Trabalho Final de Graduação - Escola de Artes

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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI BIANCA BARBA BAGESTERO

TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO ESCOLA DE ARTES CLÁUDIO PTOLOMEU

São Paulo 2020


ESCOLA DE ARTES CLÁUDIO PTOLOMEU Bianca Barba Bagestero Trabalho Final de Graduação apresentado como exigência parcial para obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo à Banca Examinadora da Universidade Anhembi Morumbi, sob a orientação dos professores: Felipe Corres Melachos e Marcus Vinicius Pereira.

São Paulo 2020


A arte é a contemplação: é o prazer do espírito que penetra a natureza e descobre que ela também tem uma alma. É a missão mais sublime do homem, pois é o exercício do pensamento que busca compreender o universo e fazer com que os outros o compreendam (RODIN, Auguste, 1840 – 1917).



Agradeço à Deus por ter proporcionado uma família que me apoia e incentiva em todas as etapas da minha vida. Aos meus pais, Claudio e Gislene, que possibilitaram a minha graduação em Arquitetura e Urbanismo além de me auxiliarem nos trabalhos, nas locomoções e em tudo que estava ao seu alcance.

Aos meus irmãos, Hellen e Felipe, por fazerem parte da minha vida e me auxiliarem no desenvolvimento deste trabalho.

Ao meu orientador, Marcus Vinicius Pereira, por todos os ensinamentos e orientações que foram essenciais para a elaboração deste projeto. Também ao professor Felipe Melachos pela sua atenção e suporte durante a etapa inicial deste trabalho. À esta universidade pelo ambiente criativo que proporciona e aos professores que, com empenho, dedicaram seu tempo a um ensino de qualidade. Às minhas amigas, Ana e Thaís, que me acompanharam durante o curso de Arquitetura e Urbanismo em todos os trabalhos da graduação. Às arquitetas Carol Multini e Marina Salomão pela compreensão, apoio e ensinamentos durante o tempo trabalhado no Studio Mac.

Agradeço à todos que me auxiliaram, fizeram parte da minha formação e que acreditaram no meu potencial.

AGRADECIMENTOS

Agradeço ao meu noivo, Marcelo, pelo companheirismo durante todo o nosso relacionamento e que fez parte de cada momento desses anos de faculdade, me ajudando e me apoiando nos momentos difíceis e cansativos da graduação.


O presente Trabalho Final de Graduação tem como objeto de pesquisa definir a importância da arte na sociedade e como ela é tratada em São Paulo, com o objetivo de criar uma Escola de Artes no bairro de Artur Alvim, uma região com defasagem de equipamentos culturais e artísticos. O convívio com a arte pode trazer benefícios para o desenvolvimento do raciocínio, da criatividade e o aumento da autoconfiança. Porém é tratada com descaso em São Paulo, onde não existem muitos investimentos públicos além de a maioria dos equipamentos culturais e artísticos estarem alocados principalmente em regiões centrais, criando uma desigualdade nas áreas mais periféricas. Levando em consideração a Zona Leste, uma zona periférica da cidade de São Paulo, foi feita uma análise onde foi possível perceber que a região tem um grande potencial de desenvolvimento, porém ainda sofre com pouco acesso à cultura e a arte, definida, então, como área de implantação do projeto proposto.

RESUMO

Através da análise de cinco obras arquitetônicas correlatadas com o tema cultural e artístico, foi possível observar que o programa determinado, a setorização e os materiais utilizados trazem uma característica própria para cada edifício, os tornando únicos. Com esse estudo foi possível determinar itens necessários para a elaboração do programa de necessidades que irão influenciar na requalificação do entorno, trazendo opções de estudo das artes para a população. O intuito do projeto proposto é incentivar o ensino da arte e trazer uma opção de lazer e convivência para o público da região de Arthur Alvim, além de suprir a necessidade de áreas verdes na região. Com isso, o projeto proposto trará um novo atrativo para a região onde será possível estudar, recrear e circular. Palavras Chaves: Arquitetura, Escola, Arte, Cultura, Arquitetura Escolar, São Paulo, Requalificação, Pedagogia.


The purpose of this Final Graduation Paper is to define the importance of art in society and how it is treated in SĂŁo Paulo, with the aim of creating a School of Arts in the neighborhood of Artur Alvim, a region with a gap in a cultural and artistic equipment. Living with art can bring benefits to the development of reasoning, creativity and increase self-confidence. However, it is neglected in SĂŁo Paulo, where there is not much public investment, and most of the cultural and artistic facilities are mainly located in central regions, creating inequality in the most peripheral areas.

Take into consideration the Eastern Zone, a peripheral zone of the city of SĂŁo Paulo, an analysis was made where it was possible to realize that the region has a great potential for development, but still suffers with little access to culture and art, defined as the area of implementation of the proposed project.

The purpose of the proposed project is to encourage the teaching of art and bring an option of leisure and coexistence for the public in the region of Arthur Alvim, in addition to supplying the need for green areas in the region. With this, the proposed project will bring a new attraction to the region where it will be possible to study, recreate and circulate. Keywords: Architecture, School, Art, Culture, School Architecture, Sao Paulo, Requalification, Pedagogy.

ABSTRACT

Through the analysis of five architectural works correlated with the cultural and artistic theme, it was possible to observe that the determined program, the sectorization and the materials used bring their own characteristics to each building, making them unique. With this study it was possible to determine the necessary items for the elaboration of the needs program that will influence the requalification of the surroundings, bringing options to study the arts for the population.


INTRODUÇÃO

15

CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA

18

Propostas Pedagógicas O Ambiente Escolar Conceito de Arte e seus Benefícios A Arte e a Cultura em São Paulo Conclusão

21 23 25 29

2.

CONTEXTUALIZAÇÃO DO LUGAR

34

Breve Histórico do Local Caracterização da Área de Intervenção Conclusão

38 41 51

3.

ESTUDO DE CASO

54

Praça das Artes Centro De Artes Hardesty Sesc 24 De Maio Centro Cultural Jean-marie Tjibaou Centro Cultural São Paulo Comparação Dos Estudos De Caso Conclusão

57 61 65 69 73 77 78

4.

PROGRAMA DE NECESSIDADES

80

Objetivos e Diretrizes Adotadas Organograma e Fluxograma Programa de Necessidades Conclusão

83 85 87 90

SUMÁRIO

1.

31


5.

PROJETO

92

Conceito e Partido Princípios da Pedagogia Waldorf Desenvolvimento da Volumetria Diagrama Volumétrico Parâmetro de Ocupação Utilizados Estrutura Materialidade e Paleta de Cores Plantas Cortes Elevações Perspectivas

95 96 97 98 99 100 102 104 137 145 153

CONSIDERAÇÕES FINAIS

175

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

177

LISTA DE IMAGENS

182

LISTA DE GRÁFICOS

183

LISTA DE TABELAS

183

LISTA DE ABREVIATURAS

183


O presente Trabalho Final de Graduação do curso de Arquitetura e Urbanismo tem como proposta reproduzir uma Escola Artística que abordará uma arquitetura com espaços que valorizem a criatividade, sendo eles amplos e multifuncionais proporcionando um bom aprendizado para os estudantes e moradores que irão frequentá-la, atendendo as demandas da região proposta.

Sendo assim, o trabalho aqui desenvolvido pretende mostrar, com base em estudos e pesquisas, as diversas importâncias e os benefícios que a arte e a cultura trazem para a sociedade e sua influência no desenvolvimento do ser humano e da cidade, além de ressaltar como o equipamento cultural é escasso e tratado com descaso em São Paulo, principalmente em áreas periféricas, prejudicando a qualidade de

INTRODUÇÃO

vida de quem vive nesses locais.

Desta forma, esta análise e projeto terão como propósito: ●

Analisar metodologias pedagógicas e a arquitetura escolar que são itens fundamentais para projetar uma escola.

Analisar a importância da arte na sociedade e sua influência no desenvolvimento do ser humano e da cidade.

Analisar as regiões de São Paulo determinando onde há as maiores defasagens de equipamentos culturais.

Fazer uma contextualização da área de intervenção definida para o projeto, analisando mapas e histórico do local.

Analisar projetos existentes que possuem o mesmo âmbito cultural e artístico para construir uma base teórica.

Definir um programa de necessidades que atenda as demandas da região suprindo a carência de equipamentos culturais.

Reproduzir uma Escola de Artes que valorize a criatividade e liberdade no local definido para intervenção.


A presente pesquisa se justifica no atual cenário social, político e cultural, já que identifica a importância do ensino da arte e da cultura na sociedade e mostra como bairros distantes do centro são prejudicados, visto que as organizações culturais e escolas artísticas se inserem na região central e zona oeste de São Paulo, fazendo com que a zonas mais periféricas sejam menos favorecidas e tenham um déficit de equipamentos culturais.

Para proporcionar um fundamento teórico para o objeto de estudo, será feita uma pesquisa teórica, quantitativa, empírica e de campo analisando conceitos e projetos arquitetônicos existentes para maior sustentação das ideias propostas. Serão analisadas teses, artigos, páginas na internet e livros, determinando, assim, a metodologia pedagógica ideal, os benefícios da arquitetura escolar e da arte na

formação da cidade além da precariedade de equipamentos culturais e artísticos em São Paulo.

O projeto da escola que será provido a partir dessa análise visa contribuir com a divulgação e ensino da arte, proporcionando um desenvolvimento na região proposta, trazendo um bem cultural e artístico para os moradores para que possam participar de aulas de dança, música, teatro, entre outros, além de frequentar biblioteca, exposições e apresentações teatrais.



01

CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA


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Dizer o que seja a arte é coisa difícil. Um sem-número de tratados de estética debruçou-se sobre o problema, procurando situá-lo, procurando definir o conceito. Mas, se buscamos uma resposta clara e definitiva, decepcionamo-nos: elas são divergentes, contraditórias, além de frequentemente se pretenderem exclusivas, propondo-se como solução única. (COLI, Jorge. O que é Arte. 15ª ed., 1995. p.7).

Neste capítulo será abordado propostas pedagógicas e como o ambiente escolar favorece o processo de ensino e aprendizagem de um estudante, além de um breve conceito de arte de maneira geral, os benefícios do ensino da arte para a sociedade e como a arte e a cultura são abordadas no âmbito da capital de São Paulo.

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PROPOSTAS PEDAGÓGICAS DIDÁCTICA MAGNA

FROEBEL

ESCOLA NOVA

• Século XVII • Primeira proposta pedagógica para escolas • Criada por Comenius • Ambiente escolar com espaços LIVRES, SUSTENTÁVEIS E AREJADOS • Educação por meio dos SENTIDOS

• Século XIX • Criada por Friedrich Froebel • Educação por meio de ATIVIDADE E A LIBERDADE • Exigia a PERCEPÇÃO, CONTROLE DO CORPO, INSERÇÃO DA MEMÓRIA E DOS SENTIDOS

• Século XX • Europa e Estados Unidos • O aluno é capaz de CRIAR e REFLETIR tendo uma maior LIBERDADE DE EXPRESSÃO

PIAGET

WALDORF

MONTESSORIANO

• Século XX • Criada por Rudolf Steiner • Arquitetura ORGÂNICA com materiais naturais • Integra o QUERER, PENSAR E SENTIR. • Incentiva a criatividade utilizando ATIVIDADES CORPORAIS, ARTESANAIS E ARTÍSTICAS.

• Século XX • Criada por Maria Montessorri • Livre escolha das atividades e uso de MATERIAIS AUTODIDATAS • Traz maior CONCENTRAÇÃO E IMAGINAÇÃO

• • • •

Século XX Criada por Jean Piaget Método CONSTRUTIVISTA Fornece um processo DINÂMICO e amplo de acordo com o DESENVOLVIMENTO COGNITIVO de cada um

Figura 1 – Metodologias Pedagógicas Fonte: BAGESTERO, Bianca Barba (2019) com base no livro “Arquitetura Escolar: o Projeto do Ambiente de Ensino” - KOWALTOWSKI, 2011

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É possível perceber que no decorrer do século XX as escolas mudaram o seu modo de educar, diminuindo o autoritarismo e aumentando a liberdade do estudante, proporcionando um aumento em sua criatividade e imaginação.

Por meio dessa pesquisa de metodologias pedagógicas foi possível definir o SISTEMA WALDORF como a melhor escolha para o projeto que será proposto já que, de acordo com os princípios dessa filosofia, o estudante é conectado com disposições orgânicas e aos movimentos sendo transmitido tudo o que está em sua volta (BARNES, 1991; EASTIN, 1997; LANZ, 1998) desde o espaço até os aspectos emocionais, sentimentais e morais das pessoas que os contornam. (BARNES, 1991; LANZ, 1998). Se tivermos algum plano de moldar a vida social, temos que participar da vida em sua plenitude, em todas as suas fazes. A partir de uma concepção do homem como um ser composto de corpo, alma e espírito, e de uma compreensão real do corpo, alma e espírito, uma nova arte de educação irá surgir, uma arte que pode realmente ser considerada como uma necessidade na vida social (STEINER, 1919, disponível em: <http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?view=vtls000207939>).

O método Waldorf estimula o desenvolvimento do sentimento, emotividade e fantasia (LANZ, 1998) cultivando a CRIATIVIDADE E A IMAGINAÇÃO. É necessário que a imaginação e criatividade sejam sempre incentivadas desde a infância, já que com elas é possível a criação cientifica, técnica e principalmente artística (ARAÚJO, 2017). E a melhor prática pedagógica para adquirir essas habilidades é através da música, das artes e do artesanato (OPPENHEIMER, 1999).

