Apoio a Crianças com Necessidades Educativas Especiais

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Apoio a Crianças com Necessidades Educativas Especiais no âmbito das Actividades de Enriquecimento Curricular Um projecto inédito no concelho das Caldas da Rainha

Estagiária: Anabela Ervideira anabela.ervideira@gmail.com

Orientador Miguel Oliveira miguel@esecs.ipleiria.pt

Revista Animação e Educação Agosto de 2010


“Cada pessoa guarda um segredo. O segredo do Homem é a própria Infância.” João dos Santos

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ÍNDICE

Introdução ................................................................................................

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Parte I - Enquadramento Teórico ......................................................

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1. Necessidades Educativas Especiais .........................................................

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1.1. A Declaração de Salamanca e as NEE ..................................................

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1.2. Escola inclusiva .....................................................................................

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Parte II – O Projecto: Apoio a crianças com NEE nas AEC ……..

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1. Caracterização do projecto ……………………………………………………………

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2. Como nasceu e surgiu o projecto ............................................................

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3. Implementação do projecto ....................................................................

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4. O papel do técnico no projecto ................................................................

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5. Caracterização da Instituição ..................................................................

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6. Caracterização dos alunos acompanhados e estratégias de intervenção implementadas ............................................................................................

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7. Metodologia .............................................................................................

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Parte III – Conclusões ...........................................................................

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1. Apresentação e Discussão de resultados .................................................

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Referências Bibliográficas ...................................................................

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Introdução O presente artigo insere-se no âmbito de uma experiência de Estágio Profissional, desenvolvida durante o ano lectivo 2009/2010, na Associação Nacional de Animação e Educação (ANAE) e decorreu entre os meses de Abril de 2009 e Março de 2010. O projecto consiste no apoio a alunos com NEE durante as AEC, nomeadamente na Actividade Física e Desportiva, no Inglês, na Música, nas TIC e Sensibilização Ambiental e tem-se revelado como uma mais-valia para todos os professores envolvidos nestas actividades uma vez que se traduz num apoio efectivo na adaptação de conteúdos para crianças com características especiais. A ideia nasceu de numa recomendação do livro “Actividades de Enriquecimento Curricular: Relatório sobre a sua implementação no 1º Ciclo do Ensino Básico do concelho de Caldas da Rainha”, da autoria de Miguel Oliveira, Raquel Coelho, Rui Matos e Sandrine Milhano e com prefácio de Maria do Céu Roldão. Estes autores com a investigação que fizeram sobre a implementação das AEC e sobre os seus efeitos na vida das escolas, professores e crianças, definiram um vasto leque de recomendações para que nos anos seguintes estas actividades pudessem ter mais qualidade. Destas recomendações destacamos a que deu origem ao projecto supra mencionado que afirma a necessidade de ―apoio a crianças com NEE nas AEC, uma vez que os docentes têm dificuldade em trabalhar com turmas que integrem estas crianças‖. Neste livro, os autores defendem ainda que, embora os apoios educativos tenham sido reduzidos pelo Ministério da Educação, o apoio a crianças com NEE nas AEC ―deveria estar em conformidade com o apoio concedido em horário lectivo‖. Este artigo encontra-se organizado da seguinte forma: numa primeira parte a apresentação do projecto onde se irá fazer a sua caracterização, numa segunda parte o desenvolvimento onde se irá falar sobre o que são as NEE, uma breve caracterização da escola inclusiva, a caracterização e estratégias utilizadas em cada aluno abrangido pelo projecto, a apresentação do estudo realizado na comunidade educativa para se averiguar acerca da pertinência deste projecto e, por fim, numa terceira parte a conclusão onde irá constar os resultados do estudo efectuado através de questionários aplicados à Comunidade Educativa, isto é, Professores das AEC, Professores de Educação Especial, Professores Titulares, Directores de Agrupamento e Encarregados de Educação dos alunos que usufruíram do apoio.

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Parte I - Enquadramento Teórico 1. Necessidades Educativas Especiais O conceito de Necessidades Educativas Especiais (NEE) começou a ser difundido a partir da sua adopção no Relatório Warnock (1978), apresentado ao Parlamento do Reino Unido. Este relatório surgiu do 1º comité do Reino Unido, constituído para rever o atendimento aos deficientes. Os resultados evidenciam que uma em cada cinco crianças apresenta NEE em algum período do seu percurso escolar, no entanto, não existe essa proporção de deficientes. Daí que do relatório surja a proposta de adoptar o conceito de NEE. Nesta linha, afirmar que um aluno tem NEE significa que apresenta algum problema de aprendizagem no decorrer da sua escolarização, exigindo uma atenção específica e mais/diferentes recursos educativos do que os utilizados com os companheiros da mesma idade. O conceito foi adoptado em 1994 na ―Declaração de Salamanca‖ (UNESCO, 1994), e redefinido como abrangendo todas as crianças ou jovens cujas necessidades se relacionem com deficiências ou dificuldades escolares. Inclui, crianças deficientes ou sobredotadas, crianças da rua ou que trabalham, crianças de populações remotas ou nómadas, crianças de minorias étnicas ou culturais e crianças de áreas ou grupos desfavorecidos ou marginais. (InterNEE – Informação interactiva sobre NE – Ministério da Educação)

1.1. A Declaração de Salamanca e as NEE Na cidade espanhola de Salamanca, entre os dias 7 e 10 de Junho de 1994, realizou-se a Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais, de onde surgiu a Declaração de Salamanca. Declaração esta que trata de princípios, políticas e práticas na área das necessidades educativas especiais. A questão central explicitada na Declaração de Salamanca é a de que a todas as crianças, jovens e adultos com necessidades educativas especiais devem ser incluídos dentro do sistema regular de ensino. A Declaração de Salamanca aborda ainda os Direitos humanos e a Declaração Mundial 4


sobre a Educação para Todos e aponta os princípios de uma educação especial de uma pedagogia centrada na criança. O conjunto de recomendações e propostas da Declaração de Salamanca, é guiado pelos seguintes princípios: a educação é um direito de todos, independentemente das diferenças individuais; qualquer criança com dificuldades de aprendizagem pode ser considerada com necessidades educativas especiais; não são os alunos que se devem adaptar às especificidades da escola mas sim o contrário; o ensino deve ser diversificado e realizado num espaço comum a todas as crianças (Pacievitch, s.d, consultado em 15/06/2010). A Declaração de Salamanca veio permitir que as práticas educativas de hoje se baseiem num ―conceito de igualdade que respeita a diversidade, que não pretenda eliminar a diferença, mas antes valorizá-la‖ (Freitas, 2002). 1.2. Escola Inclusiva A escola tornou-se uma instituição que assenta sobre a ideia do livre acesso a todas as pessoas, independentemente das suas características o que antes não acontecia. Em primeiro lugar será importante fazer uma reflexão sobre a problemática da escola inclusiva, o que implica fazermos uma leitura historicista sobre a evolução da instituição e das culturas escolares. A escola não está isolada das dinâmicas sociais circundantes, pelo contrário; portanto, para compreendermos a relação entre a organização escolar e a evolução social e cultural, temos que pensar na relação entre a cultura escolar e a sociedade de forma a compreender de que modo a escola teve que reconfigurar os seus processos para corresponder à diversidade cultural que actualmente nela se manifesta. Durante muitos anos o sistema educativo foi um sistema selectivo e elitista onde só a monoculturalidade

prevalecia

produzindo

uma

―marginalização

cultural

dos

particularismos”. (Fortuna, 1991)

