Vila Andrade - TFG 2018

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VILA ANDRADE TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO 2018 - UNICAMP

BEATRIZ TZUNG LIMA SOARES ORIENTADOR PROF. SIDNEY BERNARDINI



VIL A AND RAD E TRABALHO

FINAL

DE

GRADUAÇÃO

2018

BEATRIZ TZUNG LIMA SOARES

ORIENTADOR PROF. SIDNEY BERNARDINI

UNIV E RS IDADE E STADUAL DE CAMPIN AS


AGRADECIMENTOS


Ao meu orientador, Sidney Bernardini, pela orientação, paciência e pelos ensinamentos nos últimos dois anos. Às minhas amigas, Isis e Luna, pelo apoio, pelas sugestões e por compartilhar esse ano difícil comigo. À minha família, pelo apoio e carinho ao longo desses 7 anos de graduação. Aos meus amigos, pelas festas, pelas risadas e momentos compartilhados.


SUMÁRIO

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INTRODUÇÃO 8

O DESLOCAMENTO DO CENTRO EM SÃO PAULO E O CHAMADO VETOR SUDOESTE 12

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SEGREGAÇÃO ESPACIAL E O FENÔMENO DOS CONDOMÍNIOS EM SÃO PAULO 20

HISTÓRICO DA VIDA ANDRADE 30

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CONTEXTO ATUAL 38

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LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO 90

REFERÊNCIAS 98

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PROPOSTA 108

BIBLIOGRAFIA 166

9


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INTRODUÇÃO

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maior número de lançamento de empreendimentos imobiliários da capital.

A criação, ainda na década de 1980, de um novo centro comercial na cidade de São Paulo, no chamado “vetor sudoeste”, acarretou diversas mudanças no contexto urbano da cidade. A construção da Avenida Eng. Luiz Carlos Berrini e do Centro Empresarial São Paulo, atraiu diversas multinacionais a instalarem suas sedes nessa região. Com o grande contingente de pessoas atraídas por empregos nessas empresas, abriu-se um grande potencial para o desenvolvimento de um parque imobiliário residencial nas vizinhanças próximas, como no caso da Vila Andrade, que é o objeto de estudo desse trabalho. O fato de que o distrito apresenta grandes áreas livres, boa localização e boa infraestrutura, além de preços mais baixos que seus vizinhos, Morumbi e Brooklin, sem os entraves legais presentes nestes dois bairros, contribuiu para que se tornasse o distrito de São Paulo que mais cresceu nos últimos anos em termos demográficos, além de apresentar o

O fenômeno do deslocamento do centro em São Paulo, o “Vetor Sudoeste”, a segregação espacial e o fenômeno dos condomínios ajudaram a moldar o distrito como é hoje. Regido pela lógica do mercado e pela ausência do planejamento urbano, este trabalho tratará de entender a lógica do distrito para em seguida poder propor um plano urbanístico na escala do bairro, visando uma melhoria na qualidade de vida de seus moradores, melhoria na mobilidade urbana e na acessibilidade e propondo um novo padrão de ocupação menos nocivo a vida urbana e ao espaço público.

Fonte: Beatriz Soares, 2018 Área estritamente residencial próxima a Paraisópolis

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O DESLOCAMENTO DO CENTRO EM SÃO PAULO E O VETOR SUDOESTE

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Os centros das cidades são, em sua maioria, locais de consumo, comércio e negócios das elites. O centro de São Paulo, durante as primeiras décadas do século XX, foi-se construindo de acordo com os padrões europeus de cidade. Durante os anos 20, ele era caracterizado como uma “polifonia arquitetônica e urbanística”, “deslumbrante e desorientador” e sua paisagem urbana era composta por instituições, comércio, serviços, espaços públicos e outros marcos simbólicos. (FRÚGOLI JR. 2000), Com o crescimento da cidade, o centro passou a apresentar três grandes problemáticas: era exíguo e incapaz de comportar a vida de uma grande cidade, de difícil acesso e sempre congestionado. Em vista de resolver tais problemas, foi feita uma reestruturação e que forçou o centro a se desdobrar em dois: o chamado

“Centro Tradicional”, que se desenvolveu durante a primeira fase da industrialização, entre 1910 e 1940, e o “Centro Novo”, fruto da industrialização da segunda guerra, entre 1940 e 1960. A partir de 1960, com o crescimento no número de automóveis, a cidade de São Paulo passou por uma intensa ampliação no sistema viário, com obras que estabeleceram condições de macro acessibilidade do automóvel em escala urbana (VASCONCELLOS, 1999). As obras da diametral norte-sul, a Radial Leste, a segunda perimetral, articulada com a rótula e com a Avenida do Estado impactaram no centro histórico de forma a torná-lo um mero nó de articulação e passagem, causando sua deterioração e de seu entorno. A expansão da área central, que teve início com o Perímetro de Irradiação, que fez com que os usos centrais e a verticalização se espalhassem pelas demais regiões. (NAKANO, MALTA, ROLNIK, 2004). O Plano de Avenidas, de Prestes

Fonte: Francisco Aragão Centro de São Paulo

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Maia, muito mais que resolver os problemas de tráfego, integrava os bairros centrais e lançava a cidade para além dos seus limites convencionais através de seus eixos e conexões. “A atual configuração da cidade de São Paulo, com o centro dedicado ao comércio e serviços, as periferias para habitação popular e o quadrante sudoeste para residências de alto padrão, é decorrente de seu plano” (LIBÂNEO, 1989). Paralelamente às transformações que ocorreram na área central, a população de alta renda se deslocou para outras áreas da cidade, buscando se fixar em regiões como Jardim Paulista e Higienópolis. Os interesses de consumo desta burguesia foi a força

que mais influenciou na estruturação do espaço metropolitano (VILLAÇA, 1998). A partir de 1930, o centro começou a ser ocupado pelas classes populares, em sua maioria migrantes nordestinos que desenvolveram atividades informais. Sua ocupação mais expressiva teve início em meados dos anos 60 e é concomitante com o início da evasão das empresas e bancos para outros subcentros, à deterioração de parte de seus equipamentos urbanos e ao declínio de seu valor imobiliário. Frente ao abandono do Centro Tradicional houve a ascensão de um novo centro na cidade, a Avenida Paulista. Inicialmente

Fonte: Shutterstock/ESB Professional

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voltada para investimentos privados destinados a moradores de altíssimo poder aquisitivo (primeiramente fazendeiros do café, seguido por milionários ligados ao comércio e à indústria), recebeu a construção de um um conjunto de mansões, para a elite, seguida de investimentos do poder público, provendo a área de infraestruturas, como bonde, energia, água, etc. Entre os anos 40 e 70 teve início a verticalização da região, que se deu com a valorização dos terrenos, a decadência material das residências senhoriais e a dificuldade em alugá-las, problemas para solução de inventários e com a difusão do sistema de apartamentos em condomínio. Durante os anos 50, houve os primórdios de uma ocupação terciária, sendo que em 1959 teve de fato o início da ocupação por edifícios comerciais. A implantação bem sucedida do Conjunto Nacional atraiu empreendimentos para a Paulista e também espantou moradores de classes mais altas para áreas como o Morumbi, já nos anos 70 (CORDEIRO, 1992). No início da década de 70, com a fuga dos escritórios centrais das grandes empresas, houve um boom imobiliário na região da Avenida Paulista. Primeiramente vieram os profissionais liberais, em seguida empresas e agências de bancos, seguidos de escritórios de multinacionais e, por fim, bancos

Fonte: Shutterstock/ESB Professional

estrangeiros e matrizes dos bancos nacionais. Em 1978, há crescimento do capital financeiro na Paulista e, no início dos anos 80, a instalação de sedes de instituições públicas, wconcomitantemente ao esvaziamento parcial da concentração bancária no centro (FRÚGOLI JR, 2000). Em 1991, a região da Paulista passa por um conjunto de reformas e, nessa época, a avenida já está consolidada como um lugar tanto de manifestações como de celebrações diversas. Em 1994, devido aos sinais crescentes de degradação, seus moradores reclamam de congestionamento, barulho e falta de segurança. O

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interesse de compra dos edifícios residenciais para conversão em escritórios, o alto preço dos condomínios e o avanço do capital imobiliário rumo à sudoeste, assim como a inviabilidade de novos investimentos construtivos, devido ao elevado preço do metro quadrado, acabam contribuindo para o declínio do “Centro Paulista” (NOBRE, 2000). Em 1977, com a inauguração do Centro Empresarial São Paulo, inicia-se um novo centro na cidade de São Paulo. A construtora BratkeCollet foi a grande responsável pela “criação” desse novo centro, produzindo em um curto período de tempo uma grande concentração de edifícios de escritórios. Adquiriu 30 terrenos entre 1974 e 1976 para construção de edifícios e percebeu um nicho do mercado: empresas saindo do centro que precisavam de mais espaço, pouco luxo e não precisavam de um nome forte como a Av. Paulista (CORDEIRO, 1992).

Fonte: Magalhães Filho, 2014 Avenida Luis Carlos Berrini

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A instalação de grupos internacionais e sedes da economia transnacional na região, consolidaram a região como uma centralidade na cidade. A princípio faltava infraestrutura, uma vez que a instalação de empresas não vinha sendo acompanhada de serviços gerais. Mobilizou-se investimentos públicos para a construção de


infraestrutura para atender a esse novo centro, em detrimento do resto da cidade. Os centros deslocam-se em direção aos bairros de maior poder aquisitivo. Com o deslocamento da elite em direção a região sudoeste da cidade, há também o deslocamento dos investimentos e das intervenções para essa mesma direção. A Avenida Berrini se consagrou como uma nova centralidade dominante localizada neste vetor, que passou, a abrigar não somente as classes mais altas, mas também agentes econômicos do setor terciário, comércio, serviços, cultura e lazer (direcionados à população de alta renda), setor financeiro e sedes corporativas. (SCHIFFER, 1999, p. 73-109).

Fonte: Beatriz Soares, 2018 Mapa deslocamento do centro

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SEGREGAÇÃO ESPACIAL E O FENÔMENO DOS CONDOMÍNIOS

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A cidade de São Paulo passou por diversos processos para apresentar a forma de ocupação que apresenta hoje, onde predominam os condomínios verticais fechados e grandes shopping centers. A segregação espacial na cidade pode ser dividida em três tipos: segregação por tipos de moradia, pelo padrão Periferia-Centro e por último, pelos chamados Enclaves Fortificados (CALDEIRA, 2000).

Fonte: Beatriz Soares, 2018 Praça entre edifícios residenciais

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A primeira tipologia era predominante no período de 1890 até 1940. Nesse período, a cidade era caracterizada por concentração, heterogeneidade e apresentava uma densidade crescente (de 83 hab/ha em 1881 para 110 hab/ha em 1914). Como não havia separação das funções na cidade, havia apenas uma separação física, na qual a elite ocupava as partes mais altas, enquanto os trabalhadores ocupavam as áreas mais baixas e próximas às margens dos rios Tamanduateí e Tietê. Apesar dessa separação física, as distintas classes sociais viviam relativamente próximas umas das outras. Nesse período a segregação se expressava nas moradias, enquanto a elite possuía mansões e casa própria, os trabalhadores viviam de aluguel em cortiços ou casas de cômodos. Com o crescimento da cidade no período de industrialização, houve preocupação a respeito de como abrigar os pobres e como organizar o espaço urbano. Temendo epidemias, os membros das elites começaram a mudar-se das áreas densamente povoadas da cidade para regiões um pouco afastadas e com empreendimentos imobiliários exclusivos. Além disso, o poder público passou a se preocupar mais com a condição de habitação dos trabalhadores, para poder organizar, limpar e abrir o centro da cidade, afastando-os e


abrigando-os em casas unifamiliares. (BONDUKI, 2004) A partir de 1910 foram feitas as primeiras leis de construção e zoneamento, referentes somente a área central e urbana. Seu principal efeito foi estabelecer a disjunção entre um território central para a elite e as regiões suburbanas e rurais habitadas pelos pobres. A especulação imobiliária atingiu as áreas centrais e os trabalhadores acabaram sendo expulsos. A fim de incentivar a aquisição de casa própria por parte dos trabalhadores e cortar custos dos industriais com aluguel, foi criada a Lei do Inquilinato, em 1942 (ROLNIK, 1997). A lei congelou os valores dos aluguéis, fazendo com que houvesse uma diminuição no mercado, já que deixaram de construir unidades de aluguel. Com isso trabalhadores partiram para a periferia em busca de terrenos baratos para construir casa própria. O lançamento de um sistema de ônibus possibilitou que houvesse uma expansão da cidade em direção à periferia. Com as iniciativas privadas e políticas públicas, aliados ao aumento populacional graças às migrações, revelou-se um novo padrão de segregação urbana, que perdurou 50 anos, no qual os pobres e ricos viveriam separados. O padrão de segregação Centro-periferia, é disperso e as classes sociais vivem longe uma das outras

no espaço da cidade. Com a ideia de aquisição da casa própria, os ônibus para trabalhadores e automóveis para classe média e alta, a segregação era quase completa. O loteamento e a urbanização da periferia foi feita pela iniciativa privada, com pouco controle ou ajuda das autoridades governamentais até 1970. Não havia regras/legislação para a periferia e a ilegalidade e distância tornavam os lotes acessíveis às classes trabalhadoras. A mudança da forma de ocupação das classes trabalhadoras se deu a partir dos processos que foram descritos anteriormente. No referente às classes altas, a mudança de casarões e mansões para edifícios residenciais não foi espontânea. A popularização de edifícios residenciais entre elas foi construída ao longo do tempo, sendo que a princípio, houve rejeição pela associação que se fez entre condomínios veritcais e cortiços, à falta de privacidade e liberdade (LEME, 1979). A princípio, os edifícios construídos na cidade de São Paulo eram, em sua maioria, de uso comercial e construídos nas áreas centrais. Com o zoneamento, determinou-se onde esses edifícios poderiam ser construídos e suas dimensões. As políticas municipais e federais transformaram apartamentos no principal tipo de moradia das classes médias e alta. Fecharam o mercado de

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prédios para a população de baixa renda e direcionaram para fora do centro. Em 1964, houve a criação do BNH e do SFH, que a princípio era direcionado a classes baixas, mas foi utilizado para financiar compra de apartamentos pela classe média (ALAS, 2013). Em 1970 começa a expansão de edifícios de apartamentos pela zona sudoeste da cidade e em 1972 foi feito o novo zoneamento, no qual o maior coeficiente (4) foi estabelecido para uma área correspondente a 10% do município. Os bairros de elite ficaram em zonas exclusivamente residenciais e com coeficientes baixos. O aumento nos preços dos terrenos reforçou a tendência de deslocamento dos edifícios para longe das regiões centrais. Em meados dos anos 70, começam a surgir os primeiros condomínios padrão clube, como o Ilha do Sul e o Portal do Morumbi, permitidos pelo zoneamento. Nessa época, as classes sociais estavam separadas por distâncias, por tipo de habitação e por qualidade de vida. A expansão da periferia sob condições precárias criou sérios problemas de saúde e saneamento. Os pobres viviam na periferia,

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Fonte: Google Maps Condomínio Ilha do Sul, Pinheiros

Fonte: Google Maps Condomínio Portal do Morumbi


em bairros precários e casas autoconstruídas enquanto a classe média e alta em bairros bem equipados e centrais, em sua maioria em apartamentos. (ALAS, 2013)

3 fatores contribuíram para criar um silêncio e uma separação entre as classes: 1.

Separação espacial tornou seus encontros pouco frequentes e restritos principalmente à circulação em algumas regiões centrais

2. Crescimento econômico nos anos 50 principalmente nos 70 gerou otimismo e ajudou a fortalecer a crença no progresso e na mobilidade social 3. Repressão dos governos militares baniu organizações políticas e a expressão pública de oposição ao regime A cidade se configurou de forma mais diversa e fragmentada, uma cidade de muros com uma população obcecada por segurança e discriminação social. Ricos deixaram o centro para habitar regiões distantes, cuja proporção aumentou em municípios a noroeste da região metropolitana e em distritos no sudoeste, habitados anteriormente por pessoas pobres. Com o empobrecimento causado pela crise dos anos 80 e as melhorias na infraestrutura urbana na periferia, a autoconstrução se tornou menos viável na periferia e possibilitou a construção dos chamados Enclaves Fortificados pelas classes mais altas (CALDEIRA, 2000). O aumento de crimes violentos e do medo desde meados dos anos 80 provocou a fortificação da cidade. A periferia cresceu enquanto os distritos centrais, que abrigavam a população mais rica, perderam população, entre 1980 e 1991. Nesse período, apenas distritos como o Morumbi (2,33%) e a Vila Andrade (5,93%) apresentaram taxas de crescimento. Entre 1991 e 1996 todos perderam população, com exceção da Vila Andrade. Entre 1991 e 1996 todos perderam população, com exceção da Vila Andrade. As melhorias feitas entre 1980-1991 na periferia diminuíram o grau de desigualdade no acesso à infraestrutura urbana e aos serviços públicos e, apesar da renda continuar baixa, a qualidade de vida melhorou. Os movimentos sociais e a democratização política forçaram transformações na ação

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do estado, no entanto, com a legalização dos lotes e a chegada da infraestrutura, os bairros se tornaram caros demais para população. Estabeleceu-se uma nova forma de moradia na cidade, os condomínios verticais, que são múltiplas residências, fortificadas, com entradas controladas por sistemas de segurança, normalmente ocupando um grande terreno com áreas verdes e incluindo todo tipo de instalações para uso coletivo. Esses condomínios não são construídos nos bairros centrais tradicionais, já que requerem grandes lotes disponíveis apenas em áreas não muito adensadas (SIGOLO, 2014).