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O AMBIENTE ESCOLAR De acordo com Doris C.C. K. Kowaltowski (2011), o ambiente escolar é o local que promove o desenvolvimento do ensino e aprendizagem. Ela ainda afirma que a edificação que proporciona o conhecimento deve ser estudada como uma consequência da cultura

local de uma comunidade, criando um significado maior do que somente a materialidade. Sendo assim, para uma escola ideal não é estudado apenas um aspecto, mas é necessário incluir o aluno, professor, material de apoio, propostas pedagogias e a ESCOLA COMO INSTITUIÇÃO E LUGAR.

Um estudo sobre a infraestrutura escolar realizado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) em 2011, mostrou que a carência de uma boa estrutura escolar prejudica a aprendizagem dos estudantes. Isso significa que o arquiteto, ao projetar os usos e espaços de uma instituição, influencia diretamente na qualidade do ensino escolar. Deve-se levar em consideração os aspectos presentes na figura 2: MATERIALIDADE

CONFORTO AMBIENTAL

CULTURA LOCAL

ARQUITETURA ESCOLAR ALUNO E PROFESSOR

METODOOGIAS PEDAGÓGICAS Figura 2 – Aspectos para Projetar uma Escola Fonte: BAGESTERO, Bianca Barba (2019)

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As ideias pedagógicas e sua assimilação na prática escolar são articuladas a diversos modos de projetar e construir prédios escolares. As ideias pedagógicas e sua assimilação na prática escolar têm um dinamismo próprio, tanto quanto têm sua própria evolução as concepções arquitetônicas e sua influência no projeto e construção de edifícios escolares. [...] Às vezes, educadores e arquitetos estão próximos, há uma clara concepção pedagógica a influenciar a conceito arquitetônico. [...] Outras vezes, percebe-se um maior distanciamento entre eles, talvez pela ausência de uma proposta pedagógica explícita, ou talvez porque falte ao arquiteto que projeta a escola uma sensibilidade pelas questões de ensino (Buffa; Pinto, 2002, p.154).


Por conta disso, o arquiteto deve ter total conhecimento das questões pedagógicas, já que interferem no tipo de atividades que a instituição irá proporcionar, além de serem elementos fundamentais para elaborar o programa de necessidades de cada escola. Segundo Azevedo (2002), a criação de uma boa arquitetura necessita de adequação e desempenho de seus ambientes. Assim, ao considerar pontos ambientais, funcionais e estéticos, de ordem técnica, esses elementos afetam o bem-estar do usuário. O espaço físico escolar também deve ser alvo de reflexão para que se consiga criar o ambiente ideal, mais propício ao aprendizado”, “Se ficarmos com a modelagem anterior, o aluno atual não se sente incluído, nem estimulado. Precisamos, portanto, pensar não apenas no conteúdo e nas práticas de ensino, mas também no design e arquitetura do ambiente escolar. (SANDI, Acedriana Vicente Sandi, 2018, disponível em: <https://www.terra.com.br/noticias/dino/arquitetura-escolar-influencianoaprendizado,80b731fcfa0c577792a17ee18b733a98s91xk4t9.html>)

Para Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), “o homem é bom por natureza, mas uma educação equivocada o perverte”. Para ele, a escola deveria se parecer como uma casa organizada, já que o LAR é o melhor local para o APRENDIZADO.

De acordo com Doris C.C. K. Kowaltowski em uma entrevista para o Estadão em 2018, a ARQUITETURA E CONCEITOS DO LOCAL devem trabalhar JUNTOS com a pedagogia utilizada sendo ela uma metodologia Montessoriana, Waldorf, entre outras. Sendo assim, a qualidade da educação não depende somente do sistema educacional, mas também de um ambiente escolar com equipamentos, móveis e formas de espaços que contribuem para um conforto e melhor aprendizado.

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CONCEITO DE ARTE E SEUS BENEFÍCIOS

De acordo com Laura Aidar, Arte-educadora licenciada em Educação Artística pela Universidade Estadual Paulista (2019), as artes são

consideradas manifestações estéticas feitas por artistas a partir de percepções, emoções e ideias com o objetivo de instigar esses sentimentos nos espectadores. Ela pode ser representada através de diversas formas como: artes plásticas, música, escultura, cinema, teatro, dança, arquitetura, entre outras. A arte é, [...] o meio condutor da emoção, que se concentra e canaliza, para romper as barreiras comunicativas que o hábito, a inteligência e as necessidades práticas ergueram entre nós e as coisas, impedindo a realização da plena realidade individual dos objetos. A Arte seja qual for, restabelece a capacidade originaria da percepção. Se a nossa consciência pudesse comunicar-se diretamente com a realidade interior ou exterior, a seria dispensável. Ou então os homens todos seriam artistas. (NUNES,2004, p.68)

Porém, para Jorge Coli (1995), afirmar o conceito de arte é algo complicado já que os conceitos definidos por tratados são contraditórios e divergentes, além do que as manifestações artísticas não são iguais para todas as civilizações. Enquanto para a sociedade ocidental as esculturas e máscaras utilizadas por tribos africanas da Nigéria, Angola ou da Côte d’Ivoire se tornam objetos de arte, para a sociedade africana a exposição desses objetos em museus não é comum, já que eles são apenas instrumentos de rituais e cultos. (COLI, 1995)

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Ou seja, o conceito de arte muda de acordo com a cultura de um povo, porém, mesmo de formas diferentes, ela está presente em todo o mundo e tem grande influência na vida cotidiana. A arte está ligada à história do homem e do mundo e está presente em todas as manifestações culturais (III CONEDU, 2016). Sendo assim, a arte tem uma grande importância na vida da população.

3.A É possível dizer, então, que arte, são certas manifestações da atividade humana diante das quais nosso sentimento é admirativo, isto é: nossa cultura possui uma noção que denomina solidamente algumas de suas atividades e as privilegia. Portanto, podemos ficar tranquilos: se não conseguimos saber o que a arte é, pelo menos sabemos quais coisas correspondem a essa ideia e como devemos nos comportar diante delas. (COLI, Jorge. O que é Arte. 15ª ed., 1995. p.8).

Quando

incluímos

atividades

culturais

e

artísticas

no

nosso

cotidiano,

proporcionamos ganhos significativos de qualidade de vida além de conhecer mais

sobre outras culturas, diferentes formas de expressão e diferentes artistas (III

3.B

CONEDU, 2016). O convívio com a arte pode trazer benefícios tanto na INCLUSÃO SOCIAL, como no DESENVOLVIMENTO IMAGINÁRIO, a PERCEPÇÃO e a CRIAÇÃO, tendo em vista o desenvolvimento do RACIOCÍNIO e da CRIATIVIDADE e o aumento da AUTOCONFIANÇA (BARBOSA, 2006). Figura 3 – Formas Artísticas (A;B) Disponível em: https://soupetropolis.com Acesso em: 04.11.2019

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Ao praticar alguma arte (pintura, música, dança, teatro, entre outras) conseguimos ampliar nossa EXPRESSÃO EMOCIONAL e

aumentar nossa PRODUTIVIDADE e BEM-ESTAR (LILAH KUHN, 2019).

JOURNAL NEUROSCIENCE (2013): aprender um instrumento, ou praticar outra forma artística, aumenta o CORPO CALOSO – a parte que liga os dois hemisférios do seu cérebro. O que estimula a memória e aumenta a capacidade de resolver problemas. Na infância essa prática possui mais valor, já que crianças e adolescentes que

desenvolvem essas capacidades crescem com um melhor desenvolvimento de HABILIDADES SOCIOEMOCIONAIS que são fundamentais para o futuro profissional da criança em formação (ABED, 2016).

Essas habilidades compreendem, como ilustra a Figura 4, o autoconhecimento, o autocontrole, o espírito colaborativo e a resiliência, que são competências de extrema importância para os seres humanos conseguirem lidar com suas emoções, gerenciar metas de vida e se relacionarem com outras pessoas. Ou seja, práticas que são exigidas no cotidiano de cada um. Ainda assim, mesmo que essas habilidades estejam presentes no dia a dia do ser humano, é

necessário que elas sejam estimuladas e trabalhadas durante toda a vida (ABED, 2014). 27

Figura 4 – Competências Socioemocionais Disponível em: https://www.psicoedu.com.br Acesso em: 18.09.2019


Um dos meios para estimular essas habilidades, principalmente na fase inicial da vida de cada um, é a ARTE e a CULTURA, já que trazem melhores perspectivas pessoais e profissionais. Com a educação artística é possível desenvolver as funções cognitivas e conativas que estão diretamente ligadas a memória, atenção, linguagem, percepção, motivação, emoção, temperamento e a personalidade do indivíduo. Ana Mae Barbosa (2006) afirma: Na construção da Arte utilizamos todos os processos mentais envolvidos na cognição. Existem pesquisas que apontam que a Arte desenvolve a capacidade cognitiva da criança e do adolescente de maneira que ele possa ser melhor aluno em outras disciplinas. (BARBOSA Ana Mae, 2016, disponível em: <https://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Midia/Entrevista%96-Ana-Mae-Barbosa/12/10517>.)

BENEFÍCIOS DA ARTE

SENSO CRÍTICO

CAPACIDADE DE INTERPRETAÇÃO

CRIATIVIDADE, OBSERVAÇÃO E IMAGINAÇÃO

CONFIANÇA E EQUILÍBRIO

Figura 5 – Benefícios da Arte Fonte: BAGESTERO, Bianca Barba (2019)

Essas expressões artísticas precisam ser compreendidas não só como uma atividade recreativa, mas, sim, como componente curricular obrigatório junto com as disciplinas tradicionais como matemática, português e ciências. As artes não devem ser consideradas como um elemento secundário no desenvolvimento de um indivíduo. Elas precisam ser consolidadas como algo ESSENCIAL PARA O DESENVOLVIMENTO e não só como um hobby.

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A ARTE E A CULTURA EM SÃO PAULO A cidade de São Paulo possui grande precariedade de equipamentos culturais e artísticos comparados com os demais equipamentos. De

acordo com uma pesquisa feita pela Rede Nossa São Paulo (2018), a cultura e a arte são as áreas mais prejudicadas pela falta de investimentos públicos na capital paulista, sendo que os poucos equipamentos que existem estão alocados principalmente em regiões centrais, criando uma desigualdade nas áreas mais periféricas da cidade – como é possível observar na Figura 6. Segundo a pesquisa, dos 93 distritos, 60 não possuem museus, 54 não dispõem de cinema e em 53 não existe ao menos um centro cultural ou espaço de cultura para

a comunidade. Quando você não democratiza a cultura e concentra as políticas culturais para apenas um setor da elite da sociedade, na prática, o que está dizendo é que não quer levar para o conjunto da sociedade, em especial para os trabalhadores, mecanismos de análise crítica da realidade. (SAMPAIO, Américo - Gestor de projetos da Rede Nossa São Paulo, 2018, disponível em: <https://www.redebrasilatual.com.br/cultura/2018/12/cultura-e-area-maisprejudicada-pela-falta-de-investimentos-publicos/>.)

LEGENDA MAPA ❖ EQUIPAMENTOS Biblioteca CEU Casa de Cultura Espaço Museológico Ponto de Leitura

Figura 6 – Equipamentos Culturais em São Paulo Disponível em: https://marinoprojetosculturais.carto.com Acesso em: 05.11.2019

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Bosque de Leitura FABLAB Teatro/Auditório Centro Cultural Escola de Artes

❖ DISTRITOS POR RENDA PER CAPTA Área 1 (Até 10%) Área 2 (De 10 a 20%) Área 3 (Mais de 20%) Área 4 (Mais de 20%)


De acordo com Jorge Abraão (2018), coordenador da Rede Nossa São Paulo, o maior motivo para alguns moradores de São Paulo não utilizarem equipamentos culturais é a desigualdade de renda, que, além de dificultar o pagamento por um ingresso, leva as pessoas, na maioria das vezes, a morarem distantes, o que complica o acesso a determinados equipamentos. E, segundo ele, uma das regiões que mais sofre com o acesso à cultura, em relação a quantidade de moradores (4.244.882 habitantes para 62 equipamentos), é a Zona Leste, que possui poucos equipamentos próximos às suas residências por ser uma zona mais periférica em relação ao centro de São Paulo.

ZONA LESTE: 4.244.882 Hab. (IBGE, 2019)

62 EQUIPAMENTOS CULTURAIS OU ARTÍSTICO

Obviamente, a concentração é maior nas regiões de renda mais alta. Porque os equipamentos públicos mais antigos, historicamente, foram implantados no ‘primeiro anel’ da cidade. E os privados são mantidos, em geral, por empresas que querem visibilidade da marca junto ao público dessas áreas. BONDUKI, Nabil Georges, 2015, disponível em: <https://saopaulo.estadao.com.br/blogs/edison-veiga/espacos-culturais-de-sp-estao-concentrados-nocentro-e-na-zona-oeste/>.

Figura 7 – Habitante por Equipamento Fonte: BAGESTERO, Bianca Barba (2019)

Sendo assim, o projeto aqui proposto tem como

principal foco contribuir com essa região da capital paulista levando em consideração que é a área mais populosas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2018), e uma das regiões que possuem menos equipamentos voltados a arte e cultura.

Gráfico 1 – Fatores Determinantes para a Frequência em Equipamentos Culturais Disponível em: https://g1.globo.com Acesso em: 18.09.2019

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CONCLUSÃO Neste capítulo foi apresentado as características de algumas metodologias pedagógicas presentes nas escolas, definindo como ideal para a

Escola de Artes proposta o sistema Waldorf, no qual é estimulado o desenvolvimento do sentimento, emotividade e fantasia, cultivando a criatividade e a imaginação. A melhor prática para adquirir essas habilidades é através da música, das artes e do artesanato.

Além disso, foi apresentado como uma arquitetura bem elaborada influencia no ensino e no desenvolvimento da aprendizagem onde a arquitetura deve trabalhar junto com a pedagogia utilizada. Ou seja, a qualidade da educação não depende somente do sistema educacional, mas também de um ambiente escolar com equipamentos, móveis e formas de espaço que contribuem para um conforto e melhor aprendizado.