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O meio escolar era composto por uma homogeneidade dos públicos-alvo, logo os ―diferentes‖ não eram aceites pela comunidade escolar. Havendo essa homogeneidade dos públicos-alvo não havia necessidade de se adoptarem medidas e estratégias para uma população que necessitava de modificações nos seus processos e currículos individuais, sendo estes também homogéneos. A educação de alunos com necessidades educativas especiais não era considerada como necessária, ou mesmo possível, pois não havia expectativas relativamente à capacidade académica desses alunos. A ideia de inclusão, ou seja, a inserção do aluno com Necessidades Educativas Especiais (NEE), (..) nas escolas regulares, ultrapassa o conceito de integração, uma vez que não pretende apenas posicionar o aluno com NEE numa “curva normal”, mas sim assumir que a heterogeneidade que existe entre os alunos é um factor muito positivo, permitindo o desenvolvimento de comunidades escolares mais ricas e mais produtivas. (Correia, 2006). Actualmente, o sistema educativo entende que se deve valorizar a multiculturalidade pois, ―a criança deve, com efeito, descobrir no outro, ao mesmo tempo a alteridade e a semelhança”. (Perotti, 1994) O conceito de escola inclusiva, implica uma nova postura da escola regular que deve propor no projecto pedagógico, no currículo, na metodologia, na avaliação e nas estratégias de ensino, acções que favoreçam a inclusão social e práticas educativas diferenciadas que atendam a todos os alunos. Pois, numa escola inclusiva a diversidade e a heterogeneidade dos alunos é valorizada em detrimento da homogeneidade. Um sistema educacional só pode ser considerado inclusivo quando todos são incluídos, independentemente das suas diferenças, das suas especificidades e das suas idiossincrasias. Tem que haver, obrigatoriamente uma diversificação de currículos, ou seja, currículos individuais, planos educativos de acordo com as necessidades individuais de cada aluno.

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Parte II – O Projecto: Apoio a crianças com NEE nas AEC

1. Caracterização do Projecto O projecto de apoio a Crianças com Necessidades Educativas Especiais (NEE) no âmbito das Actividades de Enriquecimento Curricular (AEC) desenvolvido em parceria pela Associação Nacional de Animação e Educação (ANAE) e pelo Município das Caldas da Rainha, decorreu pelo segundo ano nas Escolas do 1º ciclo do Ensino Básico (1º CEB) das Caldas da Rainha e consistiu no apoio a alunos com NEE durante as AEC, nomeadamente na Actividade Física e Desportiva, no Inglês, na Música, nas TIC e Sensibilização Ambiental, tendo como principal objectivo permitir à criança, não só a promoção do seu desenvolvimento e da sua aprendizagem, mas também, a igualdade de oportunidades, independentemente das suas diferenças quer físicas, cognitivas, culturais, sociais ou económicas. Outro dos objectivos deste projecto foi o de permitir ao professor da disciplina beneficiar deste apoio, uma vez que, com a ajuda de outro técnico pôde ter maior controlo, podendo assim ter mais facilidade na organização e aproveitamento do tempo na aula tendo um apoio específico para o aluno com NEE. Os alunos com NEE acabaram por usufruir de um apoio mais directo, que lhes permitiu ter mais facilidade em trabalhar com o resto da turma e tiveram oportunidade para evoluir na aprendizagem. O facto de ter estado presente na sala de aula um técnico que apoiou a criança com NEE, optimizou e libertou o Professor da turma da preocupação de atender ou gerir as dificuldades desses alunos. 2. Como nasceu e surgiu o projecto O projecto nasceu de uma recomendação do livro “Actividades de Enriquecimento Curricular: Relatório sobre a sua implementação no 1º Ciclo do Ensino Básico do concelho de Caldas da Rainha”, da autoria de Miguel Oliveira, Raquel Coelho, Rui Matos e Sandrine Milhano e com prefácio de Maria do Céu Roldão. Estes autores com a investigação que fizeram sobre a implementação das AEC e sobre os seus efeitos na vida das escolas, professores e crianças, definiram um vasto leque de 7


recomendações para que nos anos seguintes estas actividades pudessem ter mais qualidade. Destas recomendações destacamos a que deu origem ao projecto supra mencionado que afirma a necessidade de ―apoio a crianças com NEE nas AEC, uma vez que os docentes têm dificuldade em trabalhar com turmas que integrem estas crianças‖. Neste livro, os autores defendem ainda que, embora os apoios educativos tenham sido reduzidos pelo Ministério da Educação, o apoio a crianças com NEE nas AEC ―deveria estar em conformidade com o apoio concedido em horário lectivo‖. Assim, no ano lectivo de 2008/09, surgiu este projecto nas escolas do 1º ciclo do Ensino Básico (1º CEB) do concelho das Caldas da Rainha depois de uma equipa de investigadores ter chegado à conclusão que muitas crianças com Necessidades Educativas Especiais (NEE) não se inscreviam ou eram afastadas das Actividades de Enriquecimento Curricular (AEC) nas escolas portuguesas. 3. Implementação do projecto No início do ano lectivo, foram realizadas reuniões com as equipas de Educação Especial de cada agrupamento onde se recolheram listas de todas as crianças com NEE que frequentam as escolas do 1º CEB do concelho de Caldas da Rainha, e que estão inscritas nas AEC. No total, foram abrangidas por este projecto, 3 agrupamentos, 6 escolas e 10 crianças. Posteriormente, foi elaborado um horário (Anexo1), de acordo com as AEC onde a técnica responsável por este projecto se deslocou às escolas com o objectivo de dar apoio aos alunos com NEE, de uma forma mais pessoal e personalizada. O apoio foi realizado na sala de aula, sendo as sessões de 45 minutos, e quando necessário, os currículos eram alterados e adaptados às condições e características individuais de cada criança. Aos encarregados de educação foram enviadas cartas (Anexo 2) a explicar resumidamente em que consistia o projecto (acompanhamento e apoio pedagógico a alunos com NEE nas AEC) e que os seus educandos iriam beneficiar deste apoio.

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4. O papel do técnico no projecto O papel do técnico neste projecto foi o de potenciar a inclusão e a integração de crianças portadoras de várias dificuldades de aprendizagem, no âmbito das AEC, uma vez que estes alunos, sem o apoio existente ficariam sem participar quase sempre nestas actividades. Muitos dos alunos com NEE no ano anterior não estavam inscritos nas AEC precisamente porque não conseguiam acompanhar a aprendizagem na turma. Assim, todas as estratégias e técnicas utilizadas foram com o intuito de que o aluno beneficiado por este apoio tivesse uma integração possível e o bem estar afectivo no espaço escolar.

