CENTRO DE APOIO ANIMAL NA CIDADE DE SUZANO
Beatriz Gouvêa Burgo UNIVERSIDADE BRAZ CUBAS Caderno de Trabalho Final de Graduação apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Braz Cubas, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Bacharel. Orientação: Prof. Celso Ledo Martins Co-Orientação: Profª Fátima Matins
Mogi das Cruzes 2015
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Aos meus pais pelo incentivo e apoio sem fim...
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"Chegará o dia em que todo homem conhecerá o íntimo de um animal. E neste dia, todo o crime contra o animal será um crime contra a humanidade." Leonardo da Vinci
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AGRADECIMENTOS A Deus pelo simples fato de eu estar viva e saudável para estar elaborando este trabalho. A meu pai, Antônio, que me incentivou e não me deixou fraquejar um misero minuto desta etapa. Que me acompanhou desde o vestibular até as visitas de estudo de caso. Seu amor me faz ter forças para ultrapassar cada passo que dou a frente em minha vida. E a minha mãe, Rosângela, por todo cuidado, preocupação e compreensão pelas incansáveis horas em frente ao computador. A Jonas Pagassini pelo apoio direto e indireto, pela compreensão quando não pude dar a atenção
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e presença devidas. Pela paciência, orientação, carinho, respeito e cumplicidade sem tamanho. Pelo apoio emocional e espiritual. Agradeço de coração. Ao Professor Celso Ledo e a Professora Fátima Martins que me orientaram através de seus conhecimentos para que este trabalho fosse elaborado. E também a todos os outros Professores da Universidade Braz Cubas que foram extremamente importantes exercendo o dom de ensinar e sem os quais, eu não chegaria até aqui. Aos amigos Thaiza, Sarah, Victor, Natália, Argos, Renata e Kayan pela compreensão
em todos os convites que tive que recusar. A Ana Ligia Wuo e Marcia Megumi pelo companheirismo, dedicação, risadas entre uma entrega e outra e até pelos puxões de orelha. Este pedestal que criamos nestes últimos semestres foi primordial para que o andamento dos trabalhos fosse mais leve. Não poderia deixar de citar minha parceira Nina que, há 12 anos vem me ensinado na prática o que é uma verdadeira relação de fidelidade e amor. Por fim, deixo meu sincero agradecimento a todos que tiveram participação direta ou indireta para que este
trabalho fosse elaborado com as informações necessárias e que por algum motivo não tenham sido citados aqui.
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RESUMO Neste trabalho, será abordado o que se refere ao abandono de animais desde os primórdios da domesticação, a relação que se criou entre homem e animal, o benefício que esta relação acabou trazendo e está se aprimorando mais e mais até agora. Para que se tenha uma base concreta de informações para elaboração do projeto, esta monografia passará por legislação em parâmetro mundial, federal e estadual, informações do município e local escolhido para implantação do projeto visando bairro, avenida e terreno. Também serão apresentados estudos de caso onde poderemos nos basear nas instalações e disposições de ambientes em locais que lidam com animais domesticados. Poderemos ter noções de passeio,
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ABSTRACT instalações elétricas, hidráulicas, entre outros. Logo, serão apresentados estudos de entornos, massas, uso e ocupação do solo, gabarito de alturas, cheios e vazios e classificação de vias. Seguidos de fluxogramas, organogramas e programa de necessidades. Com o projeto e a maquete eletrônica, será dada noção de espaços, materiais, técnicas construtivas para que fique bem claro como um prédio auxilia o outro e como toda a implantação conversa com o proposto total proporcionando assim, interação de homem, natureza e animal, sem deixar de preservar a memória da cidade. Palavras-chave: Abandono de animais, Centro de Apoio, Relação Homem Animal, Adoção.
In this paper, we shall discuss what refers to the abandonment of animals since the beginning of domestication, the relationship that is created between man and animal, the benefit that this relationship ended up bringing and is improving more and more until now. In order to have a concrete base of information for project design, this monograph will pass legislation on a global, federal and state parameter, city information and location chosen for implementation of the project to neighborhood, street and terrain. Also will be presented case studies where we will be based on the premises and provisions environments in places that deal with domesticated animals. We may have walking notions, electrical, hydraulic, and others. So enviroments studies will be presented, pasta,
use and occupation, feedback heights, full and empty and the process of classification. Followed flowcharts, organization charts and program needs. With the project and the computer model will be given notion of space, materials, construction techniques to make it clear how a building helps the other and how the whole deployment conversation with the total proposed thus providing man of interaction, nature and animal, while preserving the memory of the city. Keywords: Abandonment of Center, Relationship Animal
animals, Support Man, Adoption.
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Sumário APRESENTAÇÃO 13
DA CONVIVÊNCIA HOMEM ANIMAL 17 1 PRINCÍPIOS 1.1 Primórdios da Domesticação 18
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Saúde Pública 25 2.1 Zoonoses 26 BENEFÍCIO DA RELAÇÃO ENTRE HUMANOS E ANIMAIS 31 3.1 Zooterapia 32 3.2 Zooterapia e Idosos 35 3.3 Zooterapia e Crianças 37 LEGISLAÇÃO 41 4.1 Declaração Universal dos Direitos dos Animais 42 ESTUDOS DE CASO 45 5.1 Sede da ONG Adote Já – Mogi das Cruzes 47 5.1.1 Pontos Positivos 50 5.1.2 Pontos Negativos 51 5.2 VetPet Clínica Veterinária - Suzano 52 5.2.1 Pontos Positivos 56 5.2.2 Pontos Negativos 57
DE INTERVENÇÃO 6 ÁREA 6.1 Suzano História 60
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LOCALIZAÇÃO DO PROJETO 67 7.1 Informações do Terreno 69 7.2 Justificativa da escolha do Local 73 7.3 Uso e Ocupação do solo 74 7.4 Gabarito de alturas 75 7.5 Cheios e Vazios 76 7.6 Macro Análise 77 7.7 Micro Análise 78 7.8 Estudo de Massas 79
81 8 PROJETO 8.1 Conceito 42 8.2 8.3 8.4 8.5 8.6 8.7 8.8 8.9
Partido 84 Organograma 85 Fluxograma 86 Programa de Necessidades 87 Processo Criativo 89 Memorial Descritivo e Justificativo 98 Desenhos Técnicos 100 Maquete Eletrônica 116
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS 123 REFERÊNCIAS 125
6.2 Localização 61 6.3 Uso e Ocupação do Solo 63
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APRESENTAÇÃO
Esta monografia faz parte de um trabalho final de graduação-TFG-, com objetivo de ser apresentado no 10º semestre do último ano do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Braz Cubas. Aqui, temos como tema um “Centro de Apoio Animal” cujo objeto é a cidade de Suzano que está situada na Região do Alto Tietê, no Estado de São Paulo. O que justifica este projeto é o grande número de animais abandonados nos grandes centros urbanos os quais, trazem além das zoonoses, problemas como superpopulações que interferem em acidentes de trânsito, dejetos espalhados pela cidade,
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reprodução excessiva de cães e gatos entre outros. O que se espera frisar é a importância que estes animais tem, tanto em pontos negativos, mas, principalmente em pontos positivos. Queremos deixar claro que ajudando no controle de natalidade, no incentivo a adoção, a eliminação ao abandono dentre tantos outros fatores, podemos perceber quantos benefícios estes animais ditos “domésticos” podem trazer a cada um se forem devidamente valorizados. É claro que a preocupação com estes casos são pouco preocupantes nas vistas do governo já que temos problemas considerados muito maiores como saúde e
educação mas, muitos se esquecem que o respeito com o meio ambiente, ou até mesmo a saúde e a educação estão envolvidas com o respeito com os animais. Hoje dispomos de Centros de Controles de Zoonoses – CCZ - em cada município, porém estes não possuem infraestrutura adequada e nem pessoal qualificado o suficiente para tratar de maneira humanitária e efetiva estes animais abandonados nas vias públicas. É clara a necessidade de um ambiente mais voltado a uma visão mais sensível ao assunto que, se preocupe na conscientização da população para com o caso, que ofereça pessoas qualificadas ou até mesmos que sejam
sensibilizadas o suficiente para gerir este assunto com ambientes para palestras de instrução, espaços para abrigar animais, para tratamento e até mesmo para incentivo a adoção como feiras onde estes animais já saudáveis já estejam prontos para encontrarem pessoas já preparadas para acolhê-los e não devolvê-los as ruas. Para desenvolvimento deste trabalho, como metodologia foram feitas pesquisas em trabalhos acadêmicos, conteúdos de Legislações Federais, Estaduais e Municipais, visitas em estabelecimentos que atendem animais entre outros.
