Como organizar um portefólio

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GUIÃO

DE

TÉCNICAS DE TRABALHO

Elaboração de portfólios Elaboração de relatórios 1


COMO FAZER UM PORTEFÓLIO Um portefólio corresponde ao conjunto dos trabalhos desenvolvidos, ao longo de um certo período de tempo, por exemplo um ano lectivo. Constitui o registo diário da evolução das aprendizagens, ao nível dos conhecimentos e das competências e, por isso, é um instrumento inacabado que vai permitindo corrigir erros. Trabalhar com portefólios requer a nossa intervenção activa na construção de conhecimentos e no desenvolvimento de competências, em vez de recebermos passivamente as informações transmitidas pelo professor. Esta metodologia de trabalho envolve-nos na planificação das aprendizagens através de projectos concretos. Em primeiro lugar, devemos começar por conhecer e discutir os objectivos da disciplina e dos temas que nela se desenvolvem. Este primeiro passo implica registar e sistematizar os referidos objectivos. Os conceitos importantes, a análise dos temas, a relação entre temas, a sua compreensão e a avaliação exigem o recurso a diversas técnicas e instrumentos de trabalho, desde o brainstorming até aos testes, passando pela análise de textos e de conceitos, pelas sínteses, pelos diários de aula, pelos relatórios ou pelos mapas conceptuais. Os tempos e as formas de apresentação dos trabalhos deverão ser negociados com o professor. O portefólio materializa-se numa pasta que inclui o material recolhido e produzido e deverá ser partilhado com a turma, entre diversas turmas, com os pais ou com outras pessoas que se interessem pelos temas trabalhados, e pode, por exemplo, ser parcialmente apresentado nas páginas da Internet da escola. Este instrumento de trabalho estimula a reflexão sobre as aprendizagens e motiva facilmente não só quem o produz, mas também quem dele partilha.

Quanto ao conteúdo, os documentos devem; a) abranger todas as áreas do programa; b) estar relacionados com os objectivos do programa e a sua planificação; c) ser diversificados; d) expressar processos e produtos; e) mostrar as aprendizagens e as dificuldades relevantes; f) expressar um percurso pessoal. A informação é tratada de modo diferente conforme os objectivos a as técnicas utilizadas.

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A metodologia de trabalho por portefólio prende-se com a qualidade dos trabalhos e não com a sua quantidade. Empilhar documentos numa pasta serve de muito pouco. Por exemplo, um conjunto de definições de conceitos ou de análises de temas, recolhidos da Internet, que não sejam utilizados e trabalhados, constitui uma pura perda de tempo e gasto de recursos, não se traduzindo em nada de útil e não podendo, por isso, ser avaliado. O portefólio permite fazer, pensar sobre o que se fez e refazer. O portefólio tem a vantagem de: a) mostrar o saber, o fazer-saber, o saber-fazer e o saber-ser; b) ser um registo global de um processo pessoal e único de aprendizagem; c) implicar um papel activo e responsável na construção da aprendizagem.

Diferença entre um portfólio e um dossier Portefólio ⇒ Expressa um percurso e um projecto de aprendizagem ⇒ Os documentos são seleccionados em função de objectivos ⇒ Os documentos são integrados no portefólio de modo regular e planificado ⇒ Os documentos expressam situações significativas de aprendizagem e de avaliação ⇒ Expressa as dificuldades a superar ⇒ Existe uma relação entre os diferentes documentos ⇒ Os documentos contêm comentários(do professor, dos colegas, dos pais, de outros) ⇒ Os documentos têm que ser datados e devidamente contextualizados ⇒ É um instrumento de trabalho (de aprendizagem e de avaliação) em constante reformulação ⇒ O aluno é responsável pelo seu portefólio e pode utilizá-lo ao longo de todo o ciclo de estudos

Dossier ⇒ Expressa uma colecção de documentos ⇒ Os documentos não obedecem a qualquer tipo de selecção ⇒ Os documentos são integrados no dossier de forma esporádica ou então são todos integrados sem planificação ⇒ Podem integrar-se quaisquer documentos 3


