trabalho em comunicação e podcast, alguns são de entretenimento geral, ou como professor de história ou como especialista na história do esoterismo ocidental, e também faço parte de um podcast de educação.
CARMEM Eu sou psicoterapeuta reencarnacionista12, trabalho com regressão terapêutica, sou mestra reiki13, eu trabalho com cristais com ervas. Então, isso (a magia) sempre esteve muito perto de mim. Eu sou apaixonada por magia, tanto que eu vivo disso. Agora, cada vez mais, eu sou uma pessoa que eu trabalho com isso. Mas tudo que eu faço é para realmente mudar a vida daquela pessoa. Então, eu trabalho em consultório ainda, eu faço apometria, agora estou trabalhando muito online, tenho muito trabalho porque as pessoas estão precisando muito disso.
PULGA Eu sou da bruxaria eclética. Nós entendemos que a bruxaria é religião, mas não se prende tanto a uma prática só. Eu uso um pouco da bruxaria natural, e também magia do caos, não me prendo tanto. Podem me chamar de Pulga, Sellena, o que preferir. Eu também sou
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Quando começou o interesse por
magia e bruxaria?
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diferentes, apesar de serem consideradas uma ramificação da outra. Primeiro surgiu a tradição Feri, como Victor e Cora Anderson, é uma tradição de bruxaria tradicional, ou seja, não tem nada a ver com a Wicca21, a gente não celebra a roda do ano, o mito da deusa e do deus, essas questões que a Wicca celebra. Então a tradição Feri ela é pautada em êxtase, culto do corpo, coisas assim. E uma iniciada da Feri chamada Starhawk22, que escreveu vários livros que o pessoal sempre busca pra informação, que inclusive um dos livros mais famosos é “A dança cósmica das feiticeiras”. Ela começou a escrever livros e ela começou a ter um coven que depois se originou a tradição Reclaiming. Claro que a história é muito maior do que isso, daria pra falar disso o dia inteiro.
naê Isso dá uma boa história! Eu comecei o meu interesse por bruxaria logo depois que eu saí da igreja evangélica. E eu acredito que essa foi uma virada muito importante, porque tudo aquilo que eu considerava como pecado começou a ser sacralizado dentro da bruxaria. Eu falo que a bruxaria é um caminho de sacralização dos pecados. Então, tudo aquilo que eu negava, que eu desprezava em mim, que eu sentia nojo em mim é o que a gente celebra dentro da prática de bruxaria. O corpo, o êxtase, o prazer. E eu comecei a ter interesse por coisas assim quando eu saí da igreja, eu tinha 15 anos, ou seja, 10 anos atrás. E logo depois disso eu fui pesquisar sobre tarô16, de astrologia17, não fui direto pra bruxaria em si. E estudando isso eu senti vontade e curiosidade de estudar xamanismo18, porque eu assisti “O Irmão Urso” e eu fiquei “nossa, que legal isso! Deixa eu pesquisar.”. E aí dentro do xamanismo eu fui olhando pra natureza de uma outra forma e essa já era uma necessidade minha, porque desde criança eu fui muito conectado a plantas, coisas assim. Então, eu precisava de uma forma de sacralização da natureza. Eu precisava que a natureza fosse a minha divindade. Depois disso eu encontrei a questão de fadas, que é o que eu acho que todo mundo gosta, dentro da bruxaria, onde a maioria começa. Só que isso foi lá em 2011 e só em 2017 eu encontrei as tradições na qual eu faço parte hoje. Foi nessa época que eu encontrei a tradição “Reclaiming”19 que é a tradição que eu sou membro e que eu encontrei a tradição “Feri”20 que é a tradição que eu me iniciei depois, eu fiz o treinamento formal e tive a minha iniciação. Essas são duas tradições que não são daqui do Brasil, elas vêm de fora, elas nasceram nos Estados Unidos e são tradições
CARMEM A grande verdade é que pelas crenças que temos não imaginamos que a gente é uma bruxa, ou podemos ter sido uma bruxa. Porque eu sempre tive essa intuição mais aguçada, sempre gostei das ervas, sempre gostei da magia, mas nunca tinha olhado pra esse lado da bruxaria para poder resgatar. De uma hora para outra eu senti a necessidade de trazer mais pessoas para essa vida, porque eu comecei a perceber no consultório, nas regressões, as bruxas, tinha muita bruxa! Quantas coisas maravilhosas e boas tinham as nossas avós? Na minha família tinha benzedeira, tinha curandeira, até hoje a minha mãe não aceita a bruxaria. Porque foi colocado na cabeça dela que a bruxaria é coisa ruim, é feitiçaria, é matar galinha na esquina. Essa é a destorção que as pessoas tem. Só que ela (minha mãe) faz um chá de tal coisa quando eu
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meu pai é pastor evangélico já a bastante tempo. Então eu já tenho um pé tanto nos estudos sobre espiritualidade com o meu pai, ele sempre tem uma postura quase ateia, ele acredita dentro daquilo que pode ser racionalmente razoável. E a minha mãe sempre teve um lado muito sensível. Minha avó tem algumas práticas específicas dela, que hoje você pode entender como um resquício de xamanismo pela ascendência indígena dela. E o catolicismo místico de sempre, né? Aquelas práticas católicas que são magias, práticas onde eu faço determinadas coisas para que determinadas coisas aconteçam. Na citação do Crowley tem uma representação da magia que eu acho muito legal que é uma relação muito telúrica, muito fenomenológica. Além dessa parte familiar, na frente da minha casa, onde eu morava em uma cidadezinha chamada Mauá, tinha uma feira de sexta-feira e nessa feira tinha uma barraquinha exotérica. E depois da escola eu gostava de passear nessa feira, ás vezes com meus bichinhos de estimação, na época uma tartaruguinha e um ratinho, e tinha uma senhora que ficava em frente da minha casa, eu nem lembro o nome dela. Ela tinha pé de coelho, tarô cigano24… Eu me lembro a primeira vez que eu vi o rider-waite-smith25, que é o tarô mais vendido do mundo, o mais copiado, foi lá. Era uma barraco com artigos religiosos no geral, mas eram mais coisas mágicas, pedras, anel do humor. E essa senhora me ensinou muitas coisa bacanas, até mesmo sobre tolerância, de lidar com ideias diferentes, de ter uma visão diferente de mundo. Ás vezes eu ficava lá e ajudava a vender alguma coisa pra ficar conversando com ela, coitada dessa senhora de lidar com um moleque pentelho e seu rato ali. Passado esse tempo todo teve uma outra pessoa que me introduziu a cabala, que era uma uma vizinha de um colega. A gente teve
estou com dor de cabeça, manda passar babosa no cabelo porque vai ficar mais bonito. Isso é bruxaria. A bruxaria é o entendimento do seu próprio ser.
