Me disseram, uma vez, que a infância é a melhor época da vida. Parece ser senso comum que a inocência, a despreocupação e as brincadeiras dos dias de criança se misturam numa combinação lúdica, quase mágica, e, talvez por saudosismo, as pessoas acreditam que a felicidade mora ali. Mas a gente cresce, inevitavelmente, e a medida que as responsabilidades da vida adulta recaem, pouco a pouco, sobre os nossos ombros, os devaneios e a imaginação de criança evaporam para dar lugar à realidade desse mundo sem lei. Mas será que não seria injusto gastarmos o que a vida tem de melhor pra nos oferecer num tempo tão precoce, e que os nossos dias mais felizes ficassem presos numa memória tão distante? Acho, e pode parecer loucura, que os novos desafios que nos são impostos, e a maneira mais responsável - mais severa, admito - com a qual passamos a encará-los configuram uma perspectiva diferente de felicidade. Crescemos para olhar para o mundo como ele exige ser olhado: com respeito. E o segredo é encontrar a delícia dessa nova realidade. A vida adulta, ao passo que nos usurpa da alegria desprendida da infância, impõe novos paradigmas, novas ideias. E novos problemas. Mas traz consigo novos prazeres. Me disseram que a infância é a melhor época da vida. Mentira. A melhor época da vida é hoje.
Antes mesmo de entrarmos na faculdade, já tinhamos a expectativa, por muitos anunciada, dos melhores e mais felizes anos de nossas vidas. Realmente, foi na faculdade que conseguimos nos conhecer melhor, que vivenciamos experiências únicas, que adquirimos todo o tipo de conhecimento e vimos o mundo se abrir para nós. Foi na faculdade que crescemos: deixamos de ser estudantes e nos tornamos profissionais. Mais do que tudo isso, foi na faculdade que construímos grandes amizades, que levaremos para a vida inteira. Em determinados momentos, sem dúvida, desejamos que esses anos maravilhosos acabassem logo, sejam pelos trabalhos e provas finais, pelas intermináveis eletivas ou para finalmente ficarmos livres dos TCCs. Mas agora que estamos aqui, tão perto de virar essa página, nos resta ansiar como
será o nosso futuro e sentir saudade dos vários momentos vividos ao longo desses quatro anos. E a saudade não será pouca, seja pelos encontros nos bares, pelas festas, pelas conversas no hall do terceiro andar, pelos almoços em bando, pelos encontros no CEU, pelas disputas no McLuhan e na Taça Vera França, pelas piadas internas, pelos apelidos, mas principalmente pela convivência diária com aqueles que, em algum momento, deixaram de ser apenas nossos colegas e se tornaram nossos amigos. A todos eles: os mais próximos, os mais distantes, os de estudo ou os de buteco, agradecemos o companherismo, o carinho, a paciência, as boas gargalhadas e a amizade. Muito obrigado por terem entrado em nossas vidas. Ainda nos veremos muito por aí!
Transmitir conhecimento é fácil para aqueles que têm confiança e amam a profissão, dedicando a ela grande parte de suas vidas. Mestres, agora somos frutos de seus conhecimentos, estes que foram passados ao longo de intermináveis períodos, árduos, mas proveitosos. Vocês, mestres, são âncora do nosso saber, norte que nos conduz ao aprendizado e nos direciona ao caminho do conhecimento. Tudo isso se resumiria em uma simples frase de Isaac Newton, “Se conseguimos ver mais longe hoje, foi por estar de pé sobre ombros de gigantes”. Com vocês nós aprendemos como devemos ser um bom comunicólogo. Nossa homenagem e a nossa gratidão aos nossos mestres.
