Complexo CIne Drive-In_por Beatriz Gomes

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Complexo Cine Drive-In por Beatriz Gomes


Universidade de Brasília Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Departamento de Projeto, Expressão e Representação Trabalho Final de Graduação 1/2015 Aluna: Beatriz de Oliveira Alcantara Gomes_09/002187 Orientador: Oscar Luís Ferreira

Complexo Cine Drive-In


O

TEMA

Brasília tem sofrido recente processo de alteração da ocupação urbana que procura retomar os espaços públicos através de atividades livres e abertas. Já fazem parte do cotidiano da cidade as Feiras, apresentações artísticas, festas e atividades esportivas que reúnem um grande público, disposto a dividir o mesmo espaço ainda que com objetivos diversos. Esta redescoberta da rua, ainda que de bem vinda, coloca em questão os modos com os quais pode ser feita a reapropiação de áreas que passaram longo tempo em uso escasso, indevido ou até mesmo em abandono. O Cine Drive-In de Brasília é um desses locais que vem reconquistando o público ainda que, assim como outros equipamentos públicos da cidade, não tenha sofrido ao longo dos anos qualquer intervenção de conservação significativa. Situado no centro de Brasília no Setor de Recreação Pública Norte (SRPN), dentro do Autódromo de Brasília o Cine Drive-In encontra-se isolado seja pela falta de transporte público, seja pela falta de visibilidade e conhecimento. Além dele, toda a zona ao redor é desvalorizada, pouco acessível e detentora de poucos equipamentos que a tornem atrativa. Com exceção do Estádio Mané Garrincha e do Autódromo, vizinhos diretos do Cine, que já possuem certa estabilidade, todas as demais áreas são hoje de uso limitado, porém possuem potencial para tornar a região um referencial de entretenimento para a cidade, como as piscinas do Centro Poliesportivo Ayrton Senna (antigo DEFER), o ginásio Nilson Nelson e o ginásio Cláudio Coutinho. O projeto tem como objetivo a desapropriação da área vizinha ao cinema, onde hoje se encontra um Kartódromo, e a idealização de um centro cultural integrado ao Cine Drive-in de Brasília que estabeleça nova dinâmica e traga movimento contínuo ao local através da promoção da cultura e valorização do patrimônio moderno.


A JUSTIFICATIVA

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O ESPAÇO

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A FICHA TÉCNICA

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1. A PESQUISA A capital e o cine drive-in Sobre o cine drive-in O cine e o tombamento Legislação Condicionantes do terreno 2. ESTUDOS DE CASO Centro cultural são paulo 1º colocado casa firjan Drive-in ballroom marfa 3. PROJETO Diretrizes urbanas Diretrizes de intervenção Desenvolvimento do partido Programa de necessidades Acessos e fluxos 4.PERSPECTIVAS Perspectiva aérea do complexo cultural Perspectiva dos blocos a e b, fachada leste Perspectiva dos blocos b,c e cine drive-in Perspectivas dos blocos b e c, fachada norte Perspectivas dos blocos a, b e c, fachada oeste Perspectiva interna bloco a, cubo de cobogó Perspectiva interna bloco b, conjunto rampa e escada 5. DESENHOS TÉCNICOS Planta de situação Plantas baixas Cortes Fachadas

5 6 7 8 9 10

11 12 13 14

15 16 18 20 24 27

28 29 30 31 32 33 34 35

36 37 38 50 55

6.DETALHES Estrutura Rampa Teatro Banheiros do cine

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

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AGRADECIMENTO

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60 61 62 64


O contexto da cidade aponta para a necessidade de novas áreas de aglomeração urbana e incentivo a atividades culturais. O Plano Piloto de Brasília não possui ainda um polo cultural multiuso que incentive a interação do público com o espaço e cidade. A união dessa necessidade ao uso e valorização do patrimônio cria uma relação saudável que traz nova vida ao Setor de Recreação Pública Norte. Além de uma nova área de movimentação urbana se ganha, através da interação com o Cine, a valorização do passado histórico e artístico da capital e aproximação da comunidade com o tema do uso e significância do patrimônio.

perspectiva geral. Centro Cultural e CIne Drive-In ao fundo

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Os locais destinados ao projeto serão os terrenos do Cine Drive-In e do Kartódromo localizados no Setor de Recreação Pública Norte (SRPN) e dentro do Autódromo de Brasília. Hoje o Drive-in é formado por um relativo pequeno conjunto de elementos, sendo os principais a serem preservados a tela de concreto, a casa de administração e projeção, a bilheteria, a área de estacionamento e o acesso dos automóveis pela ponte. A região, ladeada pelo eixo monumental, uma das principais vias que cortam a cidade, é hoje mal integrada e de visibilidade restrita. Seus usos são limitados a atividades esportivas escassas e ao Cine Drive-in que parece destacar-se em meio aos demais estabelecimentos.

Localização - Setor de Recreação Pública Norte Projeto - Ricardo Koury Data de Inauguração - 24 de Agosto de 1973 Área total original - 45.000m² Área total atual - 15.000m²

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1.


