CCVM Centro Comunitário Vinícius de Moraes

Page 1

1


2


CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA

CCVM - CENTRO COMUNITÁRIO VINICIUS DE MORAES Equipamento Cultural para o bairro Alexandre Balbo

BIANCA CARNEO MASTROGIACOMO CÓD:324729 RIBEIRÃO PRETO - 2014

3


4


5 BIANCA CARNEO MASTROGIACOMO

CCVM - CENTRO COMUNITÁRIO VINICIUS DE MORAES Equipamento Cultural para o bairro Alexandre Balbo

ORIENTADOR: ______________________________ Regina Lucia Angeli EXAMINADOR 1 ______________________________ Nome: . EXAMINADOR 2 ______________________________ Nome: .


6

01

02

PÚBLICO E PRIVADO

CULTURA NA CIDADE

Falta de espaços publicos Público X Privado - 25 Abandono do Espaço Público Equipamento Público -

Oferta de cultura e lazer - 23 O que é cultura? - 25 Cultura e Educação Em Ribeirão Jovens da zona norte -

03 BAIRRO Bairro Alexandre Baldo - 23 Parque Tom Jobim - 25 Arquitetura , Paisagem e Lugar Inspiração Poesia e Arquitetura


7

04

05

REFERÊNCIAS

PROPOSTA

Pachinko I, II Sesc Guarulhos Centro de Formação Cultural Fundação Ibere Camargo Museu de Belas Artes

Levantamentos Evolução Programa de Necessidades Memorial Descritivo CCVM

06 CONSIDERAÇÕES FINAIS Conclusão Referências Bibliográficas Pesquisa Iconográfica


8


9

AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus, que é o primeiro e maior poeta, aos meus avôs, sempre incentivando a alcançar minha meta a minha mãe e irmã que foram sempre atenção aos meus tios e namorado que estiverão a minha disposção. Digo aos amigos que não foi fácil não e aos professores que valeu a pena. Caminho é todo descoberta mas uma coisa tive como certa ninguem nesse mundo vence, sem pouco de dedicação.


10

APRESENTAÇÃO


11

Este projeto propõe a criação de um centro comunitário no bairro Alexandre Balbo, localizado na zona norte da cidade de Ribeirão Preto. O centro comunitário denominado Vinicius de Moraes irá proporcionar lazer, cultura, educação e convívio voltado para os habitantes do bairro. Pensando nisso, desenvolveu-se um programa arquitetônico com base nas características da população, suas preferências e necessidades, priorizando ao máximo, espaços que possibilitem o encontro e a troca de experiências. Conforme pesquisa realizada na cidade, conclui-se que a relação equipamentos de cultura e demanda da população, não é equilibrada. Os pontos de cultura voltado para a população de Ribeirão Preto estão quase sempre distantes e inacessíveis aos moradores da periferia. O bairro Alexandre Balbo, está localizado no subsetor N6, que segundo dados do IBGE é o segundo maior em número de habitantes na zona norte. Este local foi escolhido por ser um bairro carente de cultura, por estar distante do centro e próximo a um equipamento de lazer já consolidado: o Parque Tom Jobim. A conexão entre parque e centro comunitário é primordial, um se tornará extensão do outro. O nome do equipamento faz alusão à amizade de importantes figuras do cenário cultural nacional (Vinicius de Moraes e Tom Jobim). O projeto visa suprir as necessidades culturais do bairro a partir de um programa bem estruturado que será apresentado ao longo deste trabalho. Ao mesmo tempo o projeto pretende criar diretrizes para a implantação de outros equipamentos ao longo da APP (Área de Preservação Permanente) do Córrego dos Campos, que atravessa toda a zona norte, para assim diminuir ao máximo a carência de equipamentos públicos nesta áera e promover a preservação dessa extensa área verde.


12

Soneto de Fidelidade De tudo ao meu amor serei atento Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto Que mesmo em face do maior encanto Dele se encante mais meu pensamento. Quero vivê-lo em cada vão momento E em seu louvor hei de espalhar meu canto E rir meu riso e derramar meu pranto Ao seu pesar ou seu contentamento E assim, quando mais tarde me procure Quem sabe a morte, angústia de quem vive Quem sabe a solidão, fim de quem ama Eu possa me dizer do amor (que tive): Que não seja imortal, posto que é chama Mas que seja infinito enquanto dure.


13

PÚBLICO e PRIVADO


14

FALTA DE ESPAÇOS PÚBLICOS O equipamento de cultura foi projetado visando integração do objeto arquitetônico com seu local de implantação o bairro Alexandre Balbo, localizado na zona norte de Ribeirão Preto, utilizando um terreno vazio próximo ao parque Tom Jobim. Essa combinação: equipamento público e área verde pretende valorizar a região, melhorar a qualidade de vida dos habitantes e promover a criação da identidade cultural do bairro. Mas antes de entendermos o projeto vamos primeiramente entender os motivadores que levaram

a ele Ribeirão apresenta uma distribuição de equipamentos de cultura bastante irregular, que não acompanha o crescimento urbano, apresentando uma maior concentração na região central, como podemos observar no mapa. O mapa elaborado a partir de dados fornecidos pela Secretaria Municipal da Cultura, indicada a localização dos principais pontos de cultura na cidade. Alexandre Balbo é apenas um dos muitos bairros periféricos que não possui equipamentos públicos em quantidade suficiente para suprir a demanda da população. Essa realidade, que motiva o projeto, não é


15

Pontos de cultura em Ribeir達o Preto


16

exclusiva do município de Ribeirão Preto existem muitas outras cidades brasileiras que apresen¬tam um quadro semelhante. A concentração de equipamentos na região central prejudica as regiões periféricas, de modo que a população mais carente fica impossibilita de usufruir do seu direito constitucional e humano á cultura. Estrategicamente falando, a colocação de equipamentos na região central facilitaria seu acesso pela população em geral. Entretanto devido a demanda ser muito grande, os equipamentos do centro não conseguem suprir as necessidades de todos os habitantes da cidade, fazendo-se necessária a implantação de equipamentos de menor porte nos bairros mais afastados.


17

De acordo com a Lei Federal nº6.766/79, que dispõe sobre o parcelamento do solo urbano, é obrigatório a destinação de no mínimo 35% da gleba a ser loteada para áreas públicas, dividindo este valor entre área verde, sistema viário e área institucional. Entretanto é uma prática comum reservar as porções menos valorizadas da gleba para estes fins e freqüentemente há demora entre a posse da área pelo poder público e a implantação dos equipamentos sociais. Sendo assim a falta de equipamentos não tem relação com indisponibilidade de área, pois todos os loteamentos devem destinar um espaço para este propósito. No exemplo de Ribeirão, o parque Tom Jobim é uma das únicas opções de lazer público da zona norte, local de uso predominantemente residencial, situado a quilômetros de distância dos principais equipamentos de cultura. O parque é importante no dia-a-dia dos usuários, pois além de estar próximo a suas moradias, ficar aberto todos os dias da semana, pode ser freqüentado independente da classe social, em suma, configura um perfeito espaço público. Para compreender o real significado de público e sua importância para o desenvolvimento deste trabalho é necessário primeiro explicar a diferença entre ele e sua oposição binária: o privado.


18

PÚBLICO X PRIVADO Segundo o professor e arquiteto Herman Hertzberger, o conceito de público e privado é associado à noção de individual e coletivo. Na esfera do privado o indivíduo pode exercer suas vontades e desejos, e possui domínio individual ou restrito sobre o espaço, já na esfera do público o domínio e a responsabilidades são repartidas entre todos os membros da sociedade, podendo-se dizer que o espaço público é o espaço essencialmente democrático. Define-se então, espaço público, como local de livre acesso e uso coletivo dentro da cidade, sendo seus ambientes mais comuns as ruas, praças e parques urbanos, como o já citado Parque Tom Jobim por exemplo. A liberdade de acesso e de uso são suas características mais marcantes, o uso democrático faz do espaço público um local convidativo, e talvez por isso seja tão popular entre os moradores.


19

Uma área de rua com a qual os moradores estão envolvidos, onde marcas individuais são criadas por eles próprios, é apropriada conjuntamente e transformada num espaço comunitário. (HERTZBERGER, 1999, pg.43).


20

ABANDONO DO ESPAÇO PÚBLICO O espaço público, como foi provado historicamente, é muito mais complexo que a simples oposição entre público e privado. No passado foi palco da luta de classes, espaço de disseminação de ideias, ambiente político para os povos gregos e romanos, espaço das aparências, local de cidadania, manifestações artísticas ou religiosas, em suma, ele possui um caráter simbólico muito forte, e uma gigantesca gama de possibilidades de uso coletivo.


21

Nos dias de hoje o homem perdeu muito de seu espaço na cidade para os veículos automotivos. A cherge satiriza essa realidade.


Entretanto, a cidade hoje tornou-se pouco favorável para a vida comunitária, as pessoas 22 estão cada vez mais, isoladas e sem alternativas de locais de convívio. A maior prova disso é a rua, espaço público por excelência, hoje vista apenas como trecho do parcelamento do solo urbano, usado para conectar pontos distantes da cidade, tida apenas como passagem, que não está sendo explorada em toda sua beleza aglutinadora. O abandono dos espaços comuns vem sendo observado nos grandes centros urbanos desde a revolução industrial, segundo SENNET (1989), isso acontece por diversos fatores, um dos principais é a estranheza dos indivíduos diante do que é coletivo, ou melhor dizendo, da dimensão que o coletivo adquiriu. Em seu livro ‘O declínio do homem público’ Sennet conta a história das cidades do século XIX, que passaram pela revolução industrial e que sofreram serias transformações em quase todos os aspectos da vida cotidiana da época (trabalho, economia, costumes, etc). Entre elas uma das principais conseqüências foram o êxodo rural e o crescimento populacional acelerado. Até então, o campo determinava o modo de produzir, o modo de vida e as relações entre os homens, cultura, política e sociedade. Foi uma grande mudança quando esse universo controlado se transformou em uma realidade totalmente nova, com sistemas produtivos novos, cidades super-povoadas por desconhecidos e a máquina como figura principal, ditando o ritmo das ações humanas. A esfera do públioc foi ganhando proporções diferentes ao longo das década, a partir da Revolução Indutrial, e perdeu seu significado de espaço do cidadão e espaço de encontro.


23


24

É nesse contexto histórico que o homem urbano se forma, e que o individuo se perde, e não se identifica mais com o espaço em que está inserido. Recuperar o potencial aglutinador do espaço público é recuperar o domínio Os espaços públicos compreendem todas as áreas de uso comum da coletividade, muitas vezes sob os cuidados do poder público, mas não eximindo a responsabilidade que a sociedade, como um todo, deve ter para com eles. Entretanto, se esses espaços já foram importantes locais de encontros e acolhimento, com a modernidade, foram se reduzindo á locais de passagem e não mais de estada, tornando-se, muitas vezes, locais de degradação e marginalidade. (CASELLA, 2010, pg.3)

do cidadão sobre a cidade, devolver a população o espaço que lhes foi retirado para dar lugar


25

aos veículos, aos shoppings, ao capital. Esse espaço é comumente deixado a mercê de interesses políticos e econômicos. As políticas públicas pouco valorizam a construção e criação de espaços públicos, voltando seus esforços e incentivo à criação de espaços mais rentáveis economicamente, principalmente para o entretenimento semi-público ou privado. (DIAS, 2005,não paginado)

Pretende-se encontrar um meio de trazer o cidadão de volta a rua, para a vida pública, promover o encontro entre as pessoas, retirá-las de seu isolamento anti-social e trazê-las a experimentar os ambientes coletivos. Para isso é necessário dar suporte as suas atividades e fazer com que se sintam a vontade neste local. O papel do arquiteto urbanista é oferecer composições arquitetônicas que abriguem essas atividades, mas cabe ao cidadão se deixar participar dessa experiência social.


