Editorial
O ano de 2022 foi um ano de desafios e superação. A fábrica de Lages começou a funcionar, contratamos pessoas, tomamos decisões importantes e, principalmente, continuamos olhando o futuro com otimismo. É assim desde que meu avô fundou a Berneck, em 1952, e é esse legado que queremos deixar no mundo.
No ano em que completamos 70 anos de fundação, iniciamos a unidade fabril de Lages: uma conquista imensa que representa aquilo que acreditamos. Alta tecnologia e capacidade de produção, sustentabilidade, cogeração de energia e dedicação ao capital humano. São alguns detalhes que você vai conferir nessa edição da Opinus. Passo a passo, imagem por imagem para quem ainda não pode conhecer a unidade fabril presencialmente, possa saber o que estamos fazendo lá.
Essa edição especial de Lages é para você. Numa visita guiada pelo meu irmão e copresidente Daniel Berneck, a chance de conhecer um pouco mais do que acontece dentro da nossa mais nova fábrica.
E falando em copresidência, essa também é uma novidade que contamos aqui. Entenda como foi a decisão que resultou nesse modelo de direção da empresa em que estamos compartilhando as decisões e fortalecendo o nosso papel na sucessão familiar. Estamos felizes e confiantes com essa decisão e esperamos o melhor para o ano que se aproxima.
Vamos juntos!
Graça Berneck Gnoatto
Expediente
Opinus – a revista da cultura Berneck.
Berneck S.A. Painéis e Serrados
Rua Dr. Valério Sobânia, 500 Thomaz Coelho – Araucária/PR – CEP: 83797-125 Fone: 41 2109-3700 www.berneck.com.br E-mail: marketing@berneck.com.br
Distribuição Dirigida Edição 42 | Nov/Dez de 2022
Coordenação Marketing Berneck
Projeto Gráfico e Diagramação NQM Comunicação
Jornalista Responsável Katia Michelle Bezerra – MTb 0347/PR
Foto Capa: João Thibes
Foto Contracapa: Rodrigo Lima/Berneck
Impressão: Optagraf Tiragem: 5.000 exemplares
*É permitida a reprodução dos textos e dados contidos nesta publicação, desde que citada a fonte.
SUCESSÃO
Daniel e Graça, netos do fundador, assumem a copresidência da empresa
Daniel Berneck formou-se em Internacional Business Administration pela Universidade do Colorado, em Denver (EUA) e fez MBA na Washington University, Saint Louis, Missouri.
Foto: João Fernando Thibes
Após um ano e meio como CEO na Berneck, André Fauth deixa a função para assumirem como copresidentes Daniel e Graça Berneck, netos do Fundador.
A decisão da sucessão familiar dentro da Berneck foi tomada há muito tempo, desde que o Sr. Gilson Berneck assumiu a empresa do pai, com apenas 26 anos, até quando os netos de Bernardo von Müller Berneck, Daniel, Gloria e Graça nasceram, cresceram e passaram a vivenciar a rotina da empresa.
Os três se formaram em suas respectivas áreas e os pais respeitaram a aptidão de cada um. Daniel sempre gostou da indústria e desde criança frequentava as fábricas, se interessando por todas as mecânicas e pormenores da empresa. Graça e Gloria também se integravam à rotina das unidades fabris desde cedo. Os três logo foram tomando suas próprias decisões sobre o caminho que queriam seguir na vida profissional.
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“Eu sempre apostei em uma gestão compartilhada. Acho que os dois têm competência, cada um em sua área, para conduzir muito bem a empresa e estou muito feliz que isso esteja acontecendo” Gilson Berneck
FAMILIAR
Daniel formou-se em Administração Internacional pela University of Colorado , em Denver (EUA) e fez MBA na Washington University . Graça formou-se em Administração com ênfase em Marketing pela University of Denver (EUA) e cursou pós-graduação e MBA em Marketing, pela Fundação Getúlio Vargas (ISAE-FGV).
