CCP - CENTRO CULTURAL DO PARQUE
BERTA BEATRIZ SILVA CASTÃO
CENTRO CULTURAL DO PARQUE – RIBEIRÃO PRETO / SP
Trabalho final de curso apresentado ao Centro Universitário Moura Lacerda para cumprimento das exigências parciais para a obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo sob a orientação da Prof. Ms. Fabiana Mori.
RIBEIRÃO PRETO
2016
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente á Deus pelo dom da vida e por permitir que eu chegasse até aqui. Agradeço ao meu pai Ailton e minha mãe Cirene, por terem apoiado minha decisão de curso e sempre me mostra qual caminho seguir, por diariamente ensinar que a vida pode ser cruel mas com humildade pode-se alcançar o que quiser, muito obrigada por sempre acreditar em mim sem vocês nada disso seria possível . Agradeço a minha irmã Mariana, por me apoiar nos momentos mais difíceis dessa caminhada e por me levantar quando eu cai. Aos meus amigos dentro e fora da faculdade por compartilharem momentos de alegria e tristeza e indireta ou diretamente fazerem parte deste trabalho. Agradeço imensamente à minha Orientadora Fabiana, por sempre estar
pronta a me ajudar e confiar em meu trabalho.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO p. 1 CAPÍTULO 1. O ESPAÇO PÚBLICO p. 3 CAPÍTULO 2. REFERÊNCIAS PROJETUAIS p. 9
CAPÍTULO 3. O CENTRO CULTURAL DO PARQUE E SUA INTERAÇÃP COM A FEIRA DO LIVRO p. 27 CAPÍTULO 4. ÁREA DE INTERVENÇÃO: ANÁLISES E LEVANTAMENTOS p. 35 CAPÍTULO 5. DIRETRIZES PROJETUAIS p. 51 CAPÍTULO 6. O PROJETO p. 63
A gente tem que sonhar, senĂŁo as coisas nĂŁo acontecem. Oscar Niemeyer
INTRODUÇÃO
Este trabalho de conclusão a ser apresentado, está inserido na área de projeto de arquitetura, relacionado à espaços públicos, tem como objetivo projetar um equipamento público, cujo uso destina-se a ser um Espaço de Convívio; Cultura; e Lazer, situado no Bairro Parque Ribeirão, área periférica da cidade de Ribeirão Preto, o mesmo tem como justificativa estar vinculado ao Programa Jovens Protagonistas, programa de incentivo à leitura, proposto pela Feira Nacional do Livro que acontece anualmente na cidade. Para a escolha do tema, levou-se em consideração a importância cultural da cidade de Ribeirão Preto. Esse projeto visa integrar a periferia da cidade aos principais acontecimentos culturais municipais que, em geral, acontecem predominantemente, na região central. Fica portanto evidente, a necessidade de realizar projetos de edificações públicas para tais finalidades; ou seja, convívio, lazer e cultura. Verifica-se que, de acordo com o Plano Diretor da Cidade de Ribeirão Preto, cabe ao município; Seção V
da Política da Cultura, Subseção I da Diretrizes; Art. 125 VI - estimular e proporcionar a manutenção, a criação e a implantação de áreas culturais através de projetos específicos. Atualmente a Feira Nacional do Livro, entidade sem fins lucrativos, Segundo o site oficial da Fundação, tem a colaboração de mantedores e patrocinadores, leis de incentivo do Pronac e Proac e acontece anualmente durante nove dias recebendo em média de 280mil a 500 mil visitantes. A feira conta com uma programação variada espalhada em diversos pontos da cidade, tais como Parque Maurílio Biagi, Biblioteca Altino Arantes, Morro do São Bento entre outros. O intuito desse projeto é vincular o Projeto Jovens Protagonistas, projeto elaborado a dois anos e meio pela Fundação Feira do Livro ao Projeto do Espaço proposto, para que o mesmo também possa ser ponto de atividades propostas pela Feira inserindo a periferia em sua programação e na rota cultural da Cidade de Ribeirão Preto.
