TCC arqurbuvv Modelo de moradia estudantil em Vila Velha/ES

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ARQUITETURA E URBANISMO 2017


UNIVERSIDADE VILA VELHA CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

BIANCA BORBUREMA COELHO

MODELO DE MORADIA ESTUDANTIL EM VILA VELHA/ES

VILA VELHA 2017


BIANCA BORBUREMA COELHO

MODELO DE MORADIA ESTUDANTIL EM VILA VELHA/ES

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Vila Velha, como requisito parcial para obtenção do título de Arquiteto e Urbanistas. Orientadora: Prof.ª Mª Andreia Fernandes Muniz.

VILA VELHA 2017



AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos os professores que fizeram parte da minha trajetória pela instituição, cada um com seus conhecimentos e experiências, contribuindo no meu processo de formação profissional. Agradeço especialmente à Professora Andreia pela orientação, empenho e dedicação, cujo entusiasmo pelo tema me ajudou a dar o melhor de mim e concluir este trabalho com êxito. Aos amigos que deixei ao sair da minha cidade para seguir nessa nova fase da vida, mas que sempre estiveram ao meu lado, mesmo que as vezes tão distante. Aos novos amigos que formei durante a faculdade, que ajudaram a transformar a saudade de casa em momentos felizes e divertidos. Às meninas com quem dividi apartamento, que estavam presentes comigo nos momentos bons e ruins, provando que morar sozinha não é fácil mas garante aprendizados para a vida toda. À minha família, que apesar da distância sempre torceram por mim. E por fim, agradeço aos meus pais, Haroldo e Mazinha, que sempre estiveram ao meu lado, me apoiando e incentivando em tudo o que faço. Nada seria possível sem o amor e carinho que sinto por vocês.


RESUMO

Instituições de ensino superior são comumente frequentadas por alunos migrantes de outras cidades e Estado, tanto no Brasil quanto no mundo. Estes alunos, quando não encontram um auxílio habitacional por meio da universidade, são frequentemente induzidos a compartilhar casas e apartamentos com outros estudantes de forma autônoma. Casos como este são comuns nas cidades do Espírito Santo, já que este possui apenas um alojamento estudantil. Em busca de reverter a falta de moradia estudantil no Estado, este trabalho tem como finalidade propor um edifício de habitação estudantil a partir do estudo das diferentes tipologias de moradia, sua origem no mundo, desenvolvimento e como estas se configuram. Analisando projetos modernos e inovadores, a fim de auxiliar na concepção de uma proposta para a cidade de Vila Velha/ES, pode-se ter um conceito de como o mesmo pode ser realizado. Ao final do trabalho é proposto um projeto de moradia estudantil em Vila Velha/ES, voltado para o público discente da Universidade Vila Velha, funcionando como uma extensão da instituição e criando uma conexão com a comunidade em que a mesma for inserida.

Palavras-chave: moradia estudantil, habitação, Vila Velha.


Abstract

Higher education institutions are common to migrant students from other cities and state, both in Brazil and in the world. These students, when unable to find housing aid through the university, are often induced to share houses and apartments with other students autonomously. Cases like this are common in the cities of EspĂ­rito Santo since this has only one student accommodation. In order to reverse the lack of student housing in the State, this work aims to propose a student housing building from the study of different housing models, their origin in the world, development and how these are configured. Analyzing modern and innovative projects in order to assist in the conception of a proposal for the city of Vila Velha/ES we can have a concept of how it can be accomplished. At the end of this work, is proposed a student housing project in Vila Velha/ES that attends the students of the Vila Velha University functioning as an extension of the institution and creating a connection with the community in which the same is located.

Key words: student housing, residence, Vila Velha.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Percentual de IES nos municípios da RMGV (adaptado). ....................... 18 Figura 2 – Valor médio do m² nos bairros próximos à UVV (adaptado). ................... 19 Figura 3 – Variação do índice de compra e venda de casas e apartamentos em Vila Velha/ES (adaptado)................................................................................................. 20 Figura 4 – Merton College, fundado em 1264, em Oxford, Reino Unido. ................. 28 Figura 5 – Quarto de estudante em Hasting Hall, Universidade de Harvard. ........... 29 Figura 6 – República Castelo dos Nobres, fundada em 1919 em Ouro Preto/MG. .. 32 Figura 7 – Localização do alojamento estudantil dentro do campus da UFES em Alegre/ES (adaptado). .............................................................................................. 32 Figura 8 – Planta baixa do alojamento estudantil da UFES em Alegre/ES. .............. 33 Figura 9 – A fachada do alojamento durante sua inauguração em 1995, à esquerda, e a fachada do alojamento atualmente em 2013, à direita. ...................................... 33 Figura 10 – Interior da cozinha comunitária, à esquerda, e os móveis fixos dos quartos, à direita. ...................................................................................................... 34 Figura 11 – Imagens externas do Jowett Walk accommodation no Balliol College, em Oxford, Reino Unido. ................................................................................................ 35 Figura 12 – Imagem interna de uma das unidades de habitação individual do Jowett Walk accommodation no Balliol College, em Oxford, Reino Unido. .......................... 36 Figura 13 – Planta baixa do pavimento térreo. Jowett Walk accommodation no Balliol College, em Oxford, Reino Unido (adaptado). .......................................................... 36 Figura 14 – Planta baixa do pavimento tipo. Jowett Walk accommodation no Balliol College, em Oxford, Reino Unido (adaptado). .......................................................... 37 Figura 15 – Imagem externa do The Maersk McKinney Moller Centre no Churchill College, em Cambridge, Reino Unido....................................................................... 38 Figura 16 – Imagem interna dos corredores do The Maersk McKinney Moller Centre no Churchill College, em Cambridge, Reino Unido. .................................................. 38 Figura 17 – Planta baixa do pavimento térreo. The Maersk McKinney Moller Centre no Churchill College, em Cambridge, Reino Unido (adaptado). ............................... 38 Figura 18 – Planta baixa do pavimento tipo. The Maersk McKinney Moller Centre no Churchill College, em Cambridge, Reino Unido (adaptado). .................................... 39 Figura 19 – Imagens externas da Friendship House, em Londres, Reino Unido. ..... 39


Figura 20 – Imagens do pátio interno da Friendship House, em Londres, Reino Unido. ........................................................................................................................ 40 Figura 21 – Planta baixa do pavimento térreo. Friendship House, em Londres, Reino Unido. ........................................................................................................................ 40 Figura 22 – Planta baixa do pavimento tipo. Friendship House, em Londres, Reino Unido. ........................................................................................................................ 41 Figura 23 – Imagens externas da Alliance Student Housing, no Newington Green, em Londres, Reino Unido. ......................................................................................... 42 Figura 24 – Imagem interna de uma das unidades de habitação individual da Alliance Student Housing, no Newington Green, em Londres, Reino Unido........................... 42 Figura 25 – Planta baixa do pavimento térreo. Alliance Student Housing, no Newington Green, em Londres, Reino Unido. ........................................................... 43 Figura 26 – Planta baixa do pavimento tipo. Alliance Student Housing, no Newington Green, em Londres, Reino Unido. ............................................................................. 43 Figura 27 – Imagens externas da Constable Terrace, University of East Anglia, em Norwich, Reino Unido. ............................................................................................... 44 Figura 28 – Planta baixa de diversos pavimentos. Constance Terrace, University os East Anglia, em Norwich, Reino Unido. ..................................................................... 44 Figura 29 – Moradia estudantil, em São José dos Campos/SP. ............................... 47 Figura 30 - Localização da moradia estudantil, em São José dos Campos/SP. ....... 48 Figura 31 – Planta de Implantação da moradia estudantil, em São José dos Campos/SP (adaptado). ............................................................................................ 49 Figura 32 – Imagem externa apresentando a integração do edifício de uso coletivo, no subsolo, com as áreas públicas de lazer no terraço da moradia estudantil, em São José dos Campos/SP......................................................................................... 50 Figura 33 – Diagrama de implantação e circulação dos espaços de lazer, à esquerda, e das circulações internas dos núcleos de moradia (em vermelho) e dos espaços de interligação entre os dois blocos (em verde), à direita, da moradia estudantil, em São José dos Campos/SP. ................................................................ 51 Figura 34 – Diagrama de implantação e volumetria apresentando o direcionamento das aberturas à paisagem nas unidades habitacionais (em vermelho), à esquerda, e o direcionamento da abertura à paisagem nos espaços coletivos (em verde), à direita, da moradia estudantil, em São José dos Campos/SP. .................................. 51


Figura 35 – Seção longitudinal do edifício residencial apresentando a inclinação do terreno e o escalonamento da moradia estudantil, em São José dos Campos/SP. . 51 Figura 36 – Imagem externa apresentado a integração entre os diferentes ambientes da moradia estudantil, em São José dos Campos/SP. ............................................. 52 Figura 37 – Diagrama dos módulos estruturais que compõem as unidades habitacionais da moradia estudantil, em São José dos Campos/SP. ....................... 53 Figura 38 – Planta baixa dos apartamentos individuais, à esquerda, e duplos, à direita, existentes na moradia estudantil, em São José dos Campos/SP. ................ 53 Figura 39 – Planta baixa dos apartamentos acessíveis, à esquerda, e familiares, à direita, existentes na moradia estudantil, em São José dos Campos/SP. ................ 54 Figura 40 – Seção transversal do edifício residencial apresentando a ventilação cruzada que ocorre na moradia estudantil, em São José dos Campos/SP. ............. 54 Figura 41 – Planta baixa do primeiro pavimento da moradia estudantil, em São José dos Campos/SP. ....................................................................................................... 55 Figura 42 – Planta baixa do segundo pavimento da moradia estudantil, em São José dos Campos/SP. ....................................................................................................... 55 Figura 43 – Planta baixa do terceiro pavimento da moradia estudantil, em São José dos Campos/SP. ....................................................................................................... 56 Figura 44 – Planta baixa do quarto pavimento da moradia estudantil, em São José dos Campos/SP. ....................................................................................................... 56 Figura 45 – Imagem dos corredores dos edifícios residenciais que utilizam brises verticais na face oeste como elemento de conforto da moradia estudantil, em São José dos Campos/SP. .............................................................................................. 57 Figura 46 – Imagem externa dos edifícios residenciais e da cobertura verde sobre os edifícios de uso compartilhado da moradia estudantil, em São José dos Campos/SP. .................................................................................................................................. 58 Figura 47 – Diagrama apresentado os sistemas construtivos utilizados, sistema modular industrializado (em vermelho), e construção pesada em concreto armado (em verde) da moradia estudantil, em São José dos Campos/SP............................ 59 Figura 48 – Imagem externa apresentando ambos os lados dos edifícios residenciais, a face com brises verticais e a face com os fundos dos armários em concreto pré-moldado da moradia estudantil, em São José dos Campos/SP. ......... 59 Figura 49 – Moradia estudantil, em Osasco/SP........................................................ 60


Figura 50 – Diagrama de localização e implantação da moradia estudantil, em Osasco/SP. ............................................................................................................... 61 Figura 51 – Diagrama de usos do térreo da moradia estudantil, em Osasco/SP. ..... 62 Figura 52 – Diagrama de implantação e volumetria da moradia estudantil, em Osasco/SP. ............................................................................................................... 63 Figura 53 – Diagrama de implantação e circulação da moradia estudantil, em Osasco/SP. ............................................................................................................... 63 Figura 54 – Imagem externa da forma volumétrica da moradia estudantil, em Osasco/SP. ............................................................................................................... 64 Figura 55 – Planta baixa do apartamento individual, à esquerda, apartamento compartilhado, ao centro, e apartamento compartilhado adaptado, à direita, da moradia estudantil, em Osasco/SP. .......................................................................... 64 Figura 56 – Planta baixa do apartamento família, à esquerda, apartamento família adaptado, ao centro, e uma variação do apartamento compartilhado, à direita, da moradia estudantil, em Osasco/SP. .......................................................................... 65 Figura 57 – Planta baixa do primeiro e segundo pavimento da moradia estudantil, em Osasco/SP (adaptado). ............................................................................................. 66 Figura 58 – Planta baixa do terceiro e quarto pavimento da moradia estudantil, em Osasco/SP (adaptado). ............................................................................................. 66 Figura 59 – Planta baixa do quinto e sexto pavimento da moradia estudantil, em Osasco/SP (adaptado). ............................................................................................. 67 Figura 60 – Planta baixa do sétimo e oitavo pavimento da moradia estudantil, em Osasco/SP (adaptado). ............................................................................................. 67 Figura 61 – Terraço jardim da moradia estudantil, em Osasco/SP. .......................... 67 Figura 62 – Imagem da circulação horizontal direcionada para o pátio interno da moradia estudantil, em Osasco/SP. .......................................................................... 68 Figura 63 – Diagrama do módulo estrutural que compõe a unidade habitacional da moradia estudantil, em Osasco/SP. .......................................................................... 69 Figura 64 – Campus Hall, em Odense, Dinamarca. .................................................. 70 Figura 65 – Localização do Campus Hall, em Odense, Dinamarca. ......................... 71 Figura 66 – Planta de implantação do Campus Hall, em Odense, Dinamarca (adaptado). ................................................................................................................ 72


Figura 67 – Imagens internas do bicicletário, à esquerda, e do hall de entrada onde estão localizadas as caixas de correio, à direita, no Campus Hall, em Odense, Dinamarca. ............................................................................................................... 72 Figura 68 – Diagrama de implantação e volumetria do Campus Hall, em Odense, Dinamarca (adaptado). ............................................................................................. 73 Figura 69 – Diagrama de configuração do layout do Campus Hall, em Odense, Dinamarca (adaptado). ............................................................................................. 73 Figura 70 – Diagrama de composição volumetria da fachada do Campus Hall, em Odense, Dinamarca (adaptado). ............................................................................... 74 Figura 71 – Imagens externas do edifício apresentando a composição de fachada do Campus Hall, em Odense, Dinamarca...................................................................... 74 Figura 72 – Imagem interna, à esquerda, e externa, à direita, dos espaços vazados ao longo do Campus Hall, em Odense, Dinamarca. ................................................. 75 Figura 73 – Imagens internas da cozinha e salas de estar e jantar compartilhadas do Campus Hall, em Odense, Dinamarca...................................................................... 76 Figura 74 – Imagens internas das áreas comuns do edifício com grandes aberturas no Campus Hall, em Odense, Dinamarca................................................................. 76 Figura 75 – Planta baixa dos modelos de unidades habitacionais existentes no Campus Hall, em Odense, Dinamarca (adaptado). .................................................. 77 Figura 76 – Imagens internas dos quartos do Campus Hall, em Odense, Dinamarca. .................................................................................................................................. 77 Figura 77 – Planta baixa do pavimento tipo A do Campus Hall, em Odense, Dinamarca (adaptado). ............................................................................................. 78 Figura 78 – Planta baixa do pavimento tipo B do Campus Hall, em Odense, Dinamarca (adaptado). ............................................................................................. 78 Figura 79 – Planta baixa do 13º pavimento do Campus Hall, em Odense, Dinamarca (adaptado). ............................................................................................................... 79 Figura 80 – Planta baixa do 14º pavimento do Campus Hall, em Odense, Dinamarca (adaptado). ............................................................................................................... 79 Figura 81 – Vistas dos terraços jardim do Campus Hall, em Odense, Dinamarca. .. 80 Figura 82 – Imagens externas, à esquerda, e internas, à direita, das varandas existentes no Campus Hall, em Odense, Dinamarca. .............................................. 81 Figura 83 – Imagens dos espaços públicos e de lazer existentes próximo ao Campus Hall, em Odense, Dinamarca. ................................................................................... 81


Figura 84 – Imagens externas do edifício onde são utilizados tijolos acinzentados e painéis de metal como revestimento do Campus Hall, em Odense, Dinamarca. ...... 82 Figura 85 – West Campus Housing, em Seattle, Estados Unidos............................. 83 Figura 86 - Localização do West Campus Housing, em Seattle, Estados Unidos..... 84 Figura 87 – Planta de implantação do West Campus Housing, em Seattle, Estados Unidos (adaptado). .................................................................................................... 85 Figura 88 – Imagens internas do restaurante, à esquerda, e supermercado, à direita, do West Campus Housing, em Seattle, Estados Unidos. .......................................... 86 Figura 89 – Imagem interna do centro de conferências, à esquerda, e imagem externa do centro de saúde e bem-estar, à direita, do West Campus Housing, em Seattle, Estados Unidos. ........................................................................................... 86 Figura 90 – Diagrama de implantação e volumetria do West Campus Housing, em Seattle, Estados Unidos. ........................................................................................... 87 Figura 91 – Planta baixa dos pavimentos tipo do conjunto de edifícios do West Campus Housing, em Seattle, Estados Unidos (adaptado)....................................... 87 Figura 92 – Diagrama de implantação e circulação do West Campus Housing, em Seattle, Estados Unidos. ........................................................................................... 88 Figura 93 – Imagens internas dos espaços comuns. Salas de estudo, à esquerda, e cozinha, à direita, do West Campus Housing, em Seattle, Estados Unidos. ............. 89 Figura 94 – Imagens internas dos lounges com grandes aberturas do West Campus Housing, em Seattle, Estados Unidos. ...................................................................... 89 Figura 95 – Planta baixa dos modelos de unidades habitacionais existentes no West Campus Housing, em Seattle, Estados Unidos (adaptado)....................................... 90 Figura 96 – Imagens internas dos quartos do West Campus Housing, em Seattle, Estados Unidos. ........................................................................................................ 90 Figura 97 – Planta baixa dos apartamentos estúdio e dois quartos existentes no Cedar Apartments, no West Campus Housing, em Seattle, Estados Unidos (adaptado). ................................................................................................................ 91 Figura 98 – Planta baixa dos apartamentos com quatro quartos existentes no Cedar Apartments, no West Campus Housing, em Seattle, Estados Unidos (adaptado). ... 91 Figura 99 – Imagens internas da sala e cozinha dos apartamentos do edifício Cedar Apartments no West Campus Housing, em Seattle, Estados Unidos. ...................... 92 Figura 100 – Planta baixa do pavimento tipo do edifício Cedar Apartments no West Campus Housing, em Seattle, Estado Unidos (adaptado). ....................................... 93


