Dia nacional dos castelos: um país cheio de história através dos seus castelos

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Dia Nacional dos Castelos Um país cheio de História, através dos seus castelos


FICHA TÉCNICA

Pesquisa e seleção dos conteúdos: - Cristina Mendes - Odete Alves

Grafismo e paginação: - Teresa Guerreiro

Fontes consultadas: - Diversas páginas web

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS N.º3 DE ELVAS ESCOLA SECUNDÁRIA D. SANCHO II BIBLIOTECA ESCOLAR

ANO LETIVO DE 2016-2017

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INDÍCE DE CONTEÚDOS:

Portugal tem alguns dos castelos mais emblemáticos do mundo

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Castelo de Santa Maria da Feira (Norte)

06

Castelo de Guimarães (Norte)

07

Castelo de Porto de Mós (Centro)

08

Castelo de São Jorge (Centro)

09

Castelo de Penela (Centro)

10

Castelo de Tomar (Centro)

11

Castelo de Almourol (Centro)

12

Castelo de Óbidos (Centro)

13

Castelo dos Mouros e Palácio da Pena (Centro)

14

Castelo de Marvão (Sul)

15

Castelo de Arraiolos (Sul)

16

Castelo de Monsaraz (Sul)

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Lendas sobre os castelos Lenda da Porta da Traição, Óbidos

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D. Fuas Roupinho, Castelo de Porto de Mós

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Castelo de Almourol

23

Castelo de Marvão

25

Castelo de São Jorge

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Castelo de Arraiolos

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Lenda do Pé Nela, Castelo de Penela

29

O cerco a Guimarães e a lenda de Egas Moniz

30

Sintra – Palácio da Vila

33

Especial Elvas

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Castelo de Elvas

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Portugal tem alguns dos castelos mais emblemáticos do mundo

Os castelos são atrações turísticas imperdíveis. Neles respiramos história,

revivemos

batalhas,

conhecemos lugares espetaculares e libertamos a nossa imaginação, que tantas vezes nos leva ao tempo das rainhas e princesas. São

dezenas de

fortificações

que

foram

erguidas na Idade Média e estão espalhadas de norte a sul do país. Neste artigo escolhemos apenas

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12 dos castelos mais bonitos de Portugal, que sĂŁo igualmente dos mais emblemĂĄticos do mundo.

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Castelo de Santa Maria da Feira (Norte)

Precisamente por estar na região onde nasceu o Reino de Portugal, é um castelo de grande importância histórica e considerado um dos exemplos mais notáveis da arquitetura militar medieval. As importantes obras de restauração nos anos 40 devolveram-lhe a dignidade que sempre mereceu. Por estar rodeado por um parque com árvores centenárias que coexistem harmoniosamente com as muralhas medievais, os quatro imponentes torreões parecem erguer-se do meio da floresta. No interior há uma extensa praça com um relvado bem cuidado. Não deixe de visitar a Quinta do Castelo que fica mesmo junto à muralha e apresenta muitas atrações, como uma ponte e uma gruta que remetem a Gaudí.

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Castelo de Guimarães (Norte)

Ainda existem muitas pessoas (portugueses incluídos) que “cometem o pecado” de não conhecer a simpática cidade onde nasceu o Reino de Portugal. O castelo foi construído no século X pela Condessa Mumadona (e não por Dom Afonso Henriques como muitos acreditam) para proteger o mosteiro que era frequentemente atacado pelos Mouros. Após as merecidas obras de restauração, mostrase imponente e com toda a importância que teve outrora quando foi palco de façanhas históricas e heróicas. O Paço dos Duques de Bragança, que fica mesmo ao lado do castelo, é simplesmente belo. O centro histórico de Guimarães está repleto de atrações interessantes, como as praças, capelas, conventos, igrejas e casa senhoriais. Imperdível!

