Natal
Cartão de Natal Escrevi Um cartão de Natal
Entrai, pastores, entrai
Dentro de mim.
Por este portal sagrado.
Tenho-o presente E (se puder)
Vinde adorar o menino
Vou dá-lo a toda a gente.
Numas palhinhas deitado!
Fiz-lhe um desenho Leve e risonho, Do tamanho
Pastorinhos do deserto,
Do meu sonho.
Todos correm para o ver. Trazem mil e um presentes Para o Menino comer! Maria Alberta Menéres
E uma palavra só, aberta Karen Pritchett
Victoria Kirdy
Como uma flor A responder Na rima certa: AMOR!!
Maria Alzira Machado
O dia de Natal
Ó Meu Menino Jesus
S. José e mais Maria
Ó Meu Menino Jesus
iam ambos de jornada:
boquinha de requeijão
S. José andava muito
dai-me um bocadinho dele
e Maria ia cansada. Viram ao longe uma casa,
que a minha mãe não tem pão.
foram lá pedir pousada.
Ó Meu Menino Jesus
Chamaram pela patroa,
boquinha de marmelada
e respondeu a criada:
dai-me um bocadinho dela
- é um homem e sua mulher que nos vêm pedir pousada; trazem um filho nos braços, que nasceu de madrugada. Poema popular de Gralhós (Montalegre)
que a minha mãe não tem nada. Jackie Morris
Ó Meu Menino Jesus Ó minha estrela do céu Tendes cabelinho de oiro Nem precisais de chapéu. (Poema Popular)
Tara Larsen Chang
O Menino Dorme
Este Menino Este Menino É pequenino
O Menino nasceu Deixai-o estar sossegado
Qual passarinho
Na sua caminha de oiro
A querer poisar
Com a mãe e o pai ao lado!
Devagarinho. Vai-te embora rouxinol Devagarinho Poisa no ninho Que o colo tem:
P`ra longe desse loureiro, Deixa dormir o Menino Que está no sono primeiro!
Laure Fournier
E tu, ó melro atrevido, Que te escondes no silvado.
Ninho do colo
Tu também, ó cotovia
Vem só cantar ao Menino
Da sua mãe.
Já são horas de parar!
Quando estiver acordado!
Arianna Floris
Maria Alberta Menéres
Se não paras, o Menino Não tarda, vai acordar!
O Menino dorme, dorme, Naquele sono profundo... Quando mais logo acordar Vai sabê-lo todo o mundo! Alexandre Parafita
Pórtico
Entre nós uma estrela assim acesa, acesa, acesa:
a notícia de que o Menino nasce sempre em berço de surpresa. João Manuel Ribeiro
ale balanzario
Coração de Dezembro No coração de Dezembro se faz um caudaloso hino de amor e paz: Um menino, saltando o muro da eternidade, vem ao mundo dar ao tempo novo tempo, maduro de festa e promessa. Nele se faz fundo a medida do corpo do futuro. João Manuel Ribeiro
Cathy Delanssay
O Menino chora, chora…
Dorme, dorme… Vai-te embora, passarinho, deixa a baga ao loureiro, deixa dormir o Menino que está no sono primeiro.
O Menino chora, chora… porque anda descalcinho. Haja quem lhe dê as meias que eu lhe dou os sapatinhos. Nossa Senhora lavava e S. José estendia
Inês do Carmo
Dorme, dorme, meu Menino, que a Mãezinha logo vem. Foi lavar os cueirinhos
e o Menino chorava com o frio que fazia. Calai-vos, meu Menino,
à fontinha de Belém.
calai-vos meu amor,
Poema popular da Ilha de São Jorge
isto são navalhinhas que cortam sem dor. Poema popular do Redondo
Ao menino Jesus
Surdina de Natal para os meus netos Ó David Ó Inês
Hoje é dia de Natal
Vamos ver o Menino
Mas o menino Jesus
Inda mais pequenino
Nem sequer tem uma cama,
Que vocês
Dorme na palha onde o pus
Vamos vê-lo tapado
Recebi cinco brinquedos
Sob o céu do futuro
Mais um casaco comprido. Pobre menino Jesus,
Com a sombra de um muro A seu lado
Faz anos e está despido. Comi bacalhau e bolos,
Vamos vê-lo nós três Novamente a nascer Vamos ver se vai ser Desta vez. David Mourão-Ferreira
Richard Johnson
Sue Shanahan
Peru, pinhões e pudim.
Se me dessem tais presentes,
Só ele não comeu nada
Eu cá fazia uma birra.