PULGA Eu sempre gostei de deuses da Grécia antiga. Mas quando fui buscar uma linha eu escolhi a Wicca, ela é mais popular e muita gente começa por ela. Depois de estudar um pouco eu entrei para um coven23 chamado Vale da Lua em que a gente tinha um grupo de estudos e compartilhava um pouco de prática, a gente se ajudava. Mas esse grupo acabou e eu juntei alguns amigos bruxos que queriam continuar estudando e temos o coven Meia Lua. Eu comecei há cerca de um ano, então ainda estou começando a ousar nos feitiços. Acho que 80% do que eu faço é com orientação de uma amiga que é bruxa há mais tempo ou usando livros específicos. O que eu mais faço são potes de proteção usando ervas e às vezes velas.
KELLER Uma reconstrução biográfica ela é sempre meio engraçada, porque eu to olhando daqui, então parece que tudo só podia ser assim. Então, parece uma coisa predestinada e eu já quero deixar bem claro que para mim tudo isso não rola. Para mim, é muito acaso, muita sorte, muito interesse. Mas, a minha família já tem uma relação com algumas questões envolvendo espiritualidade em geral, a minha mãe sempre foi muito sensível a muitas coisas,
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poucas conversas, mas foi o suficiente pra eu conhecer um pouco sobre o que que é a cabala hermética26, não é a cabala judaica27. E depois disso eu fui para os meus estudos particulares, eu pegava um livro ou outro, teve alguns livros de uma sociedade chamada Rosa Cruz28, que foi parar eu sebo e eu acabei achando. Um contato aqui, outro ali. O RPG29, eu sempre brinco que hoje em dia tem muita gente que tava associado ao RPG nos anos 2000 acabou se enveredando por essas questões. E quando eu percebi eu já estava envolvido nessa questão. Até na minha prática religiosa, enquanto eu estava envolvido com o cristianismo mais ativamente, ela já permeava algumas questões assim. Era quase como um cristianismo exotérico, em alguns pontos. Que para mim até hoje não se separaram, para mim quando você faz alguma prática religiosa, da sua tia fazendo uma oração para te curar, alguém acendendo uma vela na encruzilhada,
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Como funciona a comunidade mágica
em que você está inserid@?
20
naê
CARMEM
Nós brincamos que na bruxaria o sucesso é a prova. Então, você testa pra funcionar, se funcionar funcionou, se não funcionar já era, você busca outra coisa que funcione pra você. Eu tenho alguns amigos fiéis, amigos do peito mesmo, best friends e conversamos diariamente sobre isso. Com alguns eu falo “Meu, vamo praticar isso daqui por uma semana? Vamo fazer esse exercício por, sei lá, duas semanas e a gente vai trocando informação pra ver como que funciona pra cada um? Vamos nos encontrar em espírito em algum lugar? Fazer uma projeção astral e bater um papo?”, ainda mais nesse isolamento tem sido a salvação. Então, eu tenho uma boa comunicação com a minha comunidade. Eu acho que é uma comunidade que ainda precisa melhorar em muita coisa, eu vejo muita relação de ego ou de poder, porque a bruxaria oferece isso. Ela te dá um certo poder e se você tem algumas coisas dentro de si, que nós chamamos de “demônios complexos”, isso pode acabar servindo para exercer poder sobre alguém. Então é muito comum ver joguinho de poder na bruxaria, de quem sabe mais ou procurando ver se a pessoa é inciada ou não. E se não é iniciado falam que “não presta” e que não pratica a bruxaria. E eu acho que as coisas não funcionam bem assim. Eu me afastei um pouco dessa parte mais tóxica, porque era briga todo dia. Quem lembra aí das redes sociais sobre bruxaria de uns quatro anos atrás vai saber do que eu to falando porque era confusão o dia inteiro. E eu to focando mais nos que eu sei que eu realmente posso contar, então os meus amigos próximos. Com eles existe uma troca diária de conhecimentos e saberes que vamos mantendo. Porque a tradição de bruxaria e a prática de bruxaria é uma vertente muito oral, sempre foi um conhecimento muito oral
No começo muitos homens perguntavam se a bruxaria moderna também era para eles e claro que sim, porque não? Por causa de disse me disse. Muita gente fala muita coisa sem saber e o que eu digo é que a bruxaria não é julgamento. Aquela pessoa está falando aquilo que ela sabe, é aquilo que ela entende, é o jeito que ela está percebendo o mundo do ponto de vista dela, então não cabe a mim julgar essa pessoa. Agora, se eu quero assistir ela ou não já é coisa minha. Então eu vou decidir se eu quero ou não. Porque que eu vou lá dizendo “você está errado”, não, é o aspecto que ela enxerga de certeza que ela tem, é a régua dela. Então eu sempre coloco isso muito abertamente. Porque eu tenho que Sabbá, de Esbat30, de lua, por quê? Isso é o que o povo celta fazia porque era o que eles tinham. Eu tenho que falar da realidade da vida. Eu tenho que trazer isso para nós. Então, se eu quero celebrar, uma mudança de lua, uma mudança de estação eu vou celebrar, sabendo o que eu estou fazendo dentro daquilo que é bom para mim. Eu não vou fazer isso porque era uma coisa que os outros faziam e eu “tenho que” fazer. Não, ninguém “tem que’ nada, tem que sentir.
PULGA O TikTok é um dos piores lugares para aprender bruxaria, muitas pessoas tratam com irresponsabilidade. Nos meus conteúdos eu ensino feitiços menos perigosos, nada de amarração, por exemplo, até porque tem muitas crianças que assistem. Mas eu tenho amigos que praticam e conversamos muito sobre, dando dicas uns aos outros. Muita 21
gente chega até mim por causa dos meus vídeos e fala que quer aprender, começar de algum jeito, umas pessoas já chegam falando que querem feitiço mais pesado, coisa pra prejudicar os outros. Eu sempre tento orientar, conversar e falar pra essas pessoas que bruxaria não é só isso bonitinho que está no TikTok.
KELLER Quando você da um fundamento mais material daquela história você vê que quando a gente fala sobre magia, se você tira a parte prática, de resultados acontecem, você tem na verdade uma forma de saber e uma forma de olhar o mundo. Uma epistemologia de olhar a vida.
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Como funciona com quem
não é do meio da bruxaria?