Gloria, cursou Comércio Exterior, participou ativamente do processo de exportação da empresa, mas também demonstrava interesse pelo cinema e por outras artes, tanto que se formou na conceituada instituição Vancouver Film School , no Canadá, hoje na empresa como Gerente Financeiro e de Responsabilidade Socioambiental.
“ Nós sempre respeitamos as características pessoais de cada um, mas eles se criaram na empresa e para mim era natural que um dia assumissem o cargo da presidência ”, conta Gilson Berneck.
Graça Berneck Gnoatto é formada em Ciências da Administração de empresasMarketing na Universidade de Denver (EUA) e cursou pós-graduação e MBA em Marketing, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Foto: Kraw Penas
Daniel é diretor industrial desde 2017 e Graça é diretora comercial e marketing desde 2009, ambos estão na empresa há mais de 20 anos. Agora acumulando as mesmas funções assumem a copresidência.
“Eu sempre apostei em uma gestão compartilhada. Acho que os dois têm competência, cada um em sua área, para conduzir muito bem a empresa e estou muito feliz que isso esteja acontecendo”, afirma Gilson. Para ele, nada vai alterar no mercado e na empresa. O objetivo continua sendo buscar a qualidade, transparência e excelência nos negócios que já faz parte da história da Berneck.
“Olhamos para o futuro com muita perspectiva e a certeza de que a empresa está em boas mãos” , diz.
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Foto: Kraw Penas
LAGES, UMA CIDADE EM EXPANSÃO
Lages foi a cidade escolhida para a segunda unidade fabril da Berneck em Santa Catarina, além das unidades do PR e MT
Localização propícia para o plantio e crescimento de Pinus, facilidade para logística e uma economia promissora. Essas características contribuíram para a escolha de Lages como berço da nossa mais nova sede.
Localizada no centro do planalto serrano de Santa Catarina, a cidade fica a 231 km da capital do estado; 347 km de Araucária e apenas 82 km de Curitibanos, onde está a fábrica que serviu como espelho para a nova unidade.
A cidade ocupa o oitavo lugar em população do Estado, com 157 mil habitantes. Concentra serviços educacionais, financeiros e de saúde, além de atrair muitos turistas, principalmente durante o inverno, já que a incidência de neve é comum.
Chamado primeiramente de Campos de Lages, o município tem esse nome por conta da pedra lage (arenito), comum na região. Atualmente, Lages é conhecida pelo apelido de “Princesa da Serra” e é a maior cidade em extensão territorial do estado. A criação de gado, as madeireiras e a lavoura destacam-se entre as atividades econômicas.
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O turismo rural é uma das atrações da cidade, com suas belezas naturais localizadas bem próximas ao município.
ECONOMIA
A instalação da nossa fábrica na cidade certamente contribuiu para alavancar a economia local e também para gerar empregos. São 600 empregos diretos e mais de 1,5 mil indiretos desde que as obras começaram, em 2019. Para nosso copresidente Daniel Berneck, assim como ocorreu em Curitibanos quando inauguramos a fábrica na cidade, em 2012, Lages já observa o efeito catalisador que uma indústria do nosso porte causa na cidade.
“A economia dá um salto. Além dos empregos gerados, acontece a atração de uma variedade de prestadores de serviços, como hotéis e restaurantes, por exemplo” , diz.
Ele acompanhou de perto todas as fases da construção da planta, desde a escolha estratégica do local. “Santa Catarina é um estado propício para o crescimento de Pinus, nossa principal matéria prima. O cultivo florestal da região vem crescendo exponencialmente, gerando muitas oportunidades” , analisa.
Nossa relação com Santa Catarina é antiga. Adquirimos as primeiras áreas do plantio de Pinus no estado em 2008. Quatro anos depois, inauguramos a fábrica em Curitibanos e com a abertura da fábrica de Lages firmamos ainda mais raízes em território catarinense.
No mesmo ano de abertura da fábrica da Berneck em Lages, a cidade completou 256 anos. Nosso presente para a cidade é a parceira que firmamos ao escolher nossa mais nova localização.
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Lages é a oitava cidade em população de Santa Catarina.
