Edifício Multifuncional - Com ênfase na sustentabilidade e critérios do conforto ambiental

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EDIFÍCIO MULTIFUNCIONAL COM ÊNFASE NA SUSTENTABILIDADE E CRITÉRIOS DO CONFORTO AMBIENTAL

BIANCA CASAGRANDE


Bianca Casagrande Orientador: Prof. Dr. Walter José Ferreira Galvão

EDIFÍCIO MULTIFUNCIONAL COM ÊNFASE NA SUSTENTABILIDADE E CRITÉRIOS DO CONFORTO AMBIENTAL

CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC SANTO AMARO BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO Elaborada pelo sistema de geração automática de ficha catalográfica do Centro Universitário Senac São Paulo com dados fornecidos pelo autor(a). Casagrande, Bianca Edifício Multifuncional - Com Ênfase na Sustentabilidade e Critérios do Conforto Ambiental / Bianca Casagrande - São Paulo (SP), 2021. 110 f.: il. color. Orientador(a): Prof. Dr. Walter Galvão Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo) - Centro Universitário Senac, São Paulo, 2021. Edifício, Multifuncional, Sustentável, Conforto, Construção I. Galvão, Prof. Dr. Walter (Orient.) II. Título

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São Paulo 2021 II


AGRADECIMENTOS Primeiramente, agradeço aos meus pais, que fizeram um grande esforço para que eu pudesse chegar até aqui. A todos os ensinamentos que foram me passados, a não desistir e sempre perseguir meus objetivos, com muita fé e perseverança. Agradeço aos meus amigos que me acompanharam durante esses anos, com os inúmeros trabalhos, conselhos, risadas, suporte e apoio. A faculdade não seria a mesma sem vocês. Ao meu companheiro que sempre esteve ao meu lado durante essa caminhada, pelo apoio, incentivo e paciência. Aos meus professores que me deixaram inúmeros ensinamentos e me fizeram ter um novo olhar para a minha profissão, principalmente meu orientador Walter Galvão por todo o suporte durante essa etapa final que irá marcar a minha vida. A todos os meus colegas de trabalho que durante toda a minha jornada de estágio, se dedicaram a me passar conhecimento e fizeram me apaixonar pela profissão.

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‘’As cidades monótonas, inertes, contêm, na verdade, as sementes da sua própria destruição e um pouco mais. Mas as cidades vivas, diversificadas e intensas, contêm as sementes de sua própria regeneração, com energia de sobra para os problemas e as necessidades fora delas.’’ (JANE JACOBS, 1961). V

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RESUMO O presente trabalho apresenta a elaboração de um edifício multifuncional localizado em uma área de estruturação da transformação urbana, segundo o Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo, com grande incentivo de edificações de uso misto para suprir a demanda atual do mercado imobiliário. Tem por premissa utilizar estratégias sustentáveis e proporcionar o máximo de conforto para todos os seus usuários. Atualmente, a construção civil é responsável pela maior parte do consumo dos recursos naturais do planeta e em vista disso, o propósito deste projeto é proporcionar um empreendimento que forneça recursos para ter um menor impacto ambiental e que atenda às necessidades de seus frequentadores, utilizando diversos usos em um único local e promovendo uma maior integração e diversidade social e econômica na área. Então, o objetivo deste trabalho é realizar um projeto arquitetônico de um edifício multifuncional no distrito de Santo Amaro, que proponha uma nova forma de habitar e frequentar para favorecer o bem-estar e estabelecer uma relação mais sustentável integrada na moradia, no trabalho, no lazer, garantindo uma melhor qualidade de vida para seus usuários. Palavras-chaves: Edifício Multifuncional, Construção Sustentável, Conforto Ambiental na Arquitetura.

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ABSTRACT The present work presents the elaboration of a multifunctional building located in an area of structuring of urban transformation, according to the Strategic Master Plan of the city of São Paulo, with great incentive for mixed-use buildings on the site to supply the demand of the real estate market and aims to use sustainable and provide maximum comfort for all its users. Currently, civil construction is responsible for most of the consumption of the planet´s natural resources and in view of this, the intention of this project is to provide a building that provides resources to have a lower environmental impact and meets the needs of its visitors, using different uses in a single place, also promoting a greater integration and social and economic diversity in the area. So, the objective of this work is to do an architectural project of a multifunctional building in the district of Santo Amaro, wich proposes a new way of living to promote well-being and establishes a more sustainable relationship integrated into housing, work and leisure, ensuring a better quality of life for its users

Keywords: Multifunctional Building, Sustainable Construction, Environmental Comfort in Architecture.

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SUMÁRIO APRESENTAÇÃO 1.1 INTRODUÇÃO 1.2 OBJETIVOS 1.2.1 OBJETIVO GERAL 1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

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JUSTIFICATIVA

2.1 CONTEXTO URBANO 2.2 ÁREA DE INTERVENÇÃO 2.3 ARQUITETURA MULTIFUNCIONAL 2.4 SUSTENTABILIDADE E QUALIDADE AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL 11 11 2.4.1 CONTEXTUALIZAÇÃO 13 2.4.2 CERTIFICAÇÕES AMBIENTAIS 14 2.4.3 SELO CASA AZUL E A NORMA NBR 15.575

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

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REFERENCIAIS TEÓRICOS

19 20 20 22 23 24 25

4.1 4.2 4.3 4.4 4.5 4.6

QUALIDADE E INFRAESTRUTURA DESEMPENHO TÉRMICO DESEMPENHO LUMÍNICO DESEMPENHO ACÚSTICO GESTÃO DE ENERGIA GESTÃO DE ÁGUA IX

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REFERÊNCIAS DE PROJETO 5.1 EDIFÍCIO AQWA CORPORATE - FOSTER AND PARTNERS 5.2 EDIFÍCIO POP MADALENA - ANDRADE MORETTIN 5.3 EDIFÍCIO CORUJAS - FGMF ARQUITETOS

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DIRETRIZES DE PROJETO 6.1 TERRENO 6.1.1 LEGISLAÇÃO 6.1.2 USO DO SOLO 6.1.3 MOBILIDADE 6.1.4 GABARITO 6.2 EDIFÍCIO 6.2.1 USOS DO EDIFÍCIO 6.2.2 PROGRAMA DE NECESSIDADES E PRÉ DIMENSIONAMENTO 6.2.3 AÇÕES SUSTENTÁVEIS E DE CONFORTO AMBIENTAL

27 28 33 39 45 46 47 49 51 52 53 53 54 56

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O PROJETO

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CONCLUSÃO

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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1.1 INTRODUÇÃO Neste trabalho será apresentado uma proposta de um projeto arquitetônico de um edifício multifuncional localizado no distrito de Santo Amaro, na cidade de São Paulo, e inserido em um eixo de estruturação da transformação urbana, conforme determinado pela prefeitura da cidade de São Paulo, no Decreto n° 16.050, de 31 de julho de 2014, no Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo, em que o define como área de influência potencialmente apta ao adensamento construtivo, populacional e ao uso misto. As proximidades do local definido possuem uma ocupação predominantemente habitacional e com uma forte disponibilidade comercial e institucional, o que garante uma boa infraestrutura para os ocupantes do edifício. A arquitetura multifuncional se classifica pelo residencial e não residencial em uma mesma área, e traz benefícios para o lugar, como a otimização de tempo dos ocupantes a fim de evitar longos deslocamentos para realizar atividades essenciais, compras, lazer, promove uma maior diversidade urbana, social e econômica e melhora a qualidade de vida de seu usuário. ‘’A multifuncionalidade é a consequência de uma necessidade de diversidade urbana, na qual o convívio entre as distintas funções urbanas morar, trabalhar, passear, comprar, conviver, estudar e outras, é a base da vitalidade urbana, matéria-prima da urbanidade’’ (DZIURA, 2006, p.22).

Do mesmo modo, visando em proporcionar uma construção sustentável na escala do edifício, é necessário estabelecer estratégias para promover a eficiência máxima do empreendimento para os recursos de consumo de água e energia e aplicar tecnologias de automação predial. Essas estratégias trazem benefícios sociais para o local, pois promovem uma melhor qualidade ambiental, diversidade de classes com a integração de diferentes usos e socialização do espaço oferecido.

APRESENTAÇÃO 1

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Atualmente, já é claro que o desenvolvimento sustentável promove a saúde, conforto e uma qualidade melhor de vida para o ocupante de um edifício e é possível relacionar o termo com a questão econômica, em que progressivamente o mercado demanda a utilização de medidas eficientes e a inclusão da sustentabilidade com a questão ambiental, através da aplicação de medidas para evitar o uso de técnicas poluidoras na construção e aderir soluções tecnológicas requisitadas por certificações ambientais, e a questão social, em que no momento atual, grandes empresas precisam se readequar para pensar em sustentabilidade e se enquadrar com essa crescente demanda do mercado. ‘’Dentro do tema Arquitetura Sustentável destaca-se a crescente importância de questões ambientais globais que têm motivado a apropriação de soluções tecnológicas diferenciadas, testadas e aplicadas para uma maior qualidade ambiental e menor impacto das edificações. Nesse momento de novos questionamentos e transformações para a arquitetura, em que o processo de projeto é afetado diretamente, os chamados indicadores de sustentabilidade introduzem mudanças metodológicas e práticas, integrando as várias disciplinas interdependentes que estão envolvidas na concepção e na operação dos edifícios.’’ (DUARTE e GONÇALVES, 2006, p. 57).

