Castanha7º b

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2014

Alunos do 7ยบ B

Castanha

Agrupamento de Escolas de Canas de Senhorim Biblioteca Escolar

Oficina de Escrita Criativa


SE EU FOSSE UMA CASTANHA

Certo dia, estava eu muito bem a dormir no meu ouriço escuro, quente e húmido, quando de repente vi um grande raio de luz. Depois outro e outro e mais outro. Nisto, o meu ouriço abriu-se e eu caí pela árvore abaixo. Tudo aquilo era muito esquisito. Eu, que todos estes anos tinha vivido dentro de um ouriço, agora estava no meio do chão, sem fazer a mínima ideia de como voltar para cima da árvore ou para qualquer outro sítio! Começaram a cair mais castanhas: umas grandes, outras pequenas e outras ainda dentro do seu ouriço. Tentei perguntar-lhes o que se passava, mas todas elas se dirigiram para um campo muito grande cheio de trigo e cevada. Abandonei as minhas irmãs (sim, porque afinal pertencíamos todas à mesma árvore) e dirigi-me para o lado oposto. Passado algum tempo, encontrei uma grande máquina de metal, que mais tarde vim a saber que se chamava “comboio”. Pelos vistos, os humanos usam-nos para percorrer grandes distâncias entre as grandes cidades. Entrei pela janela que estava aberta e ouvi uma voz a dizer para nos prepararmos para a viagem. A mim soou-me bem. Recostei-me na cadeira e aproveitei a viagem.


Passei por cima de um rio, por baixo de uma montanha e entre dois comboios. Para mim, tudo aquilo era mágico, mas para os outros passageiros parecia não ter importância nenhuma. Aproveitei aquela viagem ao máximo! Saí na última paragem e apanhei boleia de um cão castanho e branco, chamado Fluffy, que me levou a passear por toda a cidade do Porto. Tornámo-nos grandes amigos e ele ensinou-me muitas coisas. A partir desse dia, andámos sempre juntos, embora nunca se tenha visto um cão ser amigo de uma castanha. Como o meu sonho sempre foi viajar pelo mundo fora, decidimos que iríamos partir em busca de aventuras. E assim foi. Passados 20 anos, regressámos à cidade do Porto depois de termos percorrido todo o mundo e depois de termos conhecido todas as tradições mundiais. Deixei o meu fiel amigo Fluffy no Porto e apanhei o comboio para Coimbra, a minha terra mãe. E foi esta a história de uma castanha e de um cão chamado Fluffy, que percorreram todo o mundo em busca de histórias maravilhosas!

Ana Sofia Cunha, n.º1


UMA FESTA INTERESSANTE!

Era uma vez uma fada chamada Rosita, que era superdivertida, carinhosa e tinha umas asas fantásticas. Certo dia, uma bruxa resolveu fazer uma festa para comemorar o S. Martinho. Para a festa decidiu convidar todos os seus vizinhos, incluindo a fada. Esta ficou muito surpreendida porque nunca pensou que a bruxa a convidasse, mas resolveu aceitar. No dia seguinte, realizou-se a festa. A Rosita foi com o Sr. Ouriço e a sua filha Castanha. Como a bruxa tinha pedido aos convidados que fossem mascarados, a fada vestiu-se de preto e trocou as suas asas azuis por umas asas brancas, o Sr. Ouriço foi de cor de laranja e a Castanha de bolo. Entretanto, o Monstro Ramalho, o namorado secreto da bruxa, chegou à festa mais cedo do que os restantes convidados e pediu ao segurança que o deixasse entrar para falar com a bruxa. O segurança pediu-lhe o convite, mas ele não tinha. Insistiu, insistiu, mas nada resolveu.