Figura 101 – Planta baixa do pavimento tipo do edifício Elm Hall no West Campus Housing, em Seattle, Estados Unidos (adaptado). ................................................... 93 Figura 102 – Planta baixa do pavimento tipo do edifício Poplar Hall no West Campus Housing, em Seattle, Estados Unidos (adaptado). ................................................... 94 Figura 103 – Planta baixa do pavimento tipo do edifício Alder Hall no West Campus Housing, em Seattle, Estados Unidos (adaptado). ................................................... 94 Figura 104 – Imagens das áreas públicas de lazer no West Campus Housing, em Seattle, Estados Unidos............................................................................................ 95 Figura 105 – Terraços privativos, à direita, e o pátio interno do Alder Hall, à esquerda, no West Campus Housing, em Seattle, Estado Unidos. .......................... 95 Figura 106 – Entrada dos edifícios com acabamento em madeira, à direita, e revestimento com tijolo manganês brilhante nas fachadas, à esquerda, do West Campus Housing, em Seattle, Estados Unidos. ....................................................... 96 Figura 107 – Imagens externas dos edifícios com as janelas aplicadas de forma aleatória nas fachadas do West Campus Housing, em Seattle, Estado Unidos. ...... 97 Figura 108 – Moradia estudantil, em Vila Velha/ES. .............................Prancha 01/10 Figura 109 – Terraços jardim escalonados da moradia estudantil, em Vila Velha/ES. ................................................................................................................Prancha 01/10 Figura 110 – Térreo comercial da moradia estudantil, em Vila Velha/ES. .................... ................................................................................................................Prancha 01/10 Figura 111 – Imagens externas dos edifícios escalonados com os terraços jardim e da torre da moradia estudantil, em Vila Velha/ES. ................................Prancha 02/10 Figura 112 – Diagrama de localização e implantação da moradia estudantil em Vila Velha/ES. ...............................................................................................Prancha 02/10 Figura 113 – Diagrama de implantação e circulação da moradia estudantil, em Vila Velha/ES. ...............................................................................................Prancha 02/10 Figura 114 – Diagrama de implantação e volumetria da moradia estudantil em Vila Velha/ES. ...............................................................................................Prancha 02/10 Figura 115 – Planta baixa dos quartos e apartamentos da moradia estudantil, em Vila Velha/ES. ........................................................................................Prancha 03/10 Figura 116 – Planta baixa do térreo e subsolo da moradia estudantil em Vila Velha/ES. ...............................................................................................Prancha 04/10 Figura 117 – Planta baixa do 1º e 2º pavimento da moradia estudantil, em Vila Velha/ES. ...............................................................................................Prancha 05/10


Figura 118 – Planta baixa do 3º e 4º pavimento da moradia estudantil, em Vila Velha/ES. ...............................................................................................Prancha 06/10 Figura 119 – Planta baixa do 5º e 6º pavimento da moradia estudantil, em Vila Velha/ES. ...............................................................................................Prancha 07/10 Figura 120 – Planta baixa do 7º e 8º pavimento da moradia estudantil, em Vila Velha/ES. ...............................................................................................Prancha 08/10 Figura 121 – Corte esquemático AA da moradia estudantil, em Vila Velha/ES. ........... ................................................................................................................Prancha 09/10 Figura 122 – Corte esquemático BB da moradia estudantil, em Vila Velha/ES. ........... ................................................................................................................Prancha 09/10 Figura 123 – Diagrama dos módulos estruturais que compõem as unidades habitacionais da moradia estudantil, em Vila Velha/ES. ........................Prancha 09/10 Figura 124 – Fachada externa para a AV. Professora Francelina Carneiro Setúbal da moradia estudantil, em Vila Velha/ES. ...................................................Prancha 10/10 Figura 125 – Áreas de convívio nos terraços jardim da moradia estudantil, em Vila Velha/ES. ...............................................................................................Prancha 10/10


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Análise comparativa dos projetos de referência. ..................................... 98


LISTA DE SIGLAS

CCA

Centro de Ciências Agrárias

COCE

Estabelecimentos Comunitários de Operação Comercial (Commercially Opereted Communal Establishments)

CRECI-ES

Conselho Nacional de Corretores de Imóveis do Espírito Santo

ICT

Instituto de Ciência e Tecnologia

IES

Instituições de Ensino Superior

MIT

Instituto de Tecnologia de Massachusetts (Massachusetts Institute of Technology)

RA

Assistente residente (Residente Assistant)

RMGV

Região Metropolitana da Grande Vitória

SENCE

Secretaria Nacional de Casas de Estudantes

UFES

Universidade Federal do Espírito Santo

UFOP

Universidade Federal de Ouro Preto

UFRJ

Universidade Federal do Rio de Janeiro

UVV

Universidade Vila Velha


SUMÁRIO

1.

INTRODUÇÃO ................................................................................................ 16

1.1.

CONTEXTUALIZAÇÃO................................................................................... 17

1.2.

JUSTIFICATIVA .............................................................................................. 18

1.3.

OBJETIVO ...................................................................................................... 21

1.3.1. Geral ............................................................................................................... 21 1.3.2. Específicos...................................................................................................... 21 1.4.

METODOLOGIA ............................................................................................. 22

1.5.

ESTRUTURA DO TRABALHO ....................................................................... 22

2.

REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................. 25

2.1.

DEFINIÇÃO DE CASA DE ESTUDANTE ....................................................... 25

2.2.

HISTÓRIA DO MODELO DE HABITAÇÃO ESTUDANTIL ............................. 27

2.3.

CARACTERÍSTICAS DAS CASAS DE ESTUDANTE .................................... 34

2.3.1. Tipologia das moradias universitárias ............................................................. 35 3.

REFERÊNCIAS PROJETUAIS ...................................................................... 47

3.1.

MORADIA ESTUDANTIL, UNIFESP, SÃO JOSÉ DOS CAMPOS ................. 47

3.2.

MORADIA ESTUDANTIL, UNIFESP, OSASCO ............................................. 60

3.3.

CAMPUS HALL, UNIVERSITY OF SOUTHERN DENMARK ......................... 70

3.5.

CONTRIBUIÇÃO DOS ESTUDOS DE CASO ................................................ 98

4.

PROPOSTA .............................................................................PRANCHA 01/10

4.1.

DIRETRIZES PROJETUAIS ....................................................PRANCHA 01/10

4.2.

PROGRAMA ............................................................................PRANCHA 02/10

4.3.

IMPLANTAÇÃO .......................................................................PRANCHA 02/10

4.4.

MORFOLOGIA .........................................................................PRANCHA 02/10

4.5.

ESPACIALIDADE ....................................................................PRANCHA 03/10

4.6.

CONFORTO ............................................................................PRANCHA 09/10

4.7.

MATERIALIDADE ....................................................................PRANCHA 09/10

4.8.

CONSIDERAÇÕES FINAIS .....................................................PRANCHA 10/10


IMAGEM: MORADIA ESTUDANTIL OLYMPIA PLACE EM MASSACHUSETTS, ESTADOS UNIDOS


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1.

INTRODUÇÃO

O ingresso em uma instituição de ensino superior (IES) é acompanhado por diversas modificações na vida cotidiana de alguns jovens. Quando estes são provenientes de outros municípios, as adaptações são ainda maiores, já que os mesmos são acompanhados pelo desafio de buscar novas alternativas de moradia em uma nova cidade. Freitas (2008), define que a estratégia mais comum encontrada por estes jovens é o compartilhamento de casas ou apartamentos com outros estudantes que se encontram nas mesmas condições, formando assim as repúblicas estudantis. As casas habitadas exclusivamente por estudantes têm uma forte ligação com a presença de instituições de ensino superior instaladas em uma cidade, isto porque as universidades são responsáveis por um grande fluxo migratório de pessoas (SAYEGH, 2012). Segundo a Secretaria Nacional de Casas de Estudantes (SENCE), todo e qualquer espaço destinado à moradia de estudantes é considerado casa de estudante, podendo receber diferentes definições como: alojamento estudantil, residência estudantil, casa de estudante, república, dentre outros (ANDRÉS, 2011). Após uma pesquisa realizada pela SENCE em março de 1993 (apud SOUSA, 2005, p.11), sobre a forma de manutenção das moradias estudantis, foram definidos três tipos básicos de moradia estudantil no Brasil: a casa autônoma que tem gerenciamento próprio e independência financeira, ou seja, não possui vínculo com a instituição de ensino superior; a moradia vinculada ou alojamento, é a moradia de propriedade das instituições de ensino superior, sendo mantida pela mesma; a república, residência ou habitação estudantil que é usado como um termo genérico que pode referir-se a qualquer um dos tipos anteriores. Machado (apud SOUSA, 2005, p.11), utiliza um diferente sistema de identificação para esses tipos de moradias, levando em consideração as “relações políticas” estabelecidas por seus moradores. Ele considera como alojamento uma residência construída no interior de uma universidade, sem a participação política de seus moradores, e a república estudantil uma residência gerenciada pelos próprios moradores, tendo a participação política dos mesmos. Segundo ele uma organização


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mais complexa é a casa do estudante que tem a organização política e coletiva como base de sua sustentação. O termo república vem do latim res-publica, que significa coisa pública. Na língua portuguesa, além de designar a forma de governo, o termo é utilizado também para dar nome às residências estudantis numa alusão ao convívio em um espaço onde a coabitação com outros estudantes e o compartilhamento de espaços e experiências comuns dá o tom as vivências. (FREITAS, 2008, p.4).

As residências estudantis têm seu surgimento em meados do século XIII, quando surgem também as primeiras universidades europeias. Originadas na França, Itália e Inglaterra, as universidades possuíam grande força, ao lado do Estado e da Igreja. A partir do século XVI seu sistema de ensino é reproduzido em diversos continentes, chegando ao Brasil somente no século XX (SAYEGH, 2012). Baseando-se nos dados apresentados, o presente trabalho tem como objetivo estudar a trajetória das moradias estudantis no passar dos anos avaliando seu desenvolvimento por meio de projetos contemporâneos a fim de desenvolver ao final deste um edifício residencial estudantil.

1.1.

CONTEXTUALIZAÇÃO

No Estado do Espírito Santo identifica-se um grande número de instituições de ensino superior. Atualmente o Estado possui 276 instituições, sendo que destas, 129 estão concentradas na Região Metropolitana da Grande Vitória (RMGV) elas estão distribuídas da seguinte forma (Figura 1): Vitória (48); Vila Velha (22); Serra (21); Cariacica (19); Guarapari (16); Viana (3) e Fundão (0), entre instituições públicas, podendo ser federais, estaduais ou municipais, e instituições privadas, podendo ser com ou sem fins lucrativos (MEC, s.d.) (Figura 1). A Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), uma das mais conhecidas do Estado, possui campus situados em diferentes cidades. Esta, contribui bastante para o aumento da migração de jovens estudantes provenientes de diferentes lugares do Brasil que se mudam para as cidades onde a universidade está inserida.


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Figura 1 – Percentual de IES nos municípios da RMGV (adaptado).1

Percentual de IES nos municípios da RMGV 40%

37%

30% 17%

20%

16%

15%

13%

10%

2%

0

Viana

Fundão

0% Vitória

Vila Velha

Serra

Cariacica

Guarapari

Fonte: MEC, s.d.

Com sede em Vitória/ES, a UFES atrai estudantes para os bairros próximos ao seu campus. Um exemplo disso é o Bairro Jardim da Penha que possui uma grande concentração de repúblicas estudantis, sendo estas em sua totalidade casas de estudante autônomas, no Espírito Santo é encontrado apenas um alojamento estudantil situado na cidade de Alegre/ES, no Centro de Ciências Agrárias (CCA) da UFES. Esta situação ocorre de forma semelhante em Vila Velha/ES, os bairros situados nas proximidades das IES são geralmente habitados por um grande número de estudantes. A concentração cada vez maior de instituições de ensino superior espalhadas pela cidade contribui para o seu crescimento e expansão urbana devido ao aumento no fluxo migratório de jovens estudantes que deixam suas cidades e vêm a Vila Velha em busca de um ensino superior de qualidade.

1.2.

JUSTIFICATIVA

O tema do trabalho surge a partir da experiência e vivência da autora que assim como outros jovens universitários deixou sua cidade de origem e mudou-se para Vila Velha, com a intensão de cursar uma instituição de ensino superior. A percepção identificada pela autora, a partir de suas experiências e convívio com outros estudantes, se refere 1

Para a elaboração do gráfico foi utilizada a seguinte metodologia: Foram analisados no site do MEC os números de IES em cada cidade do Espírito Santo, fazendo ao final da pesquisa uma média de quantas instituições estão presentes em cada um dos municípios que formam a RMGV a fim de encontrar a porcentagem de IES por cidade.


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ao desafio em encontrar um local para morar, como também a busca por parceiros de moradia, já que nem todos jovens universitários têm condições de arcar com as despesas integralmente. A busca por apartamentos ou casas próximas à Universidade Vila Velha (UVV) para a formação de repúblicas estudantis têm como principais obstáculos a dificuldade de encontrar imóveis que atendam às necessidades dos usuários e sejam ao mesmo tempo acessíveis economicamente (Figura 2), principalmente depois da valorização imobiliária que a região vem sofrendo após a inauguração do Shopping Vila Velha e outros empreendimentos imobiliários existentes no local. Figura 2 – Valor médio do m² nos bairros próximos à UVV (adaptado).2

Valor médio do m² nos bairros próximos à UVV 5.000,00

4.743,00 3.522,00

4.000,00

3.393,00 2.821,00

3.000,00

2.563,00

2.000,00 1.000,00 Itaparica

Itapoã

Coqueiral de Itaparica

Divino Espírito Boa Vista I e II Santo

Fonte: FOLHA VITÓRIA, s.d.

Segundo o Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Espírito Santo (CRECIES), Vila Velha está entre as cidades que lideram o ranking do mercado imobiliário no Espírito Santo (Figura 3). A cidade concentra cerca de 37% dos empreendimentos em construção na Grande Vitória, isto porque o mercado imobiliário aposta em cidades que estão em crescimento, atraindo assim, empreendimento de empresas e pessoas. Em 2011 o bairro de Itaparica obteve destaque no quesito de valorização imobiliária, de acordo com os registros do CRESCI-ES, alcançando 13,8% de valorização nos valores dos imóveis (TRIGO, 2011).

2 Para a elaboração do gráfico foi utilizada a seguinte metodologia: Foram analisados, por meio da seção de classificados do jornal Folha Vitória, casas e apartamentos de 1 a 3 quartos, disponíveis para compra e venda, localizados nos bairros apresentados. Foi realizada uma média entre o valor do imóvel anunciado e sua metragem quadrada dividido pelo número de imóveis anunciados por bairro de forma a chegar no valor médio do m² nos bairros próximos à UVV.


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Figura 3 – Variação do índice de compra e venda de casas e apartamentos em Vila Velha/ES (adaptado).

Variação do índice de compra e venda de casas e apartamentos em Vila Velha/ES 35 30 25 20 15 10 5 0 fev/17

out/16

jun/16

fev/16

out/15

jun/15

fev/15

out/14

jun/14

fev/14

out/13

jun/13

fev/13

out/12

jun/12

-5

Fonte: FIPEZAP, s.d.

Atualmente a Universidade Vila Velha possui cerca de 11.987 alunos distribuídos em 45 cursos dispostos em três campus (UOL, 2016). Justificando assim a concepção de uma moradia estudantil para seus alunos migrantes, já que os mesmos, ao virem morar em Vila Velha em busca de formação em uma instituição de ensino superior se vêm sem alternativa senão, residir em casa de parentes ou dividir apartamentos com conhecidos e outros alunos que se encontram em situação semelhante. Para a concepção de um edifício residencial de caráter estudantil sem vínculos com instituições de ensino superior é necessário que o mesmo tenha usos que o mantenham economicamente. Assim, para que o edifício possua viabilidade econômica verifica-se a importância de ser concebido via parceria privada, como por exemplo entre a universidade e outras empresas. [...]. Um número pequeno, mas em constante expansão, de alunos mora em habitações construídas sob encomenda, oferecidas por operadoras comerciais do setor privado (Commercially Operated Communal Establishments, COCEs – Estabelecimentos Comunitários de Operação Comercial). Para serem financeiramente viáveis, esses empreendimentos precisam acomodar um grande número de jovens (200 ou mais). Eles podem ser administrados em conjunto com a universidade. [...] (LITTLEFIELD, 2011, p.145).

Outra maneira de diminuir os custos de residências estudantis segundo Littlefield (2011), é através do uso de técnicas sustentáveis incorporadas no projeto, capazes


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de reduzir o consumo de energia, disponibilizando também energia renovável aos moradores e usuários do edifício. Segundo Machado (2007), as experiências sociais e comunitárias vividas nas casas de estudantes é estimulada abrindo espaço para ricas experiências extracurriculares. Ambientes como o de repúblicas estudantis e restaurantes universitários são capazes de aproximar e gerar novas relações entre pessoas provenientes de diferentes classes, culturas e formações. Portanto, com o incentivo à criação de um centro residencial universitário, a UVV estaria também promovendo aos seus alunos um local com melhores condições de moradia e estudo, influenciando automaticamente na sua compreensão em sala de aula e melhorando sua experiência acadêmica.

1.3.

OBJETIVO

1.3.1. Geral Propor um edifício com foco no público jovem estudante de diversos níveis (como graduação, mestrado e doutorado) e diferentes classes sociais. Espera-se que o edifício funcione como uma extensão da universidade com programas que atendessem a estes variados perfis acadêmicos além de usos que o ajudem a manterse economicamente.

1.3.2. Específicos

Compreender o contexto histórico do surgimento e evolução do modelo de habitação estudantil.

Pesquisar referências projetuais de habitação estudantil de diferentes cidades e países, analisando suas deficiências e potencialidades.

Identificar os melhores usos a serem implantados no local, a fim de gerar uma maior apropriação do espaço.

Levantar soluções arquitetônicas que supram as necessidades dos diferentes usuários.