⇒ Não revela as dificuldades a superar ⇒ A relação entre os documentos é inexistente ⇒ Os documentos não são comentados ⇒ Os documentos podem ou não ser datados e a sua contextualização é irrelevante ⇒ É um arquivo morto ⇒ Deixa de ter sentido ao fim de um certo tempo

Bibliografia COSTA, Angelina et al, Psicologia A, 10º ano, Porto Editora, 2005 p. 17.19 (texto adaptado)

Como organizar um portfólio A criação e manutenção de um portfólio atualizado é fundamental para quase todos os profissionais, desde àqueles que trabalham em caráter liberal quanto para àqueles vinculados a uma empresa ou instituição e que precisam prestar informações sobre produtividade a elas. Importantíssimo tanto para manter um registro formal de suas realizações, bem como para servir como estratégia de marketing na angariação de novos clientes. Além disso, a produção de portfólios é bastante utilizada por estudantes e estagiários como forma de relatar o que fez, tem feito e vai fazer naquela função. Trata-se, portanto, de uma compilação dos trabalhos em andamento e daqueles cujas metas já foram alcançadas. Jones & Shelton (2006) definiram o portfólio como “documentos personalizados do percurso de aprendizagem ricos e contextualizados. Contêm documentação organizada com propósito especifico que claramente demonstra conhecimentos, capacidades, disposições e desempenhos específicos alcançados durante um período de tempo. Os Portfólios representam ligações estabelecidas entre ações e crenças, pensamento e ação, provas e critérios. São um meio de reflexão que possibilita a construção de sentido, torna o processo de aprendizagem transparente e a aprendizagem visível, cristaliza perspectivas e antecipa direções futuras” A partir de tal definição entende-se por que o seu uso é bastante difundido nos meios escolares e académicos. Trata-se de uma ferramenta indispensável para a carreira de qualquer estudante e profissional que dependa de sua produção pessoal na hora de alcançar um objetivo. Em muitas situações pode até substituir o currículo.

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Como fazer um portfólio escolar ou pessoal Passo a Passo Será preciso : Uma pasta preta ou ficheiro com materiais já produzidos, fotografias do que já foi feito, cartão de visita e exemplares de coisas já produzidas por si 1) Faça uma revisão do seu currículo atual e atualize o que for necessário. Tenha certeza de que os factos mais importantes e pertinentes de sua carreira estão ali relatados

2) Reúna amostras de seu trabalho: materiais escritos, fotografias, vídeos, folhetos, planos, relatórios, projetos de pesquisa, desenhos, etc. Agrupe uma grande variedade de materiais de forma a ilustrar o potencial de suas habilidades

3) Certifique-se de que o material reunido ilustre as competências que queira demonstrar ou que queira ser reconhecido por possuí-las. 4) Adicione ou subtraia materiais de acordo com o trabalho ou área que pretende. Se estiver à procura de um trabalho de publicitário, por exemplo, adicione materiais relacionados à sua capacidade nesta área. É importante ressaltar que seu portfólio não deve ser muito longo ou vai parecer enfadonho e cansativo 5) Anexe ao portfólio cópias de qualidade semelhante à original. 6) Reúna também fotografias que demonstrem a realização de serviços anteriores. 7) Organize tudo isso na sua pasta ou ficheiro 8 ) Quando for usar o material numa entrevista, pratique antes a forma como irá apresentar cada página, para fazê-lo bem quando for necessário

9) Atualize seu portfólio a cada nova conquista, serviço e material produzido

Pesquisa efectuada em

http://pedagogiaaopedaletra.com/como-fazer-um-portfolio-escolar-ou-pessoal/

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INSTRUÇÕES PARA A CONSTRUÇÃO DO PORTFÓLIO DO ALUNO Envolver a família no processo de construção do portfólio do aluno; Comunicar a família sobre a importância deste material, esclarecendo seu objetivo, demonstrando assim, que os educadores desta unidade escolar estão interessados na maneira como o aluno, em particular, cresce e aprende; Utilizar métodos variados para observar e documentar o progresso do aluno. Organizar o portfólio significa guardar, colecionar os trabalhos que o aluno desenvolva em sala de aula ou em outro ambiente; Registar através de fotos, registo de observação do professor e atividade do aluno; Levar em conta que o portfólio tem caráter avaliativo, e deve registar o desenvolvimento do aluno; As atividades selecionadas (textos escritos, fotos, atividades do aluno, etc) deverão ser significativas, apontando gradativamente o desenvolvimento do aluno.