Astronauta, modelo, atleta, pirata, cientista, piloto, chef e artista. Quando eu crescer eu quero ser grande! Àqueles que ouviram isso por anos, sempre com um sorriso entusiasmado no rosto: acreditem, deu tudo certo, exatamente como vocês sempre disseram. É impressionante como vocês sempre sabem tudo! O bonito de ser pai e mãe é que o primeiro presente que eles dão pra gente é a luz. Então obrigado aos seus auxiliares, a Cegonha, o Papai Noel e o Coelho da Páscoa, que junto ao papai e à mamãe me ajudaram a sonhar. Hoje eu e meus colegas estamos aqui por isso. Estudamos a vida inteira em escolas e livros, e hoje saímos da faculdade como adultos profissionais. Isso, por mais estranho que soe, não nos faz menos crianças aos olhos daqueles que nos ensinaram a falar. Após a vida de estudos, o que vale mesmo é olhar pra trás e ver que aquela prova não foi a mais difícil e que aquele professor não foi o mais severo: difícil foi aprender a comer de garfo e faca, a escovar os dentes, dormir com a luz apagada e ir ao banheiro sozinho.
Obrigado mãe, obrigado pai, hoje sei andar e correr, e se eu quiser eu posso andar na Lua como astronauta, e como atleta posso vencer o desafio que precisar. Obrigado por terem me feito grande, o maior de todos, por me darem tamanho enquanto me davam limites. Pelo abraço, pelas palavras, pelo colo, pelos castigos. Por fazer da vida um eterno brinquedo. Pelo exemplo. Por todas as virtudes e valores. Amizade, palavra, respeito, caráter, bondade, alegria, amor e outras coisas bonitas que acredito que não deixarão de existir. Mas agora, especialmente, gratidão. A luz que vocês sempre me deram me ajudou a alcançar mais este sonho. Que, enfim, eu e minha turma possamos humildemente retribuir isso tudo. A vocês que tiveram o papel de ensinar a ser humano, ser gente antes de ser gente grande. A vocês que ensinaram que pimenta arde e verdura faz bem, vocês que acreditaram e galgaram cada degrau conosco durante toda a vida, o mais sincero, profundo e eterno Obrigado!
Todos adoramos ganhar presentes. Quem não se encanta diante de uma caixa embrulhada, carregada de surpresas e expectativas? Presentes são mágicos, abrem portas, aproximam as pessoas e fazem nossos olhos brilharem. Quando ganhamos presentes, nossos corações se enchem de gratidão e amor. Presentes podem significar diversas coisas. Dádivas, oferendas, coisas que existem, que permanecem. Contudo, há uma palavra que permeia todo o significado da palavra presente: “ser”. Seja o que for, presente sempre é. Assim como nossos sentimentos são. Sentimentos são sempre “presentes”. Durante nossa existência, somos convidados a expandir nossos horizontes e buscar “presentes” em nossas vidas. Presentes que não vem embrulhados, com laços ou qualquer enfeite que “encha os olhos”. São presentes diários, momentos de encantamento e magia, escondidos sob os mistérios da vida. São presentes que só existem graças aqueles que amamos. Mais do que isso; esses presentes são as pessoas que amamos. Em certos momentos de nossas vidas, esses sentimentos e pessoas se vão e o presente não chega como prometido. Aquilo que amamos deixa de ser presente na terra, para ser presente no céu. Eles se vão, e nos
deixam querendo mais, querendo que sejam “presentes”, que estejam “presentes”, e que assim, se tornem presença. Nesses momentos, o mistério de nossa existência se revela delicadamente diante de nós: somos capazes de perceber toda a beleza que nos rodeia. A ausência nos fortalece, a distância nos aproxima, o silêncio nos conforta e a morte nos faz renascer. Em momentos como esses, a ausência daqueles que amamos se torna encantamento diante de nós, pois mais do que um presente, ela se torna presença. Presença que se transforma em amor, compaixão, coragem, fé, e principalmente inspiração, para que possamos continuar nossa jornada constantemente iluminados por aqueles que foram os presentes mais bonitos de nossas vidas: pessoas, momentos e sentimentos. Esta é uma pequena homenagem aos pais ausentes e todos aqueles que amamos, e que, mesmo não estando presentes, são os mais verdadeiros e singelos presentes de nossas vidas. Que possamos relembrá-los nessa noite e que sejamos preenchidos de gratidão para que possamos continuar nossas jornadas inspirados por todos aqueles que passaram por nossas vidas, mas que hoje só podem estar presentes dentro de nossos corações.