O tema é relevante pois permite qualificar o Bairro Parque Ribeirão, que conta atualmente com elevados índices de roubo além de abrigar a penitenciária feminina municipal. Propor um Espaço de Convívio; Cultura; e Lazer, pode ter impacto significativo para que os atuais projeções do bairro possam ser modificadas. A importância de vincular o espaço proposto com as atividades propostas na Feira Nacional do Livro e especificamente o Projeto Jovens Protagonistas é descentralizar o foco de empresas colaboradoras em programas de incentivo a leitura e cultura, de forma que esses mesmo colaboradores que investem em áreas centrais por sua grande circulação diária de pessoas, possa ver nas periferias a mesma importância de questões ligadas a integração social e a coletividade de atividades culturais e sociais.
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CAPÍTULO 1. O ESPAÇO PÚBLICO
Para compreender a relação entre o público e o privado e para que se possa chegar a diretrizes norteadoras para o projeto proposto, a seguir segue as considerações em tópicos que o autor do livro Lições De Arquitetura, (1996) Hertzberger faz a respeito desse assunto.
-Demarcações Territoriais
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O espaço projetado pode ser concebido como público ou privado dependendo do grau de acesso, cabe ao arquiteto fazer uso de materiais, sinalização, cores e luz para demarcar certos espaços dentro do projeto. (FIGURA 3)
-Público e Privado intermediárias
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Áreas
Para o autor como definição, áreas públicas são áreas acessíveis a qualquer momento onde a manutenção desse espaço é de inteira responsabilidade das pessoas que ali frequentam enquanto que o espaço privado pode ser frequentado por um grupo ou uma pessoas somente, e esse mesmo espaço é de responsabilidade exclusiva de tal grupo ou indivíduo. Ainda há os espaços intermediários, áreas muitas vezes elaboradas como espaços de transição entre um espaço privado e público, sem que haja de fato uma barreira de sinalização ou física, esses espaços geralmente são configurados por louges, biombos e até mesmo vegetações. (FIGURAS 1 E 2)
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FIGURA 1 - Espaço privado de uso coletivo (Escritório em São Paulo)Fonte : Google Imagens ,2016. / FIGURA 2 – Espaço Público Fonte : Google Imagens ,2016. FIGURA 3 - – Aviso de perigo de Radiação Fonte : Google Imagens ,2016.
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- Diferenciação Territorial Demonstrar nas plantas a gradação de espaços públicos e privados (FIGURA 4)
- Zoneamento Territorial Neste tópico o autor salienta que as características de cada ambiente diferem de acordo com o tipo de influência que o usuário causa em certo ambiente, havendo assim uma relação na organização desses espaços. (FIGURA 5)
Portanto para Hertzberger a arquitetura deve fazer parte do cotidiano das pessoas como uma roupa que vestimos, deve ser adequada para toda e qualquer classe, causando inevitavelmente uma influência na vida das pessoas que a utilizam ou simplesmente passam por ela. Já para Lina Bo Bardi em seus arquivos sobre a construção do projeto do Sesc Pompéia em São Paulo, o espaço público, no caso
desse projeto em particular, Lina aborda o uso do nome centro cultural, onde para ela o termo cultural poderia levar as pessoas a pensarem que seria obrigatoriamente um local onde se deveria fazer cultura, causando certa inibição por parte das pessoas que poderiam vir a frequentar o espaço, para Lina a palavra que se encaixava perfeitamente ao projeto seria o Lazer. Um espaço de lazer onde convivência entre pessoas seria uma forma indiscutível de se promover cultura em seu sentido original, tudo seria incentivado através do programa pensado para o projeto, de forma que o uso desse espaço se desenvolvesse de forma fluída através dos interesses e participações do público que ali frequentaria. Para ela esse era o papel da Arquitetura no modo de interagir com as pessoas.
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FIGURA 4 - Esquema de cores para determinar espaços públicos e privados (Museu de Cultura de Milão)Fonte : Archdaily ,2016. / FIGURA 5 -Interior do Edifício de Escritórios Centraal Beheer Fonte : Google Imagens, 2016.
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CAPÍTULO 2. REFERÊNCIAS PROJETUAIS
Para entendermos as exigências que fazem parte do programa de necessidades dos projetos de Centros Culturais e espaços de lazer, a seguir segue a análise projetual de dois Centros Culturais.
