TFG UNIMAR 2020 - Casa de parto Natural: espaço de apoio à maternidade

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VOL. 00 N 00 ISNN 2020-00 CDD 000

Cabana

Espaço de apoio à maternidade

Casa de Parto Natural Bianca Araujo



Revista TFG - Arquitetura e Urbanismo Universidade de MarĂ­lia - UNIMAR Arquitetura e Urbanismo

ISSN 2020-00 Revista TFG Vol. 00

CDD 000 Nov/Dez 2020


UNIVERSIDADE DE MARÍLIA Reitor MÁRCIO MESQUITA SERVA Vice-Reitora REGINA LÚCIA OTTAIANO LOSASSO SERVA Pró-Reitora de Pós-Graduação FERNANDA MESQUITA SERVA Pró-Reitor de Administração MARCO ANTONIO TEIXEIRA Pró-Reitor de Graduação JOSÉ ROBERTO MARQUES DE CASTRO Pró-Reitora de Ação Comunitária FERNANDA MESQUITA SERVA Curso de Arquitetura e Urbanismo FERNANDO NETTO


UNIVERSIDADE DE MARÍLIA NDE – NÚCLEO DOCENTE ESTRUTURANTE · · · · ·

Ms. FERNANDO NETTO - Coordenador Dr. IRAJÁ GOUVEIA - Docente Ms. WALNYCE DE OLIVEIRA SACALISE - Docente Ms. SÔNIA C. BOCARDI DE MORAES - Docente Ms. WILTON F. CAMOLESE AUGUSTO - Docente

NÚCLEO INTEGRADO DE PESQUISA E EXTENSÃO – NIPEX DRI · Dra. WALKIRIA MARTINEZ HEINRICH FERRER – Coordenação

CPA - COMISSÃO PRÓPRIA DE AVALIAÇÃO

· Dra. ANDRÉIA C. F. BARALDI LABEGALINI - Pesquisa Institucional

COMISSÃO EDITORIAL – REVISTA TFG

· Ms. FERNANDO NETTO – Coordenador / Arquiteto e Urbanista · Ms. WILTON F. CAMOLESE AUGUSTO – Docente / Arquiteto · Dra. WALKIRIA MARTINEZ HEINRICH FERRER - Docente / NIPEX DRI · Dra. HELOISA HELOU DOCA – Docente / Letras · FERNANDO MARTINS – Marketing Unimar e Jornalista (MTB 76.753)

COORDENAÇÃO - ARQUITETURA E URBANISMO ·

Prof. Ms. FERNANDO NETTO


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Sumário 13 Resumo 14 Abstract 15 Introdução 17 Conceitos 20 Evolução Histórica 24 Legislação 27 Leitura de Projetos 45 Análise de Implantação 49 Programa de Necessidades 53 Proposta de Projeto 61 Projeto 77 Considerações Finais 79 Referências 82 Agradecimentos


CASA DE PARTO NATURAL

Resumo O parto natural é uma forma de trazer a criança ao mundo de maneira simples e gentil, sem perder o conhecimento científico adquirido ao longo do tempo, retransformando o parto dos dias atuais, que ao longo do tempo foi se transformando em uma cirurgia através de intervenções médicas. Com o objetivo de propor um projeto arquitetônico, o presente trabalho visa oferecer uma alternativa segura para mulheres que escolheram ter suas parturições de forma natural, fora do ambiente hospitalar e sem intervenções. Neste sentido, a Cabana - Casa de Parto Natural busca atender essas mulheres, além de auxiliá-las com apoio psicológico, físico e mental referente à maternidade, antes e após o parto. Para a concepção desta proposta, foram analisados artigos acadêmicos e projetos com objetivos similares. A ideia é que profissionais da saúde, como enfermeiros, doulas e psicólogos auxiliem as mulheres gestantes e parturientes nesse período de gestação e nascimento da criança.

Palavras-chave 13

Maternidade; parto natural; espaços integrados; natureza.


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Abstract Natural childbirth is a way to bring the child into the world in a simple and gentle way, without losing the scientific knowledge acquired over time, retransforming the current delivery, which over time has been transformed into surgery through medical interventions. In order to propose an architectural project, the present work aims to offer a safe alternative for women who chose to have their births in a natural way, outside the hospital environment and without interventions. In this sense, the Cabana - Casa de Parto Natural seeks to assist these women, in addition to assisting them with psychological, physical and mental support regarding motherhood, before and after delivery. To conceive this proposal, academic articles and projects with similar objectives were analyzed. The idea is that health professionals, such as nurses, doulas and psychologists, help pregnant women and parturients during this period of pregnancy and child birth.

Key-words childbirth;

integrated

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Maternity; natural spaces; nature.


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Introdução O objetivo da pesquisa é analisar os impactos do parto natural na vida da mulher e do bebê, e a diferença entre os tipos de parto, como o parto normal, a cesareana e o parto humanizado, para a construção de um ambiente que acolha esta atividade de forma natural. As análises terão como objetivo criar elementos e espaços dedicados ao conforto e auxílio para as mães como forma de acolhimento e ajuda nas demais etapas de pré-parto, parto e puerpério (PPP), seguindo as normas de acessibilidade. A justificativa de um ambiente preparado para a recepção de mulheres que escolheram ter partos normais e sem intervenções médicas vem da necessidade de trazer segurança para estas realizarem suas escolhas, tanto para elas quanto para a criança. O parto humanizado vem se tornando popular por ser um parto com poucas intervenções médicas. Além disso, o parto natural é uma forma de buscar a maneira mais ancestral do nascimento, onde os protagonistas do parto são apenas a mulher e o bebê, sendo tratados de forma gentil em todo o processo. No Brasil, quase não se vê projetos com o mesmo objetivo e até mesmo em outros países, a ideia de parto natural


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ainda é muito recente, com poucos empreendimentos explorando o tema. Pensando nisso, um espaço que traga a segurança e o conforto para um parto natural para as parturientes é uma necessidade nos dias atuais. Nele, a mulher obtém o auxílio da equipe especializada durante todo o período de gestação, tanto para as mamães, quanto para a família e amigos que quiserem participar do processo, ajuda em quaisquer dúvidas e auxílio na hora do parto, porém todo o processo é feito pela parturiente, sem intervenções externas.