O projeto arquitetônico que irá resultar dessas discussões pretende propor um novo ambiente para o local, mais humanizado, com extensas áreas livres e verdes para o lazer e descanso, integrado com a área comercial, corporativa e de habitação. O procedimento a ser realizado para garantir um melhor conforto aos usuários e longa durabilidade da edificação consiste em análises das propriedades dos materiais para a escolha adequada da composição do empreendimento e simulações computacionais para comprovar o atendimento dos níveis requisitados pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) NBR 15.575 em conjunto com as premissas da sustentabilidade e critérios abordados no capítulo de Referenciais Teóricos. 3

1.2 OBJETIVOS 1.2.1 OBJETIVO GERAL O trabalho visa desenvolver um projeto arquitetônico de um edifício multifuncional propondo uso residencial, comercial e serviço, com foco na utilização de técnicas construtivas ecoeficientes de baixo impacto ao meio ambiente e soluções de projeto que proporcionam o conforto ambiental e promovem uma melhor qualidade de vida para os usuários do empreendimento.

1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS a aplicação de princípios arquitetônicos para adap• Promover tação ao clima do local e implantação de tecnologias para a gestão eficiente de energia e água. com discussões sobre sustentabilidade para aplica• Contribuir ção no edifício proposto, minimizar o impacto ambiental e promover o seu desenvolvimento na sociedade.

Propor novas premissas para empreendimentos voltados ao mercado imobiliário com aplicação de conceitos e técnicas para priorizar o conforto do usuário.

Propor espaços de convívio integrados com a moradia, trabalho e lazer, para incentivar o uso misto e dinâmico e promover uma maior diversidade no local.

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2.1 CONTEXTO URBANO O projeto será implantado no distrito de Santo Amaro, localizado na Zona Sul da cidade de São Paulo. Região que se tornou município em 1832 e teve sua origem nos povos indígenas que foram divididos nas regiões de São Vicente, São Paulo e Santo Amaro, antigo Jeribatiba onde os habitantes residiam nas proximidades do rio, atual Pinheiros. Quase cem anos depois, em 1935, o município foi extinto, se anexou à cidade de São Paulo e passou por um processo de desenvolvimento econômico e social. O distrito sofreu uma grande mudança de perfil ao longo dos anos e se tornou um importante pólo econômico , com o crescimento de centros comerciais, ofertas de serviços, trabalhos e um eixo de negócios com o aumento de centros empresariais. Atualmente, Santo Amaro é visto como uma localização atraente para o desenvolvimento do mercado imobiliário e lançamentos de inúmeros edifícios habitacionais, devido a sua grande oferta de infraestrutura e a melhoria do transporte público, principalmente após a implantação da linha 5 Lilás do metrô. ‘’Mudanças implementadas pelo Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo, de 2014, ajudaram a turbinar os lançamentos na zona sul. Os maiores beneficiados foram os bairros por onde passam grandes eixos de transporte público, como o metrô e o corredor de ônibus Santo Amaro/Nove de Julho. ‘Esses terrenos tornaram-se atraentes para os incorporadores porque conquistaram um potencial construtivo muito maior. ’’ (FOLHA DE SÃO PAULO, 2019)

JUSTIFICATIVA 5

Figura 1 - Gráfico com os resultados do ano de Dezembro de 2017 a Dezembro de 2018 de unidades vendidas na cidade de São Paulo. Fonte: https://www.secovi.com.br/pesquisas-e-indices/pesquisa-mensal-do-mercado-imobiliario. (Acesso em: 05/05/2021).

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2.2 ÁREA DE INTERVENÇÃO A escolha do local onde o edifício será implantado se deu pelo motivo de ser um eixo que está em grande especulação imobiliária e transformação urbana, com novos empreendimentos residenciais e corporativos em prospecção no entorno do terreno, uma significativa variedade de comércios, serviços, lazer, cultura, que proporcionam uma maior diversidade na região com infraestrutura básica para atender diferentes classes sociais. Segundo dados do Secovi-SP (Sindicato da Habitação), a região Sul do município de São Paulo, onde se encontra o terreno escolhido, liderou a lista de lançamentos imobiliários em 2018, com um aumento de 50% a mais do que no ano anterior, conforme a Figura 2, e o motivo é a volta do aquecimento do mercado imobiliário para a classe média e alta. Os grandes bairros atingidos por essa mudança, foram os que passam pelas principais linhas de transporte público, como metrô e corredores de ônibus, principalmente após a implantação da linha 5 lilás que liga o bairro de Santo Amaro com importantes pontos de atividades da cidade, como Brooklin, Vila Mariana e Moema. (SECOVI, 2018).

Figura 2 - Gráfico do aumento de unidades lançadas na região Sul de São Paulo. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/sobretudo/morar/2019/05/1987980-zona-sul-e-a-regiao-que-mais-cresce-em-sao-paulo-sem-sinais-de-esgotamento.shtml. (Acesso em: 19/04/2021)

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2.3 ARQUITETURA MULTIFUNCIONAL A arquitetura multifuncional segue uma das diretrizes de uma cidade compacta que é a construção de edifícios de uso misto em um mesmo local, o que promove uma maior integração entre o ambiente interno e externo, interação de diferentes usuários e qualificação do espaço. Nas décadas de 50 e 60 a cidade de São Paulo foi marcada pela introdução de edifícios multifuncionais emblemáticos, como o COPAN e o Conjunto Nacional, porém como na época não existiam incentivos urbanísticos de diversidade de usos entre os bairros, o movimento só foi ganhar força a partir dos anos 2000 com o aquecimento do mercado imobiliário. Um estudo desenvolvido pela Universidade de São Paulo em 2016, após realizar uma avaliação em seis cidades do mundo e comparar os resultados, afirma que a implantação de edifícios multiusos nas cidades trazem benefícios para a saúde da população com a aproximação da moradia com o local de trabalho, otimizando o tempo do trabalhador e reduzindo o seu deslocamento, a utilização do transporte público e ativo, como percorrer distâncias a pé ou de bicicleta, estimulando a prática de atividades físicas e reduzindo a emissão de gases poluentes. (JORNAL DA USP, 2016). Propor um edifício com uma diversidade de usos também agrega na sua individualidade, que o difere de edificações monofuncionais tradicionais, oferecendo uma flexibilidade de espaços que podem inovar e se modificar ao longo dos anos e consequentemente oferecer uma maior durabilidade. ‘’A vida moderna muda muito, às vezes mais depressa que os próprios edifícios; assim, um edifício industrial pode converter-se num edifício de escritórios em cinco anos e numa universidade em dez. Deste modo, os edifícios que resultam suscetíveis de modificações tenderão a uma vida útil mais prolongada e serão mais eficientes no uso dos seus recursos. Portanto, projetar essa flexibilidade de uso propõe que os espaços sejam vivos e diversificados’’ (DZIURA, 2006, p.33)

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O Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo está passando por um processo de revisão definido pelo Projeto de Lei 688/13 e possui diversos instrumentos que buscam um novo funcionamento para a cidade. Segundo a prefeitura, as estratégias propostas têm por objetivo promover melhorias e abordar algumas questões como o equilíbrio de oportunidades de ofertas de emprego e moradia, investimentos em estabelecimentos públicos, o incentivo do uso do solo em locais próximos à rede de transporte público, otimização da mobilidade, e redução da vulnerabilidade social e urbana. No contexto do uso do solo, há uma estratégia para o incentivo ao uso misto em áreas determinadas como eixos de estruturação da transformação urbana em que consiste em que os empreendimentos multifuncionais implantados em tais áreas em um mesmo lote poderão receber o benefício de não computar o coeficiente de aproveitamento da área construída de até 20% destinada ao uso não residencial, que promove um maior adensamento construtivo no lote. (PREFEITURA DE SÃO PAULO, 2013). ‘’Uso Misto é aquele que envolve, simultaneamente, o uso residencial e o uso não residencial. No projeto de lei de revisão do PDE (PL 688/13) foram definidas estratégias para fomentar o uso misto no mesmo lote, especialmente a convivência do uso habitacional com outros usos, como serviços, comércio, institucional e serviços públicos, de modo a proporcionar a maximização e racionalidade da utilização dos serviços urbanos, especialmente o transporte público coletivo de passageiros.’’ (PREFEITURA DE SÃO PAULO, 2013).

Figura 3 - PL 688/13 - Gestão Urbana SP - Fonte: https://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/ incentivo-ao-uso-misto/ (Acesso em: 04/03/2021).

