GERAÇÃO À DERIVA - CASA COMO OBJETO

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GERAÇÃO À DERIVA. CASA COMO OBJETO



GERAÇÃO À DERIVA. CASA COMO OBJETO

BEATRIZ SICCHIERI TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO RIBEIRÃO PRETO - NOV. 2017 CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA ORIENTAÇÃO MARCELA CURY PETENUSCI



FOLHA DE APROVAÇÃO BEATRIZ SICCHIERI GERAÇÃO À DERIVA-CASA COMO OBJETO

Trabalho Final de Graduação apresentado ao Centro Universitário Moura Lacerda, para cumprimento das exigências para a obtenção do grau de bacharel em Arquitetura e Urbanismo sob a orientação da Prof. Marcela Cury Petenusci.

Aprovada em Banca examinadora:


DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais Fernando e Leonor. Ao meu pai, por ter me dado essa oportunidade e todo o suporte durante esta caminhada, por se fazer presente nos piores e nos melhores momentos da minha vida, me ensinando a ser uma pessoa melhor e mais humana. A minha mãe, que partiu quando eu ainda era uma criança, mas tenho certeza que onde quer que esteja, acompanhou todo meu crescimento, minhas vitórias e minhas derrotas, me iluminando e mostrando sempre o melhor caminho a ser seguido. Espero que esteja orgulhosa.


AGRADECIMENTOS

Ao Pai Celestial por ser constantemente presente em minha vida, me dando força e coragem para cumprir todos os desafios e obstáculos que surgiram durante essa caminhada de cinco anos. A minha família que sempre esteve comigo, em especial ao meu pai e a minha irmã, por todos os ensinamentos, paciência, amor e companheirismo. A minha orientadora Marcela Cury Petenusci, que tive o imenso prazer de conhecer e ter ao meu lado no último ano de graduação, me auxiliando com muita calma e sabedoria para este trabalho final. Aos meus queridos amigos, aqueles que me acompanharam desde o começo e aqueles que ganhei durante a minha vida acadêmica, cada um de vocês foram fundamentais nesta caminhada, me mostrando que apesar de todas as dificuldades, existe um lado mais leve e que tudo vale a pena quando se tem um amigo.


RESUMO

O conteúdo deste trabalho resulta em uma habitação modular, com dimensões mínimas e uma materialidade que oferece ao usuário a possibilidade de montar e desmontar o seu módulo. Tratra-se de uma habitação com caráter de objeto, ou seja, a casa acompanha seu usuário em diferentes tipos de situações e paisagens, essa mobilidade é realizada através de um meio de transporte capaz de carregar o módulo desmontado. É apresentado uma nova tipologia habitacional, com um conceito mais dinâmico, que aborda o espaço mínimo, diferentes possibilidades de paisagens para a implantação do objeto e o usuário é o único responsável pela montagem da sua própria casa, não dependo de terceiros, sendo uma construção de montagem a partir dos encaixes da materialidade proposta.


ABSTRACT

The content of this work results in a modular house, with minimum dimensions and a materiality that offers a user the possibility to mount and dismount this module. It is a house with object character, in other words, the house accompanies his user in different types of situations and sceneries, this mobility is carried out through a means of transport able to load the dismounted module. It is presented a new housing typology, with a more dynamic concept, with a reduced space and different means of sceneries for the introduction of the object and the user is the only person in charge for the assembly of his house itself, do not depend on third ones, being a construction of montage from the fittings of the proposed materiality.


S

U

M

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I

O


13 INTRODUÇÃO 1. HABITAÇÃO E OBJETO 17 1.1. EVOLUÇÃO HABITACIONAL. 20 1.2. O QUE É HABITAÇÃO E NOVOS MODOS DE VIDA. 23 1.3. A HABITAÇÃO MODERNA. 25 1.4. A HABITAÇÃO EFÊMERA. 27 1.5. OBJETO + HABITAÇÃO + MOBILIDADE. 2. PARA QUE E PARA QUEM 35 2.1. MONTAGEM, MODULAÇÃO E MOBILIDADE. 3. UNIÃO DE CONCEITOS 41 3.1. JUNÇÃO HABITAÇÃO + OBJETO. 42 3.2. NOVAS FORMAS DE MORAR. 44 3.3. POSSÍVEIS ÁREAS DE IMPLANTAÇÃO. 49 3.4. POSICIONAMENTO DA PROPOSTA.

4. LEITURAS PROJETUAIS 51 4.1. CÁPSULA HABITACIONAL. 73 4.2. PROTÓTIPO PUERTAS. 5. POSSIBILIDADES 89 5.1. ESCOLHA DE UMA POSSÍVEL ÁREA. 6.

O PROJETO

93 6.1. DIRETRIZES PROJETUAIS. 97 6.2. PROCESSOS DE ORGANIZAÇÃO. 105 6.3. O PROJETO PROPOSTO 7. REFERÊNCIAS 155 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS



I N T R O D U Ç Ã O

O trabalho propõe-se a desenvolver um projeto de habitação modular, partindo da escala do homem, que permite acompanhar seu usuário em qualquer situação, sendo assim, fica livre para ocupar diferentes tipos de paisagens, oferecendo uma qualidade de vida que supri as necessidades básicas do homem. Outro ponto analisado para o desenvolvimento do trabalho foi a demanda por habitações, pois sabe-se que mais da metade da população brasileira vivem nas áreas urbanas. Devido a grande industrialização das cidades e a falta de políticas habitacionais, começou a ocupação de áreas irregulares, com péssimas condições de vida, gerando uma grande procura por espaços, que não conseguem atender a todos, esse módulo habitacional vem para amenizar um pouco esse problema e oferecer um diferente estilo de morar. A proposta é desenvolvida para o usuário, que é o responsável pela montagem de sua habitação modular, através dos materiais que apresentam encaixes e travamentos, com essa propriedade de montar e desmontar do objeto, é criado uma liberdade de permanecer o tempo desejado no presente local, podendo mudar a qualquer instante, desde que a mobilidade seja realizada através de um automóvel que consiga carregar todas as peças da habitação modular. Estando sujeito a alterações conforme a necessidade de seu uso e ocupação, foge dos padrões de habitação tradicional, abrangendo todas as classes sociais, pois apresenta um baixo custo de execução comparado com residências fixas.

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O

B

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E

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V

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Sendo assim este trabalho teve como objetivo desenvolver um projeto de modulação que possa permitir a sua montagem e desmontagem pelo próprio usuário em função de suas demandas. Para a execução deste projeto, foram analisados diferentes tipos de habitação, novas formas de morar e o comportamento do homem em relação ao espaço. Foi realizado uma concepção de repertório de materiais, para a criação da habitação modular e a definição dos critérios e elementos para a viabilização deste projeto.

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I.

HABITAÇÃO

E

OBJETO


1.1.

EVOLUÇÃO HABITACIONAL

Podemos chamar de projeto de habitação, qualquer espaço composto por um programa, que atenda as funções e necessidades básicas do homem. A casa passou por diversos processos, oferecendo em cada época uma identidade diferente, vamos entender um pouco sobre esta evolução, segundo o livro "Casa - pequena historia de uma ideia". "A domesticidade, por exemplo, já existe há mais de trezentos anos. Neste meio tempo, a densidade da decoração de interiores variou, os cômodos trocaram de tamanho e de função e foram mais ou menos enchidos com móveis, mas o interior doméstico sempre revelou uma sensação caseira de intimidade."

O trecho citado se aproxima do assunto que irá se desenvolver, trata-se de um projeto de habitação mínima, como fator determinante o módulo, seu interior e sua materialidade. Os pontos mais fortes discutidos para o resultado final serão: a escala do corpo humano, habitações modulares e flexíveis, novas formas de morar e dimensões mínimas, estes pontos serão a alavanca para o desenvolvimento do projeto. Acompanharemos um pouco da evolução habitacional na linha do tempo representada a seguir.

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Análise da linha do tempo: Podemos notar que o conceito de dimensões mínimas já vem da antiguidade, com as cabanas e as barracas, oferecendo ao homem um pequeno espaço para repousar, suprindo uma única necessidade do homem, que naquele tempo era a principal, pois as outras necessidades ainda eram realizadas no ambiente externo. Depois desse período, as habitações tomaram uma proporção um pouco maior, como as domus e insulas, as casas de madeiras, as construções góticas, coloniais, vitorianas, entre outras. Todas essas apresentavam uma dimensão exagerada, que atendiam as necessidades criadas pelo homem, ou seja, com os avanços tecnológicos e essas novas necessidades, as edificações foram ficando cada vez maiores.

Como vimos, no século XIX, temos o Vardo, que começa a se aproximar do trabalho, pois tratase das carruagens ciganas, a casa estava sempre em movimento, não tinha uma localização fixa. Com a chegada do século XX, os alojamentos públicos ganharam grande espaço na sociedade, as construções modernas pré fabricadas começaram a ser produzidas em massa, atingindo boa parte das habitações, presentes até hoje, outro ponto importante da época foi a introdução do container, que começou a ser utilizado, mas ganhou uma grande proporção nos últimos anos, se trata de um material de grande potencialidade. Os conceitos de materialidade, modulação, mobilidade e dimensões mínimas foram os pontos analisados para o desenvolvimento do trabalho sobre a casa como objeto.

CABANA

BARRACA VADO

CASA MÓVEL

CONTAINER

Habitações estudadas para trabalho desenvolvido.

o 19


1.2.