Foto: Antonio Vieira
Foto: Antonio Vieira Divulgação Prefeitura de Lages.
POR DENTRO DA NOSSA FÁBRICA EM LAGES
Nosso copresidente Daniel Berneck fez um tour pela nova fábrica e mostrou como é realizada a produção do MDF e da madeira serrada no local. Acompanhe.
O ano de 2022 foi muito importante para a nossa história. Comemoramos 70 anos como uma empresa sólida e com futuro promissor pela frente. E como marco histórico inauguramos a nossa fábrica em Lages (SC). São mais de 100 mil m2 de área construída, onde cada detalhe foi pensado para oferecer o melhor em tecnologia e, consequentemente, em desenvolvimento.
Uma fábrica moderna, com equipamentos automatizados de última geração e que permitirá aumentar a nossa capacidade produtiva em 40% nos próximos dois anos.
Para isso, estamos trabalhando com afinco desde que as obras começaram, em 2019. Foram muitos desafios e também muitas conquistas. Comemoramos cada tijolo colocado e cada peça montada ao longo desse período.
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A fábrica não foi construída apenas por empreiteiros, foi construída por muitas e muitas mãos que apostaram no nosso sonho.
Sonhamos e realizamos juntos esse momento e temos orgulho de cada história que se fundiu com a nossa. Daniel mostra como funciona as áreas mais estratégicas da fábrica. Para ele, não existe um equipamento ou maquinário mais importante do que outro. “O conjunto da obra faz com que seja realizado um trabalho único e de excelência na fábrica de Lages” , considera.
Dividimos o roteiro da visita entre o MDF e Serraria e Daniel explicou como funciona cada processo.
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Nossa fábrica em Lages está localizada na BR 116, próximo aos municípios de Lages e Capão Alto.
Foto: João Fernando Thibes
Foto: João Fernando Thibes
Nosso presidente Daniel, Berneck em frente à primeira chapa produzida em Lages, em 4 de maio de 2022 e assinado por todos os colaboradores da fábrica.
MDF
PÁTIO DE TORAS
O pátio de toras é responsável por descarregar os caminhões de toretes na mesa de recebimento ou no pátio de toras. Os toretes são descascados no tambor descascador, que remove as cascas e impurezas, como pedras. As toras descascadas são picadas e é feito o cavaco, que é armazenado no silo para consumo da planta de MDF. As cascas são repicadas para serem utilizadas na planta de energia.
REFINADOR
O refinador recebe os cavacos feitos no pátio de toras e utiliza vapor para “cozinhar” os cavacos até chegar no nível de dureza necessário para que o refinador possa transformar os cavacos em fibra. Logo após o refinador, é acrescentada a resina às fibras de madeira, que seguem para o secador. Toda a água removida dos cavacos mecanicamente é tratada no evaporador, que remove as impurezas sólidas e não-voláteis, das voláteis. Está água tratada e condensada é reaproveitada no processo, na forma de vapor.
SECAGEM
A secagem das fibras é feita no secador, utilizando alta temperatura (180° C), para evaporar a água ainda contida nas fibras, até que elas cheguem a uma porcentagem entre 9-12% de umidade. Após a secagem, as fibras passam pelo processo de classificação a ar ( Sifter ), que remove grumos de resina e fibra e prepara as fibras para serem formadas e prensadas.
Assim como o refinador (foto), todos os equipamentos recebem manutenção constante por uma equipe altamente especializada. Para garantir o melhor funcionamento das máquinas.
Acima o conjunto de secagem por onde passam os cavacos antes de seguirem para formação, pré-prensa e prensa.
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A nova fábrica tem capacidade para produzir 570 mil m³ de MDF por ano. Conheça o processo produtivo.
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onde são transformadas em cavaco.
O pátio de toras da fábrica de Lages tem capacidade para receber 3.200 toneladas.
Na prensa, o MDF começa a se formar em um processo altamente preciso e contínuo.
Cinta de formação.
