Vila residencial sustentável

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VILA RESIDENCIAL SUSTENTÁVEL MODELO DE VILA RESIDENCIAL CONCEITO SEGUINDO DIRETRIZES SUSTENTÁVEIS

JOSÉ GILBERTO GABARRA CARDASSI

2018



CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA ARQUITETURA E URBANISMO

AUTOR: JOSÉ GILBERTO GABARRA CARDASSI – 4009818

IMPLANTAÇÃO DE UMA VILA SUSTENTÁVEL EM RIBEIRÃO PRETO

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado à banca examinadora do Centro Universitário Moura Lacerda, para obtenção de grau de bacharel em Arquitetura e Urbanismo, sob orientação da Prof.ª Maria Lídia Guimarães. RIBEIRÃO PRETO 2018


sumário introdução 4 1 vilas residenciais 6 2 sustentabilidade em edificações 8

3 uso de recursos renováveis e tecnologia 15 4 considerações finais 16 5 levantamento morfológico 17 6 referências projetuais 29 7 memorial descritivo e justificativo 39

8 o projeto 41 referências 52


AGRADECIMENTO Agradeço a Deus que me proporcionou condições para que eu pudesse me doar ao máximo para alcançar meus objetivos. A meus pais que são meus pilares e que sempre me apoiaram e deram tudo por mim. A minha namorada Mariana Ramos que sempre acreditou na minha capacidade e me deu apoio em todo momento. A toda minha família que indiretamente participou e compreendeu minha ausência em alguns momentos. A arquiteta Ana Carolina Venturini por todo seu apoio, compreensão, ensinamentos e disponibilidade que teve todo esse tempo. A todos os meus amigos que me apoiaram e torceram por mim, A Prof. Maria Lídia Guimarães que me acompanhou durante a reta final do curso me orientando com conhecimento e a liberdade necessária para que eu me esforçasse o máximo para desenvolver meu trabalho. A todos os professores que eu tive o prazer de ter participado das aulas tentando absorver o máximo de conhecimento. Aos funcionários que são parte vital para o funcionamento e manutenção da universidade.


Introdução

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Atualmente há uma disputa muito grande entre o meio ambiente e a urbanização, gerando um conflito de espaço e proporcionando com isso consequências graves tanto para a sociedade quanto para a própria cidade. As áreas urbanas estão crescendo cada vez mais, gerando no homem a necessidade de transformar o espaço em que vive, esse crescimento rápido e desenfreado acontece de uma maneira insustentável, gerando danos ao meio ambiente como por exemplo o desperdício de matéria prima, o descarte de resíduos de construção civil em lugares inadequados, edifícios com ausência de conforto ambiental, eficiência energética e qualidade urbana. A sustentabilidade abrange outros aspectos importantes como idealizar um projeto urbano estratégico visando a sustentabilidade, a valorização da integração entre os moradores e gerando uma conectividade entre todos do local tirando aquele sentimento de individualidade, existente nos dias atuais onde a maioria das pessoas não reconhece a ideia do coletivo e a valorização dos espaços público que promove o uso destes pela população, ou seja, criar espaços sem muros e sem segregação de áreas. A sustentabilidade promove a diversidade de usos para que as pessoas tenha disponível todos os recursos próximos, evitando assim a utilização de veículos, ou seja, dando prioridade ao pedestre. Além dessa devolução da cidade ao pedestre, outro aspecto norteador desse projeto é a geração de resíduos que a construção civil produz diariamente. Devido a estes aspectos a sustentabilidade aplicada no meio urbano resultará numa melhor qualidade de vida para a população, menor impacto ao meio ambiente e menor desperdício, ou seja, uma melhor conscientização através dessas escolhas mais limpas mais pessoas poderão seguir esse exemplo, beneficiando as futuras gerações e os meios urbanos, aliando cidade e meio ambiente.

A problemática enfrentada no projeto consiste no crescimento da construção civil de uma maneira onde o dinheiro sobrepõe o planejamento, construções sendo feitas em locais inadequados, sem o devido estudo preliminar, com aumento na geração de resíduos da construção civil, o descarte indevido desse material de obra cresce na mesma proporção, cada vez mais sem um descarte adequado para isso. Além disso temos também a questão do individualismo atualmente, onde as pessoas ficam apenas restritas ao seu edifício e ao seu local de conforto, ou seja, a cidade não possui atrativos para que a população interaja e aproveite os espaços públicos disponíveis, ou seja, como fazer com que haja consciência e interação para que todas essas questões não interfiram nas gerações futuras e no urbano?


Esse trabalho tem como objetivo, propor um conceito de moradia que responda aos anseios do homem moderno e do planeta, onde, através de um novo morar contemporâneo a arquitetura possa colaborar através de um projeto com menos resíduo, maior conforto ambiental e eficiência energética. Para se alcançar esse objetivo é fundamental discutir a sustentabilidade na arquitetura propondo uma nova forma de ocupação urbana frente ás atuais formas de ocupação na cidade, valorizando os espaços públicos devolvendo a cidade ao pedestre. Os objetivos específicos deste trabalho consistem em discutir sustentabilidade em edificações, utilizar no projeto materiais e sistemas construtivos que geram pouco resíduo na construção civil, demonstrar no projeto os benefícios de se implantar uma vila sustentável no urbano e propor uma forma de ocupação urbana frente às atuais formas de ocupação na cidade.

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1 Vilas Residenciais

1.1- Histórico e conceito As vilas residenciais existem desde a idade média até os dias atuais, em um intermédio entre aldeia e cidade. Estão presentes desde a época feudal, onde moravam os servos dos senhores feudais. Em 1532 Martin Afonso de Souza criou a primeira vila no Brasil, a vila de São Vicente, dando início a colonização evidenciando a presença das vilas desde a época do descobrimento. As vilas na atualidade, possuem como característica principal, interação entre os moradores, sem a individualidade a fragmentação imposta pelo mercado imobiliário, a vila nos mostra que é possível aplicar um novo conceito de morar, sem o individualismo e a verticalização do mercado imobiliário. 1.2 – Vilas sustentáveis contemporâneas. Atualmente vemos diversos estudos e projetos de arquitetos acerca de sustentabilidade, onde são desenvolvidos diversos projetos chamados de bairros sustentáveis, trazendo o conceito do “novo urbanismo”. Todos com um ponto em comum, a preocupação e a redução do impacto ambiental. As vilas sustentáveis contemporâneas trazem para o urbano uma ideia de um novo modo de “morar”, ou seja, local menor que um bairro onde pode se aplicar em uma escala reduzida, aspectos sustentáveis e sociais com uma tecnologia que não agrida o meio ambiente, dispõe de reuso de água, utilização dos recursos renováveis como o uso de energia solar para diversos atividades dispostas na vila, o planejamento do conforto ambiental, eficiência energética e a qualidade urbana, além valorização da interação entre os moradores trazendo a ideia da coletividade e autodesenvolvimento, reforçando esse novo modo de morar no urbano, rompendo totalmente com o modo de vida imposto pelo mercado imobiliário, sem o menor planejamento urbano. 1.3 – O que é uma vila sustentável. Há uma confusão entre as pessoas entre dois termos, as ecovilas e as vilas sustentáveis, uma ecovila tem uma estrutura vernacular, ou seja construções e hábitos “naturais”, utiliza-se materiais construtivos disponíveis nas proximidades, como madeira, barro, folhas e etc... . Já a vila sustentável tem como principal objetivo reduzir o impacto ao meio ambiente e para a cidade. Utilizar os recursos naturais como “combustível” para se sustentar, ou seja, aliar a tecnologia


implantada ao meio ambiente, fazendo com que as casas se sustentem, ou seja, deixando-as parcialmente independentes de toda rede urbana de energia, água e etc..., o uso da rede urbana será em último caso, como por exemplo em uma época de estiagem muito longa. A vila tem como um dos objetivos a interação entre os moradores, a preservação do espaço aberto, a minimização e reciclagem do lixo e a priorização do pedestre.