Fonte: Tuca Vieira, 2003 Divisa Paraisópolis e Giovanni Gronchi

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A escolha da área para a expansão dessa forma de ocupação se dá pelo zoneamento, que apresenta uso misto e um alto coeficiente de aproveitamento (4). Com isso, surge um novo padrão de organização espacial, que mistura ricos e pobres. Essas áreas, com baixo custo de terrenos e zoneamento favorável se mostraram de grande interesse para incorporadoras. Os bairros onde se localizam esses empreendimentos, não sendo homogeneamente ricos como os bairros centrais, apresentam grandes diferenças sociais, como no Morumbi e na Vila Andrade, que apresentam grandes empreendimentos imobiliários de alto padrão que fazem divisa com favelas, como a Paraisópolis (MEYER, GROSTEIN E


BIDERMAN, 2004). Os chamados enclaves fortificados apresentam muros altos, cercas eletrificadas e guardas particulares, são edifícios imensos construídos em ruas estreitas, sem calçadas e com infraestrutura inadequada. Há insuficiência de serviços e comércio, as vias de acesso são insuficientes, o transporte público é ruim e o tráfego é intenso e, por isso, congestionamento é rotina. A ausência de planejamento e o pouco controle do estado fizeram com que fossem criadas essas situações. Apesar dessas inconveniências, seus moradores são recompensados com a sensação de segurança e longe dos perigos da cidade. Os enclaves fortificados são a nova maneira de organizar a segregação, discriminação social e a reestruturação econômica de São Paulo. Dessa forma, as distintas classes sociais vivem próximas mas barreiras físicas e sistema de identificação e controle mantém a distância. A criação desses universos privados para a elite acabaram mudando o panorama da cidade, seu padrão de segregação espacial, o caráter do espaço público e das interações públicas entre classes, que passaram a ser marcadas por suspeita e restrição. (MACEDO, 1988)

Características básicas dos enclaves fortificados (CALDEIRA, 2000): •

Propriedade privada;

Uso coletivo;

Enfatizam e valorizam os espaços privativos ao mesmo tempo em que desconsideram os espaços públicos e abertos nas cidades;

Fisicamente demarcados e isolados por muros, grades, espaços vazios e detalhes arquitetônicos;

Voltados para o interior;

Rejeitam a vida pública;

Guardas armados e sistemas de segurança;

Socialmente homogêneos;

Relacionamento de negação e ruptura com o resto da cidade e com o espaço público aberto à livre circulação;

Os condomínios verticais, no entanto,

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não são recentes. Existem desde 1928, porém a sua popularização e perda do estigma se deu somente nos anos 70, devido às mudanças no financiamento e ao boom de construções. O mercado criou um novo conceito de moradia e o transformou no tipo de residência mais desejável para a elite. Esse novo conceito não foi introduzido na sociedade como um novo tipo de vida em comunidade, mas apenas como local de moradia para grupos sociais homogêneos (ANITELLI, 2015). Em contraposição ao ideal moderno de espaço público, que prezava pela primazia

e abertura de ruas, circulação livre, encontros impessoais e anônimos de pedestre, uso público e espontâneo de ruas e praças e diferentes grupos sociais passeando, a cidade de São Paulo se tornou uma cidade de muros. Barreiras físicas cercam espaços públicos e privados e à medida que as elites se retiram para seus enclaves e abandonam os espaços públicos para os sem teto e os pobres, o número de espaços para encontros públicos de pessoas de diferentes grupos sociais diminuiu consideravelmente. Tensão,

separação,

discriminação

e

Condomínios verticais Antigos •

Localizados nos bairros centrais

Tentam se integrar com a rede urbana

Abertos

Somente com garagem e por vezes, salão de festas.

Novos

Localizados na periferia

Tendem a ignorar a rede urbana

Murados

Áreas e equipamentos de uso coletivo

5 elementos básicos: segurança, isolamento, homogeneidade social, equipamentos, serviços

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Fonte: Beatriz Soares, 2018 Condomínios verticais no Panamby

suspeição são as novas marcas da vida pública. Esses esclaves provocaram mudanças no espaço público e na qualidade de vida pública resultante das estratégias de segurança.

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HISTÓRICO DA VILA ANDRADE

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que ficaram desocupados por mais de 20 anos, foram

A Vila Andrade é um distrito da região sul de São Paulo, pertencente à subprefeitura do Campo Limpo, é caracterizado pela marcante desigualdade social e por grandes áreas arborizadas. Nele encontra-se a segunda maior favela de São Paulo, Paraisópolis, mas também grandes empreendimentos de luxo, como Panamby. Assim como o Morumbi, a Vila Andrade pertencia a Fazenda do Morumbi, que foi loteada em chácaras, e que por sua vez acabaram por dar origem aos dois bairros durante a segunda metade do século 20. Grande parte do que compõe o distrito atualmente é formado pelas chácaras da família Pignatari e do banqueiro Agostinho Martins de Andrade. Em 1950, a propriedade de Agostinho Martins de Andrade foi vendida a Camargo Correa, dando início ao loteamento da área. Em 1920, parte dos loteamentos da região, Fonte: Beatriz Soares, 2018 Vista da ponte Laguna Mapa localização Vila Andrade em São Paulo

ocupados por migrantes procedentes do Nordeste, que vieram à região em busca de oportunidades de trabalho na construção civil (VOLOCHKO, 2005). Com isso, houve a formação da Paraisópolis, que atualmente conta com cerca de 42.826 moradores (CENSO, 2010). Já a Chácara Tangará, propriedade da família Pignatari, para a qual se previa a construção de uma grande residência projetada por Oscar Niemeyer com jardins de Roberto Burle Marx, nos anos 1950, teve o seu projeto abandonado, mantendo-se muitos anos sem qualquer utilização. O proprietário continuou a adquirir lotes adjacentes à sua propriedade e acabou formando uma grande reserva da mata atlântica dentro da cidade de São Paulo (BARROSO, 2006) O crescimento do distrito passou a ser mais expressivo a partir da década de 1970, ganhando maior intensidade nos anos 1990. Esse fenômeno deve-se, principalmente, ao recorte urbano denominado “Vetor Sudoeste” descritos anteriormente, que tem como principais marcos o Centro Empresarial São Paulo, de 1977, e a Avenida Eng. Luiz Carlos Berrini. Com a vinda de grandes corporações para esse novo centro empresarial da cidade, surgiu a oportunidade para novos empreendimentos residenciais, como o Panamby

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e Villagio Panamby, na margem esquerda do rio Pinheiros para atender a essa demanda (BOTELHO, 2005). Em 1986, Lubeca S/A, empresa argentina, pertencente a Bunge & Born, adquiriu as terras da Chácara Tangará de cerca de 600 mil m2, pertencente à família Pignatari, e propôs a Prefeitura de São Paulo um plano diretor, elaborado pelo escritório de arquitetura Aflalo & Gasperini Arquitetos, e um Estudo de Impacto Ambiental elaborado pela KRAFT. No plano diretor havia a proposta da elaboração de diretrizes de ocupação e também a proposta de um sistema viário para que o distrito tivesse maior comunicação com o resto da cidade. No plano de ocupação, constavam 10 a 12 torres de escritórios, 30 a 35 edifícios de alto padrão, com 20 pavimentos cada um, e um hotel de 6 estrelas (BOTELHO, 2005). Neste plano, os edifícios residenciais ficariam localizados no interior do bairro, enquanto os comerciais estariam voltados para a Marginal Pinheiros. No entanto, somente os edifícios residenciais foram construídos e nenhum lançamento para a área comercial foi realizado (BARROSO, 2006). Fonte: Beatriz Soares, 2018 Avenida Hebe Camargo dentro da Paraisópolis

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Em 1989, a Associação de Geógrafos Brasileiros entrou com um pedido de


tombamento da área. Outras instituições também pressionaram a prefeitura e o CONDEPHAAT para o tombamento da área e sua transformação em parque, devido principalmente ao fato de que era uma região que apresentava cobertura vegetal secundária em avançado estágio de recuperação, um dos últimos redutos da Mata Atlântica dentro da área urbana e um curso d’água não poluído, até 1990. O Plano Diretor e o estudo de impacto ambiental são ambos aprovados pela prefeitura e, nele, somente 20% da vegetação original seria preservada. Em julho de 1989, há um parecer favorável ao tombamento da região pelo CONDEPHAAT. No entanto, uma vez que já haviam sido feitos desmembramento das glebas e a obras viárias e de terraplenagem, Hermógenes de Freitas Leitão Filho, professor titular do Instituto de Biologia da UNICAMP, foi chamado pela prefeitura para fazer um relatório da área. Nele, o professor da UNICAMP diz que a área apresenta “manchas de vegetação florestal com elevados índices e perturbação” cuja recuperação seria muito difícil e, por isso, seria favorável à implantação do projeto imobiliário. Em entre

1993 a

foi Prefeitura

assinadoacordo e a

Panamby Empreendimentos Ltda, oficializando o

Fonte: Beatriz Soares, 2018 Estacionamento Extra

empreendimento, com respaldo do CONDEPHAAT. No entanto, algumas condições foram estabelecidas, sendo elas: os edifícios deveriam apresentar um gabarito de no máximo 25 pavimentos para evitar o sombreamento das áreas verdes, 21.110,8m2 seriam de uso institucional e 138.279,22 m2 reservados a parques, além recuperação do jardim desenhado por Burle Marx, plantio de mudas de árvores na Administração Regional do Campo Limpo, construção de uma creche e a instalação da infraestrutura do bairro, incluindo redes de energia elétrica, água, esgoto e iluminação. De acordo com o Plano Diretor Estratégico de São Paulo de 2002 (Lei Municipal 13.430/2002), cerca de 15% do território adquirido pela Lubeca S/A deveria ser destinado a áreas verdes e 5% ao uso institucional.

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O parque Burle Marx foi criado nesse contexto e, o que a princípio era um empecilho para o empreendimento, acabou por ser um dos maiores atrativos da região (VOLOCHKO, 2005). Após oito anos de atraso, a Lubeca decidiu vender as glebas, mas a venda foi dificultada devido aos altos preços, considerando as suas grandes dimensões e localização, assim como o acordo feito com a Prefeitura que exigia do empreendedor a provisão de infraestrutura para a área. Para reunir o capital necessário e realizar a concretização do negócio, houve a formação de um Fundo

de Investimento Imobiliário, o que viabilizou, em 1995, a venda dos terrenos por R$ 61.950.000,00, sendo que R$ 3.870.000,00 seriam destinados a cumprir as obrigações assinadas com o município (BARROSO, 2006) Concretizado o negócio, foram feitos novos planos para o projeto imobiliário. Decidiu-se que a gleba deveria ser dividida em duas partes: uma que seria o Bairro Panamby, com edifícios residenciais, escritórios, centro comercial e hotel, enquanto a segunda seria destinada à formação de

Fonte: Beatriz Soares, 2018 Vista da marginal Pinheiros para a Vila Andrade

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um condomínio vertical fechado, o chamado Villagio Panamby. Os principais investidores, que concentraram a maioria das cotas, foram as incorporadoras Gafisa, Cyrela, Lindemberg e Birmann, conhecidas por atuarem nas áreas mais “nobres” da cidade. Segundo o projeto, o Bairro Panamby, deveria ser 33,9% residencial, 21,4% comercial e 3,1% hoteleiro. No entanto, apesar de a construtora Cyrela adquirir cotas reservadas à parcela comercial, sua intenção também era de construir apenas empreendimentos residenciais. Por fim, a área reservada ao Villagio Panamby, exclusivamente residencial, de 230 mil m2, na forma de um condomínio fechado vertical acabou por abrigar 76% de área é verde e livre, 9% ruas internas, 15% edificações , agregando 15 edifícios residenciais e um clube.

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CONTEXTO ATUAL

5


PIRÂMIDE ETÁRIA Mulheres

80 ou mais

Homens

75 a 79 70 a 74 65 a 69

Hoje a Vila Andrade é caracterizada como um distrito residencial, verticalizado, de marcante desigualdade social, crescimento desordenado, arborizado e com pequenas centralidades comerciais e de serviços, concentrados principalmente ao longo da Avenida Giovanni Gronchi, na região do chamado Portal do Morumbi, e próximo ao Shopping Jardim Sul. De acordo com os dados do Quadro Analítico do Campo Limpo, do Caderno de proposta dos Planos Regionais das Subprefeituras, o distrito apresenta cerca de 78,5% de uso residencial vertical, 13,96% de uso não residencial e 7,54% de uso residencial horizontal. As grandes áreas, ainda hoje livres, compõem 37,4% do distrito. A localização, a boa infraestrutura e os preços dos terrenos, mais baratos que nos vizinhos Morumbi e Brooklin, são grandes atrativos para as construtoras. Por isso, a Vila Andrade é o distrito de São Paulo com maior número de lançamentos de

40

60 a 64 55 a 59 50 a 54 45 a 49 40 a 44 35 a 39 30 a 34 25 a 29 20 a 24 15 a 19 10 a 14 5a9 0a4

15.000

10.000

5.000

0

5.000

10.000

15.000

EMPREGOS POR SETOR

58,20%

Comércio Serviços Indústria de transformação Construção Civil

26,09%

9,19% 6,52%


POPULAÇÃO POR FAIXA DE RENDA FAMILIAR 38,89% 7,25%

Mais de 10 sm 5 a 10 sm 3 a 5 sm

17,90%

1 a 3 sm Até 1 sm

16,21%

19,73%

PESSOAS RESPONSÁVEIS PELOS DOMICÍLIOS PARTICULARES PERMANENTES, POR ANOS DE ESTUDO 26,20% 0,51% 9,18%

Sem instrução e menos de 1 ano 1 a 3 anos 4 a 7 anos 8 a 10 anos

16,88%

11 a 14 anos 15 anos ou mais Não determinados

22,72%

10,67% 13,80%

empreendimentos imobiliários nos últimos 5 anos (JARETA, 2016), e é também o distrito da capital paulista que mais cresce em termos de população. Enquanto em distritos como Alto de Pinheiros, Itaim Bibi, Morumbi, Vila Sônia e Vila Leopoldina, a taxa geométrica de crescimento populacional é entre -1% e 3%, aproximadamente, a Vila Andrade apresenta taxas de, aproximadamente, 5% de crescimento geométrico desde os anos 90 e, de acordo com as projeções, tende a continuar com o mesmo ritmo de crescimento até, ao menos, 2030. Segundo as projeções, a população do distrito passará de 163.624, para 341.936, num período de 20 anos. De acordo com o Quadro Analítico do Campo Limpo, 25,15% da população do distrito está nos grupos entre 0 e 3 salários mínimos , devido a presença de favelas, como a Paraisópolis e a Peinha. A densidade populacional do distrito é de 158,20 hab/ha, o que pode ser considerado uma densidade baixa. Além disso, o distrito apresenta grande quantidade de pessoas sem formação ou formação incompleta, como apontam os

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Fonte: Beatriz Soares, 2018 Paraisópolis

dados da prefeitura. Os empregos disponíveis no distrito, são em sua maioria do setor de serviços, representando 58,20%, e em seguida aparece o comércio, com 26,09%. O interesse por parte das construtoras e incorporadoras é fruto do deslocamento do centro terciário para a região da Av. Berrini. O empreendimento é voltado para o mercado residencial de alto padrão e, como um produto comercial, é atraente, principalmente, por conta de sua proximidade com a natureza e apartamentos maiores com valores menores que os do centro da cidade. Portanto, os moradores do Panamby

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escolhem entre uma localização mais afastada do centro em um apartamento com maior área ou um apartamento de menor área mais próximo ao centro. O perfil dos moradores é de profissionais liberais ou empresários relacionados com o Centro Empresarial SP ou com a Av. Berrini - pessoas que moravam no entorno ou que cresceram na zona Sul ou que optam pela região por conta do “status”. De acordo com os dados da prefeitura de São Paulo de 2000, o perfil da população é composto por 38,89% de pessoas com renda familiar de mais de 10 salários mínimos enquanto 25,26% possui uma renda familiar inferior a 3 salários mínimos.


A marcante desigualdade social no distrito é expressa na existência da segunda maior favela em termos populacionais ao lado dos condomínios verticais. Por conta desse tipo de ocupação, a porcentagem de domicílios que não possui ligação com a rede de esgoto é de 6,84%, maior que a média da cidade que apresenta um índice de 1,8%. Outro índice que marca essa desigualdade social, é a alta taxa de homicídios, de 14,9 homicídios por 100 mil habitantes (Quadro Analítico do Plano Regional da Subprefeitura do Campo Limpo, 2016).

MODALIDADE DE TRANSPORTE, SÃO PAULO

Outro problema expressivo na região é o congestionamento de veículos, escassez de vias de saída do bairro e a ausência de transporte público, fazendo com que a mobilidade tanto dentro do distrito, como para fora dele, seja muito prejudicada. De acordo com a pesquisa de Origem e Destino de 2007, o transporte individual é predominante no distrito, com 39,9%, na cidade de São Paulo, essa porcentagem é de 29,54%. Em comparação com a cidade de São Paulo, onde o transporte coletivo é o que predomina, com 36,5%,

MODALIDADE DE TRANSPORTE, VILA ANDRADE Individual Coletivo A pé Bicicleta

Fonte: Origem Destino 2007

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MAPA ORIGEM E DESTINO Morumbi Vila Sônia Santo Amaro Campo Limpo Itaim Bibi Pinheiros Butantã Jardim São Luís Jardim Paulista República Moema

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na Vila Andrade, esse modal representa 31,9%. Em modalidades não-motorizadas (a pé e bicicleta), a Vila Andrade apresenta 28,3% das viagens enquanto em São Paulo, essa modalidade representa 33,94%.

padrão é a República, no centro da cidade.

Segundo essa mesma pesquisa, 29,2% dos moradores do distrito gastam mais de 1h no deslocamento casa-trabalho. O mapa ao lado foi elaborado a partir das informações da pesquisa Origem-Destino do metrô de São Paulo de 2007. Nele estão os principais destinos das viagens feitas tanto em transporte coletivo como em transporte individual no distrito da Vila Andrade. Para a elaboração do mapa, foram considerados apenas destinos com mais de 1.000 viagens. De acordo com a pesquisa, a maior parte das viagens feitas é dentro do próprio distrito, com 11.081 viagens. Em seguida, com mais viagens aparecem os distritos vizinhos do Morumbi, com 6.839 viagens, a Vila Sônia, com 6.486 viagens, Santo Amaro, com 6.012 viagens, e Campo Limpo, com 4.653. Outros distritos com grande expressividade são Itaim Bibi, com 3.681 viagens, Pinheiros, com 2912 viagens e Butantã, com 2.754 viagens. Percebe-se que os principais destinos são distritos vizinhos e distritos pertencentes ao vetor sudoeste, em sua maioria. O único destino que está fora desse

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DADOS DO IBGE

DENSIDADE DEMOGRÁFICA (Hab/Ha) 1,44-75,87 78,01-186,14 188,33-380,15 391,79-853,22 871,25-3328,68

DOMICÍLIOS PARTICULARES PERMANENTES 16 a 95 96 a 140 141 a 208 212 a 405 424 a 953

MÉDIA DE MORADORES POR DOMICÍLIO 1,47 a 2,54 2,55 a 2,92 2,93 a 3,23 3,24 a 3,52 3,57 a 4,22

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Os seguintes mapas foram extraídos do Censo de 2010 do IBGE. A partir da análise dos mesmos pode-se perceber que o distrito, apesar da grande quantidade de empreendimentos e de unidades residenciais, apresenta densidade demográfica baixa na maioria do distrito, na faixa de 1,44 a 75,87 Hab/Ha. O distrito apresenta densidade demográfica mais elevada em algumas partes como nas favelas Paraisópolis e Peinha, nas quais atinge a faixa de 871,25 a 3.328,68 Hab/ Ha. Na região central do distrito e na região mais a noroeste percebe-se densidades pouco medianas em relação ao restante, na faixa de 188,33 a 380,15 Hab/Ha, coincidindo com uma área pouco mais horizontal do distrito, na região noroeste e com uma área mais verticalizada que seria a central. Na região em que o zoneamento é estritamente residencial (ZER-1), pode-se perceber que a densidade também está na menor faixa, entre 1,44 e 75,87 Hab/Ha.