2.1 Centro Cultural De São Paulo Inaugurado em 13 de Maio de 1982, pela necessidade de uma extensão da Biblioteca Mario de Andrade, o Centro Cultural que está localizado entre as ruas Vergueiro e 23 de Maio e as estações Vergueiro e Paraíso do Metrô, conta com um programa distribuído em 4 pavimentos totalizando uma área de 46.500 m²; sua arquitetura, projeto de um grupo de arquitetos coordenados por Eurico Prado Lopes e Luiz Telles é caracterizada pela arquitetura de encontros, para quebrar toda a rigidez que o uso do concreto e do aço trazem para a construção, no projeto foram previstos grandes espaços ora envidraçados ora vazios, para permitir a entrada de luz natural, assim como um jardim de 700m² no centro da construção, onde foram preservadas as vegetações
originais. O Centro recebe por dia aproximadamente 2000 pessoas. No programa estão um conjunto de bibliotecas com acervo multidisciplinar, entre essas bibliotecas está a Sergio Milliet, considerada a segunda maior biblioteca pública da cidade de São Paulo, coleções de memórias de São Paulo, Pesquisas Folclóricas de Mário de Andrade entre outras ligada a artes em geral. A programação oferecida em maioria é gratuita podendo ter apresentações de dança, música e teatro a preços acessíveis a todos os públicos.
Na imagem abaixo é possível ver a localização do Centro Cultural de São Paulo, que está entre duas a vias de grande fluxo em relação ao tráfego da cidade de São Paulo, são elas a Av. 23 de Maio e Rua Vergueiro. Próximo ao Centro Cultural está localizada a estação Vergueiro (em vermelho) que pertence a linha Azul, na distribuição da cidade (Figura 6)
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FIGURA 6 - - Localização do Centro Cultural de São Paulo Fonte : Google Imagens
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TÉRREO
A planta do térreo conta com um amplo espaço para exposições, quatro eixos de sanitários que permite ao usuário maior facilidade ao se deslocar para ir ao banheiro sem ter que andar grandes distancias ou acessar outro pavimento, os acessos aos outros níveis são feitos através de rampas uma escada posicionada na parte posterior e elevador próximo a escada.
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FIGURA 7 - Planta Pavimento Térreo Fonte : Centro Cultural de São Paulo, modificado pelo Autor. / FIGURAS 8 E 9 - Interior do Centro Cultural; Biblioteca do Centro Cultural Fonte : Centro Cultural de São Paulo, Modificado pelo Autor.
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SUPERIOR
No Piso superior há a sala de debates e outras áreas de exposição, é possível fazer o acesso desse piso pela Rua Vergueiro, nesse piso é possível também ter acesso aos jardins, onde há uma horta comunitária onde a população pode participar, além de área de convivência com bancos e espreguiçadeiras.
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FIGURA 10 - Planta Pavimento Superior Fonte : Centro Cultural de São Paulo, Modificado pelo Autor. / FIGURA 11 -- Interior do Centro Cultural Fonte: Centro Cultural de São Paulo, Modificado pelo Autor. / FIGURA 12 - - Sala de Debates Fonte: Centro Cultural de São Paulo, Modificado pelo Autor. / FIGURA 13 - Sala Tarsila do Amaral Fonte: Centro Cultural de São Paulo, Modificado pelo Autor.
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2.2 Centro Cultural De Sedan
e quem frequenta o Centro muito mais próximo, é a arte sendo sentida e expressada de forma aberta e transparente, conferindo ao projeto uma sensibilidade em relação a quem frequenta e possivelmente pessoas que poderiam frequentar o espaço.