Enfim, desenvolver bons portfólios ajuda a todos. A avaliação com portfólio aumenta a cooperação e o entendimento entre professores e pais, individualiza as experiências de aprendizagem para ajudar cada criança a crescer no seu próprio potencial máximo e encoraja o desenvolvimento profissional do professor.

BIBLIOGRAFIA SHORES, Elizabeth e GRACE, Cathy. Manual de Portfólio; um guia passo a passo para o professor. Porto Alegre: ARTMED Editora, 2001. 160p.

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Construção de um Portfólio A construção de Portefólios é uma metodologia generalizada, actualmente, usada como fonte e comprovação de processos de aprendizagem diversos, em contextos formais e informais, sendo que a documentação disponível nesta matéria é vasta. O importante é que as equipas pedagógicas pesquisem e dinamizem a informação relativa à construção de portefólios a partir das questões apresentadas Como premissa fundamental, o portfólio deve corresponder a um projecto proposto pelo formando, depois de esclarecido e orientado. A abertura e flexibilidade quanto à sua estruturação devem, no entanto, respeitar alguns critérios, considerados fundamentais no âmbito deste modelo de formação, designadamente: 1. Adequação a um plano de trabalho negociado com o formando, reflectindo(sobre) o percurso feito. 2. Diversificação de trabalhos, acompanhados de reflexões fundamentadas, que revelem a apropriação que o formando faz dos conteúdos da formação enquanto aprendizagens efectivas, traduzíveis em competências adquiridas. 3. Datação de cada documento, para permitir a observação e análise do percurso e ponderação sobre a respectiva evolução. Selecção pessoal e motivada do conteúdo do Portefólio, dando conta dos diferentes passos de cada documento/trabalho. Isto pode significar, por exemplo, que o formando inclua no seu Portefólio várias versões de uma mesma actividade, até ao seu estado “final”.

Etapas possíveis para construção de um portfólio 1. Recolher informação: este momento pode ser entendido com várias abrangências: 1.1 - Recolher informação em si próprio e/ou noutros que lhe são próximos sobre um determinado assunto, comparando e reflectindo sobre as diferentes opiniões; 1.2 - Pesquisar em diferentes fontes e suportes sobre os temas propostos. . Seleccionar informação: este procedimento implica métodos de análise e síntese da informação pesquisada e, necessariamente, a sua contextualização no âmbito da actividade que se propôs fazer e nos seus próprios quadros conceptuais. 3. Reflectir: esta fase corresponde à personalização consciente do que seleccionou, à construção de um sentido pessoal em que o formando estabelecer ligações entre as diferentes dimensões de uma questão, num movimento de centramento/descentramento de si. 4. Partilhar resultados: sob a forma de texto escrito, fazendo recurso a outros suportes que permitam a evidenciação do que apropriou enquanto aprendizagem. 5. Direccionar para novos desafios: a identificação de novas metas a partir de objectivos pessoais consolidados é uma prática com a qual o formando em formação se vai familiarizando, na medida

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em que se apropria de novas “pistas” de aprendizagem e as direcciona para outras temáticas a desenvolver. Esta metodologia poderá ser alimentada ao longo de todo o percurso formativo.

Recursos eletrónicos http://www.redevalorizar.azores.gov.pt/redevalorizar/Portals/0/ProgramaReactivar/Portefolio_Reflex ivo_de_Aprendizagem.pdf

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Elaboração de relatórios 1. O que é um relatório? Um relatório de uma actividade prática, é uma exposição escrita de um determinado trabalho ou experiência laboratorial. Não é apenas uma descrição do modo de proceder (técnicas, reagentes, material, etc.), pois este conjunto de informações constitui o protocolo. Um relatório é o conjunto da descrição da realização experimental, dos resultados nele obtidos, assim como das ideias associadas, de modo a constituir uma compilação completa e coerente de tudo o que diga respeito a esse trabalho. De alguma forma, elaborar um relatório deve ser visto pelo aluno como uma etapa importante na sua formação académica, para que mais tarde, como profissional, possa ter adquirido e desenvolvido a praxis e o raciocínio crítico necessários à elaboração de um artigo científico.