Então, o Monstro Ramalho teve uma ideia: entrar às escondidas pela janela do quarto da bruxa. No momento em que se preparava para entrar, a bruxa viu-o e abriu-lhe a janela. O Monstro entrou, fez-lhe uma bela declaração de amor e pediu-a em casamento. Foi o dia mais feliz para ela. Quando chegaram à sala, onde era a festa, deram a melhor notícia. No final da festa todos os convidados foram para casa felizes da vida. Beatriz Silva, n.º 2


A CASTANHA QUE FOI COZINHADA

muito, muito tempo, havia uma acastanha que vivia no 6.º andar de

em castanheiro, dentro de um ouriço com a sua família: o pai, a mãe, os três irmãos e as três irmãs. Eram todos muito felizes. Porém, num dia muito chuvoso e ventoso com trovoada muito intensa, a casa da castanha, aos poucos e poucos desprendeu-se do castanheiro. Depois de caírem com grande estrondo no chão, a castanha e a sua família abrigaram-se na toca do monstro (era assim chamavam ao cão que habitava na casota), onde esperaram que a tempestade parasse. Quando esta passou, as castanhas foram atacadas pelo monstro. Desataram a correr sem saber o que fazer, até que caíram dentro de um buraco provocado pela tempestade perto do seu castanheiro. Subitamente, apareceu um homem de capa e botins que começou a recolher as castanhas para dentro de um cesto e as levou para dentro de casa. Dentro de casa, o homem colocou-as em cima de uma mesa que estava cheia de doces, aperitivos e vários pratos para um jantar, todos com um excelente aspeto. As castanhas sentiam-se assustadas, pois tinham ouvido dizer


que as castanhas que entravam dentro de casa nunca voltavam a sair e ninguém sabia o que lhes acontecia. Depois, apareceu uma mulher. Esta colocou-as num recipiente grande, fez-lhes um corte, cobriu-as com sal e levou-as de seguida ao forno. Lá dentro estava muito quente e, à medida que a temperatura aumentava, as castanhas estalavam aflitas. Entretanto, ouviu-se tocar à campainha. Ouviu-se o ruído de pessoas a entrar, crianças a correr. Uma senhora levava a comida para a sala de jantar. Quando já não havia comida na mesa, nem no fogão, nem no frigorífico, a mesma senhora foi buscar as castanhas ao forno e serviu-as à mesa. Finalmente, as castanhas saíram do forno e vieram para o fresquinho. Quando estavam a ser comidas perceberam porque é que nenhuma castanha tinha saído de casa. Entenderam que estavam numa festa e que elas eram a sobremesa, juntamente com os doces. Beatriz Coimbras, n.º3


A castanha que morreu assada

Há muito, muito tempo, havia uma castanha que vivia no sexto andar de um castanheiro, dentro de um ouriço, com a sua família, pai, mãe, três irmãos e três irmãs, muito felizes. Porém, num dia muito chuvoso e ventoso, com trovoada muito intensa, a casa da castanha, aos poucos e poucos, desprendeu-se do castanheiro. Depois de cair com grande estrondo no chão, a castanha foi abrigar-se na casota do cão. Quando viu aquela castanha andante, o cão deu um grande ronco. A castanha apanhou um susto tão grande que deu um pulo, bateu com a cabeça no teto da casota e foi parar aos pés de um homem. Esse homem andava à busca de castanhas e apanhou-a logo. Levou-a para casa. Quando se preparava para a assar ela gritou muito e chorou. A sua última frase foi “sou muito saborosa”.

Beatriz Falcão, n.º 4


A CASTANHA QUE QUERIA SER UMA PESSOA ESPECIAL

Era uma vez uma castanha que vivia numa aldeia em África. Certo dia, quando andava a passear, avistou ao longe uma casa com muitas luzes. Decidiu aproximar-se e entrou, sentou-se e observou. Era um teatro. Estava a ser representada uma peça com castanhas, de repente, ouviu-se um barulho: pum!... A castanha mais velha caiu do palco e o pior de tudo é que ela era a personagem principal da peça de teatro. As castanhas deram a peça como encerrada. Esperaram uma semana para ver se a castanha que desempenhava o papel principal recuperava, mas esta não ficou totalmente curada. As outras castanhas lembraram-se de pôr um anúncio no jornal a pedir uma atriz que a substituísse. A castanha africana ao ver o anúncio não hesitou e candidatou-se. Para mostrar que merecia o papel, teve de realizar vários testes, os quais superou com facilidade, porque já tinha algumas experiências escolares. Aceitaram-na. Chegou o dia da peça. A castanha estava muito ansiosa. Quando se ouviu a sineta que dava o sinal para elas entrarem em palco, a peça começou. Ela


