Revista Benjamin

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EDITORIAL

Olhos novos para o novo primeira edição da Benjamin chega com a missão de criar um novo conceito de revista voltada para o público da terceira idade. Com um espírito jovem e alegre buscamos abordar temas que são de interesse do público acima dos 60 anos de maneira leve e inclusiva, fugindo de tudo aquilo que se entende como revista de idosos que muitas vezes tratam basicamente de temas relacionados a problemas de saúde. Abordando diversos temas como qualidade de vida, bem estar, comportamento, sexualidade, sonhos, previdência, queremos esclarecer questões, tirar dúvidas dos leitores, para que nosso trabalho seja cada vez mais útil, necessário e relevante para o público da revista Benjamin. Esperamos que vocês gostem! Com amor, A Equipe Benjamin.

Revista Benjamin

Ensaio Fotográfico: Stephany Mello

Equipe de diagramação: Ana Carolina Alves, Arte da capa: Isadora De Paula Beatriz Kuroki, Bruna Moura, Isabella Marão, José Miguel Toledo, Lenes Moreira, Stephany Jornalismo - 3º termo Mello e Yara Lombardi Jornalimo Impresso III Editores de diagramação: Responsável: Prof. Dr. Mauro de Souza Beatriz Kuroki e Stephany Mello Ventura Planejamento-Gráfico Editorial III Reportagens: Responsável: Prof. Pedro Santoro Zambon Ana Carolina Alves, Beatriz Kuroki, Bruna Moura, Isabella Marão, José Miguel Bauru Toledo, Lenes Moreira, Stephany Mello e Março de 2017 Yara Lombardi Expediente


Índice

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SejaBen

Pense Ben

viva ben

06 Viajar é o melhor remédio

19 A nova Previdência do Brasil

27 Saúde em primeiro lugar

09 Amar e Cuidar

21 Seu voto, sua voz

29 Adeus sedentarismo!

11 Palmirinha prova que a terceira idade pode ser conectada!

22 Me aposentei. E agora?

30 Dentaduras

23 Sonhar Uma renda além da aposentadoria

31 Os perigos da automedicação

12 Loucuras da terceira idade qualquer- idade! 15 A possibilidade do prazer 17 Amor sem limites

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25 Uma renda além da aposentadoria

32 Mais belas do que nunca


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Descubra ben

Acredite ben

Casa ben

33 Ela também foi feita para você!

47 Terikyo

58 Jardim, sim!

38 Locadoras digitais

Ben especial

Perfil ben

49 Vaidade

59 Como deixar a casa mais segura para você

41 Brasil: Um país formado pelo mundo

54 Superstições e crendices populares

43 Na dança, o segredo da vitalidade

55 O que é a vida para você?

60 Óleo de coco: herói e vilão 61 Colomba de Páscoa

45 Uma vida dedicada ao ser humano

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seja ben

Viajar

é o melhor remédio Viajar é a melhor opção para quem acabou de se aposentar e quer aproveitar o tempo disponível

Bruna Moura

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om a chegada da aposentadoria é hora de aproveitar o tempo livre para fazer coisas que nunca antes foram feitas, entre elas visitar aquele destino que sempre esteve nos seus planos, refazer alguma viagem que você gostou muito, tirar um tempo para si mesmo. O mercado de turismo se aqueceu muito nos últimos anos, principalmente por causa da procura por destinos específicos para o público da terceira idade. Fábio Ferreira que trabalha na agência Ponta Verde Turismo, nos contou que além da procura ser grande, os idosos são também fieis a agência. Para facilitar a escolha do destino é sempre bom procurar uma agência de turismo, contribuindo na formação do pacote e na escolha da viagem perfeita. “Eles preferem excursões, que já estejam com tudo incluso, assim não precisam se preocupar com nada, só curtir e relaxar a viagem”, disse Fábio. Com o aumento na procura de viagens, as empresas criaram várias opções de pacotes específicos para a terceira idade. Eles não querem apenas um lugar pra relaxar, gostam de aproveitar ao máximo tudo que a cidade, o hotel, o destino tem a oferecer. Segundo Fábio as viagens de navios são as mais procuradas na agência. “O navio Costa sênior, é voltado para o público da terceira idade. Ele possui atividades recreativas, e culturais, como exercícios físicos, dança exposição de arte, filmes e festas baseadas no publico que ele atende”. Além disso, o consultor de viagens nos deu dicas dos melhores e mais procurados destinos nacionais. Confira abaixo: 06


seja ben Destinos Nacionais Preferidos:

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Nordeste Os estados do Nordeste são alguns dos destinos mais procurados, com praias de areia branca, mar quente, artesanato local e ótima gastronomia. Natal no Rio Grande do Norte e Fortaleza no Ceará são os destinos mais procurados da região. Além das capitais, o interior litoraneo dos estados nordestinos se destacam pelas belezas naturais e praias desertas. Canoa Quebrada no Ceará é um exemplo desses oasis encontrados longe das capitais, e é considerada uma das praias mais bonitas do Brasil.

Canoa Quebrada - Ceará

Crédito: Divulgação

Serra Gaúcha

Serra Gaúcha

Crédito: Divulgação

Para quem prefere o frio, a Serra Gaúcha é uma opção a parte, Gramado foi uma das cidades mais visitadas por idosos em 2016. Paisagem natural, chocolate artesanal, excelentes vinhos e gastronomia local diferenciam a região. Durante o inverno a região serrana do Rio Grande do Sul possui programação diferenciada, com shows e festivais, lembrando assim a Europa.

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Foz do Iguaçu

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Foz do Iguaçu é uma cidade brasileira situada no estado do Paraná, sendo um grande local de turismo. Nada melhor do que ir pra Foz do Iguaçu, ver as belíssimas cataratas, dar um pulo no Paraguai para fazer umas comprinhas e depois ir para Argentina comer um belo de um churrasco. Considerada uma das 7 Maravilhas Naturais do Mundo, a paisagem é marcante e encanta a todos. É possivel ver Argentina e Paraguai em uma das sua localidades. Crédito: Arquivo pessoal

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Cataratas do Iguaçu


seja ben

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Caldas Novas Caldas Novas se encontra no estado de Goiás. É uma das opções mais baratas e fáceis. As águas quentes e terminais chegam aos 51 graus, e ajudam em tratamentos, além de serem ótimas para relaxar. Entre os beneficios das aguás terminais podemos citar a melhora da circulação sanguinia, o alivio de dores, a limpesa na pele e diminuição da pressão arterial. Caldas Novas

Crédito: Divulgação

Monte Verde Monte Verde em Minas Gerais é uma opção mais em conta para quem gosta de frio e quer viver a experiencia de frequentar um local com traços europeus. A cidade também possui um festival de inverno, com atividades culturais e recreativas, além de otima gastronomia com deliciosos chocolates. Crédito: Divulgação

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Monte Verde

Viagens de Navio Quatro ou mais dias de pura curtição e relax. As viagens de navio são ótimas, pois possuem tudo em um só lugar. Cassino, shows, piscinas, festas, atividade recreativas e uma vista de dar inveja a todos. A comodidade do café da manhã, do lanche da tarde, e do jantar incluso são perfeitas para quem só quer curtir sem se preocupar com nada. O Costa Sênior (navio voltado apenas para idosos), passa por cidades litorâneas como Santos, Búzios, Salvador e Ilha Bela. E é um sucesso de reservas. Crédito: Divulgação

Atividades no navio Sênior

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seja BEN

Amar e Cuidar

Netos criados pelos avós contam como é a relação e a convivência entre dois extremos de idade Lenes Moreira

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iversas razões levam avós a assumir a responsabilidade de criar seus netos, como dificuldades financeiras dos pais da criança, problemas de relacionamento entre o casal ou até mesmo falta de preparo psicológico e emocional dos pais para criar uma criança. Esse fatores fazem com que um numero cada vez maior de idosos tornemse responsáveis pela criação de crianças. Segundo dados do IBGE em 2010 3,5 milhões de crianças e jovens eram criados pelos avós. É possível perceber a partir desses dados que essa é uma tendência em crescimento.Segundo o mesmo Censo em 2000 existiam 2,8 milhões de crianças sob tutela dos avós e no Censo de 1990 esse número era de 2,1 milhões. Com números cada vez mais crescentes é preciso debater quais são as vantagens e desvantagens que esse modelo familiar pode trazer tanto para as crianças quanto para os idosos. Segundo a assistente social Maria Célia dos Reis, 48, responsável por acompanhar diversos casos como esses existem alguns pontos que precisam ser levados em consideração. Ela explica que a criação de uma criança é de responsabilidade dos pais e não dos avós. “Muitas vezes assumem a criação dos netos por causa da irresponsabilidade dos filhos, mas isso não é algo ideal. A criação de uma criança exige diversos fatores que vão além do financeiro, é uma atividade desgastante e que necessita de um condicionamento físico que muitas vezes uma pessoa que já passou dos 60 anos não tem mais”, diz.

“Ela me fez renascer sabe, é um tipo de amor diferente, é um amor mais maduro já que não é primeira vez que você cuida de um ser que depende de você pra tudo” 09

Crédito: Divulgação

Maria Célia ainda pondera que “Uma coisa que eu tenho observado em todos esses anos que acompanho de perto esse tipo de caso e que é entregue aos avós uma carga que talvez possa ser pesada demais para ser carregada”. Quando uma pessoa idosa assume a criação de uma criança existe uma série de problemas que precisamos pensar como por exemplo: E se por uma fatalidade esse idoso desenvolva alguma doença ou até mesmo venha a falecer quem se tornará responsável por dar continuidade a criação dessa criança já que os pais estão impossibilitados?. Mas apesar de todas dificuldades, um dos fatores que mais marcam esse tipo relação é o amor. Para Eloisa Fernandes, 63, que junto com o marido Moacir Nogueira, 67, são responsáveis pela criação da neta Virginia, de onze anos, apesar de todas as dificuldades o amor pela neta sempre supera tudo. “Quando a nossa filha engravidou da Virginia foi totalmente inesperado, a Camila (filha) não tinha nenhum preparo para cuidar de uma criança, já que tinha problemas constantes com depressão e bipolaridade”, conta. Ao assumirem a guarda da neta, Eloisa e Moacir começaram a entender as responsabilidades que viriam com criar uma criança próximo aos sessenta anos de idade. Para Moacir, existem coisas boas e dificuldades. “Uma vantagem é que por já ter sido pai uma vez já o que devo e não devo fazer, tenho uma noção de como criar uma criança, mas não vou mentir o fator idade pesa sim, quando você vai ficando velho perde o condicionamento físico e é difícil lidar com a disposição que uma criança tem e que muitas vezes a gente não tem mais”. Mas apesar de todas essa dificuldades Moacir e Eloisa contam que Virginia mudam completamente suas vidas. “Ela me fez renascer sabe, é um tipo de amor diferente, é um amor mais maduro já que não é primeira vez que você cuida de um ser que depende de você pra tudo”. Ele ainda ressalta outras vantagens. “A gente se sente mais estimulado, porque tem uma razão para levantar da cama todos os dias, talvez sem a Virginia


seja ben hoje eu estaria no bar bebendo com os meus amigos sem fazer nada de interessante”. Uma presença mais incisiva durante a criação dos netos pode trazer diversos benefícios tanto para as crianças, como para os idoso. É o que explica a psicóloga Fatima Cruz, 56. “Essa interação é muito importante pois pode ser uma troca mútua de experiências para ambas as partes, os avós ao ajudarem a criar a criança trazem consigo a experiência da idade e de já terem sido pais, e a criança traz aos avós a oportunidade de viver uma experiência parecida só que de maneira diferente”. Fátima ressalta que apesar dos benefícios existem pontos que precisam ser levantados, para ela, uma pessoa de mais idade já está em outro ciclo da vida e que muitas este ciclo pode não bater com o ciclo que é criar uma criança. “Os interesses e as necessidades de uma pessoa que vai criar uma criança aos sessenta anos são diferentes de pais de trinta ou quarenta anos e às vezes assumir essa responsabilidade torna-se um peso muito grande para o idoso”. Apesar de todos os problemas e dificuldades, o relacionamento entre avós e netos é marcado por um sentimento mútuo, o amor. Virginia, a neta de Moacir e Eloísa, os trata como pais e seu relacionamento com o casal é mais forte e de maior proximidade do que com os próprios pais. Segundo Fátima, apresentar esse tipo de comportamento é completamente comum já que a criança constrói os laços afetivos nos primeiros meses

de vida e na maioria das vezes se liga as pessoas que estão mais próximas dela nesse período da vida. E a necessidade de suprir esses laços afetivos faz com que o relacionamento entre avós e netos torne-se ainda mais próximo e íntimo. Mas idosos que assumem a criação de seus netos precisam compreender a necessidade de adotar uma postura mais firme no momento de educar e impor regras a criança ou adolescente para que os mesmos aprendam a obedecer. Fátima explica que esse papel que caberia aos pais precisa ser exercido por alguém, faz-se necessário entender que criar um neto possui as mesma responsabilidades. Eloisa destaca que a felicidade que Virgínia trouxe para sua vida é maior que todas as coisas e que mesmo com as dificuldades que enfrenta tudo no final é compensado pelo amor e carinho. “Ver a felicidade nos rosto dela, mesmo por coisas simples como uma boneca ou por uma roupa nova faz esquecer tudo, as noites sem dormir, as idas e vindas no hospital quando ela fica doente, o cansaço e as dores no corpo de ficar correndo pra lá e pra cá o tempo todo, nada disso importa quando eu vejo que ela está feliz”, relata. É importante ressaltar que todas essa histórias, todos esses relacionamentos são marcados por algo que transcende os problemas cotidianos e as dificuldades: o amor. Isso mostra como o afeto e o carinho são essenciais.

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“Uma vantagem é que por já ter sido pai uma vez já o que devo e não devo fazer, tenho uma noção de como criar uma criança” 10


seja ben

Palmirinha prova que a terceira idade pode ser conectada! Ela viu na necessidade de sustentar a família uma oportunidade de negócio moderno

Isabella Marão almira Nery da Silva Onofre é uma bauruense de 85 anos que construiu uma carreira na mídia como culinarista porque precisava sustentar as suas três filhas. Ela vendia doces e salgados quando começou a aparecer na televisão. Foi a partir de sua participação no programa de Sílvia Poppovic, em um quadro de mulheres que criaram os filhos sozinhas, que ela foi trabalhar com Ana Maria Braga e depois conseguiu seu próprio programa, na Tv Gazeta. Mais conhecida por Palmirinha, hoje ela é um ícone de representatividade da terceira idade na mídia e é convidada para aparecer em programas de televisão até vídeos de canais do YouTube.

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A revista Benjamin conversou com a querida vovó da televisão brasileira, que falou um pouco sobre como é conectada nas redes aos 85 anos e sua experiência com os novos meios digitais. B: Qual foi a coisa mais legal que seu trabalho na internet te proporcionou até agora? Como no momento estou fora da TV, é uma forma que eu tenho de informar as minhas amiguinhas o que ando fazendo. Não, eu comecei na televisão há 25 anos atrás. Eu já B: O que você acha que é mais diferente da época tinha 60 anos quando iniciei minha carreira televisiva. que você era adolescente pros dias de hoje? Minha neta Cintia foi a grande incentivadora para as Tudo é diferente. Na minha adolescência, por exemplo, redes sociais. Foi dela a ideia. quando você queria falar com alguém, tinha que B: Você sempre foi ligada sobre internet ou telefonar ou ir até a casa da pessoa, já que não era todo aprendeu com a prática? mundo que tinha telefone. As coisas eram muito mais Eu gosto muito da internet, acho que é uma forma de difíceis do que hoje, principalmente acesso a informação receber informação e também se comunicar muito que fosse longe de onde você vivia. eficiente. Eu tenho aprendido com minha neta. Ela B: Você acha que sua rede social te torna uma sempre me ajuda na hora de postar algo ou fazer um pessoa mais moderna? vídeo pelo Snapchat. Não, me torna mais próxima de outras pessoas. B: Você já sofreu preconceito por ter mais de 60 anos e ser popular na internet? B: O que seus amigos da sua idade falam sobre B: Você sempre foi famosa na televisão? De onde veio a ideia de entrar nas redes sociais?

você ser famosa?Eles apoiam? Não. Os meus amiguinhos e minhas amiguinhas sempre interagem comigo com muito carinho. Os meus amigos gostam de mim por se a Palmira que eles conhecem e não a Palmirinha da televisão. Às vezes B: Você tem até Snapchat! O que você mais gosta até eu fico surpresa com essa fama. de publicar nas suas redes sociais? B: Você gosta mais de trabalhar na TV ou na Coisas pessoais. Gosto de fazer videozinhos em casa internet? junto com a minha neta. B: E como são os seus seguidores? Vocês converEu gosto de trabalhar! Gosto muito de fazer televisão, sam bastante? mas tenho me divertido muito com a internet As minhas redes sociais são acompanhadas por uma também. equipe, pois eu não daria conta sozinha. Eles são sempre muito carinhosos comigo. 11


seja ben

Loucuras da

terceira- qualquer - idade!