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Conceitos A partir da intervenção de médicos na obstetrícia, antes representado majoritariamente pelas parteiras, o parto se transformou numa cirurgia, com anestesia e ferramentas utilizadas pelos médicos, além de técnicas como a manobra de Kristeller, que é utilizada para o bebê nascer mais rápido, que é prejudicial à mãe, podendo quebrar as costelas e ter deslocamento da placenta, e ao bebê, que pode sofrer traumas encefálicos. (PEREIRA et al., 2016) Além disso, outras intervenções médicas são feitas como: levar a parturiente para a mesa de parto antes de haver dilatação completa; impor a posição ginecológica para o parto, deixando muitas vezes, a mulher desconfortável tanto por vergonha, quanto com dificuldade de continuar na posição; mudar muitas vezes de ambiente; episiotomia; uso de ocitocina desnecessário; entre outros. (TESSER et al., 2015) Juntamente com a falta de leis preventivas e a crescente tecnologia, a violência obstétrica se tornou um perigo para as gestantes: maus tratos e negligência pela mulher, pelo seu corpo e do bebê, agressões físicas, verbais e desrespeito quanto às decisões das parurientes quanto ao parto, muito


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menos auxílio psicológico, fisiológico e social nesse momento tão socialmente complicado que é se tornar mãe. (TESSER et al., 2015) Salvo gestações de risco, onde a cesárea salva vidas, a mulher saudável é biologicamente capaz de parir sem qualquer intervenção ou ajuda médica, podendo nesses casos, a cesárea até ser prejudicial à mãe e ao bebê. Assim, o parto normal e humanizado vem sendo, cada vez mais, a opção escolhida pelas mulheres para o nascimento de seus filhos.


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Com isso, foram criados os Centros de Parto Normal (CPN), onde há uma equipe especializada em partos normais, que além de respeitarem o corpo e as decisões da mulher, auxiliam nos aspectos psicológicos e sociais também. (TESSER et al., 2015) No Sistema Único de Saúde (SUS) e em muitos hospitais privados no Brasil, a cesárea tem sido abusadamente utilizada, sem qualquer benefício. (PEREIRA et al., 2016) De maneira contrária, o projeto arquitetônico da Casa de Parto Natural será dedicado ao atendimento das gestantes que escolherem fazer suas parturições da forma mais natural possível, sem intervenções médicas, com o apoio e a segurança de equipe e local equipado, onde para quaisquer complicações e emergências, dispõe de ambulância para primeiros socorros. Além de terem o apoio no pré-parto, com aulas, reuniões e palestras sobre os cuidados com a gestação e o bebê, e no pós-parto, as recém mães recebem o auxílio, na prática, dos cuidados aprendidos anteriormente, com o bebê, com elas mesmas e na amamentação.


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Evolução Histórica

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Até por volta do século XIX, as parteiras se deslocavam até a residência das parturientes, e muito raramente, apenas quando havia complicações, os médicos eram chamados para intervir. (BITENCOURT; BARROSO-KRAUSE, 2004) No século XVIII, a preocupação com as taxas de mortalidade materna, trouxe a aproximação médica no processo de parto, incentivando a aproximação do ambiente hospitalar, trazendo uma disputa entre médicos e parteiras por tal realização. (BITENCOURT; BARROSO-KRAUSE, 2004) Essa disputa não foi fácil, as mulheres resistiam à deixarem suas casas para fazerem o parto nos hospitais. Mas as intervenções médicas também traziam conhecimento científico, se sobrepondo às parteiras. Porém, com isso também houve o desaparecimento de conhecimentos das próprias mulheres sobre seus corpos. (PONTES et al., 2014)


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Assim, quem recorria aos hospitais, eram mulheres de baixa posição social, já as mulheres de elite, podiam chamar o médico para atendimento domiciliar. (PONTES et al., 2014) Após o ganho de espaço no processo de parto por parte dos médicos, mesmo com resistência das mulheres, houve cada vez mais, uma crescente estrutura hospitalar, e a partir de 1940, a organização hospitalar da maternidade se modificou inteiramente, constituída por diversas salas para cada um dos estágios da parturição. Fazendo crescer também, as intervenções médicas como anestesia e operações obstétricas. (BITENCOURT; BARROSO-KRAUSE, 2004) Isso fez com que o protagonismo do parto alterasse da mulher para o médico, o que causou mudanças como a posição litotômica, sendo essa uma má posição para o parto, mas uma boa posição para o médico visualizar melhor o canal vaginal e para a manipulação. Esta posição também foi devida a medicalização da parturiente que fez com que ela permanecesse deitada. (PONTES et al., 2014) Essa transformação do parto criou sim uma segurança para as mulheres, reduzindo o número de mortes maternas, porém, intensificou outros riscos para a mulher, vindo a se chamar posteriormente como “Violência Obstétrica”. (PONTES et al., 2014)


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A Violência Obstétrica engloba um conjunto de violências, podendo ser: violência verbal, negligência, imprudência, humilhação e intervenções desnecessárias no processo de parto. (PONTES et al., 2014) Em 1970, foi criado o Plano de Parto por mulheres europeias que reivindicavam controle sobre seu próprio corpo, a fim de refletir sobre as práticas benéficas e danosas sobre seus direito na hora do parto. Fazendo com que o pré-parto fosse um período de coleta de informações e escolhas para a parturição, criando um vínculo entre a equipe auxiliadora e a gestante. (TESSER et al., 2015) Já nos anos 2000, a defesa da volta do protagonismo para a mulher cresce, trazendo à tona o modelo humanístico de parto. Esse modelo envolve os conhecimentos e as práticas que tem como objetivo o parto e o nascimento saudáveis, a autonomia e protagonismo da mulher, além de atitudes benéficas para o bebê e sua mãe. (PONTES et al., 2014)