Do que me deram a mim.
Às escondidas de todos
Os reis de longe trazem
Vou pegar-lhe pela mão
Tesouros, incenso e mirra.
E sentá-lo no meu colo Para ver televisão. Luísa Ducla Soares
Natal
Recado para o menino Jesus
Vamos a Belém beijar o menino.
Luzes aparecem por esses
Vamos a Belém beijar o menino.
descampados!
Filho de Maria, o Verbo Divino!
Luzes aparecem por esses
Filho de Maria, o Verbo Divino!
descampados!
Vamos a Belém,
Vamos a Belém,
vamos apressados.
vamos sem demora.
Um barco a motor
Vamos a Belém,
Vamos a Belém,
O que te der jeito
vamos apressados.
vamos sem demora. A ver o Menino que nasceu agora! A ver o Menino que nasceu agora! Autor desconhecido
Menino Jesus do céu
No dia de Natal
Dá-me um avião
Menino Jesus do céu
Ou um automóvel
De seda era o meu postal
Ou mesmo um balão
Não te esqueças da minha rua
Qualquer prendazita Fico satisfeito Menino Jesus do céu Escrevi-te lindo postal Para me mandares brinquedos
Jennifer Smith Greene
No dia de Natal! Autor desconhecido
Toca o sino pequenino
Pequenino está deitado Pequenino está deitado
Oh! Levai-lhe cordeirinhos
Em palhinhas, Deus infante
Todos brancos de candura,
Toca o sino pequenino
É Natal, é Natal,
Ai! Não há no céu estrelado De lã branca, com arminhos,
Sino de Belém,
Vamos sem demora,
Astro de oiro mais brilhante. De olhos meigos de ternura.
Já nasceu o Deus Menino
Já nasceu o Deus Menino
Que a Senhora tem.
Que a Senhora adora.
Mais que a estrela do Oriente, Mais que o oiro dos Reis Magos, Jesus preza o inocente E dos pobres quer afagos. Autor desconhecido
Correi pastorinhos Depressa a Belém Co’a alma em carinhos Por Deus nosso bem.
Autor desconhecido
Noite Feliz
Lapinha
Dezembro Dezembro entrou
Noite feliz!
Em bicos de pés,
Noite feliz!
Branquinho
O Senhor, Deus de amor,
De arminho
Pobrezinho, nasceu em
Espalhando a neve
Belém;
De lés a lés.
Eis na lapa Jesus, nosso bem! Dorme em paz, ó Jesus!
Penny Black
Dorme em paz, ó Jesus! Autor desconhecido
Gosto muito do Natal
Gosto muito do Natal Já lá vem àquela esquina
Festa de anos de Jesus
Uma preciosa dama
Que nos quis livrar do mal
Visitar o Deus Menino, Nascido em pobre cabana.
E encheu-nos de luz.
Não foi por falta de casas
Aaron Jasinski
Ou porque as não haveria,
Ouve-se ao longe
É uma noite diferente
Feitas do mais puro ouro,
Música leve,
Uma noite sem igual
Da mais fina pedraria; Foi para nos dar o exemplo Na pobreza de Maria. Cantiga popular de Loulé
Celestial…
Enche de amor toda a gente
Daqui a pouco Chega o Natal!... Clara Abreu
Santa noite de Natal! Fernanda Montenegro
Natal
Os anjinhos
Hoje é dia de Natal. O jornal fala dos pobres em letras grandes e pretas, traz versos e historietas e desenhos bonitinhos, e traz retratos também dos bodos, bodos e bodos, em casa de gente bem.
Vão chegando de mansinho
Canto dos Pastores
Canção de Natal
Pastorinhos do deserto É pois certo
Com pezinhos de algodão
Que na noite de Natal
Os anjinhos pequeninos
Num curral
Mal tocam com os pés no chão.
Baixou o Filho de Deus Mila Marquis
Lá dos céus?
Num berço feito de ferro Sob um beiral pequenino Deu-se o milagre divino Nasceu Jesus nazareno Nos olhos trazem a luz
Hoje é dia de Natal. - Mas quando será de todos? Sidónio Muralha
E o brilho do luar
Natal, Natal, amor, alegria
No colo trazem flores
Natal, Natal, o sino anuncia
E estrelinhas a brilhar.
Natal!!!!!!!
Ana Cristina Correia
Quem nos deu tanta alegria? Foi Maria!
