AS AVENLEITURAS DOS GÉMEOS
Autores: Alunos da turma 6.ºC
Responsáveis: Professora de Português: Suzanne Carvalho Professora de Educação Visual: Marta Fernandes Professora Bibliotecária: Teresa Pinto Formatações texto e imagem: Professor Filipe Rocha Aluno: Tiago Guimaraã es
Os geé meos, Ana e Rui, saã o duas crianças com imaginaçaã o feé rtil, como tantas outras! Gostam de viver grandes aventuras e, portanto, a leitura, a sua atividade favorita, abre-lhes a porta de embarque ao conhecimento e descoberta. Nos intervalos, ou em qualquer tempo livre, a biblioteca da escola eé o seu local de encontro e conforto. Adoram o sileê ncio e o cheiro desafiante dos livros, seus grandes companheiros de jornadas e aventuras. Dia apoé s dia, a Bibliotecaé ria veê -os entrar, deambular pelas prateleiras e sentarem-se no canto mais silencioso a ler, a ler como quem vive e sonha… No final de cada leitura, olham um para o outro, sorriem, entregam os livros, e saem com a promessa de “volto jaé ”, nos olhares sonhadores e misteriosos. Certo dia, a Bibliotecaé ria desafia-os a escrever um diaé rio das suas digressoã es pela leitura. Os geé meos entreolham-se, sintonizam o olhar e, cheios de entusiasmo, aceitam a nova e grande aventura. Certo dia, em que fomos para a biblioteca, como era habitual, deparaé monos com a feira do livro usado. Chamou-nos particular atençaã o o livro “A gata das botas”. Perguntaé mos aà Bibliotecaé ria se o podíéamos ler. Olhando-nos, com o sorriso habitual, respondeu-nos que sim. Sentaé mo-nos, observaé mos a ilustraçaã o da capa, onde era visíével uma gata com olhar felino calçada com umas grandes botas. Abrimos o livro, começaé mos a ler e, de repente, entraé mos num mundo de fantasia … Nesta aventura literaé ria eu, o Rui, era o soberano de um castelo e dono de uma gata que, por sua vez, era a Ana.
No castelo havia um fantasma que se transformava em vaé rias realidades, dependendo apenas da sua vontade, o que, por vezes, tornava as coisas menos agradaé veis. Tornara-se um fantasma cheio de caprichos e indomaé vel, o que me preocupava, pois as suas maluquices, por vezes, criavam grandes confusoã es. Um dia, a gata farta de estar aprisionada aos limites do castelo teve uma ideia: pedir ao fantasma, com o seu jeitinho fofo, para se transformar em algo que lhe permitisse viajar, embora justificando que apenas o queria ver fazeê -lo, o que pretendia mesmo era aproveitar o resultado da transformaçaã o para ela proé pria e conhecer outros mundos. O fantasma, cheio de vaidade, transformou-se numas lindas botas maé gicas e voadoras. A gata, mal viu as botas, calçou-as e ordenou-lhes que voassem. O fantasma, bem gritava para que parasse, mas ela saltou, voou, correu bosques e vales, feliz pela liberdade de conhecer o desconhecido. Embora tudo se revelasse belo, a certa altura sentiu saudades de mim, o seu dono e, num solarengo dia, laé voltou ao castelo. Quando a vi, surpreendido e agradecido, peguei nela e afaguei o seu pelo macio. - Entaã o?- diz-me a Ana a rir. - Estou cansada, foi uma viagem e tanto, vamos mas eé para a aula de Portugueê s. Sinto-me inspirada para escrever a histoé ria que a professora nos pediu! Claro que a nossa inspiraçaã o estava ao rubro e, tenho a certeza, vamos escrever uma linda histoé ria, onde naã o vaã o faltar fantasmas e traquinices. Aguardem-nos… Hoje, 2ª feira, como habitualmente, no fim do almoço fomos para a biblioteca. Pegaé mos num livro que, por acaso ou naã o, estava a cair da prateleira e, mal o abrimos, entraé mos num buraco sem fim, mas muito colorido e animado.
De repente, caíémos sobre uma ilha. Parecia longíénqua, cheia de fadas, cavalos voadores e animais diferentes. Em todas as histoé rias que jaé vivemos, nunca tíénhamos visto uma ilha taã o diferente e maé gica! Como somos sociaé veis e curiosos, logo arranjaé mos amigos e pedimos-lhes para nos fazerem uma visita guiada aà ilha. E assim começou ... Como somos sociaé veis e curiosos, logo arranjaé mos amigos e pedimos-lhes para nos fazerem uma visita guiada aà ilha. E assim começou ... A determinada altura, apareceu um Rapaz misterioso que, de forma inesperada, transformou os nossos novos amigos em pedras. Era a puniçaã o por terem a ousadia de entrarem na Terra dos Cavalos Voadores, sem autorizaçaã o. O feitiço, por algum motivo, naã o surtiu efeito connosco, que começamos a gritar, a pedir ao Rapaz para trazer os nossos amigos de volta ao normal. Afinal, a culpa era nossa, uma vez que lhes pedimos para nos mostrarem a ilha. Depois de tanta insisteê ncia, o Rapaz misterioso acedeu aà nossa sué plica. De volta ao mundo real, os nossos amigos, intrigados, com humildade e algum medo, apresentaram um pedido de desculpa.