Da sala de controle, todo o processo de geração de vapor, energia, preparação de fibra e produção de painel MDF é monitorado para garantir a qualidade do produto.
Após prensados e cortados em medida master, os painéis são unificados no virador de chapas, para resfriamento.
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FORMAÇÃO DE PRENSA
Uma vez que as fibras chegam na formadora, estas são orientadas e pesadas a fim de formar um colchão de fibras na cinta de formação, com a densidade e peso adequado para cada espessura a ser produzidas. O colchão pronto, passa por uma pré-prensa, onde é aplicada pressão a fim de reduzir a altura do colchão, removendo o ar dele. Após a pré-prensa, é medida a espessura, a densidade e verificado se não tem contaminantes metálicos no mesmo. Uma vez o colchão aceito, vai para a prensa que adiciona pressão e temperatura na prensa, transformando o colchão em um painel, chegando à sua espessura quase final. A chapa é esquadrejada, e separada em master boards . Estas passam por resfriadores e após empilhadas em um fardo master.
ACABAMENTO
O estoque de um fardo de master boards no estoque intermediário fica em repouso por 24 horas, a fim de seguir reduzindo a temperatura das chapas. Dado o prazo e as chapas encontrando-se na temperatura correta de processamento, um carro de transferência automático, alimenta estes fardos master na linha de lixamento e acabamento. As chapas são calibradas, lixadas e classificadas a fim de remover eventuais problemas como, manchas de óleo, sobre ou sub espessura, quantidade excessiva de chives (que são fibras palito na superfície da chapa), entre outros problemas de fabricação. Finalmente, as chapas são cortadas no seu tamanho final de consumo, enfardadas, cintadas e identificadas e seguem para nosso estoque.
UTILIDADES
A unidade de utilidades é a parte da planta responsável por produzir insumos secundários, necessários para a fabricação de chapas. Estes são: água tratada, água industrial, ar comprimido, vapor e óleo térmico. Nesta unidade também encontra-se o tratamento de efluentes líquidos e gasosos, necessários para garantir que nossos produtos estejam em conformidade com a legislação ambiental.
A caldeira é um dos equipamentos mais importantes nesta unidade, utilizando cascas e rejeitos de madeira no processo industrial como combustível, para produzir vapor e óleo térmico necessário para o processo produtivo, bem como gerar 100% da energia elétrica consumida pela planta toda.
Área de acabamento, onde a chapa é calibrada e cortada nas dimensões finais para o cliente.
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A CALDEIRA É O “CORAÇÃO” DA FÁBRICA.
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SERRARIA
RECEBIMENTO E CLASSIFICAÇÃO
A serraria, recebe as toras e alimenta em uma mesa de recebimento, por meio de uma grua elétrica. As toras são descascadas e classificadas por diâmetro e na mesa de alimentação.
SERRARIA
Uma das mesas de classificação alimenta a serraria com toras que passam por um processo de digitalização através de um escanner (equipamento que se utiliza de lasers e câmeras para digitalizar cada tora). Após a tora ser digitalizada, ela é processada virtualmente em um computador, que encontra a melhor solução de processamento, tora a tora. O otimizador, manda a informação para os equipamentos, que irão se ajustar conforme a solução encontrada para serrar.
Picadores perfiladores, removem as laterais das toras e a transformam em cavaco que vão servir de matéria prima para a produção de MDF. As tábuas laterais são, então, serradas em até quatro peças com serras fitas. O bloco, o que restou do processamento primário, segue então para outro picador perfilador e um bloco de serras circulares múltiplas termina por transformar o semibloco inteiro em tábuas. Todas estas tábuas, se juntam em um fluxo contínuo de peças, que passam através de um escâner de tábuas, que vai definir automaticamente, o comprimento final das peças, considerando qualquer defeito. A destopadeira recebe informação do escâner, e engaja duas serras para dar a estas peças seu comprimento final.
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Todo o
processo
de otimização de cortes da serraria é automatizado.
Conheça também os principais processos da nossa Serraria, que terá capacidade para produzir 460 mil m³ de madeira serrada de Pinus por ano.
