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DESIGNE

O QUE FALTOU À SELEÇÃO BRASILEIRA NOS ESTÁDIOS ALEMÃES NA ÚLTIMA COPA DO MUNDO SOBROU NO CAMPO DO DESIGN GRÁFICO CARIOCA: TALENTO E CRIATIVIDADE. QUATRO DESIGNERS COM PASSAGEM PELA UNIVERCIDADE (TODOS COMO ALUNOS, DOIS TAMBÉM COMO PROFESSORES) – BILLY BACON, BRUNO PORTO, LEONARDO EYER E MARCELO MARTINEZ – ARREGIMENTARAM UMA SELEÇÃO DE CRAQUES DAS ARTES GRÁFICAS DO RIO DE JANEIRO PARA A EXPOSIÇÃO “COPA DO MUNDO EM CARTAZ”, QUE ACONTECEU, DE 15 DE MAIO A 21 DE JUNHO DE 2006, NO SÃO CONRADO FASHION MALL.

Copa do Mundo em Cartaz

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Inicialmente prevista para terminar em 15 de junho, a mostra prosseguiu por mais uma semana a pedido da diretoria do Fashion Mall, diante dos elogios dos clientes e do retorno de mídia. Além disso, a “Copa do Mundo em Cartaz” participou de dois momentos únicos: em 31 de maio, os cartazes foram leiloados com renda destinada a Fundação Gol de Letra, ONG que realiza atividades esportivas e culturais de complementação escolar com crianças e adolescentes de baixa renda; e, no seu Coquetel de Encerramento, contou com uma exclusiva apresentação em primeiríssima mão dos Destaques da 8 a Bienal Brasileira de Design Gráfico – inaugurada em São Paulo, na noite anterior – seguida de um debate com membros da ADG Brasil - Associação dos Designers Gráficos, que apoiou a exposição.

copa do mundo em cartaz

O tema “O Brasil na Copa do Mundo” foi representado em uma ampla gama de linguagens, técnicas e estilos, numa demonstração de como a vasta diversidade das artes gráficas brasileiras é capaz de interpretar a paixão pelo esporte mais popular do mundo. Um renomado time de designers, ilustradores, fotógrafos e artistas gráficos produziu trinta cartazes de 60cm X 90cm, apresentados nestas páginas da Designe. Dentre eles, trabalhos de professores (como Carlos M. Horcades, Marcello Rosauro e Ricardo Leite, pela Crama Design Estratégico) e ex-alunos da UniverCidade (Andrea Batitucci, Batman Zavareze, Eduardo Câmara, Ricardo Cunha Lima, Telio Navega, Yomar Augusto e José Bessa, pela Visorama Diversões Eletrônicas), além de colaboradores frequentes da revista DESIGNE, (como Rafael Rodrigues, da PVDI).

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Designer gráfico com pós-graduação em Gestão Empresarial e Marketing, é autor dos livros “Memórias tipográficas das Larajeiras, Flamengo, Largo do Machado, Catete e adjacências” e “ Porto+Martinez 1996 > 2004”, e colunista do Portal de Design Brasil. Membro da ADG Brasil, da qual foi diretor (2004/2006) e coordenador (2002/2004), e da SIB Sociedade dos Ilustradores do Brasil; professor da UniverCidade desde 1996, coordenou o Núcleo de Ilustração do Instituto de Artes Visuais, e, atualmente, vive em Xangai, China.

( bruno porto

por Bruno Porto

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32bits

Adriano Motta

Andrea Batitucci

Batman Zavareze

Billy Bacon

Bruno Porto


Carlos M. Horcades

Carol Santos

Christiano Calvet

Crama Design EstratĂŠgico

Eduardo Câmara

Fabio Lopez


Ă?caro dos Santos.