26

Exemplos de Equipamentos Públicos na cidade de Ribeirão Preto. Catedral, MARP, e Hospital das Clínicas. Apesar de possuirem usos siferentes, ambos são classificados como equipamento Público, pois são prestam serviços necessários para a cidade.


EQUIPAMENTO PÚBLICO Enquanto compreendemos os espaços públicos (ruas, praças, parques) como locais que podem desenvolver uma relação bem próxima com o usuário, justamente por permitir que haja liberdade em sua utilização, ao mesmo tempo podemos afirmar, que não são os únicos. Os ambientes chamados equipamentos públicos, também podem ser freqüentados por qualquer membro da sociedade e oferecem suporte a diversos tipos de atividades. Ele difere do espaço público, pois sempre Equipamento Urbano: Todos os bens públicos ou privados, de utilidade pública, destinado à prestação de serviços necessários ao funcionamento da cidade, implantados mediante autorização do poder público, em espaços públicos e privados (NBR 9284, 1986)

apresenta um objeto edificado. A norma brasileira classifica o equipamento público nas categorias: circulação e transporte, cultura e religião, esporte e lazer e infra-estrutura. Entendem-se como equipamentos públicos, áreas urbanas reservadas para atividade comunitária, local de expressão e incentivos culturais, que tenha como objetivo de atender as necessidades e os desejos da população. O projeto acadêmico, como foi visto Escola Estadual Otoniel Mota anteriormente, vem com o objetivo de suprir parte dessa demanda de espaços de cultura e de lazer mais acessíveis economicamente, abrangendo um maior número de áreas urbanas, e viabilizando sua construção. A combinação entre espaço público (parque) e equipamento público (centro comunitário) pretende reforçar os traços culturais e oferecer local de integração para os moradores do bairro, que é uma necessidade tão urgente.

27


28

Samba da Benção É melhor ser alegre que ser triste Alegria é a melhor coisa que existe É assim como a luz no coração Mas prá fazer um samba com beleza É preciso um bocado de tristeza Senão não se faz um samba não Fazer samba não é contar piada E quem faz samba assim não é de nada O bom samba é uma forma de oração Porque o samba é a tristeza que balança E a tristeza tem sempre uma esperança De um dia não ser mais triste não Põe um pouco de amor numa cadência E vai ver que ninguém no mundo vence A beleza que tem um samba não Porque o samba nasceu lá na Bahia E se hoje ele é branco na poesia Ele é negro demais no coração


29

A CULTURA NA CIDADE


30

OFERTA DE CULTURA E LAZER

Para provar a urgência dos espaços públicos nos grandes centros urbanos, especialmente nas áreas periféricas, tomemos como exemplo os eventos ocorridos no início de 2014, em diversas cidades brasileiras: os ‘rolezinhos’. Os rolezinhos começaram como encontros organizados por jovens que sem alternativa de lazer recorreram aos shoppings centers. Entretanto o movimento reuniu tantos adeptos que logo começou a ser criticado pela população e pela administração dos shoppings, chegando fechar os shopping e impedir a entrada dos jovens.


31


32


33

Os rolezinhos começaram como encontros organizados por jovens que sem alternativa de lazer recorreram aos shoppings centers. Entretanto o movimento se transformou em manifestções contra a segregação socio espacial quando os jovens foram impedidos de entrar nos centros de compras.


34

Logo as reuniões se transformaram em manifestações em todo o país contra a discriminação e a segregação social. O ápice da revolta gerou ações de repressão contra a circulação de jovens, como uma liminar para impedir o rolezinho, além de policiais, gás lacrimogêneo, balas de borracha, entre outros tipos de violência contra os jovens que reivindicavam seu direito á cidade. Sobre estas manifestações a ministra da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos, Maria Rosário, diz: ‘É uma questão que estamos acompanhando como uma disposição da juventude de buscar também seu direito de conviver em todos os espaços que o país ofereça’. Isso demonstra que a grande quantidade de pessoas que tem necessidade de um local no qual se sinta a vontade para se expressar e realizar suas atividades sociais, sem ser discriminada ou impedida de acessar, como aconteceu com muitos jovens durante os ‘rolezinhos”.


35 Mas a falta de equipamentos públicos não afeta somente os jovens, como também crianças, adultos e idosos. A criança que não tem para onde ir fora do período de aula, o idoso que não é estimulado a sair de sua casa, o adulto que não tem tempo devido a dura jornada de trabalho. Os exemplos são muitos, mas a urgência é uma só: ambiente que as pessoas possam gastar seu tempo livre de maneira útil e que agregue valor cultural.


36

Um dos princípios da vida em uma sociedade democrática é a cidadania, o que significa que todos tem os mesmos direitos e deveres, entretanto a verdade é que nem todos conseguem ter acesso a mesma qualidade de vida. A negligência do poder público resulta em um desenho urbano definido pelos interesses capitalistas em que o lucro é o principal objetivo, deixando aspectos humanos e sociais em segundo plano. Este projeto acadêmico visa o desenvolvimento de um equipamento público de uso coletivo com foco no lazer e na cultura que seja integrador e enriquecedor. Os Shoppings centers são hoje o destino de lazer mais comum entre os jovens. Segundo o Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento de Mercado (IPDM), os jovens com idade entre 15 e 25 anos representam mais de 30% dos freqüentadores. Esses ambientes no geral acabam propiciando o consumo, o que dificulta sua utilização com freqüência pela população de baixa renda.


37

Por serem objetos de natureza puramente capitalista não precisam ter qualquer preocupação com a diversidade cultural, com a história e o perfil de uma comunidade, e por isso são tão ineficiente como espaço de lazer. E por isso “cabe ao arquiteto e ao urbanista a pesquisa precisa dos sentidos do espaço reconhecidos em seu pais ou cultura antes de propor sugestões arquitetônico-urbanisticas sejam quais forem.” (TEIXEIRA, 2009, pg. 36).


38

OQUE É CULTURA? Sabe-se que a cultura é importante na vida do ser humano, na melhora da qualidade de vida da comunidade, na formação do senso critico da população, na criação da identidade do lugar, na troca de conhecimentos, na formação profissional e até no crescimento pessoal. Mas afinal o que é cultura? “[...] uma compreensão exata do conceito de cultura significa a compreensão da própria natureza humana, tema perene da incansável reflexão humana”. (LARAIA, pg65, 2000). Sendo assim não se tem uma definição exata do que a cultura significa, mas podemos analisar alguns dos elementos que a formam.


39


40


41

Cultura “... é este todo complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes ou qualquer outra capacidade ou hábitos adquiridos pelo homem como membro da sociedade.” (TYLOR apud LARAIA, pg 25, 2000). A cultura é adquirida e compartilhada, quando o homem se insere em um grupo, e só assim será possível a criação da identidade, tanto do grupo como de cada individuo. Admitimos então que a cultura é resultado direto do convívio humano. Sabendo-se que as relações sociais tão cruciais na geração e transmissão da cultura, optou-se por adotar o encontro, como ponto de partida para o projeto do centro comunitário, que será então tratado como espaço de encontro, de uso coletivo, e palco para diferentes tipos de manifestações artísticas e culturais da comunidade.


42


43

Ao se estudar o conjunto cultural de uma comunidade, (especialmente quando esta não tem acesso às práticas reconhecidas, como teatro, cinema e museus) deve-se sempre considerar as suas manifestações populares. [...] tanto é cultura um boneco de barro feito pelos artistas, seus irmãos do povo, como também é a obra de um grande escultor, de um grande pintor ou músico. Que cultura é a poesia dos poetas letrados do seu país, como também a poesia do seu cancioneiro popular. Que cultura são as formas de comportarse. Que cultura é toda criação humana. (FREIRE, 1963, p. 17).

Por cultura podemos entender desde obras literárias de autores consagrados até comidas típicas de um dado grupo, ou seja, tudo que é característico desse grupo. Segundo LARAIA, além de muito complexa a cultura é cumulativa, e dinâmica, muda de geração em geração, e é enriquecida a partir da troca de experiências entre os integrantes do grupo. A maneira de um indivíduo reconhecer a sim mesmo e o mundo ao seu redor é diretamente influenciada pela cultura á qual ele foi exposto. E a recíproca é verdadeira, cada indivíduo tem potencial para transformar a cultura de um grupo, a partir de suas experiências individuais.


44

CULTURA E EDUCAÇÃO Em pleno século XXI, o acesso de todos á informação e ao conhecimento é importantíssimo para vida em sociedade, bem como a capacitação das pessoas, de modo que possam interpretar, filtrar e assimilar as informações adquiridas, ou seja o desenvolvimento do senso crítico. O centro comunitário, através das muitas atividades e mídias que virá a oferecer, tem potencial para se tornar um ponto de difusão cultural no bairro. O conhecimento fornecido aos indivíduos podem contribuir com a cultura do grupo em diferentes aspectos. A cidade de Ribeirão Preto conta com alguns equipamentos próximos a principal via de acesso aos bairros da zona norte, Av. Dom Pedro I, que são freqüentados por um grande número de pessoas, e que apresenta um programa de necessidades interessante.


45


46

EM RIBEIRテグ

Teatro de Arena


47

MARP- Museu de Artes Ribeir達o Preto


48

Casa da Cultura

Museu do CafĂŠ


49

Biblioteca Municipal Altino Arantes

Teatro Municipal


50


51

Teatro Pedro II


52

Centro Cultural Bambas

Centro de Qualificação Profissional

O centro cultural Bambas está localizado na Rua Capitão Salomão nº96 e é considerado um dos pontos de cultura em Ribeirão Preto e faz parte do programa Cultura Viva. O edifício sede do centro cultural oferece á população oficinas gratuitas de percussão, capoeira, informática, desenho, pintura, música, literatura, artesanato, etc. O foco da instituição é o samba, funcionando como escola de samba. Outro equipamento que podemos citar é o centro de qualificação profissional, que oferece cursos gratuitos com foco na capacitação profissional para geração de renda. Os cursos variam de: inglês, informática, corte e costura, culinária, paisagismo, cabeleireiro, maquiagem, depilação, estética, crochê, gestão de negócios, cuidador de idosos, etc. São 62 cursos no total, com 3.000 vagas, todos os cursos são ministrados na unidade, que possui 8 salas de aproximadamente 50m² cada. Os cursos acontecem no período da tarde e no período noturno até as 22:00.


Os bairros das periferias em geral são carentes de espaços e equipamentos públicos, em especial de cultura. Sendo 53 necessário o deslocamento até o centro para usufruir de seu direito a cultura.

Com base nos exemplos citados acima afirmar-se que os equipamentos culturais podem ser importantes centros de conhecimento e formação. O conhecimento é uma das diversas manifestações de cultura, ela pode provir de livros, revista, mídias, internet, artes e até mesmo por meio de interações sociais. Em um contexto vulnerabilidade social, como é o caso dos “bairros dormitórios” da zona norte no qual a oferta de equipamentos educacionais se resume a instituições de ensino, muitas vezes em quantidade insuficiente (como mostra o mapa abaixo) De acordo com levantamentos da Prefeitura no ano de 2009, a quantidade de equipamentos, um equipamento que ofereça acesso a informação pode contribuir com a qualidade de vida nesses locais, especialmente na vida dos jovens.