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2 Sustentabilidad e em edificações

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A palavra sustentabilidade no dicionário possui um significado que enfatiza a ação feita para conservar, manter, proteger, nutrir, alimentar, fazer prosperar, subsistir, viver. Mas qual e o conceito ecológico de sustentabilidade? Segundo Leonardo Boff em seu trecho do livro Sustentabilidade: “No dialeto ecológico isto significa: sustentabilidade representa os procedimentos que tomamos para permitir que a Terra e seu biomas se mantenham vivos, protegidos, alimentados de nutrientes a ponto de estarem sempre bem conservados e à altura dos riscos que possam advir. Assim, por exemplo, plantar árvores na encosta da montanha que servem de escora contra erosão e os deslizamentos’’ (Boff, 2011)

O planeta em que vivemos está em constante processo de degradação, todos os recursos disponíveis são limitados (água, ar, solo, energia e etc...), enquanto a política, o governo e a economia não seguem o mesmo caminho, se as pessoas não se conscientizarem de que todos esses recursos são limitados, as futuras gerações poderão sofrer muito com a falta desses. As transformações do pensamento das pessoas devem surgir desde cedo, fazer com que as gerações que estão surgindo não cometa os mesmos erros que as gerações atuais, “inaugurar” um novo patamar de civilização, mais preocupada com a vida e a natureza.

Leonardo Boff usa em um trecho do seu livro a palavra revolução que cabe exatamente para exemplificar como a sustentabilidade pode ser aplicada na história. “Mais do que outrora, caberia usar, com propriedade, a palavra revolução, não no sentido da violência armada, mas no sentido analítico de mudança radical do rumo da história para emitir a sobrevivência da espécie humana, de outros seres vivos e da preservação do Planeta Terra.” (Boff, 2011)

Portando sustentabilidade vai além do que o governo, a sociedade e a economia praticam atualmente, dando um significado equivocado para a palavra, apenas para vender, ligando o significado com o objeto apenas para agregar-lhe valor. A sustentabilidade antes de ser empregada tem que ser profundamente analisada e entendida acerca do que ela abrange para ser aplicada de maneira correta por todos, o Planeta Terra possui recursos finitos, portanto a atual geração dever servir de exemplo para as novas que


virão, visando a garantia de um futuro sem desperdícios e mais respeitoso ao Planeta Terra. A construção civil está em constante crescimento em todo mundo, mas ao mesmo tempo há a necessidade de se pensar como aliar esse crescimento a conscientização, a sustentabilidade na construção civil vem sendo discutida há muito tempo, como construir sem agredir o meio ambiente, minimizar resíduos, fazer com que a construção tenha o mínimo impacto possível no entorno e no meio ambiente e por fim como aliar todas as características sustentáveis na construção civil, para suprir as necessidades da geração presente sem agredir as gerações futuras. De acordo com Corrêa (2009) as características sustentáveis aplicadas de maneira planejada, adequada e com um investimento correto podem minimizar as questões entre homem e meio-ambiente. A sustentabilidade na construção civil e um assunto que abrange vários temas desde conforto térmico, acústico a materiais de construções eco eficientes, melhor estudo de entorno e estudo preliminar adequado para a implantação da construção visando ter o menor impacto possível, pensando logicamente em toda questão financeira da obra e seu custo de manutenção. O conceito de sustentabilidade atualmente é usado de uma maneira equivocada pelas empresas e governos, ofuscando os olhos das pessoas, praticamente comercializando o significado de sustentabilidade como um produto, rotulando para agregar valor a algo.

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A construção civil é vítima da especulação imobiliária, onde tempo é dinheiro e muitas vezes as construtoras apenas visam o lucro que terão assim que a obra finalizar, não se importando com o estudo preliminar, portanto é necessário discutirmos a qualidade do planejamento e a dos estudos antes de construir uma edificação, analisar cada aspecto que possa ajudar na hora de se projetar, visando melhorar a qualidade da execução, a qualidade da obra para reduzir os impactos causados e consequentemente melhorar a qualidade de vida de quem irá utilizar esse local.

Estudo preliminar da obra e essencial para boa construção da mesma, como por exemplo o condicionamento de ar, posição da fachada em relação ao sol, destino de resíduos, reuso de água, aproveitamento de energia solar dentre outros. Mas todos esses aspectos são parcialmente ignorados devido ao tempo e a preocupação com aspectos financeiros da obra, e isso atrapalha muito a construção de um edifício eco-eficiente. Atualmente a discussão sobre sustentabilidade na construção civil vem avançando cada vez mais, devido a grandes investimentos principalmente em países mais desenvolvidos, no Brasil esse investimento do governo ainda está um pouco atrasado, mas aos poucos está sendo implantado. Notamos os resíduos de obra de alguns países da vem diminuindo muito, em comparação com o Brasil, segundo Corrêa (2009), as atividades da construção civil gera muitas perdas, que são os entulhos, e o que falta é a falta de conscientização perante esse desperdício. Em comparação o Brasil produz aproximadamente 850.000 t/mês de entulho já o Reino Unido produz aproximadamente 53.000 t/mês e o Japão 6.000 t/mês, e através desses dados notamos que a preocupação desses países em reciclar já faz parte do seu processo construtivo, mostrando a viabilidade técnico-econômica da construção desses países. Os resultados dos aproveitamentos desses entulhos gera benefícios ambientais, econômicos e sociais. A segunda metade do século XX foi marcada por um período de inúmeras mudanças tecnológicas e juntamente, crescendo na mesma proporção, as cidades e as grandes populações urbanas, em consequência desse avanço repentino os serviços públicos não acompanharam essa grande demanda principalmente aqui no Brasil, e isso ainda reflete nos períodos atuais, vemos locais sem a devida infraestrutura básica, muito poucos serviços e facilidades o que resulta nos grandes centros urbanos de terceiro mundo. A moradia digna e salubre é um direito de toda população e de grande importância para o equilíbrio social e deve ser pensada sem comprometer os ecossistemas existentes, ou seja, construir pensando nas gerações futuras.


Atualmente as grandes construtoras e empresas vem dando uma maior importância a parte ética e uma postura que valorize o meio ambiente, pensando melhor os projetos e visando ter o menor desperdício possível, há um grande interesse na redução dos impactos ambientais na construção civil desde a fase inicial de concepção de projeto até a fase final da construção. Não devemos pensar na sustentabilidade das construções apenas em uma fase do processo, mas sim em todas as fases desde o início do projeto, escolhas dos materiais até a entrega do empreendimento. Os aspectos econômicos, sociais e ambientais devem caminhar juntos para a execução de um bom projeto que atende as demandas sustentáveis, de acordo com Florim (2005) esses aspectos devem ser contemplados em qualquer projeto habitacional e a cidade, ou a área metropolitana deve servir de exemplo para o modelo de civilização sustentável. A eco-eficiência nas construções pode ser alcançada pelo fornecimento de bens e serviços a preços justos, fazendo com que traga qualidade de vida a todos que irão morar no local e ao mesmo tempo trazer uma redução significativa nos impactos ambientais, ou seja, utilizar os recursos naturais no seu nível mínimo, respeitando o limite do meio ambiente. A eco-eficiencia é apenas uma das ferramentas do desenvolvimento e educação sustentável, devemos pensar localmente para agir globalmente, dar exemplo em pequenas escalas para a humanidade ver que não é difícil aliar a sustentabilidade na construção civil ao meio ambiente, não agredindo e nem usando a mais do que precisamos e juntamente considerando dois lados o econômico e ecológico ambos ligados à visão social. Esses três aspectos econômico, social e ambiental é chamado por Florim (2005) de “triple bottom line” e diz que a sinergia entre esses aspectos permeia a aplicação do conceito de sustentabilidade em qualquer local.

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Construir habitação pensando nas gerações futuras, é construir com uma estratégia ambiental voltada para uma edificação limpa, eficiente, econômica e saudável para quem vive. Uma edificação limpa pode ter dois aspectos, o da construção onde há pouca quantidade de resíduos durante a obra e pós obra, e o outro aspecto da edificação limpa seria o fato dela não agredir tanto o meio ambiente quanto uma obra convencional, ou seja, explorar conscientemente matérias primas, geração de energia elétrica e captação de água da chuva para reduzir o consumo da rede pública.

Em suma todas essas características geram uma produção limpa, desde a prevenção de resíduos da fonte que são extraídos, até a fase final da obra.

2.1 – Movimentação de terra Para que a obra seja em sua maior parte sustentável, as etapas que antecedem a construção também devem ser pensadas dessa mesma maneira sustentável. Uma das principais etapas da obra é a análise do terreno, qual sua inclinação e seu perfil topográfico. A movimentação de terra feita de maneira equivocada eleva bastante o custo já no início da obra, então qual a melhor maneira de se obter resultados sustentáveis e mais baratos se caso precisar fazer cortes e aterros. Em seu livro “Manual do arquiteto descalço” Johan Van Lengen nos mostra que a movimentação de terra é um item importante em uma obra, onde casas são projetadas em terrenos inclinados como se fossem planos, o resultado é que gasta-se mais dinheiro na construção das fundações, no bota fora de terra e muros de contenção (arrimo), além de destruir parte do ambiente natural.