Interface Designers

Isabella Perrotta

JosĂŠ Antonio de Oliveira

Leonardo Eyer

Manifesto Design


Marcello Rosauro

Marcelo Martinez

Patricia Chueke e Phil

PVDI

PVDI Rafael Rodrigues

Radiogrรกfico


Renato Faccini

Ricardo Cunha Lima

Studio Creamcrackers

Tecnopop

Telio Navega

Visorama


A obra secreta de Ed Benguiat por Carlos M. Horcades Designer e tipógrafo, sócio e diretor da D2 Design, professor de Tipologia da UniverCidade, diretor do IAV e mestre em Design Gráfico

Todo o mundo conhece o grande Ed Benguiat, talvez o campeão mundial em número de fontes criadas, mais de 600. Ed ficou famoso pelos redesenhos de tantos sucessos, American TTypewriter ypewriter as ypewriter,, Bookman, Helvetica e tantas outr outras as,, e pelos desenhos originais das consagradas Benguiat, Korinna, Edwardian, Benguiat Gothic, Souvenir e muitas mais. Ed Benguiat tr abalhou muito tempo na A TF ype trabalhou ATF TF,, American TType Founders, a maior fornecedora de fontes dos Estados Unidos, ee,, segundo ele me contou, além das belas fontes tão conhecidas e reverenciadas no dia-a-dia, Benguiat, Herb Lubalin, Tom Carnase e outros da equipe da ATF tinham que atender à demanda de novas fontes dentro das tendências mais recentes e com grande apelo comercial. O próprio Ed me confessou que às vezes produzia dois ou três alfabetos em uma semana. “Horrible ones, sometimes”, (algumas vezes, alfabetos horrorosos), segundo o próprio Ed me confidenciou. Depois de muito garimpar garimpar,, consegui descobrir algumas dessas fontes, super comerciais, algumas ótimas, outras nem tanto. Fica o registro histórico. Se Leonardo pintou tantos quadros não tão bons quanto a Mona Lisa, ou construiu tantos inventos que não deram certo, Benguiat não precisava criar só fontes perfeitas e consagradas. Vamos, então, conferir a produção secreta do grande Ed.


4326n Authentic Cond 9

5319n Benguiat Buffalo Ornamental Wide

5533n Benguiat Caslon 9

6081n Benguiat Omni Obl

5948n Calendar Black

5954n Calendar F O*W vol.3 p.417

3800-3n Casandra Interlock

5693n Benguiat Caslon Ultrabold shade Right D vol.3 p.261 10


2314n Benguiat Debbie Exp 6

TT6321n Benguiat Chrisma Contour

5338n Benguiat Cinema

3848n Cleopat Xenotype

5384n Benguiat Congressional Script 5

TT5996n Cenotaph B O*W vol.3 p.416

5417n Benguiat Discotheque Contour B

5472n Benguiat Discotheque 2

5216n Benguiat Ephram Dropshadow D 11


3680n Edwardiam Ornamental

1870n Benguiat Elegance Exp Shaded

5201n Benguiat Ephram Aristalic 6

5722n Benguiat Laurent

TT8303-2n Futura Prisma Shadow D O*W vol.3 p.397

2313n Benguiat Debutante Exp 6

8345n Bauhaus Geometric Doubleline G

5949n Calendar Outline

2365n Benguiat Ionic Exp 10 12


3290n Mercantile Americana Ital 5

5334n Benguiat Montage Cond

5325n Benguiat Newlock Exp

2010n Benguiat Normalock

5747-2n Obese D O*W vol.3 p.443

Do not use in small sizes

8089n Bauhaus Alpha 6 O*W

5723-3n Obese condensed

5389n Benguiat Presidential Cond 2 13


6329n Benguiat Priematic C O*W vol.3 p. 403

3661n Sidewalk condensed 3

5882n Scorpio cond

8077n Thomac 10

4931n Times Old English

3845-2n Top billing O*W*M

3605n Unseasoned Whimzitype 14


5790n Village Wide O*W vol.3 p.443A

5789n Village Narrow O*W vol.3 p.443A

TT5783n Village East O*W vol.3 p.443A

TT5785n Village stocked

3613n Whimzitype 3613 O*W*M vol.2 p.648

5888n Scorpio Widest O*W vol.3 p.443A

5724n Obese Expanded O*W vol.3 p.442,446

5431n Felecia Wide 2

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Pixel Art por Carlos M. Horcades Designer e tipógrafo, sócio e diretor da D2 Design, professor de Tipologia da UniverCidade, diretor do IAV e mestre em Design Gráfico