54


55

No mapa podemos ver que a Zona Norte possui alguns equipamentos de educação e saúde, Mas não há na região equipamento cultural que consiga suprir a demanda da população.


56

JOVENS DA ZONA NORTE Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do estado de São Paulo a cidade de Ribeirão Preto está se tornando cada vez mais violenta, sendo a região norte a mais perigosa dentre as outras regiões. Entre os 8 Distritos Policiais que atendem o município, o 2º e o 5º são os mais próximos da área de estudo. Eles são os que apresentam os maiores índices de criminalidade sendo que O 5ºDP registrou o maior numero de ocorrência de porte de entorpecentes (27), o segundo maior numero de ocorrência de trafico de entorpecentes (53), o segundo maior em homicídios dolosos (11), o maior em caso de estupros (4), o segundo maior índice de lesão corporal doloso (170) até agosto de 2014. Dados Estatísticos de 2013 coletados no 5º Distrito Policial de Ribeirão Preto


57

Fonte: http://www.ssp.sp.gov.br/novaestatistica/Pesquisa.aspx


58

“A zona norte de Ribeirão Preto é a região mais violenta da cidade.” (http:// www1.folha.uol.com.br/ consultado 05/05/2014) O bairro Alexandre Balbo apresenta uma grande quantidade de jovens entre 15 e 25 anos, como mostra a pirâmide etária abaixo. Os jovens são o foco do projeto, pois além de representarem uma parcela considerável dos moradores do bairro, também são os mais afetados pela violência crescente.


59

Pirâmide Etária Zona Norte de Ribeirão Preto Em 2012, Ribeirão Preto registrou o maior número de homicídios em cinco anos. Comparadas com 2008, as mortes cresceram em 143,4%. O Mapa da Violência [...] mostra que o número de jovens mortos em 2012 é maior do que o total de pessoas assassinadas em 2008. (JORNAL A CIDADE, 2014, não paginado)


60

A violência e as drogas têm grande influência nos jovens que vivem nos bairros da zona norte, “..O ideal é oferecer atividades como música, esportes e artes. Com esse investimento, a vulnerabilidade dos jovens seria menor e evitaria gastos futuros do poder público” aponta o sociólogo Carlos Guimarães em reportagem de 13/10/2013 do jornal A CIDADE. Esses dados reforçam a importância e necessidade de equipamentos de cultura e educação na zona norte.


61


62

Eu Sei Que Vou Te Amar Eu sei que vou te amar Por toda a minha vida eu vou te amar Em cada despedida eu vou te amar Desesperadamente Eu sei que vou te amar E cada verso meu será pra te dizer Que eu sei que vou te amar Por toda a minha vida Eu Sei que vou chorar A cada ausência tua eu vou chorar, Mas cada volta Tua há de apagar O que essa ausência tua me causou Eu sei que vou sofrer A eterna desventura de viver a espera De viver ao lado teu Por Toda a minha vida.


63

O BAIRRO


64

BAIRRO ALEXANDRE BALBO O bairro Alexandre Balbo está situado no subsetor N6, segundo o decreto 333/1983 de Ribeirão Preto. O Mapa abaixo classifica a cidade em cinco regiões distintas. O Centro com 19.083 pessoas (cerca de 4% da população da cidade), Norte com 203.305 (34%), Sul com 58.356 (10%), Leste com 127.288 (21%) e Oeste com 190.039 (31%). A zona norte é a zona mais populosa da cidade segundo dados do Censo IBGE 2010. Alexandre Balbo está dentro do subsetor N6, indicado em amarelo no mapa ao lado. Possui um população de classe média baixa e baixa, grande quantidade de conjuntos habitacionais.


65

Divisão em Setores Ribeirão Preto e Porcentagem de população que vive em cada subsetor. Pode-se observar que a zona norte é a mais populosa de Ribeirão Preto com 34% dos habitantes da cidade.


66

Renda Per Capita Ribeir達o Preto 2010


67

Como mostra o mapa ao lado desenvolvido pelo geógrafo André Celarino. A renda per capita do bairro estudado é uma das mais baixas do município, lembrando-se que é também dos bairros mais populosos esse dado torna-se alarmante. Configurando de fato um bairro com baixo poder aquisitivo, e por isso com poucos recursos para buscar equipamentos de cultura e lazer que estejam distantes.


68

Média de anos de estudo por setor censitário 2000, Ribeirão Preto


69 O mapa mostra a distribuição na cidade de ribeirão Preto das pessoas que tiveram estudo por mais ou menos tempo, de acordo com dados do IBGE,

Densidade Demográfica Preliminar (hab/km²), IBGE censo 2010, Ribeirão Preto

Podemos ver que a zona norte possui níveis de escolaridade baixos. O mapa acima mostra a densidade demográfica da cidade de Ribeirão Preto


70 no ano de 2010, as áreas mais escuras representam uma densidade maior. Observa-se que as zonas periféricas possuem maior concentração de moradores quando comparadas as áreas centrais. A imagem ao lado destaca o entorno do parque Tom Jobim. É possível observar que possui uma quantidade considerável de habitantes já em 2010.

Divisão em Subsetores Ribeirão Preto Quando analisado em uma perspectiva mais ampla é possível reconhecer melhor o local de implantação do centro comunitário, a análise da sua distribuição espacialé apenas um dos pontos a ser considerado.

Subsetor N6

Parque Tom Jobim

APP Córrego dos Campos

Área de Intervenção


71 O mapa acima indica a localização do bairro na cidade de Ribeirão Preto, e os principais pontos de referencia próximo ao bairro. Em verde podemos identificar o Parque Tom Jobim, conectado a uma extensa mancha verde que representa a APP do Córrego dos Campos, que se caracteriza como afluente do Ribeirão Preto começando no bairro Jd. Heitor Rigon e se estende por toda zona norte, chegando até o bairro Jardim Paiva na zona oeste da cidade. Essa ampla área de preservação tem potencial para se tornar um parque linear. A idéia do projeto é propor um equipamento cultural faceando o parque e que posteriormente sejam projetados e instalados outros equipamentos, dispostos ao longo da APP, como uma Extensão da APP Córrego dos Campos rede de equipamentos para servir a população. O mapa ao lado mostra a extensão da APP.


72


PARQUE TOM JOBIM E A AREA O parque Tom Jobim, é um parque urbano que está localizado na zona norte da cidade. Criado a partir da aprovação da Lei nº 759/95, que permitiu a criação e implantação do Parque de Bairro Tom Jobim, com área de 63.488,54 m², localizado no Conjunto Habitacional Joaquim Procópio de Araújo Ferraz.

ARTIGO 3º - São objetivos da criação do Parque de Bairro Tom Jobim, a preservação das nascentes e dos cursos d’água existentes na área, a recuperação da mata ciliar, a arborização e a implantação de espaços e equipamentos de lazer. (Lei nº 759/95) ARTIGO 4º - O Parque de Bairro Tom Jobim destinase a fins conservacionistas, culturais,educativos, recreativos e esportivos, construindo-se em um bem público do Município, destinado ao uso comum da população dos conjuntos habitacionais da zona noroeste da cidade[...](Lei nº 759/95).

73


74


75


76


77


78


79

1-Área Coberta 2-Academia ao ar livre 3-Quiosques 4-Pessoas fazendo piquenique 5-Lago 6-Pessoas Caminhando 7- Área Infantil improvisada 8- Córrego dos Campos 9- Ponte 10- Lago 11-Instalações de segurança 12-Quadra poliesportiva


80

Trecho do Mapa de Macrozoneamento de Ribeir達o Preto


81

Trecho do Mapa Ă reas Especiais de RibeirĂŁo Preto


82

Mapa de áreas especiais na cidade de Ribeirão Preto aponta o parque como sendo área de proteção e por isso fica impedida a edificação no seu interior, E por este motivo optou-se a utilização de uma área vazia próxima ao parque para a edificação do centro comunitário O parque fica aberto 24 horas, e possui um posto da policia civil, que faz a segurança do parque, é utilizado por todas as faixas etárias para pratica de esportes, contemplação do lago, passeios, etc. Existe no parque uma área coberta para eventos, uma quadra poliesportiva, um banheiro próximo à quadra, academia ao ar livre, quiosques espalhados, e percursos para caminhada. O parque é importante para a comunidade, portanto a ligação do projeto com o equipamento cultural fortalecerá ambos, podendo ser compartilhado os usuários de um com o outro. Serão lugares independentes, mas estarão conectados de modo que o público de um seja automaticamente atraído até o outro.


83


84

Para Viver Um Grande Amor “Eu não ando só, Só ando em boa companhia Com meu violão”...


85

PROCESSO PROJETUAL


86


ARQUITETURA , PAISAGEM URBANA E LUGAR

A maneira pela qual os moradores do bairro se apropriam do espaço público do Parque Tom Jobim é muito interessante, e levanta alguns questionamentos: o que faz esse espaço ser tão importante na vida dos usuários? Que composições espaciais podem proporcionar essa relação? Como estender esta relação para o centro comunitário? Para tentar responder a estas perguntas primeiramente

87


88

vamos analisar o que diz Mahfuz sobre a inserção de do artefato arquitetônico A inserção de um artefato arquitetônico [...] nunca se dá sem conseqüências importantes. Se, por um lado, a arquitetura é sempre construída em um lugar, por outro lado, ela constrói esse lugar. (MAHFUZ, 2004, não paginado)

O que Mahfuz quer dizer em seu texto “Reflexões sobre a construção da forma pertinente” é que o fazer arquitetônico nunca se resume em si mesmo, ele envolve diversas condicionantes, e impacta sobre as pessoas em diferentes escalas. A combinação de elementos construtivos e a execução do projeto produzem o espaço, provocam sensações e ajudam a compor a paisagem urbana. Segundo o dicionário Aurélio paisagem é a “extensão de território que se abrange com um lance de vista”, sendo assim paisagem urbana é todo o ambiente urbano que nos


89

cerca. A paisagem urbana está intimamente relacionada com a percepção do espaço, que se da a partir do entendimento das informações dispersas no meio urbano, placas, calçadas, veículos, paredes, vazios, céu, chão, pessoas, vegetação, e todo elemento que estiver ao alcance visual do usuário. Desse modo o projeto, assim como a paisagem, são compostos por verticalidade e horizontalidade, mas vão além dessa percepção imediatista, além da soma de larguras, alturas e comprimentos das caixas arquiteturais, há ai um composto de texturas, cheiros, sons, imagens, profundidade, história, significado e sentimentos. Segundo LEENHARDT, a percepção do passante da cidade é obtida por meio de duas lógicas complementares, o registro estético da percepção visual, e a percepção do corpo, a partir do movimento. Isso quer dizer que a arquitetura é experimentação. Não é possível conhecer uma


90

cidade ou um projeto arquitetônico apenas de olhar para ele, nem mesmo por fotografia, é preciso adentrá-lo, explorá-lo, mergulhar no universo novo que surge da junção de todos os seus elementos. Se a paisagem é o conjunto de elementos, e a arquitetura é apenas mais um dos elementos que ajudam a compor o tecido urbano, o que é o lugar nessa cidade? [...]o lugar é o espaço ocupado, ou seja,habitado [...]O termo habitado, de habitar, neste contexto, acrescenta à idéia de espaço um novo elemento, o homem. O espaço ganha significado e valor em razão da simples presença do homem, seja para acomodá-lo fisicamente, como o seu lar, seja para servir como palco para as suas atividades.” (ALVEZ, 2007, não paginado).