desempenhava o papel de uma super-heroína que derrotava um monstro, numa batalha de ouriços. Quando a peça acabou, com o monstro derrubado no chão, as castanhas fizeram uma festa em honra de castanha africana. E convidaram-na para fazer outras peças. A

partir

daí,

a

castanha

africana

ficou

a

ser

conhecida

internacionalmente. Catarina Borges, n.º 5 e Francisca Polónio, n.º 8


A CASTANHA QUE QUERIA SER PINTORA

Era

uma vez uma castanha chamada Carlota que vivia no aconchego do

seu ouriço no cume de um enorme castanheiro, situado no alto de uma montanha muito fria e gelada. Chegado o outono, a castanha e as suas amigas saíram do seu ouriço e caíram ao chão. Como o castanheiro estava no cimo da montanha, as castanhas escorregaram pela encosta, separando-se umas das outras. Sozinha, a castanha Carlota seguiu o seu rumo, indo parar a uma aldeia tranquila e muito linda. Como a castanhinha escorregava muito depressa, foi parar dentro de uma das casas dessa aldeia. Aí viu milhares de quadros todos pintados à mão e achou-os maravilhosos. A casa pertencia a um senhor já de idade que estava sentado a pintar. Então, a castanhinha decidiu que também queria ser pintora. Mas como seria possível pintar se não tinha nada para trabalhar? Os dias foram passando e a Carlota foi sempre pensando nesse assunto, ela queria ser pintora mas não sabia como. Passado algumas semanas, o proprietário da casa onde havia pinturas maravilhosas morreu e deixou aquelas obras de arte e a sua casa pequenina


sozinhas, porque ele já não tinha mais família. Então a Carlota, quando soube disso, decidiu ir viver para aquela casa e continuar o trabalho do senhor. E assim foi. Logo que lá chegou, a castanha pegou num pincel, molhou-o em água e em seguida na tinta verde e começou a desenhar belíssimas paisagens, como nunca ninguém tinha desenhado. E a partir desse dia a castanha tornou-se a maior pintora da aldeia e arredores. Para expor os seus quadros, as suas belas artes, abriu um museu chamado “A castanhinha das artes belas”.

Daniela Morais, n.º 6


A CASTANHA ASSUSTADORA

Era

uma vez uma castanha que vivia num ouriço pendurado no cocuruto

dum castanheiro. Certo dia, veio uma rajada de vento muito forte e desprendeu o ouriço. Este caiu em cima da carapaça duma tartaruga. A castanha saltou do ouriço e deu uma cabeçada à tartaruga. Amedrontada, a tartaruga enfiou a cabeça dentro da carapaça para se proteger daquela castanha assustadora. A tartaruga, apesar de ser lenta, foi chamar os seus amigos animais. Chamou esquilos, coelhos, joaninhas e macacos para verem aquela castanha assustadora.

Contudo,

quando

estes

chegaram

ao

local

indicado

não

encontraram nenhuma castanha. Procuraram-na por todo o lado, mas sem sucesso. Os animais começaram a desconfiar da tartaruga. Os amigos da tartaruga foram-se embora chateados porque achavam que a tartaruga lhes estava a mentir. A tartaruga ficou encostada ao tronco do castanheiro e uma castanha pregou-lhe outro enorme susto. A tartaruga nem estava a acreditar no que via! − Como é que não te vimos? − perguntou ansiosamente a tartaruga. A castanha, sem responder, foi para a floresta, muito silenciosamente.