Entaã o, o Rapaz explicou-lhes que era o guardiaã o daquele espaço da ilha onde os Cavalos Voadores preparavam a sua missaã o de salvamento da Maã e Natureza, uma vez que, durante a noite, sobrevoavam a Terra e tentavam reparar as atrocidades que os Homens cometem, de forma taã o egoíésta e gananciosa. Todos agradeceram e manifestaram admiraçaã o e compreensaã o perante a importaê ncia do "trabalho" dele – guardar aquele espaço. Despedimo-nos do Rapaz e voltaé mos para a parte da ilha onde vivia o "povo" dos nossos amigos, levando connosco este segredo, mas com a mensagem de que devemos ter mais respeito por tudo o que nos rodeia. De repente, ouve-se o toque que nos indica o iníécio de mais uma aula. Voltaé mos ao Mundo real, com uma grande ideia para explorar no trabalho para a apresentaçaã o oral de Portugueê s e, quem sabe, na atividade da biblioteca “saber+, partilhar conhecimentos”. Ateé breve!
O Natal aproxima-se e aproveitaé mos para ler um livro sobre a terra do Pai Natal. Achaé mos interessante e decidimos procurar outros sobre o mesmo tema: ”Terra das Estrelas”, ”Terra dos Doces”, “Terra do Riso”, ”Terra da Mué sica”... Escolhemos a ”Terra dos Doces”. Quando jaé íéamos no 3º paraé grafo, uma força estranha conduziu-nos para dentro do livro. Entraé mos num tubo e, quando aterraé mos, soé víéamos chupa-chupas gigantes aà nossa volta. Ficaé mos muito confusos e, por isso, fomos procurar algueé m para nos orientar. Encontraé mos o Homem-Goma que nos disse que precisaé vamos de treê s caramelos, acabados de sair do Vulcaã o de Algodaã o Doce, para podermos sair do livro. Deu-nos um itineraé rio e seguimos caminho. Para chegarmos ao vulcaã o, tíénhamos de passar por quatro obstaé culos: o Chupa-chupa Multicor, o Caramelo Caramelizado, o Açué car aos Pacotes, as Gomas Arco-ÍÍris e, por ué ltimo, o Vulcaã o de Algodaã o Doce.
O primeiro obstaé culo foi o Chupa-chupa Multicor. Os Chupa-chupas eram taã o coloridos e reluzentes que ateé faziam doer os olhos. O obstaé culo seguinte era o Caramelo Caramelizado. Era taã o escorregadio que eu escorreguei nele cinco vezes. O terceiro obstaé culo era o Açué car aos Pacotes, açué car como areia, onde nos enterraé vamos. Conseguimos prosseguir, embora com dificuldade. O quarto obstaé culo eram as Gomas Arco-ÍÍris, onde havia marshmallows gigantes com todas as cores do arco-íéris, por todo o lado. Por ué ltimo, o Vulcaã o de Algodaã o Doce. Depois de subirmos ao topo do Vulcaã o, apanhaé mos treê s caramelos. Muito rapidamente, entregaé mo-los ao Homem-Goma. Do nada, surgiu um tubo que nos aspirou de volta. Felizes com a experieê ncia vivida, entregaé mos o livro e regressaé mos a casa.
No dia seguinte, voltaé mos aà biblioteca. Nas estantes havia muitos livros e, desta vez, escolhemos um sobre a selva. Ambos adoraé vamos tudo o que se relacionasse com a floresta: os animais, as aé rvores, o proé prio cheira aà natureza... Começaé mos a ler e os nossos pensamentos levaram-nos ateé ao Tarzan, esse aventureiro que, durante muitos anos, viveu isolado de outros seres humanos e se tornou um homem, sobrevivendo aos vaé rios perigos com que se deparava. Tarzan foi criado por uma famíélia de gorilas que o tratava como de se fosse um deles. Um dia, viu-nos e este aventureiro destemido ficou a olhar para noé s de forma muito seé ria. Estava encantado com a beleza da minha querida irmaã . Foi “amor aà primeira vista”! Ele ficou de tal forma rendido aà sua beleza, que decidiu raptaé -la. Em seguida, levou-a para junto da famíélia dos gorilas, mas fui atraé s dele para tentar salvaé -la. Quando Tarzan chegou com ela, os restantes gorilas naã o acharam muita piada. Ateé entaã o, o ué nico humano entre eles era o Tarzan. Pertencia aà famíélia. A presença de outros humanos poderia constituir um perigo acrescido para os gorilas. Enfrentou-os para proteger a sua amada e assim acabaram por aceitaé -la. Eu continuava, de forma desesperada, aà procura dela, correndo vaé rios perigos e ultrapassando muitos obstaé culos. Ao fim de algum tempo, consegui encontraé -los e enfrentei o Tarzan.
Envolvemo-nos numa luta que, em boa verdade, eu naã o tinha qualquer hipoé tese de ganhar. Fui lançado pelo Tarzan para um precipíécio. A Ana, apavorada, saltou atraé s de mim, agarrando a minha maã o. - Meninos, a biblioteca vai fechar mais cedo! – informou a Bibliotecaé ria. Por favor, arrumem as vossas coisas e saiam! Surpreendidos, abrimos os olhos. Sem dizer palavra, olhaé mos para o livro que continuava aberto em cima da mesa onde nos encontraé vamos e, com um piscar de olhos, despedimo-nos do Tarzan com a promessa de que voltaríéamos para novas aventuras!
