Boletim 2 da be 2014 15

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BOLETIM DA BE

 A biblioteca escolar proporciona informação e ideias fundamentais para sermos bem sucedidos na sociedade actual, baseada na Informação e no conhecimento. In Manifesto da Biblioteca Escolar, UNESCO

BIBLIOTECA ESCOLAR Agrupamento de Escolas de São João da Pesqueira 2 0 1 4 • 2 0 1 5

N º 1 I

Final do ano letivo Mais um ano letivo que acabou., mas para terminarmos, aqui está mais um Boletim NOTÍCIAS DA BE que visa dar a conhecer o fundo documental existente na BE/CRE para que a comunidade escolar e educativa tenha dele conhecimento,. Pretende também dar conta de algumas atividades realizadas na BE e informar sobre algumas estatísticas de utilização da BE.

 DESTAQUES: Final do ano letivo

1

Semana da leitura

2

Participação em Projetos

3

Livro do Mês

4

Estatísticas da BE no ano letivo 2014/15

14

Bibliofesta

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BOLETIM DA BE SEMANA DA LEITURA 2014/15

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NOTÍCIAS DA BE PARTICIPAÇÃO DA NOSSA BE EM CONCURSOS/PROJETOS 2014-2015

LA ATREVIDA A participação neste concurso implica a criação de textos literários inéditos de tema e formato livre, escritos em língua portuguesa e que não tenham concorrido anteriormente a qualquer outro concurso. Mais informações em: http://laatrevidalibreria.blogspot.com/

VOLUNTÁRIOS DA LEITURA Destina-se a potenciar o desenvolvimento de uma rede nacional de voluntariado na área da promoção da leitura, através de uma plataforma digital que estimule a adesão de voluntários e funcione como instrumento congregador de iniciativas de escolas, bibliotecas e outras organizações. Mais informações em: http://www.voluntariosdaleitura.org/

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3

CONCURSO NACIONAL DE LEITURA Com a intenção de promover a leitura nas escolas é promovido neste ano letivo, a 8ª Edição do Concurso Nacional de Leitura. Mais informações em: http://www.planonacionaldeleitura.gov.pt/ Concursos/index.php?s=concursos&tipo=1&concurso=66

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BOLETIM DA BE LIVRO DO MÊS A rubrica "Livro do Mês" pretende dar a conhecer o fundo documental existente na nossa biblioteca escolar e tem uma periodicidade Mensal ou Bimestral. Em cada mês serão escolhidos dois livros por dois intervenientes. Um dos intervenientes será um dos Docentes da Equipa da Biblioteca Escolar, o outro interveniente será um aluno que no ano letivo anterior fez parte do quadro de Excelência do nosso Agrupamento.

L I V R O D O

Escolha feita pelos professores.

Livro do mês de janeiro escolhido pelo professora Helena Rodrigues

Livro do mês de fevereiro escolhido pela professora Teresa Gomes

M Ê S Legenda que descreve a imaoude gráfico. dogem mês março/

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Livro abril escolhido pelo professor Armando Vilela

Livro do mês de maio / junho escolhido pelo professor Miguel Benjamim


NOTÍCIAS DA BE LIVRO DO MÊS

Escolha feita pelos alunos.

L I V R O Livro do mês de janeiro escolhido pelo aluno Leonardo Caldeira

Livro do mês de fevereiro escolhido pela aluna Bárbara Silva

D O M Ê S

Livro do mês de março/abril escolhido pela aluna Ana Paíga

Livro do mês de maio escolhido pela aluna Irene Mesquita

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BOLETIM DA BE LIVRO DO MÊS JANEIRO - PROFESSOR

Florbela Espanca

Livro do mês de janeiro escolhido pela professora Helena Rodrigues

Legenda que descreve a imagem ou gráfico.

