TFG Conjunto Habitacional Sé - Beatriz Tamassia

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HABITAR O CENTRO Conjunto Habitacional Sé


CENTRO UNIVERSITÁRIO BELAS ARTES DE SÃO PAULO ARQUITETURA E URBANISMO

BEATRIZ TAMASSIA

HABITAR O CENTRO:

CONJUNTO HABITACIONAL SÉ

Trabalho Final de Graduação, apresentação ao Centro Universitário Belas Artes de São Paulo

SÃO PAULO 2019



BEATRIZ TAMASSIA

HABITAR O CENTRO:

CONJUNTO HABITACIONAL SÉ

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, como parte dos requisitos necessários para obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo, orientado pelo Prof(º). Msc. Luis Felipe Xavier

SÃO PAULO 2019



A Deus, aos meus familiares, ao meu noivo, professores e aos meus colegas por estarem sempre sendo muito pacientes e companheiros nesses anos de nossas vidas.



“Há um gosto de vitória e encanto na condição de ser simples. Não é preciso muito para ser muito.” (Lina Bo Bardi)



AGRADECIMENTOS Gostaria de agradecer em primeiro lugar a Deus por ter me dado saúde e essa oportunidade na vida, ao professor mestre Luis Felipe Xavier, que dedicou seu tempo me ajudando para que o trabalho tivesse êxito e por ter transmitido seus conhecimentos, contribuindo para este estudo. Agradeço também ao Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, local onde pude adquirir todos os conhecimentos necessários para me tornar uma arquiteta. A todos os meus familiares e ao meu noivo, que sempre me ajudaram e me deram todo apoio para a realização deste trabalho e deste curso de Arquitetura e Urbanismo. E por fim, a todos os meus amigos que sempre me apoiaram em todas as decisões durante a graduação.



RESUMO Devido ao crescimento veloz da cidade de São Paulo, o índice de deficiência habitacional tem se tornado um grande infortúnio social. Com isso, as habitações de interesses sociais (HIS) que estão disponíveis para a população não fornecem condições ideais e satisfatórias de conforto e habitabilidade. Este trabalho apresenta tipologias de HIS que atendam as necessidades básicas desses indivíduos. O presente projeto analisa a produção de interesse social no centro da cidade de São Paulo e nos questionamentos de como as políticas públicas atuam para a sua consolidação. Apesar de serem públicas, essas políticas operam por meio de agentes privados que acabam construindo habitações monótonas e afastadas das áreas mais dotadas de infraestruturas, equipamentos coletivos e de serviços. Em contrapartida, a presente proposta busca uma solução de boa qualidade arquitetônica que empregue conceitos de Habitações de Interesse Social no bairro da Sé, onde viabiliza o acesso à moradia adequada, analisando melhoria na técnica construtiva e a importância da sustentabilidade na arquitetura, fornecendo variedade tipológica das unidades habitacionais que acompanhem a evolução financeira do núcleo familiar e respeitando a diversidade dos mesmos. Também busca abordar uma relação do espaço público e privado, através de espaços que agreguem qualidade de vida tanto aos moradores do condomínio quanto ao público da região, respeitando as especificidades do local.

Palavras-chave: Habitação de Interesse Social – Arquitetura – Tipologias



ABSTRACT Due to the fast growth of São Paulo city, the housing deficit index has become a major social problem. As a result, social interest housing nowadays sometimes does not offer satisfactory conditions of confort and habitability. This work presents typologies of social interest housing that meet the basic needs of this population. The present project analyzes the production of social interest housing in São Paulo downtown and in the question of how the public policies act for its consolidation. Despite being publics, these policies operates through private agents that builds monotonous habitations and away from the most endowed areas of infrastructures, collective equipment and services. In contrast, this proposal seeks a solution of good architectural quality that employs social interest housing concepts in the Sé neighborhood, where it provides access to adequate housing, analyzing improvement in the constructive technique and the importance of sustainability in architecture, offering a typological variety of housing units that monitor the financial evolution of the family nucleus and respecting their diversity. It also seeks to approach a relationship of public and private space, through spaces that add life quality both to the residents of the condominium and the public of this region, respecting the specifics of the place.

Key-words: Social Interest Housing – Architecture – Typologies


SUMÁRIO

1

2 3

4

APRESENTAÇÃO

CONTEXTUALIZAÇÃO DO LOCAL

LEGISLAÇÃO

REFERÊNCIAS PROJETUAIS

Introdução

18

Justificativa

19

Conceitos

22

Objetivos

25

Materiais e métodos

26

Habitação Social no Brasil

27

Breve histórico da Sé

32

Área de inserção do projeto

32

Levantamento fotográfico

36

Zoneamento

40

Coeficiente de aproveitamento (CA) e taxa de ocupação (TO)

40

Macrozona e Macroárea

41

Operação Urbana Centro

41

Norma de Desempenho

42

Habitação de Interesse Social

46

Creche

51

Biblioteca

62


5

O PROJETO

6

CONSIDERAÇÕES FINAIS

7

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Introdução

72

Partido aplicado

72

Programa de necessidades

74

Conjunto Habitacional Sé

76

Resultados

110

Conclusão

111

Referências Bibliográficas

114



CAP. 1

| APRESENTAÇÃO


Apresentação

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INTRODUÇÃO A constituição de 1988 reserva o direto de moradia à todos os cidadãos. Ao longo dos anos, os centros urbanos passaram a ter um crescimento desordenado, com a migração constante entre área rural e urbana, sendo assim, o mercado privado não conseguia responder às demandas por moradia, e o Estado não cumpria com a promessa de resolver o problema, desencadeando o surgimento do loteamento irregular na periferia e nos centros urbanos, ou a ocupação ilegal de terras, o que acabou gerando edificações com técnicas produtivas precárias e de baixa qualidade pelos próprios moradores. Com esse crescimento intenso e desordenado, a área central da cidade de São Paulo enfrentou diversos problemas - não só de moradia - que até hoje não foram solucionados de forma correta. Essas habitações construídas de forma precária acabam expondo os moradores às condições de insalubridade, acentuando os riscos à saúde. Na tentativa de suprir os problemas causados pelo déficit habitacional com o passar das décadas, foram criadas políticas habitacionais que visam a otimização e facilitação da produção e, como consequência, são feitas repetições equivocadas e massivas de habitações com baixa técnica produtiva e qualidade arquitetônica. O problema da habitação acaba indo além da ausência de edificações suficientes para a população, é caracterizado pelo modo que isso reflete na sua vida social, fazendo com que seja necessário que essas moradias tenham mobilidade, acessibilidade, dimensionamento e estética adequados para o desenvolvimento adequado das atividades dos moradores. Além disso, é importante que seja pensado na possibilidade do aumento dessas famílias futuramente, promovendo habitações com flexibilização dos ambientes. “O fato é que construímos cidades partidas, que ‘exportam’ permanentemente os pobres para as periferias, isso implicando em padrões insustentáveis de mobilidade, entre

outras mazelas” (ROLNIK, 2017. p.153).

Através da citação de Rolnik, é possível concluir que as famílias de

baixa renda se concentram mais nos extremos da capital paulista, devido à essa polarização do centro pelas pessoas de maior renda. Diante desses problemas enfrentados na produção de habitações populares, é importante a inovação na qualidade arquitetônica, de forma que os edifícios não sejam repetitivos, utilizar de técnicas construtivas bem elaboradas, trazer melhores alternativas que atendam às necessidades dos moradores respeitando sua diversidade e, de maneira criativa, atender a essa demanda com um desprendimento e maior flexibilidade.


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JUSTIFICATIVA quadrado desses lugares. Por conta disso, as pessoas, em sua grande maioria de baixa renda, foram ocupando os extremos da cidade, pois eram locais mais baratos para que as mesmas pudessem escolher e construir suas moradias.

A necessidade de melhorar a qualidade de habitações no Bairro da Sé – São Paulo, objeto de estudo deste trabalho, se faz necessária, visto que esse bairro dentro da cidade possui diversos problemas, sendo o principal deles de infraestrutura. Partindo da necessidade de moradias adequadas à população, este estudo busca responder a seguinte questão: Como realizar um projeto de Habitação de Interesses Social (HIS) de uma maneira que seja possível atender às exigências e necessidades da população? O presente estudo tem como objetivo elaborar tipologias à diferentes públicos, baseados nos conceitos de ergonomia, mobilidade e conforto, para atender todos os requisitos de habitabilidade para os indivíduos que queiram residir no local. A análise da situação das moradias precárias no centro da cidade de São Paulo e da população paulistana de baixa renda levou ao tema deste estudo, o “Habitar o Centro: Conjunto Habitacional Sé”.

Na figura 01 a seguir é possível verificar a localização dos aglomerados urbanos na cidade de São Paulo, sendo sua maior parte nas periferias, decorrente de todo processo histórico da capital do Estado que aconteceram ao longo de vários anos, pois tanto o mercado privado quanto o público estavam direcionando os gastos, com o propósito de modernizar a cidade de São Paulo e suas áreas centrais e proximidades, tendo como principal consequência o aumento no valor do metro

Figura 01 – Mapa da cidade de São Paulo com manchas dos aglomerados urbanos. Fonte: Geosampa, 2018.

Apresentação

O desenvolvimento desta pesquisa partiu do interesse pessoal, e da suposição inicial de que as habitações atuais localizadas no centro da cidade de São Paulo eram insatisfatórias para a população, não fornecendo o devido conforto aos moradores dessas residências, principalmente no que se diz respeito à mobilidade, ergonomia e conforto das pessoas. A definição desses conceitos é muito pessoal, pois uma determinada pessoa pode estar satisfeita em uma condição, enquanto outro indivíduo que esteja na mesma situação pode estar extremamente insatisfeito. Criando as tipologias, pretende-se elaborar uma interação entre o homem e sua habitação, já que ela visa atender todas as suas necessidades básicas.


Apresentação

20 Esse e outros fatores levaram a população de baixa renda a construir moradias de baixa renda em locais impróprios para moradia, conforme pode ser verificado na imagem abaixo. A imagem abaixo representa todo o Brasil, o que pode ser compreendido que esse problema citado acima das aglomerações é um problema de caráter Nacional. A figura 02 exemplifica a porcentagem (%) de favelas localizadas em encostas, colinas e regiões planos em todo território nacional. Também é possível analisar algumas proporções delas nas diferentes regiões do Brasil.

Com o propósito de modernizar a cidade de São Paulo e suas áreas centrais e proximidades, tendo como principal consequência o aumento no valor do metro quadrado desses lugares. Por conta disso, as pessoas, em sua grande maioria de baixa renda, foram ocupando os extremos da cidade, pois eram locais mais baratos para que as pessoas pudessem escolher e construir suas moradias.

Figura 03 – População total e densidade demográfica, 1980 à 2010. Fonte: Gestão Urbana.

Figura 02 - Onde estão localizadas as favelas em cada região. Fonte: IBGE.

Entre a década de 80 e a década do 90, a população da Subprefeitura da Sé teve uma redução, seja na densidade ou na população total, enquanto a do MSP teve um aumento. Isso significa que as pessoas saíram do centro da cidade e foram morar em outras regiões.

A maioria das favelas no Brasil são em locais planos (52,5%). Seguido desse dado, 26,8% delas, no País, ficam em colinas. E por fim, 20,7% das mesmas ficam em locais de encosta.

Entre a década de 90 até o os anos 2000, tanto a proporção da densidade quanto a da população total se repetiram, conforme citado acima.

Nas regiões Nordeste e Sudeste, apenas uma em cada quatro favelas é localizada em encosta. Considerando a região Centro-Oeste, quase metade (47%) desse tipo de moradia é localizada em colinas. E, na região Norte, a maioria delas ficam em locais planos, por conta de ser uma região mais plana e com menos encostas e colinas.

Porém, entre os anos 2000 até o início da década atual, a população e a densidade da Subprefeitura da Sé sofreu um significativo aumento, chegando em patamares similares aos que se apresentaram nos anos 90. Isso se deu por conta de um maior número de pessoas indo morar no centro de São Paulo e saindo de outros bairros da capital do Estado de São Paulo.

A figura 03 mostra a evolução da população e da densidade demográfica comparando a Subprefeitura da Sé com relação ao município de São Paulo (MSP).

Conforme pode ser visto na figura 04, os principais bairros centrais estão destacados na imagem. Pode ser observado que a proporção de


21 maior parte das pessoas estavam concentradas nos bairros da Sé e Santa Cecília, e também em grande parte na República e Bom Retiro. Já dois anos mais tarde, mais de 35% das pessoas em situação de rua estavam na Santa Cecília, seguido do bairro da Sé, República e Liberdade. Isso mostra o quanto é importante que habitações de interesse social sejam construídas e habitadas nessas regiões, para que o número de pessoas da capital paulista em situação de rua diminua. A figura 06 mostra a quantidade de famílias que moram na Subprefeitura da Sé e sua quantidade em cortiços. Esse tipo de residência são casas em condições precárias e alugadas, em sua maior parte ocupadas por famílias de baixa renda, servindo como habitação e tendo como característica instalações sanitárias comuns. Figura 04 – Participação de domicílios em favelas. Fonte: Gestão Urbana.

A figura 05 compara as pessoas em situação de rua comparando três anos distintos: 2000, 2009 e 2011. Em 2000, a quantidade de pessoas nessa situação eram de 3.387, enquanto nove anos depois existiam 5.798 e em 2011, o total de população nessa condição era de 6.832, ou seja, mais do que o dobro da situação que existia onze anos antes. No ano de 2000, a maioria das pessoas nessa situação estavam no bairro da Sé.

Figura 06 – Famílias em Cortiços, 2014. Fonte: Gestão Urbana.

Pode se verificar que a maioria das famílias que moram em cortiços, na Subprefeitura da Sé, residem nos bairros da Bela Vista, Santa Cecília e Liberdade.

Figura 05 – População em situação de rua. Fonte: Gestão Urbana.

No ano de 2000, a maioria das pessoas nessa situação estavam no bairro da Sé, República, Bom Retiro e Santa Cecília. Após nove anos, a

A construção de habitações de interesses sociais bem projetadas é extremamente importante para que as famílias possam residir em locais com melhores condições de habitabilidade, principalmente pensando no conforto e mobilidade das mesmas. Por isso, é essencial que hajam esses tipos de habitações nas regiões centrais da cidade.

Apresentação

favelas nesses bairros é muito baixa com relação às demais regiões dentro da capital paulista, o que evidencia que as principais comunidades estão localizadas nos extremos e nas periferias da cidade de São Paulo.


Apresentação

22

CONCEITOS A IMPORTÂNCIA DA MORADIA E DA QUALIDADE ARQUITETÔNICA O desenvolvimento de novas formas de gestão pública nãoestatal é, sem duvida, um caminho a seguir para construir propostas alternativas, uma vez que organizações nãogovernamentais podem gerenciar programas sociais com melhores resultados que o poder público, muitas vezes ineficiente e sujeito ao clientelismo, ou o setor privado, que se orienta basicamente em função do lucro” (BONDUKI, 1955, p. 322).