Passados alguns dias, a Bibliotecaé ria disse-nos que tinha o livro ideal para noé s. Ficaé mos muito curiosos. Pegaé mos rapidamente nos “Contos Maravilhosos” e fomos para o síétio do costume. Foi entaã o que aconteceu algo de extraordinaé rio! Mal abrimos o livro, fomos sugados para dentro dele. Ficaé mos apavorados. No princíépio, pensaé mos que estaé vamos a sonhar, mas depois reparaé mos que estaé vamos acordados, mas … dentro do livro! Entretanto, a Bibliotecaé ria estranhou a demora. Foi ver o que se passava e reparou que estaé vamos como que hipnotizados a ler o livro. Quando se aproximou, com curiosidade, olhou para o que estaé vamos a ler e eis que tambeé m ela se sentiu envolvida de forma taã o intrigante. Baralhada, encontrou-nos e começou a questionar-nos: - Onde estamos? Como viemos aqui parar? … Ateé que um gnomo, vestido de soldado, nos interrompeu e disse: -A rainha dos contos de fadas mandou-me vir chamar-vos, pois haé um feiticeiro malvado que anda a destruir os contos maravilhosos.
- Mas porque eé que nos escolheram a noé s?- perguntamos curiosos. -Porque saã o os ué nicos que o conseguem travar. Agora sigam-me, naã o haé tempo a perder! – ordenou o gnomo. - Entaã o partimos em direçaã o ao palaé cio real … - Meninos, entaã o, naã o ouvem o toque para a aula? perguntou-nos a Bibliotecaé ria. - Ah, que chatice! Estaé vamos mesmo a chegar ao palaé cio. Amanhaã voltamos!
No dia seguinte, inexplicavelmente, acabaé mos, como de costume, na biblioteca, a ler outra histoé ria. Desta vez, foi uma aventura. Sentaé mo-nos e ao abrir o livro, entraé mos uma vez mais dentro da histoé ria. Estupefactos ouvimos a voz da bibliotecaé ria, que nos disse: - Sou eu. Tenho apreciado as vossas viagens literaé rias e decidi seguir-vos na aventura. Assim, apresentou-nos algumas personagens dos contos tradicionais, como, por exemplo, o Capuchinho Vermelhinho, os Treê s Porquinhos, o Urso Tedy e tantos outros … Começaé mos a conversar com as personagens. Adoraé mos estar com eles. Brincaé mos, saltaé mos, jogaé mos futebol. Foi um passeio pelo mundo das histoé rias muito feliz. Deslumbrados e sonhadores, adormecemos embalados naquela fantasia, ateé que a Bibliotecaé ria, agora nossa cué mplice, nos despertou, alertando-nos que estava na hora de regressar aà sala de aula!
Histoé rias, aguardem-nos, amanhaã voltamos! Deslumbrados e sonhadores, adormecemos embalados naquela fantasia, ateé que a Bibliotecaé ria, agora nossa cué mplice, nos despertou, alertando-nos que estava na hora de regressar aà sala de aula! Sempre apaixonados pela leitura, naã o tardou a voltarmos aà biblioteca para nos encantarmos com "A Magia que soé existe nos livros". Em cada palavra que líéamos, sentíéamo-nos, de novo, como se estiveé ssemos na histoé ria. A Ana era uma amante de fadas e eu era um explorador. A Ana entrou na Terra das fadas e, mal viu uma, foi logo a correr para abraçaé -la. Ela nunca tinha visto tanta magia ao seu redor: aé rvores de chocolate com folhas caramelizadas, gnomos falantes, unicoé rnios, ... Mas tambeé m havia um castelo enorme que estava todo destruíédo. Quando entrou, encontrou a Rainha das fadas e perguntou-lhe: - O que eé que se passou aqui? - Foram os habitantes da Terra dos dragoã es. Eles declararam-nos guerra e exigem a nossa joia! - respondeu a Rainha. Os dragoã es queriam a joia porque esta era um amuleto que protegia e dava magia aà terra. Enquanto isso, eu encontrava-me na Terra dos dragoã es, onde o castelo tambeé m estava destruíédo, pela mesma razaã o que a das fadas. A Terra dos dragoã es naã o era maé gica como a das fadas, era um terreno sem aé rvores, infeé rtil. Resolvemos unir esforços e pedir ajuda a um feiticeiro: - Por favor, ajude-nos a juntar os habitantes da Terra das fadas aos da Terra dos dragoã es! - Naã o sei se consigo tal proeza, mas vou tentar! De regresso,
verificaé mos que a Terra das fadas estava quase toda
destruíéda, soé estava intacta uma zona do castelo, na qual estava o amuleto. O feiticeiro pegou no objeto maé gico e levou-o para a barreira que separava a Terra das fadas da dos dragoã es. Laé tinha uma ponte, no meio dela, uma pedra diferente das outras.