Se você acha que já não tem idade para cometer umas loucuras, a gente mostra o contrário! Yara Lombardi

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seja ben

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uitas pessoas aguardam pela famosa terceira idade, pois acreditam que essa será uma época de sossego, tranquilidade e paz de espírito - mas nem pra todo mundo. Pra muitas pessoas, a chegada da terceira idade significa também a chegada dos tempos de realizar tudo aquilo que se quis e que com a vida sempre muito atarefada, foram desejos que colocados em segundo plano. Não é difícil encontrar pessoas realizando sonhos após os 60, como por exemplo, voltar a estudar, comprar um sítio, realizar uma viagem internacional… Mas e quando falamos de loucuras? Aquele desejo e sonho que jamais pode ser colocado pra fora na vida adulta, mas finalmente, pode ocorrer na vida idosa?

e quando falamos de loucuras? Aquele desejo e sonho que jamais pode ser exposto na vida adulta, mas finalmente, pode ocorrer na vida idosa? Nâo é difícil encontrar idosos fazendo sua primeira tatuagem, por exemplo. Jhonny Pescatori, proprietário da “Jhonny Tatto”, que está com um pézinho na terceira idade 59 anos - garante que não é difícil a chegada de clientes idosos

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loucos pela primeira tatuagem. “É muito comum maiores de 60 anos virem até o estúdio se tatuar. Um dia desses chegou um avô com seus três (3) netos, pronto pra sua primeira tatuagem. E o mais legal foi que foram os netos que deram de presente pra ele!”, conta. Jhonny garante que nos dias atuais, o preconceito com quem é tatuado diminuiu muito e isso não precisa ser uma preocupação com quem vai se tatuar: “Quando comecei a tatuar, nos anos 80, a maioria dos meus clientes eram punks e skin heads (termo para um movimento cultural do rock com início nos anos 60), hoje em dia, até pais de famílias gostam e querem marcar o corpo com algo importante pra eles”. Sobre os cuidados especiais que idosos devem ter ao se tatuar, Jhonny garante que eles sempre se saem bem, por terem mais experiência e saberem se cuidar melhor, e que não há nada de especial “Os maiores cuidados são especialmente na hora de se fazer a tatuagem. A pele do idoso é mais sensível, por isso todo tatuador deve ser mais delicado, e tomar cuidado com a velocidade em que a tatuagem é feita”. Sobre a cicatrização, Jhonny indica que principalmente idosos com diabetes e problemas de cicatrização da pele, tomem maior cuidado e consultem até mesmo um dermatologista.

Cuide bem! A tatuagem requer cuidados especiais! - Higienize bem: a limpeza evita futuras infecções! Sabonetes antisépticos são bem vindos. - Não exponha o local ao sol: o calor pode interferir na cicatrização. Evite exposição solar no primeiro mês. - Não tire “casquinha”: é normal a tatuagem soltar algumas cascas nos primeiros dias. Deixe que elas saiam normalmente! - Evite alimentos gordurosos: sua alimentação também pode interferir diretamente na cicatrização! Procure alimentar-se bem, com alimentos nãogordurosos

“É muito comum maiores de sessenta anos virem até o estúdio se tatuar. Um dia desses chegou um avô com seus três netos, pronto pra sua primeira tatuagem. E o mais legal foi que foram os netos que deram de presente pra ele”


seja ben

E o paraquedas? Outra loucura, também cogitada por muitos idosos é o famoso - e cheio de adrenalina salto de paraquedas! Essa loucura pode ser mais temida entre os idosos, mas não deixa de ser uma opção procurada. Kelly, professora de paraquedismo na Escola de Paraquedismo de Boituva, garante que idade não é problema: “Não temos limite de idade para o salto, a única questão é estar bem com a saúde”. Se você tem todos seus exames, principalmente o de coração, em dia, não há porque temer! E quanto a estar bem com a saúde, a única recomendação, como com qualquer pessoa que vá saltar, é se consultar com um médico de confiança e garantir que todo o corpo - principalmente o coração - estejam em dia pra aguentar tamanha emoção que é um salto de paraquedas!

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Se você tem alguns medos como “e se o paraquedas não abrir?” ou “e se eu passar mal em cima?”, não se preocupe. Tudo isso é facilmente selecionado e indo saltar com profissionais de confiança e capacitados, os problemas que você pode enfrentar em queda livre são mínimos! Conheça alguns relatos de quem já passou por essa experiência e só tem a recomendar!

“Saltar de paraquedas foi com certeza uma das melhores e mais certas decisões que tomei na vida. não há uma inesquecível forma de começar o ano.A sensação? INDESCRITÍVEL. O medo? Ele desaba junto com a sua queda livre que é memorável.” karina abel

ELES APROVAM! “Quis fechar o ano realizando um dos meus: saltar de paraquedas! Foi uma experiência única, sensação maravilhosa e o medo??? O medo passou longe!! Saltei com o Guga, gente boa pra caramba, e toda a equipe estão de parabéns! Com toda certeza irei voltar e sentir mais uma vez a “Um dos melhores momentos da minha vida!” emoção de estar nas nuvens.” Fabiano Araújo Isabela Cristine Nogueira

“Não temos limite de idade para o salto, a única questão é estar bem com a saúde”.

Você Sabia? 3.600m Em um salto, o paraquedista pula do avião quando ele atinge cerca de 3.600 melhors de altitude. O paraquedas se encontra todo dobrado na mochila.

O paraquedista chega a atingir 200km/h em um salto!

200km/h

1.500m O paraquedas só é aberto quando a altura chega a 1.500m do chão, após 45seg de queda livre!

Com o paraquedas aberto, o voô atinge cerca de 30km/h. Tranquilo, não é?

30km/h

E aí, vai encarar? 14


seja ben

A possibilidade do prazer Não existem limitações para a terceira idade, até mesmo se a vontade de ter uma vida sexual ativa existe

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inda um tabu, o sexo na terceira idade é possível e tem grandes vantagensViver uma vida plena na terceira idade é possível. Uma alimentação saudável, a prática de exercícios físicos regulares e consulta a médicos frequentes são atitudes essenciais para se manter uma vida de qualidade, e por que não… uma vida sexualmente ativa? O sexo na terceira idade por muitas vezes pode ser considerado um tabu, já que pouco se fala sobre o assunto nas mídias e muitos idosos sentemse envergonhados em se consultar com profissionais da saúde para falar sobre o assunto. Isso dificulta o acesso à informação e aos cuidados necessários quando falamos de atividade sexual recorrente.

Ainda é tempo! É importante lembrar que a sexualidade não acaba com a chegada da terceira idade. Devemos sim levar em conta as mudanças físicas, psicológicas e sociais, mas tudo isso envolve uma vida de adaptações, e não uma vida sem sexo ou sem prazer.

reposições hormonais podem ser a solução e muitas mulheres relatam ter vida sexual ativa e com muito prazer O corpo demonstra sinais de que não está preparado para a vida sexual – no caso das mulheres, a diminuição da libido, no caso dos homens, a dificuldade de ereção -, mas tudo isso é um processo natural do corpo humano. Assim

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como muitos idosos não sentem mais a mesma disposição e força ao praticar esportes, já que o corpo não responde aos estímulos da mesma maneira, quando se trata do sexo na terceira idade, há uma considerável diminuição na taxa hormonal corpórea, o que é capaz de causar dificuldades no momento do ato. A psicóloga clínica, especialista em sexualidade humana, Tatiana Leite, afirma que nenhuma dessas causas é moti-

vo para se dar fim a vida sexual “A falta de libido sentida por muitas mulheres durante a menopausa não necessariamente será o fim da sua vida sexual.” Ela explica que reposições hormonais podem ser a solução e que, após essa fase, muitas mulheres relatam ter vida sexual ativa e com muito prazer. Já no caso masculino, vários dos problemas de ereção podem estar ligados a problemas de saúde como diabetes, hipertensão e depressão – essas doenças, assim que tratadas, podem devolver ao paciente uma vida sexual satisfatória.


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Cuidados especiais

Viva a vida!

Assim como em qualquer outra fase da vida, as limitações para ter-se uma vida sexual plena e saudável podem surgir. Exames e acompanhamento médico são indispensáveis. Apesar disso, alguns cuidados devem continuar os mesmos dos jovens: o uso de preservativos. Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 2% da população idosa é portadora do vírus HIV, o que significa que 5.500 idosos têm a doença.

Viver uma vida plena na terceira idade é possível. O envelhecimento envolve mudanças físicas, psicológicas e sociais, ou seja, envolve adaptações. Para ter uma vida sexual satisfatória, em qualquer fase da vida, é preciso estar conectado com você mesmo, ter o prazer de sentir-se feliz com quem você é e com suas escolhas. Sexualidade não se limita ao ato sexual: envolve carinho, amor, cuidados, cumplicidade e companheirismo. A idade traz a maturidade e porque não a simplicidade? O acompanhamento médico é essencial, mas ele não é tudo. Realizar atividades físicas, uma boa alimentação, descobrir um hobby, buscar um

“Tabus, falta de informação e campanhas para o uso de preservativos para esse público os colocam na zona de risco, já que muitos desconhecem a importância da prevenção.” A psicóloga justifica esses números pela falha na informação que chega à população idosa “Tabus, falta de informação e campanhas para o uso de preservativos para esse público os colocam na zona de risco, já que muitos desconhecem a importância da prevenção.”, afirma a profissional. A população idosa não deve se esquecer de que está suscetível a qualquer doença sexualmente transmissível e deve se proteger no momento da atividade sexual.

sentido à vida e ao que se dá prazer de uma maneira leve e libertadora é o caminho para a uma vida ativa – não apenas sexualmente.

Realizar atividades físicas, uma boa alimentação, descobrir um hobby, buscar um sentido à vida e ao que se dá prazer de uma maneira leve e libertadora é o caminho para a uma vida ativa – não apenas sexualmente.

A pílula azul

Para muitos idosos, o surgimento do viagra em 1998 significou a retomada da virilidade. Muitos deles dividiram experiência com mulheres mais jovens, quase sempre, sem proteção. Em consequência disso, a incidêndia de Aids em 1997 (ano anterior ao lançamento do viagra) e 2002, subiu 50% entre os homens acima dos 60. O uso da pílula deve ser feito somente sobre prescrição médica, observando os riscos e fazendo exames regulares.

Sexualidade não se limita ao ato sexual: envolve carinho, amor, cuidados, cumplicidade e companheirismo.

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Seja ben

Amor sem limites A velhice solitária e inativa não é mais considerada uma opção. Eles querem é redescobrir as possibilidades do amor!

Yara Lombardi ecília é uma senhora de 83 anos, em seu terceiro relacionamento amoroso duradouro. A vida não foi fácil para Cecília, que viu dois grandes companheiros partirem. Mas a fé, a força e o amor, acima de tudo, fizeram com que Cecília jamais desistisse e sempre buscasse por mais. Essa é apenas uma das histórias que pretendemos contar aqui. Essa é a história de como o amor, em todas suas fases, níveis e experiências, vale a pena. A idade pode limitar muitas coisas: atividades físicas intensas, ficar em pé por muito tempo em alguns lugares, a visão e audição, mas não os sentimentos. A capacidade de um adulto ou idoso sentir, pode ser tão significante e intensa quanto a de um jovem. Quando falamos do amor na terceira idade, imaginamos casais que estão juntos há muitos anos. Mas muitas vezes, esquecemos que o amor está além dos casais: o amor vai atè pessoas que perderam seus parceiros, são viúvos e de, alguma forma, encontraram uma maneira de seguir a vida, sozinho ou com outros parceiros - como aconteceu com Cecília. O amor vai até pessoas que jamais se casaram, mas que se amam, até pessoas que jamais encontraram um par, mas são felizes da mesma maneira.

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o amor vai atè pessoas que perderam seus parceiros, são viúvos e de, alguma forma, encontraram uma maneira de seguir a vida A história de Cecília é real. Aos 24 anos, casou-se pela primeira vez em uma união feliz e intensa, até perder o marido aos 49 anos. Viúva, Cecília de alguma forma continuou a vida e três anos depois, aos 76, encontrou um novo ombro pra encostar a cabeça e os problemas da vida. Um senhor, também viúvo, fez parte da vida e da convivência 17

de Cecília por 18 anos, em meio a namoros e uma casa juntos. Como a vida muitas vezes não é justa, a senhora perdeu pela segunda vez seu companheiro, dessa vez, para o câncer. Cecília afirma que passar pela perda de dois amores queridos não foi fácil. O processo de luto é sofrido e muitas vezes chegou a pensar que a vida para ela, alí, tinha terminado. A rotina muda e o período de adaptação pode ser doloroso. A história foi um pouco diferente com Olavo e Antonia. Casados há 61 anos, o amor e o respeito sempre foi a base da relação “Coleciono ao lado de antonia momentos do casal que já agrega um time e uma vida preciosa. jamais trocaria qualquer coisa” Olavo de 3 filhos e 7 netos. “Quando nos conhecemos éramos muito jovens, eu tinha apenas 13 anos e ele 20. Mas, e o que aconteceu com Cecília? Hoje, aos 81 anos, Cecília encontrou seu terceiro e mais novo amor. Se conhecem em um dos bailes que Cecília jamais deixou de frequentar. Ela possui um relacionamento saudável e compartilha sua vida com um senhor de 63 anos.

Naquela época isso era natural, e depois de 4 anos de relacionamento, nos casamos”, conta Antonia, que admira o marido pela força de vontade de sempre ter corrido atrás dos desejos da família. Os dois, até hoje tomam conta de uma loja de roupas no centro da cidade de Bauru e trabalham de segunda à sábado sem perder nenhum dia de emprego. O verdadeiro orgulho do casal é ter conseguido passar para os filhos e netos, a força de vontade de jamais desistir daquilo que se quer. Ver 2, dos 3 filhos formados na faculdade e todos encaminhados para uma vida bem sucedida, fez eles elegerem o casamento tão duradouro como um verdadeiro sucesso.

ADMIRAÇÃO E RESPEITO SÃO O SEGREDO!

não deixam de fazer nada que qualquer casal, de qualquer idade faria: saem juntos para bailes, festas, cozinham e se divertem juntos e acima de tudo e vivem um relacionamento saudável Não tendo planos para se casar, cada um mora em sua respectiva residência, mas não deixam de fazer nada que qualquer casal, de qualquer idade faria: saem juntos para bailes, festas, cozinham e se divertem juntos e acima de tudo e vivem um relacionamento saudável que só tem retorno positivo na vida de ambos. “A companhia de um outro alguém com os mesmos calos e experiência pode nos rejuvenescer a níveis que nem imaginamos”, afirmou a senhora. Achar um(a) companheiro(a) querido, carinhoso e compreensivo na terceira idade pode ser parte fundamental para se passar uma velhice feliz, confortável e confiante.