Autor desconhecido
E quem nos deu tanta luz? Foi Jesus? Onde nasceu tanto bem? Em Belém! Autor desconhecido
O Presépio do Menino Jesus Conto de Natal Estando a Virgem À borda do rio Lavando os cueirinhos Do seu bento filho A Virgem lavava São José estendia
Sobre o humilde presépio uma estrela apareceu a dizer aos homens que Jesus nasceu. O Deus-Menino está ao pé
Julie Fletcher
de Maria e de José. O Menino chorava Com frio que fazia A Virgem ao peito O foi conhecer E logo o Deus Menino Deixou de chorar. Poema popular de Cardigos
Dão-lhe aquecimento, uma vaca e um jumento. E, a caminho do presépio, vem muita gente: vêm pastores, vêm Reis do Oriente. Autor desconhecido
Cantiga dos Reis Santos Reis, santos coroados Vinde ver quem vos coroou
Natal divino ao rés-do-chão humano, Sem um anjo a cantar a cada ouvido. Encolhido À lareira,
Foi a virgem, mãe sagrada,
Ao que pergunto
Quando por aqui passou.
Respondo Com as achas que vou pondo
O caminho era torto Uma estrela vos guiou
Na fogueira. O mito apenas velado Como um cadáver
Em cima de uma cabana
Familiar…
Essa estrela se pousou.
E neve, neve, a caiar De triste melancolia
A cabana era pequena Não cabiam todos três; Adoraram Deus-Menino Cada um por sua vez. Cantiga Popular de Barcelos
Os caminhos onde um dia Vi os Magos galopar… Miguel Torga
Monica Carretero
Eu queria ser Pai Natal
O Pai Natal Corre o mundo, entra e sai
Eu queria ser Pai Natal
Não se engana nos presentes
E ter carro com renas
Bem disposto e nosso amigo
Para pousar nos telhados
Deixa-nos a todos contentes.
Mesmo ao pé das antenas.
Traz o saco cheio de surpresas
Descia com o meu saco
Para pequenos e crescidos
Ao longo da chaminé,
Sempre atento e muito rápido
Carregado de brinquedos
Todos os desejos são atendidos.
E roupas, pé ante pé. Em cada casa trocava
Pedi na oração da noite
Um sonho por um presente
Um carrinho especial Pai Natal, como adivinhaste? Se não escrevi isso no postal. Adélia Pires
Jonathan Cusick
Que profissão mais bonita Fazer a gente contente! Luísa Ducla Soares
Sinos do Natal
Pai Natal
O dia de Natal bem depressa vai chegar.
Pai Natal, acabo de perceber que não és imparcial. A alguns meninos deste tudo
Meus sapatos pequeninos na janela vou deixar. Bem be-lém, be-lém, bem bem! Bem be-lém, be-lém, bem bem!
e a outros não deste nada. Será que perdeste a morada, não estava a tundra gelada, ou estava a rena cansada? No Natal que logo vem, pensa bem pois não pode ser assim. Ou dás presentes a todos ou não os dás a ninguém. Nem a mim. Regina Gouveia
O dia de Natal bem depressa vai chegar. E um brinquedo bem bonito com certeza vou achar. Bem be-lém, be-lém, bem bem! Bem be-lém, be-lém, bem bem! Autor desconhecido
Eloise White
Natal Africano
Natal
Não há pinheiros nem há neve, Nada do que é convencional, Nada daquilo que se escreve Ou que se diz... Mas é Natal. Que ar abafado! A chuva banha É Natal, é Natal Tudo bate o pé Vamos pôr o sapatinho
A terra, morna e vertical. Plantas da flora mais estranha,
Lá na chaminé Olha o Pai Natal, de barbas branquinhas Traz o saco cheio de lindas prendinhas
Aves da fauna tropical. Nem luz, nem cores, nem
Pai Natal
lembranças
Irá trazer
Da hora única e imortal.
Brinquedos para nós Para a Zeca uma boneca Para o Zito um apito Uma bola para saltar É o que quer o Baltazar. Autor desconhecido
Philomena O'Neill
Somente o riso das crianças Que em toda a parte é sempre igual. Não há pastores nem ovelhas, Nada do que é tradicional. As orações, porém, são velhas E a noite é Noite de Natal. Cabral do Nascimento
Natal chique
Está a chegar
Percorro o dia, que esmorece Nas ruas cheias de rumor; Minha alma vã desaparece Na minha pressa e pouco
Quem me dera nesse dia Beijar o Menino Filho da Virgem Maria.
amor. Hoje é Natal. Comprei um anjo, Dos que anunciam no jornal; Mas houve um etéreo Pauline Siewert
desarranjo
Quem me dera ter nascido
E o efeito em casa saiu mal. Valeu-me um príncipe
Com o Jesus nas palhinhas Ir com Ele para a escola
esfarrapado A quem dão coroas no meio disto, Um moço doente, desanimado… Só esse pobre me pareceu Cristo. Vitorino Nemésio
E brincar às caçadinhas. Vou tirar da minha cama Um cobertor bem novinho E a correr vou a Belém Embrulhar nele o Menino. Autor desconhecido
Vem aí o Natal!