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Castelo de Porto de Mós (Centro)

Envolto pela bela paisagem da Serra D´Aire e localizado numa região repleta de monumentos históricos, como o Castelo de Ourém, o Convento de Cristo em Tomar, o Santuário de Fátima e os Mosteiros de Alcobaça e da Batalha, este castelo tem uma arquitetura muito mais palaciana do que propriamente militar. Apresenta alguns elementos renascentistas, mas as evidências mais fortes são as góticas quatrocentistas que estão bem evidentes na fachada sul. Na fachada principal, o amplo portal acompanhado por duas

imponentes

torres

encimadas

por

coruchéus

piramidais de placas de cerâmicas verdes conferem um estilo único a esta fortaleza. Conta ainda com uma ampla varanda

com

janelas

repletas

de

detalhes

complementam a excelente vista que se tem da região.

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que


Sofreu danos consideráveis após o terramoto de 1755 e foi recuperado na década de 70 após ser inserido no grupo restrito dos “Monumentos Nacionais de Portugal”.

Castelo de São Jorge (Centro)

Feito por ordem de D. João I no século XIV, o nome deste castelo, em plena cidade de Lisboa, deriva da devoção a São Jorge, santo padroeiro dos cavaleiros e das cruzadas. Na

década

de

1940

foram

empreendidas

monumentais obras de reconstrução, levantaram-se grande parte dos muros e altearam-se muitas das torres. Por esse motivo, ao contrário do que se poderia pensar à primeira vista, o “caráter medieval” deste conjunto militar deve-se a esta campanha de reconstrução, e não à preservação do espaço do castelo desde a Idade Média até aos nossos dias.

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A sua posição dominante sobre a mais alta colina do centro histórico proporciona aos visitantes uma das mais belas vistas sobre a cidade e o estuário do rio Tejo.

Castelo de Penela (Centro)

Durante o terramoto de 1755, o Castelo de Penela sofreu bastantes danos, nomeadamente com a queda da Torre de Menagem. Apesar das reparações efetuadas no reinado de D. José, esta fortificação chegou ao século XX bastante arruinada. Desde 1940 têm sido executadas obras de reconstrução e está classificada como Monumento Nacional. O castelo foi construído sobre um maciço rochoso, aproveitando, no desenho das muralhas, parte da disposição natural dos penedos. No seu interior encontrase a Igreja de São Miguel e podem também ser vistas sepulturas cavadas na rocha. Em maio, o castelo torna-se

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palco da Feira Medieval de Penela, uma das maiores do país.

Castelo de Tomar (Centro)

É um dos mais importantes castelos de Portugal por ter sido a sede da Ordem dos Templários, os protetores da primeira capital do Reino de Portugal, Coimbra, e dos territórios reconquistados aos Árabes. É esse o motivo pelo qual é uma das mais imponentes fortalezas militares de Portugal. Em meados do século XV, a Ordem dos Templários

deu

origem

à

Ordem

de

Cristo,

cuja

responsabilidade

passou

a

ser

dinamização

dos

a

Descobrimentos a nível mundial. Dentro da fortaleza ainda poderá

apreciar

edificações

espetaculares,

como

o

Convento de Cristo com os claustros em estilo gótico e a igreja repleta de detalhes impressionantes.

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Castelo de Almourol (Centro)

Localizado numa pequena ilha no meio do rio Tejo, é o acesso apenas por barco que torna ainda mais especial a visita a este castelo. A tranquilidade, que nos permite ouvir o deslizar das águas, e a bela paisagem envolvente completam este inesquecível cenário cinematográfico. Apesar de ter vestígios do período medieval (século I a.C.), a sua reconstrução foi concluída apenas em 1171 pela

Ordem

dos

Templários

que,

na

época,

responsável pela defesa e pelo povoamento da região.

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era


Castelo de Óbidos (Centro)

Talvez seja a vila medieval mais famosa de Portugal. O Festival do chocolate, o Programa Religioso na Semana Santa, o Mercado Medieval e a Vila Natal são alguns dos eventos que marcam esta vila no panorama nacional. A verdade é que a vila é pequena, bonita e repleta de atrações gastronómicas, artesanais e líquidas, como a famosa Ginjinha de Óbidos servida no copo de chocolate. A caminhada pela muralha é um momento fascinante: de um lado tem uma bela vista e de outro uma vista panorâmica da vila e dos jardins das casas.