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pense ben

A nova Previdência no Brasil Saiba mais sobre a proposta do governo para as reformas nos direitos dos aposentados

Com as mudanças propostas por Temer, você pode se aposentar ainda mais tarde

José Miguel Toledo

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aumenta abusivamente o tempo necessário de contribuição e a idade mínima para que se obtenha os benefícios da aposentadoria integral. A PEC 55 já foi aprovada pelo Congresso Nacional em dezembro do ano passado, enquanto a reforma da Previdência encontra resistência por parte dos sindicatos e alguns outros setores da sociedade. Ela está em trâmite de votação e deve ser descutida pelo Poder Legistlativo antes de ser sancionada por Michel Temer. O governo pretende aprovar definitivamente as novas regras da Previdência ainda no primeiro semestre do ano.

ma severa crise econômica atinge o Brasil desde 2014, tendo sido acentuada em 2015. Ela ajudou a desencadear uma crise política que desgastou o segundo mandato da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e culminou na cassação de seu cargo pelo Senado Federal. Desde então, assumiu o governo seu vice, Michel Temer (PMDB), que até agora não conseguiu estancar a crise, ainda que essa tenha sido sua principal promessa quando se efetivou presidente. O novo governo, entretanto, desde então vem adotando medidas impopulares e polêmicas que Opinião do especialista atingem agressivamente os O historiador Prof. Dr. trabalhadores e setores frágeis do Maximiliano Martin Vicente, Estado brasileiro, como a saúde e a especialista em História Social, educação. As principais propostas discorre uma breve análise do apresentadas pela equipe de contexto da reforma da Previdência, Temer foram a PEC 55 e a reforma elucidando o que está por trás das da Previdência. A primeira limita intenções do governo Temer e os gastos públicos por um período como isso pode afetar o cotidiano de 20 anos, enquanto a segunda do trabalhador brasileiro. “A

Foto: Senado

resposta para entender o porquê do governo ter escolhido justamente a Previdência para sofrer tal reforma é fácil e difícil. Fácil porque é um dos setores que provoca mais gastos no governo e se se adia a entrada de pensionistas obviametne haverá redução de gastos”. O outro lado também é explanado pelo professor. “Difícil porque quem contribui não é responsável e sim quem administra”, pontua o pesquisador. No comparativo com o governo de Dilma Rousseff, Maximiliano é categórico nas diferenças ideológicas entre ambos os presidentes. “Temer encara os aposentados como gastos, ou seja, privilegia a questão monetária. Já o governo Dilma nem sequer cogitava a possibilidade de mexer com os direitos dos mais necessitados, ou seja, considerava os gastos como obtenção de direitos que devem ser cumpridos”, conclui o historiador.


pense ben

A voz do trabalhador Trabalhando sem registro desde a adolescência. Essa é a rotina de muitas pessoas que viveram em outra época, em que a necessidade de se prover um lar era básica desde pouco depois do final da infância. Mas hoje, as consequências surgem para pessoas como Roberto Vaz, 49, trabalhador autônomo do ramo de funilaria e pintura de automotivos. “Se a reforma ainda se arrastar por mais um tempo, eu consigo ficar com o benefício da transição, mas se ela logo sair, vou ter que trabalhar mais do que o dobro do tempo que eu deveria. É complicado porque a gente já tá cansado de fazer um serviço braçal, enquanto os deputados e senadores vão continuar com as regalias para um trabalho que não exige esforço físico”, conclui o profissional. Até mesmo as condições insalubres de trabalho enfrentadas por Roberto não deverão contar tantos pontos assim na hora que o trabalhador buscar a aposentadoria, aos olhos dos analistas.

Como está? Idade mínima para aposentar: 65 (homem); 60 (mulher) no setor privado,doméstico e autônomo. Para trabalhador rural, Quem se 60 anos.

aposenta por idade mínima precisa contribuir por pelo menos 15 Para obter anos os benefícios

integrais, é necessário a soma da idade com o tempo contribuído ser de 85 (mulher) e 95 (homem)

É possível acumular pensão por morte e aposentadoria ao mesmo tempo

A idade mínima para todos, homens e mulheres, será de 65 anos, sujeito a aumento

A aposentadoria por idade precisa de pelo menos 25 anos de contribuição

Pelos novos cálculos, o beneficiário integral deverá ter no mínimo 65 anos de idade e 49 de contribuição

O acúmulo não poderá mais acontecer e o beneficário terá que optar por um benefício

Como pode ficar? E o trabalho insalubre? O tempo de idade mínima e de contribuição para trabalhadores em condição insalubre de serviço também sofrerão ajustes drásticos. As normas para esses setores ficarão mais duras e complicarão a obtenção desses benefícios. “Existe já uma regulamentação para esses trabalhadores que operam em áreas de risco, mas como a reforma pode aprovar medidas mais duras, poderá alterar a situação e tornar a vida do conjtribuinte desses setores mais complicada”, afirma Maximiliano. As exceções até o momento são os militares e os políticos. “Até agora só foi elencado o setor militar que não perderia nenhum direito, mas há sim alguns segmentos que não seriam prejudicados, a começar pelos deputados e senadores que ainda mantêm privilégios sobre o resto da população trabalhadora”. 20


pense ben

Seu voto, sua voz! Exercer sua vontade na festa da democracia brasileira pode ser sua arma mais forte

José Miguel Toledo

E

mbora haja controvérsia quanto à obrigatoriedade do voto no Brasil, este ainda é uma realidade, ainda que existam algumas exceções na Constitiuição. É o caso de menores de 16 e 17, e a partir dos 70 anos. Entretanto, a importância de exercer o direito democrático de ter a sua opinião quanto ao futuro do País respeitada fortalece não só seu papel de cidadão, mas também a própria democracia, algo considerado como frágil e recente no Brasil. Sob certo olhar, os anos de chumbo da ditadura militar estão distantes do tempo presente, em que se perpetua uma democracia delicada, cheia de altos e baixos, marcada por inúmeras interrupções abruptas de governos (como Tancredo Neves, morto em 1985, em pleno mandato; Fernando Collor, que renunciou durante processo de cassação em 1992; e o processo de impeachment sofrido por Dilma Rousseff em 2016). Para que tivéssemos o direito de eleger nossos representantes no Executivo e Legistlativo a cada dois

anos, muitos sofreram torturas e represálias durante o período negro da nossa História (1964-1985). e é em razão de um direito pleno de gozar a nossa liberdade de expressão e de satisfação (ou de insatisfação) com governantes e parlamentares é que algumas pesoas, mesmo após atingirem a idade para a opção do voto facultativo, seguem em busca de lutar pelo que acreditam. É o caso de Jeanette Martins, 74, dona-decasa e que não deixou de participar da eleição municipal de 2016. “Estamos em uma democracia praticamente corrompida por um expressivo número de representantes governamentais. As denúncias de propinas, corrupções, rombos nos orçamentos, fraudes, má aplicação de recursos públicos amedrontam o povo brasileiro”, explica Jeanette, com plena consciência social dos

Crédito: Agência Brasil

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problemas endêmicos assolados ao sistema político brasileiro. “A corrupção gerou uma crise política e social. A saúde abandonada; a educação, ignorada; a segurança, mínima. Empregos diminuindo, deliquência aumentando e as prisões cada vez mais superlotadas”, continua a entrevistada. Mesmo com tantas decepções e lamentos a se fazer sob nossa política, Jeannete não deixa de exercer seu direito ao voto. “O voto é um direito do cidadão, mas para mim é um dever patriótico, principalmente em época de crise. Preciso registrar o meu descontentamento procurando eleger pessoas dignas”. Uma das maneiras encontradas por Jeannete para mostrar suas críticas e o que acredita está na participação ativa em protestos de rua contra a corrupção e a favor de melhorias, outro direito que nos foi privado por anos e que hoje, em plena era tecnológica, é cada vez mais acessível.


pense BEN

Me aposentei.

E agora?

Se você gosta de aprender coisas novas e não consegue permanecer quieto, essa matéria é pra você! Beatriz Kuroki

A

rtesanato, culinária, patchwork. Essas são apenas algumas das atividades que muitos aposentados realizam para não ficarem parados ou até mesmo para fazerem um dinheiro extra, complementando a aposentadoria que recebem. A adaptação de alguém que trabalhou a vida inteira não é das coisas mais simples, considerando que antes acordava todos os dias com uma rotina já pronta, agora podendo levantar-se a qualquer hora e não tendo muita coisa para fazer, preenchendo as horas do dia. Luli Imanisi viu no patchwork um escape para, além de ter algo que gostasse de fazer, também a ajudaria a não cair em depressão, algo que sempre teve muito, pois sempre considerou a si mesma uma workaholic (viciada em trabalho). “Quando faltava 1 ano para me aposentar, iniciei um curso de patchwork. E na verdade, acabei tendo “isso” (depressão), mas o artesanato me ajudou muito!” contou Luli. O artesanato que se iniciou como um hobby por fim se tornou um trabalho. Ela explica que “Nunca tive intenção de fazer negócio com isso, só que bastava passar em frente à um armarinho ou lojas de tecido que o meu salário ficava lá! Então pra não ter prejuízo, comecei a vender para desovar”. Entretanto depois de algum tempo e de algumas encomendas que foram se tornando muitas, Luli disse que não via mais sentido naquilo, pois acabava se estressando, deixando de lado seu hobby preferido da época. Hoje, está com uma vida social mais ativa, praticando pilates, exercícios com bicicleta ergométrica, caminhadas e frequenta um espaço de vida saudável, onde “despeja” suas conversas.

Uma recente pesquisa feita pela Universidade da California, Berkeley, apontou que tanto o artesanato quanto outras atividades motoras e que ativam a função cognitiva, como leitura e a escrita, tem ajudado na melhoria da qualidade de vida das aposentados. O principal fator se deve ao exercício feito pelo cérebro, evitando demências e melhorando a memória. Um outro caminho é voltar aos estudos, como fez Kayoko Golshan de 53 anos, quem teve que trancar o curso de letras que fazia na PUCC – Campinas ainda jovem por diversos motivos, e desde então planejava retornar aos estudos. “O tempo foi passando e a idade foi avançando, e a lição que fica é não esperar oportunidade e sim criar prioridades. Não temer barreiras ou obstáculos e sim enfrenta-los” disse. Teve todo um apoio e incentivo da família e, hoje, cursa bacharelado em administração de empresa no centro universitário SENAC – EAD. Para aqueles que estão se aposentando agora e possuem esse medo de ficar o dia inteiro sem o que fazer, procurem grupos em suas cidades, descubra uma nova paixão, seja ela dentro do artesanato, dos estudos, da culinária ou até mesmo atividades de clubes como saunas, jogos, entre outros. Luli deu uma dica, dizendo para fingir que os dois primeiros meses são férias, aproveitar o tempo livre ao mesmo tempo já ir se programando para não ficar parada. Terminando a entrevista toda feliz, pois será avó pela segunda e terceira vez, já que duas de suas filhas estão grávidas, “agora terei uma atividade muito mais responsável e legal! Curtir os netos!”

Luli Imanisi

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pense ben

Sonhar

Crédito: Divulgação

Na terceira idade muitos idosos buscam realizar sonhos deixados de lado durante a juventude Lenes Moreira

A

o chegar aos sessenta anos muitos idosos tem como desejo aproveitar a vida e retomar sonhos do passado, que por diversas razões foram deixados de lado. O período é considerado ideal já que nessa fase muitos já se aposentarem e não tem outras responsabilidades como a criação dos filhos. Seja uma nova profissão, um hobby, esporte, viajar, voltar a estudar ou até mesmo uma maneira de ocupar o tempo ocioso, não existem limites para os desejos e para a vontade de viver novas experiências. Muitas vezes os sonhos e desejos são esquecidos em decorrência de diversos problemas além das obrigações e responsabilidades como destaca a psicóloga Fátima Cruz, 56. “A maioria das pessoas que recomeçam a vida após os sessenta anos ou que buscam alcançar algum sonho tem como objetivo principal corre atrás de algo que foi reprimido ou deixado de lado durante a maior parte da vida, seja porque essas pessoas precisam trabalhar, precisam cuidar de filhos além de diversos outros motivos”. 23

Maria Lúcia, 67, é um desses exemplos quando seu primeiro filho, Marcelo, 46, nasceu ela tinha apenas vinte anos. Após o nascimento do filho todos os seus planos mudaram e a vida passou a girar em torno do filho, explica. “Quando o Marcelo eu tinha pouco tempo de casada, tinha vontade de fazer pedagogia e ser professora, mas tive q adiar esse plano para cuidar dele já que meu marido trabalhava fora e não podia contar com a ajuda de outras pessoas para cuidar dele, além disso quando o Marcelo tinha uns três anos tive meu segundo filho Ricardo e aí tudo ficou mais difícil ainda”.Oito anos atrás após a morte repentina do marido Maria viu-se em um estado grave de depressão. Para que melhorasse seus filhos a incentivaram a buscar novas atividades que a auxiliassem a sair do quadro depressivo. Foi então que o desejo de voltar a estudar renasceu e fez com que tivesse um novo objetivo de vida. “Meus filhos me apoiaram sabe, até me ajudaram a pagar o curso, e foi muito bom pra mim, nunca pensei q na idade em que eu estava e depois de tanto tempo conseguiria voltar a estudar”.


pense BEN A chance de voltar a estudar trouxe a Maria Lúcia uma nova motivação e um novo objetivo para sua vida que foi muito importante para que percebesse como é possível ser feliz após os sessenta. “Quando eu era jovem só pensava que nessa idade estaria quieta descansando, cuidando da minha casa, dos netos e assistindo teve, mas descobri que a idade não limita a gente a fazer outras coisas e que tentar algo novo sempre é uma ótima oportunidade de descobrir coisas que talvez a gente goste”. E temos Zilda, 65, que após vinte e cinco de casada resolveu se separar para viver um novo amor. Ela conta que o medo e a preocupação com o que poderia acontecer sempre surgem quando se toma uma decisão tão grande como essa. “Claro que a gente sente medo, imagina depois tanto tempo casada eu decidi me separar, muita gente me questionou por que iria fazer isso se já estava casada há tanto tempo, mas eu sentia que precisava fazer isso por mim”. Segundo Fátima Cruz o principal motivo que faz com que as pessoas não corram atrás de seus sonhos e desejos é o medo. “O medo na grande maioria das vezes paralisa a pessoa e impede que ela crie coragem para buscar aquilo que ela deseja, mas isso é totalmente compreensível todos nós temos medo de encarar o desconhecido, de trocar algo concreto e que na maioria das vezes esta dando certo

por algo novo que nunca se sabe se poderá dar certo, já que toda ação existe a possibilidade de erro”. Mas no caso Zilda o medo e a insegurança não foram maiores que a vontade de mudança e de buscar algo novo para sua vida, ela conta que o principal motivo para tomar essa decisão foi o desejo de viver um novo relacionamento amoroso. A chance de começar algo novo fez com que a vida de Zilda mudasse completamente e que todo um leque de oportunidades se abrisse em uma fase que ela achava que nada mais poderia acontecer. “A gente sempre pensa que nessa idade não vai fazer mais nada e que tudo já aconteceu, mas do nada descobri que tem muita coisa que eu ainda não vivi e que quero viver e agora que meus filhos já são crescidos e independentes posso pensar mais em mim mesma, já que quando a gente tem filhos pequenos só pensamos neles”. Novas experiências como as vividas por Maria Lúcia e Zilda são muito importantes para que pessoas da terceira idade descubram que a vida não acaba aos sessenta anos e que essa idade é apenas mais uma fase da vida como qualquer outra como ressalta Fátima. “Uma coisa que vemos frequentemente na mídia é a velhice sempre sendo relacionada a doença, maustratos, coisas que infelizmente acontecem, mas acho que é necessário mostrar também um outro lado com idosos saudáveis e felizes que vivem muito bem

mesmo com o avanço da idade”. A principal barreira a ser quebrada na atualidade em relação a velhice é o preconceito, principalmente aquele em que o idoso é tratado como indivíduo sem capacidade em decorrência da idade. Esse tipo de preconceito talvez seja o que mais impede que idosos corram atrás de sonhos e objetivos, como por exemplo, um novo emprego. Muitas vezes um idoso precisa trabalhar mesmo após se aposentar para complementar sua renda familiar, mas tem grandes dificuldades para se reinserir no mercado de trabalho devido a idade. Fatima Cruz ainda pontua outras questões que são pouco debatidas, mas que precisam: “Atualmente nos não temos uma sociedade, nas suas mais diversas esferas, preparada para acolher esse novo idoso que é uma participante ativo da vida social, nós ainda temos aquele imagem das pessoas velhas em casa, assistindo televisão, fazendo crochê ou jogando xadrez na praça, mas precisamos compreender que isso mudo e que agora esses indivíduos ocupam um espaço mais ativo e relevante na sociedade”. Esse entendimento faz-se extremamente necessário para que seja pessoa proporcionar um melhor ambiente para o convívio social e para que os sonhos e objetivos dessas pessoas possam ser concretizados sem nenhum tipo de barreiras ou medos de viver.