2- Como escrever? O relatório como instrumento de trabalho deverá utilizar uma linguagem simples, clara, objectiva e precisa. A clareza do raciocínio, característica do método científico, deverá transparecer na forma como o relatório é escrito. Um relatório deverá ser conciso e coerente, incluindo a informação indispensável à compreensão do trabalho. A forma pela qual alguma informação pode ser apresentada (tabelas, gráficos, ilustrações), pode contribuir consideravelmente para reduzir a extensão de um relatório.

As frases utilizadas devem ser completas, para que, através da sua leitura seja possível seguir um raciocínio lógico. Em ciência, todas as afirmações devem ser baseadas em provas factuais e não em opiniões não fundamentadas. Factos especulativos não podem tomar o lugar de outros já demonstrados. De igual modo, o aluno (futuro investigador e/ou professor) deve evitar o excesso de conclusões, sendo estas precisas e sintéticas. As conclusões devem, igualmente, ser coerentes com a discussão dos resultados.

3- Estrutura dum relatório A divisão metodológica de um relatório em várias secções ajuda à sua organização e escrita por parte dos autores e, de igual modo, permite ao leitor encontrar mais facilmente a informação que procura.

3.1. Título, autor(es) e data Identificação do trabalho (título). Identificação dos autores. Data em que o relatório foi realizado. Disciplina a que diz respeito.

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3.2. Objectivos Deverá incluir sumariamente qual ou quais os objectivos do trabalho a realizar.

3.3. Introdução Nesta parte do relatório deve ser introduzido o trabalho experimental a realizar, bem como as noções teóricas que servem de base ao mesmo. A introdução deve conter a informação essencial à compreensão do trabalho.

3.4. Material e Métodos Deve ser sintético mas preciso, contendo, no entanto, informação suficiente de modo que, no caso da experiência vir a ser repetida por outrem, possam ser obtidos resultados idênticos. Normalmente considerado como um ponto secundário do trabalho, esta parte do relatório é, no entanto, essencial para a compreensão da experiência a realizar.

3.5. Resultados Descrição do que se observa na experiência. Inclui o registo e tratamento dos dados, bem como os esquemas e ou as figuras das observações efectuadas. Os esquemas são feitos a lápis e legendados. No caso de observações microscópicas deve ser incluído junto do esquema a ampliação.

3.6. Discussão Interpretação dos resultados. A discusão deve comparar os resultados obtidos face ao objectivo pretendido. Não se devem tirar hipóteses especulativas que não possam ser fundamentadas nos resultados obtidos. A discussão constitui uma das partes mais importantes do relatório, uma vez que é nela (e não na introdução) que os autores evidenciam todos os conhecimentos adquiridos, através da profundidade com que discutem os resultados obtidos.

3.7. Conclusões Esta parte do relatório deve sumarizar as principais conclusões obtidas no decurso do trabalho realizado.

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3.8. Referências bibliográficas A bibliografia deve figurar no fim do relatório. Nela devem ser apresentadas todas as referências mencionadas no texto, que podem ser livros (ou capítulos de livros), artigos científicos, CD-ROMs e websites consultados.

Adaptado de: Jones, A., Reed, R. and Weyers, J., 1998 – “Pratical Skills in Biology”. 2nd edition. Longman Scientific & Technical (ed), New York.

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Bibliografia COSTA, Angelina et al, Psicologia A, 10º ano, Porto Editora, 2005 p. 17.19 (texto adaptado) ARTMED Editora, 2001. 160p. Jones, A., Reed, R. and Weyers, J., 1998 – “Pratical Skills in Biology”. 2nd edition. Longman Scientific & Technical (ed), New York.- Texto adaptado SHORES, Elizabeth e GRACE, Cathy. Manual de Portfólio; um guia passo a passo para o professor. Porto Alegre:

Recursos eletrónicos

http://pedagogiaaopedaletra.com/como-fazer-um-portfolio-escolar-ou-pessoal/ http://www.redevalorizar.azores.gov.pt/redevalorizar/Portals/0/ProgramaReactivar/Portefolio_R eflexivo_de_Aprendizagem.pdf

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