No mapa de domicílios particulares permanentes, percebe-se que grande parte do distrito apresenta um número alto de domicílios, merecendo destaque a região mais a leste do distrito e a região das duas favelas, Paraisópolis e Peinha, que apresentam entre 424 e 953 domicílios . A leste, a região do chamado Panamby, caracterizada por grandes torres residenciais e nas proximidades da Avenida Morumbi, onde há predomínio de residencias horizontais, também percebe-se que há grande número de domicílios particulares permanentes, nas faixas entre 141 a 208 e 212 a 405. Na região mais a oeste do distrito ao longo da Avenida Giovanni Gronchi, percebe-se que há uma menor quantidade de unidades, principalmente em seu trecho mais ao sul, aproximando-se a Avenida João Dias, estando entre as faixas de 16 a 95 e 96 a 140 domicílios particulares.

permanentes, percebe-se que apresenta a menor quantidade de habitantes por domicílio, estando na faixa entre 1,47 e 2,54. A região mais a oeste do distrito, que é caracterizada por uma ocupação mais horizontal e de casas de mais baixo padrão, também apresenta uma média maior de habitantes por domicílio, assim como uma grande quantidade de domicílios particulares permanentes. Na região onde estã localizada a área estritamente residencial do distrito, pode-se perceber que a média de moradores por domicílio também é pertencente a faixa mais baixa, entre 1,47 e 2,54 moradores por domicílio.

O último mapa que mostra a média de moradores por domicílio, mostra que há uma média maior nas duas favelas, mas também na região central do distrito, onde há grande quantidade de condomínios. Apesar da média ser maior que no resto do distrito nos lugares destacados, vale ressaltar que trata-se de uma faixa entre 3,57 e 4,22 habitantes por domicílio. Na mesma região mais a leste do distrito que no mapa anterior apresentava grande quantidade de domicílios particulares

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PLANO REGIONAL DA SUBPREFEITURA DO CAMPO LIMPO DE 2016 O plano regional da Subprefeitura do Campo Limpo de 2016 foi elaborado de forma que foram estabelecidas diretrizes gerais para a subprefeitura inteira e em seguida foram estabelecidos locais de intervenção que possuem suas próprias diretrizes e propostas. De modo geral, as diretrizes para a subprefeitura são voltadas para o atendimento habitacional à população vulnerável, a urbanização e a regularização fundiária dos assentamentos precários; recuperação e proteção do patrimônio ambiental; fomento a elevação dos níveis de escolaridade dos trabalhadores; estímulo às atividades econômicas locais para geração de empregos, qualificação das conexões viárias e dos sistemas de transportes com municípios vizinhos; melhoria nos espaços públicos e melhoria das ações de segurança pública. PEINHA Na região estão localizadas algumas favelas, sendo a Peinha a principal e na qual existem áreas de risco geológico. O local é Eixo de Estruturação da Transformação Urbana já existente, mas o potencial para comércios e serviços ainda não se encontra explorado.

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OBJETIVOS Atender a demanda por equipamentos e serviços públicos sociais, atender a população em situação de vulnerabilidade social, estimular o desenvolvimento econômico local; qualificar os espaços livres públicos e promover a coleta e destinação de resíduos sólidos. DIRETRIZES Implantar equipamentos públicos; fomentar trabalho com a terceira idade; melhorar as questões habitacionais; promover estudos de viabilização de obras para reduzir os riscos geotécnicos; incentivar usos destinados a comércio e serviços; melhorar as vias, calçadas e praças da região; promover campanhas de limpeza, zeladoria urbana e coleta seletiva de materiais recicláveis.


Fonte: Plano Subprefeitura Campo Limpo

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Fonte: Plano Subprefeitura Campo Limpo

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AVENIDAS CARLOS CALDEIRA FILHO, GIOVANNI GRONCHI, ESTRADA DE ITAPECERICA E AV. JOÃO DIAS

através de alargamento e arborização; implantar equipamentos urbanos e estudar viabilidade de terreno para implantação de praça, equipamentos públicos.

A confluência entre as Avenidas Carlos Caldeira Filho, Giovanni Gronchi, Estrada de Itapecerica e Av. João Dias é marcada por intenso fluxo de veículos e está situada em Eixo de Estruturação da Transformação Urbana existente. Na área existem grandes terrenos com galpões, estacionamentos e revendedoras de automóveis, sendo que algumas dessas áreas se encontram subutilizadas. A Ponte João Dias também é caracterizada pelo grande fluxo de veículos e não há espaço para circulação de pedestres. OBJETIVOS Atender a demanda por equipamentos e serviços públicos; qualificar os espaços livres públicos; melhorar a acessibilidade e mobilidade regional e contribuir com os programas relacionados à notificação para o parcelamento, edificação e utilização compulsórios (PEUC). DIRETRIZES Estudar viabilidade de alargar as vias; reordenar os fluxos viários; requalificar os passeios para pedestres junto às avenidas descritas,

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ESTAÇÃO VILA DAS BELEZAS E CAMPO LIMPO O local é Eixo de Estruturação da Transformação Urbana, com importantes avenidas para a estruturação do transporte da região: Estrada do Campo Limpo e Av. Carlos Caldeira Filho. A região é marcada por favelas, sendo as maiores a Pullman, Pullman II, Morumbi Sul, Jd. Piracuama e Vila Cais, localizadas em área de risco geológico. Parte do perímetro está situada em Macroárea de Estruturação Metropolitana (MEM) Arco Jurubatuba. OBJETIVOS Atender a demanda por equipamentos e serviços públicos; atender a população em situação de vulnerabilidade social; estímulo ao desenvolvimento econômico local; qualificar os espaços livres públicos; implantar os parques planejados; promover a recuperação e conservação ambiental das áreas verdes; melhorar a acessibilidade e mobilidade regional e melhorar a segurança pública local. DIRETRIZES Melhorar as questões habitacionais; promover saneamento do córrego Morro do `S` e urbanizar o entorno de seu canal; oferecer serviços

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de abrigo, saúde e assistência social voltados aos moradores de rua; estimular comércios e serviços junto à Av. Carlos Caldeira Filho; requalificar o eixo formado pela Av. Carlos Caldeira Filho e Estrada do Campo Limpo; criar conectividade entre os diversos equipamentos existentes e previstos; melhorar a iluminação pública em toda a região, implantar projeto do CEU Piracuama e Parque Morumbi Sul a ele integrado;


Fonte: Plano Subprefeitura Campo Limpo

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Fonte: Plano Subprefeitura Campo Limpo

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PARAISÓPOLIS, JD. COLOMBO e ITAPAIÚNA Perímetro de requalificação urbanística e ambiental que compreende o conjunto de ZEIS integrantes do Complexo Habitacional Paraisópolis, o qual abrange as favelas Paraisópolis e Jardim Colombo. O perímetro compreende, ainda, o CEU Paraisópolis e terá as estações de Metrô Panambi e Paraisópolis, Linha 17 -Ouro do Metrô. OBJETIVOS Atender a demanda por equipamentos e serviços públicos sociais; atender a população em situação de vulnerabilidade social; promover ações indutoras do desenvolvimento econômico local; qualificar os espaços livres públicos; implantar os parques planejados; solucionar os problemas de saneamento ambiental; promover a coleta e destinação de resíduos sólidos; melhorar a acessibilidade e mobilidade local e promover o atendimento habitacional e a regularização fundiária.

calçadas; promover melhorias na segurança e instalar iluminação LED; promover readequação do final da Av. Hebe Camargo, para melhorar o acesso e a segurança do local; promover melhorias de acesso ao AMA Paraisópolis e de conexão com outros hospitais; implantar parques previstos, Paraisópolis e Linear Itapaiúna, e promover conexão entre as áreas verdes públicas; promover abertura de novas vias e ordenar o sistema de circulação local; rever sentido das ruas em Paraisópolis, com propostas de vias de mão única e alargamento; integrar o transporte coletivo com a região; sanear as águas do Córrego Antonico; promover melhoria de saneamento básico, infraestrutura de água, esgotos e drenagem; recuperar os locais utilizados inadequadamente para o lançamento de lixo e explorar o potencial de desenvolvimento econômico da região.

DIRETRIZES Melhorar as questões habitacionais; promover reurbanização e regularização fundiária; promover uso misto; promover melhorias e implantar equipamentos públicos; promover melhorias nas

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CÓRREGO PIRES CAMBO RÉ, MIRANDAS, S UB -BACI A P IRAJUSSARA O perímetro possui grandes eixos de mobilidade em sua periferia, porém a malha viária interna é bastante fragmentada. Ali também estão localizados os Reservatórios R1, R2 e Piscinão Sharp, que trazem impactos à região com sujeira excessiva e proliferação de ratos e insetos. O Parque dos Eucaliptos também se faz presente na área, porém é de difícil acesso. Presença da linha de transmissão CETEP/Eletropaulo/Petrobrás, debaixo da qual se constituem as favelas Mirandas I, Olaria, Canto do Rio Verde. OBJETIVOS Atender a demanda por equipamentos e serviços públicos; atender a população em situação de vulnerabilidade social; qualificar os parques existentes; promover a recuperação e conservação ambiental dos cursos d´água e das áreas verdes; solucionar os problemas de saneamento ambiental e melhorar a acessibilidade e mobilidade local. DIRETRIZES Melhorar as questões habitacionais; fornecer e melhorar a infraestrutura básica nos assentamentos precários; minimizar riscos geotécnicos; promover

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abertura de novas vias e adequações no viário existente; Implantar e integrar áreas públicas verdes e de lazer; Incorporar o Parque dos Eucaliptos ao cenário urbano da região; Integrar o reservatório de drenagem “Piscinão Sharp” ao Parque dos Eucaliptos e ao futuro Parque Linear do Córrego Pirajussara; Implantar equipamentos públicos; Ampliar o serviço de saúde na região (UPA, UBS e Centro de Referência do Idoso); Promover melhorias de acesso à Biblioteca Marcos Rey; Promover melhorias nas praças da região; Implantar equipamentos de educação.


Fonte: Plano Subprefeitura Campo Limpo

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0

500

1500

MAPA DE INFRAESTRUTURA CICLOVIA LINHA DE ALTA TENSÃO METRÔ PONTOS DE ÔNIBUS FUTURA LINHA DO MONOTRILHO

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PLANMOB 2015

O seguinte mapa foi realizado a partir dos mapas contidos no Plano de Mobilidade de São Paulo 2015. Nele foram condensadas todas as propostas relacionadas a mobilidade na região da Vila Andrade, como corredores de ônibus, ciclovias e metrô. A partir dele pode-se perceber que na região da Vila Andrade, a mobilidade estará focada na implantação de diversas ciclovias no período de 2016 a 2030, a serem implantadas nas principais vias do distrito, em localidades próximas a grandes infraestruturas como o terminal João Dias e a futura Linha 17-Ouro do monotrilho a ser implantada na região. Algumas das ciclovias já implantadas, como por exemplo a da Marginal Pinheiros e a da Avenida Hebe Camargo, estão ou em mau estado de conservação, ou são pouco utilizadas. No caso da Avenida Hebe Camargo, existem trechos em que a ciclovia é interrompida bruscamente por partes não asfaltadas ou simplesmente acabam no meio da calçada. O trecho previsto para 2016 segundo

o plano, fazendo a conexão entre a Marginal Pinheiros e a João Dias, ainda não foi implantada. No caso da Marginal Pinheiros, o acesso a ciclovia é difícil e por conta disso, é pouco utilizada. No plano há apenas uma proposta relacionada com ônibus na região, que é a implantação de apenas um corredor de ônibus na Avenida Hebe Camargo previsto para 2028. Não há previsão de novos terminais de ônibus ou quaisquer outras propostas para a região.

Fonte: Beatriz Soares, baseado no mapa do Planmob SP 2015 Mapa de propostas viárias

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PARAISÓPOLIS

ESCOLA

ESCOLA

VAZIO

CEMITÉRIO

CONDOMÍNIO HORIZONTAL VAZIO

MORUMBI TOWN

EXTRA

CEMITÉRIO

JARDIM SUL

ESCOLA

CONDOMÍNIO VERTICAL

BURLE MARX

VAZIO

CARREFOUR

PEINHA

0

60

500

1500


ENCLAVES

A partir do levantamento feito no distrito, foi elaborado um mapa destacando seus enclaves. Foram considerados enclaves objetos tanto por conta de sua dimensão territorial, como por relevância, como um ponto de interesse e de atração de pessoas. Nesse mapa, pode-se perceber a pouca conectividade existente entre o distrito e a marginal. Ao longo do distrito observa-se que há apenas 3 entradas para a marginal Pinheiros e a formação de uma barreira entre o distrito e a marginal, graças a presença de dois grandes vazios, do parque Burle Marx e do Hipermercado Extra.

demarcados por conta de suas dimensões, são áreas extremamente grandes que são de uso privado e dificultam a circulação do distrito, justamente por conta de sua dimensão. O cemitério do Morumbi também foi demarcado por conta de sua dimensão e também devido ao seu papel de barreira entre os condomínios fechados e as áreas exclusivamente residenciais e a favela da Paraisópolis. A presença de grandes vazios é expressiva no distrito e, por isso, foram demarcados os de maior dimensão. As escolas foram consideradas de grande importância por serem pontos de grande atração e geradores de tráfego, assim como grandes centros comerciais e de serviços como os shoppings Morumbi Town e Jardim Sul, e os hipermercados Extra e Carrefour.

A presença da Paraisópolis é outro elemento marcante do distrito, não somente por conta de sua dimensão, mas também por conta de sua expressiva população. Outra favela de grande expressividade no distrito é a favela da Peinha, localizada ao lado do maior condomínio do distrito. Foram como enclaves

considerados os dois

também condomínios

Fonte: Beatriz Soares Mapas de enclaves

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USO DO SOLO

Morumbi e escolas, como Pio XII, Porto Seguro, Graded e CEU - Paraisópolis, entre outros equipamentos de educação públicos próximos a Paraisópolis, como creches.

O mapa de uso e ocupação do solo foi feito mostrando o uso principal das quadras e não por lote. A partir dele, pode-se perceber que o distrito apresenta um uso majoritariamente residencial, com áreas comerciais concentradas principalmente ao longo das Avenidas Giovanni Gronchi e Morumbi. São poucas as quadras que podem ser determinadas como majoritariamente de uso misto. Percebe-se a presença de vazios de grandes dimensões, principalmente nos extremos oeste e leste do distrito, ao longo da marginal Pinheiros. Por ser um mapa de quadras, grande quantidade dos lotes vazios não aparecem. Boa parte dos vazios localizados ao longo da marginal Pinheiros são por conta de proteção ambiental e um por conta de contaminação do solo. Além da presença de grandes vazios, existem grandes áreas que definem a característica do distrito, como as áreas que representam o parque Burle Marx, áreas comerciais e de serviços como os shoppings Jardim Sul e Morumbi Town, os hipermercados Extra e Carrefour, cemitério do

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Fonte: Beatriz Soares, com base no Plano da Subprefeitura do Campo Limpo Mapa de uso do solo


0

500

1500

MAPA DE USO DO SOLO CEMITÉRIO COMÉRCIO E SERVIÇOS INSTITUCIONAL PARQUES RESIDENCIAL USO MISTO VAZIOS

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0

500

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MAPA DE ZONEAMENTO

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ZEU

ZEIS-5

ZEUP

ZER-1

ZONA MISTA

ZC

ZEIS-1

ZEPAM

ZEIS-2

ZCOR-2

ZEIS-3

ZOE


ZONEAMENTO

A partir da análise do mapa de zoneamento, pode-se perceber que grande parte do distrito é de pertencente às zonas de uso misto e de centralidade. No entanto, comparando com o mapa de uso do solo, pode-se perceber que apesar do zoneamento, o uso predominante na maior parte do distrito é residencial. A zona de centralidade se distribui ao longo da Av. Giovanni Gronchi e da Av. Dr. Guilherme Dumont Vilares, de acordo com o mapa de uso do solo, o uso de caráter comercial e de serviços é somente nos lotes lindeiros às avenidas. Além disso, o trecho da Avenida Morumbi e da Rua Dr. Flávio Américo Maurano estão inseridos na zona corredor (ZCOR-2), que tem intenção de diversificação de usos de forma compatível à vizinhança residencial e à conformação de subcentro regional. O trecho mais próximo a ponte do Morumbi apresenta uma maior diversificação, no entanto sentido Paraisópolis, não se pode observar Fonte: Plano Diretor da Subprefeitura do Campo Limpo, 2016 Mapa de zoneamento

essa diversificação de usos. Grande parte dos lotes configuram como vazios ou residências. Existem grandes áreas no zoneamento que fazem parte da zona de proteção ambiental (ZEPAM) do distrito, no entanto, o tratamento dado a essas áreas é inexistente, configuram apenas como grandes vazios cercados no distrito. Apenas o Parque Burle Marx tem algum uso. As Zonas Especiais de Interesse Social presentes no distrito são as ZEIS-1, ZEIS-2, ZEIS-3 e ZEIS-5, que segundo a Lei de Zoneamento são: •

ZEIS-1 são áreas caracterizadas pela presença de favelas e loteamentos irregulares, habitadas predominantemente por população de baixa renda.

ZEIS-2 Áreas caracterizadas por glebas ou lotes não edificados ou subutilizados, adequados à urbanização

ZEIS-3 Áreas com ocorrência de imóveis ociosos, subutilizados, não utilizados, encortiçados ou deteriorados em regiões dotadas de serviços, equipamentos e infraestrutura.