“A gente sempre pensa que nessa idade não vai fazer mais nada e que tudo já aconteceu, mas do nada descobri que tem muita coisa que eu ainda não vivi e que quero viver” Crédito: Divulgação

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pense ben

Por que os aposentados ainda trabalham? Ajudar a família (9,3%)

aposentadoria Trabalhos ainda exercidos por pessoas aposentadas e Sentir-se produtivo (19,1%) os motivos delas ainda pertencerem ao mercado

Beatriz Kuroki

O

tempo de contribuição já foi pago, a idade já chegou, e junto com ela, a aposentadoria. Alguns sonham com esse momento para, finalmente, descansarem, curtirem suas vidas sem correr atrás dos compromissos do dia, já outros, pelo lado contrário, não se sentem ainda dispostos à viver apenas com o dinheiro do benefício. É o caso da professora, Maria Helena Leonardi de 61 anos, aposentada há 12 anos pelo estado e há três anos pelo INSS. Maria Helena iniciou sua carreira como professora em 1978, em uma escola pública estadual de segundo grau na cidade de São Paulo e desde então nunca mais deixou a sala de aula. Atualmente, ela exerce seu trabalho entre escolas públicas e particulares na cidade de São Roque, além de atuar como orientadora educacional, área em que enxerga “muitos frutos a serem colhidos” de acordo com suas próprias palavras. Maria Helena explica que as vantagens de continuar trabalhando se referem à sua própria personalidade. “Preciso estar sempre desafiada, e apesar de ter 61 anos, gosto muito de estudar e não me vejo desta forma” explicou o por que de ser tão apaixonada pela carreira que escolheu. E um outro motivo de ainda estar atuando dentro de instituições educacionais, é que o estudo e o contato diário com pessoas mais jovens são muito importante para ela. Entretanto, a maioria dos aposentados, que ainda estão no mercado de trabalho, apresenta um pensamento positivo sobre 25

Renda insuficiente

fonte: SPC Brasil e CNDL

Uma renda além da

Ocupar a mente (23,7%)

a situação. Não se importam de terem que trabalhar mais alguns anos para ajudar a família ou ajudar na própria renda fornecida pela aposentadoria, por exemplo. Dentre elas, uma boa parte se sente orgulhosa, enquanto a outra se sente satisfeita. Já, por outro lado, os que se encontram com sentimentos negativos às atividades, se dizem indignados com a situação, e outros reclamam do cansaço da vida rotineira. A situação de Frank Ball Jr. se encaixa no primeiro grupo, que se sente satisfeito e orgulhoso do trabalho exercido até os dias atuais pósaposentadoria. “Eu imagino que tenha uma razão do porque chamam de tocar música e não de trabalhar música. Eu gosto muito, quando é certo, é muito bom, como nada visto antes. Eu ganho dinheiro fazendo isso, mas nunca tem sido sobre dinheiro”. Disse o músico que está aposentado há 20 anos, mas ainda continua firme em sua carreira de 52 anos como guitarrista. Frank acrescentou dizendo que uma das maiores vantagens de continuar o trabalho depois de aposentado é que torna a vida dele mais interessante e ele está sempre ansioso para seus shows. Ainda que as vantagens de continuar trabalhando após a aposentadoria sejam amplas, é preciso ficar atento a alguns benefícios que esses trabalhadores possam vir a perder. Por exemplo, a exclusão do auxílio-doença, que em casos de acidentes ou enfermidades no trabalho, a empresa irá cobrir apenas até o décimo quinto dia de licença médica remunerada, a partir do 16º dia de afastamento, o aposentado-trabalhador receberá apenas a aposentadoria.


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viva ben

SAÚDE EM PRIMEIRO LUGAR Dieta balanceada e atividade física podem ser seus maiores aliados para uma vida mais plena e duradoura José Miguel Toledo

M

uitos problemas de saúde podem ser evitados de uma maneira muito simples e prática, adotando um novo estilo de vida. Os alimentos que consumimos está muito ligado às respostas que nosso corpo pode manifestar, e para tanto, devemos escolher com muito cuidado o que vai para o nosso prato. Saiba mais sobre algumas das principais doenças que podem ser evitadas ou controladas através de uma boa alimentação.

• Diabetes A famosa doença que consiste na alta quantidade do nível de glicose no sangue é um problema grave se não tratado. “Muitos são os fatores de risco, como sedentarismo, obesidade, familiares de primeiro grau com a doença, níveis pressóricos elevados, colesterol e triglicérides acentuados”, pontua o médico Ednelson Lemes. O importante é não se descuidar em nenhum momento, já que, se não tratado, o diabetes pode ter consequências graves. “Diabetes pode levar a doença renal, principalmente afetando a capacidade de filtragem, à má circulação em membros inferiores e pés, a doença arterial periférica, levando como consequência a amputação de membros, à cegueira e a infecções de pele”, conclui o especialista. • Hipertensão A hipertensão é uma doença crônica em que acontece a elevação do nível da força do sangue nas artérias, obrigando o coração a exercer maior força do que o recomendado. “Para se evitar a redução, deve-se aliar uma boa prática de atividade física com moderação do consumo do sal nos alimentos e exames médicos periódicos. Histórico familiar também é fator de risco”, afirma Ednelson. 27

Alimentos aliados Deixar de lado frituras, doces e refrigerantes pode ser difícil, mas as vantagens para a saúde ao se comer bem são incontáveis. Confira o que você pode adicionar à sua rotina: • Berinjela: de baixa energia, o vegetal é rico em fibras, vitaminas e minerais. “A berinjela é rica em tripsina, que ajuda a restringir o metabolismo das células cancerígenas e ajuda na redução do câncer de colo de útero, além de ser muito recomendada para diabéticos por seu baixo nível de carboidratos”, salienta a nutricionista Amanda Mattos. • Grãos integrais: esses são indispensáveis. “As versões integrais de alimentos como o arroz, o macarrão e o pão são essenciais em dietas de emagrecimento por seres ricos em fibras solúveis, mas também contêm baixa taxa de açúcar”, aponta a profissional. • Frutas: Maçã, banana, mamão, melancia, abacaxi, uva... não importa, para esse alimento não há contra-indicação. “Além de serem pouco calóricas, elas servem como lanchinho rápido e saudável e ainda podem substituir a sobremesa calórica”, finaliza Amanda.


viva ben • Couve: Reduzir o inchaço, fortalecer os ossos e aumentar a sensação da saciedade são apenas algumas das vantagens da couve. “Junto a outros alimentos como cenoura e beterraba, a couve é indispensável ser fonte de minerais como fósforo, ferro, cálcio e potássio. Quanto mais legumes se consumir no dia-a-dia, mais fortalecido fica o sistema imunológico”, confirma a especialista. Batata yacon: Essa opção não pode faltar no cardápio de quem sofre com diabetes. “Além de ter uma consistência macia e sabor adocicado, a batata yacon controla diabetes, colesterol ruim (LDL) e traz aumento da saciedade”, reforça Amanda. Gengibre: Mais do que um alimento, o gengibre é um remédio natural para gripes e resfriados. Rico em vitamina C, ele turbina o sistema imunológico e pode ser utilizado em chás e como tempero.

Caminhada: Prática, com baixo rico de lesão e sem custo, a caminhada ativa a circulação das pernas, garante maior fôlego e reduz inclusive o risco de depressão. Musculação: Frequentar uma academia de musulação pode trazer incontáveis benefícios à saúde, como a prevenção da osteoporose, fortalecimento de articulações e ligações e controle do diabetes e da pressão arterial. O treino deve ser supervisionado por um educador físico.

• Chá verde: Bom para dias frios, o chá verde ajuda a retardar o envelhecimento das células, prevenir contra doenças cardiovasculares e vários tipos de câncer, além de ser uma bebida rica em antioxidantes. • Salmão: As proteínas não podem ficar de fora da rotina. “Carnes magras em geral são preferíveis, como peixe e frango. O salmão, especificamente, é um alimento forte na prevenção de doenças como o Alzheimer, por ser rico em ômega-6 e trazer inúmeras vantagens para o cérebro. Outros alimentos similares em propriedades benéficas são o azeite de oliva e as nozes e castanhas”, conclui a nutricionista. • Ovo: Há tempos que os profissionais da saúde desmitificaram o ovo, que se confirmou como um alimento benéfico para o organismo. Fonte rica de proteína e de baixa caloria, o ovo ajuda na prevenção do colesterol ruim e esbanja vitamina B2.

SE EXERCITANDO Yoga: Essa atividade traz benefícios físicos e mentais, já que tem baixo impacto e pequeno risco de lesão. Relaxante e com viés espiritualista, o yoga investe em exercícios de respiração, equilíbrio, postura e flexibilidade.

Pilates: Essa prática ajuda no envelhecimento de forma ativa: fortalece os músculos, melhora a capacidade respiratória e de concentração, além do equilíbrio, coordenação motora e flexibilidade muscular.

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Viva ben

Adeus sedentarismo! A prática de atividade física nos mantém bem com o corpo e a mente Bruna Moura

N

unca se viveu tanto e com tantas possibilidades de estar bem e com saúde, a expectativa de vida subiu nos últimos anos, e vemos pelas ruas no dia a dia vários idosos que nos inspiram e são sinônimos de vitalidade. Além de afastar o sedentarismo, a prática de atividades físicas oferecem vários benefícios para a saúde, além de estimular a mente e o corpo, trazendo novos desafios para o dia a dia. Manter o corpo ativo auxilia no fortalecimento dos músculos, na melhora da postura e da flexibilidade, o aumento dos movimentos e ajuda a prevenir uma série de doenças como hipertensão, obesidade, diabetes, problemas cardiovasculares, respiratórios, e ainda evita a ansiedade e a depressão, pois promove integração. Heloísa Medinilha faz academia três vezes na semana, com aulas de localizada, pilates e alongamento. Além disso, ela cuida da alimentação,

o que faz a atividade física ter um resultado maior. “Como muitos legumes, ovos mexidos e frutas, e não tomo refrigerante nem como doces em excesso”. Quando se prática algum exercício a segurança do domínio do próprio corpo fica muito mais confiável, ajudando na hora de se equilibrar, subir escadas e fazer outras atividades do cotidiano. A decisão de iniciar uma atividade física é muito importante, mas deve ser feita sempre sobre os cuidados de um profissional. Heloísa escolheu os exercícios que realiza com a ajuda de um médico, que indicou qual era o melhor para ela. “O médico me indicou o pilates, acho que é a melhor aula que faço, trabalha o corpo todo”. Osmir Foltran de 71 anos é outro adepto do estilo de vida saudável. Ele começou a participar de corridas de rua em 2008, e coleciona resultados que impressionam. “Comecei a correr em 2008, essa corrida de

hoje é a minha 226, tenho 64 pódios na minha faixa, corro na faixa dos 70 anos para mais.” A paixão pelo esporte foi tanta que hoje em dia ele mantém um blog na internet onde conta sobre as corridas que participa e os sentimentos que tem enquanto se exercita. “Eu tento escrever o que a pessoa sente o que eu sinto, durante o percurso”. Osmir é um exemplo para vários corredores e sempre ajuda aos novos participantes quando precisa, acompanhando e dando força durante as provas. “Hoje eu peguei uma corredora nova dos 10 km, corremos juntos”. As academias ao ar livres são outras opções para quem quer fazer alguma atividade, elas possuem aparelhos como barras que ajudam a fortalecer os músculos e outros que simulam o transport e que auxiliam na queima de gorduras e na ativação da circulação.

Créditos: Divulgação

Osmir Foltran Se você se interessou e acompanhar a rotina de corridas do seu Osmir, é so frequentar o site e ler as histórias que são incríveis. Ele disponibiliza ainda as datas das próximas corridas. http://correreblogar.blogspot.com.br/

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viva ben

Dentaduras Mesmo sendo um assunto recorrente entre pessoas da terceira o tema ainda é cercado de mitos e tabus Lenes Moreira

É

muito comum encontrar pessoas como mais de 60 anos que utilizam dentaduras. As próteses dentárias são usadas por diversos tipos de pessoas: homens e mulheres, de diferentes classes sociais e histórias. Mas apesar de ser um assunto recorrente na vida de muitas pessoas, o tema ainda traz consigo muitas dúvidas e questionamentos, em especial relacionados aos modelos e aos métodos utilizados na confecção das próteses. A escolha da prótese correta é essencial para a qualidade de seu uso, uma pronta mal escolhida ou mal feita pode acarretar em diversos problemas para o usuário, como foi o caso da aposentada Maria Auxiliadora Ribeiro, 68. Ela conta que começou a perder parte dos dentes ainda muito nova devido à falta de condições para fazer tratamentos. “Naquela época eu morava numa cidade do interior chamada Cosmópolis, meus pais trabalhavam na roça e não tinham dinheiro para pagar um tratamento nos dentes’’. Além da falta de recursos financeiros outros fatos também influenciavam os problemas nos dentes. “Lá em Cosmópolis não tinha dentista pra gente tratar os dentes, nem médico tinha na verdade, se a gente quisesse fazer algum tipo de tratamento tinha que ir para Campinas e buscar algum médico de lá’’. Fatores como estes acarretaram em um grande número de pessoas como necessidade de utilizar dentaduras. Mas a falta de recursos financeiros e de acesso à informação tornam esse processo ainda mais

difícil. Maria conta que logo após perder os dentes começou a usar dentaduras, mas sua primeira prótese trazia muito incômodo e desconforto. “Quando eu fiz muita primeira dentadura como um doutor lá de Campinas, isso há mais de quarenta anos, ele tinha uns modelos de dentaduras prontas, ele só analisava sua boca e dizia qual dos modelos ficava melhor pra gente”. A dentadura escolhida para Maria lhe prontas, ele só analisava sua boca e dizia qual dos modelos ficava melhor pra gente”.