Após isso, foi retratado o conceito da arte que pode ser considerada como manifestações estéticas feitas por artistas a partir de percepções, emoções e ideias, com o objetivo de instigar esses sentimentos nos espectadores, mas que, para Jorge Coli (1995), é algo

subjetivo, já que os conceitos definidos por tratados são contraditórios e divergentes, além de que as manifestações artísticas não são iguais para todas as sociedades. Além disso, foram indicados os benefícios da arte para a sociedade, já que o convívio com a arte pode trazer benefícios tanto na inclusão social, como no desenvolvimento imaginário, na percepção e na criação, tendo em vista o desenvolvimento do raciocínio e da criatividade e o aumento da autoconfiança (BARBOSA, 2006).

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Por último, foi apontado como a arte e a cultura são tratadas em São Paulo e quais são as áreas mais prejudicadas pela falta de investimentos públicos, posto que, os poucos equipamentos que existem estão alocados principalmente em regiões centrais, criando uma desigualdade nas áreas mais periféricas da cidade. Sendo o maior motivo para alguns moradores de São Paulo não utilizarem os equipamentos culturais, a desigualdade de renda dificulta o pagamento por um ingresso e leva, na maioria das vezes, com que as pessoas morem distantes de equipamentos culturais.

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02

CONTEXTUALIZAÇÃO DO LUGAR


35


São Paulo é uma cidade onde coexistem todas as tribos urbanas. A falta de personalidade se transformou na personalidade da cidade. (WEINFELD, Isay. Ao jornal espanhol El País, 2004. Disponível em: https://vejasp.abril.com.br/cidades/aniversario-de-sao-paulo-frases/).

Este capítulo tem como objetivo fazer uma contextualização da área de intervenção definida para o projeto. Será feito um breve histórico

do local, sendo ele um distrito da Zona Leste de São Paulo, indicando sua linha do tempo, além da análise de mapas da região.

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LOTE DE INTERVENÇÃO

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Figura 8 – Vista Aérea Arthur Alvim Disponível em: Google Maps Acesso em: 30.10.2019


BREVE HISTÓRICO DO LOCAL

Figura 9 – Zona Leste de São Paulo Fonte: Elaborado por SãoPauloMap 360°; Adaptado por BAGESTERO, Bianca Barba (2019) Disponível em: https://pt.saopaulomap360.com/ Acesso em: 16.10.2019

SÃO PAULO é uma cidade localizada no Estado de São Paulo, no Brasil. O município é apontado como um importante centro corporativo e financeiro da América do Sul (PIMENTA, 2007), considerada a cidade mais habitada do país (IBGE, 2018), além de ser uma das cidades mais influentes globalmente (PIMENTA, 2007).

Porém, mesmo com todos esses atributos, a cidade de São Paulo sofre com uma grande precariedade e desigualdade de equipamentos culturais e artísticos, onde apenas algumas regiões são favorecidas. Como já mencionado, a Zona Leste é uma das regiões que mais sofre com a falta de acesso à cultura e a arte. Sendo assim, foi escolhida como área de intervenção para suprir essa necessidade.

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10.A

1921

Região de Santa Teresa

Aglomerado de chácaras

1900

Inauguração do ramal da Estrada de Ferro Central do Brasil

10.C Passagem de nível ao lado da antiga estação

Inauguração da COHAB

10.B

1979

COHAB 1 Crescimento populacional – 75 mil habitantes

Inauguração do Metrô de São Paulo

Figura 10 – Linha do Tempo de Artur Alvim Fonte: BAGESTERO, Bianca Barba (2019) (A;B;C) Disponível em: http://www.saopauloinfoco.com.br; (D) Disponível em: https://www.metrojornal.com.br; (E) Disponível em: http://www.correioindependente.com.br Acesso em:16.10.2019

O distrito escolhido foi ARTUR ALVIM, localizado na região da subprefeitura da Penha. É um local de fácil acesso por transporte público, mas não possui nenhum tipo de equipamento cultural e artístico. O nome do bairro foi uma homenagem ao engenheiro Artur Alvim, funcionário da antiga ferrovia Central do Brasil. Ele elaborou o projeto da ramificação da Estrada de Ferro Central do Brasil, em 1921, que ligava as regiões do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais (PREFEITURA DA CIDADE DE SÃO PAULO, 2008).

Antes dessa construção, no ano de 1900, a região, conhecida como Santa Teresa conforme indicado na linha do tempo, era um aglomerado de chácaras. Após a inauguração da estação, foram se formando pequenas vilas em sua volta, o que caracterizou a região como ocupação pontual cercada de grandes vazios que serviu como grande material de especulação fundiária (OLIVEIRA, 2016).

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10.E

1987 Estação Artur Alvim

Desativação da Linha São Paulo – Rio de Janeiro

10.D

1998

2000 Bairro em grande desenvolvimento

Inauguração do Expresso Leste

Desativação da Linha Coral da Estação Engenheiro Artur Alvim

105.269 habitantes

2019

Por conta dessas glebas desocupadas, foi destinado para a região de Arthur Alvim a construção de grandes conjuntos habitacionais nos anos 70 que provocaram o aumento da população – como a inauguração da COHAB 1 (RECAMAN, 2012).

Em 1987, 1998 e 2000 mudanças significativas relacionadas ao transporte público no bairro aconteceram: a inauguração do Metrô de São Paulo, a desativação da linha ferroviária entre o Rio e São Paulo e a inauguração da nova linha expresso leste da CPTM, respectivamente (GIESBRECHT, 2019). Atualmente, Arthur Alvim se tornou um bairro residencial de classe média em grande desenvolvimento (PREFEITURA DA CIDADE DE SÃO PAULO, 2008).

40


CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO O terreno escolhido para intervenção se localiza

12.D

no bairro Jardim Coimbra, em Artur Alvim, na esquina das ruas Cláudio Ptolomeu e Av. Esperantina. No terreno, que mede cerca de 20 mil m², há aproximadamente 21 anos atrás, funcionava um shopping denominado Alvim

12.C

Shopping. Antes, era um lugar de lazer e movimento e, atualmente, está abandonado onde 12.B

moradores se queixam da falta de segurança e higiene nos arredores (FOLHA SÃO PAULO, 2012).

12.A Figura 11 – Lote para Intervenção Disponível em: GeoSampa Acesso em: 28.10.2019

❖ Os critérios para escolha do lote para implantação da Escola de Artes, que serão ilustrados nas páginas seguintes, foram:

41

● Terreno de esquina que possibilite o acesso ao edifício por

● Existência de equipamentos compatíveis que potencialize

duas ruas diferentes.

usuários na Escola de Artes (habitações, escolas e comércios).

● Fácil acesso urbano, principalmente por modais de transporte

● Local com carência de equipamentos culturais ou artísticos

público.

no entorno.


12.A

12.B

12.C

12.D

Figura 12 – Pontos Visuais do Lote (A;B;C;D) Fonte: BAGESTERO, Bianca Barba (2019)

42


Em seguida, foram analisados os aspectos da região onde será proposto o projeto, como: uso do solo, modais de transportes, equipamentos existentes, entre outros, onde serão ilustrados os critérios definidos para a escolha do lote. ● Parâmetros de Uso e Ocupação da Região:

De acordo com a Figura 13, é possível observar que o entorno é, em sua maioria, residencial horizontal de alto padrão com alguns pontos de residências de baixo padrão. A região também conta com grandes áreas comerciais e quadras de uso misto, trazendo uma intensidade de fluxos para região principalmente na Av. Águia de Haia próxima ao terreno. Local de Intervenção

Escolas

Res. Horiz. Alto Padrão

Res./ Com./ Serv.

Comércio e Serviços

Sem Predominâncias

Res. Horiz. Baixo Padrão Figura 13 – Mapa de Uso e Ocupação Fonte: BAGESTERO, Bianca Barba (2019)

C.A. = 2 46 mil m²

T.O. = 0,7 16.100 m²

Figura 14 – Parâmetro de Ocupação Fonte: BAGESTERO, Bianca Barba (2019)

43

Recuos Mínimos 3M

Gabarito Máximo 28 M


● Cheios e vazios

Com a análise da Figura 15, é possível observar que a região é muito adensada, não possuindo grandes vazios destinados a áreas verdes. Ou seja, o entorno possui muitas construções e poucas praças ou áreas permeáveis, prejudicando o clima, causando ilhas de calor e afetando a qualidade de vida dos moradores da região. Local de Intervenção Área Construída Área Não Construída

Figura 15 – Mapa de Cheios e Vazios Fonte: BAGESTERO, Bianca Barba (2019)

44


● Modais de Transportes (Ônibus)

O local possui fácil acesso por meio de transporte público. De acordo com a Figura 16, existe uma grande circulação de ônibus no local, onde há dois pontos de ônibus em frente. Em uma das ruas paralelas ao terreno se encontra a Av. Águia de Haia, onde existe uma faixa exclusiva para ônibus deixando o acesso ao terreno mais rápido. Além disso, próximo ao local existe o Terminal de Ônibus A.E. Carvalho, localizado a 2,4 km do lote, o que facilita o acesso até ele. Local de Intervenção Ponto de Ônibus

Faixa Exclusiva de Ônibus Figura 16 – Mapa de Modais de Transportes (Ônibus) Fonte: BAGESTERO, Bianca Barba (2019)

45


● Modais de Transportes (Metrô e Trem)

Na Figura 17 é possível observar que existem duas estações de metrô próximas: a estação Artur Alvim e Corinthians Itaquera da linha vermelha do metrô as quais estão a 1 km e 900 metros de distância do lote, respectivamente. Pela estação Artur Alvim, o percurso até o terreno leva aproximadamente 12 minutos a pé. Já pela estação Corinthians Itaquera são 14 minutos que, além de atender a linha vermelha do metrô, se conecta com a linha Coral da CPTM.

Estação Artur Alvim

Local de Intervenção

Estação Corinthians Itaquera

Estação de Metrô

Figura 17 – Mapa Modais de Transportes (Metrô) Fonte: BAGESTERO, Bianca Barba (2019)

46


● Gabaritos

Como é possível observar na Figura 18, as edificações localizadas no entorno possuem uma predominância de gabarito baixo, entre um e dois pavimentos, com apenas algumas edificações acima de 3 pavimentos. Essa característica permite um aproveitamento de vários visuais da cidade por construções maiores, criando um possível marco para a região. Porém, é necessário um cuidado ao projetar para não prejudicar a característica de horizontalidade da região. Local de Intervenção 1 Pavimento 2 Pavimentos Figura 18 – Mapa de Gabaritos Fonte: BAGESTERO, Bianca Barba (2019)

47

3 Pavimentos 4 ou Mais Pavimentos


● Sistema Viário

A área escolhida para intervenção está localizada em um lote de esquina que possui uma rua de característica coletora e outra local, como é possível observar na Figura 19, o que facilita a criação de dois acessos, sendo eles públicos e privados. Isso auxilia os serviços de carga e descarga e trânsito de pessoas e veículos. Em sua proximidade se encontra uma via arterial que possui grande fluxo de automóveis, permitindo um fácil acesso ao terreno por esse meio de transporte. Local de Intervenção Via Arterial Via Coletora Via Local

Figura 19 – Mapa de Sistema Viário Fonte: BAGESTERO, Bianca Barba (2019)

48


● Equipamentos

21.D

21.E

21.F

De acordo com a Figura 20, a área envoltória do lote possui uma grande quantidade de escolas, um dos critérios para a escolha do terreno. Está localizado também em seu entorno dois clubes. Um deles é o SESI AE Carvalho, que ,além de possuir a escola de ensino fundamental e médio, também possui atividades destinadas aos esportes, como: natação, vôlei, lutas, basquete, judô, entre outros. Local de Intervenção

21.C

Escolas de Educação Infantil Escolas de Ensino Fundamental e Médio

21.A 21.B

SESI A.E. Carvalho Clube de Esporte - SESI Figura 20 – Mapa de Equipamentos Fonte: BAGESTERO, Bianca Barba (2019)

49

Clube de Esporta da Comunidade


21.A

EMEI Dinah Fernandes Costa 21.D

EMEF Jenny Gomes

21.B

CEI Diret Parque Das Paineiras 21.E

EMEF 8 de Maio

21.C

SESI A.E. Carvalho 21.F

Escola Municipal Cidade A.E. Carvalho

Figura 21 – Painel de Equipamentos (A;B;C;D;E;F) Disponível em: Google Maps Acesso em: 09.11.2019

50


CONCLUSÃO Com a análise feita neste capítulo, foi possível perceber que a região tem um grande potencial de desenvolvimento, já que o bairro está

em constante crescimento. Porém, a grande população que habita o local, considerando que o entorno tem como característica principal residências de alto e baixo padrão, ainda sofre com pouco acesso a cultura e a arte. Além disso, o local possui poucas áreas verdes por ser uma região muito adensada, sendo necessário uma criação de praça pública para amenizar os problemas causados pela deficiência de áreas permeáveis.

Sua área envoltória possui uma grande quantidade de escolas, o que trará público para a Escola de Artes que será proposta, além de possuir um fácil acesso ao terreno por meio de ônibus, metrô, trem e carros, já que é próxima à uma avenida principal da região. O gabarito do entorno, por ser predominantemente baixo, cria uma possibilidade de um marco na região explorando assim vários visuais da cidade.

51


52



03

ESTUDOS DE CASO


55


De um traço nasce a arquitetura. E quando ele é bonito e cria surpresa, ela pode atingir, sendo bem conduzida, o nível superior de uma obra de arte. (NIEMEYER, Oscar. Conversa de arquiteto. 1993, p.9)

O intuito deste capítulo é analisar cinco obras arquitetônicas que tem como foco principal escolas e arte. As obras a serem estudadas são: Praça das Artes do Brasil Arquitetura em São Paulo, Centro de Artes Hardesty do Selser Schaefer Architects nos Estados Unidos, Sesc 24 de Maio do Paulo Mendes da Rocha e MMBB Arquitetos em São Paulo, Centro Cultural Jean-Marie Tjibaou do Renzo Piano em Nova Caledônia e por último o Centro Cultural de São Paulo do Eurico Prado Lopes e Luiz Telles. Será analisado o conceito do projeto, a implantação, o programa estabelecido, como foi feita a setorização, os fluxos, a materialidade e a estrutura.

