Rush of insanity eden summers

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Tradução e disponibilidade: Ingrid Federicci Revisão inicial: Tuka Revisão final: Valentina Villanueva Formatação: Ingrid Federicci Arlequina’s Legacy Traduções ALT

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Rush of Insanity

Eden Summers

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Capítulo 01 Harper Harper Douglas olhou para os fãs gritando sentados em volta dela e tentou ignorar a pontada de paranóia que a alertava que ela se destacava como um surto em um mar de rostos desconhecidos. Ela prometeu a si mesma que ela nunca viria aqui novamente. Não para outro show. Não quando o cantor fosse Judd Hart. A única razão pela qual ela estava dentro do estádio lotado foi por causa da recente dissolução do casamento de sua amiga. Se Nicole não estivesse deprimida, e apenas tão comunicativa por semanas, Harper poderia ter ignorado o seu pedido repentino e quase provocativo de voltar a frequentar ele. Ela poderia estar sentada em seu sofá agora, comendo pipoca e fingindo que seu último trabalho como estilista de Judd não tivesse existido.

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Em vez disso, ela sucumbiu a uma incessante irritação de uma mulher que atuava como se fosse uma insônia de cinco anos que precisava de uma receita de Ritalin e a arrastou para um show do seu ex muito gostoso. Tudo isso em nome da amizade. "Nós precisamos ficar no show todo?" Harper ergueu a voz para abafar o orgasmo lírico batendo em seus ouvidos. A voz deliciosa de Judd já estava afundando sob sua pele e abrindo caminho para suas zonas erógenas. "Pare de agir como se fosse um balde de água fria." - Nicole resmungou. - "Isso não te traz grandes lembranças? Grandes? Claro. Mas, a lembrança entrava no peito com a força de uma faca de manteiga enferrujada? Definitivamente sim. O homem era um hipnotizador. Alguém que poderia manipular sua mente e o seu corpo com um piscar daqueles olhos castanhos. Ela já passou quinze meses apagando as lembranças dele da sua vida. Em alguns dias, sobreviver sem

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ele foram como vencer um desejo por refrigerante, chocolate ou café. O desejo foi um incômodo constante, mas normalmente era suportável. Nos outros, era como lutar contra a necessidade de respirar. Sim, infelizmente ele era tão bom como o pecado, tão maldito como o inferno e tão inspirador quanto as marcas de botas de Neil Armstrong na lua. O talento não se aproximava do que este homem tinha através de suas veias. Seu dom musical... a sua voz e as suas letras... estavam tão perfeitamente entrelaçadas, que ninguém poderia culpar a sua perfeição. Ele era cavalheiro, e tinha uma atitude de lutador, que o superava, fazendo as fãs desmaiarem. "Por que você sempre se transforma em uma louca ao redor dele?" - A voz de Nicole interrompeu a música que Harper desejava que ela pudesse ignorar. - “Não é como se ele pudesse vê-la aqui em cima. Estamos praticamente mais perto de Deus do que de Judd neste momento."

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Hilário. Harper revirou os olhos. Sua amiga nunca entenderia o efeito que ele teve sobre ela. Ela não entendia ela mesma. Ao redor de Judd o mundo deixava de existir, e em seu lugar algo novo evoluía. Algo que fazia com que os cabelos na nuca se arrepiassem e todos os seus nervos ficassem tensos. Todo o maldito tempo. E o mundo nunca mais voltou a ser o mesmo, nem as emoções, nem as sensações, até mesmo o ar provou ser diferente depois de Judd. A pior parte é que ela se tornou alguém diferente. Harper não tinha controle sobre quem estava ao seu redor. Ele arrastava a loucura para fora dela e agarrou-a como um bastão. O resultado foi uma alteração mental, uma confusão que resultava em sexo, mas ela não tinha certeza de que o prazer delirante valesse o preço de sua sanidade. Quinze meses atrás, ela estava convencida de que eles não tinham um futuro juntos. Não apenas porque ela contornava a psicose em sua

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presença, mas porque seus estilos de vida estavam separados por quilômetros de distância. Só agora, vendo o seu corpo tentador destacado nas luzes do palco, era como se fosse um sinal do céu. Um sinal de que ela optava por ignorar. "Se você quisesse comparecer ao show com alguém disposto a pular com o ritmo e gritar com os seus pulmões de groupie1, você não deveria ter insistido em me arrastar para cá." - Ela se moveu no assento, ainda tentando desaparecer quando os holofotes estavam tatuando um alvo em sua testa. - “Você sabe que eu estou mais do que desconfortável aqui.” “Sim, bem, eu não achei que você seria tão paranóica.” Paranóica? Por favor. Ela já superou essa fase com Flying Colors2. O que Harper tinha agora era uma ansiedade que induzia a náuseas. O problema era que os seus sentimentos não tinham nada a ver com a forma como Judd responderia se soubesse que ela estava aqui e tudo a ver com a forma como ela reagiria se estivessem face a face.

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Por isso, a escolha de assentos de acima da que dava uma hemorragia nasal.3 Ela não conseguiu olhar para o palco por mais de sessenta segundos sem o frio na barriga. Ela temia que o seu coração fosse disparar com a proximidade, e aquele órgão pedregoso e invicto não iria resistir após todo esse tempo. Não. Muito tempo se passou desde que ela saiu da vida de Judd, e ela não iria começar a olhar para trás agora. Não é como se ele nunca olhou. "Como vocês estão hoje a noite, Denver?" Harper fez uma careta ao ouvir o som de sua voz diabólica. A multidão entrou em comoção ao redor dela, como se fossem uma grande quantidade de sirenes que lamentavam por toda a sua atenção. Era irritante o barulho e mais ainda o ciúme que provocou. Sua risada no microfone não ajudou, aquela voz melodiosa atravessava todos os alto-falantes e percorriam com toda a força até a sua buceta.

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“Eu estou com clima para um jogo.” - Ele anunciou. - "Quem quer jogar?" Ela paralisou, como se ele tivesse falado as palavras somente para ela. Ele não tinha fama de interação com a multidão. Ela sabia, porque o viu tocar muitas vezes. Em todas as cidades e todos os shows em sua última turnê, para ser exata. Ela se arrastou no seu assento e olhou pelo alto das cabeças para ver o homem que ela estava tentando ignorar. E o seu coração traidor comemorou com uma arritmia dolorosa. Maldito seja ele. Ele ainda era uma matéria-prima para suas fantasias. Sua regata era larga, expondo braços bronzeados e musculosos. Seus cabelos na altura do queixo estavam despenteados, com os fios emaranhados encostando na barba mal visível na mandíbula como os dedos de uma amante, e o seu olhar brilhava nos telões de cada lado do palco. “Jensen, você pode apagar os holofotes e acender as luzes da casa?”

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Ah, Merda. Ela se escondeu em seu assento, quando o estádio ficou preenchido com uma luz fluorescente. Não havia nenhuma maneira que ele pudesse vê-la aqui. Mas, ela se sentiu exposta. Nua na frente de uma multidão de mais de quinze mil pessoas. “Isso é perfeito. Agora eu posso ver todos os seus belos rostos." - Ele caminhou até a frente do palco, com seu jeans desbotado e rasgado que expunha as partes tentadoras de suas pernas, enquanto procurava no mar de fãs. - "É um jogo simples e com uma única vitória." Gritos ecoaram: • "O que ganhamos?" • "Você é o prêmio?" • "Escolha-me, escolha-me." O último veio da pessoa sentada ao lado dela a sua melhor amiga - a qual estava feliz como uma cadela, bem diferente da Harper. Judd tirou o fone de ouvido e um sorriso satisfeito surgiu em seus lábios. - “Primeira pergunta... levante as mãos se você é daqui.”

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O mar de fãs entrou em erupção com seus dedos para cima. Harper estava chateada e ficou feliz em estar sentada. Seja qual for o prêmio, ela não queria. Não agora. Nem nunca. “Mantenha as mãos para cima se você foi a um dos meus shows antes.” Muitas poucas mãos se abaixaram, e todos ainda acenavam loucamente para obter qualquer tipo de atenção. "Fantástico. Eu aprecio a lealdade." - Ele protegeu os olhos e olhou para os andares superiores. - “Agora, desta vez, eu quero que você mantenha a sua mão levantada e fique de pé se você tiver todos os meus álbuns. Quero dizer CDs não de downloads." Harper sorriu. Lembrando-se de uma conversa com ele um tempo atrás sobre CDs x iTunes. Ele era uma noz tecnológica e adorava ter acesso à sua música onde quer que fosse. Enquanto, ela preferia algo tangível.

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Gritos murmuraram pelo estádio, enquanto as pessoas abaixavam as suas mãos e algumas se levantavam. "Você tem todos os seus CDs, não é?" Nicole cutucou o braço. - "Levante-se." “Não, obrigado.” Sua amiga resmungou e ficou de pé, levantando a mão para cima. "O que diabos você está fazendo?" - Harper tentou puxar Nicole de volta e foi golpeada por um braço balançando. - “Você não tem todos os seus CDs.” "Não. Mas, você tem. E se você não participar, eu vou fazer isso por você." As pessoas na fileira abaixo lançaram olhares de desaprovação. As pessoas nos assentos ao lado delas, também. Eles não entendiam a importância de serem discretos. Obviamente, Nicole também não. "Sente-se inferno." - Harper disse entre os dentes apertados.

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Ela não estava apenas se escondendo de Judd, mas também da sua equipe de segurança. Qualquer um que tivesse trabalhado na turnê anterior a reconheceria, e ela não queria que o homem da vez descobrisse que ela estava aqui. "Harper." - Nicole a repreendeu. - “Você está arruinando a minha noite.” "A minha também." - O homem ao lado dela se inclinou para frente para acrescentar. Ela lhe lançou um olhar que falava de raiva e insanidade. - "Tudo bem." - Ela se afundou na cadeira o tanto quanto possível e cruzou os braços sobre o peito. - “Basta fingirem que eu não estou aqui.” "A minha próxima pergunta irá tirar a maioria de suas bundas dos assentos..." Ela fechou os olhos ao som de sua voz, lembrando do passado e o seu inevitável final. "...quantos de vocês têm uma tatuagem que contém as minhas iniciais?"

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Ah, Merda. O estômago de Harper derreteu em uma massa de sentimentos e a escrita no lado de seu braço esquerdo coçava. Ela abriu os olhos para o telhado do estádio e controlou a sua respiração. Devagar. Desacelere. A pergunta a atingiu sentimentalmente, e ela se sentiu muito emocional por causa desse homem que era para durar por toda a vida. Não. Por favor, não. Ela não queria ver o resultado da sua pergunta. Por colocar um número sobre quantas mulheres marcaram o seu corpo com “Judd”, como ela fez. Mas, era um acidente de trem que ela não poderia abster-se de testemunhar. Ela saiu do seu assento e olhou através da multidão de pessoas. Um... Dois... Três... Quatro... Havia mais nos andares mais baixos e sem dúvida algumas estavam fora de vista. Todas do sexo feminino. Provavelmente todas sorriem como se tivessem ganhado um papel no The Bachelor4, quando, na realidade, elas destacavam

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as suas existências patéticas. E então, havia Nicole, que ainda estava orgulhosa do lado de Harper e aproximando-se da beira de serem abatidas. "Eu queria que você se sentasse." - Ela sussurrou, sem esconder a súplica no tom. Era como uma cena crucial de vida e morte no Missão Impossível e Nicole simplesmente não entendia o significado de estar escondida. “Bem, talvez você não deveria ter ‘O

amor é

uma aflição.’ tatuado em seu braço.” “Última pergunta.” - Judd falou por cima dela. - “E essa é a mais importante.” Ela não conseguiu evitar, ela avançou até o limite do assento, totalmente concentrada no que ele iria dizer em seguida. Judd pode não ser famoso com a interação com a multidão, mas ele era um mulherengo e ela queria ver o rosto da moça que ganharia alguma coisa com o encantador que ela costumava reivindicar como seu.

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"Aqui vai." - Judd esfregou as mãos, olhando de mulher para mulher. - “Mantenha se de pé se o seu nome é Harper Douglas.” Ah, porra. Nicole gritou, com um volume penetrante que provocou uma onda de olhares em sua direção. Cercada por um exército de traidores, Harper não teve escolha, a não ser sentar em seu assento e agachar-se no espaço para as pernas, enquanto ela silenciosamente implorava para que o mundo acabasse. "Sente-se inferno." - Ela implorou. - "Sente-se inferno!" Nicole acenou um braço e usou o outro para apontar um dedo traidor para o esconderijo de Harper. Não, não, não, não, não, não. Isso não era real. Não. Ela iria se levantar e se encontrar milagrosamente nua. E todos iriam rir. Ela ficaria horrorizada. Então, ela acordaria com um suor frio, percebendo que isso era tudo um pesadelo

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elaboradamente horrível e a sua existência ficaria pacífica novamente. Apenas o som da risada de Judd nunca tinha sido tão clara em seus sonhos. E tão suave. Tão cativante. No entanto, ela afundou em seus ouvidos com mais peso que o grito psicótico de Nicole. "Parece que Harper está aqui." - Ele disse. "Por que você não vem aqui embaixo e vem me ver, princesa?" 1. Groupie: são as garotas que perseguem integrantes de bandas de rock. 2. Flying Colors é uma banda de rock progressivo. 3. A autora estava se referindo aos assentos que elas escolheram, era parte mais importante do estádio. O termo em inglês é nosebleed section ele é usado para exagerar a altura dos assentos, porque as alturas dão sangramentos no nariz. 4. The Bachelor: é um reality show de encontros amorosos roteirizado e produzido pela rede de televisão norteamericana ABC desde 2002.

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Capítulo 02 Judd O grito distante veio do andar de cima. Judd estreitou os olhos e ainda não conseguiu distinguir a dona da voz. Definitivamente, não era Harper. Não havia nenhuma maneira de que sua mulher temperamental e grosseira gritaria assim. Não para ele. Bem, pelo menos não em qualquer lugar além do quarto. O ruído estridente tinha que estar vindo de uma amiga. Talvez Nicole. Pelo menos ele esperava que sim. Se alguém estivesse fingindo ser a sua Harper, ele perderia o seu controle. Especialmente quando o seu coração já estava batendo com a possibilidade de vê-la. “Eu tenho uma idéia melhor.” - Ele olhou para o outro lado do palco à sua esquerda, prendendo a atenção de Kyle, seu assistente, com um olhar. "Por que não enviamos uma equipe de segurança para acompanhá-la até aos bastidores?" - Ele se

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afastou do microfone, ainda segurando a atenção de Kyle. - "Não deixe que ela saía do prédio. Você me ouviu? Eu quero ela nos bastidores quando eu terminar o show. E diga para quem ela está aqui que ela não vai ir embora com eles esta noite.” Kyle balançou a cabeça e sumiu de vista, sempre ansioso para manter o seu salário de seis dígitos. Judd voltou seu foco para a multidão, vendo a mulher que agora estava no meio da escada do andar de cima. Sua garganta se apertou, suas pernas ficaram pesadas e, pela primeira vez em um ano, seu pau latejou como um pulso letárgico e como se despertasse da hibernação. Harper. Sua Harper. Mesmo do lado oposto do estádio, ele podia reconhecê-la, com o seu cabelo preto, a pequena altura, o gesto de mão que ele não conseguia distinguir, mas tinha a suspeita furtiva de ser o seu passarinho. Ele riu e colocou de volta seu fone de orelha, entusiasmado com o seu desempenho. Dois

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seguranças de sua equipe já estavam se aproximando dela e ele estava confiante de que eles assegurariam que ela não fosse embora. "Ok, Denver. Vamos levar este show de volta para o caminho.” Com a sua sugestão, o estádio caiu na escuridão. Uma onda de gritos ecoaram até ele, vibrando o chão do estádio e vibrando em seus membros. As luzes do palco explodiram, aumentando o ruído para um som ensurdecedor. Ele piscou através da cegueira temporária, quando a sua banda começou a próxima música e, juntos, explodiram as mentes de todos no prédio. Bem, quase todos. Ele não era um leitor de mentes, mas ele estava positivo. Harper não ficaria impressionada com a escolta nos bastidores. Ele podia imaginála gritando o seu nome exatamente como os fãs, só que ela não teria o mesmo tom agradável. Ela ficaria furiosa e não podia esperar para testemunhar isso por si mesmo.

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Ela merecia uma retribuição pelo que ela o fez passar. Cada show foi assombrado por ela. Não importava para quantas pessoas ele cantava ou onde ele estava no mundo. Ele poderia estar cercado por uma parede de adoração, mas ele nunca conseguia distinguir os rostos dos seus fãs. Nenhum deles era único. Todos eles eram dela. Ele teria levado o castigo se ele tivesse sido a causa de sua relação acabar. Mas, ela era a única que foi embora. Sem uma palavra ou um beijo, ela apenas escreveu um bilhete e nunca olhou para trás. O seu orgulho ainda não tinha se recuperado. Não completamente. Agora era hora de obter as respostas que ele merecia. Ele arrasou com o resto de sua banda, incapaz de apagar o sorriso do seu rosto. Ele já poderia imaginar a reunião. Haveria gritos e chiados. Talvez uma mordida ou duas. E depois da luta

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viria a foda inevitável. Assim como nos bons dias. "Boa noite, Denver." - Ele abriu os braços, sugou a euforia através do ar e depois correu do palco. Não haveria bis. Sem provocações para mais uma música. Ele estava no momento mais épico de sua vida e ele não tinha restrições para ficar longe da sua mulher nem um momento sequer. "Onde ela está?" - Ele tirou os seus fones de ouvido, quando ele tocou Kyle. “No seu camarim.” Bom. Seus passos não hesitaram, quando ele tirou a camiseta e enfiou parte do tecido no bolso. Ele tirou os fios do microfone que percorriam as suas costas e ligado aos seus jeans e empurrou o equipamento no peito do seu assistente. "Você sabe que os seus fãs vão assar você online por não dar um bis." "Eu vou lidar com isso." - Ele aumentou o ritmo, avançando a distância o mais rápido que pôde sem correr.