91

Quem atribui o conceito de lugar a uma parcela edificada da cidade é o próprio usuário, e o faz de acordo com a maneira pela qual irá interagir com este espaço. O local só tem sentido de lugar quando faz parte do universo conhecido pelo cidadão, quando está próximo a ele, quando é possível acessá-lo e agir sobre ele de acordo com suas necessidades e desejos. Mas o desafio maior é adequar o projeto a uma variedade de pessoas cada qual com suas preferências, gostos, desejos, necessidades de maneira que o objeto se torne de fato um lugar para toda uma comunidade. “[...] já que é impossível adequar todos as mesmas circunstâncias, devemos criar esse potencial para a interpretação pessoal [...]” (HERTZBERGER,1999, pg.170).


92

Um plano flexível é o melhor meio de resolver este problema, tentando criar no projeto a capacidade de se moldar as necessidades, se adequar aos muitos usuários , aos muitos usos e no decorrer do tempo evitar a obsolescência. Ele deve ser elaborado tendo em mente que a solução correta não existe, a partir do estudo das necessidades e das potencialidades do projeto é possível combinar elementos construtivos e dar origem a espaços que consigam acolher as atividades humanas, respeitando sempre o local no qual será implantado o objeto e quais suas peculiaridades. O valor do local de implantação na concepção do projeto é um tema muito abordado nas produções arquitetônicas da contemporaneidade.


93


94

A arquittura moderna possui ideais que inspiram o projeto, entretanto é na arquitetura contemporanea que irá se buscar referencias e meios para elaborar o projeto

INSPIRAÇÃO A arquitetura moderna é o reflexo das grandes inovações técnicas que começam a surgir já no fim do século XIX, como concreto armado, por exemplo, que possibilitam criações inéditas. O que melhor caracteriza a arquitetura moderna é a utilização de formas simples, geométricas, e desprovida de ornamentação, valoriza-se o emprego dos materiais em sua essência. A grosso modo, pode-se dividir os arquitetos em dois grupos: os organicistas, encabeçados por Frank L. Wright, que dizia que o edifício, assim como um organismo vivo, precisa crescer a partir de seu meio, deve partir da função para a forma.; já os funcionais da escola de Le Corbusier subordinam a função à forma.


95


96

Quando comparadas, a arquitetura moderna e a arquitetura contemporânea possuem algumas diferenças conceituais. A arquitetura moderna renuncia a tradição e inaugura pensamentos a respeito da racionalidade, economia, planta livre, permeabilidade, integração, e padronização. A arquitetura contemporânea por outro lado não nega o passado e tenta se utilizar dele da melhor maneira possível, muitas vezes sua produção é formalmente semelhante à concebida pelos modernos, porém suas preocupações giram em torno das questões ambientais e ecológicas, assim como das questões de novas tecnologias construtivas, e aspectos sociais referentes ao estudo do local e do entorno da implantação. Não ambiciona ser universal, e poder ser implantada em qualquer lugar do mundo, mas pretende sim se tornar a mais adequada para o local e as pessoas, se fazendo um elemento integrante, indissociável do lugar.


A lição mais relevante da arquitetura moderna não é a busca do novo, mas do autêntico, característico de projetos ordenados por leis que lhe são próprias. A obsessão pela originalidade de muitos arquitetos contemporâneos é irrelevante para a evolução da disciplina; um projeto deveria sempre começar no edifício que melhor resolveu um caso de características similares. O verdadeiro ato criativo não está nos elementos, mas na ação de associá-los (MAHFUZ, 2004, não paginado.)

O que se busca no projeto do centro comunitário é a utilização de tecnologias construtivas disponíveis para produzir um objeto que seja condizente com o espaço. Assim será mais fácil para os usuários compreender o todo arquitetônico e fazer uso dele. Como inspiração para o projeto acadêmico estudou-se a obra do arquiteto moderno Vila Nova Artigas, que realiza um projeto para a FAUUSP, no qual sua intenção é de romper com o individualismo através de seus amplos espaços comunitários. O uso do concreto bruto, do vidro, a simplicidade de suas linhas, o uso de pilares em trapézios duplos, assim como a ênfase na integração dos espaços caracterizam esses edifícios, econômicos, funcionais e plasticamente originais. O conceito do projeto reside na idéia de continuidade espacial, que o grande átrio central, a praça, brincando com a idéia de público e privado. As rampas são uma das características mais marcantes, o plano do chão que se desdobra e conduz o usuário para outros níveis, é um convite para o passeio curioso pela continuidade

97


98

dos espaços. “A FAU é um espaço fluido, integrado, somático. A pessoa não sabe se está no primeiro andar, no segundo ou no terceiro” Vilanova Artigas. Em seu livro Semiótica Visual – O Percurso do Olhar Antonio Vicente Pietroforte, analisa a obra de Artigas sobre uma visão teórica da semiótica, lendo sua obra como um texto de arquitetura da A liberdade no tratamento do espaço caracteriza este prédio que tem como partido a ocupação das laterais e um grande vazio central: a praça. Sua cobertura retangular é uma grelha tridimensional com domos translúcidos para iluminação natural. A visibilidade é a grande surpresa interna. No conjunto, destacam-se as rampas de ligação entre os diversos níveis e o convite ao passeio curioso pela continuidade dos espaços. (THOMAZ apud PIETROFORTE, pg. 86, 1993,)

maneira como acreditava que deve ser lido: seu leitor deve estar dentro dele. De acordo com Pietroforte a palavra chave é continuidade. O arquiteto faz um composição carregada de semi-simbolismo que contrapõem a todo momento a continuidade vs. descontinuidade, público vs. privado, liberdade vs. opressão, horizontal vs. vertical.


POESIA E ARQUITETURA

99

A partir da proposta da criação do espaço de cultura no bairro Alexandre Balbo, buscou-se referencias dentro do universo da arquitetura e no universo da literatura. Já que arquitetura e literatura são duas maneiras de se fazer arte, de transmissão de idéias e ideais. Busca-se neste capitulo analisar algumas obras em que a poesia e os textos literários se fazem presente, a fim de trazer isto para o projeto, com o objetivo de torná-lo mais próximo da proposta e facilitar sua leitura pelos usuários. De acordo com o dicionário Aurélio a poesia é:

s.f. Arte de fazer versos. Cada gênero poético. Obra em verso, poema. Característica do que toca, eleva, encanta. Forma especial de linguagem, mais dirigida à imaginação e à sensibilidade do que ao raciocínio. Em vez de comunicar principalmente informações, a poesia transmite sobretudo emoções.

A poesia concreta, por se assim como a arquitetura uma maneira de se fazer arte a partir da compreensão espacial dos leitores foi introduzida dentro do projeto para entender de que que maneira o usuário irá perceber o espaço fisica e visualmente.


100


101


102


103


104

Sendo assim o gênero literário poesia é uma composição de versos estruturados de forma harmoniosa, que sensibiliza e comove, que possui ritmo, que inspira e encanta. Muito semelhante aos ‘textos arquitetônicos’. A diferença principal entre elas é que o texto arquitetônico é traduzido de uma semiótica do volume e a poesia de uma semiótica do plano. A poesia concreta que surgiu com o Concretismo, (fase literária voltada para a valorização e incorporação dos aspectos geométricos à arte como música, poesia e artes plásticas) foi eleita como foco de estudos neste caso, pois em sua proposta estética carrega de poeticidade a relação entre a palavra e a imagem, ganhando valores plásticos, levando em consideração que a letra também é imagem. Para fazer a analise de um poema concreto não basta apenas somar a analise literária e analise plástica, mas a complexificação que combina literariedade e plasticidade na construção do texto.


105

TIPOGRAFIA E ARQUITETURA Para dotar o projeto de valores poéticos que ajudem na leitura do espaço optou-se pela combinação da tipografia na arquitetura, não como instrumento de marketing, como letreiro ou murais informativos, a palavra escrita é parti integrante do projeto, a poesia está marcada no edifício, faz parte do processo dinâmico da percepção do espaço, em sua composição volumétrica. Um breve analise de algumas obras que unem a tipografia a arquitetura se faz necessária para que se entenda qual a relação pretendida no projeto entre elas.


106

MINNAERT BUILDING, UNIVERSIDADE DE UTRECHT, UTRECHT, HOLANDA


107

O Edifício Minnaert, projetado por Neutelings Riedijk e adicionado a Universidade de Utrecht em 1997, usa as letras “Minnaert ‘para formar colunas, tornando-os apoios estruturais essenciais para a seção do edifício que se projeta sobre uma área de estacionamento para bicicletas.


108

LENTOS MUSEUM OF MODERN ART, LINZ, ÁUSTRIA


109

Como um invólucro de vidro transparente coberto de palavras, e a enorme “Lentos” embutida na fachada, os elementos tipográficos do Museu Lentos de Arte Moderna são integrais e ainda sutis: A percepção das palavras vai ficando mais definida a medida que o usuário se aproxima É um elemento estético adequado para um museu que exibe, entre muitas obras de arte, o design tipográfico


110

MUSEU DE ARTE MODERNA, QUEENS, NEW YORK


111

O Museu de Arte Moderna pode ser visto e identificado a distância, não pela sua verticalidade, mas pela identidade visual que possui. Os arquitetos Cooper, Robertson & Partners ganharam um Prêmio de arquitetura americano, em 2003, depois que expandiram uma antiga fábrica em Long Island City em uma instalação para MoMA.


112

MUSEU DA LINGUA PORTUGUESA, Sテグ PAULO, BRASIL


113

O museu da língua portuguesa trabalha uma maneira de dar vida a poesia e a linguagem escrita. As salas de exposições na estação da luz apresentam poesias e textos da língua portuguesa de uma maneira inovadora que alteram a percepção e a interpretação do espaço pelo usuário. A maneira que são trabalhados os textos aqui tornam mais intimo o contato das pessoas com as idéias que pretendem ser transmitidas.


114

O JARDIM ESCRITO, MARZAHN, BERLIM, ALEMANHA


115

Um pavilhão em um parque público é feito inteiramente a partir de uma fonte especialmente criada para a estrutura. Existem até três variações diferentes para cada letra (maiúsculas, letras minúsculas, e formas especiais), que cria uma aparência mais orgânica, menos repetitiva e ajuda a ligar os caracteres de um outro. A estrutura é feita de letras douradas de alumínio. O mais interessante é que as letras além de compor o espaço, também são repetidas pela sombra no chão e vão sofrendo mudanças ao longo do dia de acordo com luminosidade.


116

Poética De manhã escureço De dia tardo De tarde anoiteço De noite ardo. A oeste a morte Contra quem vivo Do sul cativo O este é meu norte. Outros que contem Passo por passo: Eu morro ontem Nasço amanhã Ando onde há espaço: – Meu tempo é quando.


117

REFERENCIAS PROJETUAIS


118

PACHINKO I,II -SEJIMA Estes edifícios projetados pela arquiteta japonesa Kazuyo Sejima estão localizados em Ibaraki, a cerca de duas horas da cidade de Tóquio. Panchinko I (1991) tem fachada em três ruas levemente inclinadas e consiste em uma sala retangular, uma loja para alugar de 300 m². O local foi projetado para que os clientes possam jogar pachinko, jogo semelhante a pinball muito popular no Japão. O edifício possui área para clientes , área de descanso, área de jogos , que devido a legislação deve ser independente do restante do projeto. .A forma exterior do edifício é regular e confinada em si, que evidencia uma otimização na utilização do lote irregular.