Imagem 1: Exemplo de uma obra cujo terreno foi modificado para construção. (Lengen, Johan)


“De forma geral as estruturas metálicas são estruturas que implicam a pré-fabricação conduzindo desta forma a um processo de construção mais eficiente, a uma maior rapidez de construção e à minimização dos riscos e prejuízos da obra e do estaleiro. Simultaneamente, sendo estruturas relativamente leves, conduzem à construção de fundações mais reduzidas, permitindo a preservação do solo de fundação e a redução da movimentação de terras. (Gervasio, 2008)

Imagem 2: Exemplo de obra cujo declividade do terreno foi aproveitada, com três tipos de formas de telhado (Lengen, Johan) Notando essas duas imagens concluímos que a obra que aproveita a inclinação do terreno tem uma configuração mais sustentável além de economizar dinheiro, ou seja, o que seria gasto com arrimo e terraplanagem pode ser destinado à outros fins na obra.

O terreno escolhido para o projeto apresenta boa parte plana, tendo apenas duas curvas com pouca diferença de nível cada uma então a proposta foi planificar essa área com a mesma cota predominante do terreno para implantar a quadra poliesportiva.

2.2 – Estruturas A construção sustentável é uma questão essencial hoje em dia, a indústria civil no Brasil está se ajustando a escala sustentável, mas a maioria das cidades ainda utilizam materiais que geram muito desperdício, principalmente os relacionados a estruturas.

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A necessidade de aplicar táticas eco-eficientes na indústria de estruturas em geral e tornar mais eficiente a utilização dos recursos e dos resíduos, são de extrema importância para respeitar os requisitos fundamentais do desenvolvimento sustentável, e o material que desempenha esse papel sustentável é o aço, pois além de ser moldado de acordo com a necessidade é 100% reciclado, pode ser produzido a partir de sucata ou pelas matérias primas (minério de ferro, calcário e coque).

2.3 – Vedações: métodos construtivos rápidos e eficientes. Hoje no Brasil notamos que a arquitetura tradicional, aquelas feitas de alvenaria, são as mais utilizadas fazendo com que o volume de matérias primas e resíduos pós obras, aumentem cada vez mais sem um descarte apropriado para tais. O steel frame consiste em um método construtivo a partir de chapas de aço com espessura reduzida e drywall, onde a obra pode ser executada de uma maneira rápida, eficaz e limpa, diminuindo o peso do edifício, redução de custos e o desperdício, por se tratar de um sistema construtivo ‘’seco’’, pois desconsidera o uso do cimento e do concreto. Uma das qualidades de se usar o steel frame é a viabilidade nos cálculos, que gera uma precisão na escolha e na quantidade de material que será aplicado, bem como a mão de obra que será utilizada e o tempo de execução. Tudo isso remete a um custo um pouco mais elevado por metro quadrado em relação a alvenaria e uso de concreto, mas os benefícios resultantes desse método acaba compensando a longo prazo. Se você consegue entender o valor de uma estratégia de projeto que custa entre 5% e 10% a mais, mas pode gerar uma economia que se paga em até 5 ou 10 anos e depois gera um benefício econômico por mais de 40 anos, então você é a pessoa certa para consumir este tipo de arquitetura. (Arquitetura, Tuti)


Imagem 3: esquema construtivo de steel frame. (http://livrevida.com.br/) Imagem 4: Esquema em perspectiva de uma parede feita com OSB e isolante na parte interna (MORETTI MEIRELLES, Célia Regina, Et al.)

A técnica construtiva do steel frame devem ser leves, garantir um conforto térmico e acústico adequados, ter um baixo índice de propagação do fogo e ser feito de materiais de baixo impacto social. Esses sistemas de vedações e fechamentos já são muito utilizados em países como Chile, Canadá e Estados unidos, além disso eles usam os painéis chamados OSB (Oriented Strand Board) que consiste em painéis de madeira produzidos a partir de madeira de reflorestamento e com um isolamento térmico no meio dos painéis, esses materiais isolantes que podem ser aplicados são lã de rocha, lã de vidro e o isopor.

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Já o método do wood frame se assemelha ao do steel frame, a diferença são os perfis de alumínio que são substituídos por perfis de madeira reflorestada e tratada onde serão encaixados nas paredes de madeira ou dry wall. As características do wood frame e steel frame são bem semelhantes, porém o wood possui um conforto térmico e acústico um pouco melhor que o de steel. O custo de se produzir uma casa em wood frame varia entre R$ 1450 a R$ 3000 por m², mas as suas vantagens em relação a alvenaria comum são enormes como por exemplo a redução de 85% dos entulhos nos canteiros de obra, 80% menos CO2 durante a construção e 25% a menos do tempo de construção em alvenaria comum, os mesmos dados servem também para o steel frame. No entanto o wood frame não é muito conhecido e utilizado no Brasil, pois há a falta de conhecimento técnico sobre o sistema e também a falta de normalização e preconceito associado a má utilização da madeira como processo construtivo


Imagem 6: constituição de uma telha sanduíche (Avrella, Grégori) Imagem 5: Esquema construtivo de wood frame. www.atosarquitetura.com.br/

2.4 – Cobertura

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As coberturas devem ter o devido conforto acústico e térmico não esquecendo que a mesma deve ser executada sem gerar muitos resíduos na construção. Pode-se citar dois sistemas de cobertura atualmente que estão sendo usados para esse fim sustentável, os telhados verdes e os chamados sanduíche feitos com telha metálica preenchida com isolante, ou telha de fibrocimento preenchida com isolante. No Brasil existem diversos tipos de telha e de coberturas, mas quando são escolhidas durante a fase de projeto para uma determinada região, será uma escolha econômica significativa. Ultimamente a construção das casas de painéis estão cada vez mais ganhando o mercado aos poucos, pois notou-se que houve um aumento significativo dos custos de manutenção e de reparação das estruturas de concreto armado e madeira, além das questões de durabilidade, portanto iniciou-se essa nova busca por estruturas cada vez mais leves, resistentes e capaz de serem construídas com reduzidos tempos de execução. A telha sanduiche consiste de duas laminas finas, rígidas e resistentes de material denso, separadas por uma camada de baixa densidade e que pode ser menos rígida que as laminas.

Há algumas vantagens de se usar as telhas sanduiches em obras com sistema de encaixe, essas telhas possuem uma melhor organização, redução de atividades realizadas no canteiro de obras, menor desperdício de materiais, redução do prazo e de custo e facilidade de utilização.


E uma outra opção seria o telhado verde que tem um desempenho muito bom em relação ao conforto térmico e acústico, pois com a vegetação os ruídos são minimizados e a temperatura diminuída. Este benefício. além de manter o local mais agradável, ainda economiza energia pois reduz o uso de climatizadores. Alem disso os telhados verdes ajudam a retardar e reduzir o escoamento da água da chuva e filtra os poluentes presentes na mesma.

Imagem 7: Esquema de composição de telhado verde. (Snodgrass e McIntyre, 2010)

Para a implantação de um telhado verde é necessário um bom preparo na laje antes da vegetação ser implantada, na imagem acima notamos um esquema de montagem de um telhado verde. Primeiramente é feita uma pavimentação e uma boa impermeabilização da laje, após testada, uma camada de proteção e armazenamento é colocada, logo em sequência vem a camada de drenagem por onde a água percorrerá ate o coletor de água pluvial, pra não ter o risco de entupir os coletores uma camada anti-raiz e um filtro e colocado antes da camada de drenagem e por fim e colocada a camada de substrato e a vegetação.

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3 Uso de recursos renováveis e tecnologia

3.1 – Gestão e uso da água Quando falamos em sustentabilidade logo pensamos nos recursos renováveis que abrange esse tema. O reuso da água, uso racional e captação de água pluviais são alguns tópicos que são destaque quando aplicados as construções sustentáveis, o reuso da água, como o próprio nome diz, consiste em reutilizar a água para outros fins como por exemplo no uso em jardins e banheiros e na descarga dos vasos sanitários. O uso racional consiste em utilizar somente o que é necessário sem qualquer desperdício e por fim a captação de águas pluviais, que consiste no proveito da água da chuva para diversos fins, desde a utilização em jardins e hortas a utilização dentro da residência após ser devidamente tratada. Portanto a junção desses três tópicos de gestão e uso da água são muito bem vindos quando falamos de sustentabilidade na habitação, gerando uma economia de água e uma conscientização das pessoas.