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essa relação de bem e mal com ela, isso são conceitos cristãos. Para a bruxa, ela faz aquilo que precisa ser feito.
naê No começo foi mais difícil, por ter a questão da minha família se familiarizar com isso também, era novo para eles. Aqui dentro da minha casa não, porque eu moro com a minha avó e ela é uma pessoa de mente aberta para questões da espiritualidade. Ela fala que cada um tem o seu caminho e cada um cumpre o que veio para fazer. Mas, os meus pais são evangélicos, a família do meu pai inteira é evangélica e eles têm mais resistência à isso. Doía bastante no começo, porque às vezes eu chegava próximo de uma criança e algum familiar tirava a criança de perto de mim porque falava que eu estava falando coisas do demônio. Ou acontecer alguma coisa de ruim na família e eles me culpavam, porque eu que sou a bruxa então se acontece algo de ruim a culpa é minha. Se aparece um espírito a culpa é minha. Se alguém ver alguma coisa acontecendo a culpa é minha. Então a bruxa vai sempre ser o ponto, para a sociedade, de culpa de tudo aquilo que é ruim. O mesmo lugar que ocupa o diabo. É por isso que na bruxaria, a figura do diabo e a figura da bruxa, são irmãos, são amantes, são noivos. O diabo para a bruxa é o irmão, o amante e o noivo dela. Porque a figura da bruxa e do diabo estão colocados na sociedade lado a lado, seriam basicamente a mesma coisa, ambos representam o mal na sociedade. Só que, ao mesmo tempo, eu não gostaria que as pessoas começassem a ver a bruxaria de uma outra forma. Eu gosto que a bruxaria ainda é vista com cautela e medo. Eu gosto que as pessoas têm medo da bruxaria. Porque a bruxaria é sim, perigosa. E eu não gosto quando começando a higienizar a bruxaria, falar que tudo é paz e amor, e que tudo é gratidão e luz, porque, não. A gente brinca que não somos trabalhadores da luz, somos caminhantes da noite. Então, a bruxa não tem
CARMEM Eu arrumei uma grande polêmica quando eu disse que pode ser bruxa e cristã. Nossa, as pessoas falavam “como que pode ser bruxa e cristã? Isso é uma blasfêmia!”. Eu só me blindo. No começo eu ficava mais triste porque já tive situações, e isso é muito importante de falar, de pessoas que falaram que iriam comprar gasolina, que as bruxas estão voltando e eles já iam acender as fogueiras. Coisas horríveis, vocês não têm noção do que eu já ouvi. Mas isso só me fortalece. Porque assim como lá no passado acontecia, só que lá tinha fogueira de verdade e aqui a gente não tem, mas a gente tem uma fogueira muito maior que é o Facebook e ali sim, as pessoas condenam, julgam, colocam na fogueira, destroem completamente ela, sem direito a nenhuma defesa. Então tudo se repete. E a minha principal missão eu acho que é abrir essas pessoas, despertar essas pessoas para ver o que elas realmente querem, para elas sejam o que elas nasceram para ser, para que elas encontrem o seu serviço. Claro que a gente vai trazer a ancestralidade, honrar a ancestralidade, e trazemos isso muito forte porque disso depende a nossa prosperidade, disse depende a nossa energia feminina e masculina, disso depende a nossa liberdade até, a nossa decisão na profissão, depende da nossa ancestralidade. E temos na nossa ancestralidade um nó energético que se a gente não desfaz esse nó, não faz esse entendimento, iremos carregar isso e passar para os nossos filhos. E muitas vezes está lá o medo de ser alguma coisa, o medo de fazer alguma coisa, está lá na ancestralidade. Quando começamos a olhar mesmo para 24
tenho o mesmo resultado. Então, para mim foi mais fácil porque o que causa o primeiro impacto é o visual. Como muitos dos valores que me foram ensinados, relacionados a religião, que meus pais seguem até hoje, são valores universais e que eu acho importante. Apesar de que membros dessa própria religião hoje parecem não se importar com vários deles. Como a valorização do ser humano, amar aos outros, respeito a vida, diversidade e por aí vai. Já aconteceram alguns ataques externos, mas que foram insignificantes para mim, a ponto de que eu não consigo te contar um caso. Um dos motivos de eu ser poupado, dessa questão toda, é justamente por eu não ser uma mulher. Esse tipo de ataque tem um direcionamento muito maior para as meninas e mulheres. Tem uma série de questões que acaba não ocorrendo comigo. Eu vejo isso acontecendo muito mais com a minhas companheiras de podcast, por exemplo. Tem a Ju Ponzzi, a Lívia, a Ananda, todas são pessoas incríveis, de experiências incríveis. E eu já fui analisar porque isso acontece. Para mim existe uma questão de ter uma formação acadêmica falando sobre, então isso evita que certo público implique. Tem gente que não fala nada porque tem medo de que eu faça algo, e eu não direi que não posso… Tem principalmente o fato que eu sou um cara. O fato de eu ser homem eu acho que é um dos principais motivos para que se não questione a autoridade. Existe quase que uma programação na cabeça das pessoas que se um homem falou deve ser verdade, se uma mulher falou você acha que pode questionar independente da formação que ela possui. E eu deixo o questionamento, porque para mim acontece tão pouco e com as meninas acontece tanto? Tem alguma coisa errada aí.
gente, vemos que somos pura coragem e amor. E é por isso que é importante a gente despertar o nosso poder. Trazer esse fogo, com amor. E aí tem uma grande diferença, o fogo com amor é uma coisa maravilhosa.
PULGA A minha avó é da umbanda, e o resto da minha família não tem tanto preconceito religioso, por isso eu nunca tive o desprazer de enfrentar preconceito dentro de casa. Apesar disso, muitos dos meus colegas relatam que sofrem muito preconceito, principalmente da família, tem um caso de um amigo meu que a mãe dele queimou o tarot dele, carta por carta, as velas, tudo de magia que ele tinha. Minha avó gosta de fazer as coisas que eu faço e às vezes quando eu testo algo diferente eu conto pra ela, inclusive o Exu da minha avó fala que vai me ensinar algumas cosias já que ninguém da minha família teve interesse em aprender, e eu falei “pode ensinar, eu acho ótimo!”
KELLER Da parte da minha família nunca houve um rompimento nem teve um impedimento, nunca tivemos uma questão com a estética. Porque o que assusta normalmente, vai ser a estética daquilo que é místico, que é o que atrai muitas vezes a juventude. Para mim não foi a questão estética que me atraiu, inicialmente, foram as relações história, imaginação, no primeiro momento. E acho que até hoje eu não sou tão esteticamente rico como tanta gente é. Ás vezes eu olho um influencer de exoterismo no Instagram, TikTok, e eu se me der um papel e uma caneta que eu acho que 25
Como você se relaciona com a magia?
Ela fez você mudar o modo que vê o mundo?
