Trap - livro 4 da série Clube 13

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Proibida e reprodução total ou parcial desta obra sem a prévia autorização do autor. Esta é uma obra de ficção. Qualquer semelhança, com nomes, pessoas, locais ou fatos, terá sido mera coincidência. CONTEÚDO ADULTO


Barbara Biazioli

Trap Clube 13 - Trap


S

INOPSE

Uma morte. A busca por um culpado...

Depois de perder a irmã de forma trágica, Vivian Lake não tem outro pensamento a não ser fazer o culpado pagar por isso. Apesar dos protestos da amiga e com pouco dinheiro em mãos, ela sai do Canadá rumo a NY, com juras de vingança. Ela havia estudado bem a respeito de seu alvo, e, mesmo sem um plano definido, sua determinação e o diário não lido de sua irmã, eram sua mola propulsora. ... alguém dividido entre um passado sombrio e os momentos de prazer de um certo Clube. Ele era rico, famoso e admirado. As mulheres queriam aquecer sua cama, os homens queriam ser como ele, os amigos compartilhavam os segredos de um certo Palácio. Mas o segredo mais profundo apenas uma pessoa conhecia: ele era uma alma atormentada. Logo, uma estrangeira cruza o seu caminho e o desafia. Mas ele era o grande Sebastian Charper Lousan e ela não o ameaçava tanto a ponto de que uma longa, quente e desenfreada noite de prazer não pudesse resolver o problema.

Cada um tinha sua meta traçada. Cada um se viu fugindo de seu roteiro. O que começou como algo carnal, acabou se tornando mente e coração. O que era uma TRAPAÇA, acabou virando uma grande ARMADILHA.


Barbara Biazioli

“Ela é minha armadilha e eu, mesmo carregado de experiência em evitar tudo isso, deixei que acontecesse”

Sebastian Charper Lousan

Clube 13 - Trap


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ebastian

— Sim, são dois contratos distintos, na clausula B7 sobre montagens e transporte do material utilizado. — Um, dois, três. — Encontrou? — Tento assimilar meu treino e a correção de um contrato. — Muito bem, agora mude para sete dias e não cinco, verifique se os documentos estão ok e me encaminhe por e-mail. — Não paro meu treino e mantenho a conversa com o fone de ouvido via bluetooth. — Alteração ok, estou encaminhando. — Brunt responde, ele está acostumado com meus treinos e conhece minha rotina, não ela toda, apenas o lhe convém saber. Me despeço e continuo com minha série de abdominais, ela está quase no fim. Me levanto e caminho tirando o fone pelo corredor que cheira a limão e mel. Acrescentaria algo alcoólico para ficar perfeito, mas hoje é dia que Keylan faz a famosa limpeza e tenho medo de ficar por muito tempo em minha própria casa. — Não pise aí, Sr Lousan! — Keylan é uma das americanas mais atrevidas que conheço, trabalha comigo há quase dez anos e foi irracional essa contratação. Ela cuida muito bem da casa e de mim, e por isso ela acha que tem o direito de me tratar como se eu fosse seu próprio filho. — Keylan, eu preciso ir pra minha suíte, tomar um banho e sair daqui antes que seja tarde demais. — Passo por ela que está com as mãos postas na cintura e com um franzido engraçado na testa. Keylan tem mais de quarenta e cinco anos, tem um namorado imaginário (digo isso porque nunca o vi). Já presenciei Keylan acima do peso; quando sua mãe, que já era viúva, faleceu; observei quando ela emagreceu por conta de uma promessa para arrumar um namorado (foda-se que ele é imaginário, depois dele o humor de Keylan melhorou e muito, confesso que já tive medo de dormir com a porta do quarto destrancada).


Barbara Biazioli

— O senhor não deveria abrir as janelas e tomar esses golpes de vento, está suado! — ela fala do corredor e eu já estou no meu quarto rindo da baixinha invocada que está surtando. Keylan é o tipo de auxiliar que dorme no emprego, está quase todo tempo por aqui, isso facilita algumas coisas, não para mim evidentemente. — Sim, Keylan. — respondo do quarto rindo e ela continua com alguns excomungos que não entendo muito bem. Tomo um banho demorado. Escolho o terno cinza claro, sóbrio e com uma gravata azul com detalhes em preto sob o colete. Nos punhos brancos um par de abotoaduras em ouro branco, no centro uma pedra, ônix, segundo a pessoa que me deu de presente, combina com meus olhos azuis. Não tente entender, eu não a entendo até hoje. Meu celular toca e admito olhar para tela negando com a cabeça. Eu juro que um dia eu vou saber por que ela faz isso. Ajeito o cabelo, escolho um perfume amadeirado da Armani e saio da minha suíte. Escuto uma mistura de vozes vindo do fim do corredor. Quando projetei esse apartamento, fiquei em dúvida sobre a madeira escura no chão, já que teria alguns móveis em tom mel, mas acertei. Segui pelo corredor e alcanço a sala, que na época da reforma foram três paredes demolidas para eu ter o cômodo do tamanho que precisava. Grandes janelas, do chão ao teto, ligadas por uma sacada que ficou estupenda depois da iluminação. A conversa vem da cozinha, é Keylan e está em péssima companhia. — Mas eu não sei o que fazer, porque eu fico preocupada, ele some, passa dias fora e nenhum telefonema e quando volta, chega com uma cara de que foi usado das piores formas possíveis. — Keylan fala e eu discordo com a cabeça e olho torto para quem está com ela. Passo por detrás de Keylan e alcanço uma tigela, despejo cereais e leite e a conversa entre elas continua. — Já pensou em mudar as fechaduras? — Meu sonho é ver Carter ser vítima das coisas que ela propõe para Keylan. Levo uma colher de cereal até a boca e tento apenas ouvir sobre quem seria o alvo dessas duas espécies de bruxa de Salém. — Eu poderia perder meu emprego. — Engasgo e quase despejo o que está em minha boca em cima da ilha da cozinha onde essas duas estão apoiadas. Engulo o que nem foi mastigado e tento recuperar meu fôlego. Tudo sozinho, porque as duas apenas me olharam como se minha quase morte tivesse atrapalhado a conversa por conta do barulho.