56


PRAÇA DAS ARTES - BRASIL ARQUITETURA 22.A

22.D

22.C

Implantação 22.B

22.E 13 14

A

8

1

12

A

5

6

11

2 4

3

Planta Térreo

57

Figura 22 – Painel Praça das Artes Fonte: ARCHDAILY; Adaptado por BAGESTERO, Bianca Barba (2019) (A;B;C;D;E;F;G;H) Disponível em: https://www.archdaily.com.br Acesso em: 21.10.2019

9

10

7


22.G

22.F

22

22

27

6 21

19

A

26 14

A 11 2

17

A

A

18

23

15 4

16

4

20

25

16

25

Planta 2º Pavimento

Planta 1º Pavimento 1 - Praça Central 2 - Hall Acesso 3 - Exposições 4 - Documentação 5 - Lanchonete 6 - Café 7 - Banca Revista 8 - Acesso Estacionamento 9 - Acesso / Circulação 10 - Auditório 11 - Restaurante 12 - Escultura Verdi 13 - Sala Ensaio Das Orquestras 14 - Sala dos Maestros

24

2

19

15 - Sala de Concertos 16 - Administração Escolas 17 - Cozinha 18 - Terraço 19 - Ligação entre edifícios 20 - Salas de Ensaio Dança e Música 21 - Terraço do Café 22 - Sala de Apoio e Camarins 23 - Camarins 24 - Sala de Ensaio Música 25 - Sala de Ensaio Dança 26 - Sala Coral Paulistano 27 - Sala Coral Lírico

22.H

Corte A.A. Setor de Serviço e Apoio

Setor Público

Setor Privado

Acesso de Pedestres

58


FICHA TÉCNICA Arquitetos Brasil Arquitetura Localização Av. São João, 281 - Centro São Paulo - SP, Brasil Área 28500.0 m2 Ano do Projeto 2012

Implantação

A implantação do projeto teve como premissa a preservação dos edifícios históricos: Conservatório Dramático e Musical e a fachada do Cine Cairo, que eram lotes que se conectavam no interior da quadra. Assim, como é possível observar na Figura

REFERÊNCIAS UTILIZADAS: circulação que conecta o entorno, materialidade e a setorização.

22.C, foi feita uma interligação entre três ruas distintas sendo elas: Avenida São João, Vale do Anhangabaú, e Rua Conselheiro Crispiniano.

59

Conceito

Programa

A Praça da Artes é um complexo cultural voltado as artes, como a

O programa do edifício da Praça das Artes atende à demanda do

dança, a música e exposições. O partido do projeto tinha o intuito

ensino de música e dança, além de ter um grande espaço de

de responder à um programa que possuía diversos novos usos

convivência. É um espaço destinado a Orquestras Sinfônica

relacionados a essas artes. O objetivo era transformar o espaço

Municipal e Experimental de Repertório, Corais Lírico e

físico criando espaços de convivência levando em consideração a

Paulistano, Balé da Cidade, Escolas de Música e de Dança e

história e a geografia do local (VITRUVIUS, 2013). Esse

Centro de Documentação Artística (VITRUVIUS, 2013). Ademais,

equipamento cultural, além de suprir a carência de espaços

o local comporta um Centro de Documentação, áreas para

culturais em São Paulo, desempenha um papel fundamental na

exposições, salas de recitais, administração, restaurantes, cafés e

requalificação urbana do local inserido (ARCHDAILY, 2013).

estacionamento, que são mostradas nas Figuras 22.E;F;G.


Setorização e Fluxos

Estrutura

Como é mostrado na Figura 22.D, o programa do complexo é

A estrutura da edificação se dá por meio de paredes de concretos

distribuído em três grandes blocos ligados por passarelas e blocos

estruturais que se apoiam nas laterais do terreno. Para suprir a

menores. O edifício possui pé direito livre, fazendo com que no

distribuição do programa feita pelos arquitetos, que tinha como

térreo tenha uma circulação livre com três acessos públicos em

objetivo um grande vão no térreo para circulação, além de um lote

ruas distintas interligando a região. O antigo Conservatório

com irregularidades, foi criada uma grelha de pilares de concreto

Dramático e Musical foi restaurado e atribuído um novo uso de

que conseguia aproveitar os muros de contenção e as fundações

galeria de exposições temporárias (VITRUVIUS, 2013).

vizinhas para sustentação. Com isso, os blocos construídos passaram do limite do lote e foram sustentados pela sua própria

Materialidade

vedação de concreto, formando grande vigas-paredes. No piso foi

O material principal desse projeto é o concreto. Foi utilizado

utilizado uma laje flutuante concretada sobre amortecedores, o que

concreto aparente pigmentado na cor ocre para o edifício dialogar

evita a transmissão de ruídos entre as salas (SCHNEIDER, 2013).

com a vizinhanças e com os edifícios restaurados, representados nas Figuras 22.A;B (VITRUVIUS, 2013). Foram utilizadas grandes aberturas com vidro para proporcionar uma conexão com o entorno além da entrada de iluminação natural.

60


CENTRO DE ARTES HARDESTY - SELSER SCHAEFER ARCHITECTS 23.A

23.B

Implantação 23.C

23.E

23.D

A

3

5

1

4

2 1

A

Planta Térreo

61

Figura 23 – Painel Centro de Artes Hardesty Fonte: ARCHDAILY; Adaptado por BAGESTERO, Bianca Barba (2019) (A;B;C;D;E;F;G;H;I) Disponível em: https://www.archdaily.com.br Acesso em: 21.10.2019

1


23.F

23.G

23.H

A

A

A

5

11

12

15

20

1 16 6

9

14 13

18 18 18 18

8

10

A

Planta 1º Pavimento 23.I

17

7

18 18 18

A

A

Planta 2º Pavimento

Planta 3º Pavimento 1 - Galeria 2 - Loja de Presente 3 - Jardim de Esculturas 4 - Preparação de Exposições 5 - Escritórios 6 - Biblioteca 7 - Studio Kids 8 - Loja de Madeira 9 - Sala de Conferência 10 - Terraço

Setor de Serviço e Apoio

Corte A.A.

19

11 - Studio 4D 12 - Studio 3D 13 - Studio 2D 14 - Artes Digitais 15 - Fotografia 16 - Espaço Colaborativo 17 - Espaço de Evento 18 - Studio Criativo 19 - Studio Externo 20 - Terraço Jardim

Setor Público

Setor Privado

Acesso de Pedestres

62


FICHA TÉCNICA Arquitetos Selser Schaefer Architects Localização Tulsa, Estados Unidos Área 43.000.0 m2 Ano do Projeto 2012

Implantação

O edifício está instalado no centro da quadra onde, em seus recuos laterais, foi feito um paisagismo que determinasse a circulação dos usuários, possível observar na Figura 23.B. A utilização de áreas verdes está muito presente. Foi definida uma grande área

REFERÊNCIAS UTILIZADAS: brise utilizado na fachada, conexão com o entorno, estrutura metálica

aparente e a materialidade. ●

Conceito

design do edifício foi pensado para envolver a comunidade. Foi levado em consideração a malha urbana do local onde o edifício remete as características do entorno (ARCHDAILY, 2015). ●

Programa

O objetivo principal do centro é atrair a população para as artes. O

Um centro de instrução para jovens desfavorecidos explorarem

edifício foi pensado para favorecer o processo criativo. O projeto

arte e cultura. Este centro oferece salas de aula comunitárias, além

se ajustou a um distrito histórico mantendo uma estética que

de um laboratório de fotografia, loja de madeira, sala de pintura e

transmitisse arte à comunidade. Os materiais honestos, tão

laboratório de informática, mostrados nas Figuras 23.E;F;G;H.

predominantes no distrito de artes de Brady, impulsionaram o

Também possui um telhado verde, além de duas áreas de praça ao

conceito dos arquitetos. Os componentes educacionais do edifício

ar livre para festas e workshops. Um pátio de grama ao ar livre é

são encobertos com um brise de aço perfurado desgastado, o que

usado para eventos, aulas e exposições de arte (SELSER

atrai a comunidade para os processos criativos que ocorrem no

SCHAEFER ARCHITECTS, 2012).

interior (ARCHDAILY, 2015).

63

permeável para exposições e apresentações ao ar livre e todo o


Setorização e Fluxos

Estrutura

O térreo se conecta com o entorno através de fachadas de vidro

A estrutura do edifício é feita através de pilares metálicos que

móveis, mostradas na Figura 23.A, que permitem que os pedestres

ficam aparentes nos andares, onde é possível notar na Figura 23.C,

participem da atividade nos espaços de exibição. Nesse espaço se

e proporcionam uma fachada e pavimentos livres. Sua fachada é

encontra uma galeria com exposições temporárias. No lado externo

coberta com panos de vidro sustentadas por perfis metálicos. É

dessa galeria é possível encontrar uma área verde ao ar livre onde

utilizado também grandes pilares de concreto no centro do edifício

acontecem apresentações e exposições. No último andar do

que compõe o design arquitetônico (ARCHDAILY, 2015).

edifício está inserido um terraço jardim destinado a aulas de pintura e pontos visuais para aulas de fotografia (SELSER SCHAEFER ARCHITECTS, 2012). ●

Materialidade

O Centro de Artes Hardesty aplica o uso de materiais básicos. Painéis de metal perfurado, observado na Figura 23.D, vidros extensos e paredes de concreto exposto que demonstram a característica local de estilo industrial (SELSER SCHAEFER ARCHITECTS, 2012).

64


SESC 24 DE MAIO – PAULO MENDES DA ROCHA E MMBB ARQUITETOS 24.A

24.B

24.C

Implantação 24.D

24.E

24.F A

2 3

A 1

B

Planta 2º Subsolo

65

Figura 24 – Painel SESC 24 de Maio Fonte: ARCHDAILY; Adaptado por BAGESTERO, Bianca Barba (2019) (A;B;C;D;E;F;G;H;I;J;K) Disponível em: https://www.archdaily.com.br Acesso em: 21.10.2019

B


24.G

24.H

2

3 A

A

4

A

24.I

2

3

8

A A

7

3

2

A

10 12

7 B

B

5

B B

B

B

9 11 6

Planta 1º Subsolo 24.J

8 8

Planta Pavimento Tipo

Planta Térreo 24.K

1 - Plateia Teatro 2 - Salas de Apoio 3 - Elevadores 4 - Teatro 5 - Café 6 - Foyer

Setor de Serviço e Apoio

Corte A.A.

Corte B.B.

7 - Banheiros 8 - Acesso 9 - Atendimento 10 - Praça do SESC 11 - Acesso ao Teatro 12 - Pavimento Tipo

Setor Público

Setor Privado

Acesso de Pedestres

66


FICHA TÉCNICA Arquitetos Paulo Mendes da Rocha e MMBB Arquitetos Localização R. 24 de Maio, 109 - São Paulo - SP Área 27.865.0 m2 Ano do Projeto 2017

Implantação

O edifício está inserido no centro da cidade, uma região bastante adensada, e não possui recuos em relação a rua, como é possível observar na Figura 24.B. Porém, os arquitetos propuseram uma praça aberta localizada no térreo onde é possível atravessar o

REFERÊNCIAS UTILIZADAS: praça aberta no térreo, distribuição do programa, rampa que conecta todos os

por dentro do edifício. ●

Conceito

Programa

O projeto tem como partido contribuir com a recuperação da área

O programa do edifico foi elaborado com o intuito de trazer os

central da cidade de São Paulo, que se encontra degradada,

serviços do Sesc para a região proposta. O local conta com piscina,

trazendo um marco para a região com a "Praça do SESC“, de

salas de dança, esportes, oficinas, áreas para exposição, biblioteca,

circulação

população

restaurante, teatro, administração, além de uma grande área de

(ARCHDAILY, 2018). O edifício foi elaborado sobre um edifício

circulação e convivência, mostradas nas Figuras 24.F;G;H;I. O

abandonado onde foi reformulada totalmente a parte interna dessa

interessante foi que o projeto conseguiu atender a demanda do

construção trazendo novos usos e circulação. A proposta dos

cliente trazendo todos os ambientes desejados em um prédio que já

arquitetos era trazer um contato entre o edifício, o tráfego e

era existente (GRUNOW, 2017).

livre

conectando

o

permanência livre (GRUNOW, 2017).

67

entorno. Essa forma a qual o edifício foi projetado possibilitou um convite ao pedestre, o atraindo a entrar e prosseguir seu caminho

andares e a materialidade. ●

edifício possibilitando uma circulação livre e conexão com seu

entorno

e

a


Setorização e Fluxos

Estrutura

Os andares da edificação possuem usos variados onde cada

A malha estrutural do edifício existente foi mantida apesar de

patamar abriga um ambiente do programa, setorizando, assim, por

densa e irregular. Além disso, foi construída uma nova estrutura

tema, demonstrado na Figura 24.C. A circulação do edifício é feita

para suportar a piscina instalada no topo do edifício onde é apoiada

principalmente por uma rampa que acessa todos os pavimentos do

em 4 pilares de concreto circulares que atravessam todo o edifício,

edifício, obtendo um fluxo linear e contínuo, de acordo com a

observados na Figura 24.K.