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naê
CARMEM
Como eu falei a tradição Feri busca que a bruxa chegue ao estado primal dela, que é um estado selvagem de alma. Que é, por exemplo, quando uma criança nasce e ela ainda não tem todas aquelas construções sociais em volta dela, e ela não ta pouco se lixando, ela faz porque ela sente prazer. Quando crescemos vamos calando tudo isso na gente, então não comemos mais uma fruta e nos deixamos lambuzar, a gente não corre, não canta, não dança mais por vergonha do que os outros falam. A minha tradição me ensina que todo dia eu preciso ser íntegro e verdadeiro com a minha alma, e com o meu ori ou santo-demônio, a divindade que sou eu mesmo. O tempo inteiro, sou eu relembrando o quão preciosa é a minha existência e o quão precioso é a minha alma e como eu preciso ser verdadeiro comigo mesmo. Porque depois de um segundo as pessoas te esquecem, mas você fica com aquilo que ela te falou. E aí? Como você faz? Vai carregar isso pra vida inteira? Tudo isso pra uma pessoa que minuto depois te esqueceu? A bruxaria, primeiro, me amadureceu muito enquanto pessoa, em questão de emoção e tudo mais. Eu fiz o meu treinamento dentro da minha tradição junto com um acompanhamento psicológico, que foi pra mim, muito bom porque eu pude me reconhecer de vários pontos de vista, e isso pra mim, foi surreal. E para mim, é constantemente, todos os dias, você se conhecer e ser íntegro com todas as suas partes. Uma das orações mais clássicas da minha tradição é “O que é essa flor acima de mim? Qual o trabalho desse deus? E eu vou me conhecer em todas as minhas partes.” e isso pra mim é muito valioso, muito sagrado.
Eu tenho a minha rotina do “Milagre da manhã”, só que não é o do livro de mesmo nome, é o meu milagre da manhã, é a rotina que eu faço. Eu faço meditação, eu faço exercício físico - agora, porque antes eu não fazia. Pro lado mais místico, vamos dizer assim, uso incenso, banho de ervas, banho de lua, água de lua, água de lua - na minha casa sempre tem água de lua -, eu tenho pedra pra tudo quanto é lado aqui em casa. A minha casa é toda assim, tem planta, tem pedra, debaixo da minha cama tem espada-de-são-jorge cruzada, atrás da minha porta tem chave com fita vermelha. Essas coisas para mim são tão naturais, acontece naturalmente, eu passo na minha escada e já tenho ali uma plantação de manjericão, pitangueira, espada-de-são-jorge, hortelã, louro então é espalhado por aqui. Quando eu faço na minha cozinha, a salada, por exemplo, da cebola a casca já é guardada para o banimento31, o alho, a mesma coisa, você tira a casca e já guarda para fazer o banimento no final do mês. É só tocar nela todo início de mês. Quando alguém me procura e fala que precisa de algo eu já dou um presente para ela, um patuá de proteção, quem dentro tem ervas que vão te proteger. Esse é o tipo de coisa que eu faço o tempo inteiro. Quando eu não me sinto legal é isso que eu vou fazer, vou usar da natureza, escalda pé, ervas, limpar as ervas, secar as ervas, fazer isso no seu dia a dia. Você pode colocar na sua comida, pode abençoar a sua comida e isso é muito importante. Você tem que tirar o seu sapato na entrada da casa, para deixar a poeira lá fora. Coisas pequenas, simples. Tem que ter um pote de sal grosso no banheiro, para que
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criatividade. Eu confesso que eu tenho certas dificuldades para estabelecer determinados limites. Eu não sei quando eu deixo de ser professor e quando eu começo a ser professor, quando eu deixo de ser um comunicador ou começo a ser um comunicador, não sei quando eu deixo de ser alguém que vivência a experiência mágica e começo a vivenciar a experiência mágica. Eu costumo ter um olhar, que é indicado pelo Peter Carroll33, que é você ter sempre mais de um olhar para as coisas. No meu dia-a-dia eu aplico esse olhar, primeiro, por acaso, segundo, uma interpretação minha, do meu consciente que fez a sincronicidade, onde a sua cabeça pega duas coisas nada a ver e faz uma ligação de sentido, ou talvez um sinal. Qual dessas é mais forte? Nenhuma, não tem um porquê ser. O fato é, eu olhei pra aquilo e me deu um sentido. A resposta que eu dou pra esse sentido são essas três possíveis. Tenho como confirmar alguma delas? Não. Eu tenho práticas frequentes de meditação, pelo menos uns 10 minutos. Tenho práticas frequentes de respiração. Acho importante dar uma cultivada no corpo também, então praticar exercícios físicos. E isso é importante porque também é mágico, de acordo com o Crowley, por exemplo, todo ato de vontade é um ato mágico. Então eu posso tomar um café mundanamente, como eu posso tomar um café magicamente.
você pegue seu sabonete, passe no sal grosso e tome um banho, para aumentar a sua frequência. Tudo isso eu faço.
PULGA A bruxaria foi muito importante para aceitar meus defeitos. O trabalho com as sombras, por exemplo, me fez enxergar que eu segurava muitos problemas que eu não precisava. Além de ter me ajudado a lidar com a ansiedade, insônia, etc. A magia foi muito importante para o meu autoconhecimento. É como se fosse uma terapia, uma coisa que eu faço bem para mim mesma, eu faço feitiços de auto-estima por exemplo, quando estou me sentindo para baixo. No começo eu fazia feitiços mais básicos, agora eu já estou testando algumas coisas novas, sempre estudando antes.
KELLER Quando eu faço determinadas coisas, não me interessa se foi um anjo que ajudou, se foi eu que me convenci com que foi assim, se foi eu que não sabendo que era impossível foi lá e fez ou se é algo real que causa. Dito isso, eu posso falar sobre algumas questões, que para outras pessoas vão ter outras interpretações sobre magia, e tá tudo bem. Enquanto a gente não consegue ir do outro lado do véu, se é que ele existe e ver o que é a magia de verdade. Tem outra citação de um escritor que eu gosto muito, o Grant Morrison32, ele fala assim “enquanto você não puder ir lá através do véu e ver os seios do infinito, então não tem como você ter certeza de nada”. Magia para mim é
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Acompanhe nossos entrevistados no Instagram para mais conteúdos sobre bruxaria Carmen: @bruxaria_moderna
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As bruxas mais
temidas
Espelho Mágico
E lá vamos nós! Ao ler essa frase, provavelmente quem veio à sua mente foi a Bruxa do Pica-Pau tentando fazer sua vassoura voar. É possível que, até mesmo, você tenha lido a frase com a voz da personagem ecoando em sua mente. A arte e a cultura aproveitam-se de construções mentais, os arquétipos, para criar personagens memoráveis como a caricata bruxa supracitada. No que se trata da representação de bruxas, é possível perceber alguns padrões: o nariz pontu-
O SÍTIO DO PICA-PAU AMARELO (2001-2007) “Cuidado com a Cuca que a Cuca te pega...”. Se você cresceu entre os anos 90 e 2000, provavelmente lembra dessa canção e da personagem a que ela se refere. O folclorista Luís da Câmara Cascudo aponta que a Cuca é da família dos papões, seres assustadores que vão atrás de crianças desobedientes ou que dormem tarde. Contudo, não há descrições sobre um jacaré, forma que a Cuca assume nas obras de Monteiro Lobato e na adaptação de sua obra para a TV. Em entrevista à BMF, o pesquisador e folclorista Andriolli Costa conta que “a Cuca vem de vários mitos distintos. Uma das representações é a Cucafera, que seria um dragão/tartaruga que enfrenta São Jorge na mitologia ibérica. Tem também o Coco, um papão que fica em cima do telhado esperando para pegar as crianças. A terceira é a Coca, uma velha bruxa de Portugal que assombrava as crianças, tipo um homem do saco”. Mas muito do que sabemos da jacaroa foi apenas invenção do Lobato.