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Estudar a necessidade de uma residência estudantil na cidade de Vila Velha e o melhor local para a sua implantação.

Desenvolver o projeto, em nível de anteprojeto, de uma edificação destinada ao público universitário capaz de estimular as experiências sociais e comunitárias vividas por seus moradores, enriquecendo também sua vida acadêmica.

1.4.

METODOLOGIA

O estudo será realizado a partir de pesquisas teóricas referentes ao tema, que serão usadas como base para a elaboração final de um projeto de residência estudantil. Visando este objetivo serão analisados conceitos de referenciais bibliográficos, a fim de auxiliar na elaboração do projeto. O trabalho contará com o diagnóstico de referenciais projetuais de residências estudantis no Brasil e no mundo, que apresentem em seu conceito as pesquisas teóricas aqui realizadas, com a intenção de avaliar os melhores programas possíveis de serem implantados no projeto.

1.5.

ESTRUTURA DO TRABALHO

A estrutura do trabalho foi dividida da seguinte forma: Introdução, que consiste na definição dos diferentes tipos de habitações estudantis e uma breve explicação do seu surgimento no Brasil e no mundo. Posteriormente é feita uma análise deste setor no Espírito Santo, considerando, a partir daí a necessidade de tais moradias para os estudantes da Universidade Vila Velha. O segundo capítulo compõe-se de uma maior abrangência da definição dos tipos de habitação estudantil no Brasil, apresentando as diferenças existentes entre elas. Logo será realizada uma explanação mais detalhada do surgimento das casas de


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estudantes no mundo até chegar ao Brasil, onde é apresentado sua configuração e onde estas possuem maior incidência. No terceiro capítulo é realizada uma pesquisa com 4 referenciais projetuais de habitação estudantil de diferentes localidades, sendo dois deles de projetos internacionais e dois no Brasil, analisando seus pontos positivos e negativos que mais adiante podem ser admitidas ou desconsideradas na elaboração do projeto final. O quarto capítulo fundamenta-se na análise da necessidade de um modelo de habitação estudantil em Vila Velha, através de um estudo das necessidades dos potenciais usuários por meio de entrevistas e enquetes já existentes coletadas de outros trabalhos. Esta pesquisa influenciará nos diferenciais projetuais da residência universitária que será desenvolvida. Por fim, no quinto capítulo é apresentada a área onde será proposto o projeto e as medidas que levaram à escolha do terreno, além da apresentação do programa, as diretrizes que serão tomadas para a sua elaboração e o pré-dimensionamento do mesmo.


IMAGEM: DOORM RESIDÊNCIA DE ESTUDANTES EM LISBOA, PORTUGAL


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2.

REFERENCIAL TEÓRICO

Este capítulo destina-se a apresentar os conceitos relacionados às habitações estudantis, como estas se caracterizam e são diferenciadas, dentro da definição brasileira de casa de estudante. Em seguida é realizada uma análise da história do modelo de habitação estudantil, como este se desenvolveu e suas diferenças de acordo com a região ou país, caracterizando tipologias projetuais deste estilo habitacional.

2.1.

DEFINIÇÃO DE CASA DE ESTUDANTE

Casa de estudante é todo e qualquer espaço destinado à moradia de estudantes podendo receber diferentes denominações tal como: alojamento estudantil, residência estudantil, casa de estudante, república e outros (ANDRÉS, 2011). A SENCE Brasil classifica moradia estudantil em três tipos básicos: casa autônoma; moradia vinculada ou alojamento; e república, residência ou habitação estudantil (apud SOUSA, 2005, p.11). Casa autônoma pode ser estabelecida como qualquer moradia estudantil cujo gerenciamento é administrado por seus próprios moradores, tendo assim independência financeira e não possuindo vínculos com qualquer instituição (SOUSA, 2005). Estas casas são facilmente encontradas próximo às IES, são caracterizadas como casas ou apartamentos onde um grupo de estudantes se reúnem para compartilhar o espaço de moradia, com a principal intenção de economizar nas despesas diárias e aluguel. Moradia vinculada ou alojamento é a moradia de propriedade das IES, e geralmente é mantida pela mesma (SOUSA, 2005). Em muitas universidades estes alojamentos são oferecidos pela IES para estudantes de baixa renda, provenientes de outras cidades como parte do programa de assistência a estudantes (FREITAS, 2008).


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Os resultados da pesquisa gerada por Sousa (2005), mostram que na maioria dos casos as moradias estudantis são mantidas pela própria universidade, sendo estas predominantemente federais. Quanto à denominação desse modo específico de residência, considerando apenas o Brasil, há muitas variações. Podem ser chamadas de alojamento (como, por exemplo, na Universidade Federal de São Carlos e na Universidade de Brasília), moradia estudantil (como, por exemplo, na Universidade de Campinas) ou casa do estudante universitário (como, por exemplo, nas universidades de Goiânia) (SOUSA, 2005, p.11).

Os termos república, residência ou habitação estudantil referem-se a qualquer um dos tipos de casa de estudante apresentados anteriormente, correspondendo ao imóvel locado coletivamente para fins de moradia estudantil (SOUSA, 2005). O termo república vem do latim res-publica, que significa coisa pública. Na língua portuguesa, além de designar a forma de governo, o termo é utilizado também para dar nome às residências estudantis numa alusão ao convívio em um espaço onde a coabitação com outros estudantes e o compartilhamento de espaços e experiências comuns dá o tom as vivências (FREITAS, 2008, p.4).

Na cidade de Ouro Preto/MG, por exemplo, existem dois tipos de repúblicas estudantis. As repúblicas federais, pertencentes à Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), e as repúblicas particulares que não possuem vínculo com a universidade (SAYEGH, 2012). Em ambos os casos é encontrado, exclusivamente nas repúblicas ouro-pretanas, dois conceitos básicos muito importante para sobrevivência deste tipo de habitação que são a autogestão e autonomia que elas possuem. As repúblicas ouro-pretanas, tanto federais quanto particulares, não possuem nenhum poder acima de seus moradores capaz de interferir em suas atividades, e têm autonomia suficiente para administrar suas responsabilidades, sem a necessidade do acompanhamento de um supervisor (MACHADO, 2001). De acordo com o que foi apresentado acima verifica-se que existem duas diferenças básicas entre os tipos de moradias para estudantes, seja na espacialidade ou na forma de gerir. As casas autônomas estão localizadas sempre fora do campus da universidade, podendo ser próximas ou não e possuem total autonomia financeira, já que são geridas e administradas por seus próprios moradores. Enquanto os alojamentos podem estar situados dentro do campus universitário ou próximos a estes, em sua maioria, as despesas e manutenções são geridas pela Instituição.


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2.2.

HISTÓRIA DO MODELO DE HABITAÇÃO ESTUDANTIL

Para entender melhor o surgimento das habitações estudantis no mundo é preciso entender primeiro a história das instituições de ensino superior. Como já apresentado anteriormente, as universidades são responsáveis por um grande fluxo migratório de pessoas, gerando assim a necessidade de moradia para as mesmas, sendo estes em sua maioria estudantes. Do latim universĭtas, a universidade é uma instituição de ensino superior que envolve um conjunto de faculdades ou escolas de especialização profissional e científica, tendo como principal função garantir a conservação e o progresso do conhecimento, levando em consideração seus diversos ramos, através do ensino e da pesquisa. O conceito da palavra se refere tanto à instituição quanto ao edifício (AURÉLIO, s.d.). Numa definição abrangente, pode-se considerar a Akademia, fundada em 387 a.C. pelo filósofo grego Platão, como a primeira universidade da história. Nela os estudantes aprendiam filosofia, matemática e ginástica. Porém, o conhecimento não era debatido, apenas repassado dos mestres para os acadêmicos (NAWATE, 2014, p.13).

Durkheim (apud NAWATE, 2014, p.13), considera que as primeiras universidades, como nós conhecemos hoje, surgiram no final do século XI na Itália – Universidade de Bolonha – na Inglaterra – Universidade de Oxford – e na França – Universidade de Paris. Segundo Nawate (2014), foi na Inglaterra, em meados do século XIII, com as universidades de Oxford e Cambridge, que foim estabelecido o modelo de “cidade universitária”, criado a partir de uma infraestrutura urbana direcionada às atividades acadêmicas. Um exemplo deste modelo é o Merton College, de Oxford (Figura 4), fundado em 1264 possui capela, biblioteca e salas de aula. Posteriormente o modelo de “cidade universitária” foi reproduzido na América do Norte com o conceito de “campus”. A partir do século XIX, com a potencialização econômica e o crescimento populacional que ocorre nos Estados Unidos logo após a Primeira Guerra Mundial, surgem muitas instituições de ensino superior que acabam se tornando as maiores e mais conhecidas universidades do mundo, como Harvard, Yale e o MIT (Massachusetts Institute os Technology – Instituto de Tecnologia de Massachusetts) (NAWATE, 2014).


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Figura 4 – Merton College, fundado em 1264, em Oxford, Reino Unido.

Fonte: MATTHEWS, 2013.

Como citado por Machado (2007), e estudado pelo sociólogo alemão Max Weber, os colleges norte-americanos, como são chamadas as universidades nos Estados Unidos, se localizavam predominantemente em cidades pequenas, contribuindo com o deslocamento de um grande número de estudantes e gerando problemas de habitações nestes locais. Devido à localização dos colleges, os estudantes são de certa forma obrigados/induzidos a habitarem dentro do campus, contribuindo assim por um maior controle por parte da universidade sobre o modo de vida dos estudantes. Na segunda metade do século XIX, estudantes universitários fundaram diversas organizações como grupos literários, sociedades secretas, times de futebol, clubes sociais, bem como as fraternities (fraternidades). Estas últimas se constituíam em grupos fechados de estudantes, que residiam juntos em casas localizadas dentro ou na periferia dos campi e que, até hoje, podem ser identificadas por letras gregas nas suas fachadas. As primeiras fraternidades eram só para estudantes do sexo masculino. Passado algum tempo as estudantes fundam as sororities (irmandades) para estudantes do sexo feminino. As várias fraternities e sororities espalhadas por todo o país, formam o Greek System, ou seja, o sistema grego, que as une para que tenham maior organização. Esse sistema funciona como uma rede de apoio e de contatos sociais. Mediante ele os estudantes contam com apresentações e/ou recomendações, que podem facilitar a busca de estágios, empregos, empréstimos e outras facilidades; contam também com uma identidade que os diferencia (OLIVEN, 2003, s.p).

Nas universidades norte-americanas pode-se observar três tipos diferentes de residência estudantil. São estas: as acomodações dentro do campus (in-campus); as acomodações fora do campus (off-campus); e por fim as fraternidades (fraternities) ou irmandades (sororities), localizadas dentro do campus da universidade ou em sua periferia.


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As chamadas acomodações dentro do campus (in-campus) universitário são os dormitórios/alojamentos estudantis localizados em halls residenciais dentro do próprio campus da universidade (Figura 5). Estas geralmente acomodam dois estudantes (roommates) por quarto e suas áreas comuns podem variar de um prédio para o outro. Existem alojamentos que oferecem cozinha compartilhadas (self-catered), para que os estudantes possam preparar suas próprias refeições, e aqueles que não possuem, porém oferecem planos para os estudantes realizarem suas refeições nos refeitórios da universidade (catered) (HOTCOURSES, 2016). Figura 5 – Quarto de estudante em Hasting Hall, Universidade de Harvard.

Fonte: BURROUGHS, s.d.

Estes alojamentos são administrados pela universidade possuindo até mesmo, em alguns casos, monitores responsáveis em supervisionar as acomodações dando também suporte aos seus moradores, estes são chamados de Residente Assistant (RA – Assistente Residente). Estes assistentes são geralmente estudantes do segundo ou terceiro ano que além de supervisionar os halls, são responsáveis também pela organização de eventos sociais e reuniões dos estudantes residentes (HOTCOURSES, 2016). As acomodações fora do campus (off-campus) são casas ou apartamentos compartilhados oferecidos pelas universidades, são mais comuns entre estudantes a partir do segundo ano de graduação e pós-graduação, onde o valor do aluguel é pago à universidade ou diretamente ao proprietário que tem parceria com a instituição. Este tipo de acomodação funciona como uma casa de estudante autônoma, porém, possuem um suporte da universidade ao estudante durante a procura por acomodações seguras fora do campus (HOTCOURSES, 2016).


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Por fim, existe a acomodação em fraternidades (fraternities) e/ou irmandades (sororities). As fraternidades funcionam como as repúblicas estudantis existentes no Brasil. São constituídas por um grupo de estudantes quem moram juntos e são, geralmente, supervisionados por grupos de alunos formados que ainda mantêm vínculos com a universidade e a fraternidade (BLUMENTHAL, 2007). A Flat Hat Club (em inglês, clube do chapéu plano) é considerada a primeira fraternidade de uma universidade americana. Foi fundada em 1750, na Faculdade de William e Mary, em Virgínia. Naquele período, a ideia das fraternidades havia sido importada de associações secretas europeias, como os maçons e as organizações estudantis da Alemanha. Clubes sociais similares, como Whig e Chliosophic (1760), em Princeton, e o Clube Porcellian (1791), em Harvard, vieram logo em seguida (BLUMENTHAL, 2007, s.p).

É importante dizer que cada fraternidade possui um legado, muitas delas são conhecidas por seus ex-alunos. Para fazer parte de uma delas é preciso mais que apenas se candidatar, é necessário impressionar seus moradores, seja pela inteligência, sobrenome, conta bancária, influência, etc. A fraternidade Delta Kappa Epilson por exemplo, localizada em Yale desde 1844 possui 5 ex-presidentes norteamericanos como ex-membros: Hayes, Roosevelt, Ford e os Bush (pai e filho) (DKE, s.d.). Desta forma, é possível afirmar que pertencer a uma fraternidade pode ser visto como um sinal de distinção social já que com o passar dos anos e com a democratização dos colleges americanos, as fraternidades passam a servir como um filtro social (OLIVEN, 2003). Para os calouros as fraternidades servem como apoio para a adaptação na nova vida no campus, além de servirem como um espaço de sociabilização. O mesmo ocorre nas repúblicas brasileiras, a diferença é que as fraternidades também, segundo Arabela Campos Oliven, professora de sociologia da educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, “ampliam o capital social do estudante por meio de redes de contato com colegas de outras universidades e ex-alunos” (apud BLUMENTHAL, 2007). No Brasil, a intenção de crescimento desta rede de contatos é dispensada pelos alunos em fase de formação, devido o histórico elitista da educação de ensino superior no Brasil (BLUMENTHAL, 2007). No Brasil as faculdades e universidades surgem tardiamente, a primeira instituição de ensino superior a se formar no país foi no início do século XIX. Segundo Oliven (2003), no Brasil Colônia, o ensino formal era responsabilidade da Companhia de Jesus, os jesuítas se dedicavam à educação dos filhos da elite nos colégios reais, além da


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cristianização dos indígenas e da formação do clero. Os jovens nascidos no Brasil que planejavam obter um diploma de ensino superior tinham de se deslocar a Portugal, a fim de estudarem na Universidade de Coimbra. Com mudança da Família Real Portuguesa para o Brasil, em 1808, após as tropas napoleônicas invadirem Portugal, foi solicitado por parte de muitos comerciantes locais a criação de uma universidade no País, foi criado então, em Salvador, a Escola de Cirurgia da Bahia, ainda não considerada universidade na época (OLIVEN, 2003). Segundo Oliven (2003), somente em 1920 foi criada a primeira universidade no Brasil, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ela nasceu da vinculação de faculdades já existentes na cidade. Apesar disso, várias faculdades foram estabelecidas em todo o território nacional, como nas cidades de Olinda, São Paulo, Ouro Preto, etc. Há divergências em relação à primeira residência estudantil no Brasil. Segundo Naspolini (apud MORAIS; MIRANDA, 2011, p.4), diversas moradias estudantis surgiram em São Paulo após a criação da Faculdade de Direito de São Paulo em 1827. Já Sardi (apud MORAIS; MIRANDA, 2011, p.4), afirma que os primeiros registros de repúblicas estudantis datam de 1897, em Ouro Preto, Minas Gerais, após o abandono de diversas casas das quais seus proprietários se mudaram para Belo Horizonte devido a transferência da Capital do Estado para a cidade. De acordo com Nawate (2014), as primeiras residências estudantis, no Brasil, originaram-se entre 1850 e 1860 na cidade de Ouro Preto, Minas Gerais, em consequência da criação da Escola de Minas de Ouro Preto, que atraiu alunos e professores para a cidade. Mesmo não conhecendo a data exata da primeira habitação estudantil no Brasil, acredita-se que as casas de estudantes mais antigas do país são a República Copacabana de Piracicaba de 1923, em São Paulo e a República Castelo dos Nobres (Figura 6), fundada em 1919, em Ouro Preto, sendo esta possivelmente a república mais antiga do Brasil ainda em vigência (MORAIS; MIRANDA, 2011).


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Figura 6 – República Castelo dos Nobres, fundada em 1919 em Ouro Preto/MG.

Fonte: ASSIS, 2010.

No caso do Espírito Santo verifica-se a existência de um alojamento estudantil localizado em Alegre/ES, município da região sul do Estado situado a 200 Km da capital. O alojamento está inserido no campus do Centro de Ciências Agrárias (CCA) da UFES (Figura 7) e possui capacidade máxima para 56 alunos, sendo estes exclusivamente do sexo masculino. Figura 7 – Localização do alojamento estudantil dentro do campus da UFES em Alegre/ES (adaptado).

Fonte: ACERVO PESSOAL, 2017.


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O edifício é dividido em duas alas, contendo cada uma: 4 quartos, com capacidade para 7 pessoas, uma sala, para estudo e/ou lazer, e um banheiro compartilhado (Figura 8). Aos fundos de ambas as alas, que não possuem conexão entre elas, está localizada a cozinha comunitária, que possui acesso independente pelo exterior do edifício (SATURNINO, 2013). Figura 8 – Planta baixa do alojamento estudantil da UFES em Alegre/ES.

Fonte: SATURNINO, 2013.