5. Caracterização da Instituição A Associação Nacional de Animação e Educação (ANAE) é um projecto que começou a ser pensado no final do ano de 2003 e que em 2004 viu aprovados os seus estatutos, por um grupo de 20 sócios fundadores. Publicado no diário da república em 28 de Fevereiro de 2005. Surge com o objectivo de promover uma estrutura que complemente e desenvolva a qualidade das práticas dos agentes educativos individuais ou colectivos em jardins-de-infância, escolas, ateliers de tempo livre, instituições de apoio à terceira idade, cujos objectivos cruzem com o que se pretende oferecer à comunidade. Numa fase inicial este projecto foi pensado para aplicar no concelho de Caldas da Rainha, embora a médio/ longo prazo, se possa estender a outros concelhos e distritos atingindo um âmbito nacional. A ANAE surge na comunidade educativa, tentando dar resposta a novos paradigmas aos quais a escola tradicional não consegue responder. Assim, os beneficiários da ANAE são a Comunidade Educativa em geral, especificamente todos os associados da ANAE, todos os profissionais de educação e animação e todas as instituições educativas públicas e/ou privadas que participem directamente nas suas actividades ou indirectamente através do conhecimento e acompanhamento dos projectos.( Site ANAE)

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6. Caracterização e estratégias utilizadas nos alunos abrangidos pelo projecto Nome: Ana Ano: 2º Ano Escola: EBI/JI do Bairro dos Arneiros Tempo semanal de acompanhamento: 45 m

Disciplinas a que é acompanhado: TIC Professora AEC: Ana Rita Amaral NEE: Síndrome de Asperger

A síndrome de Asperger, transtorno de Asperger ou desordem de Asperger, é uma síndrome do espectro autista, diferenciando-se do autismo clássico por não comportar nenhum atraso ou retardo global no desenvolvimento cognitivo ou da linguagem do indivíduo. A SA é mais comum no sexo masculino. Quando adultos, muitos podem viver de forma comum, como qualquer outra pessoa que não possui a síndrome. Características A SA é caracterizada por: Interesses específicos e restritos ou preocupações com um tema em detrimento de outras actividades; Rituais ou comportamentos repetitivos; Peculiaridades na fala e na linguagem; Padrões de pensamento lógico/técnico extensivo; Comportamento socialmente e emocionalmente impróprio e problemas de interacção interpessoal; Problemas de comunicação; Habilidade para desenhar para compensar a dificuldade de se expressar verbalmente; Transtornos motores, movimentos desajeitados e descoordenados. Segundo alguns estudos, apresentam imaginação e criatividade fantasiosa mais reduzida do que uma criatividade com bases em factos reais;Frequentemente, com um Q.I. verbal significativamente mais elevado que o não-verbal. Diferenças sociais Apesar de não haver uma única distinção comum a todos os portadores de SA, as dificuldades com o convívio social são praticamente universais, e portanto também são um dos critérios definidores mais relevantes. As pessoas com SA não têm a habilidade natural de perceber as subtilezas da interacção social, e podem não ter capacidade de expressar o seu próprio estado emocional, resultando em observações e comentários que podem soar ofensivos apesar de bemintencionados, ou na impossibilidade de identificar o que é socialmente "aceitável". As regras informais do convívio social que angustiam os portadores de SA são descritas como "o currículo oculto". Os Aspergers precisam aprender estas aptidões sociais intelectualmente de maneira clara, seca, lógica como a matemática, em vez de intuitivamente por meio da interacção emocional normal. Os não-autistas são capazes de captar informação sobre os estados cognitivos e emocionais de outras pessoas baseadas em "pistas" deixadas no ambiente social e em traços como a expressão facial, linguagem corporal, humor e ironia. Já os portadores de SA não têm essa capacidade, o que é às vezes chamado de "cegueira emocional". Este fenómeno também é considerado uma carência de teoria da mente. Sem isso, os indivíduos com SA não conseguem reconhecer nem entender os pensamentos e sentimentos dos demais. Desprovidos dessa informação intuitiva, não podem interpretar nem compreender os desejos ou intenções dos outros e, portanto, são incapazes de prever o que se pode esperar dos demais ou o que estes podem esperar deles. Isso geralmente leva a comportamentos impróprios e anti-sociais. Uma pessoa com SA pode ter problemas em compreender as emoções alheias: as mensagens passadas pela expressão facial, olhares e gestual tem um impacto baixo, mas não nulo (como no

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caso dos psicopatas). Eles também podem ter dificuldades em demonstrar empatia. Assim, Aspergers podem parecer egoístas, egocêntricos ou insensíveis. Na maioria dos casos, estas percepções são injustas porque os portadores da Síndrome são neurologicamente incapazes de entender os estados emocionais das pessoas à sua volta. Eles geralmente ficam chocados, irritados e magoados quando lhes dizem que as suas acções são ofensivas ou impróprias. É evidente que pessoas com SA têm emoções. Mas a natureza concreta dos laços emocionais que venham a ter (ou seja, com objectos em vez de pessoas) pode parecer curiosa ou até ser uma causa de preocupação para quem não compartilha da mesma perspectiva. Caracterização do aluno acompanhado: Ao nível das funções mentais, o aluno apresenta dificuldades ligeiras nas funções da orientação no espaço e no tempo, psicossociais globais, intrapessoais, do temperamento e da personalidade, da atenção, psicomotoras, da percepção, cognitivas de nível superior, da linguagem, de articulação e da fluência e do ritmo da fala. Apresenta dificuldades ligeiras ao nível das funções neuromusculoesqueléticas e funções relacionadas com o movimento, com o controle do movimento voluntário e relacionadas com os músculos e movimento. Dificuldades do Aluno: Dificuldades em dirigir e manter a atenção, dispersando por vezes e apresentando uma atitude ausente, às vezes abanando a cabeça, outras vezes levantando-se do seu lugar deambulando pela sala, sendo necessário a supervisão e intervenção do professor para que isso não aconteça. Dificuldades em participar em conversas ou discussões em grande grupo. Em conversas duais, verifica-se a sua centração em temas específicos do seu interesse pessoal, e muita tendência para mudar de assunto na conversa, ignorando os tópicos da conversa do interlocutor. Dificuldades ao nível da coordenação dos movimentos finos da mão, o que diminuem consideravelmente a sua autonomia na sala de aula. Estratégias e técnicas utilizadas: Reforço da capacidade de atenção/concentração; Identificação e pormenorização de tarefas, Reforço positivo das aquisições, Acompanhamento individualizado das tarefas, Conclusão: Estes procedimentos têm em conta a informação contida no PEI do aluno, elaborado em 2008/09. No entanto, na minha relação com o aluno, verifico que o mesmo regista evoluções limitadas. O aluno tem fraca capacidade de resistência à frustração, tornando-se agressivo quando é contrariado, sendo muito dependente do reforço afectivo. Os outros intervenientes (pais) no processo educativo do aluno deveriam ter uma atitude mais coerente com a linha de intervenção uma vez que não contrariam em nada o aluno.