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queridas da ficção do, mãos em forma de garras, roupas pretas e chapéu pontiagudo, uma figura muito feia, como se a feiura do corpo fosse um reflexo da feiura da alma. Entretanto, esse padrão é quebrado em algumas narrativas, com o objetivo de mostrar as bruxas de um outro modo. A Bruza de Mil Faces (BMF) fez um raio-X das bruxas mais amadas da ficção a fim de encontrar as diferentes nuances que a representação revela sobre essa figura que divide opiniões. Pegue sua vassoura e vamos lá!
CIDADE INVISÍVEL (2021)
CUCA
Quando a série Cidade Invisível foi lançada pela Netflix Brasil, em 2021, rapidamente entrou nos assuntos mais comentados de redes sociais como Twitter pelo modo como os personagens foram representados. A Cuca, representada pela atriz Alessandra Negrini, não é um jacaré, uma mulher humana- e bruxa, é claro- que se transforma em Mariposa. Como comenta Andriolli, é comum que bruxas assumam formas animais, por isso, há certo fundamento na escolha do seriado. Contudo, a Cuca jacaré está tão enraizada no imaginário popular, que muitos espectadores só compreenderam que se tratava dela em Cidade Invisível quando a mesma cantou “Nana nenê que a Cuca vem pegar”.
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Espelho Mágico Thomasin - A bruxa (2015) O filme A bruxa certamente foi um baque para a representação da bruxa no cinema. Nos Estados Unidos, ainda no período da colonização, uma família puritana se muda para uma região isolada, à beira de uma floresta, onde se desenrola o conflito do filme. Após seu irmão de poucos meses desaparecer misteriosamente, Thomasin, uma jovem inocente, mas imaginativa, se vê confrontada por um espírito maligno que habita o bode da família, Black Phillip. O animal é tipicamente associado a bruxas e ao próprio demônio. Thomasin, ao contrário de outras bruxas da ficção, não escolheu se juntar ao mal, mas foi arrastada, atraída até ele.
Morgana - As Brumas de Avalon (1983) Você já deve ter visto mais de uma história com uma bruxa chamada Morgana. Mas essa é, provavelmente, a primeira delas. No livro de Marion Zimmer Bradley, o avanço do catolicismo na Inglaterra representa uma perda de espaçofísico e simbólico- da Religião Antiga, que cultua a Deusa Mãe. Morgana seria a tia do Rei Arthur, bem como sacerdotisa da Religião Antiga. É ela que narra parte da história sob a ótica feminina, sob receio de que a mesma narrativa fosse contada anos mais tarde pela voz dos padres cristãos. Certamente uma feminista, ainda que o termo não existisse na época da narrativa, que concilia a força e a fecundidade das mulheres, mostrando que as potências femininas não são excludentes.
Vanessa Ives - Penny Dreadfull (2014-2015) Na Londres vitoriana, Vanessa Ives é uma mulher da alta sociedade que é dotada de poderes mediúnicos que a aproximam da pior face de si mesma. Apesar de recusar, Vanessa recebia mensagens incessantes do demônio, alegando que ela deveria ser sua esposa. Ao contrário das bruxas que selam o pacto, Ives foge desse contato instintivo com o mal e quando está sob possessão fica agressiva e altamente libidinosa. Para proteger a si e aos outros, ela se isola socialmente. Apesar de estar sob o olhar do mal, é extremamente empática e piedosa.
Yennefer - The Witcher 3 (2015) A trajetória de Yennefer, personagem do jogo The Witcher 3, só foi possível graças à magia. Ela era mantida em situação de cativeiro por sua família, quando foi comprada por uma bruxa e levada para aprender magia em uma instituição. Ela consegue poder com sua bruxaria e é capaz, até mesmo, de mudar sua própria aparência. Sua narrativa revela que a bruxaria, ao manipular as forças da natureza, exige sacrifício e cobra as consequências, com juros
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Melisandre - Game of Thrones (2011-2019) Assim como Morgana era bruxa por ser a sacerdotisa de uma religião pagã, Melisandre era uma espécie de clériga que representava o Deus do Fogo. A ela, o termo bruxa/feiticeira foi atribuído tanto como forma de exaltação de seus poderes sobrenaturais, como forma de ofensa. Seu poder é tamanho que ela engravida e dá a luz a um ser das sombras, uma espécie de demônio. Contudo, a cena mais chocante de Melisandre é quando ela tira seu colar e assume sua verdadeira forma, a de uma velha decadente. Antes jovem, bonita e sedutora, ela personifica o mito da bruxa que se transmuta para atrair homens e sugar-lhes a virilidade.
Bruxa Má do Oeste - O Mágico de Oz (1939) No clássico filme, há bruxas boas e más. Como você deve imaginar, a BMF escolheu falar de uma das bruxas más, a do Oeste. Mas não pense que a escolha foi aleatória. O modo como ela foi representada reflete até hoje na imagem que temos de bruxas: nariz pontudo, pele verde, roupas pretas e chapéu pontiagudo. Em artigo sobre cinema e bruxas, os pesquisadores Bruno Vinicius Kutelak Dias e Regina Helena Urias Cabreira pontuam que “mesmo que a bruxa já tenha, antes de Oz, uma imagem relacionada com a maldade e com a feiura, provavelmente é a partir dele que esse estereótipo tão tradicional toma forma no imaginário popular”.
Sabrina- O Mundo Sombrio de Sabrina (2018-presente) A nova versão da bruxinha é muito mais sombria do que sua antecessora que passou entre 1996 e 2000. A história se mantém: a jovem Sabrina está dividida entre o mundo humano e o universo bruxo. Mas a nova versão é muito mais assustadoras e conta com elementos da bruxaria que vão muito além de feitiços. A Sabrina da Netflix precisa assinar um pacto com o diabo, uma espécie de ato ritualístico presente em muitas histórias (e acusações) de bruxaria desde a Idade Moderna. Outro elemento recorrente é a presença do familiar, animal que acompanha a bruxa, e que o de Sabrina é o clássico gato preto Salém.
A bruxa da Branca de Neve - Branca de Neve (1937) Filmes da Disney não economizam em estereótipos ao construir seus personagens. Esse é o caso da bruxa má, que oferece a maçã envenenada para a Branca de Neve. Além de concretizar a figura da bruxa feia e velha, ela apresenta o estereótipo da madrasta má que precisa se livrar da enteada, narrativa usada à exaustão a partir de então.