Em análise à citação acima, Nabil Bonduki propõe a solução da intervenção fundada na nação de esfera pública não-estatal, como por exemplo as organizações não governamentais (ONGs), que podem melhorar os serviços prestados, personificar o atendimento, diminuir os custos de produção tendo melhor qualidade e também combatendo “carimbos” de projetos, retomando uma política que promova o acesso da moradia com qualidade à essa população. Casas idênticas reproduzidas às centenas, tipologias arquitetônicas idênticas e aplicadas como carimbos, quaisquer que sejam a região e o clima, sistemas construtivos arcaicos ou com pouca performance termoacústica, são elementos que contribuem para a má qualidade generalizada da produção, salvo evidentemente, algumas exceções (FERREIRA, 2012, p. 89).

Conforme a citação acima de Ferreira, as habitações sociais são reproduzidas de formas repetitivas e sempre com projetos arquitetonicamente semelhantes, sem levar em consideração o conforto, a flexibilidade e a mobilidade, causando restrições na escolha das melhores orientações das edificações, como iluminação natural e ventilação adequada. João Sette Ferreira (2012) ressalta a questão da qualidade das habitações sociais produzidas para população de baixa renda. “Como já visto, os programas habitacionais no Brasil destinados à população de menor ou nenhuma renda, sobretudo na segunda metade

do século XX, beneficiaram, na maior parte dos casos, a população de renda um pouco mais elevada” (FERREIRA, 2012, p.53). Segundo o autor, os programas habitacionais destinados à população de baixa renda acabam sendo feitos com má qualidade de produção arquitetônica, culminando assim com obras mais baratas. Seguindo a análise da citação do autor, na maior parte dos casos esses programas sociais acabam beneficiando apenas o público com maiores faixas de salário. Sendo assim, é importante um bom projeto e uma boa produção das habitações sociais destinadas a públicos com rendas menores, para que essas pessoas morem e tenham uma qualidade de vida mais digna e humana. Outra questão importante levantada pelo autor é a da qualidade arquitetônica. Analisando a citação abaixo de Flávio Villaça, o autor mostra o principal motivo do homem ter a necessidade de se abrigar em residências, e ressalta o direito de moradia a todos. “Todo ser humano precisa de abrigo e proteção contra as intempéries e outras agressões da natureza, e mesmo contra as agressões dos seus semelhantes: precisa de privacidade e de abrigo para desenvolver sua vida individual, familiar e social” (VILLAÇA, 1986, p. 10).

Segundo a Constituição Federal de 1988, Art. 6º, “são direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição”. Ou seja, o acesso à moradia digna é um direito reservado pela mesma, e deve ser levada em consideração, pois qualquer pessoa precisa, para conseguir ter uma vida com melhor qualidade, ter algumas premissas básicas em sua residência, como proteção contra a chuva, sol e outras condições climáticas da natureza. Outro ponto importante que pode ser destacado é que o ser humano se abrigou em residências pois todos precisam de privacidade com relação aos outros seres humanos para conseguirem desenvolver sua vida familiar e individual.


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A verticalização pode ser um importante instrumento para dar condições para que mais pessoas morem em áreas da cidade com melhor grau de urbanidade, acesso a empregos, equipamentos e serviços públicos. E isso não necessariamente precisa ser feito gerando mais trânsito e ignorando a relação com o entorno e a paisagem (ROLNIK, 2017, p. 136).

Raquel Rolnik fala da importância da edificação das cidades urbanas, pois nela é possível abrigar uma maior quantidade de pessoas do que em outros tipos de residências térreas. Quanto mais prédios, maior o grau de urbanidade, acesso à empregos, trabalhos, estudos, equipamentos públicos. Vale ressaltar um ponto que é extremamente importante: é possível verticalizar a cidade sem gerar mais trânsito e sempre deixar a paisagem e o urbanismo em sintonia com a mesma, conforme a citação abaixo de Rolnik. Segundo Rolnik (2017, p. 136), “O problema do trânsito deve ser enfrentado limitando-se o número de vagas de garagens; o problema da relação com a rua se resolve a partir dos usos e formas que são dados aos empreendimentos; a questão da relação com a paisagem, a identidade e a memória deve ser pensada identificando-se os valores de cada um dos conjuntos construídos hoje na cidade e seu diálogo com a topografia e outros elementos naturais”. Ou seja, como a procura por espaço nessas cidades tem ficado cada vez mais disputada, é necessária a verticalização em diversas áreas. Em análise da citação abaixo, Ermínia Maricato fala da importância dos equipamentos urbanos junto à moradia. “Quando alguém compra uma casa, está comprando também as oportunidades de acesso aos serviços coletivos, equipamentos e infraestrutura” (MARICATO, 1997, p. 43).

Para a autora, a moradia vai além do espaço onde possa se abrigar, ela também está relacionada com o mínimo de recursos urbanos que as pessoas precisam ter acesso, como transporte público, saúde, educação, trabalho, entre outros, e deveriam ser sempre levadas em conta na hora de

projetar uma habitação.

Outro problema ressaltado é a construção de bairros exclusivos e isolados para pessoas de maior renda, que criam uma segregação social dentro da cidade, como pode ser visto abaixo na citação de Jõao Sette Ferreira. Foge-se das cidades insustentáveis que nós mesmos produzimos, desiste-se da vida de bairro na sua acepção mais tradicional, para se construir outros bairros exclusivos, isolados, segmentados, e sem nenhum dos aspectos que garantiriam riqueza e qualidade da vida urbana: diversidade de usos, comércios, níveis de renda, volumetrias, a alternância de quarteirões construídos com praças ou equipamentos acessíveis a todos, ruas públicas bem servidas pelo transporte de massa. Aspectos que trazem grande qualidade, mas que infelizmente estão sumindo das nossas cidades (FERREIRA, 2012, p. 18)

A construção desses bairros isolados e exclusivos acabam sendo destinados quase que em sua totalidade à um público com maior renda, e os mesmos foram feitos sem pensar no entorno, na praticidade ou em outros públicos, visando na construção a segurança das pessoas que neles residem. A IMPORTÂNCIA DAS ÁREAS CENTRAIS Dominar o centro o e acesso a ela representa não só uma vantagem material concreta, mas também o domínio de toda uma simbologia. Os centros urbanos principais são, portanto (ainda são, em que pesem suas recentes decadências), pontos altamente estratégicos para o exercício da dominação (VILLAÇA, 2001, p. 214).

Como explica Flávio Villaça, a busca pelos privilégios de morar em centros urbanos sempre foi simbolizada como status de poder e essa busca sempre gerou disputa pelas classes sociais, isso pelo fácil acesso a infraestrutura que o centro oferece disponibilizando praticidade, conforto e principalmente pelo tempo de deslocamento. É possível perceber na citação a seguir de Ferreira a importância das construções habitacionais nas áreas centrais da cidade.

Apresentação

A ARQUITETURA E SUA RELAÇÃO COM O ENTORNO


Apresentação

24 “(...) a produção de moradias em áreas centrais é caminho necessário para a boa qualidade urbana, pois se resolve, de partida, a questão da localização e acessibilidade e da presença de infraestrutura, equipamentos e serviços urbanos” (FERREIRA, 2012, p. 72).

Um bom desenvolvimento urbano nas áreas centrais se dá principalmente construindo edificações onde possa ser possível coexistir tanto a moradia quanto equipamentos de utilidade pública, isso graças a sua localização e seu fácil acesso, ou seja, essa boa produção habitacional facilita para que essas regiões sejam mais valorizadas. Em análise a citação de Ermínia Maricato abaixo, um outro problema identificado é a grande desigualdade social existentes nas áreas metropolitanas. “É nas áreas metropolitanas que o resultado da desigualdade

social

exacerbada

se

apresenta

de

forma

escancarada, representando pela segregação espacial ou por uma massa crescente de crianças abandonadas, moradores de rua, camelôs, pedintes, etc.” (MARICATO, 1997, p. 52).

Devido à grande densidade populacional existente nessas áreas, elas acabam evidenciando uma enorme desigualdade social, pois são áreas que precisam de atenção com projetos urbanos e habitacionais de qualidade. Para que seja possível abrigar todas elas, inclusive as pessoas em situação de rua, é necessário pensar e projetar edificações de qualidade para que haja condições dignas de moradia à todos.


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OBJETIVOS

Além do melhoramento da qualidade das tipologias habitacionais, visa espaços onde as pessoas possam desenvolver outras atividades relacionadas ao esporte, lazer, cultura, educação, cooperativas, oficina, comercio, serviço e sacolão (programas de geração de trabalho e renda).

Baseando-se no colocado por FERREIRA (2012, p. 72) “(...) a produção de moradias em áreas centrais é caminho necessário para a boa qualidade urbana, pois se resolve, de partida, a questão da localização e acessibilidade e da presença de infraestrutura, equipamentos e serviços urbanos”, portanto é possível concluir que a implantação de HIS na área central da cidade de São Paulo é extremamente importante para a inserção das famílias de baixa renda. Esse estudo tem como objetivo reduzir o déficit habitacional e melhorar a qualidade das habitações, tanto no conforto, quanto na flexibilidade e também voltado à acessibilidade, pois atualmente alguns projetos propostos não possuem a qualidade que as pessoas merecem para moradia. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Para que o objetivo geral possa ser concluído, foram estabelecidos alguns objetivos específicos: [1] Inserção do público de baixa renda na região central da cidade de São Paulo, utilizando-se de todos os benefícios e infraestrutura da região; [2] Avaliar os principais problemas existentes na produção de habitações sociais;

[3] Analisar e coletar dados da região central da capital paulista; [4] Identificar os principais problemas existentes na habitação de baixa renda e propor soluções; [5] Identificar os principais problemas existentes no lote e seu entorno; [6] Desenvolver alternativas que atendam às necessidades da população; [7] Propor tipologias habitacionais pensando na mobilidade, flexibilidade e acessibilidade dos moradores; [8] Propor equipamentos públicos e espaços com atividades interativas, atraindo outros públicos para a região e os interagindo com o condomínio. [9] Utilizar de outros métodos construtivos no presente projeto, a fim de proporcionar flexibilidade arquitetônica somando-se com um menor prazo de execução;

Apresentação

Esse estudo tem como objetivo geral compreender os principais problemas encontrados na arquitetura de habitações populares nos dias de hoje e, com isso, propor uma melhora na produção das mesmas no centro de São Paulo, melhorando a técnica construtiva, qualidade arquitetônica, elaboração de tipologias adequadas para a realização de atividades diárias, conexão do entorno com o edifício (público e privado), e posturas projetuais em resposta ao crescimento na produção de HIS (Habitação de Interesse Social), visando sempre a mobilidade, acessibilidade e flexibilidade.


Apresentação

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MATERIAIS E MÉTODOS A metodologia aplicada neste trabalho baseia-se em pesquisas bibliográficas presentes em livros e acervos digitais como artigos, teses e dissertações, tendo como relevância o tema proposto para a caracterização dos traços distintos da produção de habitação de interesse social (HIS), tipologias, entre outros, a fim de solucionar e criar alternativas que melhorem a produção de HIS, tanto a questão das tipologias habitacionais quando o projeto como um todo. Foi feito um levantamento de dados históricos, demográficos, geográficos e analíticos da área de intervenção através da legislação e órgãos públicos. Em seguida, a elaboração de um diagnóstico se fez necessária para a compreensão do terreno e seu entorno. Através de levantamento fotográfico, gabarito de altura, áreas permeáveis, topografia, equipamentos públicos existentes, transportes, entre outros, foi possível evidenciar os problemas e soluciona-los de maneira correta. Um dos principais problemas encontrados foi com relação à população moradora de rua dessa região, que vivem sem qualquer privacidade, conforto e qualidade de vida. Com base nos dados coletados e analisados anteriormente, foram estudadas as possibilidades de execução projetual, levando em consideração todo o levantamento do local e objetivo proposto inicialmente. A partir disso foi possível solucionar os problemas encontrados no terreno e seu entorno, dando procedência ao restante do projeto, assim, pensando primeiramente no desenvolvimento das tipologias e em seguida no restante do projeto. Através desses estudos, obteve-se o que carecia a região da Sé, sendo possível escolher da melhor maneira os equipamentos públicos e outras atividades interativas a serem projetados no lote escolhido, tendo como base referencias projetuais e levando em consideração a disposição que o terreno propunha. A partir disso, foi possível começar a desenvolver as tipologias habitacionais adequadamente, pensando na disposição e espacialidade de cada ambiente juntamente com a estrutura escolhida através de um estudo

de qual seria a mais adequada para a execução de todo o projeto (visando espacialidade e flexibilidade), que ao final serão apresentados. Também serão apresentadas as propostas de tipologias, equipamentos públicos, lazer, e do projeto como um todo, com base nos conceitos e metodologias aplicadas. Tais propostas serão apresentadas da melhor forma para que se tenha uma melhor compreensão do projeto proposto.


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HABITAÇÃO SOCIAL NO BRASIL

O final do século XIX foi marcado por um forte e acelerado crescimento populacional, devido às migrações e imigração. Em consequência disso, a expansão do mercado de trabalho impulsionou o intenso fluxo de imigrantes para a cidade de São Paulo em busca de mão de obra assalariada, como é possível observar na tabela abaixo.

Tabela 01 – População na Cidade de São Paulo por distritos (1886 e 1900). Fonte: BONDUKI, 1995. P. 18. (Adaptada por Beatriz Tamassia.)

Com a chegada de novos trabalhadores, vieram os problemas de moradia, transporte e serviços públicos, fazendo com que a cidade não atendesse a essa demanda, além do fornecimento adequado de água e esgoto, tornando-se o principal problema da saúde pública. Foi assim que se desencadeou a primeira crise habitacional. Com isso começaram a surgir os primeiros cortiços e moradias, na sua maior parte, em condições precárias. (BONDUKI, 1955). Devido a situação dos aglomerados urbanos bastante precária no século XIX, epidemias tornaram-se frequentes por toda a cidade, gerando grande preocupação da sociedade, sem um sistema de saneamento básico estabelecido, as doenças começavam a se alastrar, representando uma ameaça à saúde da população. Na tentativa de combater esses problemas, foi dado início as campanhas de higienização das classes de baixa renda, iniciando-se assim à política higienista.

As construções mais baratas faziam parte da situação, os trabalhadores não possuíam uma remuneração possível para arcar com os alugueis elevados daquela época, sendo assim, os cortiços eram de extrema importância para a abrigar a classe trabalhadora. No meio da década de 1920, a política higienista acaba perdendo a sua força. Apesar da fiscalização continuar ativa, a mesma ainda era incapaz de impedir a propagação das habitações precárias e dos cortiços, porém conseguiam dificultar o crescimento de moradias clandestinas. A partir da Revolução de 1930 o governo não conseguia encontrar soluções eficientes para resolver o problema da habitação, agravando-se em várias cidades brasileiras. Essa questão começa a mudar a partir da revolução de 30, onde a urbanização e a industrialização começam a ganhar força em relação aos anos anteriores, iniciando uma política para habitação. A partir desse momento percebe-se a falta de preparo do setor privado para resolver tal problema, passando a ser uma questão do Estado que passou a sofrer pressões dos trabalhadores e empresariado, visto que os trabalhadores reivindicavam por melhorias salariais devido ao aumento dos alugueis (MOTTA, 2011). Em resposta a tal atitude, o governo Vargas propõe a criação de Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPS), com o objetivo de solucionar os problemas habitacionais ligados a indústria e comércio. Portando, a principal finalidade das IAPS era prestar assistência médica e bem-estar na aos associados, não solucionando o real problema de moradia que a população de baixa renda continuava a enfrentar. No ano de 1946 foi criada a Fundação da Casa Popular (FCP), sendo o primeiro órgão nacional criado a fim de centralizar a política de habitação. Tinha como proposta o direito dos brasileiros ou estrangeiros com mais de dez anos no país ou com filhos de nacionalidade brasileira, a adquirir ou construir sua moradia própria na zona rural ou urbana. No mesmo ano, a Fundação da Casa Popular é extinta, dando criação ao o Banco Nacional de Habitação (BNH), buscando apoio popular e tornando-se o principal órgão de relacionado a política habitacional e

Apresentação

A questão habitacional sempre foi um problema na capital paulista e só foi reconhecida pelo poder público como tal em meados da década de 1860 com a implantação da linha férrea e o complexo cafeeiro.