A dentadura escolhida para Maria lhe causou vários problemas além de trazer grande dificuldade na hora da alimentação. “Eu sentia muita dor na hora de mastigar a comida, minha boca ficava toda dolorida, as vezes saia sangue da gengiva, além disso eu sentia muita dor de cabeça, principalmente depois de comer”. Todos essas dificuldades eram resultado da má escolha da prótese utilizada por Maria, que gerou diversos problemas secundários. Segundo o protético João Felipe Almeida, 39, especialista em próteses dentárias, não existe um modelo ideal, cada

dentadura é única e exclusiva e deve ser produzida a partir das necessidades da pessoa que irá utiliza-la. “Quando se faz uma dentadura a gente tem que pensar em primeiro lugar no conforto, ela não pode ser um problema para quem vai fazer uso, uma boa dentadura é aquela que não parece ser, que dá a impressão de serem os dentes da pessoa”, explica. João destaca também a importância que a dentadura pode ter na vida de uma pessoa. “Os dentes e o sorriso são o cartão de visitas de qualquer pessoa. Quem possui problemas nos dentes ou os perdeu algo longo da vida geralmente sofre de baixa autoestima e às vezes até depressão. Fazer uma dentadura para essas pessoas é como devolver a esperança, a felicidade de quem muitas vezes teve uma vida dura e sofrida”. As dentaduras podem representar um recomeço para muitas pessoas, mas para isso é preciso que a prótese seja feita por um profissional qualificado e que esteja atento as necessidades do paciente. A dentadura é um mecanismo para melhorar a qualidade de vida de pessoas que perderam os dentes e por isso deve atender as particularidades do indivíduo que irá usa-la para que experiências traumáticas sejam evitadas e o usuário possa fazer normalmente sem receios de problemas futuros, cada prótese dentária é única e por isso precisa ser feita por um profissional especializado na área. 30


VIVA BEN

Os perigos da automedicação

Crédito: Pixabay

Tem o costume de tomar remédio por conta própria? Médico aponta os riscos desse hábito Isabella Marão

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onforme a idade vai avançando algumas dores e doenças também começam a aparecer com maior frequência e novos problemas de saúde surgem. Com isso, muitas pessoas acabam entendendo que a dor não significa nada e se automedica por conta própria ou por indicação de alguém que não é médico. Mas se engana quem acha que a automedicação é algo inocente e que não oferece riscos à saúde. O médico Ednelson Soares aponta os principais riscos: “A automedicação é perigosa porque muitas vezes ela pode esconder ou mascarar os sintomas de uma doença, dificultando assim o diagnóstico e o tratamento dessa doença,’’ explica. Além disso, a automedicação pode levar o indivíduo a morte, já que pode afetar alguma parte do organismo que não deveria ter entrado em contato com a substância. Consequências como reações alérgicas, intoxicações e a diminuição da eficácia de medicamentos que realmente são necessários para a cura também podem acontecer. Outra questão é que a

automedicação pode camuflar o real problema. Acontece que um remédio é capaz de acabar com o sintoma de alguma doença, mas não acabar com ela em si. Dessa forma, sem os sintomas, a pessoa geralmente não procura um médico para identificar qual a causa das dores. Ou pode ocorrer o contrário: o medicamento pode agravar os sintomas da doença. Esse atraso do tratamento e do diagnóstico adequado também é capaz de levar um indíviduo a óbtio. Muitos idosos têm medo de se consultar ou acham que não é necessário. “Tem muitos motivos [para o paciente não se consultar]: medo de descobrir alguma doença; receio de ter que tomar muitas medicações para o resto de sua vida e muitos têm pânico de ficar internado e consequentemente ser abandonado pelos familiares’’, conta o médico. De acordo com o Sistema Nacional de Informações TóxicoFarmacológicas, em 2003 o uso indevido de medicamentos

foi responsável por 28% das intoxicações registradas. A Organização Mundial da Saúde mostra que cerca de 50% dos medicamentos receitados são vendidos de forma inadequada no mundo. Nessa mesma estatística, cerca de 50% dos pacientes do mundo tomam os medicamentos de forma inadequada. Devido a grande quantidade de pessoas se automedicando, o Ministério da Saúde criou em 2007 o Comitê Nacional Para Promoção do Uso Racional de Medicamentos, que visa incentivar o uso racional dos medicamentos. Além disso, é importante fazer o uso mais consciente dos medicamentos também lendo a bula dos medicamentos e não omitindo do médico na hora da prescrição nenhum sintoma, alergia ou até mesmo se você já toma outros medicamentos. Antes de tomar qualquer medicamento é extremamente importante ler a bula. Ingerir um medicamento sem recomendação médica e não a ler pode ser letal. A bula conta com diversas informações técnicas sobre o medicamento. Em caso de automedicação, a bula pode informar os riscos oferecidos pelo medicamento e as reações adversas. Além disso, ler a bula evita que o paciente ingira com outro medicamento que pode oferecer riscos à sua saúde caso entre em contato com aquele remédio. Ednelson também explica que é possível que a automedicação seja saúdavel, mas apenas se ela for feita de forma consciente. “É possível onde já teríamos o diagnóstico de uma doença feito pelo médico e o medicamento foi anteriormente prescrito, poderia ser utilizado.’’ A única pessoa capaz de indicar um medicamento e de identificar a causa da dor é um médico.

Crédito: Freepik

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viva ben

Mais belas do que nunca Os cuidados com a beleza e a autoestima não param com a chegada da terceira idade Bruna Moura

N

ão existe faixa etária indicada para se manter a vaidade, ela é tão importante para a saúde da terceira idade quanto os exames periódicos e atividades físicas. O cuidado com a aparência é fundamental, pois está associada com a boa aceitação, elevando assim a saúde psicológica e a autoestima. Apesar de uma boa alimentação, exercícios físicos e o simples hábito de beber água serem fundamentais, não fazem com que o uso de cosméticos e produtos de beleza seja esquecido. O IBGE apontou que a expectativa de vida dos brasileiros subiu para 75,5 nos últimos anos e um dos fatores desse aumento são os cuidados tomados em relação ao corpo, a saúde e ao estilo de vida. Esse fator faz com o mercado de cosméticos se volte para a faixa etária acima de 60 anos com produtos específicos. Clínicas de tratamento para a pele, nutricionistas e salões de beleza vivem sempre lotados, e com metade dos clientes sendo idosos. Ângela Rossini é dona de um salão de beleza de Piracicaba, interior de São Paulo, e conta que grande parte de suas clientes tem idade acima de 60 anos, “Elas me procuram para cuidar dos cabelos e unhas, mas sempre pedem dicas de rejuvenescimento”. Com o passar dos anos a pele fica mais madura e tem tendência a

desidratação, por isso é importante o uso de hidratantes, protetor solar todos os dias e não tomar banho muito quente. Essa dica é seguida pela maioria das nossas leitoras, e é a mesma que Ângela indica para suas clientes, “Eu indico aquilo que eu uso bastante, hidratante corporal, pois temos pele seca devido à idade, e muito protetor solar”. Heloisa Medinilha, que adora maquiagem e passa batom todos os dias, tenta sempre não dormir de maquiagem. Heloisa é um tipo de exemplo de vaidade que devemos seguir, tem uma alimentação regrada sem doces e não toma refrigerantes. Vai todo mês a salões de beleza para retocar a raiz e fazer as unhas, e não fica sem hidratante corporal e protetor solar. “Eu testava todas as receitas caseiras que me indicavam” nos relata. Para Lana Costa, de 59 anos, ter vaidade e se cuidar são bastante importantes. Ela acredita que alguém que não possui vaidade provavelmente não está bem consigo mesma. Mas aponta que não se pode exagerar, e que é importante dosar a vaidade. Lana não abre mão dos cuidados com o sorriso, e cuidar dos dentes é sua prioridade. Passa prwtetor solar todos os dias, ela usa a base para pele com filtro solar, e abusa de receitas caseiras para esfoliação da pele. Mas confessou um dos seus erros, ela dorme de maquiagem quase sempre!

Procedimentos mais pedidos nas clínicas de estética:

Produtos que cabem no seu bolso Nossas entrevistadas deram algumas dicas de produtos que eles não abrem mão! Hidratante corporal linha Nativa SPA

Batom e hidratante bocal 24h L’Oréal

Cc Cream Avon – protetor solar com base

Creme Natura Chronos antienvelhecimento +60

Botox – paralisa o músculo facial do local aplicado, tardando o envelhecimento. Peeling de diamante – promove micro esfoliação da pele, retiram as células mortas da pele, amenizando rugas, manchas e ajuda na prevenção de acnes. Drenagem linfática – tipo de massagem que desincha e reduz as celulites do corpo.

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Ela também foi feita para você!

Crédito: Rami Al-Zayat


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Com as adaptações corretas, a tecnologia consegue contemplar do jovem ao idoso Ana Carolina M. Alves, Isabella Marão e Yara Lombardi


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A

tecnologia sempre foi pensada para melhorar a vida do ser humano. Ela facilita, acelera, organiza e otimiza a vida de diversas pessoas… Isto é, se você sabe como lidar com ela. E quando falamos da tecnologia em relação a vida dos idosos, isso pode ser um pouco mais complexa. Se falarmos com um adolescente nascido nos anos 2000, ele, com certeza, saberá de cabo a rabo, todas as funções de um smartphone. Mas para quem nasceu há pelo menos 60 anos atrás, as coisas podem parecer mais complicadas. Silvia Bacarelli, psicóloga que trabalha com grupo de idosos na prefeitura de Ribeirão Preto-SP, afirma que para os idosos, mexer com aparelhos pode ser mais complexo. “Eles têm dificuldade em lidar com os aparelhos e não foram “alfabetizados” no seu manuseio. Mas quando aprendem se adaptam com grande prazer e utilizam muito”, afirma a psicóloga. E é esse o grande mistério da tecnologia: o aprendizado. Laide

Sandrin, de 70 anos, afirma que não foi fácil se adaptar ao novo meio de comunicação, mas que se esforçou para isso quando viu que era uma maneira de ficar mais próxima dos familiares. Usando o WhatsApp para se comunicar instantaneamente, e o Facebook para ver novas fotos e atualizações da vida, Laide se sente mais próxima não apenas dos filhos, mas também dos netos e familiares em geral. Essa é uma das grandes importâncias da internet para, principalmente, o idoso: aproximar aqueles que estão longe e diminuir a solidão. Além disso, Laide já descobriu outras facilidades que o uso de meios tecnológicos trouxeram: pagar contas em casa, fazer compras online, pedir comida em apenas um clique. entre outras diversas opções que encontramos hoje na internet.

viverem melhor. A tecnologia pode ajudar até nesses momentos, com aparelhos adaptáveis, mas apenas se houver uma necessidade individual. “ Achar que sempre precisarão dessa adaptação é subestimar a capacidade de aprendizado deles. Muitos ainda trabalham e conhecem o equipamento e ferramentas muito bem.”, afirma Silvia. Silvia afirma ainda que a tecnologia pode renascer o interesse em outras áreas de conhecimento “Os idosos são pessoas ávidas por novidades e conhecimento. A ideia de idosos aposentados, fechados em casa, não existe mais. As iniciativas que já existem de grupos de idosos nos dão claramente essa noção. O que é oferecido tem uma adesão muito grande, sempre. E daí vão surgindo novas habilidades, Adaptações? recuperadas outras tantas que Quando mais velhos, muitos ficaram adormecidas, numa outra idosos sentem a necessidade de fase da vida. Agora com mais aparelhos auditivos e óculos para tempo dedicado a eles mesmos.”

Usando a tecnologia a seu favor Para se conectar cada vez mais com as pessoas o uso de aplicativos de comunicação nos celulares se tornou cada vez mais popular. São diversas as opções tecnológicas para conversar com familiares e amigos. O WhatsApp é um desses aplicativos de mensagens que ajuda as pessoas a se conectarem de forma bem prática, rápida e grátis. Com ele, é possível

mandar mensagens, fazer ligações e até mesmo realizar uma chamada de vídeo com seus amigos e familiares. Popularmente chamado de “Zap Zap’’, o aplicativo conta com mais de 1 bilhão de usuários e é mundialmente utilizado. Pessoas da terceira idade também costumam usar o aplicativo para se aproximar cada vez mais das pessoas que amam.

Confira algumas dúvidas comuns de quem começa a usar o WhatsApp para te ajudar a entender melhor o aplicativo!

• Como adicionar alguém no WhatsApp?

• O que são os tiques ao lado das mensagens?

Para adicionar alguém no aplicativo basta ter o contato da pessoa salva na agenda do seu telefone. Depois disso, clique em “contatos’’ e em seguida no bonequinho com um sinal de mais em cima dele. Ali você pode pesquisar pela pessoa que quer adicionar no aplicativo.

Esses sinais que aparecem ao lado das mensagens confirmam a entrega da mensagem. Um tique significa que a mensagem foi enviada ao servidor, dois tiques que ela foi entregue a pessoa. Se estiver cinza, ela não leu, se estiver azul, ela leu. Mas o aplicativo disponibilizou a opção de desativar a confirmação de leitura das mensagens, então, se o tique estiver cinza ainda assim pode ser que a pessoa tenha lido.

• Como saber se alguém está disponível? Quando alguém está disponível no aplicativo embaixo do nome da pessoa aparece ‘’online’’. Caso ela não esteja, aparece ‘’visto pela última vez’’ e o horário da última vez que a pessoa acessou o aplicativo. No entanto, o WhatsApp também liberou uma opção que tira o ‘’visto pela última vez’’, nesse caso, só é possível descobrir se a pessoa está disponível através do ‘’online.’’ 35

• Quanto custa mandar uma mensagem pelo WhatsApp? O envio de mensagens pelo é gratuito, no entanto, é preciso estar conectado ou a uma rede Wi-Fi ou a um plano de dados de internet, já que o aplicativo depende da conexão com a internet para funcionar.


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Aplicativos de celular, para que servem? Para usar um smartphone ou dispositivo móvel é preciso instalar aplicativos no seu aparelho. São eles que vão fazer com que o mundo da tecnologia se abra para você e te conecte com as outras pessoas. Ao ganhar ou comprar um dispositivo móvel, o usuário vai perceber que o smartphone virá com poucos aplicativos, apenas os essenciais. Isso é algo comum, já que a ideia desses aparelhos é serem personalizados e se adaptarem à vida e às necessidades do seu usuário. Mas com uma lista básica de alguns app essenciais já dá para interagir e usar a tecnologia no seu dia a dia. Para conseguir baixar mais aplicativos no seu celular ou tablet é só ir até a loja de aplicativos do seu sistema operacional. No caso de iOS, que são os iPhones e iPads, o usuário deve procurar a Apple Store. Se o aparelho for Android, comum em marcas como Samsung e LG, o nome da loja de aplicativos é Google Play. Hoje em dia, existem aplicativos de celular para toda e qualquer situação que você precise, desde jogos, e-mails, serviços ou trabalho. Os aplicativos são plataformas que facilitam o acesso a, principalmente, conteúdos e serviços online, sem ter que abri-los através de algum navegador de internet. Alguns desses aplicativos são comuns e até já vem instalados no celular originalmente e seus usos são bastante conhecidos, mas outros nem tanto, por isso, aqui vai um pequeno dicionário de ícones de aplicativos Android e suas funções:

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Fotos Google, Filmes Google, Jogos Google: Esses •Chrome: Esse é o navegador de internet oficial do aplicativos são ligados diretamente ao Google e neles Google e é um dos mais utilizados hoje em dia por você pode salvar suas fotos, encontrar filmes e jogos. sua facilidade, seja no celular, seja no computador. •Documentos Google e Planilhas Google: O Docs é uma plataforma de criação e reserva de documentos de texto online. Nele, você pode escrever o que precisar, salvar e acessar pela internet, de qualquer computador, celular ou dispositivo. Com o Sheets, é a mesma coisa, só que ao invés de textos, são planilhas. São versões do Word e do Excel onlines.

•Google+: É uma rede social criada pela Google! •Hangouts:

O Hangouts é uma plataforma de comunicação e nela você faz chamadas em vídeo e chat e pode até fazer conversas em grupo.

•Messenger:

É a plataforma de conversa em chat conectada ao Facebook e com ele você pode conversar com amigos da rede social.

•Drive: O Drive é uma plataforma de arquivamento de documentos em nuvem e você pode salvar fotos, vídeos, textos e acessá-los de qualquer lugar. •Youtube: O Youtube é, hoje em dia, a maior plataforma de vídeos na internet e nela você pode encontrar vídeos sobre basicamente tudo.

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Locadoras Digitais Filmes a distância de um clique

Ana Carolina M. Alves

Com um vasto catálogo de filmes, acessar a Netflix é quase como ir a uma locadora.

A

s locadoras de filmes como conhecíamos acabaram e uma a uma foram fechando suas portas, infelizmente. Grande parte da graça de alugar um filme era passar horas viajando pelos títulos, lendo sinopses e escolhendo algum entre aquela infinidade de opções, mas a vantagem de hoje em dia é que podemos continuar com esse mesmo ritual, agora sem sair de nossas casas! Os serviços de streaming vieram para ficar, mas o que é isso? Streaming pode ser traduzido como fluxo de mídia e é uma forma de transmissão de dados, geralmente de conteúdo multimídia, distribuído através da internet. A vantagem desse modelo é que as informações transmitidas não ficam armazenadas no computador da pessoa que as recebe e não ocupam espaço do seu disco rígido, apenas são reproduzidas. O streaming também permite que o usuário tenha acesso a conteúdos protegidos por direitos autorais, sem violálos ilegalmente, como aconteceria caso esses fossem baixados.