E foi laé que colocou o amuleto, criando um poé maé gico que se espalhou pelas duas Terras, fazendo a ponte desaparecer e unindo os dois territoé rios. Um novo castelo foi construíédo, os terrenos ficaram repletos de aé rvores e plantas de todas as espeé cies, reinando a Rainha das fadas e o Rei dos dragoã es. Assim que fechaé mos o livro, voltaé mos aà realidade. Ímpressionados dissemos aà Bibliotecaé ria: -Sem dué vida que unidos somos mais fortes e melhores! Íntrigada, com o nosso comentaé rio, sorriu e disse: - Amanhaã caé vos aguardo, meus meninos. Vaã o ter que me contar a vossa aventura! A professora de Matemaé tica faltou e laé fomos noé s para a biblioteca, para a nossa leitura do dia. Escolhemos um livro que nos chamou a atençaã o pelo tíétulo “O mundo dos doces maé gicos”. Começaé mos a ler com a curiosidade de sempre e eis que, subitamente, fomos teletransportados para uma floresta deliciosamente irreal! Os animais, as plantas, … ateé os edifíécios eram feitos de doce - chocolate, rebuçado, brigadeiro, algodaã o doce … Oh, fantasticamente coloridos, apetecíéveis, doces!
Estaé vamos a iniciar a nossa viagem literaé ria, quando nos deparaé mos com uma criatura enorme, que surgiu do nada e, com as suas enormes maã os, me apanha, a mim e aà Ana. Ímpotente, gritei desesperado: - Ana, Ana, … estaé s bem? No meio dos cinco dedos do monstro, ela, que se sentia abraçada por uma espeé cie de gelatina doce, sossegou o irmaã o, dizendo: - Acho que estou bem, Rui. No entanto, vai procurar ajuda, naã o sabemos o que pode acontecer! Entaã o, eu fui procurar ajuda a um castelo que havia ali perto. Pediu para entrar, mas o guarda naã o deixou. Depois de ouvir o relato do Rui, desatou aà s gargalhadas, pois toda a gente dizia que o monstro era uma velha lenda inventada para afastar os salteadores. Apenas havia uma pessoa que acreditava na existeê ncia do monstro - o Rei. Depois desta explicaçaã o, o Rui suplicou para que o levassem ateé ao Rei. Perante o desespero do meu irmaã o, o guarda, mesmo contrariado, laé o encaminhou. Quando o Rui chegou aà sala do trono, contou o sucedido ao Rei. Este sossegou-o, dizendo-lhe que nada havia a temer, pois tratava-se apenas de uma fada encantada – a fada dos doces, cuja missaã o era adoçar a vida das pessoas mais tristes e desamparadas. Contou o Rei que, certo dia, a fada e um príéncipe, que estava prometido a uma princesa muito maé e feia do reino vizinho, se apaixonaram. A princesa, despeitada, juntou as feiticeiras do reino para transformarem a fada em monstro. Assim, o Rei acreditava que o monstro poderia ser a fada a vaguear pela sua doce floresta na esperança de encontrar conforto e carinho e, quem sabe, o seu amado príéncipe, que com todo o seu amor e doçura a libertaria do feitiço. O Rui, jaé desconfiado de que o Rei e o príéncipe da histoé ria poderiam ser a mesma pessoa, pediu-lhe que o acompanhasse ateé ao local onde me encontrava. Quando chegaram eu jaé naã o me encontrava aprisionada. Estava ao lado do monstro a acariciaé -lo.
O Rui e o Rei aproximaram-se e entaã o eu disse-lhes: - Naã o tenham medo, naã o eé um monstro como todos pensam. Ele apenas quer carinho. Dito isto, o Rui aproximou-se com o Rei que, carinhosamente, acaricia o monstro. Entaã o, este começa a transformar-se e, eis que surge a bela fada!
O meu irmaã o daé -me a maã o e, de repente, estaé vamos de regresso aà biblioteca. A Bibliotecaé ria estava a avisar-nos que era hora de fechar. Sorrimos, deliciados pelo doce sabor de um coraçaã o de chocolate a derreter na boca e no coraçaã o.
Era um daqueles dias em que o maroto do sol teimava em espreitar as nuvens, carregadinhas de aé gua, provocando o arco íéris a aparecer. Entaã o quando chegaé mos aà biblioteca e deambulaé mos pelas prateleiras aà procura de novas aventuras, o meu irmaã o, de repente, exclamou: - Ana! Encontrei o livro para hoje, "A descoberta do pote de ouro no arcoíéris"! - Sintoniza com o tempo, vamos ler! Vai ser divertido!- respondi-lhe eu. Enquanto estaé vamos a ler, fomos abraçados por um arco iris. Quando nos apercebemos , estaé vamos dentro da histoé ria, na paé gina avistaé mos um duende que nos perguntou: - Podem ajudar-me? Quero chegar ao fim do arco-íéris! - Mas eé claro!- exclamaé mos! E laé foram noé s entusiasmados. Um pouco mais aà frente, havia uma ponte onde se encontrava um ogre que nos disse: - Para passarem nesta ponte, teraã o de responder a treê s questoã es! Primeira: Quem eé que vive no final do arco-íéris? - Os duendes – respondeu o amigo duende. - Segunda: Qual eé a origem dos unicoé rnios - O arco-íéris – respondemos noé s. - Esta eé mais difíécil! Quantas cores tem o arco-íéris?- questiona o ogre com um ar convencido. - Sete! – respondemos todos. O ogre, aborrecido, perguntou: - Como sabem tantas coisas? Atraveé s dos livros, claro! Fartamo-nos de viajar e conhecer. O ogre reconheceu a derrota e deixou-nos passar.