3.2 – Geração de energia A captação dos recursos renováveis consiste, além da gestão e uso da água, a utilização da geração alternativa de energia, não dependendo 100% das redes externas de distribuição. Existem diversas maneiras da captação de energia renovável, mas a mais utilizada e a mais eficiente é a captação de energia através das placas fotovoltaicas, seja instalada em alguma área específica, ou aplicada nos telhados das edificações, este último é um meio mais viável, pois não perde área de terreno e aproveita a grande área dos telhados para a instalações da placas devidamente calculadas para suprir todo ou parte do uso de energia elétrica da edificação. O estado de São Paulo por estar localizado em uma zona temperada no Brasil, tem suas estações do ano bem definidas e Ribeirão Preto possui uma boa incidência solar durante todo o ano o que viabiliza a instalação desse tipo de equipamento. Deixando a edificação parcialmente dependente da rede externa de distribuição. Além de que se produzido mais do que é utilizado, poderá ser abatido no valor da conta de energia deixando um crédito e pagando apenas as taxas de manutenção que são fixas. Portanto a captação de energia solar é um item muito importante quando falamos de sustentabilidade, e seria perfeitamente aplicado em uma vila sustentável, juntamente com a gestão e uso da água.


4 Considerações finais

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De acordo com alguns cientistas como Geoffrey West, do Santa Fe Institute acreditam que as cidades estão “vivas”, como os animais, as cidades têm pulsação, e esta pulsação é feita por nós, os seus habitantes. Enquanto estradas e ruas agem como veias e artérias de um corpo, as pessoas agem como células sanguíneas, transferindo energia de um ponto para outro. Segundo pesquisas da ONU, até 2050 cerca de 75% da população mundial viverá em cidades, e as cidades recém-criadas e o processo de urbanização nas áreas rurais reproduzem um estilo de vida baseado no consumismo e na economia linear, causando ao mesmo tempo, um impacto social e econômico destrutivo sobre os ecossistemas naturais.(Cunha, Renato)

O começo da implantação de vilas sustentáveis nas cidades nos faz pensar no futuro, nas possibilidades de uma nova etapa, conciliar meio ambiente e construções, raça humana e natureza, sem conflitos, por mais que seja uma escala pequena, a vila pode se transformar em um bairro e consequentemente em uma cidade inteligente e sustentável. Atualmente, com o aumento populacional, o uso de recursos tem-se tornado excessivo, pelo que a tentativa de implementar novas políticas ambientalistas em prol da sustentabilidade da comunidade tem-se tornado uma prioridade. Contudo, A formação de uma “smart city" não permite a dissociação da tecnologia de que a cidade usufrui do uso inteligente do conhecimento de que dispõe. Desta maneira, para uma cidade normal converter-se numa cidade inteligente deverá repensar estratégias, modelos e processos urbanos para responder aos desafios atuais ligados ao bemestar populacional e, principalmente, ao equilíbrio ambiental e eficiência dos recursos naturais. (Guedes, Ana. Et al -“Smart Cities”)


5 Levantamento Morfolรณgico

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Por se tratar de uma área em expansão, o bairro Nova Aliança atraiu investimentos nas mais diversas áreas, dentre elas área gastronômica, construção civil, lazer e comercial. O terreno escolhido encontrase bem próximos a locais bastante usado pelas pessoas do bairro e seu entorno, facilitando o acesso a eles muitas vezes não necessitando de usar nenhum veículo. O lote escolhido atualmente é bastante usado pelas pessoas do bairro Nova Aliança como um tipo de “atalho” para se chegar aos lugares, então quando se dá um uso para ele sem a colocação de um muro devolve esse lote à cidade com bastante qualidade arquitetônica e sustentável sem tirar a característica de continuidade, que ele atualmente apresenta.

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A topografia do lote é bem plana com apenas um desnível pequeno de 2 metros na parte inferior esquerda. A maior parte do lote encontrase na cota 588,6, com cota média na 587,9 e a cota mais baixa é a 568,4.

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N

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O bairro Nova Aliança é predominantement e de edifícios residenciais, e alguns comércios em seu entorno como concessionárias de veículos e o novo mercadão cidade, ainda há alguns lotes vazios por se tratar de uma área ainda em expansão.


N

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O entorno da gleba escolhida, tem predominância de edifícios acima de 3 pavimentos de alto e médio padrão, o bairro Nova Aliança é uma região bastante verticalizada com poucas edificações térreas. Por ser tratar de um bairro em crescimento ainda há a presença de muitos lotes vazios.


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O mapa de hierarquia viária física apresenta uma estrutura para suprir a demanda de uma região predominantemente habitacional, pois as características físicas das vias são limitadas à um fluxo leve. A Avenida Braz Olaia Acosta possui características físicas para uma demanda grande de veículos, ela é responsável por coletar e distribuir o fluxo para vias expressas e locais.


Na prática as vias funcionam como foram projetadas, mas nos horários de pico algumas vias como a Rua Magda perona Frossard ficam com fluxo intenso na área de cruzamento com a Av. Braz Olaia Acosta esse acontecimento ocorre devido ao número de atividades exercidas no bairro, e as ruas que antes foram projetadas para um fluxo leve de veículos não possuem condições físicas para suportar o fluxo atual. Podemos verificar no mapa que a Av. Braz Olaia Acosta e a Av. Dr. Cesário Monteiro da Silva ainda se mantém como principal via, com maior fluxo, distribuindo o fluxo para as vias locais e para a Rodovia Prefeito Antôno Duarte Nogueira.

N 23


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EE

1 H

EQUIPAMENTOS URBANOS Educação especial

B

2º Grau

A

UBDS

2A

Creche/Educação pré-escolar

C

Creche Hospital 3

1º Grau

O entorno da gleba possui equipamentos importantes que estão a disposição dos moradores do bairro e do seu Pré escolar + 1º grau entorno trazendo recursos e atendendo a todos, não tendo a necessidade se deslocar muito até esses locais. Possui d 1º e 2º Grau escolas de fácil acesso, mercados que servem ao bairro e equipamentos de saúde como uma UBDS e um hospital.


TRANSPORTE PÚBLICO:

LINHA J 305 A linha de ônibus J 305 é a responsável pelo transporte no bairro Nova Aliança, passando de 20 em 20 minutos inclusive em finais de semana. Possui pontos bem distribuído em todo o percurso facilitando o deslocamento das pessoas.

Pontos de ônibus Área de implantação da vila

25 FONTE: http://www.ritmoribeirao.com.br/servicos-a-populacao/consultar-linhas/mapa/?oid=1341909&titulo=J%20305%20%20JD.%20NOVA%20ALIAN%C3%87A&imprimir=1


A gleba se situa entre a Av. Braz Olaia Acosta e as ruas Magda Perona Frossard, Rua Palmyra Magnani Protti e a rua Marcos Markarian. O terreno possui uma área total de 40.700 m², porém só uma parte dele será utilizada para o projeto que será de 11.220 m². Caixa econômica

N

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O lote apresenta uma topografia plana em boa parte do terreno, assim que chega próximo a lateral inferior esquerda, há um desnível de dois metros em relação à cota 588,6. A drenagem do terreno é na direção sudoeste (SO), e os sentidos dos ventos é na direção noroeste (NO). O sol nasce no Leste e se põe no Oeste.

PÕE

NASCE

N

SENTIDO DE DRENAGEM

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SENTIDO DOS VENTOS

SENTIDO SOLAR


Conclusão levantamentos

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Faz necessário o levantamento das características físicas ambientais do terreno e de seus entorno para maior entendimento da dinâmica da região, pontuando suas características positivas e negativas, e assim, propor soluções compatíveis com as necessidades sociais e ambientais. Podemos verificar de acordo com os levantamentos que a região do Bairro Nova Aliança, próximo a Rodovia Prefeito Antônio Duarte Nogueira, onde o terreno está localizado apresenta características comuns de grandes centros urbanos como:

Características positivas: • Grande oferta de produtos e serviços. • Dinâmica nos usos e ocupação em termos comerciais • Equipamentos públicos abundantes • Transporte público abundante • Infraestrutura urbana

Características negativas: • Adensamento de edifícios (alta verticalização) • Pouco solo natural • Pouca dinâmica fora do horário comercial • Degradação urbana • Desvalorização do solo • Habitações com pouca qualidade arquitetônica • Lotação de veículos em horários de pico.