O QUE É HABITAÇÃO E NOVOS MODOS DE VIDA

O ato de morar faz parte da vida de todos os seres humanos, precisamos de algum lugar para suprir nossas necessidades básicas, para nos abrigarmos no final do dia, descansarmos e acolher nossa família, criando assim uma relação afetiva com o espaço. Existem muitas variedades dessas habitações. Algumas são maiores com vários cômodos, outros apresentam apenas um ou dois. Alguns gostam de mostrar o quanto de luxo que possuem, outros só estão preocupados em ter um teto e assim são definidas muitas das tipologias que conhecemos. O conceito de habitação contemporânea vem para quebrar os parâmetros da ideia tradicional e criar um lar que além de aconchegante, ele possa acompanhar seu morador, ser um objeto, sem ter um lugar fixo para ficar, mudando conforme as

necessidades e vontades de cada um, fazer parte das histórias do seu usuário, oferecer um diálogo entre o morador e o espaço, uma qualidade que muitos estão buscando na era atual.Um dos usuários estudados para este trabalho foram os nômades, que segundo Deleuze e Guattari (1997), relatam o modo de vida destes, que são pessoas que já estão à deriva há algum tempo. Por ser uma classe diferente, um estilo de vida totalmente peculiar, estão sempre viajando, em busca de algo que os preencha, que lhes deem um prazer naquilo que escolheram fazer e para isso não podem ficar no mesmo lugar, estão sempre em movimento e é este movimento que desenvolveu a parte de modulação e mobilidade do trabalho, pois a proposta é sobre uma habitação que o próprio usuário tenha


condição de montar e desmontar em lugares que ofereçam a condição do espaço, a questão da mobilidade será resolvida com um caminhão ou um automóvel capaz de transportar todas as peças da casa quando desmontada. Segundo Tramontano (2005), essa residência contemporânea foi pensada, devido ao fato das pessoas estarem buscando uma nova maneira de conhecer seus espaços, buscam a liberdade, fugindo um pouco dos parâmetros que a geração passada foi criada, pois procuravam formar uma família tradicional e seguir a mesma rotina todos os dias. Esta nova época busca conhecimento, estar cada hora em um lugar, explorando, conhecendo novas culturas, estamos sendo sempre comparados como uma sociedade singular, solitária. Não queremos compartilhar nossa vida, queremos compartilhar nossas experiências e

é nesse sentido que a casa como objeto será desenvolvida, para acompanhar esse novo estilo de vida que vem ganhando cada vez mais espaço. MCLUHAN (1971, p. 145), afirma: O homem letrado e civilizado tende a restringir o espaço e separar as funções, enquanto o homem tribal livremente projeta a forma de seu corpo para abranger o Universo. Agindo como um órgão do cosmos, o homem tribal aceitou as funções corpóreas como modo de participação nos poderes divinos, o corpo humano, no pensamento religioso dos índios, era ritualmente relacionado à imagem cósmica, e esta se assimilava em forma de habitação. Para o homem tribal e para as sociedades não-letradas, a moradia era uma imagem tanto do corpo quanto do Universo. A construção da casa, com sua lareira e seu fogo-lar, estava ritualmente

associada ao ato da criação. Este mesmo ritual estava mais profundamente ainda alicerçado na construção da cidade antiga, cuja configuração e processo haviam sido deliberadamente modelados como um ato de louvor divino. Mesmo em nossa era elétrica, muita gente anseia por esta estratégia inclusiva de conquistar significação para os seus próprios seres particulares e isolados.

Neste fragmento do texto, podemos compreender um pouco mais sobre o conceito do trabalho, sobre a história que nos mostra a evolução do homem com seu corpo e como o novo está chegando e ocupando um espaço muito grande na sociedade atual, no novo modo de olhar e pensar para as coisas que estão surgindo, que será desenvolvido através da escala humana e as dimensões mínimas do espaço. 21


Em seguida, será citado outro texto, relatando um pouco sobre a história desta evolução que foi acontecendo em todas as classes, principalmente nas classes de cor e gênero. A partir de 1945, a vitória aliada na Segunda Guerra Mundial consagra a cultura norteamericana como referencial de costumes para toda sociedade mecanizada que se queira moderna, difundida, sobretudo, pelo mais poderoso e mais abrangente meio de comunicação. No entanto, à nuclearização da unidade familiar, cujo processo estende-se desde, pelo menos, o século XVI até os nossos dias, seguiu-se seu estilhaçamento, potencializado, na segunda metade do século XX, quando surgem novos formatos de grupos domésticos: famílias monoparentais, casais DINKs - Double Income No Kids -, uniões livres - incluindo casais homossexuais -, grupos coabitando

sem laços conjugais ou de parentesco entre seus membros, e uma família nuclear renovada, ainda dominante nas estatísticas, mas com um enfraquecimento da autoridade dos pais em benefício de uma maior autonomia de cada um de seus membros. Todos passos em direção a um - aparentemente - novo padrão social: pessoas vivendo sós. As causas desta evolução são inúmeras e, relativamente, recentes. (TRAMONTANO. 1998. Texto premiado no 3º Prêmio Jovens Arquitetos: Primeiro Lugar na categoria Ensaio Crítico.)

No texto acima, acompanhamos um pouco do que foi essa briga de espaços na sociedade e aquela ideia tradicional que era pregada, ia perdendo força.


1.3.

A HABITAÇÃO MODERNA

“(...) No entanto, os arquitetos Modernos previram uma habitação prototípica, que correspondia a um homem, a uma cidade, a uma paisagem igualmente prototípicos em sua formulação.” (TRAMONTANO. 1998)

figura 1 figura 2

Assim como a tecnologia, a arquitetura veio sofrendo um processo de mudanças, quando pensamos em projetar, devemos nos preocupar com o bem estar e as funções que cada ambiente irá oferecer, tanto no interior quanto no exterior, com isso acabamos alterando a forma padrão que era seguida e surgiram assim as construções modernas. Essas construções apareceram como novos modelos de habitações redesenhados de acordo com a necessidade da sociedade atual, com o questionamento sobre as novas formas de morar. No texto "Habitação, hábitos e habitantes: tendências contemporâneas metropolitanas" relata bem sobre como este assunto surgiu e cresceu gradativamente em todos os lugares.

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figura 4

“O objeto principal e a finalidade que aqui nos reuniu, é juntar os diversos elementos da arquitetura contemporânea em um todo harmonioso, e dar à arquitetura um sentido, real, social e econômico. A arquitetura deve, portanto, libertar-se da influência de Academias estéreis e suas fórmulas ultrapassadas (De Mandrot).”

figura 3

O fim da Segunda Guerra Mundial foi uma marca muito grande, que acabou reformulando o modo de pensar, a maneira de agir, as coisas precisavam de um sentido, um novo começo e foi assim que os arquitetos modernitas começaram a projetar uma nova linha de raciocínio, que conhecemos como as habitações mínimas. Outro grande marco na história da arquitetura, que influenciou diretamente o pensamento moderno, foi à criação do CIAM [figuras 3 e 4].


1.4.

HABITAÇÃO EFÊMERA Até agora a arquitetura está sempre procurando novas descobertas, soluções e a arquitetura efêmera veio para mostrar isso, esses resultados, que nos dias atuais, são tão comentados e procurados por grande parte da população. Mas o que é essa arquitetura efêmera , que vem ganhando cada vez mais espaço. “O critério definidor da arquitetura efêmera não é a durabilidade potencial do objeto construído, mas sua durabilidade real. Uma arquitetura só se torna efêmera de fato quando se desfaz de um dado lugar.” (PAZ. 2008, p.04)

Neste trecho, notamos o que realmente significa este tipo de arquitetura, se trata

de algo transitório/provisório, que consegue se desfazer de um local e se refazer em outro, aqui conseguimos ter um pouco da ideia de que nada é eterno, nem mesmo as construções. O trabalho em desenvolvimento se encaixa muito nesse conceito, talvez não atenda a todas as propriedades apresentadas por ela, mas se aproxima muito pelo fato de não estarmos nos referindo a uma construção fixa. “ Objetos arquitetônicos, sistemas construtivos e unidades de infraestrutura portátil – são as palavras com a qual se constroem os ambientes efêmeros.“ (PAZ. 2008, p. 14) 25


figura 6

Outros tipos de arquitetura que chamaram atenção do trabalho desenvolvido, foram: arquitetura móvel e arquitetura temporária. Sobre essa segunda, temos como exemplo os abrigos emergênciais e como grande referência nessa área temos o arquiteto Shigeru Ban [figura 5], pode-se perceber que ele sempre se preocupou mais com a utilização de materiais simples e estruturas nas construções, mostrando que é possível criar a partir de uma arquitetura com materiais alternativos. “A arquitetura de Shigeru Ban é singular. É possível encontrar algo parecido, mas o trabalho dele será sempre reconhecido. A arquitetura deve ser durável o tempo que seja preciso, não importa se para uma hora, um século ou séculos." (CAMPOS. 2009, p.06) figura 5

Notamos que a arquitetura de Ban balançou muitos conceitos inflexíveis do meio arquitetônico, ele a elevou em um grau em que a maioria não acreditava que daria certo [figura 6], ele não estava preocupado em agradar, mas sim em mostrar que a partir do que temos, conseguimos adaptar e utilizar um material, eliminando a ideia de que somente os materiais tradicionais no meio construtivo são eficientes.


1.5.

OBJETO + HABITAÇÃO + MOBILIDADE

O objeto é toda coisa material que pode ser percebida, ou então tudo o que se oferece ao espírito, que o ocupa. A habitação modular tem o objetivo de ser um instrumento para o morador, por se tratar de um espaço mais limitado, a organização do espaço será baseada nas necessidades básicas do usuário e na sua capacidade de montar e carregar, pois a montagem e desmontagem do módulo será realizada pelo próprio usuário e a mobilidade será feita através de um automóvel capaz de transportar o módulo desmontado. Alguns modelos de casa como objeto foram pesquisados, tais como TOY BOX HOUSE, TROY,

ECOCAPSULE, CAMPER BIKE e WIKIHOUSE para ajudar no desenvolvimento do trabalho, mostrando as peculiaridades que cada um apresenta e como uma pessoa consegue viver em ótimas condições em um meio habitacional de espaço limitado, com materiais de fácil manuseio e que permite ser levado para qualquer lugar, tirando aquela ideia de consumismo que as pessoas estão viciadas. Será mostrado alguns exemplos mais simples e outros mais refinados, em razão de que o trabalho ocorrerá com algumas diretrizes retiradas destes modelos, que demonstram uma funcionalidade precisa. 27


figura 7

Nas figuras 7, 8 e 9 temos a TOYBOX HOUSE, que é uma construção que mistura materias ecológicos com composições de design moderno, podemos perceber isso nas cores utilizadas, pensada para uma família, com o objetivo de atender os conceitos que uma casa tem, mas o principal é ser um lugar de simplicidade, paz, felicidade e recreação.

figura 9

figura 8

Podemos perceber nas figuras que o projeto concluiu seu objetivo final que era alcançar uma sintonia em suas formas e encaixes, passando uma impressão de leveza e bem estar.


figura 11

figura 10

figura 12

Um projeto, ainda em estudo, muito próximo da nossa realidade, projetado inclusive por um brasileiro é o TROY [figuras 10, 11 e 12], um motor home desenvolvido principalmente para os amantes de aventura, ou aqueles que têm uma profissão no campo da arqueologia, geologia, biologia ou até mesmo na fotografia. Trata-se de um veículo que transporta uma casa, com um motor elétrico e todos os equipamentos necessários para a sobrevivência do ser humano, um fato que chama bastante atenção é o dormitório, que pode abrigar até cinco pessoas. Este é um dos projetos com o espaço mais otimizado, compactado, que podemos levar para o desenvolvimento do trabalho essa distribuição do espaço em relação as necessidades básicas necessária.

