História da Fotografia de Moda

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História da Fotografia de Moda O início da fotografia clássica se dá junto ao nascimento da Fotografia de Moda, em 1914 e segue até os anos 50. Esse período se caracteriza por um contexto social onde a mulher é coadjuvante em uma sociedade burguesa e masculina. Vários estilos estão inseridos nesse período, como: Pictorialismo, teatralidade, construtivismo, surrealismo, fotojornalismo e a fotografia instantânea ao ar livre. Nesse perído as características que mais se destacam são a composição de imagens em perspectiva real, seguindo o padrão clássico da arte figurativa, e a utilização da postura corporal da modelo para induzir a sensação desejada no espectador. Principais fotógrafos desse período: Baron de Meyer, George Hoyningen Huene, Horst P Horst, Cecil Beaton, Man Ray e Martin Munkacsi.


Adolph de Meyer ou Baron Meyer

(01/09/1868 – 06/01/1949) famoso por seus elegantes retratos fotográficos no início do século 20, muitas das quais representadas celebridades como Mary Pickford, Rita Lydig, Luisa Casati, Billie Burke, Irene Castle, John Barrymore, Lillian Gish, Ruth St. Denis, Rei George V do Reino Unido e a Rainha Mary. Ele também foi o primeiro fotógrafo de moda oficial da revista Vogue americana, qual carg o foi designado a ele em 1913.





George Hoyningen-Huene,

nasceu em São Petersburgo em 1990 e se tornou um dos grandes expoentes da fotografia de moda dos anos 20 e 30. Fugindo da Revolução Russa, ele se mudou primeiro para Londres e depois em 1920 para Paris, onde fez vários contatos com a cena artística local. Ele começou a trabalhar como desenhista de moda, e publicou seu trabalho Harper’s Bazaar e Fairchild's Magazine Em 1925, ele se tornou o fotógrafo-chefe da Vogue francesa. Em 1935, ele se mudou para Nova York e começou a trabalhar quase exclusivamente para a Harper’s Bazaar. Em 1943, ele publicou dois livros de imagens, Hellas e Egito, e logo depois se mudou para Hollywood, onde tornou-se ativo na indústria cinematográfica fotografando celebridades.






Horst P. Horst nasceu Horst Paul Albert Bohrmann em 1906 em Weissenfels, Alemanha. Sua carreira na fotografia come莽ou depois que ele conheceu fot贸grafo George Hoyningen-Huene, e em 1931 ele estava fotografando para a Vogue francesa. Trabalho Horst P. Horst 's foi exibido em museus em Nova York, Londres e Alemanha





Cecil Beaton

nasceu em 1904, em Londres, e faleceu em 1980, em Broadchalk, no condado de Wiltshire em Inglaterra. Celebrizou-se em três grandes áreas: fotografia de moda, fotojornalismo e retrato. Todavia, foi essencialmente nesta última área que Beaton se tornou famoso. A sua primeira exposição, realizada em Londres, foi um sucesso que o levou a assinar um contrato com a revista Vogue, onde trabalhou como fotógrafo de moda até aos anos 50. Na década de 30 realizou em Hollywood uma série de retratos de estrelas de cinema em cenários peculiares, deslocando-as por vezes da aura própria do star system. Nos anos 50 a direção da Vogue rescindiu o contrato com Beaton, levando-o a encetar uma carreira independente e a dedicar-se a uma outra atividade, a criação de cenários para teatro e cinema.





Man

Ray.

Fotógrafo legendário, pintor e fabricante de objetos e filmes. Foi um dos artistas mais versáteis e criativos deste século, um dos principais nomes do movimento de vanguarda da década de 20, responsável por inovações artísticas na fotografia. Estudou engenharia, artes plásticas e arquitetura. Passa a trabalhar como fotógrafo para financiar a pintura e, com a nova atividade, desenvolve a sua arte, a raiografia, ou fotograma. São imagens abstratas, obtidas sem o auxílio da câmera, mas com a exposição à luz de objetos previamente arrumados sobre o papel fotográfico. Produz filmes surrealistas para o cinema, como L''Étoile de Mer (1928), com o auxílio de uma técnica chamada solarização, pela qual inverte parcialmente os tons da fotografia. Para explorar as possibilidades expressivas da fotografia, muda-se para a Califórnia em 1940, onde dá aulas sobre o tema. Seis anos depois, retorna à França. Em 1963 publica a autobiografia Auto-Retrato. Morre em Paris.