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“Judd, espere.” Ele apertou os punhos e fechou os olhos brevemente, para impedir que ele fizesse uma cena. O orgulho o impediu de seguir Harper durante todos esses meses, mas ele tinha uma personalidade de cavalheiro inabalável que agora o impediu de gritar, que não se importaria e levantasse os braços para dar ao mundo a saudação do dedo médio. Ele queria paz. Ele queria privacidade. Ele queria Harper. Mas, ele tinha que manter a pequena porção de profissionalismo que lhe restava. Ele tinha que fingir que ele não estava totalmente sem sentido por uma mulher. "O que você quer, Kyle?" - Ele se virou, voltando através do labirinto da equipe de palco e equipamentos musicais. "Apenas esteja ciente, que ela está um pouco..." - O homem hesitou. - "temperamental."

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O estômago de Judd revirou. Não foi um movimento nauseante, mais como se fosse numa queda livre com pára-quedismo. Medo e excitação misturados de uma só vez. “Perfeito.” - Ele agarrou a camiseta pendurada em sua coxa e a usou para enxugar o suor em seu pescoço e rosto. - “Mais alguma coisa?” "Apenas tenha cuidado, ok?" Ele sorriu e golpeou ligeiramente Kyle no ombro. - “Eu acho que posso lidar com ela.” "Claro que você pode." - Seu assistente levantou uma sobrancelha incrédula e fincou os pés. - "Boa sorte." Judd não precisava disso. Ele provavelmente poderia usar mais algumas camisinhas, mas a sorte não estava na lista de compras. Ele voltou para o caminho dele e começou a correr. O avanço em direção a Harper foi como um borrão com os gritos dos fãs morrendo lentamente em um murmúrio monótono. Quando chegou ao corredor que levava ao seu camarim, ele estava ofegante, dividido entre exaustão e

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alegria quando ele se aproximou de dois seguranças de sua equipe. "É preciso mais do que um de vocês para ficarem de olho nela?" - Eles não reconheceram o humor em seu tom. Não houve risos. Nem mesmo um sorriso. “Nós dois.” - O homem mais próximo murmurou. - “Mais o Tank que já está lá dentro.” "A cadela louca me mordeu." - O segundo guarda levantou o braço, mostrando nas luzes, as marcas vermelhas circulares em seu pulso. Judd manteve o sorriso no rosto, embora a euforia evaporou do seu sistema como uma seca instantânea. - "Depois de mantê-la cativa por mais de uma hora, estou surpreso que ela não visse os apêndices como o mais importante." O pensamento das mãos de outra pessoa em sua mulher inspirou raiva. E o xingamento foi ainda pior. Sim, ela era uma cadela louca, mas ela era sua cadela louca. Ninguém mais tinha o direito de julgá-la.

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"Ela fez isso." - O homem abaixou o braço. "Tenho sorte dos meus reflexos serem mais rápidos do que os dela." Judd deu uma risada sem humor e se moveu entre eles para agarrar a maçaneta da porta. “Muita sorte. Posso te dar um conselho, no entanto?" - Ele olhou por cima do ombro, olhando o homem com um olhar severo. "Sim. Com certeza." “Chame-a de cadela novamente, ou qualquer outro nome, por qualquer outro motivo, e você vai se ver na fila do desemprego.” Os lábios do cara se separaram em palavras silenciosas. "Nós ficamos claros?" "Sim." - O homem ergueu o queixo e voltou a ficar encostado na parede. - "Como cristal." "Fico feliz em ouvir isso." - Judd voltou para a barreira de madeira que o separava de Harper e respirou fundo. Era isso. A hora de reivindicar o que era dele. Ele engoliu a ansiedade, girou a

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maçaneta e entrou no que ele esperava fosse uma nova etapa de sua vida. O quarto estava silencioso, com o ar pesado e cheio com a tensão. O Tank encostou-se contra a parede no canto distante, os ombros retos, o suor escorrendo em sua testa. Mas, foi Harper quem roubou a atenção de Judd. Ela sentou-se diante do espelho com luzes, com a cabeça baixa, sem encontrar o seu olhar no reflexo. Um vaso cheio de flores estava à sua esquerda, com cores brilhantes e era a segunda coisa mais bonita no quarto. “Vou assumir a partir daqui.” - Sua voz era firme. Restringido de saudade. Tank se afastou da parede e os seus olhos escuros escureceram mais, quando ele fez o seu caminho até a porta. - “Ela não está feliz por estar aqui.” Judd acenou com a cabeça. Ele ficaria surpreso se ela estivesse. Tank o encarou, enquanto se aproximava e abaixou a voz. - "Tenha calma com ela, ok?"

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Judd apertou os dentes. Os dois trabalharam juntos há anos, eles já foram amigos. Nenhum insulto tinha sido intencionado. Mas, fluiu através dele de qualquer maneira. Ele não precisa de controle quando se tratava de Harper. Ele estava consciente de seus limites. Ele sabia o quanto ele poderia pressionar, antes que ela se transformasse em um jogo para algo cruel. “Eu disse, que eu vou assumir a partir daqui.” Tank inclinou a cabeça. - "Estarei esperando do outro lado da porta, se você precisar de mim." Judd afastou-se e esperou até que o clique da fechadura anunciasse que estavam sozinhos. Finalmente. Depois de um ano sozinho, ele a tinha de volta. "Desejava vê-la aqui, princesa." Ela cresceu mais dois centímetros com o endurecimento da sua coluna vertebral. Os longos fios de seus cabelos caíam como seda ao redor de seus ombros, o tentando, ah tão tentadores para os seus dedos. Ela recuou na cadeira e ficou de pé, devagar e graciosamente, completamente

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diferente de seus movimentos habituais que o colocavam no limite. Ele deu um passo cauteloso para frente, quando ela se endireitou em toda sua estatura. Eles compartilharam um momento paralisados. Um vislumbre no tempo em que nenhum deles faziam nada. Eles não fizeram alias e não se moviam. Ele nem sequer respirou. Foi tranquilo. Remanescente. Até que ela se virou para o vaso, tirou-o do balcão e o jogou em sua cabeça. “Porra!” - Ele teve um ponto cinco de segundos para desviar quando o projétil voou através do ar. Ele encostou em seu ombro, com as flores voando por toda parte, antes de bater no chão e quebrar, deixando um rastro de flores em seu caminho. Agora que era a Harper que ele se lembrava. Ela era toda ação e raiva, energia e excitação. Esta víbora encarnada era a mulher que ele fantasiava sobre todas as noites desde que se conheceram pela primeira vez. “Deus, você é linda quando está com raiva.”

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Ele não teria pensado que aqueles olhos poderiam encarar com mais ferocidade. Ele estava errado. Ela olhou para a mesa ao lado dela, e em seguida, examinou o resto do quarto com o olhar. “Não há mais nada para jogar.” Ela franziu a testa como se estivesse aceitando um desafio e agarrou a parte de trás da cadeira de madeira e levantando as duas pernas da cadeira do chão. - "Porque eu estou aqui?" “Eu ia perguntar a mesma coisa.” - Ele não conseguia conter o sorriso. Porra, ele gostava desta mulher. Ela o revivia. O energizava. Mesmo após uma performance de duas horas. “Eu teria pensado o meu show seria o último lugar que você gostaria de estar em uma sextafeira à noite.” - O seu sorriso se arrastou em um sorriso como se o diabo provocasse em seus olhos. - “Acho que ainda sou difícil de resistir.” Ela sorriu, enquanto levantava a cadeira e a lançava ao acaso na direção dele. Tudo o que ele

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precisou foi um passo para a esquerda para perder a trajetória. A última coisa que qualquer homem sensato faria era rir, mas isso era o que amava em Harper. Ela não se importava. Ela era uma centelha de vida entre os seguranças e as groupies que ele estava cercado. "Você tirou isso do seu sistema?" Seu olhar se estreitou. - “Seus capangas vão me deixar ir para casa?” "Não até que eu diga a eles." Ela cruzou os braços sobre o peito, levantando os seios na camiseta larga. Ela definitivamente ficava bonita quando irritada; ela também era mais atraente do que ele se lembrava. Seus olhos eram de um azul mais profundo, vibrante e hipnotizante. E sua boca... aqueles lábios escuros e carnudos seriam a morte dele. "Bem, acho que preciso encontrar uma arma melhor." - Ela voltou para o balcão, agarrou-a com as duas mãos e baixou a cabeça com um suspiro.

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Haviam marcas vermelhas em seu pulso. Três impressões específicas que pareciam marcas de dedos. "O que diabos foi isso?" - Ele cruzou a distância entre eles em quatro passos, e pegou o cotovelo em suas mãos. Ela se virou para ele, com os olhos arregalados. -"Saia de perto de mim." “Quem fez isso?” "Quem você acha?" - Ela puxou o braço de seu aperto. - "Seu capanga achou que eu era uma mulher mansa e vulnerável e tentou me controlar." Seu coração pulsou em sua garganta e subiu mais alto com a sua fúria. - "O cara que você mordeu?" "Sim." - Seu sorriso era presunçoso. - “Ele tinha gosto de frango.” Porra. - “Eu sinto muito.” - Mais do que as palavras jamais iria transmitir. Ele queria chutar a bunda do segurança que a tocou. Ele queria matá-

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lo. O problema era que ele tinha uma personalidade a defender, um baseado em charme e carisma com uma forte dose de boas maneiras e integridade. Se ele conseguisse um soco de alguém da sua equipe de segurança, ele nunca sobreviveria a publicidade. "Não está. Não é o seu trabalho manter as mulheres reféns até que você termine o seu set?" - Ela riu e se afastou para sentar a bunda no balcão. - "Você definitivamente simplificou o seu processo sedutor no ano passado. Estou surpresa que não tenha dado a notícia.” Ele entrou no meio dos joelhos dela, e detestou o jeito que ela se endureceu no contato. "É preciso muito para tornar-se notável nos dias de hoje." - Ele estendeu a mão e passou os dedos sobre as marcas em seu pulso, tentando acalmar sua dor e a dele. - "Eu teria que criar um harém e preenchê-lo com mulheres sequestradas antes de ganhar qualquer tipo de atenção." "Tenho certeza de que a idéia passou por sua mente mais de uma vez." - Ela deslizou ao longo

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do balcão e fora do seu alcance. - "Posso ir agora?" "Não." - Ele tomou a sua posição sentada contra o balcão. Ela riu, com o som meio abafado. Ela não estava gostando do jogo como ela tinha gostado no passado. - "Eu suponho que você quer que eu grite." - Ela caminhou ao longo da borda do quarto, arrastando os seus dedos sobre os cabides de roupas, a parede e as cadeiras. - "Para implorar." - Ela encontrou o seu olhar. - "Para pleitear." Porra, sim. Todos os itens acima. "Não vai acontecer, Judd. Então, deixe-me ir para casa.” Ele quase acreditava na vontade dela de sair. Quase. Ele cruzou os braços sobre o peito e franziu a testa para ela, tentando ler o que estava acontecendo naquele cérebro desconcertante. “O que você estava fazendo sentada na parte de trás do estádio? Você sabe que eu teria te dado ingressos. Tudo o que tinha que fazer era pedir.”

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"Não estou aqui porque quero." - Ela murmurou. - "Nicole me implorou para vir. Mas você já sabia disso, certo? Há quanto tempo vocês dois tinham planejado isso?” "A última vez que falei com Nicole foi antes de você ir embora." - Ele a examinou, esperando ver o arrependimento da menção de sua partida da sua vida. Mas não havia nada. Nenhuma mudança. No reconhecimento da forma como ela golpeou o punho em seu peito e tirou o seu coração ainda batendo. "Então, você também jogou esse divertido jogo com a multidão no show da noite passada, também?" - Ela ergueu uma sobrancelha. - "Que gritos de desespero, Sr. Hart." “Eu falei com o gerente da bilheteria e ele viu o seu nome pesquisando todos os pagamentos de cartão de crédito.” “Isso é engraçado.” - Os seus lábios se curvaram. Tão sensual. Tão sexy. - "Porque eu não comprei os ingressos. Foi a Nicole que comprou.”

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"Bem, ela tem mal gosto para assentos." - Ele pulou do balcão e se aproximou dela, não querendo discutir exatamente quão desesperado ele estava ao jogar o mesmo jogo com a multidão na noite passada. A cada passo que ele dava, ela dava outro na direção oposta. Como gato e rato. "Os assentos foram minha estipulação. Eu não queria ser pega aqui. Eu esperava que sentando no andar de cima ninguém da sua equipe iria me notar.” - Os seus olhos sedutores se tornaram agressivos. - “Por mais que você acha que eu estou aqui por você, você está errado. Nicole me fez vir.” Ele não acreditava nela. Recusou-se a acreditar. Harper podia negar tudo o que ela gostava. Ambos sabiam que ela estava aqui para vê-lo. - “E você não podia dizer não?” "Não, quando ela está catatônica no último mês." - Ela andou para o lado oposto do quarto, mantendo distância entre eles. - "Stefan a deixou. O mínimo que eu poderia fazer era esperar, com você no palco em um esforço para fazê-la feliz. E

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agora ela está lá fora, sozinha, esperando por mim.” "Ela se foi, princesa. Fiz com que ela soubesse que você iria embora comigo esta noite.” Ela bufou e balançou a cabeça. - “Por que não estou surpresa?” “Porque você sabe o quanto você me faz ficar louco.” “Sim.” - O sorriso dela ficou pesaroso. “Infelizmente, eu sei.” Ele deu passos largos e mais rápidos também. Harper fez o mesmo, tropeçando nos móveis em um esforço para manter a distância entre eles. "Sobre o que é isso, Judd? Por que estou aqui?" "Eu senti sua falta." - Era apenas a verdade. A falta dela não se aproximou de como ele se sentia. Ele ansiava por ela. A desejava vivamente. Tão forte quanto ele era, essa mulher o fez fraco, e a dor batia mais forte quanto mais tempo eles estavam separados.

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"Você espera que eu acredite nisso? Eu aposto que a primeira vez que eu apareci nos seus pensamentos foi quando você dirigiu seu ônibus de turnê brilhante em Denver há alguns dias.” "Isso é o que você pensa?" - Ele deu outro passo e balançou a mão e os seus dedos vagaram sobre o seu quadril. "Eu certamente não acho que você sentiu falta de mim." - Ela declarou como fato, mas ela olhou para ele em questão, exigindo esclarecimentos que ele não poderia dar ainda. Ele tinha sido muito orgulhoso quando ela foi embora, e ele ainda estava transbordando com isso agora. "Esse jogo está tão divertido, mas eu vou ter que ir embora." - Ela seguiu o perímetro do quarto, a sugestão do seu perfume de baunilha tentou os seus sentidos. Ele estendeu a mão para ela novamente, e ela virou para desviar do contato. Os dedos dele passaram pelo estômago, até o quadril, enquanto ela seguia para a porta. "Não." - Ele correu atrás dela, com o pânico infiltrando as suas veias quando ela apertou a

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maçaneta. - "Nós precisamos conversar." - Ele empurrou a palma da mão contra a porta e colocou o peito em suas costas. Ela estava quente. Suave. Perfeita. Ela era sua, ele só precisava lembrá-la. “Por favor, Judd.” Sua súplica foi um choque para os seus sentidos. Ele nunca esteve exposto a sua vulnerabilidade antes. Era estranho e delicioso. Ele queria mais. Para torná-la indefesa da mesma forma que ela fez com ele. "Por favor, o que, princesa?" - Ele alisou a sua bochecha através dos seus cabelos, inalando a sua doçura nos pulmões. - "Você está pedindo para ir ou implorando para ficar?" - Ele colocou os seus lábios abaixo da orelha dela e seguiu um caminho para uma corrente de prata escondida em seu pescoço. Um gemido sussurrou em seus ouvidos, quando colocou a cabeça na porta. - "O que você quer de mim?" - Ela se afastou e se virou para encará-lo, seus olhos agora brilhavam com

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luxúria e algo menos convidativo que ele se recusava a acreditar que era tristeza. "Eu te disse, que precisamos conversar." - Ele se inclinou para pegar seus lábios, mas ela virou a bochecha, se negando. Ela nunca se negou antes. Nem uma única vez. Ela era tão viciada em seu beijo como ele era com a dela. A menos que... - "Você está com alguém?" Ela olhou para ele, segurando-o no lugar com os olhos sem piscar. Os pensamentos cintilavam atrás dessas íris hipnotizantes, ele podia lê-las e poderia dizer exatamente o que estava prestes a dizer. “Não minta para mim, Harper.” Ela estremeceu e a respiração mais linda escapouou os seus lábios. - “Eu não estou com ninguém.” Perfeito. - “Então, você é minha.”

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Ela estremeceu quando a sua boca desceu sobre o pescoço dela. Ele a mordeu, raspando na pele dela como sabia que ela adorava. Não havia tempo. Nem ar. Nenhum pensamento. Havia somente o toque, gosto e cheiro. Havia apenas Harper e sua necessidade que não podiam ser negadas. Ele desabotoou o seu cinto e esperava um protesto que não aconteceu. Ele a conquistou. Seu corpo pelo menos. Suas mãos delicadas agarraram os seus braços e ele fechou os olhos com o sentimento. Ele tinha estado à deriva por muito tempo. Ele tinha estado sozinho. Não mais. Ela não se afastaria novamente. Ele se recusava a permitir isso. "Você pensou em mim?" - Ele falou contra a sua pele. - "Você se tocou e me retratou em sua mente?" "Claro." - Ela disse, pesadamente com sarcasmo. - “Todas as noites.”