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ótima qualidade de vida, estamos falando de uma habitação independente e que já esta sendo produzida, sua locomoção necessita de um automóvel, preso a cápsula, capaz de realizar o transporte para outros lugares. Figuras 13 e 14 sobre a Ecocapsule.

figura 13 figura 14

Como nos referimos bastante à história da evolução, de como a sociedade ganhou em cada época e foi se tornando cada vez mais independente, construindo uma identidade própria. Um grande responsável por tudo isso foi à tecnologia e muitos dos conceitos para a construção da casa móvel. Com uma ideologia autossustentável, que irá ajudar na solução de muitos problemas naturais que já enfrentamos, mas ainda é um exemplo pouco utilizado, um projeto bastante moderno, com um resultado incrível já desenvolvido, conhecido como ECOCAPSULE. Uma nova tipologia de habitação, 100% autossustentável, que capta energia através do sol, da chuva e do vento e não se trata apenas de uma cápsula, ela se aproxima do trabalho pelo fato de poder estar em qualquer lugar, oferecendo


figura 15

O próximo projeto analisado é a CAMPER BIKE [figura 15], se trata da metade de um trailer, que é transportado por uma bicicleta, seu espaço é bem reduzido do que se pode imaginar, este é o caso mais explícito de que o ser humano não precisa de muito para viver bem, tudo o que é bem projetado tem capacidade de oferecer o mínimo de conforto possível. Ele não utiliza nenhum tipo de veículo motorizado, apenas o transporte manual, com a bicicleta de instrumento. Um projeto muito bem pensado, que acaba com todas as ideias e princípios do consumismo, porém este objeto só consegue comportar uma pessoa, mas para quem procura um estilo de vida à deriva, esta é uma opção bem ousada e apresenta uma organização espacial através das dimensões mínimas.

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figura 17 figura 18

encaixam e se transformam em espaços de habitação. A missão deste projeto é oferecer soluções na construção de casas de baixo custo e energia, acessível a todos os cidadãos, crescer como uma indústria que distribua tipos de habitações para todos, que consigam realizar sua montagem, reduzindo assim a dependência do sistema de construção tradicional, visando uma economia de tempo, material e serviço especializado. Uma das vertentes aqui que não se aproxima do trabalho é sobre a mobilidade, pois este projeto se refere a algo estático, depois de montado, não tem como mudar de lugar, entretanto os outros pontos são bem próximos, como o conceito da montagem, os materiais e a modulação.

figura 16

E por último o projeto que talvez mais se aproxime do trabalho desenvolvido é a WIKIHOUSE [figuras 16, 17, 18 e 19]. Se trata de um projeto que reinventa a maneira de como produzir as casas atuais, envolvendo todos os processos de uma construção mas abordando novas técnicas, que ofereçam diferentes possibilidades de tecnologia, padrão, design, material e experiências. Se trata de uma plataforma que compartilha algumas tipologias de habitação e as pessoas podem acessar, ajudar a produzir, apresentar ideias de soluções construtivas e com isso os modelos são expostos e as pessoas tem a liberdade de comprar essas casas e montar, podendo criar bairros e vilas. Se trata de módulos que se


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figura 19


II.

PARA

QUE

E

PARA

QUEM


2.1.

MONTAGEM, MODULAÇÃO E MOBILIDADE

A modulação e mobilidade serão as principais características dessa nova tipologia, fazendo com que o morador explore seu instinto e suas vontades, não ficando preso a rotina tradicional, podendo estar cada hora em um lugar diferente e com a comodidade de estar em sua própria casa. Cria uma relação única com o objeto.

Talvez seja precoce e amedrontador admitir, mas o paradigma dos sujeitos e sites nômades pode ser uma glamourização do èthos do coringa, que é na verdade uma reprise da ideologia da “liberdade de escolha”- a escolha de esquecer, de reinventar, de tornar ficção, de “pertencer” a qualquer lugar, todos os lugares e nenhum lugar. (KWON. 2008, p. 183). 35


Partiremos do conceito da escala do corpo humano, segundo Le Corbusier, que fez o projeto do modulor, importante referência para o trabalho desenvolvido. Para pensar na escala do elemento, vamos destacar o corpo como a principal vertente do trabalho, pensando nos espaços mínimos, nas necessidades básicas, no limite que o homem pode chegar, com isso teremos quase que uma identidade própria da proposta, como os arquitetos modernos desenvolveram naquela época.

figura 20


figura 21

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O conceito inicial e principal é de uma habitação individual no espaço urbano, espaço esse que pode mudar de paisagem, pois refere-se a um módulo que pode ser montado e desmontado em qualquer lugar. A materialidade será pensada a partir do fácil manuseio da montagem desta unidade, alguns pontos de sustentabilidade e economia também serão abordados. Aqui citaremos o Archigram como referência que se aproxima muito na ideologia deste estudo.

Segundo BORGES e CYRINO, Assim como Herron, Cook expandira junto à “Plug-in City” (1964), o conceito nômade segundo o qual, o futuro deverá ser nada mais que um composto de lapsos temporais, cada vez mais curtos, a serem constantemente repaginados para dar espaço ao novo. Suas estruturas são transitórias e flexíveis baseadas em módulos de encaixe, facilmente substituídos.

figura 22


Ao analisarmos este verso, notamos que o Archigram tratava de um planejamento macro, eles queriam projetar uma cidade utópica, com características futurísticas, o nosso objetivo é outro, ao invés de tratarmos de uma cidade, buscamos um espaço menor, na escala do homem, com o conceito de abrigar alguém em condições perfeitas, oferecendo conforto e suprindo as necessidades básicas, contanto que este módulo seja conectado e integrado com a paisagem da cidade, apresentando estruturas que se encaixam e quando desmontadas é realizado a locomoção do objeto, é neste momento que aproximamos nosso trabalho deste conceito nascido lá atrás, por um grupo de arquitetos com uma visão para as problemáticas atuais.

Uma definição bem clara para este conceito aplicado ao Archigram e ao trabalho elaborado é: “Não há, no projeto, qualquer ideal perene. O todo é substituível e imprevisível, seu “existir”, tal como a vida, reside em movimento e recriação (Borges e Cyrino).”

figura 23

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III.

UNIÃO

DE

CONCEITOS


3.1.

JUNCÃO HABITAÇÃO + OBJETO O projeto será baseado na união da prática de morar em uma casa que funcione como objeto, ou seja, que além de atender todas as necessidades básicas ela irá oferecer certa maneabilidade na montagem dos módulos e uma mobilidade quando o usuário quiser mudar seu local de permanência, podendo se deslocar através de um caminhão de mudança, que tenha capacidade de carregar as peças do módulo quando desmontado, para qualquer lugar, que ofereça espaço e condições para a montagem, esses lugares serão áreas na cidade reservadas para construções temporárias ou até mesmo terrenos ou lugares em desuso.

Segundo CHING (2013, p. 02): O espaço não é uma matéria concreta como a pedra ou a madeira. É um vapor inerente difuso e sem forma. O espaço universal não tem definição. Uma vez que um elemento é colocado em seu campo, contudo, é estabelecida uma relação visual. A medida que outros elementos são introduzidos no campo, diversa relações se estabelecem entre o espaço e os elementos, bem como entre os próprios elementos. O espaço é então formado por nossa percepção de tais relacionamentos.

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3.2.

NOVAS FORMAS DE MORAR

A tipologia da casa como objeto é embasada nos textos de Tramontano e McLuhan, do capítulo I no item 1.2, porque quando descobrimos a relação do nosso corpo com o espaço, queremos explorar cada vez mais e com isso criamos uma sintonia com a nossa própria casa, conseguimos entender que não precisamos de muito para viver com conforto e qualidade, que esbanjar luxo não irá mudar nada no seu modo de estar bem consigo mesmo. O período de guerras, de lutas e revoltas foi crucial para chegarmos

onde estamos hoje, pois foi reivindicando nossos direitos que construímos uma identidade para nossa sociedade, não vista com bons olhos muitas vezes, porém, importantíssima para mostrarmos que merecemos melhores condições de vida, e não só as classes mais altas, mas sim todos, pois os diretos deveriam ser igualitários, um dos objetivos da casa a deriva é ter um custo acessível para todos que escolherem este novo estilo, que vem atuando cada vez mais na sociedade e nas demandas de habitação contemporânea.


LE CORBUSIER, afirma: “A arquitetura trata de um sujeito, o homem, que é por definição e fatalidade de natureza cambiável e evolutiva. Ele é primeiro solteiro, depois casal, depois família, com filhos em números indeterminados, depois dispersão dos filhos pelos seus casamentos... Enfim a morte, de tal maneira que a moradia feita para uma família não existe: o que existem são vários tipos de moradia paras sucessivas idades.”

Segundo o trecho acima, podemos notar como a vida do homem é encarada desde os primeiros tempos, com a arquitetura voltada 100% para ele, pois sem ele não teria porque das construções, Le Corbusier resumiu bem sobre como acontece nossa passagem, mas mesmo assim, precisamos do nosso espaço e esse

é conhecido como lar ou um lugar de aconchego. Como já discutimos antes sobre a evolução das casas, aqui vamos falar das novas formas, principalmente a que será desenvolvida no trabalho. Vamos tratar de uma habitação mínima, modular e flexível, podendo ser montada e desmontada em diferentes tipos de paisagem. Esta nova habitação tem seu interior calculado especificamente para a escala do homem, embasada nos conceitos de Ching, pois se trata de um espaço mínimo que precisa oferecer áreas de necessidades básicas, além do conforto para seu residente. Chegamos a esta solução pelo fato das famílias terem diminuído, muitos preferem morar sozinho ao invés de começar uma família, esses querem quebrar os padrões tradicionais da sociedade começando um novo estilo de viver e morar.

CHING (2013, p. 48), diz: Os espaços internos das edificações são projetados como locais de movimento, atividade e repouso humano. Deve haver, portanto, um ajuste entre a forma e as dimensões do espaço interior e nossas próprias dimensões corporais. Essa adequação pode ser estática, como quando sentamos em uma cadeira, nos encostamos em um corrimão ou nos acomodamos em um nicho. Um terceiro tipo de ajuste é como o espaço acomoda nossa necessidade de manter distancias sociais e controlar nosso espaço pessoal.

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3.3.

POSSÍVEIS ÁREAS DE IMPLANTAÇÃO

O trabalho aborda diferentes tipos de áreas e paisagens, pois o projeto em desenvolvimento não é fixo, trata-se de uma arquitetura efêmera e transitória. O módulo tem autonomia de se desfazer e se refazer em qualquer lugar, a qualquer momento, sua estrutura permite essa rápida montagem e desmontagem que é realizada pelo próprio usuário. A questão abordada neste capítulo, será sobre a funcionalidade nesses lugares de permanência provisório.


O trabalho trata-se de espaços em que a habitação poderá ficar montada durante um período de tempo e lugares que terão suporte para atracar este tipo de arquitetura transitória. Nas cidades, alguns locais são destinados para isso e quando não, o usuário terá a opção de alugar terrenos sem construções pelo período de tempo que irá permanecer naquela área e depois

figura 24

Para compreender o real significado da arquitetura itinerante é preciso lembrar que ser “itinerante” significar ir de um lugar a outro sem permanecer fixo em nenhum deles. Ao situar propostas sobre um determinado território, criase uma nova oportunidade de abranger zonas não contempladas, e por sua vez, potencializar, dar valor e sentido à palavra itinerante, configurando, assim, um tipo de arquitetura que se movimenta. Dentro deste artigo buscaremos apresentar alguns exemplos de arquitetura que se desloca ou de caráter mais efêmero, sendo em algum casos, certo tipo de arquitetura estacional. Por isso é importante resgatar o nascimento deste conceito, como é entendido desde o princípio, e como este tipo de arquitetura constitui uma forma de espaço público que busca realçar seu ato espontâneo. (BRUNEL. 2017)

partir para outro destino, essas áreas poderão ser consideradas como terrenos vazios ou áreas de permanência provisória, temos como exemplo os circos, que se atracam desta maneira. Três modelos de paisagens foram escolhidas para a inserção do projeto desenvolvido, sendo uma área urbana, uma rural e um campo de refugiados.