6 Referências projetuais

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Muitos países já implantaram essa característica de vilas sustentáveis em suas cidades, mas em uma escala um pouco maior, como por exemplo na cidade de Friburgo na Alemanha há um bairro autossuficiente chamado Vauban, este bairro possui todas as características citadas acima sobre uma vila sustentável. Este bairro começou a ser construído em 1993, e os primeiros habitantes começaram a ocupar o local nos anos 2000, isso mostra a velocidade de construção das casas, em apenas 7 anos uma área grande foi toda construída e ocupada com todas as características autossuficientes. Dentro do bairro as residências se comparam a micro usinas de energia, ou seja, além de produzir sua própria energia subsidiam o excedente para a rede pública. A participação popular nas decisões deste bairro é um diferencial. Outro diferencial é que as casas residenciais se equiparam a micro usinas de energia elétrica. E produzem tanta energia que subsidiam o excedente à rede pública. Ou seja, não pagam conta e ainda vendem. (www.greenme.com.br)


Bairro Vauban Localização: Friburgo, Alemanha Início da construção: 1993 (compra da área) Finalização da obra: 2014 (entrega das últimas casas) População: 5 mil habitantes O projeto do bairro Vauban em Friburgo na Alemanha, foi pensado e idealizado minuciosamente, as casas foram projetadas de acordo com os conceitos do bioclimatismo, aproveitando ao máximo a luz solar, tanto para gerar a energia necessária para mantê-las quanto para reduzir ao máximo a utilização da energia artificial, são feitas com grandes janelas para aproveitar toda a entrada de luz e ventos, reduzindo também a utilização de ventilação forçada. Nota-se também que o conjunto de casas estão dispostos de uma maneira espaçada, que permite com que a iluminação e os ventos entrem em todos os “blocos” de casas e como na Alemanha o inverno e bastante rigoroso as janelas e as paredes foram planejadas para evitar a entrada do frio e garantir a calefação no inverno.

30

Imagem 8: Vista mostrando o conjunto de apartamentos do bairro Vauban www.greenme.com.br

Os telhados das casas de Vauban foram projetados para captação de energia solar e captação de água da chuva, onde essa última é usada para uso doméstico, como a irrigação de jardins, banheiros e descargas. As placas solares tomam a maioria da área dos telhados, estão dispostas na maior água do telhado para ter maior área aproveitável para captação da luz solar, e além de gerar energia aquece a água das casas.

Imagem 9: Vista áerea dos telhados fotovoltaicos do Bairro Vauban www.arquiteturasustentavel.org


A parte urbana do bairro Vauban foi planejada para priorizar o pedestre, 30% apenas dos residentes possuem carros, o transporte é feito por bicicletas. Os visitantes são obrigados a deixar os carros estacionados nas periferias do bairros nos estacionamentos específicos, fazendo com que caminhe ou vá de bicicleta pelas ciclovias até o local desejado. Além das ciclovias, Vauban possui os “trams”, que são bondes que cruzam uma parte do bairro. A reciclagem de lixos e de resíduos também são aspectos exemplares do bairro Vauban, todo lixo é separado de acordo com o seu destino, em coletores separados por toda a cidade, a parte de lixos orgânicos e domésticos são decompostos e viram biogás que alimentam as casas e os restaurantes da cidade, já a parte liquida são tratadas por biofiltros e retornam limpas para os rio , ou seja o bairro praticamente não interfere em nada do ambiente em que está implantado, mostrando que a autossuficiência nas construções são muito bem vindas quando bem planejadas. Conclusão: Esse bairro vauban foi escolhido pelo fato de ter muitas características construtivas e sociais relacionadas a sustentabilidade que serão usadas no projeto da vila em Ribeirão Preto, como as placas solares e o método construtivo.

31 Imagem 11: Vista dos fechamentos em brises móveis www.sustentarqui.com.br/vauban-exemplo-de-bairro-sustentavel/

Imagem 10: Calçadas amplas e arborizadas do bairro www.sustentarqui.com.br/vauban-exemplo-de-bairro-sustentavel/


ecovila clareando Localização: Serra da Mantiqueira, região entre as cidades de Piracaia e Joanópolis. Início da construção: 2001 Área: 23 hectares – 230.000 m² Lotes: 97 lotes de 1.000 m² a 1.400 m²

Localizada na Serra da Mantiqueira, região entre as cidades de Piracaia e Joanópolis a ecovila clareando é um condomínio rural que reúne pessoas que possuem os mesmo objetivos que é viver de forma sustentável utilizando os recursos renováveis sem agredir a natureza, a ecovila segue o conceito da agenda 21 e da Rio-92 para a construção e desenvolvimento de ecovilas. A ecovila possui 23 hectares de área, que possui mata nativa, nascentes e uma vegetação bem abundante e está localizada na Serra da Mantiqueira O projeto de loteamento da ecovila é apenas residencial com 97 lotes que variam entre 1.000 m² a 1.400 m² onde possui toda a infraestrutura como ruas, captação de água pluvial e energia elétrica. As casas são construídas com materiais vernaculares como tijolos de adobe, as paredes são feitas de pau-a-pique, estrutura de toras de eucalipto, acabamento em terraesterco, pintura de terracal, forros térmicos de lona e bambu, vidros reaproveitados, entre outros. As áreas institucionais e as áreas verdes são locais comuns do loteamento podendo ser utilizada a qualquer hora por todos os moradores, que usufruem de uma horta orgânica, centro comunitário, pomar e uma ampla área verde.

Imagem 12: Unidade habitacional da Ecovila www.clareando.com.br

32 Imagem 13: Vista do telhado verde da ecovila www.clareando.com.br


A

ecovila

clareando segue o princípio

da

permacultura,

onde

desenvolvem o conceito de proteção ao meio ambiente, a natureza e priorizam a integração entre todos os moradores. É uma comunidade que incentiva o autodesenvolvimento. O conceito de sustentabilidade não está apenas na forma de construir

mas sim na forma de morar, e de como as pessoas que moram no local se relacionam entre si, sempre colaborando para o avanço tanto do local como das pessoas. Portanto a ecovila nos mostra uma referência tanto social como ambiental no que se diz respeito a sustentabilidade, o projeto segue todas as grandes ideias voltadas ao sustentável desde o modo de morar

sem interferir no meio ambiente, como os métodos construtivos usados para as habitações, até como as pessoas se relacionam para fazer com que a ecovila evolua dando exemplos a várias pessoas que morar sem danificar o meio ambiente é completamente possível.

Imagem 14: Vista aproximada do telhado verde da ecovila www.clareando.com.br

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BEDZED •Localização: Reino Unido - Europa •Ano do projeto: 2002 •Projeto: Bill Dunster Architec •Engenharia: Arup

BedZED é uma eco-aldeia localizada nos subúrbios do sul de Londres, foi a primeira comunidade sustentável de uso misto em larga escala do Reino Unido, com 100 residências, escritórios, faculdades e instalações comunitárias. O empreendimento foi construído com intenção de neutralizar as emissões de carbono na construção, manutenção e no uso dos edifícios, para isso sua construção não só previu o impacto do edifício no seu uso, mas também a forma, o transporte e uso de materiais e equipamentos deveriam ser zero de emissões de carbono.

Materiais : Os materiais usados além de serem de baixo impacto ambiental em sua montagem, eram usados em sua condição natural. As madeiras usada no projeto derivou de fontes sustentáveis, ou seja, o gasto com energia na manipulação das matérias-primas e transporte foi totalmente minimizado. Aço estrutural reutilizado foi usado no enquadramento do espaço de trabalho e estrutura. Os resíduos de construção foram segregados no local e enviados para reciclagem.

Vidros triplos

Revestimento de madeira carvalho não tratado de origem

Tijolo local

34 Imagem 15: Exterior das habitações. Fonte: www.peabody.org.uk

Imagem 16: Exterior das habitações. Fonte: CHRIS TWINN


Energia: Tendo como objetivo tornar a eco-villa uma ilha energética, toda energia consumida pelo empreendimento tinha que ser gerada localmente, por fontes de energia renováveis, com isso foi necessário a utilização de uma Central de Cogeração2, além de uma unidade de CHP há ainda um sistema de aproximadamente 800m2 de células fotovoltaicas posicionadas nos edifícios (em coberturas, fachadas e vidros), que complementam a produção de eletricidade para o conjunto.

Aquecimento e Ventilação: O sistema de abastecimento de água, eletricidade e aquecimento são independentes e autônomos, gerando toda energia necessária. Foram projetadas unidades de forma a produzir menos energia. Também foi projetado um sistema passivo de captação de calor, no qual aproveitam o máximo as condições naturais. As fachadas com maior insolação, foram dotadas com varandas fechadas em vidro, fazendo uma estufa, tornando mais agradável a temperatura dos interiores nos dias de inverno. E para os dias de mais calor, as janelas da sala e cozinha, formam uma ventilação cruzada, abstendo-se do uso de ventilação mecânica. O elemento colorido instalados nas coberturas tem a função de proporcionar um sistema de ventilação passivo.