119


120


121


122


123

Espaços com escritórios, serviços, jogos se dispõem independentemente sobre um espaço aberto e á área de descanso. A loja é pendurada, vazada dando uma dimensão curiosa ao projeto. Do ponto de vista estrutural, o prédio é sustentado pelos pilares inclinados periféricos. O projeto apresenta uma leitura baseada no marketing e velocidade da informação. As palavras e a maneira com que foram dispostas, a cor os planos, facilitam o entendimento do espaço ao mesmo tempo em que o qualifica. Pachink II é um hall de entrada com o objetivo de atrair pedestres e motoristas da autovia, os sinais repetitivos são escritos sobre o vidro, tornando-se a prática de um anúncio publicitário. A parede interna, que faz fronteira com as lojas, é o ponto de encontro entre a estrutura de apoio e instalações. Esta parede, dutos de ventilação, casa amarela e máquinas de venda automática. Em sua obra Sejima faz uso da cor e da escrita para facilitar a leitura dos espaços, para que os usuários possam compreender as funções e usos de cada setor. A arquiteta pretende que o edifício seja de fácil reconhecimento para os usuários e para quem passa de carro, em alta velocidade. As letras refletem no chão, estão presentes nas paredes, e são parte integrante do edifício.


124


125 Pachinko II(1993) este foi adicionado um hall de entrada de um jogo de pachinko sala existente. Nossa idéia era projetar o salão como uma isca para pedestres e motoristas circulassem por utópico. No espaço de apenas quatro metros de largura, 40 pés de comprimento e quase cinco metros de altura A fachada estrutura deixado livre, e inteiramente de vidro. Sinais repetitivos são escritos sobre o vidro, tornando-se a prática de um anúncio publicitário. A parede interna, que faz fronteira com as lojas, é o ponto de encontro entre a estrutura de apoio e instalações. Esta parede, dutos de ventilação, casa amarela e máquinas de venda automática. No hall de entrada um “sentido” o fluxo do tempo: espaço Brilhante dia está ensolarado, e à noite o ambiente propício sinais luminosos nos eleva interesse potencial inédito


126

SESC GUARULHOS


127

O projeto do SESCGuarulhos possui o mesmo programa de necessidades das demais unidades SESC: quadras, piscinas, biblioteca, oficinas culturais, espaço de internet, restaurante, praça de convivência, auditório, administração, recepção, serviço, etc. Neste projeto os arquitetos tentam conectar o edifício a área verde do entorno, colaborando no processo de recuperação da área e potencializando sua dimensão publica e urbana.


128

A implantação mostra como estão despostos os blocos sobre o terreno e a localização do estacionamento, pscinas e quadras descobertas. O projeto se estrutura ao entorno de uma grande praça de convivencia que recebe e distribui os fluxos. Essa praça está coberta por um conjunto de grelhas metálicas, vidro, extratores de ar e brises regulaveis de proteção solar, filtra a luz natural.


129

No pavimento térreo o edifício é trabalhado dentro de uma lógica de continuidade do espaço público, que se transforma em praça de convivência. Neste pavimento estão a área infantil, ginásio de esportes, vestiários, espaço verde, estacionamento, área de carga e descarga, salas de atividades, teatro restaurante e cafeteria. As circulações internas, organizadas de modo simples e preciso por rampas, passarelas e corredores debruçados sobre a Praça de Convivência, expõem o movimento dos usuários e reforçam o caráter extrovertido do edifício.


130

No pavimento térreo superior está o teatro com o foyer voltado para a área da praça de convivência, quadra, complexo aquático, cafeteria bar, restaurante, piscinas, solário, biblioteca, estação de educação, estação de educação ambiental, com acessos independentes.


131

No pavimento superior encontram-se as Salas de Uso Flexível, Ginástica Multifuncional e de Atividades Físicas. Seus corredores de acesso, além de também se abrirem para a Praça de Convivência, percorrem os vazios dos pésdireitos duplos do Ginásio de Esportes e Piscina Coberta. Uma varanda para atividades corporais externas, voltada para Centro Aquático, potencializa os usos dessas salas e inferior


132


133

O sistema estrutural misto em concreto e aço, com pilares periféricos que não obstruem as zonas de ocupação. A constante circulação de ar, a luminosidade natural e a transparência proporcionada a todo o complexo oferecem condições de conforto com consumo mínimo de energia elétrica.


134

CENTRO DE FORMAÇÃO CULTURAL - TIRADENTES Projeto elaborado para a cidade de Tiradentes, que fica na região metropolitana de São Paulo, contendo uma baixíssima quantidade de equipamentos públicos. O centro de formação promove cursos modulares de formação técnica ligadas á arte e cultura.Possui um centro da memória, com a história do bairro, que deverá promover ebates e seminários formando um acervo de cultura material e imaterial.

Centro de Formação Cultural Tiradentes


Implantação Centro Cultural Tiradentes

Planta Térrea

135


136


137

O Centro Cultural Tiradentes possui um programa de necessidades completo que atende as necessidades de uma regi達o carente proxima de S達o Paulo, e por este motivo foi escolhido como referencia projetual.


138

Corte Centro de Formação Cultural Tiradentes Este pavimento possui o um teatro de 150 lugares, bilheteria, seis salas destinadas a cursos de formação de 92m² com pé direito alto e mezanino de 26m² e uma sala de audiovisual de 190m². O terceiro pavimento dá acesso ao pátio externo onde há uma área reservada para um circo de capacidade para 180 lugares, e ao anfiteatro. Cursos como: cenografia, iluminação, sonoplastia, moda, figurino, maquiagem, serigrafia, música, dança, teatro, literatura, artes circenses, artes visuais, audiovisual, animação, cultura digital, cursos e atividades formativas relacionadas à língua portuguesa e a línguas estrangeiras. Com edifício está implantado em um terreno de 30.000m² com 7,3 mil m² de área construída


139

FUNDAÇÃO IBERE CAMARGO- ALVARO SIZA

Localizado em Porto Alegre próximo às margens do Lago Guaíba, o edifício abriga as obras do Pintor brasileiro, Iberê Camargo. Consiste em uma plataforma retangular, sobre o qual Siza verticaliza um volume irregular de concreto branco. Os elementos mais marcantes são as rampas que possibilitam a circulação, como braços que se separam do corpo principal, marcando a fachada do edifício. O edifício conta com salas de exposições, ateliês, biblioteca e auditório circundam o átrio central.


140

O arquiteto neste projeto brinca com contrastes reto e curvo, simétrico e assimétrico, rampas e corredores, interior e exterior. As plantas abaixo ajudam a compreender o projeto, nelas estão indicados em cada pavimento a circulação vertical, que se da por rampas, escadas e elevadores.


141


142

Os cheios e vazios são importantes na composição deste projeto. O edifício possui dois grandes vazios o átrio interior, e o vazio externo entre a rampa e o corpo principal. O vazio interno proporciona uma conexão visual entre os diferentes pavimentos e o vazio exterior é agregado ao conjunto, como a extensão da forma quisesse alcançar a natureza.

Corte Longitudinal Ibere Camargo


O percuso e a percepção gradual do espaço arquitetônico na obra da Fi=são caracteristicas que inspiraram o projeto do Centro Comunitário.

As rampas mexem com os dois parâmetros da percepção humana, ao mesmo tempo em que faz o usuário caminhar pela obra, e ir descobrindo os ambientes, abre janelas que permite a visão, ora do interior ora do exterior, para a natureza e para o construído. O edifício faz um bom uso da iluminação natural, que é possível devido a utilização de uma clarabóia, que ventila e ilumina.

Interior Ibere Camargo

143


144

MUSEU DE BELAS ARTES DE QUÉBEC - BRASIL ARQUITETURA

Este projeto foi elaborado a partir do concurso de ampliação e adequação das instalações de exposições e atividades culturais existentes no Museu Nacional de Belas Artes de Québec, no Canadá. O projeto apresentava o desafio de conciliar um orçamento limitado e um gesto de criação de uma arquitetura contemporânea e funcional.


145

O projeto apresenta uma circulação muito bem resolvida que permite aos visitantes a liberdade de escolherem seu próprio percurso. O objetivo dos arquitetos era criar um edifício que marcasse a paisagem com seus volumes e aberturas convidativas. O edifício possui 4 pavimentos que se unem a partir de um grande átrio central, que permite a visibilidade entre todos os pavimentos, e os subpavimentose variações de pé-direito dão uma dinâmica interessante o edifício. Há vãos livres em todos os pavimentos para a realização de atividades culturais e exposições. A flexibilidade na montagem permite dispor de diferentes formas as exposições, sem grandes dificuldades ou altos custos. A estrutura do edifício se baseia na utilização do concreto protendido, nas empenas na duas laterais do prédio, e no atirantamento de algumas das passarelas por cabos de aço.


146

O subsolo funciona como uma conexão do edifício com o Charles Baillaigé. O pavimento Térreo destina-se a recepção dos visitantes, um local de acolhimento, de implantado de tal forma que possibilita a visão da paisagem. O projeto foi escolhido especialmente devido sua circulação bem organizada por rampas internas externas que conectam todos os pavimentos do edifício.


147

Planta Térreo

O subsolo estão localizados o auditório, escritórios, reserva CPOA, circulação e preparação dos trabalhos, área técnica, área de entretenimento, túnel que conecta ao outro edifício pré-existente, enfermagem e área de armazenamento. A área em laranja representa a projeção do vazio dos pavimentos superiores, compondo um grande átrio.


148

Corte Longitudinal Ibere Camargo O pavimento térreo possui uma escada que o conecta com o Subsolo, onde está localizado o auditório e recepção. No Térreo há elevadores, rampa, sanitários, área de carga e descarga, saída para o jardim, espaços para exposições e bar.


149

Corte Longitudinal Ibere Camargo O segundo pavimento funciona como um sub-pavimento apresentando uma área reversível aberta, como um mezanino para o grande vão e a continuação da rampa (agora externa), pela fachada do edifício seguindo pela lateral oeste.


150

Corte Longitudinal Ibere Camargo O terceiro pavimento a rampa externa chega e se transforma em passarela atirantada, que dá acesso aos elementos de circulação vertical (elevador e a escada de emergência) e em espaço para exposições. O desenho é oposto ao do pavimento inferior, compondo um jogo de sobreposições de cheios e vazios com os planos dos pavimentos. A rampa vira interior, piso, passarela, estar, circulação e rampa novamente, voltando a fachada.


151

Corte Longitudinal Ibere Camargo O quarto pavimento a rampa externa chega pela face leste e compõem um espaço aberto para exposições, se desenvolve como uma larga passarela e torna a sair do edifício como rampa pela face oeste.


152

Corte Longitudinal Ibere Camargo O quinto e ultimo pavimento pode-se ver todo o edifício ao olhar para o vazio. Enxerga-se as passarelas, as pessoas caminhando contemplando as exibiçþes e pode-se ver a paisagem exterior.


153

O corte acima mostra como se dá a circulação pela rampa. E o corte abaixo mostra como é a relação deste novo edifício com o antigo, conectados pelo subsolo.