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NOTÍCIAS DA BE LIVRO DO MÊS JANEIRO - ALUNO

John Ronald Reuel Tolkien

Livro do mês de janeiro escolhido pelo aluno Leonardo Caldeira

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BOLETIM DA BE LIVRO DO MÊS FEVEREIRO - PROFESSOR Emmanuel Jal Emmanuel Jal é um artista rap que conquistou notoriedade mundial pelas suas músicas de hiphop com mensagens de paz e reconciliação, inspiradas nas suas experiências enquanto criançasoldado do Sudão.Em 2005, editou o seu primeiro álbum musical, Gua («Paz» na sua língua nativa – o nuer), e, em 2008, lançou um novo álbum, War Child, que é também o nome de um documentário sobre a sua vida, vencedor do Tribeca Film Festival Cadillac Audience Award em 2008. A sua música integrou a banda sonora do filme Blood Diamond («Diamante de Sangue»), o documentário God Grew Tired of Us e três episódios da série ER («Serviço de Urgência»).

Sinopse:

Emmanuel Jal

Em criança, mal podendo com o peso de uma arma, Jal, um dos Meninos Perdidos do Sudão, testemunhou e praticou actos de extrema brutalidade, no contexto da guerra civil que grassava no seu país. As suas memórias de terror desenham-se vividamente nesta poderosa autobiografia, que revela dolorosamente a fúria que a guerra lhe ensinou, mas também a forma impressionante como conseguiu superá-la. Inspirado por Mahatma Ghandi, Martin Luther King e Nelson Mandela, socorreu-se da música como instrumento para o seu próprio processo de cura e incentivo à paz no seu país, tornando-se um dos mais promissores cantores rap africanos, reconhecido internacionalmente. Chocante, inspirador e carregado de esperança, Filho da Guerra é a autobiografia de um jovem singular, determinado a contar a sua própria história e a revelar ao mundo a tragédia do seu país.

Prefácio

Livro do mês de fevereiro escolhido pela professora Teresa Gomes.

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Fui um filho da guerra, nascido numa terra sem livros nem escrita, uma terra onde a História apenas nos chegava pela boca das nossas mães e através das canções da nossa aldeia, uma terra consumida pela guerra ainda antes de eu soltar o meu primeiro choro. Por isso mesmo, o dia exacto do meu nascimento perdeu-se nesse mundo também perdido onde nasci, tal como os nomes de algumas pessoas cujas vidas se entrelaçaram com a minha. Dei-lhes, pois, novos nomes. Como muitos outros Meninos Perdidos do Sudão, assumi, já em adulto, a data de 1 de Janeiro de 1980 como o dia do meu nascimento, adaptando-a daí para a frente às minhas várias idades contidas neste livro. Não tenho a certeza da idade exacta que tinha quando estive em determinados sítios, nem tão-pouco o tempo exacto que lá permaneci. Mas tenho pistas e referências bem frescas na minha memória: era tão pequeno que a minha arma era maior do que eu; assisti ao passar de muitas estações secas e de muitas estações chuvosas enquanto vivi no campo de refugiados. As datas exactas contidas neste livro têm como referência os acontecimentos descritos nos livros de História, mas Legenda que descreveaagigantesca imaparte da violência diária da guerra gem ou gráfico. não vem referida nos livros, e este não pretende ser um manual escolar da História do Sudão. É apenas a história de um rapaz, das suas memórias e de tudo o que testemunhou.


NOTÍCIAS DA BE LIVRO DO MÊS FEVEREIRO - ALUNO Kate Furnivall Kate Furnivall nasceu no País de Gales. A mãe, que viveu a sua infância entre a Rússia, a China e a Índia, descobriu em tenra idade que o mundo que nos rodeia é demasiado volátil, e que aquilo que tem realmente valor é o que transportamos na mente e no coração. São estes os valores que a autora explora em A Concubina Russa. A autora estudou Inglês em Londres, no Reino Unido, e dedicou-se à área editorial durante alguns anos. Depois enveredou pela publicidade, altura em que conheceu o marido. Tem dois filhos e mora numa casa de campo antiga, dedicando-se inteiramente à escrita. Quando perdeu a mãe em 2000, Kate resolveu escrever um livro inspirado na sua história. O romance contém personagens ficcionadas, mas Kate usou muitas memórias que a mãe lhe confiou no relato dos acontecimentos do romance - particularmente os que dizem respeito a duas refugiadas russas, retidas numa colónia chinesa, sem dinheiro, no início do século XX.

