FRUMQA
this is not a print on t-shirt
andré da fonseca | projeto de impressão i | artes plásticas e intermédia | esap | prof raúl rabaça | xx 16-17 | 2017-11-28
não isto não é design ou talvez sim não isto não é um dementor ou talvez sim não isto não é uma mulher muçulmana com uma burqa ou talvez sim não isto não é uma t-shirt ou talvez sim não isto não é apropriação cultural ou talvez sim ou talvez sim isto é um design de uma dementadora mulçumana que usa uma burqa t-shirt e que defende a apropriação cultural ou a ela se opõe ou talvez isto é uma instalação artística de uma FRUMQA com isto
afirmo a minha perspetiva
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curadoria-artística de religious symbols png
abri a página http://google.pt pesquisei: religious symbols png, no dia 26-11-2017, às 18:15, encontrei cerca de 1 450 000 resultados (0,52 segundos) nas ferramentas do motor de pesquisa - foi alterado o tamanho de imagens para grandes fiz download de 52 itens que ocupam 9,87 MB de memória do meu computador - sem alterar o nome do ficheiro editei 35 itens no adobe photoshop cc14 sob a imagem da FRUMQA holográfica [a imagem da FRUMQA foi criada em desenho vetorial no adobe illustrator cc14] com base na variação e alteração de ângulo (0-360º ou planos) dimensão contraste e luminosidade máscara de camada opacidade (transparência) - sobreposição cor decidi materializar o projeto recorrendo ao tecido como suporte e à impressão através do processo de sublimação como meio a FRUMQA holográfica manteve-se somente como uma proposta digital devido à impossiblidade de encontrar o tecido
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deste modo a FRUMQA preta acabou por ser criada digitalmente através da inversão da cor das imagens alteradas
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os símbolos foram impressos num tecido branco de poliéster de 2x1,5m com o fundo preto (uma vez que a sublimação não permite a impressão em tecidos pretos) 1 | impressão sob papel dos símbolos sob fundo preto (cerca de 30 minutos) 2 | o papel impresso sob o tecido é levado à máquina a 200 graus de temperatura (cerca de 30 minutos)
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mais tarde os tecidos referentes a cada símbolos foram cortados e cosidos ao tecido mãe tornando-se assim uma FRUMQA (SUBLIMADA) constituída pelo véu e pela veste a FRUMQA adquire assim múltiplas funções ou nenhuma poderá ser disposta como uma instalação ou como outfit para uma performance usada diariamente ou somente em cerimónias ou rituais cortada ou alterada conforme quem a possui ora como demonstração da absorção da tinta pelo tecido ora como demonstração da oxidação da tinta (performatividade do material) criticada destruída apropriada profanizada louvada sacralizada oxu pluralizada
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da mesma forma como poderia escrever sobre o porquê que isto não é design poderia defender porquê que o é da mesma forma como poderia escrever sobre o porquê que isto não é um dementor poderia defender porquê que o é da mesma forma como poderia escrever sobre o porquê que isto não é uma mulher mulçumana com uma burqa poderia defender porquê que o é da mesma forma como poderia escrever sobre o porquê que isto não é uma t-shirt poderia defender porquê que o é da mesma forma como poderia escrever sobre o porquê que isto não é apropriação cultural poderia defender porquê que o é contudo acho desnecessário defender a minha ideologia ou crença acima das outras acho desnecessário mesmo sendo eu a propor a FRUMQA no sistema simbólico da arte acho necessário contudo
ter escrito isto
talvez o que eu pretenda é a desvirtualização da polémica em torno da burqa evidenciando a existência da FRUMQA talvez o que eu pretenda é a criação de novas simbologias talvez o que eu pretenda é a propriedade estética de pixels impressos em tecido holográfico talvez o que eu pretenda é a denúncia talvez o que eu pretenda é a anunciação do novo hábito de vestir mundial talvez o que eu pretenda é a democracia talvez o que eu pretenda é a anarquia talvez o que eu pretenda é a desconstrução das fronteiras entre religiões cultos e crenças talvez o que eu pretenda é a aceitação da multiplicidade e da diversidade talvez o que eu pretenda é a multiplicação e a diversificação talvez o que eu pretenda é o corolário máximo de saturação já não mais na originalidade talvez o que eu pretenda é evidenciar que a interpretação do artista não é a INTERPRETAÇÃO talvez o que eu pretenda é um vestuário culturalmente híbrido talvez o que eu pretenda é a descapitalização da t-shirt e jeans talvez o que eu pretenda é o símbolo como exemplificação do sistema da arte contemporânea contemporânea talvez o que eu pretenda é a emancipação do sub-alterno talvez o que eu pretenda é o dominado tornar-se dominante ou vice-versa e vice-versa talvez o que eu pretenda é a garantia da mais alta qualidade em impressão e na personalização à medida de uma FRUMQA talvez o que eu pretenda é a individualização de um tipo de vestuário talvez o que eu pretenda é a ironização talvez o que eu pretenda é a deformação talvez o que eu pretenda é a inalineação talvez o que eu pretenda é talvez o que nós pretendemos talvez o que eu pretenda é a construção de permissas falsas e soltas como forma de sustentar este projeto talvez o que eu pretenda é atingir o êxtase através de repetidas falácias ou talvez não talvez escrevi isto somente no final como forma de alteração de tudo o que eu dissera anteriormente e como forma de romper a repetição de talvez com um final ou talvez não como poderei eu como fui capaz eu como seremos capazes nós de compreensão de um projeto com este tipo de sustenção descobriremos juntos ou talvez
não
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se o problema é a apropriação cultural DEVE PORTANTO A CULTURA SER DESAPROPRIADA OU O PROBLEMA É A MÁ APROPRIAÇÃO (MISAPPROPRIATION) nada contra a apropriação cultural tudo contra o colonialismo cultural
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