154


155

As paredes externas são compostas de múltiplas camadas para que internamente haja isolamento térmico e acústico, alem de que , elas receberão todas as instalações necessárias para os pavimentos.A cobertura será um terraço jardim visitável, para que as pessoas possam desfrutar da vista.


156

Pela luz dos olhos teus Quando a luz dos olhos meus E a luz dos olhos teus Resolvem se encontrar Ai que bom que isso é meu Deus Que frio que me dá o encontro desse olhar Mas se a luz dos olhos teus Resiste aos olhos meus só p’ra me provocar Meu amor, juro por Deus me sinto incendiar Meu amor, juro por Deus Que a luz dos olhos meus já não pode esperar Quero a luz dos olhos meus Na luz dos olhos teus sem mais lará-lará Pela luz dos olhos teus Eu acho meu amor que só se pode achar Que a luz dos olhos meus precisa se casar.


157

PROPOSTA


158

ÁREA ESCOLHIDA

Devido a impossibilidade de se construir o equipamento dentro do parque Tom Jobim, elegeu-se uma aera que estivesse próxima ao parque e ao mesmo tempo próxima a APP do Córrego dos Campos. Vista aérea do Parque Tom Jobim e da área escolhida para implantação do projeto O terreno possui 5.800m², está a uma distância aproximada de 60m do parque Tom Jobim, e 7 Km do centro da cidade.


159 A área está desocupada e apresenta vegetação baixa, a não ser pelas calçadas, quês estão arborizadas na parte noroeste. Há 3.100m² da área institucional dentro do terreno escolhido. Corresponde a área em cinza.


160


161

As principais vias de acesso ao terreno são Av. Octávio Golfeto e pela Av. Jornalista Antônio Carlos P. Santa Ana. As vias que conectam com os demais bairros são: Rua Coronel Américo Batista, Ettore e Aurora Coraucci. É possível o acesso também a da Rodovia Alexandre Baldo


162


163

O entorno do parque é predominantemente residencial, e possui alguns pontos comerciais e de serviços. A proposta é encontrar um terreno vazio próximo ao parque e ao córrego, fazendo assim uma diretriz de ocupação dos terrenos vazios ao longo desta extensa área verde com equipamentos culturais.


164

LEGISLAÇÃO Artigo 49 - O Coeficiente de Aproveitamento Máximo, respeitados os índices estabelecidos pelo memorial descritivo dos loteamentos registrados em cartório, será: I - na ZUP e ZUC será de até 5 (cinco) vezes a área do terreno; Artigo 53 - Para fins de edificação, é obrigatória a manutenção de área permeável no lote com, no mínimo, as seguintes proporções: Área Permeável:c) 15% (quinze por cento) para lotes com área maior que 1000 (mil) metros quadrados. Seção II Da Taxa de Ocupação e do Coeficiente de Aproveitamento do Solo Artigo 46 - Entende-se por Taxa de Ocupação a porcentagem do lote ou gleba ocupada pela projeção das edificações no seu plano horizontal. Artigo 47 - A taxa de ocupação máxima do solo para edificações [...]não residenciais e mistas será de 80% (oitenta por cento).


165

O TERRENO O terreno possui uma inclinação em declive no sentido da APP, a parte mais alta está ao Norte. Há uma inclinação de 6 m entre as extremidades do terreno. A legislação permite edificar 5vezes o tamanho do terreno, que seria o equivalente a 29.000m² e a Taxa de Ocupação para edificações não comerciais é de 80%, que equivale a uma área de projeção máxima igual a 4.640m². A legislação ainda exige que haja uma porcentagem destinada a área permeável, que é de 15% para lotes com área superior a 1000 m²


166 O estudo da insolação é muito importante para que se comece a projetar sobre o terreno, e por isso produziu-se a partir do programa Sol.Ar cartas solares para compreender como se da a insolação em cada uma das três faces do terreno em épocas do ano diversas. Na fase numero 1 a incidência solar se da no período da manhã , até as 12:00 no verão e até as 13:00 no inverno. Como podemos ver na carta solar a seguir.

RELAÇÃO DE ÁREAS


FLUXOGRAMA

167


168

PLANO DE MASSAS


169


170

ESTUDO DE INSOLAÇÃO

Na fase numero 1 a incidência solar se da no período da manhã , até as 12:00 no verão e até as 13:00 no inverno. Como podemos ver na carta solar a seguir.


171

Na fase numero 2 voltada para o parque a incidência solar se da no período da manhã , até as 12:00 no verão e até as 07:00 no inverno.


172

Na fase numero 3 a incidência solar se da no período da tarde a partir das 12:00 no verão e a partir das 14:00 no inverno. A luz do sol nesse período aquece e ofusca as atividades pedagógicas e por isso será proposto uma proteção por brise.


173

Na fase numero 4 a incidência solar se da no período da tarde a partir das 12:00 no verão e o dia todo no inverno. Por este motivo serão colocadas aberturas menores nesta face e proteção por brise.


174

EVOLUÇÃO DO PROJETO


175


176


177


ESTUDOS DE VOLUMETRIA

178

Pedagógico

Serviço

Auditório

Administração

Quadra


179


180

PROGRAMA DE NECESSIDADES


181


182


183

MEMORIAL DESCRITIVO A proposta principal do projeto consiste na idéia de continuidade espacial, o equipamento será uma extensão do próprio parque. Como edifício catalisador o Centro Comunitário Vinicius de Moraes estabelece uma relação continua com o bairro e seus moradores, pretendendo assim ser mais que apenas um edifício cultural, mas um lugar dentro da cidade. Ao projetar o novo equipamento a prioridade é integrar os ambientes em torno da grande praça de convívio, de forma a fazê-lo se sobressair como proposta de arquitetura contemporânea. O desafio maior foi combinar as diferentes atividades de maneira a garantir a independência de cada setor e ao mesmo tempo integrálos em um todo coerente.


184 Todos os ambientes do prédio estão interligados, física e visualmente, as divisões para separá-los não os secciona realmente, mas serve apenas para demarcar a diferença de setores e usos. Os amplos espaços abertos e comunicação entre os níveis transmitem a idéia de convivência e o modo de vida comunitário. Os dois pavimentos estão ligados por rampas e passarelas distribuídas pelo edifício. O edifício é organizado em volta da praça, do átrio, espaço este que está voltado para a área de APP (possível parque linear).

O vazio é parte importante do projeto, ele serve a todos, como iluminação, circulação e visibilidade, expondo os acontecimentos do edifício ao mesmo tempo em que incorpora a paisagem do parque. A praça é parcialmente coberta com grelhas metálicas, vidro e brises móveis que permite regular a entrada de luz natural, deixando o local bem iluminado proporciona um espaço atraente e convidativo.


185

Os acessos se dão por seis pontos diferentes do centro comunitário: O primeiro é uma conexão direta do parque com o centro comunitário a partir de uma travessia elevada, ao nível da rua que se transforma em calçada e logo depois em rampa. A rampa além de conectar os níveis do equipamento serve como experiência de percepção espacial. Ao longo do percurso são oferecidas ao usuário a visão do parque, a visão do interior da biblioteca, a visão da praça e todas as atividades que rodeiam. Isso faz com que a rampa se torne um elemento mais interessante e vivo na composição do edifício. O segundo acesso se dá para o térreo, especialmente para pessoas vindas do parque. Não há barreiras que impeçam a entrada, qualquer pessoa pode usufruir do espaço que é uma extensão da rua, entretanto só poderá utilizar dos ambientes oferecidos pelo complexo se estes estiverem abertos. A biblioteca, quadra, salas de aula, lanchonete assim como todos os espaços possuem entradas e circulações independentes, podendo funcionar individualmente, sem que isso prejudique o convívio na praça central.


186

O terceiro e quarto acesso se dão a partir da Av. Otávio Golfeto, por meio de passarelas que conectam o nível da calçada diretamente ao segundo pavimento. Estes acessos também se desdobram em rampas para facilitar a chegada ao nível térreo. As passarelas facilitam a circulação no edifício pois foram posicionadas de maneira a captar o fluxo de pessoas que chegam de ônibus até o centro comunitário e conduzi-las de maneira direta até as salas de atividades, ou por meio das rampas para utilizar os equipamentos do térreo. O quinto acesso acontece na Rua Paulo José da Palma, e permite a entrada dos torcedores e amantes de esporte ao ponto mais alto da arquibancada, para assistir as atividades da quadra poliesportiva. A quadra possui um pé direito de 8 metros, sendo que o acesso número cinco se da na altura de 4 metros, pode-se aproveitar o espaço debaixo da arquibancada para a colocação de vestiários, e outros ambientes relacionados à quadra. Ela representa mais que um simples local para práticas esportivas, na comunidade este espaço coberto pode


187

se transformar em local de festas, eventos, confraternizações, exposições, feiras, etc. Funciona como mais um espaço de convivência para a comunidade. A quadra pode ser observada do segundo pavimento, devido suas aberturas, e estrutura independente, possibilita a abertura de vãos, que são verdadeiros mezaninos, constituindo em uma conexão visual. O ultimo acesso é o de serviço, também pela Rua Paulo José da Palma serve para descarga de mercadorias e materiais pertinentes as atividades do centro cultural, assim como chegada de funcionários, bem como de artistas, músicos, grupos de teatro, que farão uso do elevador e da escada para chegar até o auditório no segundo pavimento. Há elevadores também no átrio central que possuem vista panorâmica de todo o edifício, bem como o jardim e as passarelas. A circulação vertical além do elevador, e das rampas conta com uma escada, ambas chegando ao segundo pavimento uma do lado da outra bem de frente ao auditório e ao foyer. A idéia do desenho surge da necessidade de criar blocos que funcionassem de modo independente, mas que estivessem ligados com uma circulação simples e dinâmica.


188

Ao isolar os blocos da quadra (esporte) da biblioteca (pedagógico) ficou mais fácil organizar o programa de maneira a encaixar em volta do átrio e ainda sim passando a idéia de soma. Setores diferentes se juntam em um esquema de adição para proporcionar um espaço muito mais rico. O programa apresenta então uma divisão por setores: pedagógico, lazer, convívio, serviço e administração. O setor PEDAGÓGICO conta com o espaço da Biblioteca com 686m². Na biblioteca encontram-se o balcão de atendimento com espaço guarda volumes, acervo multimeios, variando de livros, periódicos, CDs, DVDs, gibis, etc. Há mesas de estudo individuais e coletivas e espaço do telecentro. O mezanino da Biblioteca aproveita o pé direito de 4,70 para criar um espaço mais despojado para leitura e acima dele a brinquedoteca com 93m², que disponibiliza jogos e livros infantis. No segundo pavimento estão as salas de aula que fazem parte do setor pedagógico. As aulas variam de dança, música, oficinas, cursos e estão divididas em 12 salas totalizando 494m² distribuídos da seguinte maneira: Há 4 salas de 32m² cada destinadas a cursos de línguas, redação, poesia, alfabetização de adultos e reforço escolar. Estas salas são reversíveis podendo se necessário se tornarem 2 salas de 64m² cada. Há três salas destinadas as oficinas, duas de 45m² e uma de 30m², onde haverá cursos como artesanato, reciclagem, pintura, e escultura contando com armário amplos para armazenar todos os equipamentos, e pias. Para os cursos de música percussão e


189

ensaios musicais há 3 salas de 45m² cada. Há mais duas salas, uma de 65m² para aulas de dança, e outra de 46m² que para aulas de informática. As salas de música e de dança possuem uma sacada da qual podem ter uma visão privilegiada do parque. O setor de LAZER do edifício resume-se ao auditório e a quadra poliesportiva, e o teatro de arena. A quadra possui aproximadamente 480m² com dimensões 30x16, de acordo com indicações da FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação). A quadra conta com 2 vestiários de 25m² cada, deposito de materiais de limpeza de 3,7m², enfermaria com 10m², deposito de materiais esportivos com 14m² e bar/lanchonete com 10m², todos organizados debaixo da arquibancada. O nível 0.00 do chão da quadra está conectado com o teatro de arena e com o restaurante por meio de portas de correr que quando abertas integram estes espaços. O teatro de arena pode ser utilizado para pequenas apresentações, sua platéia consiste nos degraus para descer até seu nível -1.00, neste mesmo nível está área de exposições. Do pavimento superior é possível assistir tanto as apresentações do teatro de arena quanto dos jogos da quadra, a partir do mezanino.