PRIMEIRO FORAM OS HOMENS DAS CAVERNAS, HÁ 35 MIL ANOS, QUE DE REPENTE, NÃO MAIS QUE DE REPENTE, COMEÇARAM A PINTAR. NÃO ERA UMA ESCRITA, ERA UMA HISTÓRIA CONTADA EM DESENHOS SIMPLES. O TEMPO PASSOU E O HOMEM CONTINUOU A PINTAR E A ENTALHAR POR DENTRO E POR FORA DOS PRÉDIOS. OS ROMANOS LEVARAM A ARTE DE PINTAR LETRAS NAS PAREDES ATÉ AS ÚLTIMAS CONSEQÜÊNCIAS. E LÁ SE VÃO QUASE DOIS MIL ANOS. Desde então, é um não parar mais de pintar as paredes. Mas foi nos anos 1930, em Nova Iorque, que os grafiteiros apareceram. Grafiteiros ou pixadores, não importa, foi o começo da altamente elaborada arte do Grafite. Praticamente todos os bons grafiteiros são bons desenhistas, a técnica e a prática são fundamentais para o resultado final. Nesse começo de século, a arte do stencil (pintar com máscaras pré-cor-

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tadas) renasceu e hoje transformou-se em movimento, com seus estilos e posturas sintomáticos. O “fazedor” de Stencil não tem que ter a perícia do grafiteiro na hora de pintar, pois as máscaras são feitas em casa, com todo cuidado e tempo, para que o trabalho fique perfeito. O mais importante é a sensibilidade para “preparar” a máscara, não o “jeito para pintura” que o grafiteiro tem que ter.


DESIGNE

( pixel art n

carlos m. horcades

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Mas eis que surge uma nova arte, “MURAL PIXEL ART”, a filha das telas de computador que pulou para as paredes da cidade. A simplicidade do sistema de pixels assim como a facilidade operacional dos PCs ditam também uma certa simplicidade nos desenhos. NÃO MAIS! As intricadas letras dos grafiteiros ou as figuras altamente elaboradas dos fazedores de stencil. Chegou a vez da simplicidade consciente, da releitura da imagem versão 2008.1. Vamos despir as imagens dos acessórios e desenhar seu esqueleto, sua alma. Nem é preciso dizer que a letra de PIXEL ART tem sua linguagem própria, direcionada também para a simplicidade. Quando o movimento punk nasceu na Londres de 1975, a sua música tinha apenas dois ou três acordes e um ritmo que, apesar de frenético era bem simples. Essa simplicidade, primeiramente essa simplicidade desdenhada e depois compreendida, projetou o movimento punk no mundo e parece ser a vertente maior da PIXEL ART. “Tem que aguardar”, dizia invariavelmente o funcionário da repartição pública a qualquer pergunta que lhe fizessem. Tem que aguardar pra ver em que vai dar. Créditos Pixel Art: Eduardo Villar do Valle e Otto Kohlrausch

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CADERNOS, ESTOJOS, CANETAS, BOLSAS, MOCHILAS, MALAS, LÁPIS, APONTADORES, CHAVEIROS, LENÇÓIS, EDREDONS, ALMOFADAS, CANECAS, IMÃS, PÔSTERES, CAMISETAS, SAIAS, SUÉTERES, BONÉS, COPOS... QUEM PASSA ATUALMENTE PELOS MAGAZINES, LOJAS, PAPELARIAS OU CAMELÔS E OLHA ESTA INFINIDADE DE PRODUTOS COMERCIALIZADOS (COM LICENÇA LEGAL OU NÃO), USANDO A MARCA DA FAMOSA

PIN-UP DOS CARTOONS DE FLEISCHER, NÃO IMAGINA NEM PARTE DA HISTÓRIA QUE ESTÁ POR TRÁS DESTE ÍCONE DA ANIMAÇÃO CINEMATOGRÁFICA DE TODOS OS TEMPOS.

Betty Boop: O fenômeno por Luiz Agner Doutor em designe pela PUC-Rio e professor da UniverCidade; integra a equipe da Escola Nacional de Ciências e Estatísticas do IBGE.