Localizado no centro da cidade de Sedan ao norte França, é um Projeto dos arquitetos Isabelle Richard e Frederic Schoeller , do ano de 2012, está implantado em uma área de 1897,00 m² as margens do (FIGURAS 16 E 17) rio Meuse. Seu programa conta com aulas de dança, teatro um café e uma área para galeria, seu interior possui um espaço destinado para o multiuso que pode chegar a uma área de até 350m² livres, com palco e plateia retráteis. Seguindo o princípio da integração, em frente a fachada principal há um pátio para que o público transite livremente. Em sua implantação é possível notar que apesar de seus vidros coloridos e os volumes desalinhados há uma certa dinâmica entre o Centro Cultural e os Edifícios Tradicionais da região, não como se a nova construção descaracterizasse a região em que foi implantado. (FIGURAS 14 E15)
Seus panos de vidro possibilitam ao transeunte ver tudo o que acontece no interior do Centro e vice e versa, isso torna o publico
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FIGURA - 14 E 15 - Implantação Centro Cultural de Sedan; Vista da rua. Fonte: Archidaly, Modificado pelo Autor. / FIGURAS 16 E 17 - Interior do Centro Cultural de Sedan. Fonte: Archidaly
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TÉRREO
No Pavimento Térreo estão localizados a recepção e administração lugares simples que não chamam atenção, um auditório, e uma cozinha que também é utilizada como lanchonete
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Sanitários Circulações Verticais Áreas Comuns Administração Acessos
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FIGURA 18 Planta Pavimento Térreo Fonte : Archidaly, Modificado pelo Autor. / FIGURA 19 – Fachada Fonte : Archidaly, Modificado pelo Autor. / FIGURA 20- Recepção Fonte : Archidaly, Modificado pelo Autor. / FIGURA 21 – Auditório Fonte: Archidaly, Modificado pelo Autor.
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SUPERIOR
No Pavimento Superior, estão localizadas as salas onde ocorrem as oficinas e recreação, atelier e atelier de pintura.
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FIGURA 22 - Planta Pavimento Superior Fonte : : Archidaly, Modificado pelo Autor. / FIGURAS 23,24 E 25 – Salas de Oficinas. Fonte: Archidaly, Modificado pelo Autor.
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Ambos os projetos foram escolhidos como referencias, por possuírem elementos que são premissas no projeto proposto para esse trabalho final, elementos tais como, plantas livres, como é o caso do Centro Cultural Vergueiro e boa parte do pátio térreo do Centro Cultural de Sedan assim como a capacidade de integração entre o interno e externo através do uso de materiais translúcidos, elementos marcante no Centro Cultural de Sedan por seus vidros coloridos, um elemento que no projeto proposto para o CCP (Centro Cultural do Parque) será fundamental para que haja tal integração. O uso de Iluminação natural, jardins internos e soluções inteligentes para que haja o cuidado com o meio ambiente e eficiência energética em comunicação com a arquitetura, assim como o uso de topografia.
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CAPÍTULO 3. O CENTRO CULTURAL DO PARQUE E SUA INTEGRAÇÃO COM A FEIRA DO LIVRO
A feira nacional do livro de Ribeirão Preto é a segunda maior feira a céu aberto do país , a feira acontece desde de 2004 na cidade durante nove dias, no ano de 2016 a feira aconteceu entre os dias 12 e 19 de Junho com o tema Viva o escritor salve salve o leitor, além da programação anual da feira que varia de acordo com temas em destaque no mundo e acontecimentos literários no país, a Fundação Feira do livro o órgão organizador do evento conta com diversos programas de incentivo à leitura , cinema , música e artes em geral. Entre os programas desenvolvidos pela Fundação o projeto Jovens Protagonista foi escolhido para ser vinculado ao projeto do Espaço de Convívio; Cultura; e Lazer,. O projeto Jovens Protagonista foi criado em 2013, e acontece não só no período da Feira do Livro mais ao longo do ano no período entre feiras, o intúito do programa é incentivar jovens de periferias da zona norte da Ribeirão Preto a se tornarem jovens leitores, o projeto foi criado após os organizadores perceberam que a
participação dos jovens nas feiras era meramente por diversão e não pelo incentivo à cultura. Segundo Luciana Balieiro Coordenadora do Projeto “A intenção é que estes jovens façam a sensibilização para o protagonismo juvenil. No momento em que se sensibilizam novos jovens, também estamos formando os que já atuam no projeto”; O projeto já vem colhendo frutos ao ficar entre os selecionados para o Prêmio Leitura para Todos do Ministério da Cultura, com isso recebeu em 2015 um valor de R$ 50 mil reais para reforçar e continuar o trabalho que vem sendo feito. As reuniões tem como finalidade discutir e determinar quais serão os temas abordados nas palestras que são feitas em escolas estaduais do município de Ribeirão Preto. Além de oficinas de leitura o grupo dos Jovens Protagonista, segundo a Fundação, também ministram palestras sobre como incentivar o Protagonismo Juvenil e quais as ações devem ser feias pelos próprios jovens.