Ao idealizar Brasília, Lúcio Costa materializou um período da história brasileira. Em seus traços estavam embutidos os sonhos de uma geração que acreditava no desenvolvimento do país e no potencial do seu povo. Durante os cinco anos de sua construção, sob o mandato do então presidente Juscelino Kubitschek, até a sua inauguração em 21 de Abril de 1960, Brasília trouxe ao centro do país milhares de pessoas dispostas a lutar por um futuro e pela cidade que seria o símbolo máximo do progresso do país. Portanto, a sua responsabilidade era muito maior que a de qualquer outra, Brasília era a nova capital e como tal deveria apresentar todas as características condizentes com o slogan da época. É interessante perceber que foram justamente essas condições que permitiram ao urbanista criar uma cidade racionalista sem limitações de tecido e arquitetura pré-existente. Brasília era pura e pode praticar com desenvoltura o exercício do moderno. Lúcio Costa projetou a cidade resultante do cruzamento de dois eixos e que se apresentou monumental a partir do seu ordenamento e setorização. Em “Memória Descritiva do Plano Piloto de Brasília” de 1957, Costa permite escapar os “ingredientes” para a composição urbanística da cidade. Neste documento observa-se a afinidade do autor com o traçado dos eixos e perspectivas francesas; os longos gramados vindos dos jardins ingleses; a busca dos terraplanos, arrimos e pavilhões em imagens chinesas; e a admiração pelos viadutos e autoestradas dos arredores de Nova York. Dentre os “ingredientes” citados acima, chama-se atenção para o último ponto e a forte relação de Brasília com o automóvel, declarada mais uma vez por Lúcio Costa, desta vez no documento “O urbanista defende a sua cidade” de 1967. Nele o autor deixa claro: Em Brasília, a autoestrada conduz ao próprio coração da cidade e prossegue de um extremo ao outro nos dois sentidos, norte-sul e leste-oeste, sem perda de élan, porque a aplicação metropolitana da técnica rodoviária dispensa sinalização e garante o fluxo normal do trânsito. Entende-se, portanto que a imagem de Brasília sempre foi fortemente atrelada aos seus caminhos, a suas vias e à propaganda do uso do automóvel. Nesse contexto nasce o Cine Drive-In da capital que, apesar de trazido da cultura norte americana, poderia ter nascido no meio do cerrado.

Relação Drive-In, Kartódromo e Estádio, FONTE: Acervo PROAU 2014

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O Cine Drive-In de Brasília nasceu em 25 de agosto de 1973 durante o governo militar de Médici com a maior tela de cinema do Brasil, 312m² (26x12m), projetada e construída em concreto armado aparente, com espessura de 8cm pelo engenheiro Ricardo Koury e levemente côncava. O desenho da tela, afirma seu autor, foi inspirado no traçado urbano da cidade, segundo reportagem do Jornal de Brasília em 25 de Julho de 1973. Após trabalhar por anos no Drive-In com seu pai, Marta Fagundes assumiu a administração do espaço já em declínio em 1989, segundo as palavras da própria administradora: “o auge do cinema foi alcançado por volta de 1980 quando o superlotavam com cerca de 600 carros para grandes estreias cinematográficas com direito a atrações ao vivo”. (FAGUNDES, M. Entrevista concedida a Beatriz Gomes. Brasília, 2014). O desafio da manutenção do espaço começa a surgir paralelamente ao aumento dos shoppings, das salas de cinema fechadas, e da veloz disseminação dos aparelhos de TV que passaram a invadir as casas dos brasileiros. Marta Fagundes explica como esse movimento de recolhimento da população afetou o Drive-In a ponto dele perder a sua rentabilidade. Ademais, estes não foram os únicos fatores responsáveis pelo período de declínio, já que o cinema, ainda que aparentemente localizado em ponto estratégico, sofre de constante isolamento urbano que dificultou e ainda hoje dificulta o seu acesso, sua visibilidade e consequente divulgação. A administradora do cinema comenta ainda que o Drive-In ocupava inicialmente 45.000 m², sendo apenas 1/3 desta área utilizada para o funcionamento efetivo do Drive-In. Os outros 2/3 eram utilizadas como espaço de espera para os filmes. Em 2000, com o autódromo sob direção de Nelson Piquet, foi construído um kartódromo neste local. Além do estacionamento de espera, uma parcela da área restante foi também ocupada reduzindo o limite do estacionamento do cine de 500 para 400 carros.

Bilhete da primeira corrida no Autódromo e a presença do Cine, FONTE: Acervo PROAU 2014

Com o passar dos anos o cenário cultural mudou e o Cine Drive-In de Brasília que estava esquecido se tornou novamente fonte de atração e reconquistando parte do seu interesse e público. Tornou-se rentável mais uma vez e hoje ele funciona de segunda a domingo com público médio mensal de 3.000 pessoas sendo o único cinema do Distrito Federal a receber o Prêmio Adicional de Renda oferecido pela ANCINE. Recentemente o cinema foi homenageado por meio do filme “O último Cine Drive-In” de Iberê Carvalho e pelo documentário “Drive-In Cinema sob o céu” de Cláudio Moraes apresentados respectivamente, no Festival de Cinema do Rio de Janeiro, em 02 de outubro de 2014 e no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, em 20 de setembro de 2014.