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A humanização promove a presença de acompanhante, uso de técnicas não medicamentosas para o alívio da dor, a movimentação da parturiente, a adoção de posturas verticais para o trabalho de parto e para o parto em si, entre outros. (PONTES et al., 2014) Atualmente, na maioria dos hospitais, a humanização na hora do parto é dificultada, pois sem medicamentos ou maiores intervenções médicas, a instituição pode ser corresponsável por algum resultado adverso. (PONTES et al., 2014) Normalmente implantados perto de hospitais convencionais, os Centros de Parto Normal (CPN) são lugares que buscam atender mulheres que não precisam de intervenções médicas e buscam a humanização em suas parturições. (BITENCOURT; BARROSO-KRAUSE, 2004)


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Legislação

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Com finalidade de atender a Casa de Parto Natural, a pesquisa seguirá as regras projetuais e construtivas estabelecidadas pela Norma RDC-50, pelo Código de Obras de Marília e pelo Plano Diretor. A Norma RDC-50 conta com regras na elaboração de projetos, na organização físico-funcional, no dimensionamento e instalações prediais dos ambientes, e critérios para projetos. Para esta pesquisa, destaca-se os trechos: capítulo 4.7 da Parte II, que discorre quanto a realização de partos; capítulo 5.1 da Parte II, que discorre quanto a alimentação de indivíduos; e o capítulo 3 da Parte II, que discorre quanto ao dimensiomaneto de ambientes. O Código de Obras de Marília conta com normas para qualquer construção no município de Marília: normas técnicas de alvará de obras, licença de demolição, responsabilidade técnica, de muros, grades, passeios, tapumes, andaimes, de


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edificações junto da divisa do lote, barracões, stands, escritórios de campo, de fachadas, dimensões de compartimentos, de circulação e acesso para residenciais unifamiliares, multifamiliares e edifícios públicos, de iluminação, ventilação, garagens; normas para edificações residenciais; normas para edificações não residenciais; normas para edificações para fins especiais; normas para instalações complementares; de obrigações durante o serviço de construção de edifícios; de fiscalização da prefeitura durante a construção de edificações; de infrações e penalidades; e de disposições finais e transitórias. Destaca-se a Seção X do Capítulo III, que diz sobre a área da recepção de consultórios serem iguais ou superioes a 20,00 m². O Plano Diretor de Marília conta com as zonas territoriais na cidade, as normas para uso, ocupação e parcelamento de solo, e do planejamento de desenvolvimento urbano.


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Leitura de Projetos

Clínica HS

Inaugurada em 2019, a Clínica HS foi projetada pelo escritório Steck Arquitetura em Campinas – SP, com 100,00 m². (ARCH DAILY, 2020) Segundo a Steck Arquitetura, como o espaço da clínica é pequeno, todo o projeto foi pensado para ser prático, funcional e sustentável, além de dar conforto, acessibilidade e tranquilidade a todos que circulam pelo local: pacientes, acompanhantes, médicos e demais funcionários. (ARCH DAILY, 2020) Logo na recepção, temos vários elementos que caracterizam o local e dão a sensação de aconchego, como o teto e paredes em madeira de tom claro, o jardim vertical com plantas naturais, o espaço para café e água, a iluminação, as cores suaves de todo o contexto, além das poltronas que se movem conforme a preferência de cada um, podendo juntar mais ou menos poltronas, trazendo conforto e atendendo as necessidades dos pacientes. (ARCH DAILY, 2020)


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Os consultórios médicos foram diferenciados conforme a necessidade de cada sala. Na Sala 3, por ser uma sala de ultrassom, onde o paciente fica deitado na maca, o teto possui o mapa mundi impresso, numa grande tela tensionada plástica e translúcida. Assim, o paciente se sente relaxado tendo algo para observar enquanto passa pelo processo. (ARCH DAILY, 2020) Na Sala 1, o conceito continuou como o da recepção, com madeira e tons leves, a poltrona que se movimenta também a acompanhou, mudando do rosa claro para o verde musgo. (ARCH DAILY, 2020) Já a Sala 2, é uma sala mais restrita, com isso, temos apenas lugar para duas pessoas, além do médico. A madeira também foi pouco usada no ambiente, deixando o espaço mais limpo e claro. A parede de cimento queimado dá uma frieza, porém a cor laranja vivo nas poltronas, traz novamente o calor e alegria para a sala. (ARCH DAILY, 2020) Por toda a clínica, o conceito se segue, espaços confortáveis e práticos, projetados conforme a necessidade. (ARCH DAILY, 2020)


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A plan o pro ergonô aprove prático Conclu ter com Como consu baixa,


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nta humanizada da clínica apresenta espaços pequenos, porém ojeto conseguiu adequar para que ficasse confortável e ômico. Cada espaço foi tratado de uma maneira, de modo a eitar todas as partes, transformando em espaços úteis e os. (ARCH DAILY, 2020) usão: baseado neste projeto, a Casa de Parto Natural busca mo referência sua arquitetura acolhedora, mas também prática. o na recepção, o uso de plantas, de madeira e a iluminação; nos ultórios, cada espaço dedicado a seu uso; e em sua planta, o uso dos espaços definidos, dando sentido a todos eles.