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PRINCÍPIOS DA CONVIVÊNCIA HOMEM ANIMAL
1.1
Primórdios da Domesticação
Segundo Ujvari (2008), o ser humano dos últimos dez anos se adequando em civilizações revolucionou a agricultura domesticando seres vegetais e animais. Já para Levai, (2014) pode-se dizer que a domesticação de animais remota a milênios e, nos primórdios da sociedade o que se deixa a mais marcante prova da inserção dos animais no cotidiano humano são as pinturas rupestres que, retratam claramente a presença de renas, bisões e mamutes do dia a dia do homem pré histórico e , a sedentariedade humana está ligada a dependência dos cães, bois,
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cavalos, camelos, porcos, bodes e alguns tipos de aves. Porém, de acordo com Magnabosco (2006), a relação entre humanos e animais é mais antiga do que imaginamos. Como se pode prever, os lobos são considerados os primeiros a serem domesticados e assim, podendo conviver de perto com os humanos. Acredita-se que esta facilidade inicial se deu pela aproximação destes animais com intuito de se alimentar dos restos de alimentos que os humanos deixavam nas cavernas. A domesticação dos cães é contada para antes dos animais que eram chamados de “animais de
produção”, como vacas, bois, cabras, ovelhas e outros. Datamos a domesticação dos primeiro cães da família Canidae para 12.000 anos atrás com base na descoberta de um esqueleto de um filhote de cachorro ao lado de um esqueleto humano em um sítio arqueológico de Israel. (DAVIS e VALLA 1978). A dispersão dos cães para o resto do mundo seguiu a dos humanos, ou seja, do Oriente Médio para o resto do mundo: sul da África, ao longo da Ásia subcontinental e no interior do sudoeste asiático (BRISBIN, 1997). Há suposições de que a domesticação
de cachorros foi algo simultâneo em todo o mundo o que pode ter dado início a aparição das várias raças distintas que conhecemos hoje. Os cães sempre tiveram uma participação ativa e significativa da vida do homem, ganhando funções como vigias, puxadores de trenós, arados e ajudando no pastoreio de outros animais. Já no caso dos gatos a domesticação pode ter se iniciado a bem menos tempo. “Supunha-se que a domesticação dos gatos (Feliscattus) tivesse ocorrido há aproximadamente 2.500 anos no
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antigo Egito (LIMA 1998), mas evidências mostram que a data provável da domesticação é de aproximadamente 8.000 anos (VIGNE 2004). Os gatos já foram considerados deuses e demônios em sua trajetória junto ao Homem e não há como falar da divinização dos gatos, sem citar o Egito Antigo. Os gatos eram para aquele povo os animais que traziam os espíritos dos deuses para perto dos humanos, provavelmente, devido a sua função prática de proteger os silos que armazenavam cereais contra os ratos e camundongos. A deusa Bastet, divindade da fertilidade e felicidade, era representada por uma cabeça
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de gato em um corpo de mulher (BERGLER 1988). O apogeu dos gatos ocorreu na cultura egípcia: os gatos eram tão importantes para a população egípcia, a ponto de serem encontradas diversas estatuetas e múmias de gatos, junto às de humanos, nas câmaras mortuárias e sendo guardado luto pelos donos de animais que morriam.“( MAGNABOSCO, Cristina. 2006) Desde que iniciou seu processo de civilização o homem sempre esteve em desafio pelo meio natural, fosse por secas, glaciações, tempestades, abalos
sísmicos, ventanias e, a prioridade era manter sua existência. A natureza que imperava se tornou um fator extremamente ameaçador ao frágil ser humano. Por isso, a civilização humana foi a oportunidade criada pelo homem para que pudesse se fazer liberto da grandiosidade opressora do espaço natural que o envolvia, porém, este artifício fez do homem menos instintivo, o que teve seu preço: o surgimento da frustração, privação e proibição, que seriam extremamente influenciadoras nas práticas de maus tratos e crueldade com os animais. Separar-se se sua natureza animal foi a maneira do
homem se recompor diante da supremacia da natureza acima dele e, distinguindo estas posições tivemos a origem do “especismo” e da dificuldade do homem em encontrar sua origem animal. Com esta distinção também o homem acabou por considerar que os demais seres vivos eram objetos passíveis de domínio e apropriação. “Desde muito tempo que o cão, lobo domesticado, tornou-se o mais fiel companheiro do homem, enquanto que o gato carregaria em si o estigma das superstições medievais. Já o hábito da caça, inicialmente praticado como necessidade de sobrevivência e
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depois elegido em esporte da nobreza, difundiuse pelas classes sociais a ponto de se firmar como um dos mais pusilânimes entretenimentos humanos. Os costumes da cultura popular, como a secular tourada espanhola e alguns rituais de sacrifícios nas festividades religiosas, transformaram martírio em tradição. Nossa indiferença em relação à dor dos animais também contaminou a mentalidade científica. Imerso no paradigma mecanicista de Renê Descartes (1596-1650), que no século 17 propôs a famigerada teoria “animal máquina”, o fisiologista Claude Bernard (1813-1978))
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fez da vivissecção o método oficial de pesquisa médica. A partir deste momento a experimentação animal torna-se metodologia padrão, submetendo suas cobaias a tormentos inomináveis sob a cômoda justificativa de contribuir ao progresso da ciência. Com o advento da Revolução Industrial e os sistemas de produção em série, o capitalismo emergente agrava ainda mais a situação dos animais.” (LEVAI, Laerte Fernando. 2014).
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2 SAÚDE PÚBLICA
2.1
Zoonoses
De acordo com Ujvari (2008), assim que se iniciou o costume de domesticar animais, o ato deixou o homem mais propenso a ser atingido por vírus que antes ficavam apenas em animais. O sarampo, por exemplo, que se iniciou na Ásia veio de um vírus mutante que residia no gado. A partir daí, começara a surgir as epidemias ferozes e os vírus de alta mortalidade entre os humanos derivados do aumento populacional que foi desencadeado pela agricultura. Com a globalização que se estendeu por conta do Império Romano e alcançou as fronteiras do Oriente Médio,
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Inglaterra e norte da África a varíola e o sarampo foi se devastando com os desbravadores e comerciantes que chegavam pelas estradas pavimentadas e embarcações do Mediterrâneo. Estas antecederam as grandes pestes de Roma. Um terço da população europeia foi exterminada em apenas dois anos com a disseminação da Peste Negra que se deu com o a globalização dos agentes infecciosos provenientes do comércio da Idade Média. A Bactéria veio com as embarcações genovesas do Mar Negro em 1348 através do Mar Negro. Enfim, a chegada da Lepra a Europa se
intensificou com as cruzadas e, logo depois com o comércio entre as cidades do Oriente Médio. Não se pode negar que a superpopulação de animais nas ruas vem se tornando um problema de proporções mundiais e vem causando graves transtornos aos habitantes onde ele não é tratado de modo efetivo (NASSAR & FLUKE, 1991). “Entre os agravos provocados pela falta de um manejo adequado desses animais estão sérias doenças que podem ser transmitidas ao homem como a raiva, a leishmaniose e a toxoplasmose, a proliferação de parasitas como pulgas, carrapatos e sarna, agressões, acidentes de
trânsito, poluição por dejetos, poluição sonora e outras perturbações (WHO, 1990). No Brasil, o excesso de cães e gatos tem sido classicamente combatido pela remoção e eliminação daqueles indivíduos que agentes públicos municipais conseguem capturar (WHO, 2005). Além de não resolverem o problema, procedimentos de captura e extermínio costumam ocasionar reações contrárias – e algumas vezes muito enfáticas - de uma parcela significativa da população que não concorda com esses métodos. Procedimentos de captura e extermínio em massa de animais sadios são impopulares,
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pouco efetivos e têm custo elevado (WHO, 1990) [...] A despeito das dificuldades inerentes à promoção de mudanças comportamentais em diversas pessoas de grupos diferentes, alguns programas conduzidos em municípios brasileiros têm sido muito efetivos na promoção do controle reprodutivo e de mudanças já visíveis na postura de quem possui animais domésticos. Este trabalho tenta analisar, à luz do conceito de metacontingências, ações pelo controle de natalidade e proteção animal que têm mostrado resultados efetivos em um município do interior do estado de São Paulo. O objetivo é fornecer
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elementos para pessoas, organizações ou prefeituras que queiram replicálas em outras localidades.” (SANTANA, Luciano Rocha; OLIVEIRA, Thiago Pires. 2006) Para Santana (et al 2006), as políticas públicas até pouco tempo estavam mais preocupadas com o combate aos acidentes provocados pelos animais e ao combate a proliferação de doenças. Mas, com o aumento considerável da população de animais nas ruas devido ao alto índice de reprodução criou certa preocupação das autoridades a partir de 1990
em vista ao grande abandono de animais nas ruas. Em face destas consequências, se criaram duas etapas de políticas públicas para tratar deste problema: A primeira de captura e extermínio e, a segunda de prevenção ao abandono. Ambas se deram por razões didáticas e históricas, portanto, não se pode levar em conta que houve um corte entre uma atitude e outra.