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Nome: Bruno Ano: 3º Ano Disciplinas a que é acompanhado: Inglês / Música Escola: Centro Educativo Nossa Sra. do Pópulo Professora AEC: Carla Rijo / André Silva Tempo semanal de NEE: Encefalopatia; Deficiência mental moderada acompanhamento: 135 m Encefalopatia: Afecção do cérebro, geralmente de origem tóxica, degenerativa ou vascular. Deficiência mental: Em 1992, a Associação Americana de Deficiência Mental caracterizou a deficiência mental em três critérios: funcionamento intelectual avaliado em termos de Q.I abaixo da média; Limitações significativas em duas ou mais áreas do comportamento adaptativo; Verificação dessas características desde a infância. As causas apontadas, por esta associação, como factores responsáveis por esta deficiência podem resultar da malnutrição, da doença, a subestimulação da criança depois do nascimento, ou ainda, no caso de deficiência mental severa, à irregularidade genética, ou anomalias cromossomáticas, traumas no momento do nascimento ou infecções nesse momento ou durante o primeiro ano de vida. A deficiência mental pode ocorrer no seio de qualquer família, tendo mais registos de incidência em meios urbanos e rurais mais desfavorecidos. A deficiência mental é classificada como ligeira (défice cognitivo), moderada ou severa. Crianças com deficiência mental moderada podem adquirir hábitos de autonomia pessoal e social, tendo maiores dificuldades para os últimos. Podem aprender a comunicar pela linguagem verbal, mas apresentam frequentemente dificuldades na expressão oral e na compreensão dos convencionalismos sociais. Apresentam um desenvolvimento motor aceitável e têm possibilidade para adquirir alguns conhecimentos pré-tecnológicos básicos que lhes permitam realizar algum trabalho. Dificilmente chegam a dominar as técnicas instrumentais de leitura, escrita e cálculo. Os portadores deste transtorno, são dependentes de cuidadores e necessitam de atendimento multiprofissional a fim de minimizar os problemas decorrentes da deficiência. Quanto mais cedo houver um diagnóstico e mais precoce for a intervenção melhores serão os resultados. Principais dificuldades: No que se refere à aprendizagem, revela uma grande discrepância entre o seu desempenho actual em consideração ao que é esperado e desejado para a sua faixa etária; O seu ritmo de trabalho é muito lento devido às limitações na mobilidade e nos movimentos grafomotores; Ao nível da linguagem expressiva existem alterações ao nível do ritmo, do tom que é baixo, da velocidade e na precisão articulatória de alguns sons. Possui um vocabulário reduzido; Ao nível da linguagem compreensiva segue instruções desde que dadas uma de cada vez e compreende o sentido de frases simples. Ao nível da leitura e da escrita conhece todas as letras do abecedário. Não adquiriu a técnica da leitura e da escrita. Possui muitas dificuldades graves na escrita devido às limitações grafomotoras. O traço é muito irregular, quase ilegível; Ao nível da mobilidade e devido a lesão cerebral, apresenta o lado direito do corpo limitado e possui perturbação na marcha e ataxia (falta de coordenação dos movimentos) com afectação da força muscular e do equilíbrio;

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Ao nível das funções intelectuais apresenta deficiência moderada. Estratégias e técnicas utilizadas: Estimulação afectiva; Utilização de actividades e exercícios (com uma componente lúdica) visando as aquisições curriculares elementares; Reforço e valorização das aquisições e aprendizagens (embora muito limitadas). Conclusão: Estes procedimentos têm em conta a informação contida num relatório do processo do aluno, elaborado em 2008/09. Considerando a intervenção realizada junto do aluno, constata-se que o mesmo realiza uma progressão muito lenta devido às limitações evidenciadas. O que se pretende com o aluno não é tanto o da aprendizagem curricular formal mas sim, a integração possível e o bem-estar afectivo no espaço escolar.

Nome: João Ano: 4º Ano Escola: EBI/JI do Bairro dos Arneiros Tempo semanal de acompanhamento: 45 m

Disciplinas a que é acompanhado: TIC Professora AEC: Jorge Ângelo NEE: “Ataxia-telangiectasia”

Doença neurológica do sistema imunitário que lhe está a provocar, progressivamente, perda de capacidades motoras. A sua situação é considerada muito problemática e complexa, isto porque a sua doença é degenerativa (afectando a sua autonomia, mobilidade, comunicação, entre outras…), necessitando de apoio permanente, equipamento ergonómico às suas características e, ainda, a continuação de estimulação individualizada através das várias terapias (ocupacional, psicológica, terapia da fala, entre outras). A ataxia-telangiectasia: A ataxia-telangiectasia é uma doença hereditária que afecta tanto o sistema nervoso como o imunitário. As anomalias no cerebelo, uma parte do encéfalo que controla a coordenação, causam o aparecimento de movimentos descoordenados (ataxia). Os referidos movimentos anormais costumam surgir quando a criança começa a andar, mas podem prolongar-se até aos 4 anos. Verificam-se dificuldades na fala, debilidade muscular e, por vezes, atraso mental. As telangiectasias (dilatações dos capilares), são muito evidentes na pele e nos olhos e desenvolvem-se entre 1 e 6 anos de idade e, em geral, são mais evidentes nos olhos, orelhas, asas do nariz e nos braços. Surgem, com frequência, infecções brônquicas, pneumonia e infecções dos seios, que podem evoluir para problemas pulmonares crónicos. As perturbações do sistema endócrino podem levar a testículos pequenos, infertilidade e diabetes. Muitas crianças com ataxia-telangiectasia têm cancro, em particular leucemia, tumores cerebrais e cancro do estômago. A ataxia-telangiectasia progride geralmente até causar debilidade muscular progressiva, demência e morte. Características do aluno acompanhado: Ao nível das funções mentais globais - Funções do Temperamento e da Personalidade; do sono; (Funções Mentais Específicas) da atenção; da memória; psicomotoras; controle psicomotor;

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emocionais; da percepção; cognitivas básicas; cognitivas de nível superior; mentais da linguagem; do cálculo. Ao nível das Funções Sensoriais e Dor: Funções da visão; dos anexos do olho; auditivas; vestibulares. Ao nível das Funções da Voz e da Fala: Funções da voz; de articulação; da fluência e do ritmo da fala. Ao nível das Funções (…) dos Sistemas Hematológico e Imunológico (…): funções do sistema imunológico. Ao nível das Funções Neuromusculo-esqueléticas e Funções relacionadas com o Movimento: funções relacionadas com a mobilidade das articulações e com a estabilidade das funções das articulações; com a força muscular; com o tónus muscular; com a resistência muscular; com reflexos motores; com reacções motoras involuntárias; com o controlo do movimento voluntário; com o controlo do movimento involuntário; com o padrão de marcha; c/ os músculos e funções do movimento. Actividade e Participação: O aluno manifesta dificuldades ao nível das Actividades e da Participação, tendo como correlação o seu perfil de funcionalidade e, essencialmente, limitações na realização de certas actividades que passamos a enunciar: Ao nível da Aprendizagem e Aplicação de Conhecimentos: observar; desenvolvimento da linguagem; adquirir conceitos; aprender a ler; aprender a escrever; aprender a calcular; adquirir competências; concentrar a atenção; dirigir a atenção; calcular; resolver problemas; tomar decisões. Ao nível das Tarefas e Exigências Gerais –Levar a cabo uma tarefa única; levar a cabo tarefas múltiplas; levar a cabo a rotina diária. Ao nível da Comunicação –Comunicar e receber mensagens orais; comunicar e receber mensagens escritas; escrever mensagens; falar; discussão; utilização de dispositivos e de técnicas de comunicação. Ao nível da Mobilidade - Mudar as posições básicas do corpo; manter a posição do corpo; auto-transferências; levantar e transportar objectos; mover objectos com os membros inferiores; actividades de motricidade fina da mão; utilização da mão e do braço; utilização de movimentos finos do pé; andar; deslocar-se. Ao nível dos Autocuidados – Lavar-se; cuidar de partes do corpo; vestir-se; comer; beber; cuidar da sua própria segurança. Dificuldades do Aluno: O aluno revela pouca autonomia funcional e pessoal relativamente a algumas actividades da vida diária e locomoção, necessitando de apoio do adulto. Nas tarefas escolares manifesta autonomia na execução embora precise de mais tempo para as realizar/concluir, por se cansar facilmente e ter um tempo de atenção/concentração reduzido, e de muitos elogios e reforços positivos. O seu ritmo de trabalho/aprendizagem muito lento, com curtos períodos de atenção e de concentração, associados a comportamentos de dispersão e alheamento, sendo necessário chamar-lhe atenção para a tarefa a desenvolver com ele, com alguma frequência. Necessita de sistematizar e repetir os conteúdos a aprender, recorrendo, essencialmente, a materiais lúdicodidácticos, para promover e reforçar as competências específicas. Revela pouca elasticidade de raciocínio, memorização e retenção da informação. No domínio da Língua Portuguesa, ao nível da expressão oral e escrita, necessita de mais tempo para a decifração de alguns conteúdos programáticos por acesso a conhecimentos, organizados na memória. A oralidade tem sido a área mais privilegiada e a mais estimulada. Porque a sua