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Ele riu e tirou o cinto do seu jeans preto, baixando-os alguns centímetros. - "Isso é bom. Porque eu penso em você todas as malditas vezes que gozo." Ela rosnou, perdendo a batalha para esconder a forma como seu corpo ficou mole contra o seu. "Apenas me toque." - Ela exigiu, com toda a raiva e desafio. - "E apresse-se." "Deixe-me vê-la primeiro." - Ele agarrou a barra da sua camiseta e a levantou. “Não.” - Ela agarrou o seu pulso, com os olhos arregalados de pânico. - "Isto é tudo o que você terá. Eu não vou tirar as minhas roupas.” Isso era novo também. Sua mulher não era tímida. Talvez fosse um castigo. Retaliação por conquistá-la com seu toque. - "Tudo bem." - Ele daria o seu tempo. Por enquanto, ele ficaria contente de olhar para aqueles olhos desafiadores. Ele tirou a camisa e enfiou os dedos na sua calcinha, sobre o osso púbico suave e foi mais para baixo, até o minúsculo feixe de nervos na

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parte superior da sua buceta. Seu pau exigia precedência, seu pau grosso pulsava contra o zíper das suas calças. Ele queria ela. Para estar dentro dela. Mas isso aconteceria mais tarde. “O que você está esperando?” - Ela empurrou seus quadris, enviando os seus dedos através da umidade da sua excitação e gemeu. Porra. Ele poderia gozar só com o mero som. Mesmo com a criação de todas as suas canções, com as melodias profundas e as letras impecáveis, nada jamais soou tão cativante. Ele sentiu falta de ouvir o seu prazer. Ele sentiu falta de tudo, especialmente a sensação do seu núcleo apertando-o como ele fazia, enquanto ele afundava seus dedos profundamente dentro dela. "Pelo menos sua buceta sabe como me receber em casa." - Ele respirou com o seu gemido e lambeu o suor da sua pele. Era o que seu orgulho precisava... a confirmação de que o que eles compartilharam não era uma invenção de sua imaginação. - “Nada é mais quente do que ver você assim.”

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Ele esfregou o seu pau contra o quadril dela, precisando do atrito para mantê-lo sã. Ele se recusou a perder um segundo deste momento devido à insensatez da sua própria libertação. Isso aconteceria mais tarde. No momento, ele queria apreciar os sons que ela criava no auge do prazer. Ele queria ver a maneira como ela perdia o controle. Ele queria respirar fundo seu cheiro doce, tão profundo que ele nunca exalaria completamente o que ele tinha dela. Ele colocaria as suas necessidades antes das dele. E isso não era apenas para hoje ou para o amanhã, mas para a próxima semana, no próximo mês e em dez anos. "Nada é mais quente do que ter o seu ego acariciado, você quer dizer?" - Ela moveu os seus quadris no pulso em seus dedos, movendo-se mais rápido e exigindo mais movimento. - “Deus, eu desejo que eu pudesse me negar a você.” “Não diga isso.” - Ele se afastou para olhar para ela, mas ela virou o rosto. A barreira

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emocional fez com que ele parasse. Ele nunca esteve tão consciente dela do que estava agora, e tudo o que estava passando pela sua cabeça era mais forte do que o despeito com o seu jogo divertido. Ela parecia quebrada e não sabia se isso era a seu favor. - “Não há nenhuma maneira que eu poderia me negar a você.” "Ha." - O seu sorriso era um vislumbre de brilho que desapareceu com a dor. - "Por que você não pára de se mexer e acaba comigo." - Ela agarrou os seus ombros nus, agarrando-se cada vez mais com cada movimento dos seus quadris. Ele sorriu, passando os lábios sobre a sua pele. - "Me implore." “Foda-se.” “Isso virá mais tarde.” - Seu veneno era sexy como o inferno e as suas palavras falavam com os seus desejos mais baixos. Ela mexeu contra os dedos, choramingando enquanto fazia isso. - “Não existe mais tarde.” "Não se engane, princesa." - Ele acariciou seu clitóris com o polegar, sabendo que Tank e os

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outros dois guardas podiam ouvir cada palavra e cada respiração. - “Isto é apenas o começo.” Ela começou a se esfregar mais forte nele e suas respirações eram curtas e rápidas. "Você sabe o que eu planejei para você?" Ele murmurou em seu ouvido. “Será que isso envolve deixar-me ir para casa?” Ele riu. - "De jeito nenhum." "Então eu não quero ouvi-lo." - Ela murmurou, com os seus dedos enterrados mais fundo e os seus quadris se moveram em um ritmo frenético. - “Eu não quero saber.” “Sim, você quer.” - Ele mordeu seu queixo e circulou os seus dedos dentro dela até que as suas pernas tremiam contra a dele. - "Isso envolve te foder. Isso envolve um sexo indecente, selvagem e suado que a tornará tão ofegante que você não conseguirá nem gritar o meu nome." Seus gemidos imitavam o ritmo dos seus movimentos, pulso após pulso.

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"Judd?" - Ela agarrou o segurando-o no lugar do pescoço.

seu

cabelo,

"Humm?"

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“Cala a boca e me faça gozar.” Ele acalmou os seus despeito. - "Me implore."

movimentos

por

“Não.” - Ela balançou a cabeça em um frenesi irracional. - “Nunca.” “Então, me beije.” Os seus quadris pararam e aqueles gemidos delicados desapareceram. Ele se afastou e observou o nó apertado em sua garganta, enquanto ela engolia. A sacudida de sua cabeça era sutil desta vez. Indefeso. - “Não.” A barreira entre eles surgiu novamente, forte e rapidamente. Ele não gostava disso. Nem um pouco. Talvez ela não gostava mais destes jogos. Ou talvez ela mentiu sobre estar solteira.


"Deixe-me te beijar." - Ele repetiu inclinandose mais perto dela, quando começou a mover os dedos novamente. Ela encontrou o seu olhar, seu peito subindo e descendo. - “Judd...” “Apenas um beijo.” - Ele colocou a boca em seu rosto, em seguida, o canto dos lábios. “Apenas um.” Ela fechou os olhos e encostou a cabeça na porta, cedendo sem palavras. Foi por isso que ele tinha sido pego de surpresa por sua curta distância. Esta atração inegável não podia ser ignorada. Eles foram feitos para ficar juntos. Não havia mais ninguém. Era só ela. Só ele. Tudo o que estava entre eles foi o tempo que seria necessário para convencer Harper da verdade. Ele pressionou a boca sobre a dela, e fechou os olhos para a sensação muito mais profundo do que a excitação. Os seus lábios se separaram, e

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instintivamente as suas línguas começaram a entrelaçar. Ela estava em toda parte. Ela era tudo. E ele nunca conseguiria o suficiente. Ele pressionou o seu corpo mais forte contra o dela, curtindo a sensação de seus seios contra o seu peito. Lentamente, ele moveu os dedos novamente, acariciando o interior de sua buceta e pressionando firme contra o seu clitóris. Seus braços rodeavam o seu pescoço e aquelas belas mãos ainda estavam em seus cabelos. Ela se agarrou a ele, o tornou seu salvador, e ele estava mais do que pronto para o papel. Ele acrescentou o dedo ao seu calor, esticando-a. Sua recompensa foi instantânea, com os primeiros espasmos da sua buceta. Ela respirou fundo e a sua buceta apertou os seus dedos repetidas vezes. Ele se afastou, observando todas as partes do show. Tão louca quanto era, ele era igualmente louco por ela. Ele não precisava de outra parceira tímida e educada. Ele desejava sua angústia, ódio e veneno.

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Ninguém fazia sexo parece tão bom. Ela era uma mulher sedutora mordendo o seu lábio inferior e os fios sedosos de seu cabelo emaranhados sobre os seus ombros. Os movimentos dos seus quadris diminuíram, ela suspirou profundamente e ofegante. Ela se encostou na porta e piscou devagar, enquanto ela olhava para frente. Não havia felicidade em suas feições. Todo o vislumbre do orgasmo desapareceu sob a sua expressão de pedra. "Harper?" Seus lábios começaram a tremer; Suas mãos também. - “Já terminamos?” Ele se afastou ao seu tom manso e lutou para encontrar a palavras para aliviar a dor em seu rosto. Porra. Quem era essa mulher, e o que tinha feito com a sua forte e insensível Harper? - “Eu fiz alguma coisa errada?” Ela deu um passo para o lado, o empurrando fora do caminho. Ele estava atordoado demais para impedi-la.

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Talvez ele não sabia seus limites, afinal. Talvez ele não soubesse muita coisa dela, porque no momento, ele se sentia completamente sem idéias. "Eu cedi. Era o que você queria, certo?" - Ela ergueu o queixo e o derrubou-o de bunda com uma tristeza que ele nunca tinha visto nela. “Agora deixe-me ir para casa.”

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Capítulo 03 Harper Harper enxugou a umidade traiçoeira de seus olhos. Para o inferno com isso. Para o inferno com ele. Foi um choque, só isso. Ela não esperava ficar cara a cara com ele esta noite, e muito menos o ter profundamente em sua calcinha para te dar um orgasmo alucinante. Só algumas respirações profundas e ela ficaria bem. "O que está acontecendo, Harper?" Diga à ele. Diga a ele que você não pode fazer isso novamente. Diga que você está cansada de jogar o papel dessa mulher mal-humorada e psicótica. Diga a ele que você não pode viver com a pressão de ser a sua parceira. Diga à ele. Diga, antes de se tornar viciada na luxúria em seus olhos novamente e demorar demais para se afastar.

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"Eu. Quero. Ir. Embora.” - Ela pronunciou as palavras de forma resumidamente. Tinha medo demais da rejeição quando eles estavam juntos, e esses sentimentos não mudaram com o tempo. Ele era uma celebridade, afinal. E a sua popularidade não chegava perto de como era assustador estar com alguém com a sua quantidade de talento. - “É tão difícil para entender?” Ele deu um passo para trás, examinando-a e vendo coisas que ela não tinha a forças para deixar ele ver. "Agora, Judd." - Ela passou uma mão ao longo de sua clavícula, certificando-se de que a corrente ao redor de seu pescoço estava coberta por sua camisa. "Bem. Você quer sair daqui, então vamos." Ele agarrou o seu cotovelo com dedos suaves e abriu a porta. - "Depois de você." “Não.” - É claro que ele tinha que estar sem camisa e brilhando de suor quando ele controlava a sua prisioneira. Ele não podia estar vestido de

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moletom e uma camiseta solta que cobria uma barriga de cerveja. Ah, não, ele tinha que se destacar por ser maravilhosamente lindo. - “Eu não vou a lugar nenhum com você.” "Isso é mal." - Ele acenou com o queixo para o Tank, que estava de pé com dois guardas de segurança. - "Prepare o ônibus de turnê. Você, eu, e a princesinha estamos indo para um carro." "Não!" - Ela puxou seu braço de seu aperto e foi automaticamente cercada por uma parede de músculos. Todos os quatro homens a cercaram, como se ela fosse uma paciente psiquiátrica tentando escapar. Ela olhou para eles por uma vez. - “Foda-se você.” - Ela apontou para Tank, que só no ano passado tinha sido um amigo próximo. - "Fodase." Ela levantou um dedo para o guarda ao lado dele. - "Foda-se você." - Ela apontou para o homem que a agrediu e sacudiu a mão por garantia. - "E especialmente..." - Ela se virou para Judd. - "Foda-se você."

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Suas narinas se abriram e aqueles olhos com alma brilhavam com uma intenção perversa. Ele pulou para frente, segurando os seus braços e roubando a respiração de seus lábios com a boca. Ele a beijou com força, com uma pressão punitiva e movimentos viciosos de sua língua. Foi devastador. Mortificante. Destrutivo. Isso foi perfeito. Ela empurrou o peito dele, odiando seus lábios impecáveis e um gosto mais impecável ainda, e a maneira perfeita que ele a fez se apaixonar por ele novamente no espaço de minutos. "Mova-se, Harper." - Tank murmurou atrás dela. - “Você sabe que não pode vencer desta vez.” “Então, você está me sequestrando?” - Sua voz era estranha e um pouco em pânico. - “Você deve estar brincando, certo?” - Ela sorriu através do delírio, então, sentiu a euforia fugir quando a postura de Judd permaneceu inflexível.

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"Você queria um lugar privado. Então, vamos lá.” - Ele acenou a cabeça em direção ao fim do corredor e com a sugestão seus capangas invadiram, exigindo o cumprimento sem uma palavra. "Eu odeio você." - Ela odiava sua beleza, odiava sua paixão, até odiava o jeito que ele fazia vontade de querer seu relacionamento, quando sabia que era muito complicado para resistir. "Eu sei. Eu vejo isso agora.” - Os cantos de seus lábios se curvaram em um sorriso sombrio. “Mas, até que eu mude de idéia, você vai ficar comigo.” "Ah, uau." - Seus olhos se arregalaram. "Então, este é um compromisso vitalício para me manter refém?" Ele encolheu os ombros. - "Se precisar ser assim." - Ele levantou uma mão e bateu na sua bunda. - “Agora, mexa-se.” Ela apertou os dentes através de outra maldição e começou a descer o corredor, Judd à

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esquerda, Tank à sua direita; E os dois seguranças atrás. Eles permaneceram em silêncio pelos corredores dos bastidores vazios, sem nem um sussurro, nem uma palavra, até que ela estava no estacionamento subterrâneo privado, olhando para o familiar ônibus de turnê de Judd. Parecia o mesmo do ano passado, apenas a sinalização ao longo do exterior era diferente. "Depois de você, princesa." - Ele colocou uma mão na parte inferior de suas costas, determinando o seu destino. Ela deu o primeiro passo em frente, em direção à porta aberta do ônibus e as escadas que conduziam a sua condenação. Ela podia sentir a vontade de ir para sua casa, juntamente com a impotência que vinha com ela. Foi por isso que ela temia vir esta noite. Ela era fraca à tentação, os seus pés se moviam por vontade própria. Ela subiu as escadas, entrando em um território familiar. Ela tinha tido relações sexuais em cada centímetro deste ônibus. Mesmo no

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minúsculo banheiro, no corredor e na mesa de jantar instável que ainda estava à sua esquerda, cercada por um estande de cadeiras. "Bem-vinda ao lar." - Ela murmurou. O Tank subiu atrás dela e deslizou no banco do motorista. - "Sinta-se a vontade." “É mais fácil falar do que fazer.” Judd permaneceu lá fora, falando num tom silencioso para o segurança que tinha deixado a sua marca no seu pulso. Não havia raiva ou teatro. Do seu ponto de vista, parecia ser uma conversa casual. O segurança era único que demonstrava a direção de uma discussão. Os seus ombros estavam caídos, com uma expressão derrotada. Então, sem nenhum movimento dos seus lábios, ele se afastou e Judd virou, encontrando o seu olhar quando ele deu o primeiro passo para o ônibus. "Você o demitiu?" Ele continuou a subir. - “Você quer que eu o demita?”

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Maldito seja ele. Ele sabia como seus joelhos cediam ao conceito de cavalheirismo. - “Esqueça isso.” “Esquecido.” - Ele mostrou um sorriso para ela com a vitória. "Onde estamos indo?" - Perguntou Tank, enquanto acelerava o motor. O piso vibrou embaixo dela, precisamente a última coisa que precisava quando já estava lavada com o estrogênio. "Saia da cidade." - O olhar confiante de Judd arrepiou seu sangue. - "Encontre uma rua deserta onde não seremos interrompidos." Uma risada sarcástica saiu da sua garganta. Em algum lugar escuro e desolado que ele pudesse rasgar as suas defesas membro a membro, ela pensou. "Você sabe, eu poderia ter você preso por isso." - Um pouco de exagero da parte dela. Ela tinha o seu celular em seu bolso de trás e um cartão de acesso na frente. A fuga era apenas um

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telefonema de distância. Se ao menos ela tivesse coragem de deixá-lo novamente. Ele encolheu os ombros e disse a ela quando o ônibus começou a avançar. - “Eu vou arriscar.” Ela voltou atrás, já sentindo o aumento da sua força sedutora, agora que ela estava em seu domínio. Ela já cedeu uma vez. Isso foi o suficiente. - "E quanto ao Tank? Ele provavelmente tem uma longa lista de crimes anteriores. Se eu chamar a polícia, ele estaria com um monte de problemas." Um bufo se afastou do banco do motorista. “Boa tentativa, querida, mas eu tenho uma ficha limpa e eu estou mais do que disposto a arriscar o que for necessário para ver vocês dois juntos, novamente.” Ela se assustou, paralisando e congelando completamente. “É disso que se trata?” - Ela estendeu a mão, agarrando o que quer que os seus dedos segurassem primeiro e parecia que a influência

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do ônibus em movimento estava desafiando o seu equilíbrio. O som das engrenagens foi a única resposta. “Diga-me.” "E se eu dissesse que sim?" - Ele deu um passo em direção a ela. Em seguida, outro. "Então, eu diria que você é delirante." - Ela deslizou para trás, avançando cada vez mais para baixo do corredor. Ele nem sequer a conhecia. Não importa quantos meses eles passaram juntos durante a última turnê, ela nunca o deixaria entrar. Ela já havia avisado a ele diariamente que ela não ficaria presa aqui. Ela não podia lidar com a falta de controle que tinha sobre os seus sentidos quando ela estava com ele. E odiava que ela não se encaixasse com as pessoas que o rodeavam. Eles eram toda a pompa e circunstância, e ela era todos os palavrões e álcool barato. Exceto Tank. O mafioso grosseiro era uma de suas pessoas, mas ele era o segurança contratado, então ele não contava. - "Você só está interessado

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em diversão, e eu não quero mais a mesma coisa." A sua mandíbula marcou e o brilho de suas narinas e mostrou um raro vislumbre de despeito. Através de meses de brigas fictícias para instigar o melhor sexo da sua vida, ela nunca realmente conseguiu um de seus golpes. Todos os seus comentários maldosos foram oscilações de ar deliberadas. Foram farpas fraudulentas para a excitação e luxúria. O que ela acabou de dizer nem sequer foi um ataque. Foi a verdade. No entanto, o olhar em seus olhos disse que ela atingiu um nervo. "Então, o que você quer, princesa?" - Ele resmungou. Você. Para sempre. Ela queria ser ela mesma, mas sem o medo da rejeição. Ela precisava ser igual, mesmo que não houvesse esperança de que isso acontecesse. E, além de tudo, queria morar em uma casa com ele, em um lugar metafórico onde ela poderia finalmente sentir um sentimento de posse.

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Tudo o que ela desejava era impossível. Uma contradição. Era uma das muitas razões pelas quais ela tinha ido embora. Quando estavam juntos, as apostas eram altas. Tudo foi intenso... o amor e as brigas. Especialmente, a pessoa que ela tinha que ser para manter o seu interesse. Era oito ou oitenta, quase nunca. O que ela precisava era devagar e tranquilo, talvez até um pouco chato para equilibrar as coisas. “Eu...” - Ela engoliu, odiando como ele estava determinado em ter a sua resposta quando a resposta que ela queria dar a deixaria vulnerável. - “Eu preciso usar o banheiro.” Ele zombou e balançou a cabeça. - “Tudo bem. Mas, se você acha que vai se trancar lá, pense novamente. Não é preciso muito para abrir a porta do lado de fora."