Sinopse Uma poderosa história de amor, sobrevivência e lealdade, num fascinante e agitado momento da História. Exiladas da Rússia após a Revolução Bolchevique, a bela e destemida Lydia e a sua aristocrática mãe refugiam-se em Junchow, na China. Sozinha e sem recursos, Lydia serve-se da sua astúcia para sobreviver, ludibriando e roubando estrangeiros desprevenidos. Nas ousadas investidas que faz pela cidade chinesa, Lydia cruza-se com um jovem comunista chinês, Chang An Lo, que a salva da morte certa, num perigoso confronto com as tríades chinesas. Nesta atmosfera de perigo e exotismo, entre raptos, traições e o tráfico de ópio, Lydia e Chang apaixonam-se, desafiando o preconceito e a desonra. Críticas de imprensa: Um épico dolorosamente belo. - “New Woman” Um romance de cortar a respiração. - “Marie Claire” Uma aventura romântica e épica. Incrivelmente envolvente. - “The Bookseller”

Capítulo I Rússia, Dezembro de 1917 O comboio parou com estrépito. O seu motor palpitante expeliu vapor cinzento para o céu branco e as vinte e quatro carruagens de mercadorias atrás pinotearam e chocalharam ao imobilizarem-se bruscamente, soltando guinchos. O som dos cavalos e de ordens berradas ecoou na quietude da paisagem vazia e gelada. – Porque parámos? – sussurrou Valentina Friis ao marido. A sua respiração retorceu-se entre eles como uma cortina glacial. Parecia ser, a seu desesperado olhar, a única parte de si que ainda tinha forças para se movimentar. Agarrou a mão dele. Desta vez, não era em busca de calor, mas sim porque precisava de saber que ele continuava ali, do seu lado. Ele abanou a cabeça, com o rosto roxo de frio, pois o seu casaco estava a agasalhar bem a criança adormecida nos seus braços. – Não é o fim – disse ele. – Promete-me – exalou ela. Ele dirigiu um sorriso à mulher e, juntos, agarraram-se à áspera parede de madeira do vagão do gado que os enclausurava, pondo os olhos nas fendas estreitas entre as tábuas. À sua volta, os outros fizeram o mesmo. Olhos desesperados. Olhos que já tinham visto de mais. – Querem matar-nos – afirmou o homem de barba à direita de Valentina, com uma voz monocórdica. Falava com um cerrado sotaque georgiano e usava um chapéu de astracã bem enfiado na cabeça, por cima das orelhas. – Por que outro motivo haveríamos de parar no meio do nada? (...)

Kate Furnivall

Livro do mês de fevereiro escolhido pela aluna Bárbara Silva.

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BOLETIM DA BE LIVRO DO MÊS MARÇO/ABRIL - PROFESSOR FERNÃO MENDES PINTO