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Tem bruxa aqui
Continue da
no mar
brux COM ESSAS DICAS DO QUE LER, ASSISTIR E OUVIR
DESALMA
I'M NOT A WITCH
Série - Brasil
Filme - Zâmbia
Uma cidade no sul do Brasil, de colonização ucraniana, possui um típico ritual pagão que pode estar relacionado com o desaparecimento de uma jovem nos anos 80.
Uma garota é acusada de bruxaria em um vilarejo e passa a viver com outras mulheres bruxas que trabalham para o governo local resolvendo crimes e fazendo a previsão do tempo. Forte e surpreendente.
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navegando infinito
xaria A BRUXA MARGARETH
BURN THE WITCH SHAWN JAMES
HQ - Reino Unido
Música - EUA
Uma bruxa velha e isolada vive seus delírios e magias no pântano em que vive. Uma reflexão importante sobre solidão feminina, marginalização e a “loucuras” que muitas vezes está ligada à magia.
A música fala por si: O que eles não entendem, eles condenam/O que eles não podem compreender deve ter seu fim/Mas eu não vou gritar, não vou dar a eles essa satisfação [...]/Eu os ouço cantar, queimar a bruxa”.
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glossário
reduzida da frase “in statu quo res erant ante bellum“, que pode ser traduzida como “no estado em que as coisas estavam antes da guerra”. Depois, a expressão começou a ser usada simplesmente para se referir ao estado atual das coisas. 8: Luís da Câmara Cascudo foi um historiador, sociólogo, musicólogo, antropólogo, etnógrafo, folclorista, poeta, cronista, professor, advogado e jornalista brasileiro. Passou toda a sua vida em Natal e dedicou-se ao estudo da cultura brasileira. 9: Gilbert Durand foi um antropólogo, ŗO³VRIR SHVTXLVDGRU H SURIHVVRU XQLYHUVLW¡ULR francês conhecido por seus trabalhos sobre LPDJLQ¡ULR H PLWRORJLD 10: Clarissa Pinkola Estés é uma psicóloga Junguiana, poeta e escritora norte-americana especializada em traumas pós-guerra.
1: jornalista e pesquisadora 2: escritos do livro O Herói de Mil Faces 3: seminal de mitologia comparada de Joseph Campbell. No livro, Campbell discute a teoria da jornada do herói arquetípico, encontrada em inúmeras mitologias e culturas ao redor do mundo. 4: Em Mulheres e caça às bruxas, Silvia Federici revisita os principais temas de um trabalho anterior, Calibã e a bruxa, e nos brinda com um livro que apresenta as raízes históricas dessas perseguições, que tiveram como alvo principalmente as mulheres. 5: Dispensa apresentações, conhecida como a Rainha do Rock Brasileiro, Rita Lee Jones de Carvalho, conhecida como Rita Lee, é uma cantora, compositora, multi-instrumentista, atriz, escritora e ativista brasileira. 6: Shabat (do hebraico תבשVKDEÁW VKDERV RX shabes na pronúncia asquenazita, "descanVR LQDWLYLGDGH WDPE©P JUDIDGR FRPR VDE¡ (português brasileiro) ou sabat (português europeu), é o dia de descanso semanal no judaísmo, simbolizando o sétimo dia no Gênesis, após os seis dias da Criação.Por conta da associação errônea começou a ser ligado como encontro de bruxas. Com o tempo o termo foi devidamente apropriado e hoje corresponde para as celebrações da "Roda do Ano", e que têm sido celebrado sob formas diferentes por quase todas as culturas no PXQGR 6£R FRQKHFLGRV VRE Y¡ULRV QRPHV H aparecem com frequência na mitologia. Os quatro Sabbats principais (ou grandes) correspondem ao antigo ano gaélico e são chamados de Imbolc (Candlemas), Beltane, Lammas (Lughnassad) e Samhain. Os quatro menores são Ostara (Equinócio de Primavera), Litha (Solstício de Verão), Mabon (Equinócio do Outono) e Yule (Solstício de Inverno) 7: Status quo é uma expressão do Latim que VLJQLŗFD ijR HVWDGR GDV FRLVDVĴ $ H[SUHVV£R surgiu por volta de 1700 como uma forma
11: Foi uma escritora e jornalista brasileira nascida na Ucrânia. Autora de romances, contos, e ensaios, é considerada uma das escritoras brasileiras mais importantes do século XX e a maior escritora judia desde Franz Kafka. 12: É uma nova escola de psicologia, que tem como base a reencarnação. Ou seja, considera H[SHULªQFLDV GH YLGDV SDVVDGDV FRPR LQŘXHQciadoras na vida atual. Nessa visão diferenciada, a psicoterapia reencarnacionista consegue auxiliar o ser humano em sua reforma íntima e na descoberta do seu Eu. As sessões ocorrem no estado consciente da pessoa, sem o uso de hipnose. Seu criador, Mauro Kwitko, relata que algumas pessoas, por falta de conhecimento, acreditam que a psicoterapia reencarnacionista é sinônimo de regressão ou de terapia de vidas passadas, o que não procede. 13: Reiki é uma técnica considerada como terapia integrativa, em que o terapeuta (ou mestre reikiano) estende suas mãos sob partes do corpo do paciente para canalizar energia YLWDO XQLYHUVDO D ŗP GH UHVWDXUDU R HTXLOEULR físico, regularizar suas funções vitais e equilibrar o campo mental e emocional. 14: É um escritor britânico conhecido principalmente por seu trabalho em histórias em quadrinhos, incluindo obras que foram adaptadas para o cinema como Watchmen, V 36