Figura 24.D. O usuário que opta circular por essa rampa ao invés do elevador, é surpreendido a cada andar, já que possuem usos diferentes onde o percurso se torna uma atração à parte (GRUNOW, 2017). ●

Materialidade

O material utilizado nesse projeto foi o concreto, vidro e estrutura metálica. O edifício é elaborado, em sua maioria, com concreto aparente com alguns pontos de estrutura metálica, principalmente nas fachadas. A fachada é revestida com panos de vidro que permitem uma conexão entre o interior e exterior (ARCHDAILY, 2018).

68


CENTRO CULTURAL JEAN-MARIE TJIBAOU - RENZO PIANO 25.A

25.B

25.C

Implantação 25.D

69

25.E

Figura 25 – Painel Centro Cultural Jean-Marie Tjibaou Fonte: ARCHDAILY; Adaptado por BAGESTERO, Bianca Barba (2019) (A;B;C;D;E;F;G;H;I) Disponível em: https://www.archdaily.com.br Acesso em: 21.10.2019

25.F


25.G

25.H A 3

1

4

2 A

Planta Térreo 25.I

1 - Exposições Permanentes 2 - Anfiteatro 3 - Área de Pesquisa 4 - Administração Setor de Serviço e Apoio

Corte A.A.

Setor Público

Setor Privado

Acesso de Pedestres Acesso de Veículos de Visitantes Acesso de Veículos de Fornecedores

70


FICHA TÉCNICA Arquitetos Renzo Piano Localização Nouméa, Nova Caledônia Área 8.550.0 m2 Ano do Projeto 1991 - 1998

Implantação

A construção está inserida em uma península em Nouméa. Seu entorno é cercado pela natureza, onde o local é banhado pelo mar e possui densa vegetação, observadas na Figura 25.D, já que a cultura Kanak prevê moradias povoadas, mas que remetem a um

REFERÊNCIAS UTILIZADAS: projeto baseado na cultura local, conexão com a natureza, distribuição do

programa. ●

71

Conceito

bosque. O edifício propôs no terreno um agrupamento de volumes que se unem com percursos e espaços abertos por meio de um núcleo (VITRUVIUS, 2005). ●

Programa

O conceito do local foi baseado em criar um edifício cultural que

O programa do centro cultural consiste em espaços para

remetesse as tradições e histórias das aldeias indígenas Kanak,

exposições permanentes e temporárias, anfiteatros, escritórios,

expressando seus costumes, porém com uma linguagem moderna

administração, sala de pesquisa, biblioteca, sala de conferência,

com o uso da tecnologia. O projeto foi feito a partir da necessidade

oficinas de escultura, dança, música e pintura. Essas áreas são

de aumentar a ventilação natural em um local com clima úmido,

distribuídas e setorizadas em três áreas que foram denominadas de

trabalhando de acordo com a cultura de Kanak onde as construções

vilas, como é possível observar na Figura 25.G (VITRUVIUS,

têm relação direta com a natureza (ARCHDAILY, 2016).

2005).


Setorização e Fluxos

Materialidade

O acesso do edifício é feito pela parte de trás, por meio de um

Os materiais utilizados na edificação remetem a arquitetura natural

caminho orgânico com áreas amplas e comprimidas, que lembram

das aldeias Kanak, que preza pela conexão com a natureza e

aldeias tradicionais, e que se conectam a uma área central onde

elementos naturais como a vegetação, vento e luz. Nas cabines, que

fica a entrada do centro cultural, mostrada na Figura 25.C. O

possuem a forma de cabanas Kanakas, foram utilizadas madeira iroko

edifício foi setorizado em três vilas, em que cada vila abriga uma

para revestir a estrutura combinada com o vidro, aço e cortiça para

função. A primeira vila tem caráter cultural e abriga áreas de

trazer um ar de simplicidade para o edifício (VITRUVIUS, 2005).

exposições permanentes, auditório e anfiteatro. Já a segunda vila se encontra a área administrativa com salas de pesquisa,

conferência e biblioteca. Por último, a terceira vila abriga oficinas

A estrutura do edifício foi feita por meio de pilares e vigas de

de música, pintura, dança e escultura, setorização possível de ser

madeira e revestida com uma camada de madeira iroko com

notada na Figura 25.G. O caminho que dá acesso a essas vilas

diferentes espaçamentos e larguras entre elas, notadas na Figura 25.E.

possui uma temática que conta a história das aldeias indígenas

A conexão da estrutura foi feita por meio de tubos horizontais e vigas

Kanak, passando pela sua criação até a morte e o renascimento

diagonais de aço inoxidável que tem a função de impedir a

(ARCHDAILY, 2016).

flambagem, como mostrado na Figura 25.F (VITRUVIUS, 2005).

Estrutura

72


CENTRO CULTURAL SÃO PAULO - EURICO PRADO LOPES E LUIZ TELLES 26.A

26.B

Implantação 26.C

26.D

26.E

73

Figura 26 – Painel Centro Cultural São Paulo Fonte: Adaptado por BAGESTERO, Bianca Barba (2019) (A;C;D;E;J) Disponível em: https://www.archdaily.com.br (B;F) Disponível em: https://docplayer.com.br/ (G;H;I) Disponível em: http://centrocultural.sp.gov.br/ Acesso em: 21.10.2019

26.F


26.G

26.J

A

4 3 5

1 3

2

4

Piso Caio Graco 26.H

A 3

5 6

Corte A.A.

A

8

5 7

12 9

3

5

3

11

14

17

13

5

16

10

Piso Flávio de Carvalho

A

26.I

A 19

15

18 25 25

18

20

22

24

26 25

21

Piso Biblioteca

23

5

1 - Sala Tarsila do Amaral 2 - Sala de Debates 3 - Exposição 4 - Jardim Suspenso 5 - Banheiros 6 - Jardim Sul 7 - Guarda Volumes 8 - Restaurante 9 - Área de Convivência 10 - Guarda Civil 11 - Sala Adoniran Barbosa 12 - Bilheteria 13 - Foyer Setor de Serviço e Apoio

A

14 - Loja 15 - Sala Jardel Filho 16 - Portaria da Administração 17 - Acesso Metrô Vergueiro 18 - Biblioteca 19 - Sala de Leitura 20 - Praça 21 - Discoteca 22 - Gibiteca 23 - Arquivo 24 - Anexo 25 - Sala Privada 26 - Administração Setor Público

Setor Privado

Acesso de Pedestres

74


FICHA TÉCNICA Arquitetos Eurico Prado Lopes e Luiz Telles Localização R. Vergueiro, 1000 - Paraíso, São Paulo Área 46500.0 m2 Ano do Projeto 1979

Implantação

O projeto é localizado em um local estratégico de São Paulo, entre a Avenida 23 de Maio e a Rua Vergueiro. Possui aproximadamente 300 metros de comprimento por 70 metros de largura, provido de uma desapropriação de residências por conta da construção da

REFERÊNCIAS UTILIZADAS: edifício como uma continuação da rua, terraço jardim, espaços ao ar livre,

por cinco aberturas, conforme a Figura 26.B. Possui uma área de 46.500m² e se tornou um marco, já que foi um dos primeiros

programa e circulação contínua. ●

linha azul do metrô (AZEVEDO, 2010). O Acesso ao edifício se da

locais culturais multifuncionais da cidade (SCHAD, 2017). ●

Conceito

Programa

O Centro Cultural de São Paulo foi instalado em 1982, ano em que

O programa do edifício foi sendo modificado conforme o tempo.

acontecia

conceitos

Primeiramente, seria uma extensão da biblioteca Mário de

revolucionários com o intuito de elaborar um projeto aberto e que

Andrade, mas foram adicionadas áreas de exposições, teatro e

fosse uma continuação da rua onde os pedestres pudessem entrar

restaurante (AZEVEDO, 2010). No edifício é possível usufruir de

no edifício livremente e ver o prédio funcionando (ARCHDAILY,

espaços de oficinas, espetáculos de teatro, música e dança, além de

2017). Por ter sido elaborada como uma praça livre e transparente,

um grande acervo na biblioteca, demonstrados nas Figuras

o local permite uma liberdade para os usuários para que possam

26.G;H;I. Existe uma grande área verde no edifício. No centro

dançar, estudar, jogar, descansar, entre outras coisas.

existe um jardim de 700 m², mostrado na Figura 26.D, e um

a

ditadura

militar.

Foram

utilizados

terraço jardim que proporciona um espaço de convivência e uma vista da cidade. 75


Setorização e Fluxos

Estrutura

O térreo possui uma grande rua, de 300 m² de comprimento, onde

A estrutura do edifício foi elaborada com concreto e metal. Foi

é possível percorrer todo o edifício. A partir dela, se dá o acesso

feita uma cortina de concreto atirantado e chapas de ancoragem

por meio de escadas e elevadores para o teatro, cinema e auditório

que são visíveis na biblioteca. No centro, existem pilares metálicos

e por meio de rampas é possível chegar na biblioteca e discoteca,

de cor azul que parecem troncos de árvores, como podem ser

como é possível observar nas Figuras 26.C;F. Nos extremos dessa

vistos na Figura 26.C. As vigas que são feitas de concreto

rua principal se localiza o espaço de exposições e os ateliês e

aumentam sua espessura quando chegam nos pilares e diminuem

oficinas. O programa foi distribuído de forma horizontal entre

no meio do vão. Esse tipo de estrutura utilizada se integrou com a

quatro pavimentos de forma contínua e linear (SCHAD, 2017).

paisagem já que o edifício é recuado do passeio e possui vegetações (AZEVEDO, 2010).

Materialidade

Os materiais utilizados na edificação conquistaram uma identidade notável. Foi utilizado aço moldado como complemento do concreto armado aparente, materiais incomuns na época. Foram utilizados espaços envidraçados e aberturas zenitais para a entrada de iluminação natural (ARCHDAILY, 2017).

76


COMPARAÇÃO DOS ESTUDOS DE CASO PROJETO

Praça das Artes Brasil Arquitetura

Centro de Artes Hardesty - Selser Schaefer Architects

Sesc 24 de Maio Paulo Mendes da Rocha e MMBB Arquitetos

Centro Cultural Jean-Marie Tjibaou - Renzo Piano

Centro Cultural São Paulo - Eurico Prado e Luiz Telles

TAMANHO M²

PROGRAMA

MATERIAIS

ESTRUTURA

VEGETAÇÃO

OBJETIVOS

28.500,00 m²

Salas de Música e Dança; Espaço de Convivência; Sala de Concertos; Restaurante e Café

Concreto Pigmentado na Cor Ocre

Parede de Concreto Estrutural; Grelha de Pilares de Concreto; Grandes Vigas-Paredes; Laje Flutuante

Escassa

Circulação que conecta o entorno; Setorização; Requalificação do Entorno

43.000,00 m²

Salas de aula Comunitárias Paineis de Metal Perfurado; Pilares Metálicos; Panos de e Pintura; Laboratório de Vidros Extensos e Paredes Vidro com Perfis Metálicos; Fotografia e Informática de Concreto Pilares de Concreto

Adequada

Conexão com o Entorno; Favorecer o Processo Criativo; Usar as Características Locais no Projeto

27.865,00 m²

Piscina; Salas de Dança e Esporte; Oficinas; Áreas de Concreto Exposições; Biblioteca; Vidro e Estrutura Metálica Restaurante e Teatro

Escassa

Praça aberta do Térreo; Distribuição do programa por andar; Circulação Linear e Contínua

8.550,00 m²

Área para Exposições; Anfiteatro; Oficinas de Escultura, Dança, Música e Pintura

Madeiras Iroko; Vidro; Aço e Cortiça

Pilares e Vigas de Madeira; Conexão com estrutura de Aço Inoxidável

Abundante

Remeter as Tradições das Aldeias Indígenas; Aumentar a Ventilação Natural; Conexão com a Natureza

46.500.0 m²

Oficinas; Áreas para Exposições; Teatro; Restaurante; Biblioteca

Concreto Armado; Aço Moldado; Vidro

Pilares de Aço; Vigas de Concreto; Chapas de Ancoragem

Abundante

Ser um Projeto Revolucionário; Edifício como uma Continuação da Rua; Praça Livre

Estrutura do edifício já existente e novos pilares circulares para sustentar a piscina

Tabela 1 – Comparação dos Estudo de Caso Fonte: BAGESTERO, Bianca Barba (2019)

77


CONCLUSÃO Com a análise dos estudos de caso é possível observar que, apesar dos cinco edifícios possuírem o mesmo tema, referente a arte e a

cultura, possuem soluções e propostas arquitetônicas distintas. Além do programa determinado, a setorização e os materiais utilizados trazem uma característica própria para cada edifício, os tornando únicos.

As variáveis de cada projeto estudado, como a materialidade, estrutura, setorização, circulação, teve como propósito determinar itens necessários para a elaboração da Escola de Arte proposta, como quantidade de salas ideais, tipos de materialidades e estruturas existentes, além de entender a importância do entorno no projeto.

Os projetos analisados têm em comum a interação com o entorno, que possibilitam uma circulação livre por meio de uma praça aberta no térreo ou até mesmo com a materialidade usada. Essa conexão com os arredores, tanto com a natureza quanto com os edifícios existente, tem uma grande relevância na arte de projetar e trazer uma continuidade no espaço público.

78



04

PROGRAMA DE NECESSIDADES


81


A forma segue a função: isso tem sido mal interpretado. deveriam ser um só, juntos em uma reunião espiritual. (WRIGHT, Frank Lloyd. Informação verbal. 19..)

Neste capítulo, após a contextualização do tema, análise da área e estudos de projetos de referência, será definido o programa de necessidades adequado para a região. Consistirá em apresentar os objetivos e as diretrizes adotadas para o projeto além de um organograma e fluxograma.