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Castelo dos Mouros e Palácio da Pena (Centro)

É impossível falar do Castelo dos Mouros sem falar no Palácio da Pena. Localizados na fantástica Serra de Sintra são dois dos principais monumentos de Portugal e dispensam apresentações, basta dizer que o Palácio da Pena é um dos 10 mais bonitos da Europa! Aproveite e visite também a Quinta da Regaleira, um oásis dentro do oásis que é esta serra. Não se esqueça de ver o centro histórico de Sintra, que é Património da Humanidade, um título mais do que merecido.

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Castelo de Marvão (Sul)

Inserido no topo de uma das encostas da Serra de São Mamede, o castelo é uma pequena parte da vila que também está rodeada por muralhas medievais. A vista é simplesmente magnífica e permite contemplar a amplitude da vasta planície do Alto Alentejo. As estreitas vielas de pedra com trânsito de veículos bastante condicionado e as pequenas casas bem conservadas proporcionam uma atmosfera medieval bastante aconchegante.

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Castelo de Arraiolos (Sul)

Um dos poucos castelos circulares do mundo é destino obrigatório para quem for visitar o Alentejo, pois fica a apenas 15 quilómetros de Évora. Por estar localizado no topo do monte de São Pedro, proporciona uma vista de 360 graus sobre a planície alentejana. As edificações interiores estão um pouco desgastadas pelo tempo, mas as muralhas elipsoidais e o extenso relvado estão em ótimas condições.

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Castelo de Monsaraz (Sul)

Localizado no topo do monte Monsaraz, o castelo também proporciona vistas espetaculares sobre a planície Alentejana. Mas este tem um detalhe

especial: a

proximidade com o grande lago do Alqueva, o maior lago artificial da Europa, o que lhe dá uma beleza ainda mais especial. Reza a lenda que é uma das mais antigas vilas de Portugal, com indícios que remontam a épocas préhistóricas. As estreitas vielas de pedra e as casas de paredes brancas repletas de flores compõem um cenário espetacular!

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Lendas sobre os castelos de Portugal

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Lenda da Porta da Traição, Óbidos

Numa

noite

sem luar, cercava o exército de D. Afonso Henriques a

fortaleza

de

Óbidos

onde

os

mouros

resistiam

já há cerca de dois meses. D. Afonso Henriques e Gonçalo Mendes da Maia, o Lidador, tinham decidido que o ataque seria realizado na madrugada do dia seguinte antes de se retirarem para as suas tendas. Dormia já o Lidador quando foi acordado por uma voz de mulher que lhe pedia para ser conduzida à tenda do rei de Portugal, pois tinha algo de importante a comunicar-lhe. A jovem vivia no castelo dos mouros mas não sabia se era moura porque nunca tinha conhecido os seus pais. Temendo uma cilada dos mouros, foi com alguma relutância que o Lidador a conduziu à presença do rei,

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perante o qual a jovem revelou o sonho que se repetia há três noites. Neste sonho, aparecia-lhe um homem novo de barbas castanhas e olhar doce que a incumbiu de transmitir uma mensagem para o rei de Portugal: o rei deveria reunir os soldados e liderá-los num ataque surpresa na parte fronteiriça do castelo, enquanto que o Lidador se deveria dirigir com dez homens às traseiras onde a jovem donzela abriria uma porta para os deixar passar. O homem de olhar doce prometia Óbidos aos cristãos e a salvação à jovem donzela. Apesar da hesitação do Lidador, D. Afonso Henriques já não se atrevia a duvidar dos desígnios divinos após o Milagre de Ourique. Na manhã seguinte, Óbidos foi conquistada conforme o sonho da misteriosa jovem que nunca mais foi vista. A porta que franqueou a entrada dos cristãos ficou para sempre conhecida como a Porta da Traição.