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Figura 4 - PL 688/13 - Gestão Urbana SP - Fonte: https://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/ incentivo-ao-uso-misto/ (Acesso em: 04/03/2021).

Atualmente, existe uma demanda do mercado imobiliário de lançamentos de unidades compactas, como studios. Apartamentos modernos, inteligentes, com uma metragem menor, atende diversos tipos de públicos, como pessoas mais jovens, recém-formados, que buscam uma moradia próxima ao local de trabalho e estudo, perto de estações de trem e metrô, para facilitar seu deslocamento, empresários que moram sozinhos, casais sem filhos que viajam frequentemente e procuram um ambiente mais prático para morar e investidores que procuram lucrar com aluguel de unidades. (INCORPORADORA TEGRA, 2020). Após realizar estudos e análises referentes aos novos lançamentos imobiliários, as metragens e tipos de apartamentos foram definidos no projeto proposto, de acordo com a atual demanda de unidades habitacionais do mercado, detalhados no capítulo 7 deste documento. ‘’Em São Paulo, os apartamentos studio já são mais da metade dos lançamentos imobiliários, segundo dados do Sindicato da Habitação (Secovi-SP). E esse número é compreensível por conta da mudança de estilo de moradia nas grandes cidades, e mesmo mudança do público [...]. Com isso, viver em espaços inteligentes e planejados como os apartamentos studio se torna uma ótima opção para quem busca conforto, mobilidade e praticidade no seu dia a dia. E isso, claro, aumenta o investimento de incorporadoras e construtoras neste tipo de projeto [...]’’ (INCORPORADORA TEGRA, 2020). 10


2.4 SUSTENTABILIDADE E QUALIDADE AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL 2.4.1 CONTEXTUALIZAÇÃO O termo ‘’desenvolvimento sustentável’’ foi utilizado pela primeira vez em 1987 no Relatório Brundtland, que define como um atendimento às necessidades do presente, sem comprometer as gerações futuras, permitindo que as pessoas atinjam um nível de crescimento social e econômico e preservem seus recursos para futuras gerações. Nos anos seguintes, foram realizadas conferências mundiais a fim de estabelecer princípios para a sustentabilidade que começou a ser discutido no país na Rio 92, conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, em 1992, na cidade do Rio de Janeiro e contou com a presença de 108 chefes de Estado, resultando na elaboração de protocolos como Agenda 21, com recomendações para o desenvolvimento de técnicas para preservar os recursos naturais do planeta e melhorar suas condições ambientais, e o Protocolo de Kyoto, que tem por objetivo a redução da emissão de gases do efeito estufa. Porém, apesar das estratégias e esforços, muitos países não as colocaram em prática e obtiveram resultados opostos dos acordados.

Figura 5 - Diagrama da Sustentabilidade - Desenvolvido pela autora.

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A arquitetura bioclimática começou a evoluir no Brasil a partir do desenvolvimento de questões sobre eficiência energética, pois contribui através de técnicas para diminuir o impacto ambiental, como a implantação de certificações ambientais e selos de sustentabilidade, que promovem soluções eficientes para uma edificação. Atualmente, a construção civil é a maior responsável pelo consumo de recursos naturais e geração de resíduos, então se tornou necessária a adoção de práticas sustentáveis que devem ser tomadas desde a etapa de elaboração do projeto para atingir objetivos eficientes, visando uma maior durabilidade da edificação e a diminuição de impactos negativos sobre o meio ambiente. Segundo Colaço (2008) é necessário adotar técnicas para obter uma verdadeira construção sustentável, como a utilização e reaproveitamento de materiais recicláveis, uso de energias limpas, implantação de sistemas construtivos otimizadores da produtividade para diminuir o tempo de construção e o incentivo de obter selos de certificações ambientais em obras, que são uma consequência de como a sustentabilidade se reflete na construção civil. ‘’A arquitetura sustentável [...] é a arquitetura que quer criar prédios objetivando o aumento da qualidade de vida do ser humano no ambiente construído e no seu entorno, integrado com as características da vida e do clima locais, consumindo a menor quantidade de energia compatível com o conforto ambiental para legar um mundo menos poluído para as futuras gerações’’ (CORBELLA e YANNAS, 2003, p.19).

Figura 6 - Categorias de avaliação da certificação LEED para novas construções. Fonte: https://www.gbcbrasil.org.br/certificacao/certificacao-leed/. (Acesso em 25/08/2021).

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2.4.2 CERTIFICAÇÕES AMBIENTAIS A partir da preocupação da quantidade de gases poluentes emitidos em uma construção, começou a surgir os selos de certificações ambientais para edificações, com o intuito de estabelecer estratégias e padrões de sustentabilidade conforme determinados níveis que uma construção deve seguir. O primeiro a ser desenvolvido foi o BREEAM (BRE Environmental Assessment Method), criado pelo BRE (British Research Establishment) em 1990 no Reino Unido e é um dos sistemas mais utilizados internacionalmente, porém no Brasil há somente três projetos com essa certificação. Desde o seu lançamento, outros países começaram a desenvolver mais sistemas, como o LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), desenvolvido nos Estados Unidos em 1998 pelo USGBC (United States Green Building Council) e hoje se torna líder mundial de reconhecimento ambiental na indústria da construção e até maio de 2021 foram registrados um total de 1.611 edifícios certificados no país. O AQUA (Alta Qualidade Ambiental), que foi lançado no Brasil em 2008 pela Fundação Carlos Alberto Vanzolini após passar por um processo de adaptação da certificação francesa Démarche HQE, para se adequar a realidade brasileira, e o Selo Casa Azul, criado pela Caixa Econômica Federal em 2009 e foi o primeiro selo totalmente brasileiro a ser desenvolvido, levando em consideração os aspectos climáticos, econômicos, políticos e sociais do país.

2.4.3 SELO CASA AZUL E A NORMA NBR 15.575 O Selo Casa Azul da Caixa Econômica Federal foi escolhido para seguir com seus requisitos e critérios de determinadas categorias, abordadas no capítulo 4 de Referenciais Teóricos do presente trabalho a fim de atingir um nível de sustentabilidade e qualidade ambiental no edifício proposto. A preferência por tal certificação se deu pelo motivo de ser originalmente nacional, seguindo as condições climáticas do país e desenvolvido para a realidade da construção brasileira, com condições de seguir fielmente suas indicações oferecidas de instrumentos de análises para atendimento dos níveis requeridos, sem a necessidade de realizar adaptações e buscar novas ferramentas. A certificação tem por objetivo incentivar o uso de recursos naturais e promover a conscientização sobre os benefícios de uma construção sustentável abrangendo os aspectos econômicos, sociais e ambientais. O manual apresenta 49 critérios de avaliação que são divididos em 6 categorias: Qualidade Urbana e Bem-Estar, Eficiência Energética e Conforto Ambiental, Gestão Eficiente da Água, Produção Sustentável, Desenvolvimento Social e Inovação. A partir de um diagnóstico realizado nas exigências da certificação, foi selecionada determinadas categorias listadas no capítulo 03 de Procedimentos Metodológicos do presente documento para seguir com suas diretrizes e propostas a fim de promover uma construção sustentável, qualidade ambiental e conforto para os usuários do empreendimento. ‘’O objetivo do Selo Casa Azul + CAIXA é reconhecer e incentivar a adoção de soluções urbanísticas e arquitetônicas de qualidade, assim como o uso racional dos recursos naturais na produção de empreendimentos a serem executados no âmbito dos programas habitacionais operacionalizados pela CAIXA.’’ (SELO CASA AZUL, 2010, p.1)

Figura 7 - Logo das certificações ambientais: LEED, AQUA, BREEAM e Selo Casa Azul.

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A Norma de Desempenho de Edificações Habitacionais (NBR 15.575) foi revisada e entrou em vigor no ano de 2013. Nela, é abordado a questão de desempenho de edificações e destaca o conceito de habitabilidade e gestão de qualidade de uma construção. Com o crescimento do mercado imobiliário, o nível de exigência de seus compradores começou a aumentar e consequentemente, a necessidade das grandes empresas de buscarem por qualidade no âmbito da construção passou a ser frequente. (GALVÃO, 2012). Os ambientes do projeto proposto devem ser avaliados apenas na condição de entrega do empreendimento, desconsiderando as modificações futuras que cada morador poderá realizar na habitação. Seus requisitos podem ser separados em: Segurança, abordando a questão do uso e operação predial, Habitabilidade, nas avaliações de desempenho acústico, térmico, lumínico, acessibilidade e funcionalidade, Sustentabilidade, no quesito de durabilidade dos sistemas construtivos e Nível de Desempenho, nos critérios quantitativos dos níveis de atendimento. (MARQUES, 2013). O sistema de avaliação da Norma é dividido em três etapas: verificação de projeto, análises de simulações computacionais e ensaios para comprovar os níveis de atendimento.