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1° SITUAÇÃO - ÁREA URBANA

figura 25

um determinado tempo, mas contribuindo com o pagamento de taxas ou alvarás para órgãos públicos, que no caso são as prefeituras, responsáveis destas áreas, que estão sendo ocupadas. Esses casos são comuns quando refere-se a comércios ambulantes, circos, teatros, eventos entre outras ocasiões.

figura 27

figura 26

Temos três diferentes exemplos de situações, que podem acontecer na questão de permanência provisória da habitação modular nas áreas urbanas. Na figura 25, contamos com um terreno vazio, com o entorno ocupado de diferentes tipos de construções, nesse caso o usuário alugaria o terreno por um determinado tempo para a sua permanência. Nas figuras 26 e 27, a situação muda um pouco, ainda que se refere ao espaço urbano, entretanto os elementos estão atracados em áreas públicas, podendo ser espaços reservados para receber este tipo de arquitetura transitória, ocupando esses territórios por


2° SITUAÇÃO - ÁREA RURAL/CAMPO

Aqui temos os exemplos de como a arquitetura efêmera é inserida nas áreas rurais ou de campos. Na figura 28, temos as áreas de camping que geralmente são áreas reservadas somente para este tipo de atividade, de uma arquitetura transitória, como trailers, barracas e agora a habitação modular. A figura 29 está tratando sobre uma área rural, com uma habitação modular no meio do gado e próximo as áreas de plantação, oferecendo também uma nova alternativa para aqueles que estão sempre em contato com a terra e precisam ficar um certo período em cada lugar.

figura 28

figura 29 47


3° SITUAÇÃO - CAMPO DE REFUGIADOS

figura 30 figura 31

O terceiro exemplo de paisagem para o trabalho é sobre os campos de refugiados, retratado nas figuras 30 e 31. Essa situação, talvez seja a mais distante até agora, por se tratar de áreas de guerras, apresentando muitas dificuldades e de uma população em situações precárias, porém não seria impossível implantar o conceito de habitação modular nessas áreas, principalmente para os grupos e ongs que sempre estão em movimento, em busca de lugares como este para oferecer ajuda e promover o bem. O módulo se encaixaria bem nos padrões dos campos de refugiados, devida a fácil montagem e pela sua materialidade de fácil manuseio.


3.4.

POSICIONAMENTO DA PROPOSTA

Como já citado nos capítulos anteriores, sobre algumas vertentes já definidas para o trabalho desenvolvido, aqui será reunida todas as informações e detalhamentos construtivos do projeto. A proposta se trata de uma habitação modular, que oferecerá uma mobilidade para seu usuário, não sendo fixo a nenhum lugar, podendo sempre estar em diferentes lugares de permanência. O módulo será composto por placas de isopor revestidas de PVC, elas serão encaixadas em um perfil de aço e presas com parafusos, os perfis serão responsáveis pela estruturação do módulo. O fechamento da cobertura será com placas de madeira, que se encaixarão nos travamentos entre

os perfis de aço, porém existirá uma lona funcionando como uma sobre cobertura que será tensionada e presa com cabos de aço no chão. O piso do módulo será com placas de madeira também, usando o mesmo método da cobertura, pois se encaixam na malha criada pelos travamentos entre os perfis de aço. Para a sustentação e fixação do módulo no solo, serão encaixados no perfi de aço sapatas que ajustarão o nível de acordo com cada topografia. Essas são as soluções construtivas e a materialidade que estão definidas para o projeto. A habitação será composta de no mínimo 2 módulos, porém fica a critério do usuário usar quantos módulos ele sentir necessidade de ter. 49


IV.

LEITURAS

PROJETUAIS


4.1.

figura 32

CÁPSULA HABITACIONAL

Arquiteto: César Leonardo Oreamuno CanizalUniversidade: Universidade Latina da Costa Rica. Graduação em Arquitetura e Urbanismo Ano: 2015 Localização: Variada Área: 13,7 m² 51


A Cápsula Habitacional foi desenvolvida para situações emergenciais, principalmente para o público de comunidades que sofrem frequentemente com desastres naturais. Os módulos são fáceis de ser montados em qualquer tipo de paisagem, para qualquer situação, oferecendo funções únicas, porém o foco principal do projeto é atender e melhorar as necessidades básicas das vítimas desse cenário e estimular o desenvolvimento da comunidade. A figura 33 mostra a implantação destas unidades em locais de desastre, que não apresentam quase

nenhum tipo de infra estrutura para o desenvolvimento de uma cidade, com isso as pequenas comunidades, que são formadas, recebem subsídios para sobrevivência e a cápsula atende as necessidades de habitar; outro exemplo que temos são as regiões que apresentam um terreno irregular com riscos de deslizamentos ou desabamentos que acabam comprometendo o local e suas construções, nessa situação a cápsula funciona como abrigos emergenciais.(EQUIPO EDITORIAL. Cápsula habitacional oferece abrigo em situações de desastre natural. 2016)


figura 33

53


Entendemos por abrigos emergenciais uma unidade habitacional, muitas vezes construída com as dimensões mínimas de um projeto, desenvolvidas para aqueles que sempre são alvos de desastres naturais, sem condição de proteção, correndo riscos de vida. Para eles, foram pensados estes tipos de moradia pelas organizações mundiais que defendem os direitos humanos. Segundo ANDERS (2007, p. 55), Não existe hoje o direito explícito ao abrigo; esse direito é implícito na Declaracão Universal dos Direitos Humanos (UDHR 1948 – Universal Declaration of Human Rights) e em outros documentos elaborados por organizações

multilaterais como a ONU. A necessidade por abrigo torna-se fundamental em uma situação de emergência. Um abrigo pode ser uma das chaves para salvar vidas e prolongar a sobrevivência. Essa necessidade, segundo Babister (2002), pode ser percebida como uma necessidade por: 1. Proteção de elementos externos; 2. Preservação da dignidade; e, 3. Orientação e identidade.

Podemos notar que este é um assunto recente a ser abordado, não tendo muita visibilidade e sendo apoiado a maioria das vezes apenas por ONGs. O intuito deste trabalho foi desenvolver as várias possibilidades de poder habitar em diferentes paisagens a qualquer momento [figuras 34 e 35].


figura 34

O arquiteto responsável por este projeto, teve como referência a faca do exército suíço, ou seja, uma arquitetura capaz de resolver múltiplos problemas simultaneamente, oferecendo ao público alvo, em um período de curto tempo, a superação de um estado de crise.

figura 35

“Não haveria necessidade de arquitetura se os seres humanos se contentassem em viver em cavernas ou em árvores. A arquitetura é necessária para criar condições de habitabilidade que não dependem da hora do dia ou da época do ano, nem das condições climáticas do ambiente em qualquer parte do território .” GUALLART, 2009

55


figura 36

- MODULAÇÃO DO OBJETO

CIRCULAÇÃO ÁREA DE PREPARO DE ALIMENTOS ÁREA MOLHADA DORMITÓRIOS ACESSO

A planta foi dividida em 5 partes [figura 36], a de acesso onde temos a entrada principal para a unidade, logo em seguida temos a circulação, ela acontece externamente e funciona como uma plataforma, pois o módulo está elevado do chão, depois entramos no espaço dos dormitórios, aqui é onde acontece a modulação do ambiente podendo abrigar até 6 pessoas e nas extremidades encontramos as áreas molhadas de banheiro e cozinha.


- POSSÍVEIS SITUAÇÕES

figura 37

■ Cenário de uso: Expansão da área de alimentos para 6 pessoas.

■ Cenário de uso: Dormitório para 6 pessoas.

■ Cenário de uso: Espaço livre, módulos agrupados.

57


- ORGANIZAÇÃO ESPACIAL

Planta de Distribuição. Espaço dividido em cubos. Sem escala.

figura 38


figura 39

A planta [figura 38] mostra como o módulo foi organizado, podemos notar que ele foi dividido em cubos maiores e menores para definir o que cada espaço irá oferecer. Sua área total é de 13,7 m², mostrando que uma pessoa consegue viver com qualidade em espaços com dimensões mínimas. Este projeto não chegou a ser executado, mas seu conceito mostra que ele é suficiente para atender as necessidades básicas.

59


- ISOMÉTRICO DEFINIÇÃO DE ELEMENTOS DO OBJETO ARQUITETÔNICO

1. Cubículo Móvel (Dormitório/ Armazenamento de produtos não alimentares). 2. Cubículo Móvel (Jantar Implantado/Armazenamento de alimentos). 3. Cubículo Rígido (Preparação de alimentos). 4. Cubículo Rígido (Limpeza Pessoal/Serviço Sanitário). 5. Elemento Estrutural telescópico. 6. Sistema de Vigas. 7. Barra de Metal Superior. 8. Barra de Metal Inferior. 9. Braço de Suporte. 10. Plataforma de Circulação. 11. Escadas Portáteis. figura 40


que estabelecem uma função estrutural e define a forma que este objeto terá, os número 1,3 e 4 são áreas móveis que sofrerão frequentemente alterações de acordo com a necessidade do residente.

figura 41

A figura abaixo destaca bem o raciocínio do arquiteto ao dividir a unidade em módulos e quais seriam estes, responsáveis por definir toda a organização espacial desejada para atender as necessidades básicas, as áreas de número 2 e 5 são as fixas

61


- MONTAGEM DO OBJETO ARQUITETÔNICO É apresentado o processo de montagem do objeto [figura 43], sua configuração está baseada em duas partes principais, que são as partes rígidas e as partes móveis [figura 42]. 1º parte: temos na cor vermelha, as três possibilidades de ambiente que a unidade oferece. 2º parte: temos na cor branca as extremidades que são fixas e recebem os trilhos na parte superior e inferior, esses são os responsáveis pela movimentação dos módulos. 3º parte: temos os últimos elementos que a cápsula irá receber, como a cobertura, a plataforma externa que é onde acontece toda circulação e o fechamento do módulo com aberturas de portas e janelas.

figura 42


63

figura 43


- CORTES E DETALHAMENTOS A parte móvel externa trabalha com a parte rígida e com isso se dá o espaço de preparação dos alimentos. Esta área inclui: A. Mesa retrátil; B. Superfícies de assento retrátil; C. Suportes de móveis; D. Espaço para armazenamento de alimentos; E. Espaço para utensílios de cozinha. Parte móvel suspensa acima da barra de metal. Quarto para seis pessoas inclui: A. Duas camas de casal; B. Duas camas de solteiro; C. Suportes de móveis; D. Espaço de armazenamento de sapatos e roupas; E. Espaço para lavanderia; F. Espaço para cama; G. Higiene pessoal; H. Limpeza e manutenção; I. Armazenamento de alimentos.