Apresentação

28 tinha como finalidade promover a construção e a compra da casa própria com boa qualidade, destinadas especialmente às classes mais pobres. Porém, o resultado obtido foram projetos feitos com menor custo, com materiais pré-fabricados, produção em grande escala, além de serem afastados da malha urbana. Quinze anos mais tarde, por conta de uma crise global, o Brasil enfrentou um período de inflação muito alta, altos índices de desemprego e o país passava por uma recessão e o BNH já sofria baixas no poder de compra do brasileiro. Sete anos mais tarde, no ano de 1986, durante o Governo de José Sarney, por conta da falta de consenso sobre uma reforma nos moldes de financiamento, baixa adimplência de pagamentos e baixo desempenho social, por meio de um decreto-lei, o Banco Nacional de Habitação é extinto e incorporado à Caixa Econômica Federal.

Conforme citado acima, o Brasil passava por uma situação muito complexa, pois o número de adimplentes era muito baixo e a quantidade de pessoas com déficit habitacional era extremamente elevado. Por conta disso, dois anos mais tarde, dentro da Constituição Federal de 1988, a mesma torna obrigatório o Plano Diretor Estratégico (PDE) com municípios que tenham uma população mais do que 20 mil pessoas. Durante a gestão de Luiza Erundina, prefeita da capital paulista, entre 1989 até 1992, foram criados mutirões de autogestão com foco no enfrentamento dos problemas sociais para auxiliar todas as pessoas. Graças a eles, o poder público enviava para essas associações – que era gerida pelos moradores das proximidades, por isso o nome autogeridos – uma espécie de financiamento. Toda a parte de compras era feita por essa gestão apartada da prefeitura, obtendo resultados muito satisfatórios e importantes para o desenvolvimento de São Paulo. Na década de 90, durante o mandato de Fernando Henrique Cardoso, uma outra postura foi adotada para os municípios, ocorrendo a retomada dos financiamentos das habitações através do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço). Foram criados alguns programas sociais para utilização do mesmo, como o Programa de Arrendamento Residencial (PAR) e o Pró-Moradia. O PAR foi desenvolvido para famílias que moram em centros urbanos que possuem renda de até R$ 1.800,00. O Pró-Moradia

foi desenvolvido para auxiliar famílias em situação de risco social, que tenham como renda máxima familiar até R$ 1.395,00. Alguns anos mais tarde, no mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, foi criado o Ministério das Cidades. O grande ganho com a criação desse Ministério é que houve uma reforma institucional, pensando principalmente nos setores e nas pessoas que eram, de certa forma, excluídos. Em 2007 é criado o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que aumentaria os incentivos em infraestruturas, habitação e saneamento. Também criado no Governo Lula, mais precisamente em 2009, foi criado o Minha Casa Minha Vida, um dos principais programas sociais utilizados até hoje. O Programa subsidia casa ou apartamento próprio para famílias que possuem renda de no máximo 1.800 reais, e facilita, oferecendo menores taxas de juros, para famílias com renda de até 7 mil reais, contemplando tanto habitações urbanas quanto rurais. Segundo a Caixa Econômica Federal (2019), existem duas formas de participar da seleção para aderir ao programa. Na primeira delas, a renda familiar deve ser menor do que R$ 1.800,00 e é preciso estar inscrito no site da prefeitura onde as pessoas residem e participar do sorteio que o programa oferece. O valor mensal varia entre R$ 80,00 até R$ 270,00. Na segunda delas, as famílias devem possuir renda de no máximo 7 mil reais, podendo contratar uma entidade organizada para realizar a simulação do financiamento.

Vale destacar também que existe a modalidade Minha Casa Minha Vida – Entidades, criada para facilitar o acesso à moradia para famílias reunidas por meio de associações, cooperativas habitacionais e demais entidades que não possuem finalidade lucrativa. O programa é voltado para famílias que possuem renda mensal de até R$ 1.600,00. O programa estimula a participação dos habitantes na resolução dos problemas de habitação através do cooperativismo.


29

Tabela 02 – Faixas do programa Minha Casa Minha Vida. Fonte: Caixa. (Adaptada por Beatriz Tamassia).

Apresentação

Existem algumas faixas onde o programa é dividido para delimitar o tipo de benefício que cada família pode contratar:



CAP. 2

| CONTEXTUALIZAÇÃO DO LOCAL


Contextualização do Local

32

CONTEXTUALIZAÇAO DO LOCAL BREVE HISTÓRICO DO BAIRRO DA SÉ

O município de São Paulo (na época de sua fundação, chamada de São Paulo de Piratininga) foi fundado no dia vinte e cinco de janeiro do ano de 1554, onde atualmente é o Pátio do Colégio, e o bairro da Sé foi fundado junto com o município. É o bairro que corresponde à área de ocupação mais antiga do município, sendo iniciado no século XVI. A construção de uma igreja matriz no local iniciou-se apenas em 1555. A Catedral da Sé como pode ser observada nos dias de hoje em foi iniciada no início do século passado e finalizada cerca de quarenta e três anos mais tarde. Antes disso, existiram outras igrejas no local, que já foram derrubadas. Vale destacar ainda mais a importância desse bairro. No local, atualmente próximo à Catedral da Sé e a Estação Sé do Metrô, existe um monumento, um prisma em formato de hexágono, que foi batizado como Marco Zero da Cidade de São Paulo. Esse local é o ponto de referência de quilometragem de todas as vias e rodovias que tem início na capital paulista. ÁREA DE INSERÇÃO DO PROJETO

O Bairro da Sé, localizado na região central de São Paulo (figura 07), é administrado pela Subprefeitura da Sé (figura 08), e corresponde à área de ocupação mais antiga do município, iniciado no século XVI. Possui como principal característica o comércio diversificado e escritórios de prestação de serviços.

Figura 07 – Mapa da cidade de São Paulo destacando a subprefeitura da Sé. Fonte: Viva o Centro Figura 08 – Subprefeitura de da Sé destacando o bairro da Sé. Fonte: Prefeitura de São Paulo (adaptada por Beatriz Tamassia)

A figura 09 mostra o terreno escolhido para realizar a Habitação de Interesse Social está localizada no bairro da Sé, especificamente entre as Ruas Tabatinguera, Conselheiro Furtado e Conde de Sarzedas. O mesmo possui uma área de 11.371 m², e atualmente é utilizado como estacionamento para o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. ÁREA DE INTERVENÇÃO

Figura 09 – Área de intervenção. Fonte: Google Earth (adaptada por Beatriz Tamassia


33 ÁREA DE INTERVENÇÃO RESID. HORIZ. BAIXO PADRÃO RESID. HORIZ. MÉDIO PADRÃO RESID. VERT. BAIXO PADRÃO RESID. VERT. MÉDIO/ALTO PADRÃO COMÉRCIO E SERVIÇOS

A seguir, a figura 10 apresenta o transporte coletivo é atendido pela linha azul e vermelha do metrô (integradas pela estação da Sé), ciclofaixas, e é abastecida por vários pontos de ônibus distribuídos por todo o entorno juntamente a alguns corredores, facilitando a locomoção através de transportes públicos da população local e de quem frequenta a região.

INDÚSTRIA E ARMAZÉNS RESIDENCIAL E COMÉRCIO RESIDENCIAL E INDÚSTRIA GARAGENS EQUIPAMENTOS PÚBLICOS ESCOLAS TERRENOS VAGOS OUTROS SEM PREDOMINÂNCIA

ÁREA DE INTERVENÇÃO REDE CICLOVIÁRIA PONTOS DE ÔNIBUS FAIXAS EXCLUSICAS ESTAÇÃO DE METRÔ

SEM INFORMAÇÃO

Figura 11 – Mapa de uso predominante do solo. Fonte: Geosampa.

Na questão do zoneamento, o mapa abaixo (figura 12) mostra que o terreno está determinado como ZEIS-3, porém uma grande parte dos lotes, em relação seu entorno, estão determinados como ZC, e o restante como ZEIS-5. ZEIS-3 ZEIS-5 ZC ZOE Praça/canteiro

Figura 10 – Mapa de transportes públicos. Fonte: Geosampa.

Observando o próximo mapa (figura 11), as quadras possuem o uso predominante de comércios e serviços e de uso misto, com uma quantidade insignificante de residências e empresas, além de alguns edifícios que se intercalam como: garagens, imóveis abandonados e terrenos vazios. Também é possível notar a ausência de equipamentos de uso público, ocasionando uma desproporção do mesmo na região e não suprindo com as necessidades da população.

ÁREA DE INTERVENÇÃO

Figura 12 – Mapa de zoneamento. Fonte: Geosampa

Contextualização do Local

A escolha do lote partiu da sua localização, da dinâmica de vista do comércio local, da grande movimentação - tanto de pessoas como do trafego - no local, da Praça da Sé, da ausência de projeto previsto para sua ocupação, além de possuir um fácil acesso e mobilidade, com estação de metrô a menos de 5 minutos a pé.


Contextualização do Local

34 O mapa a seguir (figura 13) mostra que há uma quantidade significativa de imóveis notificados, sendo que em sua maior parte são terrenos subutilizados, seguido de não utilizados e não edificados.

VEGETAÇÃO ÁREA DE INTERVENÇÃO

Figura 14 – Mapa de vegetação Fonte: Google Earth (adaptada por Beatriz Tamassia). Figura 13 – Mapa de imóveis notificados. Fonte: Geosampa.

No quesito das áreas permeáveis, é possível observar através do mapa a seguir (figura 14), que a região apresenta uma vegetação muito escassa, onde se concentram próximas à Praça da Sé e pela Av. 23 de Maio. O projeto apresentado mais à frente, mantém à vegetação que se encontra no terreno de intervenção, incorporando outros extratos arbóreos com vistas a aumentar a massa arbórea, recuperar a avi-fauna e diminuir as ilhas de calor.

Em relação à curvas de nível da região, o mapa topográfico (figura 15) mostra que a mesma apresenta uma declividade relevante, se tornando mais acentuada próxima à área escolhida para intervir. A curva mais alta do entrono selecionado é a 764 e a mais baixa a 721, obtendo um desnível de 43 metros.

764

721 ÁREA DE INTERVENÇÃO

Figura 15 – Mapa topográfico. Fonte: Elaborado por Beatriz Tamassia


35

ÁREA DE INTERVENÇÃO BENS TOMBADOS

A Capela é um bem tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado (CONDEPHAAT). O imóvel se encontra em uma área envoltória, sendo que dentro de um perímetro de 300 metros, qualquer intervenção no imóvel como: demolição, construção, reforma, regularização, entre outras, deverá obedecer às diretrizes de proteção específicas dessa área. O gabarito de altura é constituído em sua maior parte por edificações baixas, com apenas alguns edifícios altos. Em relação à Capela, pelo fato dela estar em uma área envoltória, influencia no gabarito proposto da área de intervenção. ÁREA DE INTERVENÇÃO

Figura 16 – Mapa de bens tombados. Fonte: Geosampa.

Dentre esses edifícios e monumentos tombados, existe um que se tornou muito importante para o desenvolvimento do projeto (figura 17). A Capela do Menino Jesus e Santa Luzia foi construída no ano de 1901 pelo Arquiteto Domingos Delpiano, e possui um estilo neogótico, típico das construções brasileiras do inicio do século XIX. ÁREA DE INTERVENÇÃO CAPELA DO MENINO JESUS E SANTA LUZIA

Figura 17 – identificação da Capela do Menino Jesus e Santa Luzia. Fonte: Google Earth (adaptada por Beatriz Tamassia

Figura 18 – Gabarito de altura. Fonte: elaborado por Beatriz Tamassia.

Contextualização do Local

A região possui uma grande quantidade de bens tombados, tornando a história da cidade muito presente, além da valorização cultural, arquitetônica e ambiental para a região e sua população, e impedindo a degradação dos mesmos. Dentre eles se destacam a Catedral da Sé, Fórum João Mendes, Museu do Tribunal de Justiça, entre outros, e que acabaram se tornando grandes marcos arquitetônicos, como observamos na figura 16.


Contextualização do Local

36

LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO A região é caracterizada por vias de maior tráfego em relação ao seu entorno, sendo sua ocupação bastante densa, mais povoada e ativa, além de apresentar edificações com volumetrias e características arquitetônicas diversas que vão do eclético ao moderno. Possui bastante diversidade, vitalidade, mistura de classes sociais e usos. O entorno é de suma importância pois além do tombamento de alguns edifícios e monumentos, conta com diversos comércios e órgãos públicos, tendo uma grande visibilidade como a Catedral da Sé, Fórum João Mendes, Museu do Tribunal de Justiça, entre outros. As imagens a seguir mostram o entorno da área de intervenção.

Figura 19 – Fórum João Mendes. Fonte: elaborada por Beatriz Tamassia

Figura 20 – Praça Doutor João Mendes. Fonte: elaborada por Beatriz Tamassia

Figura 21 – Associação dos Peritos Judiciais do Estado de São Paulo. Fonte: elaborada por Beatriz Tamassia

Figura 22 – Catedral da Sé. Fonte: elaborada por Beatriz Tamassia

Figura 23 – Rua Conselheiro Furtado. Fonte: elaborada por Beatriz Tamassia

Figura 24 – Terreno no cruzamento das Ruas Conselheiro Furtado e Tabatinguera. Fonte: elaborada por Beatriz Tamassia


37 Contextualização do Local

Figura 25 – Rua Tabatinguera com vista para os edifícios do Tribunal de Justiça. Fonte: elaborada por Beatriz Tamassia

Figura 26 – Vista para o terreno na Rua Tabatinguera. Fonte: elaborada por Beatriz Tamassia

Figura 27 – Capela do Menino Jesus e Santa Luzia. Figura 28 – Entrada para o terreno escolhido. Fonte: elaborada por Beatriz Tamassia Fonte: elaborada por Beatriz Tamassia

Figura 29 – Rua Conde de Sarzedas com vista para o terreno. Fonte: elaborada por Beatriz Tamassia

Figura 30 – Museu do Tribunal de Justiça. Fonte: elaborada por Beatriz Tamassia

Figura 31 – Calçada da Rua Conselheiro Furtado em direção à Rua Tabatinguera. Fonte: elaborada por Beatriz Tamassia

Figura 32 – Calçada da Rua Conselheiro Furtado em direção à Rua Conde de Sarzedas. Fonte: elaborada por Beatriz Tamassia



CAP. 3

| LEGISLAÇÃO


Legislação

40

LEGISLAÇÃO ZONEAMENTO

Na questão do zoneamento da cidade, a área de intervenção é classificada como Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS), definida pelo Plano Diretor Estratégico de São Paulo (PDE), Lei nº 16.050/14 por territórios destinados, prioritariamente, à moradia digna de baixa renda, recuperação urbanística, recuperação ambiental, regularização fundiária, e a produção de Habitações de Interesse Social (HIS) e Habitações de Mercado Popular (HMP), adotando equipamentos sociais, infraestrutura, áreas verdes, comércios e serviços locais, localizados na zona urbana.