Imagem 17: Esquema de fonte de energia renovável. Fonte: www.peabody.org.uk

Imagem 18: Sistema fotovoltaico. Fonte: www.peabody.org.uk

35 Imagem 19: Exposição das massas termais: ww.bedzed.org.uk


Imagem 20: Interior das habitações. Fonte: www.peabody.org.uk

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Água: Para armazenar as águas da chuva, foram projetados terraços com cobertura verde, onde a água é armazenada em um reservatório posicionado no subsolo, no qual também recebe água reutilizada vindo dos vasos sanitários, após passar por um tanque séptico e uma unidade de tratamento. As águas reutilizadas alimentam as descargas e as torneiras para regadores dos jardins. Para evitar desperdício nas torneiras, foram especificado no projeto torneiras do tipo spray para os banheiros e cozinhas. Foram instaladas máquinas de lavra roupa em todas as unidades com melhor eficiência hidro-energética. A vila ecológica também economiza água, com toaletes com descarga dupla, chuveiros e máquinas de lavar com baixo consumo de água instaladas por toda parte. Os medidores de água são fáceis de ver nas casas.


Conclusão referências

37

A presente pesquisa contempla a leitura projetual de três obras que visam a sustentabilidade em vários aspectos. Os projetos abordam questões de habitações sustentáveis que promove a sustentabilidade social e ambiental, favorecendo mitigação da segregação social e a dinâmica do espaço, com tipologias de uso misto e interação com o entorno imediato.

O bairro Vauban na Alemanha nos mostra a importância dos telhados fotovoltaicos, interação entre os moradores e os métodos construtivos diferenciados,

todo

projeto

pensado

para

o

bioclimatismo

e

sustentabilidade.

A ecovila clareando evidencia que podemos construir mesmo usando materiais locais vernaculares, sem agredir a natureza. Optar por telhados verdes para reduzir a temperatura interna das casas

O BedZed nos mostra que a sustentabilidade vai além de construção em pequena escala e evidencia isso no seu projeto com usos mistos de

larga escala feitos de materiais de fontes sustentáveis gastando pouco com o transporte e energia de matérias primas. Planejado inteiramente visando a sustentabilidade e a minimização da emissão de CO2 e fazendo com que cada unidade trabalhasse como ilhas energéticas onde a energia consumida pelo empreendimento teria que ser gerada localmente.


Em resumo, nesta tabela é apresentado as características de cada

projeto de referencia que foi adotado neste trabalho.

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PROJETOS DE REFERÊNCIA

VILA SUSTENTAVÉL EM RIBEIRÃO PRETO

BAIRRO VAUBAN

Composição de telhados fotovoltaicos, janelas amplas e largas, prioridade para o pedestre e ciclistas, calçadas largas e arborizadas e brises móveis.

ECOVILA CLAREANDO

Telhados verdes e modo de morar sem interferir no meio ambiente (sustentabilidade social e ambiental)

BEDZED

Utilização de materiais que geram pouco ou nenhum resíduo e utilização do módulo habitacional para gerar energia para o mesmo.


7 Memorial descritivo e justificativo

39

O projeto da vila sustentável inserido no terreno do Jardim Nova Aliança tem por objetivo promover moradias de qualidade para os habitantes aproveitando ao máximo o terreno sem causar muito impacto na área e no lote, como forma de manter o fluxo de pedestres, uso esse que tem sido adotado pelas pessoas da região atualmente, revitalizar a área com uma massa arbórea abundante, pois possui poucos espaços verdes de ‘’respiro’’ onde a presença de prédios é maciça prejudicando a vitalidade da vizinhança. Foi adotado apenas um pavimento justamente para contrapor a verticalização e o adensamento dessa área. A implantação desse empreendimento deverá seguir diretrizes de sustentabilidade em todas as instâncias, com solução projetuais coerentes com as características da região e o estudo de viabilidade de materiais e sistemas construtivos mais avançados e de rápida construção. O projeto consiste em apartamentos modulares dispostos no terreno como “quadras abertas” em U, criando áreas de convivência no interior dos módulos, onde os moradores deverão se apropriar como uma extensão de suas moradias e ao mesmo tempo permeável para a vizinhança. Os blocos de moradias serão dispostos de uma maneira que permite a permeabilidade das pessoas sem atrapalhar o fluxo pelo local. A privacidade das áreas no térreo que possuem quartos serão feitas através de brises móveis e vegetações (na parte do térreo por árvores e na parte do primeiro pavimento por trepadeiras na parte de vidro da escada que da acesso aos quartos do módulo de 70 m²). O acesso de pedestres será regulado por elementos, como jardins, ou estruturas de apoio. No terraço verdes das habitações até 4 pessoas haverá espaço de convívio e lazer de uso particular dos moradores. As unidades compreendem plantas modulares e pouco compartimentadas, possibilitando adaptações de uso por parte dos moradores. Dotadas com grandes aberturas todas com o devido tratamento pensado na disposição do Sol, não impedindo a iluminação natural. Serão projetadas três tipologias: unidades de um dormitório, com aproximadamente 40 m² de área para 1 ou 2 pessoas, unidades adaptadas de um dormitório com aproximadamente 40 m² de área, unidades de dois dormitórios com aproximadamente 70 m² de área para até 4 pessoas. A área administrativa dispõe de unidade para banheiro e zelador de aproximadamente 40 m², área de administração de aproximadamente 40 m² e área de lavanderia comunitária para uso interno dos moradores de aproximadamente 40 m². Todas as unidades habitacionais e unidades da administração terão pé direito de 2,70 m.


Como forma de incentivo para a utilização de transporte público e ou outros meios de transporte, as vagas de estacionamentos para carros serão reduzidas para uma vaga para cada unidade. Terá um bicicletário próximo a quadra poliesportiva, como forma de incentivo para meios de transportes alternativos que não emitem poluentes.

Os módulos habitacionais terão apenas um pavimento apenas que faz parte da unidade de 70 m² (em L) para até 4 pessoas dispensando elevadores. A inserção de equipamentos para o aproveitamento dos recursos naturais, como a captação de águas pluviais e placas fotovoltaicas, são estratégias para mitigar o custo de manutenção do edifício, minimizando as despesas para os moradores. Cada módulo habitacional contará com um conjunto de placas fotovoltaicas para geração de energia no módulo todo. E também cada unidade habitacional contará com um sistema de captação de agua pluvial (2), para a rega de jardins, com uma bomba elétrica para bombear a água na mangueira.

(1) – piso drenante (imagem tirada do render) (3) – Montagem de parede com placa cimentícia e steel frame (acervo pessoal)

Foram planejados também dois espelhos d’água de 40 cm de profundidade com fonte para promover o refrescamento do ambiente, juntamente com bancos e pergolado dando ao pedestre e aos moradores uma área de convívio geral do lote.

40

Todo piso do projeto é drenante (1), ou seja, não impermeabiliza o solo. Toda água da chuva penetra o solo sem dificuldades. É composto de duas cores para diferenciar a atividade do local, o piso mais claro é usado na maior parte mostrando ao pedestre que o uso é mais publico, já o piso mais escuro locado na parte interior dos módulos habitacionais mostra que aquele local e mais utilizado pelas pessoas que estão nas habitações, por mais que os pisos se diferenciem nada impede que o pedeste possa atravessar pela área mais reservada aos moradores, deixando um fluxo livre para todos os pedestres. Os módulos habitacionais são todos feitos em steel frame e placas cimentícias de 20 mm (3), onde o interior das paredes são revestidos de lã de rocha garantindo o isolamento térmico e acústico dos ambientes. Todos os módulos estão dispostos sobre radiers. Toda iluminação do projeto é feita com postes fotovoltaicos, com lâmpadas de LED de cor fria de 6000 k .