Um pouco mais aà frente, o duende disse-nos emocionado: - Sim! Estou a avistar o final do arco-íéris! Obrigado por me ajudarem! Ateé aà proé xima. - De nada! Foi um prazer conhecer-te e ajudar-te. Ateé aà proé xima... Hoje, a biblioteca estaé mais calma que o habitual. Assim, curiosos como somos, decidimos espreitar a prateleira onde estaã o os livros recomendados pelo Plano Nacional de Leitura, para os nossos colegas do 3º ciclo, na expectativa de encontrarmos algo diferente e interessante. Começaé mos a folhear as paé ginas de um livro, cuja ilustraçaã o da capa representa um retalho de uma bela aé rvore, na tentativa de descobrirmos imagens ou algo que nos indicasse alguma pista sobre o teor do livro quando, exatamente, nas paé ginas do meio fomos envolvidos por uma brisa muito forte.
Alheados do mundo e espaço aà nossa volta, apercebemo-nos que que estaé vamos dentro do livro – fazíéamos cambalhotas e saltitaé vamos nas palavras de forma inconsciente e por tempo indeterminado. Meio tonto, como quem acaba de acordar sob o efeito de um pesadelo, deparei-me com uma imensidaã o de belas aé rvores, abraçados por densos arbustos pincelados com lindas cores. Confuso, procurei a minha irmaã e eis que a encontro serenamente a dormir! Entaã o exclamei: - Ana, Ana, acorda! Estamos no meio de uma floresta! Nesse mesmo instante, Ana acordou e tambeé m algo confusa referiu: - Rui, sabes como viemos caé parar? - Olha, apenas sei que estamos numa bela e misteriosa floresta que vamos tentar conhecer e decifrar. Entaã o, com peé s voadores percorremos a floresta, empurrados por palavras de frases de encantar… Ateé que vislumbraé mos uma gruta iluminada pela luz de pedras preciosas e serem trabalhadas por duendes e por belas fadas, que teciam nuvens de algodaã o destinadas a verterem paz e bondade sobre a terra. Quando invadimos o espaço, a porta da gruta fechou-se. Embora deslumbrados, lembraé mo-nos que era hora de terminar a nossa aventura literaé ria. Estava na hora de apanhar o autocarro escolar para regressar a casa. No entanto, tíénhamos com um problema – naã o conseguíéamos sair da gruta. Jaé um pouco aflitos, lembrei-me da gruta dos quarenta ladroã es, do livro “Ali Babaé e os quarenta ladroã es”, e gritei as palavras maé gicas para abrir a gruta: - ABRE-TE, SEÍ SAMO! E numa fraçaã o de segundos regressaé mos aà biblioteca, pousaé mos o livro na prateleira, com a certeza de que as experieê ncias vividas, atraveé s da leitura, nos daã o conhecimento e poder, para enfrentar obstaé culos, em diferentes situaçoã es da nossa vida. Despedimo-nos por hoje, com saudaçoã es literaé rias!
Hoje, o dia apresentava-se nublado e chuvoso e, para complicar a situaçaã o, a biblioteca estava interdita a alunos, uma vez que a bibliotecaé ria tinha que preparar o espaço para uma atividade. Como queríéamos muito ler e, sem nos apercebermos de que esta naã o estava disponíével, entraé mos. Estranhaé mos a janelas fechadas e o sileê ncio e, como naã o vimos ningueé m, decidimos que seria melhor sairmos. Quando nos preparaé vamos para o fazer ouvimos uma espeé cie de chamamento, parecia algueé m a chorar no meio dos livros, organizados nas prateleiras! Aproximaé mo-nos, cuidadosamente, e vimos um livro muito grande, praticamente do nosso tamanho, de capa castanha, aspeto envelhecido, de onde brotavam palavras soltas e uma tempestade de laé grimas.
Pediu-nos ajuda, pois era mais uma víétima do livro de bela capa em tons de azul. Este livro representava as forças do mal e, como queria que o mundo se tornasse inculto e cruel, sabendo que as pessoas desprezavam os livros velhos, atraíéa os livros novos, de forma enganosa, para os transformar em livros velhos e assim afastar os leitores. Naã o fossemos noé s aventureiros e curiosos, quisemos logo investigar. Dirigimo-nos, portanto, ao livro de Capa Azul. Mal lhe tocaé mos, fomos puxados para um tué nel colorido, que parecia naã o ter fim. Depois de algum tempo a viajar pelo tué nel, chegaé mos a uma grande sala, carregada de secretismo e magia. Numa mesa, havia duas varinhas, uma que dizia “Ana” e outra que dizia “Rui”. O meu irmaã o, a medo, pegou na varinha que lhe era dirigida e eu peguei na minha. Entaã o, ouvimos uma voz que nos disse: - Voceê s saã o meus prisioneiros e com essas varinhas maé gicas vaã o, sob o meu comando, percorrer todas as bibliotecas do Mundo e, um de voé s vai fazer desaparecer os livros mais antigos, mas que conteê m muita sabedoria, o outro vai envelhecer os livros mais novos. Quero a ignoraê ncia, para manipular os homens como eu muito bem entender! Olhaé mos um para o outro em paê nico – isto naã o pode acontecer! Naã o vamos aniquilar os nossos melhores amigos – ignoraê ncia, NAÃ O! Entaã o, sintonizaé mos o nosso pensamento e lembraé mo-nos de um livro que tíénhamos lido, onde explicava que para ultrapassarmos o inimigo temos que fazer de conta que estamos do lado dele.
