Boletim das BE do AEGHD

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FONTES UTILIZADAS: PORTAL DA LÍNGUA PORTUGUESA [EM LINHA]. LISBOA: INSTITUTO DE LINGUÍSTICA TEÓRICA E COMPUTACIONAL, [2009]. [CONSULT. 2011-07-06]. DISPONÍVEL NA WWW: <URL: HTTP://WWW.PORTALDALINGUAPORTUGUESA.ORG/>. ACORDO ORTOGRÁFICO [EM LINHA]. COVILHÃ: BIBLIOTECA DA ESCOLA SECUNDÁRIA QUINTA DAS PALMEIRAS, [2011]. [CONSULT. 2011-07-06]. DISPONÍVEL NA WWW: <URL: HTTP://PT.SCRIBD.COM/DOC/50940445/ACORDO-ORTOGRAFICO/>.

Este boletim da Biblioteca/Centro de Recursos da Escola Secundária/3 José Cardoso Pires e da Biblioteca/Centro de Recuros da Escola Básica 2,3 General Humberto Delgado, Agrupamento de Escolas General Humberto Delgado com sede na Escola Secundária/3 José Cardoso Pires, tem o número 90, sendo datado de Setembro de 2011. Foi realizado pelo professor João Carlos Costa, tendo sido efectuadas 80 cópias. Professor Bibliotecário: professor João Carlos Costa Equipas das bibliotecas EBGHD e ESJCP 2011/2012: professoras Ana Paulina Pascoal (ESJCP), Ana Ribeiro (ESJCP), Clementina Marques (EBGHD), Isabel Oliveira (EBGHD), José Ferreira (EBGHD), Maria do Carmo Costa (ESJCP) Tema: O Acordo Ortográfico Página Internet da BE/CRE em:

http://bibesjcp.no.sapo.pt Blogue da BE/CRE em:

http://becre-esjcp.blogspot.com Catálogo online:

http://loures.bibliotecasescolares.net

09 2011 Boletim 90 Agrupamento de Escolas GHD


Norma lusoafricana académico, biénio, efémero, gémeo, género, génese, oxigénio Norma brasileira Palavras esdrúxulas (proparoxítonas) acadêmico, biênio, efêmero, gêmeo, Encontramos também divergências gênero, gênese, oxigênio de timbre nas palavras esdrúxulas que têm vogais tónicas e e o, seguidas Norma lusoafricana das consoantes nasais m e n, uma vez agronómico, barómetro, cómico, crónico, que em Portugal essas vogais são homónimo, matrimónio abertas e em grande parte do Brasil Norma brasileira são de timbre fechado. São legítimas agronômico, barômetro, cômico, crônico, as duas variantes. homônimo, matrimônio

Emprego de acento agudo ou de acento circunflexo no universo da língua portuguesa

Palavras graves (paroxítonas)

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Norma lusoafricana fémur, Fénix, ténis, Vénus, xénon Norma brasileira fêmur, Fênix, tênis, Vênus, xênon Norma lusoafricana abdómen, Adónis, bónus, ónix, ónus, pónei Norma brasileira abdômen, Adônis, bônus, ônix, ônus, pônei

Palavras agudas (oxítonas)

Vogal o final com variação de sílaba tónica

Norma lusoafricana caraté, bebé, croché, matiné, puré, cocó, ró Norma brasileira caratê, bebê, crochê, matinê, puré, cocô, rô Norma lusoafricana judo, metro Norma brasileira judô, metrô

O ACORDO ORTOGRÁFICO Este boletim destina-se a identificar e descrever as regras de escrita que mudam com o Acordo Ortográfico de 1990 face ao Acordo de 1945, vigente em Portugal, PALOP e Timor, e face ao Formulário Ortográfico de 1943, em uso no Brasil. A 13 de maio de 2009 foi efetuado o depósito legal do Instrumento de Ratificação do Acordo Ortográfico de 1990, tendo nessa data entrado em vigor em Portugal o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (AO), que também já tido sido implementado noutros países de língua oficial portuguesa. O texto do AO, sendo um documento legislativo, suscita ao leitor muitas dúvidas. Para além de conter omissões ou contradições internas, nem sempre os exemplos fornecidos esclarecem quem se dedicar a lê-lo. Com a finalidade de proporcionar ao cidadão português alguns esclarecimentos sobre a aplicação do AO, e ao mesmo tempo dar alguns exemplos mais claros das alterações que foram introduzidas, foi criado o projecto Vocabulário Ortográfico do

O A C O R D O E O V O C A B U L Á R I O D A L Í N G UA P O R T U G U E S A

Outras particularidades (continuação)