E B C

D

A

D

B C

figura 44

B E

F B G H A

I

D C

A

C

figura 45


• Higiene pessoal • Serviço sanitário • Camas retrátil • Itens de armazenamento

• Cobertura • Braço de Suporte • Tilho Industrial Superior • Preparação e armazenagem de alimentos • Sala de Jantar 6 pessoas

• Suporte retrátil e sistema de dobradiças • Suporte de aço parafusado a base de mezanino • Mecanismos de adaptação ao desnível figura 46 65


figura 47

As figuras 47 e 48: Apresenta as estruturas de vigas de ferro, a cobertura indica uma possibilidade de variação de acordo com o local, o fechamento é composto por duas aberturas superiores , responsáveis pela iluminação e ventilação do ambiente,

e uma abertura principal que é a porta de entrada, o apoio da unidade é bem resolvido, com placas que se adequam a topografia da paisagem. Esses foram os principais pontos estudados neste projeto como referência para o trabalho a ser desenvolvido posteriormente.


figura 48

Nos detalhes, pode-se perceber o conceito proposto pelo arquiteto, de ter a sensibilidade de compreensão da funcionalidade do projeto elaborado, de todos os métodos propostos,

como o de montagem, transporte, suportes técnicos, entre todos os outros quesitos adotados. Ele atinge o objetivo quando oferece este abrigo que atende uma série de características básicas.

67


- MÉTODOS DE ARMAZENAMENTO E TRANSPORTE

Uma das principais variáveis consideradas desde o começo deste projeto foram: o transporte e o armazenamento. A modulação do objeto foi pensada a partir das dimensões de um caminhão, para que, quando houver a necessidade de desmontar a unidade e levar para um outro lugar, sua embalagem e empilhamento tem de ser compatível com o espaço apresentado na carreta do caminhão de carga. O método realizado consiste em agrupar todos os módulos da cápsula em blocos e colocá-los em paletes com dimensões de 2.40 de largura x 12.10 de comprimento, facilitando o processo de colocar/remover este material do caminhão, geralmente o

instrumento que realiza esta função é a empilhadeira. Essa superfície de paletes que irá acolher o módulo aglutinado, foi projetada potencializando todo o espaço, concedendo assim o armazenamento de itens e acessórios entre os quais encontramos vigas, trilhos, colunas telescópicas e peças para a montagem das caixas laterais. Todo o desenvolvimento desta proposta, foi baseada nas dimensões mínimas do espaço, no encaixe das peças, no material que suporta esta dinâmica e principalmente na escala do homem, é um projeto totalmente resolvido para atender a escala do corpo humano, oferecendo somente o necessário.


figura 49

69


- PRINCIPAIS PONTOS DA LEITURA PROJETUAL

• A cápsula habitacional se trata de uma habitação emergencial, uma arquitetura efêmera, que se aproxima muito do trabalho produzido na questão de mobilidade e organização espacial. Dinamizando o espaço com a composição dos móveis e sua mobilidade, esse foi um dos elementos cruciais para ajudar nos estudos, pois utiliza o caminhão de carga para realizar a mudança do módulo.

NCIA

Ê RESIST ALTA

INSTALAÇÃO FÁCIL

LEVEZA

S

ARE

S

EMA

T SIS

UL MOD

figura 50


EMBALADO/EMPILHADO/ARMAZENADO

DIFERENTES OPÇÕES DE USO

ADA

PTA

TRANSPORTABILIDADE

BILID

ADE

figura 51 71



PROTÓTIPO PUERTAS

figura 52

4.2.

Arquiteto: Architects Cubo - Pelayo Fernández, Daniel Soffia, Nicolás Venegas. Arquiteto Consultoria: Salim Rabí Contreras. Superfície: 14,2 m². Projeto Ano: 2005 Ano de construção: Verão 2005-2006 Local: Faculdade de Arquitetura da Universidade Central do Chile. Orçamento: $ 305.496 73


- CONCEITO

Este projeto [figura 53] é um protótipo de habitação criado por estudantes entre os anos de 2005/2006. Como se trata de uma habitação com dimensões mínimas, de caráter emergencial, o objetivo era criar um programa que ofereça condições de conforto e assistências nos abrigos. Visando os lugares de desastres ambientais, o projeto foi embasado na construção de um sistema emergencial com produtos padronizados, oferecido pelos principais distribuidores de materiais da região, facilitando a execução do protótipo. Esses distribuidores atuaram

como patrocinadores para o desenvolvimento do projeto. As caracteristicas principais estabelecidas para o Protótipo Puertas foi o baixo custo e a montagem rápida. Foi estipulado um período de três meses para a pessoa residir no espaço projetado, pois se trata de uma habitação para suprir as necessidades básicas durante um período de dificuldade e não uma moradia duradoura, mas a pessoa é livre para escolher o tanto de tempo que pretende ocupar o projeto. As informações acima foram retiradas do texto de Guillermo Hevia García.


figura 53

75


DORMITÓRIO Se trata de um espaço mínimo, mas que consegue atender todas as necessidades básicas do ser humano. O quarto de dormir possue um acesso para a parte externa do protótipo, oferecendo uma base que permite o alojamento de mais projetos do mesmo tipo, que se encaixam e acabam montando uma vizinhança entre eles. O quarto possue duas camas e um armário que comporta um número de vestimentas limitada. Apesar de estarmos falando de uma habitação mínima, este ambiente oferece uma comodidade que atenda as expectativas dos moradores.

figura 54

EXTENSÃO

figura 55

A extensão como pode notar, esta presente nas duas extremidades, um sendo utilizada como área molhada, abrigando o banheiro, e sua outra extremidade funciona como uma varanda, mas existe um conceito construtivo também, que é a possibilidade de encaixe de outras unidades na base deste local, criando assim um conjunto de habitações emergenciais dando ideia de vizinhança.


ESTAR Nota-se que este espaço foi bem ocupado com: armário, mesa e assentos, para oferecer um ambiente de estar e convívio com as necessidades básicas exigidas, neste lado podemos notar a concentração da área molhada do projeto. Com a capacidade de abrigar uma família de até quatro pessoas, este espaço teve uma atenção especial para ser bem resolvido e não gerar um certo incômodo quando todos estivessem reunidos aqui, dado a isso são adotadas várias aberturas no elemento, com isso é gerado um certo conforto térmico e evitando um lugar abafado. figura 56

ACESSO

figura 57

O acesso é bem convidativo. Foi resolvido praticamente aberto, apenas com uma cobertura e uma base, responsável por dar uma identidade para a proposta, que funciona também como o ponto marcante de onde a habitação é permeável e de uso particular.

77


EXTENSÃO

HABITACÃO/ DORMITÓRIO

ACES


SSO

figura 58

HABITACÃO/ ESTAR

ÁREA MOLHADA

79


- PROCESSO DE DESCONSTRUCÃO

5

7

6

0. PALETES DE MADEIRA 1. PLACA OSB 2. PAINÉIS DE PORTAS CHOLGUÁN 3. BOLSA PLÁSTICA 4. MARCO PINO 5. MANTA PLÁSTICA 6. PERFIL REDONDO 7. PERFIL QUADRADO 8. PERFIL RETANGULAR 9. COMPRIBAND (VEDAÇAO) 10. PARAFUSO

2

3

9 4

1

10

0 figura 59


figura 62

figura 61

- DETALHAMENTO

Detalhe da entrada de iluminação nas aberturas. figura 60

Detalhamento da manta de polietileno na cobertura.

figura 65

Sobreposição dos painéis.

figura 64

figura 63

Fixação da âncora do chão.

Encaixe das paredes que compõe o assoalho.

81


figura 66

Sistema de captação de água das chuvas. Na parte vermelha temos o afundmento da lona de polietileno, com um encaixe de uma pequena válvula que está ligada diretamente com uma mangueira condutora, este condutor é o responsável por levar a água.


figura 67

Como acontece o sistema de ventilação no elemento. Com a possibilidade de movimentação dos quadro móveis, ao abrir, acontece uma sobrecarga de ventilação, refrescando o ambiente.

83


- VISTAS

Nas figuras 68, 69, 70 e 71 abaixo podemos perceber a sensibilidade do projeto, os detalhes de cada sistema construtivo, os diferentes tipos de usuĂĄrios que podem habitar. A materialidade escolhida cria uma harmonia no projeto,

causando um bem estar tanto para o observador quanto para o morador. A identidade do projeto pode ser ressaltada pela cobertura criada com a manta plĂĄstica que torna o projeto Ăşnico e marcante.

figura 70

figura 69

figura 68


- PRINCIPAIS PONTOS DA LEITURA PROJETUAL

figura 71

A análise final realizada deste projeto, que foi de grande acréscimo para o trabalho produzido foi a questão da sobre cobertura de lona, da adição dos módulos e da sua construção de fácil montagem, que permite seu usuário realizar a instalação em qualquer lugar.

85


figura 72


“ Nesse universo, tudo é fluído e muda com extrema rapidez, não há espaço para coisas sólidas, já que em tempos líquidos, tudo que é sólido desmancha no ar.” Bauman (2007) 87


V.

POSSIBILIDADES


5.1.

ESCOLHA DE UMA POSSÍVEL ÁREA.

Este é um dos pontos mais importantes do trabalho que foi feito, por não se tratar de uma construção fixa, não vamos apresentar uma área de estudo, com levantamentos e dados, pois trata-se de uma habitação modular, uma arquitetura efêmera, que pode estar cada hora em um lugar, em diferentes condições de clima, topografia, paisagem. Com isso não podemos priorizar somente uma área de estudo para o trabalho.

Para solucionar este assunto, será definido as condições que a habitação modular apresentará para poder se atracar em diferentes locais. Os espaços que apresentarem as condições adequadas e favoráveis, que serão expostas aqui, estarão aptos a receber o módulo habitacional. Fica definido então que a Habitação Modular poderá permanecer em áreas que atendam os critérios propostos pelo projeto.

89


» CRITÉRIOS DE DEFINIÇÃO DA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO DO MODELO DE PROJETO PROSPOSTO.

I. PERMISSÃO

II. TOPOGRAFIA

Antes de qualquer coisa, a Habitação Modular terá que ter a permissão para se instalar em áreas públicas ou particulares, com pedidos em prefeituras e a emissão de alvarás, e quando se tratar de terrenos particulares, os donos dos terrenos poderão cobrar alguma taxa ou um tipo de aluguel pela área ocupada. Pode acontecer de existir espaços nas cidades ou campos destinados a este tipo de arquitetura modular.