ZEIS-5 Lotes ou conjunto de lotes, preferencialmente vazios ou subutilizados, situados em áreas dotadas de serviços, equipamentos e infraestruturas urbanas.

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FIGURA E FUNDO

O mapa de figura e fundo mostra como o padrão de ocupação do distrito se diferencia enormemente dos outros distritos. Além da malha ser orgânica, há a presença de grandes terrenos e uma enorme quantidade de vazios. Outra característica marcante é que, apesar do parcelamento de terra ter sido feito em parte do distrito para ocupação horizontal, com pequenos lotes, grande parte deles foi unificado para poder comportar condomínios verticais.

quantidade de lotes e terrenos vazios na região. Grande parte dos lotes vazios, principalmente a oeste do distrito é de pequeno porte. No entanto, a leste do distrito, há principalmente vazios de grande porte.

A Paraisópolis não possui a representação como no resto do distrito. Apesar disso, pode-se perceber por imagens de satélite, que apresenta uma densidade construtiva muito maior que o resto do distrito. A partir desse mapa, pode-se perceber também onde estão localizados os grande s condomínios do distrito e que apresentam grandes áreas vazias e diversas torres. Pode-se perceber também onde estão localizados os grandes edifícios de serviços e comércio que são de grande dimensão e ocupam quase a quadra inteira. Além disso, pode-se perceber a grande

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Fonte: Beatriz Soares Mapa figura e fundo


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0

500

HIPSOMETRIA MAIS ALTO

MAIS BAIXO

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1500


HIPSOMETRIA

A partir do mapa de hipsometria pode-se perceber que a topografia do distrito é bastante irregular. O rio Pinheiros está localizado na área de menor altitude do e próximo a ele há algumas áreas mais planas, mas também há algumas áreas bastante acidentadas. Pode-se perceber a presença de vales que demarcam por onde passam córregos no distrito. Alguns deles estão dentro do Parque Burle Marx, enquanto os restantes foram canalizados ou retificados. A parte mais a oeste do distrito apresenta maior altitude e é um pouco mais plana, no entanto, a área mais a leste é mais acidentada. A favela da Paraisópolis, por exemplo, se encontra numa área que apresenta muitas ladeiras e está numa encosta.

Fonte: Beatriz Soares Mapa hipsometria

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0

500

MAPA DE TIPOS DE CONDOMÍNIOS 1 A 2 BLOCOS 3 A 4 BLOCOS 5 A 6 BLOCOS 7 OU MAIS BLOCOS

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1500


TIPOS DE CONDOMÍNIOS

Para caracterizar o tipo de condomínios que estão presentes no distrito, foi feito um mapa que os divide de acordo com a quantidade de blocos que apresentam. Para isso, foi utilizada a base da EMBRAESP e nela estão somente edifícios construídos entre 1985 e 2013.

expressiva na parte leste. Apenas entre o parque Burle Marx e o hipermercado Extra. Além disso, na porção a nordeste do distrito há predominantemente residencias horizontais e a norte, está localizada a Paraisópolis, que é circundada por condomínios.

Foram estabelecidas 4 faixas, sendo elas condomínios que apresentam entre 1 e 2 blocos, 3 e 4 blocos, 5 e 6 blocos e mais de 7 blocos. Com isso, pode-se perceber que em sua grande maioria, os condomínios verticais são de apenas 1 ou 2 blocos, e não condomínios do tipo clube com múltiplas torres. Esse tipo de condomínio é mais escasso, apresentando apenas 3 condomínios nesse padrão no período citado. Além disso, pode-se verificar que a maioria dos condomínios estão localizados na parte central do distrito e na parte oeste. Devido a presença dos grandes vazios mencionados anteriormente, pode-se verificar que não há uma quantidade tão

Fonte: Beatriz Soares Mapa de tipos de condomínios

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GABARITO

áreas estão concentradas ao longo da Avenida Giovanni Gronchi, a área institucional localizada próxima a Paraisópolis e o hipermercado Extra.

O mapa de gabaritos foi feito considerando três categorias, edifícios menores de 5 pavimentos, edifícios entre 5 e 10 pavimentos e edifícios acima de 10 pavimentos. Considerando que o distrito é majoritariamente ocupado por condomínios verticais, as áreas em vinho representam as edificações com mais de 10 pavimentos, que são principalmente esses condomínios e alguns edifícios comerciais e de serviços localizados próximos a Avenida Giovanni Gronchi e próximos a região do Portal do Morumbi. As áreas em amarelo, que são as com gabarito menor que 5 pavimentos, são compostas principalmente por áreas estritamente residenciais, que são compostas por casas de alto padrão, e por áreas mistas, como as favelas, Paraisópolis e Peinha, os vazios, o parque Burle Marx e o cemitério do Morumbi. As áreas que apresentam gabarito entre 5 e 10 pavimentos, são as representadas em laranja e representam, em sua maioria, áreas comerciais, de serviços ou institucionais. Essas

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Fonte: Beatriz Soares Mapa gabarito


0

500

1500

MAPA DE GABARITO ACIMA DE 10 PAV ENTRE 5 E 10 PAV MENOS DE 5 PAV

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0

500

MAPA DE EQUIPAMENTOS PÚBLICOS SAÚDE EDUCAÇÃO ESPORTE SEGURANÇA

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1500


EQUIPAMENTOS

Como pode-se observar no mapa, o distrito é desprovido de equipamentos públicos que atendam à demanda, principalmente no que se refere a equipamentos de lazer e de cultura. Observa-se que a maioria dos equipamentos são de educação, localizados principalmente próximos a favela Paraisópolis. Os equipamentos encontrados são Escolas Estaduais (EE), Escolas Municipais de Ensino Fundamental (EMEF), Escolas Municipais de Ensino Infantil (EMEI), um Centro Educacional Unificado (CEU) e um Centro de Educação Infantil (CEI).

Além desses equipamentos, percebe-se que não há equipamentos culturais e apenas um equipamento de esporte e lazer, que é um esporte clube da comunidade, localizado dentro do CEU Paraisópolis. Há apenas um grande parque no distrito que é o parque Burle Marx. Existem também pequenas praças e áreas verdes que não foram mapeadas, apenas as de grandes proporções. Há também no distrito todo, apenas uma unidade da polícia civil que representa todo o equipamento de segurança do distrito.

Na área de saúde, há 4 equipamentos no distrito, contando com uma Assistência Médica Ambulatorial (AMA), uma Unidade Básica de Saúde (UBS), um Cento de Atenção Psicossocial (CAPS Adulto ) e um centro de Reabilitação Lucy Montoro. Em sua maioria, os equipamentos estão localizados próximos ou dentro da favela Paraisópolis. O distrito não conta com um hospital, sendo atendido pelo hospital do Campo Limpo. Fonte: Beatriz Soares Mapa de equipamentos

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INFRAESTRUTURA E TRANSPORTE

O transporte público do distrito é deficiente, são poucas as linhas disponíveis e ainda mais escassas as que fazem a conexão direta com centralidades como a Avenida Paulista, Avenida Berrini e Avenida Faria Lima. A linha de metrô, recém inaugurada, liga apenas com a linha 9 esmeralda da CPTM, fazendo com que o deslocamento para o centro também seja difícil nesse meio de transporte, sendo necessárias muitas baldeações. Os pontos de ônibus estão distribuídos ao longo das vias arteriais e em algumas das coletoras. No entanto, também por conta do relevo, a distribuição dos pontos se faz ineficiente e são necessárias grandes caminhadas dependendo do local. O distrito apresenta algumas ciclovias e ciclofaixas, no entanto elas não possuem grande conectividade entre elas e também não passam por pontos de interesse e atração ou em avenidas de interesse. No distrito estão previstas duas estações do monotrilho da linha 17 - Ouro, uma localizada no Panamby e outra na Paraisópolis. Apesar de as obras estarem previstas para entrega em 2014

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em função da Copa do Mundo, as obras todavia não foram finalizadas e ainda não tem previsão de término. Os moradores do Panamby fazem resistência à implantação do projeto por conta da conexão entre a favela Paraisópolis e o bairro. A linha de alta tensão que passa pelo distrito forma evidentemente uma barreira na divisa entre o distrito do Campo Limpo e da Vila Andrade., que se explica pelo impedimendo da ocupação nas faixas non aedificanti exigidas pela legislação federal de parcelamento do solo. A partir da análise já feita a respeito dos fluxos, da infraestrutura de transporte do bairro e da própria malha viária, foi elaborado um mapa de hierarquia de vias. Nele pode-se perceber que as vias de maior fluxo no distrito são as arteriais, como a Avenida Giovani Gronchi, a Avenida Morumbi, a Avenida Hebe Camargo e a Avenida João Dias. Foram demarcadas as marginais como vias expressas, assim como a estrada de Itapecerica. O mapa foi elaborado para abranger uma área maior que o próprio distrito, por isso, foram demarcadas as vias arteriais mais importantes da região, como a Avenida Roque Petroni Júnior, a Avenida Luis Carlos Berrini, a Avenida Jornalista Roberto Marinho e entre outras que possuem significância na zona Sul e tem impacto na região de estudo. Fonte: Beatriz Soares Mapas de Infraestrutura


0

500

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MAPA DE INFRAESTRUTURA CICLOVIA LINHA DE ALTA TENSÃO METRÔ PONTOS DE ÔNIBUS FUTURA LINHA DO MONOTRILHO

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I E N IDA MORUMB

V

A

HI

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Fonte: Beatriz Soares Mapas de fluxos das 8 horas

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MAPA DE FLUXOS MÃO DAS VIAS FLUXO

Fonte: Beatriz Soares Mapas de fluxos das 18 horas

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Um dos problemas do distrito é a escassez de saídas do bairro, por isso, são frequentes os congestionamentos na região. Por ser um distrito prioritariamente residencial, a maioria dos residentes sai do distrito para trabalhar, por isso, durante os períodos de pico, os principais acessos do bairro, como a Avenida Morumbi, a João Dias e a Giovanni Gronchi, assim como a Marginal Pinheiros, apresentam um grande fluxo. Os mapas de fluxo foram feitos baseando-se nas fluxos indicados pelo Google Maps nos horários de pico. O primeiro mapa foi feito considerando o período das 8 horas da manhã. Durante esse período, o sentido do fluxo é em direção ao outro lado do Rio Pinheiros, sentido Berrini, Faria Lima e em direção ao centro da cidade. No segundo mapa foi considerado o período das 18 horas, durante o período da tarde, o fluxo é no sentido contrário, sentido bairro. Apesar da construção da Avenida Hebe Camargo, como opção de saída do distrito e para aliviar o trânsito, a avenida apresenta pouco fluxo por conta do trecho em que atravessa a Paraisópolis, os moradores acabam evitando o uso dessa avenida por conta da segurança.


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Fonte: Beatriz Soares

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MAPA DE ÔNIBUS LINHAS DE ÔNIBUS PONTOS DE ÔNIBUS

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O seguinte mapa foi elaborado a partir da base do Geosampa das linhas e pontos de ônibus de São Paulo. Para demonstrar onde passam mais linhas no distrito, os pontos de ônibus tem diferentes tamanhos, representando onde há mais ou menos linhas. Pode-se perceber que há mais linhas na marginal Pinheiros, na Avenida João Dias e na Avenida Giovanni Gronchi, que são as avenidas principais do distrito. No entanto, no restante do distrito, há apenas 1 ou 2 linhas que passam pelo seu interior. São poucas as linhas que levam diretamente aos centros comerciais de São Paulo no distrito, sendo necessários mais de um ônibus e mais de uma hora para alcançar qualquer lugar.

Fonte: Beatriz Soares Mapa de linhas e pontos de ônibus

81


equipamentos públicos, que são escassos na região.

ANÁLISE

Assim, a proposta poderá levar em consideração os equipamentos já existentes, fazendo com que os novos equipamentos complementem os outros.

Foram feitos mapas cruzando informações dos mapas anteriores para maior análise. No mapa a seguir, foram cruzadas as informações dos mapas de infraestrutura, com os de equipamentos públicos e foram assinalados os vazios do distrito. A partir desse mapa, é possível verificar se os locais onde estão os vazios e os equipamentos já existentes do distrito são atendidos por transporte público. Pode-se perceber que a maioria dos equipamentos já existentes estão localizados nas proximidades da Paraisópolis e são em sua maioria, de educação. Esses equipamentos estão próximos de pontos de ônibus e de uma ciclovia, a da Avenida Hebe Camargo. Além disso, a linha do monotrilho da linha 17- Ouro, que está prevista para a região também se localiza próximo aos equipamentos. A partir do mapa é possível verificar a proximidade entre os vazios e os equipamentos públicos existentes no distrito. Dessa forma, esse mapa tem como objetivo auxiliar na proposta dos

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Fonte: Beatriz Soares Mapa de análise


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MAPA DE ANÁLISE CICLOVIA LINHA DE ALTA TENSÃO METRÔ PONTOS DE ÔNIBUS FUTURA LINHA DO MONOTRILHO SAÚDE EDUCAÇÃO ESPORTE SEGURANÇA VAZIOS

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ANÁLISE

O segundo mapa de análise feito foi elaborado utilizando os mapas de zoneamento e de tipos de condomínio. Nele observa-se que apesar de o distrito ser composto majoritariamente Zona Mista e Zona de Centralidade, a ocupação dessas áreas é em grande parte de condomínios verticais, como sugere o mapa. Comparando o mapa com o de uso do solo, pode-se observar que as áreas comerciais estão localizadas apenas nas grandes avenidas, mesmo com o zoneamento propiciando o uso nas demais áreas do distrito. Além disso, pode-se verificar que existem alguns condomínios verticais dentro da ZEIS-1, dentro da Paraisópolis e também uma pequena quantidade de condomínios verticais dentro da Zona Estritamente Residencial (ZR-1), que possui um coeficiente de aproveitamento menor que as Zonas Mistas e de Centralidade, que apresentam coeficiente de aproveitamento 4, por exemplo.

Fonte: Beatriz Soares Mapas de análise

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ANÁLISE

O seguinte mapa de análise foi elaborado sobrepondo os mapas de enclaves, com o de hierarquia de vias e com os vazios identificados no distrito. Dessa forma pode-se perceber de que forma o sistema viário se comporta frente aos grandes enclaves do distrito e como os vazios funcionam agravando o comportamento dos enclaves de segregação dentro do distrito. Além disso, percebe-se que, em sua maioria, os grandes vazios do distrito estão próximos a via expressa e às vias arteriais do distrito. Somente os vazios localizados na região oeste do distrito que não atendem a esses critérios, estando próximos a vias coletoras, em sua maioria, e são vazios de menor porte em comparação com os outros do distrito.

Fonte: Beatriz Soares Mapas de análise

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PARAISÓPOLIS

ESCOLA

ESCOLA

CEMITÉRIO

MORUMBI TOWN

CONDOMÍNIO HORIZONTAL

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CEMITÉRIO

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ANÁLISE

O seguinte mapa foi elaborado sobrepondo o mapa de zoneamento do plano da subprefeitura do Campo Limpo de 2016 com os vazios que foram identificados no distrito. A partir desse mapa é possível verificar o que o zoneamento permite em termos de ocupação para as área identificadas. Em sua maioria, os vazios estão localizados em áreas de zonas mistas, que tem como característica o incentivo a usos diversificados. Os parâmetros para essa área são: taxa de ocupação de 0,85 para terrenos maiores que 500m2, gabarito de até 28m e um coeficiente de aproveitamento máximo 2. No entanto, alguns dos vazios identificados estão inseridos nas chamadas Zona Especial de Proteção Ambiental (ZEPAM), que são áreas do município destinadas à preservação e proteção do patrimônio ambiental. O que impediria seu uso para equipamentos comunitários, podendo ser utilizados apenas como parques. Essas áreas possuem coeficiente de aproveitamento máximo de 0,1, taxa de ocupação de 0,1 e gabarito máximo de 5m.

Fonte: Beatriz Soares Mapas de análise

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LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO

6


F

oi feito um levantamento fotográfico do distrito para ajudar a caracterizar o mesmo. Tentouse fotografar e observar quais os diferentes padrões de ocupação para mostrar todas as suas faces. Nesse levantamento foi possível perceber as condições inadequadas de acessibilidade aos pedestre no bairro: por muitas vezes há calçadas inadequadas por conta de suas dimensões ou pela falta de manutenção, quando não há simplesmente a ausência das mesmas e de faixas de pedestre. Observou-se que em algumas localidades, apesar de haver condições apropriadas para os pedestres, o ambiente se mostrou hostil por conta da presença de carros em alta velocidade ou por conta da presença e muros. Como mencionado anteriormente, a ocupação predominante no distrito é de condomínios verticais fechados e, por isso, em grande parte do distrito observa-se apenas muros, com portarias e guaritas e seguranças parados em frente. As laterais e fundos dos condomínios não recebem o mesmo tratamento da frente e, por isso, muitas das calçadas nesses locais são inapropriadas ou inexistentes e por vezes ocorre de as ruas não serem asfaltadas. A partir das visitas de campo também ficou evidente o isolamento existente no distrito com

92

relação a Paraisópolis. Os edifícios localizados na Avenida Giovanni Gronchi, e o cemitério funcionam como barreiras. A transição entre o bairro estritamente residencial e a favela é abrupta e extremamente demarcada, passa-se de uma quadra arborizada e com residências de alto padrão extremamente fortificadas para na quadra seguinte a ocupação na forma de favela sem qualquer vegetação e com uma grande densidade construtiva. Em outras partes do distrito observase esse mesmo padrão, no qual entre condomínios e residências de alto padrão há ocupações irregulares. Outro exemplo dentro do distrito é a favela da Peinha, que se localiza ao lado do condomínio Villagio Panamby. A Avenida Giovanni Gronchi, assim como a Avenida Morumbi, concentram as áreas de serviço e de comércio do distrito. No entanto, percebese que grande parte dessas duas avenidas são constituídas por grandes muros e entradas de condomínios, fazendo com que seu potencial para diversificação de usos seja prejudicado e com que elas não sejam atraentes para os pedestres. Uma grande deficiência constatada pelo mapa de equipamentos públicos é a ausência de espaços públicos de lazer e de cultura no distrito. O parque Burle Marx, como foi observado, é bastante frequentado nos fins de semana. O estacionamento do Hipermercado Extra, é utilizado frequentemente por pessoas que se reúnem para “brincar” com modelos de carros e, durante a visita, havia uma mulher andando de patins (que


é proibido no parque Burle Marx). Ao lado de uma banca havia ao menos 15 pessoas reunidas em uma pequena pracinha sob o sol e espremidas para trocar figurinhas. Devido a ausência de espaços públicos apropriados, as pessoas se apropriam desses espaços para suprir suas necessidades.