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incapacidade psicomotora provoca-lhe sofrimento e a falta de material ergonómico (o facto do seu síndrome ser degenerativo) não permitem maiores níveis de intervenção na área da expressão escrita. No entanto, os níveis de funcionalidade na participação oral revelam uma falta de controlo da voz (tom e entoação) e da fala. Esta assume contornos de uma fala arrastada com uma dicção irregular, principalmente, quando o cansaço se acentua. Como o aluno está ainda a consolidar a técnica da leitura, as actividades passam sempre primeiro pela exploração oral. No domínio da Matemática, revela por vezes, algumas dificuldades na comunicação dos seus raciocínios matemáticos, assim como na auto-confiança para fazê-lo. Para além de revelar dificuldades para resolver alguns processos de resolução de alguns problemas, ainda, manifesta dificuldades para compreender e analisar os erros cometidos e ensaiar estratégias alternativas. Em relação ao cálculo necessita sistematizar nomeadamente o processo de cálculo, e em alguns casos concretizar. No domínio do Estudo do Meio, o aluno revela bastante dispersão na compreensão e dos conceitos e conhecimentos mais complexos promovidos nesta área curricular. Apenas importa realçar aqueles que ajudem a desenvolver competências funcionais (os dias da semana, os meses do ano; as estações do ano; as preferências e gostos pessoais; cuidados de higiene e segurança pessoais, entre outros). Estratégias e técnicas utilizadas: Estimulação afectiva; Utilização de actividades e exercícios recorrendo ao uso das TIC, curriculares elementares neste âmbito; Reforço e valorização das aquisições e aprendizagens, embora lentas.

visando as aquisições

Conclusão: Estes procedimentos têm em conta a informação contida no PEI do aluno, elaborado em 2008/09. Considerando a intervenção realizada junto do aluno, constata-se que o mesmo realiza uma progressão muito lenta devido às limitações evidenciadas. O que se pretende com o aluno será a consolidação e a retenção das aprendizagens limitadas que o aluno consegue realizar.

Nome: Pedro Ano: 1º Ano Disciplinas a que é acompanhado: TICe Inglês Escola: Centro Educativo N. Sra. do Pópulo Professora AEC: Jorge Ângelo / Carla Rijo Tempo semanal de acompanhamento: 135 m NEE: Autismo O autismo é uma disfunção global do desenvolvimento. É uma alteração que afecta a capacidade de comunicação do indivíduo, de estabelecer relacionamentos e de responder apropriadamente ao ambiente — segundo as normas que regulam essas respostas. Algumas crianças, apesar de autistas, apresentam inteligência e fala intactas, outras apresentam sérios atrasos no desenvolvimento da linguagem. Alguns parecem fechados e distantes, outros presos a comportamentos restritos e rígidos padrões de comportamento. Os diversos modos de manifestação do autismo também são designados de espectro autista, indicando uma gama de possibilidades dos sintomas do autismo. Um dos mitos comuns sobre o autismo é de que pessoas autistas vivem em seu mundo próprio, interagindo com o ambiente que criam; isto não é verdade. Se, por exemplo, uma criança autista

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fica isolada no seu canto observando as outras crianças a brincar, não é porque ela está desinteressada dessas brincadeiras ou porque vive no seu mundo, é porque simplesmente ela tem dificuldade de iniciar, manter e terminar adequadamente uma conversa. Outro mito comum é de que quando se fala em uma pessoa autista geralmente se pensa em uma pessoa retardada que sabe poucas palavras (ou até mesmo que não sabe nenhuma). A dificuldade de comunicação, em alguns casos, está realmente presente, mas como dito acima nem todos são assim: é difícil definir se uma pessoa tem atraso mental se nunca teve oportunidades de interagir com outras pessoas ou com o ambiente. Características do autismo Nem todos os autistas são iguais, existem autistas mais sociais que outros, outros são mais intelectuais, e assim por diante. Por isso dá-se o nome de Espectro Autista a estas diferentes manifestações do autismo: o autismo tem vários graus de intensidade, desde os mais graves (o autismo típico em que as pessoas geralmente pensam) até os casos mais subtis. Muitos autistas não são muito diferentes de pessoas tidas como normais: possuem hábitos consolidados, reagem com dificuldade a situações que os desagradam, possuem manias e preferências. As características mais comuns do autismo são: Dificuldade na interacção social (como todo e qualquer indivíduo, por exemplo); Dificuldade acentuada no uso de comportamentos nãoverbais (contacto visual, expressão facial, gestos); Sociabilidade selectiva; Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses e actividades: Preocupação insistente com um ou mais padrões estereotipados (movimento circular, por exemplo); Assumir de forma inflexível rotinas ou rituais (ter "manias" ou focalizar-se num único assunto de interesse, por exemplo); Maneirismos motores estereotipados (agitar ou torcer as mãos, por exemplo); Preocupação insistente com partes de objectos, em vez do todo (fixação na roda de um carrinho ou na boca de alguém que fala, por exemplo); Seguir uma vida rotineira e resistir mais do que uma pessoa comum resistiria quando ela é mudada; Tendência para uma leitura concreta e imediatista do contexto, seja ele linguístico ou ambiental ("levar tudo ao pé da letra"). Principais dificuldades do aluno acompanhado: Ao nível das ―funções mentais específicas‖ o aluno apresenta deficiência moderada ao nível das funções cognitivas de nível superior; Ao nível da ―aprendizagem e aplicação de conhecimento‖ o aluno apresenta dificuldades graves ao nível da aquisição de competências, em concentrar e dirigir a atenção e dificuldades graves em tomar decisões; Ao nível da ―realização de tarefas e exigências gerais‖ o aluno apresenta deficiência moderada em gerir o próprio nível de actividade, assim como lidar com o stress; Ao nível da ―comunicação‖ o aluno apresenta uma dificuldade média, sendo necessário repetir e simplificar as instruções; Ao nível da mobilidade o aluno apresenta dificuldades moderadas em manter-se sentado o tempo necessário para realizar as tarefas, apresenta ainda, grave deficiência ao nível da utilização de movimentos finos da mão e dos pés. Estratégias e técnicas utilizadas: Reforço da capacidade de atenção/concentração; Identificação e pormenorização de tarefas, Reforço positivo das aquisições, Acompanhamento individualizado das tarefas.