Fernão Mendes Pinto

Livro do mês de março/abril escolhido pelo professor Armando Vilela

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Fernão Mendes Pinto nasceu em Montemor-o-Velho, talvez em 1510, e morreu em Almada, supostamente a 8 de julho de 1583. Pertenceu a uma família modesta, mas a que talvez não faltasse certo grau de nobreza. Ainda pequeno, um seu tio levou-o para Lisboa onde o pôs ao serviço na casa do duque D. Jorge, filho de D. João II. Manteve-se aqui durante cerca de cinco anos, dois dos quais como moço de câmara do próprio D. Jorge, facto importante para a comprovação da sua descendência de uma classe social que contradizia a precária situação económica que a família então detinha. A vivência neste meio social não é alheia à sua apetência e inspiração para a escrita e para as funções diplomáticas que desempenhou algumas vezes. Cerca de 1537, parte para a Índia, ao encontro dos seus dois irmãos. De acordo com os relatos da sua obra Peregrinação, em 1538, fez um cruzeiro ao mar Vermelho e, logo a seguir, participou num combate naval. Sem nunca o ter comprovado, refere também que entrou na Abissínia. Foi cativo dos muçulmanos, vendido a um grego e por este a um judeu que o levou para Ormuz. Acompanhou Pedro de Faria a Malaca, de onde fez o ponto de partida para as suas aventuras, tendo percorrido, durante 21 acidentados anos, as costas da Birmânia, Sião, arquipélago de Sunda, Molucas, China e Japão. Numa das suas viagens a este país conheceu S. Francisco Xavier e, influenciado pela personalidade, decidiu entrar na Companhia de Jesus e promover uma missão jesuíta ao Japão. Em 1554, depois de libertar os seus escravos, vai para o Japão como noviço da Companhia de Jesus e como embaixador do vice-rei D. Afonso de Noronha junto do rei do Bungo. Esta viagem constituiu um desencanto para ele, quer no que se refere ao comportamento do seu companheiro, quer no que respeita ao comportamento da própria Companhia. Desgostoso, abandona o noviciado e regressa a Portugal. Aqui, com a ajuda do governador Francisco Barreto, conseguiu arranjar documentos comprovativos dos sacrifícios realizados pela pátria, que lhe deram direito a uma tença, nunca recebida. Desiludido, foi para Vale de Rosal, em Almada, onde se manteve até à morte e onde escreveu, entre 1570 e 1578, a obra que nos legou, a sua inimitável Peregrinação. Esta só viria a ser publicada 20 anos depois da morte do autor, receando-se que o original tenha sofrido alterações às quais não seriam alheios os Jesuítas. A importância da Peregrinação de Fernão Mendes Pinto na literatura, cultura e historiografia portuguesa é largamente reconhecida e celebrada de muitas maneiras. Em 2010 celebraram-se os 500 anos do nascimento de Fernão Mendes Pinto . Na verdade, Peregrinação fascina pela aventura extraordinária, excessiva, que aí se relata, a diversidade de povos, costumes, religiões, e geografia das partes da Índia, Malaca, Samatra, Java, China, Macau, Japão, à mistura com descrições técnicas da arte de marear e de abalroar navios, enfim, os negócios feitos, as habilidades diplomáticas, a própria personagem de Fernão Mendes Pinto, o «coitado de mim». ao ler a Peregrinação ganha-se uma sensibilidade, um olhar especial sobre as palavras e o percurso que elas fazem ao longo dos séculos até aos dias de hoje. Por exemplo, quando aparece pela primeira vez em cena António de Faria, Fernão Mendes Pinto diz que a função dele é fazer um certo negócio com um rei local que afinal, mais do que amizade ou lealdade, era esse negócio tudo o que mais lhes interessava e então diz-se: «porém esta tenção vinha rebuçada com uma carta a modo de embaixada». Poucos conhecem o verbo rebuçar, significa «velar», Legenda que descreve a ima«esconder» ou «encobrir». Mais frequente é a expressão gem ou gráfico. «sem rebuço», e, bom, e então percebemos donde vem a palavra rebuçado.


NOTÍCIAS DA BE LIVRO DO MÊS MARÇO /ABRIL- ALUNO Sinopse: A forte relação de amizade entre Kamryn Matika e Adele Brannon, companheiras desde os tempos de faculdade, é destruída num instante de traição que marcará as suas vidas para sempre. Anos depois desse incidente, Kamryn é uma mulher com uma carreira de sucesso, que vive sem ligações pessoais complexas, protegendo-se de todas as desilusões. Mas eis que, no dia do seu aniversário, Adele a contacta... A amiga de Kamryn está a morrer e implora-lhe que adote a sua filha, Tegan, fruto da sua ilícita relação de uma noite com Nate. Terá ela outra escolha? Será o perdão possível? O que estará Kamryn disposta a fazer pela amiga que lhe partiu o coração? Uma viagem dolorosa e comovente de auto-conhecimento, uma leitura de cortar a respiração.