Fonte: Beatriz Soares, 2018 Fotos do levantamento e mapa de localização das fotos

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REFERÊNCIAS

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PLANO CURA DE HARRY JAMES COLE

Em 1973, o BNH criou o Projeto CURA (Comunidade Urbana de Recuperação Acelerada) através de um estudo piloto encomendado a Harry James Cole. Os planos eram focados em melhorias urbanísticas em trechos específicos do território e em bairros consolidados. Inserindo infra e superestrutura necessárias, acreditava-se que o local de intervenção seria estimulado e os investimentos do Projeto estimulariam a indústria e a construção civil a desenvolver e adensar o bairro. A ideia base do Projeto consistia em:

Fonte: o plano Itaquera-Vila Matilde do projeto CURA e o bairro como unidade de planejamento em São Paulo, Thays Carmonha , 2016

100

Obras de infraestrutura e equipamentos urbano e comunitário;

Promoção do adensamento da população;

Racionalização dos investimentos em infraestrutura e equipamentos urbanos;

Otimizar o uso da terra urbana sob o ponto de vista econômico, social e espacial.

A metodologia do Projeto consistia na divisão da cidade em áreas CURA e na posterior elaboração de propostas técnicas que seriam encaminhadas a


iniciativas privadas responsáveis pela realização de estudos dos bairros e criação de certa hierarquização entre eles.

Processo metodológico para elaboração do Projeto: •

Delimitação geográfica da área de pesquisa;

Extensa pesquisa seguida de diagnóstico e de proposições;

Levantamento físico-urbanístico

Pesquisas de campo tanto sócioeconômicas quanto de relações solidárias e associativas que geravam uma percepção sobre a área escolhida, suas necessidades e suas características físicas mais relevantes;

Diagnóstico

Propostas de infraestrutura e superestrutura que fariam parte das ações de saneamento das deficiências do bairro

Estudo de hipóteses para viabilidade econômico-financeira.

um

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PLANO PERUS EM TRANSFORMAÇÃO

O plano de bairro para o distrito de Perus na zona Norte de São Paulo, teve início com os recursos gerados pelos créditos de carbono do aterro Bandeirantes, que possibilitaram investimentos no distrito. Antecedendo ao Plano de Bairro, foram organizadas as seguintes etapas: •

Montagem da equipe, pesquisa de campo e diagnóstico;

Apresentação e discussão das proposições, com colaboração da população;

Reuniões devolutivas e votação das proposições;

Aprovação das propostas estruturais e apresentação dos resultados;

Essas etapas demonstram o caráter participativo do plano, que levou em consideração as necessidades dos moradores para sua elaboração. O Plano de bairro de Perus se baseou no conceito de Unidade Ambiental de Moradia (UAM), que é a porção do território na vizinhança da moradia que pode ser percorrida a pé.

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Fonte: Plano de Bairro: Perus em transformação Desenho representando o parque linear

Fonte: Plano de Bairro: Perus em transformação Mapa de intervenção


O Plano deu continuidade as propostas anteriores a ele e alinhando as novas propostas com as anteriores, como o parque linear e a recuperação daferrovia Perus-Pirapora. Tendo em vista a divisão por Unidades Ambientais de Moradia (UAM), foram elaboradas propostas no âmbito do distrito e em seguida elaboradas propostas específicas para cada UAM. As propostas na escala do distrito foram divididas em temas como: saúde pública, Parque Linear e sistema de áreas verdes, o potencial turístico, redesenho do eixo central, anel viário e o potencial para a logística, resíduos domésticos, Plano Diretor Estratégico e leis complementares, regularização fundiária e edilícia e sistema de tratamento de esgoto sanitário. As temáticas tentam abarcar os principais problemas identificados no diagnóstico anteriormente feito. Para as UAM, são propostas mais específicas para as necessidades de cada uma delas, propondo equipamentos sociais, fazendo intervenções viárias e mudanças no zoneamento.

Fonte: Plano de Bairro: Perus em transformação Mapa do projeto do parque linear

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LOWER DON LANDS

Em 2010 foi elaborado um plano para a margem do Rio Don em Toronto. Ele tinha como objetivo organizar a região para as novas vizinhanças ao redor do rio e um sistema de espaços abertos que possa prover proteção contra enchentes e restaurar o habitat. Foi feito um diagnóstico e foram identificados os maiores desafios da área: o risco de enchentes, isolamento da cidade, contaminação do solo e dos lençóis freáticos e infraestrutura insuficiente. A proposta de renovação quer transformar a zona em um destino reconhecido que combina práticas urbanas sustentáveis com a restauração do rio e reintegrar áreas pós-industriais, repensando as interações delas com a natureza.

Fonte: Lower Don Lands Framework, 2010 Neighborhood Plan

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O plano foi pensado considerando quatro princípios chave: criar comunidades diversas e dinâmicas, promover um ambiente limpo e verde, remover barreiras e fazer conexões e criar uma rede espetacular de parques a beira do rio. Introduzir

desenvolvimento

urbano,


ecossistemas nativos e infraestrutura pública para essa antiga zona industrial e transformando-a em uma comunidade vibrante em Toronto. O plano cria um novo distrito que terá uso misto, equilibrando vida, trabalho e áreas de recreação, diminuindo a dependência de automóveis e encorajando opções de transporte sustentáveis. A combinação de uma rede de espaços

abertos e parques públicos, pedestres e corredores de uso misto e acesso a rede de transporte público criam uma comunidade saudável. O parque proposto no centro do projeto consolida o programa de naturalização da desembocadura do rio, um parque recreacional e uma vizinhança em uma única e complexa paisagem central que dá suporte e se torna gerador de nova vida urbana.

Fonte: Lower Don Lands Framework, 2010 Render da proposta

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THE BROWNSVILLE PLAN O plano elaborado para Brownsville em Nova York, foi baseado no Neighborhood Planning Playbook, que como característica fundamental tem a particação da comunidade, para melhor definir quais são as necessidades de cada vizinhança. Nele se definem 4 etapas a serem seguidas para a elaboração do plano que são: •

Aprender: pesquisas para entender as necessidades dos residentes e suas experiências;

Criar: soluções e estratégias em conjunto com a comunidade e avaliar a viabilidade dos projetos;

Finalizar: criar soluções que são consenso e tem o potencial de alcançar as metas da comunidade;

Implementar: coordenar órgãos públicos e orçamento para implementar os principais elementos do plano;

No caso de Brownsville, foi feito o diagnóstico, após as pesquisas de que os principais problemas da região são: a segregação racial, desigualdade, saúde, desemprego e alta taxa de vacância.

Fonte: The Brownsville Plan, 2017

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Em seguida foram definidas metas, como por exemplo a melhoria na saúde do bairro e promoção de uma vida mais saudável, melhoria na segurança do bairro, da economia local e das condições dos


moradores, incentivo aos artistas locais e criação de uma identidade cultural local. E na etapa seguinte foram elaboradas estratégias para alcançar as metas anteriormente definidas como promover corredores de uso misto, melhoria das conexões na vizinhança através de intervenções de design e programa para reduzir isolamento social e melhorar a segurança, criar espaços públicos ativos e seguros para reunião e eventos da comunidade, criar políticas para melhoria

da saúde e estilo de vida mais saudáveis, conectar residentes a trabalhos e treinamentos, incentivo ao comércio local, evitar que os moradores saiam do bairro e preparar organizações locais para continuar a trabalhar e planejar o futuro do bairro. Definidas as estratégias, foram definidos projetos para cada estratégia visando alcançar as metas definidas pela comunidade como mostra o mapa:

Fonte: The Brownsville Plan, 2017

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PROPOSTA

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A partir da análise feita do distrito, pode-

TRANSPORTE PÚBLICO

AVENIDA FRA NCISC

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ENCLAVES

DENSIDADE DEMOGRÁFICA

FIGURA E FUNDO E ÁRVORES

USO E OCUPAÇÃO

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se perceber que os principais problemas estão relacionados à falta de diversificação de usos, sendo o distrito em sua maioria prioritáriamente residencial e o uso irrestrito de um modelo de ocupação que cria grandes enclaves. Outra grande problemática que pode ser percebida, foi a escassez de opções de saída do distrito e a deficiência em sua mobilidade, que oferece poucas opções linhas de ônibus que ligam diretamente as centralidades da cidade de São Paulo e evidenciada também pela preferência da população pelo uso do automóvel particular, o que agrava ainda mais o trânsito. Por último, percebeu-se a ausência de equipamentos comunitários de diversos tipos, como lazer, cultura e esportes. Ao lado, foi elaborado uma síntese com os mapas mais importantes para a identificação dos temas relatados. INIZ

Foi feita uma tabela das potencialidades, condicionantes e deficiências do distrito a partir da análise feita para poder definir os princípios de projeto que nortearão a proposta para melhoria da qualidade urbanística do distrito. Como potencialidades, identificou-se que há uma grande quantidade de vazios,


não somente de grandes dimensões, mas também de pequenas dimensões, o que indica que o distrito ainda possui um grande potencial construtivo. Além disso, há uma grande demanda por espaços de lazer e cultura, mesmo que os condomínios acabem por oferecer espaços de lazer para seus moradores, existe um grande contingente de pessoas que habitam as favelas do distrito, que não contam com nenhum equipamento de lazer e cultura. Outra demanda existente no distrito é a por comércio e serviços, que são escassos e concentrados apenas em eixos como as Avenidas Giovanni Gronchi e Morumbi.

presença de grandes favelas (Paraisópolis e Peinha). A abundância de condomínios fechados, que fazem com que o distrito apresente grandes enclaves e também a presença de grandes áreas verdes, que são zonas especiais de preservação ambiental. As principais deficiências levantadas foram o congestionamento e escassez de saídas do distrito, Outra deficiência seria a extrema segregação social entre a favela e os grandes condomínios de luxo do distrito. A preferência por um modelo de ocupação da cidade que prioriza a propriedade privada, criando espaços públicos deficientes ou até mesmo a inexistência dos mesmos.

Dentre as condicionantes identificadas, as que foram levadas em consideração para a formulação dos princípios de projeto foram a

POTENCIALIDADES •

Grande quantidade

CONDICIONANTES •

de vazios •

Demanda por

Grande congestionamento e escassez de saídas

Pouca diversificação de usos

Muitas regiões são desprovidas de calçadas e

Topografia acidentada

Proximidade com o Rio Pinheiros

comércio e serviços

infraestrutura •

Grandes áreas de preservação

comuniários

condomínios fechados

e equipamentos culturais

Ausência de espaços públicos e equipamentos

Abundância de

lazer/públicos

Demanda por

favelas

espaços de

Presença de grandes

DEFICIÊNCIAS

Pouco servido de transporte público, com poucas linhas

Segregação: favela e condomínios

Traçado orgânico

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Com a análise feita e definidas as principais deficiências do distrito, foram definidos os princípios de projeto. Quais objetivos as intervenções propostas pelo plano de bairro elaborado deveriam alcançar. Devido ao que foi dito anteriormente, sobre a ausência de espaços de lazer e a demanda existente, a dependência do automóvel particular, que causa trânsito e acarreta em horas de deslocamento. Pensando nisso, um dos princípios, seria a melhoria da qualidade de vida dos habitantes do distrito. Outro princípio, seria a melhoria da mobilidade, que também está atrelado a qualidade de vida. Especificamente sobre a mobilidade, vêse que existem poucas opções de saída do distrito e, por isso, deve-se dedicar especial atenção a esse fato. Para além disso, a fim de melhorar a mobilidade, pensar na circulação do distrito em outros meios além do transporte individual, como bicicleta, pensando num sistema de ciclovias e corredores de ônibus. A integração entre a favela e o bairro é praticamente inexistente. A partir dos acessos,

112

pode-se ver que o bairro vira as costas para a favela, não havendo integração entre as duas partes. Existem diversas barreiras, tais como o cemitério, ou mesmo as próprias vias, que não conversam com as do restante do distrito. A diversificação de usos se fez relevante a partir da análise feita. De acordo com o mapa de uso do solo, o distrito é predominantemente residencial e constituído por condomínios verticais. A diversificação de usos contribuiria para que as ruas se tornassem mais vivas, incentivando seu uso e criando atrativos como chamariz de pessoas.


PRINCÍPIOS DE PROJETO MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA A ausência de áreas de lazer, a dependência do automóvel particular e a falta de segurança comprometem a qualidade de vida do distrito

MELHORIA DA MOBILIDADE Devido ao crescente problema de congestionamentos, o crescimento da população, a escassez de acessos do distrito e a deficiência no transporte público, a mobilidade do distrito se faz muito ineficiente e uma prioridade

INTEGRAÇÃO FAVELA-BAIRRO A integração entre as favelas e o bairro é inexistentes, existe uma negação quanto à essas áreas que se traduzem em barreiras

FOMENTAR A DIVERSIFICAÇÃO DE USOS Devido ao modelo de ocupação e a mentalidade criada na cidade de São Paulo, o modelo dos condomínios verticais é predominante no distrito. Esse fenômeno cria monofuncionalidade e dependência de automóveis particulares.

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DESADENSAMENTO PARAISÓPOLIS

CENTRO ESPORTIVO ÁREA: 93.044,23m2 PROPOSTA DE HABITAÇÃO ÁREA: 103.900,29m2 POPULAÇÃO: 14.893 Hab 0

EIXO DE ADENSAMENTO DENSIDADE ENTRE 400600 Hab/Ha

500

MAPA DE PROPOSTA GERAL DENSIDADE: ÁREA DESADENSAMENTO

VAZIOS: ÁREA CONTAMINADA

200-300 Hab/Ha

CENTRO CULTURAL

300-400 Hab/Ha

CENTRO ESPORTIVO

400-500 Hab/Ha

EJA

400-500 Hab/Ha - Eixo

HABITAÇÃO ZEPAM

500-600 Hab/Ha - Eixo GABARITO:

VIAS:

ATÉ 5 PAVIMENTOS

8 FAIXAS

5-10 PAVIMENTOS

4 FAIXAS

MAIS QUE 10 PAVIMENTOS

2 FAIXAS

INTERMODALIDADE: PONTOS DE INTERMODALIDADE

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1500

RUA COMPARTILHADA


FOCOS DO PROJETO De forma a elaborar um plano de bairro que atendesse aos principais desafios presentes no distrito, os temas foram divididos em 4 principais focos de intervenção em diferentes escalas para elaborar o projeto de intervenção. Ao lado, um mapa síntese destacando as principais intervenções que foram determinadas para o distrito.

1 2 3 4

VAZIOS Foram levantadas diversas áreas do distrito de grandes proporções que estão desocupadas, por isso, foram propostas diretrizes de usos para cada um desses espaços de acordo com as necessidades do distrito e com sua população

PARAISÓPOLIS A favela da Paraisópolis é uma área de grandes proporções que contém uma população de aproximadamente 40.000 habitantes e apresenta problemas como habitação em condições precárias e insalubres, pouca conectividade com seu entorno e uma infraestrutura viária deficiente

MOBILIDADE O sistema viário do distrito se torna ineficiente por conta da ausência de opções de acesso ao distrito, a priorização do transporte individual sobre o coletivo, tendo como consequência a inadequação ou inexistência de calçadas, iluminação e mobiliário urbano

MODELO DE OCUPAÇÃO O modelo de ocupação predominante no distrito é nocivo à vida urbana. Dessa forma, seria proposto um novo modelo que pudesse dialogar com o existente no distrito, mas que não seguisse o mesmo padrão, oferecendo uma outra opção para o distrito.

115


1

VAZIOS

Durante o levantamento, foram identificados os grandes vazios do distrito. Dentre os vazios levantados, alguns deles estão dentro da ZEPAM (Zona Especial de Proteção Ambiental) por conterem nascentes e remanescentes de Mata Atlântica, por isso, essas áreas foram descartadas para implantação de equipamentos públicos e foram destinadas para a criação de um grande parque ecológico, que permita a entrada das pessoas mas que mantenha suas características, já que atualmente essas áreas tem acesso restrito. Outro vazio que foi descartado para ocupação foi o grande vazio próximo a Marginal Pinheiros, por ser uma área contaminada pelas atividades da Light (atual Eletropaulo) para descarte de Iodo dragado do Rio Pinheiros. A grande incidência de zinco e manganês é prejudicial à saúde e para tratamento da área foi indicada a Fitorremediação, que “consiste no uso de plantas e seus microorganismos associados em condições agronômicas otimizadas para remover, conter, transferir, estabilizar e/ou degradar, ou tornar inofensivos os contaminantes, incluindo compostos orgânicos e metais tóxicos” (RASKIN & ENSLEY, 2000). Os vazios restantes foram destinados a equipamentos públicos e a habitação de interesse social. Os equipamentos escolhidos foram um centro cultural, escola para jovens e adultos e um centro esportivo. O centro cultural foi localizado em uma área do distrito que é mais horizontal e menos ocupada. O objetivo seria atrair o restante do distrito para a área. A localização do centro esportivo se deu de forma a integrar o distrito em uma localização estratégica e com um uso que atrai tanto o público da favela como dos condomínios. A escola para jovens e adultos se dá pela grande porcentagem de pessoas no distrito que não possuem formação. O equipamento foi localizado em uma área mais a leste, por conta dos equipamentos de educação já concentrados ao redor da Paraisópolis.

116

REFERÊNCIAS FITORREMEDIAÇÃO Para o tratamento da área contaminada por excesso de zinco e manganês, foi escolhida a fitorremediação. Espécies como Helianthus annuus l (girassol), Bacopa monnieri l Pennel e Ceratophyllum demersim L podem descontaminar o solo.

SESC BELENZINHO Área do terreno 32.072,00m2 e área construída total 50.000,00m2 com programa composto por biblioteca, ginásio, piscinas, teatro, salas de exposição e salas de oficinas.

E.E. TELEMACO MELGES Área construída de 3.104,30m2. Salas de aula, laboratórios, administração, biblioteca, sala de professores e pátio coberto.

CLUBE ATLÉTICO PAULISTANO

Área do terreno 156.000m2, programa composto por ginásio, quadras poliesportivas, piscina, pista de atletismo e área de alimentação.