190

O auditório localizado no segundo pavimento tem capacidade de 210 pessoas dispostas em 14 fileiras e 260m². O auditório possui área técnica de 22m² e Camarin com 35m². Bem próxima a entrada do auditório há um foyer para que as pessoas possam aguardar o inicio das apresentações com aproximadamente 120m². A caixa cênica que transpassa o seu volume sólido é proposta dentro de um jogo volumétrico que transmite a idéia de adição.


191

O setor de SERVIÇO fica na face oeste do terreno, logo abaixo do auditório, sua localização permite que os visitantes possam apreciar a paisagem do jardim interno enquanto se alimentam, e em dias de festa e eventos na quadra é possível integrá-la com o restaurante para que funcione com a praça de alimentação. A cozinha possui 42m², despensa dom 10m², despejo com 13m²,e a área de funcionário contém dois vestiários de 23m² cada e descanso de funcionários com 27m². A lanchonete possui 33m² e a área de restaurante aproximadamente 250m². A lanchonete se abre para fora, como se quisesse servir as pessoas que vem da rua, e não tem tempo para ficar muito, as mesas estão dispostas bem próximo a entrada e a visão da praça.

Por fim o setor ADMINISTRATIVO concentra almoxarifado de 10m², sala dos professores com 30m², secretaria com 17m², coordenação 13m², tesouraria 9m² e um banheiro exclusivo de funcionários de 7m².


192


193

Na imagem acima é possível observar como será a implantação do equipamento no terreno próximo ao Parque Tom Jobim. As linhas pontilhadas representam as travessias elevadas que conectam os dois espaços.


194

ACESSOS


195


196


CIRCULAÇÃO

197


198


199


200

MALHA ESTRUTURAL


201


202


203

ESTRUTURA E MATERIAIS O sistema estrutural é composto por vigas, pilares e lajes em concreto moldado ‘in loco’. O sistema é misto de concreto e aço, com laje de concreto armado e pilares metálicos com dimensão 30x30cm. Os pilares estão disposto a uma distancia de 6m um do outro compondo uma malha que se estende aos blocos pedagógico, administrativo e de lazer. A quadra poliesportiva possui sua própria malha estrutural, devido à necessidade de sustentar grande vãos livres, estando os pilares localizados nas extremidades do bloco esportivo. Os vãos médios e constantes permitem um uso mais flexível do edifício, que é bem aproveitado nas salas de aula. O posicionamento da estrutura desvinculada do fechamento proporciona uma independência estrutural. O material utilizado é o concreto aparente devidamente tratado, curado em formas e pigmentado para dotar a fachada de certa qualidade estética.


204


ZONEAMENTO

205


206


207


208

CORTES


Vistas

209

Face sudoeste

Face sudeste


210

Face nordeste

Face nordeste


BRISES REGULÁVEIS

Os brises moveis são usados na fachadas noroeste, sudoeste e sudeste do bloco da biblioteca e nas fachadas noroeste e sudoeste do bloco da administração. Os brises são dispostos em placas de 4m, a 70cm do edifício a partir de suportes metálicos que possibilitam abrir e fechar as placas cerâmicas.

211


212

O objetivo do brise-soleil é proteger as aberturas da biblioteca, salas de aula e administração, que são ambientes de estudo e trabalho, nos quais a luz do sol pode ofuscar e atrapalhar o desenvolvimento das atividades. As placas cerâmicas serão de cor branca e tem a dimensão de 46x32x10m. As placas cobrem com 3 fileiras de 3,3 e 4m de altura os 3 pavimentos do edifício.


213


214

COBERTURA A idéia era conectar todos os blocos a partir de uma única cobertura, ligando os diferentes setores.

Foram feitos estudos de outras coberturas, entretanto o escolhido foi uma cobertura ondulada que cobre parte da praça, do bloco da biblioteca, e da quadra e todo o bloco da administração. A cobertura tenta traduzir a tipografia das letras Ve M para uma elemento arquitetônico. E pode ser lido pelos usuários que chegam pela avenida.


215


216

A cobertura permite o acesso a parte superior dos blocos administrativo e da biblioteca, sendo possível o uso do terraço como mirante e para pequenos shows, aproveitando a vista privilegiada do parque linear e do parque Tom Jobim.


A cobertura para melhor aproveitar a iluminação natural terá rasgos em material 217 translúcido.


218

A imagem acima mostra como será a abertura sobre o bloco da quadra, que proporciona iluminação zenital e ventilação para a quadra poliesportiva.


219


220


221


222

BIBLIOTECA


223 A biblioteca possui 630m² nos quais estão distribuídos todo o acervo de livros, periódicos, arquivos de imagem e som, telecentro, área de estudos, recepção, guarda volumes, brinquedoteca sob o mezanino. O pé direito da biblioteca é de 6m. Sob o mezanino o pé direito é de 3m e na Brinquedoteca é de 3m, A Biblioteca é cercada por uma malha de protetores cerâmicos, estilo cogobó em forma de letras. Como o exemplo da imagem abaixo.


224

A área de Serviço possui dependencia de funcionários, vestiário de funcionários masculino e feminino, deposito, cozinha, sanitário do restaurante, área de alimentação, escada que da acesso á área reversível (que pode funcionar como extensão do restaurante ou área de exposições, tendo uma visão privilegiada da quadra poliesportiva).


225

QUADRA POLIESPORTIVA A quadra poliesportiva possui 500m² para a pratica de esportes. Neste ambiente também podem ser desenvolvidas atividades como feiras, exposições, festas e eventos culturais. A quadra conta com uma área de apoio de 180m² que acontece debaixo da arquibancada, contendo vestiário feminino, vestiário masculino, vestiário para portadores de necessidades especiais masculino e feminino, área de armários, enfermaria, deposito de materiais esportivos, e um bar. O espaço possui 10metros de pé direito.


226


227


228

ADMINISTRAÇÃO TEATRO DE ARENA

E

O teatro de Arena está no nível -1,00. Serve para pequenas apresentações que podem ser vistas do pavimento Superior como da parte superior do setor de administração e da quadra caso esteja aberta.


229


230

A área pedagógica destinada aos cursos possui no total 12 salas de aula. Duas salas para aulas de dança e duas de música, equipadas com armários para armazenar os equipamentos, espelhos, podendo serem ampliadas a partir das divisórias móveis. Três salas são destinadas a cursos de artesanatos e habilidades manuais. Estas salas podem ser integradas e todas possuem pias e armários. Há 4 salas para cursos de línguas, ensino de adultos, etc.As quatro salas de 35m² cada podem ser revertidas em duas salas de 70m². A ultima sala é destinada a aulas de informática e ensino de programas que exigem a utilização do computador com 60m². Próximo as salas está a área de sanitários com aproximadamente 30m², contendo sanitário feminino, masculino, para portador de necessidades especiais e um DML.


231

AUDITÓRIO

Com 300m², e capacidade de 180pessoas, o auditório está equipado para receber atividades como palestras, exibições multimidias, apresentações teatrais, de música, dança, pequenos shows, etc. Conta com área técnica de 30m², e camarim com 35m². As paredes laterais, a exemplo do auditório do Museu da Lingua Portuguesa, possui tratamento acústico nas paredes e formato da cobertura a melhorar conforto acústico.


232


233

O audiitório tem a capacidade de comportar cerca de 180 pessoas, e devido a grande variedasde de atividades que podem ser realizadas neste espaço, como palestras, apresentações teatrais, saraus, filmes, pequenos shows, é necessário um tratamento acústico nas paredes, e espelhos acústicos instalados no forro , de modo que possam ser regulados dependendo da necessidade.


234

Soneto da Despedida Uma lua no céu apareceu Cheia e branca; foi quando, emocionada A mulher a meu lado estremeceu E se entregou sem que eu dissesse nada. Larguei-as pela jovem madrugada Ambas cheias e brancas e sem véu Perdida uma, a outra abandonada Uma nua na terra, outra no céu. Mas não partira delas; a mais louca Apaixonou-me o pensamento; dei-o Feliz - eu de amor pouco e vida pouca Mas que tinha deixado em meu enleio Um sorriso de carne em sua boca Uma gota de leite no seu seio.


235

CONSIDERAÇÕES FINAIS


236


237

CONCLUSAO Durante a elaboração do projeto enfrentei alguns desafios com relação ao terreno decorrentes de seu formato e declividade bastante irregular. Foi um desafio também a implantação do edificio, conciliar a implantação da quadra poliesportiva, que representava um corpo ermético no projeto com a colocação das demais atividades. Mas ao considerar a colocação da poesia ligada com o objeto arquitetônico o projeto conseguiu se desenvolver de maneira mais organizada e fluida. O resultado obtido do Centro Comunitário atende as ideias iniciais de projeto, e consegue se firmar como espaço de encontro, de manifestações artisticas e culturais, que da suporte a diversos usos, ligado com o parque Tom Jobim e que atende as necessidades da população do bairro Alexandre Balbo, na zona norte da cidade de Ribeirão Preto.