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"Você descobriu isso com sua última vítima?" - Ela caminhou para o banheiro e os seus dedos deslizaram sobre o trinco. Ele mostrou os dentes. Como todos os predadores. - "Talvez." Não era surpresa. Ela deslizou para dentro do pequeno espaço e fechou a porta atrás dela. O aperto em seu peito se afrouxou em sua primeira respiração profunda na solidão. Ela não tinha sido sempre esta patética. Judd Hart não tinha estado no radar dela até ouvir que ele estava procurando por uma nova estilista. O primeiro dia do seu novo trabalho selou seu destino. Tinha ficado irritada com o atraso ao seu primeiro encontro e não se incomodou em ocultar sua ira induzida por TPMs. Uma observação complicada transformou-se em uma combinação discussões fascinantes que duraram dez dias terrivelmente longínquos e culminou em lençóis emaranhados. O cavalheiro dos outdoors não

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tinha sido nenhum cavalheiro com ela, e o lado demoníaco dominante dele se tornou viciante. Quanto mais tempo ela passava com ele, mais eles brigavam, e era sempre com sorrisos sedutores e a parte inferior da barriga em uma massa de arrepios. Eles se tornaram inseparáveis. E também a sua atitude psicótica. Ela saía do seu controle para ser resoluta e compulsiva apenas para ver o brilho da paixão em seus olhos. Sua vida começou a girar em torno de sua excitação. Isso foi, até que ela se apaixonou. Então, a merda ficou real. Tudo dentro de sua fratura. Incluindo a sua estabilidade mental. Cada dia trouxe clareza à sua situação. Judd era famoso por namorar exatamente o oposto. Mulheres primas e adequadas com modos impecáveis e sensação de vestimenta profissional. Ele era um cavalheiro por natureza. Não é este homem feroz e corajoso.

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Seu tempo juntos tinha um prazo de validade e ela ficou dividida entre se afastar e se agarrar. Ela começou a inserir advertências em suas conversas diárias. “Não podemos fazer isso para sempre. Uma vez que a turnê terminar, eu vou embora. Você precisa de alguém que não é tão louco.” Nem uma vez ele reconheceu as suas inseguranças. Ele não se importava, era como se ele não se importasse quando ela fosse embora. Ela estendeu a mão atrás do pescoço, abrindo o colar escondido debaixo da camisa e colocou o anel pendurado da delicada corrente na palma da mão. Era o mesmo anel que ela usava pendurado em seu pescoço desde o dia em que ela foi embora. Ele já não tinha um lugar em sua mão. Nunca deveria ter. Ela não deveria ter aceitado o seu presente quando seu fim já estava próximo. Mas, ela estava completamente perturbada. Em um naufrágio emaranhado de amor e inseguranças, isso fez com que ela pensasse que um anel de compromisso poderia consertar tudo.

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Duas semanas depois, ela se foi. Talvez ir embora foi apenas outro surto psicótico destinado a inspirar um sexo mais profundo, mas ele não veio atrás dela. Além de uma chamada perdida em seu celular e algumas mensagens de texto, ele a deixou ir, apenas provando a sua teoria de que nunca tinham sido destinados a ter um futuro juntos. "Vamos, Harper." - Judd bateu na porta. “Isso pode durar para sempre, mas eu preferiria que não durasse.” Ela fechou os olhos e apertou sua mão em torno do ouro. Havia duas opções. Quando o ônibus parasse, ela poderia voltar para o banheiro, verificar o GPS no seu celular e enviar uma mensagem ao seu irmão para vir salvá-la. Ele provavelmente iria começar uma briga com Tank e ter o seu traseiro chutado no processo, mas ele a tiraria daqui. Ou ela poderia aproveitar esse deslize no passado e usá-lo para dizer adeus - aquele que ela não lhe havia dado há meses atrás.

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“Harper.” "Eu já ouvi você." - Seus lábios se curvaram no auge da adrenalina que sempre acompanhava o duelo com ele. “Você tem cinco segundos.” Ela suspirou e colocou a jóia em seu bolso. Deus sabia que ele provavelmente estava procurando as ferramentas necessárias para tirar a porta das dobradiças. - “Eu estou indo. Eu estou indo." Ela jogou água no rosto, acariciou as mechas de seu cabelo e abriu a porta para sua figura ameaçadora. Ele deu um passo à frente, colocando as mãos em ambos os lados do quadro e prendendo-a. “Terminou?” - Ele levantou uma sobrancelha a provocando. "Com isso?" - Ela agitou uma mão entre eles e abaixou saindo por debaixo do braço dele. "Definitivamente. Você me arrastou aqui por um motivo, e pretendo acelerar o processo."

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A curva de seus lábios aumentou o seu pulso. Ele caminhou para ela, fazendo-a recuar para o quarto na parte de trás do veículo. Ela poderia fechar a porta na sua cara e trancar ela. Pelo menos ela deveria ter feito. Em vez disso, ela continuou se afastando. Sua bunda caiu na cama, juntamente com a velocidade do ônibus pela rodovia que a jogou no colchão. "O sexo não era exatamente o que eu tinha em mente." - Ele estendeu a mão, com todo o charme e a graça casual. Foram seus olhos ardentes e os seus lábios inferiores famintos que falaram sobre sedução. - “Eu vou me adaptar à mudança de planos, no entanto.” "Eu aposto que você vai." - Ela recusou a sua oferta e agarrou a colcha como uma fortaleza. O seu olhar baixou, concentrando-se nos dedos que ela estava apertando o tecido. "Você não está usando o meu anel." - Seu tom era plano, quase sem vida.

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"Não." - Ela lutou para manter seu aperto no tecido e não juntar as mãos. - “Eu penhorei.” Ela mentiu. - "Foi a melhor coisa que eu já fiz." Ele riu, os seus lábios tentadores se abriram de um modo que a fez levantar o queixo para se aproximar. - "A melhor? Realmente?" - Ele se afastou para encostar na parede. - "O corretor deve ter te amado." Ela encolheu os ombros. - "Nós dois ficamos satisfeitos com a transação." "Você não obteve uma segunda opinião sobre o valor?" "Porque se importa? Eu não tinha necessidade de mantê-lo quando não estávamos mais juntos. Então eu gastei o dinheiro em bebidas e tirei você da minha vida. Foi mais do que melhor e o meu fígado nunca se recuperou da bebida." Pelo menos metade de sua afirmação era verdadeira. Ela não tinha sido capaz de deixar ir embora a lembrança. Ela precisava se lembrar dele. Não só das lembranças polvilhadas com perfeição, mas também as que lembravam que

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um futuro com este homem era um conceito de conto de fadas. Ele levantou uma testa e inclinou a cabeça. "Bem, então, fico feliz que você não conseguiu nem a metade dos quinhentos mil dólares que a pedra valia. Você definitivamente não teria bebido tudo nesta vida." Ela franziu a testa para ele. Ele estava brincando? A metade de quinhentos mil? A metade de quinhentos mil, porra! Ela estava usando um anel no valor de quinhentos mil dólares ao redor do pescoço como um troféu no ano passado? Esse estúpido filho da puta. “Você disse que era algum tipo de anel de compromisso.” - Ela gritou. - "Quem desperdiça tanto dinheiro com um maldito anel de compromisso?" "Surpresa?" - A sua máscara de indiferença transformou o seu sangue em gelo. - "Você não pensou que eu gastaria esse tipo de dinheiro com você?"

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Ela quebrou o contato visual. Não, ela não pensou que ele gastaria isso com ela. Não quando ele não foi atrás dela. Quanto mais o tempo passou sem notícias dele, mais inflexível ela tornava achando que o relacionamento deles era uma farsa. Foi tudo um engano. Ela não tinha sido ela mesma, não inteiramente, e definitivamente não tinha visto um lado do cavalheiro que Judd era conhecido. Ambos estavam desempenhando um papel em um jogo sexual excitante. Nada mais. Nada menos. Mas, quinhentos mil dólares? Puta merda! "Harper?" Sua visão ficou inundada com ele, enquanto diminuía a distância entre eles. Ele separou os seus pés e entrou entre os seus joelhos, o calor de suas pernas fizeram o seu corpo inteiro chiar. “Você não achou que você era digno de um anel no valor de meio milhão de dólares?” Ele a sufocava, quando tudo o que queria era espaço, respirar, pensar e parar de sentir. Ela empurrou o seu estômago e se levantou. - “Meu

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valor não está em discussão. Estou apenas surpresa como frívolo você é com seu dinheiro." "Frívolo?" - Ele encarou o seu rosto, agarrando a mão em seus cabelos e a segurou apertado em um beijo que durou alguns segundos, mas atirou-a da cabeça aos pés. - "Esse anel era..." - Ele apertou os lábios e a chama viciante nos seus olhos brilharam. - "Esse anel era um símbolo do quanto você significava para mim." "Um símbolo?" - Ela não se afastou. Ela manteve os seus rostos a poucos centímetros de distância quando ela olhou para ele. - “Eu acho que o que mais simbólico foi a maneira que você não lutou por nós.” Ela esticou as palmas das mãos entre os peitos deles. - "Você nunca olhou para trás." - Ela encolheu os ombros. - "Então, eu também não." “Eu tenho orgulho, Harper.” - Ele rosnou. “Eu não ia implorar, quando eu não sabia por que você me deixou em primeiro lugar.”

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Ela deu uma risada irônica. - “Não, Judd Hart não implora. Mas, em vez disso ele sequestra e mantêm refém.” “Vamos deixar a desculpa de que deseja ir embora. Nós dois sabemos que é mentira.” “Sabe o que mais é mentira?” - Ela apertou os dentes e aumentou o seu brilho, sobrecarregado com seu próprio orgulho. - "O fato de eu nunca ter sido exposta ao cavalheirismo que você deveria ter. Por que isso, Judd? Eu não fui boa o suficiente?” “A insegurança não combina com você, princesa.” - Ele se virou, chutou a porta e a fechou com o pé e, em seguida, voltou para abafar a sua zona de conforto. - "Além disso, você nunca pareceu do tipo de ser atraída por boas maneiras e conversas educadas." Lá estava, a realidade de que ele não sabia nada sobre ela. A incerteza e a dúvida eram as suas companheiras constantes. Especialmente em torno dele. Ela teria implorado como um

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cachorro por um mero gosto do que ele dava às mulheres dignas. Ela supunha que havia regras diferentes para pessoas que não eram acadêmicas ou que não possuíam um saldo bancário com mais de quatro dígitos. "Foda-se" - Ela sussurrou. Não havia mais nada a dizer. “Você continua dizendo isso como se fosse um insulto.” - Ele resmungou. - "Você sabe melhor do que ninguém o quanto seu veneno me excita." "Vá para o inferno." - Sua incapacidade de parar de provocá-lo fez com que ela desejasse arrancar os cabelos. Ele ficou sem controle com um mero olhar. Mesmo com a lembrança de sua incompatibilidade não poderia atenuar sua necessidade. Ela tinha que ser reivindicada por ele. Devorada. Embora, ele acabasse cuspindo-a de volta em mil pedaços minúsculos. "Veja." - Ele sorriu. - "Você está apenas me tentando agora."

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Ele estava tão perto, com a delicada carícia de sua respiração em sua boca. Seria um desperdício afastá-lo. Mesmo que as consequências fossem uma punição. Ela tem que se controlar com o monte de palavras de carinho que tinham aumentado, a aquecido e eventualmente se transformou para a bílis em seu estômago durante o tempo em que estavam juntos. Expor os seus sentimentos não diluídos por ele só iria deixá-la mais vulnerável. "Eu odeio você." - Ela zombou. Ela o odiava e o amava na mesma medida. Ele a matava e a revigorava ao mesmo tempo. Ele quebrava os seus membros e ainda assim era o único homem que fazia com que ela se sentisse inteira. Ele riu e o movimento de seus lábios fez sua barriga congelar. - “Eu também te amo, Harper.” Todo o ar deixou os pulmões dela com o seu exagerado dramático. Ele nunca disse essas palavras antes. Nunca sequer tinha insinuado para ela isso. - “Você não me ama.”

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"Sim, eu amo." - Ele franziu a testa para ela. "Como você não sabia disso?" - Ele agarrou seu rosto nas palmas das mãos e a olhou nos olhos. “Você sabia que eu te amava, certo?” Ela respirou e deixou o seu perfume solidificar os seus pulmões. - “Nós não podemos fazer isso de novo.” “Sim, nós podemos.” Ela balançou a cabeça. - "Judd..." Ele interrompeu a sua resposta com a boca. E os seus pensamentos, também. Ele a beijou como se o mundo estivesse acabando. Como se a vida pudesse deixar de existir se os seus lábios se separassem. Ela nunca tinha sido tão realizada, tão amada, e naquele momento, ela se perguntou se sua alma morreria quando ela fosse embora de novo. E ela iria embora de novo... só não agora. Não quando ele era como a perfeição em seus braços. Ela combinava com a fome da sua boca, lambendo, mordendo e chupando. Ele agarrou os seus quadris e se esfregou nela, a dureza de sua

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ereção sobre o seu osso púbico. Seu clitóris respondeu com uma sensação de formigamento que tiraram um gemido de sua garganta. "Maldito seja, Judd." - Este momento no céu era puramente temporário. Depois do que já haviam passado, amanhã seria preenchido com arrependimento. Ela arrancou sua camisa, jogou-a no chão e começou a desabotoar o seu jeans. Pele com pele era onde isso estava indo, e ela não podia chegar lá rápido o suficiente. A sua calcinha já estava molhada e a sua vagina dolorida estava pulsando com o pensamento do que estava por vir. "Calcinha." - Ele exigiu, passando a mão nos cabelos dela, segurando-a com força. Eles tiraram o resto de suas roupas entre beijos vibrantes e respirações profundas. A paixão era como costumava ser e muito mais. O calor tinha aumentado. E a mágoa também. "Cama. Agora.” - Ela não podia nem ouvir suas palavras com o sangue pulsando em seus ouvidos.

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Ele agarrou sua cintura e a puxou para perto, eliminando o espaço entre eles. Ela se agarrou nos seus ombros quando eles caíram no colchão em um amontoado de braços, pernas e lábios. Ele caiu em cima dela, com o seu peito duro pressionando ela e os seus joelhos cutucavam suas coxas. "Isso não muda nada." - Ela envolveu as suas pernas ao redor dele e escolheu ignorar sua risada. “Se você diz, princesa.” Ela puxou seu cabelo, e ele respondeu se esfregando em seus quadris. A cabeça do seu pau estava próximo a sua entrada. A tentando. Provocando. Ela não ia implorar. Ela se recusava. Mas, o brilho diabólico em seus olhos castanhos disse que ele já sabia o quanto perto ela estava cedendo. "Não me olhe assim." - Ela virou a cabeça, precisando se negar uma última vez antes de perder essa batalha.

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Foi quando um cheiro preencheu o seu nariz. Um perfume. Um perfume que estava em seus lençóis. Um perfume que não era dela.

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Capítulo 04 Judd Judd sentiu o momento que a excitação de Harper se transformou em um ultraje psicótico. “Você não teve a clarividência de mudar os lençóis?” - Ela gritou. - “Eu posso sentir o cheiro de outras mulheres em sua cama.” Ele a deixou sair debaixo dele para alcançar a borda do colchão, antes dele passar o braço em volta da cintura e arrastá-la de volta para debaixo dele. Ele deitou em cima dela novamente e desta vez prendeu seus braços acima de sua cabeça. "Vamos discutir isso como adultos." Seus olhos se arregalaram e ela começou a se debater. - “Fiquem longe de mim, seu filho da puta.” "Cuidado com a sua boca." - Ele amava a sua boca suja, fantasiava com isso e ansiava por ela.

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Tanto quanto ele amava a sua angústia quando ele a mandou. A fração de segundos dos seus olhos arregalados e era semelhante era como uma injeção de adrenalina, direto para o seu pau. “Quantas mulheres você já teve aqui, Judd?” Ela estava ofegante com os seus seios lindos subindo e descendo. - "Eu deveria acreditar que você me quer de volta quando os seus lençóis cheiram como os da mansão da Playboy?" Três. Houve exatamente três. A primeira mulher com quem ele dormia estava com raiva. De luto. Ele estava bêbado, furioso e estava procurando uma saída. Ele nem sequer classificaria o ato como sexual. Era muito estéril. Simplesmente agiu sem prazer ou pensar. A segunda ele estava em uma melhor reflexão. Não houve inibidores... líquidos, em pó ou de outra forma. Ele tinha estado sóbrio. De volta as boas maneiras com uma estranha tímida e educada. E o ato foi igualmente repugnante. A terceira tinha seguido rapidamente e foi o resultado de um plano pensado.

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Quando ele era adolescente, seu tio o pegou fumando, enquanto os seus pais estavam no trabalho. O castigo veio na forma de um amor difícil. Seu tio sentou-se e exigiu que Judd continuasse tragando até que vomitasse pelo nariz como uma mangueira de jardim. Foram necessários três cigarros para erradicar toda sua curiosidade futura. Foram necessárias três mulheres para solidificar a sua falta de interesse em alguém do sexo oposto que não fosse a Harper. Ele deliberadamente dormiu com a terceira mulher rapidamente após a segunda para aumentar a sua auto-aversão. Ele forçou a repulsa como a que ele experimentou quando ele fumou aqueles cigarros, e conseguiu. Não houve outra mulher desde então. Havia apenas uma atração forte pela mulher atualmente embaixo dele. "Houve algumas mulheres." - Ele respondeu honestamente e não gostou de ver o ciúme em Harper.