Martin Munkacsi

nasceu em Kolozsvar, na Hungria, em 1896. Começou sua carreira na fotografia como fotógrafo desportivo, em sua terra natal. Em 1934 muda-se para Nova Iorque e lá atinge o seu auge, trabalhando na Harper’s Bazaar e na Life. Conhecido por quebrar “regras”, uma vez que tinha como hábito fotografar seus modelos fora de estúdio, contrariando aquilo que era norma na época. Foi responsável por escrever um dos primeiros artigos sobre nudismo. E é em 1963 que ele morre, em completa pobreza.





DE 1950 A 1980 - GLAMOURIZAÇÃO DA MODA A partir da 2ª guerra mundial as mulheres passaram a se inserir na vida social, provocando uma emancipação da mulher que modifica para sempre o vínculo dos papéis sociais femininos com o passado. Uma mudança social deste porte não poderia ser deixada de lado pela fotografia; ela influencia também a figura feminina na representação da fotografia de moda. A mulher deixa de ser um manequim cuja pose representa a condição social que seu marido lhe oferece e passa a representar um ser individual, com personalidade real e profunda. A mulher ness e momento passa a um ser com atitudes pensantes, e é papel da fotografia fazer transparecer isso. Richard Avedon é considerado precursor dessa nova visão da mulher e é o fotógrafo que mais representa essa mudança. O período moderno é composto de momentos diferentes que podem ser distintamente divididos: Temos a época do New Look de Cristian Dior, os fotógrafos da Swinging London, o período da emancipação sexual da mulher, e finalmente a apoteose e completa glamourização do fenômeno da moda dos anos 1980. O padrão clássico da perspectiva é utilizado como meio de conferir tridimensionalidade à imagem. A modelo adquise movimento e é colocada em um mundo real onde pode pensar e agir, passam a ser escolhidas por sua personalidade, fazendo com que o fotógrafo busque a expressão desta personalidade em suas fotografias. A figura da mulher é glamourizada e tornase objetivo principal do fotógrafo enaltecer sua beleza. Fotógrafos deste período são: Richard Avedon, Irvin Penn, David Bailey, Guy Bourdin, Helmut Newton, William Klein, Sara Moon, Herb Ritz, Bruce Weber, Peter Lindberg, Steven Meisel.


Richard Avedon

fotógrafo amador que, aos 19 anos de idade, ingressou na Marinha Mercante americana com a tarefa de tirar fotos de colegas para documentos de identidade morreu aos 81 como o artista que deu tom e dimensão à fotografia contemporânea. Richard Avedon fotografou o ser humano em dimensões nunca antes registradas. Imagens planejadas – o fotógrafo gostava de desenhar as fotos antes de tirá-las – resultavam em ângulos e cortes inéditos. Luzes ajustadas com meticulosidade produziam em estúdio fotos de moda e retratos, nos quais diferentes densidades de branco e preto – Avedon fotografou pouco em cor – revelavam que só a cumplicidade entre ele e o fotografado conseguia fixar expressões íntimas, às vezes cruéis, outras de deslumbrante beleza.






Irving Penn

revolucionou um sem-número de gêneros fotográficos; no entanto, o campo da fotografia de moda é um daqueles em que sua marca foi impressa de forma mais profunda. De fato, é difícil imaginar o que seria da foto de moda contemporânea sem a seminal influência da estética de Penn - criador de uma beleza elegante e simples, mas construída com um rígido formalismo e uma sensibilidade incomum. Embora suas fotos de moda assemelhem-se àquelas criadas pelos olhares aristocráticos de pioneiros como De Meyer ou Huene, dificilmente seria possível encerrá-lo sob a máscara da sofisticação quando o próprio Penn reconhece que chegou à Vogue como uma espécie de selvagem entre uma refinada elite; embora seu formalismo vá contra muitos dos experimentalismos de vanguarda, seus stills com referências ao memento mori - a arte que, lidando com objetos podres ou putrefatos, relembra ao homem sua finitude colocam em questão a própria idéia de vanguarda; embora seu cultivo da pose remeta à foto de moda das décadas de 20 e 30, seu minimalismo e despojamento inserem-no claramente na contemporaneidade que ele mesmo ajudou a criar. As imagens de Penn tipicamente abandonam fundos e efeitos elaborados em nome de uma imagem simples e expressiva, de notável concentração nos modelos ou acessórios fotografados. Penn optou, desde o princípio, por suprimir os elaborados cenários, usando fundos simples e explorando diferentes poses - ou seja: conscientemente optando pelo essencial, o que foi suficiente para um percurso no qual desenvolveu verdadeiras obras-primas. Eis, mais uma vez, a reafirmação de que, na fotografia, o fator determinante é o próprio olhar do fotógrafo - que, no caso de Penn, está na gênese de uma estética inovadora por seu rigor e por sua sensibilidade rara.