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BENEFÍCIOS DA RELAÇÃO ENTRE HUMANOS E ANIMAIS
3.1
Zooterapia
Com a evolução das cidades se tornando grandes metrópoles surgem problemas como medo, solidão e necessidade de proteção. Isso acaba levando as pessoas a recorrerem a cães que, normalmente oferecem companheirismo, amor e fidelidade (SCHOENDORFER 2001). A relação homem-animal, mais especificamente “homem-cão” sempre foi muito clara desde o início, porém acabou sendo muito questionada e até quebrada em alguns momentos. Com as redescobertas e a realização de novos estudos sobre este relacionamento
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se firmou a certeza de uma aliança forte e concreta de muitos anos e isto, faz com que o ser humano voltasse essa coexistência do homem animal (BERGLER 1999) Para Dotti, (2005) baseando-se nestes estudos da relação homem animal surgiram técnicas que beneficiam ambos os lados fortalecendo ainda mais este laço. A zooterapia nada mais é do que o uma terapia efetuada com animais e com o auxílio deles para fornecer ao paciente o despertar do tato através do toque e ás vezes até reações emocionais e psicológicas. Este tipo de terapia é indicado para pessoas que apresentam algum tipo de deficiência,
crianças e idosos e normalmente é guiada por pedagogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, psicólogos sempre acompanhados do auxílio de adestradores e veterinários. Com esses avanços nos estudos da terapia assistida por animais chegou-se a conclusão de que todos os animais domésticos podem ser usados na zooterapia mas, se fazendo uma comparação simples, fica claro perceber que desde os primórdios, o cão foi o primeiro animal com o qual o homem se associou por sua percepção, inteligência e características peculiares o que tornou este animal, o mais utilizado nas mais
várias finalidades de auxílio ao homem, recebendo a denominação de cães de serviço. (GUERRA, 2007) O nome “Zooterapia” diz respeito a vários significados como no dicionário onde ele é sinônimo de zooterapêutica e se dá em comum com a terapêutica dos animais, assim sendo, o tratamento das doenças auxiliadas pelos animais. É sinônimo também de terapia animal assistida, onde animais como gatos, cachorros e cavalos que são considerados domésticos ou domesticados atuam como terapeutas coadjuvantes ajudando no tratamento direto de diversos estados
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3.2 Zooterapia e Idosos
patológicos como deficiências mentais por exemplo. Aqui no Brasil, temos conhecimento do uso de animais como uso medicinal desde o século XVII com embasamento nas obras de Johannes de Laet, Guilherme Piso e Georg Marcgrave. Pensando na nossa grande extensão territorial e na nossa diversidade de cultura e ecossistema onde podemos encontrar mais de trezentas espécies animais registradas, o fato de encontrarmos uma grande variedade de medicina popular que se utiliza dos benefícios que os animais podem trazer. E isso vem desde as tradições dos
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povos indígenas que aqui residiam e usavam a natureza como base para tratamentos de seus povos (NETO 2011). Com o auxílio animal, podemos melhorar nossa saúde emocional, mental e física e é com estes objetivos que várias técnicas zooterapêuticas de tratamento causam efeitos fisiológicos cada vez mais satisfatórios em quem os utiliza com resultados sociais, fisiológicos e psicológicos.
De acordo com BECKER (2003) e FRAGA (2005), quando existe uma proximidade e intimidade com um animal de estimação acaba-se criando um laço de afeto e amor e isso, muitas vezes faz a maioria das pessoas se sentirem como se ganhassem um prêmio todos os dias. Porém, acabamos dando pouco valor a isto, quando eles, devolvem ao máximo até o que não enviamos.
que vivem em isolamento emocional. Um estudo sobre pacientes cardíacos recém-operados, conduzido por médicos da Universidade Duke, constatou que os que estavam acostumados a rotina de cuidar de um bicho de estimação tinham mais facilidade de se adaptar aos rigores dos novos cuidados que dali em diante deveriam ter consigo próprios, o que, em muitos casos, facilitava uma recuperação mais rápida e mais completa” (BECKER,2003).
“Ainda em seu livro aponta que nos últimos 20 anos [...], a pesquisa médica detalhou o efeito tranqüilizante dos bichos de estimação sobre o idosos, os estressados e os
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Fig. 1.Interação de animais com idosos se utilizando da zooterapia. Fonte: ateac.org.
Fig. 2.Interação de animais com idosos se utilizando da zooterapia. Fonte: ateac.org.
3.3
Zooterapia e Crianças
Algumas instituições, quando não regidas por princípios de humanização, dão ao idoso a consciência do abandono acarretando sofrimento, o que gera sentimento de insegurança, medo, conflitos psicológicos e, também, a perda da vontade de viver. O contato com um animal pode ser capaz de desencadear um relacionamento livre de estresse, com menor grau de julgamento e de expectativas. A troca de afeições entre humanos e animais não são sentimentos ambivalentes, diferenciando-se das relações entre humanos e seus membros da família, que frequentemente trocam sentimentos e estados emocionais, nem sempre positivos. (DELA RICCI, Gisele,2014)
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De acordo com DE LEMOS, [s.d.], em 1972 tivemos o primeiro registro de experiências terapêuticas com animais, de onde se dá a origem deste método. Foram usados animais de uma fazenda como atividade para crianças que eram de uma instituição mental. Cuidar deles se tornou uma atividade de reforço positivo no tratamento. Trinta anos antes, a zooterapia já havia causado efeito efetivo nos Estados Unidos. Terapeutas se deram conta disto no uso com pacientes com desordens mentais e físicas, porém, só em 1955 o uso de animais chegaria ao Brasil pelo trabalho da Dra.
Nilse da Silveira que, ficou conhecida como pioneira da Atividade e Terapia Assistida por Animais que promoveu o uso de cães e gatos com pacientes mentais. Pesquisas cientificas relevantes começaram a aparecer na década de 80 e foram confirmando mais e mais os benefícios que a interação do homem com o animal poderia trazer para o meio da saúde. Essas notícias se espalharam com rapidez por vários continentes como, Europa Continental, Reino Unido e Estados Unidos da América. Os primeiros centros de atendimento de terapia assistida por animais foi implantado no Brasil nos anos 90 e, faz
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renascer o interesse pela prática. Em Setembro de 2000 aconteceu no Brasil a 9ª Conferência Internacional sobre interações Homem/Animal o que despertou a curiosidade e interesse de vários profissionais de várias áreas da saúde e afins pelo início das atuações e pesquisas nas terapias assistidas e atividades com animais. Profissionais das áreas de psiquiatria, biologia, fisioterapia, pedagogia, terapia ocupacional, psicologia e veterinária tem tido cães como facilitadores em suas atuações. “A
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medicina
parece
estar
aumentando
suas apostas no papel que os animais podem ter além do convívio com os homens. Hoje, no Brasil, as universidades têm aberto mais as portas para experiências que queiram comprovar a eficácia da zooterapia. Relatada já está a facilidade com que pacientes com dificuldade de contato com o mundo externo se vinculavam a cães. [...] O psicólogo é o profissional mais indicado para fomentar essa discussão, sendo assim, esta 2pesquisa visa identificar os benefícios da zooterapia com cães na área da saúde.” (DELA RICCI, Gisele, 2014).