Dorothy Koomson escreveu o primeiro romance aos 13 anos. Chamava-se There's A Thin Line Between Love And Hate e foi escrito ao ritmo de um capítulo por noite, que depois circulava entre as colegas de escola, todas as manhãs. Cresceu em Londres e, mais tarde, durante a faculdade, em Leeds. Acabou por regressar a Londres, para fazer um mestrado, e ficou por lá durante alguns anos. Passou por empregos temporários, até conseguir a grande oportunidade no mundo da escrita, colaborando com várias publicações femininas e jornais nacionais. Contar histórias e escrever ficção constituem uma enorme paixão na vida de Dorothy Koomson, pelo que foi aproveitando cada segundo que tem para trabalhar em contos e romances. Em 2001 teve a ideia que inspirou O Amor Está no Ar, e, com ele, começou uma carreira de romancista, que, segundo a própria, «tem sido espectacular!». Em 2006, publicou o terceiro romance, A Filha da Minha Melhor Amiga que registou um enorme sucesso, vendendo quase 90 mil exemplares no Reino Unido, só nas primeiras semanas. Cerca de um mês depois, o livro foi seleccionado para o Richard & Judy Summer Reads Book Club e as vendas aumentaram para mais de meio milhão de exemplares. Dorothy viveu dois anos em Sidney, na Austrália, e agora está de volta a Inglaterra, embora não saiba dizer por quanto tempo.