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— Eu estou aqui, vocês precisam parar de falar como se eu fosse uma alma penada, ou um antigo morador, poderiam tentar respeitar minha presença? — peço e olho para as duas. — Mais café, Carter? — Keylan me ignora e coloca mais um pouco de café na xícara de Carter. — Carter, você tem a chave do meu apartamento. Eu já sei que você vai chegar aqui quase de madrugada porque tem pânico de se atrasar, agora por que me liga assim que senta nessa banqueta? Estou ali naquele quarto no final do corredor, posso ouvir seus dedos tocando a tela do seu iPhone com capa ridícula. — Pego outra colher e levo até a boca. — Para o seu dia ficar ainda mais feliz! Da próxima vez que interromper um encontro meu com Josh, eu vou dar uma cópia da chave do seu apartamento para Helen. — Ela é vil, cruel e vingativa, nem sei por que sou seu amigo ainda. — Eu não sabia que você estava com ele. — Continuo comendo meu cereal com naturalidade. Obviamente eu sabia que ele estava na casa dela. O Masserati prata estava lá ostentando o dinheiro que eu o ajudo a ganhar com as minhas aplicações. — Não sabia? — Ela se levanta e cruza os braços batendo o pé no chão. — Charper, eu nem sei por que sou sua amiga ainda. — ela dispara. — Sabe, Carter, eu estava pensando o mesmo sobre você. — Sorrio de lado e ando em sua direção. — Bom dia, minha amiga! — Beijo seu rosto segurando seus braços e a olho, sorrindo. — Meteu o pé na bunda daquele insuportável? — Entendeu por que eu segurei os braços dela? — Eu acho que Helen pagaria com a vida por essa cópia. — Ela se livra de minhas mãos, alcança no bolso frontal de sua Chanel um amontoado de chaves. — Não seja má. — Tento apreciar meu café da manhã. Alcanço a jarra com suco de laranja e coloco um pouco dentro do copo. — Acredite, Charper, eu não sou má, não que você não mereça, mas eu poderia pôr em risco a parte mais preciosa do seu corpo segundo o SEU ponto de vista. — Ela balança as chaves.


Barbara Biazioli

— É disso que estou falando. Sr Lousan não tem juízo nenhum, Carter, e aqueles amigos dele, eu não acho nem que saibam o que é uma missa. — Keylan dá a volta em torno da ilha e coloca presunto e queijo para mim, mas fala de mim como se eu não estivesse ali. — Keylan, não pense muito sobre os amigos do Charper. Eu ainda estou na fase tentando saber qual deles presta menos. — Carter bebe um pouco de café. — Apesar de que um deles até se casou há alguns anos e, pelo visto, está tudo indo muito bem. Pensei até que isso pudesse se propagar sobre os demais do bando, mas acho que é uma esperança em vão. — Está louca? — Quase engasgo de novo. — No dia em que me ouvir falando sobre casamento, sobre o meu casamento ou coisas de amor e apegos desnecessários, traga umacamisa de força! Sou um homem que não se permite ser domado, eu treinei muito para isso. — Termino meu cereal e ela me olha como se não acreditasse no que estou dizendo. — Charper, você sabe que minha memória não é algo que você possa chamar de normal, tenho um HD perfeito em meu cérebro e sua informação está gravada e salva em meus arquivos. — Ela sorri como uma bruxa. — Tenho que suportar sua ironia todas as manhãs, ainda estou definindo se isso é bom ou ruim. — Termino o suco e coloco tudo dentro da pia. — Se você não tivesse me dado tantos problemas ao esquecer muitos compromissos, eu não teria que vir até aqui e lembrá-lo que você é CEO de uma empresa. — Ela ajeita um lenço verde escuro que está ao redor do seu pescoço, e coloca a bolsa sobre o ombro. — E também está economizando os pneus do seu Audi, mas devo agradecer; evitando dirigir está poupando a vida de alguns nova-iorquinos — Eu sorrio, mas ela rosna. — Você sabe que dirijo muito melhor do lado direito do carro — ela resmunga baixinho, lembrando do anos que dirigiu enquanto morava em Londres — Vamos, Charper, não são nem nove horas da manhã e sinto que preciso de um calmante. — Saímos e Keylan ficou rindo da situação enquanto lavava minha tigela.

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