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Leitura de Projetos

Cabana Urbana Com 38,00 m² a Cabana Urbana foi inaugurada em 2019, foi projetada pelo Studio Marcio Michaluá como um refúgio urbano, trazendo muito verde e elementos naturais para dentro. (ARCH DAILY, 2019) Segundo o Studio Marcio Michaluá, cada móvel e cada decoração foi muito bem pensado para compor um espaço pequeno, porém aconchegante e cheio de vida. (ARCH DAILY, 2019) Em sua entrada, o bambu traz a leveza para esconder a cozinha, e seu piso faz uma brincadeira de cores e texturas, combinando com o jardim frontal. (ARCH DAILY, 2019) Voltando para seu interior, logo na entrada temos a cozinha: os ladrilhos hidráulicos dão o frescor e a mesa de resíduo florestal, a simplicidade e rusticidade. (ARCH DAILY, 2019) Ao lado da cama, temos um abajur feito de pedra, junto de uma poltrona suspensa que trazem uma brincadeira com a mistura de diferentes materiais e composições inusitadas. (ARCH DAILY, 2019)


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Do outro lado da cama, temos a banheira em meio às plantas e vasos suspensos, integrando no quarto, o banheiro que temos ao lado, com apenas o vaso sanitário e o chuveiro privados, mas que possuem uma vista de um jardim. (ARCH DAILY, 2019) Finalizando o ambiente com a poltrona de fibra de taboa e a lareira também suspensa, sempre acompanhados de muitas plantas. (ARCH DAILY, 2019) Como podemos ver, todo o espaço foi feito de forma integrada: o quarto, a cozinha e até mesmo, o banheiro, de certa forma. O efeito que temos é de natureza, mesmo sendo um espaço no meio da cidade, e de muito conforto e rusticidade. (ARCH DAILY, 2019)


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Na planta-baixa ao lado, podemos ver como todo o ambiente foi ocupado de forma harmônica e como móveis como o armário de roupas não nos chama atenção, sendo mascarado por outros elementos. (ARCH DAILY, 2019) Nos cortes, podemos analisar o ambiente de forma técnica, e como tudo se junta para dar a iluminação e a organização corretas para um resultado como esse. (ARCH DAILY, 2019) Conclusão: com relação a este projeto, a Casa de Parto Natural busca como referência, o uso do espaço integrado para seus quartos, e também o uso de materiais naturais, trazendo um ar aconchegante para todo o espaço. O uso da banheira no quarto, e não no banheiro; o uso de plantas para a decoração de paredes; o layout simples e prático serão referências para as Salas de Parto.


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Leitura de Projetos

Cabana Kalundewa Situada em Dambulla, no Sri Lanka, a Cabana Kalundewa foi projetada por Earth & Space Architects e inaugurada em 2018. Obtém uma área de 1.600,00 m², e está situada num terreno de 42 hectares, possuindo uma grande biodiversidade. Tendo isso como ponto de partida, todo o projeto foi baseado para ter o mínimo de impacto no solo possível. (ARCH DAILY, 2020) Segundo a Earth & Space Architects, o projeto seguiu um caminho sustentável: possui baixo consumo, energia renovável e agricultura orgânica. Além do respeito com a fauna e flora locais, adaptando toda a construção ao terreno, como se ela fizesse parte da paisagem, proporcionando uma conexão com a natureza para quem se hospeda no local. (ARCH DAILY, 2020)


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As vistas da piscina e da varanda, mostram como a natureza faz parte do projeto, e como ela se posiciona e se relaciona com leveza. Com a aplicação dos vidros em quase que todas as paredes, a vista atravessa a casa, tendo em seu fundo, árvores e em sua frente, o lago. (ARCH DAILY, 2020) Há um minimalismo nos móveis, na decoração e no uso de materiais, o que proporcionam ainda mais, uma sobreposição da natureza. Tijolos queimados, concreto bruto, vidro e madeira caracterizam o espaço. (ARCH DAILY, 2020) Mesmo com o pouco uso de materiais, a obra se destaca pelo seu conforto trazido pela madeira, presente em todos os espaços. (ARCH DAILY, 2020)


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Como podemos ver nas Plantas-baixa do projeto, os cômodos foram feitos de forma ampla e simples, tendo como prioridade as áreas sociais, como sala de estar, sala de jantar, varandas e piscina, sendo todos eles integrados e com piso de madeira. E também, os quartos, sendo um em cada andar da cabana. Já os banheiros, também amplos, possuem o piso imitando o concreto, e as paredes, de tijolo aparente. (ARCH DAILY, 2020) Conclusão: com relação a este projeto, a Casa de Parto Natural busca como referência, a integração da arquitetura com a natureza; os espaços amplos e minimalistas; e uma planta-baixa pensada de acordo com o entorno.


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Análise de Implantação Os três terrenos escolhidos estão a um raio de 400 metros do Hospital Santa Casa de Misericórdia de Marília, para que, sendo uma Casa de Parto Natural, as pacientes tenham acesso rápido a tal hospital, caso necessário.

Terreno 1

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O primeiro terreno analisado se localiza na Av. Vicente Ferreira com a Rua Tomás Gonzaga e Rua Alvarenga Peixoto, na zona urbana ZEC 1. Tem 7.200,00 m² de área, tendo acesso para três ruas. Os principais benefícios deste terreno é seu acesso fácil pela Av. Vicente Ferreira e sua grande extensão, que pode trazer conforto e amplitude nos espaços no projeto. Porém, dentre os 3 terrenos escolhidos, ele seria o mais distante da Santa Casa de Marília, sendo este um ponto negativo, já que a Casa de Parto Natural precisa de acesso rápido para o Hospital para eventuais complicações. O entorno é, em sua maioria, composto de lojas e espaços comerciais, o que traz grande fluxo de carros e pessoas para a área.


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Terreno 2

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O segundo terreno analisado se localiza na Rua Vinte e Um de Abril com a Rua Bartolomeu Bueno, na zona urbana ZR 2. Tem 2.100,00 m² de área, tendo acesso para duas ruas. O principal benefício deste terreno é sua localização, ficando exatamente atrás da Santa Casa de Marília, trazendo segurança para as parturientes. Porém pelo mesmo motivo, a área tem grande fluxo de carros e pessoas, sendo um lugar difícil para estacionamento em praticamente qualquer hora do dia. Seu entorno, além da Santa Casa, é composto por residências e clínicas médicas.