Fernando Trías de Bes

Livro do mês de março/abril escolhido pela aluna Ana Paíga

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BOLETIM DA BE LIVRO DO MÊS MAIO/JUNHO - PROFESSOR

Vergílio Ferreira

Livro do mês de maio escolhido pelo professor Miguel Benjamim

Romance de Vergílio Ferreira publicado em 1959. A presença de um narrador autodiegético em Aparição é uma característica determinante. O sujeito enunciador revela-se a si mesmo à medida que se vai apropriando linguisticamente do fluxo das vivências que decorrem no mundo, como é evidente nos textos de abertura e fechamento do romance, que, situados num tempo pós-trágico de reflexão, funcionam como parênteses que sugerem uma libertação da visão do narrador em face da ação contida entre eles: «Sei, não talvez como quem conquistou mas como quem se despoja: a minha verdade é o que me sobeja de tudo.» A ação inicia-se com a chegada a Évora de um novo professor, Alberto Soares, no início de mais um ano letivo. Alberto, o narrador, cedo se relaciona com o Doutor Moura, antigo colega do seu pai, e o seu círculo familiar, nomeadamente Ana, casada com Alfredo Cerqueira, Sofia, de quem se tornará explicador de Latim, e Cristina, a filha mais nova da família. Neste espaço familiar circulam também as figuras de Carolino, um dos seus alunos do Liceu, e o engenheiro Chico, um amigo da família, espécie de neorrealista militante. O espaço urbano de Évora tem como contraponto o espaço rural da montanha onde Alberto viveu a sua infância, e ao qual temos acesso através de analepses que nos dão conta do crescimento dessa personagem, designadamente a descoberta do seu próprio «eu» em face de um espelho, o primeiro contacto com o não-sentido da morte (a famosa «metáfora do cão») e a aquisição da consciência da «morte» de Deus. Assim, o seu passado evolutivo vai iluminando o seu desenvolvimento no presente da ação principal: a interação da sua verdade com aquela das outras personagens, oscilando entre os polos da aparição e da desaparição, da revelação e da dissimulação, da integração e da desintegração. A ação principal estrutura-se em dicotomias combinadas em triângulos trágicos: Alberto, Sofia e Carolino; Alberto, Sofia e Ana; Ana, Sofia e Cristina, etc. Alberto é aquele que introduz o vírus da interrogação no seio da comunidade eborense: «Tinha uma missão a executar, uma extraordinária notícia a transmitir. Precisava urgentemente (...) de revolucionar o mundo. (...) Era necessário que todos os homens vivessem em estado de lucidez, se libertassem das pedras, chegassem ao milagre de ver. Era absolutamente necessário que a vida se iluminasse na evidência da morte». Como professor caber-lhe-ia, além disso, trazer respostas. No entanto, ele cumpre apenas ambígua e incompletamente esse estatuto. As suas interrogações desintegram definitivamente Sofia (de quem será amante), que corporiza toda a negatividade potencial que as interrogações comportam («apenas o arranque e a inquietação»), e Carolino, que, destruído pela corrosividade das interrogações, perplexo diante do poder que percebe em si, acabará por assassinar Sofia, de quem também se tinha tornado amante. Ana, por sua vez, representa a integração e a dissimulação. Abaladas as certezas por Alberto e, depois, mais profundamente, pela morte de sua irmã Cristina, Ana parece quase ser atingida por uma revelação fulgurante. Contudo, a adoção de duas crianças parece remetê-la de novo a um estatuto conformado. Quando falamos de interrogações, falamos da problematização da vida em face da morte. Alberto não cessa de verbalizar o absurdo da mortalidade, tal como ela é expressa no «sacrifício» de Cristina, a criança loura que tocava Chopin divinamente, sugerindo através da música uma autonomia da realidade humana. Todavia, é exatamente através da morte de Cristina que se torna possível a exaltação integral da condição humana desde as suas raízes mortais - a sua aparição: «só há um problema para a vida, que é o de saber a minha condição e de restaurar a partir daí a plenitude de tudo (...). Ah, ter a evidência ácida do milagre do que sou, de como infinitamente é necessário que eu esteja vivo, e ver depois, em fulgor, que tenho de morrer».

Vergílio Ferreira. Romancista e ensaísta português, natural de Melo (Gouveia), nasceu em 1916 e morreu em 1996. Estudou no Seminário do Fundão, licenciou-se em Filologia Clássica na Universidade de Coimbra e exerceu funções docentesLegenda no Ensinoque Secundário. no domínio da prosa ficcional, sendo um descreveNotabilizou-se a imados maiores romancistas portugueses deste século. gem ou gráfico.