Português (VOP), tendo sido submetido ao Fundo da Língua Portuguesa, orgão que reúne seis ministérios (Ministério dos Negócios Estrangeiros, que lhe preside, e Ministérios das Finanças, da Cultura, da Educação, da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, e dos Assuntos Parlamentares), e que é gerido pelo Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento (IPAD). O VOP, na sua primeira edição, é composto por 211 000, para além de um Vocabulário Onomástico e versões atualizadas do Dicionário de Gentílicos e Topónimos e do Dicionário de Estrangeirismos, estando prevista a sua ampliação em futuras edições. Foi criado um portal, intitulado Portal da Língua Portuguesa, que pode ser visitado em: http://www.portaldalinguaportuguesa.org/ Existe ainda um conversor de textos que suporta diversos formatos, chamado Lince, que pode também ser descarregado gratuitamente e instalado nos computadores pessoais: http://www.portaldalinguaportuguesa.org/in dex.php?action=lince

Texto parcialmente retirado da Introdução existente no Portal da Língua Portuguesa

Vamos agora identificar e exemplificar as principais mudanças na ortografia da língua portuguesa, baseando-nos nas indicações do Portal, na esperança de esclarecer as dúvidas que poderão surgir. O alfabeto As letras k (cápa ou cá), w (dáblio) e y (ípsilon), que até agora não eram consideradas parte do alfabeto do português, são agora nele incluídas. No entanto, o uso destas letras não

sofre qualquer mudança, continuando a usar-se apenas em palavras com origem noutras línguas e nas palavras que delas derivam.

Exemplos:

darwinismo kantiano windsurfista washingtoniano yoga

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Maiúsculas e minúsculas Passam a escrever-se obrigatoriamente com minúscula: os meses do ano, as estações do ano, os pontos cardeais e colaterais e as designações para se nomear alguém que se desconhece ou se prefere evitar, e ainda os axiónimos ou formas de tratamento (senhor doutor Manuel Silva). Passa a ser opcional o uso da letra maiúscula em formas de tratamento (professor ou Professor), e logradouros públicos (avenida da Liberdade ou Avenida da Liberdade), nas disciplinas escolares (Português ou português, Matemática ou matemática), as palavras usadas "reverencialmente ou hierarquicamente" (vossa excelência, digníssimo senhor doutor) e, nos títulos dos livros, os vocábulos a seguir aos primeiros, excepto se se tratar de nomes próprios.

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Escrevem-se com maiúscula os pontos cardeais ou equivalentes quando "empregados absolutamente" - o Sul (por "região sul do país"), o Oriente (por "oriente asiático").

Outras particularidades Exemplos com letra inicial minúscula: janeiro, maio, setembro primavera, verão, outono, inverno norte, oeste, nordeste, sueste fulano, sicrano, beltrano

Mesmo nos casos em que o segundo elemento da palavra prefixada começa por r ou s deixa de se usar hífen, duplicando-se antes essa letra: antirrevolucionar e não anti-revolucionar, contrassenha e não contra-senha. No entanto, continuam a existir alguns casos em que o hífen é usado em palavras prefixadas: quando a palavra prefixada começa por h (antiherói) e quando a última letra do prefixo é igual

Coexistência de duas grafias, devido à variação de pronúncia nas duas normas cultas.

Noutros casos, verifica-se uma oscilação entre a norma culta lusoafricana e a norma culta brasileira. Ou seja, existem palavras em que se pronuncia a consoante conforme a norma.

Norma lusoafricana facto, contactar, olfacto Norma brasileira fato, contatar, olfato,

Exemplos de opção entre letra inicial maiúscula ou minúscula: Geografia ou geografia Vossa Excelência ou vossa excelência As pupilas do senhor reitor ou As Pupilas do Senhor Reitor Rua do Ouro ou rua do Ouro, Mudeu da Água ou museu da Água

Regras do uso do hífen De modo geral, em grande parte das situações deixa de se usar hífen em palavras prefixadas. Por exemplo, passa a escrever-se codependente e contraindicação em vez de co-dependente e contra-indicação.

O Novo Acordo prevê que nas palavras que apresentam variação entre a prolação e o emudecimento, se registe essa variação com dupla grafia.

Exemplos há-de -> há de hás-de -> hás de hão-de -> hão de hei-de -> hei de mandachuva -> mandachuva pára-quedas -> paraquedas anti-rugas -> antirrugas mega-concerto -> megaconcerto mini-saia -> minissaia socio-económico -> socioeconómico

Exemplos: característica/caraterística dáctilo/dátilo dactilografia/datilografia infecção/infeção intersecção/interseção sector/setor

Norma lusoafricana conceção, contraceção, contracetivo, corrupção, deceção, receção… Norma brasileira concepção, contracepção, contracepção, corrução, decepção, recepção Norma lusoafricana súbdito, subtil, amígdala, amnistina, indemnizar, aritmética… Norma brasileira súbdito ou súdito, subtil ou sutil, amígdala ou amídala, amnistia ou anistia, indenizar, aritmética ou arimética.