238


239

BIBLIOGRAFIA

RODRIGUES, CARLA. A palavra é rolezinho. Minha Cidade, São Paulo, ano 14, n.162.08, Vitruvius, jan.2014 <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/ minhacidade/14.162/5033> FRACALOSSI, IGOR - Clássicos da Arquitetura: Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP) / João Vilanova Artigas e Carlos Cascaldi” 15 May 2013. ArchDaily Brasil. Acessado 9 Out 2014. http://www.archdaily. com.br/12942/classicos-da-arquitetura-faculdade-de-arquitetura-e-urbanismo-dauniversidade-de-sao-paulo-fau-usp-joao-vilanova-artigas-e-carlos-cascaldi CASELLA, LUANA LACAZE DE CAMARGO - Hospitalidade dos Espaços Públicos, Artigo Acadêmico, Faculdade de São Paulo, 2010. HETRZBERGER,HERMAN – Lições de Arquitetura, Martins Editora, 1999. DIAS,FABIANO – O desafio do espaço público nas cidades do século XXI, 2005. YERGEL, MARLENE – Urbanismo e Lazer, Editrora Nobel, 1986. MAHFUZ, EDSON DA CUNHA. Reflexões sobre a construção da forma pertinente. Arquitextos, São Paulo,ano 04, n. 045.02, Vitruvius, fev. 2004 <http://www.vitruvius. com.br/revistas/read/arquitextos/04.045/606>. ‘atenção para falta de espaços para lazer nas cidades brasileiras, retirada do portal G1, dia 13/03/2014, pelo link: http://www.em.com.br/app/noticia/nacional/2014/01/19/ interna_nacional,489463/rolezinhos-chamam-atencao-para-falta-de-espacos-paralazer-nas-cidades-brasileiras.shtml ROSSETTI, EDUARDO - Tensão moderno/popular em Lina Bo Bardi, 2003


240

Pesquisa Iconogrรกfica Figura1.http://urbanidades.arq.br/2012/09/arquitetura-espaco-urbano-ecriminalidade/ Figuras 2 a 4.http://www.archdaily.com.br/br/tag/mobilidade-urbana/ page/2 Figura5.http://www.mobilize.org.br/sobre-o-portal/mobilidade-urbanasustentavel/ Figura 6. http://www.artic.edu/aic/collections/artwork/20684 Figura 7.http://www.diariodoturismo.com.br/Parque-Ibirapuera-comemora Figura 8. http://idanca.net/companhia-de-danca-de-rua-promove-audicao-eworkshop-em-niteroi/ Figura 9. http://quersabermeublog.blogspot.com.br/2011/12/catedral-deribeirao-preto-ou-catedral.html Figura 10. http://doutorcirurgias.blogspot.com.br/2013/01/caso-relatado-naliteratura-15-fratura.html Figura 11. http://pt.trekearth.com/gallery/South_America/Brazil/photo1458100. htm Figura 12. http://blog0news.blogspot.com.br/2014/01/jarbas-e-o-rolezinho. html Figura 13. http://opasquindie.com/tag/the-strokes/ Figura 14. http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/shopping-fecham-as-portaspara-evitar-rolezinho Figura 15. http://super.abril.com.br/cotidiano/rolezinho-desumanizacaopobres-787667.shtml Figura 16. http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/rolezinho-eu-nao-quero-ir-noseu-shopping Figura 17. http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/o-datafolha-e-ossubintelectuais-decepcionados-com-o-povo-82-dos-paulistanos-sao-contrarolezinhos-e-73-a-favor-da-acao-da-policia-larga-maioria-de-negros-e-pardosnao-ve-discriminacao/


241 Figura 18. http://www.sre.gob.mx/eventos/temas_globales/evento.html Figura 19. http://portalpera.com/festival-de-cultura-paulista-promove-shows-edegustacao-de-pratos-tipicos-ate-domingo/ Figura 20. http://www.iguassu.com.br/atrativos/artesanato/ Figura 21. http://www.upb.org.br/noticias/estados-gastam-mais-com-cultura-quegoverno-federal-e-municipios/ Figura 22. http://radioypunto.com/wp/charly-bajo-la-lupa-del-arte-plastico/ Figura 23. http://victorgarciaescultor.wordpress.com/2009/05/14/victor-garciatrabaja-en-una-piedad-para-la-localidad-murciana-de-aguilas/ Figura 24. http://ventilo.com.br/conheca-beneficios-ouvir-musica-classica/ Figura 25. http://passeandopelocotidiano.blogspot.com.br/2013/11/passeandopelo-cotidiano-de-sao-paulo.html Figura 26. http://www.talkandroid.com/guides/best-android-apps-for-readingbooks-and-syncing-between-devices-november-2013/ Figura 27. http://cordeldefogo1.blogspot.com.br/ Figura 28. http://rizmonreyes.wordpress.com/2014/02/01/valentines-day-isoverrated/ Figura 29. http://iran-world-picture-news.persianblog.ir/post/1103/ Figura 30. http://proculturapr.blogspot.com.br/2012_01_01_archive.html Figura 31. http://www.panoramio.com/photo/5635199 Figura 32. http://darcyvera.blogspot.com.br/2014/02/teatro-de-arena-revitalizado1-de.html Figura 33. http://varaldiverso.wordpress.com/2011/02/11/museus-de-ribeiraodecepcao-e-alerta/ Figura 34. http://cafehistoria.ning.com/photo/bibliotecaaltinoarantes1?context=user Figura 35. http://www.ribeiraopretoconvention.org.br/fiquemaisribeiraopreto/marpmuseu-de-arte-de-ribeirao-preto-2/ Figura 36. http://www.guiadasemana.com.br/ribeirao-preto/artes-e-teatro/casasde-cultura/casa-da-cultura-juscelino-kubitschek


242 Figura 37. http://www.guiadasemana.com.br/ribeirao-preto/cinema/salas-decinema/cine-clube-cauim Figura 38. http://www.streetculture.com.br/ Figura 39. http://www.temnacopa.com.br/noticia/centro-cultural-bambas/#. VFwU4vnF998 Figura 40. http://visaoregional.com.br/25/01/2012/ribeirao-preto-centro-dequalificacao-profissional-esta-com-inscricoes-abertas/ Figura 41. http://www.bebedouro.sp.gov.br/portal/index.php/component/k2/ item/10850-prefeitura-realiza-reuniao-aberta-para-debater-situacao-habitacional-embebedouro Figura 42. http://www.diariodoprofessor.com/2012/10/20/o-que-faz-o-pedagogo-naescola-sera-que-voce-sabe-mesmo/ Figura 43.http://antesqueeumeesqueca.weebly.com/humor.html Figura 44. ttp://stylonica.com/sad-pictures-and-wallpapers/ Figura 46. https://ometafisico.wordpress.com/2013/04/22/ribeirao-preto-sp-de-2000a-2010-poucas-mudancas/ Figura 47. https://ometafisico.wordpress.com/2013/04/22/ribeirao-preto-sp-de-2000a-2010-poucas-mudancas/ Figura 48. http://www2.santoandre.sp.gov.br/index.php/eiv-estudo-de-impacto-devizinhanca Figura 49. http://urbanidades.arq.br/2008/12/esquemas-conceituais-em-projetos-deurbanismo/ Figura 50. http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=859444 Figura 51. http://makearchitects.wordpress.com/2013/05/30/the-socio-economicvalue-of-people-focused-cities/ Figura 52. http://www.arquine.com/blog/ejemplos-ejemplares-fau-usp/ Figura 53.http://qotocix.wordpress.com/2010/11/17/facultad-de-arquitectura-yurbanismo-de-la-universidad-de-sao-paulo/


243

Figura 54. Velocidade, Ronaldo Azeredo (1958). http://not1.xpg.uol.com.br/poesia-concreta-caracteristicas-poemas-e-autoresconcretismo/55 CÓDIGO –AUGUSTO CAMPOS http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=8170 Figura 56 JOSÉ LINO GRÜNEWALD 1958 http://dontrockmysoul.blogspot.com.br/ Figura 57 – TERRA Décio Pignatari http://www.algumapoesia.com.br/poesia/poesianet096.htm Figura 58- LUA NA ÁGUA – Paulo Leminsky – 1982 http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/mylinks/singlelink. php?cid=4&lid=17025 Figura 59 http://www.e-architect.co.uk/utrecht/minnaert-building Figura 60 http://weburbanist.com/2011/05/13/signs-of-the-times-13-architecturalsignage-designs/ Figura 61. http://homedesigngalleries.blogspot.com.br/2011/06/signs-of-times-13architectural-signage.html Figura 62. http://www.atlanticaeco.com.br/site/meio-periodo/museu-da-linguaportuguesa/ Figura 63.http://revistalivro.wordpress.com/2010/04/25/menas-o-certo-do-erradoo-errado-do-certo/ Figura 64. http://vi.sualize.us/christlicher_garten_letztes_teilstuck_marz_2011_ typography_building_interior_garden_picture_mQLs.html Figura 65. http://www.gizmodo.com.au/2013/11/12-monumental-structuresmade-from-type/ Figura 66. http://archinect.com/blog/article/21453656/what-kind-of-architecturedo-you-want-to-practice Figura 67.http://www.render8.cn/Article/ShowArticlesp?ArticleID=747&Page=


244 Figura 68. http://uratti.web.fc2.com/architecture/sejima/sejima.htm Figura 69. http://uratti.web.fc2.com/architecture/sejima/sejima.htm Figura 70. http://www.floornature.com/projects-buildings-and-public-places/ project-k-sejima-r-nishizawa-pachinko-parlor-i-ii-e-iii-4443/ Figura 72. http://www.floornature.it/progetti-edifici-e-luoghi-pubblici/progetto-ksejima-r-nishizawa-pachinko-parlor-i-ii-e-iii-4443/ Figura 73. http://concursosdeprojeto.org/2009/07/26/sesc-guarulhos-dalpian/ Figura 74.http://concursosdeprojeto.org/2009/07/26/sesc-guarulhos-dalpian/ Figura 75.ttp://www.arqbacana.com.br/internal/arq!projetos/read/11575/dalpian--20%2007%202009 Figura 76.http://concursosdeprojeto.org/2009/07/26/sesc-guarulhos-dalpian/ Figura 77.http://www.arqbacana.com.br/internal/arq!projetos/read/11575/dalpian--20%2007%202009 Figura 78.http://www.m2dsarchitects.com/2009_07_13_archive.html Figura 79.http://www.arqbacana.com.br/internal/arq!projetos/read/11575/dalpian--20%2007%202009 Figura 80. http://www.arqbacana.com.br/internal/arq!projetos/read/11575/dalpian--20%2007%202009 Figura 81.http://www.dalpian.arq.br/it/projetos/nova-sede-sesc-guarulhos Figura 82.http://www.m2dsarchitects.com/2009_07_13_archive.html Figura 83.http://www.arqbacana.com.br/internal/arq!projetos/read/11575/dalpian--20%2007%202009 Figura 84.http://concursosdeprojeto.org/2009/07/26/sesc-guarulhos-dalpian/85 http://www.arqbacana.com.br/internal/arq!projetos/read/11575/dal-pian--20%20 07%202009


245

Figura 86.http://concursosdeprojeto.org/2009/07/26/sesc-guarulhos-dalpian/Figura 87.http://www.dalpian.arq.br/pt-BR/projetos/nova-sede-sescguarulhos Figura 88.http://arcoweb.com.br/projetodesign/arquitetura/jose-rollemberg-demello-filho-e-lara-melo-souza-centro-de-formacao-cultural-cidade-tiradentes-cfcctsao-paulo Figura 89.ttp://www.colunadonene.com.br/2013_02_24_archive.html Figura 90.http://arcoweb.com.br/projetodesign/especiais/alvaro-siza-fundacaoibere-camargo-plantas-e-cortes-01-07-2008 Figura 94 http://www.ikuku.cn/project/fundacion-ibere-camargo%E9%98%BF%E 5%B0%94%E7%93%A6-%E8%A5%BF%E6%89%8E Figura 95,http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/08.093/2924 Figura 96.ttp://fabiovolz.blogspot.com.br/ http://brasilarquitetura.com/projetos/concurso-museu-de-belas-artes-dequebec Figura 98 http://brasilarquitetura.com/projetos/concurso-museu-de-belas-artesde-quebec Figura 99 a 100http://brasilarquitetura.com/projetos/concurso-museu-de-belasartes-de-quebec Figuras101 a 109 http://brasilarquitetura.com/projetos/concurso-museu-de-belasartes-de-quebec Figuras 110 A 116 http://www.archdaily.com.br/br/01-26061/mini-casa-naturaepigram-fgmf/9-21 Figura 117 http://nogueirense.com.br/artur-nogueira-ganha-a-primeira-faixaelevada-de-pedestres/ Figura 121http://www.archilovers.com/projects/50678/kimball-art-center.html Figuras 122 a 130 http://dialogosgastronomicos.blogspot.com.br/2012/04/ comedoria-sesc-pompeia-lanchonete.html


246


247


248


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.