Segundo Saturnino (2013), o alojamento foi construído no mesmo ano do surgimento do campus em 1995 e não passou por nenhuma reforma desde então. O edifício possui uma fachada simples (Figura 9), a cobertura da cozinha é composta por telha de fibrocimento, sem forro, e no interior dos quartos os móveis são fixos, o que impede modificações do layout (Figura 10). Figura 9 – A fachada do alojamento durante sua inauguração em 1995, à esquerda, e a fachada do alojamento atualmente em 2013, à direita.

Fonte: SATURNINO, 2013.


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Figura 10 – Interior da cozinha comunitária, à esquerda, e os móveis fixos dos quartos, à direita.

Fonte: SATURNINO, 2013.

Após analisar o alojamento estudantil existente no campus CCA da UFES percebe-se a necessidade que o Estado do Espírito Santo tem de novas moradias estudantis, mais modernas e contemporâneas, com melhores equipamentos e maior planejamento arquitetônico. O alojamento de Alegre peca pela falta de estrutura. O mesmo possui tipologia antiquada e transmite sensação de insegurança a seus moradores e visitantes. Apesar de ser um ambiente compartilhado, as moradias estudantis devem transmitir organização e espaços de sociabilização a seus moradores de forma a não prejudicar sua privacidade.

2.3.

CARACTERÍSTICAS DAS CASAS DE ESTUDANTE

É interessante que as moradias estudantis possuam diferentes modelos de unidades habitacionais, permitindo assim que os estudantes escolham seus dormitórios com base no padrão e preço de cada um, além de refletir e atender as necessidades de diferentes estudantes, seja de graduação, mestrado ou doutorado. Geralmente as moradias estudantis contêm dormitórios individuais ou coletivos, suítes ou banheiros compartilhados e apartamentos individuais ou compartilhado, com cozinha (NAWATE, 2014). Segundo Liz Pride (apud NAWATE, 2014, p.25), as unidades habitacionais individuais são geralmente elementos repetitivos e de tamanho reduzido, mas ainda sim são os componentes principais das residências estudantis.


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2.3.1. Tipologia das moradias universitárias

Os edifícios residenciais estudantis tradicionais são comumente formados por várias unidades habitacionais conectadas por um corredor, sendo que este pode ser projetado de diversas maneiras diferentes. No livro “Manual do Arquiteto: Planejamento, Dimensionamento e Projeto”, de David Littlefield, 2011, são apresentas algumas tipologias construtivas deste modelo habitacional que serão exemplificadas a seguir. Tipologia com escadaria: consiste em edifícios separados em blocos, sendo que cada um possui um número limitado de dormitórios por pavimento atendidos por uma única escada. Esta tipologia construtiva propicia a formação de grupos sociais, além de inviabilizar a utilização de elevadores, uma vez que estes teriam de ser colocados em cada bloco. Um exemplo de moradia estudantil com esta configuração é o a Jowet Walk accommodation no Balliol College, em Oxford, projetado pelo escritório MJP Architects, concluído em 2004 (Figura 11 a Figura 14). Figura 11 – Imagens externas do Jowett Walk accommodation no Balliol College, em Oxford, Reino Unido.

Fonte: MJP ARCHITECTS, s.d.


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Figura 12 – Imagem interna de uma das unidades de habitação individual do Jowett Walk accommodation no Balliol College, em Oxford, Reino Unido.

Fonte: MJP ARCHITECTS, s.d. Figura 13 – Planta baixa do pavimento térreo. Jowett Walk accommodation no Balliol College, em Oxford, Reino Unido (adaptado).

Legenda: 1 – Unidade habitacional individual; 2 – Banheiro privativo; 3 – Cozinha; 4 – Sala de jantar. Fonte: LITTLEFIELD, 2011.


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Figura 14 – Planta baixa do pavimento tipo. Jowett Walk accommodation no Balliol College, em Oxford, Reino Unido (adaptado).

Legenda: 1 – Unidade habitacional individual; 2 – Banheiro privativo; 3 – Cozinha; 4 – Sala de jantar. Fonte: NAWATE, 2014.

Tipologia corredor: Como o próprio nome já fala, a tipologia corredor é composta por dormitórios dispostos ao longo de um corredor. Essa é a disposição mais comumente encontrada em moradias estudantis, devido ao fato de que os corredores permitem, economicamente, um único núcleo de elevador para atender a diversas unidades habitacionais, facilitando assim o acesso de pessoas com necessidades especiais, visitantes, funcionários da limpeza e os próprios estudantes. Esta tipologia construtiva tende a ter uma maior área destinada à circulação de pessoas, além de tornar mais difícil, em casos de corredores centrais, a utilização de iluminação e ventilação natural. Durante o projeto deste arranjo com corredor é importante ter cuidado, para evitar a monotonia e o aspecto institucional que este modelo construtivo pode proporcionar. A seguir é apresentado um exemplo desta tipologia, o The Maersk McKinney Moller Centre no Churchill College, em Cambridge, projetado pelo escritório Henning Larsen Architects em 1992 (Figura 15 a Figura 18).


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Figura 15 – Imagem externa do The Maersk McKinney Moller Centre no Churchill College, em Cambridge, Reino Unido.

Fonte: HENNING LARSEN ARCHITECTS, s.d. Figura 16 – Imagem interna dos corredores do The Maersk McKinney Moller Centre no Churchill College, em Cambridge, Reino Unido.

Fonte: HENNING LARSEN ARCHITECTS, s.d. Figura 17 – Planta baixa do pavimento térreo. The Maersk McKinney Moller Centre no Churchill College, em Cambridge, Reino Unido (adaptado).

Legenda: 1 – Colunata de entrada; 2 – Saguão com pé direito duplo; 3 – Escadaria; 4 – Sala de jantar; 5 – Cozinha; 6 – Auditório; 7 e 8 – Dormitórios individuais. Fonte: LITTLEFIELD, 2011.


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Figura 18 – Planta baixa do pavimento tipo. The Maersk McKinney Moller Centre no Churchill College, em Cambridge, Reino Unido (adaptado).

Fonte: NAWATE, 2014.

Outro bom exemplo desta tipologia de habitação estudantil é o Friendship House, em Londres, projetado pelo escritório MJP Architects e concluído em 2005 (Figura 19 a Figura 22). Este edifício é uma residência para estudantes e funcionários distribuídos em corredores, sendo alguns destes centrais. Nele é apresentada a solução encontrada pelos arquitetos na questão da falta de iluminação e ventilação natural, foram posicionadas aberturas nos finais de cada corredor central. Figura 19 – Imagens externas da Friendship House, em Londres, Reino Unido.

Fonte: MJP ARCHITECTS, s.d.


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Figura 20 – Imagens do pátio interno da Friendship House, em Londres, Reino Unido.

Fonte: MJP ARCHITECTS, s.d. Figura 21 – Planta baixa do pavimento térreo. Friendship House, em Londres, Reino Unido.

Fonte: MJP ARCHITECTS, s.d.


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Figura 22 – Planta baixa do pavimento tipo. Friendship House, em Londres, Reino Unido.

Legenda: 1 – Unidade habitacional individual; 2 – Dormitório individual para pessoa com necessidades especiais; 3 – Cozinha compartilhada; 4 – Salão de uso comum; 5 – Pátio; 6 – Jardim; 7 – Viaduto da linha ferroviária. Fonte: LITTLEFIELD, 2011.

Edifícios

de

apartamentos:

São

cômodos

agrupados

em

apartamentos

independentes, com unidades habitacionais individuais onde os demais equipamentos são compartilhados por este número limitado de habitações. Este arranjo é bastante comum e se assemelha muito a apartamentos comuns. Em alguns projetos é possível notar que tal disposição é combinada com a tipologia com corredor, seriam diversos apartamentos dispostos ao longo de um corredor. É possível encontrar este modelo de habitação na Alliance Student Housing, em Newington Green, em Londres, projetada pelo escritório Haworth Tompking Architects em 2004 (Figura 23 a Figura 26). Percebe-se nele que as cozinhas compartilhadas se encontram adjacente às áreas para circulação de uso comum, seguida dos apartamentos individuais.


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Figura 23 – Imagens externas da Alliance Student Housing, no Newington Green, em Londres, Reino Unido.

Fonte: HAWORTH TOMPKINS ARCHITECTS, s.d. Figura 24 – Imagem interna de uma das unidades de habitação individual da Alliance Student Housing, no Newington Green, em Londres, Reino Unido.

Fonte: SANCTUARY STUDENTS, s.d.


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Figura 25 – Planta baixa do pavimento térreo. Alliance Student Housing, no Newington Green, em Londres, Reino Unido.

Legenda: 1 - Elevador; 2 – Jardim; 3 – Lobby; 4 – Corredor; 5 – Cozinha compartilhada; 6 – Unidade habitacional individual; 7 – Banheiro individual. Fonte: HAWORTH TOMPKINS ARCHITECTS, s.d. Figura 26 – Planta baixa do pavimento tipo. Alliance Student Housing, no Newington Green, em Londres, Reino Unido.

Legenda: 1 – Elevador; 2 – Área de circulação de uso comum; 3 – Lobby; 4 – Corredor; 5 – Cozinha compartilhada; 6 – Unidade habitacional individual; 7 – Banheiro individual. Fonte: HAWORTH TOMPKINS ARCHITECTS, s.d.


50

Casas ou apartamentos individuais: Esta tipologia de habitação são casas ou apartamentos individuais convencionais utilizados para acomodação. Estes são geralmente procurados por estudantes mais velhos devido a maior privacidade. É possível encontrar este modelo de tipologia na Constable Terrace, University of East Anglia em Norwich, no Reino Unido, projetado pelo escritório Rick Mather Architects em 1993 (Figura 27 e Figura 28). Figura 27 – Imagens externas da Constable Terrace, University of East Anglia, em Norwich, Reino Unido.

Fonte: RICK MATHER ARCHITECTS, s.d. Figura 28 – Planta baixa de diversos pavimentos. Constance Terrace, University os East Anglia, em Norwich, Reino Unido.

Legenda: 1 – Unidade habitacional individual; 2 – Cozinha; 3 – Sala de estar e jantar; 4 – Instalações/ armário/ material de limpeza; 5 – Banheiro; 6 – Minicozinha; 7 – Duto para ventilação; 8 – Projeção do beiral; 9 – Claraboia para o corredor linear. Fonte: LITTLEFIELD, 2011.


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A partir dos exemplos apresentados anteriormente é possível concluir que a unidade habitacional é o elemento principal da moradia universitária. É nele que o estudante vai passar maior parte do tempo, desta forma, o projeto deve facilitar na realização de funções diversas, como: dormir, relaxar, estudar e socializar, em um espaço reduzido. A unidade habitacional deve passar ao estudante a sensação de privacidade e segurança, com iluminação e ventilação adequada, além de, quando possível, uma vista agradável. É importante que a unidade habitacional seja fácil de limpar e manter, proporcionando ao estudante o poder de controlar o ambiente, por meio da calefação, iluminação, etc. (LITTLEFIELD, 2011). Littlefield (2011) aconselha que o projeto seja sempre composto por uma variedade de tipos de unidades habitacionais, garantindo também que o mobiliário possa ser distribuído sem dificuldades no ambiente, a fim de permitir ao estudante de impor sua personalidade no local e evitar o aspecto institucional que predomina geralmente as moradias estudantis. As unidades habitacionais podem ser individuais ou compartilhadas, sendo que, as suítes individuais são o modelo de acomodação mais comum. As moradias estudantis podem ser formadas por unidades habitacionais coletivas, que incluem dormitórios com ou sem banheiro próprio e suítes com cozinha.


IMAGEM: RESIDÊNCIA ESTUDANTIL DA UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA DE EINDHOVEN EM EINDHOVEN, HOLANDA


55

3.

REFERÊNCIAS PROJETUAIS

Para a elaboração do projeto de uma moradia estudantil em Vila Velha foi levado em consideração, além dos modelos de tipologia construtiva apresentados no capítulo anterior, edifícios estudantis em construção ou já existentes no Brasil e no mundo, que apresentam em seu projeto soluções modernas e inovadoras. Os projetos utilizados como referência são avaliados neste capítulo segundo seu programa, implantação, morfologia, espacialidade, elementos de conforto ambiental e materialidade de forma para auxílio na elaboração da proposta final.

3.1.

MORADIA ESTUDANTIL, UNIFESP, SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

O projeto de moradia estudantil (Figura 29), desenvolvido pelo escritório Arquitetos Associados, foi selecionado como primeiro colocado no concurso nacional para moradia estudantil da Unifesp em São José dos Campos/SP realizado em 2015. O edifício é composto por dois blocos lineares interligados entre si por passarelas que se escalonam conforme a variação da topografia local (ARCHIDAILY, 2015). Figura 29 – Moradia estudantil, em São José dos Campos/SP.

Fonte: ARCHIDAILY, 2015.


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PROGRAMA

O Conjunto de edifícios residenciais estudantis possuem um total de 72 unidades habitacionais, sendo estes apartamentos de dois ou quatro quartos, apartamentos para família e apartamentos acessíveis. Além disso o projeto conta com áreas comuns próximas aos apartamentos e edifícios de uso compartilhado com uma maior variedade de equipamentos para o uso dos moradores (ARCHIDAILY, 2015).

IMPLANTAÇÃO

A moradia está localizada a cerca de 14 km do centro da cidade e do campus principal da Unifesp em São José dos Campos/SP, porém, muito próximo a ele está localizado o Instituto de Ciência e Tecnologia (ICT) da Universidade, a menos de meio quilômetro de distância. Próximo à área destinada à obra existem também pequenos centros urbanos locais (Figura 30). Figura 30 - Localização da moradia estudantil, em São José dos Campos/SP.

Fonte: ACERVO PESSOAL, 2017.


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Implantado em um terreno inclinado com aproximadamente 14.000 m², a moradia se configura em dois blocos orientados a partir dos limites do terreno e que se escalonam à medida que a topografia varia (Figura 31). Ao centro, entre os dois blocos, é projetado um edifício que se camufla à paisagem e abriga os espaços coletivos do complexo. Este edifício ao centro se configura como um elemento estruturador da paisagem, de forma a editar a topografia original do terreno (ARCHIDAILY, 2015). Figura 31 – Planta de Implantação da moradia estudantil, em São José dos Campos/SP (adaptado).

Fonte: ARCHIDAILY, 2015.

Os blocos residenciais possuem apenas unidades habitacionais e pequenas áreas de uso comum intermediário. Os edifícios de uso coletivo possuem áreas esportivas e acadêmicas, sendo que seu terraço é utilizado como espaço público de lazer (Figura 32). A forma como os blocos de uso coletivo foram implantados estabelece uma diminuição dos limites entre edifício e paisagem, ampliando assim a abertura visual para a paisagem circundante, além de ampliar a integração do edifício e seus usuários com a paisagem natural (ARCHIDAILY, 2015).


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Figura 32 – Imagem externa apresentando a integração do edifício de uso coletivo, no subsolo, com as áreas públicas de lazer no terraço da moradia estudantil, em São José dos Campos/SP.

Fonte: ARCHIDAILY, 2015.

MORFOLOGIA

Como apresentado anteriormente a moradia estudantil é formada por dois blocos residenciais, que se escalonam à medida que a topografia do terreno varia, e dois blocos de uso coletivo implantados de forma camuflada simulando um escalonamento do terreno. O terraço dos edifícios de uso coletivo é utilizado como área aberta de lazer, conectados por meio de caminhos calçados, entre os dois blocos residenciais ( Figura 33). Nos edifícios residenciais é utilizada a tipologia de corredor, ao longo da circulação estão dispostas as unidades habitacionais em somente um lado já que o outro possui aberturas para a entrada de ventilação e iluminação natural. A escolha projetual de inserir os edifícios de uso coletivo subterrâneos utilizando o espaço sob estes como áreas de lazer, permitiu uma maior abertura visual para as unidades habitacionais presentes no bloco leste, que têm suas aberturas direcionadas à esta área. Como os dois blocos residenciais circundam os edifícios de uso coletivo estes têm suas aberturas direcionadas para o norte, sem obstruções (Figura 34).


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Figura 33 – Diagrama de implantação e circulação dos espaços de lazer, à esquerda, e das circulações internas dos núcleos de moradia (em vermelho) e dos espaços de interligação entre os dois blocos (em verde), à direita, da moradia estudantil, em São José dos Campos/SP.

Fonte: ARCHIDAILY, 2015. Figura 34 – Diagrama de implantação e volumetria apresentando o direcionamento das aberturas à paisagem nas unidades habitacionais (em vermelho), à esquerda, e o direcionamento da abertura à paisagem nos espaços coletivos (em verde), à direita, da moradia estudantil, em São José dos Campos/SP.

Fonte: ARCHIDAILY, 2015.

Como o terreno onde a moradia estudantil está inserida é acidentado, e os edifícios residenciais seguem a variação da topografia, o escalonamento existente nos edifícios é realizado de forma reversa. À medida que a inclinação do terreno aumenta, maior é também altura do edifício (Figura 35). Assim na região mais alta do terreno, os edifícios possuem dois pavimentos e na região mais baixa do terreno os edifícios possuem quatro pavimentos. Figura 35 – Seção longitudinal do edifício residencial apresentando a inclinação do terreno e o escalonamento da moradia estudantil, em São José dos Campos/SP.

Fonte: ARCHIDAILY, 2015.


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De forma simples e imperceptível, o projeto da moradia estudantil consegue aproveitar a topografia do terreno para criar diferentes ambientes que se integram de forma descontraída, evidenciando diferentes pontos da paisagem local sem obstruir a mesma (Figura 36). Figura 36 – Imagem externa apresentado a integração entre os diferentes ambientes da moradia estudantil, em São José dos Campos/SP.

Fonte: ARQUITETOS ASSOCIADOS, s.d.

ESPACIALIDADE

Como já apresentado, o edifício foi dividido em blocos residenciais e de uso compartilhado. Os dois blocos de uso residencial possuem um total de 72 unidades habitacionais com aproximadamente 65 m² cada, entre estes são dispostas pequenas áreas de uso comum, com sala de estar e sala de estudo próximas às torres de circulação vertical. As unidades habitacionais são formadas por módulos estruturais quadrados de 4,80 por 4,80 metros (Figura 37), sendo assim cada moradia, junto ao seu corredor de acesso, ocupam um conjunto de quatro módulos (9,60 por 9,60 metros) (ARCHIDAILY, 2015).