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Lenda de Dom Fuas Roupinho, Castelo de Porto de Mós Dom

Fuas

Roupinho

era

alcaide

do

castelo de Porto de Mós e como desde Porto de Mós,

embora

seja

bastante

longe,

até

à

costa era quase tudo ermos e florestas o Dom Fuas dizem que costumava caçar bastantes vezes afastando-se do seu castelo em Porto de Mós. E então, D. Fuas será do tempo de D. Afonso Henriques e teria sido nomeado precisamente pelo D. Afonso Henriques como alcaide-mor do castelo de Porto de Mós e então conta-se que um dia estando ele, ou tendo ido ele caçar, fez uma montaria com mais um ou dois cavaleiros para os lados da Nazaré onde lhe apareceu um

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veado, há quem conte que esse veado era o próprio demónio, há quem conte que era simplesmente um veado. O tempo estaria encoberto, como muitas vezes se sucede na Nazaré e o D. Fuas começou em perseguição desse veado. Na versão que conta que seria o diabo, então o diabo para tentar o D. Fuas, quando este reparou o cavalo estava mesmo sobre o precipício muito alto da Nazaré e o veado, que seria neste caso o diabo, precipitouse pela rocha fora e o D. Fuas ia em sua perseguição no cavalo, tentou estancar o cavalo, mas viu que não conseguiu e pediu ajuda à Nossa Senhora da Nazaré que lhe apareceu e conseguiu parar o cavalo. Hoje existe essa mesma rocha, em relação à riba é uma rocha pontiaguda, triangular e nela foi feito uma pequena ermida. E também nesse morro foi construído um mosteiro que atualmente ainda existe, é o Mosteiro da Nazaré, e é um dos primeiros mosteiros senão do tempo de D. Afonso Henriques pelo menos do tempo muito próximo dessa era. Há na rocha uma concavidade que dizem que é onde o cavalo fincou as patas de trás do cavalo e as pessoas têm muita curiosidade de ir lá ver o “sítio” onde o cavalo teria estancado e ficado com as patas da frente no ar e as patas de trás com tanta força que marcaram a rocha. Claro que é uma lenda.

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Lenda do Castelo do Almourol

Ao

Castelo

também

se

encontram ligadas várias lendas, uma das quais refere que: “Em tempos que já lá vão, no Castelo de Almourol, vivia D. Ramiro, um nobre godo, com a sua mulher e uma filha única chamada Beatriz. D. Ramiro era um chefe guerreiro com fama de impiedoso e cruel. Um dia, no caminho de regresso a casa, já próximo do seu castelo, avistou duas belas mouras, mãe e filha, transportando água numa bilha. D. Ramiro pediulhes de beber, mas as mouras assustaram-se e deixaram cair a bilha de água que se partiu. Furioso, D. Ramiro matou-as com a sua lança. Antes de morrer, a moura mais jovem amaldiçoou o cavaleiro cristão e toda a sua descendência. O irmão da rapariga moura assistiu

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horrorizado às mortes. D. Ramiro levou o jovem mouro como escravo para o castelo e pô-lo ao serviço de sua filha Beatriz. O mouro jurou vingar-se da morte das mulheres da sua família. Passados alguns anos, cumpriu-se a primeira parte da vingança: a mulher de D. Ramiro morreu envenenada. D. Ramiro, cheio de desgosto, resolveu ir combater os infiéis deixando Beatriz à guarda do mouro. Beatriz e o mouro apaixonaram-se perdidamente. Um dia, D. Ramiro voltou ao seu castelo acompanhado pelo pretendente à mão da sua filha. Perante a situação, o mouro resolveu contar a Beatriz a história da sua desgraça e as juras de vingança. A lenda conta que Beatriz e o mouro desapareceram e que D. Ramiro morreu pouco depois cheio de remorsos. Diz-se também que, na torre do castelo, no dia de S. João, ainda aparecem as almas do mouro e de Beatriz, com D. Ramiro de joelhos a pedir eterno perdão pelos seus crimes.”