ZEPAM - PROPOSTA DE PARQUE ECOLÓGICO ÁREA: 229.333,70 m2 CENTRO ESPORTIVO ÁREA: 93.044,23m2 ÁREA CONTAMINADA ÁREA: 191.986,73m2

EDUCAÇÃO PARA JOVENS E ADULTOS (EJA) ÁREA: 28.979,18m2 2880 ALUNOS

PROPOSTA DE HABITAÇÃO ÁREA: 103.900,29m2 POPULAÇÃO: 14.893 Hab

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500

1500

MAPA DE PROPOSTAS PARA VAZIOS EXISTENTE: PARQUES EXISTENTES

PROPOSTA: ÁREA CONTAMINADA

VIAS EXPRESSAS

CENTRO CULTURAL

VIAS ARTERIAIS

CENTRO ESPORTIVO

VIAS COLETORAS

EDUCAÇÃO PARA JOVENS

EQUIPAMENTO SEGURANÇA

E ADULTOS

EQUIPAMENTO ESPORTIVO

HABITAÇÃO

EQUIPAMENTO EDUCAÇÃO

ZEPAM

EQUIPAMENTO SAÚDE

117


FAVELA JARDIM COLOMBO

JARDIM MORUMBI

1 2

3

4

5

7

8

12

16

19

25

10

FAZENDA MORUMBI

11

14 17

18

20

21 22

9

13

15

6

23 24

26

MAPA DE PROPOSTA PARAISÓPOLIS FUTURO MONOTRILHO RUAS COMPARTILHADAS RUAS DE PEDESTRE

JARDIM PARQUE MORUMBI

PARAÍSO DO MORUMBI

4 FAIXAS COM CICLOVIA NOVAS VIAS EDUCAÇÃO ESPORTE SAÚDE

0

500

CULTURA ÁREAS PARA DESADENSAMENTO

118


2

PARAISÓPOLIS

A favela Paraisópolis é um dos pontos de interesse do distrito, tanto por conta de suas dimensões, como pela população, que conta com aproximadamente 40.000 pessoas. Por isso, foram determinadas algumas intervenções específicas para a região, abordando questões que foram identificadas como mais problemáticas, sendo elas o sistema viário, as condições de habitação e infraestrutura. A partir do levantamento percebeu-se que em sua maioria, as vias do distrito são de pequena dimensão, variando entre 4,50m e 8m, sendo que em sua maioria, as calçadas são ou inexistentes ou inadequadas em suas dimensões. A população utiliza a rua não somente para circulação dos carros, mas também como estacionamento, já que em sua maioria as casas não possuem garagem, para a instalação de barracas de feira entre outros comércios e para ocupação com mesas e cadeiras, por exemplo. As vias são, em sua maioria, de mão dupla e nas condições descritas anteriormente, a circulação se vê prejudicada por que essas vias não comportam o uso a elas destinado. Por isso, as propostas viárias do distrito foram pensadas de acordo com as dimensões das vias e de forma a melhor conectar a favela com o seu entorno. Em sua maioria, as vias são muito estreitas e, por isso, não seria possível uma proposta de vias

no qual há uma divisão modal, já que não haveria espaço suficiente para tal intervenção, provendo as vias de calçadas em tamanhos adequados e espaço suficiente para circulação. Dessa forma, foi estabelecido que as vias dentro da Paraisópolis seriam readequadas de foram a se tornarem vias compartilhadas. Assim se asseguraria um uso mais livre das ruas, como já o é na Paraisópolis, no entanto abrigando-os de forma mais adequada. Além disso, ainda por conta das dimensões das vias, foi estabelecido um sistema binário para melhorar a circulação, garantindo espaço suficiente para circulação tanto de veículos como de pessoas, além de espaço para os outros usos que são frequentes. Apenas a via central, Rua Pasquale Gallupi, seria alargada e com divisão modal, sendo ela de quatro faixas e com ciclovia. Dessa forma, haveria uma via de conexão entre a área central da favela e uma das grandes vias arteriais do distrito, a Avenida Giovanni Gronchi e que possibilitaria a passagem de linhas de ônibus dentro da favela, e não somente nos seus limites. Algumas conexões entre a favela e o distrito foram propostas de forma a conectar e facilitar a circulação com a região leste do distrito. Dessa forma, haveria um acesso facilitado aos equipamentos propostos, como o parque ecológico e o centro esportivo, mas também facilitaria o acesso às infraestruturas de transporte, como a futura linha do monotrilho. Ao elaborar a proposta de novas vias, foram consideradas as passagens de pedestre e as vias de menor porte

119


localizadas no interior das quadras e também o futuro equipamento cultural do Grotão para de forma que as vias propostas dialogassem com as vias existentes. No mapa ao lado estão localizados também os equipamentos públicos da região. Considerando a quantidade de equipamentos disponíveis e o futuro equipamento do Grotão, não foram propostos novos equipamentos dentro da Paraisópolis. No entanto, a proposta realizada nas proximidades de um centro esportivo, foi pensada de forma a atender às demandas de espaços de lazer da região, que conta apenas com um campo de futebol, mas também foi pensado como uma forma de integração entre a favela e o restante do distrito, dispondo de um uso integrador em um lugar estratégico e de acesso facilitado para todo o distrito. A partir do levantamento percebeu-se que em diversas áreas, as condições de habitação no distrito são inadequadas, tanto relacionado as condições de insalubridade, próximas a córregos, como com a ocupação em áreas de risco, como na região chamada de Grotão. Por isso, pensouse uma proposta de desadensamento da região, para dar melhores condições de habitação para a população. Além disso, devido à proposta de alargamento da via central, seria necessária a realocação de algumas famílias para poder dar condições para o projeto de intervenção. No mapa anterior, foram destacadas em bege as quadras escolhidas para serem

120

desadensadas. Primeiramente, o critério utilizado para escolher quais seriam as quadras, foi que sua densidade fosse superior a 500 hab/ha de acordo com o mapa de densidade demográfica do IBGE. Em seguida, foi verificado quadra a quadra qual a metragem e a quantidade de habitantes de cada uma, para poder calcular a densidade específica de cada uma e foram selecionadas todas as que tinham densidade acima de 500 hab/ha, como mostra a tabela ao lado. Para definir quantas pessoas deveriam ser realocadas, foi feita uma conta para determinar quanto de área seria necessário para que as famílias de cada quadra tivessem no mínimo uma área de 60m2, além disso, considerou-se que cada família tem 3 pessoas. Subtraindo esse resultado pela área da quadra, chegou-se à área faltante para cada quadra. Somando a área faltante total é de 297.867,00m2. Foi definida uma tipologia de edificação para a realocação, na qual as edificações teriam 5 pavimentos e um térreo de uso misto, já que grande parte das edificações na Paraisópolis são de uso misto, com comércio/ serviços e residência. Considerando que as novas edificações terão 5 pavimentos residenciais, dividiu-se a área total necessária para as famílias de 297.867,00m2 por 5, chega-se a uma área de 59.573,40m2 e considerando uma taxa de ocupação de 70%, o terreno necessário para realocação seria de 85.105,00m2. Os terrenos selecionados para a realocação dessa população estão destacados no mapa a seguir.


QUADRAS

1

2

3

4

ÁREA (m2)

9.815,00

31.109,00

23.271,00

HABITANTES

591

2.079

1.352

2.866

FAMÍLIAS

197

693

451

955

DENSIDADE

602,14

668,30

580,98

ÁREA P/ FAMÍLIA

49,82

44,89

60 m2 POR FAMÍLIA

11.820,00

ÁREA FALTANDO

2.005,00

5

6

7

8

9

30.237,00

22.101,00

23.061,00

23.718,00

1.351

2.160

1.943

1.912

1.643

450

720

648

637

548

619,57

587,19

714,36

879,15

829,11

723,22

51,64

48,42

51,09

42,00

34,12

36,18

41,48

41.580,00

27.040,00

57.320,00

27.020,00

43.200,00 38.860,00 38.240,00 32.860,00

10.471,00

3.769,00

11.062,00

4.012,00

12.963,00

46.258,00 23.008,00

16.759,00

15.179,00

10.142,00

QUADRAS

10

11

12

13

14

15

16

17

18

ÁREA (m2)

36.773,00

13.598,00

26.536,00

23.616,00

23.413,00

16.728,00

22.822,00

25.380,00

23.915,00

HABITANTES

2.077

769

2.272

1.914

1.658

1.622

1.635

2.476

2.183

FAMÍLIAS

692

256

757

638

553

541

545

825

728

DENSIDADE

564,82

565,52

856,20

810,47

708,15

969,63

716,41

975,57

912,82

ÁREA P/ FAMÍLIA

53,11

53,05

35,04

37,02

42,36

30,94

41,88

30,75

32,87

60 m2 POR FAMÍLIA

41.540,00

15.380,00

45.440,00 38.280,00

33.160,00

32.440,00 32.700,00

49.520,00

43.660,00

ÁREA FALTANDO

4.767,00

1.782,00

18.904,00

14.664,00

9.747,00

15.712,00

9.878,00

24.140,00

19.745,00

QUADRAS

19

20

21

22

23

24

25

26

24.865,00

26.835,00

22.450,00

9.977,00

14.811,00

14.741,00

2.137

2.531

1.599

644

929

1.094

ÁREA (m2) HABITANTES

20.470,00 23.605,00 1.750

1.812

FAMÍLIAS

583

604

712

844

533

215

310

365

DENSIDADE

854,91

767,63

859,44

943,17

712,25

645,48

627,24

742,15

ÁREA P/ FAMÍLIA

35,09

39,08

34,91

31,81

42,12

46,48

47,83

40,42

60 m2 POR FAMÍLIA

35.000,00 36.240,00

42.740,00 50.620,00

31.980,00

12.880,00

18.580,00

21.880,00

ÁREA FALTANDO

14.530,00

17.875,00

9.530,00

2.903,00

3.769,00

7.139,00

12.635,00

23.785,00

121


MÉDIA ATUAL DE

37m2 DE Á R E A POR

QUADRAS COM D E N S I D A D E M A I O R Q U E

F A M Í L I A

MÍNIMO

PROPOSTO

DE6 0 m 2 D E

ÁREA POR FAMÍLIA

5 0 0 H a b / H a

ÁREA TOTAL QUADRAS PARAISÓPOLIS:

6 0 2 . 1 1 3,0 0 m 2 ÁR E A

TOTAL

NECES SÁRI A:

8 9 9.9 8 0 , 0 0 m 2 ÁR E A

TOTAL

FALTANTE:

2 9 7. 8 6 7, 0 0 m 2

1 4 . 8 9 3

60m2/un ED. 5 PAV

4 . 9 6 5

T O = 7 0 %

H A B I TA N T E S F A M Í L I A S

122

59.573,40m2

85.104,86m2


N E LSON G

OP IO

ÉG

A C O

I

L

AV. H E

NO

R UA

XII

RU

R.

IZ M IGL IA

AMARG O BE C

D RUA LU

AV . GIOV ANNI G RONC HI

AV. MORU MBI

A

M A

0

500

1500

MAPA DE PROPOSTA AV. JO ÃO D I

PROPOSTA: ÁREA DESADENSAMENTO

AS

HABITAÇÃO PROPOSTA VIAS EXPRESSAS VIAS ARTERIAIS VIAS COLETORAS

123


3

124

0

1Km

2Km

0

1Km

2Km

MOBILIDADE

Os seguintes mapas foram realizados utilizando-se das TRANSPORTE INDIVIDUAL informações da pesquisa de origem SAINDO DA VILA e destino do metrô de São Paulo de ANDRADE DAS 6h30 ÀS 8h30 2007. Neles mostram as viagens feitas Morumbi saindo e entrando da Vila Andrade Vila Sônia com transporte individual e coletivo Santo Amaro no período das 6h30 às 8h30 da Campo Limpo manhã. Pinheiros A partir desses mapas, Butantã pode-se ver quais são as vias mais Liberdade utilizadas para entrar e sair do distrito Jardim Paulista e quais são os fluxos mais intensos durante o período. Além disso, pode-se perceber de onde vem os trabalhadores do distrito e para onde vão os moradores. Pode-se perceber que as vias que são mais utilizadas para o transporte individual, são as em direção ao distrito do Morumbi, Vila Sônia e Santo Amaro, que são distritos vizinhos. Percebe-se que TRANSPORTE INDIVIDUAL ENTRANDO NA VILA dos principais destinos do transporte ANDRADE DAS 6h30 ÀS 8h30 individual, apenas consta a Liberdade como destino que não é próximo a Vila Sônia Vila Andrade. Morumbi No sentido inverso, há a Campo Limpo repetição dos distritos do Morumbi e Cidade Dutra Vila Sônia. Uma diferença expressiva São Lucas é a inclusão de dois distritos que Cidade Ademar são Barra Funda, Cidade Dutra, Barra Funda Cidade Ademar e São Lucas, sendo Itaim


TRANSPORTE COLETIVO SAINDO DA VILA ANDRADE DAS 6h30 ÀS 8h30 Itaim Santo Amaro Vila Sônia Pinheiros Jardim São Luis Jardim Paulista Moema 0

1Km

2Km

Brás

TRANSPORTE COLETIVO ENTRANDO NA VILA ANDRADE DAS 6h30 ÀS 8h30 Cidade Ademar Jardim Ângela / Capão Redondo Campo Limpo Brasilândia Pinheiros Cidade Dutra 0

1Km

2Km

Penha

alguns deles bairros mais distantes. No transporte coletivo, percebe-se que saindo do distrito, os principais destinos são Itaim, Santo Amaro e Vila Sônia. O destino mais distante seria o Brás, enquanto os outros são predominantemente distritos vizinhos. No sentido inverso, entrando no distrito, vê-se que a origem dos deslocamentos são de lugares mais distântes que nos outros mapas, como Brasilândia, pertencente à Zona Norte, e Penha, pertencente à Zona Leste, como destaques. No geral, os mapas indicam que a avenida Morumbi, Giovanni Gronchi, marginal Pinheiros e Avenida João Dias são solicitadas tanto na entrada, como na saída do distrito durante o período de análise. Dessa forma pode-se identificar quais são as vias que deveriam sofrer intervenção para melhoria da mobilidade do distrito. A proposta viária da Vila Andrade foi pensada de forma a proporcionar uma melhor infraestrutura para o distrito, além de melhorar seus acessos. Os mapas ao lado mostram as conexões entre o distrito e o centro da cidade. O recorte foi determinado de acordo com o mapa de origem e destino feito anteriormente. O primeiro mapa, mostra as vias expressas, arteriais e coletoras, da Vila Andrade até o centro de São Paulo, indicando as principais vias pelas quais os

125


0

1Km

2Km

ÔNIBUS Corredores existentes Vias onde passam Corredores propostos

0

1Km

2Km

CICLOVIAS Ciclovias existentes Ciclovias propostas

126

veículos circulam. O segundo mapa mostra as ciclovias da cidade em um tom mais claro, e mais escuro e tracejado as propostas de ciclovias elaboradas para o distrito. As principais são as das grandes avenidas, como a Giovanni Gronchi, Morumbi e João Dias, que são as vias que ligam o distrito com o centro da cidade e outras centralidades como Faria Lima e Avenida Paulista. Além disso, as vias que foram escolhidas para ciclovia também foram pensadas de foram a interligas as ciclovias já existentes criando uma lógica para essa malha viária. Destinos que seriam importantes para esse tipo de modal, para além do próprio distrito seria a conexão com Santo Amaro e Itaim. O terceiro mapa, mostra as vias pelas quais todas as linhas de ônibus que passam pela Vila Andrade circulam. As linhas mais espessas, são os corredores de ônibus existentes entre o distrito e o centro. Em linhas tracejadas e mais escuras estão as propostas para corredores de ônibus, para o distrito. No último mapa, há o cruzamento entre as informações mais importantes dos corredores, ciclovias, linhas de metrô e monotrilho, assim como os pontos nos quais existe uma intermodalidade, encontro entre corredores de ônibus, ciclovia e metrô. O mapa à direita, mostra as propostas viárias para o distrito no contexto mais amplo da cidade e como se conectam com o restante da cidade. No mapa, o metrô, monotrilho e corredores de ônibus estão destacados, assim como o redimensionamento e proposta das vias. Além disso, os quadrados verdes indicam onde existe conexão intermodal dentro do distrito. O mapa ao lado mostra as mesmas propostas viárias para o distrito que o mapa


CENTRO PINHEIROS

H L IN

-A A4

LA RE A M

LI

NH

A

2

-

VE RD

E

JARDIM PAULISTA BUTANTÃ VILA MARIANA

MOEMA ITAIM BIBI

VILA SÔNIA

OU

AL

DA

RO

ER

CAMPO BELO

LINHA 1 -

LINH A1 7-

AZUL

MORUMBI

5-

HA LIN

SANTO AMARO

L

I L ÁS

LIN

HA

9

-

ES

M

CAMPO LIMPO

0

1Km

127

2Km


RU A PASQUAL EG

ALLUPI

N E LSON G

OP IO

ÉG

I

L

RU

A C O

XII

AV. H E

NO

R UA

AMARG O BE C

R.