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Figura 37 – Diagrama dos módulos estruturais que compõem as unidades habitacionais da moradia estudantil, em São José dos Campos/SP.

Fonte: ARCHIDAILY, 2015.

As unidades habitacionais são formadas por cinco tipos diferentes de apartamentos. No

projeto

foram

criados

apartamentos

individuais,

apartamentos

duplos,

apartamentos acessíveis individuais e duplos e apartamentos para família. Os apartamentos individuais são formados por quatro quartos que compartilham um banheiro, área de serviço e copa. Já os apartamentos duplos possuem dois quartos para duas pessoas, compartilhando um banheiro, área de serviço e copa (Figura 38). Figura 38 – Planta baixa dos apartamentos individuais, à esquerda, e duplos, à direita, existentes na moradia estudantil, em São José dos Campos/SP.

Fonte: ARCHIDAILY, 2015.

Os apartamentos acessíveis podem ser com dois ou quatro quartos, ambos individuais, compartilhando banheiro, área de serviço e copa totalmente acessíveis. E por fim, o apartamento família que possui layout diferenciado com espaço para três pessoas, com banheiro, área de serviço e copa (Figura 39).


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Figura 39 – Planta baixa dos apartamentos acessíveis, à esquerda, e familiares, à direita, existentes na moradia estudantil, em São José dos Campos/SP.

Fonte: ARCHIDAILY, 2015.

O interessante das unidades habitacionais é que estas possuem em ambos os lados janelas altas que ajudam a melhorar a iluminação e ventilação natural, respeitando a privacidade dos moradores, já que uma das faces do apartamento faz divisão com os corredores de circulação geral. A criação de janelas em ambos os lados possibilita também a ventilação cruzada em todos os apartamentos (Figura 40). Os corredores internos dos blocos residenciais possuem, em sua face oeste, brises verticais que atuam como elemento redutor de insolação e transmissão de calor para os espaços internos do edifício (ARCHIDAILY, 2015). Figura 40 – Seção transversal do edifício residencial apresentando a ventilação cruzada que ocorre na moradia estudantil, em São José dos Campos/SP.

Fonte: ARCHIDAILY, 2015.


63

O primeiro pavimento da moradia possui unidades habitacionais nos edifícios residenciais e salão de jogos e academia ao centro, no edifício de uso compartilhado (Figura 41). Afastado do complexo foi implantado uma quadra poliesportiva. No pavimento superior, o edifício de uso compartilhado possui biblioteca, espaço multiuso, cozinha central, cineteatro, sala de ateliê comunitário e lavanderia central, além das unidades habitacionais nos edifícios residenciais (Figura 42). Os equipamentos comunitários existentes na moradia faziam parte do programa de necessidades apresentado no edital do concurso. Figura 41 – Planta baixa do primeiro pavimento da moradia estudantil, em São José dos Campos/SP.

Fonte: ARCHIDAILY, 2015. Figura 42 – Planta baixa do segundo pavimento da moradia estudantil, em São José dos Campos/SP.

Fonte: ARCHIDAILY, 2015.


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A partir do terceiro pavimento são inseridos apenas unidades habitacionais presentes nos edifícios residenciais. Sobre os edifícios de uso comum existem áreas livres de lazer, que servem como ligação entre os dois blocos residenciais (Figura 43 e Figura 44). Figura 43 – Planta baixa do terceiro pavimento da moradia estudantil, em São José dos Campos/SP.

Fonte: ARCHIDAILY, 2015. Figura 44 – Planta baixa do quarto pavimento da moradia estudantil, em São José dos Campos/SP.

Fonte: ARCHIDAILY, 2015.


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CONFORTO

Segundo a Instrução Normativa No 01, de 19 de janeiro de 2010, da Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamentos, Orçamentos e Gestão3 as edificações de instituições públicas têm exigência legal de serem sustentáveis. Desta forma, o projeto de moradia estudantil em São José dos Campos (Figura 45) propõe previsões de elementos tecnológicos para a redução do consumo de energia, como a adoção de lâmpadas de baixo consumo e maior vida útil e sensores de presença e de nível de iluminação (ARCHIDAILY, 2015). Figura 45 – Imagem dos corredores dos edifícios residenciais que utilizam brises verticais na face oeste como elemento de conforto da moradia estudantil, em São José dos Campos/SP.

Fonte: ARCHIDAILY, 2015.

O uso de energia solar para aquecimento de água, assim como instalação de sistema de captação, tratamento e reuso de águas pluviais e de esgoto cinza para abastecimento de vasos sanitários também são propostos como medidas sustentáveis para o projeto, além da utilização de materiais recicláveis e biodegradáveis de máxima industrialização de forma a minimizar os gastos com manutenção e de preferência

3

Segundo a Instrução Normativa No 01, de 19 de janeiro de 2010, as especificações do projeto para contratação de serviços e obras de engenharia por parte de órgãos e entidades públicas devem ser elaboradas visando a economia operacional e de manutenção do edifício, a redução do consumo de energia e água e a utilização de materiais e tecnologias que reduzam o impacto ambiental.


66

materiais e mão-de-obra local, que são mais vantajosos economicamente contribuindo também para o estimulo da economia local (ARCHIDAILY, 2015). Além de atender às exigências da Instrução Normativa, o projeto propõe elementos que possibilitam a geração de energia elétrica através da captação de energia solar, por meio de painéis fotovoltaicos e a redução da absorção térmica da envoltória, a partir do uso de atenuadores solares dispostos no plano externo, como por exemplo a cobertura verde presente sobre o edifício de uso compartilhado (Figura 46) (ARCHIDAILY, 2015). Figura 46 – Imagem externa dos edifícios residenciais e da cobertura verde sobre os edifícios de uso compartilhado da moradia estudantil, em São José dos Campos/SP.

Fonte: ARCHIDAILY, 2015.

MATERIALIDADE

A construção da moradia estudantil foi toda pensada na racionalização construtiva e na industrialização, de forma a reduzir os custos, tempo de implantação e manutenção. O projeto utiliza dois sistemas construtivos distintos: o sistema modular com estrutura metálica e a construção pesada em concreto armado (Figura 47). Os edifícios de uso compartilhado, presentes no centro do projeto, são de concreto armado moldado in loco e deixado aparente, sempre que possível. Os edifícios


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residenciais são realizados utilizando um sistema modular de perfis metálicos leves, com montagem econômica e rápida (ARCHIDAILY, 2015). Figura 47 – Diagrama apresentado os sistemas construtivos utilizados, sistema modular industrializado (em vermelho), e construção pesada em concreto armado (em verde) da moradia estudantil, em São José dos Campos/SP.

Fonte: ARCHIDAILY, 2015.

Nos

corredores

dos

edifícios

residenciais

são

utilizados

brises

verticais

industrializados de fácil instalação e fixação na estrutura metálica (Figura 48). As unidades habitacionais possuem módulos hidráulicos industrializados, assim como divisões internas em gesso acartonado e marcenaria integrada. As vedações são feitas por meio de caixilhos modulados que são integrados a armários externos em concreto pré-moldado (ARCHIDAILY, 2015). Figura 48 – Imagem externa apresentando ambos os lados dos edifícios residenciais, a face com brises verticais e a face com os fundos dos armários em concreto pré-moldado da moradia estudantil, em São José dos Campos/SP.

Fonte: ARQUITETOS ASSOCIADOS, s.d.

A partir da análise do projeto da moradia estudantil em São José dos Campos/SP para a Unifesp é possível perceber que a mesma está implantada em um terreno afastado


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do campus universitário e do meio urbano, o que pode acarretar em um aumento com os gastos de transporte dos alunos/moradores. Porém, a falta de equipamentos urbanos próximos ao terreno justifica a inserção de uma gama tão variada de equipamentos acadêmicos e de uso comum para usufruto de seus moradores. O edifício foi implantado no terreno de forma inteligente e precisa, aproveitando de sua topografia e natureza circundante para a criação de vistas e áreas públicas de lazer. Os materiais, sistemas construtivos e sistemas de tecnologia sustentável utilizados no projeto contribuem para sua valorização e economia.

3.2.

MORADIA ESTUDANTIL, UNIFESP, OSASCO

A proposta da moradia estudantil (Figura 49) foi selecionada como primeiro colocado no concurso nacional para moradia estudantil da Unifesp em Osasco/SP, realizado em 2015 e projetado pelo escritório paulistano Hereñú & Ferroni Arquitetos. O edifício implantado em um terreno com topografia acidentada possui pátio interno e se escalona de forma a acompanhar o terreno (ARCHIDAILY, 2015). Figura 49 – Moradia estudantil, em Osasco/SP.

Fonte: HEREÑU & FERRONI, s.d.


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PROGRAMA

A moradia estudantil possui 98 unidades habitacionais para estudantes, distribuídos em apartamentos com quartos individuais, quartos duplos, quartos acessíveis e quartos família, além de espaços de uso coletivo próximos aos apartamentos e espaços de uso geral no térreo, disponível para os moradores do edifício e para a comunidade local. (ARCHIDAILY, 2015).

IMPLANTAÇÃO

O edifício está localizado a cerca de 4 km do campus da Unifesp em Osasco/SP em um terreno bem inserido no meio urbano, próximo a equipamentos como escola e estação de metrô (Figura 50). O projeto possui 9.286 m² de área construída em um terreno acidentado de aproximadamente 21.000 m². O edifício possui um pátio interno, o que ajuda a criar uma distinção entre os espaços públicos e privados de lazer. Ao lado leste do edifício foi criado uma praça pública que faz ligação com a comunidade local a partir da instalação de equipamentos esportivos (ARCHIDAILY, 2015). Figura 50 – Diagrama de localização e implantação da moradia estudantil, em Osasco/SP.

Fonte: HEREÑU & FERRONI, s.d.

O térreo do edifício possui espaço multiuso, lavanderia, cozinha central, cineteatro, biblioteca, salas de ateliê e academia, todos estes equipamentos são direcionados


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para a praça pública existente ao leste do edifício. As áreas de serviço do edifício estão localizadas ao lado oeste onde há menos circulação de pessoas. Como no projeto anterior, os equipamentos comunitários existentes na moradia estudantil de Osasco/SP faziam parte do programa de necessidades proposto pelo edital do concurso. A praça existente no lado leste do edifício foi criada para fazer uma conexão com a comunidade local. Nela foram instaladas quadra poliesportiva com arquibancada, além de amplos espaços arborizados de descanso e contemplação (Figura 51). Figura 51 – Diagrama de usos do térreo da moradia estudantil, em Osasco/SP.

Fonte: HEREÑU & FERRONI, s.d.

MORFOLOGIA

Implantado em um terreno de topografia acidentada, o projeto propõe a criação de um pátio interno no edifício, possibilitando a criação de uma “dupla fachada”, de forma a ativar tanto o pátio interno quanto a praça pública. O bloco com pátio sobre a topografia acidentada permite ao projeto o terraceamento da massa edificada (Figura 52). Dessa forma, o edifício se configura a partir de múltiplos blocos de diferentes alturas interligados entre si, criando diversos terraços frequentáveis e diferentes situações espaciais (ARCHIDAILY, 2015).


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Figura 52 – Diagrama de implantação e volumetria da moradia estudantil, em Osasco/SP.

Fonte: HEREÑU & FERRONI, s.d.

A moradia estudantil se configura na tipologia corredor, sendo as unidades habitacionais presentes em apenas um dos lados dos corredores e estes abertos para a entrada de iluminação e ventilação natural (Figura 53). As unidades habitacionais se encontram em sua maioria direcionadas para as faces externas do edifício, com exceção do bloco B, onde estas estão direcionadas para o pátio interno. Os programas de uso coletivo presentes no térreo se encontram nos blocos A, D, E, F, onde há maior proximidade com os espaços públicos (ARCHIDAILY, 2015). Figura 53 – Diagrama de implantação e circulação da moradia estudantil, em Osasco/SP.

Fonte: HERÑU & FERRONI, s.d.

O programa possui 8 níveis diferentes, sendo que, o mesmo chega a uma altura máxima de 5 pavimentos. A altura dos blocos varia entre o térreo, mais dois pavimentos residenciais e térreo mais quatro pavimentos residenciais. A baixa verticalização do conjunto facilita a acessibilidade. O edifício possui dois elevadores existentes nas portarias principais e um sistema de rampas internas e externas. O leve escalonamento do edifício é perceptível, devido a segmentação dos blocos e terraceamento dos mesmos (Figura 54) (ARCHIDAILY, 2015).


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Figura 54 – Imagem externa da forma volumétrica da moradia estudantil, em Osasco/SP.

Fonte: HEREÑU & FERRONI, s.d.

ESPACIALIDADE

O projeto da moradia estudantil em Osasco/SP possui 98 unidades habitacionais variando entre 43 m² e 54 m². Estas são formadas por três modelos diferentes de apartamentos com até 6 variações de plantas baixas. Os apartamentos individuais possuem quatro quartos individuais que compartilham um banheiro, área de serviço e copa. O apartamento compartilhado possui dois quartos para duas pessoas cada, além de banheiro, área de serviço e copa. O apartamento compartilhado possui também uma variação, onde o mesmo é todo adaptado para cadeirantes (Figura 55). Figura 55 – Planta baixa do apartamento individual, à esquerda, apartamento compartilhado, ao centro, e apartamento compartilhado adaptado, à direita, da moradia estudantil, em Osasco/SP.

Fonte: HEREÑU & FERRONI, s.d.


73

O modelo de apartamento família possui dois quartos com espaço para três pessoas, além de banheiro, área de serviço e copa (Figura 56). Há também uma variação do modelo de apartamento família onde o mesmo é todo adaptado para cadeirantes. Por último, é apresentado no projeto uma variação do modelo de apartamento compartilhado, que possui dois quartos para duas pessoas cada, banheiro, área de serviço e copa. A diferença entre este e o anterior é apenas na disposição dos cômodos e mobiliário. Figura 56 – Planta baixa do apartamento família, à esquerda, apartamento família adaptado, ao centro, e uma variação do apartamento compartilhado, à direita, da moradia estudantil, em Osasco/SP.

Fonte: HEREÑU & FERRONI, s.d.

As áreas de uso comum se concentram nos primeiros pavimentos da moradia estudantil que têm acesso aos espaços públicos. Neste pavimento, estão localizados os equipamentos de uso comunitário já mencionados (Figura 57 a Figura 60). Nos pavimentos onde se encontram as unidades habitacionais é possível encontrar também pequenos espaços de uso comum dos moradores, geralmente próximos à circulação vertical. Com a inclinação do terreno e o acesso ao edifício por diferentes níveis a moradia se torna mais acessível a seus moradores facilitando a circulação no mesmo. Os terraços jardim (Figura 61), assim como o pátio interno contribuem para a formação de espaços livres privativos aos moradores, além de fornecer áreas com vistas para a cidade.


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Figura 57 – Planta baixa do primeiro e segundo pavimento da moradia estudantil, em Osasco/SP (adaptado).

Fonte: HEREÑU & FERRONI, s.d. Figura 58 – Planta baixa do terceiro e quarto pavimento da moradia estudantil, em Osasco/SP (adaptado).

Fonte: HEREÑU & FERRONI, s.d.


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Figura 59 – Planta baixa do quinto e sexto pavimento da moradia estudantil, em Osasco/SP (adaptado).

Fonte: HEREÑU & FERRONI, s.d. Figura 60 – Planta baixa do sétimo e oitavo pavimento da moradia estudantil, em Osasco/SP (adaptado).

Fonte: HEREÑU & FERRONI, s.d. Figura 61 – Terraço jardim da moradia estudantil, em Osasco/SP.

Fonte: HEREÑU & FERRONI, s.d.


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CONFORTO

O conjunto residencial estudantil apresenta altos índices de eficiência energética e de desempenho ambiental, devido a orientação das unidades habitacionais adotada no projeto, além das condições de iluminação e ventilação natural cruzada que contribuem para um melhor desempenho energético (Figura 62). A proposta também conta com a utilização de técnicas de reuso de água e de captação de energia solar (ARCHIDAILY, 2015). Figura 62 – Imagem da circulação horizontal direcionada para o pátio interno da moradia estudantil, em Osasco/SP.

Fonte: HEREÑU & FERRONI, s.d.

MATERIALIDADE

A proposta da moradia estudantil foi pensada a partir da uma lógica modular (Figura 63) de forma a possibilitar a utilização em níveis diversos de pré-fabricação e prémoldagem no canteiro de obras da estrutura, dos fechamentos, dos elementos de mobiliário, como nichos para armários e bancos, entre outros (ARCHIDAILY, 2015).


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Figura 63 – Diagrama do módulo estrutural que compõe a unidade habitacional da moradia estudantil, em Osasco/SP.

Fonte: HEREÑU & FERRONI, s.d.

A modulação estrutural utilizada no projeto, por adotar vãos relativamente reduzidos, permite em sua construção a utilização de peças convencionais e econômicas. O mesmo mecanismo pode ser utilizado nos sistemas de vedação, que utilizam painéis e placas leves padronizadas (ARCHIDAILY, 2015). Depois de observar o projeto da moradia estudantil em Osasco/SP realizada para a Unifesp, percebe-se que, assim como o projeto anterior, ela também está localizada em um terreno acidentado, porém, o que este edifício difere do outro é o lugar e a forma como o mesmo foi implantado. Situado em um terreno afastado da universidade, porém próximo a vários equipamentos urbanos, a moradia aproveita da situação para se conectar com a comunidade local, a partir da inserção de equipamentos acadêmicos e esportivos de uso dos moradores do edifício e da comunidade. Sua volumetria segue o terreno inclinado, formando diversos terraços jardim e criando diversos espaços privativos aos estudantes, além do pátio interno. O edifício se preocupa em utilizar elementos sustentáveis, além de propor a utilização de um sistema modular que auxilia na diminuição dos custos e tempo de construção, assim como no projeto anterior.