Ainda de acordo com Dela Ricci (2014) o paradigma holístico de cuidados a saúde é o que melhor compreende o uso de animais como zooterapeutas. O significado de Holos vem do grego e diz respeito a totalidade, saúde e integridade assim, ajuda a ver cada um como um todo integrado, feito de mente, corpo e espírito, de acordo com a filosofia holística. Isto torna o alguém não mais como uma soma de partes mas sim, como um todo muito além disto.
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4 LEGISLAÇÃO
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(Resolução Aprovada pela ONU) Fonte: Renctas (Rede Nacional Contra o Tráfico de Animais Silvestres).
4.1 Decaração Universal dos Direitos dos Animais
Declaração Universal dos Direitos dos Animais Art.1º - Todos os animais nascem iguais diante da vida e têm o mesmo direito à existência. Art.2º - Cada animal tem direito ao respeito. O homem, enquanto espécie animal, não pode atribuirse o direito de exterminar outros animais ou explorá-los, violando este direito. Ele tem o dever de colocar sua consciência a serviço de outros animais. Cada animal tem o direito à consideração e à proteção do homem.
Em todos os lugares, somos dependentes de leis que nos auxiliam com a prestação da devida justiça para milhares de assuntos. Seja isto em nível mundial, federal, estadual e/ou municipal. Neste capítulo, abordamos as leis da maioria destes âmbitos que claro, se referem a proteção animal.
A UNESCO proclamou uma declaração em vinte e sete de Janeiro de 1978, em assembleia na cidade de Bruxelas, na Bélgica que defende os direitos dos animais. O Brasil e os países membros da Organização das Nações Unidas – ONU – são signatários desta declaração à seguir:
Art.3º - Nenhum animal será submetido a maus-tratos morte de um animal é necessária, deve ser instantânea, Art.4º - Cada animal que pertence a uma espécie selvagem em seu ambiente natural terrestre, aéreo ou aquático, e tem
e atos cruéis. Se a sem dor nem angústia. tem o direito de viver o direito de reproduzir-
se. A privação da liberdade, ainda que para fins educativos, é contrária a esse direito. Art.5º - Cada animal pertencente a uma espécie que vive habitualmente no ambiente do homem, tem o direito de viver e crescer segundo o ritmo e as condições de vida e de liberdade que são próprias de sua espécie. Toda modificação imposta pelo homem para fins mercantis é contrária a esse direito. Art.6º - Cada animal que o homem escolher para vida conforme sua longevidade natural. O abandono Art.7º - Cada animal que trabalha tem tempo e intensidade de trabalho, a uma
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companheiro, tem direito a um período de de um animal é um ato cruel e degradante. direito a uma razoável limitação do alimentação adequada e ao repouso.
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Art.8º - A experimentação animal que implique sofrimento físico é incompatível com os direitos dos animais, quer seja uma experiência médica, científica, comercial ou qualquer outra. As técnicas substitutivas devem ser utilizadas e desenvolvidas. Art.9º - No caso de o animal ser criado para servir de alimentação, deve ser
nutrido, alojado, transportado e morto, sem que para ele resulte em ansiedade e dor. Art.10º - Nenhum animal deve ser usado para divertimento do homem. A exibição dos animais e os espetáculos que utilizem animais são incompatíveis com a dignidade do animal. Art.11º - O ato que leva à morte de um animal sem necessidade é um biocídio, ou seja, um delito contra a vida.
Art.12º Cada ato que leva à morte um grande número de animais selvagens é um genocídio, ou seja, delito contra a espécie. Art.13º - O animal morto deve ser tratado com respeito. As cenas de violência em que os animais são vítimas devem ser proibidas no cinema e na televisão, a
menos que tenham como foco mostrar um atentado aos direitos dos animais. Art.14º - As associações de proteção e de salvaguarda dos animais devem ter uma representação junto ao governo. Os direitos dos animais devem ser defendidos por leis, como os direitos humanos.
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ESTUDO DE CASO 44
5.1 Sede da ONG Adote Já – Mogi das Cruzes
Aqui vamos observar através da análise de Swot os pontos positivos e negativos de alguns locais que lidam com animais como, clínicas veterinárias e sede de ONGs.
A sede da “ONG Adote Já” localizada em Mogi das Cruzes existe a pouco mais de um ano e desde então, está adaptada em uma antiga residência. Os espaços foram adaptados com materiais simples para que houvesse uma rápida utilização do local para abrigar os animais abandonados, realizar as feiras de adoção e atender ao público.
adoção. Esta barra foi instalada para que as pessoas que transitam pela calçada não fiquem batendo no vidro como é usual acontecer segundo uma das organizadoras da ONG.
Logo na fachada (figura 3) podemos observar o emprego de vidros fixos ao invés das convencionais janelas com abertura, e também a instalação de uma barra de apoio junto à parede que dá acesso ao gatil de exposição (figura 4) onde ficam os gatos saudáveis e disponíveis para
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Fig. 3 .Fachada da ONG Adote Já – Mogi das Cruzes. Fonte: Arquivo pessoal.
Fig. 4 .Gatil principal da ONG Adote Já – Mogi das Cruzes. Fonte: Arquivo pessoal.
Fig. 5 .Gradis desmontáveis - ONG Adote Já – Mogi das Cruzes. Fonte: Arquivo pessoal.
Fig. 6 Gradis desmontáveis - ONG Adote Já – Mogi das Cruzes. Fonte: Arquivo pessoal.
Fig. 7 .Adaptação dos cômodos para canis - ONG Adote Já – Mogi das Cruzes. Fonte: Arquivo pessoal.
Fig. 8 .Quintal adaptado a gatil - ONG Adote Já – Mogi das Cruzes. Fonte: Arquivo pessoal.
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No hall de entrada foram adaptadas gaiolas móveis que se encontram ao lado da porta de entrada e gradis desmontáveis (figura 5 e 6) que abrigam os animais disponíveis para adoção. Este mobiliário móvel fica inserido em frente à recepção.
Os demais cômodos foram transformados em espaços para abrigar os animais que ainda estão em tratamento e consequentemente não estão disponíveis para adoção. Poucas mudanças foram executadas nestes locais. Os que eram quartos ficaram reservados como canis (figura 7) e foram adaptados apenas casinhas móveis e grades para fechar sem interromper a entrada de ar. E nos fundos, o quintal foi fechado por grades e transformado em gatil (figura 8).
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5.1.1
5.1.2
Pontos Negativos
Pontos Positivos
A sede por ter sido adaptada de uma residência faz uso de materiais simples como grades, gradis e gaiolas que são facilmente instalados e manuseados. Por não ser local de atendimento veterinário, não precisou ser adaptado com instalações mínimas exigidas por normas estaduais para seu funcionamento o que facilitou a adaptação.
O local ainda não foi totalmente reformado e por este motivo, ainda se encontram divisas de cômodos nas intermediações do passeio do local o que, de certa forma, acaba diminuindo o espaço e limitando o ir e vir de pessoas nas feiras de adoção.
A casa ainda possui apenas um quintal que fica nos fundos, que foi transformado em gatil para animais em tratamento, o que diminui ainda mais a possibilidade de haver espaço aberto para os animais abrigados no local.
Os quartos transformados em canis ainda não estão da forma original e por este motivo, abrigam um animal por ambiente o que limita o acolhimento de mais animais.
ANÁLISE DE SWOT
Aspectos Positivos
Aspectos Negitivos
A Sede da ONG foi instalada e adaptada em uma Pela adaptação às pressas para o rápido início de antiga residência e, por se fazer uso de materiais sim- funcionamento, o local ainda dispõe de divisões de ples como gradis e gaiolas, a adaptação foi realizada cômodos como pilares que diminuem o passeio e as com mais facilidade. instalações para as feiras de adoção.
Ameaças
Oportunidades
A Sede da ONG foi instalada e adaptada em uma Pela adaptação às pressas para o rápido início de antiga residência e, por se fazer uso de materiais sim- funcionamento, o local ainda dispõe de divisões de ples como gradis e gaiolas, a adaptação foi realizada cômodos como pilares que diminuem o passeio e as com mais facilidade. instalações para as feiras de adoção.