David Royston Bailey,

nascido em 1938 em Londres, Inglaterra. Seu amor por história natural o encaminhou para a fotografia. Em 1958 ele estava determinado a construir carreira na fotografia, como não podia ir à faculdade se tornou assistente de David Ollins em seu estúdio. Mais tarde foi chamado para uma entregista com o fotógrafo John French de quem se fornou assistente. No ano seguinte foi contratado como fotógrafo em outro estúdio antes de trabalhar para a Vogue britânica. Sua ascenção na Vogue se deu rapidamente de modo que fotografou mais de 800 páginas editoriais em um ano. Bailey foi responsável pelas fotografias de albuns de artistas como Rolling Stones.








Guy Bourdin

nasceu em 1928 em Paris. Recebeu seu primeiro treinamento com fotografia como cadete na força aérea francesa. Em 1950 retorna a Paris e se torna o protegido de Man Ray. Sua primeira exposição fotográfica é realizada três anos depois sob o pseudônimo de Edwin Hallan. Suas primeiras fotografias de moda foram publicadas na edição de Fevereiro da Vogue Paris em 1955, trabalhou para a revista até 1987. Foi apresentado para o designer de sapatos Charles Jourdan, para quem fotografou campanhas entre 1967 e 1981. Suas imagens continham controvérsia e poder de narrativa, questionavam limites e rompiam espectativas. Morre em 1991.




Sarah Moon é uma fotógrafa francesa nascida em 1941. Se torna fotógrafa a partir de 1970, conhecida por sua campanha publicitária para Cacharel. Sua capacidade de capturar detalhes menos aparentes dos clichês ao criar uma certa cumplicidade com as modelos a distinguem dos fotógrafos homens da fotografia de moda. Trabalhou com Vogue, Chanel e Dior. Dentre suas inspirações pode ser citado Guy Bourdin e o cinema expressionista alemão.





Herbert "Herb" Ritts,

nascido em 1952, foi um fotógrafo americano que se concentrava em fotografia em preto-ebranco e retrados, frequentemente seguindo o estilo clássico de esculturas gregas. Nascido em Los Angeles, se formou em economia e história da arte, seu interesse pela fotografia demorou a surgir. Passou a ser conhecido quando fotografou seu amigo, Richard Gere. Foi responsável pela fotografia de Brooke Shields na capa da edição de 12 de Outubro de 1981 da revista Elle. Em 2002 Ritts morre por complicações de pneumonia.





Bruce Weber,

nasceu em 1946 na Pensilvânia, EUA. É conhecido por suas campanhas para Calvin Klein, Ralph Lauren, Pirelli, Abercrombie & Fitch, Revlon e Versace. Além de seus trabalhos para revistas como Vogue, GQ, Vanity Fair, Elle, Life, Interview e Rolling Stone. Começou sua carreira no fim dos anos 70 na revista GQ; começou a ser conhecido pelo público no fim dos anos 80 por sua campanha para Calvin Klein. Suas fotografias são ocasionalmente coloridas, entretanto, a maioria é em preto-ebrando ou sombras. Weber criou uma marca de roupas em 2003, a "Weverbilt".






DE 1980 até hoje – DESGLAMOURIZAÇÃO DA MODA.

Em 1967 acontece a segunda grande revolução juvenil, quando os jovens se rebelam contra o sistema político e, uma década depois, os jovens de revoltam contra o mundo da imagem. Na fotografia de moda alguns fotógrafos sentem necessidade de se

desvincular

da

extrema

falsidade

da

imagem

da

modelo

comparada com a realidade de vida de muitas delas e, ansiando por uma nova forma de expressão, começam a buscar um novo estilo fotográfico. O primeiro passo foi romper com os paradigmas existentes, as regras e os padrões que ainda são aplicados atualmente. Conceitos como composição, iluminação, atitude do modelo e padrão de beleza são completamente negados. O objetivo da fotografia nessa época é revolta, provocação e choque. Utilizam-se ferramentas técnicas que induzem a sensação de bidimensionalidade, deixam o tom de pele desagradável, sombras nos olhos, posturas corporais deselegantes, expressões faciais sofridas ou até mesmo falta de expressão contrastando com cenários vívidos e surreais ou situações improváveis. Uma das imagens mais famosas pertencente à fotografia pósmoderna é assinada por Juergen Teller e mostra uma modelo famosa nua, com o cabelo ainda despenteado depois de acordar e fumando em um apartamento nada glamouroso. Outras imagens emblemáticas do mesmo fotógrafo mostram um jovem se atirando do topo de um edifício e um terno caro queimando, pendurado em um cabide. Enquanto isso, David Lachapelle apresenta um close de uma mulher fina aparentemente inalando drogas, mas no lugar do pó branco se fazia presente uma carreira de diamantes; e a imagem em