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Inicialmente buscou-se conhecer fisicamente o terreno escolhido, que devido a situação da pandemia instalada no país desde 2020 e a impossibilidade de se locomover até a área de estudo do projeto, foram realizadas visitas virtuais através da ferramenta Street View, do Google Maps, e reconhecimento do entorno imediato através do Google Earth. No que diz respeito aos aspectos legais, os dados foram obtidos através do Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo e pelo Código de Obras e Edificações de São Paulo, encontrados de forma virtual pela plataforma digital da prefeitura. Igualmente, foram realizados pesquisas e estudos de novos empreendimentos que serão construídos nos próximos anos de construtoras e imobiliárias que atuam na cidade de São Paulo, como a Incorporadora Tegra, Diálogo Engenharia, Construtora Kallas, Rocontec e Cury, importantes na indústria da construção, e entrevista com um arquiteto atuante no mercado imobiliário, de forma virtual, em uma etapa preliminar dos estudos, para entender sobre os lançamentos atuais. Para realizar a base dos referenciais teóricos do projeto proposto, foi analisada a Norma de Desempenho de Edificações Habitacionais, ABNT 15.575, para identificar suas exigências e definir os procedimentos de análises projetuais e simulações computacionais, detalhados no capítulo 04 de Referenciais Teóricos. Do mesmo modo, foram verificados os indicadores da certificação ambiental Selo Casa Azul da Caixa Econômica Federal para a definição de critérios, requisitos e os instrumentos de análises a serem desenvolvidos na etapa pré-projetual do trabalho. Ao final do projeto, foram realizadas análises de prospecção através dos materiais escolhidos para a comprovação de atendimento dos indicadores de desempenho estabelecidos e simulações computacionais pelo software Relux.

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 17

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Neste capítulo, serão abordados os procedimentos para aplicação dos princípios de sustentabilidade e conforto ambiental no projeto proposto, referenciados pela ABNT NBR 15.575 e certificação Selo Casa Azul, definindo seus requisitos e critérios para atendimentos de níveis de desempenho satisfatórios e os instrumentos de análises que serão utilizados.

4.1 QUALIDADE URBANA E INFRAESTRUTURA

4.1.1 REQUISITOS Foi verificado a disponibilidade de infraestrutura e integração com o comércio, serviços básicos, acesso próximo ao transporte, equipamentos públicos e qualidade urbana, ambiental e viária no entorno do edifício implantado. 4.1.2 CRITÉRIOS - A via de acesso ao empreendimento deve ser pavimentada e dispor de no mínimo uma linha de transporte público em até 1 km de distância do empreendimento. - Pelo menos um equipamento de lazer e educação em uma distância máxima de 2.5 km do edifício e um equipamento de saúde em uma distância máxima de 3.5 km. 4.1.3 INSTRUMENTOS DE ANÁLISE Realização de visitas, virtuais e físicas, ao terreno para avaliação e diagnóstico de seu entorno imediato.

4.2 DESEMPENHO TÉRMICO 4.2.1 REQUISITOS

REFERENCIAIS TEÓRICOS 19

Atendimento aos critérios de desempenho estabelecidos na ABNT NBR 15.575 e condições de bem-estar através do controle da ventilação e do balanço térmico da edificação que é absorvido pelas vedações externas.

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4.2.2 CRITÉRIOS Conforme a ABNT 15.575, a cidade de São Paulo se encontra na zona bioclimática 3, então o valor para sua transmitância térmica máxima é de 3,7W/m².K e área mínima de aberturas para ventilação em ambientes de permanência, como salas e dormitórios, acima de 7% da área total do piso.

4.3 DESEMPENHO LUMÍNICO 4.3.1 REQUISITOS Atendimento aos critérios de desempenho lumínico estabelecidos na ABNT NBR 15.575 para o aproveitamento de iluminação natural no interior dos ambientes da edificação. 4.3.2 CRITÉRIOS Promover a entrada de no mínimo 60 lux nos ambientes de salas, dormitórios, cozinhas e áreas de serviço, conforme o nível mínimo e 30 lux nos ambientes de banheiros, corredores internos da unidade e corredores de uso comum predial, conforme o nível intermediário de atendimento requisitado pela ABNT 15.575.

Tabela 1 - Valores de transmitância térmica de paredes externas. Adaptada da ABNT NBR 15.575 pela autora

Tabela 3 -Níveis de iluminação natural. Adaptada da ABNT NBR 15.575 pela autora.

Tabela 2 - Valores da área mínima de ventilação em dormitórios e salas. Adaptada da ABNT NBR 15.575 pela autora.

4.2.3 INSTRUMENTOS DE ANÁLISE Realização de análises projetuais das propriedades térmicas dos materiais que compõem as envoltórias, comparando com os requisitos da ABNT 15.575 e ABNT 15.220 .

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4.3.3 INSTRUMENTOS DE ANÁLISE Realização de simulações computacionais para comprovar o atendimento da quantidade lux que irá incidir no interior dos ambientes do edifício habitacional requisitado através do software Relux. A simulação foi realizada através das recomendações da ABNT NBR 15.575: - A simulação deve ser feita nos dias 23 de abril às 09h30min e 23 de outubro às 15h30min - A nebulosidade do céu a partir de 50% - Deve simular o centro de cada ambiente em uma altura de 75cm do chão. 22


4.4 DESEMPENHO ACÚSTICO

4.4.1 REQUISITOS Atendimento aos critérios mínimos de desempenho acústico estabelecidos na ABNT NBR 15.575 para as condições de conforto através do isolamento sonoro de ruídos internos e externos. 4.4.2 CRITÉRIOS Conforme a NBR 15.575, os níveis de índice de redução sonora ponderado (Rw) utilizados nas vedações entre ambientes internos não devem ser inferiores a 45dB para paredes cegas de dormitórios que ficam entre áreas comuns e conjunto de paredes e portas de unidades habitacionais separadas pelo hall. O nível de pressão sonora de impacto-padrão ponderado (L’ntw) deve alcançar no máximo 80dB em pisos que separam unidades habitacionais autônomas em pavimentos distintos.

Tabela 5 - Índice de redução sonora ponderado de componentes construtivos utilizados nas vedações entre ambientes. Adaptada da ABNT NBR 15.575 pela autora.

Tabela 4 - Critério e nível de pressão sonora de impacto-padrão ponderado. Adaptada da ABNT NBR 15.575 pela autora.

4.4.3 INSTRUMENTOS DE ANÁLISE Análise da escolha de detalhamentos de especificações para vedações verticais externas, como as fachadas, internas entre ambientes da habitação e horizontais, como lajes entre pavimentos.

4.5 GESTÃO DE ENERGIA 4.5.1 REQUISITOS Promover a eficiência energética do edifício a fim de reduzir o consumo de energia elétrica por meio de dispositivos tecnológicos e economizadores.

23

24


4.5.2 CRITÉRIOS - Utilizar dispositivos economizadores de energia elétrica nas áreas comuns de permanência temporária do edifício, como lâmpadas eficientes e sensores de presença. - Utilizar sistemas tecnológicos de automação integrados às instalações prediais, como iluminação e climatização inteligente e fachadas com sistemas de automatização em suas vedações. 4.5.3 INSTRUMENTOS DE ANÁLISE Implantar dispositivos economizadores de energia elétrica e a implantação de sistemas tecnológicos na etapa de organização projetual do edifício.

4.6 GESTÃO DE ÁGUA

4.6.1 REQUISITOS Implantação de dispositivos economizadores de água visando a redução do consumo predial excessivo e o reaproveitamento de águas cinzas e pluviais para o uso nas atividades do edifício. 4.6.2 CRITÉRIOS Conceder os seguintes equipamentos para reduzir o consumo de água nas unidades habitacionais e áreas comuns do empreendimento: - Registro regulador de vazão nos chuveiros e torneiras - Torneiras com arejadores - Descarga dos vasos sanitários com duplo acionamento - Disponibilidade de hidrômetro nos corredores coletivos das unidades habitacionais para controle individual dos moradores - Sistema de aproveitamento das águas pluviais 4.6.3 INSTRUMENTOS DE ANÁLISE Implantação de dispositivos economizadores de água nas áreas molhadas do interior das unidades habitacionais, nos corredores coletivos da habitação e nas áreas comuns prediais e sistema de armazenamento e captação para reaproveitamento da água da chuva, como incluir cisternas na etapa de organização projetual do edifício. 25

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05

5.1 EDIFÍCIO AQWA CORPORATE FOSTER AND PARTNERS

REFERÊNCIAS DE PROJETO 27

28


O edifício fica localizado no Porto Maravilha, zona portuária da cidade do Rio de Janeiro. Com uso corporativo e desenvolvido para ser um empreendimento comercial de luxo, possui 22 pavimentos com salas comerciais para ocupação de escritórios e lojas e seu térreo é livre e destinado para uma área de convívio pública em que foi criado uma praça central, com acesso direto às entradas da edificação, e uma galeria voltada para o comércio, estimulando a transição de pedestres no local.