“E ainda tem lado do custo baixo da assinatura. Se você pensar, eu que sou da geração da vídeo locadora, com uma mensalidade da Netflix, talvez eu alugasse dois filmes, nem isso, então o custo é interessante, mas tem a limitação da banda larga”, diz o Prof. Dr. Marcos Américo, coordenador da pós-graduação em mídia e tecnologia na UNESP Bauru. O mais interessante é que isso se encaixa em uma nova onda de modelo de consumo, o de serviços ‘on demand’, ou seja, serviços escolhidos por seus consumidores que atendem suas vontades e necessidades a qualquer hora e muitas vezes, em qualquer lugar. A possibilidade de poder construir sua própria programação e principalmente, poder assistir o que você quiser, a hora que quiser, sem depender da sua operadora a cabo traz o controle literalmente para as suas mãos. Em seu livro Vida Digital, Nicholas Negroponte já falava sobre o horário nobre, chamado primetime e dizia que horário nobre é o da própria pessoa e com a

Foto: Youtube

digitalização, quem o faz e constrói é quem o assiste. É não ficar preso na grade das redes de televisão. “Eu acredito que muito do que acontece hoje com esses sistemas on demand tem a ver com isso, você tem um cardápio com oferta maior e você define o horário e como você quer assistir. Se quer esperar o lançamento semanal, se quer fazer maratona, quer binge watch, ou seja, assistir tudo de uma vez, então há uma flexibilização e uma facilidade”, explica o Prof. Dr. Marcos Américo. Esse novo modelo de consumo fez com que os meios de comunicação e mídia televisivos mais tradicionais do mundo inteiro se reinventassem e lançassem também seus próprios serviços on demand, para tentar recuperar parte de seu público que estava migrando para a internet em busca de conteúdo personalizado. “Os jovens não querem ficar presos à televisão. Se você tiver um filho, um neto, você vê que eles não assistem tv, eles assistem o que querem, a hora que querem, seja nessas plataformas on demand ou 38


descubra ben no Youtube, baixam por uTorrent”, pela empresa publicamente, em completa o Prof. Dr. Marcos Aurélio. janeiro de 2016 estava presente em mais de 190 países por uma quantia acessível mensal. Além de um acervo com mais de cincow mil títulos que variam desde animações infantis, a documentários sobre vegetarianismo, filmes musicais dos anos 60 e shows de stand-up comedy, a Netflix tem um grande diferencial que a coloca como concorrente direta de canais e produtoras televisivas: ela também traz conteúdo exclusivo e próprio. O primeiro Original Netflix a estrear foi a versão americana do seriado britânico, House of Há hoje inúmeras plataformas de Cards, em 2013, que fala sobre streaming e on demand pagas ou corrupção na política através da gratuitas, que podem ser acessadas figura de Frank Underwood, um pelo computador, smartphones politico que procura vingança e até mesmo diretamente do seu depois de ser passado para trás televisor, com o contraponto de pelo presidente dos Estados que para utilizar a maioria delas, é Unidos que ele ajudou a eleger. preciso conexão com a internet. Desde House of Cards, inúmeros Nelas, é possível acessar um filmes e seriados já foram realizados enorme acervo de filmes, seriados, pela produtora da plataforma, que documentários, animações e até no ano passado havia estimado mesmo novelas e escolher qual você lançar mais 126 títulos originais. prefere assistir naquele momento, Inclusive, em novembro de em uma espécie de locadora virtual. 2016, a Netflix Brasil lançou sua A Netflix é uma dessas primeira produção, um seriado plataformas e talvez a mais famosa chamado 3%. A série apresenta um entre elas. Foi criada em 1997, na Brasil distópico, em um mundo pósCalifórnia, nos Estados Unidos apocalíptico e devastado, no qual e começou como uma pequena a maioria dos sobreviventes mora empresa de locadora de filmes no Continente, um lugar miserável por correio e por volta de 2007 e que passa por dificuldades como começou a expandir seus negócios falta de alimento, água, energia e para a internet, já como serviço recursos básicos. Quando esses de streaming e de acordo com sobreviventes atingem os 20 anos as informações disponibilizadas de idade, eles podem participar do

Então há uma flexibilização e uma facilidade”, explica o Prof. Dr. Marcos Américo.

Processo que os oferece uma chance de se mudar para o Maralto, um lugar reservado, onde tudo é abundante e eles têm a chance de viver dignamente, mas apenas 3% dos candidatos são aprovados nessa seletiva que testa os limites físicos e psicológicos dos candidatos. Embarcando no novo modelo de consumo, a NET, operadora de televisão a cabo, lançou sua própria plataforma de streaming que pode ser utilizada online ou pela TV. O NET NOW é um serviço extra para já assinantes dos pacotes a cabo da empresa, que pode ser adquirido e que disponibiliza os conteúdos de sua programação contratada e possibilita o aluguel de filmes logo após sua saída do cinema. A HBO e o Telecine, canais por assinatura, possuem também suas plataformas próprias de streaming, onde disponibilizam seu conteúdo para seus assinantes, a HBO Go e o Telecine Play. Há também algumas plataformas gratuitas, como o Crackle, que possui um catálogo vasto e que constantemente é abastecido com novas opções e também o Viki, que é um dos serviços mais abrangentes em termos de expansão televisiva e tem em seu acervo obras produzidas no mundo inteiro, inclusive conteúdos praticamente impossíveis de serem encontrados em outro lugar, como produções coreanas, mexicanas, romenas, filipinas, entre outras. O maior problema desses sites é que há muita publicidade em suas páginas,

3% mostra uma sociedade distópica e é a primeira produção brasiliera da Netflix.

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Foto: Divulgação


descubra ben o que dificulta e atrapalha seu u s o , m a s q u e é completamente compreensível por serem serviços totalmente gratuitos. As locadoras de filmes podem não existir mais fisicamente, mas o que nunca vai acabar é o prazer de poder sentar em casa, reunir a família e assistir uma boa produção, dar algumas risadas ou então se emocionar com uma história. A magia do cinema em casa nunca vai se acabar e as plataformas de transmissão vieram para facilitar isso e trazer ainda mais conforto e livre arbítrio nos momentos de lazer, agora só falta escolher a sua, acessar e aproveitar o que esses serviços têm para a oferecer!

O QUE ASSISTIR NA NETFLIX? •The Crown: Se você se interessa por história e adora um bom drama, The Crown é para você! O seriado conta sobre a trajetória da Rainha Elizabeth logo que assume o trono inglês. •Grace & Frankie: Duas mulheres que nunca foram realmente amigas se veem contando uma com a outra para reerguerem suas vidas aos 70 anos, após seus maridos as abandonarem para se casar. •My Beautiful Broken Brain: Um documentário que mostra a recuperação de uma jovem após um derrame cerebral que a tirou tudo. •Chef’s Table - França: Conheça uma nova geração de chefs franceses que está disposta a transformar a famosa e tradicional culinária francesa.

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perfil ben

BRASIL: Um país formado pelo mundo Imigrante: adj. Diz-se da pessoa que se estabelece ou se encontra estabelecida num país estrangeiro; que imigra ou imigrou. Beatriz Kuroki

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Brasil recebe imigrantes há anos e de diversos países. Os primeiros estrangeiros a pisarem em terras brasileiras foram os portugueses com o objetivo de plantar cana de açúcar, e a partir daí outras nacionalidades também começaram a frequentar e morar em nosso país por inúmeros motivos. Mas o que fez com que o Brasil chamasse tanta atenção de estrangeiros? Além de alguns países europeus e asiáticos virem em nossas terras grandes oportunidades, muitos estavam fugindo das duas guerras mundiais que ocorreram na época. Vendo a necessidade dos grandes fazendeiros, de mão de obra barata, famílias que passavam por dificuldades econômicas em seus países de origem, escolheram o Brasil como um refúgio de toda destruição e miséria. As oportunidades de trabalho começaram a aparecer em nossos país após a abolição da escravidão, fazendo com que fazendeiros escolhessem a mãe de obra de estrangeiros a pagar exescravos. O governo, juntando-se aos proprietários de terra, criou campanhas para que o número de imigrantes, principalmente, europeus, fosse grande. Como aconteceu com Antonio Aurelio Simões (66) que veio com seus pais para o Brasil, com o objetivo de fugir da pobreza e procurar novas oportunidades. Quando tinha apenas 11 anos, a família de Antonio se imigrou para o nosso país, onde começou a conviver dentro de uma cultura totalmente diferente de onde

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nascera e lembra muito bem das principais diferenças entre seu país de origem e sua nova casa. Ele disse que o que mais chamou sua atenção foi o modo de vida das pessoas no geral, os costumes e a comunicação, que apesar de também ser o português, existem incontáveis mudanças entre os dois dialetos. “Entrei no colégio e comecei a interagir com a meninada e a coisa rolou, sofri bastante bullying, mas nada que afetasse o meu psicológico” admitiu. E não é algo que surpreenda, um estrangeiro, na época, considerado diferente por seus colegas, sofrer certo preconceito. Talvez por sua aparência, por seu sotaque ou até mesmo apenas pelo fato de ser de outro país. Afinal, isso vem acontecendo até os dias de hoje. De acordo com o pesquisador Gustavo Barreto, doutor pelo Universidade Federal do Rio de Janeiro, baseando-se na análise feita em mais de onze mil edições de jornais e revistas, disse que a ideia de que o Brasil é um país hospitaleiro e que todos estão

sempre de braços abertos para ajudar estrangeiros, é apenas uma utopia. Em uma de suas entrevistas para a BBC Brasil, Barreto explicou que “o refugiado é sempre negativo, um problema grave a ser discutido. O imigrante é uma questão a ser avaliada, pode ser algo positivo ou negativo, mas em geral a visão é de algo problemático. Já o estrangeiro é sempre positivo, inclusive melhor do que o brasileiro. É alguém com quem podemos aprender”. Apesar de suas falas serem voltadas, principalmente, para a mídia nacional, vemos como tudo acaba refletindose entre a sociedade brasileira, acarretando em preconceitos sociais, vistos até hoje. E por outro lado, também, existiam pessoas que queriam ajudar aqueles que acabaram de chegar. Foi o caso de Nicola Lombardo, que chegou no Brasil em 1953, ainda jovem, sem saber falar uma palavra em português. Começou trabalhando em uma fábrica, onde as condições para os imigrantes não eram das melhores, mas por sorte conheceu um filho de um italiano que o ajudou muito

“... mas foi fácil a minha adaptação, entrei no colégio e comecei a interagir com a meninada e a coisa rolou.”


perfil ben no início, desde a comunicação até em adaptações culturais. Disse que saiu de Alfano, Itália, pois lá trabalhava na lavoura com seu pai, o que não era uma de suas coisas favoritas, então seguindo uma boa parte das pessoas que não tinham muitas opções de trabalho, veio para a América tentar ganhar a vida. No entanto, viu que seria muito difícil a adaptação à nova terra, devido às condições de trabalho. O tratamento era péssimo, tinha que morar em pensão e muitas vezes comer de favor. Todos esses fatores fizeram com que, tanto Antonio Aurelio quanto Nicola – que visitou sua mãe apenas 30 anos depois que chegara ao Brasil, pensassem em voltar para sua terra natal logo de cara, mas aguentaram o trabalho duro por mais alguns anos, conheceram pessoas, se adaptaram à cultura brasileira, casaram e começaram suas famílias. Para Antonio, sua vida ideal seria se pudesse morar por 6 meses aqui e 6 meses em Portugal.

Crédito: Nicola Lombardo

De um modo geral, os imigrantes que povoaram o Brasil nos últimos séculos exerciam atividades, principalmente, dentro do ramo da agricultura, como em lavouras de café, produção de borracha, vinicultura, até artesanatos. Outros, como Jinde Sachiko, que veio do Japão para casar – e encontrar uma vida melhor – e, hoje, dá aulas de japonês em uma associação na cidade de Vargem Grande Paulista, onde mora junto com sua família há 18 anos. Atualmente, diferente do que muitos pensam, a imigração no Brasil não diminuiu. O que mudou foram os grupos que começaram a adentrar no país apenas, pois seus objetivos continuam os mesmo, tentar uma nova vida e novas oportunidades. Quem se destaca, hoje, são os coreanos e chineses, que vêm investindo no comércio de produtos dos mais variados tipos, desde alimentos a calçados e, em sua maioria, eletrônicos.

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Você Sabia? -Comemora-se em 25 de junho o Dia do Imigrante. -Comemora-se em 21 e fevereiro o Dia Nacional do Imigrante Italiano. -Entre os séculos XIX e XX, cerca de 1,5 milhão de imigrantes italianos vieram morar no Brasil. -Existe um Memorial do Imigrante (museu) situado no bairro da Mooca, na cidade de São Paulo, destinado à pesquisas e exposições sobre o tema da imigração. 42


Ben perfil

Na dança, o segredo da vitalidade

Crédito: Stephany Mello

Nascido em um sítio em Potirendaba, Ambrósio Martins Caldeira, de 86 anos, vive o melhor da vida sem dores e solidão Stephany Mello

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o chegar pela manhã em seu apartamento fui recebida com um grande sorriso e em poucos momentos uma cerveja já estava na mesa. Seu Ambrósio, um senhor boêmio de Piracicaba, tem um cronograma noturno animado, que se inicia na quinta-feira e acaba no domingo com um bom forró. A dança, uma de suas maiores paixões, está em quase todas suas saídas, “a dança me faz bem é uma terapia sabia? É melhor do que caminhar. Aprendi a dançar vendo meu pai e minha mãe dançando. Quinta-feira normalmente vou no Sesc “Quintas de Canto”, sexta vou para o bar do João, sábado, quando estou descansado, vou para o bar Colombina e domingo tem forró no Estação”, diz Seu Ambrósio. “Sempre gostei de sair, mas antes quando minha esposa era viva era mais com casais. Hoje sozinho saio por ai sem hora pra voltar, pra sair tem mas pra voltar não tem, mas sem extrapolar.” Transferido para Piracicaba, em seu posto de es-

crevente de cartório, Ambrósio chegou com sua esposa em 1955 e só se mudou para Santos por dois anos quando se aposentou em 1982, com 52 anos. Ele relata, que sua esposa faleceu muito jovem, com 54 anos, deixando 2 filhos. Por esse motivo teve que aprender a viver sozinho cedo. Sobre a solidão seu Ambrósio expõe que nos dias em que sai ela corre dele que nem diabo corre da cruz. E um dos segredos para sua boa condição está, segundo ele, em não fazer inimigos e evitar carnê, “se tem dinheiro compra se não tem não. Preocupação de carnê estressa. Me alimentando bem e com uma noite de sono boa, não sinto dores, não me lembro de ter sentado em frente ao médico. Claro, tive que fazer dentadura e ir ao oftalmologista, mas só.” Devido a sua boa saúde, seu sobrinho cardiologista quer saber o porquê está tão bem, pois fuma e bebe socialmente, seu Ambrósio então o questiona que como um bom médico ele é quem de-

“a dança me faz bem é uma terapia sabia? É melhor do que caminhar”

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Ben perfil veria saber, e a resposta de seu sobrinho sempre está pautada em um “bom” problema genético. Seu Ambrósio comenta que ao contrário dele, aposentado que fica em casa fechado o dia todo e não sai, tem tendência a depressão e outros problemas de saúde. “Quando alguém não conhece gente, não bate papo e nem dança fica doente mais fácil.” Essa sua fama boêmia o levou ao carnaval. O sambista Juca Ferreira, o dono do bar Colombina Pablo e a professora Vanessa, o usaram de inspiração para fundar o bloco “Cordão do Mestre Ambrósio”, que conta com sua ilustre presença há oito anos. Este ano em sua nona edição, o bloco sairá no dia 25/02 às 17h da praça da Boyes, e percorrerá a avenida Beira Rio até chegar ao largo dos Pescadores, que receberá na sequência o samba de Juca Ferreira e Amigos e a apresentação da Escola de Samba Unidos da Rua do Porto. Seu Ambrósio diz que com o bloco ele ficou mais conhecido e que todos podem participar, “o bom que vai criança, jovem, velhinhos. Tem uns parceiros de minha idade, mas estão com dificuldade de chegar lá em baixo”, complementa com ar de riso. Quanto a relacionamentos, o mestre diz estar muito bem solteiro. “Uma vez fui ao saudosista, um clube de terceira idade. Uma senhora, a mais nova de lá, dançou comigo umas duas ve-

zes e quis ir para minha casa. Chegando lá abriu a janela e falou “nossa eu queria morar aqui”, mais do

Crédito: Stephany Mello

que de pressa falei “aqui não! aqui sai uma entra outra”, ela ficou brava até me chamou de radical.” Seu Ambrósio relata que um dos fatores que o mantém solteiro é o fato de ser muito difícil ir ao baile e dançar com apenas uma mulher. E normalmente essas as mulheres são mais jovens, pois as senhoras de sua idade não frequentam os mesmos lugares que ele. Com uma vitalidade inquestionável e histórias fantásticas de vida, seu Ambrósio finaliza a entrevista, com o mesmo sorriso que começou, ressaltando o quanto a vida é boa e como adora viver.