Devido a grande escassez de moradia no centro de São Paulo, há um grande incentivo ao uso de áreas criadas pelo zoneamento. A quadra do presente projeto está determinada como ZEIS-3, destinada à terrenos ou imóveis subutilizados, propondo a criação e a reforma para moradias de interesse social, sendo 40% no mínimo destinados para HIS (Habitação de Interesse Social), 40% no mínimo à HIS ou HMP (Habitação de Mercado Popular) e 20% no máximo para outros usos, como comércio, equipamentos de cultura, lazer ou saúde. COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO (CA) E TAXA DE OCUPAÇÃO (TO).

Na questão da Lei de Uso e Ocupação do Solo (nº 16.402/2016), a tabela a seguir mostra os parâmetros de ocupação dos lotes nas diferentes zonas da cidade de São Paulo. Em destaque estão os parâmetros para ZEIS-3, a qual encontra-se a área de intervenção escolhida para este estudo.

Tabela 03 – Parâmetro de ocupação, exceto de Quota Ambiental. Fonte: Gestão Urbana, Lei de Uso e Ocupação do solo (adaptada por Beatriz Tamassia).

Conforme evidenciado na tabela acima, a taxa de ocupação (T.O.) máxima permitida para esse terreno é de 0,7 em relação à área total do mesmo. Ou seja, o valor total máximo permitido para construção seria de 7.959,7 m². Para realizar o maior aproveitamento das áreas vazias, foi utilizado um T.O. de 0,44, o que se refere a uma área de 5.228 m² A soma da área construída de todos os pavimentos é conhecida como Coeficiente de Aproveitamento (C.A.). Conforme mostrado na tabela acima, o valor máximo permitido é de 4. Por estar em uma zona de ZEIS-3, é permitido pelo Plano Diretor através da Operação Urbana Centro utilizar esse coeficiente no valor máximo de 6. Porém, foi utilizado o C.A. igual a 4 para que tanto a ventilação quanto a insolação dos apartamentos não fossem comprometidas. A tabela a seguir mostra o CA e TO obtidos através da legislação vigente do Plano Diretor.


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45,98% 5.228 m² 2,1 24.639 m² 27.136 m²

216

Segundo o que o PDE determina, os Projetos de Intervenção Urbana (PIUs), orientam as melhorias urbanísticas na Macroárea de Estruturação. Na área Central, onde se localiza o terreno escolhido, o PIU se viabiliza através da Operação Urbana Centro, em que promove a melhoria e a revalorização tanto do “centro velho” quanto do “centro novo”, tendo como principal objetivo trazer melhorias para a região, atraindo investimentos imobiliários, comerciais, culturais e turísticos, revertendo o cenário atual que está cada vez mais se deteriorando.

Os principais objetivos e diretrizes da OU Centro são: Tabela 04 – Uso e ocupação do solo. Fonte: elaborada por Beatriz Tamassia.

Utilizando o C.A. igual a quatro, o terreno objeto deste estudo possui área máxima de 45.484 m², sendo que foram utilizados da área computável 24.639 m², atingindo uma área total construída de 27.136m² e obtendo um total de 216 unidades habitacionais. MACROZONA E MACROÁREA

Localizada na região central da cidade de São Paulo, a área de intervenção tem como principal regedor urbano o Plano Diretor Estratégico (Lei nº 16.050/2014). Para que o objetivo do ordenamento do território seja em Escala Macro, o Plano Diretor Estratégico estabelece alguns elementos estruturais de forma que as divisões da cidade fiquem estabelecidas e denominadas como macroáreas e macrozonas, que são áreas heterogêneas que vão guiar os objetivos do desenvolvimento urbano e aplicação dos instrumentos ambientais e urbanísticos.

o VALORIZAÇÃO DA PAISAGEM URBANA

Promover a melhoria da infraestrutura e da qualidade ambiental. Incentivo à arborização de áreas não ocupadas. o USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

Promover habitação de interesse social e garagens em recuperação de imóveis subutilizados. Diversificação de usos no incentivo à cultura e o lazer o PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO

Incentivo ao convívio urbano e à preservação do patrimônio histórico, cultural e ambiental da cidade. o MELHORAR A MOBILIDADE URBANA

Melhoria das condições de acessibilidade à área central da cidade; incentivo ao transporte coletivo.

A área está situada na Macrozona de Estruturação e Qualidade Urbana, porção do território assim definida por abrigar diversidade de padrões de uso do solo e de atividades urbanas.

o AMPLIAÇÃO E ARTICULAÇÃO DAS ÁREAS PÚBLICAS

Na subdivisão da Macrozona, a área se encontra na Macroárea de Estruturação Metropolitana, definida como um território de transformação, onde existam instrumentos específicos que possam promover essas transformações, como os Projetos de Intervenção Urbana (PIU) e as Operações Urbanas Consorciadas.

o PROMOVER A ATRATIVIDADE

Abertura de praças e de passagens para pedestres no interior das quadras.

Incentivo à localização de órgãos da administração pública dos três níveis na área central da cidade.

Legislação

OPERAÇÃO URBANA CENTRO


Legislação

42

Tabela 05 – Tabela comparativa OU e projeto proposto. Fonte: elaborada por Beatriz Tamassia.

NORMA DE DESEMPENHO

A Norma de Desempenho auxília na criação e no desenvolvimento de todos os empreendimentos residenciais, porém traz alguns alertas e preocupações com a expectativa de vida útil, eficiência, sustentabilidade, desempenho e a manutenção desses prédios. Para ser avaliado o impacto dessas premissas, é necessário relembrar de um conceito que é utilizado na análise e tomada de decisão financeira/ambiental para que o desenvolvimento dos empreendimentos seja realizado. Seu foco é no comportamento e no uso de todos os elementos e sistemas das edificações para atender os requisitos. Sob essa análise, a Norma foi organizada a partir dos elementos do prédio, levando sempre em consideração as condições de implantação e as solicitações dos usuários, definindo assim os requisitos que precisam ser atendidos, e com isso estabelecendo critérios para esse atendimento e a forma que o mesmo será avaliado.

Figura 33 – Resumo esquemático da estruturação da Norma. Fonte: Guia para arquitetos na aplicação da Norma de Desempenho.




CAP. 4

| REFERÊNCIAS PROJETUAIS


Referências Projetuais

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HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL CONJUNTO HABITACIONAL JARDIM EDITE o FICHA TÉCNICA

Arquitetos: MMBB Arquitetos, H+F Arquitetos Localização: Av. engenheiro Luis Carlos Berrini – Itaim Bibi, São Paulo – SP, Brasil Área do terreno: 18.000 m² Área construída: 25.714 m² Ano do projeto: 2010

o PROJETO

O projeto oferece programa de moradia mais três equipamentos públicos como: (creche, restaurante-escola e unidade básica de saúde) e 252 unidades habitacionais, com o intuito de promover a integração do mesmo com o seu entorno - frequentado por um público de renda mais alta – e tornando o espaço atraente tanto para os moradores quanto para o público das grandes empresas próximas. A disposição das lâminas criam cheios e vazios juntamente com um programa de uso público e privado, além de serem projetadas de modo a obter o melhor aproveitamento da luz solar para as unidades habitacionais.

o LOCALIZAÇÃO

O Conjunto Habitacional Jardim Edite se encontra no bairro Cidade Monções, especificamente no cruzamento das avenidas Engenheiro Luís Carlos Berrini e Jornalista Roberto Marinho. Localizado num dos pontos mais significativos para o crescimento financeiro da cidade de São Paulo, o Conjunto Habitacional Jardim Edite ocupa o lugar de uma antiga favela, situada no mesmo local. ÁREAS DE USO PÚBLICO ÁREAS DE USO PRIVADO 1 – CRECHE 2 – UBS 3 – RESTAURANTE-ESCOLA

Figura 35 – Distribuição do programa. Fonte: Archdaily. (Adaptada por Beatriz Tamassia).

A creche possui uma área de 1400 m² e oferece vagas tanto para crianças do condomínio quanto de fora; o restaurante-escola, com 850 m², serve refeições para trabalhadores da região ao mesmo tempo que gera emprego aos moradores do condomínio; e no local também possui uma Unidade Básica de Saúde, com uma área de 1300m², para atender à população. Figura 34 – Localização do Conjunto Habitacional Jardim Edite. Fonte: Google Earth.


47 Referências Projetuais

PLANTA TIPO TORRE 1

PLANTA TIPO TORRE 2

Figura 36 – Implantação. Fonte: Archdaily (adaptada por Beatriz Tamassia). Figura 38 – Tipologias. Fonte: Archdaily.

O projeto foi pensado de forma harmônica, sendo três torres com 17 pavimentos que possuem 60 unidades habitacionais cada e duas lâminas com 4 pavimentos tendo 40 e 30 unidades. Além disso, as lâminas possuem plantas diferentes em cada andar, enquanto as torres possuem uma modulação regular de 4 unidades habitacionais que dão para um corredor de circulação.

Figura 37 – Pavimento tipo. Fonte: Archdaily (adaptada por Beatriz Tamassia).

O projeto consegue interligar os edifícios habitacionais, os espaços vazios com pilotis, permitindo áreas comuns aos moradores, e áreas privadas que criam uma questão interessante no projeto. Além disso, ele se torna importante pelo fato de conseguir levar a população que habitava a favela Jardim Edite, para um local de grande valorização imobiliária, garantindo o básico de moradia adequada aos usuários e preservando sua memória.


Referências Projetuais

48 CONJUNTO HABITACIONAL HELIÓPOLIS – GLEBA G o FICHA TÉCNICA

Local: São Paulo, SP Ano: 2011 Área construída: 31.329 m²

Programa: 420 unidades habitacionais Arquitetos: Artur Katchborian e Mario Biselli o LOCALIZAÇÃO

O projeto está localizado na Avenida Comandante Taylor e Avenida das Juntas Provisórias, na entrada da favela do Heliópolis, e faz parte do Programa de reurbanização de Favelas da Prefeitura do Município de São Paulo, através da Secretaria de Habitação, com a recolocação de várias famílias que foram selecionadas através de um censo de perfil de moradores do mesmo local.

Figura 39 – Localização do Conjunto Habitacional Heliópolis – Gleba G. Fonte: Google Earth (adaptada por Beatriz Tamassia).

Figura 40 – Fotomontagem vista aérea. Fonte: Archdaily.

o O PROJETO

A habitação de interesse social foi pensada privilegiando os espaços públicos de interesse do morador, e adotando programa comercial e de serviços no térreo. A sua implantação foi criada a partir da quadra “europeia”, sem recuos e com um grande pátio interno, como é possível observar na figura 41, que pode ser acessados através de seus pórticos criando uma circulação fluida e leve, devido seu projeto paisagístico, além de oferecer espaços destinados à equipamentos de ginásticas e recreativos. As unidades habitacionais também dispõe de espaços para pequenos trabalhos, possibilitando na complementação da renda familiar.


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Figura 43 – Desnível do terreno: Archdaily. Figura 41 – Diagrama espaços livres. Fonte: Archdaily.

Figura 42 – Projeto de paisagismo valoriza vários tipos de pisos e vegetação. Fonte: Galeria da Arquitetura.

Figura 44 – Passarelas de estrutura metálicas. Fonte: Galeria da Arquitetura.

Referências Projetuais

O local possui desníveis naturais geográficos que foram mantidos, permitindo a construção de edifícios de até 8 pavimentos sem a necessidade de elevadores, com acessos em desníveis diferentes, em relação ao nível de inclinação máxima. Com isso, o projeto demandou a construção de um conjunto de passarelas de estrutura metálicas conectando os blocos (figura 44).


Referências Projetuais

50 O sistema construtivo é de alvenaria de blocos de concreto, facilitando na execução da proposta, porém, apenas os pórticos foram projetados de forma singular, o que ocasionou na implementação de concreto armado à estrutura, tornando-a mista. Todo o sistema construtivo é baseado na racionalidade de forma que não prejudique a arquitetura do local. Em todas as unidades é incorporado o uso flexível dos espaços, permitindo a demolição de paredes de forma que não interfira na estrutura do edifício e possibilitando a adaptação das mesmas, assim. Ao todo são 420 apartamentos com dois tipos de planta, sendo que a primeira possui espaço integrado de cozinha, dois dormitórios, sala de estar e varanda. Já o segundo tipo é voltada para portadores de necessidades especiais, localizada no pavimento térreo.

Figura 46 – Planta tipo A (adaptada). Fonte: Archdaily.

Figura 47 – Planta tipo B. Fonte: Archdaily.

Figura 45 – Planta tipo A. Fonte: Archdaily.

As tipologias no geral apresentam alguns problemas como: janela sobre a cama, dificultando o acesso à mesma; armários muito pequenos; área de serviço e cozinha não possuem armários; os quartos não atendem mais de 3 pessoas, não sendo possível o aumento dás famílias futuramente. Além dos problemas já citados, na tipologia PNE: a porta dos quartos estão voltadas para dentro, sendo que para uma melhor locomoção do cadeirante, ela deveria abrir para o lado de fora; no banheiro não foi utilizada a NBR; nenhum compartimento possui o Módulo de Referência (MR), com a finalidade de garantir as condições de deslocamento e manobra do mesmo.


51

CRECHE

Os espaços e ambientes possuem um papel importante no processo de crescimento das crianças e necessitam ser organizados levando em conta as necessidades, desde os berçários até crianças maiores, observando as características de cada faixa etária, valorizando o protagonismo das crianças e contribuindo para novas aprendizagens, para a constituição da autonomia e da convivência com o outro. Portanto, para que isso ocorra, é importante reconhecer seus interesses e necessidades, assim, promovendo os relacionamentos humanos e tendo em vista sua primeira inclusão no meio social. Serão priorizados o conforto e ponto de vista da criança, através do estudo de cores para o estimulo do mesmo. Esses espaços precisam ser cuidados para que seja possível a criação de ambientes planejados com intencionalidade educativa para que a criança possa ter a possibilidade de conviver, brincar, participar, explorar, expressar e conhecer-se, garantindo assim, os Direitos de Aprendizagens que são assegurados legalmente. Planejar e organizar as ações escolares favorecendo as experiências dos bebês, garantem uma postura ética que respeita a potencialidade das crianças e constrói uma escola para educação infantil que será um ambiente para adultos e crianças partilharem a vida cotidiana. Através das necessidades de conforto e da legislação, será criado o espaço ideal para que a criança se sinta à vontade, e os pais se sintam seguros em deixar seus filhos enquanto trabalham. MÉTODO MONTESSORI A metodologia Montessori é o nome dado ao conjunto de materiais didáticos, práticas e teorias, idealizado pela italiana Maria Tecla

Artemisia Montessori. O método se dá através de planos de desenvolvimento, de forma em que cada época da vida de uma criança predominam certas características e comportamentos diferentes e específicos. O método pode traçar perfis de comportamentos gerais e de possibilidades de aprendizado para cada faixa etária, sempre considerando também o comportamento individual de cada criança. Montessori também afirma que “a atividade da criança há de ser impulsionada pelo seu próprio eu, e não pela vontade da mestra” (MONTESSORI, 1965, p.97). O ponto mais importante desse método é a possibilidade criada de se libertar a verdadeira natureza da criança, para que esta possa ser observada, compreendida, e para que a educação se desenvolva com base na evolução da criança. A compreensão total do desenvolvimento do indivíduo permite utilizar recursos mais adequados em cada fase de desenvolvimento e aprendizado de cada criança. O método é dividido em seis pilares educacionais: •

Autoeducação

Educação Cósmica

Educação como Ciência

Ambiente Preparado

Adulto Preparado

Criança Equilibrada

Autoeducação: Seria a capacidade que cada criança tem de aprender sozinha algumas coisas, como por exemplo andar, comer, pegar, entre outros. Nesse método, a confiança e depositada na criança, e, se ela estiver inserida em um meio adequado com materiais adequados, a criança poderá desenvolver praticamente todas as atividades de forma independente, quantas vezes forem necessárias, com seus próprios esforço e no ritmo dela. Autoeducação: Seria a capacidade que cada criança tem de aprender sozinha algumas coisas, como por exemplo andar, comer, pegar, entre

Referências Projetuais

Tendo em vista a necessidade de espaços de qualidade, o aumento da demanda e a carência de locais com qualidade voltadas a educação infantil, o objetivo principal é criar uma creche voltada aos cuidados dos bebês de zero a seis anos, a partir de uma arquitetura favorável ao aprendizado e desenvolvimento do mesmo, além de proporcionar um ambiente seguro e estimulante, além de ofertar um espaço para que o cuidador (pai, mãe ou avós, possam deixar a criança para trabalhar.