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Conclusão: Estes procedimentos têm em conta a informação contida no PEI do aluno, elaborado em 2008/09. No entanto, na minha relação com o aluno, verifico que o mesmo regista evoluções face ao descrito. Considerando a intervenção realizada junto do aluno, apoiando as suas aquisições, posso afirmar que o aluno tem tido uma boa evolução na sua aprendizagem, nomeadamente no domínio das competências sociais, da sua integração e ao nível das aprendizagens curriculares (é um dos melhores alunos da turma).

Ano: 3º Ano

Disciplinas a que é acompanhado: Inglês

Nome: Marco Escola: Centro Educativo Salir de Matos Professora AEC: Liliana Silva Tempo semanal de NEE: PHDA; Discalculia, Disgrafia, Dislexia e acompanhamento: 45 m ligeiro défice cognitivo. Perturbação de hiperactividade com défice de atenção (PHDA): A PHDA é uma perturbação de origem neurobiológica caracterizada por: Grau de desatenção inapropriado para a idade; Com, ou sem, hiperactividade e impulsividade; Presente em diferentes contextos (casa, escola, trabalho); Perturba o desempenho pessoal (social, académico, laboral); Não é atribuída a outra perturbação do desenvolvimento ou do foro da pedopsiquiatria. Manifestações clínicas Falta de Atenção Não prestam atenção aos detalhes e por isso cometem erros; têm dificuldade em manter a atenção durante as tarefas ou jogos; parecem não ouvir o que se lhes diz; não seguem instruções e não terminam as tarefas e actividades propostas; dificuldade na organização de tarefas e de actividades; evitam, não gostam ou são relutantes em iniciar tarefas que requeiram concentração (trabalhos escolares); perdem objectos importantes ou imprescindíveis a um adequado desempenho em tarefas ou em jogos; distraem-se facilmente com estímulos desinteressantes e irrelevantes; esquecem-se de executar as tarefas diárias comuns. Impulsividade Facultam respostas a perguntas que não foram completadas; podem ter dificuldade em esperar pela sua vez; interrompem ou intrometem-se nas actividades dos outros (interrompem conversas ou jogos); facultam respostas a perguntas que não foram completadas. Hiperacticidade Mexem as mãos e os pés e não se mantêm sentados; levantam-se na sala de aula ou em outras situações em que é exigida a posição de sentado; correm, saltam e trepam de uma forma excessiva, em situações inapropriadas; têm dificuldade em participar em jogos ou em actividades de uma forma calma; parecem ter uma energia inesgotável e estão sempre na disposição de mudar; falam demasiado. Dislexia: A Dislexia caracteriza-se por uma dificuldade na área da leitura, escrita e soletração. A dislexia costuma ser identificada nas salas de aula durante a alfabetização.

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Disgrafia: Por definição, disgrafia é o transtorno da escrita, de origens funcionais, que surge nas crianças com adequado desenvolvimento emocional e afectivo, onde não existem problemas de lesão cerebral, alterações sensoriais ou história de ensino deficiente do grafismo da escrita. A criança disgráfica é vítima de transtornos que provém ora do plano motor, ora do plano perceptivo, ora do plano simbólico. A dificuldade de integração visual-motora dificulta a transmissão de informações visuais ao sistema motor. ―A criança vê o que quer escrever, mas não consegue idealizar o plano motor‖. A sua escrita é nitidamente diferente da escrita da criança normal, o que não acarreta homogeneidade no interior do grupo dos disgráficos. Disgrafia padronizada não existe, encontram-se diversos tipos de disgrafia, é como se a criança desenvolvesse o seu problema de acordo com as modalidades que lhe são próprias, imprimindolhe estilo pessoal. De modo geral a criança disgráfica apresenta uma série de sinais, ou manifestações como: Má organização da página; texto sem unidade, desordenado; aspecto do conjunto ―sujo‖; letras deformadas; choques entre as letras; traços de má qualidade; letras corrigidas diversas vezes; enlaces mal feitos; espaços entre as linhas e palavras irregulares, linhas mal mantidas; pouco grau de nitidez entre as letras; dimensões exageradas (muito grandes ou pequenas); desproporção entre pernas e hastes; postura gráfica incorrecta; pressão e suporte inadequados dos instrumentos de escrita; ritmo de escrita muito lento ou muito rápido; dificuldades na escrita de números e letras; dificuldades de imitar o que vê (martelar, amarrar sapatos, fazer mímicas); fenómenos dolorosos geralmente por hipertonia de mão e dedos; dificuldades para copiar letras e outros símbolos pois não oferecem pista dos padrões motores que se deve usar; desenhos distorcidos, mal colocados na folha, sem proporção ou planeamento e pobres em detalhes; excessiva inclinação da folha ou ausência de inclinação. Discalculia: A discalculia é um distúrbio que dificulta a aprendizagem, pois impede que o indivíduo compreenda os processos matemáticos, mesmo que ela tenha um QI normal ou acima do normal. De acordo com Belleboni (apud: GARCIA, 1998), a discalculia é uma dificuldade de aprendizagem evolutiva, que não causa lesão e que não é causada por nenhuma deficiência mental, déficits auditivos e nem pela má escolarização. As crianças que apresentam este tipo de dificuldade realmente não conseguem entender o que está a ser pedido nos problemas propostos pela professora. Não conseguem descobrir a operação pedida no problema: somar, diminuir, multiplicar ou dividir. Além disso, é muito difícil para elas entenderem as relações de quantidade, ordem, espaço, distância e tamanho. E isso algumas vezes é entendido pelos pais e professores como preguiça. A criança não se interessa pela actividade pelo simples facto de não a compreender. ―A discalculia apresenta-se como uma imaturidade das funções neurológicas ou uma disfunção sem lesão.‖ (Bombonatto, 2006) Ligeiro défice cognitivo ou deficiência mental ligeira: Em 1992, a Associação Americana de Deficiência Mental caracterizou a deficiência mental em três critérios: Funcionamento intelectual, avaliado em termos de Q.I abaixo da média;

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Limitações significativas em duas ou mais áreas do comportamento adaptativo; Verificação dessas características desde a infância. As causas apontadas, por esta associação, como factores responsáveis por esta deficiência podem resultar da malnutrição, da doença, a subestimulação da criança depois do nascimento, ou ainda, no caso de deficiência mental severa, à irregularidade genética, ou anomalias cromossomáticas, traumas no momento do nascimento ou infecções nesse momento ou durante o primeiro ano de vida. A deficiência mental pode ocorrer no seio de qualquer família, tendo mais registos de incidência em meios urbanos e rurais mais desfavorecidos. A deficiência mental é classificada como ligeira (défice cognitivo), moderada ou severa. Características: Deficiência Mental Ligeira Ritmo de aprendizagem mais lento; Grau de desenvolvimento mental ligeiramente abaixo da média esperada para a idade; Imaturidade emocional; Dificuldade de memória a curto prazo; Observado após o ingresso para a escolaridade obrigatória (1º ciclo). Principais dificuldades do aluno acompanhado: PHDA; Dislexia; Discalculia; Disgrafia; Ligeiro défice cognitivo ou deficiência mental ligeira; Problemas ao nível das funções do temperamento e da personalidade e emocionais. O aluno necessita de estar motivado e deve-se apoiar os seus esforços, valorizando todos os seus sucessos por pequenos que sejam. Estratégias e técnicas utilizadas: Reforço da capacidade de atenção/concentração; Identificação e pormenorização de tarefas, Reforço positivo das aquisições, Acompanhamento individualizado das tarefas, O aluno tem pouca autonomia, baixa auto-estima e falta de confiança, mas quando é directamente acompanhado nas tarefas corresponde e realiza-as com agrado. Conclusão: Estes procedimentos têm em conta a informação contida no PEI do aluno, elaborado em 2008/09. No entanto, na minha relação com o aluno, verifico que o mesmo só realiza as tarefas quando é directa e pessoalmente acompanhado e estimulado afectivamente. Considerando a intervenção realizada junto do aluno, apoiando as suas aquisições, posso afirmar que o aluno tem tido alguma evolução na sua aprendizagem. No entanto, esta aprendizagem não se consolida de forma permanente, necessitando constantemente de confirmação e reforços positivos por parte da técnica. Assim, constato que a intervenção junto deste aluno não visará tanto as aquisições curriculares mas sim, a conquista de autonomia e auto-confiança, as quais, devidamente consolidadas, lhe permitirão futuramente não depender tanto do adulto.