82


OBJETIVOS E DIRETRIZES ADOTADAS Após a análise dos equipamentos culturais e artísticos disponíveis em São Paulo, foi possível verificar que há uma grande defasagem e desigualdade entre as regiões da capital paulista. Sendo assim, o projeto aqui proposto visa suprir a necessidade da região trazendo arte e

cultura para a Zona Leste de São Paulo, que se encontra entre as áreas com menos equipamentos culturais e artísticos, além de implantar uma área verde para a região. Para isso será projetado uma escola artística que disponibilizará de:

● Aulas de dança, música, teatro, fotografia, artes visuais e

● Ambientes públicos como praças com exposições, biblioteca,

artesanato.

áreas de estudos, FabLab, anfiteatro, teatro e sala de concerto.

● Áreas para oficinas onde serão ministrados cursos de curta

● Uma praça aberta com um paisagismo que conquiste os

duração para todas as idades.

moradores da região.

O projeto irá trazer um novo equipamento público para a região de Arthur Alvim que irá proporcionar uma nova condição de lazer e

convivência para os moradores da região, que irão poder frequentar, além das aulas e oficinas voltadas para as artes, peças teatrais, concertos musicais, restaurante, biblioteca, entre outros. Os principais objetivos do projeto são: Trazer arte e cultura para a Zona Leste de São Paulo

Suprir a necessidade de áreas verdes na região

Requalificação da paisagem da região Figura 27 – Objetivos do Projeto Fonte: BAGESTERO, Bianca Barba (2019)

83

Trazer novas opções de entretenimento, lazer e estudo

Novos atrativos artísticos para a população


As principais diretrizes adotadas são:

1

Trazer ambientes de convivência

2

Valorização de iluminação e ventilação natural

3

Propor áreas arborizadas e permeáveis

4

Utilizar vegetações para conectar espaços

5

Garantir uma circulação que conecte o entorno

6

Usar materiais construtivos compatíveis com o entorno

7

Explorar pontos visuais da cidade

8

Proporcionar diferentes sentimentos

9

Criar espaços convidativos

10

Utilizar rampas interativas que conectem os andares

11

Utilizar brises para controlar a iluminação no ambiente

12

Criar espaços livres para realizações de atividades

Figura 28 – Diretrizes Adotadas Fonte: BAGESTERO, Bianca Barba (2019)

84


ORGANOGRAMA E FLUXOGRAMA A proposta foi dividida em três espaços principais para adquirir uma melhor organização do edifício, sendo eles: espaço público

e de convivência, espaço administrativo e de apoio e, por último, espaço de ensino. Na Figura 29 é possível observar as relações propostas entre os espaços onde a área pública e de convivência se conecta com as outras áreas e, por meio dela, é distribuído o fluxo no edifício.

O fluxograma, Figura 30, foi dividido em três setores: setor de

ESPAÇO PÚBLICO E DE CONVIVÊNCIA ESPAÇO DE ENSINO

ESPAÇO ADMINISTRATIVO E DE APOIO

Figura 29 – Organograma Fonte: BAGESTERO, Bianca Barba (2020)

convivência e público, setor administrativo e setor educacional. O acesso ao edifício se dará por duas ruas: a Av. Esperantina e a Rua Cláudio Ptolomeu. O acesso público e estudantil será, principalmente, pela avenida e a entrada de serviço pela rua de caráter local. As duas ruas dão acesso a uma praça central, que será de acesso público para a convivência da população e por onde irá partir o restante da circulação de serviço e educacional no decorrer do prédio. A entrada principal para os espaços públicos e de convivência, como a biblioteca, teatro, restaurante, entre outros, terá uma entrada principal diretamente pela ruas e uma entrada secundária que terá acesso a praça central proposta.

85


Figura 30 – Fluxograma Fonte: BAGESTERO, Bianca Barba (2020)

86


PROGRAMA DE NECESSIDADES A elaboração do programa de necessidades, Tabela 2, se deu a partir da delimitação das atividades que acontecerão no local de acordo

com a demanda da região por equipamentos culturais e artísticos. Foi determinada as aulas que seriam ministradas no edifício e, a partir daí, foram inseridas as áreas necessárias para o funcionamento da escola.

O tamanho de cada sala de aula foi determinado de acordo com a quantidade de alunos por ambiente. Para um melhor aproveitamento, foi determinado um número reduzido de alunos – entorno de 20 estudantes por sala. O DECRETO N°. 12.342 determina que a área das salas deverá ser de 1,20 m² por aluno em carteira individual. Sendo assim, foi determinada a metragem quadrada de cada sala de acordo com essas informações. Para salas que demandam equipamentos como, por exemplo, salas de música, dança, costura e pintura, a metragem quadrada foi determinada de acordo com cada equipamento utilizado e com uma análise dos estudos de caso apresentados.

A área administrativa foi definida de acordo com a necessidade para funcionamento do prédio e gestão escolar. Foram analisados os

estudos de caso para determinar a quantidade de funcionários e assim determinar o tamanho dos ambientes. O estacionamento foi determinado de acordo com o Código de Obras da Cidade de São Paulo que define a quantidade de vagas de acordo com a característica do edifício e a metragem quadrada. Para o edifício proposto, foi utilizado 1 vaga a cada 60m² construído sendo 5% das vagas para idosos e 3% para pessoas com deficiência física.

A metragem das áreas públicas e de convivências são justificadas de acordo com a taxa de ocupação e o coeficiente de aproveitamento do terreno, onde o T.O é de 0,7 e o C.A é 2, 16.100 m² e 46 mil m², respectivamente. Sendo assim, foi determinada como área pública e de convivência 33% do T.O permitido na região e 19% para área educacional.

87


ESPAÇO ADMINISTRATIVO E DE APOIO

ESPAÇO PÚBLICO E DE CONVIVÊNCIA

ESPAÇO DE ENSINO

ÁREA M²

ÁREA TOTAL M²

QUANTIDADE

ÁREA M²

ÁREA TOTAL M²

9

Tamanhos variados

183,21

3

Tamanhos variados

297,03

Estúdio

2

Tamanhos variados

65,51

Depósito e Manutenção

1

87.51 M²

87,51

2

Tamanhos variados

202,33

2

34.46 M²

68,92

4

Tamanhos variados

98,24

1

75.32 M²

AMBIENTE

AMBIENTE

QUANTIDADE

ÁREA M²

ÁREA TOTAL M²

Espaço Público e Convivência

2

Tamanhos variados

2233,41

Restaurante

1

159,43

159,43

Café

1

20,63

20,63

Livraria e Papelaria

1

215,67

215,67

Biblioteca

1

863,33

863,33

Sala Multimídia

3

11,13

33,39

FabLab

1

84,59

84,59

75,32

Oficinas

6

Tamanhos variados

205,35

Bilheteria

1

29,3

29,3

Foyer

1

743,58

743,58

Antecâmara

2

65,18

130,36

Teatro

1

626,18

626,18

121,5

121,5

1

20,77

20,77

Direção e Coordenação

1

20,4

20,4

Financeiro

1

27,8

27,8

Assessoria Jurídica

1

26,56

26,56

Arquivo

1

23,31

23,31

Sala de Reunião

1

20

20

Recepção

1

24,63

24,63

Direção e Coordenação

2

15,89

31,78

Sala dos Professores

1

34,08

34,08

Sala de Reunião

2

22,69

45,38

Sala de Ensaio Coletiva Sala de Ensaio Pequena Sala de Ensaio Indivídual Depósito de Figurinos e Cenários

Sala de Reunião

4

5,68

22,72

Sala de Ensaio

2

Tamanhos variados

202,33

Informática

1

30

30

Sala com Plataforma

1

137.20 M²

137,2

Enfermaria

2

20,34

40,68

Vestiario PNE

1

5.59 M²

5,59

Coxia

1

118,77

118,77

Camarim

2

Tamanhos variados

105,08

Vestiários

2

Tamanhos variados

59,84

Cabine de Som

1

29,05

29,05

Ateliê de Desenho

1

25.71 M²

25,71

2

49,62

99,24

Ateliê de Escultura

1

80.69 M²

80,69

1

5,6

5,6

33,19

33,19

1

59.94 M²

59,94

QUANTIDADE

1

Ateliê de Pintura

AMBIENTE

Café Estudantes

ÁREA M²

ÁREA TOTAL M²

Copa

1

63,59

63,59

Ateliê de Reciclagem

1

59.94 M²

59,94

Depósito

15

Tamanhos variados

197

Estar Funcionários

1

46,18

46,18

Ateliê de MDF

1

80.69 M²

80,69

Caixa d'água

2

Tamanhos variados

44,03

Cozinha

1

38,53

38,53

Ateliê de Cerâmica

1

59.94 M²

59,94

Sanitários

38

Tamanhos variados

506,52

Câmara Fria

3

9,17

27,51

DML

1

9,17

9,17

Ateliê de Cenografia

1

75.32 M²

75,32

Sanitários PNE

24

Tamanhos variados

99,6

Ateliê de Constura e Figurinos

1

34.46 M²

34,46

Ateliê de EVA

1

34.46 M²

34,46

Estúdio de Fotografia

3

Tamanhos variados

167,58

ESPAÇO ADMINISTRATIVO E DE APOIO

16594,84

Sala de Revelação

2

15.86 M²

31,72

ESPAÇO PÚBLICO E DE CONVIVÊNCIA

5345,22

Depósito de Equipamentos

1

34.86 M²

34,86

INFRAESTRUTURA GERAL

3010,88

Sala Teórica

6

Tamanhos variados

406,03

ESPAÇO DE ENSINO

847,15

Sala Multiuso

6

Tamanhos variados

376,51

ÁREA TOTAL

25798,09

2

Tamanhos variados

42,26

1

10,28

10,28

Sala de Máquinas

1

24,08

24,08

292 VAGAS

-

37 VAGAS IDOSO

-

27 VAGAS PNE

-

30 MOTO

-

Paraciclo

20 VAGAS

-

29,92

Carga e Descarga

1

109,78

109,78

Estacionamento

15313

EDUCACIONAL CULTURAL

INFRAESTRUTURA GERAL

GERAL

DANÇA TEATRO ATÊLIES FOTOGRAFIA

Sala de Controle Sala de Segurança

Sala de Instrumento Individual Sala de Instrumento Coletiva

CONVIVÊNCIA

1

MÚSICA

Recepção Secretaria e RH

Vestiário Funcionários Vestiário Funcionários PNE

APOIO

QUANTIDADE

GERAL

EDUCACIONAL

ADMINISTRATIVO

AMBIENTE

ÁREAS TOTAIS EM M²

Tabela 2 – Programa de Necessidades Fonte: BAGESTERO, Bianca Barba (2020)

88


CONCLUSÃO A construção do programa de necessidades tem grande importância no projeto, já que estabelece os ambientes que serão inseridos no

edifício, dando a ele a característica de Escola de Artes. O projeto visa a requalificação da área, trazendo opções de estudo das artes para a população, além de valorizar o entorno e o edifício como parte da cidade e do cotidiano.

O intuito é incentivar o ensino da arte além de trazer uma opção de lazer e convivência para o público da região de Arthur Alvim. Para isso, foram propostas atividades variadas no edifício, como aula de artes, música, fotografia, entre outras, além de proporcionar um espaço público para a população que poderá usufruir de áreas de convivência, áreas de estudos e atividades culturais como peças de teatro, concertos e exposições.

Além disso, no projeto será feito uma grande praça pública para suprir a necessidade de áreas verdes na região, que conectará o edifício com o entorno, através de um térreo livre. Com isso, o projeto proposto trará um novo atrativo para a região para que seja possível

estudar, recrear e circular.

89


90



05

PROJETO


93


A arquitetura é o jogo sábio, correto e magnífico dos volumes dispostos sob a luz. (LE CORBUSIER. Informação verbal. 19..)

O capítulo aqui apresentado tem como intuito elaborar uma Escola de Artes para a região de Artur Alvim, trazendo para o local um equipamento de cultura e lazer. Serão feitas propostas urbanísticas e projetuais levando em consideração a melhor disposição dos volumes em relação a iluminação e ventilação criando um projeto diferenciado que desperte a criatividade e a imaginação em cada indivíduo.

94


CONCEITO E PARTIDO A Escola de Artes Cláudio Ptolomeu tem como conceito principal a criatividade e a liberdade. Será proposto um ambiente onde os usuários poderão usufruir de espaços amplos e diferenciados que desperte em cada indivíduo o senso CRIATIVO e IMAGINATIVO utilizando os princípios da pedagogia Waldorf. O espaço, além de suprir a necessidade de um equipamento cultural e artístico na região, trará para os moradores um ambiente de

lazer e convivência para que eles possam recrear, trabalhar e circular, tendo, assim, um papel muito importante na requalificação urbana do entorno.

Um dos objetivos do projeto é atrair a população para a cultura e para a arte. Sendo assim, será elaborada uma volumetria que seja uma

continuação da rua como uma PRAÇA ABERTA e agradável. O lote onde será inserido o edifício se encontra na topografia mais alta em relação ao entorno. Por esse motivo será desenvolvido um projeto que se torne um marco para a região de fácil visualização. Além disso, a proposta visa suprir a necessidade de espaços verdes na região, já que possui uma grande defasagem em relação a áreas permeáveis. Assim, a volumetria terá uma metragem quadrada suficiente para a acomodação do programa de necessidades, já que a maior parte do terreno será destinada a área verde.

O partido arquitetônico consiste em:

95

1

Espaços diferenciados que despertem a criatividade

2

Conexão com a natureza e iluminação natural

3

Utilizar princípios da metodologia Waldorf

4

Circulação contínua entre os pavimentos

5

Implantação como continuação da rua

6

Térreo livre e aberto


PRINCÍPIOS DA PEDAGOGIA WALDORF Como já mencionado anteriormente, o método Waldorf cultiva a criatividade e a imaginação, utilizando atividades corporais, artesanais e

artísticas (LANZ, 1998). Para um melhor aprendizado, a arquitetura das escolas que utilizam dessa pedagogia deve seguir alguns princípios para que os estudantes despertem todas suas qualidades de forma holística (WONG, 1987, LANZ, 1998). Esses princípios, que se resumem em integração, correlação e inspiração, visam motivar o estudante através do ambiente físico de forma que, a partir da forma, cor, natureza e iluminação, o aluno se envolva por completo no aprendizado (WONG, 1987). Sendo assim, levando em consideração os fundamentos definidos por Rudolf Steiner — criador da pedagogia Waldorf — foram utilizados os seguintes princípios para a elaboração da Escola de Artes Cláudio Ptolomeu: ●

Trabalhar os ambientes com formas mais orgânicas, com salas de aula em formatos diferenciados.