Betty Boop, Bimbo e Koko foram os primeiros personagens criados no Fleischer Studios, que começou a sua carreira em 1930, época da Grande Depressão dos Estados Unidos. Abertamente inspirada nas atrizes de Hollywood, Betty Boop apresentava um jeito provocante e sensual, embalado ao som de muito jazz - o ritmo americano e negro típico da década. Grandes estrelas da música, como Louis Armstrong, Cab Calloway, Maurice Chevalier, Rudy Vallee e Ethel Merman, já tiveram a honra de participar de seus filmes. A nova sensibilidade urbana e jazzística dos estúdios de Max Fleicher o levou a competir de perto com bichinhos assexuados e divertidos da Disney, numa época em que a simples promoção da música negra provocava ameaças da Ku Klux Klan. 18

A adorável Betty Boop no traço do “ghost” Bud Couniham.


Helen Kane, a musa inspiradora de Betty Boop Os primeiros produtos comercializados com a marca Betty Boop

Foi quando interpretou “ Boop-Oopa-Doo-Girl”, símbolo da cantora Helen Kane, que Betty começou a sua vertiginosa escalada rumo ao estrelato. Vale lembrar que a cantora processou os estúdios Fleischer em 250 mil dólares, alegando que a personagem havia roubado o seu estilo e arruinado a sua carreira... Mas perdeu a causa na Justiça. Max Fleischer era um nome associado à inovação da técnica cinematográfica e registrou diversas patentes como o RotoScope, um método para criar animações realistas a partir do traçado dos filmes, técnica em uso até hoje. Fleischer também inventou uma câmera multiplano, para permitir que personagens fossem fotografados contra fundos tridimensionais e em movimento. Model Sheet dos estúdios Fleischer, 1934


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Seus animadores foram os primeiros a utilizar a tecnologia de som de modo convincente no Cinema. Em 1933, os Fleischer Studios fecharam contrato com o King Features Syndicate para o licenciamento dos produtos Betty Boop (além de animações do marinheiro Popeye, um outro sucesso dos estúdios). Os quadrinhos (reproduzidos aqui neste artigo) foram desenhados pelo “ghost” Bud Couniham, um ilustrador amante do

álcool, do boxe e dos prazeres da vida. Elas circularam em tirinhas nos jornais, entre 34 e 35 , e na forma de pranchas dominicais, entre 34 e 37, mal distribuídas pelo sindicato. Após 1934, em nome da moralidade então em voga, Betty Boop começou a sofrer uma série de perseguições e censura, sendo forçada a não mais exibir seus decotes sensuais ou as suas roupas insinuantes. Em 1939, ela foi proibida de aparecer nas telas do Cinema pelo Comitê Moralizador dos EUA, e sua carreira de atriz se encerrou. Atualmente, Betty é considerada por alguns críticos como a grande precursora do erotismo seqüencial de Carlos Zéfiro, Guido Crepax e Milo Manara. Mais recentemente, em sua última aparição na telona, Betty Boop fez uma ponta em “Uma cilada para Roger Rabitt”, com seu biquinho e as pernas de fora, e com a sua famosa e provocante cinta-liga. 21

Na página anterior, “Betty Boop Branca de Neve”, filme dos estúdios Fleischer.


Créditos

DESIGNE é uma publicação concebida e produzida pelo IAV – Instituto de Artes Visuais da UniverCidade e sua equipe: Carlos M. Horcades (diretor), Isabel Thees (coordenadora), Aldemar d´Abreu Pereira, Bruno Porto, Henrique Pires, Karen Cesar do Visconti, Luiz Agner (pr ofessor es pesquisador es), com a particiCesar,, Leonar Leonardo (professor ofessores pesquisadores), pação dos estagiários Mar cos Maurity oshida TTostes ostes Marcos Maurity,, Alyne YYoshida ostes,, Rafael Januzzi, Daniel Carvalho, Manoela Borghi e Elisa Ferreira. DESIGNE está aberta a colaboradores e sugestões pelo e-mail: iav@univercidade.edu ou por carta para IAV – Instituto de Artes Visuais da UniverCidade: Av essoa, 1664 8º andar 1-000, Rio de Av.. Epitácio PPessoa, andar,, Lagoa CEP 2247 22471-000, Janeiro RJ, Brasil. Não é permitida a reprodução do conteúdo desta revista sem autorização expressa e por escrito dos editores. As opiniões, informações e conceitos emitidos são de absoluta responsabilidade dos autores. Os títulos deste número foram compostos no tipo WhyNot? de Henrique Pires. Projeto Gráfico: Ricardo Leite e Isabel Thees Capa: Isabel Thees

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