Figura 8 - Foto aérea da localização do terreno do edifício Aqwa Corporate. Fonte: https://google.com/maps. (Acesso em: 16/05/2021)

Os pavimentos tipo possuem um esquema de planta livre, para ficar a critério do proprietário do escritório que irá ser implantado, a escolha de como irá usufruir da organização de seu espaço e dimensionamento das salas comerciais.

Figura 10 - Plantas do 4° ao 20° pavimento do edifício Aqwa Corporate. Fonte: https:// www.archdaily.com.br. (Acesso em: 16/05/2021). Figura 9 - Planta do segundo e terceiro pavimento do edifício Aqwa Corporate. Fonte: https://www.archdaily.com.br. (Acesso em: 16/05/2021).

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30


Sua estrutura é composta principalmente por lajes de concreto moldadas in loco, com pilares de concreto e aço ao longo do edifício e suas fachadas são predominantemente de vidro espelhado e estabelecem estratégias de auto sombreamento para se adequar ao clima do local, que é predominantemente quente ao longo do ano.

Figura 12 - Imagens do edifício Aqwa Corporate. Fonte: https://www.archdaily.com.br. (Acesso em: 16/05/2021).

Figura 11 - Corte longitudinal – Edifício Aqwa Corporate. Fonte: https://www.archdaily. com.br. (Acesso em: 16/05/2021)

O projeto foi desenvolvido para receber a certificação LEED no nível ASHRAE GOLD, estabelecendo técnicas sustentáveis e de conforto, com estratégias para adequação das condições climáticas, como proteção solar no interior e exterior do edifício, áreas livres de convívio e de circulação com coberturas, sistemas de reaproveitamento de águas cinzas e pluviais para uso predial e uma localização com uma boa infraestrutura ao redor, como disponibilidade de estações de metrô próximas, ciclovias, acesso a grandes avenidas e disponibilidade de áreas verdes e espaço público para convívio e integração dos usuários. (ARCHDAILY, 2018). 31

O estudo de caso foi escolhido como referência ao trabalho proposto devido às estratégias bioclimáticas utilizadas no desenvolvimento do projeto para alcançar a certificação LEED, como uso eficiente de água para aproveitamento de águas pluviais e redução do consumo de água potável e energia elétrica, gestão eficaz de resíduos e recursos prediais, redução de impactos negativos na etapa de construção e soluções projetuais para integrar um edifício de uso restritivamente corporativo com o convívio público, por meio da criação de uma praça totalmente aberta à população, com a convivência e transição de pessoas, criando uma nova identidade ao local. Os aspectos dimensionais também foram importantes para levar em consideração como referência para o projeto a ser realizado, pois a escolha de desenvolver pavimentos com plantas livres, acaba deixando o proprietário com mais liberdade de implantar seu local de trabalho da melhor forma, considerando seu uso e propósito de cada sala. 32


5.2 EDIFÍCIO POP MADALENA ANDRADE MORETTIN

O edifício está localizado na região da Vila Madalena, cidade de São Paulo, bairro considerado de uso misto e famoso pelos seus bares e restaurantes, com uma intensa movimentação urbana diária.

Figura 12 - Foto aérea da localização do terreno do edifício Pop Madalena. Fonte: https://geosampa.prefeitura.sp.gov.br. (Acesso em: 16/05/2021)

Segundo a equipe de projeto, a ideia principal era integrar o edifício com a paisagem e energia do bairro, utilizando uma materialidade construtiva leve e industrializada. (ARCHDAILY, 2017). O empreendimento é de uso misto e foi construído em 2015, com seu térreo ocupado por uma área comercial e de convívio. O acesso principal ao edifício ocorre na Rua Madalena, com uma praça na entrada, que promove uma área de convívio e acesso direto à uma loja.

Figura 13 - Esquema de usos do edifício Pop Madalena. Fonte: https://www.andrademorettin. com.br/projetos/pop-madalena/. Acesso em (13/05/2021)

33

34


Sua área de convívio está localizada na cota mais alta do terreno e é composta por um espaço de coworking, academia, sauna e piscina integrada com um mirante que proporciona uma vista privilegiada do entorno do bairro.

Figura 14 - Planta térreo do edifício Pop Madalena. Fonte: https://www.andrademorettin. com.br/projetos/pop-madalena/. Acesso em (13/05/2021)

Possui 7 pavimentos destinados para o uso residencial, com apartamentos de 55 a 250 metros quadrados, contudo as plantas são flexíveis e permite variadas escolhas de tamanhos.

Figura 16 - Imagem da piscina na área de convívio do edifício Pop Madalena. Fonte: https://www.archdaily.com.br (Acesso em: 13/05/2021).

A estrutura do edifício é composta por um sistema convencional de pilares e vigas de concreto armado com um leve balanço nas extremidades das lajes, que ficam aparentes e se tornam um elemento estrutural predominante na volumetria, que é feita de diversos volumes compondo um único conjunto, resultado da solução topográfica de 18 metros de desnível do terreno.

Figura 15 - Plantas dos pavimentos do edifício Pop Madalena. Fonte: https://www.andrademorettin.com.br/projetos/pop-madalena/. Acesso em (13/05/2021)

35

Figura 17 - Esquema volumétrico estrutura do edifício Pop Madalena. Fonte: https://www. andrademorettin.com.br/projetos/pop-madalena/. Acesso em (13/05/2021)

36


As fachadas ficam recuadas, formando uma varanda única que acompanha a volumetria do edifício. Seus beirais possuem painéis verticais deslizantes de telha metálica perfurada que permitem o controle pelos próprios moradores da incidência de luz solar nos ambientes internos da habitação, além de colorir a fachada e dar um novo visual para o bairro com sua paleta de cores.

Figura 18 - Imagens dos painéis metálicos deslizantes nas fachadas do edifício Pop Madalena. Fonte: https://www.andrademorettin.com.br/projetos/pop-madalena/. Acesso em (13/05/2021)

A escolha do edifício Pop Madalena foi fundamental para elaborar os conceitos projetuais do empreendimento proposto, como técnicas para proporcionar o bem-estar completo do usuário do imóvel e soluções volumétricas para realizar estratégias de condicionamento passivo e desempenho bioclimático. Seus aspectos dimensionais e espaciais, como a variação das metragens das unidades habitacionais, o esquema de projetar uma varanda única, que se destaca na fachada do edifício em conjunto com os painéis metálicos coloridos e deixar o uso residencial elevado da rua, criando um espaço de lazer em conjunto com um mirante, foram importantes para levar em consideração no projeto a ser desenvolvido. 37

38


5.3 EDIFÍCIO CORUJAS FGMF ARQUITETOS

O edifício está localizado no bairro Vila Madalena, na cidade de São Paulo e foi construído em 2014. Seu uso é voltado para área corporativa, com salas comerciais a serem alugadas. Segundo a equipe de projeto, o partido foi projetar um espaço humanizado para o trabalho, rompendo com o tradicional edifício empresarial verticalizado e fechado em vidro espelhado. (ARCHDAILY, 2016).

Figura 19 - Foto aérea da localização do terreno do edifício Corujas. Fonte: https://geosampa.prefeitura.sp.gov.br. (Acesso em: 16/05/2021)

Pelo motivo do projeto ter sido planejado na antiga legislação de São Paulo, seu zoneamento só permitia um gabarito máximo de 9 metros de altura, o que resultou em uma solução horizontal para o edifício, com dois blocos, frontal e posterior, interligados por uma passarela, com dois pavimentos cada.

Figura 20 - Diagrama de usos do edifício Corujas. Fonte: https://www.archdaily.com.br. (Acesso em: 14/05/2021).

39

40


O térreo possui pé direito duplo e a entrada é feita através de um mezanino, em que o usuário tem a opção de descer um andar para chegar em uma área de trabalho com acesso a um jardim privativo, solução encontrada para vencer a topografia do local, que fica localizado em uma bacia do córrego das corujas com 5 metros de desnível ao longo do terreno. Possui dois pavimentos que são ocupados por salas comerciais e possuem acesso direto às varandas e com vista para os jardins privativos.

Sua estrutura é composta por um uso misto de pilares e vigas metálicas e concreto pré-moldado, ambos aparentes pelo edifício. A escolha desses aspectos estruturais que ficam aparentes também foi pensada levando em consideração a estética e o impacto que iria causar visualmente.

Figura 23 - Corte A do edifício Pop Madalena. Fonte: https://www.fgmf.com.br. (Acesso em: 14/05/2021)

A espacialidade foi pensada para se adequar ao clima de São Paulo, as varandas das salas comerciais são o que compõe as fachadas, seguidas de algumas placas de brises metálicos que trazem uma leveza para a edificação. Figura 21 - Planta do térreo do edifício Corujas. Fonte: https://www.fgmf.com.br.(Acesso em 14/05/2021).

Figura 22 - Plantas do primeiro e segundo pavimento do edifício Corujas. Fonte: https:// www.fgmf.com.br.(Acesso em 14/05/2021).