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Análise de Implantação

Terreno 3

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O terceiro terreno analisado tem medidas equivalentes um quadrado de 42 metros de lado, com 1.764,00 m² de área. Se localiza na Av. Cascata com a Rua Cincinatina, na zona urbana ZR 1, tendo acesso direto para as duas ruas. O principal benefício deste, é sua localização, pois trata-se de um lugar mais calmo comparado aos outros terrenos, com mais facilidade para estacionamento e de fácil acesso entre outros bairros da cidade. O nível do terreno em relação ao nível da Rua Cincinatina, tem apenas um declive de 0,50 metros. Seu entorno é composto por clínicas médicas e residências, além de alguns pontos comerciais, praça com ciclovia e playground. Este terreno foi o escolhido para o projeto da Casa de Parto Natural de Marília.


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Programa de Necessidades

Pré-parto Para as gestantes, principalmente as de primeira viagem, as salas de reunião auxiliarão no desenvolvimento e preparo psicológico, tanto para a gestação, quanto para o parto e puerpério. Além de rodas de conversas, criando um novo grupo social para as gestantes, já que na maioria das vezes em que uma mulher se descobre grávida, ela perde a maioria de seus grupos sociais. O anfiteatro servirá para palestras voltadas a maternidade e tudo o que o engloba, afim de auxiliar no preparo dos pais para o bebê. E a biblioteca oferecerá livros para o aprofundamento em algum assunto da maternidade.

Pré-dimensionamento

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1 Recepção.....................60,00 m² 3 Salas de Reunião............25,00 m² cada 2 Banheiros c/ PNE.............15,00 m² cada 1 Anfiteatro...................130,00 m² 1 Biblioteca.....................40,00 m² Total = 335,00 m²


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Parto Para as parturientes, as salas de parto serão equipadas com todo o necessário para o parto e para a hospedagem de até 3 dias, conforme critério da mãe, para as necessidades de acomodação da família. Todas as salas contêm banheiro acessível e jardim privativo. A área verde será um espaço com acesso direto para as salas de parto, onde as parturientes podem caminhar e se distrair durante o trabalho de parto.

Pré-dimensionamento

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4 Salas de Parto..............40,00 m² cada 4 Banheiros PNE..............6,00 m² cada 1 Área verde.....................250,00 m² Total = 434,00 m²


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Programa de Necessidades

Pós-parto Após o nascimento do bebê, as salas de parto continuam acomodando as mães, os bebês e acompanhantes, e os jardins se transformam em espaços para relaxamento e caminhada. Os refeitórios serão espaços compartilhados da equipe com as famílias. Além desses espaços, a Cabana também dispõe de estacionamento com 3 vagas PNE.

Pré-dimensionamento

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1 Refeitório...............40,00 m² 1 Estacionamento............180,00 m² Total = 220,00 m²


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Equipe Além desses ambientes, também haverá as áreas destinadas à equipe da Cabana, com escritório, cozinha, lavanderia e depósito, além de área de descanso e vestiários. Na parte externa, haverá espaço destinado a uma ambulância com motorista 24 horas para quaisquer complicações durante ou após o parto que necessite de atendimentos médicos.

Pré-dimensionamento

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1 Escritório..............................15,00 m² 1 Cozinha.................................35,00 m² 1 Lavanderia............................10,00 m² 1 Depósito................................8,00 m² 1 Área de descando.................30,00 m² 2 Vestiários...............................6,00 m² cada 2 Banheiros...............................10,00 m² cada 1 Espaço para ambulância......20,00 m² Total = 150,00 m²


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Proposta de Projeto

Organograma

A partir do organograma ao lado, pode-se observar como será a organização dos ambientes de acordo com sua importância dentro do projeto da Cabana. Sendo o Setor de Parto o mais importante dentro do projeto, seguido pelo Setor de Pré-Parto, seguidos pelo Setor de Pós-Parto, e por último, o Setor da Equipe.

Fluxograma

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A partir do fluxograma ao lado, pode-se observar como será o fluxo dos ambientes dentro do projeto da Cabana. Começando pela recepção, onde se dá acesso à biblioteca e a uma circulação que acessa todos os demais ambientes: estacionamento, refeitório, banheiros, salas de reunião, anfiteatro, salas de parto, banheiros e vestiários da equipe, escritório, sala de descanso e cozinha.


Setor de Pós-Parto

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Setor de Pré-Parto

Setor de Parto

Setor da Equipe Estacionamento Recepção Cozinha

Biblioteca Refeitório

Lavanderia

WC Fem.

Depósito Sala de descanso Escritório

Área Verde

WC Masc. Sala de Reunião 1 Sala de Reunião 2 Sala de Reunião 3 WC Fem.

Vestiário Masc.

WC Masc. Sala de Parto 4 WC Jardim Sala de Parto 3 WC Jardim

Anfiteatro Sala de Parto 1 WC Jardim Sala de Parto 2 WC Jardim

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Vestiário Fem.


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Proposta de Projeto

Zoneamento

No Zoneamento, como podemos ver na figura ao lado, os setores são bem divididos, tendo o acesso principal na esquina da Av. Cascata com a Rua Cincinatina, pela Recepção; o acesso para o Anfiteatro e para as vagas de estacionemto PNE pela Av. Cascata; e para o Setor da Equipe e para a vaga da Ambulância pela Rua Cincinatina. As demais vagas de estacionamento têm acesso por ambas as ruas.