A tartaruga apressou o passo o mais que pôde e foi ter com os seus amigos animais. Novamente, todos chegaram ao local onde estava a castanha e… nada! Os amigos, furiosos e descontentes com a tartaruga, voltaram para o seu habitat. Passado pouco tempo, apareceu uma castanha que assustou outra vez a tartaruga. A pobre coitada estava farta daquele jogo ridículo e por isso perguntoulhe: − Porque é que me estás sempre a assustar? A castanha, não sabendo o que se estava a passar, retorquiu: − Eu só caí do ramo dum castanheiro! Confusa, a tartaruga pensou, pensou… e chegou a uma lógica conclusão: eram três castanhas diferentes, a castanha que lhe bateu na cabeça, a que caiu em silêncio e esta que também caiu. Eram todas diferentes! Pediu mil desculpas à castanha e foi contar todos estes episódios aos seus amigos. Os amigos não acreditaram porque pensaram que era outra mentira. A tartaruga insistiu que estava a ser verdadeira e prometeu-lhes nunca dizer mentiras.


Os animais desculparam-na e deram-lhe um voto de confiança. A tartaruga ainda pensou em mudar de casa, pois ali, debaixo do castanheiro, não podia viver mais! Estava sujeita a derrocadas constantes de castanhas na sua preciosa carapaça. Mas a estação do outono passou e as castanhas deixaram de a aborrecer. Quando a última castanha lhe caiu em cima, a tartaruga apenas se encolheu, não de susto mas de frio! Estava a chegar o inverno! A tartaruga foi-se tornando adulta e compreendeu melhor o meio que a rodeava. Todos os anos, na estação do outono, vivia fantásticas aventuras com as castanhas que caíam do seu castanheiro.

Diogo Barros, n.º 7


A CASTANHA

muito, muito tempo, havia um monstro chamado Viruz que queria

fazer mal a uma família que vivia feliz numa pequena cidade chamada S. Martinho. Viruz era um monstro muito feio. Tinha umas barbas enormes, uns olhos grandes e assustadores, um cabelo de ouriço e um ar feroz. Numa tarde em que estava a chover bastante, Viruz entrou em casa dessa família e assustou toda a gente, gritando alto. A dona da casa estava a assar castanhas na lareira, pois aproximava-se o S. Martinho. De repente, umas delas saltou para a capa de Viruz, este olhou para ela e pegou-lhe. A castanha choramingou e o Monstro ficou admirado a observála. Entretanto, as pessoas daquela casa aproveitaram a distração do monstro e saíram a gritar por socorro. Um dos vizinhos telefonou para a polícia que chegou sem demora.


Os polícias dispararam para o rosto do Viruz e atingiram-no num olho, que derramou um líquido esquisito. O monstro ficou cego e foi preso porque ameaçava aquela família, embora esta não lhe tivesse provocado mal nenhum.

João Fernandes, n.º 10


O ANO NOVO DA CASTANHA Era

uma vez uma menina chamada Lisa que vivia no monte de Silvania

com os seus pais e a sua irmã mais nova, a pequena Lidnay. Num dia de inverno, enquanto o vento furioso soprava com toda a sua força e caíam pequenos flocos de neve, a família estava reunida na sala de estar. − Papá, hoje queria ir ao parque brincar, mas com este tempo já não posso! − disse Lidnay. − Vais amanhã, Lidnay, agora deixa o pai trabalhar, ok? − interrompeu Lisa. A pequena Lidnay, desanimada, foi ter com a mãe: − Mãe, quero comer castanhas! − Querida, eu não tenho aqui castanhas, vai pedir à tua irmã que vá contigo ao “Mini Nota”, ok? A Lisa acompanhou a irmã ao minimercado e compraram um saco cheio de castanhas com um aspeto muito apetitoso!