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Figura 24 - Composições das fachadas do edifício Corujas. Fonte: https://www.fgmf.com.br. (Acesso em: 14/05/2021)

42


A escolha do Edifício Corujas como referência para o projeto proposto neste trabalho é importante para levar em consideração seus aspectos espaciais, como a ideia de integração de espaços de lazer e de convívio ao ambiente de trabalho. A conexão com a natureza a partir de salas abertas, varandas, acessos às áreas verdes, traz uma melhor qualidade de vida e de trabalho para os usuários do edifício e mudam a paisagem do lugar. Os sistemas construtivos desenvolvidos no empreendimento também foram importantes para ter como referência no projeto futuro, para criar uma leveza na edificação pela utilização do conjunto de concreto e aço aparente, criando uma sensação de leveza ao edifício. O estudo de caso em questão, marcou a história do bairro inserido e se tornou um ponto de referência, que se adaptou a energia do local e a integrou no convívio das pessoas.

Figura 25 - Diagrama de conforto ambiental do edifício Corujas. Fonte: http://www.fgmf. com.br. (Acesso em: 14/05/2021)

43

44


06

6.1 TERRENO O empreendimento proposto está localizado em um terreno entre a Avenida Adolfo Pinheiro e a Rua Conde de Itu, no distrito de Santo Amaro. O local foi determinado após um estudo de diagnósticos na região para analisar suas influências e potenciais para subsidiar a elaboração do projeto arquitetônico.

Figura 26 - Localização do terreno escolhido para em São Paulo, no distrito de Santo Amaro. Desenvolvido pela autora.

DIRETRIZES DE PROJETO 45

Figura 27 - Imagens dos acessos da Avenida Adolfo Pinheiro e Rua Conde de Itu, respectivamente. Fonte: Street View, março de 2020.

46


O Plano Diretor passou por um amplo processo de revisão e foi promulgado em 31 de julho de 2014. Com as mudanças, foram definidos alguns parâmetros para incentivos urbanos nos eixos determinadas como Eixo de Estruturação da Transformação Urbana a fim de qualificar a área e orientar o desenvolvimento da cidade, conforme a tabela a seguir:

Figura 28 - Imagem aérea do entorno imediato do terreno destacado. Fonte: Google Earth. Março de 2020

6.1.1 LEGISLAÇÃO O local onde o empreendimento será implantado é definido como Eixo de Zona de Estruturação da Transformação Urbana (ZEU) pelo Plano Diretor do Município de São Paulo, que promove o incentivo de edificações de uso residencial e não residencial, uma alta densidade demográfica, infraestrutura de qualidade e integrado à oferta de transporte. O terreno consta com um índice máximo de coeficiente de aproveitamento e 70% de taxa de ocupação, o que permite um maior adensamento. As definições do aproveitamento construtivo do projeto foram determinadas a partir das recomendações da legislação, que estão presentes na tabela abaixo:

Tabela 6 - Características do aproveitamento construtivo em áreas de Eixos de Estruturação da Transformação Urbana. Fonte: Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo, 2014

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Figura 29 - Incentivos urbanos em áreas determinadas como Eixos de Estruturação da Transformação Urbana pelo Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo. Fonte: Lei n° 16.050 - Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo, 2014

O incentivo urbano da Fachada Ativa tem por objetivo promover usos não residenciais no térreo dos edifícios, com acesso direto à calçada e o logradouro, estabelecendo um uso dinâmico a fim de humanizar e integrar diversas atividades com o público. Com isso, o PDE estabelece que os estabelecimentos que utilizam do incentivo precisam possuir uma testada a partir de 20m, construção nivelada a rua, acesso direto à calçada e com isso, 50% da área destinada ao comércio não será computada no cálculo do potencial construtivo. A fruição pública é um incentivo que foi desenvolvido a fim de promover a criação de espaços públicos e sua articulação com o espaço privado e os empreendimentos que atribuírem o incentivo no térreo da edificação, com uma área de acesso direto pelo logradouro e de no mínimo 250m², será concebido gratuitamente 50% da metragem para o potencial construtivo. 48


Para o uso residencial do empreendimento proposto, foi determinado um número de 264 unidades habitacionais a partir do cálculo feito da Cota Parte, estabelecido pelo Plano Diretor do Munícipio de São Paulo, com a seguinte equação, a partir da metragem do terreno:

Figura 30 - Esquema para determinar o número mínimo de unidades habitacionais através da conta da Cota Parte. Fonte: Lei n° 16.050 - Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo, 2014.

6.1.2 USO DO SOLO O uso do solo no entorno do local escolhido é predominantemente residencial e com uma significativa ocupação comercial, oferta de serviços e infraestrutura. A região dispõe de escolas públicas e particulares ao redor, universidades, clínicas de saúde, UBS, equipamentos culturais e de lazer e praças com uma qualificação paisagística, que atendem as necessidades básicas e promovem qualidade de vida aos seus frequentadores, conforme a Figura 31.

Figura 31 - Mapa dos usos no entorno imediato da implantação do empreendimento. - Elaborado pela autora

49

50


6.1.3 MOBILIDADE A região possui diversas opções de transporte coletivos, como estações de metrô, pontos e terminais de ônibus, além de ter disponível vias arteriais, como Avenida Adolfo Pinheiro e Avenida João Dias, onde circulam, em maioria, automóveis. A quantidade de modais e opções de transportes disponíveis contribuem para o desenvolvimento metropolitano do local e permite uma maior facilidade de acesso para a região.

6.1.4 GABARITO Em geral, o local possui em sua maioria edificações horizontais, com até 2 pavimentos. Porém, é notável o surgimento de novos empreendimentos verticais a partir de 5 pavimentos com predominância residencial no entorno imediato do terreno onde o edifício proposto será implantado. Isso acontece devido ao processo de verticalização que o bairro está passando por estar localizado em um Eixo de Estruturação da Transformação Urbana, com incentivo ao adensamento construtivo.

Figura 32 - Mapa dos transportes disponíveis no entorno imediato da implantação do empreendimento. - Elaborado pela autora

Figura 33 - Mapa da predominância de gabarito nas quadras do entorno imediato da implantação do empreendimento. - Elaborado pela autora

51

52


6.2 EDIFÍCIO 6.2.1 USOS DO EDIFÍCIO O empreendimento é dividido entre os usos residencial, corporativo e comercial. O térreo será composto por um espaço destinado a lojas, restaurantes e a implantação de um mercado, para uso dos moradores e frequentadores do local. O condomínio da área residencial terá um amplo espaço de lazer, com uma piscina, academia, salão de festas, salão de jogos, espaço destinado para coworking e uma lavanderia compartilhada. A área corporativa do empreendimento terá acessos a áreas livres, com espaços de jardins privativos destinados ao descanso e lazer dos trabalhadores que frequentam o edifício.

6.2.2 PROGRAMA DE NECESSIDADES E PRÉ DIMENSIONAMENTO O empreendimento está dividido em três usos: residencial, sendo o uso permanente e com ocupação de 54,7% da área construída total, o que resulta em 12.528 metros quadrados, corporativo, ocupando 31,1%, com 7.152 metros quadrados de edificação, e comercial, com 14% do uso total da edificação com 3.254 metros quadrados reservados para atividades comerciais. A tabela abaixo mostra o programa de necessidades do empreendimento, com as áreas e quantidades referentes a cada setor. RESIDENCIAL AMBIENTE

QUANTIDADE

UNIDADE ESTÚDIO

240

24 e 28 m²

UNIDADE 1 DORM.

6

60 m²

UNIDADE 2 DORM.

18

100 m²

ÁREA DE COWORKING

1

92 m²

LAVANDERIA

1

24 m²

SALÃO DE FESTA

1

135 m²

ACADEMIA

1

135 m²

1

42 m²

SALÃO DE JOGOS

METRAGEM

CORPORATIVO AMBIENTE

QUANTIDADE

AUDITÓRIO

1

SALAS COMERCIAIS

35

ÁREA DE CONVÍVIO

4

METRAGEM 328 m² 66, 280 e 328 m² 190 m²

COMERCIAL

Figura 34 - Diagrama de usos do empreendimento. Elaborado pela autora

53

AMBIENTE

QUANTIDADE

METRAGEM

LOJAS

16

45, 65, 95 e 130 m²

MERCADO

1

433 m²

RESTAURANTE

2

215 m²

Tabela7 - Programa de necessidades de cada setor do empreendimento. Elaborado pela autora.

54


O terreno possui em sua totalidade 5.718 metros quadrados. O Plano Diretor do Município de São Paulo estabelece o valor máximo para o coeficiente de aproveitamento e deve ser alcançado até 22.872 metros quadrados de área construída. A taxa de ocupação deve estabelecer até 70% da sua área total, levando ao valor de 4.002 metros quadrados para a projeção horizontal do edifício. Sua taxa de permeabilidade é de 20%, logo o terreno deverá reservar até 1.143 metros quadrados para áreas permeáveis. A tabela abaixo mostra os dados do terreno conforme a legislação e suas áreas alcançadas.