tons caricaturais e cores irreais que mostra um cavalo e um castelo em uma cena medieval. Nessa época também estão inseridos outros estilos como: punk, tecno-surrealismo, heroin chic, sexy-trash. Fotógrafos desta época são Corinne Day, Juergen Teller, David Lachapelle, Terry Richardson, Mario Sorrenti


Peter Lindbergh,

nascido em 1944 na Alemanha. Sempre demonstrou interesse pelas artes mas não foi até 1971 que seu interesse se virou para a fotografia. Em 1978 mudou-se para Paris e passou a trabalhar para a Vogue, depois para The New Yorker, Vanity Fair, Allure e Rolling Stone. A maior parte de seu trabalho é em preto e branco e usa uma linguagem pictorial que se inspira no início do cinema alemão.





Steven Meisel

nasceu em 1954 nos EUA. É conhecido por seu trabalho na Vogue ameridana e italiana e as fotos de Madonna no livro publicado pela cantora em 1992. É considerado um dos mais bem sucedidos fotógrafos de moda. Meisel fotografou campanhas para Versace, Valentino, Dolce & Gabbana, Calvin Klein, Prada e Louis Vuitton, entre outros. Meisel leva crédito por ter descoverto ou promovido algumas modelos como Naomi Campbell, Kristen McMenamy, Lara Stone e outras.





Corinne Day

foi uma fotógrafa britânica nascida em 1965. Foi responsável por algumas das primeiras fotos de Kate Moss para The Face, em 1990. Três anos depois fotografou novamente Kate Moss para sua primeira capa da Vogue. Em 2006 exibiu suas fotografias em uma exposição própria em uma galeria de Londres. Em 2009 foi diagnosticada com um tumor cerebral e faleceu em 2010.






Juergen Teller

é um fotógrafo alemão nascido em 1964. Seu trabalho é marcado pela recusa em separar fotografias comerciais de suas imagens autobiográficas não comissionadas. Utiliza-se de um estilo cru, superexposto, utilizando uma câmera Contax G2 com flash embutido. Seu primeiro trabalho reconhecido foi em 1996, como a capa de uma revista alemã que mostrava a modelo Kristen McMenamy nua com a palavra "Versace" escrita em um coração desenhado em seu peito. A partir de 2004 Teller passou a fazer campanhas para Marc Jacobs. Também realizou grandes colaborações como Yves Saint Laurent e Vivienne Westwood .





David Lachapelle

nasceu em 1963 em Connecticut, EUA. Seu estilo pode ser descrito como surreal, único, sexual e frequentemente utiliza-se do humor. Seu primeiro trabalho como fotógrafo profissional foi oferecido por Andy Warhol para Interview. Também trabalhou para Rolling Stone, Vogue, GQ, Photo e Vanity Fair. Tem atualmente quatro livros publicados com seus trabalhos. Em 1995 Dadid LaChapelle fotografou para Diesel a campanha "kissing sailors", sendo uma das primeiras propagandas mostrando um casal homossexual se beijando.






Terrence (Terry) Richardson,

nascido em 14 de Agosto de 1965 em Nova York. Filho do também fotógrafo de moda, Bob Richardson. Sofreu com esquizofrenia e vício em drogas. Suas fotografias frequentemente apresentam cunho sexual. Produziu várias campanhas premiadas para a Diesel.






Mario Sorrenti

nasceu em Nápoles, Itália, em 1971 mas foi radicado em Nova York. Trabalha como fotógrafo e diretor, conhecido por suas fotografias de modelos nuas em revistas como Vogue e Harper's Bazaar. Teve trabalhos expostos em Londres, Paris, Mônaco e Nova York. Trabalhou em campanhas e comerciais para Calvin Klein, Lancôme, Paco Rabanne e Benetton. Atualmente tem contrato exclusivo com a agência Art Partner.




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