IZ M IGL IA

AV . GIOV ANNI G RONC HI

D RUA

LU

AV. MORU MBI

A

M A

AV. JOÃO D I A S

Proposta de acesso para aliviar a entrada do distrito pela avenida Morumbi e marginal Pinheiros

Acesso para novo equipamento e conexão facilitada para a Avenida Hebe Camargo 0

500

1500

MAPA DE PROPOSTAS VIÁRIAS 6 OU MAIS FAIXAS 4 FAIXAS (C/ CORREDOR) E CICLOVIA) 4 FAIXAS E CICLOVIA 4 FAIXAS 2 FAIXAS RUA COMPARTILHADA FUTURA LINHA DO MONOTRILHO LINHA DO METRÔ INTERMODALIDADE CRIADA

128


anterior, no entanto na escala do distrito. Cada cor representa uma configuração de via, de acordo com seu tamanho e com o que cada via apresenta, como ciclovia e corredores de ônibus. As vias escolhidas para a implantação de ciclovia e corredor de ônibus são a Avenidas Morumbi, João Dias e Giovanni Gronchi. São as principais vias do distrito, que o conectam com principais destinos de seus moradores. Por isso, pensou-se que o corredor de ônibus incentivaria o uso do transporte coletivo para essas áreas, facilitando essas circulações. As vias de 4 faixas com ciclovia são a Avenida Hebe Camargo, Rua Ramón Urtiza, Rua Nelson Gama, Rua Luis Migliano e a via a ser alargada dentro da Paraisópolis, Rua Pasquale Gallupi. Nessas vias foram propostas ciclovias para ligar a algumas já existentes no distrito e fomentar o uso de bicicleta na região, já que interligando ciclovias com avenidas munidas de infraestrutura de transporte. Além disso, existem destinos próximos, como Itaim e Santo Amaro, que poderiam ser alcançados com esse modal em menos tempo que com o transporte coletivo e individual, caso as condições da infraestrutura necessária estejam adequadas. As propostas de vias de 4 e de 2 faixas, são parâmetros mínimos a serem aplicados no distrito, de forma a garantir a acessibilidade e condições adequadas aos usuários, já que conforme levantamento, grande parte do distrito não atende ao mínimo exigido por lei. As vias locais escolhidas para serem readequadas para um padrão exemplar, são as principais vias locais do distrito que tem papel importante na mobilidade e ligação com as vias coletoras e arteriais do distrito. Conforme já explicado anteriormente com maiores detalhes, o mapa também destaca as

vias compartilhadas propostas para a região da Paraisópolis, assim como a proposição de novas vias de ligação entre a favela e o restante do distrito. Além dessas vias, foram propostas outras duas para auxiliar na melhoria da mobilidade do distrito. Sendo elas uma conexão entre a avenida Pio XII e a marginal Pinheiros de forma que o fluxo advindo da marginal Pinheiros e da Avenida Morumbi do outro lado do rio Pinheiros, não precisem convergir para a Avenida Morumbi para adentrar o distrito, tendo a opção de seguir pela marginal e entrar por esse novo acesso. Outro acesso proposto é para o novo equipamento esportivo, essa via também funcionaria como uma forma de conexão entre os dois lados do distrito, já que as conexões são escassas por conta da presença de grandes enclaves na área central, como o cemitério do Morumbi, a escola Porto Seguro, que acabam configurando como uma grande quadra de mais de 1km de extensão. Dessa forma, além de facilitar a a conexão entre duas áreas importantes do distrito, essa área se converteria num ponto de integração, no qual através de um uso de interesse de todos os habitantes, dá-se uma possibilidade de maior integração entre a população dos condomínios e das favelas. A partir das propostas feitas e da infraestrutura já existente e futura no distrito, foram identificados 2 pontos de intermodalidade, sendo entre o futuro monotrilho, ônibus e ciclovia e 2 pontos com o metrô, ônibus e ciclovia. Nesses pontos, deverão haver projetos específicos que facilitem a transição de um modal para outro pelos usuários, prevendo por exemplo a instalação de bicicletários ou mesmo pontos de aluguel de bicicletas.

129


VIA DE 8 FAIXAS COM CORREDOR E CICLOVIA

2,0m 0,6m

3,0m

3,0m

3,0m

3,35m

2,0m

3,35m

3,0m

3,0m

TAMANHO PADRÃO DA VIA DE 35,05m PODENDO VARIAR DE ACORDO COM A LARGURA DA VIA DE IMPLANTAÇÃO, RETIRANDO O CANTEIRO DE O,75m.

130

3,0m

0,75m 2,4m 0,6m 2,0m


VIA DE 4 FAIXAS COM CORREDOR E CICLOVIA

2,0m 0,6m

3,0m

3,35m

2,0m

3,35m

3,0m

0,75m 2,4m 0,6m 2,0m

TAMANHO PADRÃO DA VIA DE 23,05m

PODENDO VARIAR DE ACORDO COM A LARGURA DA VIA DE IMPLANTAÇÃO, RETIRANDO O CANTEIRO DE O,75m E EM CASOS EXTREMOS DIMINUINDO A CALÇADA PARA 1,2m.

131


VIA DE 4 FAIXAS COM CICLOVIA

2,0m 0,6m

3,0m

3,0m

3,0m

3,0m

0,75m 2,4m

TAMANHO PADRÃO DA VIA DE 20,35m

PODENDO VARIAR DE ACORDO COM A LARGURA DA VIA DE IMPLANTAÇÃO, RETIRANDO O CANTEIRO DE O,75m E EM CASOS EXTREMOS DIMINUINDO A CALÇADA PARA 1.2m

132

0,6m 2,0m


VIA DE 4 FAIXAS

1,2m0,6m

3,0m

3,0m

3,0m

3,0m

0,6m 1,2m

TAMANHO PADRÃO DA VIA DE 15,60m PODENDO VARIAR DE ACORDO COM A LARGURA DA VIA DE IMPLANTAÇÃO, AUMENTANDO A CALÇADA.

133


VIA DE 2 FAIXAS

1,2m a 2,0m 0,6m

3,0m

3,0m

TAMANHO PADRÃO DA VIA DE 11,20m

PODENDO VARIAR DE ACORDO COM A LARGURA DA VIA DE IMPLANTAÇÃO, AUMENTANDO OU DIMINUINDO A CALÇADA.

134

0,6m 1,2 a 2,0m


VIA COMPARTILHADA

5,80m

TAMANHO PADRÃO DA VIA DE 5,80m

PODENDO VARIAR DE ACORDO COM A LARGURA DA VIA DE IMPLANTAÇÃO.

135


0

500

1500

MAPA DE CLASSIFICAÇÃO DAS QUADRAS PELA TAXA DE OCUPAÇÃO 80-100% 60-80% 40-60% 20-40% 0-20%

136


4

OCUPAÇÃO DAS QUADRAS DENSIDADE DEMOGRÁFICA (Hab/Ha)

Devido à análise feita do distrito, um dos 1,44-75,87 maiores problemas é a forma escolhida para 78,01-186,14 188,33-380,15 ocupação, condomínios verticais. Essa forma de 391,79-853,22 ocupação acaba criando grandes enclaves e 871,25-3328,68 rejeição ao espaço público. Considerando que o distrito continua a crescer, e que a Vila Andrade ainda é pouco ocupada, foi pensada uma proposta para uma nova forma de ocupação para o distrito que fosse menos nociva e que não volte as costas ao espaço público, mas usufrua do mesmo. Para tanto, as quadras do distrito foram GABARITO MENOS DE 5 PAV classificadas de acordo com sua taxa de ocupação. ENTRE 5-10 PAV Essa classificação fez-se a partir do mapa de ACIMA DE 10 PAV figura e fundo, calculando a porcentagem que as edificações ocupam de cada quadra. Utilizou-se o programa Grasshopper para que fosse possível classificar as quadras e o produto final dessa classificação se encontra na pagina ao lado. A partir desse mapa, pode-se perceber que grande CLASSIFICAÇÃO QUADRAS PELA OCUPAÇÃO parte do distrito tem uma taxa de ocupação de até 0-20% 20-40% 40%, estando essas áreas distribuidas ao longo 40-60% da marginal e mais no interior do distrito. As áreas 60-80% 80-100% com ocupação entre 60 e 100% estão localizadas

137


principalmente na região da Paraisópolis. Em seguida, cruzou-se as informações anteriormente levantadas relativas a densidade demográfica e gabarito do distrito com o mapa de classificação pela taxa de ocupação, estando os três mapas ao lado para efeito de comparação. De acordo com o mapa,as áreas com maior gabarito estão localizadas na área central do distrito e as áreas mais densas, são principalmente na Paraisópolis. A partir do cruzamento das informações desses três mapas, foi feito um novo mapa de classificação, no qual as quadras foram classificadas de acordo com esses três diferentes parâmetros, o mapa final dessa classificação se encontra nas próximas páginas. A seguinte legenda foi utilizada para a classificação das tipologias das quadras de acordo com o gabarito, densidade e taxa de ocupação. LEGENDA GABARITO

DENSIDADE

TAXA DE OCUPAÇÃO

D

B

DD

M

DDD

A

Analisando a classificação feita, algumas

138

dessas tipologias foram descartadas para simulação de uma nova proposta de ocupação. Primeiramente, foram descartadas as tipologias de quadra que apresentam ocupação maior que 60% da quadra, já que a quadra está majoritariamente ocupada e não seria possível fazer uma intervenção adequada. Além disso, foi descartada também a tipologia que apresenta uma densidade baixa, gabarito baixo e ocupação entre 20-40%, por conta da presença do cemitério, de uma área de proteção ambiental e pela proposta anterior de ocupação por equipamento esportivo, dessa forma, não seria possível fazer uma simulação. Estabelecidos esses critérios, foram escolhidas quadras para a simulação da proposta de ocupação do distrito. Além disso, foram estabelecidas áreas em que o adensamento pode ser intensificado, por estarem em eixos viários importantes do distrito e serem bem servidos por transporte público. Dessa forma, foram escolhidas quadras pertencentes a cada uma das tipologias e uma de cada tipologia que estivesse próxima aos eixos de adensamento estabelecidos. O mapa ao lado mostra a classificação feita e também as quadras escolhidas para a simulação.


6

2 1

8

3 10

4

9

5

0

500

1500

7 MAPA DE CLASSIFICAÇÃO DAS QUADRAS D,

,B

DD,

,A

D,

,M

DD,

,M

D,

,M

DD,

,A

D,

,B

DDD,

,A

DD,

,B

EIXO DE ADENSAMENTO

139


DIRETRIZES GERAIS: TÉRREO DE USO MISTO As novas edificações propostas para o distrito deverão possuir um térreo com ao menos 60% de uso misto para promover diversificação de uso e tornar as ruas mais ativas

3-5% DE ÁREAS PÚBLICAS Determinou-se que as quadras do distrito deverão ter entre 3-5% de áreas livres , com frente mínima de 7 metros, destinadas ao uso público, como pequenas praças e parques, a galeria de serviços ou galeria comercial através do método de Fruição Pública. Por definição, são áreas doadas para uso público de área localizada no pavimento térreo que não pode ser fechada com edificações, instalações ou equipamentos. A área destinada a fruição é acrescida ao potencial construtivo em 100%.

VARIAÇÃO DE GABARITO Dependendo da região em que estão localizadas as tipologias, há uma variação de gabarito para que não haja discrepância entre as morfologias propostas e as existentes

140


m2

40

UNIDADES DE 40M2 E 80M2 As propostas de ocupação contam com unidades de 40m2 ou 80m2, para famílias de 1 e 2 pessoas e a outra para famílias de 3-4 pessoas. A proporção dessas unidades varia de acordo com a região de implantação

m2

80

DENSIDADE A proposta de ocupação das quadras tem como objetivo aumentar as densidades dependendo da tipologia da quadra e, principalmente nos principais eixos, que dispõe infraestrutura de transporte

141


142

As simulações foram feitas conforme a seguinte tabela. Primeiramente, viu-se a área de cada setor censitário aos quais as quadras escolhidas pertencem e verificou-se a população de cada um desses setores. Em seguida, dividiu-se a população pela área do setor, para encontrar a densidade do mesmo. Para encontrar a população de cada uma das quadras, multiplicou-se a densidade encontrada pela área de cada quadra.

A área de fruição proposta foi feita após a alocação das unidades propostas. Conforme os dados, essas áreas são sempre maiores que 3% da área total da quadra, que foi o mínimo estabelecido pelas diretrizes gerais.

QUADRA

1

2

3

4

5

ÁREA SETOR (Ha)

13,83

24,48

4,02

3,93

2,83

POPULAÇÃO SETOR

655

698

264

408

671

DENSIDADE SETOR

47,35

28,51

65,74

103,77

237,28

ÁREA QUADRA (Ha)

2,04

1,04

1,91

2,04

2,31

POPULAÇÃO QUADRA

96

30

125

212

548

FRUIÇÃO PROPOSTA

914,15

417,71

888,33

1.179,75

1.533,00

FRUIÇÃO PROPOSTA (%)

4,49

4,02

4,66

5,78

6,63

UNIDADES DE 40m2

31

8

12

24

4

UNIDADES DE 80m2

20

22

8

40

10

NÚMERO DE PAV.

3

3

15

3

13

NÚMERO TOTAL DE UN 40m2

93

24

180

72

52

NÚMERO TOTAL DE UN 80m2

60

66

120

120

130

NÚMERO DE PESSOAS ADICIONADAS

366

246

720

504

494

NÚMERO DE PESSOAS TOTAL

462

276

845

716

1.042

DENSIDADE ALCANÇADA

227,03

265,48

443,40

350,58

451,05

Relativo as unidades, foram alocadas unidades de 40 e 80 m2, conforme estabelecido anteriormente, e a predominância de uma tipologia


está de acordo com o perfil de cada área. Após alocadas as unidades, o número a que se chegou foi multiplicado pela quantidade de pavimentos estabelecido, que depende das características de cada tipologia. Além disso, a quantidade de pavimentos conta apenas com os pavimentos residenciais das simulações. A partir disso, multiplicou-se o número total de unidades QUADRA

por 2 ou por 4, que seria o número máximo de habitantes por tipologia. Somando essa população que foi adicionada a população anterior e dividindo-a pela metragem da quadra, chego-se a densidade alcançada em cada simulação.

6

7

8

9

10

ÁREA SETOR (Ha)

16,06

27,42

3,12

6,77

9,92

POPULAÇÃO SETOR

202

1.123

715

689

337

DENSIDADE SETOR

12,58

40,95

229,05

101,78

33,98

ÁREA QUADRA (Ha)

2,70

14,85

2,56

0,91

2,54

POPULAÇÃO QUADRA

34

608

587

92

258

FRUIÇÃO PROPOSTA

1.027,00

8.224,61

1.545,79

441,00

1.538,00

FRUIÇÃO PROPOSTA (%)

3,80

5,54

6,03

4,87

6,06

UNIDADES DE 40m2

42

77

10

16

20

UNIDADES DE 80m2

33

116

12

8

26

NÚMERO DE PAV.

6

11

15

8

10

NÚMERO TOTAL DE UN 40m2

252

847

150

128

200

NÚMERO TOTAL DE UN 80m2

198

1.276

180

64

260

NÚMERO DE PESSOAS ADICIONADAS

1.098

5.552

840

448

1.180

NÚMERO DE PESSOAS TOTAL

1.132

6.130

1.427

540

1.438

DENSIDADE ALCANÇADA

418,91

412,87

556,96

596,15

566,49

143


SIMULAÇÃO TIPOLOGIA 1 CARACTERIZAÇÃO: DENSIDADE BAIXA BAIXO GABARITO 0-20% DE OCUPAÇÃO

A tipologia 1 predomina na região a leste e a oeste do distrito. De acordo com a classificação, é uma tipologia em que a ocupação das quadras está entre 0-20%, apresenta densidades baixas, que no caso específico dessa quadra é de 47,35 Hab/ha, e gabarito baixo, de até 5 pavimentos. Além disso, em sua maioria a ocupação se dá por habitações unifamiliares.

UNIDADES: 93 UN 40M2 60 UN 80M2 GABARITO: MÁX DE 4 PAV PESSOAS: DE 96 PARA 462 HABITANTES DENSIDADE: DE 47,35 HAB/HA PARA 227,03 HAB/HA

0

144

10

20

30

40

50


Aplicando as diretrizes gerais anteriormente estabelecidas na quadra, obteve-se o seguinte resultado. Foram alocadas 93 unidades de 40m2 e 60 unidades de 80m2, em edificações de 4 pavimentos, sendo o térreo de uso misto e os outros 3 residenciais. Com a seguinte proposta de intervenção, o número total de pessoas da quadra passaria de 96 habitantes, para 462, sugerindo um acréscimo de 366 habitantes para a quadra. Com esse aumento populacional, a densidade passaria de 47,35 Hab/ha para 227,03 Hab/ha. Tentou-se

respeitar

a

morfologia

quadras, e por isso o gabarito foi limitado a 4 pavimentos, para que não houvesse uma discrepância muito grande entre o proposto e o existente. No entanto, a ocupação da quadra é predominantemente de unidades unifamiliares e para que ocorresse o aumento da densidade, foram propostas edificações multifamiliares. Respeitou-se a premissa de que deveria haver entre 3-5% de áreas livres reservadas para espaços públicos, que no caso dessa quadra é de 914,15 m2.

das

145


SIMULAÇÃO TIPOLOGIA 2

CARACTERIZAÇÃO: DENSIDADE BAIXA MÉDIO GABARITO 20-40% DE OCUPAÇÃO

A tipologia 2 é restrita a uma área central do distrito e a uma pequena parte ao sul do distrito. A ocupação de suas quadras, de acordo com a classificação, está entre 20-40%, apresenta densidades baixas, que no caso específico dessa quadra é de 28,51 Hab/ha, e gabarito médio, entre 5-10 pavimentos.

UNIDADES: 24 UN 40M2 66 UN 80M2 GABARITO: MÁX DE 4 PAV PESSOAS: DE 30 PARA 276HABITANTES DENSIDADE: DE 28,51 HAB/HA PARA 265,48 HAB/HA

0

146

10

20

30

40

50


Aplicando as diretrizes gerais anteriormente estabelecidas na quadra, obteve-se o seguinte resultado. Foram alocadas 24 unidades de 40m2 e 66 unidades de 80m2, em edificações de 4 pavimentos, sendo o térreo de uso misto e os outros 3 residenciais. Com a seguinte proposta de intervenção, o número total de pessoas da quadra passaria de 30 habitantes, para 276, sugerindo um acréscimo de 246 habitantes para a quadra. Com esse aumento populacional, a densidade passaria

de 28,51 Hab/ha para 265,48 Hab/ha. Tentou-se respeitar a morfologia das quadras, e por isso o gabarito foi limitado a 4 pavimentos, para que não houvesse uma discrepância muito grande entre o proposto e o existente. Além disso, respeitou-se a diretriz de que deveria haver uma área equivalente 3-5% da quadra reservada a espaços públicos, que na quadra seria de 417,71m2.

147


SIMULAÇÃO TIPOLOGIA 3 CARACTERIZAÇÃO: DENSIDADE BAIXA ALTO GABARITO 0-20% DE OCUPAÇÃO

A tipologia 3 aparece em porção a leste e a oeste do distrito. A ocupação de suas quadras, de acordo com a classificação, está entre 0-20%, apresenta densidades baixas, que no caso específico dessa quadra é de 65,74 Hab/ha, e apresenta gabarito alto, de mais de 10 pavimentos.