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De acordo com a publicação do IPHAN, “Plano Piloto 50 anos: Cartilha de preservação de Brasília”, publicada em 2007, “O tombamento é um Ato Administrativo realizado pelo Poder Público com o objetivo de preservar bens de natureza material de valor histórico, cultural, arquitetônico, ambiental, etnográfico, paisagístico, arqueológico e também de valor afetivo para a população impedindo que venham a ser destruídos ou descaracterizados.” (IPHAN, 2007, p.20). Esta é uma importante ferramenta de preservação que é amplamente difundida e que teve e tem um papel fundamental na preservação de Brasília. O Plano Piloto é hoje tombado em duas diferentes instâncias sendo elas o Governo Federal e o Distrital além de contar com o reconhecimento da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – UNESCO. Os tombamentos foram realizadas em termos urbanísticos, ainda que levado em conta os aspectos arquitetônicos da cidade. É impossível separar completamente um argumento do outro, uma vez reconhecida a sua interdependência. Essa questão revela-se no trecho abaixo onde mostra claramente a presença de motivos além do urbano: “O plano piloto foi tombado por reunir todos os princípios do modernismo em seu plano urbanístico, arquitetônico e artístico. E são esses princípios que devemos preservar.” (IPHAN, 2007, p.16). Com isso pretende-se revelar que não somente de urbanismo se faz a capital. Tanto é que a cidade tem a sua identidade marcada por obras como a Catedral, o Congresso e o Palácio da Alvorada, todas do mestre Oscar Niemeyer detentoras de valores já consolidados que legitimam o seu tombamento individual. Esses valores são, assim como revelado no trecho acima, ligados aos princípios do modernismo, tema que parece tomar conta da cidade mais de 50 anos depois da sua inauguração.

Cine Drive-In. FONTE: Acervo Marta Fagundes

Claro que o passado da cidade e os seus grandes nomes não devem ser esquecidos ou diminuídos, mas é fundamental reconhecer que ela é viva e sujeita ao tempo e a mudanças. É preciso manter-se aberto ao reconhecimento de novas arquiteturas e até mesmo de obras já antigas que ou foram ofuscas pelos monumentos da época, ou não haviam ainda valor reconhecido por motivos diversos. Dentre estes locais está o Cine Drive-In que no passado não se configurava como bem patrimonial, mas que vem ganhando projeção juntamente com outros locais que passaram a representar e a contar a história de Brasília.

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Coeficiente de aproveitamento = 3 O terreno onde será realizado o projeto faz parte do Setor de Recreações Públicas Norte (SRPN) e por isso está sujeito às leis dessa área que faz parte da escala Bucólica de Brasília. A norma garante a implementação de um centro cultural por meio dos seguintes pontos:

Taxa de ocupação = 100%

DISPOSITIVOS DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO: A) Institucional Educação, apenas: outras atividades de ensino, ensino de esportes, ensino de arte e cultura. Atividades artísticas, criativas e de espetáculos. B) Comercial Comércio varejista, apenas: de produtos alimentícios, bebidas e fumo; C) Prestação de serviço Restaurantes e outros serviços de alimentação e bebida; D) Atividades de recreação e lazer

65m

DOSPOSITIVOS DE CONTROLE MORFOLÓGICO Taxa de ocupação = 100% Afastamentos e recuos = não definido Coeficiente de aproveitamento = 3 Altura máxima da edificação = 65m Taxa de permeabilidade = não definido Segundo o PPCUB ficam definidos os seguintes parâmetros de dispositivos de parcelamento e qualificação urbana: -Espaço público: elaborar projeto integrado de paisagismo levando em consideração a conexão com os setores adjacentes e a cidade como um todo. Prever faixa arborizada em torno do Setor, sistematização dos passeios e ciclovias. -Recomendações de projeto: deverá ser construída faixa de ligação subterrânea sob o Eixo Monumental para promover a ligação apropriada entre o SRPN e o Centro de Convenssões Ulisses Guimarães.

Taxa de permeabilidade = não definido Afastamentos e recuos = não definido

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O terreno possui ligeiro declive que é suficiente para o destaque da tela de projeção ao fundo do terreno. As fachadas voltadas para oeste são as mais prejudicadas pelo sol e por isso devem receber maior proteção. O vento predominante é o leste. É interessante que ele tenha fácil permeabilidade no terreno e edifícios para manter a boa ventilação.

Árvores ladeiam o terreno e são fundamentais para isolar o cinema dos espaços externos ao Drive-In. Assim é possível garantir a projeção do filme sem a interferência brusca da iluminação do Autódromo.

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2.


Perspectiva CCSP. Foto: Carlos Rennó

LOCALIZAÇÃO

O Centro Cultural fica localizado entre as ruas Vergueiro e 23 de Maio, entre as estações de metrô Vergueiro e Paraíso em São Paulo.

PROGRAMA • • • • • • • • • • • • •

Área total de 46.500m² Sala de cinema Teatro Espaço para recitais e concertos Ateliês Áreas de exposições Arquivo Multimeios Bicicletário Espaços Multiuso Central de informações Restaurante Horta Comunitária Discoteca

ANÁLISE

-

Perspectiva da estrutura aparente e rampas. Foto: Sossô Parma

O projeto permite a versatilidade e a integração de espaços através do padrão de linguagem arquitetônica homogênea. Muitas vezes centros culturais sofrem um processo de gentrificação devido a sua proposta de funcionamento e é interessante ver como o CCSP conseguiu escapar desta linha através de um programa multiuso diretamente atrelado à circulação e divisão do espaço interno. Esses são pontos importantes que devem ser considerados na criação do projeto do centro cultural do Drive-in. O centro cultural é aberto para a cidade, possui múltiplas entradas e encontra-se inserido em uma intensa malha urbana conectado por diversos meios de transporte público sendo, inclusive, o seu projeto decorrente da criação das estações de metrô da região. Já a área destinada ao projeto do complexo Cine Drive-in é isolada da malha urbana do centro de Brasília. Utilizar para o projeto de Brasília a forma com que foi feita a conexão do centro de São Paulo com a cidade permitirá uma nova movimentação do espaço urbano da capital que incentivará a revitalização do Drive-in e entorno. Imagem das rampas e espaços livres. Foto: Márcio de Assisa


Praça que relaciona novo e antigo, Imagem: Lompreta Nolte Arquitetos

LOCALIZAÇÃO

• A área destinada ao projeto localiza-se no bairro Botafogo, Rio de Janeiro em uma área movimentada e de intensa malha urbana.