50
51
5.2 VetPet Clínica Veterinária - Suzano
A clínica veterinária “VetPet” está localizada na cidade de Suzano e, segundo o Dr. Leonardo, Médico Veterinário responsável pelo local, a clínica já foi construída desde o início para abrigar este tipo de atividade, portanto, possui quase todos os requisitos mínimos que um ambiente deste exige. A clínica possui estacionamento com três vagas que toma toda a frente da edificação. O estacionamento dá acesso à recepção que também é sala de espera, onde se encontram o balcão e exposição de artigos para venda (figuras 9 e 10).
Ainda na recepção existem dois sanitários para atendimento ao público (figura 11). O corredor que dá acesso às salas de atendimento, cirurgia e banho e tosa é revestido por tinta lavável a 2m (figura 12) e está de acordo com as exigências mínimas para clínicas veterinárias que é de no mínimo 1,80m de revestimento lavável (tinta ou cerâmica). O piso também precisa ser lavável em toda a clínica segundo exigências mínimas.
Fig. 13 .Espaço de Banho e Tosa da Clínica VetPet Suzano Fonte: Arquivo pessoal.
Fig. 11 .Sanitários da Clínica VetPet - Suzano Fonte: Arquivo pessoal.
Fig. 9 .Recepção da Clínica VetPet - Suzano Fonte: Arquivo pessoal.
Fig. 10 .Sala de espera/ Recepção Clínica VetPet Suzano. Fonte: Arquivo pessoal.
Fig. 14 .Sala de atendimento da Clínica VetPet - Suzano Fonte: Arquivo pessoal.
Fig. 12 .Detalhes de revestimentos laváveis da Clínica VetPet - Suzano Fonte: Arquivo pessoal.
Fig. 15 .Centro Cirúrgico da Clínica VetPet - Suzano Fonte: Arquivo pessoal.
Fig. 16 .Sala de Paramentação do Centro Cirúrgico da Clínica VetPet - Suzano Fonte: Arquivo pessoal.
5.2.1 Pontos Positivos
A clínica possui espaço de Banho e Tosa (figura 13) onde existem as gaiolas construídas em alvenaria com espaço para animais de pequeno, médio e grande porte. A sala de consulta e atendimento (figura 14) possui pia para higienização de materiais, geladeira para conservação de alguns medicamentos, armários, mesa de atendimento de pessoas e mesa de atendimento veterinário em inox para os animais.
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O centro cirúrgico é composto da sala de cirurgia (figura 15), a qual é composta por maca cirúrgica, cilindro de oxigênio, cerâmica lavável em todo o pé direito e no piso, caixilho vedado por pintura e todo o aparato cirúrgico e, pela sala de paramentação (figura 16), onde os médicos e auxiliares preparam suas vestimentas, higiene, equipamentos e medicações.
Por ser um prédio já construído para ser uma clínica veterinária, vários pré-requisitos mínimos foram feitos desde o início como, os revestimentos laváveis aplicados em todo o prédio, as salas com instalações elétricas e hidráulicas já preparadas para cada função, ambientes com destinação planejada causando devida restrição de passeio onde é necessário.
55
5.3
5.2.2
Pontos Negativos
Canil Municipal - Suzano
Mesmo tendo sido construído para ser uma clínica veterinária, o prédio apresenta algumas ausências de instalações mínimas como, não ter os cantos arredondados para evitar acúmulo e dificuldade de limpeza de sujeiras nos ambientes, ou, não ter a sala de paramentação com acesso livre (sem impedimento de alvenarias) à sala de cirurgia, a existência de um caixilho na sala de cirurgia, o qual pode transmitir micróbios através da circulação de ar (a medida correta a se tomar é a instalação de sistema de ar condicionado) e a instalação de um sistema de oxigênio encanado ao invés do uso dos
tubos móveis de oxigênio dentro da sala de cirurgia. O acesso a clinica pelo estacionamento é outro fator que neste caso, precisaria ser revisto já que ele acontece através do estacionamento que é relativamente pequeno.
ANÁLISE DE SWOT Aspectos Positivos Pelo fato de o local já haver sido construído para ser uma clinica veterinária muitos aspectos mínimos necessários já estão implantados como instalações e acabamentos.
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Aspectos Negitivos Mesmo tendo sido construído para atender animais, a clínica, por ser antiga, ainda não possui todas as instalações mínimas desejáveis como cantos arredondados ou antecâmaras no centro cirúrgico.
Ameaças
Oportunidades
O fato de algumas instalações como as que foram apontadas nos pontos negativos podem dificultar ou até mesmo atrapalhar o andamento de algumas atividades como cirurgias e contaminações.
A clínica não possui sala de internação e, para atendimento veterinário em uma clínica, uma sala de internação possibilitaria mais atendimentos de pósoperatório.
O Canil Municipal da Cidade de Suzano hoje conta com uma estrutura pequena comparada a um Centro de Controle de Zoonoses – CCZ – e talvez por isso, esteja contando com sua lotação máxima. Não foi possível adquirir imagens, pois, não recebi autorização para tal, mas, aqui serão elaborados relatos que possam descrever o local e suas principais características. Hoje, o canil conta com um total de vinte e quatro canis sendo dezesseis individuais, destinados a animais em observação ou com comportamento agressivo e, oito coletivos que abrigam de 4 a 5 animais com comportamento tranquilo ou sociável. Existe também uma Baia destinada a animais de grande porte que, atualmente está em
uso por cães por conta da superlotação. Os Canis são construídos em alvenaria e são divididos em dois ambientes, um coberto e outro externo que os cuidadores chamam de solário. O local dispõe também de um depósito de rações que é coberto, porém, não é fechado por alvenaria ou portas, o que acaba não oferecendo o armazenamento adequado. O Centro Cirúrgico e o Gatil estão sendo implantados aos poucos conforme a verba de prefeitura vem sendo destinada, relata o Dr. Allan, Veterinário responsável pelo Canil Municipal. O Canil Municipal está localizado em área periférica, longe do centro da cidade e de outras residências, o que contribui na resolução de possíveis problemas como ruídos e odores e, além da localização, a higienização do local é realizada duas vezes ao dia, todos os dias pelos funcionários.
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ANÁLISE DE SWOT Aspectos Positivos
Aspectos Negitivos
O local dispõe de localização apropriada, canis bem distribuídos e boas condições de higiene.
Área pequena para atual número de animais abrigados, lentidão em obras de gatil e centro cirúrgico e má adequação de depósito de ração
Ameaças
Oportunidades
A falta de um centro cirúrgico ou mesmo um pronto socorro dificulta o rápido atendimento de animais em situação de emergência
O local poderia abrigar mais animais se dispusesse de maior número de canis e gatis ou, se realizasse com frequência feiras de adoção dos animais abrigados lá.
QUADRO SÍNTESE ASPECTOS POSITIVOS ASPECTOS NEGATIVOS
AMEAÇAS
OPORTUNIDADES
A rápida adaptação deixou A adaptação do único quintal do Reforma com intuitos certos de ONG ADOTE Materiais de fácil adaptação para pilares e aberturas de portas no local em um gatil improvisado adaptação do local a uma Sede adequação da ONG a antiga JÁ passeio diminuindo o espaço extermina a inserção de um de ONG com instalações de residência. disponível. solário para os animais. Canis e Gatis adequados. CLÍNICA VETERINÁRIA VETPET
CANIL MUNICIPAL SUZANO
SÍNTESE
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Instalações já adequadas a atendimento veterinário por motivos de construção inicial.
Localização apropriada, canis bem instalados e higiene.
Ausência de algumas instalações Dificuldade de realização de mínimas por conta de algumas atividades pela falta de construção antiga do prédio. instalações adequadas.
Superlotação e lentidão em obras de Gatil e Centro Cirúrgico.
É necessário que um local Um local já construído e adequado as instalações mínimas seja devidamente adaptado ao garantiria também a inserção de recebimento e atendimento objetos de fácil manuseio como de animais. Isto se dá desde a adequação de dimensões a gradis e gaiolas. elementos construtivos.
Maior possibilidade de atendimentos e menor risco de contaminações com salas apropriadas.