de Vingança e Do Inferno. Freqüentemente descrito como o melhor escritor de quadrinKRV GH WRGD KLVW³ULD HOH WDPE©P M¡ IRL GHVFULWR como um dos escritores britânicos mais importantes dos últimos cinquenta anos. 15: Uma série de revistas em quadrinhos inglesa criada por Alan Moore, J. H. Williams III e Mick Gray. As revistas narram as aventuras de Sophie Bangs, uma estudante XQLYHUVLW¡ULD HP XP XQLYHUVR DOWHUQDWLYR TXH vive numa Nova Iorque futurista no ano de 1999. Ela tem o corpo e mente possuídos pela entidade mística conhecida como Promethea, destinada a trazer o Apocalipse. 16: O Tarot é um baralho de uso recreativo e esotérico, geralmente composto por 78 cartas. +¡ UHODWRV GH XVR SHOD QREUH]D LWDOLDQD GHVGH R período do Renascimento. A Federação Francesa de Tarot publicou as UHJUDV RŗFLDLV GHVWH MRJR GH FDUWDV SDUD D França e outros países francófonos. Jogos da mesma família com diferentes nomes são também jogados em outros países da Europa central — na região da Floresta Negra no sul da Alemanha, Suíça, Áustria, Hungria e no QRUWH GD ,W¡OLD Desde o século XVIII as cartas passaram a ser XVDGDV SDUD D SUHYLV£R GR IXWXUR H GHVGH ŗQV do século XIX elas integram o cerne do esoterismo moderno juntamente com a cabala, a astrologia e a alquimia. 17: A astrologia (do grego astron, "astros", "estrelas", "corpos celestes", e logos, "palavra", "estudo") é uma pseudociência segundo a qual as posições relativas dos corpos celestes poderiam prover informação sobre a personalidade, as relações humanas, e outros assuntos relacionados à vida do ser humano. É, como tal, uma atividade divinatória, TXDQGR XVDGD FRPR RU¡FXOR PDV WDPE©P pode ser usada como ferramenta de entendimento das personalidades humanas. O suíço Carl Gustav Jung fez estudos a respeito da DVWURORJLD XPD GH VXDV WHRULDV EDVHDGDV QD mesma é a teoria da Sincronicidade. 18: O xamanismo é um termo genericamente XVDGR HP UHIHUªQFLD D SU¡WLFDV HWQRP©GLFDV P¡JLFDV UHOLJLRVDV DQLPLVWD SULPDO H ŗORV³ŗFDV PHWDIVLFD HQYROYHQGR FXUD transe, transmutação e contato entre corpos e
espíritos de outros xamãs, de seres míticos, de animais, dos mortos. Essencialmente técnicas de contato com o sagrado ou êxtase e, como analisa Jerome Rothenberg (1951-2010), utilizando uma linguagem, de certo modo precursora, do que conhecemos como poesia, uma criação de circunstancias linguísticas especiais como a canção e a invocação. A palavra xamã vem do russo - tungue saman H FRUUHVSRQGH D SU¡WLFDV GRV SRYRV Q£R EXGLVWDV GDV UHJLµHV DVL¡WLFDV H ¡UWLFDV especialmente a Sibéria (região centro norte da Ásia). Apesar, como assinala Mircea Eliade, GD HVSHFLŗFLGDGH GHVVDV SU¡WLFDV QD UHJL£R HP especial as técnicas do êxtase dos tungues, LDFXWHV PRQJ³LV WXUFR W¡UWDURV HWF Q£R H[LVWH FRQWXGR RULJHP KLVW³ULFD RX JHRJU¡ŗca para o xamanismo como conhecido hoje, WDPSRXFR DOJXP SULQFSLR XQLŗFDGRU 2XWURV nomes para sua tradução seriam feiticeiros, médico-feiticeiros, magos, curandeiros e pajés. $QWURS³ORJRV GLVFXWHP DLQGD QD GHŗQL§£R xamanismo a experiência biopsicossocial do transe e êxtase religioso, bem como as LPSOLFD§µHV VRFLDLV GD GHŗQL§£R GR [DPDQLVPR como fato social. É considerado uma tradição HTXLYDOHQWH PDJLD HQTXDQWR SU¡WLFD LQGLYLGualizada relacionada aos problemas e técnicas e ciência da sobrevivência cotidiana (agricultura, caça, medicina, etc.) ou ao fenômeno religioso, abstrato, coletivo, normatizador. 19: Reclaiming (anteriormente denominada Reclaiming Collective) é uma comunidade internacional de mulheres e homens que WUDEDOKDP SDUD XQLŗFDU R HVSLULWXDOLVPR baseado na natureza e o ativismo político. Reclaiming foi fundado no meio do Movimento de Paz e o Movimento Anti-nuclear, QR ŗQDO GD G©FDGD GH H LQFLR GD G©FDGD GH 80, focando-se no ativismo económico, ambiental, político e social progressivo. A abordagem espiritual da Reclaiming baseia-se na religião e magia da Deusa que é entendida como a força vital iminente, e, não como uma divindade transcendental. Teologicamente, Reclaiming é muito diversa. 2 ŗR FRPXP © XPD DGRUD§£R H GHIHVD DWLYD GD Terra. Os ensinamentos e rituais focam-se no apoio a indivíduos e comunidades para 37
tomarem ações 20: A Tradição Feri (uma referência a AnderVRQ )HUL © XPD WUDGL§£R LQLFL¡WLFD GH EUX[DULD neopagã moderna. É uma tradição de êxtase, ao invés de fertilidade, decorrente da experiência de Cora e Victor Anderson. 21: É uma religião neopagã (ou pagã moderQR LQŘXHQFLDGD SRU FUHQ§DV SDJ£V DQWLJDV RX crenças pré-cristãs europeias), ou seja, crenças H SU¡WLFDV ULWXDOVWLFDV GD (XURSD RFLGHQWDO anteriores ao aparecimento do cristianismo, TXH DŗUPDP D H[LVWªQFLD GR VREUHQDWXUDO (como a magia) e os princípios físicos e espirituais femininos e masculinos que interagem com a natureza, e que celebra os ciclos da vida e as festividades sazonais conhecidos como VDE¡V RX FDOHQG¡ULR 5RGD GR $QR RV TXDLV ocorrem, normalmente, oito vezes por ano. 22: Starhawk, nascida como Miriam Simos, é uma escritora estadunidense, anarquista e auto-denomina-se como bruxa. É bastante conhecida por ser uma teórica sobre o Paganismo, colunista wiccana no Beliefnet.com, e uma das primeiras vozes do eco-feminismo. 23: &RYHQ FRQYHQWFXOR RX FRQFLOL¡EXOR © R nome genérico dado a uma agregação ou reunião de bruxos para a realização de rituais religiosos e ritos. Tradicionalmente, ele DEULJD R P¡[LPR GH WUH]H SHVVRDV 24: O baralho cigano surgiu na Europa e criou uma tradição que o consolidou como um GRV RU¡FXORV PDLV GLIXQGLGRV GR PXQGR &DGD FDUWD SRVVXL XP VLJQLŗFDGR HVSHFŗFR R TXH Q£R G¡ PDUJHP SDUD DPELYDOªQFLDV H ID] GHOH um dos mais diretos e objetivos sistemas de adivinhação que existem. As lâminas são associadas aos quatro naipes do baralho comum, que orientam o assunto relativo à sua questão. 25: O Tarot Rider-Waite ou Tarot Waite-Smith é um dos mais conhecido Tarot GR PXQGR ŗFDQGR DWU¡V GR 7DURW GH Marseille, que foi a referência para a criação desse tarot. Este baralho foi introduzido no mundo através do místico britânico Arthur Edward Waite, tendo sido publicado pela primeira vez num livro de Waite intitulado The Pictorial Key to the Tarot (Rider&Son, 1910), supervisionando todas as tradições e KLVW³ULD GR VLJQLŗFDGR GH FDGD FDUWD 1R