PROGRAMA • •

Área construída de 8.000m² Corporativo: Escritórios, Salas de reunião, Salas multiuso.

• • •

Educacional: Midiateca, Laboratórios, Salas multiuso, Coordenação. Cultural: Salas de ensaio, Teatro, Foyer, Galeria Cultural, Auditório. Outros: Restaurante, Estacionamento, Comércio.

ANÁLISE

O vencedor do concurso FIRJAN resolve o problema da conexão entre o edifício novo e o antigo através de uma praça que permite a transição de lugares e a manutenção de uma relação física e afetiva entre eles. No projeto do complexo Cine Drive-in em Brasília essa conexão também pode ser complicada e delicada devido fatores como a sensibilidade do cinema a luz e ruído. A alternativa da praça pode ser a solução para este problema e outros como a vontade de se criar espaços destinados a feiras e mercados livres. Topografia é outro elemento que pode ser beneficiado pela praça permitindo a visibilidade do cinema ao ar livre. Outros pontos a serem levados para o projeto de Brasília é a utilização de gabarito semelhante ao do edifício pré-existente e a forma simples com movimento atrativo, alçando certas partes do edifício para permitir o acesso direto e a visão livre. Quanto ao programa do FIRJAN, ele se aproxima muito ao que pode ser feito no complexo Cine Drive-in. Os dois possuem áreas semelhantes e pretendem atender um público heterogêneo. Mais uma vez, a grande diferença entre eles está na conexão com a malha urbana. A integração do projeto de Brasília com os transportes públicos será a forma de atrair público e interesse da sociedade para a região.

Implantação mostrando relação do novo e antigo, Imagem: Lompreta Nolte Arquitetos

Corte do novo edifício, Imagem: Lompreta Nolte Arquitetos


LOCALIZAÇÃO

Marfa’s Viscaino Park, Texas, Estados Unidos. Histórico e Objetivo Esse projeto parte da Fundação Ballroom Marfa que desde 2003 procura explorar e incentivar a cultura por meio das artes visuais, filmes, músicas e performance. Em parceria com os arquitetos Michael Meredith e Hilary Sample do escritório MOS, surge o projeto do Drive-in em uma tentativa de integrar arte e arquitetura para ativar um espaço público. O projeto fica localizado em área rural e o grande objetivo dele é tornar essa área atrativa e frequentada.

Perspectiva do uso da tela. Imagem: Ballroom Marfa

PROGRAMA

• Área total: 14.000 m² • Composição do projeto por meio de uma tela que possui também a função de concha acústica, duas instalações artística e estruturas de apoio. • A tela com funções múltiplas (projeção e concha acústica) pode atender diferentes tipos de atividade sem perder a sua importância. • O espaço é destinado não somente aos automóveis mas também a pedestres e pode possuir programação em diversos horários do dia.

ANÁLISE

O mais interessante desse projeto é ver como ele cria um novo modelo de Drive-In sem descaracterizá-lo e dando a ele a atualização necessária para se encaixar no modelo atual de cultura. Nesse espaço, uma série de coisas pode acontecer ao mesmo tempo sem que uma impeça a outra. Além disso, ele resolve um dos grandes problemas responsável pelo declínio do Drive-in que é a restrição do horário e a consequente limitação de uso gerando pouco retorno de terrenos imensos e caros. O projeto da Ballroom resolve isso se utilizando da mesma ferramenta usada para adaptá-lo a cultura moderna: a multifuncionalidade. Essa característica que já apareceu tantas vezes é de extrema importância e deve ser levada em conta para a reabilitação de espaços antigos.

Corte esquemático do Drive-In. Imagem: Ballroom Marfa

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3.


CICLOVIA E MOBILIÁRIO URBANO escala 1:500

1. SOBRE CICLOVIAS E MOBILIÁRIO URBANO Como já comentado anteriormente, o Setor de Recreação Pública Norte encontra-se isolado apesar de estar no centro da cidade. Para resolver o problema e buscar chamar o público para o local, procurou-se aumentar as conexões através do aumento dos pontos de ônibus além da criação de um percurso cicloviário que permita o passeio fácil e atrativo no setor. As principais preocupações são: - Criar passeios generosos para pedestres e ciclistas. - Implementação dos serviços de apoio em diversas áreas, reduzindo espaços ociosos. - Calçadas compartilhadas (pedestre + ciclistas). - Criar novo caminho que integre a SRPN e a W3 norte. - Previsão de galeria que conecte a SRPN ao Centro de Convenções FUNARTE.


FLUXOS E VEGETAÇÃO escala 1:500

2. SOBRE FLUXOS E VEGETAÇÃO Para criar áreas de concentração foram utilizadas marcações de piso em cores diferenciadas que além de tornar o caminhar mais lúdico, permitem que o pedestre se oriente mais facilmente. Atrelado a esse fator, foi buscado um aumento considerável de área verde. Apesar da área generosa, o setor não possuía muitas árvores e o sombreamento era mínimo. Devido às grandes áreas livres, o percurso sob o sol era extremamente desagradável forçando o transeunte a percorrer grandes distâncias entre um ponto de descanso e outro. Pontos principais: -

Vegetação + passeio. Pontos de concentração mais equipados e largos. Piso direcionador. Inclusão de bancos e mesas de descanso. Percursos que permitam o descobrimento dos equipamentos do SRPN. Previsão de parque anexo ao Cine Drive-In e integrado aos passeios gerais.