É Natal!
O Natal está a chegar
Depois irei acabar
Já sei o que vou fazer:
A prenda do meu irmão,
Um desenho bem bonito
Todos dizem:
Que saudades eu já tinha
Um barco feito de noz
-O cheirinho está no ar!
De provar o gosto dela…
E ao papá oferecer…
Com a vela em papelão!
Vamos todos p´ra cozinha
À noite
Um colar todo em massinhas
O Natal está a chegar…
A nossa mãe ajudar.
Já à noitinha
Ficará bem à mamã
Vou ter cá um trabalhão
Rabanadas, bolo-rei,
Numa festa sem igual…
Um boneco em plasticina
Ainda por cima não sei
Arroz doce, aletria,
Tocam à campainha…
Eu darei à minha irmã.
O que vou dar ao meu cão!
Ai que cheirinho a canela!
É ele, o Pai Natal!
Lourdes Custódio
Autor desconhecido
Sam Toft
Janine Drayson
Berni Parker
Um figurão
Natal
Conto de mistério, lendas e verdades História de emoções, luzes, cores, magia Viagem fabulosa através dos tempos. Hino à esperança, à fé e ao amor Pó dourado que ano após ano se deposita nos nossos corações Festa da memória, da família, da recordação Encontro da fraternidade, da alegria e da paz Milagre de amor anualmente renovado Estrelas que acendem a eternidade nos olhos das crianças. Isabel Lamas
-Para a mesa é que eu não vou! –
Quero que todos os dias
Dizia o peru
Sejam dias de Natal
A fazer Glu Glu.
Para todos terem alegria
-Prefiro uma pinguinha De aguardente, À tardinha.
E a ninguém lembrar o mal Ò menino! Não te esqueças De me dar um presente Transforma todos os dias Em Natais p'ra toda a gente. Em Natais quentes de amor Com cestos cheios de pão Com luzes, sinos e febres
E lá caiu na esparrela De beber a aguardente E apanhar “uma piela”… Boa mão o temperou, Belo forno o assou. Fez na mesa um figurão! Alberta Menéres
Lisi Martin
Presente de Natal
Com homens todos irmãos. Autor desconhecido
roberta topini
Uma prenda de Natal
O pinheirinho ameaçado
Há quantos dias e noites
É ele o festejado
Esperamos nós o Natal!
E em lugar de receber
É a festa de Jesus
Vai de menino em menino
Uma festa sem igual.
Estava a matar para sempre, Os pobres pinheirinhos, Que custaram a crescer! Acho que todos gostamos, De ter árvore de Natal,
Seus pedidos atender. Porque o menino Jesus Que fez anos nesse dia Troca o lindo céu azul Pela nossa companhia.
Mas creio que é bem melhor Comprá-la artificial!
Jesus, eu quero também Dar-te uma recordação
Devo dizer: Sinceramente não gostei, Daquilo que observei,
Que há-de ser? Ah, já sei!
Quando passava na estrada,
Por dia uma boa acção.
Um homem,
Autor desconhecido
Sandra Vilarinho
À beira de um pinheiral:
Sem lhe custar mesmo nada, Deitava abaixo os pinheiros, Para as árvores de Natal! Estaria ele a pensar, No mal que estava a fazer?!...
shana frase
As aranhas O Natal já vinha perto
Mas, o Menino Jesus
Mas, ao andarem pelos ramos,
E, em casa, que confusão
Mandou-lhes este recado,
As pobres aranhas feias
Toda a gente atarefada
Por uma estrela que brilhava
Deixavam atrás de si
Com a vassoura na mão.
Entre as frestas do telhado:
Os fios cinzentos das teias!
E as aranhas perseguidas
«Quando a gente desta casa
O Deus Menino, porém
Fugiam a oito patas.
Estiver toda deitada,
Estendeu sua mão bendita.
E iam esconder-se no sótão
Aranhas, tendes licença
Com os ratos e as baratas.