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SETOR DE PRÉ-PARTO SETOR DE PARTO SETOR DE PÓS-PARTO

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SETOR DA EQUIPE


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Proposta de Projeto

Partido Arquitetônico

O projeto da Cabana - Casa de Parto Natural será desenvolvido com o objetivo principal de oferecer conforto para as gestantes que utilizam os espaços de Pré-parto, e segurança para as parturientes que utilizam os espaços de Parto. Além disso, o projeto também busca a integração da arquitetura com a natureza através de áreas verdes, jardins e decorações com plantas. No Setor de Pré-parto, a Recepção será a entrada principal do projeto, e dará acesso a Biblioteca. As Salas de Reunião e Anfiteatro servirão para criar um lugar onde essas mulheres se encontram, criando um novo grupo social, para assim, compartilharem de ideias, conversas e experiências. Por isso, esses espaços serão descontraídos, porém acessíveis, para acomodar as gestantes nesse período. No Setor de Parto, as Salas de Parto terão todos os equipamentos e móveis necessários para o trabalho de parto, o parto em si e a estadia da mãe, do bebê e de acompanhantes por até 3 dias. Esses espaços terão banheiros acessíveis e jardins privativos que fará com que o quarto e o banheiro tenham vista para a vegetação. A Área Verde servirá como uma praça privativa para o empreendimento, integrando os ambientes à natureza e sendo um espaço de passagem, interligando-os.


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Junto da Área Verde, o Refeitório faz parte do Setor de Pós-parto, porém também atenderá a equipe. É o espaço que terá mais acesso à Área Verde, já que é aberto, tendo apenas a cobertura. No Setor da Equipe, a Cozinha, juntamente da Lavanderia e Depósito ficarão próximos do Refeitório. O Escritório, a Sala de Descanso, os Banheiros e Vestiários ficarão próximos à um acesso secundário para a equipe, onde terá também o acesso para a maca da ambulância quando necessário. Os materiais escolhidos para o piso, exceto nas áreas molhadas que serão porcelanato, será todo em madeira, assim como os móveis, e as paredes terão cores claras. As esquadrias sempre vão oferecer muita luz natural para todos os ambientes com janelas altas, sendo todas de vidro e ferro, que acompanham também as portas, exceto nas Salas de Parto, que serão em madeira. Como o projeto busca uma conexão com a natureza, os materiais usados na decoração serão naturais e de formas orgânicas.


Projeto


Casa de Parto Natural


Localização A casa de parto natural, Cabana, se localizará na esquina da Av. Cascata com a Rua Cincinativa, no bairro Jardim Maria Izabel, próximo ao Hospital Santa Casa de Misericórdia de Marília, com distância aproximada de 500 m. A Represa Cascata se localiza a menos de 1,5 km, além de ser rodeada por uma vasta vegetação, ja que o local ainda não é urbanizado em toda a sua extensão, ajudando assim, no conforto térmico do bairro. A Av. Cascata também possui ciclovia e pista para caminhada, é ótima para passeio em família e valoriza o local por ser uma atração da cidade. A vizinhança é predominantemente de residências, tendo também alguns pontos comerciais. O trânsito no local é tranquilo e não há poluição sonora ou visual. No entorno, não há obras com mais de dois pavimentos, o que auxilia ainda mais na sensação de natureza que o local nos dá. Combinando com esse ambiente, a Cabana irá compor o bairro com a mesma sensção, sem se contrastar no geral, porém fazendo uso de materiais mais urbanos em sua fachada.

CASA DE PARTO NATURAL

SETOR DE PRÉ-PARTO SETOR DE PARTO SETOR DE PÓS-PARTO SETOR DA EQUIPE

CASA DE PARTO NATURAL TFG - TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO


SANTA CASA

AV. CASCATA

REPRESA CASCATA

Setorização

SOL NASCENTE

SOL POENTE

CABANA

Espaço de apoio à maternidade

A Cabana foi projetada seguindo a setorização: pré-parto, parto, pós-parto e equipe. O Setor de Pré-parto se localiza na parte Sul e Sudoeste da Cabana, são espaços que não recebem sol, apenas no Anfiteatro que recebe o sol da tarde, porém não possui aberturas para essa direção. Por privacidade, temos o auxílio de brises na fachada que disfarçam as grandes janelas das Salas de Reunião. O Setor de Parto se localiza na parte Noroeste da Cabana, as Salas de Parto recebem o sol da manhã e da tarde, porém por ser próximo da divisa do terreno, o sol não entra nos ambientes de forma impactante. A vegetação presente também auxilia no conforto térmico. O Setor da Equipe se localiza na parte Leste da Cabana, recebendo o sol da manhã. Temos o auxílio de brises nas janelas para amenizar o calor.

DISCENTE: BIANCA ARAUJO ORIENTADORA: DRA. SÔNIA MORAES

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Planta-baixa O projeto da Cabana - Casa de Parto Natural foi pensado para ser um espaço acolhedor e com integração com a natureza. Por isso, a Área verde central foi tida como o ponto de partida para os outros ambientes, funcionando como uma praça privativa para o empreendimento. O mesmo pensamento foi levado para o layout das 4 Salas de Parto, cada uma possui jardins privativos que se integram às Salas pelas grandes janelas de vidro, e na fachada, com os canteiros dos bolsões de estacionamento e com os pergolados de madeira que também servem como cobertura para as entradas. O projeto possui 3 acessos: a entrada principal pela Recepção, o acesso direto para o Anfiteatro e outro para o Setor da Equipe. Todo o conceito integrado da Cabana foi pensado para também ser um espaço confortável e com espaços privados, como as Salas de Parto e os Banheiros que possuem um hall de entrada. O Refeitório foi feito integrado com a Área Verde, sem paredes, apenas com uma cobertura de forro embutido. Os bolsões de estacionamento possui 9 vagas para carro, 3 vagas PNE e 1 para ambulância. A Ambulância ficará disponível 24 horas para que se houver quaisquer complicações na hora do parto, a mulher possa ser levada ao hospital de forma apopriada e ter atendimento médico.