Na vinda para casa, quando iam a atravessar o bosque, não repararam que o saco estava roto e que uma castanha caiu. A castanha, cheia de medo abrigou-se debaixo de uma folha, onde estava um ouriço-cacheiro que a abrigou em sua casa, onde vivia com a sua família. A sua casa era quente e confortável, mas o que a castanha queria mesmo era estar com a sua família. No dia seguinte, o ouriço fez uma festa para festejar o Ano Novo e convidou todos os outros animais do bosque e as fadas boas. À hora prevista, chegaram animais de todo o bosque vestidos a rigor e as fadas boas com os seus vestidos lindos e cintilantes. A festa começou. Estava tudo a correr às mil maravilhas, quando finalmente bateram as doze badaladas e uma bruxa má apareceu! Ela vinha roubar a capa vermelha cintilante da fada Brilho, pois essa capa tinha todos os poderes no dia de Ano Novo. Muito cautelosa, aproximou-se da fada Brilho e tentou roubar-lhe a sua capa, mas as outras fadas e a castanha vieram em seu auxílio. Elas lutaram e as fadas venceram graças à ajuda da castanha.


Como forma de agradecimento, a fada Brilho perguntou à castanha qual era o seu maior desejo para o Ano Novo. A castanha corou, aproximou-se da fada e sussurrou-lhe ao ouvido qualquer coisa. Finalmente, com a ajuda da fada Brilho, o desejo da castanha realizou-se. Quando deu por si, estava em casa de Lidnay, fazendo parte de uma bela decoração de natal, com os seus irmãos e os seus pais. Maria Rodrigues, n.º 11


A CASTANHA DOS SETE OFÍCIOS

Vou contar-vos uma história muito peculiar. Essa história relata a vida de uma castanha de seu nome Palmira que era conhecida em toda a Floresta como a castanha dos sete ofícios, pois em cada dia da semana a castanha Palmira assumia um ofício diferente. À segunda-feira, a castanha Palmira era pintora. Durante todo o dia pintava quadros lindíssimos, dignos de se ver. Na Floresta todos admiravam o seu talento para a pintura. A Palmira fechava-se no seu ateliê e através do pincel descrevia movimentos suaves e cuidadosos sobre a mera tela tão pequena para a qualidade da pintura nela gravada. Tal foi o sucesso que a castanha começou a vender alguns quadros e a abrir dezenas de ateliês em vários pontos da Floresta Central em pleno coração da cidade do Porto. À terça-feira, a Palmira dedicava-se de corpo e alma ao Futebol Clube do Porto (FCP), visto que era a portista mais ferrenha que alguma vez habitou a Floresta. Desde muito cedo que a castanha Palmira era portista e, por isso, formou a claque mais ruidosa e fiel ao FCP da Floresta. Aliás, a castanha possuía um ouriço no seu castanheiro, que abria as suas portas todas as terças-feiras, no


qual se reuniam e conviviam todas as castanhas portistas da zona. Esse ouriço tinha dois pisos, sendo o 1.º destinado ao convívio e visionamento dos jogos do Porto e o 2.º destinado ao armazenamento dos troféus e autógrafos dos jogadores. A Palmira por vezes ia ver os jogos do Porto ao Estádio do Dragão, escondida no bolso do casaco de um fervoroso adepto portista. À quarta-feira, a Palmira vestia a pele de pirata, navegando pelos sete mares em busca dos mais fantásticos tesouros. Logo de manhãzinha, recrutava a tripulação mais pitoresca alguma vez vista. Entre esquilos, ratos, lebres, abelhas e pássaros, a castanha Palmira formava a sua tripulação. Depois destas burocracias, a castanha zarpava viagem a bordo do “Castanha Assada” para mares desconhecidos. Porém, no final do dia, regressavam sem nada descoberto, mas com o orgulho intacto, orgulho esse que nunca os fazia desistir de explorar novos mares. À quinta-feira, a castanha Palmira tornava-se psicóloga, dando apoio psicológico a todos os habitantes da Floresta, no seu consultório que ficava situado no ouriço mais alto do castanheiro. Esta era uma das facetas mais engraçada desta multifacetada castanha, pois ela tinha muita paciência para “aturar” as futilidades de todos os bichos. Problemas como as birras dos patinhos do lago, a agressividade do Pombo Tombo, a bisbilhotice da andorinha