Ampliação do local e inserção de A falta de um pronto pronto atendimento possibilitaria atendimento impossibilita o maior acolhimento de animais. tratamento de animais em caso Feiras de incentivo de adoção de urgência. auxiliariam na transição dos mesmos. Instalações inadequadas podem impossibilitar a realização de algumas tarefas bem como atendimento e bem estar de animais abrigados.
Planejamento visando reais necessidades do local para acolhimento e recepção cria maior possibilidade de criar o bem estar animal que se deseja implantar.
6
ÁREA DE INTERVENÇÃO
6.1
6.2
Suzano – História
Segundo histórico da Prefeitura de Suzano, o local onde hoje o município está inserido já era conhecido desde o século XVI. Pessoas atrás da caça de ouro e índios que vinham se São Vicente (fundada em 1532) já passavam por aqui. Logo depois com migração de povoados de São Miguel Paulista e, Itaquaquecetuba e São Paulo de Piratininga a cidade foi ficando mais conhecida.
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Localização
A cidade de Suzano está localizada próxima a Capital de São Paulo, hoje se encontra com fácil acesso através de linha de trem e rodovia. Suzano fica apenas a 25 minutos do Aeroporto Internacional de Guarulhos, pertence à Região do Alto Tietê e faz divisa com o ABC Paulista.
Fig. 17 . – Localização da Cidade de Suzano em relação ao Estado de São Paulo. Fonte: http://www.emsampa.com.br/page3.htm.
As rodovias Pres. Dutra, Ayrton Senna/Carvalho Pinto, Índio Tibiriçá (acesso Anchieta/Imigrantes/Rodoanel) e Rodoanel – Trecho Leste (dois acessos em breve) estão na lista de acessos e proximidades, além do fácil acesso ao ABC Paulista e ao Vale do Paraíba. Suzano abriga a linha Coral e em breve, abrigará a linha Safira da CPTM, e também, a via férrea da MRS (transporte de cargas). A cidade hoje conta com entidades de ensino superior e técnico de grande prestígio como a Faculdade Piaget e a escola Luis Eulálio de Bueno Vidgal Filho (SENAI). O município vem crescendo e expandindo a cada dia se tornando referência para vários destinos.
61
6.3
Uso e Ocupação do Solo
Para aplicação de qualquer projeto na cidade, é preciso consultar a Lei de Uso e Ocupação do Solo que está na Lei Complementar nº 25 do município de Suzano:
Figura 18: Vista aérea parcial da cidade de Suzano Fonte: https://www.flickr.com/photos/trabalhe_a_ partir_de_sua_casa/ Figura 19: Praça da Igreja Matriz Fonte: Panoramio.com
CAPÍTULO III - DAS ZONAS DE USO Art. 42. Para os fins desta Lei, o território do Município fica subdividido em 14 (catorze) Zonas de Uso, a saber: I - “Z.01” - Zona Central de Alta Densidade Demográfica; II - “Z.02” - Zona de Alta Densidade Demográfica; III - “Z.03” - Zona de Média para Alta Densidade Demográfica; IV - “Z.04” - Zona de Nédia Densidade Demográfica; V - “Z.05” - Zona de Média para Baixa Densidade Demográfica; VI - “Z.06” - Zona de Baixa Densidade Demográfica; VII - “Z.07” - Zona de Baixíssima Densidade Demográfica; VIII - “Z.08” - Zona de Expansão Urbana, de Baixíssima Densidade Demográfica; IX - “Z.09” - Zona de Baixa Densidade Demográfica, dentro da área de Proteção a Mananciais; Figura 20: Praça das flores Fonte: Skyscrapercity.com
Figura 21: Teatro Municipal Dr. Armando de Ré Fonte: João Paulo Chagas
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“ID” da Lei Estadual nº 1.817/78, com suas alterações posteriores.(Alterado pela Lei Complentar 051/98) CAPÍTULO IV - DAS CATEGORIAS DE USO [...] SEÇÃO IV - DO USO INSTITUCIONAL
§ 3º - Excetuam-se do disposto na alínea “b” do parágrafo anterior, as atividades enquadradas no uso “E” que possuírem área construída e área de terreno, inferiores a 300 m2 (trezentos metros quadrados), caso em que a critério da Secretaria Municipal de Planejamento, visando o interesse público, poderão ser reduzidos a até zero os recuos laterais e de fundos”. (Incluido pela Lei Complentar 028/97 e Alterado pela Lei Complementar 051/98)
Art. 47. Para fins de Uso e Ocupação do Solo, os estabelecimentos institucionais (“E”) classificam-se como espaços, estabelecimentos ou instalações destinadas à educação, saúde, lazer, cultura, assistência social, culto religioso ou Administração Pública, que tenham espaço direto, funcional ou espacial, com o Uso Residencial. § 1º. Enquadram-se, ainda, nos Usos “E” os espaços, estabelecimentos, ou instalações sujeitos à preservação ou a controle específico, tais como monumentos históricos, mananciais hídricos, áreas de valor estratégico, áreas de valor paisagístico e área de preservação permanente. § 2º. As atividades enquadradas no “caput” deste artigo, além das normas estabelecidas nesta Lei, deverão obedecer:
a.- TAXA DE OCUPAÇÃO: nunca superior a 50% (cinqüenta por cento) da área do imóvel; b.- RECUOS MÍNIMOS: 1.- DE FRENTE: 5,00 m (cinco metros); 2.- LATERAIS, DE AMBOS OS LADOS: 3,00 m (três metros); 3.- FUNDOS: 3,00 m (três metros); C- VAGAS DE ESTACIONAMENTO, EM RELAÇÃO À ÁREA CONSTRUÍDA, PARA ESTABELECIMENTOS DESTINADOS A:
X - “Z.10” - Zona Rural dentro da área de Proteção a Mananciais; XI - “ZDD” - Zona de Uso Diversificado; XII - “ZUPI-1” - Zona de Uso Predominantemente Industrial -subcategoria “01”; XIII - “ZUPI-2” - Zona de Uso Predominantemente Industrial -subcategoria “02”; e, XIV - ZE - Zona Especial de uso pré-determinado. XV – Zona de Uso Controlado – ZUC, conforme piblicado no Decreto Estadula 42.837 de 03/02/1998;(Incluido pela Lei Complentar 114/02)
1.- EDUCAÇÃO: 1.1. - até o 2o grau, profissionalizante e técnicos: 01 (uma) vaga para cada 50,00 m² (cinqüenta metros quadrados); 1.2. - superior: 01 (uma) vaga para cada 30,00 m² (trinta metros quadrados); 2.- SAÚDE: 01 (uma) vaga para cada 50,00 m² (cinqüenta metros quadrados); 3.- LAZER: 01 (uma) vaga para cada 100,00 m² (cem metros quadrados); 4.- CULTURA: 01 (uma) vaga para cada 30,00 m² (trinta metros quadrados); 5.- TEMPLOS RELIGIOSOS: 01 (uma) vaga para cada 30,00 m² (trinta metros quadrados). 6.- ASSISTÊNCIA SOCIAL: 01 (uma) vaga para cada 50,00 m² (cinqüenta metros quadrados); 7.- ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: 01 (uma) vaga para cada 30,00 m² (trinta metros quadrados); d.- ACESSO DE VEÍCULOS E DE PESSOAS QUE NÃO INTERFIRA NO MEIO EM QUE SE SITUE; e.- TRATAMENTO ACÚSTICO ESPECIAL, em função da poluição sonora causada.
§ 2º. Os imóveis situados nas Zonas Industriais de que tratam as Leis Estaduais nº 1317/79 e 2952/81, que apresentam características residenciais, poderão, a critério da Administração Municipal, após ouvida a Secretaria Municipal de Planejamento, admitir tal uso, desde que atendidas as demais exigência legais.(Alterado pela Lei Complentar 028/97) § 3º - Os imóveis situados em vias que delimitam zonas de uso industrial, admitirão as atividades classificadas na listagem
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65
7
LOCALIZAÇÃO DO PROJETO 66
7.1 Informações do Terreno LOCALIZAÇÃO – BRASIL – SÃO PAULO – SUZANO – VILA MALUF Figura 22: Área de Intervenção Fonte: Google Earth,2015 – org. pelo autor O Local escolhido para a futura implantação desse Projeto Final de Graduação localizase na cidade de Suzano, mais precisamente na Av. Jorge Bei Maluf, Vila Maluf.