Referências Projetuais

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outros. Nesse método, a confiança e depositada na criança, e, se ela estiver inserida em um meio adequado com materiais adequados, a criança poderá desenvolver praticamente todas as atividades de forma independente, quantas vezes forem necessárias, com seus próprios esforço e no ritmo dela. Educação Cósmica: Nesse caso, Cósmica significa Ordem. Esse pilar indica a maneira de como deve ser organizado o conhecimento. Há diversas maneiras de manter a criança interessada pelo mundo, e demonstrar para a mesma como todas as coisas são conectadas e, na maioria das vezes, as coisas dependem uma das outras. Havendo ordem na exemplificação para a criança e na relação entre as coisas, o indivíduo sempre vai questionar muitas coisas, pois ela sempre ficará estimulada em querer saber mais sobre as coisas e que tudo no universo pode ter uma explicação. Educação como Ciência: Defendido pela ciência de hoje em dia, esse pilar exemplifica como a criança pode ser compreendida, por meio da extensa observação dos atos das crianças, sendo utilizado o método científico de observações, hipóteses e teorias. Nas observações, é possível verificar o que ajuda no seu desenvolvimento e quais são as características da educação que colabora para construção de quem está sendo desenvolvido.

chamou de guia interior, como andar, pular, correr e falar. Fazendo isso, ela certamente alcançará o equilíbrio interno e se tornará uma pessoa mais concentrada, cheia de iniciativa feliz. Ou seja, adotar o método Montessori como metodologia de ensino em uma creche é extremamente interessante, pois o mesmo proporciona uma forma de ensino diferente para a criança, graças à disposição dos materiais, dos locais, dos recursos, dos profissionais preparados para contribuir no aprendizado da criança, entre outros. Tudo é preparado e pensado para estimular a criança e o seu desenvolvimento, como é visão dela de mundo e no universo que à cerca. IMPORTÂNCIA DO AMBIENTE O projeto de um ambiente de ensino deve ser pensado de acordo com o seu público-alvo, visto que a arquitetura tem o poder se estimular o comportamento do usuário através de cores e texturas, luz, temperatura, ventilação, qualidade do ar, espacialidade, etc. Sendo assim, o projeto arquitetônico deve conversar com o pedagógico.

Ambiente Preparado: Representa o local onde a criança desenvolverá sua autonomia, compreende sua liberdade e seus limites. É extremamente importante que o ambiente interaja e esteja preparado para a criança se desenvolver da maneira correta.

O conforto ambiental é um conjunto de variáveis que qualificam o ambiente, tornando-o agradável em relação à visão, audição e temperatura. Portando, existem vários parâmetros que necessitam ser respeitados e podem variar conforme a faixa etária, portanto, sensações, cognições e percepções são diferentes e muitas vezes imperceptíveis, mesmo assim acabam criando relações de afeto, e o ambiente se torna muito agradável. É muito importante que um ambiente escolar seja concebido de acordo com os melhores critérios de conforto possível.

Adulto Preparado: Será a pessoa responsável em ajudar e interagir com a criança no seu desenvolvimento. Deve ser uma pessoa preparada, pois o mesmo conduzirá a criança no seu desenvolvimento, oferecendo os meios para que a mesma fique satisfeita.

É importante considerar que as crianças descobrem o ambiente através dos movimentos. Com uma atividade física bastante elevada e possuindo um equilíbrio hemodinâmico corporal muito sensível, elas sofrem das variações de temperatura com muita intensidade.

Criança Equilibrada: É o indivíduo e o desenvolvimento do mesmo realizado de forma natural. Se houver equilíbrio entre um ambiente preparado, um adulto preparado que respeita o crescimento e as características do pequenino, a criança libertará todas as suas características, que Montessori

Para projeto de conforto ambiental adequado, devem ser levados em conta os seguintes elementos:

Acústica: é importante considerar a fase de aprendizado de fala dessas crianças pois, acaba interferindo na percepção do ambiente. Sendo assim


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Iluminação: acaba sendo importante na medida em que aguça o sentido da visão, embora as crianças possuam menor necessidade de iluminação para o desenvolvimento de atividades internas do que os adultos.

Ventilação: deve ser considerada a ventilação natural e processo de renovação de ar no ambiente, levando em consideração a direção dos ventos e poluição.

Temperatura: com uma atividade física bastante elevada e possuindo um equilíbrio hemodinâmico corporal muito sensível, as crianças sofrem das variações de temperatura com muita intensidade.

A maior parte do tempo os bebês observam tudo o que acontece ao seu redor e todos os movimentos com muita atenção. Ao crescerem um pouco eles começam a querer pegar em tudo o que está ao seu alcance, pois possuem um alto nível de sensibilidade e percepção em termos do espaço, e através de seus receptores sensoriais, conseguem analisar e distinguir a realidade. Por isso, é importante o uso adequado das cores, iluminação, elementos olfativos, auditivos e táteis na contribuição para que o espaço seja reconhecido. Além disso, tetos, paredes, piso e pano de fundo merecem atenção pois, os bebês passam longos períodos deitados ou sentados no chão.

ESTUDOS DE CASO o CRECHE JARDIM EDITE, SÃO PAULO (2010)

FICHA TÉCNICA: Arquitetos: H+F Arquitetos, MMBB Arquitetos Localização: Av. Engenheiro Luís Carlos Berrini - Itaim Bibi, São Paulo - SP, Brasil Área construída: 1.400 m² Conclusão da obra: 2010

O Conjunto Habitacional Jardim Edite se encontra no bairro Cidade Monções, especificamente no cruzamento das avenidas Engenheiro Luís Carlos Berrini e Jornalista Roberto Marinho. Localizado num dos pontos mais significativos para o crescimento financeiro da cidade de São Paulo, o Conjunto Habitacional Jardim Edite ocupa o lugar de uma antiga favela, situada no mesmo local. O projeto oferece programa de moradia mais três equipamentos públicos (creche, restaurante-escola e unidade básica de saúde) com o intuito de promover a integração do mesmo com o seu entorno frequentado por um público de renda mais alta - tornando o espaço atraente tanto para os moradores quanto para o público das grandes empresas próximas. A visita à creche proporcionou uma análise do equipamento, tanto nas propostas que eram previstas no projeto, quando na questão do funcionamento da mesma, tendo em vista: a disposição dos ambientes; a preservação do local; o cuidado com as crianças, tanto na alimentação, quando na educação; faixa etária dos alunos, entre outros. A creche oferece vagas para 177 crianças de zero a quatro anos, e atualmente possui 166 alunos matriculados. As crianças de 1 a 4 anos ficam no pavimento térreo e os bebês no primeiro pavimento. Todas as crianças almoçam às 12h - sendo que cada faixa etária possui uma alimentação específica - e logo em seguida almoçam os 32 funcionários que possuem uma refeição diferenciada das crianças. Essa seleção dos alimentos de cada criança é muito importante, visto que, cada faixa etária necessita de uma alimentação correta para um crescimento saudável. Após o almoço as crianças descansam por 1 hora e no período da tarde brincam, fazem atividades e tomam sol, o que é muito importante para desenvolvimento delas nessa idade.

Programa de Necessidades O térreo possui uma solução bem funcional e interativa, e o pátio externo que se encontra nele é bem amplo, proporcionando convívio e lazer (figuras 48 e 49), criando comunicação com os outros ambientes ao redor. Enquanto o segundo pavimento é composto por mais ambientes de

Referências Projetuais

assim quanto menor a interferência de ruídos externos, melhor o desenvolvimento e entendimento da fala, além de diminuir o estresse e agitação das mesmas.


Referências Projetuais

54 interação e convívio (figura 25 e 26).

de manutenção - dispostas em locais estratégicos, além da cozinha que se conecta com o refeitório. Do outro lado estão as salas de aula juntamente com a sala dos professores e almoxarifado. No segundo pavimento (figura 53) se encontra um espaço ao ar livre que se estreita ao chegar no berçário e no solário, fazendo da área mais reservada, já que os bebês necessitam de mais silencio, além disso, eles conectam entre si, com o ambiente de troca e banho e com a cozinha. Os espaços abertos são de extrema importância para um crescimento e desenvolvimento saudável da criança

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Figuras 48 e 49 – Pátio externo do primeiro pavimento. Fonte: elaboradas por Beatriz Tamassia.

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Figuras 50 e 51 – Área de lazer do segundo pavimento. Fonte: elaboradas por Beatriz Tamassia.

Analisando o planta do pavimento térreo (figura 52), logo ao entrar na creche é possível observar o jardim, onde à esquerda estão localizadas as áreas administrativas - sala de reunião e professores junto com as áreas

1 - ACESSO 2 - VESTIBULO 3 - SECRETARIA 4 - PATIO COBERTO 5 – JARDIM 6 - BRINQUEDOTECA 7 - SALA PROFESSORES 8 - ALMOXARIFADO 9 - MINIGRUPOS 10 - CIRCULAÇÃO HORIZONTAL 11 - REFEITÓRIO

12 – COZINHA 13 – DESPENSA 14 – D.M.L 15 – LAVANDERIA 16 – ABRIGOS 17 – VEST. FUNCIONÁRIOS 18 – SANITÁRIOS 19 – DIRETORIA 20 – COORDENAÇÃO 21 – RAMPA 22 - ESCADA

Figura 52 – Planta pavimento térreo. Fonte: H+F Arquitetos (adaptado por Beatriz Tamassia).


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FICHA TÉCNICA: Arquitetos: Marcio Kogan Localização: São Paulo, Brasil

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21 – RAMPA 22 – ESCADA 23 – PÁTIO DESCOBERTO 24 – COZINHA LACTÁRIO

o BERÇÁRIO PRIMETIME, MORUMBI (2007)

25 – BERÇÁRIO 26 – BANHO/TROCA 27 - SOLÁRIO

Figura 53 – Planta primeiro pavimento. Fonte: H+F Arquitetos (adaptada por Beatriz Tamassia).

Área do terreno: 900 m² Área construída: 870 m² Conclusão da obra: 2010 O Berçário PrimeTime está localizado no bairro Morumbi, especificamente em uma área residencial e adensada e é o primeiro projeto voltado a crianças de até três anos no Brasil. O edifício (figura 54), que não passa de 3 pavimentos, é composto por três blocos de concreto com materiais, estrutura e balanço que transmitem leveza, além de criar pátios cobertos. O enfoque dos arquitetos foi buscar soluções criativas para atender especificidades exigidas.

A divisão dos pavimentos em relação à faixa etária é importante, pois cada criança necessita de um cuidado diferente. O Solário está posicionado ao leste, onde o sol da manha é o mais indicado para as crianças, e obtém um fácil acesso através do berçário, porem, seu acesso pelo pátio é bem escondido. De modo geral, os ambientes se dispõem de maneira organizada, onde foram separados por: áreas administrativas; salas de aula; refeitório, cozinha e dispensa; berçários somados ao lactário e banho. Assim, facilitando a localização de cada. Além disso, é possível observar através das plantas que não houve nenhuma alteração nos espaços após o projeto, permanecendo iguais

Figura 54 – Berçário Primetime. Fonte: Archdaily.

Referências Projetuais

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Referências Projetuais

56 A ideia principal foi conceder um lugar abstrato e lúdico, com o uso das cores laranja, amarelo e vermelho, no qual o projeto se torna mais atraente e estimulante, e cada cor possui uma função. No bloco laranja está a cozinha e o refeitório, enquanto no bloco amarelo estão o palco e a sala de uso múltiplo. Já os volumes que se projetam para fora do edifício, em balanço (figuras 55 e 56), identificam-se por seus tamanho e cores onde no volume menor está a sala de reuniões e no volume maior a sala de recreação. Na figura 57 é possível observar os diferentes volumes.

A circulação vertical se faz através de rampas com a utilização de pisos absorventes de impacto, tornando o ambiente confortável e seguro para a locomoção das crianças e dos educadores. Esta mesma orientação foi seguida para o alcance de uma iluminação equilibrada e do aquecimento do piso de permanência das crianças, que recebeu tratamento de laminado vinílico (figura 58).

Figura 58 – Rampa com piso vinílico. Fonte: Archdaily. Figuras 55 e 56 – Volumes. Fonte: Archdaily.

Para a disposição do programa foi necessário verticalizar a construção. O bloco principal possui a sua fachada sul transparente, possibilitando a visualização, pelo lado de fora, da circulação com guardacorpo de vidro e uma grande empena de cor amarela que percorre todos os pavimentos. As fachadas votadas para o norte, são trabalhadas com chapas metálicas perfuradas (figura 59) instalados a 1,20 metros de distância da fachada posterior, proporcionando conforto para a sala de recreação e sala de dormir, além de formar varandas que possibilitam a abertura dos vidros sem colocar em risco a segurança das crianças. Já a face frontal (figura 60), destaca-se pelo volume cúbico amarelo que abriga uma pequena sala de reuniões.

Figura 57 – Corte onde é possível observar os diferente volumes e cores. Fonte: Archdaily.


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Na área externa do pavimento térreo estão o playground, espaços de interação, além de uma horta (figura 61), onde as crianças podem plantar, colher e preparar o próprio alimento.

Figura 59 – Fachada com chapas metálicas perfuradas. Fonte: Archdaily.

Figura 61 – Horta. Fonte: Momento Prime.

É possível observar na figura 62 o bloco principal onde se encontra apenas a rampa que dá acesso ao andar intermediário, e ficam as crianças que já conseguem caminhar. No mesmo pavimento se encontram mais dois blocos, o de cor laranja que está a cozinha, o refeitório e ambientes voltados a atividades didáticas, e o de cor amarela destinado à sala multiuso e palco.

Figura 60 – Fachada sul transparente. Fonte: Archdaily.