Hoje o Drive-in é formado por um pequeno conjunto de elementos, sendo eles a tela de concreto, a casa de administração e projeção, a bilheteria, o velho edifício da churrascaria, os banheiros construídos recentemente, a área de estacionamento e a ponte de acesso.

E

O cinema resistiu ao tempo, porém nem todos os seus elementos foram preservados. Alguns sofreram pequenas alterações, outros foram adicionados posteriormente e ainda existem aqueles condenados. A seguir será feita uma análise dos espaços de acordo com o novo projeto observando os elementos que parmanecem, os novos e os retirados. Como ferramenta complementar será utilizado o trabalho realizado no segundo semestre de 2013 durante a realização da disciplina PROAU-8 Técnicas Retrospectivas, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo – FAU da universidade de Brasília – UnB, ministrada pela Profa. Flaviana Barreto Lira, pelo Prof. Oscar Luís Ferreira e pelo Prof. Leandro Cruz.

ELEMENTOS QUE PERMANECEM

E ponte

bilheteria

tela

administração

estacionamento

ELEMENTOS RETIRADOS

banheiro antigo

churrascaria

ELEMENTOS NOVOS

banheiro novo

centro cultural

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QUADRO DE PATOLOGIAS

E estacionamento

Qual o problema?

O que fazer?

Como fica no projeto?

ponte

bilheteria

tela

administração

banheiro antigo

churrascaria

- trincas. - locais esburacados. - Arremates mal feitos para a passagem das instalações. -vagas mal marcadas.

- ferragem exposta. - parapeito enferrujado.

- esquadrias metálicas com ferrugem. - escoamento inapropiado e acumulo de água. - laje com infiltração.

- ferragem exposta à corrosão. - segregação do concreto.

- infiltração nas paredes internas. - revestimento em lajotinha com peças danificadas e ausentes.

- umidade ascendente. - presença de lodo.

- estrutura completamente comprometida segundo avaliação do IPHAN. .- infiltração. - fissuras - vegetação inadequada.

- recapeamento do asfalto. - marcação das vagas com tinta branca.

- reestruturação da estrutura em concreto armado assim como a original. - substituição do parapeito mantendo a estrutura metálica.

- substituição das esquadrias metálicas por similares. - estudo de escoamento apropriado. - impermeabilização da laje.

- reestruturação da estrutura em concreto armado assim como a original. - manutenção da pintura branca da área de projeção.

- impermeabilização das áreas afetadas. - substituição das lajotinhas quando necessário e devida documentação.

- esse bloco foi feito posteriormente e sem qualquer comprometimento com o projeto original. Mesmo que em bom funcionamento, será demolido.

- esse bloco foi feito posteriormente e sem qualquer comprometimento com o projeto original. Sua estrutura está condenada e será demolido.

O asfalto mantém a sua disposição original e é incluso um caminho com pavimentação diferenciada como forma de guia para o pedestre.

A ponte mantém o seu traço original e a cor branca. É também adicionada uma ciclovia no canteiro entral.

Fica garantida a sua aparência original e é adicionada a ciclovia na passagem da última cabine.

Mantém a sua aparência como se encontra hoje. A tela praticamente não sofereu alterações ao longo dos anos.

Portas foram retiradas ao longo dos anos e a cozinha refeita. O restante mantém a estrutura original e assim deve permanecer.

O antigo banheiro será substituído por banheiros modulados disribuídos pelo estacionamento.

A área que antes era ocupada pela churrascaria fará parte de um novo local destinado aos pedestres e ciclistas que desejarem assistir ao filme.

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1. PRIMEIRA FASE Após pesquisa e análise do terreno alguns pontos foram definidos como partida para o desenvolvimento do projeto. A relação de um novo edifício com um bem patrimonial é sempre delicada e portanto a primeira coisa a ser pensada foi essa conexão. Foi preciso mantê-los afastados e ainda assim buscar um elemento que fizesse o diálogo entre eles. Nessa primeira fase foi definido que: - A vegetação é elemento de barreira acústica e luminosa entre o Cine e o autódromo e também entre o Cine e o centro cultural (sendo essa segunda eliminada posteriormente pois a barreira também se tornaria visual). - Passagem livre e desempedida para o público. - Cuidado com a manutenção e preservação do Drive-In. - Edifício de percurso linar e com aberturas múltiplas.

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2. SEGUNDA PARTE Feitas as primeiras definições, buscou-se propor as distâncias principais e assim o traçado final do centro cultural adquiriu forma. A conexão entre cinema e prédio novo foi resolvida por meio de um passeio de cor e textura diferenciadas, que corta todo o terreno. Nesse ponto foi definido também que seria necessária uma forma de barreira que controlasse o acesso do público geral ao cinema. Uma vez que a proposta é deixar o complexo livre, o cinema em horário de filme seria uma das poucas áreas que necessitaria de restrição, porém, como o objetivo era manter a visão livre para a tela, qualquer barreira poderia ser muito agressiva. A solução foi: - Espelhos d’água nas laterais do terreno e uma grade móvel que ficasse escondida atrás de totens de exposição quando não fosse utilizada.