Entaã o dissemos em uníéssono: - Tens toda a razaã o, eé s um verdadeiro geé nio, temos que fazer guerra aos livros e ao conhecimento – viva a ignoraê ncia! Mostra-te e explica-nos como funciona a magia das varinhas. Entaã o, do nada, surgiu um homem muito feio e deformado que, inchado de vaidade pela nossa bajulaçaã o, nos entregou um manual de instruçoã es para fazer funcionar a magia das varinhas. Como
ler
e
interpretar
para
noé s
naã o
eé
problema,
depressa
compreendemos o que tíénhamos a fazer! Acionaé mos as foé rmulas maé gicas, de acordo com o nosso propoé sito, percorremos as bibliotecas onde existiam mais livros gastos e velhos e, embora mantendo a identidade de cada um, tornaé mos o seu aspeto mais renovado e apetecíével e, por cima das estantes, colocaé mos a seguinte mensagem: “Para que estes livros se mantenham vivos, eé necessaé rio que continuem a ser lidos. Seja solidaé rio e colabore!”.
UÍ ltimo dia da semana, com furo a Cieê ncias. Entraé mos na biblioteca. Alguns dos nossos colegas jaé se encontravam a ler, outros a ver um filme e outros, ainda, a jogar no computador. Tantas opçoã es que a nossa biblioteca nos proporciona! Índecisos entre trabalhos de casa para fazer e aventuras para viver, eu e meu irmaã o decidimos pela segunda. Rui encontrou um livro, que considerou muito interessante, nas estantes -“A ida aà ilha espacial” e, como sempre, a escolha de um, era a escolha do outro. Enquanto abríéamos a capa, sentimos logo aquela sensaçaã o de formigueiro no corpo, iniciando assim mais uma aventura. Encontraé vamo-nos num espeé cie de helicoé ptero e/ou vaiveé m espacial, nem sei bem, que era pilotado automaticamente, pois naã o havia mais ningueé m a bordo. Vestíéamos fatos especiais, com muito brilho. Apenas conseguíéamos sentir que subíéamos e víéamos, por uma janela minué scula, que nos encontraé vamos rodeados por um ambiente verdejante. - Engraçado, naã o devíéamos estar no ceé u! Onde estaremos?! – questionou surpreendido Rui. Nada sabíéamos, mas tudo era lindo. Dito isto, aquele meio de transporte parecia que abrandava… e instantes depois parou. Uma porta abriu-se e uma luz brilhante entra, ofuscando nossos olhos. Os dois admiraé mos a paisagem que nos envolvia: animais diferentes de cores muito vivas circulavam, alimentando-se de uma vegetaçaã o deslumbrante; vales e montes cobertos de cores, brilho … Receosos, mas ao mesmo tempo deslumbrados, olhaé mos um para o outro, pensando se devíéamos sair para explorar.
Quando finalmente ganhaé mos coragem, saíémos. Demos o primeiro passo e começaé mos a levitar, como se tiveé ssemos asas para voar. Eis que, de repente, ouvimos: “Meninos, meninos! Naã o ouvem?! Estaé na hora. A biblioteca vai fechar.”. Eu e meu irmaã o ficaé mos frustrados. Fomos bruscamente afastados de algo que parecia um sonho, de uma aventura que prometia, como tantas outras que se encontram naquele espaço.
Certo dia, ao entrarmos na biblioteca, havia um ambiente diferente no ar. Parecia que as palavras estavam revoltadas, saltavam de um lado para o outro. Estas queriam chamar a atençaã o. Ana e Rui, entusiasmados, tentaram saber a origem daquela revolta. De repente, fomos atraíédos para uma prateleira. Esta era diferente de todas as outras, tinha um ar mais triste do que o normal. Faltavam as cores naturais do dia a dia. Naã o tinha vida! Algo estava errado naquela estante … De um livro caiu uma velha paé gina, rasgada, quase naã o se viam as letras. Do texto, soé conseguíéamos decifrar o seguinte: “Sou o livro mais velho desta biblioteca, conheço-a de traé s para a frente. Quem me estaé a ler vai conhecer o lugar mais maé gico e maravilhoso. Alto como uma parede e mais fino do que uma estante eé o vosso destino!”. Noé s ficaé mos pensativos. Sentaé mo-nos. O tempo passava e naã o conseguíéamos decifrar o enigma. Quando nos preparaé vamos para abandonar a biblioteca, surge, de sué bito, uma luz que iluminou um pilar. Excitados aproximaé mo-nos, analisaé mos o pilar, ateé que eu observei um pequeno quadrado de pedra. - Rui, vem caé ! Vem ver o que eu achei! – exclamei. - Que fazemos? Avançamos? - questionou Rui, entusiasmado. Rui arriscou. Tocou na pedra e, inesperadamente, o pilar abriu-se. A Bibliotecaé ria desapareceu, a biblioteca desapareceu. Eu e meu irmaã o fomos sugados e levados para outro mundo. Um mundo completamente diferente da realidade que conhecíéamos. Era outro planeta. Um planeta do outro mundo, onde as letras tinham vida. Na verdade, as letras das histoé rias que liamos jaé tinham vida, mas ali naã o. Naquele maravilhoso cenaé rio, as letras saltitavam, outras dançavam e outras ateé cantavam. Era um lugar cheio de vida!