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Lenda do Castelo de Marvão Existiu

um

na

praça

poço

principal do castelo de Marvão, junto à torre de menagem. Tinha uma escada circular. As pessoas ao

descerem

as

escadas, por serem tão íngremes, sentiam tonturas e caíam no fundo que estava cheio de água. Nessa água habitavam monstros que, naturalmente, comiam as pessoas. Dizem os habitantes que em certas noites se ouviam os gritos das almas dos que lá morreram. Atribuem aos cristãos a construção da cisterna que tem uma ligação ao chamado poço sem fundo.(…) O túnel que liga o poço à cisterna, mais ou menos a meio, tem uma sala escavada na rocha, que contém bancos também escavados. Por cima dos bancos, há uma espécie de nichos. As pessoas chamavam-lhe a sala de conferência dos deuses. Os deuses reunir-se-iam aí nas

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alturas do combate para decidirem a sorte dos atacantes e dos atacados. (Versão recolhida por Maria Guadalupe Alexandre antes de 1996)

Lenda do Castelo de S. Jorge

A lenda que com o tempo se gerou em torno da conquista de Lisboa, enaltece em particular, a proeza de um nobre cavaleiro de D. Afonso Henriques, Martim Moniz, que percebendo que os mouros fechavam a porta do Castelo, a franqueou permitindo, assim, a entrada dos cristãos no último reduto de defesa. Desde então, passou a designar-se por Porta do Moniz, aquela que permitiu a

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vitória a D. Afonso Henriques, e que se situa junto à Praça Nova. A conquista cristã de 25 de Outubro de 1147 parece dar continuidade à ocupação islâmica do espaço da alcáçova, bem patente a nível político nos pactos firmados para a rendição da cidade, não se registando, até ao momento, quaisquer níveis de destruição que testemunhem momentos de guerra nesta área. A mesquita, a confirmarse a sua localização tradicional, cede o lugar à igreja de Santa Cruz. O palácio do alcaide da cidade cede lugar ao paço que aloja o rei quando este se encontra em Lisboa. Em 1256, Lisboa, torna-se capital do reino de Portugal. Desde então, até ao início do séc. XVI, o Castelo conhece o seu período áureo. Para além da residência real e do palácio dos Bispos, a alcáçova recebe casas dos nobres da Corte.

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Lenda do Castelo de Arraiolos

Conta a lenda que existe um túnel que liga o Castelo ao

Convento

dos

Lóios. Esse túnel era utilizado

pelos

frades que viviam no Convento para ir à Igreja do Salvador (Castelo) buscar a imagem do Senhor dos Passos, pois achavam que a imagem deveria estar em terreno sagrado e não num terreno de lutas. Atualmente, o ritual de ir buscar o Senhor dos Passos à Igreja do Salvador ainda prevalece. Quarenta dias antes da Páscoa realiza-se a procissão do Senhor dos Passos, em que se vai buscar o andor com a imagem do Senhor dos Passos à Igreja do Salvador e deixando-a depositada no final do percurso na Igreja Matriz, retornando à Igreja do Salvador no Domingo de Páscoa.

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Lenda do Pé Nela, Castelo de Penela Reconquistado que fora o castelo do Sobral, faltava tomar novamente aos mouros outro castelo. O jovem cavaleiro D. Antão Gonçalves propõe a D. Afonso Henriques levar por diante tal empresa. Para tal insinua-se a Alina, a filha do governador, fazendose passar por cristão renegado que por amor a ela queria abraçar a religião de Mafoma. Doa, que ia observando, dava conta a D. Afonso Henriques. Os cristãos aproveitaram uma saída dos mouros, levando o gado a beber ao ribeiro, para os desbaratar. Disfarçando-se, uns de mouros, outros com ramos imitando moitas, encaminharam-se, então, para o castelo, levando o gado de volta como se fossem os guardas mouros. Quando os habitantes do castelo deram por conta, já D. Antão Gonçalves, ante o olhar atónito da bela Alina, havia aberto as portas do castelo e gritando dizia: “Avancem!... A praça é nossa!... Estamos com o pé nela!” Reza a lenda que daí adveio o nome do castelo e da povoação de Penela.