ESPELHO D’ÁGUA ELEMENTOS DE BARREIRA POSIÇÃO DA GRADE E TOTENS

PRINCIPAIS DISTÂNCIAS

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3. TERCEIRA PARTE Nesta etapa foram estudadas algumas alturas que são importantes para a relação entre centro cultural e cinema. Alguns elementos foram pensados mais detalhadamente pois seriam decisivos para o funcionamento do complexo. São eles: -

Auditório voltado para área interna e externa do centro cultural. “Cubo” de cobogó responsável por proteger a fachada oeste. Permanência do público próximo a tela. Criação dos novos blocos de banheiro. Garagem de serviço. Cobertura acessível e teto verde.

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O estudo resultou em um complexo formado por 3 blocos novos mais o cine Drive-In, Os volumes novos possuem unidade garantida por passarela que conecta os principais blocos do centro cultural e enquadra o cinema ao fundo.

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Progama Pavimento 1 VIVÊNCIA _Foyer _Café _Recepção _Banheiros de apoio ao Foyer _Café anexo ao Cine _Banheiros de apoio ao Café anexo ao CIne

CRIAÇÃO _Oficinas _Sala de Exposição _Auditório _Hall e Recepção _Camarins _Salas Multidiciplinares _Café _Banheiros de apoio ao teatro

FORMAÇÃO _Biblioteca _Banheiros de apoio à Biblioteca _Sala de professores _Salas de Aula _Laboratório de informática _Sala de cooredenação e apoio _Banheiros de apoio às salas

PRODUÇÃO ADMINISTRAÇÃO _Administração + cozinha do Cine _Bilheteria 1 do CIne

ESCALA: 1_1000

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Programa pavimento 2 VIVÊNCIA _Restaurante _Banheiros de Apoio ao Restaurante _Espaço Livre

CRIAÇÃO _Foyer _Teatro

FORMAÇÃO PRODUÇÃO _Hall de Entrada _Salas de Reunião _Salas Multiplouso _Banheiros de Apoio _Coffe Break

ADMINISTRAÇÃO _Hall de Entrada _Banheiros de Apoio _Salas de Reunião _Sala Geral

ESCALA: 1_1000

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Quadro de áreas ÁREA

QUANT.

ÁREA TOTAL

130 m2 15 m2 14,5 m2 18 m2 25,3 m2 175 m2

1 2 1 1 1 1

130 m2 30 m2 14,5 m2 18 m2 25,3 m2 175 m2

ADMINISTRAÇÃO _Hall de Entrada _Banheiros _Sala de Reunião peq. _Sala de Reunião média _Sala de Reunião grande _Sala Geral

275,8 m2

VIVÊNCIA _Foyer _Café _Recepção _Banheiros _Restaurante _Café Anexo ao Cine _Bannheiros Anexo ao Café _Circulação

C E N T R CRIAÇÃO O _Oficinas C U L T U R A L ESCALA: 1_1000

ÁREA CONSTRUÍDA DO COMPLEXO 6247,4 m2

GRÁFICO DAS ÁREAS UTILIZADAS

ÁREA

D ADMINISTRAÇÃO R _Bilheteria I _Administração e cozinha V VIVÊNCIA E _Banheiros I N

QUANT. ÁREA CONST. TOTAL

_Sala de Exposição _Auditório para 90 pessoas _Hall/ Recepção _Teatro para 130 pessoas _Camarim e Banheiros _Sala Multimídia pequena _Sala Multimídia grande _Café _Foyer _Banheiros _Circulação

203 m2 110 m2 60 m2 20 m2 247 m2 357 m2 26 m2 382 m2

1 1 1 4 1 1 2 1

203 m2 110 m2 60 m2 80 m2 247 m2 357 m2 26 m2 382 m2 1465 m2

30 m2 150 m2 132 m2 163 m2 300 m2 113 m2 135 m2 150 m2 160 m2 190,5 m2 28,5 m2 746,1 m2

4 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 1

120 m2 150 m2 132 m2 163 m2 300 m2 113 m2 135 m2 150 m2 160 m2 190,5 m2 57m2 746,1 m2 2416,6 m2

FORMAÇÃO _Biblioteca _Banheiros da Biblioteca _Sala dos professores _Sala de aula grande _Sala de aula pequena _Laboratório de Informát. _Sala Coordenação e apoio _Banheiros das salas de aula _Circulação

261 m2 31,5 m2 30 m2 105 m2 60m2 56,7 m2 49 m2 29,5 m2 351 m2

1 2 1 1 1 1 1 2 1

261 m2 63 m2 30 m2 105 m2 60m2 56,7 m2 49 m2 59 m2 351 m2 1034,7m2

76,2 m2 222,1 m2

1 1

76,2 m2 222,1 m2 298,3m2

12 m2

6

82 m2

82m2

PRODUÇÃO _Hall de entrada _Sala de Reunião Grande _Sala de Reunião Pequena _Sala Multiplouso _Banheiros de apoio _Coffe Break _Circulação

135 m2 51,5 m2 35 m2 73 m2 25,2 m2 88 m2 82 m2

1 2 2 2 2 1 1

135 m2 103m2 70 m2 146 m2 51 m2 88 m2 82 m2 675m2


Todos os caminhos são acessíveis a portadores de necessidades especiais.

pedestres

Automóveis possuem livre acesso ao estacionamento do cine. Já a garagem é restrita a pedestres.

ciclistas

O acesso é parcialmente impedido pelo espelho d’água e muro que cerca a área destinada ao Drive-In.

automóveis

demais fluxos

fluxo secundário

fluxo principal

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34


35


5.