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Ela apertou os punhos e lutou contra sua espera. - “Bem ter o perfume de prostitutas flutuando no meu nariz teve um efeito ligeiramente atenuante no meu tesão.” - Ela se mexeu, testando a sua restrição quando ela inevitavelmente encostou o seu osso púbico contra o seu pau. - "Saia de cima de mim." "Por quê? Porque você está tão chateada, eu tentei seguir em frente?" - Ele abaixou o peito sobre o dela e a encarou. - “Você foi a única que foi embora.” “Eu não aprecio transar com o perfume das suas prostitutas.” Ele riu, bem no seu rosto e apertou os seus pulsos com mais força. - "Esse perfume é seu." Ela rosnou e tentou levantar o joelho entre eles. Era isso. Ele ultrapassou a linha quando o seu bem mais valioso estava sendo destinado para o assassinato. "Harper, esse perfume é seu." - Não era esse que ela estava usando hoje, mas era aquele que ela havia usado obsessivamente há um ano. Ele

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tinha comprado essa marca on-line um mês depois que ela foi embora, e dormiu com o cheiro dela em seus travesseiros como uma criança com saudades desde então. “Eu não estou usando qualquer coisa que cheira a isso.” - Ela gritava com os seus lábios vermelhos lindos com veemência. "Não. Não agora, mas você costumava usar.” Ele estreitou seu olhar, dando-lhe um aviso sem palavras para não surrá-lo como ele soltou um de seus pulsos. - “Esse cheiro de prostituta é o perfume que você usava quando estávamos juntos antes.” Ele estendeu a mão para a mesa de cabeceira e procurou na gaveta de cima até que os seus dedos encostaram o frasco frio. - "Veja." - Ele colocou o frasco quadrado no colchão ao lado de sua cabeça. "É o seu perfume de prostituta nos lençóis. Não é de outra pessoa.” Ela permaneceu em silêncio, com a cabeça apoiada em seu travesseiro quando ela olhou para

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o perfume com uma careta. - “Por que você ainda tem isso?” “Porque eu amo o seu cheiro de prostituta.” Ela lhe deu um olhar. - “Você pode parar de dizer que o perfume é de prostituta?” “Estou meramente usando as suas palavras, princesa.” Ela suspirou e virou seu foco de volta para o frasco de perfume. - "Eu ainda não entendo o porquê." - Sua voz era suave, atingindo-o com outra dose de sua vulnerabilidade inesperada. "Porque eu senti sua falta, e esse perfume delicioso foi o mais próximo que eu pude chegar a ter você de novo." Os seus lábios se separaram com palavras silenciosas e seu corpo ainda estava tenso debaixo dele. Sim, princesa, eu estou falando sério. "Você foi a última mulher que esteve nesta cama." - Ele descansou o seu peso contra ela,

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precisando sentir mais pele contra a pele. - “Eu não poderia trazer mais ninguém aqui.” Este ônibus era seu santuário. Ícones do pop e deuses do rock poderiam ter tantas mulheres quanto eles gostariam em suas turnês. Ele era um artista solo por um motivo. Ele gostava de sua paz e do tempo sozinho, enquanto viajava para a próxima cidade. Harper não percebeu que a turnê do ano passado era a última. Ele provavelmente deveria ter dito a ela o quanto monumental era para ela abrir o caminho para o seu espaço privado. Ele provavelmente deveria ter lhe dito muitas coisas. Mas, assim que ela foi embora, ele ficou aliviado por não ter dito. "Eu quero acreditar em você." - A tensão se dissolveu de seus membros. "Mas?" - Ele não podia ver a tristeza em seus olhos. - "Eu nunca menti para você. Eu só queria te fazer feliz." Eles reagiram assim muitas vezes, mas nunca viu a vulnerabilidade em seus olhos como agora.

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Algo a tinha mudado em seus meses separados. Ele simplesmente esperava que não fosse algo que a mantivesse mudada permanentemente. "Fale comigo." - Ele rolou ao seu lado, dandolhe espaço. - “Diga-me por que você foi embora.” Aqueles lábios preciosos se separaram, e ele prendeu a respiração esperando por uma resposta que nunca vinha. Ela deitou de bruços, escondendo as partes perfeitas do seu corpo e expondo-o às curvas suaves da sua bunda deliciosa. Essa fase nova e sensível despertou algo diferente dentro dele. Ele afastou as explosões de adrenalina e as palpitações cardíacas e substituiu a excitação por uma ânsia para confortá-la. Ele nunca sentiu isso antes. Não era a Harper de qualquer maneira. Ela tinha sempre uma maneira de dizer sem palavras, foda-se a emoção que o fazia pensar se ela precisava daquelas palavras doces que as outras mulheres desejavam.

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"Você comprou o perfume para se lembrar de mim?" - Sua voz era como uma delicada carícia sobre seus ouvidos. "Eu comprei." - Seu orgulho estava sendo maltratado. Esmurrado. - “Eu senti a sua falta. Quando você foi embora, você me surpreendeu. Eu não tinha idéia de que havia problemas entre nós.” Ele não conseguia desviar o olhar dela. Ele observava cada movimento, a forma como os ombros caíram e seu peito expandindo com uma respiração ofegante. Ela não era ela mesma. Ele já havia testemunhado a exaustão dela antes. Isso era diferente. Esta era uma mulher totalmente nova. "Posso te perguntar uma coisa?" - Ela olhou por cima do ombro, como uma imagem da perfeição. "Qualquer coisa." "Quando estávamos juntos, você já desejou que você estivesse com alguém que era menos..."

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"Louca?" - Ele riu. - "Intensa?" - Ele se inclinou e beijou seu ombro. Perfeita? Ela de um sorriso triste, com o seu olhar nunca deixando o dele. - "Sim." "Eu não tenho mais ninguém na minha vida como você." - Seu passado não tinha vislumbrado louco ou intenso. Ele sempre foi conhecido pelas mulheres doces e recatadas que ele namorava. "Sua energia é contagiante..." "Junto com os meus maus hábitos?" - Ela levantou uma sobrancelha. - “Eu ouvi sobre a sua explosão com a equipe em um hotel de Seattle.” Ele se encolheu com a lembrança da última noite que ele dormiu com alguém além de Harper. Essa explosão foi o motivo exato que ele precisou para permanecer reservado aos olhos do público. Ele escreveu canções de amor. Ele escreveu sobre emoções, mulheres e carinho. Agiu como um idiota em público e perdeu toda a credibilidade de suas letras e as vendas caíram, o que resultou em chamadas furiosas de sua gravadora, para não mencionar da sua mãe. Foi

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tudo sobre a comercialização, Judd. - “Você deve ter passado para mim. E eu sou o melhor aluno para isso." "Aposto que seu assistente não concorda. Ou Tank. Ou até mesmo sua gravadora.” Sim. Ela acertou em cheio. - "Eles não têm o direito de me julgar. Ou nós, por isso." Ela quebrou o contato visual e acenou com a cabeça no travesseiro. "Por que você parece desapontada com a minha resposta?" Ela tomou outra respiração profunda e depois olhou por cima do ombro para dar-lhe um sorriso. Com uma curva falsa e impecável em seus lábios. - “Eu não estou desapontada.” Não está desapontada, mas não diz a verdade também. Ele podia ver isso em seus olhos. Ela virou para o seu lado, tirando sua mente e endurecendo seu pau com a exposição de seu corpo. Seus seios ainda eram tão gostosos e a

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curva no meio das suas coxas estava com os pêlos depilados, mostrando à pele lisa embaixo. Ela se aproximou e envolveu sua mão em volta de seu pescoço. - “Você sentiu minha falta.” - Ela mordeu seu lábio inferior, roubando todos os pensamentos de sua mente com o pequeno pulso de dor. - “Isso não foi doce?” Doce? Porra. Ele já estava se afogando em sua sedução. Ela era uma mulher sedutora. Uma bruxa. Ela tirava toda a pretensão cavalheiresca de seu corpo e a substituía por necessidade e dependência. - "As coisas que eu quero fazer com você estão longe de serem doces." “Humm?” - Ela esfregou o nariz e beliscou o seu lábio novamente. - “Prove.” "Com prazer." - Ele encostou a parte de trás da cabeça e pôs a boca contra a dela. Suas línguas colidiram em uma dança, enquanto seus quadris se moviam em um ritmo lento. Seu pau pulsava com cada toque de sua pele e exigia mais. Exigia tudo. Ele já podia sentir o pré-sêmen cobrindo a

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abertura, o precursor que sua a restrição era inexistente. Seu cabelo em cascata entre os seus narizes, um aroma alusivo que ele queria lamber de sua pele. E seu gosto. Porra. Seu sabor era doce e misturado com luxúria, enquanto sua língua tirava o seu orgulho e o fazia flexível para todos os seus caprichos. Ele não sabia como ou por que ela fazia isso, mas ele estava completamente perdido com ela. Ele nunca desejaria outra como ele desejava Harper. "Eu perdi isso." - Ela o beijou, os lábios, a língua e os dentes. “Eu também.” - Ele agarrou a bunda dela na palma da mão e a apertou. - "Você é muito perfeita, princesa." Ela cutucou seu ombro com a mão, exigindo que ele deitasse sobre suas costas, e em seguida, ela subiu em cima dele com rara beleza que desmentia a luxúria que ardia em seus olhos. Ela era uma em um milhão. Um presente. Um acaso. Ele se recusou a acreditar que isso era um

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amor rotineiro. O mundo não poderia funcionar se fosse. Nenhum homem na Terra seria capaz de manter um pensamento, quando eles tinham uma mulher como essa esperando em sua cama. Deus sabia que não podia. Ele sentia uma queda de perplexidade, quando eles estavam juntos. Ele não prestava atenção ao mundo exterior. Ele pulava os movimentos de comer, beber ou dormir, com essa mulher constantemente em sua mente. A única coisa que me veio naturalmente era a sua música. E a razão pela qual isso foi totalmente sem esforço foi por Harper. Quando ele cantava, ele cantava para ela. Quando escreveu as músicas, ele escrevia sobre ela. Mesmo quando ele estava no palco, ele se apresentava para ela. Ela era sua restauração e sua destruição. Ele colocou as mãos em sua cintura e percorreu até os quadris, reaprendendo todas as curvas. Sua pele sempre o surpreendeu. Tão macia e tão suave. Ela balançou contra ele,

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provocando o comprimento de seu pau com sua buceta úmida, enquanto ele acariciou as palmas das mãos sobre o estômago até os montes de seus seios. Seus mamilos ainda eram o tom mais atraente de um tom rubi profundo e tentando sua língua. Ele beliscou os montes, provocando um movimento de seus quadris e um gemido suave de sua boca. Ela segurou seu olhar com confiança, enquanto esfregava os polegares de um lado para o outro ao lado de seus seios, até o pescoço e pelo esterno5. "Você está muito devagar esta noite." - Ela murmurou. “Apenas apreciando o processo.” - Ele deslizou as mãos até os quadris e aterrar sua pélvis nela. - “Você nunca sabe o que você tem até que perde. Mas, agora que eu tenho de volta, vou aproveitar a foda." Ela sorriu e revirou seus lindos olhos azuis. "Você é tão doce."

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“Você quer que eu seja doce?” - Ele levantou uma sobrancelha. - "Como a verdade de saber, que eu adormeci pensando em você todas as noites desde que você foi embora?" Ela desviou o olhar para o peito. "Ou que eu não consegui responder as perguntas da equipe de onde você estava por semanas, porque não podia admitir a mim mesmo que você não voltaria?" “Não estrague isso.” - Ela sussurrou. "Eu não estou tentando estragar." - Ele estava apenas sendo sincero. Evidentemente, os seus sentimentos ainda não eram um tópico para discussão. - "Por que você não se inclina com esses seios lindos em minha direção e pega na minha gaveta de cima do criado-mudo uma camisinha?" Ela fez como solicitado com um alívio em suas feições. Porra. Ele estava voando às cegas. Ela não falava, e ele não sabia por que de repente sentiu a necessidade de pressionar por isso. Mas, ele

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trocaria seu prazer pela sua tristeza qualquer dia. Haveria tempo para exigir respostas depois. Ele levantou o pescoço e sugou seu mamilo na boca dele. Seu suspiro o encheu de orgulho. Porra, essa emoção seria a morte dele. “Não pare.” - Ela exigiu, sussurrando em sua gaveta, derrubando as coisas e espalhando outras. Seu sexo esfregou mais rápido ao longo de seu comprimento, para frente e para trás até que o atrito sozinho fosse suficiente para que ele apertasse a bunda para lutar contra a necessidade de gozar. Ele continuou sugando, aproximandose do limite e deslizando mais abaixo do seu feitiço. Ele soltou seu peito com um ‘pop’ e sorriu pela a queixa em resposta. - "Camisinha." Ele estendeu uma mão. Ela sentou-se em linha reta, o calor de seu sexo ainda posicionado sobre o pau dele e ele rasgou o pacote com os dentes. - "Eu acho que posso lidar com essa parte." - Ela disse.

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Seu pau pulsou com antecipação, quando ela se inclinou e lhe deu um beijo casto. Ela desceu, rastejando pelo seu corpo, até que aqueles lábios deliciosos estavam presos na zona de morte. "Você gostaria que eu colocasse isso para você?" - Ela ergueu uma sobrancelha, sua boca provocadora curvada de um lado. Foda-se, sim. - "Eu acho que sim." Ela estalou os dentes e o instinto o fez recuar. Maldita seja. "Víbora." - Ele respirou, apertando os lençóis da cama aos seus lados. “Eu pensei que eu era sua princesa.” ´- Ela sussurrou. Ela agarrou a base de seu pau e colocou a camisinha na ponta no seu pau. Ele estava tremendo... suas pernas, seus braços e a sua visão. Ele nunca pensou que ele estaria de volta aqui. No paraíso. Prestes a ser queimado por um anjo. Seu alívio era palpável.

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Com dedos delicados, ela baixou a camisinha apenas uns centímetros e o seu olhar confiante devorando-o, enquanto ela fazia isso. Ela lambeu os lábios e ele teve que fechar os olhos para lutar contra a fantasia trazida à vida. Seu suspiro e risada, aqueceu a sua virilha apenas alguns segundos, antes que o calor de sua boca engolisse a cabeça de seu pau. "Porra." - Ele apertou os punhos, exigindo autocontrole. Ele podia vê-la em sua mente, podia imaginar a maneira como sua boca sensual estava empurrando a camisinha pelo seu comprimento. Ela cutucou mais e mais, e mais uma vez até que a ponta de seu pau estava presa na parte de trás da garganta. Ela se afastou, deixando-o sem sentido e abandonado. "Não pare." - Ele abriu os olhos para encontrá-la sorrindo para ele. “Você sabe, eu me lembro de fazer a mesma exigência não à muito tempo atrás.” - Ela subiu seu corpo, trazendo-lhes peito a peito. - “Eu não

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consegui o que eu queria. Então, você também não.” Ele rosnou e envolveu seus braços ao redor dela. Ele a arrastou até o colchão e as costas dela, colocando-a em baixo dela. - “Você é uma bruxa.” "Não." - Ela balançou a cabeça. - "Eu sou uma princesa." - Ela envolveu suas pernas ao redor de sua cintura e mexeu os seus quadris em uma provocação sem fim que ele não poderia negar. “Agora me fode.” "Jesus Cristo." - Ele não podia negar isso a ela. Ele nem sequer queria fingir que poderia. Ele balançou os quadris e fechou os olhos, enquanto a cabeça do seu pau deslizou através de seu calor escorregadio. Ele havia forjado uma carreira bem-sucedida através das suas letras, mas pela primeira vez, as vinte e seis letras não eram munição suficiente para formar uma explicação digna desse momento. Nada poderia descrever o que sentia ao estar em casa. Por estar feliz. Por estar inteiramente satisfeito com a

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perspectiva de uma mulher específica para o resto de sua vida. "Você é minha." Ele ia fazer o seu melhor para destruí-la antes de partir de Denver. A destruir para qualquer outro homem. E para qualquer outro futuro. “Minha, princesa.”

5. Esterno: O esterno é um osso chato com o formato da letra "T", localizado na parte anterior do tórax.

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Capítulo 05 Harper Tudo dentro de Harper se apertou, quando ele se enfiou dentro dela. Ele a encheu, a esticou e fez com que cada centímetro da sua pele se arrepiasse. Ela se agarrou a ele, arranhando as unhas ao longo da pele de suas costas, aumentando o seu aperto com cada sensação letárgica. O seu olhar entreaberto trouxe de volta as memórias. Lembrando-a da dor do amor e da angústia de ir embora. “Pare de me olhar fixamente e me beije.” - As provocações saíram da boca dela. Ela não teve consciência disso. Elas simplesmente escaparam da sua boca. Ela moveu os seus quadris e se encolhia com cada um de seus movimentos para adicionar mais fricção a seu clitóris. “Eu gosto de te olhar.” - Ele se inclinou mais perto e o verde e o marrom de suas íris se

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misturaram como chamas. - "Mas, eu gosto de beijar você ainda mais." Seu coração se apertou, quando os seus lábios pressionaram nos dela, devagar e deliberados. Ela deu tudo o que ela tinha naquele beijo - seu coração, sua agonia, seu anseio. Ela cravou as unhas nas costas dele com uma mão e agarrou a outra em seu cabelo. Suas línguas entrelaçadas alimentavam o prazer dela e inspirava um ritmo rápido em seus quadris. A sua buceta se contraiu com cada estocada, agarrando-se à sensação e implorando por um pouco mais. O seu orgasmo estava próximo e no limite com cada movimento. Incapaz de respirar, ela afastou a cabeça e suspirou para encher os seus pulmões. Seu cabelos encostaram na sua bochecha, os fios que eram do comprimento do queixo faziam cócegas, enquanto seus lábios percorriam do pescoço até o ombro.