PLANTA-BAIXA HUMANIZA ESCALA GRÁFICA

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RUA CINCINATINA AV. CASCATA

1. ÁREA EXTERNA 1.1 Canteiros 1.2 Estacionamento 1.3 Deque 2. RECEPÇÃO 2.1 Sala de Espera 2.2 Café 2.3 Acesso Mezanino 3. CIRCULAÇÃO 4. REFEITÓRIO 5. W.C. FEMININO 5.1 Banheiro PNE 6. W.C. MASCULINO 6.1 Banheiro PNE 7. SALA DE REUNIÃO 1 8. SALA DE REUNIÃO 2 9. SALA DE REUNIÃO 3 10. ANFITEATRO 10.1 Palco 10.2 Acesso externo 11. SALA DE PARTO 1 11.1 W.C. 1 11.2 Jardim 1 11.3 Jardim vertical 1 12. SALA DE PARTO 2 12.1 W.C. 2 12.2 Jardim 2 12.3 Jardim vertical 3 13. SALA DE PARTO 3 13.1 W.C. 3 13.2 Jardim 3 13.3 Jardim vertical 3 14. SALA DE PARTO 4 14.1 W.C. 4 14.2 Jardim 4 14.3 Jardim vertical 4 15. BANHEIRO MASCULINO 15.1 Banheiro PNE 15.2 Vestiário masculino 16. BANHEIRO FEMININO 16.1 Banheiro PNE 16.2 Vestiário feminino 17. ESCRITÓRIO 17.1 Acesso 18. SALA DE DESCANSO 19. COZINHA 19.1 Balcão 20. LAVANDERIA 21. DEPÓSITO 22. ÁREA VERDE

ADA - TÉRREO

CABANA

Espaço de apoio à maternidade

DISCENTE: BIANCA ARAUJO ORIENTADORA: DRA. SÔNIA MORAES

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VISTA DO REFEITÓRIO Toda a Cabana é acessível, assim como no mezanino na Recepção que possui uma plataforma elevatória e escada caracol, para acesso à Biblioteca, que foi criada para aproveitar melhor o espaço do pé direito duplo da Recepção e da cobertura alta do Refeitório.

CORTE TÉCNICO CC´ ESCALA GRÁFICA

PLA

ESC

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RUA CINCINATINA AV. CASCATA

ANTA-BAIXA HUMANIZADA - MEZANINO

CALA GRÁFICA

CABANA

Espaço de apoio à maternidade

1. ÁREA EXTERNA 1.1 Canteiros 1.2 Estacionamento 1.4 Pergolados 1.5 Brise 23. BIBLIOTECA

DISCENTE: BIANCA ARAUJO ORIENTADORA: DRA. SÔNIA MORAES

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Cobertura Os Setores de Pré-Parto e da Equipe receberam uma cobertura com platibanda e telha de fibrocimento. Já os Setores de Parto e Pós-Parto recebram uma cobertura de telhado aparente com telha de barro estilo portuguesa.

Fachada

FACHADA ESQUINA

A fachada da Cabana foi pensada para ser uma mistura de natureza com blocos de cimento queimado, buscando o partido arquitetônico anteriormente pensado, com integração da arquitetura com a natureza. O vidro também foi usado para compor a fachada da entrada principal, surgindo grandes janelas para a Recepção, presenteando-a com muita luz natural e sol da manhã. Foram utilizados pergolados e brises com os tons de madeira, assim como no caixote da floreira com petúnias laranjas. O paisagismo foi pensado para compor e equilibrar o cimento queimado: pinheiros kaizukas em frente aos brises, palmeiras-imperiais e estrelícias nos canteiros dos bolsões de estacionamento.

CASA DE PARTO NATURAL TFG - TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO


PLANTA DE COBERTURA/IMPLANTAÇÃO ESCALA GRÁFICA

CABANA

Espaço de apoio à maternidade

DISCENTE: BIANCA ARAUJO ORIENTADORA: DRA. SÔNIA MORAES

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Setor de Pré-Parto

O Anfiteatro possui assento para 91 pessoas sentadas confortavelmente em poltronas Ele será utilizado para palestras sobre o mundo da maternidade que serão apresentada para as futuras mães, quanto para parceiros e família, ou casais que pretendem engravid As Salas de Reunião oferecerão rodas de conversas para as gestantes sobre assunto pessoais, elas serão incentivadas a compartilhar suas experiências, para que assim, f novos grupos sociais entre elas. Cada uma das 3 Salas possui lugar para 9 pessoa poltronas confortáveis. Os banheiros destinados às pacientes e acomp separados em Feminino e Masculino, cada um po comuns e 1 PNE. A Recepção é o acesso principal da Cabana, qu Possui pé direito duplo, sala de espera para 14 pes O balcão possui saída direta para a circulação do R

9. SALA DE REUNIÃO 3 10. ANFITEATRO 10.1 Palco 10.2 Acesso externo

DETALHE ANFITEATRO E SALA DE REUNIÃO

PLANTA-BAIXA - SETOR P ESCALA GRÁFICA

CASA DE PARTO NATURAL TFG - TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO


largas. as tanto dar. os mais formem as em

panhantes são ossui 3 cabines

FACHADA LATERAL SUL

ue é antecedida pelo deque em sua entrada, com pergolado como cobertura e floreira. ssoas sentadas confortavelmente, espaço para café e acesso para o mezanino. Refeitório. 1. ÁREA EXTERNA 1.3 Deque 2. RECEPÇÃO 2.1 Sala de Espera 2.2 Café 2.3 Acesso Mezanino 5. W.C. FEMININO 5.1 Banheiro PNE 6. W.C. MASCULINO 6.1 Banheiro PNE

PRÉ - PARTO

CABANA

Espaço de apoio à maternidade

DETALHE BANHEIROS E RECEPÇÃO

DISCENTE: BIANCA ARAUJO ORIENTADORA: DRA. SÔNIA MORAES

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Setor de Parto

As Salas de Parto acolhem as parturientes e mães no período do trabalho de parto, no parto em si e no período de pós-parto até 3 dias. Possuem CORTE TÉCNICO BB' banheiro acessível, banheira, ESCALA GRÁFICA cama de casal, sofá-cama, armários e uma pequena copa, além de portas camarão de entrada para que tenha passagem livre para maca de ambulância de necessário. Os jardins privados possuem jardim vertical que produz a vista da grande janela da S cadeira de balanço e um pequeno jardim para a vista da também alta janela do banheiro.