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3.3.

CAMPUS HALL, UNIVERSITY OF SOUTHERN DENMARK

O Campus Hall (Figura 64) é o projeto de uma moradia estudantil, realizado pelo escritório de arquitetura C.F. Moller para a Universidade do Sul da Dinamarca, situada na cidade de Odense, Dinamarca. O edifício foi construído em 3 anos, sendo concluído em 2015 e é composto por três blocos interligados de 15 pavimentos que não possuem frente ou fundos, proporcionando assim uma vista de 360 graus aos seus moradores. Sua verticalidade e forma distintiva o torna facilmente reconhecido no campus (ARCHIDAILY, 2016). Figura 64 – Campus Hall, em Odense, Dinamarca.

Fonte: C. F. MOLLER ARCHITECTS, s.d.

PROGRAMA

O edifício possui 250 unidades habitacionais para estudantes, dispostos em quartos duplos, individuais e acessíveis com banheiro privativo e apartamentos com dois quartos, além de áreas comuns como cozinha e salas de convivência em todos os pavimentos (C. F. MOLLER ARCHITECTS, s.d.).


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IMPLANTAÇÃO

O projeto tem como intenção criar uma ligação entre o campus universitário e o Cortex Park, um parque de pesquisa e ciência existente desde 2009 no local. O Campus Hall está localizado dentro do campus da universidade, situado no seu limite, bem próximo à cidade (Figura 65). Figura 65 – Localização do Campus Hall, em Odense, Dinamarca.

Fonte: ACERVO PESSOAL, 2017.

O terreno possui 13.700 m² com uma suave inclinação para um pântano alongado existente ao sul do edifício, onde está localizado o parque de pesquisa e ciência. Ao norte do edifício foi projetado um amplo espaço aberto e arborizado com algumas vagas de carro e bicicleta, fazendo uma conexão com a cidade (Figura 66). (ARCHIDAILY, 2016).


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Figura 66 – Planta de implantação do Campus Hall, em Odense, Dinamarca (adaptado).

Fonte: ARCHIDAILY, 2016.

No térreo do edifício estão localizados um café, com espaços para estudo e socialização, salas administrativas, um apartamento com dois quartos, sala, cozinha e banheiro privativo e um amplo bicicletário com vaga para uma bicicleta por morador (Figura 67). Já que o foco do edifício é priorizar o transporte sustentável, uma bicicleta é fornecida a cada morador pela própria universidade. A circulação vertical é realizada por meio de três elevadores e duas escadas, dispostos em três torres diferentes. No térreo, ao centro, se encontra, em dois semicírculos, as caixas de correio. Figura 67 – Imagens internas do bicicletário, à esquerda, e do hall de entrada onde estão localizadas as caixas de correio, à direita, no Campus Hall, em Odense, Dinamarca.

Fonte: HIC ARQUITECTURA, 2016.


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MORFOLOGIA

O edifício estudantil é formado por três torres de 15 pavimentos rotacionadas uma em relação à outra e interligadas entre si. A rotação das torres proporciona aos moradores vistas para três pontos distintos: a cidade de Odense, o campus da universidade e o parque de pesquisa e ciência (Figura 68). Figura 68 – Diagrama de implantação e volumetria do Campus Hall, em Odense, Dinamarca (adaptado).

Fonte: C. F. MOLLER ARCHITECTS, s.d.

Em cada bloco estão dispostas 7 unidades habitacionais localizadas nas faces externas do edifício, de forma que todas possuem varandas com vista para a paisagem local sem acesso visual aos quartos vizinhos. O centro dos edifícios, onde é feita a ligação entre os três blocos, é onde estão dispostas as torres de circulação vertical, com elevadores e escadas, e as áreas de uso comum dos estudantes (Figura 69). Cada pavimento possui cozinha e salas de convivência compartilhada que acabam servindo também como hall de entrada para cada andar (ARCHIDAILY, 2016). Figura 69 – Diagrama de configuração do layout do Campus Hall, em Odense, Dinamarca (adaptado).

Fonte: C. F. MOLLER ARCHITECTS, s.d.


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Além das torres rotacionadas entre si, o edifício utiliza de outros elementos que auxiliam a gerar a sensação de movimento em sua fachada. Cada torre é dividida em volumes que se elevam e se retraem na base e no topo, criando uma forma de escalonamento. Além disso, a fachada possui algumas faces com direcionamento rotacionado, formando blocos em torno do edifício que por vezes adentram e emergem na fachada (Figura 70). Figura 70 – Diagrama de composição volumetria da fachada do Campus Hall, em Odense, Dinamarca (adaptado).

Fonte: C. F. MOLLER ARCHITECTS, s.d.

Aproveitando-se da ideia de blocos empilhados uns sob os outros de forma não uniforme, foram propostas varandas nas frentes de cada quarto, reforçando a ideia de direcionamento das faces. Estas varandas são envolvidas por molduras que reforçam o sombreamento causado pelo deslocamento dos blocos (Figura 71). Figura 71 – Imagens externas do edifício apresentando a composição de fachada do Campus Hall, em Odense, Dinamarca.

Fonte: HIC ARQUITECTURA, 2016.


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Para dar maior dinâmica a algumas faces do edifício, que são formadas por longos paredões sem aberturas, foram criados espaços vazados dispersos, utilizando os próprios tijolos acinzentados da construção (Figura 72). Internamente estes elementos ajudam a trazer iluminação a alguns dos quartos, sendo utilizados também como elemento estético na fachada. Figura 72 – Imagem interna, à esquerda, e externa, à direita, dos espaços vazados ao longo do Campus Hall, em Odense, Dinamarca.

Fonte: HIC ARQUITECTURA, 2016.

ESPACIALIDADE

A rotação das faces da edificação acaba por gerar diferentes arranjos de pavimento tipo, já que o mesmo não é contínuo em toda sua volumetria. Ao centro de todos os pavimentos residenciais está localizada uma cozinha compartilhada com mais de uma bancada para o preparo de alimentos, além de uma sala de estar e jantar compartilhada, que funciona como espaços de socialização e interação entre os moradores daquele andar (Figura 73) (ARCHIDAILY, 2016). Assim, como todos os quartos, os ambientes de uso comum dispõem de amplas fachadas envidraçadas, com varandas, que auxiliam na entrada de iluminação natural, além de proporcionar visuais para três direções distintas (Figura 74).


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Figura 73 – Imagens internas da cozinha e salas de estar e jantar compartilhadas do Campus Hall, em Odense, Dinamarca.

Fonte: HIC ARQUITECTURA, 2016. Figura 74 – Imagens internas das áreas comuns do edifício com grandes aberturas no Campus Hall, em Odense, Dinamarca.

Fonte: HIC ARQUITECTURA, 2016.

Cada bloco do edifício é formado por 7 unidades habitacionais, sendo 21 unidades por pavimento. Elas são distribuídas em três modelos diferentes (Figura 75): o quarto individual, com uma pequena copa e banheiro privativo; o quarto individual acessível, presente em todos os pavimentos de cada bloco, que contém uma pequena copa e banheiro privativo acessível; e o quarto duplo, mais amplo que os demais, que possui uma pequena copa e banheiro privativo (ARCHIDAILY, 2016). Todos os quartos são entregues já mobiliados aos novos moradores. Eles possuem estantes com prateleiras móveis, escrivaninha, mesa para pequenas refeições, sofácama e armários fixos. O piso e os armários fixos são revestidos em madeira clara, fazendo um contraste com as paredes de concreto aparente e as prateleiras móveis em alumínio preto (Figura 76). O ambiente tem aparência aconchegante, podendo ser decorado e customizado por seus moradores. Todos os quartos possuem fachadas envidraçadas que dão acesso à varanda privativa (ARCHIDAILY, 2016).


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Figura 75 – Planta baixa dos modelos de unidades habitacionais existentes no Campus Hall, em Odense, Dinamarca (adaptado).

Fonte: ARCHIDAILY, 2016. Figura 76 – Imagens internas dos quartos do Campus Hall, em Odense, Dinamarca.

Fonte: ARCHIDAILY, 2016.

Os pavimentos tipos residenciais são formados por dois diferentes arranjos que apenas diferem entre si no direcionamento da fachada frontal de algumas unidades habitacionais (Figura 77 e Figura 78). O 12º pavimento possui, além das unidades habitacionais e áreas comuns um terraço jardim com vista para o campus da universidade (ARCHIDAILY, 2016).


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Figura 77 – Planta baixa do pavimento tipo A do Campus Hall, em Odense, Dinamarca (adaptado).

Fonte: ARCHIDAILY, 2016. Figura 78 – Planta baixa do pavimento tipo B do Campus Hall, em Odense, Dinamarca (adaptado).

Fonte: ARCHIDAILY, 2016.

Além dos pavimentos tipo que possuem três diferentes modelos de unidades habitacionais, o edifício possui também em seu 13º pavimento dois apartamentos com dois quartos, sala, cozinha e banheiro privativo, além de áreas comuns presentes neste pavimento (Figura 79). No 14º estão distribuídas áreas de estudo e espaços para festas, além de terraços jardins com vista para toda a cidade e universidade (Figura 80) (ARCHIDAILY, 2016).


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Figura 79 – Planta baixa do 13º pavimento do Campus Hall, em Odense, Dinamarca (adaptado).

Fonte: ARCHIDAILY, 2016. Figura 80 – Planta baixa do 14º pavimento do Campus Hall, em Odense, Dinamarca (adaptado).

Fonte: ARCHIDAILY, 2016.

Os terraços jardim do Campus Hall, como já mencionado anteriormente, possuem belas vistas para a cidade, o campus e o parque. Eles são usados pelos moradores como espaços de socialização e contemplação, já que neles foram projetadas escadas com degraus largos que podem ser utilizados como áreas de descanso (Figura 81).


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Figura 81 – Vistas dos terraços jardim do Campus Hall, em Odense, Dinamarca.

Fonte: ARCHIDAILY, 2016.

CONFORTO

O Campus Hall é uma construção feita para consumir pouca energia. Os materiais utilizados em sua construção são de qualidade e atendem aos rigorosos códigos dinamarqueses para o plano de energia de 20204, além de priorizar o transporte público, de pedestres e ciclistas. O conceito geral de energia do edifício baseia-se na otimização dos princípios arquitetônicos, a partir da forma, orientação, aberturas para a captação de iluminação e ventilação natural. Além de isolamento térmico e a utilização de recursos de recuperação de calor a partir do ar de exaustão, águas residuais e chuveiros (ARCHIDAILY, 2016). Um dos elementos utilizados no edifício, que têm como intensão trazer maior conforto aos moradores, são as varandas presentes em todos pavimentos, tanto em unidades habitacionais como nas áreas de uso comum. Elas ajudam a tornar os apartamentos mais atraentes, além de funcionarem como elementos de sombreamento e auxílio no controle do ganho solar no ambiente, o que contribui para uma significativa poupança de energia (Figura 82).

4

O plano de energia 2020 da Dinamarca consiste na redução das emissões domésticas de gases de efeito estufa em 40% e conversão de 50% da energia produzida no país em energia eólica até o determinado ano. O plano apresenta medidas também para 2030, com a eliminação total do uso do carvão no país; 2035, onde espera-se que 100% da eletricidade e aquecimento seja proveniente de energia renovável; e 2050 onde propõe-se que 100% da energia de todo o país seja renovável (GREENPEACE, 2014).


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Figura 82 – Imagens externas, à esquerda, e internas, à direita, das varandas existentes no Campus Hall, em Odense, Dinamarca.

Fonte: ARCHIDAILY, 2016.

A sustentabilidade também está presente na paisagem que circunda o edifício. Próximo a ele foram inseridas atividades esportivas, como quadras de vôlei e pista de corrida, intercaladas com espaços de jardim multifuncionais, com áreas de descanso e degraus de contemplação (Figura 83). Estes ambientes estão distribuídos próximo a zonas naturais pantanosas e de vegetação aquática, ligadas por caminhos que dão acesso ao restante do parque de pesquisa e ciência e o campus da universidade (ARCHIDAILY, 2016). Figura 83 – Imagens dos espaços públicos e de lazer existentes próximo ao Campus Hall, em Odense, Dinamarca.

Fonte: ARCHIDAILY, 2016.


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MATERIALIDADE

As três torres do Campus Hall foram construídas utilizando tijolos acinzentados de tom quente, feitos sob medida para a obra, com juntas ligeiramente pronunciadas. Como revestimento interno das varandas, foram utilizados perfis de madeira e painéis de metal (Figura 84). É possível perceber que o edifício não utiliza de diferentes materiais na fachada, o que mais chama atenção é a sua forma, volumetria e verticalidade, que o diferencia das construções ao seu redor (ARCHIDAILY, 2016). Figura 84 – Imagens externas do edifício onde são utilizados tijolos acinzentados e painéis de metal como revestimento do Campus Hall, em Odense, Dinamarca.

Fonte: HIC ARQUITECTURA, 2016.

Após análise do projeto do edifício Campus Hall, para a Universidade do Sul da Dinamarca, podemos concluir que este é o edifício mais verticalizado apresentado como referencial projetual, servindo assim como bom exemplo para casos em que seja necessário a verticalização. O projeto apresenta poucas atividades de uso comum geral no térreo, sendo mais enfatizadas as áreas compartilhadas de cada pavimento residencial. É interessante notar que o edifício reforça bastante a ideia de comunidade e compartilhamento ao criar um grande número de áreas comuns privativas, contemplando cerca de 21 unidades habitacionais dispostas em cada pavimento. No projeto o que mais chama atenção provavelmente é sua volumetria,


91

que tem como finalidade gerar vistas e privacidade a todas as unidades habitacionais de forma igualitária, além disso é possível afirmar que entre os projetos analisados este é possivelmente o mais imponente. O edifício utiliza de vários meios sustentáveis, se preocupando bastante com a mobilidade de seus moradores, já que os mesmos dispõem de bicicletas e diversos meios de transportes sustentáveis.

3.4.

WEST CAMPUS HOUSING, UNIVERSITY OF WASHINGTON

O West Campus Housing (Figura 85) é um conjunto de cinco edifícios residenciais estudantis, realizado pelo escritório Mahlum Architects para a Universidade de Washington, situada na cidade de Seattle, nos Estados Unidos. Os edifícios foram concluídos entre os anos de 2011 e 2012 e estão distribuídos em quatro quarteirões próximos entre si em um antigo bairro próximo ao campus. A diversidade de espaços públicos e comerciais criados contribuíram para a melhoria e renovação do bairro (ARCHIDAILY, 2013). Figura 85 – West Campus Housing, em Seattle, Estados Unidos.

Fonte: ARCHIDAILY, 2013.


92

PROGRAMA

O conjunto de cinco edifícios possui um total de 1.650 unidades habitacionais para estudantes distribuídos em três blocos residenciais de uso misto e dois blocos de apartamentos. Eles estão dispostos em quartos individuais, duplos e triplos com banheiro privativo e apartamentos com um, dois ou quatro quartos. O nível térreo dos edifícios é rico em atividades comerciais e de entretenimento, além de possuir amplos espaços públicos de forma a priorizar o pedestre. Cada edifício possui um terraço elevado privado para interação e socialização de seus moradores (ARCHIDAILY, 2013).

IMPLANTAÇÃO

O conjunto de edifícios West Campus Housing está situado em um antigo bairro bem próximo ao campus da universidade, a menos de 10 minutos andando do campus (Figura 86). O mesmo se encontra muito bem inserido no meio urbano. Todo o projeto ocupa uma área total de cerca de 203.800 m². Figura 86 - Localização do West Campus Housing, em Seattle, Estados Unidos.

Fonte: ACERVO PESSOAL, 2017.


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Ocupando quatro quadras, os edifícios são divididos em cinco blocos: Cedar Apartments, Elm Hall, Poplar Hall e Alder Hall (Figura 87). O Elm Hall, localizado ao centro do projeto, possui em sua quadra uma Elm Tree5 (do inglês, árvore ulmeiro), considerada como inspiração para a obra, a árvore não podia ser derrubada e serviu como ponto de partida para a criação de uma grande praça ao centro do projeto, fazendo uma conexão com todos os edifícios (MAHLUM ARCHITECTS, s.d.). Figura 87 – Planta de implantação do West Campus Housing, em Seattle, Estados Unidos (adaptado).

Fonte: MAHLUM ARCHITECTS, s.d.

Os térreos dos edifícios são ocupados por diversas atividades como: restaurante, supermercado, café, centro de conferências, centro de apoio escolar, centro de saúde e bem-estar, além de comércio local (Figura 88 e Figura 89). Quanto ao edifício de apartamentos, Cedar Apartments, existem 132 vagas de estacionamento e todos os demais blocos possuem terraço privativo para uso exclusivo de seus moradores. Os edifícios variam entre 6 e 7 pavimentos e cada bloco possui uma forma diferenciada (ARCHIDAILY, 2013).

5

Elm Tree, do inglês árvore ulmeiro, é uma árvore de grande porte, podendo chegar a até 40 m de altura, é proveniente da Europa e Ásia. Hoje sua espécie se encontra em estado de declínio devido a uma doença provocada por fungos que se alimentam da madeira do seu tronco (ALMEIDA, 2015).


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Figura 88 – Imagens internas do restaurante, à esquerda, e supermercado, à direita, do West Campus Housing, em Seattle, Estados Unidos.

Fonte: ARCHIDAILY, 2013. Figura 89 – Imagem interna do centro de conferências, à esquerda, e imagem externa do centro de saúde e bem-estar, à direita, do West Campus Housing, em Seattle, Estados Unidos.

Fonte: ARCHIDAILY, 2013.

Algumas unidades habitacionais e apartamentos se encontram também no térreo com o intuito de aproveitar espaços não utilizados. Todos os blocos possuem torres de elevadores e escadas para a circulação vertical, horizontalmente a circulação é realizada por meio de corredores extensos com alguns pontos de iluminação natural.