Mesa de classificação de toras.
Na sala de controle é possível realizar um verdadeiro “raio x” de cada tora.
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AFIAÇÃO
Na afiação, todas as serras e facas utilizadas na planta, tanto no processo de MDF, quanto no processo de serraria, são preparados e afiados. Nesta sala, temos equipamentos para soldar serras, desempenar discos e serras fitas, fabricação de guias com material patente, bem como soldar e afiar dentes de serras e facas. Todo material cortante é revisado e afiado antes de ir para seus respectivos equipamentos na planta.
O coordenador de afiação da fábrica de Lages, Salvador Afinovitz está há 10 anos na Berneck. Natural de Irati (PR), ele foi para Curitibanos em 2012 para trabalhar na empresa. Desde então acumula experiências, incluindo todo o acompanhamento da sala de afiação da nova fábrica.
ENFARDAMENTO
As tábuas são classificadas e armazenadas em caixa de triagem até atingir um determinado número de peças que completa um fardo. Uma vez atingido o número de peças, a caixa de triagem é esvaziada em uma corrente e direcionado para um enfardador. O enfardador alimenta uma camada de tábuas e insere tabiques espaçadores, até formar um fardo de madeira com espaços criados entre as camadas preparadas para a secagem. Estes fardos então, são direcionados para estufas de secagem.
ESTUFAS
Nas estufas, os fardos de madeira são agrupados com uma única medida de madeira. Uma vez completa, a porta é fechada e o ar é aquecido até quase 80°C e movimentado através de ventiladores para que este ar quente, carregue a umidade que se encontra dentro da madeira para fora. A madeira entra com aproximadamente 50% de umidade em seu interior, e sai da estufa quando a umidade interna da madeira atingir de 8-12% de umidade. 100% da nossa produção é seca em estufas.
REMANUFATURA
Os fardos, ainda com tabiques, são encaminhados para a remanufatura através de empilhadeiras. Na remanufatura, os fardos são desfeitos e a madeira é classificada por qualidade após a secagem, removendo as tábuas com algum tipo de defeito comum como trincas e bolsões de resina, por exemplo. Uma vez classificadas, as peças são enfardadas novamente, sem os tabiques, e os fardos são cintados e etiquetados. Ao final, os fardos estão prontos para serem comercializados.
O processo de enfardamento acontece de forma rápida, precisa e segura.
Nas estufas ocorre o processo de secagem de madeira.
O galpão de remanufatura tem 35 mil m² e armazena toda a produção de serrados da fábrica.
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A sala de afiação tem 120 m². Nela são afiadas todas as facas e serras da fábrica.
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COMO TUDO
Colaboradores que fazem parte do projeto da fábrica de Lages, desde quando as obras iniciaram, contam como foi a experiência de acompanhar o projeto.
Natural do Rio Grande do Sul, Fabiano mora em Lages há 22 anos. Formado em Informática, entrou na Berneck há quase três anos, para atuar no projeto da fábrica.
“Eu pude acompanhar toda essa transformação, desde a terraplanagem, classificação, serrado e todo o processo de recebimento dos materiais. Isso é colocar meu nome na história” , comemora.
Para ele, ver a fábrica “nascendo” foi uma satisfação imensa e continua sendo na construção de cada detalhe da unidade fabril. Casado, com dois filhos, de 10 e 5 anos, ele se orgulha de fazer parte de um momento tão importante para a empresa e para o município.
Há 13 anos na empresa, Valéria começou fazendo parte do projeto de Curitibanos e chegou a trabalhar na unidade de Araucária. No final de 2018, foi convidada para ingressar no projeto de Lages.
Foi um desafio diferente. Eu já tinha a bagagem da experiência de Curitibanos, mas foi necessária uma nova adaptação. Mas a gente sempre tem muito apoio para superar qualquer situação dentro da empresa”, conta.
Para acompanhar de perto o projeto, ela mudou-se para Lages. Revela, porém, que não sentiu o impacto de morar sozinha porque as cidades são próximas, e focar na carreira e no desenvolvimento profissional está em seus planos.