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NOTÍCIAS DA BE LIVRO DO MÊS MAIO/JUNHO - ALUNO Enid Blyton Uma das autoras de literatura infantil e juvenis mais célebres mundialmente, Enid Blyton estudou para ser professora primária, em Ipswish High School. Mais tarde, apercebeu-se que ser professora não era a sua vocação, por isso começou a escrever. Mas como no início teve dificuldades em encontrar uma editora, não deixou de ser professora. O seu primeiro poema Have You?, foi publicado em 1917 na Nash’s Magazine. O seu primeiro livro Child Whispers, uma colecção de versos, surgiu em 1922. Seguiu-se Real Fairies: Poems (1923), Responsive Singing Games (1923), The Enid Blyton Book of Fairies (1924), Songs of Gladness (1924) e The Zoo Book (1924). Em 1924 casou-se com o editor do departamento de livros da George Newnes, Hugh Pallack. Em 1931 teve a sua primeira filha, Gillion e , 4 anos depois, Imagen. Em 1938, surgiu a primeira grande aventura juvenil The Secret Island, seguiu-se Os Cinco, Os Sete, as séries Mistério e o livro Barney’ Mystery. Durante a Segunda Guerra Mundial, Blyton conseguiu que os seus livros fossem impressos, apesar da censura existente. Em 1940, foram impressos onze livros com o seu nome, incluindo The Secret of Spiggy Holes, Twenty-Minute Tales, Tales of Betsy May e The Children of Cherry Tree Farm. Com o pseudónimo de Mary Pollock, escreveu Three Boys and a Circus e Children of Kidillin. Enid Blyton e o seu marido divorciaram-se em 1942. Passado alguns meses escreveu Os Cinco na Ilha do Tesouro. No ano seguinte, casou novamente, mas agora com Kenneth Waters, e a partir daí começou a escrever mais. Em 1949, Blyton publicou Little Noddy Goes to Toyland, uma história de um pequeno brinquedo que acaba sempre por se envolver em confusões. As vendas excederam as expectativas e outros livros de Noddy com diferentes tamanhos e tipos sucederam-se rapidamente. Entre 1950 e 1960, Blyton foi atacada pela crítica e várias sanções foram impostas aos seus livros devido ao vocabulário limitado, tendo sido lançados, inclusive, rumores de que Blyton não era autora de todos os seus livros. No início dos anos 60, a falta de concentração de Blyton foi acrescida pela doença. Blyton morreu a 28 de Novembro de 1968 em Hampsted. Era capaz de acabar uma aventura dos Cinco com 50 000 palavras numa semana. Foi criticada pelos pedagogos devido aos estereótipos social, racial e sexual. Publicou mais de 600 livros infantis e juvenis. As suas obras foram traduzidas em cerca de 70 línguas e até 1980 foram vendidos mais de 60 milhões volumes. No final de 1990, mais de 300 títulos de Blyton eram ainda impressos, incluindo edições como os Cinco.

Enid Blyton

Livro do mês de maio escolhido pela aluna Irene Mesquita

Livro recomendado pelo Plano Nacional de Leitura3º Ano de escolaridade Leitura autónoma e Leitura com apoio do professor ou dos pais Sinops: «Ah, estas inglesinhas! Quando querem ser simpáticas, ninguém lhes chega aos calcanhares!», exclamou a Mademoiselle. A Patrícia e a Isabel estão dispostas a dar tudo por tudo neste período, mas… ninguém consegue resistir a pregar umas belas partidas à Mademoiselle!Vai haver mais sarilhos em Santa Clara! Excertos: «A Alice estava contente: sentia-se muito melhor depois de saber que ia para Santa Clara com as primas. Entrar para uma escola nova não é fácil para ninguém, e embora a Alice soubesse que não ia demorar muito a adaptar -se, no início estranharia tudo.» «Durante os dois dias que passou com as gémeas, a Alice aprendeu imenso sobre o Colégio de Santa Clara. Achava que as primas estavam muito mudadas desde que tinham saído de Redroofs, embora não percebesse exactamente em quê.«Parecem muito mais ajuizadas! Em Redroofs sempre foram tão… orgulhosas e emproadas. (…)» pensava a Alice, enquanto observava as primas.»

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BOLETIM DA BE ESTATÍSTICAS DA BIBLIOTECA NO ANO 2014/15

NÚMERO DE EMPRÉSTIMOS REALIZADOS POR PERÍODO

Legenda que descreve a imagem ou gráfico.

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NOTÍCIAS DA BE ESTATÍSTICAS DA BIBLIOTECA NO ANO 2014/15

NÚMERO DE EMPRÉSTIMOS REALIZADOS POR MÊS

LIVROS MAIS REQUISITADOS DURANTE O ANO

TÍTULOS MAIS REQUISITADOS 160 140 120 100

80 60 40 20

139 122 118 89

79

78 65

64

60 38 Quantidade

0

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BOLETIM DA BE ESTATÍSTICAS DA BIBLIOTECA NO ANO 2014/15

TOP LEITOR DO ANO

NÚMERO DE LIVROS E DVD’S REQUISITADOS PELOS PROFESSORES PARA A SALA DE AULA

Requisições para Sala de Aula 700

625

600

532

500 400

DVD Livros

300

175

200 100 0

34

52

Legenda que descreve a ima-

1º gem ou gráfico.