Ambos ficaé mos deslumbrados. Apesar de ser tudo fascinante, a verdade eé que naã o tíénhamos saíéda. Mas, naquele momento nada nos importava a naã o ser viver o presente, naquele lugar. Repentinamente, as letras juntaram-se e formaram uma frase: “Desafios vaã o ter de cumprir para daqui sair.”. Meu irmaã o leu-a em voz alta. - Que vamos fazer? – perguntei. Entretanto, ao fundo, ouviu-se uma voz desconhecida que disse: “Uma palavra relacionada com a biblioteca eé a chave para a vossa libertaçaã o”. Logo de imediato, tentaé mos de tudo, abrimos livros, vasculhaé mos estantes, reviraé mos mesas… pronunciaé vamos cada palavra com todo o nosso ser. Mas nenhuma era a chave. Depois de muitas tentativas falhadas, lembrei-me e declarei “BÍBLÍOTECAÍ RÍA”. Ao dizeê -lo, a Senhora apareceu ao nosso lado. Entregou-nos um livro e voltou a desaparecer. “Mas que vamos fazer com isto?”. Pensaé mos os dois sem ter necessidade de dizer palavra.
Peguei no livro, abri-o e de laé saíé uma chave reluzente. Simultaneamente, uma luz aponta para uma porta nunca antes vista. Hesitantes, aproximaé mo-nos e abrimos a porta com a chave. Do outro lado da porta, encontrava-se um elevador, entraé mos e fomos conduzidos novamente para a biblioteca. Confusos, encontraé vamo-nos junto aà prateleira de onde retiraé mos o livro. Selecionaé mos outro livro, um velho livro que ningueé m parecia ler. Decidimos requisitaé -lo e levaé mo-lo connosco. Vivemos esta experieê ncia em nossa casa, onde o mundo da imaginaçaã o continua com a leitura. Quinta-feira. Soé tíénhamos aulas de tarde. Minha maã e estava chateada. Ímprevistos no emprego! Os adultos teê m problemas e noé s eé que sofremos. Teria de nos deixar mais cedo na escola. Entraé mos na biblioteca na esperança de encontrar um livro que nos melhorasse o dia. Em cima de uma mesa, encontravam-se vaé rios livros requisitados e devolvidos, a aguardar para serem arrumados nas respetivas prateleiras. Um sentimento de inveja percorreu-me, sabia como aquelas aventuras entravam no mundo de cada um que as lia e eu queria viveê -las a todas. No meio desta confusaã o, encontrei um livro que pertencia aà saga “Peé talas”. Jaé ouvira falar daquela saga. Logo chamei meu irmaã o, que se encontrava junto ao nosso colega Joaã o. Mostrei-lhe o livro e questionei-o sobre a escolha do dia. Rui apenas disse: “Nunca ouvi falar, mas podemos ler.”.
Sentaé mo-nos nos sofaé s, como era habitual, e abrimos o livro. De repente, o chaã o “abriu-se” e noé s caíémos sobre uma peé tala macia, rosada, tal como as bochechas de uma menina apaixonada. Deslizaé mos sobre a peé tala e pisaé mos o chaã o, um tapete verde e fofo. Parecia o paraíéso! (Naã o eé que eu saiba como eé o paraíéso, mas …). Existiam flores do tamanho de aé rvores de todas as cores. Em todas as nossas aventuras, nunca tíénhamos visto algo semelhante! No chaã o nada mais havia, apenas caules enormes e grossos, por isso decidimos subir. Sentaé mo-nos nos sofaé s, como era habitual, e abrimos o livro. De repente, o chaã o “abriuse” e noé s caíémos sobre uma peé tala macia, rosada, tal como as bochechas de uma menina apaixonada. Deslizaé mos sobre a peé tala e pisaé mos o chaã o, um tapete verde e fofo. Parecia o paraíéso! (Naã o eé que eu saiba como eé o paraíéso, mas …). Existiam flores do tamanho de aé rvores de todas as cores. Em todas
as
nossas
nunca
tíénhamos
aventuras, visto
algo
semelhante! No chaã o nada mais havia, apenas caules enormes e grossos, por isso decidimos subir.
Eu e meu irmaã o queríéamos ajudar, mas elas estavam dentro de uma espeé cie de bola gigante de sabaã o. E tambeé m tíénhamos receio da sua reaçaã o. Assim ficaé mos ali, atraé s de outro caule, a observar, em sileê ncio, por um bom tempo. De repente, desequilibrei-me, caíé e deslizei, parando junto aà bolha que, com o impacto, rebentou. Agora eles faziam parte desta histoé ria. Assustada e com receio de assustar, disse apenas para naã o se amedrontarem que estavam ali para ajudar. Ao meu lado, apareceu meu irmaã o que me ajudou a colocar em peé . As duas sossegaram, pareciam compreender. Circundaé mos aà volta da flor para tentar entender aquela situaçaã o. Porque teria aquela peé tala uma cor diferente?! Ímediatamente me ocorreu, ela estava a ficar murcha. Segredei ao ouvido a Rui a ideia que me ocorrera. Rui anuiu e, tambeé m em segredo, pois naã o queríéamos alarmar a flor e a abelha que jaé sofriam imenso, disse-me que ficasse ali com elas, ele voltaria breve. Nada mais dissemos, confiava em meu irmaã o. Enquanto Rui naã o chegava, eu tentava acalmaé -las, conversando sobre aquele paraíéso. A abelha tambeé m tinha muitas questoã es: - Quem eé s tu?! O que eé s tu?!- questionava-me muito confusa. - Sou a Ana, uma pessoa! - Uma pessoa?! Nunca tinha visto uma pessoa. Nunca aqui esteve nenhuma. Sois os primeiros! Nisto, chegou Rui com um balde de aé gua e, muito confiante, começou a regar a flor. A pouco e pouco, aquela peé tala roxa virou rosa novamente. Conseguia ver-se a felicidade nos olhares de todos. De repente, surge uma nova bolha, mas desta vez estaé vamos dentro dela. Subíéamos em direçaã o ao ceé u azul, deixando para traé s uma linda aventura. Eu e Rui passaé mos por um longo arco-íéris e por baixo aquele mundo repleto de flores que se afastava.