Criar espaços de circulação com gestos e caracteres diferentes.

Flexibilidade de uso e de layout dos ambientes.

Conexão com natureza e iluminação natural.

Utilização de cores que participam ativamente no processo de aprendizado como: pêssego, azul e verde.

96


DESENVOLVIMENTO DA VOLUMETRIA Para determinar a volumetria, o primeiro critério que foi levado em consideração foi o do conforto térmico. Foram analisadas as fachadas de acordo com a posição do sol e do vento para definir a melhor forma e angulação. Os programas foram distribuídos conforme a necessidade de iluminação. As salas de aulas e a administração foram alocadas, em sua maioria, na fachada com melhor insolação, Norte e Leste. Já os espaços de circulação, que não necessitam de muita iluminação, foram distribuídos nas fachadas Sul e Oeste.

A disposição do edifício foi determinada de acordo com a direção dos ventos. Com a subtração da volumetria, onde foi dividido a mesma em dois blocos além de deixar o térreo livre, foi possível permitir a ventilação na edificação durante o ano todo por conta dos vãos criados que, além de distribuir a ventilação, servem como um ambiente de convivência e facilitam a circulação entre as ruas Cláudio Ptolomeu e Avenida Esperantina.

Além disso, para trazer um movimento na volumetria, foram feitos alguns deslocamentos nos blocos de forma que trouxessem uma dinâmica e leveza para a implantação. Por fim, para conectar os dois blocos que ficaram distanciados entre si, foram utilizadas passarelas que ligam as áreas estudantis e uma cobertura metálica que permite uma integração entre os dois edifícios. disponibilizados

duas

aberturas

zenitais

para

Foram

permitir

a

iluminação natural e, em uma delas, a ventilação natural. Na Figura 32 é possível observar os processos projetuais para chegar na volumetria final. 97

Figura 31 – Volumetria Fonte: BAGESTERO, Bianca Barba (2020)


DIAGRAMA VOLUMÉTRICO

1

Subtração da volumetria

2

Subtração da volumetria

3

Subtração da volumetria

4

Deslocamento da volumetria

5

Subtração da volumetria

6

Deslocamento da volumetria

7

Deslocamento da volumetria

8

Adição na volumetria

9

Volumetria final

Figura 32 – Diagrama Volumétrico Fonte: BAGESTERO, Bianca Barba (2020)

98


PARÂMETRO DE OCUPAÇÃO UTILIZADOS

C.A. = 14.338 m²

T.O. = 4.705 m²

Recuos = 12 M

Gabarito = 27 M

Figura 33 – Parâmetro de Ocupação Utilizados Fonte: BAGESTERO, Bianca Barba (2020)

A Taxa de Ocupação e o Coeficiente de Aproveitamento utilizados foram menores que o proposto pela legislação. Isso ocorreu já que a proposta de intervenção visa também suprir as necessidades de áreas verdes na região. De

acordo com a SVMA, Secretaria do Verde e Meio Ambiente (2017), a região da Zona Leste de São Paulo possui, em média, menos de um metro quadrado de área verde por habitante, além do fato de que o distrito de Arthur Alvim não possui nenhuma praça pública. Conforme a OMS, Organização Mundial da Saúde (2019), a metragem quadrada ideal seria de 12 metros quadrados de área verde por habitante. Sendo assim, foi projetada uma volumetria com tamanho ideal para atender o programa de necessidades proposto. O restante do lote foi destinado a uma praça arborizada e permeável.

99

ÁREA VERDE IDEAL: 12 M² POR HABITANTE

ZONA LESTE: MENOS DE 1 M² POR HABITANTE

Figura 34 – Índice de Áreas Verdes Fonte: BAGESTERO, Bianca Barba (2020)


ESTRUTURA A estrutura utilizada na escola de arte foi, em sua maioria, feita em aço. A maior vantagem de se utilizar aço na construção é a sua grande resistência a esforços além de ser um material leve (YOPANAN, 2008). Sendo assim, os pilares e as vigas foram projetadas em aço e apenas a laje em concreto armado, a qual foi utilizado laje

nervurada já que seu uso permite grandes vãos e espaços livres (YOPANAN, 2008).

No processo projetual da volumetria foi feito um deslocamento do bloco superior criando, assim, um balanço para trazer mais dinâmica e leveza para a edificação. Para

Figura 35 – Viga Vierendeel Fonte: BAGESTERO, Bianca Barba (2020)

solucionar esse balanço, foi elaborado uma estrutura em viga Vierendeel — como é possível observar na Figura 35. Utilizando a viga Vierendeel (viga de alma vazada) foi possível sustentar o balanço sem que comprometesse o pé direito interno da edificação com o uso de diagonais para travamento da estrutura. Perfil de Aço

Viga de Aço

Para fazer uma integração entres os dois blocos foi proposto uma cobertura — visível na Figura 36. Para estruturar essa cobertura foi Pilar de Aço

feita uma grelha com perfis metálicos de 20 cm separados por vãos de 3 metros. Essa grelha foi apoiada em duas vigas de aço de 60 cm cada. Toda essa estrutura foi revestida com placas metálicas para acabamento Figura 36 – Cobertura Metálica Fonte: BAGESTERO, Bianca Barba (2020)

e apoiada em pilares metálicos para que ficasse afastada da volumetria como se estivesse flutuando na visão do pedestre.

100


101


MATERIALIDADE E PALETA DE CORES A materialidade e a paleta de cores utilizada no projeto foi pensada para trazer uma identidade para a Escola de Artes Cláudio Ptolomeu seguindo os princípios da metodologia Waldorf. Foi utilizado concreto aparente por ser um material característico da região obtendo uma harmonia com o entorno.

O vidro está bastante presente nas fachadas para trazer leveza para a volumetria e permitir a entrada de iluminação natural. Foi utilizado vidro com proteção solar da linha Habitat que protege quase 100% dos raios UV. Para aumentar a proteção contra os raios solares, foi utilizado brise de madeira laminada e membrana perfurada têxtil no pavimentos das salas de aula. Esses matérias possuem excelente proteção solar, mas não tiram a transparência do interior do edifício.

Outro material bastante utilizado foi o aço nas estruturas metálicas e também nas rampas do edifício que foram

principais circulações e alguns outros pontos no projeto foram setorizadas com essa coloração. A cor pêssego é bastante utilizada em escolas com o sistema Waldorf (WONG, 1987), por esse motivo, foi utilizado placas de cobre

para revestir um bloco no edifício que remetesse à essa cor.

A tonalidade verde foi utilizada por meio das vegetações que estão presentes em todo edifício, externamente e internamente. Para trazer cor ao projeto e deixar o ambiente mais vivo foi utilizado vegetações de diferentes tonalidades: amarelo, rosa, roxo e vermelho.

Palete de cores utilizada:

setorizadas com a cor azul. O azul está associada a concentração da mente (WONG, 1987), por esse motivo, as

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IMPLANTAÇÃO 103


IMPLANTAÇÃO A implantação foi elaborada levando em consideração os princípios do sistema

Waldorf.

Como

uma

continuação da rua, foi projetado uma praça aberta com acesso livre para o público. O projeto tem como objetivo transmitir diferentes sensações em cada caminho percorrido pelo usuário. Para isso, foram utilizados percursos com gestos e caracteres diferentes em cada ambiente da praça. Além das dimensões variadas, foram utilizados diferentes revestimentos de pisos como o piso intertravado — que também ajuda na permeabilidade do solo — e o deck de madeira para trazer uma mudança visual e sensorial. Além disso, foi feito um alargamento no passeio para melhor circulação de pedestres.

As escolas que utilizam o Sistema Waldorf precisam ter uma grande conexão com a natureza e cores. Sendo assim, para também trazer um ambiente mais vivo, foram utilizadas vegetações de diferentes colorizações que florescem em épocas do ano distintas para que a praça fique sempre colorida.

A implantação possui mobiliários urbanos, estacionamento para 35 carros, paraciclos, embarque e desembarque de pedestre, acessos para a Escola de Artes e para o subsolo.

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IMPLANTAÇÃO 105


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PLANTA - TÉRREO 107


PLANTA - TÉRREO LEGENDA

O térreo da Escola de Artes Cláudio Ptolomeu

ESPAÇO ADMINISTRATIVO E DE APOIO ESPAÇO DE ENSINO ESPAÇO PÚBLICO E DE CONVIVÊNCIA

foi projetado para seguir um conceito livre e aberto. A maioria dos acessos à volumetria é de

CIRCULAÇÃO VEGETAÇÃO ACESSO DE PEDESTRES

caráter público, permitindo que os usuários circulem livremente. Apenas o menor bloco é

ACESSO ESTUDANTES ACESSO DE SERVIÇO ACESSO ESTACIONAMENTO

de caráter privado, já que possui o acesso a

Escola de Artes e a área administrativa.

ACESSO CARGA E DESCARGA ACESSO EMBARQUE E DESEMBARQUE

O maior bloco possui dois acessos paralelos entre si sem a utilização de portas para que os usuários possam atravessar o edifício de forma contínua e acessar o centro da implantação. Nesse bloco consta uma rampa que acessa o andar inferior e superior de edifício.

Como já mencionado anteriormente, o Sistema Waldorf demanda um grande contato com a

natureza. Sendo assim, foi criado um grande jardim no centro da biblioteca com árvores altas que chegam até os andares superiores onde estão as salas de aula da escola de artes, fazendo com que os alunos vejam seus topos. Em cima desse jardim, na cobertura, foi feita uma abertura zenital para que pudesse entrar iluminação e ventilação natural.

Além disso, nesse pavimento é possível acessar o bloco onde serão ministrados cursos de curta duração nas oficinas que serão abertas ao público.

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ESPAÇO PÚBLICO E DE CONVIVÊNCIA 109


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BIBLIOTECA 111


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BIBLIOTECA 113


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PLANTA – 1º PAVIMENTO 115


PLANTA – 1º PAVIMENTO LEGENDA

O primeiro pavimento possui dois blocos

ESPAÇO ADMINISTRATIVO E DE APOIO ESPAÇO DE ENSINO ESPAÇO PÚBLICO E DE CONVIVÊNCIA

individuais: um de caráter público e o outro privado. No edifício público, que é acessado

CIRCULAÇÃO VEGETAÇÃO

pela rampa principal e elevadores, consta um

espaço de convivência e lazer. Por ser um espaço amplo, algumas áreas podem ser destinadas à exposições fixas e temporárias. Além disso o local possui uma arquibancada e mesas para que os usuários possam trabalhar, estudar e descansar. Nesse pavimento é possível acessar o restaurante, o café e também o FabLab.

No edifício privado consta a área estudantil da escola de artes e a área administrativa, que não possuem conexão entre si. Nesse pavimento, na área escolar, conta a parte de apoio com salas

dos professores, direção e coordenação, enfermaria, entre outras. Para uma circulação mais contínua, foi projetada uma rampa que acessa todos os andares superiores. Embaixo dessa rampa, para trazer novamente a conexão com a natureza, foi feio um jardim tornando uma área agradável para os estudantes.

A circulação dessa área seguiu o mesmo conceito definido na implantação onde em cada caminho o ambiente possui gestos e caracteres diferenciados, trazendo diferentes sensações e estimulando a criatividade dos os alunos.

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ESPAÇO DESCONTRAÇÃO 117


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ESPAÇO DE ENSINO 119


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PLANTA – 2º PAVIMENTO 121


PLANTA – 2º PAVIMENTO LEGENDA

No segundo pavimento, que é acessado pela

ESPAÇO ADMINISTRATIVO E DE APOIO ESPAÇO DE ENSINO ESPAÇO PÚBLICO E DE CONVIVÊNCIA

rampa e por elevadores, é possível encontrar as salas teóricas divididas em dois blocos

CIRCULAÇÃO VEGETAÇÃO

conectados por uma passarela.

São seis salas teóricas comuns e seis salas multiuso que podem ser adaptadas de acordo com a aula que será ministrada, podendo criar salas maiores ou menores. A circulação e as salas de aula seguem os princípios do sistema Waldorf possuindo caracteres diferentes e poucos ângulos retos.

Esses parâmetros definidos para as salas de aula auxiliam no aprendizado de cada aluno, já que desenvolve a criatividade e a imaginação. Por esse motivo, foram projetadas salas de aula com tamanhos e formas variadas.

O 2º, 3º e 4º pavimento seguem a mesma distribuição de salas contendo aulas de teatro, dança, fotografia e ateliês. Todos esses andares possuem grandes aberturas de vidro onde um bloco é protegido com brises laminados e o outro com membrana perfurada têxtil. Esses materiais protegem a área interna dos raios solares, mas mantém ainda uma transparência na volumetria. Assim, a pessoa que estiver circulando no entorno pode visualizar as aulas que estão acontecendo no interior do edifício, trazendo uma maior conexão com a arte.

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ESPAÇO DE ENSINO 123


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PLANTA – 3º PAVIMENTO 125


PLANTA – 3º PAVIMENTO LEGENDA

O terceiro pavimento segue os mesmos padrões

ESPAÇO ADMINISTRATIVO E DE APOIO ESPAÇO DE ENSINO ESPAÇO PÚBLICO E DE CONVIVÊNCIA

do pavimento anterior. Nesse pavimento estão

alocadas as salas de dança e teatro que também

CIRCULAÇÃO VEGETAÇÃO

são divididas em dois blocos conectados por

uma passarela. As salas de aula são todas revestidas com forro acústico para que haja uma absorção sonora nos ambientes internos fazendo com que cada aula ministrada não atrapalhe as demais.