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"Eu não quero perder você de novo, Harper." Ele murmurou contra a sua pele. - "Não me deixe perder você." Tarde demais. Ela já estava perdida, com a paixão, a dor e o pânico. "Eu estou perto." - Ela ignorou a insegurança e apertou as suas pernas ao redor dele, que fodia os seus quadris com mais força. - "Tão perto." Ele rosnou e a abraçou para segurar seus ombros por trás. Suas estocadas se tornaram profundas e delirantes. Ela poderia ficar assim durante horas, andando pela corda bamba do êxtase, se isso não significasse cair nas consequências. "Mais forte." - Ela ofegou, tentando afastar o medo para mais tarde. - "Mais rápido." "Mandona." - Ele sussurrou em seu ouvido. Ela antecipou uma retaliação, em vez disso, ela recebeu com uma aceitação feliz. Ele aumentou o ritmo e segurou sua coxa para penetrar mais fundo. Ele a beijou em todos os

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lugares, em sua mandíbula, seu pescoço, sua bochecha e, eventualmente, a sua boca, enviandoa não só para um orgasmo, mas em um amor eterno e impar. "Judd." - Foi todo o aviso que ela poderia dar. “Eu sei, princesa.” Ele aumentou o ritmo, segurando-a mais apertado, enquanto sua buceta estava pulsando e a realidade enrubescida. Ela gemeu através do prazer torturante e sabia que seria de curta duração. Sabia que, assim que as endorfinas se acalmassem, ela estaria quebrada e marcada por um homem de tirar o fôlego caído em cima dela. E ainda assim ela não conseguia parar de se moldar a ele, fechando os olhos com o som gutural de seu orgasmo e a intensidade de seu aperto em sua coxa. "Minha." - Ele rosnou, repetidamente, fazendo com que a palavra se afundasse em seu cérebro, fazendo com que ela tatuasse em sua alma. Sua. Ela era. Inteiramente.

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Sua buceta apertou-se com os últimos pulsos de orgasmo, e ela soltou suas unhas de sua pele. Suas estocadas diminuíram, o aviso de ritmo decrescente da solidão que estava por vir. Ele ofegou no pescoço dela, as mãos ainda agarrando seus ombros. - “Eu quero que você saiba que eu te amei antes de hoje.” Ela fechou os olhos. - "Nós tivemos uma maneira diferente de se comunicar do que a maioria das pessoas." "Nós não vamos mais. Eu vou te dizer todos os dias se eu tiver que dizer." Ela respirou fundo, alto e cheio de frustração. - "Eu fiz sexo com você, Judd. Isso não significa que voltamos aos velhos hábitos. Você ainda está indo embora amanhã.” "Você pode vir comigo." Seu peito apertou, espremendo cada gota de sangue de seu coração. - "Não."

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“Eu vou conquistá-la nem que seja a última coisa que eu faço.” - Seus lábios se moveram contra sua clavícula. “Não.” - Ela empurrou seu peito e encontrou seu olhar. - "Apenas pare, ok?" Ele olhou para ela com uma ferocidade em seu olhar. - "Por quê? Porque eu estou próximo de você? Eu já posso ter ganhando já?" "Não." - Sua negação era patética. Mas, o mesmo sorriso foi espalhado por seus lábios. "Idiota." Ele enfiou a perna mais alto no seu quadril, a lembrando da sua conexão. - “Você está se apaixonando por mim novamente.” Apaixonar era um eufemismo. Não havia nada que comparasse com a forma que ela sentia atualmente. Nada no domínio do amor e da luxúria que encapsulava perfeitamente as sensações absolutamente aterrorizantes que a dominavam. "Diga por si mesmo."

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Ele riu. - “Você não irá embora, princesa.” Ela empurrou os seus peitorais novamente. Empurrou, empurrou e empurrou até que ele saiu de cima dela com sua barriga em convulsões de tanto rir. "Eu perdi." - Ele se afastou da cama e caminhou com a sua bunda nua para abrir a porta. - "Eu voltarei em um segundo. Não vá a lugar algum." - Ele desceu o corredor e desapareceu no banheiro, trancando a porta atrás dele. Como se ela tivesse outro lugar para ir. Ela se inclinou sobre os cotovelos e pegou a visão escura através do pára-brisa na frente dela. O ônibus havia parado em algum momento durante a sua discussão por prazer e agora estava escuro dentro e por fora do ônibus. Embora, Tank não fosse o motorista habitual, ela assumiu que ele estava na cama reserva, esperançosamente com um par de tampões firmemente em seus ouvidos. Ela não tinha idéia de onde eles estavam, então caminhar para casa não era uma

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opção. E o pensamento de chamar seu irmão ou um táxi também não era uma boa idéia. Ela queria ficar. Para algumas horas, pelo menos. Até que a luxúria desaparecesse e a realidade surgisse com o sol nascente. A luz do dia sempre trazia clareza, e amanhã não seria diferente. A porta do banheiro reabriu com um clique ensurdecedor e seu pulso acelerou com a silhueta de Judd na frente dela. Ele entrou no quarto, apagou a luz e fechou a porta. O cobertor deslizou de volta para o lado e o colchão afundou com seu peso. Ela prendeu a respiração quando o braço passou em volta da cintura e em vez de se aconchegar nela, ele a arrastou para trás, puxando-a em seu peito. Fazendo com que ela se aproximasse dele. Sempre a fazendo se aproximar dele. "Eu preciso saber por que você me deixou." Ele murmurou em seus cabelos.

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“Vá dormir, Judd.” - Ela fugiu sob o lençol e aninhado de volta para ele, incapaz de se conter. “Vamos falar sobre isso mais tarde.” Ele beijou seu ombro, marcando o lugar para sempre. - "Mais tarde, quando?" "Amanhã." "Amanhã." - Ele repetiu com uma respiração. - "Eu vou te cobrar." O quarto ficou em silêncio, o mundo morria sob o ruído de seus pensamentos. Ela se agarrou ao braço ao redor da cintura, desejando que ela pudesse ser a pessoa necessária para manter essa relação. Mas, ela não podia. Ela passou a infância em lugares que ela não pertencia. As bolsas de estudos permitiram que ela participasse por um tempo da alta sociedade. Ela vivia diariamente rodeada por riqueza que não podia experimentar e o prestígio que ela não merecia. Em seguida, seu pai ficou doente e teve que mudar para uma escola pública perto de casa. Uma sem livros caros que também estava lotada com as crianças

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que consideravam sua educação anterior um ponto de discórdia. Ela não tinha se encaixado com os ricos, e os menos afortunados também não a queriam. Ela tinha sido uma solitária que não pertencia ambos os lados, e ela não iria colocar-se nisso de novo para ficar com Judd. Ele seria como a bolsa de estudos da sua infância. Ele era a riqueza e prestígio que ela não merecia. Ele era tudo o que ela não era, e as diferenças entre eles tinham sido como bofetadas no seu rosto muitas vezes para ignorar. Ela suspirou no silêncio e esperou até que ele estivesse ronronando com o sono, antes de sair debaixo do braço. Ela se vestiu em silêncio e foi até a porta, enquanto ela penteou o cabelo com os dedos. Ele não acordou, quando ela virou a maçaneta, e ela não o ouviu se mexer com o seu avanço no corredor. "Onde diabos você está indo?" - Tank puxou a cortina da cama reserva ao lado do assento e piscou seu olhar sonolento para ela.

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“Não consigo dormir.” Ele resmungou e caiu contra o travesseiro. "Há comida na geladeira se você estiver com fome. Ou vodka no freezer se você preferir." "Eu estou bem. Obrigada.” - Ela deslizou para dentro da cabine e puxou seus pés sobre o assento e abraçou os joelhos contra o peito. O ônibus estava envolto na escuridão, a luz do luar do lado de fora mal iluminava através das janelas coloridas. Ela estava sozinha no meio do nada, e de todo o coração ela queria voltar para a cama com o homem que ela deveria dizer adeus. Ele nem sequer a conhecia. Não realmente. Ela tinha colocado muitas barreiras entre eles, escondendose atrás de um escudo de sarcasmo em um esforço para se impedir de se apaixonar demais. Um baque soou atrás dela, e ela se virou para encontrar o Tank caminhando em direção a ela com bermudão e um monte de músculos expostos. - "Você planeja ficar aqui por um tempo?"

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"Sim. Eu estou pensando em um plano de fuga.” Ele fez uma careta. - "Não no meu turno." Ela deu uma risada em forma de derrota. "Eu não vou a lugar nenhum, Tank. Você pode voltar para a cama.” “Quer falar sobre isso?” - Ele deslizou para dentro da cabine em frente a ela, pondo os cotovelos sobre a mesa e abaixou a cabeça entre as mãos. "Não." “Você vai falar com ele sobre isso?” "Não." “Quer que eu cuide da minha vida?” Ela imitou sua pose, afundando a cabeça em suas mãos. - “Mais do que qualquer coisa neste mundo.” “É a minha deixa para voltar para a cama, então.” - Ele deu um sorriso hesitante e ficou de pé. - “Você tem certeza de que está tudo bem?”

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Sua palma deslizou por cima do ombro e o conforto afundou em seu peito como uma bigorna. Ela concordou e manteve o olhar fixo para frente, na escuridão do pára-brisa de ônibus. Ela não estava bem. Ela não estava nem sequer perto da vizinhança. E nada poderia consertar o buraco no peito. "Eu estou bem." Ele apertou seu ombro e a deixou para lidar com sua solidão. Minuto a minuto, ela pensou sobre os acontecimentos da noite sem saber como ela se transformou na lunática que xingava como um marinheiro bêbado e jogou vasos com a intenção de infligir pelo menos um pequeno mal nele. Judd a fez perder todo o senso de razão. Ele entortou a sua realidade e transformou sua vida em uma montanha russa que não iria terminar. Era preciso terminar. Ela tinha que recuperar a normalidade. Pelo menos, ela disse a si mesma que ela fez. A força e a falsa confiança que não eram para se ignoradas, estavam fora de sua profundidade.

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“Tank?” "Sim." - A sua voz profunda saiu do beliche. “Quando tudo estiver dito e feito na parte da manhã, você vai me levar para casa?” “É isso que você realmente quer?” - Sua pergunta era casual, sem reflexão, mas ambos sabiam que ele não estava falando sobre o passeio. "Sim." - Ela engoliu a dor na garganta dela. “É o melhor.” Ela massageou seu couro cabeludo com as pontas dos dedos, desejando que ela pudesse afastar os pensamentos punitivos que ameaçavam arrastá-la para baixo. Ela amava Judd, ela simplesmente não amava a si mesma quando ela estava ao redor dele. “Kyle está nos trazendo café da manhã em algumas horas. Eu posso pedir para levá-la onde quer que você queira ir.” A estratégia de fuga deveria ter trazido alívio. Em vez disso, suas entranhas se apertaram e a

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agonia consumia. Ela deitou-se sobre o assento do banco, na posição fetal com as mãos sob a cabeça. Ela não podia dormir ao lado de Judd novamente. O sexo era como clínica como você queria que fosse, e mesmo que o que eles tinham compartilhado esta noite estava longe de clínica, adormecer em seus braços seria um fardo pesado demais para ela suportar. Ele disse que a amava. E não deveria ter sido um choque. Mas foi. Junto com o dinheiro que ele gastou nesse anel. Um imenso maldito anel de compromisso. "Obrigada." - As suas palavras eram apenas audíveis sobre o som do ronco abafado de Judd na parte de trás do ônibus. Ela fechou os olhos e implorou por dormir. Para qualquer coisa que trouxe um vislumbre de paz antes da tempestade, que também era conhecido como o amanhã. “Harper?” - Tank murmurou. "Sim?"

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"Você sabe que irá matá-lo se você for embora novamente." Seu coração acelerou, pulsou e ameaçou parar seu ritmo errático. Não havia nada que pudesse fazer. Ela iria machucá-lo se o deixasse, e se ela ficasse, ela estaria sempre enlouquecida com a insensatez e continuamente lembraria de que ela não tinha um lugar em seu mundo. Suas vidas não foram feitas para se entrelaçarem. “É o melhor.” - Ela repetiu e esperava para o inferno ela estava certa.

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Capítulo 06 Judd Judd acordou com um barulho fraco, vindo da frente do ônibus. Ele se sentou e olhou para o corredor, vendo a cabeça de Harper aparecer a partir do assento da cabine. Ele piscou, então piscou novamente. Que porra é essa? Ela não tinha dormido ao lado dele? Ele passou uma mão ao pelo lençol ao lado dele e apertou os dentes na falta de calor persistente de um corpo. Maldita seja. Ele moveu as pernas para o lado da cama e pegou sua calça jeans do chão. A sua falta de interesse em voltar a ficar juntos o assustava. Ela avisou que ela não iria ficar por aqui. E que ela não seria uma parte permanente em sua vida. Ele não quis acreditar nisso. Ele realmente esperava que as ameaças fossem outra maneira de mantêlo em suas mãos.

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Havia muita luxúria mantendo-a ao seu lado e muito amor, que o atraía para ela para poder imaginar uma vida sem ela. Mas, mesmo assim ela iria embora, e ele precisava saber o porquê, para garantir que ele fez de tudo para impedir que isso acontecesse novamente. A porta do ônibus se abriu e Tank preencheu a frente do corredor para cumprimentar Kyle no topo da escada. “Bom dia.” - Judd falou, enquanto caminhava em direção a eles. Ele manteve seu foco em seus funcionários, incapaz de olhar para ela. Ainda não. Não quando ele ainda estava sonolento e privado de acordar ao lado dela. Tank deu um olhar cheio de piedade, dandolhe um monte de informações com seus lábios fechados e um olhar preocupado, antes mesmo de abrir a boca. - "Kyle e eu vamos conversar lá fora." "Nós vamos?" - Seu assistente olhou entre eles com uma careta. - "Sobre o quê?"

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Tank continuou a manter a atenção em Judd, deixando-o saber que não tinha ganhado Harper como ele pensou que tivesse. "Sobre o show desta noite." - Tank voltou-se para Kyle e pegou as caixas de suas mãos para colocá-las na pequena mesa de jantar. - “Nós vamos estar de volta em poucos minutos.” "Mas, eu trouxe o café da manhã." - Kyle falou. - “Os croissants ainda estão quentes.” "Vamos." - Tank desceu as escadas, forçando Kyle descer também. “Eu estou indo. Eu estou indo.” O barulho entrou no silencioso ônibus e os passos pesados desapareceram pela estrada deserta. "O que foi isso?" - Harper estendeu os braços acima de sua cabeça, como uma imagem preguiçosa da perfeição. Ele ainda não conseguia olhar para ela. Ele não queria ver a sua falta de emoção, enquanto ele estava tão abalado com isso que a bile subia

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em sua garganta. Ela não tinha idéia de que ele estava devastado por acordar sozinho. Não havia idéia disso, mais uma vez, ele já estava de luto pela inevitável perda dela. "Você não conseguiu nem dormir ao meu lado?" - Finalmente, ele baixou o seu foco, observando seus olhos arregalados e os cabelos bagunçados pelo sono. Ela era linda, mesmo com a mancha escurecida de rímel marcando acima de suas bochechas. “Eu estava agitada. Eu não queria mantê-lo acordado.” Uma risada irônica vibrava de sua garganta. "Claro..." - Ela estava pronta para ir embora. Ele podia ver pelo levantamento do seu queixo desafiador. - "Você me prometeu respostas, Harper." - Seu tom vacilou, e ele não se importou com o quanto o fazia fraco. Seu orgulho tinha morrido com o medo da perda. Ele só precisava saber o por quê. Por que ela foi embora? Por que ela deixou de amá-lo? Por que eles não poderiam fazer isso dar certo? - “O que aconteceu entre nós que fez você ir embora?”

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Ela respirou fundo e voltou o foco para o pára-brisas olhando para a estrada. - "Quanto tempo nós temos para essa conversa?" "Maldito inferno." - Ele murmurou. A bile subiu e ameaçava enfraquecê-lo. Ele tinha sido imprudente com seus sentimentos antes. Ele demonstrava seu carinho aos amantes do passado em músicas. Ele tinha escrito cartas de amor. Harper era diferente. Ela rejeitou qualquer demonstração de afeto em público, privado ou não, e seus constantes lembretes de que ela estava indo embora o fizeram cauteloso o suficiente para não ultrapassar os limites. Ele tinha sido cauteloso com ela, sem saber se o seu próximo passo poderia ser o último. "Estava pensando que você estava se divertindo tanto quanto eu aqui. Como eu estava enganado." - Ele encostou os dedos sobre o peito, tentando tirar a dor de lá. Ela manteve o foco em frente, olhando para o espaço e ignorando-o.

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“Fale comigo.” - Ele não podia se mexer. Não conseguia chegar mais perto. Ela o queimaria se ele fizesse isso. - "Explique." “O que quer que compartilhamos não deu certo mais para mim." - Ela soltou uma respiração pesada e virou-se para encará-lo. - “Eu sinto muito.” “O que quer que compartilhamos? Jesus Cristo.” - Ele deu um passo para trás e esbarrou no frigobar. - "O que quer que compartilhamos foi um grande negócio para mim. Como isso não pode significar nada para você?" “Isso não quer dizer que não significava nada.” - Ela apoiou os cotovelos sobre a mesa pequena e baixou a cabeça em suas mãos. “Mas, isso não significou o suficiente para ficar aqui também.” - Ele murmurou. "Não há futuro para nós." - Ela o encarou com um simples vislumbre de honestidade em seus olhos. O olhou como um inseto em um assoalho de madeira.

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"Eu não me encaixo. Eu estou do lado de fora, olhando constantemente para a perfeição da sua vida.” - Sua voz ficou confiante. - "E isso é bom para uma aventura que envolve grande sexo, mas não posso estar em segundo plano para sempre." "Você nunca esteve em segundo plano." - Ele murmurou. - "Eu estava sempre com você. Eu queria passar todo o meu tempo livre com você.” "Sim. Para fazer sexo. Mas, quando se tratava de aparições públicas, você queria que eu estivesse fora dos holofotes o mais rápido possível. Você me levou a duas cerimônias de premiação, apenas por obrigação, e nem sequer falou sobre participar das festas seguintes. E nem sequer uma vez você me levou para jantar com seus amigos famosos." - Ela levantou uma sobrancelha. - "Essas ações são uma declaração clara sobre como você me via." Maldito inferno. O seu orgulho aumentou, queimando o seu peito e as suas bochechas. – “Não, Harper. Essas ações foram uma declaração sobre o quanto eu odiava esses eventos e, como eu estava confortável com nosso relacionamento,

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não me sentindo obrigado a levá-la. Mas, obviamente, minha mensagem não foi clara. Talvez se você tivesse algum problema com isso, ou estava ansiosa pela a atenção da mídia, você deveria ter dito alguma coisa.” "Você sabe que não estou aqui pela a mídia, e os nossos problemas foram muito mais do que algumas festas." “Importa-se de me explicar?” - Ele fervia. Ela estava o descrevendo como se ele fosse um parceiro negligente, quando o tempo todo ele não queria nada mais do que banhá-la em afeto. Ela se levantou e seu coração disparou com o movimento repentino. Ele não estava pronto para deixar ela ir. Eles não tinham terminado. Eles não poderiam estar. "Você me deixa louca." - A sua voz aumentou no espaço confinado. - "Eu não sou uma pessoa psicótica, Judd. Não em torno de alguém que não seja você.” "Eu acho que o segurança com suas marcas de dentes tatuadas em seu braço não concordaria."