“Quando alguém não conhece gente, não bate papo e nem dança fica doente mais fácil”

Crédito: Stephany Mello

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Ben perfil

Uma vida dedicada ao ser humano A trajetória de dona Lurdes, de Piracicaba, serve de inspiração para os dias de hoje

Stephany Mello

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m uma casinha branca e verde, localizada no bairro Jardim Tatuapé em Piracicaba, mora há trinta anos Teresinha de Oliveira Jesus, mais conhecida como Vó Lurdes. Uma senhora de 85 anos, bisneta de escravos, viúva, mãe de Bernadete de Oliveira Jesus, que lhe dera 3 netos antes de falecer há 10 anos. Dona Lurdes, depois de trabalhar como roceira e professora de datilografia, leva sua vida em função de ajudar quem precisa. Em sua casa vivem sete pessoas, todas sem qualquer vínculo familiar com ela, e estão ali porque em algum momento apareceram em busca de ajuda. “Se for contar dá umas setenta pessoas que eu tirei da rua, tirei da droga”, diz a vó. Além dessas, há outras tantas que a procuram para receberem massagens e orações de cura. Dentre os moradores da casa, estão: uma mulher e seus dois filhos pequenos, vindos do Rio de Janeiro há 9 meses, um menino de 20 anos, largado aos berros em frente a sua casa há 19 anos e uma menina de 6 anos de idade aproximadamente, que já é a terceira geração que Terezinha ajuda a criar. “Pego todas as crianças e ponho na escola”, relata a vó. Teresinha diz que esse desejo de ajudar, além de fazer parte dos princípios de sua família, é um dom re-

cebido por ela quando criança, “foi um dia em que senti ter que sair no quintal ver uma jabuticabeira, era um dia de sol bonito, a casa que sempre estava cheia não tinha ninguém, quando cheguei no quintal escutei uma voz lá do céu “eu te escolhi”, eu procurei não entendi direito, ai falou meio rindo “eu te escolhi”, mas eu não conhecia nem bíblia nem nada, então desceu meio que dois anjos, anjos mesmo com aquelas asas que arrastavam no chão, até arrepia, pararam do meu lado”, e segundo ela, disseram que Jesus era quem havia lhe dirigido a palavra. A partir de então única coisa que Terezinha queria era saber quem era Jesus e aprender tudo sobre ele. Depois de arrumar um livro sobre sua vida, não se passaram 20 dias e estava pregando sua palavra. Até hoje dona Lurdes diz sentir intensamente uma presença de luz e é o que a motiva a fazer o bem. “Ser missionária pela igreja Advetista foi um reflexo desse dom. Admiro muito apóstolo Paulo e tenho dois grupos de adventista que eu formei, sou missionaria mesmo, gosto da missão, por isso que o povo gosta de mim, não por causa da massagem, mas por causa da oração”, diz a vó. Segundo Teresinha, a vontade de curar as pessoas, quando criança, só aumentou, isso foi o que a impul-

Crédito: Stephany Mello

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Ben perfil sionou a estudar massagem e enfermagem em São Paulo. Com o certificado, ela diz poder confirmar suas habilidades a qualquer um que a procura. E complementa, “eu não cobro. As pessoas se gostarem e quiserem me ajudam com mantimento, dinheiro(...) Eu sobrevivo com isso e tem um tanto que recebo por mês do governo”. Nascida na Vila Rezende, em Piracicaba, Teresinha conta que seus bisavós fizeram parte dos últimos escravos que trabalhavam para os barões. E toda família têm uma relação muito forte com o Engenho Central, famoso cartão postal da cidade, pois trabalharam por muitos anos para os senhores de engenho. “Minha bisavó chamava Perpétua e tinha quase 130 anos quando morreu”, Teresinha, muda a feição, se levanta e interpreta Perpétua com veemência. “Eu já foi da escravidão eu cozinhava lá eu não apanhava não, Perpétua era tratada aqui ó. E eu fazia aquela comida memo gostoso pos home e acabava comida nego queria mai”. E nessa intensidade a vó narra também o casamento arranjado entre Perpétua e Serafim, um escravo forte e bonito, que foi escolhido para dar bons escravos. “Naquele tempo tinha que casar com quem aqueles véio queria, não era com quem ocê queria não. E eu gostava de Serafim. Serafim era aquele negro bonito, dos zóio grande. Já sei com quem você vai casar com aquele lá, e não era Serafim. Não ocês querem que

Crédito:Stephany Mello

“Se for contar dá umas setenta pessoas que eu tirei da rua, tirei da droga”

Crédito:Stephany Mello

eu case com esse aqui memo... a ta bom. Quando é daqui a pouco, não é melhor com Serafim, acho que dá um par mais bonito ele é forte você também é forte dá uns escravos bonito bem arrumado. Serafim eu não quero! Eu falava que não mas era esse memo que eu queria. Não eu não quero esse home não. O que que eu vai faze com esse home. Eu não quero. E eu piscava pra Serafim. É com ele mesmo que você vai casar. Ai fizeram meu casamento com Serafim e ai nóis foi feliz que seis tão ai com nossas coisas... ai vivi bem com Serafim.” Quanto a sua família, todas as mulheres estavam a disposição de ajudar os outros. Sua mãe mesmo deixara 9 crianças para ela cuidar quando faleceu. Todo esse sentimento de compaixão parece estar enraizado em sua essência. Para Teresinha o desejo de curar o sofrimento do outro é sempre o que mais importa. 46


acredite ben

Tenrikyo

Conheça o primeiro movimento religioso originado por uma mulher! Beatriz Kuroki

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á pouco mais de 200 anos, quando Miki Nakayama fez algumas revelações, seguidores viram que o Deus em que acreditavam havia tomado o corpo de Miki, tornando-a seu sacrário. Tendo a crença no conceito de que sua religião é a fé no relacionamento natural entre o corpo humano e Deus, foi criado o primeiro movimento religioso originado por uma mulher: o Tenrikyo. A religião é monoteísta, crendo em um único Deus, chamado de Tenri-O-No-Mikoto, definido como o criador e cuidadoso para com toda a humanidade. Se traduzido no sentido literal, ele é o “Senhor da razão do céu”. Mais de 2 milhões de seguidores estão espalhados pelo mundo, sendo 70 mil apenas no Brasil. Na cidade de Bauru, encontra-se uma das primeiras igrejas construída no país e a sede principal da região. Mario Ito, quem frequenta e segue o movimento Tenrikyo até hoje explica como as missas são realizadas. “A missa na sede acontece todo segundo domingo. Cada igreja, respeitando este segundo domingo, escolhe o primeiro, o terceiro ou o quarto domingo para a realização. Isso acontece porque muitos condutores de cada igreja acabam participando da missa aqui em Bauru”. As cerimônias costumem durar em torno de três horas, contando com pessoas de lugares variados e também aberto para o público geral. Élika Nomoto, que também estava presente na missa, nasceu em Bauru, mas assim que se mudou para São Paulo, começou a frequentar a igreja de lá, mas volta para sua cidade natal todo domingo de missa. Élika contou que vir para Bauru sai, tecnicamente, de graça. “São fretamentos que saem de pontos estratégicos de 47

Crédito: Beatriz Kuroki

São Paulo e trazem até a porta da igreja. Saem sexta feira à noite, chegando de madrugada aqui. Durante esses dias, a igreja providencia dormitório, refeição no alojamento. As pessoas pernoitam e ficam aqui até domingo na hora do almoço, quando elas retornam para as casas delas”. Todos esses benefícios são, basicamente, sem nenhum custo adicional, pois os próprios seguidores fazem doações – chamadas de Oferenda - durante o ano e de acordo com suas condições, e este dinheiro é utilizado para os custos de viagem e acomodação. “Naturalmente espera-se que a consciência das pessoas se preocupem com isso, porque nem todo mundo tem a mesma condição. Algumas pessoas poderiam deixar de vir caso uma taxa fixa fosse estabelecida.” explica Élika. Durante as missas, são utilizados tambores e instrumentos específicos par a a reza, que é cantada por todos. Há uma diversidade grande de ritmos e letras. Para aqueles que acabaram de adentrar à religião, na sede (foto

acima) são encontrados televisões com escritas em japonês e português, em que o seguidor podeacompanhar e aprender as rezas. Tanto os condutores como os participantes utilizam, em sua maioria - e sem obrigatoriedade, uma espécie de vestimenta. Para quem quiser aprender mais sobre a religião, acesse o vídeo “Brasil, trilhando o caminho.” no Youtube.


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Quer ficar ainda mais por dentro da religião Tenrikyo? Curso anual sobre o movimento religioso:

Módulo 1 Despertar

É um introdutório ao Tenrikyo, principalmente para as pessoas que não conhecem o movimento religioso.

Para aqueles interessados em aprender mais sobre a religião, sobre a cultura e até mesmo começar a ser praticante, o “Dendotyo” (sede localizada na cidade de Bauru), oferece cursos anuais. O curso possui uma taxa, que já inclui alimentação, alojamento e as aulas em si. Ele pode ser frequentado por qualquer pessoa, de qualquer religião ou lugar do Brasil, normalmente, convidada por algum amigo já seguidor do Tenrikyo.

As pessoas só podem fazer o módulo 2 depois de ter feito o 1. Nessa etapa, é quando eles aprofundam esses sentimentos do Tenrikyo, que aprenderam no primeiro módulo.

Módulo 2 Aprofundar

Quem nos explicou foi Lucila, uma das organizadoras do curso. A maioria das pessoas que vão ajudar, são staffs formados pelo curso. Como forma de agradecimento ajudam a igreja durante esses “cursos de férias”. Karen Fujihara, fez o primeiro módulo em janeiro deste ano e conta que gostou muito e não vê a hora de voltar para continuar o curso do Tenrikyo. “O que eu acho mais legal é que essa religião não te obriga a seguir tal coisa, sabe? Eles ensinam e é você quem

Módulo 3 Praticar

Depois que a pessoa se aprofunda, ela precisa praticar. Através de atividades de divulgação, transmitindo o que aprendeu para outras pessoas. determina se quer acreditar ou não” contou toda empolgada. Os jovens acordam todos os dias à 5:30 da manhã e já se preparam para as atividades. Eles são divididos em grupos, e como Karen disse “mas não é nem pra competir, é mais para deixar organizado mesmo”, facilitando as aulas de cada módulo. Ela afirma que foi uma das melhores coisas que já fez na vida, então imagina só como deve ser bom para o lado pessoal e a disciplina ensinada pela religião.

“Eles ensinam e é você quem determina se quer acreditar ou não” -Karen Fujihara

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Ben galeria

Vaidade

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Ben especial

Stephany Mello e Yara Lombardi

A qualidade de vida não se implica somente na consulta com médicos, exames periódicos, boa alimentação e atividade física. A autoestima e a vaidade são de extrema importância para que ao se olhar no espelho, uma senhora ou um senhor de idade não se enxerguem apenas como anos que passaram. Amar-se e conhecer-se faz bem para o corpo e para a alma, sabendo de seus valores como, acima de tudo, seres humanos. A beleza é presente além da aparência. Ela está em um sorriso sincero e um coração sempre aberto para a vida e a memória de quem se foi e de quem se é. 50


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Ben especial

Superstições e crendices populares Stephany Mello

Na min ha épo ca já s e d izia ... -Dar ca fé a Sa nto Ex pe d ito -Passa protege r de ba seu lar -Cui da ixo da ; do, to m escada ar man d á azar ga co m ; leite po de te l evar a te; mor -Q uem brinca co m fo -Não q go faz uer se xixi na casar ? cama; Bas ta t -O u, en o mar u tão, pe ma var gue a ú ri da n ltima b os pés; o lacha d o paco pe daço te, o ú -Q uebr de bo l ltimo ar um o... espelho po de l -Protej he cus t a sua ar sete mãe d anos d a mort e azar; e desv irando es tiver em de os sap ato qu cabeça -Achar e para ba um tre i x v o o ; de qua -Fique tro fo l atento! has tra Andar z sorte c o m pé ; B onfim de coe , o lho lho, fi grego, tinha fer rad -A pim do ura tam enta po bém tr de afa -Se es t az; s tar m á “naqu a u o lhado eles d i e invej as” nem a; p e n se em o sang lavar o ue subi -Bater r cabelo, á p ara a c três ve zes nu abeça; ma ma deira po de e vitar e -Não a ruins; ventos ponte p ara es t relas, p o is um a ver ru g ir em ga p o d -Se ap seu de e sur ontar, do; e a ve r ruga nascer, to ucin passe u ho nel m pe d a e jog aço de ue-o n o for m igueiro .

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Ben especial

O que é a vida para você? Stephany Mello Envelhecer nada mais é um processo natural, muitas vezes visto sob uma ótica indevidamente melancólica. Entretanto, a experiência de já ter ultrapassado etapas ditas como inevitáveis traz a distintas pessoas, das mais variadas idades, a sensação de poder enxergar a vida sob outro angulo, diante de tudo que já foi e de tudo que ainda pode ser. Entrevistamos algumas pessoas para entendermos um pouquinho da visão de mundo que cada uma delas adquiriu ao longo da experiência da vida, que traduzem de modo diferente sobre o que pensam do futuro.

Nome: Casimiro Domingues de Medeiros Idade: 79 anos Estado civil: casado Filhos e netos: 2 filhos, 4 netos e 2 bisnetos Sua maior paixão hoje: a Rosa -Para o senhor o que é envelhecer? A idade ensina você a viver. -O que valoriza nesse momento da vida? Ter o suficiente para viver, família e amigos. -O que ainda gostaria de fazer? Não é o dinheiro que faz a a vida. -Tem algum sonho? Viver o que tem pra viver, morrer com saúde. -O que tem medo? Tenho medo de nada. -Qual foi o momento mais feliz que teve? Quando minha atual esposa apareceu. -Qual foi o momento mais difícil de sua vida? A perda da minha primeira esposa. -Se pudesse voltar no tempo faria algo diferente? Acho que não, tenho saudades mas já passou.

Nome: Cecília Gonçalves Bontorin Idade: 75 anos Estado civil: viúva Filhos e netos: 3 filhos e 6 netos Sua maior paixão hoje: estar com amigas -Para a senhora o que é envelhecer? As preocupações. -O que valoriza nesse momento da vida? Saúde. -O que ainda gostaria de fazer? Trabalhar. -Tem algum sonho? Uma vida saudável. -O que tem medo? Da morte. -Qual foi o momento mais feliz que teve? Meu casamento. -Qual foi o momento mais difícil de sua vida? A perda da minha filha. -Se pudesse voltar no tempo faria algo diferente? Não, faria o mesmo.

Nome: Vera Lúcia Pinheiro Callao Idade: 60 anos Estado civil: solteira Filhos e netos: 3 filhos e 9 netos Sua maior paixão hoje: limpar a casa -Para a senhora o que é envelhecer? É bom ficar velha. -O que valoriza nesse momento da vida? Meus filhos e os netos que amo. -O que ainda gostaria de fazer? Viajar para o Rio de Janeiro. -Tem algum sonho? Pagar todas minhas contas. -O que tem medo? Não tenho medo da morte, só de aparições. -Qual foi o momento mais feliz que teve? Quando tinha meus pais. -Qual foi o momento mais difícil de sua vida? Minhas enfermidades, fiz 5 cirurgias. -Se pudesse voltar no tempo faria algo diferente? Faria tudo de novo.