11. SALA DE PARTO 1 11.1 W.C. 1 11.2 Jardim 1 11.3 Jardim vertical 1

DETALHE SALA DE PARTO

PLANTA-BAIXA - SETOR DE PARTO ESCALA GRÁFICA

CASA DE PARTO NATURAL TFG - TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO


Sala,

A Área Verde central é um espaço para as parturientes caminharem durante o trabalho de parto, facilitando na dilatação para o mesmo. Funcionando também como uma praça para os acompanhantes e para a equipe, possui bancos e um caminho que interliga os ambientes. O paisagismo da Área Verde foi projetado com inspiração nas florestas tropicais, com plantas altas dando também privacidade aos ambientes, já que todos são voltados para tal espaço. Foram utilizadas as árvores: palmeira-imperial e árvore-do-viajante, e as plantas: orelha-de-elefante, estrelícia e dionela.

VISTA DA ÁREA VERDE

CABANA

Espaço de apoio à maternidade

DISCENTE: BIANCA ARAUJO ORIENTADORA: DRA. SÔNIA MORAES

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CORTE TÉCNICO AA' ESCALA GRÁFICA

Setor da Equipe

15. BANHEIRO MASCULINO 15.1 Banheiro PNE 15.2 Vestiário masculino 16. BANHEIRO FEMININO 16.1 Banheiro PNE 16.2 Vestiário feminino

No espaço da Equipe, os ambientes serão destinados às pessoas que trabalham na Cabana. Os Vestiários e os Banheiros serão separados por masculino e feminino e estão próximos ao Escritório e Sala de descanso. A Sala de descanso é equipada com uma pequena cozinha, balcão, poltronas, sofá e televisão. O Escritório servirá para as pessoas responsáveis pela parte administrativa, e a Cozinha possui equipamentos de cozinha industrial e se localiza próxima ao refeitório, assim como a Lavanderia e o Depósito.

FACHADA LATERAL LESTE

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D


DETALHE BANHEIROS E VESTIÁRIOS

DETALHE ESCRITÓRIO, SALA DE DESCANSO, LAVANDERIA, DEPÓSITO E COZINHA

PLANTA-BAIXA - SETOR DA EQUIPE ESCALA GRÁFICA

CABANA

Espaço de apoio à maternidade

17. ESCRITÓRIO 17.1 Acesso 18. SALA DE DESCANSO 19. COZINHA 19.1 Balcão 20. LAVANDERIA 21. DEPÓSITO

DISCENTE: BIANCA ARAUJO ORIENTADORA: DRA. SÔNIA MORAES

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Considerações Finais

Assim, conclui-se que o parto natural traz benefícios tanto para esta uma escolha que precisa ser feita por ela mesma, e que profissionais da saúde, quanto pela estrutura da cidade, para qu A Cabana pode ser considerada um espaço intermediário, hospitalar, para parir, trazendo conforto, sem perder a segurança O projeto aqui proposto teve como objetivo criar soluções arq Natural conciliando acessibilidade e integração com a naturez criado para pessoas com necessidades reais, mas que pouco se Em um ano com pandemia e crise na saúde mundial, um espa essencial, onde todas as parturientes tiveram que comparece realizar cesariana. Por isso, o projeto da Cabana - Casa de Parto Natural, é um pr para que as mulheres tenham a opção de um espaço para realiz


BIANCA ARAUJO

s

a a mulher quanto para o bebê, sendo e é necessário o incentivo tanto pelos ue esta opção seja viável. entre a própria casa e o ambiente a de um local adequado para tal. quitetônicas para uma Casa de Parto za. Mais do que isso, este projeto foi e é falado e aprofundado. aço como este se mostrou ainda mais er a hospitais, mesmo não precisando

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rojeto necessário na cidade de Marília, zar a escolha do parto natural.


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BIANCA ARAUJO

Agradecimentos

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Agradeço primeiramente à toda a minha família, especialmente aos meus pais, Renata e Junior, que além de me proporcionarem esses cinco anos de faculdade, me apoiaram cegamente nos trabalhos e projetos, sempre me ajudando e me incentivando a querer mais e ser uma pessoa melhor. Agradeço também ao meu irmão, Neto, por me apoiar, me buscar em Marília sempre que necessário, me ajudar em tudo que era possível e acima de tudo, ser meu amigo desde sempre. Agradeço ao meu namorado, Gustavo, que me apoiou mais do que nunca neste último ano de faculdade, aguentando minhas crises de estresse e ansiedade, além de sempre me ajudar a encarar os trabalhos dia e noite e ser alguém com quem pretendo exercer em parceria a profissão de arquiteta. Agradeço a todos os meus amigos, em especial à Gabriela, Lucas, Maria Carolina, Ticiane e Verônica, que além de serem meus colegas para trabalhos, eram meu porto seguro em Marília, se transformaram em uma segunda família para mim. Agradeço à minha orientadora Sônia, por sempre se disponibilizar aos atendimentos e dúvidas, realmente se doando e acreditando no melhor de nós. Agradeço à todos os meus professores, colegas de sala e colegas de van por me acompanharem nessa trajetória que sempre fará parte de quem eu sou.



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