Fig. 23 . – Localização do terreno escolhido na Av. Jorge Bei Maluf, na Vila Maluf Suzano. Fonte: Google Mapas
A Vila Maluf é um bairro predominantemente residencial, porém, a Av. Jorge Bei Maluf que liga Suzano a Jundiapeba é de uso industrial e já abrigou as principais empresas do município no ramo têxtil como a Camilo Nader e a Tsuzuki que ainda funciona no mesmo local. A Avenida também está a beira da linha de trem, que, historicamente tem ligação direta com as indústrias e ao inicio do desenvolvimento da cidade. A área escolhida, que é de 9.500m², abrigava a antiga moradia dos Romanatos, família que administrava uma das fábricas têxtis mais importantes da cidade,
70
a Tinturaria e Estamparia Industrial de Tecidos Suzano (1920-1997), popularmente conhecida e lembrada como Estamparia Romanato, a qual foi importante para o desenvolvimento da cidade.
Hoje no terreno, o que restou foi o antigo casarão que já foi utilizado para vários fins. Seu interior já foi alterado várias vezes. O casarão não está tombado e hoje, não é mais da família Romanato e está para locação de fins particulares.
Figura 24- Antiga Estamparia Romanato Fonte: Arquivo Pessoal
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Figura 25: Vista parcial do Casarão e do terreno Fonte: Arquivo pessoal
Figura 26: Vista frontal parcial do casarão e do terreno. Fonte: Arquivo pessoal
7.2 Justificativa da escolha do Local
O terreno, como dito no último capítulo, está inserido em uma área industrial, porém, com localização privilegiada estando na alça de acesso entre duas vias perimetrais, margeando a linha do trem (Linha 11 – Coral da CPTM) e está a aproximadamente 300 metros lineares da estação da cidade. Apesar de estar em um local com predominância de uso industrial, a Leste temos o Viaduto Leon Feffer e, logo depois a área de comércio principal da cidade. Ao Sul e ao Norte, a predominância é residencial e, a oeste, uso predominantemente industrial. Todas em um raio de 500 metros e servidas de transporte público.
Com essa análise pode-se constatar que, a área está bem localizada e com fácil acesso tanto para o pedestre como para o automóvel, ônibus ou trem, para público da cidade e de outras localidades, além de estar instalada em um local com potencial de desenvolvimento e mudança de usos. Conforme informado em conversa de estudo de caso com o Dr. Allan, Veterinário responsável pelo canil municipal de Suzano, os locais mais apropriados para inserção de um projeto que envolva animais são áreas industriais ou localizadas nas regiões periféricas dos municípios por conta de acústica e possíveis odores, o que faz do local escolhido um terreno com potencial para abrigar as intenções do projeto.
73
7.3
7.4
Uso e Ocupação do solo
Analisando o uso e ocupação da área num raio de 300 metros, fica visível que a predominância é de uso industrial porém, existem também grandes massas de uso residencial ao sul.
Gabarito de alturas
Este gabarito mostra a realidade da cidade de Suzano hoje. Se tem uma grande maioria de edifícios de no máximo 2 pavimentos, sendo em menor quantidade os de 3 a 5 pavimentos e somente alguns com mais de 6.
7.5
7.6
Cheios e Vazios
de área
76
Aqui fica perceptível a predominância construída no entorno do terreno.
Macro Análise
Neste estudo foram identificados fatores de relevância em um raio de 300 metros ao redor do terreno.
7.7
7.8
Micro AnĂĄlise
Aqui, foi feito o estudo para identificar fatores de relevância em um raio de 100 metros ao redor do terreno.
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Estudo de Massas
O estudo de massas proporcionou se ter uma visão mais generalizada das predominâncias de uso do solo em um raio de 500 metros do terreno.
8 PROJETO
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8.1 Conceito
Olhar Interno / Interdependência Sistêmica Quando nos voltamos para dentro de nós, em uma conversa íntima de “eu comigo mesmo” podemos perceber que somos apenas parte de um sistema em que todos somos animais. Seguindo o fato de que o homo-sapiens é da mesma família biológica que um cão, ou um gato e até mesmo um cavalo, percebemos que no centro de si somos todos mamíferos e estamos tão ligados com a natureza quanto todos os outros seres vivos.
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Hoje, vivemos em um tempo tão corrido, que acabamos deixando despercebido o que se há de mais valoroso na vida de cada um. Momentos simples e corriqueiros como reparar em uma árvore que floresceu na noite passada no caminho em que passamos todos os dias ou, afinar os ouvidos para perceber o canto de um pássaro próximo a sua janela de trabalho, ou, até mesmo reparar em que fase a lua está hoje. Assim como não percebemos estas coisas “bobas”, os animais domésticos que podem
nos trazer tantos benefícios estão virando mobiliário urbano nos grandes centros e, é exatamente esta percepção que o centro de apoio animal propõe mudar. Com propostas como trazer idosos de asilos e crianças de escolas públicas para atividades e interações semanais com animais sadios, além das palestras de conscientização sobre castração e abandono e as feiras de adoção tradicionais de fins de semana, a intenção é que cada um possa perceber desde cedo ou, um
pouco mais tarde na vida que no fim somos todos dignos de respeito e cuidados e que, se percebidos com atenção, podemos beneficiar uns aos outros.
83
8.2
8.3
Partido
Tanto em formato quanto em fachada, todos os elementos construtivos foram escolhidos para que se houvesse respeito entre algo que faz parte da história da cidade e o novo, que está sendo implantado. O partido arquitetônico adotado para o Centro de Apoio Animal é o de proporcionar as pessoas o estar presente em um pátio interno que nasceu justamente desta ligação, do antigo com o novo e que, agora é justamente o coração do conjunto, e onde a maioria dos eventos acontecerão. Isso nos faz sentir convidados a nos voltarmos
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Organograma
a este centro e, nos ligarmos ao nosso eu mais bruto. Aquele menos polido, aquele que nos faz enxergar que somos irmãos de uma mesma família e, independente de inteligência ou não, primeiramente devemos respeito e compaixão uns com os outros.
8.4 Fluxograma
86
8.5 Programa de Necessidades
8.6 Processo Criativo
Estudo 1 Neste localização dos estacionamentos
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estudo foi Canis ao norte ao leste e
utilizada e os este.
89
Estudo 2
Estudo 3 Estudo 2: Aqui, os Canis foram localizados ao Leste para evitar insolação direta do norte. As vantagens são de que o sol não bate diretamente nos canis e proporciona mais conforto térmico aos animais e, as desvantagens ficam em os canis ficarem em frente ao estacionamento o que impossibilitaria o acesso direto de funcionários e a utilização de todos.
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No terceiro estudo, os canis ficam ao Oeste e o estacionamento ao fundo As vantagens ficaram em os canis e gatis não terem insolação direta do norte e as desvantagens ficam por conta de os canis estarem muito próximos a via possibilitando assim maior visibilidade e expansão de ruídos e odores.
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Croqui de Estudo 2
Croqui de Estudo 1 Primeiro croqui com base nos estudos de um prédio único e a não utilização do casarão.
Neste croqui já se estuda a conversação entre o prédio novo e o antigo com a ligação do jardim vertical a frente.
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Croqui de Estudo 4
Croqui de Estudo 3 Já neste croqui, se faz o estudo mais próximo a proposta final que propõe o jardim vertical ao fundo fazendo as “costas” dos canis e gatis.
estrutural
Proposta do prédio
final novo,
para Setor
malha Clínico.
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Croqui de Estudo 5
Croqui de Estudo 6 Proposta final para estrutura da laje de ligação entre o casarão e o prédio novo que será nervurada com 60cm de espessura e pilares de 50cm de diâmetro.
Demonstração em do esquema de tesouras do exatamente do jeito que está hoje
croqui casarão em dia.