(2) – Esquema mostrando a captação de aguá pluvial para rega dos jardins www.clarquiteturas.wordpress.com/telhados-verdes/


8 O projeto

41

FICHA TÉCNICA Área total do terreno - 11.220 m² Área verde – 5.677,22 m² População – 90 habitantes Vagas para automóveis – 16 Vagas para bicicletas - 32  Habitações (uso privado) 

1 e 2 pessoas – 14 unidades – 40 m²

4 pessoas – 16 unidades – 70 m²

Acessíveis – 2 unidades – 40 m²

 Serviços/ Lazer 

Lavanderia comunitária – 40 m²

Local para coleta de lixo reciclável – 14 m²

Administração – 40 m²

Wc e zelador – 40 m ²

Quadra poliesportiva


8.1 – ESTRUTURA A fundação dos módulos será feita através de um radier de concreto armado onde serão fixados os perfis metálicos estruturais de steelframe, logo a cima deles serão colocadas vigas metálicas de 15 cm de perfil I preenchidas com EPS (poliestireno expansível), resultando em uma estrutura autoportante, permitindo uma compartimentação mais flexível no interior do módulo. A escolha do material foi em função do desempenho da estrutura e praticidade na montagem. A estrutura metálica possibilita vencer vãos maiores que as estruturas convencionais de concreto, com peças mais esbeltas e leves, transmitindo menor peso para as fundações. Além de serem mais leves, as estruturas metálicas são produzidas na indústria, com precisão e qualidade asseguradas pelo controle de qualidade, fato esse que dificilmente os sistemas construtivos convencionais feitos in loco conseguiriam atingir. A pré-fabricação dos componentes metálicos ou de concreto garantem o controle dos resíduos provenientes do beneficiamento das peças e o desempenho estrutural compatível com a necessidade, assim os componentes metálicos e de concreto chegarão ao canteiro de obras prontas para serem montadas, com o mínimo de ajuste. As construções em estrutura metálica em geral são mais caras que os sistemas convencionais, porém, esse sistema deve compensar em outros aspectos importantes em uma obra, como a mão de obra, o tempo de construção e o baixo índice desperdício de materiais.

42


8.2 – FECHAMENTOS INTERNOS E EXTERNOS

Os fechamentos serão compostos por perfis metálicos, e placas de gesso acartonado (interno) e placas cimentícias (externo). Para o conforto termo acústico os fechamentos externos e internos convenientes terão lã de rocha entre os perfis elevando significativamente o conforto do usuário. As esquadrias serão de alumínio, material que transmite pouco calor para o interior do apartamento. Os perfis do steelframe externos serão revestido de placas cimenticias de 20 mm de espessura pois são mais leves que as placas de fibrocimento e a alvenaria convencional além de serem resistente às intempéries do clima e reduz cerca de 25% a carga sobre a estrutura metálica.

8.3 - COBERTURA A cobertura dos módulos são compostas vigas metálicas de perfil i preenchidas com EPS (poliestireno expandido) e com o devido tratamento termo-acústico, e possuem dois tipos de cobertura que são o telhado verde e a telha sanduiche com inclinação de 5% na parte que está locada as placas solares.

1

2

2 43

Esquema de composição de telhado verde. (Snodgrass e McIntyre, 2010)

1 constituição de uma telha sanduíche (Avrella, Grégori)


8.4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS O módulo foi pensado desde sua implantação até uma possível desmontagem, o projeto arquitetônico favorece a modulação das peças e a materialidade adequada viabilizam um edifício completamente desmontável, onde as peças são encaixadas perfeitamente permitindo montar outro exatamente igual, utilizando materiais que possam ser reciclados ou serem reusados em qualquer outro empreendimento, além de proporcionar qualidade de vida para os moradores de forma sustentável.

O local escolhido para a implantação e a forma como foi projetado tem como objetivo recuperar a vitalidade do local proporcionando conforto e segurança, os espaços foram feitos para a apropriação dos moradores do conjunto e da vizinhaça, os grande pátios livres foram pensados para uma maior integração das pessoas tornando o local como um verdadeiro quintal de suas casas. O espaço do terreno é todo particular, porém, a ideia é “abrir” a quadra, tornando-a permeável, com restrições em áreas privativas dos moradores de forma segura e q mantenha a privacidade dos usuários.

8.5 - PROJETOS E ILUSTRAÇÕES O projeto encontra-se anexo no interior do envelope. • plantas técnicas • implantação

44


PERSPECTIVA EXTERNA 1

45

Nesta imagem podemos notar os intertravados drenantes, a iluminação dos postes de LED fotovoltaicos, o espelho d’água com a fonte e os brises móveis(lateral direita da imagem) que ajudam a bloquear os raios do sol e a entrada de calor no ambiente (quarto).


PERSPECTIVA EXTERNA 2

46

Nesta imagem notamos a รกrea de lazer da quadra que pode ser usada tanto para os moradores quanto para as pessoas que visitam a vila e o bicicletรกrio com 32 vagas para bicicletas. E mais ao fundo vemos o reservatรณrio de รกgua.


PERSPECTIVA EXTERNA 3

47

Essa imagem mostra a diferença de tonalidade dos pisos drenantes ‘’limitando’’ o espaço correspondente as áreas de habitação, ou seja, deixando uma área de convívio mais reservada para as pessoas que habitam esse conjunto de módulos. Mas não impedindo o fluxo de pessoas pela vila.


PERSPECTIVA EXTERNA 4

48

Vista do segundo espelho d’água com a fonte, dando mais uma área de convívio com bancos para os pedestres, mais uma vez notamos os brises móveis ao fundo do lado direito junto com a vegetação.


PERSPECTIVA EXTERNA 5

49

Imagem mostrando a área de convívio do módulo usadas pelas pessoas do mesmo, nota-se a diferença da cor do piso drenante novamente, que indica acesso às áreas residenciais. Além disso podemos ver os brises móveis camarão do pavimento superior barrando o calor e a luz solar no interior dos quartos vemos também as amplas janelas da sala do pavimento térreo que são tratadas com películas e cortinas internas e por fim o parapeito de vidro de 10 mm sem perfil no telhado verde do primeiro pavimento.


PERSPECTIVA EXTERNA 6

50

Área de convívio do espelho d’água sob o pergolado que permite uma área de sombreamento para os pedestres. No canto superior esquerdo notamos os brises estáticos de madeira com vegetação que estão localizados no cubo de vidro, sobre a escada de acesso ao primeiro pavimento.


PERSPECTIVA EXTERNA 7

51

Imagem aérea da vila mostrando os telhados verdes e a cobertura de telha sanduíche com as placas fotovoltaicas e também a outra área de convívio com pergolados permitindo sombreamento junto ao espelho d’água com a fonte.


Referências bibliográficas Referências em artigos: AVRELLA, Grégori ,Utilização de telha de fibrocimento como parte estrutural em painéis sanduiche cimentíceos preenchido com lã de rocha. BOFF, Leonardo – Sustentabilidade o que é – o que não é, 2011 CORRÊA, Lásaro – Sustentabilidade na construção civil, 2009 FLORIM, Leila – Contribuição para a construção sustentável: características de um projeto habitacional eco-eficiente, 2005 GUEDES, Ana. Et al -“Smart Cities” – Infraestrutura tecnológica: caraterização, desafios e tendências, pág 3,

Referência em sites:

COZZA, André http://www.clareando.com.br/

CUNHA, Renato http://www.stylourbano.com.br/a-iniciativa-global-fab-city-visa-criar-cidades-auto-suficientes-atraves-da-colaboracao-efabricacao-digital/

http://www.tuti.arq.br/razoes-construir-em-steel-frame/

Referência bairro Vauban: https://www.greenme.com.br/morar/bioarquitetura/2342-conheca-vauban-um-bairro-sustentavel-na-alemanha

Referências em livros:

52 LENGEN, Johan Van. Manual do arquiteto descalço SNODGRASS, Edmund C.; McINTYRE, Linda. The Green Roof Manual. A Professional Guide to Design, Installation, and Maintenance. Timber Press, Inc, 2010


8.5 - PROJETOS E ILUSTRAÇÕES

PLANTA PRIMEIRO PAVIMENTO

PLANTAS TÉRREO

B

A

B

C

C

BRISE

6

2

6.84 projeção primeiro pavimento

M.S M.S

4.57

5.53

2.42

M.L

4.41

M.S

M.L

cozinha

2.46

banco

M.L

OBS 1

P6

P5

B

M.S

2.80

B

M.L

3.70

M.S

W.C.