Maria e a cleptomania do Rouxinol Tavares eram alguns dos casos tratados e resolvidos pela Palmira. À sexta-feira, a Palmira escrevia lindos e clamorosos sonetos vestindo a pele de poetisa. Nesses sonetos magníficos, Palmira falava da Natureza, da vida, do amor e até do impossível. Escrevia os sonetos duma forma ponderada, subtil, que enchia de emoção e de lágrimas todos os habitantes da Floresta. Ao Sábado, a castanha Palmira era pianista, compondo e tocando as mais célebres e magníficas melodias. Quando tocava, tudo na Floresta parava para a ouvir. A castanha organizava também concertos e festas nas quais tocava e encantava, recebendo dinheiro por isso. Mas ela tocava por prazer e não por dinheiro. E quando assim é tudo corre melhor. Ao Domingo, a castanha dedicava-se ao ofício de Presidente da Floresta, defendendo a Floresta de uma forma cordial e diplomática das ameaças do exterior. Neste dia, a castanha ficava fechada no ouriço que servia de Residência Oficial do Presidente e em colaboração com os seus assistentes Gato Preto e Esquilo Pateta resolvia os problemas da Floresta e preparava o seu discurso semanal apresentado aos bichos através do altifalante da Floresta e em tempos de crise pessoalmente no ouriço mais baixo do Castanheiro Principal.


A versรกtil castanha Palmira leva uma vida atribulada mas feliz, porque faz o que realmente gosta.

Miguel Ambrรณsio, n.ยบ12


A CASTANHA SALVA O DIA DE SÃO MARTINHO

Era

uma vez uma castanha chamada Filomena, mais conhecida por

"Mena". A castanha Filomena era loira, tinha olhos azuis, a pele morena e uma boca grande e larga, mas falava pouco. Era tímida, corajosa e solitária. Um dia, as suas irmãs foram a uma festa que se realizou no bosque. Ela não pôde ir porque não tinha idade suficiente. Entretanto, no bosque onde se realizava a festa, apareceu um monstro conhecido por Sol Malvado. De repente, a castanha, que já dormia no seu ouriço-cama, acordou sobressaltada com a sirene que a alertou para o que se passava no bosque. Então, vestiu a sua capa vermelha que dizia "CM" a cor dourada, que significava Castanha Mena, e dirigiu-se rapidamente para o local onde estava o monstro e disse: Tu vais sair daqui sem dentes e a miar como um gato. Isso era o que tu querias, só por cima do meu cadáver

ameaçou o

monstro. Eles começaram a lutar. Passados dez segundos ou nem isso, a castanha


acabou por derrotar o monstro, partindo-lhe os dentes. Este acabou por fugir a miar. A castanha tirou a capa e as irmãs ficaram-lhe agradecidas e prometeram que passariam levá-la às festas.

Sérgio Figueira, n.º 13 e Simão Marques, n.º 14


A CASTANHA

muito, muito tempo, havia um castanheiro muito grande com uma

casca grossa, velha, com ouriços grandes e castanhas enormes. Quando estava muito sol, toda a povoação ia para debaixo do castanheiro. No outono, logo que os ouriços começaram a cair, os agricultores apanharam-nos e meteram-nos numas caixas que levaram para o mercado, onde seriam vendidos Uma senhora comprou uma caixa de ouriços. Quando estava abrir um, deparou-se com grandes castanhas, mas no fundo estava uma castanha muito pequena. Então, a senhora pegou nela e atirou-a pela janela fora. Esta embateu no castanheiro grande e ficou na terra. Um menino que andava a brincar por ali viu-a e enterrou-a melhor. Depois, deitou-lhe água e deu-lhe uma capa para a aquecer. Passado um ano, a castanha transformou-se num pequeno e belo castanheiro. Para comemorar o nascimento de um novo castanheiro, fez-se uma grande festa.


ร por isso que todos os anos, no outono, se comemora o Dia da Castanha. Lucas Nisa, n.ยบ 15


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