MORFOLOGIA

O conjunto de edifícios estudantis é formado por quatro blocos de 6 pavimentos e um de 7 pavimentos, distribuídos em quatro quadras próximas entre si (Figura 90). Estão localizados próximos a uma importante avenida que dá acesso à universidade e


95

possuem largas calçadas de forma a priorizar a circulação de pedestres (ARCHIDAILY, 2013). Figura 90 – Diagrama de implantação e volumetria do West Campus Housing, em Seattle, Estados Unidos.

Fonte: MAHLUM ARCHITECTS, s.d.

Cada bloco possui apartamentos ou unidades habitacionais com aberturas direcionadas para o exterior do edifício ou para pátios internos. As habitações são acessadas por meio de corredores centrais e torres de circulação vertical, localizadas em mais de um ponto de cada edifício. Por se referir a diferentes edificações, cada bloco possui sua própria volumetria, sendo estas: um formato em “C” nos dois blocos do Cedar Apartments e do Poplar Hall; configuração em “L” no Elm Hall; e um formato retangular com pátio interno no Alder Hall (Figura 91). Figura 91 – Planta baixa dos pavimentos tipo do conjunto de edifícios do West Campus Housing, em Seattle, Estados Unidos (adaptado).

Fonte: UNIVERSITY OF WASHINGTON, s.d.


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Apesar da volumetria diferenciada de cada bloco, os térreos dos edifícios possuem espaço abertos para a circulação de pessoas, de forma a criar conexões entre os edifícios a partir de caminhos que ajudam a induzir a circulação de pessoas, passando por espaços de descanso e contemplação, como a praça central do Elm Hall e o pátio interno localizado no Alder Hall (Figura 92). Figura 92 – Diagrama de implantação e circulação do West Campus Housing, em Seattle, Estados Unidos.

Fonte: MAHLUM ARCHITECTS, s.d.

ESPACIALIDADE

Dos três edifícios de unidades habitacionais, todos possuem diversas áreas de uso comum em todos os pavimentos residenciais, dispersas em sua composição. As áreas comuns existentes nestes blocos são: pequenas salas de estudo e lounges com espaços de socialização e cozinha conjugados (Figura 93). Os dois edifícios de apartamentos, Cedar Apartments, não possuem estas áreas comuns, já que cada apartamento tem sua própria sala e cozinha.


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Figura 93 – Imagens internas dos espaços comuns. Salas de estudo, à esquerda, e cozinha, à direita, do West Campus Housing, em Seattle, Estados Unidos.

Fonte: ARCHIDAILY, 2013.

Todos os quartos, apartamentos e áreas comuns possuem aberturas com vistas para os jardins e a cidade (Figura 94). O projeto não possui varandas privativas, estas são substituídas por grandes áreas públicas e arborizadas no térreo e terraços jardim, localizados nos segundos pavimentos de cada bloco, de uso exclusivo dos moradores. Figura 94 – Imagens internas dos lounges com grandes aberturas do West Campus Housing, em Seattle, Estados Unidos.

Fonte: ARCHIDAILY, 2013.

Apesar de possuírem volumetria diferente, cada bloco possui os mesmos modelos de quartos, são eles: quarto individual, com uma pequena cozinha e banheiro privativo; quarto duplo, com banheiro privativo; e quarto triplo, que possui as mesmas dimensões que o quarto duplo (Figura 95). Em todos os pavimentos dos edifícios existem quartos com banheiros acessíveis para cadeirantes (UNIVERSITY OF WASHINGTON, s.d.).


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Figura 95 – Planta baixa dos modelos de unidades habitacionais existentes no West Campus Housing, em Seattle, Estados Unidos (adaptado).

Fonte: UNIVERSITY OF WASHINGTON, s.d.

Todos os quartos são equipados com mobiliário móvel para maior flexibilidade e customização dos moradores (Figura 96). Eles possuem escrivaninha e armários de madeira e camas de metal, o interessante é que a cama utilizada permite a mudança de altura de forma que o aluno possa usar uma cama baixa ou beliche, aproveitando o espaço inferior como área de estudo, gerando mais espaço de circulação no quarto (UNIVERSITY OF WASHINGTON, s.d.). Figura 96 – Imagens internas dos quartos do West Campus Housing, em Seattle, Estados Unidos.

Fonte: UNIVERSITY OF WASHINGTON, s.d.

Os apartamentos estudantis estão localizados em dois edifícios, ambos chamados Cedar Apartments. Eles possuem três configurações de apartamentos diferentes: o apartamento estúdio; o apartamento com dois quartos; e o apartamento com quatro


99

quartos. O apartamento estúdio é proposto para alunos que não queiram dividir apartamento com pessoas desconhecidas, possui cozinha, banheiro privativo e um único espaço para estudo e relaxamento. Os apartamentos com dois quartos possuem cozinha, sala de jantar e estar e um banheiro para ambos moradores (Figura 97) (UNIVERSITY OF WASHINGTON, s.d.). Figura 97 – Planta baixa dos apartamentos estúdio e dois quartos existentes no Cedar Apartments, no West Campus Housing, em Seattle, Estados Unidos (adaptado).

Fonte: UNIVERSITY OF WASHINGTON, s.d.

Os apartamentos com quatro quartos possuem duas configurações (Figura 98), um modelo linear e outro, situado nas esquinas dos edifícios, tem formato em “L”. Ambos apartamentos possuem quatro quartos, dois banheiros, cozinha e sala de jantar e estar. Alguns dos apartamentos localizados no térreo possuem acesso direto pela rua (UNIVERSITY OF WASHINGTON, s.d.). Figura 98 – Planta baixa dos apartamentos com quatro quartos existentes no Cedar Apartments, no West Campus Housing, em Seattle, Estados Unidos (adaptado).

Fonte: UNIVERSITY OF WASHINGTON, s.d.


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Os apartamentos são entregues aos moradores já mobiliados. Assim como nas unidades habitacionais, os apartamentos possuem mobiliário móvel para maiores opções de arranjos (Figura 99). Os quartos são equipados com escrivaninha, armários de madeira e camas de metal, que permitem a variação de altura. As áreas comuns dos apartamentos possuem sofá com três lugares, cadeiras para a bancada fixa da cozinha e eletrodomésticos básicos, como fogão, geladeira e micro-ondas. (UNIVERSITY OF WASHINGTON, s.d.). Figura 99 – Imagens internas da sala e cozinha dos apartamentos do edifício Cedar Apartments no West Campus Housing, em Seattle, Estados Unidos.

Fonte: UNIVERSITY OF WASHINGTON, s.d.

Os pavimentos tipo residenciais de todos os blocos seguem o mesmo padrão, ou seja, não recebem alterações de um pavimento ao outro. Devido a diferença de volumetria dos edifícios, os mesmos possuem diferentes layouts, porém todos seguem a tipologia de corredor, longos corredores que dão acesso aos quartos e apartamentos situados em ambos os lados (Figura 100 a Figura 103). Apesar da utilização de corredores centrais, há incidência de iluminação e ventilação natural realizada a partir de aberturas existentes em alguns pontos dos corredores. O projeto do West Campus Housing é rico em áreas públicas, nele foram projetadas largas calçadas a fim de priorizar o pedestre. Como dito anteriormente, foi preservada uma grande árvore ulmeiro presente no centro do conjunto, nela criou-se uma praça que faz ligação com os diferentes pontos do projeto além de terem sido estabelecidos espaços de descanso e lazer (Figura 104). Passear pelo West Campus Housing se torna algo prazeroso devido a arborização e tratamento urbanístico que o local recebe (ARCHIDAILY, 2013).


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Figura 100 – Planta baixa do pavimento tipo do edifício Cedar Apartments no West Campus Housing, em Seattle, Estado Unidos (adaptado).

Fonte: UNIVERSITY OF WASHINGTON, s.d. Figura 101 – Planta baixa do pavimento tipo do edifício Elm Hall no West Campus Housing, em Seattle, Estados Unidos (adaptado).

Fonte: UNIVERSITY OF WASHINGTON, s.d.


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Figura 102 – Planta baixa do pavimento tipo do edifício Poplar Hall no West Campus Housing, em Seattle, Estados Unidos (adaptado).

Fonte: UNIVERSITY OF WASHINGTON, s.d. Figura 103 – Planta baixa do pavimento tipo do edifício Alder Hall no West Campus Housing, em Seattle, Estados Unidos (adaptado).

Fonte: UNIVERSITY OF WASHINGTON, s.d.


103

Figura 104 – Imagens das áreas públicas de lazer no West Campus Housing, em Seattle, Estados Unidos.

Fonte: MAHLUM ARCHITECTS, s.d.

Além dos espaços públicos no térreo o conjunto de edifícios possui terraços jardim para socialização e interação de seus moradores (Figura 105). Estes terraços por serem ambientes de uso exclusivo dos moradores dão sensação de privacidade e segurança na realização de algumas atividades. O edifício com unidades habitacionais Alder Hall, o maior entre eles, possui um pátio interno no térreo, criando assim mais um espaço público com maior privacidade (ARCHIDAILY, 2013). Figura 105 – Terraços privativos, à direita, e o pátio interno do Alder Hall, à esquerda, no West Campus Housing, em Seattle, Estado Unidos.

Fonte: UNIVERSITY OF WASHINGTON, s.d.

CONFORTO

Com um orçamento apertado, a construção não utilizou de sistemas de alta tecnologia e materiais incomuns, a fim de baixar os custos da obra. Porém, com o intuito de criar um conjunto de edifícios sustentáveis, foram-se adotadas algumas estratégias de reutilização e redução do consumo de água e energia, como: sistemas de alta


104

eficiência de água quente, aquecimento, ventilação, luminárias eficientes e sistemas de controle de iluminação (ARCHIDAILY, 2013).

MATERIALIDADE

O projeto dos edifícios West Campus Housing tinha desde sua concepção um limite de orçamento estabelecido pela universidade, que iria financiar a obra. Como o código de obras de Seattle permite a construção de até cinco pavimentos, com estrutura de madeira sobre dois pavimentos com estrutura de concreto, o escritório encarregado pela obra, a Mahlum Architects, optou pela utilização do sistema de light-frame wood (do inglês, estrutura leve de madeira), sobre os dois primeiros pavimentos de concreto. Como resultado, toda a construção foi realizada por $580,00 dólares por metro quadrado (COVER, 2013). O exterior dos edifícios é revestido com tijolos manganês brilhantes. Nas entradas principais dos edifícios, na face externa, foi utilizado um acabamento em madeira, a fim de trazer riqueza e calor na paleta de materiais (Figura 106). No interior dos edifícios foram utilizados painéis de madeira, com a intensão de trazer a sensação de aconchego aos espaços públicos internos (MAHLUM ARCHITECTS, s.d.). Figura 106 – Entrada dos edifícios com acabamento em madeira, à direita, e revestimento com tijolo manganês brilhante nas fachadas, à esquerda, do West Campus Housing, em Seattle, Estados Unidos.

Fonte: MAHLUM ARCHITECTS, s.d.


105

O conjunto de edifícios não utiliza de materiais e volumetria incomum ou diferenciada. O que provavelmente chama mais atenção em sua fachada é a utilização de janelas de vinil de diferentes dimensões e aplicadas de forma aleatória (Figura 107). Com as diferentes aplicações e modelos de janelas, cada quarto é de pequena forma diferente de outro, mesmo que tenham sido utilizados apenas três ou quatro modelos de janelas.

Figura 107 – Imagens externas dos edifícios com as janelas aplicadas de forma aleatória nas fachadas do West Campus Housing, em Seattle, Estado Unidos. Fonte: MAHLUM ARCHITECTS, s.d.

Por fim, o projeto do conjunto de edifícios do West Campus Housing nos Estados Unidos para a Universidade de Washington é possivelmente o que possui uma maior e mais completa diversidade de áreas de uso comum para os moradores. Situado em um antigo bairro próximo à universidade o projeto insere no térreo de seus edifícios diversos equipamentos para uso de toda a comunidade local, contribuindo para o aumento do movimento de pessoas na região, que consequentemente melhora a segurança local. Além de possuir uma enorme gama de áreas de uso comum, este projeto é também o que apresenta uma maior diversidade de modelos de unidades habitacionais, tanto para dormitórios, quanto para apartamentos. Apesar de não terem sido utilizadas tecnologias diferentes de sustentabilidade, quando comparado com os demais projetos, este possui um sistema construtivo pouco utilizado, porém bastante eficiente, que contribuiu bastante para a redução dos gastos na sua construção.


106

3.5.

CONTRIBUIÇÃO DOS ESTUDOS DE CASO

A análise dos projetos de referência é de grande contribuição para o desenvolvimento do trabalho, já que os mesmos auxiliam na percepção de diferentes alternativas projetuais que podem ser futuramente implantadas na proposta final. A seguir é feita uma pequena comparação entre os edifícios estudantis apresentados, a fim de analisar suas deficiências e potencialidades. Tabela 1 – Análise comparativa dos projetos de referência.

Análise comparativa dos projetos de referência

Projeto

Ano

Localização

Área do terreno Número de pavimentos Número de unidades habitacionais

Modelos de unidades habitacionais

Espaços de uso coletivo intermediário

Moradia Estudantil, Unifesp, São José dos Campos

Moradia Estudantil, Unifesp, Osasco

2015. Obs.: Ainda não construído. ▪ Afastado do campus universitário; ▪ Afastado do meio urbano.

2015. Obs.: Ainda não construído. ▪ Afastado do campus universitário; ▪ Inserido no meio urbano.

2015

2011/2012

▪ Próximo do campus universitário; ▪ Inserido no meio urbano.

▪ Próximo do campus universitário; ▪ Inserido no meio urbano.

14.000 m²

21.000 m²

13.700 m²

203.800 m²

4 pavimentos

5 pavimentos

15 pavimentos

72

98

250

▪ Apartamento com 4 quartos individuais; ▪ Apartamento com 2 quartos compartilhados; ▪ Apartamento com 4 quartos acessível. ▪ Apartamento com 2 quartos acessíveis; ▪ Apartamento família. ▪ Sala de estudos; ▪ Sala de estar;

▪ Apartamento com 4 quartos individuais; ▪ Apartamento com 2 quartos compartilhados; ▪ Apartamento com 2 quartos acessíveis; ▪ Apartamento família; ▪ Apartamento família acessível. ▪ Sala de estudos; ▪ Sala de estar;

Campus Hall, University of Southern Denmark

West Campus Housing, University of Washington

Entre 6 e 7 pavimentos 1.650

▪ Quarto individual; ▪ Quarto duplo; ▪ Quarto acessível; ▪ Apartamento com 2 quartos.

▪ Quarto individual; ▪ Quarto duplo; ▪ Quarto triplo; ▪ Quarto acessível; ▪ Apartamento individual; ▪ Apartamento com 2 quartos; ▪ Apartamento com 4 quartos.

▪ Sala de estar; ▪ Cozinha; ▪ Copa.

▪ ▪ ▪ ▪

Sala de estudos; Sala de estar; Cozinha; Copa.


107

Projeto

Espaços de uso coletivo geral

Moradia Estudantil, Unifesp, São José dos Campos

Moradia Estudantil, Unifesp, Osasco

▪ ▪ ▪ ▪

▪ ▪ ▪ ▪

▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪

▪ ▪ Técnicas sustentáveis ▪

▪ Sistema estrutural

▪ ▪ Materiais da envoltória

Estacionamento; Bicicletário; Terraço jardim; Espaço multiuso; Biblioteca; Cineteatro; Sala de jogos; Ateliê comunitário; Cozinha central; Copa; Lavanderia; Academia; Quadra poliesportiva. Geração de energia elétrica por painéis fotovoltaicos; Captação de energia solar; Sistema de captação, tratamento e reuso de águas; Teto verde como atenuador solar para redução da absorção térmica da envoltória. Sistema modular com estrutura metálica Construção em concreto armado. Brises verticais; Concreto aparente.

Fonte: ACERVO PESSOAL, 2017.

▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪

Estacionamento; Bicicletário; Terraço jardim; Espaço multiuso; Biblioteca; Cineteatro; Sala de jogos; Ateliê comunitário; Cozinha central; Copa; Lavanderia; Academia; Quadra poliesportiva. Captação de energia solar; Sistema de reuso de águas; Teto verde como atenuador solar para redução da absorção térmica da envoltória.

Campus Hall, University of Southern Denmark

West Campus Housing, University of Washington

▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪

▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪

Estacionamento; Bicicletário; Terraço jardim; Salas de estudo; Salão de festas; Café; Quadra de vôlei; Pista de corrida.

▪ ▪ ▪ ▪

▪ Recursos de recuperação de calor a partir do ar de exaustão, águas residuais e chuveiros. ▪ Teto verde como atenuador solar para redução da absorção térmica da envoltória.

▪ Sistema modular com estrutura metálica.

▪ Construção em concreto armado.

▪ Guarda-corpo metálico; ▪ Elementos vazados; ▪ Painéis prémoldados.

▪ Tijolo acinzentado; ▪ Perfis de madeira; ▪ Painéis de metal.

Estacionamento; Bicicletário; Terraço jardim; Restaurante; Supermercado; Café; Centro de conferências; Centro de apoio escolar; Centro de saúde; Academia; Comércio local.

▪ Sistema de alta eficiência de água quente, aquecimento e ventilação; ▪ Luminárias eficientes; ▪ Sistema de controle de iluminação; ▪ Teto verde como atenuador solar para redução da absorção térmica da envoltória. ▪ Sistema de lightframe wood ▪ Construção em concreto armado.

▪ Tijolo manganês brilhante; ▪ Painéis de madeira; ▪ Janelas de vinil.


IMAGEM: MORADIA ESTUDANTIL DA UNIVERSIDADE DE CHICAGO EM CHICAGO, ESTADOS UNIDOS


4.

Figura 108 - Moradia estudantil, em Vila Velha/ES.

PROPOSTA

A proposta do projeto é a criação de uma moradia estudantil na cidade de Vila Velha/ES (Figura 108) que atenda aos alunos de diversos níveis acadêmicos e diferentes níveis sociais da Universidade Vila Velha. O edifício deve funcionar como uma extensão da universidade criando uma conexão com a comunidade local de onde o mesmo for inserido. Além disso o edifício deve possuir usos que o auxiliem a manter-se economicamente. 4.1.