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“Isto não é uma piada.” - Ela xingou. “Quando estou perto de você, eu não me encaixo. Eu nem sequer me encaixo em minha própria pele. Eu sinto que é outra personalidade, como se eu estivesse desempenhando um papel para obter respostas de você que eu nunca tive com os outros caras. Eu digo coisas que nunca teria imaginado dizer a ninguém. E eu faço coisas..." Suas bochechas coraram, de frustração ou constrangimento, ele não tinha certeza, mas era lindo. Muito lindo. "Eu jogo vasos e xingo como um caminhoneiro." - Ela ofegou e sua garganta se fechou como uma andorinha. - "Você tira essa insanidade de mim, e não é normal. Isso não é saudável. E essa não sou eu.” Ela levantou o queixo e olhou para ele, olhou até que o silêncio atingisse ele com golpes letais, e ele teve que se segurar para não pressionar os seus lábios nos dela para dar algum sentido nela. Ela não podia ver que isso era amor? “Diga alguma coisa.” - Ela sussurrou.

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Ele balançou a cabeça, devagar e lentamente. "Você não quer ouvir isso. Você já vai embora.” "Eu acho que você está certo." - Ela enfiou a mão no bolso e tirou algo brilhante. Um colar. Ela o segurou entre eles e o anel que ele lhe deu no ano passado caiu da corrente. - “Eu não o penhorei.” Seu coração subiu até a garganta e pulsou, cortando o seu ar. “Eu me importo com você, Judd. Mas, nossas vidas são mundos diferentes, e tudo que eu realmente quero é pertencer a algum lugar.” A ironia bateu em seu peito, quebrando as costelas. Ele também não se encaixava. Ele tinha desistido dessa sensação, quando ele escolheu a música sobre uma existência fácil no negócio da família de volta em Phoenix. Ele não precisava do saldo bancário excessivo ou as vantagens de status de celebridade. Mas, ele amava a música. E ele não podia desistir da oportunidade de tocar para um grande público com suas canções.

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“Eu não posso parar minha carreira para você.” - Ele desejou que ele pudesse. Deus, ele desejou que ele pudesse. Ele realmente pensou que eles tinham uma chance, que ela era a única. "Eu nunca pediria que você fizesse isso. Eu nunca iria querer que você fizesse isso.” - Ela colocou o anel sobre a mesa e deixou cair a corrente. - "Tank vai me levar para casa." Não. Ele não estava pronto, mas ele não conseguia encontrar as palavras para impedir que ela fosse embora. Orgulho se agarrou firmemente a suas costelas ainda e ele tentou deixá-lo ir. Ele tentou com cada passo que dava em direção à porta do ônibus. "Harper?" Ela parou no meio do caminho das escadas e olhou por cima do ombro. “Você pode pensar que você não se encaixa, mas você sempre me fez sentir em casa.” O pequeno sorriso desapareceu, rapidamente se afastou. - "Adeus, Judd."

e

ela

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Ela saiu do ônibus, o cruzamento de seus sapatos contra a estrada deserta, enquanto ela caminhava para Tank, que estava em um carro estacionado alguns metros à frente. Ele teria matado por ter um motivo para ir atrás dela. Para a menor desculpa para fazê-la ficar. Mas, não havia nada. Seu amigo a ajudou a entrar no carro, depois subiu no banco do motorista e a afastou do ônibus, da estrada e da vida dele. Novamente.

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Capítulo 07 Harper Ele não veio atrás dela. Ela não deveria ter ficado surpresa. Ela definitivamente não deveria estar com o coração partido. Mas, ela estava, até mais do que a última vez. "Você está bem?" - Tank olhou para ela do banco do motorista. "Eu estarei." Ele balançou a cabeça e deu toda a sua atenção para a estrada. - "Você fez a coisa certa." Espere. O que? - "Eu fiz?" "Sim." - Ele deu de ombros. - "Se você esteve jogando com uma falsa personalidade durante todo esse tempo, você estava certa em se afastar."

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"Você estava ouvindo?" - Suas bochechas aqueceram ao pensar em Kyle e Tank ouviram sua conversa privada. "Acredite, se eu tivesse a opção de estar em outro lugar esta manhã, não teria ficado preso no lado da estrada, ouvindo vocês brigarem em um volume que poderia ter sido ouvido a quilômetros de distância." "Bem, eu não estava tocando com ele." - Seu coração sentia que estava sendo removido com uma colher de sorvete. Ela não queria que ninguém pensasse que ela teria enganado Judd. Esse não foi o caso. Foi só... complicado. - "Eu não estava fingindo ser outra pessoa. Eu simplesmente..." - Ela suspirou e descansou o ombro na janela da porta do passageiro. - “Eu simplesmente não podia controlar quem eu era em torno dele. Eu não conseguia controlar nada.” "Então, você não estava agindo como outra pessoa?" Ela focalizou a janela, nos prédios que brilhavam com a luz solar do amanhecer. Vai ser

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um dia lindo. Céu claro e clima quente. Em contradição com o coração frio e os pensamentos sombrios que a percorriam. - "Eu não sei o que estava fazendo. Não era eu. Mas, também era eu... Isso faz sentido?" “Nem um pouco.” Veja, este era o problema dela. Toda a situação era confusa. Nada fazia sentido. Tank limpou a garganta. - “Mas, novamente, eu nunca estive apaixonado.” Ela suspirou, desejando que este homem grande e grosseiro parasse de tentar ser o seu psiquiatra. “Eu tenho certeza que essa é a resposta para todos os seus problemas psicóticos.” "Psicóticos?" - Ela olhou para ele. - “Eu tenho permissão para me chamar assim. Mas você? Nem tanto.” Ele sorriu, com o maior sorriso que ela já tinha visto em seu rosto. - “Minhas desculpas.”

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O silêncio invadiu o carro. Nada além do barulho dos pneus e do trânsito os cercava. Ela queria alcançar o rádio, para aumentar o volume para afugentar os pensamentos com Judd, mas só atrasaria a inevitável necessidade de analisar sua decisão. "Você se encaixa, Harper." Ela se endireitou confusa. Ela pensou que ela entendeu o que ele disse, só que ela se recusou a acreditar. - “Perdão?” "Você disse que você não se encaixava, mas está errada. Você se encaixa.” - Tank olhou para ela com um olhar solene. - "Com ele. Com a vida dele. Eu acho que ele nunca vai encontrar ninguém que irá combinar da mesma maneira que você combina.” "Não." - Ela balançou a cabeça. - “Eu não suporto ser o centro das atenções. Não sou eu." "E é exatamente por isso que você se encaixa. Ele odeia esse lado da carreira. Ele não interage com a multidão, porque tudo o que ele quer fazer é cantar. Ele adora a música e todo o resto é

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consequência que fica no caminho. Você deixa ele ser ele mesmo, enquanto outras mulheres esperava ser conquistadas com os holofotes. Você lembra a ele de como nós crescemos e que ele terá alguém para voltar quando a fama acabar.” “Essa é uma vida à distância.” Tank inclinou a cabeça. - "Poderia ser. Ou poderia ser amanhã. Nunca se sabe." Ele estendeu a mão para o rádio e encheu o silêncio constrangedor com o rock que ela não estava no humor para ouvir. - "E você quer saber o que realmente me irrita?" “Por favor, diga-me.” - Ela murmurou. "Estou morrendo de vontade de saber." “Vocês dois são perfeitos juntos.” - Ele lhe deu um olhar. - "Mas você tem uma fobia de afeto e ele tem muito orgulho." “Tank...” “Cale a boca, eu estou falando.”

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Ela ergueu uma sobrancelha e um olhar perplexo. "Provavelmente vou perder meu trabalho e meu melhor amigo por isso, mas o anel que ele lhe deu não era um anel de compromisso, Harper. Ele planejou te pedir em casamento naquele dia." Ela levantou a mão no peito, no lugar onde o anel tinha sido carregado no ano passado. Ela não o tinha mais para confortá-la. Ele se foi. Junto com Judd. "Por que ele não pediu?" - Seu tom era fraco e patético. "Você deveria perguntar isso a ele. Tudo o que sei é que não teve nada a ver com ele e tudo a ver com a forma como você reagiu no dia.” Como ela reagiu? Ela franziu a testa, tentando retroceder as memórias da sua vida, até o momento em que ele tinha colocado a caixinha do anel na palma da sua mão. Ela ficou chocada. Quase enojada com a possibilidade do que havia lembrado. Ela sabia, mesmo antes de abrir a caixa, que o que quer que

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ele lhe desse, a tornaria mais apaixonada por ele. Isso a assustou. Isso a deixou com raiva. Consigo mesma. Em sua incapacidade de ser normal. Tudo o que se seguiu ao abrir a caixinha era um borrão... além de sua declaração murmurada de ser um anel de compromisso. "Ele queria se casar comigo?" Com ela? A mulher que cantava fora do tom e dançava fora do ritmo. “Sim, ele queria.” O passado não escapou dela. Ela poderia estar casada com Judd Hart. Ela poderia ter sido a esposa de um músico digno de um desmaio. “Isso não muda nada.” - Ela sussurrou, ainda pegando o colar ausente. “Eu não acho.” Ela baixou as mãos no colo e cravou as unhas na palma da mão. Isso doeu. Em toda parte. Ela odiava que ela realmente não conhecesse Judd no tempo em que estavam juntos. Ela detestava que seus problemas de afeto fossem os culpados. E o

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maior arrependimento foi saber que ela não poderia mudar nada disso agora que eles tinham terminado. "Você pode me levar de volta ao estádio?" O carro desacelerou. - "Eu posso levá-lo de volta ao ônibus se quiser." "Não, eu não quero vê-lo novamente." - Não agora. Ela não podia. - "Eu preciso esfriar a minha cabeça, e se eu for para casa, Nicole ficará em cima de mim." - Ela precisava de isolamento, e curiosamente a solidão de um estádio vazio sempre a ajudou quando ela estava em turnê com Judd. "Apenas me leve até lá, e vou encontrar o meu caminho para casa."

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Capítulo 08 Judd Judd saiu do ônibus, o olhar fixo em frente, o passo forte. Ele permaneceu longe do estádio o dia inteiro, preso no quarto do seu ônibus de turnê, enquanto o seu assistente perguntava intermitentemente, quanto tempo ele levava até chegar ao palco. “Você está atrasado.” - Tank apareceu ao seu lado com um dos técnicos de som seguindo de atrás dele. “Eu estou aqui, não estou?” - Ele pegou o microfone e pendurou na parte de trás de sua calça enquanto andava. "A banda de apoio teve que adicionar duas músicas ao seu setlist6 para cobrir a sua bunda." Judd parou e olhou quando ele amarrou os fios ligados aos fones de ouvido dentro da sua camisa e os pegou na parte de trás do colarinho. -

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"Eu tenho certeza que eles vão publicidade adicional. Mas, apenas fique claro, a minha agenda, não responsabilidade. Você é o chefe de Nada mais."

adorar a para que é da sua segurança.

Tank sorriu. - “Harper realmente te irritou, não foi?” "Não. Ok?” - Ele continuou andando pelos corredores que conduziam para os bastidores. “Não mencione o nome dela novamente.” “Mesmo se ela estiver no meio da multidão?” Seus pés pararam sem a sua permissão. Seu coração, também. - "Ela o quê?" “Ela está no meio da multidão.” - Tank teatralmente engasgou e colocou uma mão aos lábios. - "Ah, desculpe. Esqueci, sou apenas o chefe de segurança. Não sou um cupido. Vou me esforçar para manter meus os comentários para mim mesmo." "Não seja idiota." - As perguntas foram colocadas na ponta da língua, mas ele se recusou a deixá-las escapar. Ela foi embora duas vezes. O

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seu orgulho não poderia suportar um terceiro golpe. O sorriso de Tank cresceu e os seus olhos se tornaram mal-humorados. - “Você sabe que deseja perguntar. Apenas pergunte.” Ele balançou sua cabeça. Não. Ele não ia perguntar por que ou como? Ele estava indo para subir no palco, fazer o seu show, em seguida, deixar Salt Lake, logo que o show terminasse. A distância entre ele e Harper aumentava. Assim como é suposto, quando você era castrado duas vezes pela mesma mulher. “Você não vai perguntar, não é?” - Tank provocou. “Foda-se.” “Você é um idiota teimoso.” - Tank empurrou o ombro de Judd e o ajudou a desenrolar o cabo que levava até os fones de ouvido. - “Ela me pediu para trazê-la aqui.” "Por quê?" - Judd perguntou.

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“Ela precisava esfriar a cabeça, ou algo assim. Mas, eu mantive um olho nela. Eu achei que ela poderia ter adormecido ao se esconder na fileira dos fundos no andar de cima. A última vez que a verifiquei, ela ainda estava lá assistindo o show.” Ele não queria perguntar. Ele odiava que seu peito apertou, quanto mais tempo ele se absteve. "Ela disse alguma coisa no carro até aqui?" “Ela humm...” - Tank apertou uma mão no ouvido e fez uma careta. - "Merda. Eu tenho que ir. Há uma briga na multidão. Eu vou pegar você quando eu puder.” - Ele correu pelo corredor. “Traga a sua bunda até o palco para que esses filhos da puta não se cansem e comecem mais problemas.” Judd olhou por cima do ombro para o técnico de som que pairava em uma distância segura atrás dele. - “Está tudo certo para eu subir ao palco?” O homem deu um sorriso incomodo e acenou. - "Todo mundo está a postos e a banda está pronta. Tudo o que precisa é de você."

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Ótimo. Ele estava a meros metros de encontrar a energia e a paixão para cantar a milhares de fãs que pagaram muito dinheiro para ouvi-lo cantar. O problema era que, Harper tinha acabado com toda a bondade dele. Ele precisava saber por que ela ainda estava aqui. E se havia esperança. “Foda-se.” - Ele correu, com a necessidade de cumprir as suas responsabilidades. Esta noite seria de outras horas solitárias, mas ele ainda desejava a reclusão do seu ônibus de turnê e os quilômetros na estrada ininterrupta. Ele precisava seguir em frente e cortar os laços que o impediam de se aproximar da obsessão por uma mulher que não o queria também. "Judd, espera!" Ele se virou, encontrando Kyle atrás dele. "Como você está se sentindo?" Como eu quero morder as cabeças das galinhas. - "Perfeito." “Esqueça-a. Pelo menos até o final do show.”

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Ele queria rir, como se esquecer dela, ainda que temporariamente, fosse uma possibilidade, mas, ele acenou com a cabeça em seu lugar. "Encontre o Tank. Diga-lhe que eu quero que ele vá para o palco, assim que ele estiver disponível." “Não é um problema.” Ele empurrou os fones intra-auriculares no lugar e encontrou um breve vislumbre de paz no canto silencioso. Era isso. A hora de fingir como um profissional. Ele sacudiu o peso em seus braços, respirou fundo para tentar acalmar a sua frequência cardíaca e caminhou até ao palco. “Como vocês estão hoje à noite, Denver?” Ele não esperou por uma resposta. Ele deu o sutil sinal com a mão para a banda começar a primeira música e cantou até que a adrenalina superasse a dor no coração. Uma música se misturou na próxima, e cada vez que ele olhava para o palco lateral, ele ganhava um olhar sombrio de Kyle. Aquele olhar dizia que se concentrasse, mas ele não conseguia fazer nada quando o colar da Harper estava

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pendurado no pescoço e o anel batia contra no seu coração em uma batida interminável. Ele deveria tirá-lo. Jogá-lo no lixo. Só que ele não podia suportar se separar disso. Ainda não. Sua pausa de intervalo chegou e foi sem um sinal de Tank ou uma palavra sobre Harper. Ele sabia o que isso significava. E mesmo assim ele ainda tentou encontrá-la na liderança de seu bis. Ele fez uma pausa e olhou para o palco duas vezes, ele sabia que haveria críticas negativas amanhã. Ele sabia, mas ele continuava a fazer de qualquer maneira, segurando o vislumbre da esperança. Então, ele saiu do palco pela última vez, com passos fortes, quando ele avistou a cabeça de seu chefe de segurança. "Onde ela está?" Tank estremeceu. - “Perdemos a com a luta no meio da multidão. Eu tinha dois seguranças vigiando-a, mas ficaram distraídos quando a briga começou. Eu não sei onde ela está.”

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Ele acenou com a decepção. E balançou a cabeça, enquanto desejava que o movimento fizesse com que ele sentisse muito menos carente. - “Então, ela não está esperando no meu camarim?” “Eu sinto muito.” Judd engoliu e olhou em volta para a equipe que já estava enrolando os cabos e desmontando o equipamento. - "Então vamos terminar essa merda para que possamos chegar a Salt Lake." "Vá tomar um banho, e eu direi a Kyle para preparar o ônibus de turnê." O pensamento de dirigir para fora de Denver disparou como um tiro em seu peito. Uma vez que ele se fosse, não haveria volta. Era isso. "Você pode me fazer um favor?" - Ele esticou os braços atrás do pescoço e abriu o colar. - “Dê isto a caridade, ou penhore. Faça o que quiser eu não me importo." - Ele estendeu a jóia para o Tank pegar.