Referências Projetuais

Programa de Necessidades


Referências Projetuais

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1 – GUARITA 2 – HALL DE ENTRADA 3 – RECEPÇÃO 4 – BIBLIOTECA 5 – CASINHA PARA CRIANÇAS 6 – WATER PLAY 7 – PLAYGROUND 8 – HORTA 9 – SANITÁRIO DE ALUNOS 10 – SANITÁRIO PNE

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Figura 62 – Planta pavimento térreo. Fonte: Archdaily (adaptada por Beatriz Tamassia).

A rampa da acesso ao primeiro pavimento, visto na figura 63, direcionado às crianças que já conseguem caminhar, no qual se encontram a sala de atividades, enfermaria, banho, e sanitários. O segundo pavimento acessado pela área externa do berçário se encontra a lavanderia junto aos sanitários.

9 – SANITÁRIO DE ALUNOS 19 – CIRCULAÇÃO 20 – ENFERMARIA 21 – SANITÁRIOS 22 – BANHO 23 – SALA DE ATIVIDADES 33 - LAVANDERIA Figura 63 – Planta primeiro pavimento. Fonte: Archdaily (adaptada por Beatriz Tamassia).

A figura 64 mostra o segundo pavimento, onde ficam os bebês que ainda não andam, estão localizados a sala de espera, reunião, escritório, diretoria, lavabo, sala de recreação, lactário, troca, além da área de soneca, pois os bebês precisam dormir em um determinado horário do dia.


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FICHA TÉCNICA: Arquitetos: SAA Shieh Arquitetos Associados Localização: Piracicaba, SP

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24 – LAVABO 25 – SALA DE ESPERA 26 – REUNIÃO 27 – ESCRITÓRIO 28 – DIRETORIA 29 – SALA DE RECREAÇÃO 30 – LACTÁRIO 31 – TROCA 32 – ÁREA DA SONECA

Área do terreno: 5.180 m² Área construída: 2.160 m² Conclusão da obra: 2012 A Escola Infantil Salesiano (figura 65), está localizada na região central de Piracicaba, ao lado do Colégio Salesiano Dom Bosco, onde funcionaram cursos de educação infantil, ensino fundamental, e ensino médio, até que em 2010 iniciou-se o projeto para a implantação de um novo edifício com um programa voltado a crianças de dois a cinco anos, tendo como principal objetivo oferecer às crianças um espaço lúdico, descontraído, colorido e com uma infraestrutura adequada.

Figura 64 – Planta segundo pavimento. Fonte: Archdaily (adaptada por Beatriz Tamassia).

O berçário Primetime proporciona bastante espaços com atividades interativas para as crianças (importante para o seu crescimento), além de uma horta como referência, no qual incentiva a plantação e o cultivo dos próprios alimentos, visando a importância dos mesmos. Os pavimentos foram pensados de forma que cada um fosse destinado à uma faixa etária, proporcionando o cuidado adequado dos pequenos.

Figura 65 – Fachada Escola Infantil Salesiano. Fonte: Shieh Arquitetos Associados.

O terreno, que possui mais de 5 mil m², apresenta um grande declive que foi bem utilizado pelo edifício e, apesar do seu tamanho, não ia ser possível a distribuição dos espaços em apenas um nível, com isso, veio a distribuição em meios níveis.

Referências Projetuais

o ESCOLA INFANTIL SALESIANO, PIRACICABA (2012)


Referências Projetuais

60 A volumetria simples do edifício possui uma nova característica, e parece ser composta por diversos blocos devido aos diferentes materiais e cores - pastilhas cinza e amarela e pintura em contraste com os caixilhos brancos - aplicados na fachada (figura 35).

Figura 67 – Pé direito duplo e iluminação natural. Fonte: Projeto Design. Figura 66 - Volumetria. Fonte: Shieh Arquitetos Associados.

A fachada voltada para o acesso, a oeste, recebeu proteção com brise de tela metálica perfurada e inclinada que ameniza a incidência do sol poente, mas não compromete a visão do interior para o exterior. (CORBIOLI, 2013)

Programa de Necessidades A figura 67 mostra a entrada principal do edifício onde está localizado o pátio coberto no qual possui um pé direito duplo com cobertura termo acústica e iluminação natural, nele é possível acessar todas as salas que se conectam com os outros pátios externos através de varandas cobertas. A rampa, acessível a cadeirantes, permite o acesso ao meio nível, onde estão localizadas 12 salas de aulas que possuem varandas com jardins e servem também como espaço recreativo (figura 68). Já no piso superior encontram-se as salas de uso especial (biblioteca, sala de artes, brinquedotecas, entre outras). Os materiais escolhidos são de alta resistência com alta durabilidade.

Figura 68 – Varanda com jardins. Fonte: Projeto Design.


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Figura 69 – Rampa que dá aceso às salas de aula. Fonte: Projeto Design.

As salas de aula possuem ventilação e iluminação natural, e foi escolhido piso vinílico, adequado para ambientes com crianças (figura 70). Já no piso superior encontram-se as salas de uso especial (biblioteca, sala de artes, brinquedotecas, entre outras).

Figura 70 – Salas de aula com iluminação natural e piso vinílico. Fonte: Projeto Design.

É muito interessante toda a circulação ser feita através de rampas, pensando na mobilidade dos cadeirantes. A importância do uso de piso vinílico em todas as salas de aula proporciona conforto térmico e acústico, além de mais segurança às crianças. Os espaços de varandas com jardins proporcionam mais interatividade entre os pequenos.

Referências Projetuais

Na figura 69 observa-se a rampa, acessível à cadeirantes, que permite o acesso ao meio nível, onde estão localizadas 12 salas de aulas.


Referências Projetuais

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BIBLIOTECA Bibliotecas públicas são equipamentos que possuem uma grande importância para a sociedade, já que são ambientes abertos e permitem acesso ao conhecimento através da leitura. Sua principal função é proporcionar o desenvolvimento intelectual, aumentar o conhecimento e preservar a cultura local, tornando-a essencial para o crescimento da região. Além do seu papel educacional e cultural, é um ambiente que conecta e transforma pessoas, gerando construção de conhecimentos e podendo ser utilizadas com pontos de encontro. A implantação desse tipo de equipamento possibilita a transformação do espaço urbano onde está inserida, através de eixos educacional, cultural e social, proporcionando mais ligações urbanas e integração social. Além disso, proporcionam atividades relacionadas a cultura, arte, educação e convivência, que consequentemente mudam a concepção do local, formam novos leitores e proporcionam uma melhora na sua qualidade de vida, além de transformar o edifício em referencia para o entorno. É importante ressaltar que o incentivo à educação e cultura influenciam no comportamento das pessoas, principalmente de crianças e jovens, podendo proporcionar a criação de mecanismos para que se desenvolvam com maior qualidade no país. Com isso, a desigualdade ao acesso as informações e oportunidades podem diminuir, e consequentemente, cai os números de criminalidade. Portando, quanto mais investimento em educação maior será a capacitação das pessoas, promovendo melhoria social e diminuindo a propensão a criminalidade. A implantação de biblioteca na HIS mostra o benefício desses equipamentos como instrumentos para o resgate social. Portanto, a biblioteca pública tem como objetivo: •

Promover espaços multifuncionais, acessíveis e agradáveis.

Promover a convivência social, lazer e acesso à cultura;

Proporcionar cultura e lazer, através de ambientes interessantes que convidem a população a frequentar o local;

Garantir acesso a todos os visitantes;

Conectar a biblioteca com os novos equipamentos propostos para a HIS;

Criar espaços não somente de leitura, mas que possam abrigar atividades interativas e que proporcionem acesso a vários tipos de mídia;

Obter um acervo diferenciado, com ênfase no desenvolvimento do mundo atual.

A arquitetura tem como principal objetivo a criação de um espaço que seja capaz de atrair pessoas de diferentes níveis de conhecimento, cultura e interesses, para consultar os exemplos disponíveis e expandir seus conhecimentos, socializar e trocar experiencias. O papel do arquiteto é projetar esses espaços de forma a proporcionar conforto como: iluminação agradável, uma boa acústica e ventilação. Com isso, o arquiteto é importante na criação de um conjunto de espaços voltados a leitura e pesquisas, acervos infantis e adultos, com o intuído de atrair públicos diferentes e incentivando a leitura. A implantação desse tipo de equipamento é essencial para o crescimento econômico e cultural da cidade, visto que existe uma a falta significativa de equipamentos de cultura e lazer, uma vez que estes equipamentos estão incorporados a instituições e locais privados, tendo acesso apenas por uma parcela privilegiada da população. Além disso, proporcionam um crescimento econômico e cultural para o município. O acesso a cultura é de grande importância para a formação educacional e cultural de uma cidade e sua população, desenvolvendo uma sociedade democrática e mais igualitária em relação à inclusão social, assim consequentemente, transforma pessoas, cidades e regiões. Com base nisso, o equipamento se torna bastante relevante no quesito de formação de identidade social de uma cidade, com o intuído de promover cultura, tecnologia e principalmente se tornando um marco referencial para o município e região.


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o BILIOTECA DE SÃO PAULO, PARQUE DA JUVENTUDE (2009)

FICHA TÉCNICA: Arquitetos: aflalo/gasperini arquitetos Localização: Av. Cruzeiro do Sul, 2630 - Carandiru, São Paulo SP, Brasil Área do terreno: 350.225 m² Área construída: 4.257 m² Início do projeto: 2009 A biblioteca de São Paulo (figura 71) está localizada no Parque da Juventude, e sua escolha como estudo de caso partiu do conceito de projeto que ela propõe. Diferente das bibliotecas públicas tradicionais, ela possui uma característica de espaço descontraído, relaxante e convidativo a seus usuários.

A princípio o edifício foi construído com a finalidade de ser um pavilhão de exposição, assim que passou a abrigar o programa da Biblioteca, não obteve grandes transformações estruturais. Sua estrutura é constituída por vinte pilares e dez vigas principais com espaçamento a cada 10 metros, que sustentam a laje alveolar e compõem todo o edifício. Nele existem dois terraços, que são encontrados em cada pavimento. No pavimento térreo ele é coberto por estruturas tensionadas apoiadas em mastros inclinados de 12 metros de altura, visto na figura 72. Já no pavimento superior, o terraço compõe a fachada principal e é coberto com pérgolas de laminado de eucalipto (figura 73). O fechamento das fachadas é composto por painéis de vidro com película fosca translucida recuadas alternados com placas de concreto pré-moldadas que possuem revestimentos texturizado. Sua iluminação é natural indireta e bastante utilizada, principalmente através das esquadrias presentes na cobertura.

Figura 72 – Estrutura tensionada. Fonte: Archdaily.

Figura 71 - Biblioteca São Paulo. Fonte: Archdaily.

Figura 73 - Pergolado laminado de eucalipto. Fonte: Archdaily.

Referências Projetuais

ESTUDOS DE CASO


Referências Projetuais

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Programa de Necessidades Os pavimentos possuem planta livre com layout flexível, remetendo ao programa de livrarias. No pavimento térreo (figura 74) se concentram a recepção da entrada, módulos para leitura destinados à criança e adolescentes, as estantes de livro, um auditório e o terraço que serve de área de convivência onde há uma cafeteria e espaço para performances. Já o segundo pavimento (figura 75) e último, é composto pelo terraço com cobertura de madeira, áreas destinadas a leitura de adultos e outras seções de acervo. A partir da conexão dos dois pavimentos através de um vazio central existente no pavimento superior, o conjunto proporciona uma visão geral de todas as áreas principais. Também foi priorizado uma relação visual do interior com o verde do parque, através da utilização de vidros na fachada.

o BILIOTECA BRASILIANA, USP (2013)

FICHA TÉCNICA: Arquitetos: Eduardo de Almeida, Mindlin Loeb + Dotto Arquitetos Localização: Cidade Universitária, USP, São Paulo - SP, Brasil Área do terreno: 25.000 m²

Área construída: 21.000 m² Conclusão da obra: 2013 O edifício, localizado na Cidade Universitária em São Paulo, possui 20.950 m² e abriga a Biblioteca Guita e José Mindlin, o Instituto de estudos Brasileiros, o Sibi (Sistema Integrado de Bibliotecas da Universidade de São Paulo) e uma Biblioteca Central de Obras Raras e especiais da USP.

Figura 74 – Planta Pavimento Térreo. Fonte: Archdaily. (adaptada por Beatriz Tamassia).

Figura 76 - Biblioteca Brasiliana. Fonte: Archdaily.

Figura 75 – Planta segundo pavimento. Fonte: Archdaily (adaptada por Beatriz Tamassia).

Trata-se de um projeto com aplicações de conceitos bioclimáticos que contribuem com a eficiência energética, assegurando condições de conforto para os ocupantes e usuários, além da guarda adequada de acervos de obras raras.


65 Referências Projetuais

A obra possui elementos sustentáveis. Todos os espaços são conectados por uma grande cobertura que possui iluminação natural através de um lanternim central de vidro laminado, promovendo economia de energia, e também filtros UV e um plano de chapa perfurada, protegendo os livros de radiação solar direta. Na cobertura há células fotoelétricas, uma energia limpa que capta energia solar e supre a demanda do complexo durante o dia.

Figura 78 – luminosidade. Fonte: Archdaily.

Figura 79 – Brises. Fonte: Archdaily.

Sua estrutura é toda metálica em e as paredes em concreto maciço e aparente, dando estabilidade térmica. Visto na figura 80, foi utilizada laje nervurada a fim de vencer grandes vãos e proporcionar uma ótima estética.

Figura 77 – Iluminação natural. Fonte: Archdaily.

Os vidros possuem filtro ultravioleta e um forro que permite passar apenas 10% de entrada de luz, sendo possível observar na figura 78. Assim, a transparência cria uma relação interior e exterior, sempre com filtros de luminosidade. Há uma sequência de proteções para barrar a entrada de luz, onde a primeira camada de proteção é de vidro que faz mediação exterior e interior com o filtro, depois há os elementos de sombreamento como os brises e as chapas de alumínio perfuradas (figura 79).

Figura 80 – Laje nervurada e concreto maciço aparente. Fonte: Archdaily.


Referências Projetuais

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Programa de Necessidades O programa é constituído por uma praça coberta (figura 81) que liga uma passagem pública, com acesso ao auditório para 300 pessoas, à livraria central da Edusp, que possui uma cafeteria e uma grande sala de exposições. O primeiro pavimento é constituído por acervos, auditório, pesquisa, consulta e café. O segundo e último pavimento conta com acervos de livros raros, artes visuais e arquivo, além de atividades didáticas e administração. O entorno do edifício é constituído por um bosque integrado com paisagismo da edificação.

Figura 82 – Planta primeiro pavimento. Fonte: Vitruvius.

Figura 81 - Planta pavimento térreo. Fonte: Vitruvius.

Figura 83 – Planta segundo pavimento. Fonte: Vitruvius.


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o CENTRO CULTURAL SÃO PAULO, VERGUEIRO (1979)

FICHA TÉCNICA: Arquitetos: Eurico Prado Lopes e Luiz Telles Localização: Rua Vergueiro, 1000 - Paraíso, São Paulo - SP, Brasil.

