Topo Invertido

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Sumário 4.................................................................................................................................................................... Introdução 6...................................................................................................................................................... Relatos do Passados 8............................................................................................................................................ Comidas nativas do Brasil 16............................................................................................................................................. Culinária - Gastronomia 18.................................................................................................................................................................... Intrevista 20................................................................................................................................................................ Relatos de .............................................................................................................................................. Assédio dentro da cozinha

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PRET

O OP

NO T S A

Você tem fome de quê? A primeiro instante a minha resposta era bem obvia: – Eu tenho fome de batata frita! Porém eu tenho muita, mas muita fome de ver um (a) PRETO (A) NO TOPO. E parando para pensar o preto sempre esteve no topo, foram as nossas mulheres pretas, escravas na época, que trouxeram para o Brasil receitas nativas de suas origens, hoje receitas que são a representação do Brasil. O que me fez querer falar e refletir sobre a fome da luta pelos nossos direitos na sociedade, foi o fato de que o homem tentar impor, desde sempre, o lugar do preto, da mulher e da mulher preta no mundo. No passado tratadas como escravas, viviam para servir seus Senhores, sendo submetidas, por homens e até por algumas mulheres (na maioria das vezes brancas), a situações degradantes. E atualmente, conseguem sentir o quão seletivo é o mundo em que vivemos. Seletivo na escola, na faculdade, no trabalho. Tudo para o preto é mais difícil, para a mulher preta então, nem se fala!

Da moradia, do estudo, sempre seletivo. Temos a mesma capacidade, mas não a mesma oportunidade. Uma mulher preta em uma entrevista de emprego, não terá a mesma oportunidade que uma mulher branca. Olham para mulheres como se fossem objetos, para as mulheres pretas olham e remetem a sua cor a escravidão, usam e abusam de piadas e comentários machistas. Infelizmente, o Brasil é rico por suas origens, mas pouco as valoriza. Veremos um misto de informações e relatos sobre algumas dificuldades das mulheres negras no meio em que elas possuem raízes forte e poderosas, na cozinha.

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"CHAMAM OS NEGROS DE GENTE DE COR DE QUE COR!

NEGRA

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Quando os portugueses desembarcaram no Brasil, precisaram se adaptar aos ingredientes tropicais e arrumaram novas cozinheiras: as índias. Mais tarde, a responsabilidade passou para as escravas. A cozinha ficava em um local separado da casa grande e o trabalho era extremamente braçal. ;Era um lugar desprestigiado e até sujo, onde se matavam animais e se defumava carne. Foi das mãos de grandes cozinheiras sem qualquer estudo que a gastronomia brasileira se formou. Nada de chefes da alta nobreza ou de professores europeus: a riqueza culinária do país deve-se ao trabalho das escravas que produziam a farinha de mandioca no pilão. O cardápio era simples: feijão, farinha e carne seca. Vez ou outra ; cúmulo do requinte ;, eram servidos legumes refogados. A comida do dia a dia era muito simples e bem rural. As refeições mais elaboradas eram exclusivas de festas e casamentos ; e para receber convidados importantes.

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De um lado, uma negra escrava 7


Comidas Típicas do Brasil, que foram criadas por mãos escravas: Feijoada: Por muito tempo, se acreditou que a feijoada era a mistura do feijão preto com as partes menos nobres do porco entregadas aos negros escravizados. No entanto, os portugueses tinham um prato semelhante e de modo algum consideravam a orelha ou o joelho do porco como alimentos desprezíveis. Então, ao modo de preparar esta receita portuguesa, os negros escravizados acrescentaram a laranja, a pimenta e a farofa tornando este prato mais completo.

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O acarajé: é uma especialidade gastronômica das culinárias africana e afro-brasileira. Trata-se de um bolinho feito de massa de feijão-fradinho, cebola e sal, e frito em azeite de dendê. No continente africano é conhecido como akara, e especificamente no norte da Nigéria é também chamado de kosai.

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Mungunzá Mungunzá ou munguzá é uma iguaria doce feita de grãos de milho-branco ou amarelo levemente triturados, cozidos em um caldo contendo leite de coco ou de vaca, açúcar, canela em pó ou casca e cravo-da-índia.

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Cuscuz Cuscuz é um prato berbere originário do Magrebe. Consiste num preparado de sêmola de cereais, principalmente o trigo, quando a sêmola é amassada à mão com um pouco de água até se transformar.

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Cocadas Cocada é um doce à base de coco, tradicional em várias regiões do mundo, especialmente na América Latina e em Angola. Existem variantes quanto a receita aplicada em diferentes países, como a utilização de gemas, leite, leite condensado, rapadura, amendoim, leite de coco e coco ralado queimado

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Quiabo O quiabeiro é uma planta da família da malva. Possui origem Africana, precisamente na Etiopia. Seu fruto, conhecido como quiabo, quingombô, gombô, quibombô, quigombó, quibombó, quimbombô, quingobó

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A partir do século XVIII, no período em que o Brasil lutava por sua independência, a cozinha brasileira ia ganhando uma identidade própria. Com a chegada da família real portuguesa ao Rio de Janeiro em 1808, muitos ingredientes e pratos novos entraram em cena na mesa brasileira. E assim, mas brancas foram tomando o lugar em nossas cozinhas!

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Infelizmente, tudo no Brasil é muito seletivo. E ainda, mesmo com algumas mudanças, o numero representativo de mulher negra em faculdades é minimo.

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Em oportunidade, fiz uma entrevista com a Chef Leticia Cruz. 1° pergunta: Quais as maiores dificuldade você enfrentou por ser uma mulher na cozinha, neste meio remunerado? 2° pergunta: Qual a dificuldade você enfrento pela sua cor? 3° pergunta: O que você diz a respeito das seguintes frases: "lugar de mulher é na cozinha" "lugar de mulher é dentro de casa cuidando dos filhos e do marido"? Resposta 1: "A maior dificuldade foi por ser mulher negra e jovem, comecei minha carreira de chefia com 26 anos, sendo a mais nova da minha equipe. Senti uma resistência masculina, de receber ordens femininas. Hoje em dia consigo lidar melhor, já me abalou, hoje não abala mais. Nunca permiti que isso me impedisse de trabalhar. Resposta 2: O curso de gastronomia é um curso muito seletivo, na epoca que eu fiz o curso, só havia curso privado. Na faculdade, era a unica aluna negra da turma e na faculdade em geral, havia muito poucas pessoas negras. Me senti sim, muito deslocada. De fato ali, não consegui fazer muitos traços de amizade, maioria com muitos poderes aquisitivos e não abriam muito espaço. Resposta 3: Duas frases extremamente machista, na minha opnião. O machismo impede a liberdade da mulher, que ela tome suas proprias decisões. Se uma mulher quer ficar em casa tomando conta do marido e dos filhos, ela pode, mas isso não tem que ser algo imposto a ela.

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Relatos de Assédio na Cozinha

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