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"Não seja estúpido. Você sabe que mudará de idéia sobre ela dez vezes, antes de chegar ao banho." Não dessa vez. - "Pegue." “Foda-se.” - Tank afastou a mão dele. - "Se você quer se livrar disso, faça você mesmo. Eu sou apenas o chefe de segurança, lembra?” - Ele se afastou. - “E enquanto você pensa em um lugar para deixá-lo, talvez você devesse pensar em respostas alternativas para ela ir embora, em vez de deixá-la ir embora como ele.” “E quais seriam?” - Judd gritou acima da conversa da multidão. Tank levantou as mãos e não olhou para trás. "Você espera que eu tenha as respostas? Eu não sei nada a respeito das mulheres, e muito menos de cadelas malucas como Harper." “Ela não é uma cadela.” - Judd murmurou, mas sua resposta não importava. Tank já tinha ido. E também a esperança dele. Ele sabia o que era não se encaixar. Ele tinha lidado com o isolamento desde o início da sua

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carreira nas paradas. A única coisa que separava sua situação de Harper foi o amor a música que o atraía. Ela não tinha nada. Exceto ele. Ele olhou para o anel na palma da mão e apertou o punho em torno dele. Ele não era estúpido o suficiente para pensar que ele era um cartão de desenho o bastante grande para ela. Ele olhou por cima do ombro, para equipe que estava no palco. Já era tempo de ir. Ele caminhou em direção a eles, nas luzes do estádio que o banharam com um brilho fluorescente. As pessoas se moviam em sua visão periférica, nos corredores e em direção às saídas. Ele não olhou para nenhum deles, eles eram um borrão, um incômodo chamando sua atenção. Ele apertou o punho mais apertado e recuou, fechando os olhos enquanto ele fazia isso. Em seguida, sem pensar duas vezes, ele jogou-o no ar e foi embora, sem sequer olhar para ver onde ele cairia.

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Era hora de seguir em frente e esse anel estava apenas segurando-o de volta. Página | 150

6. Setlist: é um documento que lista a ordem das canções que uma banda musical, cantor solo ou qualquer artista musical pretende tocar durante um show.


Capítulo 09 Harper Harper viu Judd jogar algo no meio da multidão, que era cada vez menor. O brilho prateado roubou o fôlego e o reconhecimento a colocou em pé. Ela correu, praticamente voou, descendo as escadas de dois em dois, amaldiçoando sua estupidez enquanto empurrava as pessoas em um esforço para chegar ao andar inferior. - "Isso é meu!" Ela estava passando a psicose para um nível totalmente novo. Os fãs que saíam pararam e encararam, enquanto os seguranças invadiram e os pensamentos desolados finalmente cessaram. O que diabos ela estava fazendo? Ela agarrou o corrimão que leva ao andar mais baixo e viu todas as nuances da jovem que pegou o anel. Ela era jovem, estava sozinha, em seus

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vinte e poucos anos, com pele clara e cabelo castanho claro. Harper queria aproximarse dela, para pegar o anel de noivado de suas mãos e colocá-lo onde ele pertencia... em seu anelar. Mas ela não se permitiu. Não havia mais necessidade para a loucura. Judd não correu atrás dela, e ele acabou de jogar fora a única coisa que deveria ter significado mais em seu relacionamento. A mulher olhou para Harper, com os seus grandes olhos castanhos. - "Eu acho que Judd o jogou do palco. Tenho certeza de que era dele.” "Foi." - Ela desceu e deu um primeiro passo, com uma dor apertando suas costelas com cada centímetro. - "Esse anel vale muito dinheiro." "Como você sabe?" “Ela costumava ser minha.” A mão da mulher apertou o anel e ela olhou as pessoas restantes no estádio como se estivessem se preparando para pedir ele de volta.

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"Não se preocupe, você pode ficar com ele." Ela implorava para recuperá-lo. Seu coração já sabia. Que ele apenas não era mais dela. "Mas, por que ele..." - A menina olhou por cima do ombro para o palco. - “Isso é uma loucura.” “Sim.” - Ele sempre foi louco. Insanidade pura vinte e quatro e sete. - “Vá em frente.” Harper virou a cabeça em direção à saída mais próxima. - "Leve-o para casa e mantenha-o em algum lugar seguro." A mulher acenou com a cabeça, com uma sacudida brusca de cabeça que significava admiração e confusão. - "Obrigada." Ela não se moveu, nem sequer fez um som quando os passos dos fãs lentamente se desvaneciam e o barulho da equipe de palco se tornou uma trilha sonora sombria para sua mágoa. A cada minuto que passa, Judd estaria se preparando para ir embora de Denver. Ele provavelmente já estava indo, e ela não podia se perdoar pela maneira como eles disseram adeus.

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O amor não deveria ser tão difícil. Ela não deveria ter que escolher entre estar confortável em sua própria pele, mas ainda estar confundida com o sofrimento, ou estar apaixonada e sentir-se eternamente fora de lugar. Não que existisse realmente uma escolha. Judd não tinha vindo atrás dela. Ele nunca lutou pelo que tinham. Ele nunca ia correr atrás dela, não importava o quanto ela quisesse. "Ele estará embarcando no ônibus em alguns minutos." - A voz de Tank veio de seu lado. Ela tirou as mãos do rosto e olhou para frente. Ela estava muito humilhada por suas próprias ações e piorou com o pesar no olhar dele. "Você viu o que ele fez?" - Sua voz vacilou. "Ele jogou o anel em todo o estádio." “Eu não estou surpreso.” “É ridículo.” - Ela piscou com um borrão em sua vista e encontrou o olhar de Tank. - “Eu não posso acreditar que ele jogou fora todo esse dinheiro.”

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Ele limpou a garganta. - “Mas quem é mais irresponsável, o homem que jogou fora meio milhão ou a mulher que o jogou fora quando ele tinha mais do que um valor monetário?” Ela estremeceu, sem esperar a bofetada dolorosa da verdade. “Olha, eu tenho que ir. Eu só queria ter dar um último toque, antes de tudo estar acabando." Ele colocou um beijo em seus dedos. - “Tudo de bom.” Ela não queria... isso. Essa dor e confusão. Esse sofrimento e impotência. Ela ficou com os pés dormentes e caminhou para a saída. O lobby estava abandonado. Mesmo os carrinhos de mercadorias estavam fechados. A solidão se infiltrou e a atraía uma força desconhecida dando um nó em sua garganta. Casa. Ela tinha que chegar em casa. Ela abriu a porta de saída mais próxima e tropeçou no ar noturno e encheu os pulmões até a

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capacidade. Tudo o que ela sempre quis era pertencer a uma escola ou um grupo social. Em algo grande. Ela queria uma grande quantidade de conforto em torno dela. Uma rede de apoio para se agarrar. A única sensação de estar em casa nunca tinha vindo de outras pessoas... sua mãe, Nicole, Judd. Talvez fosse apenas ela. Talvez ela não se encaixasse em uma grande multidão. Talvez ela tivesse ganhado apenas uma ou duas almas brilhantes. Ela esfregou os olhos, exigindo que as lágrimas fossem embora. As janelas escuras do ônibus de turnê de Judd entraram em sua visão periférica. Ele estava indo embora. Não apenas de Denver, mas da vida dela. Sua garganta ameaçou fechar-se. Ela não queria ficar sem ele novamente. Ela não queria perder ele. Nem queria privar-se da mulher de cabeça oca que não estava em nenhuma parte além do redor do mundialmente famoso Judd

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Hart. Ela não podia se comprometer com um futuro cheio de incertezas. Ou ela poderia? Qual o preço que ela estava disposta a pagar pelo conforto? "Oh, Deus." - Ela começou a correr antes que ela pudesse pensar, antes que ela tivesse alguma idéia do que ela estava fazendo. O ônibus avançou pelo estacionamento, abrindo caminho em um pequeno grupo de fãs dedicados, que gritavam e batiam os punhos ao lado do veículo. Harper aumentou a velocidade, seus saltos se afundaram na grama, enquanto seguia para a rua principal que cercava o estádio. Ela não podia ouvir sobre o fluxo de sangue em seus ouvidos e a batida frenética no peito. Ela correu para o asfalto, e ficou debaixo do brilho de poste de rua no lado do trânsito. Ela esperou, batendo o pé em uma batida ansiosa quando o ônibus saiu do estacionamento e acelerou em direção a ela. A buzina soou em um

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golpe ensurdecedor quando os faróis ameaçaram cegá-la. “Eu não vou sair.” - Ela levantou as mãos ao mesmo tempo, que o seu coração subiu até a sua garganta, mas o ônibus não fez lento. Em vez disso, ele zombou dela com o pisca alerta, anunciando que eles estavam seguindo para dar a volta nela. Para ignorar ela inteiramente. Para ignorar sua existência. Ela fechou os olhos para os faróis, prendendo um motorista desconhecido com o olhar fixo. “Ah, Deus.” - Não havia nenhuma maneira que ele parasse. Ele assumiria que ela era uma groupie. Uma ameaça à segurança de Judd. Ah, Deus. Ah, Deus. Ah, Deus. Ela correu para pista, com as mãos ainda levantadas e começou a rezar para que o motorista não fosse tão louco quanto ela. O som da freada atingiu seus ouvidos e Judd apareceu no corredor do ônibus, com os olhos arregalados e os lábios separados. Ele segurou o assento da cabine e mostrou algo indecifrável ao

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motorista que abriu a porta assim que o veículo parou. Judd pulou da escada, com o rosto contorcido em fúria. Ela estremeceu quando suas botas batiam no asfalto e começou a gritar na direção dela. “Que porra você está fazendo?” Ela respirou fundo, subitamente recuperandose da sua estupidez. Ela não conseguiu encarar o seu olhar, em vez disso, ela se concentrou no pequeno grupo de pessoas correndo em sua direção. "Entre no ônibus." - Ele resmungou. Talvez fugir fosse uma opção melhor. Ela era boa nisso. "Entre no maldito ônibus, Harper." Ela o seguiu, subindo as escadas com as pernas dormentes, e assustou-se quando a porta se fechou atrás dela. Algo escorreu em seu rosto e ela enxugou com o ombro, ainda tentando formar palavras, ainda tentando entender o que

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diabos ela estava fazendo, enquanto ela estava a poucos metros da frente de Judd, no meio do corredor do ônibus. "Você está chorando?" - Ele estendeu a mão. "Não." - Ela se afastou e se concentrou no chão que ficou turva diante dela. Por que ela tinha que ficar completamente perdida ao redor dele? Por que o mundo ficava tão confuso na presença dele? Nada parecia certo, tudo estava fora de ordem, mas era da maneira mais emocionante. Era o medo do desconhecido e a clareza da descoberta. Foi o frio da barriga que nunca cessava quando ela estava ao seu redor. “Sim.” - Ela sussurrou e se encontrou com seu olhar carrancudo. - “Eu estou chorando.” - Outra lágrima escorreu por sua bochecha, ela se sentiu fraca por ele ver. Ele levantou o queixo, não afetado. - “Quer me dizer por que você está tentando se matar com o meu ônibus de turnê...” "Chefe." - O motorista interrompeu, levando o ônibus pela estrada. - “Eu preciso fazer algum

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movimento, antes destas pessoas corram para a estrada. Eu ainda estou levando você para os subúrbios?” O maxilar de Judd marcou a testa enquanto a encarava. - "Não. Aparentemente, a pessoa que eu estava procurando não está lá. Apenas dê a volta no quarteirão.” Algo se desenrolou no peito. Algo quente e reconfortante. - "Você estava indo atrás de mim?" Seus braços musculosos cruzaram seu peito, fechando-a. - "Por que você parou o ônibus?" "Não gostei da maneira como deixamos as coisas." - Ela mentiu. Ele respirou fundo com a frustração e passou a mão por seus cabelos. - "E?" Ela detestava a decepção em seus olhos e se odiava por colocá-la lá. - “Eu quero me sentir confortável em seu mundo, Judd.” - Esse era o ponto crucial. Ela queria ser tudo. Não só sua namorada. Ela queria ser uma peça de quebracabeças que se ajustasse em cada parte de sua vida.

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“Eu gostaria de poder te ajudar com isso, mas eu não me sinto confortável a mim mesmo.” Ela entendia isso agora. Ele tinha uma personalidade ao redor das outras pessoas. Ela era uma das sortudas que nunca tinham sido aplacadas. - “Seu amor pela música supera o desconforto.” Ele inclinou a cabeça. - “Eu sei que você não tem o mesmo incentivo.” “Você é meu incentivo.” “Bem, isso é o que eu esperava, mas, obviamente, eu não sou o suficiente.” "Você não acha que é suficiente?" - Ela hesitou. - “Como você pode achar que você não é o suficiente? Você traz um banquete para a mesa, e eu só me trago.” "Não entendo como as pessoas pensam que um contrato musical pode mudar alguém durante a noite. Mesmo anos depois, ainda não tenho confiança ou carisma que é misteriosamente suposto ter. Eu sou um geek da música que eu sempre fui. Estou constantemente questionando

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se eu sou bom o suficiente, para os meus fãs, para minha gravadora. Para você. Eu sou o cara que está nervoso como o inferno, por que eu não posso manter a mulher que eu amo feliz. Eu tentei tudo que podia para impedi-la de fazer essas ameaças de me deixar. E ainda eu não fui bom o suficiente.” “Você é bom o suficiente.” - Ela olhou para ele, vendo um caleidoscópio de facetas, quando antes ele só tinha estado em 3D. "Sou? Bem, eu ainda me sinto como se estivesse fora do meu alcance.” Seus lábios se separaram. Como? Como ele poderia pensar isso? - "Mas, você é..." "Estou petrificado." - Seus braços caíram aos seus lados. - “Eu não consigo me ver com mais ninguém. Não consigo imaginar outra mulher que me permita sentir isso de verdade. Se você ir, eu tenho medo de me contentar com alguém na indústria e me tornar a pessoa que odeio. E eu estou com medo de que se você ficar o meu

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orgulho vai ficar no caminho de nos manter juntos.” “Seu orgulho e meu medo de rejeição.” "Eu nunca vou rejeitar você." Ela acreditou nele. Acreditou que ele era inflexível. Honesto. Pelo menos por enquanto. Eles tinham tanto a aprender um sobre o outro e sempre havia a possibilidade de odiar as novas partes às quais ele fossem expostos. Maldição. Havia muitas oportunidades para a mágoa. "Eu tenho mil motivos para ir embora." - A lista era muito longa para esquecer. - “Há apenas um puxando-me para ficar.” “Qual é o motivo?” - Ele murmurou. Uma lágrima escorreu em suas bochechas. Mais fraqueza e vulnerabilidade lá para que o mundo pudesse ver. - "Eu te amo. Eu te amo muito. Só estou preocupada que essa coisa entre nós não faça sentido."

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"Não é preciso. Enquanto estivermos felizes juntos." - Sua garganta se fechou com um nó. "Eu faço você feliz?" "Claro que você faz." Ele balançou a cabeça e o movimento não tinha confiança. "Você faz, Judd. Mas, talvez isso seja muito difícil. Talvez eu devesse ir." - Ela franziu a testa para si mesma. - "De verdade desta vez." "Não." - Judd riu e balançou a cabeça. - “Você não deveria.” Ele não se moveu, não se aproximou quando ela deu um passo para trás. "Eu tentei parar um ônibus com meu corpo. Acho que já atingi um nível de loucura que não deve ser encorajado.” Seus lábios se curvaram da maneira diabólica que ela amava. - "Eu joguei meio milhão de dólares em um estádio. Acho que combinamos perfeitamente.”

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Ela lhe deu um sorriso indiferente. - "E se você não gostar das partes de mim que você ainda não viu?" Finalmente, ele avançou, aproximando dela, encostando coxa com coxa. - "Eu conheço você, Harper. Eu sei tudo sobre você.” - Ele colocou uma mão em seu quadril. - "Eu vejo suas defesas caírem depois de dormirmos juntos. Eu vejo o amor nos seus olhos quando você me vê no palco. Eu ouço a maneira como você fala sobre mim para o Tank, e ele também me diz como você se sente, apenas para eu não ser mantido no escuro." "Você manda ele me espionar?" Ele se inclinou para ela, passando os seus lábios sobre a sua orelha. - "Confio em você para que o considere espiando, princesa." Um arrepio percorreu a sua espinha até na barriga dela. - “Estou com medo.” - A verdade escapou da sua garganta. Ir embora foi fácil. Colocar-se nas mãos da vulnerabilidade era aterrorizante.

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“Eu estou pronto, Harper. Estou perdido nesses olhos seus, e eu felizmente nunca me encontrarei de novo. Se você me apresentar um lado mais suave seu, ou se você continuar sendo minha constante cadela louca, eu sempre irei te amar." Ela encostou a cabeça em seu pescoço e sorriu. - “Eu realmente odeio essas palavras.” "Que palavras?" "Cadela louca." - Ela se afastou e encontrou seu olhar. Ele sorriu, com os longos fios de seu cabelo úmido emoldurando seu rosto. - “Mas, elas combinam com você perfeitamente.” Ela se inclinou em seu peito e estalou os dentes. - “Foda-se.” “Foder você?” - Excitação queimou em seus olhos quando ele agarrou sua cintura. Ela balançou a cabeça, enquanto ele caminhava para trás, arrastando-a para o seu quarto. Ela estava saindo do limite, pulando em

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uma vida que só Judd era sua rede de segurança. "Sim." "Ok." - Ele murmurou contra seus lábios. "Vamos fazer isso." Ele pressionou sua boca na dela e roubou um grito de sua garganta. Ela agarrou seus ombros, firmemente, sem vontade de deixá-lo ir quando separaram seus lábios. Eles iriam fazer isso. Ficarem juntos. Ser um casal. Estar apaixonados. Ele continuou a arrastá-la para frente, em seu quarto, e ela fechou a porta com o pé. “Eu ainda não posso acreditar que eu vi você jogar fora o meu anel.” "Acredite." - O aperto gentil de seus dedos pegaram seus pulsos e levantou as mãos acima de sua cabeça. - “Foi manchado. Eu não quero vê-lo novamente.” - Ele a pressionou na porta e a fez se afogar no cheiro de sua loção após barba familiar. "Mas, você não precisa de um anel. Você é minha, com ou sem ele.” Ela levantou uma sobrancelha e curvou os quadris para ele. - “Ah, eu sou, mesmo?”

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Ele sorriu, e pressionou seu corpo contra o dela, esfregando o comprimento grosso de seu pau em sua pélvis. - "Você está certo, princesa. Mesmo que eu tenha que sequestrar você pelo resto de nossas vidas."

Fim

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