Área: 46.500 m² Ano do projeto: 1979

Devido a desapropriação das áreas na região do Paraíso para a construção do metro Vergueiro, a área seria destinada a construção de torres comerciais, hotéis, shopping e uma biblioteca, o que foi cancelado pelo governo posterior, mantendo apenas o programa de uma biblioteca muito maior. Mais adiante, o governo resolveu acrescentar espaços expositivos, cinema, teatro e restaurante. O lote público resultou em aproximadamente 300 metros de comprimento, 70 de largura e 10 de desnível. Na figura 85 é possível observar sua estrutura mista de concreto armado e aço, com acabamento da própria estrutura aparente. Os pilares centrais são metálicos, pintados de azul, que se abrem ao encontrar as vigas, lembrando troncos de arvores. As vigas de concreto aumentam a seção ao atingir os pilares e diminuem nos meios dos vãos. A cobertura principal é composta por iluminação zenital através de panos translúcidos, proporcionando bastante entrada de luz natural em todo o edifício A modulação rígida varia de acordo com a necessidade e conforma vários espaços e eixos visuais.

Localizado entre a Rua Vergueiro e a Avenida 23 de Maio, o Centro Cultural São Paulo (CCSP) não se impõe visualmente e é utilizado como passagem e ponto de encontro para uma vários tipos de pessoas diariamente, além de estar próximo à Av. Paulista e possuir um grande fluxo de pedestres.

Figura 85– Estrutura mista de concreto armado e aço, e iluminação zenital. Fonte: Archdaily.

Figura 84 – Área externa Centro Cultural São Paulo. Fonte: São Paulo City...

Referências Projetuais

Analisando os materiais utilizados, há uma grande importância do filtro ultravioleta para a preservação dos acervos; os brises e as chapas de alumínio perfuradas, também proporcionam a barragem da luz nos ambientes, principalmente onde se encontram os livros; Para resolver o problemas dos grandes vãos foi utilizado laje nervurada, que permite flexibilidade em plantas, colabora para maiores customizações e possibilita um menor peso próprio.


Referências Projetuais

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Programa de Necessidades O prédio foi projetado respeitando a topografia do local, com a ideia de convidar o usuário para dentro do edifício entre cheios e vazios. Possui uma boa permeabilidade, com quatro entradas de pedestres tendo acesso pela Rua Vergueiro. Sua volumetria é baixa e discreta, evidenciando somente a cobertura principal (figura 86), com um balanço projetado sobre o passeio público em alguns pontos. O centro é formado por um enorme pátio, um jardim de 700 m² onde a vegetação original das residências foi mantida. Além disto, esse jardim proporciona um respiro no entorno urbano e o cultivo de hortas comunitárias, visto na figura 87.

Figura 86 – Cobertura do edifício em balanço. Fonte: Melhores destinos.

Todo o edifício é percorrido longitudinalmente por uma “rua” com 300 metros de comprimento, onde são distribuídos todos os fluxos e circulações (figura 88). Nela estão as escadas que dão acesso ao teatro, cinema e auditório, localizados no pavimento abaixo, e as rampas que descem levando à biblioteca e discoteca, e sobem dando acesso à Pinacoteca. Caminhando pela rua no sentido estação Vergueiro, encontrase o foyer dos teatros, onde acontecem as exposições e os espetáculos. Já no sentido contrário da rua, estão localizados os ateliers de artes plásticas.

Figura 88 – Pátio central com fluxos e circulações. Fonte: Cidade de São Paulo.

O CCSP oferece um conjunto de bibliotecas: a Biblioteca Sérgio Milliet, sendo um acervo mais generalizado; Alfredo Volpi, especializada em livros de arte; Gibiteca Henfil, onde conta com histórias em quadrinhos; Louis Braile, que oferece uma ampla coleção de livros em braile e audiolivros; Biblioteca de Culturas Surdas, com um acervo especial para o público surdo. Todas estão localizadas do lado direito do prédio, tendo os acessos mais próximos à Rua Vergueiro, com espaços para estudos e leitura. Esses acervos são de grande importância pois permitem que qualquer tipo de público tenha um fácil acesso a tal material, além de um grande incentivo a cultura e leitura. Figura 87 – Horta comunitária. Fonte: Melhores destinos.


69 Referências Projetuais

Figura 89 – Biblioteca. Fonte: Melhores destinos.

A grande quantidade de acervos que o Centro Cultural apresenta, possui conteúdos muito ricos, permitindo que qualquer tipo de público tenha um fácil acesso a tal material, além de um grande incentivo a cultura, leitura e convívio social.



CAP. 5

| O PROJETO


O Projeto

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INTRODUÇÃO A seguir serão apresentadas as propostas alcançadas para a criação do projeto, no qual foram definidas as diretrizes projetuais e conceito arquitetônico, para enfim alcançar as propostas finais de equipamentos urbanos, usos, acessos, espaços de lazer e tipologias de habitação, onde foram desenvolvidas quatro tipologias além da PNE, todas pensadas da maneira mais adequada para acolher aos usuários conforme conceitos abordados neste trabalho. O objetivo principal é propiciar habitações de qualidade visando exclusivamente o perfil populacional do bairro da Sé, bem como suas necessidades distintas e suas individualidades.

PARTIDO APLICADO As leituras urbanas alcançadas na região, foi de extrema importância para a realização da proposta do projeto de Habitação de Interesse Social, além disso, foi possível encontrar diversos problemas na área como o seu uso predominante sendo em horário comercial e a necessidade de reafirmar a urbanidade presente na região da Sé, chegando a soluções sobre ações projetuais dos demais problemas da área. Através do mapa topográfico (figura 90) foi possível enxergar o grande desnível existente no terreno, o que fez com que fosse pensado em diversas camadas de acessos, vistos na figura 91, a fim de resolver a questão dos mesmos no terreno, além de influenciar na localização das propostas dos usos e equipamentos juntamente com as tipologias habitacionais nos pavimentos superiores.

Figura 90 – Topografia do terreno. Fonte: Geosampa.

DESNÍVEL DE 3.60 METROS DESNÍVEL DE 1,04 METROS DESNÍVEL DE 3,30 METROS

Figura 91 – Camadas. Fonte: elaborada por Beatriz Tamassia.


73 4

0

12

7

11 4 10

5

21

3

CAPELA DE SANTA LUZIA

2

2

2

CAPELA DE SANTA LUZIA

8

CAIMINHOS E ACESSOS

9

1

21

9 9

1

9 9

4

Figura 92 – Caminhos e acessos. Fonte: elaborada por Beatriz Tamassia.

Também foi possível identificar uma questão patrimonial muito interessante para área de projeto, a Capela do Menino Jesus e Santa Luzia localizada na Rua Tabatinguera. Com foi dito anteriormente, ela é tombada pelo CONDEPHAAT e está localizada em uma área envoltória. A partir disso, gabarito do edifício foi mantido próximo ao da Capela, em respeito ao bem tombado. Além da concepção da área envoltória, visto que hoje ela se encontra isolada em relação ao terreno, é possível a abertura de novos caminhos ao seu redor, assim podendo integra-la com o projeto.

3

4

2 17

27

2

4

Figura 93 – Gabarito. Fonte: elaborada por Beatriz Tamassia.

Como pode ser nas especificações de toda a área de implantação do projeto, é possível ter como resultado a utilização da tipologia de verticalização, pois é nesse tipo que é possível melhor aproveitar o terreno, considerando a legislação do local. Analisando os caminhos, fluxos e campos visuais, foi possível definir os eixos estruturadores que foram organizados, delimitados e estabelecidos a partir do posicionamento das lâminas habitacionais, dando origem aos espaços de convivência e as áreas de uso comum, tanto públicos quanto privados, resultando em uma quadra aberta. A mesma possibilita a permeabilidade do solo (integrando espaços públicos e privados), permite obter uma ótima fruição pública de grande porção, além de se destacar através de aberturas visuais. Os fluxos propostos fortalecem os caminhos pelas áreas de uso comum, educação, cultura, esporte, lazer, comércio e serviços.

O Projeto

Visto que o terreno possui um tamanho relevante (11.371 m²), e o trajeto para chegar do outro lado - da Rua Conde de Sarzedas à Rua Tabatinguera - é feito pelo lado de fora da quadra, foram abertos caminhos por toda a área (figura 92), facilitando a locomoção pela rota acessível e permitindo que as pessoas tenham outras vivências.


O Projeto

74 A premissa do projeto relacionado ao oferecimento de unidades habitacionais busca atender a diversidade de usuários através do perfil familiar, baseados em conceitos adequados sobre essas tipologias, de modo que sejam usuais, possuam uma identidade própria e possam acompanhar as possíveis transformações de cada núcleo familiar. PROGRAMA DE NECESSIDADES

968

Para que o programa entenda a demanda e necessidade populacional, foram determinados equipamentos urbanos, comércios, serviços, espaços verdes, espaços de convivência, lazer e uma diversidade tipológica das unidades habitacionais. Para o uso público o programa de necessidades adotado teve como premissa a criação de procedimentos de projeto que visem promover a permanência do comercio e serviço existente, implementando 1168 m² e 470m² dos mesmo respectivamente, creche, biblioteca, escola de formação, 100 vagas de bicicletário distribuídas em diversos pontos do condomínio, academia ao ar livre, caminhos verdes que percorrem por toda a área e conectam os usos e espaços livres valorizando a convivência. Já o programa de necessidades de uso privado inclui espaços de convivência através de vazios meio a áreas de circulação horizontal - com o intuito de interagir as pessoas - playground, academia ao ar livre, uma quadra poliesportiva, dois salão de festas, dois salão de jogos, além de quatro tipologias - sendo que uma pode ser adaptada para PNE – obtendo um total de 216 unidades que variam de 58m² a 71 m², acompanhando financeiramente o núcleo familiar e respeitando a diversidade dos mesmos. A figura 46 (tabela 06), a seguir, apresenta a metragem de cada espaço, separados por públicos e privados.

Tabela 06– Programa de necessidades. Fonte: elaborada por Beatriz Tamassia.

As unidades foram projetadas de forma a priorizar uma boa setorização dos espaços sociais, íntimo e de serviços, evitando o desperdício dos espaços de circulação e priorizando a interação dos familiares. Tanto os espaços sociais quanto os quartos possuem a possibilidade de modificação de layout, para que o morador se sinta confortável da maneira que melhor lhe atender. Desta forma, as unidades habitacionais apresentam quatro tipologias além da PNE (Portadores de Necessidades Especiais). Foram alcançadas um total de 216 unidades habitacionais, sendo que 8 são adaptadas.


75

LEGENDA

Figura 94 - Diagrama. Fonte: elaborado por Beatriz Tamassia.

No térreo e primeiro pavimento, estão localizados os equipamentos, comércio, cooperativa, sacolão, espaço para cursos, destinados à uso público. E também possui salões de festas e salões de jogos, voltados aos moradores. As tipologias habitacionais começam a partir do primeiro pavimento em determinados blocos. Em respeito ao gabarito da Capela, a lâmina habitacional da Rua Tabatinguera possui 3 pavimentos ao lado da mesma, e o restante 5 pavimentos.

O Projeto

No diagrama abaixo, é possível observar a disposição de cada usos e equipamentos, além das lâminas habitacionais.


O Projeto

76

CONJUNTO HABITACIONAL SÉ Na implantação estão inseridos os equipamentos públicos e os usos que foram definidos através da hierarquia viária diferente existente ao redor da área de intervenção. Os mesmos se encontram no térreo, porém, cada um acontece em cotas diferentes. Nele foi possível a inserção de três fachadas: na fachada da rua Tabatinguera foi acrescentado uma quantidade bastante interessante de comércios e serviços que se encontram dois níveis pra cima em relação ao térreo da Rua Conde de Sarzedas. Seguindo o desnível da Rua Conselheiro Furtado em direção à Rua Conde de Sarzedas, propõe-se o projeto de uma cooperativa de pães e uma biblioteca respectivamente, visto que essa rua possui um grande trafego de pedestres e carros. Por último, pelo fato da Rua Conde de Sarzedas possuir um fluxo menor de carros e pessoas, foi proposto uma escola de formação – oferecendo cursos e oficinas – um sacolão (em cooperativa), além da creche, sendo possível mantê-la mais reservada, preservando a segurança das crianças, sem negar-lhes o convívio e integração). No restante do térreo foram projetados espaços livres levando em consideração o desenho, desníveis e dimensões de acessos, e que foram capazes de atribuir hierarquias às diferentes áreas, definindo espaços privados - destinados aos moradores - e espaços públicos visam o bem comum. Além disso foram implantadas áreas de hortas onde podem ser incorporados programas de segurança alimentar, através de plantio nas técnicas de Agricultura Sintrópica e Plantas Alimentícias não Convencionais (PANCs) para fornecer o alimento à Creche, a Cooperativa, através de programas de trabalho e renda.

LEGENDA

COOPERATIVA DE PÃES

CAPELA DE SANTA LUZIA VISTAS PERSPECTIVAS


2

4

5

1 3 ’ IMPLANTAÇÃO Esc: 1:750


O Projeto

78

CRECHE O papel da creche é fundamental no ensino, pois é considerada um símbolo de coletividade, além de influenciar no seu entorno. Ela promove medidas que ajudam a população local no seu desenvolvimento, como educação ambiental, doméstica e escolar, com o intuito de estimular o convívio social, obtendo um contato com o entorno, beneficiando a relação escola-família, e proporcionando atividades que favorecem a população condominial e regional. Importante ressaltar que a Creche permite que o responsável possa trabalhar pois tem onde deixar a criança. ESTRUTURA E MATERIALIDADE O seu sistema estrutural é constituído por laje nervurada, a fim de vencer grandes vãos, com pilares metálicos revestidos de concreto maciço aparente. Por fora foi pensado em brises metálicos, com a finalidade de controlar a iluminação natural, proporcionando um maior conforto. Pensando no ensino e diversão juntamente à segurança das crianças, foi escolhido o piso mais adequado para cada ambiente. Nas salas de aula e espaços de circulação foi selecionado piso vinílico, pois ajuda a manter o local com temperaturas agradáveis. Para o playground foi pensado em piso de borracha, por ser um ambiente onde os pequenos estão sempre correndo e brincando, possuem uma alta capacidade de amortecimento de impacto e durabilidade. No berçário, o piso mais adequado é o EVA, pelo fato de os bebês estarem começando a engatinhar, é preciso mais cuidado e atenção, sendo um material que ajuda no fortalecimento dos músculos.

PROGRAMA DE NECESSIDADES O programa constitui de um pavimento implantado no térreo sendo possível acessar por três entradas. O acesso A é o principal – indicado para as crianças e responsáveis – onde se encontra a recepção que dá acesso ao corredor (onde estão localizadas a secretaria, diretoria, sala dos professores e a coordenação), e no final do mesmo fica o refeitório

Nele é possível acessar, pela escada helicoidal, a horta que fica sobre a creche e possibilita o contato das crianças com a natureza, ensinando desde cedo a cultivarem o próprio alimento. Voltando ao pavimento térreo, à direita do refeitório há o pátio externo, onde os pequenos podem brincar e interagir com os demais. O acesso B se encontra à esquerda do refeitório, indicado aos funcionários e professores, e é considerada uma entrada mais reservada onde dá acesso aos sanitários e vestiários dos mesmos. Já o acesso C (que também está localizado ao lado esquerdo do refeitório) está direcionado à carga e descarga, pensando na praticidade para chegar na despensa, cozinha e câmara fria. As salas de aula se encontram mais ao fundo, sendo o local mais apropriado em relação à tranquilidade e privacidade, além de que as mesmas possuem acesso ao solário que está projetado para o lado leste onde o sol da manhã é o mais indicado para as crianças. Neste local também existe mais uma horta implantada.


