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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
from Patrício Pereira da Silva - LICENCIATURA EM ARTE E PRÁTICA DO DESENHO NO ENSINO FUNDAMENTAL
by Biblio Belas
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Durante este percurso de reflexões sobre o desenho na escola fundamental, pude observar que esta é uma temática que suscita inúmeras possibilidades de estudo e aprofundamento do assunto. Foi possível notar neste curto período de tempo que trabalhar com elementos que incentivem e estimulam a prática do desenho em sala de aula é fundamental, principalmente para os alunos adolescentes. O uso de estratégias de alguns estímulos (visuais, orais, sonoros) para a prática do desenho em sala de aula, por parte do professor, certamente influenciará os alunos a não distanciarem deste aprendizado ou exercício, causando maior interesse neste quesito. É sabido que, esta pesquisa, que centrou estudo no desenho no ensino fundamental, a partir de minhas experiências no estágio curricular, ainda é muito incipiente, mas a reflexão apontada a partir deste trabalho me fez repensar sobre a importância deste tema e no ensino em Artes Visuais, o que inevitavelmente me dará subsídios para meu trabalho como docente com futuros alunos. Em minha trajetória bastante atuante no estágio curricular, pude compreender que a função de um professor vai além de ter domínio do conteúdo da sua área de conhecimento, pois o planejamento de aula requer atenção e alguns cuidados que extrapolam simplesmente saber divulgar este conteúdo entre os discentes. Em se tratando de um Arte/Educador, estimular o senso crítico dos alunos é fundamental para promover o conhecimento em Arte e provocar reflexões, tanto da parte do educador, quanto dos discentes. As dúvidas geram possibilidades de pesquisa, troca de experiências, troca de saberes, principalmente entre docentes e discentes. O professor nunca é detentor único do saber. Cada um de nós, seja criança, adolescente ou adulto sempre temos alguma experiência que agrega elementos para numa produção artística, seja ela emocional, racional ou prática. Esta relação de troca de conhecimentos coincide com o que relata o educador Paulo Freire (2015, p.39).
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“Por isso, é fundamental que, na pratica da formação docente, o aprendiz de educador assume que o indispensável pensar certo não é presente dos deuses nem se acha nos guias de professores que iluminados intelectuais escrevem desde o centro do poder, mas pelo contrário, o pensar certo que supera o ingênuo tem que ser produzido pelo próprio aprendiz em comunhão com o professor formador.”
É sabido que não existem fórmulas pré-estabelecidas para a formação de um professor, não desconsiderando os cursos de formação para tal, mas percebi que a “lida” na sala de aula é o maior aprendizado. Dessa forma, já traço alguma projeção do que me espera nesta jornada, os constantes aprendizados que vislumbram pela frente, que aliados às minhas experiências e formação acadêmica, irão me dar um suporte para melhor atender às minhas demandas como futuro docente. O período de estágio curricular, com participação mais ativa em sala de aula, foi crucial para complementar as aulas teóricas cursadas na Licenciatura, pois me permitiu compreender melhor o espaço escolar in loco, apesar de saber que a diversidade de propostas pedagógicas é inerente no contexto escolar. Por isso, foi de igual importância termos a oportunidade dos encontros da disciplina estágio, quando pude observar e conhecer, junto aos colegas em formação, outros universos escolares, pois cada escola tem suas particularidades, desde o espaço físico até o projeto político pedagógico. No tocante à disciplina de Arte, sem dúvida, é o que varia em maior intensidade. Algumas escolas se mostram com maior atenção para este campo de conhecimento aderindo às propostas, outras nem tanto, o que exige do professor regente esforço maior para exercer sua disciplina, que se depara, muitas vezes, com espaço deficitário, falta de materiais ou mesmo desconhecimento por parte dos cargos de coordenação e supervisão para as especificidades desta disciplina. Isto não é regra, mas ao socializar nossas experiências de entrada em algumas escolas, percebe-se isto com certa frequência. Aprendi neste percurso que a observação e escuta dos discentes são ingredientes indispensáveis para ser um professor e disseminador de ideias. É preciso ampliar o olhar para além de nós mesmos, estar aberto a ouvir críticas e rever nossos conceitos sobre Arte, educação e formação de crianças e adolescentes. Isto é fundamental para o desenvolvimento profissional e pessoal de qualquer educador. Não basta inovar em propostas pedagógicas sobre o ensino de Artes Visuais com a temática do desenho, por exemplo, que foi o que me chamou maior atenção. Vários fatores integram a possibilidade de aprender e ensinar.
Ao relembrar o período que estive imerso em sala de aula, almejando ser um futuro docente, tive a oportunidade de observar professores com abordagens diferenciadas, temas diversificados, metodologias que me fizeram refletir o “ser professor” e que, a todo momento, este profissional da educação, principalmente em Arte, tem que estar reinventando, buscando soluções inovadoras para melhor disseminar o conhecimento aos seus discentes. Isto extrapola a temática do desenho ou outras expressões artísticas desenvolvidas na sala de aula. O que temos é que aprender...sempre. Esta é a principal lição.