O projeto proposto pode ser introduzido em áreas planas ou com desníveis e inclinações de até 5% do terreno, pois a sapata ajustável do projeto terá uma rosca com amplitude de 30 cm. Com isso o projeto poderá permanecer em locais planos ou em áreas que atendam a porcetagem de inclinação que a proposta consiga atender. A Habitação Modular estará sempre elevada do chão, podendo chegar até 50 cm.


III. ÁGUA SERVIDA

IV. ENERGIA ELÉTRICA

V. FOSSA SÉPTICA

O projeto possui um reservatório superior, com entrada de abastecimento de água da rede pública, ou seja, o usuário terá acesso a rede de água servida, consumindo normalmente, porém isso deverá ser computado como qualquer outra residência, com isso a prefeitura ou o responsável pelo local deverá sempre entrar em um acordo com o usuário da casa modular.

Para a energia será necessário no terreno ou próximo a ele, um poste e um relógio para a captação e controle de energia elétrica da rede pública. A caixa de distribuição localizada no interior do projeto apresentará uma saída externa no módulo, que será através da conexão dela com o poste que acontecerá o fornecimento de energia para a habitação modular.

O sistema de esgoto funcionará com fossa séptica, ou seja, o terreno deverá apresentar propriedades de que a instalação de uma fossa séptica seja realizada, por se tratar de uma habitação mínima, a fossa não precisará ser tão profunda e quando o usuário deixar aquele local, será o responsável pelo fechamento. Quanto mais inclinado o terreno, melhor a instalação da fossa. 91


VI.

O

PROJETO


6.1.

DIRETRIZES PROJETUAIS

O trabalho desenvolvido, teve como referência base os seguintes projetos A CÁPSULA HABITACIONAL e PROTÓTIPO PUERTAS. Eles foram fundamentais nas escolhas das diretrizes, no pensamento inicial do projeto e no processo de organização, pois apresentaram pontos elementares para a concepção deste trabalho, como dimensões mínimas, materialidade e suas vantagens, a escala do corpo humano como fator principal, áreas que irão se sobrepor de acordo com a necessidade do usuário, podendo aumentar ou diminuir o tamanho, criando espaços dinâmicos, buscando sempre suprir as necessidades básicas e o bem estar do morador.

93


PRINCIPAIS CONCEITOS E VALORES QUE FORAM APLICADOS NO PROJETO, DURANTE SEU DESENVOLVIMENTO:

• Materialidade: será utilizado nos fechamentos placas de isopor revestidas com pvc como elemento principal, esquadrias para as aberturas, perfil de aço estrutural, placas de madeira para o piso e cobertura e uma sobre cobertura de lona tensionadas com cabos de aço. No sistema hidráulico será utilizado tubos aparentes e um reservatório superior, no sistema elétrico será instalado o sistema X, distribuindo tomadas por todo o módulo e também será aparente. • Dimensões Mínimas: DESCANSO - 6,44m² ALIMENTOS - 3,03m² HIGIENE - 3,03m² O trabalho elaborado, teve como resultado final essas dimensões mínimas para o projeto, que irão oferecer uma boa qualidade de espaço, podendo variar para medidas um pouco maiores, pois a escala principal será o corpo humano, através das dimensões estruturais e funcionais do homem.


• Divisão espacial: essa divisão acontecerá por sobreposições de espaços, ou seja, as áreas serão dimensionadas de acordo com o uso e não pelo cômodo. Poderão ser utilizados móveis, painéis flexíveis ou fixos para essa divisão. As áreas de divisão serão organizadas de acordo com as necessidades básicas dos seres humanos que são: área de limpeza, área de alimentação e área de descanso. • Deslocamento: a mobilidade do módulo desmontado, será realizada através de um meio de transporte, que consiga agrupar e acomodar em sua cabine de carga todas as peças desmontadas. Por causa desse fácil deslocamento é possível o módulo se inserir em diferentes paisagens há qualquer momento. • Construção: sistemas de encaixe, que proporcione uma rápida execução ao montar ou desmontar o módulo. • Externo: lona integrada ao módulo que permita uma extensão e proteção da habitação na parte exterior, criando um espaço de integração com o que está do lado de fora.

95


6.2.

PROCESSOS DE ORGANIZAÇÃO

Foram realizados alguns estudos sobre a organização espacial do módulo, os pontos principais para a criação do conceito do trabalho, as dimensões mínimas e os materiais, levando em consideração a sobreposição das áreas, as necessidades básicas do usuário e seu bem estar. Todas as informações apresentadas neste capítulo são apenas estudos, que contribuíram para o desenvolvimento final do trabalho, experiências sobre o que iriam funcionar melhor, para definir o projeto.


PRIMEIROS ESTUDOS • ORGANIZAÇÃO ESPACIAL DO MÓDULO

* A área "receber"mudará para área de circulação/acesso.

97


• PRINCIPAIS PONTOS PARA O DESENVOLVIMENTO DO ESPAÇO

SETOR

AMBIENTE

CARACTERÍSTICAS

OCUPAÇÃO

ÁREA

QUANTIDADE

LARANJA

CORREDOR

Acessar - Circular Movimentar

10%

0.80m

1

VERDE

COZINHA

Preparar - Armazenar Alimentar

25%

3.00m²

1

AZUL

QUARTO

Repousar - Estar Descansar - Relaxar Armazenar

40%

5.70m²

1

VERMELHO

BANHEIRO

Limpar - Cuidar Higienizar

25%

3.00m²

1

PERMANÊNCIA ENCONTRO

ESTAR + REPOUSAR

HIGIENE


• CICLO PARA O PROJETO

99


• PROCESSO DE MONTAGEM PARA O MÓDULO

- PERFIL Alguns tipos de perfil foram desenhados, para a estrutura do projeto, eles foram projetados para serem encaixados nas placas de fechamento. O perfil que está destacado foi o escolhido para o projeto, pois oferecerá encaixe de todos os lados.

desenhos sem escala

- MÓDULO Módulo representativo do projeto, que será composto de no mínimo dois módulos, com fechamento de placas que se encaixarão nos perfis projetados.


- PERFIS + PLACAS DE FECHAMENTO = IDENTIDADE DO MÓDULO

desenhos sem escala

101


- DIFERENTES ESTUDOS SOBRE A ESPACIALIDADE DO MÓDULO

Algumas informações apresentadas nesta parte de estudo, sofreram modificações, pois se trata dos primeiro estudos, ou seja, essas informações não apresentam o resultado final, porém foram de extrema importância para a continuidade do trabalho até chegarmos no resultado final.

desenho sem escala


desenhos sem escala

103


6.3.

O PROJETO PROPOSTO

O projeto final, que será apresentado neste capítulo, teve como proposta uma Habitação Modular com dimensões mínimas, ou seja, o usuário é o responsável pela montagem do seu objeto, podendo integrar a qualquer tipo de paisagem, desde que atenda os critérios de implantação do projeto. O resultado foi a conexão de no mínimo dois módulos, sendo que um está voltado para parte molhada do objeto, como banheiro e área de refeição; e o outro módulo ficou para a área de descanso do usuário, podendo ser ocupada da maneira que ele acha melhor, estes dois módulos atendem as necessidades básicas do ser humano com conforto e qualidade. Existe a possibilidade de integrar mais módulos, porém o trabalho abordará apenas sobre o espaço mínimo. Outra propriedade do projeto, que foi uma das vertentes principais para a definição foi a questão da materialidade, por se tratar de uma habitação montada pelo próprio usuário, foram utilizados materiais leves, de fácil manuseio, permitindo que qualquer um seja capaz de montar seguindo as instruções. A mobilidade do projeto acontecerá quando ele estiver totalmente desmontado, por um meio de transporte que consiga carregar todas as peças do módulo, levando para o lugar desejado.


- IMPLANTAÇÃO ( DIFERENTES POSSIBILIDADES)

ESC. 1:100

105


- PLANTA

Esta foi a organização espacial para a Habitação Modular com dois módulos, um sendo voltado totalmente para a área molhada e o outro para a área de descanso. O módulo é composto de pouco mobiliário, sendo usado só aqueles de necessidades básicas do homem, como: pia, cooktop, geladeira, tanque, vaso sanitário e chuveiro. O mobiliário da área de descanso fica a critério do usuário montar do modo que ele julgar melhor. O módulo é composto com uma porta principal e mais quatro aberturas (janelas), a materialidade desses serão de aço. Os painéis de fechamento serão composto de um material mais leve, sendo o isopor e pvc. Todos os painéis do módulo possuem uma medida padrão.


BANHEIRO DESCANSO

LAVANDERIA + COZINHA

ESC. 1:25 107


- CORTES

C

D

3

A 2

4

A

1

C

B

D

B

ESC. 1:501:50 ESC.


CORTE AA

CORTE AA

ESC. 1:50

ESC. 1:50

109


CORTE BB

CORTE BB

ESC. ESC. 1:50

1:50


CORTE CC

CORTE CC

ESC. 1:50

DD ESC. 1:50 CORTE CORTE

DD

ESC. 1:50 ESC.

111

1:50


- VISTAS

VISTA 1

VISTA 1

ESC. 1:50 ESC.

1:50


VISTA 2

VISTA 2

ESC. 1:50

ESC. 1:50

113


VISTA 3

VISTA 3

ESC. 1:50

ESC. 1:50


VISTA 4

VISTA 4

ESC. ESC. 1:50

1:50

115


MONTAGEM DA ESTRUTURA - PASSO 1

Esse é o primeiro passo para a montagem da Habitação Modular, a estrutura é o que irá definir a casca do projeto, ou seja, é a primeira parte a ser montada, para depois realizar o encaixe dos outros materiais. Na parte de estrutura teremos as sapatas, que serão responsáveis em nivelar o projeto com a topografia e servir de sustentação para os perfis, depois do encaixe das sapatas com os perfis, os travamentos inferiores serão colocados entre os perfis formando uma malha para o piso, que será de placas de madeira; em seguida os painéis e as esquadrias serão encaixados nos perfis, recebendo o travamento superior que será responsável em formar uma malha para servir de apoio para cobertura que será de placas e madeira também.

DEFINIÇÃO: Sapata DADOS TÉCNICOS: Base de 10cm + Rosca de 30cm QUANTIDADE: 12 unidades OBJETIVO: Ajustar o desnível, apoio para os perfis.

DEFINIÇÃO: Perfil em cruz DADOS TÉCNICOS: H=2,71m / L=11cm QUANTIDADE: 12 unidades OBJETIVO: Estruturar o projeto. DEFINIÇÃO: Travamento superior e inferior DADOS TÉCNICOS: C=1,22m / L=0,09cm C=2,50m / L=0,09cm QUANTIDADE: 24 unidades 6 unidades OBJETIVO: Realizar o travamento entre os perfis. DEFINIÇÃO: Placa de madeira DADOS TÉCNICOS: C=2,53m / L=1,25m QUANTIDADE: 8 unidades OBJETIVO: Servir de piso e cobertura.