UNIDADES: 24 UN 40M2 66 UN 80M2 GABARITO: MÁX DE 4 PAV PESSOAS: DE 30 PARA 276HABITANTES DENSIDADE: DE 28,51 HAB/HA PARA 265,48 HAB/HA

0

148

10

20

30

40

50


Aplicando as diretrizes gerais anteriormente estabelecidas na quadra, obteve-se o seguinte resultado. Foram alocadas 180 unidades de 40m2 e 120 unidades de 80m2, em edificações de 16 pavimentos, sendo o térreo de uso misto e os outros 15 residenciais. Com a seguinte proposta de intervenção, o número total de pessoas da quadra passaria de 125 habitantes, para 845, sugerindo um acréscimo de 720 habitantes para a quadra. Com esse aumento populacional, a densidade passaria

de 65,74Hab/ha para 443,40 Hab/ha. Tentou-se respeitar a morfologia das quadras, e por isso o gabarito foi de até 13 pavimentos, para que seguisse a linguagem do já existente. O térreo dessas edificações seriam com uma “base maior” reservada a uso misto. Além disso, respeitou-se a diretriz de que deveria haver uma área equivalente 3-5% da quadra reservada a espaços públicos, que na quadra seria de 888,33 m2.

149


SIMULAÇÃO TIPOLOGIA 4 CARACTERIZAÇÃO: DENSIDADE MÉDIA BAIXO GABARITO 0-20% DE OCUPAÇÃO

A tipologia 4 aparece em porção a sudoeste do distrito. A ocupação de suas quadras, de acordo com a classificação, está entre 0-20%, apresenta densidades médias, que no caso específico dessa quadra é de 103,77 Hab/ha, e apresenta gabarito baixo, de até 5 pavimentos.

UNIDADES: 24 UN 40M2 66 UN 80M2 GABARITO: MÁX DE 4 PAV PESSOAS: DE 30 PARA 276HABITANTES DENSIDADE: DE 28,51 HAB/HA PARA 265,48 HAB/HA

0

150

10

20

30

40

50


Aplicando as diretrizes gerais anteriormente estabelecidas na quadra, obteve-se o seguinte resultado. Foram alocadas 72 unidades de 40m2 e 120 unidades de 80m2, em edificações de 4 pavimentos, sendo o térreo de uso misto e os outros 3 residenciais. Com a seguinte proposta de intervenção, o número total de pessoas da quadra passaria de 212 habitantes, para 716, sugerindo um acréscimo de 504 habitantes para a quadra. Com esse aumento populacional, a densidade passaria

de 103,77 Hab/ha para 350,58 Hab/ha. Tentou-se respeitar a morfologia das quadras, e por isso o gabarito foi limitado a 4 pavimentos, para que não houvesse uma discrepância muito grande entre o proposto e o existente. Além disso, respeitou-se a diretriz de que deveria haver uma área equivalente 3-5% da quadra reservada a espaços públicos, que na quadra seria de 1179,75m2.

151


SIMULAÇÃO TIPOLOGIA 5 CARACTERIZAÇÃO: DENSIDADE MÉDIA ALTO GABARITO 20-40% DE OCUPAÇÃO

A tipologia 5 é predominante na porção central do distrito. A ocupação de suas quadras, de acordo com a classificação, está entre 20-40%, apresenta densidades médias, que no caso específico dessa quadra é de 237,28 Hab/ha, e apresenta gabarito alto, de mais de 10 pavimentos.

UNIDADES: 52 UN 40M2 130 UN 80M2 GABARITO: MÁX DE 13 PAV PESSOAS: DE 548 PARA 1.048HABITANTES DENSIDADE: DE 237,28 HAB/HA PARA 451,05 HAB/HA

0

152

10

20

30

40

50


Aplicando as diretrizes gerais anteriormente estabelecidas na quadra, obteve-se o seguinte resultado. Foram alocadas 52 unidades de 40m2 e 130 unidades de 80m2, em edificações de 14 pavimentos, sendo o térreo de uso misto e os outros 13 residenciais. Com a seguinte proposta de intervenção, o número total de pessoas da quadra passaria de 548 habitantes, para 1042, sugerindo um acréscimo de 494 habitantes para a quadra. Com esse aumento populacional, a densidade passaria

de 237,28Hab/ha para 451,05 Hab/ha. Tentou-se respeitar a morfologia das quadras, e por isso o gabarito foi de até 13 pavimentos, para que seguisse a linguagem do já existente. O térreo dessas edificações seriam com uma “base maior” reservada a uso misto. Além disso, respeitou-se a diretriz de que deveria haver uma área equivalente 3-5% da quadra reservada a espaços públicos, que na quadra seria de 1533m2.

153


SIMULAÇÃO TIPOLOGIA 6 CARACTERIZAÇÃO: DENSIDADE BAIXA BAIXO GABARITO 0-20% DE OCUPAÇÃO

A tipologia 6 é predominante ao oeste e ao leste do distrito. A ocupação de suas quadras, de acordo com a classificação, está entre 0-20%, apresenta densidades baixas, que no caso específico dessa quadra é de 12,58 Hab/ha, e apresenta gabarito baixo, de menos de 5 pavimentos. No entanto, essa tipologia é referente às quadras que possuem as mesmas características que a tipologia 1, mas estão localizadas nas proximidades de um eixo importante de transporte.

UNIDADES: 252 UN 40M2 198 UN 80M2 GABARITO: MÁX DE 7 PAV PESSOAS: DE 34 PARA 1098HABITANTES DENSIDADE: DE 12,58 HAB/HA PARA 418,91 HAB/HA

0

154

10

20

30

40

50


Aplicando as diretrizes gerais anteriormente estabelecidas na quadra e considerando que a quadra está num eixo importante de transporte, obteve-se o seguinte resultado. Foram alocadas 252 unidades de 40m2 e 198 unidades de 80m2, em edificações de 7 pavimentos, sendo o térreo de uso misto e os outros 6 residenciais. Com a seguinte proposta de intervenção, o número total de pessoas da quadra passaria de 34 habitantes, para 1132 sugerindo um acréscimo de 1098 habitantes

para a quadra. Com esse aumento populacional, a densidade passaria de 12,58 Hab/ha para 418,91 Hab/ha. Tentou-se respeitar a morfologia das quadras, e por isso o gabarito foi de até 7 pavimentos, para que seguir a linguagem do já existente. Além disso, respeitou-se a diretriz de que deveria haver uma área equivalente 3-5% da quadra reservada a espaços públicos, que na quadra seria de 1027 m2.

155


SIMULAÇÃO TIPOLOGIA 7 CARACTERIZAÇÃO: DENSIDADE BAIXA MÉDIO GABARITO 20-40% DE OCUPAÇÃO

A tipologia 7 aparece numa pequena porção da área central e ao sul do distrito. A ocupação de suas quadras, de acordo com a classificação, está entre 20-40%, apresenta densidades baixas, que no caso específico dessa quadra é de 40,95 Hab/ha, e apresenta gabarito médio, entre 5-10 pavimentos. No entanto, essa tipologia é referente às quadras que possuem as mesmas características que a tipologia 2, mas estão localizadas nas proximidades de um eixo importante de transporte.

UNIDADES: 847 UN 40M2 1276 UN 80M2 GABARITO: MÁX DE 12 PAV PESSOAS: DE 608 PARA 6.130HABITANTES DENSIDADE: DE 40,95 HAB/HA PARA 412,87HAB/HA

0

156

50

100


Aplicando as diretrizes gerais anteriormente estabelecidas na quadra e considerando que a quadra está num eixo importante de transporte, obteve-se o seguinte resultado. Foram alocadas 847 unidades de 40m2 e 1276 unidades de 80m2, em edificações de 12 pavimentos, sendo o térreo de uso misto e os outros 11 residenciais. Com a seguinte proposta de intervenção, o número total de pessoas da quadra passaria de 608 habitantes, para 6130 sugerindo um acréscimo de 5522 habitantes para a quadra. Com esse aumento populacional, a

densidade passaria de 40,95 Hab/ha para 412,87 Hab/ha. Tentou-se respeitar a morfologia das quadras, e por isso o gabarito foi de até 12 pavimentos, para que seguir a linguagem do já existente. Além disso, respeitou-se a diretriz de que deveria haver uma área equivalente 3-5% da quadra reservada a espaços públicos, que na quadra seria de 8224,61 m2.

157


SIMULAÇÃO TIPOLOGIA 8

CARACTERIZAÇÃO: DENSIDADE BAIXA ALTO GABARITO 0-20% DE OCUPAÇÃO

A tipologia 7 aparece em porções à leste e a oeste do distrito. A ocupação de suas quadras, de acordo com a classificação, está entre 0-20%, apresenta densidades baixas e apresenta gabarito alto, com mais de 10 pavimentos. No entanto, essa tipologia é referente às quadras que possuem as mesmas características que a tipologia 3, mas estão localizadas nas proximidades de um eixo importante de transporte.

UNIDADES: 150 UN 40M2 180 UN 80M2 GABARITO: MÁX DE 16 PAV PESSOAS: DE 587 PARA 1427HABITANTES DENSIDADE: 556,96 HAB/HA

0

158

10

20

30

40

50


Aplicando as diretrizes gerais anteriormente estabelecidas na quadra e considerando que a quadra está num eixo importante de transporte, obteve-se o seguinte resultado. Foram alocadas 150 unidades de 40m2 e 180 unidades de 80m2, em edificações de 16 pavimentos, sendo o térreo de uso misto e os outros 15 residenciais. Com a seguinte proposta de intervenção, o número total de pessoas da quadra passaria de 587 habitantes, para 1427 sugerindo um acréscimo de 840 habitantes para a quadra. Com esse aumento populacional a

densidade alcançaria a marca de 556,96 Hab/ha. Tentou-se respeitar a morfologia das quadras, e por isso o gabarito foi de até 16 pavimentos, para que seguir a linguagem do já existente e o térreo de uso misto seria numa base maior que o edifício em si. Além disso, respeitou-se a diretriz de que deveria haver uma área equivalente 3-5% da quadra reservada a espaços públicos, que na quadra seria de 1545,79 m2.

159


SIMULAÇÃO TIPOLOGIA 9

CARACTERIZAÇÃO: DENSIDADE MÉDIA BAIXO GABARITO 0-20% DE OCUPAÇÃO

A tipologia 9 aparece predominantemente na área central do distrito. A ocupação de suas quadras, de acordo com a classificação, está entre 0-20%, apresenta densidades médias e apresenta gabarito baixo, com menos de 5 pavimentos. No entanto, essa tipologia é referente às quadras que possuem as mesmas características que a tipologia 4, mas estão localizadas nas proximidades de um eixo importante de transporte.

UNIDADES: 128 UN 40M2 64 UN 80M2 GABARITO: MÁX DE 9 PAV PESSOAS: DE 92 PARA 540HABITANTES DENSIDADE: DE 101,78 HAB/HA PARA 596,15 HAB/HA

0

160

10

20

30

40

50


Aplicando as diretrizes gerais anteriormente estabelecidas na quadra e considerando que a quadra está num eixo importante de transporte, obteve-se o seguinte resultado. Foram alocadas 128 unidades de 40m2 e 64 unidades de 80m2, em edificações de 9 pavimentos, sendo o térreo de uso misto e os outros 8 residenciais. Com a seguinte proposta de intervenção, o número total de pessoas da quadra passaria de 92 habitantes, para 540 sugerindo um acréscimo de 448 habitantes para a quadra. Com esse aumento populacional, a

densidade passou de 101,78 Hab/ha para 596,15 Hab/ha. Foi determinado que o gabarito máximo seria de 9 pavimentos, apesar de a média do gabarito ser menor que 5 pavimentos, para adensar a quadra foi necessário um gabarito maior. Além disso, respeitou-se a diretriz de que deveria haver uma área equivalente 3-5% da quadra reservada a espaços públicos, que na quadra seria de 441 m2.

161


SIMULAÇÃO TIPOLOGIA 10

CARACTERIZAÇÃO: DENSIDADE MÉDIA ALTO GABARITO 20-40% DE OCUPAÇÃO

A tipologia 10 aparece predominantemente na área sudoeste do distrito. A ocupação de suas quadras, de acordo com a classificação, está entre 20-40%, apresenta densidades médias e apresenta gabarito alto, mais de 10 pavimentos. No entanto, essa tipologia é referente às quadras que possuem as mesmas características que a tipologia 5, mas estão localizadas nas proximidades de um eixo importante de transporte.

UNIDADES: 200 UN 40M2 260 UN 80M2 GABARITO: MÁX DE 11 PAV PESSOAS: DE 258 PARA 1438HABITANTES DENSIDADE: 566,49 HAB/HA

0

162

10

20

30

40

50


Aplicando as diretrizes gerais anteriormente estabelecidas na quadra e considerando que a quadra está num eixo importante de transporte, obteve-se o seguinte resultado. Foram alocadas 200 unidades de 40m2 e 260 unidades de 80m2, em edificações de 11 pavimentos, sendo o térreo de uso misto e os outros 10 residenciais. Com a seguinte proposta de intervenção, o número total de pessoas da quadra passaria de 258 habitantes, para 1438 sugerindo um acréscimo de 1180 habitantes

para a quadra. Com esse aumento populacional, a densidade alcançaria 566,49 Hab/ha. Foi determinado que o gabarito máximo seria de 11 pavimentos. O pavimento térreo de uso misto seria uma base mais alargada, enquanto o a edificação residencial seria menor. Além disso, respeitou-se a diretriz de que deveria haver uma área equivalente 3-5% da quadra reservada a espaços públicos, que na quadra seria de 1538 m2.

163


0

500

PROPOSTA DE ADENSAMENTO 200-300 Hab/Ha 300-400 Hab/Ha 400-500 Hab/Ha 400-500 Hab/Ha - Eixo 500-600 Hab/Ha - Eixo Até 5 pavimentos 5-10 pavimentos Mais que 10 pavimentos

164

1500


PROPOSTA A partir das diretrizes que foram determinadas anteriormente foi simulada para cada tipologia a quantidade de unidades necessárias e gabarito para alcançar o aumento desejado de densidade, dependendo da localização e da morfologia da quadra. Como dito anteriormente, somente as quadras com porcentagem de ocupação menor que 60% foram consideradas para as simulações. Além disso, para cada tipologia foi extraído um exemplar que estivesse localizado nos principais eixos viários do distrito para que fosse feita uma simulação independente, que poderia alcançar gabaritos mais altos e densidades mais altas que em sua tipologia original, já que são áreas que dispõem de infraestrutura de transporte e dessa forma, uma maior quantidade de pessoas poderia usufruir dessa infraestrutura. A partir das propostas desenvolvidas para cada tipologia de quadra, desenvolveu-se o mapa ao lado de proposta final de ocupação do distrito. Nele estão contidas as informações relativas as faixas de densidade e de gabaritos alcançados nas regiões seguindo a proposta desenvolvida para cada tipologia e desdobrando-as para o restante

das quadras com a mesma tipologia. Dessa forma, as áreas em azul seguirão com um gabarito de até 5 pavimentos e com uma densidade entre 200-300 Hab/Ha, continuando o mais baixo do distrito, mas aumentando um pouco em comparação com anteriormente. As áreas em verde escuro, serão de gabarito alto, de acordo com o existente no distrito, e com uma densidade entre 400-500 Hab/Ha. As áreas em roxo são entre 400-500 Hab/Ha também, no entanto, estão localizadas nos eixos viários mais importantes do distrito. O gabarito nas áreas em roxo variam entre até 10 pavimentos e mais que 10 pavimentos, dependendo da região em que estão localizados. As áreas em vermelho são de densidade entre 500-600 Hab/Ha, com gabarito com mais de 10 pavimentos. Essas áreas com maior adensamento, estão localizadas ao longo do eixo da Avenida Giovanni Gronchi, dessa forma, haverá um adensamento nos eixos viários mais importantes do distrito, facilitando o acesso a infraestruturas de transporte.

165


O mapa de proposta geral ao lado é uma síntese de todas as propostas elaboradas para os focos de intervenção determinados para o distrito. Como dito anteriormente, os principais focos foram mobilidade, Paraisópolis, ocupação para os vazios e proposta para um novo modelo de ocupação. Foram destacadas as propostas de ocupação para cada um dos vazios dos distrito e os modelos de vias. Além disso, foram destacadas também as quadras que serão desadensadas pertencentes a Paraisópolis, assim como as densidades e o gabarito proposto pelo modelo de ocupação. A partir desse mapa e do detalhamento feito anteriormente para cada um dos focos de intervenção pode-se entender como as intervenções propostas se relacionam. Os principais focos de adensamento propostos estão localizados nas proximidades dos eixos viários, o mesmo vale para os equipamentos propostos, que se encontram próximos das grandes avenidas do distrito. A proposta de um centro esportivo na região central do distrito tem como função a integração

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entre a Paraisópolis e o restante do distrito, com um uso que atrai todos os públicos do distrito. Além disso, por se localizar em uma quadra de grande extensão que funciona como um grande enclave no distrito, acaba funcionando como um ponto de integração do distrito. Foi destacada a proposta de desadensamento feita para a Paraisópolis e também as áreas para onde seria realocada a população. Nessa mesma área em que está sendo proposta as novas áreas de habitação, estão localizados os equipamentos culturais e de educação que foram propostos para o distrito. Para além disso, foram destacados os pontos de intermodalidade criados no distrito, que requerem intervenções específicas para que sejam viabilizadas as propostas. De forma geral, esse mapa sintetiza as propostas do plano de bairro. Mostrando de que forma as propostas se relacionam e após a apresentação de cada um dos focos, torna-se mais clara a relação entre as esferas das propostas.


DESADENSAMENTO PARAISÓPOLIS

CENTRO ESPORTIVO ÁREA: 93.044,23m2 PROPOSTA DE HABITAÇÃO ÁREA: 103.900,29m2 POPULAÇÃO: 14.893 Hab 0

EIXO DE ADENSAMENTO DENSIDADE ENTRE 400600 Hab/Ha

500

1500

MAPA DE PROPOSTA GERAL DENSIDADE: ÁREA DESADENSAMENTO

VAZIOS: ÁREA CONTAMINADA

200-300 Hab/Ha

CENTRO CULTURAL

300-400 Hab/Ha

CENTRO ESPORTIVO

400-500 Hab/Ha

EJA

400-500 Hab/Ha - Eixo

HABITAÇÃO ZEPAM

500-600 Hab/Ha - Eixo GABARITO:

VIAS:

ATÉ 5 PAVIMENTOS

8 FAIXAS

5-10 PAVIMENTOS

4 FAIXAS

MAIS QUE 10 PAVIMENTOS

2 FAIXAS

INTERMODALIDADE:

RUA COMPARTILHADA

PONTOS DE INTERMODALIDADE

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BIBLIOGRAFIA

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