Nome: Helena Trevisan Idade: 79 anos Estado civil: divorciada Filhos e netos: 3 filhos, 7 netos e 4 bisnetos Sua maior paixão hoje: costurar e cuidar da minha casa -Para a senhora o que é envelhecer? Não perder o ritmo da elegância. -O que valoriza nesse momento da vida? No momento da velhice valorizo a ilusão de ter casa, família, netos. Minha família é tudo pra mim. -O que ainda gostaria de fazer? Agora ganhar na loteria (risos). Uma vida estabilizada. -Tem algum sonho? Sonho em dormir bem. -O que tem medo? Tenho trauma de chuva. -Qual foi o momento mais feliz que teve? Quando meus filhos nasceram. -Qual foi o momento mais difícil de sua vida? Aguentar um casamento que não deu certo. -Se pudesse voltar no tempo faria algo diferente? Não teria me casado.

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Nome: Renor Ribeiro de Mello Idade: 81 anos Estado civil: viúvo Filhos e netos: 5 filhos, 11 netos e 5 bisnetos Sua maior paixão hoje: assistir futebol na TV -Para o senhor o que é envelhecer? Mais perto do fim da vida. -O que valoriza nesse momento da vida? Netos, filhos e bisnetos. -O que ainda gostaria de fazer? Só descansar. -Tem algum sonho? Viver mais um pouco. -O que tem medo? Da morte. -Qual foi o momento mais feliz que teve? Casamento com a minha única esposa Gilda. -Qual foi o momento mais difícil de sua vida? Quando minha esposa faleceu. -Se pudesse voltar no tempo faria algo diferente? Queria que voltasse o tempo, mas faria tudo que fiz de novo.

Nome: Euthalia Svazate Bueno Idade: 86 anos Estado civil: Viúva Filhos e netos: 5 filhos, 8 netos e 1 bisneto Sua maior paixão hoje: Fazenda, lidar com boi. -Para a senhora o que é envelhecer? Não senti envelhecer, sempre me senti jovem. -O que valoriza nesse momento da vida? Saúde. -O que ainda gostaria de fazer? Queria trabalhar o dia inteiro, ganhar meu dinheiro. -Tem algum sonho? Sonho voltar quando era moça bonita e namoradeira. -O que tem medo? Não tenho medo de nada, não sei o que é medo. -Qual foi o momento mais feliz que teve? Quando lidava com boi, tirava leite de 25 vacas. -Qual foi o momento mais difícil de sua vida? Foi quando me casei. Meu marido era mulherengo, tive que trabalhar muito para criar meus 5 filhos. -Se pudesse voltar no tempo faria algo diferente? Voltava e faria tudo que fiz.

Nome: Rosalia Maria dos Santos Graciano Idade: 60 anos Estado civil: casada Filhos e netos: 3 filhos e 1 neto Sua maior paixão hoje: os animais -Para a senhora o que é envelhecer? Estou amando envelhecer. Sinto tanto orgulho em chegar aos 60 anos. Sou feliz, sou idosa, estou na melhor fase da idade. -O que valoriza nesse momento da vida? Valorizo muito minha saúde. -O que ainda gostaria de fazer? Gostaria de estar viva para ver meus neto crescerem. -Tem algum sonho? Gostaria de conhecer a terra do meu pai e da minha mãe que é Caruaru. -O que tem medo? Ficar em uma cama e não poder andar. -Qual foi o momento mais feliz que teve? Quando meus filhos nasceram e a chegada do meu atual marido, um homem bom que me faz feliz. -Qual foi o momento mais difícil de sua vida? A perda do meu pai. -Se pudesse voltar no tempo faria algo diferente? Queria conhecer tudo de novo. Quando criança era feliz e não sabia.

Nome: Aparecida V. G. Camargo Idade: 67 anos Estado civil: Viúva Filhos e netos: 2 filhos e 5 netos Sua maior paixão hoje: Meus netos -Para a senhora o que é envelhecer? Solidão. -O que valoriza nesse momento da vida? Paz, saúde e felicidade. -O que ainda gostaria de fazer? Continuar trabalhando. -Tem algum sonho? Viajar para os Estados Unidos de novo. -O que tem medo? Bichos (aranha, barata etc). -Qual foi o momento mais feliz que teve? Quando minha neta nasceu. -Qual foi o momento mais difícil de sua vida? A perda de meu marido. -Se pudesse voltar no tempo faria algo diferente? Ajudaria mais ao próximo.

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CASA BEN

Jardim, sim! Um hobby relaxante e bonito! Ana Carolina M. Alves

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er um jardim em casa traz diversos benefícios para o ambiente e também para seus moradores. Cultivar e cuidar do seu jardim pode ser uma atividade deliciosa para o dia a dia e não precisa ser algo que dê muito trabalho ou custe uma fortuna, basta ter vontade e um tempinho livre para se dedicar a ele. A jardinagem, não somente deixa o espaço mais bonito, como também serve de hobby e pode melhorar a saúde de todos na casa. Além de proporcionar um contato mais próximo com a natureza, os jardins ajudam a aumentar a umidade do ar e reduzir a temperatura ambiente e no caso de hortas, também há o cultivo e consumo de alimentos sem agrotóxicos. E as vantagens para o jardineiro são ainda maiores. De acordo com um artigo publicado no American Journal of Epidemiology, a jardinagem é uma das formas de lazer mais relaxantes e um estudo realizado na Noruega provou que também é

possível combater a depressão, estresse e ajudar em casos de transtorno bipolar através dessa atividade. Para começar o seu próprio jardim é preciso pensar os tipos de plantas que você gostaria de ter e se elas são compatíveis com as características do local que você tem disponível. Algumas plantas precisam de mais tempo de luz, outras preferem umidade alta, então para que tudo dê certo, você precisa achar uma combinação compatível. E não é necessário que seu jardim seja em um grande quintal, se você não tem espaço ou mora em apartamento, é possível construir um jardim vertical com vasos na parede, pallets, nichos de madeira ou concreto, treliças e até garrafas pet! A arquiteta Carla Prado e o paisagista Rogério Bernardes deram algumas dicas de plantas que podem compor o seu jardim e qual a melhor maneira de cultivá-las:

- Hortas de vasos podem ser cultivadas em varandas, por exemplo, recebendo o sol da manhã. Alguns condimentos além de salsinha e cebolinha têm feito sucesso, como o manjericão, fonte de vitamina A e que contém betacaroteno, o qual impede o acúmulo de gordura na parede das artérias, a salvia verde, que pode ajudar na digestão e controle de diabetes, também orégano, pimentas. - Os mini cactos e as suculentas não precisam de muito sol ou água e por isso podem ser colocados praticamente em qualquer lugar da casa, mas lembre-se sempre de checar a terra do vaso para ver se está seca e regá-la uma vez por semana. - A Bromélia traz tons de cores complementares, vermelho e verde. Para cultivo, a luminosidade deve ser indireta, já que a incidência continua de luz queima a folhagem e precisa se irrigada frequentemente, a cada dois dias. - O Bambu da Sorte não gosta muito de luz e adora umidade, por isso pode até ser colocada em banheiros, mesmo assim precisa ser regada constantemente. Segundo a filosofia do Feng-Shui, é uma planta que traz boas energias para o ambiente.

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Como deixar a casa mais segura para você Os acidentes domésticos hoje são uma das maiores causas que levam idosos aos hospitais

Crédito: Pixabay

Isabella Marão

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o Brasil e no mundo, a população idosa só tende a crescer com o aumento da longevidade. Hoje, de acordo com o Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística, a cada cem brasileiros, 14 têm mais de sessenta anos e já são considerados idosos. Por conta disso, é preciso que as casas e apartamentos sejam adaptados para essa população e sua nova realidade de vida. Assim como os lares são adaptados para receber um bebê ou uma criança, também é preciso entender que os idosos também têm necessidades características da idade que não devem ser ignoradas. Entre janeiro e abril de 2016, o Institudo Dr. José Frota, o maior hospital de traumatologia da cidade de Fortaleza, atendeu mais de 1200 idosos com mais de 60 anos que se acidentaram em casa. É importante adaptar a casa para receber um parente ou até um amigo idoso para evitar acidentes domésticos, que é uma das causas que mais leva idosos aos hospitais, colocando uma vida em jogo. Para evitar esses acidentes domésticos, algumas adaptações e também a substituição de alguns itens é indispensável. Não utilizar tapetes em casa evita que o idoso 59

tropece e caia no chão, mas se uso do tapete for necessário, procure prender as pontas com fita adesiva impede os acidentes. Cadeiras de plásticos também podem ser uma armadilha para quem é idoso: elas correm o risco de escorregar ou se abrir, provocando uma queda. Algumas coisas presentes no dia a dia também representam um perigo enorme que geralmente pode passar desapercebido. O fio do telefone, ou um banquinho que substitui a escada, as pantufas e até mesmo os brinquedos dos netos podem causar grandes acidentes. Deixar o caminho livre ajuda muito na hora da locomoção do idoso pela casa. Tirar mesas de centro, bancos, cadeiras e qualquer outro obstáculos impede tropeços. E nas escadas não se esqueça de instalar corrimão e as deixar muito bem iluminadas. Outra dica é deixar o pé do sofá, da cadeira e da cama mais alto, assim na hora de levantar o idoso terá uma maior facilidade. Colocar luzes noturnas pela casa, principalmente no caminho do quarto do idoso até o banheiro, também pode ser uma boa opção. O banheiro é um dos cômodos

da casa mais perigoso para o idoso por ser um ambiente geralmente úmido. É interessante colocar corrimões para puxar o corpo na hora de se levantar do vaso sanitário, um banco para tomar banho sentado em caso de tonturas e ainda suspender o vaso sanitário com um adaptador. Além das adaptações na casa, é importante também que o idoso leve uma vida saudável e pratique atividades físicas regularmente. O fisioterapeuta Alexandre Daré de Almeida, do Espaço Atividade de Bauru, acredita que a má alimentação, o sedentarismo e a falta de prevenção prejudicam uma boa longevidade. De acordo com o profissional, “praticar exercícios físicos regularmente, melhorar a alimentação, realizar exames cardíacos periodicamente e achar um hobby’’ são boas ideias para quem quer ter uma vida mais longa e também mais saúdavel. Se um idoso se acidentar em casa, é preciso manter a calma e nunca se deve levantar a vítima imediatamente. Também é necessário verificar se houve alguma lesão ou sangramento. Em caso positivo, levar o idoso ao hospital ou tentar também contatar os números 193, 192 ou 199.


casa BEN

Óleo de Coco: herói e vilão O queridinho da mídia é realmente tão bom assim?

Ana Carolina M. Alves

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óleo de coco é uma das febres entre as celebridades e de acordo com todos que o defendem, pode ter diversas funções e usos, não somente na alimentação, mas também na beleza, sendo aplicado na pele e cabelos, por exemplo. Gabriela Pugliesi, Yasmin Brunet e Fernanda Souza são só algumas das famosas que utilizam o óleo de coco no seu dia a dia e que fazem propaganda desse produto em suas redes sociais. O óleo de coco é um óleo comestível retirado da polpa ou do cerne do coco e pode ser virgem, extra virgem ou refinado. De acordo com o site oleodecoco.org, o óleo virgem é aquele que é extraído a partir do coco fresco e que seu processo de secagem rápida foi feita mecanicamente. A definição do que é o óleo extra virgem não é regulamentada, mas diz-se que esse é o extraído a partir da parte carnosa do coco e que foi prensado a frio, o que preserva suas características naturais. Já o óleo refinado é aquele que passou por um processo de refinamento, perdendo boa parte de suas propriedades naturais, podendo ser hidrogenado, no entanto, sua vantagem é que seu ponto de fumaça é mais alto, o que possibilita seu uso para fritar ou refogar alimentos. O óleo virgem é mais usado em produções industriais de alimentos e cosméticos e o extra virgem é o mais indicado para ser consumido na dieta e como produto.

Existem muitas maneiras de consumir o óleo de coco extra virgem e ele atende diversas funções. Há pessoas que o usam como produto de beleza e ele pode ser usado no cabelo como máscara hidratante, por exemplo, pois é rico em vitamina E, K e ferro e também pode limpar seu couro cabeludo, já que tem propriedades contra fungos e bactérias, criando uma barreira protetora. Na pele, ele além de hidratante natural, ajuda a minimizar irritações e até alguns problemas. Também é rico em antioxidantes, que retardam o envelhecimento eliminando radicais livres, mantendo a pele macia e com brilho. Ainda pode ser usado para branquear os dentes e ajudar a combater a placa bacteriana e a gengivite. A polêmica que envolve o óleo de coco está em seu consumo para a perda de peso e se sua ingestão é benéfica ou não. Muito se diz sobre seus benefícios na alimentação, principalmente que ele acelera a queima de gorduras, aumenta o metabolismo e até fortalece o sistema imunológico, mas muitos nutricionistas e associações médicas pelo mundo alertam que seu consumo constante e indiscriminado pode causar mais mal do que bem. O óleo de coco é uma gordura formada por ácidos graxos, esses de cadeia média, o que significa que eles são melhores que os de origem animal, porém, ainda sim

são AG. “Os mesmos presentes no bacon, manteiga e na gordura aparente de carnes. Esses não são de fácil metabolização e por isso eles ficam mais tempo no sistema digestório e promovem essa sensação de saciedade por mais tempo. Seu uso indiscriminado e frequente pode provocar elevação do LDL, que é o colesterol ruim”, explicou a nutricionista e professora universitária Vânia Lamônica. “A Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO) alega que o uso do óleo de coco pode ser deletério para os pacientes devido à sua elevada concentração de ácidos graxos saturados. Além desse forte posicionamento contra o uso de óleo de coco, não existem evidências científicas mostrando algum mecanismo fisiológico que leve a perda de peso”, conta também a nutricionista Arces. São muitos os benefícios e usos desse óleo que está fazendo bastante sucesso entre as pessoas e que há muito já é utilizado na Ásia, mas é preciso parcimônia. Nenhum alimento ou produto é totalmente bom ou mau, por isso o óleo de coco deve ser usado com consciência e caso você deseje utilizá-lo como complemento de sua dieta, busque um médico e converse com ele para descobrir se realmente é recomendável no seu caso.

Crédito: Sossego de Flora

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cASA ben

Colomba de Páscoa A receita desse mês é doce e gostosa, como o mês da festividade

Bruna Moura

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Páscoa, comemorada em abril, é uma ótima oportunidade para se reunir com amigos e família. Se seguirmos a tradição ela dirá que a páscoa é o momento perfeito para se reunir com quem ama, celebrar a vida, doar a bondade e assim transmitir os mais puros sentimentos. Pensando nisso, a nossa receita desse mês vai ser inspirada nessa festividade que reúne pessoas com comida boa e muito doce. Resolvemos fazer uma colomba de páscoa para completar a refeição principal com uma sobremesa tradição da comemoração. A colomba de páscoa é de fácil preparo e ainda fica uma delícia.

Ingredientes: 1 copo de leite morno 7 colheres (sopa) de açúcar 1 colher (café) de sal 2 colheres (sopa) de manteiga 2 colheres (sopa) de óleo 3 ovos 2 tabletes de fermento para pão Gotas de essência de panetone Raspas de limão 600g de farinha de trigo, até dar o ponto na massa Recheio: Chocolate Frutas cristalizadas Doce de leite Cobertura 200 g de açúcar de confeiteiro 100 g de nozes moídas 2 claras

Modo de preparo: Em um recipiente, coloque o fermento esfarelado e o sal, misture até obter um líquido e adicione o leite morno. Reserve por um tempo. Em outro recipiente coloque o açúcar, raspas de limão, o óleo, a manteiga, os ovos levemente batidos, a essência de panetone e o fermento reservado, misture com o auxílio de uma colher (neste momento, se desejar, adicione as frutas cristalizadas).

Acomode-as em uma assadeira retangular, e leve ao forno pré-aquecido (180°C) por 25 minutos. Cobertura: Em um recipiente coloque o açúcar e misture as nozes e as claras.

Acrescente a farinha, aos Rendimento: 2 colombas poucos, sempre mexendo até obter uma massa meio mole. Coloque em formas de papel. Distribua pedaços de chocolate ou colheradas de doce de leite sobre Fontes: Comida e Receitas - https:// www.comidaereceitas.com.br/doceselas, e espalhe a cobertura. e-sobremesas/colomba-de-pascoa. html#ixzz4W36FRfjS

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