“Entaã o?! Vamos … jaé tocou!”. Era a voz do Joaã o, que passava por noé s em direçaã o aà porta da biblioteca. Eu e meu irmaã o olhaé mos um para o outro. Ele pegou na mochila e foi-se embora sem esperar por mim. Eu voltei a colocar o livro naquela mesa, acreditando que outras crianças viveriam o que noé s vivemos. E assim o meu dia melhorou. Hora do almoço. Que dia chato! Depois de uma manhaã chata de aulas, o que fazer?! Brincar?! Estava a chover e os funcionaé rios naã o queriam barulho ou correrias. Num dia normal tíénhamos logo decidido ir para a biblioteca, mas hoje naã o … naã o apetecia. O que fazer?! Decidimos entaã o ver um filme. Fomos para a biblioteca, mas a televisaã o jaé estava ocupada. Que seca! A Bibliotecaé ria mandou-nos logo sentar. Foi o que fizemos. Mas ali parados naã o queríéamos estar, nem podíéamos … e decidimos olhar para os livros das estantes ao lado. Rui pegou num livro cujo tíétulo era Bueé coé mico, sorrindo para mim disse: - EÍ o que precisaé mos!
A Bibliotecaé ria naã o parava de olhar para noé s, porque estaé vamos, de facto, com um comportamento estranho. Líéamos e ríéamos, líéamos e ríéamos … Nunca tíénhamos lido um livro de anedotas. Quem diria que numa biblioteca havia livros de anedotas?! Foi uma leitura diferente, uma experieê ncia diferente. O som da campainha suou. O livro regressou aà estante com algumas laé grimas, resultado de tanta gargalhada. O olhar da funcionaé ria demonstrava bem a sua irritaçaã o. Os avisos com a palavra “Sileê ncio” encontram-se por todo o lado. O Rui estava eleé trico e queria brincar, mas estava de castigo. Estaé sempre a fazer asneiras! O pior eé que acabo sempre por sofrer com os seus castigos, pois naã o gosto de estar soé e naã o gosto de brincar sozinha. A Diretora de Turma tinha-lhe atribuíédo um trabalho escrito na biblioteca. Enquanto o fazia, eu decidi ler uma aventura. Peguei no livro “Uma aventura num reino longíénquo”. Comecei a ler, naã o me conseguia concentrar. Parecia que faltava algo… ou algueé m. De repente, encontrei-me no meio de uma floresta onde se destacava um enorme castelo. Cheia de curiosidade, decidi entrar. Quando, subitamente, ouvi vozes e ruíédos estranhos, pelo que comecei a correr para sair daquele castelo. Enquanto corria sem rumo ou direçaã o, sentia que algo me perseguia. Olhei para traé s, mas naã o via ningueé m, no entanto, continuava a ouvir ruíédos: lobos, bruxas e outros sons que naã o conseguia distinguir.
Eis que surgem bruxas que voavam montadas em suas vassouras maé gicas. Na tentativa de me esconder, subi para uma aé rvore, mas, como as bruxas conseguiam subir facilmente com as suas vassouras, vi-me encurralada. O que fazer?! Da minha boca saiu o nome do meu irmaã o, mas estava sozinha. Olhei em volta. Estava rodeada de bruxas que faziam sons estranhos. Naã o tinha como fugir. Olhei para o lado, para baixo e laé estava … um rio, grande abismo que poderia ser a minha salvaçaã o ou a perdiçaã o. Fechei os olhos e saltei. Durante a descida, ainda tive tempo de pensar que as tinha enganado e despistado. De olhos fechados, sentia que meu corpo caíéa, mas naã o tinha coragem de os abrir.
De repente, sinto um abanaã o. Algueé m me estava a tocar no braço. Abro os olhos e Rui encontrava-se ao meu lado: - Anda, vamos embora! Nada mais disse. Soé olhou para mim sorrindo, pois sabia que eu havia vivido uma aventura como tantas outras que noé s dois jaé tíénhamos partilhado atraveé s dos livros. Hoje, eé o ué ltimo dia deste ano letivo. Terminaé mos o 6º ano com excelentes resultados escolares e com a certeza de que os livros, a leitura e a Srª Bibliotecaé ria foram os nossos grandes cué mplices e aliados. Para as feé rias levamos a mochila cheia de livros que vaã o, temos a certeza, tornar cada dia especial, uma que nos vaã o permitir fazer grandes e aventurosas viagens, pelo Mundo da Leitura e Ímaginaçaã o. Fica a promessa de, no proé ximo ano, darmos continuidade aà s nossas AvenLeituras! Ateé jaé !