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FIGURA 26 e 27 - Banner Feira do Livro 2016; Vista 'Aérea da Feira do Livro . Fonte : Google Imagens / FIGURA 28 — Palestra Projeto Jovens Protagonistas. Fonte : Centro Cultural Quintino Facci II
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Atualmente o projeto é composto por 20 jovens nas idades entre 12 e 17 anos, os mesmos são capacitados através de palestras e workshops desenvolvidos pela Fundação Feira do livro, o intuito do projeto é levar essas palestras para as escolas e incentivar novos jovens a participarem do programa e incentivar atividades de leitura nas periferias. Os Workshops e reuniões acontecem atualmente no Centro Cultural do bairro Quintino Facci II o qual foi reformado para que se tornase “sede” do projeto. De acordo com os dados apresentados pela Fundação, o Centro Cultural Quinto Facci II hoje atende centenas de jovens e crianças, com aula de música, teatro, danças e oficinas de leitura, o espaço ainda conta com uma biblioteca. Luciana diz que “Durante todo o ano de 2014, conseguimos sete tipos de oficinas diferentes” Na pequena biblioteca é onde acontecem as seções de filmes, e outras palestras relacionadas as oficinas oferecidas.
A partir desse dado é que surge a necessidade de implantar uma nova sede não só para o programa Jovens Protagonistas, mais para que outras regiões da cidade possam ter o mesmo benefício cultural oferecido no momento aos bairro Quintino Face II, Adelino Simoni e Avelino Palma todos na zona norte da cidade, através desses dados e de um estudo em outros bairros carentes de cultura na cidade surge a proposta de uma nova sede para o programa no Bairro Parque Ribeirão na zona oeste da cidade.
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FIGURA 29 - Aula de Balet. Fonte : Centro Cultural Quintino Facci II / FIGURA 30 -Reunião Projeto Jovens Protagonistas. Fonte : Centro Cultural Quintino Facci II / FIGURA 31 - Apresentação de Circo Fonte : Centro Cultural Quintino Facci II
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A atual sede do Projeto Jovens Protagonistas, encontra-se no bairro Quintino Facci II, bairro periférico situado na zona Norte da cidade de Ribeirão Preto, o projeto atende dois bairros adjacentes ao bairro sede, são eles Adelino Simioni e Avelino Palma. É possível ver que antes do Centro Cultural se tornar sede do Projeto, apesar de ter pintura em bom estado o galpão não contava com a manutenção de seu lado externo (jardins, cercas, e até mesmo a placa de referência ao centro) Segundo dados do Centro Cultural as mudanças foram realizadas em parceria com a Sec. Municipal da Cultura Sec. Municipal de Infraestrutura e Fundação Feira do Livro. Na área externa é notável que as árvores e o gramado estão bem cuidados, isso se deve a participação de empresas e a colaboração da comunidade envolvida nos projetos do Centro.
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FIGURA 32 -Fachada Antiga Centro Cultural Quintino Facci II. Fonte : Centro Cultural Quintino Facci II / FIGURA 33 - Fachada Atual Centro Cultural Quintino Facci II. Fonte : Centro Cultural Quintino Facci II / FIGURA 34 - Área Externa Antiga. Fonte : Centro Cultural Quintino Facci II / FIGURA 35 Área Externa Atual. Fonte : Centro Cultural Quintino Facci II
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CAPÍTULO4 . ÁREA DE INTERVENÇÃO: ANÁLISES E LEVANTAMENTOS
4.1 A área A área escolhida para o projeto está localizada no bairro, Parque Ribeirão, Subsetor Oeste 08 da cidade de Ribeirão Preto, de acordo com o mapa de macro-zoneamento da cidade, o bairro encontrasse na ZUP (Área de Urbanização Preferencial) por ter condições em termos de infraestrutura para que seja uma área de urbanização. Por ser uma região onde está localizada a penitenciária feminina da cidade, passa a ser marginalizada pelo resto da cidade como sendo um bairro de más influências, no entanto, o bairro possui diversos equipamentos de âmbito Municipal e Estadual, como escolas e UBDS. Ao analisar os bairros adjacentes é possível perceber a com nitidez a diferença entre bairros carentes e os de nível social elevado, como é o caso dos bairros Jd. Progresso e o Condomínio Quinta da Boa Vista A, que estão lado a lado, e separados por uma barreira de câmeras de segurança e muros que cercam o condomínio.