C

^

^

B

A


O Projeto

80

CORTE DETALHADO CRECHE Esc: 1:100


1 - ENTRADA DA CRECHE


O Projeto

COMÉRCIO E SERVIÇO

RUA

^

Seu sistema estrutural é constituído por laje maciça, com vigas e pilares metálicos. Por fora suas fachadas são inteiramente de vidro, possibilitando melhor visualização do comércio, e para os serviços foi utilizado brises a fim de obter um controle da iluminação natural.

RUA

TABATINGUERA

^

A inserção de comércios e serviços ajuda na visibilidade do local, e a atrair mais pessoas para a região, além de geração de novos empregos, fazendo girar a economia local. Os mesmos possuem diversas variações, e abrangem um amplo universo de atividades, que vão desde o comércio de produtos, atividades imobiliárias, prestadores de serviços, farmácia, mercearias, entre outros.

^

82

LEGENDA

TABATINGUERA

^


83 O Projeto


O Projeto

84

766,50

763,10

759,75

CORTE DETALHADO COMÉRCIO Esc: 1:100


2 – FACHADA DO COMÉRCIO E SERVIÇO NA RUA TABATINGUERA


O Projeto

86

COOPERATIVA DE PÃES

A implantação de uma cooperativa de pães traz mais visibilidade par o local, atraindo mais pessoas, trazendo mais movimento, além de gerar empregos e renda ao condomínio. Seu sistema construtivo é constituído por laje maciça, com vigas e pilares metálicos. Por fora suas fachadas são inteiramente de vidro, possibilitando melhor visualização do interno e externo.


87 O Projeto


O Projeto

88

ESPAÇO DE FORMAÇÃO

A fim de proporcionar à cidade o acesso de atividades culturais relacionadas à arte, lazer, e educação, foi proposto um espaço de formação, a fim de acolher diversas faixas etárias que necessitam de aulas para o seu melhor conhecimento, desempenho e desenvolvimento, promovendo o incentivo à cultura e suprindo a carência de infraestrutura do mesmo. Para tanto, o programa possui salas de fisioterapia, dança, oficina de arte, sala de aula e sala de música, sendo todas de vidro, no qual permitem uma visibilidade tanto de dentro quando de fora com a finalidade de atrair o público condominial e aos que estão de passagem.


89

SACOLÃO

Além disso, as áreas de hortas do condomínio serão uma das fontes de abastecimento do sacolão, com a participação dos residentes da habitação. Ou seja, é um local que pode se sustentar com os próprios insumos.

O Projeto

O sacolão é de extrema importância pois além de gerar novos empregos, gira a economia do condomínio e da região, sendo mais uma praticidade para os moradores, que não precisam nem sair do lote para ir comprar frutas, legumes e verduras. Também é uma opção a mais para os habitantes da região do bairro da Sé.


O Projeto

90 No primeiro pavimento do edifício da Rua Tabatinguera está o serviço, acompanhado do pé direito duplo dos comércios que se encontram no térreo. O térreo da biblioteca se faz na Rua Conselheiro Furtado, porém, em relação ao térreo da creche ele é considerado o primeiro pavimento, pois o nível dessa rua é mais alto do que o da Rua Conde de Sarzedas, onde se encontra a Creche. Nos demais blocos começam as lâminas das unidades habitacionais. Na cobertura da Creche foi prevista uma horta, para ser incorporada nas atividades pedagógicas das crianças.

LEGENDA

CAPELA DE SANTA LUZIA


0

PRIMEIRO PAVIMENTO Esc: 1:750


O Projeto

92 No segundo pavimento se encontra o outro andar da biblioteca e no restante do mesmo pavimento estão as lâminas das unidades habitacionais. A biblioteca se insere na Rua Conselheiro Furtado, devido ao grande movimento e maior visibilidade da mesma, afim de incentivar a cultura e convívio social. A circulação das laminas se faz através de passarelas que se interligam, proporcionando uma maior mobilidade e acesso entre as mesmas.

LEGENDA

CAPELA DE SANTA LUZIA


SEGUNDO PAVIMENTO Esc: 1:750

^


O Projeto

94

BIBLIOTECA A implantação desse equipamento público promove o incentivo à cultura, transformação do espaço urbano e o incentivo à leitura, proporcionando atividades relacionadas a educação, socialização e convivência somados a espaços de encontro e lazer, possibilitando o desenvolvimento intelectual além da preservação da cultura, assim, tornando-a essencial para o crescimento da região. ESTRUTURA E MATERIALIDADE Com a necessidade de vencer vãos maiores, foi utilizada a laje nervurada, proporcionando também uma boa estética. Os pilares são todos metálicos revestidos de concreto maciço aparente. Por fora, o espaço recebe brises metálicos que remetem à colmeia. PROGRAMA DE NECESSIDADES O programa de necessidades se dispõe em dois pavimentos. O térreo (que e relação a creche é considerado o primeiro pavimento), possui duas entradas pela Rua Conselheiro Furtado. A entrada pela recepção dá acesso ao o corredor que leva ao acervo geral com áreas de leitura, estudo e consulta, além do restauro, brinquedoteca e sanitários. A outra entrada pode ser realizada pelo café, no qual possui um espaço de varanda bastante interessante onde foi aproveitada toda a área de cobertura da creche para a realização do mesmo. No mesmo pavimento se encontra a carga e descarga, pensando na praticidade para chegar na doca, sendo possível acessa-la pelo lado de fora. Já o seguinte pavimento é constituído pelo acervo infantil somado à áreas de leitura, estudo e consulta, duas salas de gibiteca, sanitários, além da salas de pesquisa e reunião com acesso à uma varanda.


^

95 02

O Projeto

^


O Projeto

^

02 96

^


97

02

O Projeto

CORTE DETALHADO CRECHE Esc: 1:100


O Projeto

98 A partir do terceiro pavimento estão todas as lâminas habitacionais que estão interligadas por circulações horizontais através de passarelas distribuídas por todos os pavimentos, ao mesmo tempo que garante a privacidade de cada tipologia pois suas janelas foram posicionadas a uma altura onde não é possível obter um contato com quem está passando. Já as circulações verticais das mesmas acontecem por meio de escadas de incêndio, tendo uma distância menor que 30 metros para cada unidade, (cumprindo com a NBR 9077), além de elevadores.

LEGENDA CAPELA DE SANTA LUZIA


PAVIMENTO TIPO Esc: 1:750


O Projeto

100

CORTES


101 O Projeto

LEGENDA

COOPERATIVA DE PÃES

CORTE DETALHADO ÁTICO Esc: 1:100


O Projeto

102

UNIDADES HABITACIONAIS As unidades foram projetadas de forma a priorizar uma boa setorização dos espaços sociais, íntimo e de serviços, evitando o desperdício dos espaços de circulação e priorizando a interação dos familiares. Tanto os espaços sociais quanto os quartos possuem a possibilidade de modificação de layout, para que o morador se sinta confortável da maneira que melhor lhe atender. Desta forma, as unidades habitacionais apresentam quatro tipologias além da PNE (Portadores de Necessidades Especiais). Foram alcançadas um total de 216 unidades habitacionais, sendo que 8 são adaptadas. Foram considerados a variedade tipológicas junto à mobilidade e conforto apropriados, com o propósito de propiciar melhor identidade ao núcleo doméstico. Uma das principais premissas adotadas para a criação do projeto de unidades habitacionais foi a elaboração de espaços que pudessem dispor dos ambientes de maneira adequada. Conforme o decreto nº 56.759, de 7 de janeiro de 2016: “Art. 16. A unidade de HIS deve atender aos seguintes parâmetros: I – área útil máxima de 70m² (setenta metros quadrados) e mínima de 24m² (vinte e quatro metros quadrados); II – máximo de 1 (um) sanitário; III – pé-direito mínimo de 2,30m (dois metros e trinta centímetros) para sanitário e área de serviço; IV – pé-direito mínimo de 2,50m (dois metros e cinquenta centímetros) para os demais compartimentos; V – máximo de 1 (uma) vaga de estacionamento.” A Lei determina uma área total máxima para a unidade habitacional de 70m². Visto os critérios mínimos de acessibilidade, as tipologias se encontram dentro do que propõe a Lei, exceto a tipologia D que obteve uma área de 71 m². Porém o objetivo de desenvolvimento de todas as unidades visa a mobilidade e conforto adequados dos ambientes, e não mínimas.

Assim, tendo como objetivo a elaboração de unidades que visam o conforto e mobilidade do usuário, optou-se pelo projeto de layouts que, mesmo sendo maiores do que os disponíveis atualmente, atendam ao morador de forma completa. Chegando então às seguintes tipologias: As unidades do tipo A foram propostas com área total de 61m², sendo a única com a possibilidade de adaptação para PNE (Portadores de Necessidades Especiais). Na tipologia B a área total atingida é de 58m², sendo a menor de todas. Já as tipologias C e D obtiveram uma área de 67m² e 71m² respectivamente.


103 O Projeto

TIPOLOGIA A (PNE) – 61 M² 8 UNIDADES Esc: 1:125

TIPOLOGIA C – 67 M² 72 UNIDADES Esc: 1:125

TIPOLOGIA A – 61 M² 51 UNIDADES Esc: 1:125

TIPOLOGIA D – 71 M² 21 UNIDADES Esc: 1:125

TIPOLOGIA B – 58 m² 64 UNIDADES Esc: 1:125


O Projeto

104

CORTE DETALHADO TIPO Esc: 1:75


3 – UNIDADES HABITACIONAIS E QUADRA POLIESPORTIVA


4 – COMÉRCIO E SERVIÇO DA RUA TABATINGUERA COM A COOPERATIVA DE PÃES DA RUA CONSELHEIRO FURTADO


5 – CAMINHO ENTRE OS BLOCOS HABITACIONAIS



CAP. 6

| CONSIDERAÇÕES FINAIS


Considerações Finais

110

RESULTADOS Através das pesquisas realizadas ao longo do presente projeto, foi possível notar que os programas de habitações sociais surgiram devido aos problemas que a população estava enfrentando em relação à moradia no final do século XIX, sendo que esses ambientes se encontravam em situações precárias e de insalubridade. Em consequência disso, ao decorrer dos anos, foram criados vários programas, e que não foram capazes de atender à alta demanda de mordias, pois, os programas não se mostravam funcionais, no qual os ambientes eram distribuídos incorretamente assim como as medidas não eram suficientemente apresentadas, ocasionando habitações inadequadas com baixo recurso, e ignorando a necessidade e diversidade dos usuários. Considerando alguns projetos como referência para o presente trabalho, foi possível obter dados bastante importantes como o entorno, funcionamento, tecnologia, qualidade arquitetônica, entre outros, que ajudaram na criação do projeto e a gerar boas soluções arquitetônicas, aumentando a chance de propor melhores soluções projetuais. Apesar dos problemas habitacionais encontrados, existe a questão da inserção da habitação com o entorno, e que devem ser levados em conta para uma boa execução projetual. Para que essa realização fosse possível, a proposta teve como premissa os estudos e análises dos problemas da região e entorno no qual se aplica o projeto. A localizado do terreno entre as Ruas Conde de Sarzedas, Conselheiro Furtado e Tabatinguera, trouxe outros desafios à proposta, devendo ser pensado nos espaços livres, equipamentos públicos, edifícios e usos. Desse modo, os espaços foram pensados e projetados como um todo, resultando numa mescla de usos, espaços, equipamentos e usuários que se estenderam em toda a área e fornecem atividades de diferentes tipos. O resultado obtido neste estudo entendeu os principais desafios relacionados à habitação social na atualidade. Isto posto, foram utilizadas tipologias construtivas que pudessem atender às necessidades básicas de cada família, aliados de disposições de ambientes que garantem conforto, iluminação natural e ventilação adequada, e consequentemente a

otimização de cada cômodo, resultando em alternativas eficientes para a construção adequada das mesmas. Além disso, foi possível obter um grande espaço para a inserção da Habitação de Interesse Social junto de equipamentos públicos, espaços livres, lazer e usos, sendo considerados de extrema significância para a valorização do projeto com o entorno. Tal proposta proporcionando mais visibilidade à região e atende as necessidades da mesma, além de conseguir inserir um público de baixa renda na área central.


CONCLUSÕES

O intuito deste estudo foi de realizar um projeto de unidades habitacionais que acate às necessidades e costumes de cada família, visando o conforto, flexibilidade, mobilidade e acessibilidade juntamente com as diferentes variedades tipológica, afim de adequa-las para a cada usuário e proporcionar identidade aos mesmos e às diferentes tipologias. Também foi pensado na localização geográfica do terreno, escolhido no centro da cidade de São Paulo para facilitar para os habitantes a proximidade com as oportunidades de emprego, saúde, educação e mobilidade urbana.

Considerações Finais

Com base nos problemas estudados por meio desta pesquisa, é possível verificar que o problema habitacional, não só na cidade de São Paulo, mas no Brasil como um todo, é notório e necessita de um aprimoramento dos programas voltados à habitação já existentes, trazendo melhores condições aos indivíduos. Residências afastadas dos centros da cidade, com problemas de funcionalidade, falta de flexibilidade e medidas insuficientes acabaram tornando as habitações inadequadas, não pensando na individualidade de cada indivíduo. Ou seja, é possível concluir que as habitações de interesses sociais surgiram por conta da necessidade que a população procurava por moradia digna e de qualidade.

111



CAP. 7

| REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


Referências Bibliográficas

114

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Aflalo Gasperini. Biblioteca São Paulo, disponível em <https://aflalogasperini.com.br/blog/project/biblioteca-de-sao-paulo>. Acesso em fevereiro de 2019. Archdaily. Berçário Primetime, disponível em <https://www.archdaily.com.br/br/01-10336/bercario-primetime-studiomk27-marcio-kogan?ad_medium=gallery>. Acesso em fevereiro de 2019. Archdaily. Biblioteca Brasiliana, disponível em <https://www.archdaily.com.br/br/01-107652/biblioteca-brasiliana-slashrodrigo-mindlin-loeb-plus-eduardo-de-almeida>. Acesso em fevereiro de 2019. Archdaily. Biblioteca São Paulo, disponível em <https://www.archdaily.com.br/br/01-38052/biblioteca-sao-paulo-aflalo-egasperini-arquitetos>. Acesso em fevereiro de 2019. ArchDaily. HIS - Conjunto Heliópolis Gleba B / Biselli + Katchborian arquitetos. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/01-16929/hisconjunto-heliopolis-gleba-g-biselli-mais-katchborian-arquitetos> Acesso em fevereiro de 2019. Arcoweb. Escola Infantil Salesiana Dombosquinho, disponível em <https://www.arcoweb.com.br/projetodesign/arquitetura/saa-shieharquitetos-associados-escola-infantil-salesiana-dombosquinho-piracicabasp>. Acesso em fevereiro de 2019. Au. Conjunto Habitacional do Jardim Edite, disponível em <http://au17.pini.com.br/arquitetura-urbanismo/231/jardim-edite-mmbbe-h-f-sao-paulo-sp-2008-290422-1.aspx>. Acesso em março de 2019. BRASIL. ABNT NBR 15.575, de julho de 2013. Norma de Desempenho. Disponível em: <http://www.caubr.gov.br/wpcontent/uploads/2015/09/2_guia_normas_final.pdf> Acesso em fevereiro de 2019. BONDUKI, Nabil. Origens da habitação social no Brasil: Arquitetura Moderna, Lei do Inquilinato e Difusão da Casa Própria. São Paulo: Estação Liberdade, 1955.

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115

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