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8.7 Memorial Descritivo Justificativo
O Centro de Apoio Animal de Suzano propõe um local novo voltado para o bem estar dos animais abandonados da cidade. Hoje a maioria dos municípios conta com os Centros de Controle de Zoonoses que, como o nome já diz cuida da saúde pública, controla e evita doenças que possam ser transmitidas por animais e por isso, não contam com infraestrutura e pessoal qualificado para tratar com um olhar mais sensível estes animais. O Centro de Apoio Animal vem para que a população tenha uma segunda opção na hora de recorrer a um lugar quando se depara com um animal abandonado e em situação de risco de vida. O projeto está localizado em uma esquina entre a Av. Jorge Bei Maluf e Rua Coronel Souza Franco, duas vias de tráfego intenso e que ligam a cidade de Suzano a outros municípios. O local está bem localizado, munido de transporte público e próximo ao centro comercial da cidade, apesar de se encontrar em área industrial.
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O terreno que abriga o antigo casarão de uma tradicional família que era proprietária da antiga e renomada Tinturaria e Estamparia Industrial de Tecidos Suzano (1920-1997) tem 9.500 m² e nele, foram implantados mais dois prédios, um clínico e outro de recepção e loja, e um coletivo de canis e gatis para abrigar os animais que chegarão ao Centro. O Casarão foi adaptado em setor Administrativo onde se encontram recepção, administração, almoxarifados, sanitários e um salão de eventos com capacidade para 160 pessoas onde serão ministradas palestras de conscientização ao abandono de animais e recepção de visitantes em eventos. Neste prédio, foi escolhido não se alterar nada por ser um prédio importante para a memória e história da cidade, mesmo não estando tombado e não ter sido preservado vendo-se que seu interior já foi todo alterado. O prédio novo abriga o setor Clínico que, consiste em
uma recepção, duas salas de atendimento/consulta, sala de banho e tosa, dois centros cirúrgicos e duas salas de internação, sendo uma de tratamento intensivo e uma de internação normal. Este prédio segue com o elemento estético da fachada que é uma faixa de brise soleil de madeira e que segue a mesma linha da faixa de tijolinhos de barro que está na fachada original do casarão para que estes elementos se conversem entre si. Os canis e gatis que formam o setor de Abrigos foram cuidadosamente adaptados ao norte, de frente para os fundos para que os animais não ficassem estressados ao ver passagem constante de pessoas e, para que tivessem iluminação natural suficiente na área aberta de cada um. Entre eles também estão acomodados um depósito de limpeza e um depósito de ração. As costas desse setor são compostas por um jardim vertical que acalenta o pátio interno e complementa a fachada. O setor Externo é enfim composto pelo Estacionamento
com capacidade para 40 vagas conforme solicitado por legislação vigente do município de Suzano, o Pet Space que nada mais é do que um campo para dispersão para que os animais do Centro e da população possam ter um espaço para correr e tomar sol, vendo que hoje em dia a maioria vive preso em casa e apartamentos e seus donos não tem tempo para passeios, o cemitério Pet para os animais que vierem a óbito do centro e da população vendo que hoje, o poder público só oferece sistema de cremação nos fornos de combustão de lixo da empresa que administra a limpeza pública da cidade, e o Pátio Interno que é formado pela junção do casarão com o prédio novo através de uma laje e, cria o coração do projeto, onde acontecerão as feiras de adoção aos fins de semana, as atividades com idosos de asilos e interações com crianças da região.
99
5
10
Implantação 0
Sala de Paramentação A: 6 m²
A: 6 m²
A: 6,40 m²
Canil Individual
Sala de Paramentação
A: 11m²
Internação
A: 6,40 m²
Canil Individual
A: 12m²
Sala de Cirurgia
A: 8 m²
WC Masculino
A: 9 m²
WC Feminino
A: 10,40 m²
Recepção
Sala de Atendimento A: 10,20m²
Sala de Atendimento
A: 8,20 m²
DML
A: 10,20m²
A: 12,70 m²
Canil Coletivo Depósito de Ração A: 8,20 m²
Canil Coletivo A: 12,70 m²
A: 12,70 m²
Canil Coletivo
Pátio A: 350 m²
A: 12,70 m²
Canil Coletivo
A: 12,70 m²
Canil Coletivo
20
AV. JORGE BEI MALUF
A: 12m²
Sala de Cirurgia
A: 11m²
UTI
Banho e Tosa
A: 6,40 m²
Canil Individual
A: 18,60 m²
A: 6,40 m²
Canil Individual
A: 6,40 m²
A: 6,40 m²
Canil Individual
DML
A: 6,40 m²
Canil Individual
A: 12,70 m²
Canil Coletivo
Canil Coletivo
A: 17.80 m²
Recepção Geral
A: 11,30 m²
Copa
A: 6,20m²
Almoxarifado Geral
A: 30 m²
Recepção
A: 12,70 m²
A: 20m²
Loja
Painel giratório
A: 12,70 m²
Canil Coletivo
Gatil Tratamento
A: 15 m²
Administração
A: 160 m²
Salão de Eventos
A: 10,60 m²
A: 4m²
W.C. PNE
A: 12m²
A:4,10m²
Almoxarifado de Papelaria
W.C. Masculino
A: 12m²
W.C. Feminino
A:7,20m²
DML
A: 22,10 m²
Gatil Coletivo
Jardim Vertical
A: 1470 m²
A: 400 m²
Cemitério Pet
A: 450 m²
Pet Space
Estacionamento - 40 vagas
Caixa D'água
Desenhos Técnicos N
8.8
VISTA 04
N
Canil Coletivo A: 12,70 m²
Canil Individual
Canil Individual
A: 6,40 m²
Canil Individual
A: 6,40 m²
Canil Individual
A: 6,40 m²
Canil Individual
A: 6,40 m²
A: 6,40 m²
Canil Individual A: 6,40 m²
DML
Depósito de Ração
A: 8,20 m²
A: 8,20 m²
Canil Coletivo
Canil Coletivo
Canil Coletivo
Canil Coletivo
Canil Coletivo
Canil Coletivo
A: 12,70 m²
A: 12,70 m²
A: 12,70 m²
A: 12,70 m²
A: 12,70 m²
A: 12,70 m²
Canil Coletivo A: 12,70 m²
Gatil Tratamento
Gatil Coletivo
A: 10,60 m²
A: 22,10 m²
Jardim Vertical
DML
Banho e Tosa
A: 6,40 m²
A: 18,60 m²
Sala de Atendimento
Sala de Atendimento
A: 10,20m²
A: 10,20m²
Salão de Eventos A: 160 m²
WC Feminino A: 9 m²
A
A
x/y UTI
Internação
A: 11m²
A: 11m²
VISTA 04
VISTA 03
x/y
WC Masculino A: 8 m²
Pátio A: 350 m²
Recepção
Painel giratório
A: 10,40 m²
Sala de Cirurgia A: 12m²
Sala de Paramentação
Sala de Paramentação
A: 6 m²
A: 6 m²
DML
Sala de Cirurgia A: 12m²
A:7,20m²
Recepção A: 30 m²
W.C. Feminino A: 12m²
W.C. PNE A: 4m²
Almoxarifado Geral A: 6,20m²
Copa A: 11,30 m²
W.C. Masculino Administração
A: 12m²
A: 15 m²
Almoxarifado de Papelaria A:4,10m²
VISTA 01
Planta Baixa 0
5
10
20
8.9 Maquete Eletrônica
FINAL FACHADA Vista da fachada do conjunto de prédios
FINAL PATIO Vista Interna do Pátio com abertura para a árvore e vista para o jardim vertical
FINAL CANIL ZOOM Vista detalhada dos canis e gatos
FINAL CANIL Vista dos canis e gatis de frente para o fundo do terreno
FINAL INTERNA Vista interna do prédio clínico. Corredor do centro cirúrgico e salas de internação.
Vista aproximada da fachada.
9
CONSIDERAÇÕES FINAIS 122
Chego à conclusão deste trabalho com a satisfação de ter me aprofundado em um tema pouco abordado na arquitetura, porém, de extrema importância principalmente no Brasil onde os números de abandono e maus tratos a animais crescem dia após dia. Tendo tido conhecimento e embasamento nestes 5 anos, a arquitetura mostra mais uma vez que tem o poder de integrar pessoas e pensamentos e que, se bem utilizada por seus frequentadores, atinge sua função com excelência. O objetivo da criação do Centro de Apoio Animal é causar em quem o visitar sensações tão humanas e tão animais ao mesmo tempo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 124
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127