6.2.3 AÇÕES SUSTENTÁVEIS E DE CONFORTO AMBIENTAL 6.2.3.1 QUALIDADE E INFRAESTRUTURA

- Incentivo ao uso do transporte público: existência de boa infraestrutura em um raio máximo de 1km, como as estações Adolfo Pinheiro, Alto da Boa Vista e Largo Treze, da linha lilás do metrô, e pontos de ônibus presentes a distâncias de 160m, na Rua Padre José de Anchieta, 200m na Avenida Adolfo Pinheiro e 180m na Rua Dr. Antônio Bento.

PROPRIEDADES DO TERRENO Avenida Adolfo Pinheiro, 641 – Santo Amaro, São Paulo. Área Total Terreno

5.718m²

CA Máximo

22.872m²

4

TO Máximo

4.002m²

0,7

Fachada Ativa Máxima

1.059,5m²

0,5

471m²

0,5

Fruição Pública MACROZONA

ESTR. E QUALIFICAÇÃO URBANA

MACROÁREA

QUALIFICAÇÃO DA URBAN.

ZONEAMENTO

ZEU

Cota Parte

20

Gabarito

NA

DADOS DO PROJETO OCUPAÇÃO CA Total

22.664m²

3,96

TO Total

4.001m²

0,69

Área Não Computável

1.530m²

Unidades Residenciais

264 73.16m

Gabarito Total

Figura 35 - Mapa das estações de metrô e pontos de ônibus no entorno imediato da implantação do empreendimento - Elaborado pela autora

Tabela 8 - Dados das propriedades do terreno e áreas alcançadas com o projeto. Elaborado pela autora

- Integração com o comércio, serviços básicos, equipamentos públicos, de lazer e saúde.

55

56


• 23/10 - 15h30:

• AÇÕES DE PROJETO

- Redução de vagas para veículos nas garagens - Implantação de bicicletários no térreo e no subsolo do empreendimento, e vestiários integrados com os banheiros para uso público na área comercial. - Implantação de lixeiras para reciclagem no térreo e na área de lazer do edifício residencial. 6.2.3.2 CONFORTO LUMÍNICO

- Elaborar estratégias projetuais para garantir o máximo de aproveitamento de iluminação natural no interior dos ambientes na habitação. • AÇÕES DE PROJETO

- Posicionamento adequado dos ambientes de acordo com a melhor orientação solar. - Simulação para verificar a quantidade de lux incidentes nos ambientes internos durante as datas e horários requisitados pela NBR 15.575. • 23/04 - 09h30:

0

30

60

120

150

300

600

1000

1200

lux

Figura 37 - Simulação do 1° pavimento do edifício residencial no dia 23/10 às 15h30, conforme requisitado pela NBR 15.575. Elaborado pela autora.

De acordo com as imagens retiradas das simulações feitas do 1° pavimento do edifício residencial, conforme os requisitos da NBR 15.575, exemplificados na Tabela 3 do capítulo 4 deste trabalho, nas datas 24 de abril às 09h30 e 23 de outubro às 15h30, é possível concluir que todos os ambientes estão atendendo o nível superior da norma, acima de 120 lux, no centro de cada ambiente: salas, cozinhas, dormitórios e áreas de serviço.

0

30

60

120

150

300

600

1000

1200

lux

Figura 36 - Simulação do 1° pavimento do edifício residencial no dia 23/04 às 09h30, conforme requisitado pela NBR 15.575. Elaborado pela autora.

57

58


6.2.3.3 CONFORTO TÉRMICO

- Adequar o empreendimento ao clima local e elaborar estratégias projetuais para o melhor desempenho térmico da edificação: • AÇÕES DE PROJETO

- Estudo de insolação nas datas de solstício de verão e inverno.

Figura 40 - Estudo de insolação às 12h30 do dia 21/06, solstício de inverno. Elaborado pela autora.

Figura 38 - Estudo de insolação às 09h30 do dia 21/06, solstício de inverno. Elaborado pela autora.

Figura 41 - Estudo de insolação às 12h30 do dia 21/12, solstício de verão. Elaborado pela autora.

Figura 39 - Estudo de insolação às 09h30 do dia 21/12, solstício de verão. Elaborado pela autora.

59

Após uma análise do estudo de insolação nas datas de solstício de verão e inverno, nos horários: 09h30 e 12h30, é possível concluir que o maior período de incidência solar é no mês de dezembro e com isso, foi determinado que os ambientes de permanência do edifício residencial estejam voltados para a orientação norte e oste.

60


- Aberturas para ventilação e iluminação de acordo com NBR 15.575 e NBR 15.220 QUADRO DE VENTILAÇÃO

Após as escolhas dos sistemas construtivos e composição de revestimento das paredes externas, é possível concluir que as propriedades estão atendendo as exigências da NBR. 15.575. 6.2.3.4 CONFORTO ACÚSTICO

UNIDADE

AMBIENTE

ÁREA DO PISO

ÁREA MÍN. EXIGIDA PELA NBR 15.575

ÁREA PROJETADA

24 m²

STUDIO

20 m²

1.40 m² - 7% da área do piso

4.20 m²

28 m²

STUDIO

24 m²

1.68 m² - 7% da área do piso

4.20 m²

- Proporcionar condições de conforto através de estratégias de isolamento acústico de ruídos de impacto e aéreos entre pisos e paredes internas:

SALA

42 m²

2.94 m² - 7% da área do piso

4.20 m²

• AÇÕES DE PROJETO

DORM. 1

15 m²

1.05 m² - 7% da área do piso

3.20 m²

- Escolhas de materiais que atendam a NBR 15.575:

DORM. 2

15 m²

1.05 m² - 7% da área do piso

2.56 m²

SALA

34 m²

2.38 m² - 7% da área do piso

4.20 m²

DORM. 1

19 m²

1.33 m² - 7% da área do piso

3.20 m²

100 m²

60 m²

SISTEMAS CONSTRUTIVOS – PROPRIEDADES ACÚSTICAS – NBR 15.575 SOLUÇÃO PARA DIMINUIR RUÍDO DE IMPACTO •

Tabela 9 - Áreas das aberturas para ventilação do edifício residencial em comparação com a exigência da NBR 15.575

Através da tabela 9 do quadro de ventilação, é constatado que as áreas de abertura das unidades residenciais estão atendendo a exigência acima do mínimo estabelecido pela NBR.15.575. - Escolhas de materiais que atendam a NBR 15.575 e NBR 15.220

IMPLANTAÇÃO DE UM PISO FLUTUANTE ATRAVÉS DE UMA MANTA ACÚSTICA

LAJE

SISTEMAS CONSTRUTIVOS – PROPRIEDADES TÉRMICAS – NBR 15.575 TEXTURA: MASSA COR: BRANCO ABSORTÂNCIA: 0,18 REFLETÂNCIA: 0,82

LAJE MANTA CONTRAPISO REVESTIMENTO

-

PAREDE EXTERNA

TRANSMITÂNCIA TÉRMICA: 2.86 W/M²K

PROPRIEDADES MANTA ECOFIBER FLOOR – 51,0 dB

Tabela 11 - Propriedades acústicas das lajes do edifício residencial. Elaborado pela autora.

Através da tabela 11 é possível concluir que a implantação de um piso flutuante nas lajes dos pavimentos do edifício residencial é eficiente para diminuir o ruído de impacto e passa a atender o nível superior da NBR 15.575, conforme estabelecido na tabela 4 do capítulo 04 deste trabalho. Tabela 10 - Propriedades térmicas das paredes externas do edifício residencial. Elaborado pela autora.

61

62


6.2.3.5 GESTÃO DE ENERGIA

- Proporcionar incentivos para a redução do consumo de energia elétrica predial. • AÇÕES DE PROJETO

- Implantação da previsão de espaço para uso de placas solares no edifício residencial - Implantação de equipamentos de ar condicionado ecológicos para o uso corporativo e comercial - Implantação de sensores de presença na área comum corporativa e comercial - Uso de iluminação natural 6.2.3.6 GESTÃO DE ÁGUA

- Proporcionar incentivos para a redução do consumo de água predial. • AÇÕES DE PROJETO

- Implantação de uma lavanderia compartilhada no primeiro pavimento do edifício residencial - Implantação de registros reguladores de vazão nos chuveiros e torneiras - Descarga dos vasos sanitários com duplo acionamento.

63

64


07

O PROJETO 65

66


4

3

legenda 1 - bicicletário

legenda

2- acesso corporativo

1 - bicicletário

3- acesso residencial

2- acesso corporativo

4 - caixa d’ água corporativo

3- acesso residencial

5 - caixa d’ água residencial

2° SUBSOLO

4 - depósito 0

Figura 42 - Planta do 2° subsolo. Elaborado pela autora.

67

5

20

25

1° SUBSOLO

6 - salas comerciais 0

Figura 43 - Planta do 1° subsolo. Elaborado pela autora.