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34


NOTÍCIAS DA BE ESTATÍSTICAS DA BIBLIOTECA NO ANO 2014/15

NÚMERO DE RENOVAÇÕES DURANTE O ANO LETIVO

NÚMERO DE EXEMPLARES QUE EXISTEM NA COLEÇÃO DA BE

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BOLETIM DA BE ESTATÍSTICAS DA BIBLIOTECA NO ANO 2014/15

UTILIZAÇÃO DOS COMPUTADORES PELOS ALUNOS NO 1º PERÍODO UTILIZAÇÃO DOS COMPUTADORES PELOS ALUNOS NO 1º PERÍODO 700

642

600 461

500 400 300 200 100

257

234

208

145 142 146 120 137 114 112 108 102 89 68 67 50 27 42 25 34 25 15 15 13 13 12 9 7 7 7 6 6 3 1 2 3 2 000 000 9 000 000 02 4 01 4 4 140

Trabalho Aula Lazer

4

Semana

Semana

Semana

Semana

Setembro

Outubro

Novembro

Dezembro

Total

3

2

1

4

Total

3

2

1

Total

4

3

2

1

Total

4

3

2

1

0

Meses

UTILIZAÇÃO DOS COMPUTADORES PELOS ALUNOS NO 2º PERÍODO UTILIZAÇÃO DOS COMPUTADORES PELOS ALUNOS NO 2º PERÍODO 350 305

300 235

250

229

200 150

122

100 50

73

43 21 11 1112

86

76 56 54 42 35 915 134 5 134 63

60

83 76

75

21 3

3

4

Trabalho

92

17 14 4

Aula 23 3

42 5 015

7

0 1

2

3

4

Total

1

2

Semana Semana Legenda que descreve a imaJaneiro Fevereiro gem ou gráfico. Meses

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Total

1

2

3 Semana Março

4

Total

Lazer


NOTÍCIAS DA BE ESTATÍSTICAS DA BIBLIOTECA NO ANO 2014/15

UTILIZAÇÃO DOS COMPUTADORES PELOS ALUNOS NO 3º PERÍODO UTILIZAÇÃO DOS COMPUTADORES PELOS ALUNOS NO 3º PERÍODO 450

400

400

352

350 300

262

250 200 150

122

100

106

97

75

50

75

72

21

16 4

22 4

1

2

3

135

121

32 6

4

15

Trabalho 127

Aula

93 65

63

113

17 4

92

28 7

1

2

3

4

16

23 5

26 2

1

2

49

Lazer

7

0 Total

Total

3

4

Semana

Semana

Semana

Abril

Maio

Junho

Total

Meses

UTILIZAÇÃO DOS COMPUTADORES PELOS ALUNOS DURANTE O ANO LETIVO Totais de Utilização dos PCs por Período e Total do Ano 4000 3351

3500 3000

2500 Trabalho 2000

Aula 1568

Lazer

1500 1014

1000

769

571

500

213 39

172

66

186

38

143

0 1º Período

2º Período

3º Período

Total

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BIBLIOFESTA

A Equipa da Biblioteca Escolar deseja

B O A S

A Biblioteca Escolar on-line: Blogue: http://be-creagrupamentosjp.blogspot.com Página web: http://www.agrupamento-sjpesqueira.com/sitercts/index.html Catálogo em: http://catalogos.rbe.mec.pt/bibliopac/bin/wxis.exe/bibliopac/? IsisScript=bibliopac/bin/bibliopac.xic&db=DB1815360&lang=P&start=cfg2AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE SÃO JOÃO DA PESQUEIRA Rua João Manuel Fernandes de Oliveira, nº 5 5130-357 São João da Pesqueira www.agrupamento-sjpesqueira.com E-mail: eb23sjp@mail.telepac.pt PÁGINA

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BIBLIOTECA ESCOLAR E-mail: biblioteca.eb23sjp@gmail.com

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