“Eu tenho muito orgulho do que eu construí. Melhorei como pessoa e como profissional dentro da empresa e é muito bom saber que estamos ajudando a construir uma história de desenvolvimento” , diz.
Natural de Rondônia, Cleidson escolheu Lages para morar e estudar em 2014, principalmente por conta do custobenefício de morar na cidade, aliado a uma boa infraestrutura ofertada. Formado em Engenharia Elétrica, ele confessa que ficou animado quando soube que a Berneck ia instalar uma fábrica na região. “Era uma oportunidade única. Um sonho que finalmente seria realizado” , conta.
Em 2019, ele terminou a faculdade e no ano seguinte foi contratado pela empresa.
“Eu peguei uma fábrica do zero e tive oportunidade de fazer parte da tomada de decisões e contribuir para a parte técnica. Só tenho a agradecer aos meus gestores por essa experiência imensurável” , enfatiza.
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Cleidson Silva, 30 anos Manutenção Elétrica - Serrados
Fabiano Moretto Bettega, 46 anos Técnico de Planejamento em Manutenção
Valeria Cordova Rodrigues, 45 anos Supervisora Administrativa
TUDO COMEÇOU
Mudar de cidade, levar a família ou ficar longe da família por um período, acompanhar o “nascimento” de uma planta. Os desafios inerentes a uma obra do tamanho da fábrica catarinense foram vividos por centenas de colaboradores que acompanharam o projeto desde o início.
Em comum, eles contam sobre o orgulho e a satisfação de ver cada pedacinho do projeto pronto. Aqui, alguns desses colaboradores que estiveram desde o começo das obras contam suas experiências.
Renan Kuster,
32
anos Supervisor de Almoxarifado
Quando as obras de Lages começaram, foi necessário montar uma equipe para receber os materiais. Renan foi uma das primeiras pessoas a fazer parte do novo time.
“Começamos do zero e isso foi muito desafiador. É como ver um filho nascer, desde a barriga até o nascimento e desenvolvimento” , compara.
Para Renan, essa foi uma experiência única que ele sabe que talvez nunca se repita. “Não sei se terei novamente a oportunidade de ver uma fábrica surgir desde o início. Por isso, sou muito grato por fazer parte desse momento” , revela.
Ele complementa que a fábrica já está mudando a economia da cidade. “A Berneck veio contribuir para a economia local. Já se nota o aumento do comércio e do movimento de Lages e isso é muito importante para o município” , diz.
Bruno Ribeiro dos Santos, 33 anos Analista Fiscal
O contador, especialista em Gestão de Pessoas, Bruno Ribeiro começou a trabalhar em Lages em 2020 e comemora as conquistas realizadas desde então. Promovido no início deste ano a analista fiscal, ele conta o quanto é gratificante saber que todos os materiais que chegavam na fábrica passavam pelas mãos dele e da equipe antes de serem instalados.
“Ver como tudo começou e acompanhar a fábrica no final do processo de instalação é uma satisfação muito grande. Não foi só a fábrica que cresceu, mas todo mundo que passou por ela” , conta.
Bruno revela que sempre trabalhou em escritório de contabilidade e trabalhar na Berneck foi um marco na vida profissional. Professor universitário, ele conta como alunos e a comunidade se interessam pela empresa, o que aumenta ainda mais o orgulho de integrar a equipe.
Natural de Campos Novos, no interior de Santa Catarina, o estudante de Engenharia Mecânica tinha o sonho de trabalhar na Berneck. Sempre que passava em frente a unidade fabril de Curitibanos pensava. “Um dia ainda vou trabalhar aqui” . Concorreu à vaga na empresa com muita determinação e, há pouco mais de três anos, passou a fazer parte da equipe que acompanharia Lages desde o início do processo. Não teve dúvidas: mudou para a cidade e começou uma nova etapa profissional.