M.S

1

cozinha

1.24

M.L

2.33

máquina de lavar máquina de secar

cozinha

P4

sala

painel de madeira

mesa apoio de roupas

8.67

P3 P3

3.70

9.70

sala

sala

3.70

3.70

3.70

9

10

11

12

13

14

15

0.00

6 5 4

escritório

quarto 2

3 2

W.C. 1 3.28

W.C. 2

1

2.38

DEGRAU PARA ACESSO AO TELHADO VERDE

PERFIS FIXADORES PLACA CIMENTÍCIA

JANELA BALCÃO BRISE

A

BRISE

DEGRAU PARA ACESSO AO TELHADO VERDE JANELA BALCÃO

BRISE

Planta primeiro pavimento esc - 1:50

A

B

B

C

C

Planta módulo acessível esc - 1:50

Planta módulo p/ 1 e 2 pessoas esc - 1:50

7

3.18

A

M.L

quarto

painel de madeira

A

3

1.17 1.18

2.67

4

quarto 1

P1

P2

2.67

2.74

2.53

A

5

8 P2

2.67

7

2.69

2.66

0.90

9

10

11

12

13

14

8

P2

2.82

W.C.

BRISE

P1

3.70

1.17

quarto

lavanderia comunitária

15

projeção primeiro pavimento

3.70

lavanderia comunitária esc - 1:50

1 pavimento

Planta térreo módulo de 4 pessoas esc - 1:50

TELHA SANDUÍCHE i= 5% PLATIBANDA

PLATIBANDA PLACAS FOTOVOLTAICAS

PLACAS FOTOVOLTAICAS

TELHA SANDUÍCHE i= 5%

CALHA VIDRO 10 mm

LAJE METÁLICA PREENCHIDA COM EPS

LAJE METÁLICA PREENCHIDA COM EPS

OBS 1: A seta indica a opção da troca do módulo de 1 e 2 pessoas pelo módulo adaptado.

PAREDE COM PLACA CIMENTÍCIA E LÃ DE ROCHA

PAREDE COM PLACA CIMENTÍCIA E LÃ DE ROCHA

OBS 2:

LEGENDA ESQUADRIAS

PARAPEITO DE VIDRO PARAPEITO DE VIDRO

W.C. 1

P1 0,80 x 2,10

BRISE MÓVEL

W.C. 2

quarto 1

P2 0,70 x 2,10 P3 0,90 x 2,10

escritório

quarto 2

COBERTURA VERDE

escritório

COBERTURA VERDE

P4 1,00 x 2,10

BRISE MÓVEL

P5 0,80 x 2,10 (correr)

LAJE METÁLICA PREENCHIDA COM EPS

P6 1,10 x 2,10 (correr)

LAJE METÁLICA PREENCHIDA COM EPS

quarto

quarto cozinha

NÍVEL DO TERRENO

cozinha

RADIER

Corte AA módulo adaptado esc - 1:50

RADIER

RADIER NÍVEL DO TERRENO

NÍVEL DO TERRENO

RADIER

NÍVEL DO TERRENO

Corte AA módulo habitacional esc - 1:50

CORTE CC MODULO 1 e 2 pessoas

sala

Corte BB módulo habitacional esc - 1:50 PLACAS SOLARES

PLACAS SOLARES DETALHAMENTO 02 VAGAS

DETALHAMENTO 01 DETALHAMENTO INTERNO DA PAREDE

DETALHAMENTO 03 DETALHE ESCADA

VISTA 2 preencimento com lã de rocha

placa cimentícia 20 mm

.17

placa cimentícia 20 mm

2

PLATIBANDA

PLACAS FOTOVOLTAICAS

TELHA SANDUÍCHE i= 5%

VIDRO 10 mm

TELHA SANDUÍCHE i= 5%

.28

PARAPEITO DE VIDRO

PARAPEITO DE VIDRO

PARAPEITO DE VIDRO

PARAPEITO DE VIDRO

DETALHAMENTO 04 MONTAGEM DE TELHADO VERDE

COBERTURA VERDE

COBERTURA VERDE DETALHAMENTO 05 DIMENSÃO RESERVATÓRIO DE ÁGUA

BRISE

CALHA

1

PAREDE COM PLACA CIMENTÍCIA E LÃ DE ROCHA

LAJE METÁLICA PREENCHIDA COM EPS

3

LITROS = 30.000 l

BRISE

VISTA 1

LAJE METÁLICA PREENCHIDA COM EPS

VISTA 3

Reservatório cilíndrico vertical h = 4m

PAREDE COM PLACA CIMENTÍCIA E LÃ DE ROCHA

COBERTURA VERDE

W.C.

W.C.

VER DETALHAMENTO 04

quarto

cozinha

quarto

sala

cozinha

sala

PARAPEITO DE VIDRO SEM PERFIL VER DETALHAMENTO O6

RADIER

NÍVEL DO TERRENO

NÍVEL DO TERRENO

planta de cobertura esc - 1:100

DETALHAMENTO 06 PARAPEITO DE VIDRO SEM PERFIL

Corte CC módulo de 1 e 2 pessoas

esc - 1:50

Corte CC módulo adaptado 4

esc - 1:50

VISTA 4

CORTE CC MODULO ADAPTADO

DETALHAMENTO - s/ esc PLACAS FOTOVOLTAICAS

PLATIBANDA

TELHA SANDUÍCHE i= 5% PLATIBANDA

TELHA SANDUÍCHE i= 5% PLACAS FOTOVOLTAICAS

CALHA

LAJE METÁLICA PREENCHIDA COM EPS

PLACAS FOTOVOLTAICAS

PLACAS FOTOVOLTAICAS

PLACAS FOTOVOLTAICAS

LAJE METÁLICA PREENCHIDA COM EPS PAINEL DE MADEIRA

PAREDE COM PLACA CIMENTÍCIA E LÃ DE ROCHA

BANCADE DE APOIO ROUPAS BANCADE DE APOIO ROUPAS

PAREDE COM PLACA CIMENTÍCIA E LÃ DE ROCHA

M.L

NÍVEL DO TERRENO

NÍVEL DO TERRENO

RADIER

M.S

RADIER

CORTE AA - Lavanderia comunitária esc - 1:50

CORTE BB - Lavanderia comunitária esc - 1:50

Vista 1 esc - 1:100

Vista 2 esc - 1:100

Vista 3 esc - 1:100

Vista 4 esc - 1:100


VISTA 1

VISTA 2

VISTA 3

VISTA 4

VISTA 5

VISTA 6

PERFIL ESQUEMÁTICO DA RUA PALMYRA MAGNANI PROTTI

PERFIL ESQUEMÁTICO DA AVENIDA BRAZ OLAIA ACOSTA NORTE

PRÉDIO CAIXA ECONÔMICA

a Ac osta

97,67 wc e zelador

lavanderia

Olai

5

Bráz Av.

M ra

y alm

LOCAL DE DESPEJO E COLETA DE LIXO ver observação 02

aP

Ru

admnistração

VISTA AÉREA

LEGENDA:

na ag

3

0,8

4

PISO PERMEÁVEL ESTACIONAMENTO

10

3m são en dim

calçad a - dim

açad

1

PISO PERMEÁVEL

i

ensão 1.

t rot

5m

ni P cal

85,55

PISO PERMEÁVEL INDICATIVO DE ACESSO AS RESIDÊNCIAS

ESPELHO D'ÁGUA - 40 cm profundidade

PISO PERMEÁVEL CALÇADA

ACESSO AS RESIDÊNCIAS ARQUIBANCADA

NV

20

10

30

40

50

360 BANCO

350

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jun 22/ i /ma 70 15

340

80 15/a

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90 1/mar 2

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3

br

100 /fev 26

310

jan 28/ 0 11 dez 22/

300

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280 go

out 15/ 260

6

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nov 250 ez 2/d

2

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7

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o

13

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jun 22/ 90 2 jul 29/

RESERVATÓRIO CILÍNDRICO VERTICAL

L

140

30 150

20

18

160

10

170

240 230

220

180 210

200

190

S

158,78 OBS 01: Todas as fachadas que possuem aberturas voltadas para o sentido

noroeste e sudoeste (fachadas face sol) possuem brises para sua proteção solar. No térreo temos os brises móveis nas abertura dos quartos além da vegetação que ajuda o bloqueio dos raios e do calor solar e no primeiro pavimento também apresenta brises perfurados camarão que ajuda a bloquear a passagem da luz solar e do calor, alem de melhorar o conforto térmico ajuda na privacidade dos quartos do primeiro pavimento

OBS 02: O local destinado ao lixo possui lixeiras recicláveis com lixo orgânico,

IMPLANTAÇÃO - 1:250

vidro, plástico e metal. O lixo é depositado de um lado e recolhido pela coleta do lado da calçada. Possui capacidade para concentrar todo lixo da vila. possui dimensão de 3,17m x 4,50 m. É coberto com telhas cerâmicas e construído com alvenaria. Piso de concreto impermeável para evitar o escape de resíduos toxicos para o solo.



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