Caimento do terreno

SITUAÇÃO

D

TELA CINE DRIVE-IN

VEGETAÇÃO E PISOS ESCALA: 1_1000

ADMINISTRAÇÃO cobertura em telha metálica

BILHETERIA laje em concreto impermeabilizada BANHEIROS CINE teto verde ESPELHO D’ÁGUA

E

2%

2%

CENTRO CULTURAL, BLOCO C laje em concreto impermeabilizada

D

A 2%

B

2%

centro cultural, bloco a laje em concreto impermeabilizada

D 2%

CENTRO CULTURAL, BLOCO B cobertura ventilada por meio de placas feitas em terracota. Produto: nbk terrart

D

2%

CENTRO CULTURAL, BLOCO A laje em concreto impermeabilizada

E B

A 37


BLOCO

A

TÉRREO_PLANTA BAIXA ESCALA: 1_250

0 1

5

10

20

38


BLOCO

A

TÉRREO_LAYOUT ESCALA: 1_250

0 1

5

10

20

39


BLOCO

A

PRIMEIRO PAVIMENTO_PLANTA BAIXA ESCALA: 1_250

0 1

5

10

20

40


BLOCO

A

PRIMEIRO PAVIMENTO_LAYOUT ESCALA: 1_250

0 1

5

10

20

41


BLOCO

B

TÉRREO_PLANTA BAIXA ESCALA: 1_250

0 1

5

10

20

42


BLOCO

B

TÉRREO_LAYOUT ESCALA: 1_250

0 1

5

10

20

43


BLOCO

B

PRIMEIRO PAVIMENTO_PLANTA BAIXA ESCALA: 1_250

0 1

5

10

20

44


BLOCO

B

PRIMEIRO PAVIMENTO_LAYOUT ESCALA: 1_250

0 1

5

10

20

45


BLOCO

C

TÉRREO_PLANTA BAIXA ESCALA: 1_250

0 1

5

10

20

46


BLOCO

C

TÉRREO_LAYOUT ESCALA: 1_250

0 1

5

10

20

47


SUBSOLO

GARAGEM_PLANTA BAIXA ESCALA: 1_250

0 1

5

10

20

48


SUBSOLO

GARAGEM_LAYOUT ESCALA: 1_250

0 1

5

10

20

49


CORTE

AA

ESCALA: 1_250

CORTE

0 1

5

10

20

AA_layout

ESCALA: 1_250

0 1

5

10

20

50


detalhe cobertura

4 10

CORTE

BB

ESCALA: 1_250

CORTE

0 1

5

10

°

1.6

cobertura em policarbonato translúcido estrutura metálica estrutura do edifício

20

BB_layout

ESCALA: 1_250

0 1

5

10

20

51


CORTE

CC

ESCALA: 1_250

CORTE

0 1

5

10

20

CC_layout

ESCALA: 1_250

0 1

5

10

20

52


CORTE DD ESCALA: 1_250

0 1

CORTE DD_layout ESCALA: 1_250

5

0 1

10

5

20

10

20

53


CORTE EE ESCALA: 1_250

0 1

CORTE EE_layout ESCALA: 1_250

5

10

0 1

5

20

10

20

54


BLOCO

A

FACHADA LESTE ESCALA: 1_250

BLOCO

A

FACHADA OESTE ESCALA: 1_250

0 1

0 1

5

5

10

10

20

20

55


BLOCO

A

FACHADA SUL

0 1

5

10

20

ESCALA: 1_250

BLOCO

A

0 1

5

10

20

FACHADA NORTE ESCALA: 1_250

56


BLOCO

B/C

FACHADA SUL

0 1

5

10

20

0 1

5

10

20

ESCALA: 1_250

BLOCO

B/C

FACHADA SUL ESCALA: 1_250

57


BLOCO

B/C

FACHADA LESTE ESCALA: 1_250

BLOCO

B/C

FACHADA OESTE ESCALA: 1_250

0 1

0 1

5

5

10

10

20

20

58


6.


COBERTURA Laje nervurada Atex 600-150 impermeabilizada e com proteção por meio de placas de concreto elevadas e permeáveis,

O Cine Drive-In possui características modernas, portanto as estruturas ali presentes são feitas predominantemente em concreto. Como forma de manter essa linguagem e associar o Centro Cultural ao cinema, optou-se por realiza-lo também em concreto armado. Para facilitar a sua execução e manter a sensação de leveza, foi escolhido o uso de pilares de seção circular e lajes nervuradas Atex 600-150 que possui molde de 60x57cm e altura de 15cm.

TETO VERDE

ELEVADORES Estrutura autoportante em concreto armado

PILARES Seção circular com diâmentro de 30cm.

ESCADAS Estrutura autoportante em concreto armado RAMPA Estrutura metálica independente.

TEATRO Estrutura mista. Metálica + concreto armado.

60


visual interno

visual externo A rampa de acesso ao teatro é elemento importante do centro cultural. Além de seu caráter estático, é peça fundamental de acessibilidade.

.32

2.45 2.45

Optou-se por destacá-la através da sua forma, estrutura e cor. Diferente da maioria da estrutura do edifício, a rampa possui estrutura metálica independente e fechamento com ripas de madeira que oferecem proteção sem impedir a visibilidade e enclausurar. Sua inclinação de apenas 4% é confortável para o cadeirante e garante um passeio agradável para todos. Em seu percurso o usuário pode ver tanto o interior quanto o exterior do centro cultural.