Esse pavimento possui duas salas de aula coletivas para dança que atendem até 30 alunos, além de seis salas individuais para prática e alongamento.

Para as aulas de teatro foram disponibilizadas duas salas grandes para práticas coletivas que atendem até 30 alunos e uma sala maior de 137 m² com uma plataforma para ensaios com uma performance mais detalhada.

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PLANTA – 4º PAVIMENTO 127


PLANTA – 4º PAVIMENTO LEGENDA

O quarto pavimento foi destinado aos ateliês e

ESPAÇO ADMINISTRATIVO E DE APOIO ESPAÇO DE ENSINO ESPAÇO PÚBLICO E DE CONVIVÊNCIA

as aulas de fotografia distribuídas pelos dois blocos e conectadas por uma passarela. Nesse

CIRCULAÇÃO VEGETAÇÃO

pavimento estão inseridas as salas de aula destinadas à aulas de fotografia com tamanhos

e estilos variados. Além disso, o andar possui também duas salas de revelação para a prática dessa modalidade.

Além do curso de fotografia, nesse pavimento também foi inserido salas de ateliês com cursos variados, como, por exemplo, desenho, costura, pintura, reciclagem, escultura, cerâmica, entre outros. Todas as salas também são revestidas com forro acústico para que haja uma absorção

sonora nos ambientes internos fazendo com que cada aula ministrada não atrapalhe as demais.

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PLANTA – 1º SUBSOLO 129


PLANTA – 1º SUBSOLO LEGENDA

O primeiro subsolo atende tanto área pública

ESPAÇO ADMINISTRATIVO E DE APOIO ESPAÇO DE ENSINO ESPAÇO PÚBLICO E DE CONVIVÊNCIA

como privada. Na área pública, que é acessada pela rampa e por elevadores, se encontra o

CIRCULAÇÃO VEGETAÇÃO

foyer e o teatro da escola de artes.

O teatro possui 315 lugares ao todo, mas há a possibilidade de ser dividido ao meio para apresentações menores com um público mais reduzido.

Nesse pavimento também se encontra o acesso para a carga e descarga. Os itens que são recebidos nesse pavimento são distribuídos por meio de uma circulação de funcionários que dá acesso aos elevadores de serviço do edifício.

Além disso, o primeiro subsolo atende as aulas de música que seguem o mesmo padrão das demais salas de aulas, com ambientes de carateres e gestos diferenciados. São três salas de aula coletivas para ensaios de orquestra, coral, madrigal, entre outros, nove salas para práticas individuais e dois estúdios para práticas e gravações de músicas.

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TEATRO 131


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PLANTA – 2º SUBSOLO 133


PLANTA – 2º SUBSOLO LEGENDA ESPAÇO ADMINISTRATIVO E DE APOIO ESPAÇO DE ENSINO

No segundo subsolo está inserido um andar para estacionamento. Acessado por uma rampa

ESPAÇO PÚBLICO E DE CONVIVÊNCIA CIRCULAÇÃO VEGETAÇÃO

do pavimento inferior, o estacionamento possui sete vagas para PNE, dez vagas para idosos, 83

vagas normais e dez vagas para moto, totalizando 110 vagas.

A partir desse pavimento é possível acessar, com o uso de elevadores, o térreo na área pública e de convivência, a escola de artes e a área administrativa.

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PLANTA – 3º SUBSOLO 135


PLANTA – 3º SUBSOLO LEGENDA

No terceiro subsolo está inserido o primeiro

ESPAÇO ADMINISTRATIVO E DE APOIO ESPAÇO DE ENSINO ESPAÇO PÚBLICO E DE CONVIVÊNCIA

andar

de estacionamento do edifício. Esse

pavimento é acessado pela rua Cláudio

CIRCULAÇÃO VEGETAÇÃO

Ptolomeu por meio de rampas.

Nesse andar, o estacionamento possui dez vagas para PNE, quinze vagas para idosos, 119 vagas normais e dez vagas para moto, totalizando 154 vagas.

Em todos os pavimentos de estacionamento a quantidade de vagas foi distribuída conforme o Código de Obras da Cidade de São Paulo que define que 5% das vagas são destinadas para idosos e 3% para pessoas com deficiência física.

A partir desse pavimento é possível acessar, com o uso de elevadores, o térreo na área pública e de convivência, a escola de artes e a área administrativa.

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CORTE A.A. 137


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CORTE B.B. 139


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CORTE C.C. 141


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CORTE D.D. 143


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ELEVAÇÃO FRONTAL 145


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ELEVAÇÃO LATERAL DIREITA 147


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ELEVAÇÃO POSTERIOR 149


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ELEVAÇÃO LATERAL ESQUERDA 151


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ESCOLA DE ARTES CLÁUDIO PTOLOMEU 153


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ESCOLA DE ARTES CLÁUDIO PTOLOMEU 155


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ESCOLA DE ARTES CLÁUDIO PTOLOMEU 157


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ESCOLA DE ARTES CLÁUDIO PTOLOMEU 159


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ESCOLA DE ARTES CLÁUDIO PTOLOMEU 161


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ESCOLA DE ARTES CLÁUDIO PTOLOMEU 163


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ESCOLA DE ARTES CLÁUDIO PTOLOMEU 165


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ESCOLA DE ARTES CLÁUDIO PTOLOMEU 167


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ESCOLA DE ARTES CLÁUDIO PTOLOMEU 169


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ESCOLA DE ARTES CLÁUDIO PTOLOMEU 171


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ESCOLA DE ARTES CLÁUDIO PTOLOMEU 173


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CONSIDERAÇÕES FINAIS Com a elaboração desse trabalho é possível concluir a importância de equipamentos culturais e artísticos para a sociedade, já que

desenvolve a imaginação, percepção, raciocínio e criatividade. Porém, esse tipo de equipamento é tratado com descaso em São Paulo, principalmente em regiões periféricas como a Zona Leste da capital paulista.

Com a análise dos estudos de caso foi possível perceber a grande diferença que um projeto bem elaborado faz. Além disso, foi observada a relevância que uma volumetria que conecta a cidade tem no entorno. Se deve pensar na volumetria como continuação da rua de forma que converse com a região.

Por último, foi proposto um projeto que beneficiasse a região de Artur Alvim com um equipamento cultural e artístico. O programa de necessidades foi determinado para que houvesse uma requalificação da área, além de trazer opções de estudo das artes. A volumetria proposta visa fazer parte do entorno com uma proposta de praça aberta e livre circulação seguindo os princípios da metodologia Waldorf

para que os moradores possam estudar e recrear nos espaços propostos.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ●

Livros

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Artigos e teses

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LISTA DE IMAGENS Figura 1 – Metodologias Pedagógicas. Fonte: BAGESTERO, Bianca Barba (2019) com base no livro “Arquitetura Escolar: o Projeto do Ambiente de Ensino” - KOWALTOWSKI, 2011 Figura 2 – Aspectos para Projetar uma Escola. Fonte: BAGESTERO, Bianca Barba (2019) Figura 3 – Formas Artísticas. (A;B) Disponível em: <https://soupetropolis.com/2019/05/07/teatro-santa-cecilia-recebe-espetaculo-musical-o-rei-do-showneste-sabado/> Acesso em: 04.11.2019 Figura 4 – Competências Socioemocionais. Disponível em: <https://www.psicoedu.com.br/2017/05/cinco-competencias-essenciais-na-educacaoemocional.html> Acesso em: 18.09.2019 Figura 5 – Benefícios da Arte. Fonte: BAGESTERO, Bianca Barba (2019) Figura 6 – Equipamentos Culturais em São Paulo. Disponível em: <https://marinoprojetosculturais.carto.com/builder/42554e90-9025-11e6-bbb80e98b61680bf/embed?state=%7b%22map%22%3a%7b%22ne%22%3a%5b-23.737897707775364%2c-46.89720153808594%5d%2c%22sw%22%3a%5b23.44812856964819%2c-46.386337280273445%5d%2c%22center%22%3a%5b-23.593093144226042%2c46.641769409179695%5d%2c%22zoom%22%3a12%7d%7d> Acesso em: 05.11.2019 Figura 7 – Habitante por Equipamento. Fonte: BAGESTERO, Bianca Barba (2019) Figura 8 – Vista Aérea Arthur Alvim. Disponível em: Google Maps. Acesso em: 30.10.2019 Figura 9 – Zona Leste de São Paulo. Fonte: Elaborado por SãoPauloMap 360°; Adaptado por BAGESTERO, Bianca Barba (2019) Disponível em: <https://pt.saopaulomap360.com/mapa-bairros-sao-paulo#.xafcq-hkiuk> Acesso em: 16.10.2019 Figura 10 – Linha do Tempo de Artur Alvim. Fonte: BAGESTERO, Bianca Barba (2019) (A;B;C) Disponível em: <http://www.saopauloinfoco.com.br> (D) Disponível em: <https://www.metrojornal.com.br> (E) Disponível em: <http://www.correioindependente.com.br> Acesso em:16.10.2019 Figura 11 – Lote para Intervenção. Disponível em: GeoSampa. Acesso em: 28.10.2019 Figura 12 – Pontos Visuais do Lote. (A;B;C;D) Fonte: BAGESTERO, Bianca Barba (2019) Figura 13 – Mapa de Uso e Ocupação. Fonte: BAGESTERO, Bianca Barba (2019) Figura 14 – Parâmetro de Ocupação. Fonte: BAGESTERO, Bianca Barba (2019) Figura 15 – Mapa de Cheios e Vazios. Fonte: BAGESTERO, Bianca Barba (2019) Figura 16 – Mapa de Modais de Transportes (Ônibus). Fonte: BAGESTERO, Bianca Barba (2019) Figura 17 – Mapa Modais de Transportes (Metrô). Fonte: BAGESTERO, Bianca Barba (2019) Figura 18 – Mapa de Gabaritos. Fonte: BAGESTERO, Bianca Barba (2019) Figura 19 – Mapa de Sistema Viário. Fonte: BAGESTERO, Bianca Barba (2019) Figura 20 – Mapa de Equipamentos. Fonte: BAGESTERO, Bianca Barba (2019) Figura 21 – Painel de Equipamentos. (A;B;C;D;E;F) Disponível em: Google Maps. Acesso em: 09.11.2019 Figura 22 – Painel Praça das Artes. Fonte: ARCHDAILY; Adaptado por BAGESTERO, Bianca Barba (2019) (A;B;C;D;E;F;G;H) Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/626025/praca-das-artes-brasil-arquitetura> Acesso em: 21.10.2019 Figura 23 – Painel Centro de Artes Hardesty. Fonte: ARCHDAILY; Adaptado por BAGESTERO, Bianca Barba (2019). (A;B;C;D;E;F;G;H;I) Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/760026/centro-de-artes-hardesty-selser-schaefer-architects> Acesso em: 21.10.2019 Figura 24 – Painel SESC 24 de Maio. Fonte: ARCHDAILY; Adaptado por BAGESTERO, Bianca Barba (2019). (A;B;C;D;E;F;G;H;I;J;K) Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/889788/sesc-24-de-maio-paulo-mendes-da-rocha-plus-mmbb-arquitetos> Acesso em: 21.10.2019 Figura 25 – Painel Centro Cultural Jean-Marie Tjibaou. Fonte: ARCHDAILY; Adaptado por BAGESTERO, Bianca Barba (2019). (A;B;C;D;E;F;G;H;I) Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/791537/ad-classics-centre-culturel-jean-marie-tjibaou-renzo-piano> Acesso em: 21.10.2019 Figura 26 – Painel Centro Cultural São Paulo. Fonte: Adaptado por BAGESTERO, Bianca Barba (2019). (A;C;D;E;J) Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/872196/classicos-da-arquitetura-centro-cultural-sao-paulo-eurico-prado-lopes-e-luiz-telles> (B;F) Disponível em: <https://docplayer.com.br/> (G;H;I) Disponível em: <http://centrocultural.sp.gov.br/> Acesso em: 21.10.2019

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Figura 27 – Objetivos do Projeto. Fonte: BAGESTERO, Bianca Barba (2019) Figura 28 – Diretrizes Adotadas. Fonte: BAGESTERO, Bianca Barba (2019) Figura 29 – Organograma. Fonte: BAGESTERO, Bianca Barba (2019) Figura 30 – Fluxograma. Fonte: BAGESTERO, Bianca Barba (2020) Figura 31 – Volumetria. Fonte: BAGESTERO, Bianca Barba (2020) Figura 32 – Diagrama Volumétrico. Fonte: BAGESTERO, Bianca Barba (2020) Figura 33 – Parâmetro de Ocupação Utilizados. Fonte: BAGESTERO, Bianca Barba (2020) Figura 34 – Índice de Áreas Verdes. Fonte: BAGESTERO, Bianca Barba (2020) Figura 35 – Viga Vierendeel. Fonte: BAGESTERO, Bianca Barba (2020) Figura 36 – Cobertura Metálica. Fonte: BAGESTERO, Bianca Barba (2020)

LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Fatores Determinantes para a Frequência em Equipamentos Culturais. Disponível em: <https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/24-dospaulistanos-nao-frequenta-nenhuma-atividade-cultural-na-cidade-aponta-pesquisa.ghtml> Acesso em: 18.09.2019

LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Comparação dos Estudo de Caso. Fonte: BAGESTERO, Bianca Barba (2019) Tabela 2 – Programa de Necessidades. Fonte: BAGESTERO, Bianca Barba (2020)

LISTA DE ABREVIATURAS BID: Banco Interamericano de Desenvolvimento CONEDU: Congresso Nacional De Educação IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística OMS: Organização Mundial da Saúde SVMA: Secretaria do Verde e Meio Ambiente

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