DIRETRIZES PROJETUAIS

A principal condição para a viabilidade do projeto é a sua proximidade com a universidade. Sendo uma moradia estudantil pensada para alunos da Universidade Vila Velha, a mesma deve se situar próximo a ela de forma que seus moradores sejam capazes de chegar à instituição sem a necessidade de utilização de um transporte, seja ele público ou privado, isto porque quanto maior a distância da moradia com a universidade, maiores serão os gastos dos moradores com transporte. A utilização de sistemas modulares, como apresentado nos projetos de referência, são de grande importância para o projeto, pois estes sistemas proporcionam uma maior flexibilidade de arranjos, minimizando a incompatibilidade com outros sistemas, tornando a obra mais viável economicamente, já que assim é possível utilizar também elementos pré-fabricados. Para que o edifício seja capaz de atender alunos de diversos níveis acadêmicos e diferentes níveis sociais, o mesmo deve possuir uma grande variação de modelos de unidades habitacionais, sejam dormitórios ou apartamentos. Portanto a utilização de um sistema modular é uma alternativa que possibilitaria a elaboração de tal proposta. Além de possuir uma diversidade de modelos habitacionais, a moradia deve possuir também diferentes espaços de uso compartilhado (Figura 109), para melhor atender as necessidades de seus moradores, além de usos comerciais e de serviço para uso, tanto de seus moradores quanto da comunidade local (Figura 110). A inserção destes estabelecimentos no projeto além de ajudar o edifício a se manter economicamente de forma independente, auxiliam na melhoria e aumento da circulação de pessoas, que consequentemente melhora a sensação de segurança local.

Fonte: ACERVO PESSOAL, 2017. Figura 109 - Terraços jardim escalonados da moradia estudantil, em Vila Velha/ES.

Figura 110 - Térreo comercial da moradia estudantil, em Vila Velha/ES.

Fonte: ACERVO PESSOAL, 2017.

Fonte: ACERVO PESSOAL, 2017.

Por fim, o projeto da moradia estudantil prevê a utilização de técnicas e materiais sustentáveis, visando reduzir os custos com manutenção e que influenciam na economia de água e energia consumida pelo edifício, a partir de estratégias de redução e reutilização dos mesmos.

MODELO DE MORADIA ESTUDANTIL EM VILA VELHA/ES

PRANCHA:

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO - ARQUITETURA E URBANISMO

AUTOR DO PROJETO:

PROFESSORA ORIENTADORA:

DATA:

ESTUDO PRELIMINAR

BIANCA BORBUREMA COELHO

ANDREIA FERNANDES MUNIZ

NOVEMBRO DE 2017

01/10


4.2.

PROGRAMA

Figura 111 - Imagens externas dos edifícios escalonados com os terraços jardim e da torre da moradia estudantil, em Vila Velha/ES.

Figura 112 - Diagrama de localização e implantação da moradia estudantil, em Vila Velha/ES.

O projeto da moradia estudantil é composto por três edifícios horizontais escalonados e uma torre (Figura 111), interligados entre si no primeiro pavimento por terraços jardim. A quadra em que a moradia está situada utiliza do conceito de quadra aberta, ou seja, permeável ao pedestre, promovendo espaços urbanos mais dinâmicos e com maior vitalidade.

N

UNIVERSIDADE VILA VELHA

O conjunto de edifícios residenciais estudantis possuem um total de 215 unidades habitacionais capazes de abrigar cerca de 497 alunos. As unidades habitacionais são distribuídas em 8 modelos diferentes, sendo estes o quarto individual, quarto individual acessível, dois modelos de quarto duplo, apartamento com dois quartos individuais, apartamento com dois quartos duplo, apartamento com 3 quartos individuais e apartamento com 4 quartos individuais, além de áreas comuns para convívio e interação de seus moradores. 4.3.

MORADIA ESTUDANTIL

UVV

SHOPPING SUPERMERCADO

IMPLANTAÇÃO

Localizado próximo à Universidade Vila Velha (cerca de 700 m), a moradia está a uma distância de 10 minutos a pé do campus Boa Vista, em um terreno plano com aproximadamente 8.166 m² (Figura 112). Inserido no meio urbano, próximo à praia, supermercados, shopping centers e bares a moradia se configura em 4 blocos orientados a partir dos limites do terreno.

BARES

POSTO PRAIA

Situado em um terreno que possui três frentes, sendo uma delas para a movimentada Av. Professora Francelina Carneiro Setúbal (Rodo Sol) foi previsto a entrada e saída de veículos do estacionamento subterrâneo pelas demais ruas de menor fluxo que circundam o terreno, a Rua Itaquari e a Rua Deolindo Perim (Figura 113).

Fonte: ACERVO PESSOAL, 2017.

Figura 113 - Diagrama de implantação e circulação da moradia estudantil em Vila Velha/ES.

Figura 114 - Diagrama de implantação e volumetria da moradia estudantil em Vila Velha/ES.

MORFOLOGIA

BLOCO C BLOCO D BLOCO A

BLOCO B

BLOCO D

BLOCO C

Ita qu ar i

BLOCO A

Ru a

Utilizando-se do conceito de quadra aberta, a moradia possui o térreo público e totalmente visitável (Figura 113), promovendo assim uma maior vitalidade à região com a ajuda de atividades diversas que ocupam o local, como: lojas, academia, restaurantes, bares, salão de beleza, padaria, sorveteria, lavanderia, etc. No subsolo foi implantado um estacionamento privado com 95 vagas de carros além de bicicletários para 198 bicicletas. Em todos os blocos foram implantados terraços jardim privativos para uso comum de seus moradores com áreas de churrasco, contemplação, descanso e estudo ao ar livre.

bal

N Av. Pro fessora Francel ina Car neiro Set ú

4.4.

Fonte: ACERVO PESSOAL, 2017.

Ru a

De oli nd o

ENTRADA DOS EDIFÍCIOS

BLOCO B

ENTRADA E SAÍDA DE VEÍCULOS

Pe rim

Fonte: ACERVO PESSOAL, 2017.

Fonte: ACERVO PESSOAL, 2017.

MODELO DE MORADIA ESTUDANTIL EM VILA VELHA/ES

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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO - ARQUITETURA E URBANISMO

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O conjunto de edifícios estudantis é formado por dois blocos de 3 pavimentos, um de 5 pavimentos e o bloco mais verticalizado de 8 pavimentos (Figura 114), todos possuem torres de elevadores e escadas para circulação vertical, horizontalmente a circulação é realizada por meio de corredores com habitações em ambos os lados e pontos de iluminação e ventilação natural nas extremidades.

Figura 115 - Planta baixa dos quartos e apartamentos da moradia estudantil, em Vila Velha/ES.

Além dos terraços jardim presentes no primeiro pavimento, todos os edifícios, com exceção do bloco mais verticalizado, possuem um escalonamento onde foi aproveitado para a implantação de novos terraços jardim. 4.5

ESPACIALIDADE

A moradia estudantil possui 8 diferentes modelos de quartos e apartamentos (Figura 115). Em todos os blocos foram distribuídos 38 quartos individuais, 52 quartos duplos, 50 apartamentos de dois quartos individuais, 28 apartamentos de dois quartos duplos e 28 apartamentos de 4 quartos individuais. No bloco D, o mais verticalizado entre os demais foi projetado 10 quartos individuais acessíveis, 6 quartos duplos de modelo diferenciado e 3 apartamentos de 3 quartos individuais.

QTO DUPLO - TIPO 01

QTO INDIVIDUAL

APTO 2 QTOS DUPLO

24,70 m²

24,70 m²

52,40 m²

APTO 2 QTOS INDIVIDUAL

QTO DUPLO - TIPO 02

QTO INDIVIDUAL ACESSÍVEL

47,50 m²

37,80 m²

28,00 m²

APTO 3 QTOS INDIVIDUAL

APTO 4 QTOS INDIVIDUAL

61,50 m²

75,40 m²

Todos os quartos e apartamentos são equipados com mobiliário móvel para maior flexibilidade e customização por meio de seus moradores. Neles foram colocados escrivaninhas, armários e camas de madeira, alguns possuem sofá e mesas para duas, quatro ou seis pessoas. As cozinhas são entregues com mobiliário fixo e eletrodomésticos básicos, como fogão, geladeira e microondas. Todos os blocos da moradia estudantil possuem diversas áreas de uso comum, tanto áreas internas quanto externas (Figura 116 a Figura 120). As áreas comuns internas estão presentes em todos os pavimentos de todos os blocos, elas são distribuídas entre cozinha comunitária, sala de TV e sala de estudos, em alguns pavimentos encontramse também jogos como mesa de sinuca, ping-pong ou pebolim. Já as áreas comuns externas são equipadas com mesa de estudos/refeição, espreguiçadeiras para descanso, sofás e pufs protegidos por pergolados e em alguns dos terraços foram feitas também área de churrasco para eventos e confraternização entre os moradores. Todos os quartos, apartamentos e áreas comuns possuem aberturas com vistas para a cidade ou os terraços jardins dos edifícios. As janelas utilizadas possuem um peitoril baixo e folha inferior fixa para uma maior abrangência da vista externa e consequentemente maior captação de luz natural, além de ser mais prazerosa aos moradores.

Fonte: ACERVO PESSOAL, 2017.

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Figura 116 - Planta baixa do térreo e subsolo da moradia estudantil, em Vila Velha/ES.

TÉRREO

N

SUBSOLO

BICICLETÁRIO (15 VAGAS)

NEIRO SETÚB AL

ESCALA 1/500

ESCALA 1/500

LOJA 86,47 m²

BARZINHO 86,47 m²

BICICLETÁRIO (15 VAGAS)

A

AV. PR OFESS ORA F RANC ELINA CAR

PAPELARIA 86,10 m²

B

SORVETERIA 129,92 m²

B

CAFÉ 86,10 m²

LANCHONETE 129,92 m²

BICICLETÁRIO (58 VAGAS)

PORTARIA

PORTARIA

HALL

LOJA 129,92 m² LIXO

B

LAVANDERIA 115,66 m² FARMÁCIA 129,92 m² BICICLETÁRIO (15 VAGAS) LOJA 115,49 m²

BARZINHO 129,92 m²

RESTAURANTE 173,77 m²

A LOJA 129,92 m²

DE S

CE

DE S

CE

LIXO BARZINHO 115,49 m²

COPA BICICLETÁRIO (77 VAGAS) ADM

ACADEMIA 504 m² PORTARIA

LANCHONETE 74,65 m²

ESTACIONAMENTO PRIVATIVO (95 VAGAS)

SEG

A

HALL

A

IT AQ UA RI

TEMAKERIA 85,97 m²

B

RU A

PADARIA 172,77 m²

HALL

PORTARIA LOJA 87,47 m²

BICICLETÁRIO (63 VAGAS)

SO

BE

LIXO

RU A

DE OL IN DO

SO

BARZINHO 85,97 m²

BE

PE RI M

SALÃO DE BELEZA 85,97 m²

HAMBURGUERIA 87,47m²

Fonte: ACERVO PESSOAL, 2017.

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Figura 117 - Planta baixa do 1º e 2º pavimento da moradia estudantil, em Vila Velha/ES.

N

1º PAVIMENTO

2º PAVIMENTO

ESCALA 1/500

ESCALA 1/500

A

A B

B

A

A

B

B

LEGENDA QUARTO INDIVIDUAL QUARTO INDIVIDUAL ACESSÍVEL QUARTO DUPLO - TIPO 01 QUARTO DUPLO - TIPO 02 APTO 2 QUARTOS INDIVIDUAL APTO 2 QUARTOS DUPLO APTO 3 QUARTOS INDIVIDUAL APTO 4 QUARTOS INDIVIDUAL CIRCULAÇÃO VERTICAL VEGETAÇÃO

Fonte: ACERVO PESSOAL, 2017.

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Figura 118 - Planta baixa do 3º e 4º pavimento da moradia estudantil, em Vila Velha/ES.

N

3º PAVIMENTO

4º PAVIMENTO

ESCALA 1/500

ESCALA 1/500

A

A B

B

A

A

B

B

LEGENDA QUARTO INDIVIDUAL QUARTO INDIVIDUAL ACESSÍVEL QUARTO DUPLO - TIPO 01 QUARTO DUPLO - TIPO 02 APTO 2 QUARTOS INDIVIDUAL APTO 2 QUARTOS DUPLO APTO 3 QUARTOS INDIVIDUAL APTO 4 QUARTOS INDIVIDUAL CIRCULAÇÃO VERTICAL VEGETAÇÃO

Fonte: ACERVO PESSOAL, 2017.

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Figura 119 - Planta baixa do 5º e 6º pavimento da moradia estudantil, em Vila Velha/ES.

N

5º PAVIMENTO

6º PAVIMENTO

ESCALA 1/500

ESCALA 1/500

A

A B

B

A

A

B

B

LEGENDA QUARTO INDIVIDUAL QUARTO INDIVIDUAL ACESSÍVEL QUARTO DUPLO - TIPO 01 QUARTO DUPLO - TIPO 02 APTO 2 QUARTOS INDIVIDUAL APTO 2 QUARTOS DUPLO APTO 3 QUARTOS INDIVIDUAL APTO 4 QUARTOS INDIVIDUAL CIRCULAÇÃO VERTICAL VEGETAÇÃO

Fonte: ACERVO PESSOAL, 2017.

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Figura 120 - Planta baixa do 7º e 8º pavimento da moradia estudantil, em Vila Velha/ES.

N

7º PAVIMENTO

8º PAVIMENTO

ESCALA 1/500

ESCALA 1/500

A

A B

B

A

A

B

B

LEGENDA QUARTO INDIVIDUAL QUARTO INDIVIDUAL ACESSÍVEL QUARTO DUPLO - TIPO 01 QUARTO DUPLO - TIPO 02 APTO 2 QUARTOS INDIVIDUAL APTO 2 QUARTOS DUPLO APTO 3 QUARTOS INDIVIDUAL APTO 4 QUARTOS INDIVIDUAL CIRCULAÇÃO VERTICAL VEGETAÇÃO

Fonte: ACERVO PESSOAL, 2017.

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4.6.

CONFORTO

Figura 121 - Corte esquematico AA da moradia estudantil, em Vila Velha/ES.

Observando as plantas baixas de cada pavimento e cortes do projeto (Figura 121 a Figura 122) é possível perceber a grande flexibilidade de arranjos utilizada na concepção da moradia estudantil. Cada pavimento possui um layout diferenciado isso foi possível graças ao sistema modular com estrutura metálica utilizado no projeto realizado a partir da utilização de elementos pré-fabricados que além de garantirem uma maior economia dos custos da obra auxilia na diminuição do tempo de construção (Figura 123).

Figura 123 - Diagrama dos módulos estruturais que compões as unidades habitacionais da moradia estudantil, em Vila Velha/ES.

CORTE AA BLOCO D

ESCALA 1/500

BLOCO C

BLOCO A

Além da preocupação na diminuição dos custos durante sua construção, o projeto da moradia estudantil também prevê a utilização de técnicas de redução e reutilização do consumo de água e energia através da utilização de sistemas de captação, tratamento e reuso de águas pluviais e de esgoto cinza para o abastecimento de vasos sanitários e a captação de energia solar com a utilização de painéis fotovoltaicos para geração de energia elétrica. 4.7.

Estrutura em perfis metálicos leves e laje treliçada pré-fabricada.

MATERIALIDADE

A moradia estudantil utiliza de uma construção em concreto armado no subsolo onde se localiza o estacionamento e um sistema modular de perfis metálicos leves no restante do projeto. As unidades habitacionais possuem módulos hidráulicos industrializados com as prumadas de esgoto, ventilação, águas pluviais, água fria, elétrica, lógica e telefonia distribuídas de forma aparente ao longo dos espaços de circulação. As vedações internas das unidades habitacionais são feitas com gesso acartonado e as vedações externas por meio de caixilhos modulados metálicos integrados aos painéis pré-moldados em concreto armado. Nas molduras das varandas e janelas é utilizado placas de ACM nas cores cinza escuro e vinho. O que compõe as fachadas dos edifícios e os torna singulares é a moldura das varandas avançando sobre a construção em uma cor de destaque e a forma aleatória como as mesmas estão dispostas na fachada.

Fonte: ACERVO PESSOAL, 2017. Figura 122 - Corte esquematico BB da moradia estudantil, em Vila Velha/ES.

CORTE BB ESCALA 1/500

BLOCO D

Módulos hidraulicos industrializados aparente, vedações externas de caixilhos modulados metálicos integrados aos painéis pré-moldados em concreto armado.

BLOCO C

BLOCO B

Unidades habitacionais com vedações internas em gesso acartonado.

Fonte: ACERVO PESSOAL, 2017.

Fonte: ACERVO PESSOAL, 2017.

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4.8.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Figura 124 - Fachada externa para a Av. Professora Francelina Carneiro Setúbal da moradia estudantil, em Vila Velha/ES.

A partir da contextualização histórica, modelos de unidade habitacionais no Brasil e no mundo e análise dos projetos de estudo de caso apresentados no trabalho foi possível a elaboração de um modelo de moradia estudantil (Figura 124 a Figura 125) para os alunos da Universidade Vila Velha que atendesse da melhor forma possível às suas necessidades. A moradia localizada próxima ao principal campus da universidade é capaz de comportar cerca de 497 alunos. O projeto atingiu todas as diretrizes projetuais previamente estabelecidas, sendo elas a proximidade com a universidade, a utilização de sistemas modulares que contribuiriam com uma maior flexibilidade de arranjos e variações de modelos de unidades habitacionais, espaços e elementos que gerassem uma maior interação entre seus moradores e uma maior inserção com a comunidade local, além da utilização de técnicas e materiais sustentáveis visando uma redução nos custos da obra. Desta forma conclui-se que a concepção de uma moradia estudantil em Vila Velha é viável e proveitosa tanto para a universidade em questão quanto para os alunos que se beneficiariam com tal empreendimento.

Fonte: ACERVO PESSOAL, 2017. Figura 125 - Áreas de convívio nos terraços jardim da moradia estudantil, em Vila Velha/ES.

Fonte: ACERVO PESSOAL, 2017.

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REFERÊNCIAS

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112

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