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FIGURA 37 – Marcação da quadra para o Projeto. Fonte : Mapa Arquivo Pessoal do Autor
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4.2 Ocupação do Solo (Entorno) A análise do mapa de uso do solo nos mostra que a área no entorno do terreno de intervenção, tem por predominância residências térreas, por se tratar de um bairro familiar sem grandes polos de comércio, a não ser os comércios locais como padarias, e mini mercados. As áreas verdes estão em estado de abandono, não tendo espaço para recreação infantil, as praças estão sem cuidados tendo seus bancos quebrados, assim como os postes de iluminação.
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FIGURA 38 – Mapa de Uso do Solo Fonte : Arquivo Pessoal do Autor
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FIGURA 39 – Mapa de Ocupação do Solo 2D. Fonte : Arquivo Pessoal do Autor
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4.3 Equipamentos A análise do mapa de equipamentos, é possível identificar que a área do entorno do terreno escolhido possui vários equipamentos de educação sendo 1 creche de nível Particular, 2 de nível Municipal, 2 Pré-escolas Municipais e uma escola de Ensino Médio Estadual, e 1 UBS de nível Municipal. São Equipamentos significativos em relação ao programa que será proposto, pois manterá uma forte relação com as crianças e adolescentes que frequentam essas instituições atualmente.
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FIGURA 40 – Mapa de Equipamentos Fonte : Arquivo Pessoal do Autor
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4.4 Hierarquia Física e Funcional Ao analisar os mapas de hierarquias de vias, tanto físico quanto o funcional, nota-se que há diretrizes para que uma avenida parque seja implantada próxima a área de intervenção ao longo do córrego Vista Alegre, assim como duas outras avenidas sendo uma com alargamento de vias existentes, diretrizes assim tornam-se fatores importantes para que o projeto seja bem sucedido em termos de uso, para que o tráfego de pessoas que possam vir a utilizar os serviços propostos não interfira na rotina habitual da vizinhança causando impactos negativos no tráfego. .
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FIGURA 41 – Mapa Viário. Fonte : Arquivo Pessoal do Autor
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4.5 Mobilidade Ao analisar a rede de transporte, vemos que há quarto linhas chamadas de linhas estruturais; Circular 1;2;3 e 4, são essas as linhas responsáveis por fazer trajetos que vão além das linhas convencionais que no caso do Bairro em que está inserido o projeto proposto, possui apenas uma linha que faz o trajeto PQ. Ribeirão/ Rib. Shopping. Com quarto linhas estruturais, se locomover do centro até a área onde o projeto está implantado torna-se mais fácil.
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FIGURA 42 – Mapa de Linhas de Ônibus Fonte : Guia Ritmo, modificado pelo Autor.
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4.6 O Terreno O terreno escolhido para o projeto, atualmente é destinado a área verde sendo metade da quadra uma praça e a outra metade um campo gramado, usado como campo de futebol, a soma das metragens dessas duas áreas totaliza numa área de 10.854,08 m², para o projeto em questão será utilizado a parcela da área em que se encontra a praça atualmente, essa área será de aproximadamente 5980,56 m² para que seja implantado o programa do projeto proposto.
43 Nascer do Sol Pôr do Sol Ventos Predominantes Área de Intervenção Campo de Futebol Legislação Gabarito básico de até 10 (dez) metros de altura, podendo exceder essa altura na ZUP. A taxa de ocupação máxima do solo para edificações não residenciais e mistas 80% . Coeficiente de Aproveitamento até 5 vezes a área do terreno. Recuos, edificações com gabarito superior ao básico, os recuos laterais e de fundo serão calculados pela seguinte fórmula R=H/6, maior ou igual a 2 (dois) metros, onde: R significa a dimensão dos recuos em metros lineares; H é o gabarito do edifício, em metros lineares, conforme definido no art. 41.