1º - DISTRIBUIÇÃO DAS SAPATAS

2º - ENCAIXE DOS PERFIS NAS SAPATAS

3º - TRAVAMENTO INFERIOR E ALGUNS SUPERIORES ENTRE OS PERFIS

4º - CHAPAS DE MADEIRA SOBRE O TRAVAMENTO INFERIOR

5º - ENCAIXE DAS ABERTURAS E PAINÉIS NOS PERFIS + TRAVAMENTO SUPERIOR

6º - CHAPAS DE MADEIRA SOBRE O TRAVAMENTO SUPERIOR 117


DETALHE 1: ENCAIXE ENTRE A SAPATA E O PERFIL DE AÇO. A SAPATA CONSEGUIRÁ VENCER UMA INCLINAÇÃO OU UM DESNÍVEL DE ATÉ 30CM.

DETALHE 3: PLACA DE MADEIRA COM A FUNÇÃO DE PISO SENDO COLOCADA SOBRE OS TRAVAMENTOS INFERIORES E ENCAIXADA NOS PERFIS. ESSAS PLACAS SERÃO PARAFUSADAS NOS TRAVAMENTOS. DETALHE 2: ENCAIXE DOS TRAVAMENTOS INFERIORES ENTRE OS PERFIS, ESSES TRAVAMENTOS DEPOIS DE ENCAIXADOS SERÃO PARAFUSADOS NO PERFIL.


DETALHE 6: PLACAS DE MADEIRAS SENDO COLOCADAS COMO COBERTURA, APOIADAS NOS TRAVAMENTOS SUPERIORES.

DETALHE 4: ENCAIXE DOS PAINÉIS DE PVC+ISOPOR E DE ESQUADRIAS NOS PERFIS E PARAFUSADAS PARA O TRAVAMENTO DA ESTRUTURA.

DETALHE 5:TRAVAMENTO SUPERIOR ENTRE OS PERFIS SENDO ENCAIXADO E DEPOIS PARAFUSADO. DETALHAMENTOS SEM ESCALA

119


SISTEMA HIDRÁULICO - ÁGUA LIMPA E ESGOTO - PASSO 2 E 3 DESENHO ISOMÉTRICO

Tubos de água limpa

DESENHO ISOMÉTRICO

Tubos de esgoto

ESC. 1:50

ESC 1:50


0

Reservatório Superior

O sistema hidráulico será composto por um reservatório com cinco tubos de 15 cm, localizado sobre as chapas de madeira da cobertura, esta será uma das peças que não precisará ser montada, apenas encaixada na parte superior. Na parte interna, teremos todo o encanamento aparente (canos parafusados nos painéis), com tubos de 3 cm que estarão diretamente ligados a este reservatório. O encanamento interno será composto por peças de encaixe, ou seja, o usuário terá que montar o encanamento. O mesmo irá acontecer com o esgoto, porém, o encanamento nesta parte será bem mais simples, tendo tubos conectados diretamente nas peças como pias, vaso sanitário e ralo, esses tubos ligados diretamente nas peças se conectarão em um tubo principal na parte inferior, que receberá todos os resíduos e será o responsável de levar até a fossa séptica instalada no local. O reservatório tem uma entrada principal para ser abastecido com aguá servida da rede pública. Ao lado temos um desenho isométrico demostrando onde os canos irão passar e uma imagem de como será o reservatório superior. A seguir será explicado o passo a passo da montagem do sistema hidráulico.

121


MONTAGEM DO SISTEMA HIDRÁULICO - ÁGUA LIMPA - PASSO 2

DETALHE DETALHE 1 1

PAREDE 1

PAREDE 1 - COZINHA

PEÇAS DE ENCAIXE

1:50 ESC.ESC 1:50


DETALHE 1

DETALHE 1

tubo 1

5- C tubo 2

1- Conectar a peรงa e tubo 1.

no

2- Conectar a peรงa

no tubo 2.

3- Conectar a peรงa

no tubo 3.

4- Conectar a peรงa

no tubo 4.

6- Con no tub 7- Conec

8- Tubo 1 superior r

tubo 4 tubo 3

SEM ESCALA 123


DETALHE 2 DETALHE 2

LAVANDERIA ESC. 1:50

PAREDE 2

PAREDE 2 -

PEÇAS DE ENCAIXE

ESC 1:50

DETALHE 3

PAREDE 3

PEÇAS DE ENCAIXE


ubo 2.

tubo 3.

DETALHE 2

DETALHE 2 5- Conectar a peça

no tubo 5.

6- Conectar a peça no tubo 6 e a peça no tubo 7. 7- Conectar o tubo 7 nas peças e . 8- Tubo 13 externo, conectado ao reservatório superior responsável em realizar o abastecimento.

tubo 13

tubo 7

ubo 4.

tubo 6

tubo 5

SEM ESCALA 125


HE 2

1:50

DETALHE 3

PAREDE 3 - BANHEIRO PAREDE 3

PEÇAS DE ENCAIXE

DETALHE 3

ESC 1:50 ESC. 1:50


DETALHE 3

DETALHE 3

9- Conectar o tubo 8 na peça tubo 8

10- Conectar a peça no chuveiro.

. no tubo 9 e

11- Conectar primeiro a peça no tubo 10 e depois encaixar a peça 12- Conectar o tubo 11 na peça na peça e na peça . 13- Conectar o tubo 12 na peça tubo 7

.

, e na

.

tubo 9

tubo 10

tubo 11

tubo 12

SEM ESCALA 127


MONTAGEM DO SISTEMA HIDRÁULICO - ESGOTO - PASSO 3

DETALHE 1

PAREDE ESC. 1 - COZINHA 1:50

ESC 1:50

DETALHE 1


DETALHE 1

4- Co

5- Co 1- Conectar a peça 2- Conectar a peça e no tubo 5.

DETALHE 1

tubo 1

6- O tubos

no tubo 1. no tubo 1

3- O tubo 5 é o que receberá a conexao de todos os tubos e será o responsável de chegar até a fossa.

tubo 2

tubo 5

SEM ESCALA 129


DETALHE 2

PAREDE 2ESC. - LAVANDERIA 1:50

ESC 1:50

DETALHE 2


DETALHE 2

4- Conectar o tubo 2 nas peças 5- Conectar a peça

e

.

no tubo 2 e no tubo 5.

6- O tubo 5 é o que receberá a conexao de todos os tubos e será o responsável de chegar até a fossa.

no tubo 1. no tubo 1

eceberá a tubos e será o ar até a fossa.

DETALHE 2

tubo 2

tubo 5

SEM ESCALA 131


DETALHE 3

FOSSA PAREDE 3 - BANHEIRO

DETALHE 3

ESC 1:50 ESC. 1:50

FOSS


DETALHE 3

DETALHE 3

7- Conectar a peça

no tubo 3 e na pia.

8- Conectar a peça

no tubo 3 e no tubo 5.

9- Conectar a peça

no vaso sanitário e no tubo 4.

10- A peça

funcionará como ralo

e será conectada no tubo 5, sendo responsável de levar os resíduos

tubo 3

até a fossa. tubo 4 tubo 5

SEM ESCALA 133


MONTAGEM DO SISTEMA ELÉTRICO - SISTEMA X - PASSO 4 O sistema elétrico será instalado da mesma maneira que o sistema hidráulico, sistema em x aparente. Uma caixa de distribuição será instalada na parte interna do módulo, com uma saída externa para conectar o cabo em um poste da rede pública. Os interruptores e as tomadas foram instalados todos a mesma altura, sendo ela 1,20m. A iluminação interna acontecerá a partir de refletores encaixados nos perfis. A quantidade de tomadas foi decidida a partir da necessidade de uso de cada cÔmodo do módulo.

PAREDE 1 - COZINHA

PAREDE 1

ESC 1:50 1:50 ESC.


PAREDE 2 - LAVANDERIA

PAREDE 2

ESC 1:50 ESC. 1:50

PAREDE 3

135


PAREDE 3 - BANHEIRO

PAREDE 3

ESC 1:50 ESC. 1:50


PAREDE 4 - DESCANSO

PAREDE 4

1:50 ESC. ESC 1:50

137


MONTAGEM DA SOBRE COBERTURA - PASSO 5

Por último teremos a montagem da sobre cobertura, como já foi falado o módulo terá um fechamento superior com placas de madeira, porém existirá uma sobre cobertura que será responsável pela identidade do projeto. Por se tratar de uma arquitetura efêmera, foi buscado um diferencial na parte visual, algo que chamasse a atenção. Essa sobre cobertura funcionará como as lonas de circo, quatro hastes serão parafusadas nos perfis dos cantos, estas hastes poderão ser ajustáveis aumentando ou diminuindo a altura da lona. A lona não será presa somente na haste, mas também a um cabo de aço que será o responsável por tensionar a lona e se prender no chão, dando assim mais estabilidade para o projeto. Esta sobre cobertura servirá também como uma proteção para o módulo. A seguir será demonstrado a montagem desta última etapa. A sobrecobertura sempre será a última parte a ser montada do projeto.


1- Parafusar a haste

no perfil

podendo regular a altura da lona.

ESC. ESC1:75 1:75 139


2- Prender a lona na haste

.

ESC 1:75 ESC. 1:75


4- Tensionar o cabo te aรงo e prender ele no chao.

3- Prender o cabo de aรงo na lona.

ESC. ESC1:75 1:75

141


MATERIALIDADE

Peça: Janelas Quantidade: 4placas Dimesão: 1,22m x 2,44m Materialidade: Aço

Peça: Placas de fechamento Quantidade: 7 placas Dimensão: 1,22m x 2,44m Materialidade: Isopor + PVC

Peça: Placas de piso e cobertura Quantidade: 8 placas Materialidade: Madeira


Peça: Sobre Cobertura Quantidade: 1 Materialidade: Lona

Peça: Perfil em Cruz Quantidade: 12 Materialidade: Aço Peça: Cabo de Aço Quantidade: 4 Materialidade: Aço

Peça: Sapata Quantidade: 12 Materialidade: Ferro

143


O PROJETO


145


- INTERNO


147


- EXTERNO


149



151



CONSIDERAÇÕES

FINAIS

Foi possível refletir com este trabalho, uma ideia de independência e liberdade ao usuário, ou seja, é possível oferecer espaços mínimos de qualidade, usar uma materialidade alternativa e de baixo custo que atenda nas questões de estrutura e conforto, possibilitando ao homem ter a chamce de construir sua própria casa, não dependendo de terceiros, apenas de um manual de montagem. Tratase de um tema contemporâneo que busca uma liberdade de escolha, que atenda a um estilo de vida daqueles que nunca estão no mesmo lugar, que estão sempre à deriva. A partir deste projeto, essas pessoas que estão em constante mudança de espaço e tempo, terão a possibilidade de estar em diferentes lugares com sua própria casa.

153


VII.