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Nome: Maria Ano: 4º Ano Disciplinas a que é acompanhado: Inglês Escola: EB1 Parque Professora AEC: Patrícia Rocha Tempo semanal de acompanhamento: 90 m NEE: Problemas Cognitivos e Emocionais Principais dificuldades: Comprometimento ao nível das funções mentais globais, especificamente nas funções da orientação no espaço e no tempo, psicossociais, do temperamento e da personalidade. Apresenta também dificuldades a algumas funções mentais específicas, tais como, funções da atenção, da memória, emocionais, cognitivas básicas e de cálculo. As dificuldades de aprendizagem, surgem principalmente, como consequência dos níveis de atenção/concentração serem reduzidos, da fraca capacidade de memorização e também da existência de uma instabilidade emocional, com diminuta resistência à frustração e baixa autoestima. Estratégias e técnicas utilizadas: Estimulação afectiva; Reforço da capacidade de atenção/concentração; Identificação e pormenorização de tarefas, Acompanhamento individualizado das tarefas, Reforço e valorização das aquisições e aprendizagens. Conclusão: Estes procedimentos têm em conta a informação contida no PEI do aluno, elaborado em 2008/09. No entanto, na minha relação com o aluno, verifico que o mesmo regista evoluções face ao descrito. Considerando a intervenção realizada junto do aluno, apoiando as suas aquisições, posso afirmar que o aluno tem tido alguma evolução na sua aprendizagem, graças aos reforços positivos utilizados que contribuem para aumentar a sua confiança, permitindo-lhe ganhar autonomia na realização das tarefas.

Nome: Magda

Ano: 1º Ano

Disciplinas a que é acompanhado: TIC; Inglês; Música; Actividade Física Escola: Salir do Porto Professores AEC: Ana Rita Amaral; Liliana Silva; Isabel; Bruno Grilo Tempo semanal de NEE: Problemas cognitivos, Motores; Sensoriais – Portadora de acompanhamento: 315 m uma doença degenerativa do Sistema Nervoso Central em estudo Multideficiência: A multideficiência ou deficiências associadas define-se como sendo o conjunto de duas ou mais incapacidades ou diminuição de ordem física, psíquica ou sensorial. Para que haja deficiências associadas tem de haver simultaneamente na mesma pessoa duas ou mais deficiências (psíquicas, físicas e sensoriais). Estas deficiências não têm de ter relação de dependência entre si, quer dizer, uma das deficiências não condiciona que exista outra ou outras deficiências. Também não tem de haver uma deficiência mais importante do que a outra ou outras.

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Características do aluno: Atraso Psicomotor; Quadro neuromotor de tetraparésia epástica; Estrabismo convergente bilateral e nistagmo bilateral; Tónus globalmente aumentado, mais acentuado à esquerda; Totalmente dependente do adulto para AVD; Controlo dos esfinteres inconsistente; Sem capacidade de marcha, dependente de terceira para deambulação em cadeira de transporte; Dificuldades acentuadas ao nível da linguagem expressiva. Estratégias e técnicas utilizadas: Estimulação afectiva; Utilização de actividades lúdicas visando as aquisições curriculares elementares; Reforço da socialização. Conclusão: Estes procedimentos têm em conta a informação contida no PEI da aluna, elaborado em 2008/09. Considerando a intervenção realizada junto da aluna, constata-se que a mesma realiza uma progressão muito lenta devido às limitações evidenciadas. O que se pretende com a aluna não é tanto o da aprendizagem curricular formal mas sim, a integração possível e o bem-estar afectivo no espaço escolar.

Nome: Ricardo Ano: 4º Ano Disciplinas a que é acompanhado: Inglês Escola: Salir do Porto Professores AEC: Liliana Freitas Tempo semanal de acompanhamento: 90 m NEE: Deficiência Mental Moderada. Deficiência Mental: Em 1992, a Associação Americana de Deficiência Mental caracterizou a deficiência mental em três critérios: Funcionamento intelectual, avaliado em termos de Q.I abaixo da média; Limitações significativas em duas ou mais áreas do comportamento adaptativo; Verificação dessas características desde a infância. As causas apontadas, por esta associação, como factores responsáveis por esta deficiência podem resultar da malnutrição, da doença, a subestimulação da criança depois do nascimento, ou ainda, no caso de deficiência mental severa, à irregularidade genética, ou anomalias cromossomáticas, traumas no momento do nascimento ou infecções nesse momento ou durante o primeiro ano de vida. A deficiência mental pode ocorrer no seio de qualquer família, tendo mais registos de incidência em meios urbanos e rurais mais desfavorecidos. A deficiência mental é classificada como ligeira (défice cognitivo), moderada ou severa. Crianças com deficiência mental moderada podem adquirir hábitos de autonomia pessoal e social, tendo maiores dificuldades para os últimos. Podem aprender a comunicar pela linguagem verbal, mas apresentam frequentemente dificuldades na expressão oral e na compreensão dos convencionalismos sociais. Apresentam um desenvolvimento motor aceitável e têm possibilidade para adquirir alguns conhecimentos pré-tecnológicos básicos que lhes permitam realizar algum trabalho. Dificilmente chegam a dominar as técnicas instrumentais de leitura, escrita e cálculo.

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Os portadores deste transtorno, são dependentes de cuidadores e necessitam de atendimento multiprofissional (incluindo: médico, fisioterapeuta/ terapeuta ocupacional, terapeuta da fala, psicólogo, pedagogo (psicopedagogia) entre outros) a fim de minimizar os problemas decorrentes da deficiência. Quanto mais cedo houver um diagnóstico e mais precoce for a intervenção melhores serão os resultados. Principais dificuldades do aluno: Dificuldades severas de aprendizagem; Fraca motivação para as actividades escolares; Ritmo de trabalho muito lento. Estratégias e técnicas utilizadas: Reforço da capacidade de atenção/concentração; Identificação e pormenorização de tarefas; Reforço positivo das aquisições; Acompanhamento individualizado das tarefas; Adaptação curricular ( redução dos conteúdos); Integração social no grupo – turma. Conclusão: Estes procedimentos têm em conta a informação contida no relatório elaborado pela Professora Titular do aluno no ano lectivo transacto. No entanto, na minha relação com o aluno, verifico que o mesmo regista evoluções face ao descrito. Considerando a intervenção realizada junto do aluno, apoiando as suas aquisições, posso afirmar que o aluno tem tido uma boa evolução na sua aprendizagem, nomeadamente no domínio das competências sociais, da sua integração, uma vez que o aluno era discriminado e rejeitado pelos seus pares; também no domínio das aprendizagens curriculares nota-se alguma evolução, embora lenta, em função das suas capacidades.