FIGURA 43 – Terreno Fonte : Arquivo Pessoal do Autor
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CAPÍTULO5 . DIRETRIZES PROJETUAIS
CONCEITO / PARTIDO
O Conceito do projeto visa promover a integração de uma área já existente, um campo de futebol com a área ao lado onde atualmente é destinada a área verde, que através da visita em campo nota-se que trata-se de uma área bem degradada com nenhum mobiliário de lazer infantil ou até mesmo adulto,. Além da integração o projeto visa também sediar reuniões do Projeto de Incentivo a leitura em bairros periféricos da cidade, promovido pela Fundação Feira do Livro. Sendo assim com a proposta para um novo Centro de Cultura; Convívio e Lazer, essa integração entra as duas áreas e a Feira do Livro torna-se mais forte, já que o campo de futebol é um grande símbolo de integração entre a comunidade local, o projeto cumpre seu papel ao disseminar a cultura em bairros afastados da região central de Ribeirão Preto .
FIGURA 40 – Mapa de Equipamentos Fonte : Arquivo Pessoal do Autor
Partindo do conceito de integração , o projeto foi pensado de forma a seguir diretrizes básicas para que se chegasse ao resultado de máxima integração. -Campo e Centro cultural na mesma cota de nível; -- Uso da topografia existente; -- Visão panorâmica de toda a quadra. -- Aproveitamento de insolação e ventilação Natural.
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MEMORIAL DESCRITIVO
44 Estrutura Alvenaria estrutural em blocos de concreto. O que reduziu o grande uso de pilares no projeto, locando-os apenas quando necessário. Cobertura Cobertura em telha tipo sanduiche, sua vantagem é a elevada capacidade de isolamento térmico. (FIGURA 44)
Caixa d’água Caixa d’água enterrada, e caixas d’água de auxiliares nos banheiro para que a água possa chegar até esses ambientes. Esquadrias de Alumínio Perfis de alumínio em pintura na cor preta. (FIGURA 45) Vidros Vidro incolor 20mm, com silicone na junção entre uma peça e outra.
Pisos Áreas Molhadas Interna Placas de cimento queimado com dimensões de 3 00 x 1,20 (cor Branca) Pisos Área Molhada Externa Piso Drenante, na cor cinza com dimensões 0,20 x 0,20 (FIGURA 46)
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Pintura Todas as paredes exceto áreas internas molhadas, receberam pintura com aspecto de concreto aparente. Fechamentos (Fachadas necessárias ) Termobrises automatizados
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Rampa Interna A estrutura da rampa será sustentada por cabos de aço chumbados na laje Fechamento Acesso ao subsolo Para o fechamento desse acesso será utilizado sistema de portas móveis automatizadas
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Pisos Áreas secas Placas de cimento queimado com dimensões de 3 00 x 1,20 (cor Cinza) (FIGURA 47)
FIGURA 44 – Detalhe da telha sanduiche. Fonte Google Imagens, 2016 / FIGURA 45 – Esquadria em alumínio. Fonte Google Imagens, 2016. / FIGURA 46 – Piso Drenante. Fonte Google Imagens, 2016. / FIGURA 47 – Piso Cimento queimado. Fonte Google Imagens, 2016.
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MEMORIAL JUSTIFICO
Sua implantação foi pensada de forma que houvesse uma ligação com o campo de futebol ao lado, para isso foram criados dois edifício, um onde está concentrado toda a parte administrativa , lanchonete, depósito e apoio ao campo, e outro para as atividade culturais e de lazer da comunidade, onde se encontram stands para que a comunidade possa fazer bazares beneficente, trocas de livros entre outras atividade que promovam a integração. Quanto a topografia a proposta foi manter a topografia acentuada na frente da entrada principal do edifício, e assim criar platôs onde as pessoas pudessem fazer piquenique, descansar sobre as sombras das arvores e ter uma visão geral do que acontece em toda a quadra, nesse mesmo lado encontra-se a rampa de acesso ao Centro Cultural, e no lado posterior uma escadaria. A proposta de Térreo livre, visa ligar todos os lados da quadra possibilitando ao pedestre livre passagem de um lado ao outro , seja a luz do dia ou ao anoitecer.