.32

3.20

2.56

extrutura metálica independente

corrimão jardim interno 3.85

BB

CORTE escala 1_100

3.85 .30

ripas de madeira

revestimento em ACM amarelo

27.70 10.00

2.00

10.00

2.50

4.22

2.62

5.71

3.00

3.20

AA

CORTE escala 1_100

61


A

14.90 10.30

2.30

2.30 corre

corre

O auditório é outro elemento de destaque. Sua estrutura, assim como a rampa, é também independente, porém executada de forma mista (treliça metálica + concreto armado). Seu revestimento é o mesmo em todas as superfícies dando a sensação de peça única.

D

D 6.00

Parte importante desse projeto é a possibilidade de abertura do palco tanto para área interna, no caso de apresentações que exigiam ambiente com maior controle de iluminação e acústica, quanto para área externa, no caso de shows e eventos que aconteçam ao ar livre. As acomodações internas possuem uma boa curva de visibilidade e respeitam as necessidades de cadeirantes e pessoas obesas. 1.45

palco aberto paro o interior e exterior 21.65

sala técnica rampas acessíves

Rampa i=8%

Rampa i=8%

11.00

assentos para cadeirantes curva de visibilidade

3.00

1.20

.90

.50

14.00

3.00

1.00

2.10

2.00

6.70

A

2.00

PLANTA BAIXA escala 1_100

1.00

1.00

1.00

1.00

1.00

1.00

1.00

2.10

CURVA DE VISIBILIDADE escala 1_100

62


laje nervurada em concreto armado

treliça metálica

painéis acústicos

+14.50 cobertura

158° +10.30 cobertura

abertura dupla. Interior e exterior

+2.68

curva de visibilidade

+1.78

entrada

palco

13°

-0.40

vntilação camarim

jardim

0.00 térreo

-2.60 camarim

AA

CORTE escala 1_100

63


Para os novos banheiros do Drive-In foram projetadas cabines de rápida execução em estrutura de concreto e cobertura verde. A linguagem é simples e procura não interferir na paisagem do local. Dois layouts diferentes foram propostos para que o projeto atenda a todas as necessidades exigidas. Algumas preocupações foram fundamentais: - Iluminação apropriada e discreta de forma que não exista desconforto luminoso para o público durante a sessão de cinema. - Projeto completamente adaptado para portadores de necessidades especiais.

1

PLANTA BAIXA_ LAYOUT escala 1_100

PLANTA BAIXA_ LAYOUT escala 1_100

2

AA

CORTE escala 1_100

FACHADA PRINCIPAL escala 1_100

BB

CORTE escala 1_100

FACHADA LATERAL 1 escala 1_100

FACHADA POSTERIOR

escala 1_100

FACHADA LATERAL 2 escala 1_100

64


BRANDI, C. Teoria da Restauração. Tradução de Beatriz Mugayar Kuhl. Cotia: Ateliê Editorial. 2005. BUCHMANN, A. Lúcio Costa o inventor da cidade Brasília: cenário de nascimento. Brasília: Thesaurus, 2002. CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL (2013). Projeto de Lei nº 1.608/2013. Gabinete da deputada Luzia de Paula - PEN: Brasil CHOAY, F. A alegoria do patrimônio. Tradução de Luciano Vieira Machado. São Paulo: Estação Liberdade: UNESP, 2001. COSTA, M.E. (org) Com a palavra, Lúcio Costa. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2001. FRAMPTON, K. Storia dell’architettura moderna. Tradução de Silvia Milesi. Zanichelli editore S.p.A. Bologna, 2008. JORNAL DE BRASÍLA. “Drive-in de Brasília fica pronto em agosto”. 25 Jul 1973. LIRA, F. Indicador de avaliação do estado de conservação de cidades patrimônio cultural da humanidade: o caso do conjunto urbanístico de Brasília/df. III Encontro da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo. São Paulo, 2014. PROJETO CASA FIRJAN <http://www.lompretanolte.com/> Acesso: 03 de outubro de2014. PROJETO CENTRO CULTURAL SÃO PAULO <http://www.centrocultural.sp.gov.br/> Acesso: 03 de outubro de 2014. PROJETO DRIVE-IN BALLROOM MARFA <https://ballroommarfa.org/archive/event/drive-in/#event-release> Acesso: 01 de novembro de 2014. PRUTON, Theodore H.M. Preservation of modern architecture. New Jersey: Jhon Wiley and Sons, Inc, 2008. UNESCO. Convenção para a proteção do patrimônio mundial, cultural e natural. 1972. Disponível em <http://whc.unesco.org/archive/convention-pt.pdf> Acesso 20 Set. 2013. ROSSETI, Eduardo Pierrotti. Arquiteturas de Brasília. Brasília: Instituto Terceiro Setor, 2012. ROSSETI, Eduardo Pierrotti, Brasília-Patrimônio: desdobrar desafios e encarar o presente. Arquitextos, São Paulo, ano 14, n. 159.02, Vitruvius, ago. 2013 <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/14.159/4845> SCHLEE, A.R. “ Narrativas Históricas e Culturais de Brasília”, SABOIA, L. e DERNTL, M.F. (org) Brasília: 50+50 cidade, história e projeto. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2014. SEDHAB. Planilha de parâmetros urbanísticos de preservação (PURB): Setor de recreação pública norte


AGRADECIMENTO Uma pequena declaração de amor à minha cidade e seus lugares, uma tentativa de contribuição e um obrigado especial aos meus pais, irmãos, mestres e amigos que percorreram comigo todos esses passos.

FIM


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