Nome: Vasco Ano: 4º Ano Escola: EB1 Parque Tempo semanal de acompanhamento: 90 m

Disciplinas a que é acompanhado: Inglês Professores AEC: Patrícia Rocha NEE: Problemas cognitivos

Principais dificuldades: Comprometimento ao nível das funções mentais globais, especificamente ao nível das funções da orientação do espaço e do tempo, intelectuais e do temperamento e da personalidade; défice ao nível das funções da atenção, da memória, psicomotoras, emocionais, cognitivas básicas, da linguagem e do cálculo. Apresenta também dificuldades ao nível da linguagem oral com graves problemas na dicção, funções da articulação, principalmente em palavras polissilábicas e/ou pouco frequentes no seu vocabulário activo. Estratégias e técnicas utilizadas: Estimulação afectiva; Reforço da capacidade de atenção/concentração; Identificação e pormenorização de tarefas, Acompanhamento individualizado das tarefas, Reforço e valorização das aquisições e aprendizagens.

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Conclusão: Estes procedimentos têm em conta a informação contida no PEI do aluno, elaborado em 2008/09. No entanto, na minha relação com o aluno, verifico que o mesmo regista evoluções face ao descrito. Considerando a intervenção realizada junto do aluno, apoiando as suas aquisições, posso afirmar que o aluno tem tido alguma evolução na sua aprendizagem, graças aos reforços positivos utilizados que contribuem para aumentar a sua confiança, permitindo-lhe ganhar autonomia na realização das tarefas.

7. Metodologia Iniciou-se uma investigação (estudo de caso) para averiguar acerca da eficácia do apoio pedagógico individualizado a crianças com Necessidades Educativas Especiais (NEE), no âmbito das AEC – Actividades de Enriquecimento Curricular. Estudar esta problemática revelou-se um exercício complexo; uma vez que as crianças devido às idades que têm e devido às suas dificuldades não são capazes de formular juízos sobre esta problemática. Portanto, a melhor estratégia foi inquirir os restantes actores e intervenientes no processo de ensino e aprendizagem para tentar captar subjectivamente as suas percepções acerca da validade e eficácia do apoio pedagógico individualizado a crianças com NEE nas AEC. Contou-se então com as opiniões de pais e encarregados de educação caldenses, professores e gestores escolares. Do nosso ponto de vista importava esclarecer uma questão prévia – a questão de partida; as crianças com NEE a frequentar as AEC poderiam obter melhores resultados escolares

e

integrar-se

melhor

se

beneficiassem

de

um

apoio

pedagógico

individualizado? Acessoriamente, interessava-nos também perceber se do ponto de vista dos Professores das AEC o seu trabalho com a turma em geral sairia beneficiado com o apoio individualizado prestado aos seus alunos com NEE. Para investigar esta problemática optámos por uma metodologia qualitativa assente na construção de questionários (Anexo3) a aplicar aos actores e intervenientes no processo de ensino e aprendizagem. Ao todo, responderam aos questionários 61 pessoas, entre Pais/Encarregados de Educação (10), Professores das AEC (29) e Professores Titulares, Professores de Educação Especial e Directores de Agrupamento (22). Para melhor 23


definir o âmbito das questões a averiguar, realizámos previamente um conjunto de entrevistas exploratórias informais, contactando pais, professores, dirigentes das escolas. Para além disto, de forma articulada com o nosso orientador e coordenador, Dr. Luís Miguel Oliveira, dirigente da ANAE – Associação Nacional de Animação e Educação - fizemos consulta bibliográfica e pesquisa na Internet, para melhor compreendermos os contornos desta problemática. O processo de aplicação dos questionários e as entrevistas exploratórias contaram com uma boa colaboração por parte de todos os inquiridos. Apenas sentimos alguma dificuldade no processo de recolha dos questionários devido à dispersão geográfica das escolas abrangidas.

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PARTE III – Conclusões 1. Apresentação dos resultados De acordo com os resultados apurados foi possível concluir que a nossa pergunta de partida é confirmada e validada pelas respostas obtidas. A totalidade dos inquiridos (61) revela uma opinião muito favorável acerca da existência de apoio pedagógico individualizado a crianças com NEE a frequentar as AEC. Constatase ainda, que os professores que leccionam as AEC, 5 declaram maioritariamente que o seu trabalho com a turma é rentabilizado através do apoio individualizado aos alunos com NEE e 16 declaram que os alunos com NEE nas AEC apoiados têm mais facilidade na sua integração/inclusão. Nesta perspectiva, parece haver um consenso geral quanto aos ganhos de eficácia no processo de ensino e aprendizagem e na integração/inclusão destes alunos, decorrentes da articulação entre o trabalho do Professor das AEC e o trabalho da Técnica. Estas percepções são confirmadas também pelos Pais e Encarregados de Educação (10), Professores de Ensino Especial (10) e Professores Titulares (11), que revelam uma opinião maioritariamente favorável à existência deste tipo de apoio. Após a finalização deste estudo podemos afirmar com segurança que a nossa pergunta de partida é confirmada e validada pelos resultados da investigação. Não só os inquiridos mostram ser maioritariamente favoráveis à existência deste tipo de apoio individualizado como evidenciam claramente a importância deste projecto e a relevância da sua continuidade e alargamento ao longo dos próximos anos (60 – 1 inquirido não respondeu). Para a equipa de investigadores, este estudo de caso foi uma mais-valia pelo aprofundar de conhecimentos teórico-práticos neste domínio como também pela experiência enriquecedora no contacto directo com as escolas e com os actores e intervenientes nestes processos.

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Referências bibliográficas Correia, L. (2006). Inclusão e Necessidades Educativas Especiais: um guia para educadores e professores, Porto, Porto Editora. Ferreira, V. (2009). Desenvolvimento Psicomotor de alunos com NEE, Tese Mestrado, Porto. Fortuna, Carlos. (1991). Nem Cila nem Caribdis: somos todos translocais, in, Revista Crítica de Ciências Sociais, n.º 32, Coimbra. Freitas, M. (2002). O Espaço e o Tempo na Diferença. Abordagem Psicossocial e Educacional das Necessidades Educativas Especiais em Idade Precoce. Tese de Mestrado em Relações Interculturais, Porto, Universidade Aberta. Lopes, J. (1996). Tristes Escolas, Práticas Culturais Estudantis no Espaço Escolar Urbano, Porto, Edições Afrontamento. Oliveira, M., Coelho, R., Matos, R. & Milhano, S. (2008). Actividades de Enriquecimento Curricular: Relatório sobre a sua implementação no 1º ciclo do Ensino Básico do concelho das Caldas da Rainha. Leiria: Centro de Investigação Identidades e Diversidades e Folheto Edições e Design. Perotti, A. (1994). Apologia do Intercultural, Secretariado Entreculturas, Lisboa.

Web Sites http://anae.biz/ (Consultado em 17/08/2010) http://portal.ua.pt/nee (Consultado em 17/08/2010) http://www.infoescola.com/educacao/declaracao-de-salamanca/ -(Consultado em 15 /06/2010) http://discalculicos.blogspot.com/2007 - (Consultado em Março 2010)

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