Para atender as necessidades do campo de futebol, foi criada uma arquibanca, por onde também se tem acesso a um terraço com ampla visão de toda a quadra, equipado com sanitários e lanchonete. O campo de futebol estará integrado as atividades do Centro de forma que em período de Feira do Livro, esse local seja uma das sub-sedes das atividades programadas pela Fundação. Já no edifício Cultural, o térreo livre além de stands conta uma área de jardim com abertura até o pavimento superior o que possibilita a entrada de luz natural o dia todo, um bicicletário para 10 bicicletas, com iluminação automática ao escurecer assim como os postes locados ao longo da quadra. Seu subsolo possui ampla área de exposições temporárias e permanentes, além de um auditório para 200 pessoas. No andar superior estão localizadas as salas de oficinas e uma biblioteca que servirá também com sala para reuniões do programa vinculado a feira do Livro - Jovens Protagonistas.
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FIGURA 48 – Poste de iluminação . Fonte Pinterest, 2016 / FIGURA 49 – Platô gramado. Fonte Pinterest, 2016. / FIGURA 50 – Bicicletário. Fonte Pinterest. 2016.
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PROGRAMA
Partindo da necessidade de atividades para a comunidade o programa é divido em dois edifícios, Administrativo e Serviços e Cultura e Lazer
Nível do Subsolo -Cultura e Lazer
Nível Superior -Cultura e Lazer
-Área de exposição -Salas para oficinas (Teatro, Ballet, Música e Pintura.) -Biblioteca --Administrativo
-Área de exposição -Auditório para 176 lugares -Área de serviços (acesso restrito á funcionários)
--Lanchonete -- Área de Convívio
-Nível Térreo - Cultura e Lazer
-Subsolo = 1906,16 m² -Térreo = 2047,46 m² -1 Pavimento = 2073,90 m² Taxa de ocupação = 37,70 %
-Módulos de uso da comunidade (bazares, feiras, trocas de livros) -Área livre para circulação e convívio -Administrativo - Lanchonete -Arquibancada (com vista para o campo de futebol.)
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CAPÍTULO 6 . O PROJETO
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ELEVADOR DE CARGA
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11
12
10
5 9 ELEVADOR
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ELEVADOR
2 1
9
9
9
9
7
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6
5
4
3 ELEVADOR
ELEVADOR
2 1
PROJEÇÃO DO SUBSOLO
PROJEÇÃO DO SUBSOLO
PROJEÇÃO DO SUBSOLO
PROJEÇÃO DO SUBSOLO
PROJEÇÃO DO SUBSOLO
PERSPECTIVA ILUSTRATIVA BSM-100 EXTRUDADO Escala: S/E
DETALHE DO BRISE SUL METAIS BSM-100 EXTRUDADO Escala: S/E
DETALHE DA ASA BRISE BSM-100 EXTRUDADO Escala: S/E
MAQUETE ELETÔNICA
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FIGURA - 51 – Perspectiva arquibanca e administração. Fonte Autor, 2016
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FIGURA - 52 – Perspectiva administração. Fonte Autor, 2016
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FIGURA - 53 – Perspectiva Lanchonete térreo. Fonte Autor, 2016
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FIGURA - 54 – Perspectiva Lanchonete pavimento superior. Fonte Autor, 2016
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FIGURA - 53 – Perspectiva entrada. Fonte Autor, 2016
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CONCLUSÃO
Pode-se concluir que o presente trabalho, se implantado, terá grande importância na comunidade do Bairro Parque Ribeirão, vendo que trata-se de uma área carente de espaços públicos de lazer. Criar um elo com o campo de futebol é uma maneira de dar continuidade ao espírito de sociabilizarão que já existe na área, e poder vincular o projeto a um evento cultural de escala Nacional como é a Feira do Livro, é fazer com que o papel de Cultura em seu sentido mais puro da palavra possa ser transmitido.
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BIBLIOGRAFIA
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AVALIAÇÃO 02/12/2016 AVALIADOR 1 ___________________________________________ NOTA: ________________________
AVALIADOR 2___________________________________________ NOTA: ________________________
AVALIADOR 3 ___________________________________________ NOTA: ________________________
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