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Consoantes mudas (continuação) colectivo -> coletivo directo -> direto director -> diretor electricidade - > eletricidade insecto -> inseto objecto -> objeto projecto -> projeto Exemplos que não mudam: bactéria compacto convicto facto intelectual néctar olfacto pacto

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pç - > ç Exemplos que mudam: acepção -> aceção adopção -> adoção decepção -> deceção excepção -> exceção intercepção -> interceção recepção - > receção

Exemplos que não mudam: corrupção erupção interrupção opção

pc - > c Exemplos que mudam: anticoncepcional -> anticoncecional decepcionante -> dececionante excepcional -> excecional recepcionista -> rececionista Exemplos que não mudam: egípcio núpcias opcional

pt - > t Exemplos que mudam: adoptar -> adotar baptizar -> batizar contraceptivo -> contracetivo Egipto -> Egito óptimo -> ótimo susceptível - > suscetível Exemplos que não mudam: adepto apto eucalipto inepto rapto

à primeira letra da palavra prefixada (mantémse contra-ataque, por exemplo). Há ainda alguns prefixos que levam sempre hífen: ex- (com sentido de anterioridade), e prefixos graficamente acentuados como pré- e pró-.

ultra-ligeiro -> ultraligeiro auto-estrada -> autoestrada extra-escolar -> extraescolar intra-ósseo -> intraósseo

co-adiministração -> coadministração Mantêm o hífen, portanto, os nomes composco-ocorrência -> coocorrência tos que designem espécies zoológicas e botânico-produtor -> coprodutor cas ou que sejam gentílicos derivados de hiper-mercado -> hipermercado topónimos compostos: bico-de-papagaio (flor), cabeça-de-prego (inseto). não-alinhado -> não alinhado não-fumador -> não fumador O uso do hífen mantém-se também nas palavras formadas com os prefixos circum- e cor-de-vinho -> cor de vinho pan- quando o segundo elemento começa por fim-de-semana -> h, m ou n: circum-navegação, pan-americano. fim de semana O hífen mantém-se nas palavras formadas com adição de prefixos ou falsos prefixos termina(Excepções: dos em consoante quando o elemento cor-de-rosa, faz-de-conta) seguinte começa por uma consoante igual ou terminados em vogal quando o elemento seguinte começa com a mesma vogal: hiper-realista, super-resistente, anti-ibérico, micro-ondas. O mesmo acontece em palavras compostas por justaposição que não contêm formas de ligação e cujos constituintes mantêm a autonomia fonética e acento: anoluz, azul-escuro, guarda-chuva, segunda-feira. Em todos os outros casos, as palavras prefixadas não são divididas por hífen. As locuções deixam de ser escritas com hífen: fim de semana e não fim-de-semana; cor de vinho e não cor-de-vinho. Do mesmo modo, devem ser escritas sem hífen sequências constituídas pelos advérbios não ou quase e outra palavra: não alinhado, não fumador, quase dito. Passa a ser obrigatório (anteriormente opcional) repetir o hífen na linha seguinte nos casos em que a translineação se faz onde exista já um hífen: anti-/-incêndio. As formas monossilábicas de haver deixam ser ligadas por hífen à preposição de: há de e não há-de.

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Acentos gráficos

Consoantes mudas

Exemplos Os ditongos tónicos na penúltima sílaba deixam de ser jóia -> joia marcados com acento gráfico. paranóico -> paranoico idéia (no Brasil) -> ideia asteróide -> asteroide bóia -> boia

O Acordo Ortográfico elimina as consoantes mudas não articuladas, mantendo-se todas as consoantes articuladas, ou seja, as que são pronunciadas.

Deixam igualmente de ser acentuadas as formas verbais terminadas em -eem.

Perdem também a acentuação gráfica as formas dos verbos arguir e redarguir.

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vêem -> veem crêem -> creem lêem -> leem revêem-> reveem argúis-> arguis argúem-> arguem redargúi -> redargui

Deixam de ser acentuadas graficamente as palavras pára (forma do verbo homógrafas de palavras com vogal tónica aberta ou parar) -> para fechada. péla (forma do verbo pelar) -> pela pêlo (nome) -> pelo pêra (nome) -> pera Também desaparecem os acentos gráficos nas vogais baiúca -> baiuca tónicas i e u quando são antecedidas de um ditongo. saiínha -> saiinha Passa a ser facultativo o uso do acento gráfico, desde que se siga sempre a mesma regra num texto: - nas formas verbais terminadas em -ámos (pretérito andámos ou andámos perfeito do indicativo dos verbos da primeira conju- falámos ou falamos gação) passámos ou passamos - na forma do verbo dar (presente do conjuntivo)

dêmos ou demos

- no nome feminino fôrma

fôrma ou forma

Nota: mantém-se o acento gráfico em pôde (3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo de poder) e na forma verbal pôr (infinito do verbo pôr).

Há, portanto, vocábulos com as mesmas sequências consonânticas cuja ortografia muda e outros cuja ortografia não muda.

cc - > c Exemplos que mudam: accionar -> acionar coleccionar -> colecionar direccional -> direcional fraccionar -> fracionar leccionar - > lecionar seleccionar - > selecionar Exemplos que não mudam: faccioso ficcional friccionar

cç - > c Exemplos que mudam: acção -> ação colecção -> coleção direcção -> direção fracção -> fração injecção - > injeção selecção -> seleção Exemplos que não mudam: convicção ficção sucção

ct - > t Exemplos que mudam: actual -> atual adjectivo -> adjetivo anoréctico -> anorético aspecto -> aspeto

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