“Eu mudei a minha vida por conta da Berneck e não me arrependo. Quando cheguei em Lages era tudo mato, ficamos hospedados em contêineres até nos instalarmos. De lá para cá, muita coisa mudou. Posso dizer que minha vida está dividida entre antes e depois da Berneck. E depois que entrei aqui ficou muito melhor” , comemora.
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Alceu José Caeminati Júnior, 32 anos Técnico de Projetos
“A diferença é que agora moro sozinho e tenho mais responsabilidades pessoais e profissionais” , constata. Para ele foi muito importante acompanhar as obras de Lages desde o início.
“Ver a obra sair do zero e participar do processo desde a base até a montagem final consiste em muito aprendizado. Desde a parte dos equipamentos até o desenvolvimento da fábrica acompanhamos tudo e isso gera uma energia muito boa” , diz.
COGERAÇÃO
Fabiulla nasceu em Lages, formou-se em Psicologia em 2014 e no ano seguinte ingressou na Berneck, em Curitibanos, para trabalhar na área de Recursos Humanos. Integrar a equipe de uma grande indústria sempre fez parte do sonho dela, por isso não se importou em deixar a família para morar sozinha na cidade vizinha.
No entanto, quando surgiu a oportunidade de voltar para a cidade natal, com a construção da nova fábrica da Berneck, não pode esconder a felicidade. O apoio da família foi muito importante para ela enfrentar os primeiros desafios, como ser uma das únicas mulheres da equipe inicial e a responsabilidade de acompanhar a contratação de mais de 500 pessoas.
“Olhando para trás hoje, tenho muito orgulho do que construímos. Até me emociono, pois é muito gratificante ter acompanhado a construção da fábrica desde o início e ver o que ela se tornou hoje” , comemora.
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Ele fazia faculdade em Lages quando começou a trabalhar na Berneck, em dezembro de 2019, mas morava em Curitibanos. Por isso, o agora assistente de projetos Everton Alexandre Peres não estranhou a mudança de cidade.
Everton Alexandre Peres, 24 anos Assistente de Projetos
Fabiulla Andrighetti, 32 anos Analista de Recursos Humanos
COGERAÇÃO DE ENERGIA
TRAZ AUTONOMIA E SUSTENTABILIDADE
Para suprir a demanda energética e movimentar nossos maquinários de última geração da nova fábrica, a Berneck colocou em prática uma alternativa sustentável que traz mais autonomia para a empresa: a cogeração de 100% da energia.
O sistema é composto pela caldeira e uma turbina capaz de gerar energia térmica e energia elétrica/mecânica por meio de uma única fonte de combustível, no nosso caso, a biomassa. Conhecida como o “coração da fábrica”, a caldeira é alimentada por biomassa florestal obtida dos resíduos do processamento das madeiras, especialmente as cascas de toras, toretes e outros insumos dos processos industriais tais como pó da madeira gerado na lixadeira e as frações das peneiras de cavaco.
Como essa é uma fonte de energia renovável, e o seu uso substitui o consumo de combustíveis fósseis (petróleo e gás natural são alguns dos exemplos) que não são renováveis e emitem mais CO2 na atmosfera, a Berneck firma seu compromisso de uma produção sustentável do plantio de mais de 7 milhões de mudas de Pinus anualmente à produção dos painéis de MDP, MDF e serrados.
Além de auto abastecer nossas plantas com energia limpa e renovável, devido a utilização de biomassa nas caldeiras gerando calor e eletricidade, a cogeração dáa destino aos materiais que seriam descartados no meio ambiente. Somos comprometidos com o meio ambiente, desde o cultivo das florestas até o manejo dos resíduos.
Excedente
Mais de 60% da demanda por energia nas três unidades da Berneck são provenientes da cogeração de energia a partir da biomassa. Com os novos e mais modernos equipamentos instalados em Lages, a cogeração total da empresa aumentou em 30% sendo que só a nova fábrica é capaz de suprir toda a sua demanda.
A caldeira, o “coração” da fábrica, é o local onde acontece a cogeração de energia por meio da queima da biomassa gerando energia elétrica e calor.
Foto: Caldeira de Lages
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