De ir ver a árvore enfeitada.»
Transformando em fios de prata
Lá em cima, muito tristes,
As aranhas, uma a uma
Lamentavam o seu mal:
Saíram lá do seu canto.
- Ai, se ao menos nos deixassem
E foram ver o pinheiro
Ver a árvore de Natal!
Que estava mesmo um encanto.
Os sinais dessa visita. Dizem que foi desde então, Que se tornou habitual Enfeitar com fios brilhantes As árvores de Natal. M.ª Isabel Mendonça Soares
Aguarela da Sagrada Família
A fala do Menino Jesus Ainda agora aqui cheguei
A vaca, o burro, a ovelha
e já tenho companhia:
são a minha doce guarda,
são os bichos do presépio
bem diferente dos romanos,
que me enchem de alegria.
altivos na sua farda.
Minha mãe já me embala
Ainda agora aqui cheguei
no casulo da ternura
e estou no centro da luz;
Era uma jovem mãe
e refresca os meus lábios
os meus pais chamam-me
como cada uma é,
com um fio de água pura.
filho,
Era um menino como outro qualquer, nascido de mulher e pequenino.
os outros chamam-me Jesus.
sempre ao pé
Era uma família feliz
do seu bem.
como não houve igual.
Era um pai
É por isso que ainda se diz
como todo deve ser,
e se faz a festa do Natal.
a permanecer, mesmo se vai.
Quando crescer terei tempo de lhes dizer ao que vim
Por este nome, estou certo,
e quem me quiser seguir
serei sempre conhecido;
que venha juntar-se a mim.
e hão-de chamar-me menino já depois de ter crescido.
Eis que chegam os Reis João Manuel Ribeiro
Magos vindos lá do Oriente com segredos bem guardados dentro de cada presente.
José Jorge Letria
O sonho do Menino Jesus
Os poderosos de então,
O Menino brincando
O menino nasceu de um sonho
fossem judeus ou romanos,
Ó Meu Jesus adorado,
tecido como um novelo
queriam-no bem vigiado
feito com os fios de luz
por muitos e muitos anos.
de uma estrela no cabelo. Mas ele, que nasceu livre, O menino olhou em volta
em liberdade quis crescer,
para ver mais adiante
seguido por gente boa
e aquilo que encontrou
que com ele ia aprender.
Fecha os teus olhos divinos Num soninho descansado; Que a não sermos tu e eu Toda a gente do povoado, Desde os velhos aos meninos, Há muito que adormeceu… E o Menino Jesus não se dormia…
Dorme, dorme, dorme agora
foi raro e deslumbrante. E o seu maior milagre,
(Cantava a Virgem Maria)
Chamou a vaca e o burro
o que tem mais valor,
Que mal assomou a aurora,
para estarem junto de si
foi ter mostrado ao Homem
e eles obedeceram
a força que há no amor.
não saindo mais dali. Era um rei pequenino de um reino apenas sonhado e traçou o seu destino num presépio acanhado.
José Jorge Letria
Sentei-me junto ao tear E por todo o dia fora, Até que já se não via, Não deixei de trabalhar! E o Menino Jesus não se dormia…
Tornava Nossa Senhora, Numa voz mais consumida: Dorme, dorme, dorme agora E que eu descanse também, Porque mesmo adormecida Vela sempre, a toda a hora, No meu peito, o amor de mãe. E o Menino Jesus não se dormia…
Numa voz mais fatigada, Tornava a Virgem Maria: Dorme pombinha nevada, Dorme, dorme, dorme bem… Vê que está quase apagada A frouxa luz da bugia, Do pouco azeite que tem. E o Menino Jesus não se dormia… Augusto Gil
Natal O Menino Deus -
O menino está dormindo
Um pastor vindo de longe
O menino está dormindo
À nossa porta bateu;
Nas palhinhas, despidinho,
Trouxe recado que diz:
Os anjos lhe 'stão cantando
- O Deus Menino nasceu.
Os anjos lhe 'stão cantando
Este recado tivemos,
Por amor tão pobrezinho.
Já meia-noite seria;
O menino está dormindo
Estrelas do céu, lá vamos
Vamos ter com os mais
Dar parabéns a Maria.
pastores,
Mas que Lhe havemos de levar, A um Deus que tanto tem?
Não se percam no caminho.
O menino está dormindo Nos braços da Virgem pura.
Vamos todos, e depressa,
Os anjos lhe 'stão cantando:
Adorar o Deus Menino.