mesmo ano foram publicados, pelo mesmo editor, os 78 cartões do baralho. As ilustrações simbólicas e completamente preenchidas deste baralho não se limitam apenas aos $UFDQRV 0DLRUHV DR FRQWU¡ULR GH GLYHUVRV outros baralhos de Tarot, mas também inclui ilustrações dos Arcanos Menores. Todas as ilustrações do Tarot Rider-Waite foram projetadas por Waite, que foi membro da Ordem Hermético da Golden Dawn, mais tarde fundador do seu próprio rito indepenGHQWH H ŗQDOPHQWH GD ,UPDQGDGH GD Rosa+Cruz. Os cartões foram pintados pela artista Pamela Colman Smith, e estudadas com as instruções e acompanhamento do rito independente por Waite, ao qual Pamela também pertencia. Neste tipo de baralho apercebe-mo-nos da facilidade de leitura do simbolismo de cada imagem, sendo assim mais I¡FLO H SHUFHSWYHO D VXD OHLWXUD 'H IRUPD curiosa, Waite substitui a imagem cristã dos baralhos antigos de outros autores, substituindo a carta do "Papa" pelo "Hierofante" e da "Papisa" pela "Sacerdotisa". 26: Cabala Hermética é um sistema místico que move engrenagens cósmicas em menor ou maior grau e que afetaria diretamente o fator criativo do universo e do homem. A Kabbalah Hermética é baseada na Kabbalah judaica adaptada para a alquimia durante o período medieval, servindo de base para todos os estudos da Golden Dawn e Ordo Templi Orientis no século XIX. Ela envolve todo o traçado do mapa dos estados de consciência no ser humano, de extrema importância na magia ritualística. 27: Kabbalah—em hebraico: הָלָּבַק, literalPHQWH UHFHEHU WUDGL§£R WDPE©P URPDQL]DGD FRPR &DEDOD 4DEEÁO¢ HWF WUDQVOLWHUD§µHV diferentes tendem a denotar tradições GLIHUHQWHV © XP P©WRGR HVRW©ULFR GLVFLSOLQD H escola de pensamento no misticismo judaico. Os cabalistas tradicionalmente no judaísmo são chamados de Mekubalim' (em hebraico: )םילָבּוקְמou Maskilim ( םיליכשמiniciados). $V GHŗQL§µHV GH R TXH © &DEDO¡ YDULDP GH acordo com as tradições e objetivos daqueles que lhe seguem, a partir de sua origem religiosa. Como parte integrante do judaísmo, GD VXD SRVWHULRU UDPLŗFD§£R D &DEDOD FULVW£ 38
também na Nova Era e suas adaptações sincréticas ocultistas. 28: Rosacrucianismo ou rosa-cruz é um PRYLPHQWR ŗORV³ŗFR TXH VH SRSXODUL]RX QD Europa no início do século XVII após a SXEOLFD§£R GH Y¡ULRV WH[WRV TXH SUHWHQGLDP anunciar a existência de uma ordem esotérica até então desconhecida para o mundo. Rosacruz é um nome atribuído com base no OHQG¡ULR SHUVRQDJHP &KULVWLDQ 5RVHQNUHXW] TXH © R SRQWR GH SDUWLGD SDUD Y¡ULDV RUJDQLzações rosacruzes. A misteriosa doutrina da ordem é supostamente "construída sobre verdades esotéricas do passado antigo", que "oculta ao homem comum, fornece uma visão da natureza, do universo físico e do domínio espiritual". Seus manifestos não falavam extensivamente sobre o assunto, mas mencionavam a Kabbalah, o Hermetismo e o Cristianismo. O movimento era então tido em conta como um "Colégio de Invisíveis" nos mundos internos, formado por grandes adeptos, com o intuito de prestar auxílio à evolução espiritual da humanidade. 29: Role-playing game, também conhecido como RPG é um tipo de jogo em que os jogadores assumem papéis de personagens e criam narrativas colaborativamente. O SURJUHVVR GH XP MRJR VH G¡ GH DFRUGR FRP XP sistema de regras predeterminado, dentro das quais os jogadores podem improvisar livremente. As escolhas dos jogadores GHWHUPLQDP D GLUH§£R TXH R MRJR LU¡ WRPDU Os RPGs são tipicamente mais colaborativos H VRFLDLV GR TXH FRPSHWLWLYRV HPERUD Y¡ULRV deles sejam competitivos. Um jogo típico une os seus participantes em um único time que se aventura como um grupo. Um RPG ocasionalmente não tem ganhadores ou perdedores. Isso o torna fundamentalmente diferente de outros jogos de tabuleiro, jogos GH FDUWDV FROHFLRQ¡YHLV HVSRUWHV RX TXDOTXHU outro tipo de jogo. Tal como os romances ou ŗOPHV 53*V DJUDGDP SRUTXH HOHV DOLPHQWDP a imaginação, sem, no entanto, limitar o comportamento do jogador a um enredo HVSHFŗFR 8P DUUDQMDGRU FKDPDGR PHVWUH GH MRJR JHUDOPHQWH GHFLGH DV UHJUDV H FRQŗJXUD§µHV D VHUHP XVDGDV DWXDQGR FRPR ¡UELWUR enquanto cada um dos outros jogadores
desempenha o papel de um único personagem. 30: De um modo geral, qualquer ritual Wiccano mantido em qualquer outra altura que não num Sabat é um Esbat (ou Esbbat na terminologia anglofónica). Os rituais de lua cheia são Esbat's, mas não são os únicos momentos em que rituais são denominados dessa forma . Algumas Tradições também mantêm círculos nas luas novas, sendo também Esbat's. 31: Na magia cerimonial, o banimento refere-se a um ou mais rituais destinados a UHPRYHU LQŘXªQFLDV Q£R IVLFDV TXH YDULDP GH HVSULWRV D LQŘXªQFLDV QHJDWLYDV (PERUD RV rituais de banimento sejam frequentemente usados como componentes de cerimônias mais complexas, eles também podem ser realizados por eles mesmos. O banimento pode ser visto como uma das Y¡ULDV W©FQLFDV GH PDJLD LQWLPDPHQWH UHODFLRQDGDV SXULŗFD§£R ULWXDO H XP SU© UHTXLVLWR típico para a consagração e a invocação. Para trabalhos reais, Aleister Crowley recomenda um banimento curto e geral, com R FRPHQW¡ULR GH TXH HP FHULP´QLDV PDLV elaboradas é comum banir tudo pelo nome". Crowley também recomendou que um ritual de banimento fosse feito pelo menos uma vez por dia por Thelema em Liber Aleph vel CXI . 32: Grant Morrison MBE (Glasgow, 31 de janeiro de 1960) é um escritor de histórias em quadrinhos escocês. É bem conhecido por seu experimentalismo e pela utilização das mais diversas referências culturais e contra-culturais em suas criações. 33: é um ocultista moderno, autor, co-fundador dos Iluminados de Thanateros, e praticante da magia do caos. O livro de Carroll de 1987, Liber Null & Psychonaut, é FRQVLGHUDGR XPD GDV REUDV TXH GHŗQHP R PRYLPHQWR P¡JLFR GR FDRV &DUUROO IRL co-fundador do grupo vagamente organizado chamado Illuminates of Thanateros.
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