R E F E R Ê N C I A S


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS – TEXTOS ANDERS, Gustavo Caminati. Abrigos temporários de caráter emergencial. P.55, 2007. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo. BAUMAN, Zygmunt. Vida líquida. Zahar, 2007. BORGES, V.; CYRINO, T. S.. Utopia e produção arquitetônica. Archigram, uma nova forma de teoria. Arquitextos, São Paulo, ano 17, n. 196.01, Vitruvius, set. 2016 BRUNEL, J. A. Destacar o ato espontâneo: arquitetura itinerante, 2017 - https://www.archdaily.com.br/ br/877831/destacar-o-ato-espontaneo-arquitetura-itinerante - Acesso em: 6 de Setembro de 2017 CAMPOS, B. C. P. Shigeru Ban e sua contribuição para a arquitetura efêmera. Arquitextos, São Paulo, ano 10, n. 115.04, Vitruvius, dez. 2009 CHING, Francis D.K; BINGGELI, Corky. Arquitetura de interiores ilustrada. Bookman Editora, 2013. DELEUZE, G.; GUATTARI, F. Mil Platôs. Capitalismo e Esquizofrenia. vol. 5. Editora 34: Rio de Janeiro, 1997.

155


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157


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30 - Fonte: Reuters, disponível em: https://www.reuters.com/article/us-kenya-somalia/kenya-aims-to-cut-sizeof-somali-refugee-camp-by-about-half-by-end-2016-idUSKCN0ZC094. Acesso em set. 2017 31 - Fonte: Medicos Sin Fronteras, disponível em: https://www.msf.es/actualidad/irak-asistencia-sanitaria-losrefugiados-sirios-del-campo-domeez. Acesso em set. 2017 32 - Fonte: Archdaily, disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/801886/capsula-habitacional-ofereceabrigo-em-situacoes-de-desastre-natural/5851cce4e58ece18fa000054-capsula-habitacional-ofereceabrigo-em-situacoes-de-desastre-natural-imagem. Acesso em fev. 2017 33 - Fonte: Archdaily, disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/801886/capsula-habitacional-ofereceabrigo-em-situacoes-de-desastre-natural/5851cd8ae58ece18fa000062-capsula-habitacional-ofereceabrigo-em-situacoes-de-desastre-natural-imagem. Acesso em fev. 2017 34 - Fonte: Archdaily, disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/801886/capsula-habitacional-ofereceabrigo-em-situacoes-de-desastre-natural/5851cce4e58ece18fa000054-capsula-habitacional-ofereceabrigo-em-situacoes-de-desastre-natural-imagem. Acesso em fev. 2017 35 - Fonte: Archdaily, disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/801886/capsula-habitacional-ofereceabrigo-em-situacoes-de-desastre-natural/5851cce4e58ece18fa000054-capsula-habitacional-ofereceabrigo-em-situacoes-de-desastre-natural-imagem. Acesso em fev. 2017 36 - Fonte: Archdaily, disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/801886/capsula-habitacional-ofereceabrigo-em-situacoes-de-desastre-natural/5851d006e58ece18fa000078. Acesso em fev. 2017 37 - Fonte: Archdaily, disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/801886/capsula-habitacional-ofereceabrigo-em-situacoes-de-desastre-natural/5851cd50e58ece18fa00005a. Acesso em fev. 2017 38 - Fonte: Archdaily, disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/801886/capsula-habitacional-ofereceabrigo-em-situacoes-de-desastre-natural/5851d006e58ece18fa000078. Acesso em fev. 2017 39 - Fonte: Archdaily, disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/801886/capsula-habitacional-ofereceabrigo-em-situacoes-de-desastre-natural/5851cd85e58ece18fa000060-capsula-habitacional-ofereceabrigo-em-situacoes-de-desastre-natural-imagem. Acesso em fev. 2017


40 - Fonte: Archdaily, disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/801886/capsula-habitacional-ofereceabrigo-em-situacoes-de-desastre-natural/5851cfdae58ece18fa000074. Acesso em fev. 2017 41 - Fonte: Archdaily, disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/801886/capsula-habitacional-ofereceabrigo-em-situacoes-de-desastre-natural/5851cff0e58ece18fa000076. Acesso em fev. 2017 42 - Fonte: Archdaily, disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/801886/capsula-habitacional-ofereceabrigo-em-situacoes-de-desastre-natural/5851cd98e58ece18fa000064. Acesso em fev. 2017 43 - Fonte: Archdaily, disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/801886/capsula-habitacional-ofereceabrigo-em-situacoes-de-desastre-natural/5851cf43e58ece18fa00006e. Acesso em fev. 2017 44 - Fonte: Archdaily, disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/801886/capsula-habitacional-ofereceabrigo-em-situacoes-de-desastre-natural/5851cd7ee58ece18fa00005e. Acesso em fev. 2017 45 - Fonte: Archdaily, disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/801886/capsula-habitacional-ofereceabrigo-em-situacoes-de-desastre-natural/5851cd67e58ece18fa00005c. Acesso em fev. 2017 46 - Fonte: Archdaily, disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/801886/capsula-habitacional-ofereceabrigo-em-situacoes-de-desastre-natural/5851cd1ee58ece18fa000058. Acesso em fev. 2017 47 - Fonte: Archdaily, disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/801886/capsula-habitacional-ofereceabrigo-em-situacoes-de-desastre-natural/5851ce4ae58ece18fa000068. Acesso em fev. 2017 48 - Fonte: Archdaily, disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/801886/capsula-habitacional-ofereceabrigo-em-situacoes-de-desastre-natural/5851ce4ae58ece18fa000068. Acesso em fev. 2017 49 - Fonte: Archdaily, disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/801886/capsula-habitacional-ofereceabrigo-em-situacoes-de-desastre-natural/5851ccdce58ece18fa000052. Acesso em fev. 2017 50 - Fonte: Archdaily, disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/801886/capsula-habitacional-ofereceabrigo-em-situacoes-de-desastre-natural/5851cdf0e58ece18fa000066. Acesso em fev. 2017 51 - Fonte: Archdaily, disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/801886/capsula-habitacional-ofereceabrigo-em-situacoes-de-desastre-natural/5851cdf0e58ece18fa000066. Acesso em fev. 2017 163


52 - Fonte: Archdaily, disponível em: https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/02-38122/prototipo-puertasvivienda-de-emergencia-para-casos-catastroficos-cubo-arquitectos/vista-aerea-nocturna. Acesso em mar. 2017 53 - Fonte Archdaily, disponível em: https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/02-38122/prototipo-puertasvivienda-de-emergencia-para-casos-catastroficos-cubo-arquitectos/nor-poniente. Acesso em mar. 2017 54 - Fonte: Archdaily, disponível em: https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/02-38122/prototipo-puertasvivienda-de-emergencia-para-casos-catastroficos-cubo-arquitectos/interior-dorm. Acesso em mar. 2017 55 - Fonte: Archdaily, disponível em: https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/02-38122/prototipo-puertasvivienda-de-emergencia-para-casos-catastroficos-cubo-arquitectos/sur-poniente. Acesso em mar. 2017 56 - Fonte: Archdaily, disponível em: https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/02-38122/prototipo-puertasvivienda-de-emergencia-para-casos-catastroficos-cubo-arquitectos/interior-estar-comedor-con-mesa-puerta. Acesso em mar. 2017 57 - Fonte: Archdaily, disponível em: https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/02-38122/prototipo-puertasvivienda-de-emergencia-para-casos-catastroficos-cubo-arquitectos/espacio-intermedio. Acesso em mar. 2017 58 - Fonte: Archdaily, disponível em: https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/02-38122/prototipo-puertasvivienda-de-emergencia-para-casos-catastroficos-cubo-arquitectos/planta-29. Acesso em mar. 2017 59 - Fonte: Archdaily, disponível em: https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/02-38122/prototipo-puertasvivienda-de-emergencia-para-casos-catastroficos-cubo-arquitectos/isometrcia-explotada-final-invert. Acesso em mar. 2017 60 - Fonte: Archdaily, disponível em: https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/02-38122/prototipo-puertasvivienda-de-emergencia-para-casos-catastroficos-cubo-arquitectos/fachada-sur-5. Acesso em mar. 2017 61 - Fonte: Archdaily, disponível em: https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/02-38122/prototipo-puertasvivienda-de-emergencia-para-casos-catastroficos-cubo-arquitectos/detalle-iluminacion. Acesso em mar. 2017 62 - Fonte: Archdaily, disponível em: https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/02-38122/prototipo-puertasvivienda-de-emergencia-para-casos-catastroficos-cubo-arquitectos/detalle-lona-caca. Acesso em mar. 2017


63 - Fonte: Archdaily, disponível em: https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/02-38122/prototipo-puertasvivienda-de-emergencia-para-casos-catastroficos-cubo-arquitectos/isometrica-explo-detalle. Acesso em mar. 2017 64 - Fonte: Archdaily, disponível em: https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/02-38122/prototipo-puertasvivienda-de-emergencia-para-casos-catastroficos-cubo-arquitectos/detalle-anclaje-2. Acesso em mar. 2017 65 - Fonte: Archdaily, disponível em: https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/02-38122/prototipo-puertasvivienda-de-emergencia-para-casos-catastroficos-cubo-arquitectos/iso-detalle-paneles-2. Acesso em mar. 2017 66 - Fonte: Archdaily, disponível em: https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/02-38122/prototipo-puertasvivienda-de-emergencia-para-casos-catastroficos-cubo-arquitectos/captacion-aguas-lluvias. Acesso em mar. 2017 67 - Fonte: Archdaily, disponível em: https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/02-38122/prototipo-puertasvivienda-de-emergencia-para-casos-catastroficos-cubo-arquitectos/marcos-mobiles2-copy. Acesso em mar. 2017 68 - Fonte: Archdaily, disponível em: https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/02-38122/prototipo-puertasvivienda-de-emergencia-para-casos-catastroficos-cubo-arquitectos/cortes-y-elevaciones. Acesso em mar. 2017 69 - Fonte: Archdaily, disponível em: https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/02-38122/prototipo-puertasvivienda-de-emergencia-para-casos-catastroficos-cubo-arquitectos/cortes-y-elevaciones. Acesso em mar. 2017 70 - Fonte: Archdaily, disponível em: https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/02-38122/prototipo-puertasvivienda-de-emergencia-para-casos-catastroficos-cubo-arquitectos/cortes-y-elevaciones. Acesso em mar. 2017 71 - Fonte: Archdaily, disponível em: https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/02-38122/prototipo-puertasvivienda-de-emergencia-para-casos-catastroficos-cubo-arquitectos/cortes-y-elevaciones. Acesso em mar. 2017 72 - Fonte: Archdaily, disponível em: https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/02-38122/prototipo-puertasvivienda-de-emergencia-para-casos-catastroficos-cubo-arquitectos/vista-nocturna-aerea. Acesso em mar. 2017 165





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