68

5

20

25


5

3

3 4

2

legenda

2

1 - salas corporativas 2

2- auditório

2

3 - espaço de convivência

legenda

4 - banheiros 5 - academia

1 - salas comerciais

6 - coworking

2- banheiros e vestiários

7 - salão de festa 8 - salão de jogos

3- bicicletários 4- acesso corporativo

9 - lavanderia 10 - hall 11 - churrasqueira

IMPLANTAÇÃO

5- acesso residencial 0

Figura 44 - Implantação. Elaborado pela autora.

69

5

20

25

1° PAVIMENTO 0

12 - piscina

Figura 45 - Planta do 1° pavimento. Elaborado pela autora.

70

5

20

25


PAV. TIPO 1 RESIDENCIAL 2° AO 7°

0

5

10

Figura 47 - Planta do pavimento tipo residencial - 2° ao 7°. Elaborado pela autora.

15

legenda 1 - salas corporativas 2 - espaço de convivência

PAV. TIPO CORPORATIVO

3 - banheiros

2° AO 4°

0

5

Figura 46 - Planta do pavimento tipo corporativo - 2° ao 4°. Elaborado pela autora.

71

PAV. TIPO 2 RESIDENCIAL

20

25

8° AO 19°

0

5

10

Figura 48 - Planta do pavimento tipo residencial - 8° ao 19°. Elaborado pela autora.

72

15


COBERTURA CORPORATIVO

PAV. ÁTICO CORPORATIVO 0

5

Figura 49 - Planta do pavimento ático corporativo. Elaborado pela autora.

73

20

25

0

5

Figura 50 - Planta da cobertura corporativo. Elaborado pela autora.

74

20

25


COBERTURA ÁTICO 19° PAVIMENTO 18° PAVIMENTO

espaço previsto para implantação de placas solares

17° PAVIMENTO 16° PAVIMENTO

PAV. ÁTICO RESIDENCIAL 0

5

10

15

Figura 51 - Planta do pavimento ático residencial. Elaborado pela autora.

15° PAVIMENTO 14° PAVIMENTO 13° PAVIMENTO 12° PAVIMENTO 11° PAVIMENTO 10° PAVIMENTO 9° PAVIMENTO 8° PAVIMENTO 7° PAVIMENTO 6° PAVIMENTO 5° PAVIMENTO 4° PAVIMENTO 3° PAVIMENTO 2° PAVIMENTO 1° PAVIMENTO PAVIMENTO TÉRREO 1° SUBSOLO 2° SUBSOLO

COBERTURA RESIDENCIAL 0

Figura 52 - Planta da cobertura residencial. Elaborado pela autora.

75

5

10

CORTE A 15

Figura 53 - Corte A. Elaborado pela autora.

0

76

5

20

25


COBERTURA RESIDENCIAL PAVIMENTO ÁTICO 19° PAVIMENTO 18° PAVIMENTO 17° PAVIMENTO 16° PAVIMENTO 15° PAVIMENTO 14° PAVIMENTO 13° PAVIMENTO 12° PAVIMENTO 11° PAVIMENTO 10° PAVIMENTO 9° PAVIMENTO 8° PAVIMENTO 7° PAVIMENTO 6° PAVIMENTO 5° PAVIMENTO COBERTURA CORPORATIVO 4° PAVIMENTO 3° PAVIMENTO 2° PAVIMENTO 1° PAVIMENTO PAVIMENTO TÉRREO 1° SUBSOLO 2° SUBSOLO

ELEVAÇÃO ADOLFO PINHEIRO

CORTE B

Figura 54 - Corte B. Elaborado pela autora.

0

77

5

20

25

0

Figura 55 - Elevação rua Adolfo Pinheiro. Elaborado pela autora.

78

5

20

25


ELEVAÇÃO DR. ANTÔNIO BENTO

ELEVAÇÃO CONDE DE ITU

Figura 56 - Elevação rua Conde de Itu. Elaborado pela autora.

79

0

5

20

25

0

Figura 57 - Elevação rua Dr. Antônio Bento. Elaborado pela autora.

80

5

20

25


Figura 58 - Perspectiva da rua Adolfo Pinheiro. Elaborado pela autora.

81

82


Figura 59 - Perspectiva da rua Adolfo Pinheiro. Elaborado pela autora.

83

84


Figura 60 - Perspectiva da área de convivência no 1° pavimento do edifício residencial. Elaborado 85 pela autora.

86


Figura 61 - Perspectiva da área de convivência no térreo. Elaborado pela autora.

87

88


Figura 62 - Perspectiva do interior de uma unidade habitacional. Elaborado pela autora.

89

90


Figura 63 - Perspectiva da vista aérea do empreendimento. Elaborado pela autora.

91

92


08

Apesar dos empecilhos encontrados devido a situação pandêmica do país e as restrições impostas pelo poder público, tais como dificuldades de locomoção até o terreno e acesso a bibliotecas, as ferramentas virtuais minimizaram essas questões, pois foram possíveis realizar levantamentos adequados para um melhor entendimento da proposição. Foram realizados estudos para encontrar um local que atendesse todas as necessidades e requisitos do tema do projeto proposto, pesquisas sobre a legislação e viabilidades físicas, leituras de artigos científicos, normas e notícias sobre sustentabilidade e conforto ambiental para serem aplicados na etapa projetual do trabalho. Foi realizado um estudo da topografia do terreno, para determinar os níveis de cada pavimento, o dimensionamento e materiais da composição da edificação, organização projetual do seu programa de necessidades, determinação dos fluxos internos e definição de layout. Por fim, foram feitas simulações computacionais de desempenho lumínico e análises de materiais para o desempenho térmico e acústico para comprovar seu atendimento referente a ABNT NBR 15.575. O resultado do projeto atende a proposta de um novo empreendimento de uso misto, localizado em uma área de transformação urbana, apto a se tornar uma potência para a região, com um comércio ativo, área pública de convivência, edificação com salas corporativas para trabalho e um edifício de habitação, com estratégias projetuais para incentivar práticas sustentáveis e soluções para proporcionar o máximo de conforto ambiental aos usuários e moradores.

CONCLUSÃO 93

94


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 15.220 Norma de Desempenho Térmico de Edificações. Rio de Janeiro: ABNT, 2005. ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 15.575 Norma de Desempenho de Edificações Habitacionais. Rio de Janeiro: ABNT, 2013

GALVÃO, W. Roteiro para Diagnóstico do Potencial de Reabilitação para Edifícios de Apartamentos Antigos. Tese Doutorado - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo. São Paulo, 2012. GESTÃO URBANA DE SÃO PAULO. Projeto de Lei PL 688/13. Disponível em: https://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/incentivo-ao-uso-misto/. Acesso em: 09 de mar. de 2021

BERNARDES, J. Cidades compactas podem melhorar a qualidade de vida urbana. Jornal da USP. São Paulo, 28 set. 2016. Disponível em < https://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-da-saude/ cidades-compactas-podem-melhorar-qualidade-de-vida-da-populacao-urbana/> Acesso em: 9 mar. 2016

GONÇALVES, Joana Carla Soares; DUARTE, Denise Helena Silva. Arquitetura Sustentável: uma integração entre ambiente, projeto e tecnologia em experiências de pesquisa, prática e ensino. Ambiente Construído, 2006.

COLAÇO, L. M. M., A Evolução da Sustentabilidade no Ambiente Construído Projecto e Materiais dos Edifícios. 2008. Tese Apresentada na Universidade Portucalense para obtenção de grau de Doutor, Porto, 2008.

INCORPORADORA, tegra. Apartamento Studio: uma tendência que veio para ficar. São Paulo, 24 abril 2020. Disponível em: < https://www.tegraincorporadora.com.br/blog/lifestyle/apartamento-studio/> Acesso em: 24 mar. 2021

CORBELLA, Oscar; YANNAS, Simos. Em busca de uma arquitetura sustentável para os trópicos: conforto ambiental. Rio de Janeiro: Revan, 2003.

MARQUES, J. Análise de Aplicabilidade da NBR 15575 em Projetos Arquitetônicos. Monografia Apresentada ao Curso de Especialização em Construção Civil da Escola de Engenharia UFMG. Belo Horizonte, 2013.

DZIURA, Giselle Luzia. Arquitetura Multifuncional como instrumento de intervenção urbana no século XXI. Dissertação (mestrado). Programa de Pesquisa e Pós-graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e da Pontifícia Universidade Federal Católica do Paraná, 2003.

95

96


PINHO, F. Zona Sul é a região que mais cresce em São Paulo, sem sinais de esgotamento. Folha de São Paulo. São Paulo, 26 maio 2019. Disponível em < https://www1.folha.uol.com.br/sobretudo/morar/2019/05/1987980-zona-sul-e-a-regiao-que-mais-cresce-em-sao-paulo-sem-sinais-de-esgotamento.shtml> Acesso em: 19 mar. 2021. SÃO PAULO. Prefeitura do Município de São Paulo – PMSP. Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo: Lei Municipal n° 16.050, de 31 de julho de 2014. SÃO PAULO. Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento – SMUL. Código de Obras e Edificações: Lei n° 16.642, de 9 de maio de 2017.

97

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