Os anjos lhe 'stão cantando:
- Ainda que muito tenha
- Vinde também
« Hosana lá nas alturas».
Sempre gosta que Lhe dêem.
pastorinhas,
O menino está dormindo
Vinde, correi a Belém;
O menino está dormindo
- Eu Lhe levo um cordeirinho, O melhor que eu encontrei.
Vinde visitar Maria Que divino Filho tem.
- E eu Lhe levo um
- Esta noite é santa noite,
requeijão,
Inda assim, mesmo tão fria;
O melhor que eu requeijei.
Vamos todos a Belém
- Pois também eu aqui levo,
Visitar Jesus, Maria.
Nos braços de São José, Os anjos lhe 'stão cantando: Os anjos lhe 'stão cantando: « Glória tibi domine». O menino está dormindo bis Um sono de amor profundo
Fofinhos, para Lhe oferecer,
- Ai, que formoso Menino;
Bons merendeiros de leite,
Ai, que tanta graça tem!
Favo de mel, pra comer.
Ai, que tanto Se parece Com a sua senhora Mãe! Poema popular
Os anjos lhe 'stão cantando: Os anjos lhe 'stão cantando: «Viva o salvador do mundo»! Autor desconhecido
Um pastor vindo de longe
Natal
Um pastor vindo de longe À nossa porta bateu Trouxe recados que dizem O Deus menino nasceu. Este recado tivemos Já meia noite seria Estrelas do céu lá vamos
No ermo agreste, da noite e do presépio, um hino De esperança pressaga enchia o céu, com o vento... As árvores: “Serás o sol e o orvalho!” E o armento:
E os reis: “Rei, no teu reino, entrarás entre Palmas!” E os pastores: “Pastor, chamarás os eleitos!” E a estrela: “Brilharás, como Deus, sobre as almas!”
“Terás a glória!” E o luar: “Vencerás o destino!”
Dar parabéns a Maria. E o pão: “Darás o pão da terra e o pão divino!” E a água: “Trarás alívio ao mártir e ao sedento!” E a palha: “Dobrarás a cerviz do opulento!” E o teto: “Elevarás do opróbrio o pequenino!”
Muda e humilde, porém, Maria, como escrava,
Charlotte Joan Sternberg
Tinha os olhos na terra em lágrimas desfeitos:
Vamos ter com os mais
Sendo pobre, temia; e, sendo mãe, chorava.
pastores Não se percam no caminho Vamos todos e depressa Visitar o Deus Menino. Ai, que formoso Menino! Ai, que tanta graça tem! Ai, que tanto se parece Com sua Senhora.
Olavo Bilac
História Antiga
Loas ao Menino
Era uma vez, lá na Judeia, um rei.
Menino Jesus,
Feio bicho, de resto: Uma cara de burro sem cabresto E duas grandes tranças.
Que estás no altar,
Tenho dois berlindes,
Não tenho presentes
Um verde e um lilás,
Para Te levar!
E a jogar com eles
A gente olhava, reparava, e via
Nunca fico atrás!
Que naquela figura não havia
Não tenho palácios,
Olhos de quem gosta de crianças.
Não tenho campinas,
Ah, que bom seria
E, na verdade, assim acontecia.
Nem mantos de seda,
Poderes aprender,
Porque um dia,
Nem cambraias finas!
E eu ser teu mestre
O malvado,
E ver-te vencer!...
Só por ter o poder de quem é rei
Esse palmo de sonho
Não tenho tesouros,
Por não ter coração,
Para encher este mundo de
Nem disso ilusões!...
Menino Jesus,
Sem mais nem menos,
alegria;
Sou pobre nos sonhos
Que estás no altar,
Mandou matar quantos eram
Para crescer, ser Deus;
E nas ambições!
É tudo o que tenho
pequenos
E meter no inferno o tal das
Nas cidades e aldeias da Nação.
tranças,
Mas,
Só porque ele não gostava de
Por acaso ou milagre, aconteceu
crianças.
Que, num burrinho pela areia fora,
Para te levar! Não tenho riquezas,
Miguel Torga
Nem compras de feira,
E nada mais levo,
Só tenho o que cabe
Por mais que queira,
Na minha algibeira!
Pois é pequenina,
Fugiu Daquelas mãos de sangue um
A minha algibeira!... Tenho um piãozinho,
pequenito
Mais uma baraça
Que o vivo sol da vida acarinhou;
P’ró fazer girar
E bastou
No meio da praça!
Alexandre Parafita