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O Cerco a Guimarães e a Lenda de Egas Moniz Todos

nós

conhecemos a lenda de D. Egas Moniz de Ribadouro,

que

se

apresentou, junto com a família, a el-rei D. Afonso VII, primo de D. Afonso Henriques, com uma corda à volta do pescoço, para que o monarca pudesse fazer justiça. Egas Moniz via-se impossibilitado de manter a sua palavra, ao prometer a D. Afonso VII, por altura do cerco a Guimarães, que o primo lhe prestaria vassalagem. Durante

muitos

séculos,

acreditou-se

que

este

acontecimento fosse verídico. Na verdade, terá sido obra de um trovador da corte de D. Afonso III, pai de D. Dinis, chamado João Soares Coelho. Na segunda metade do século XIII, a família de Ribadouro estava extinta, mas João Soares Coelho era descendente dela por linha bastarda. A fim de honrar o seu antepassado, criou um cantar épico, a Gesta de Egas Moniz, onde se contava o episódio. Este entranhou-se no imaginário coletivo e foi

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incluído nas crónicas medievais, como se de um facto se tratasse. De facto, a lenda (como todas as lendas, baseada em acontecimentos

verídicos)

apresenta

algumas

incongruências. Está historicamente provado que existiu o cerco a Guimarães, no Outono de 1127. O que fica por dizer é que, nessa altura, era D. Teresa quem regia sobre o Condado Portucalense, pois ainda não se tinha dado a batalha de São Mamede! Afonso Henriques, com cerca de dezoito anos, era um jovem infante (por sua mãe se intitular rainha), que não tinha ainda travado nenhuma batalha, nem feito uma conquista que fosse! D. Teresa hesitava em prestar vassalagem ao sobrinho. E o jovem monarca, andando pela Galiza, terá resolvido cercar Guimarães, a fim de pressionar a tia, que estaria em Coimbra. Não se sabe se exigiu a vassalagem ao primo, mas talvez tencionasse puxá-lo para o seu lado, isolando a mãe. E terá alcançado o seu objetivo! Afonso Henriques começou por oferecer resistência, pois houve alguns dias de combates (terão sido os seus primeiros combates "a sério"). Mas cedo constatou que travava uma luta inglória. Talvez fosse Egas Moniz, quem negociou uma solução com el-rei. Cá vai a lenda!

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Egas Moniz na corte de D. Afonso VII

Afonso VII vai por cerco a Guimarães, então sede política do condado, e exige um juramento de vassalagem a seu primo Afonso Henriques; Egas Moniz dirigiu-se ao imperador, comunicando-lhe que o primo aceitava a submissão. Contudo, depois de deslocar a sua capital para Coimbra (1131), Afonso Henriques sente-se com força para destruir os laços que o ligavam a Afonso VII; faz-lhe guerra e invade a Galiza, travando-se a batalha de Cerneja (1137), da

qual

saem

vitoriosos

os

portucalenses.

Como Afonso Henriques não cumpriu o acordado por seu aio, Egas Moniz, segundo reza a lenda, ao saber do sucedido, deslocou-se a Toledo, a capital imperial, descalço e com um baraço ao pescoço. Acompanhado da sua esposa e filhos, colocou ao dispor do imperador a sua vida e a dos seus, como penhor pela manutenção do juramento de fidelidade de nove anos antes. Diz-se que o imperador, comovido com tanta honra, o perdoou e mandou em paz de volta a Portugal.

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Sintra- Palácio da vila No

Palácio

Nacional de Sintra existe uma sala cujo

teto

está

pintado

com

diversos desenhos de

pêgas. Diz-se que o

rei e a rainha que lá viviam nessa época fizeram casar mais de um cento de mulheres, entrando na conta as que ele próprio casou também, seguindo tão bons exemplos. Não havia uma ligação ilícita, nem um adultério conhecido. A corte era uma escola. D. Filipa, pregando ao peito o seu véu de esposa casta, com os olhos levantados ao céu, não perdoava. Terrível, na sua mansidão, Trazia o marido sobre espinhos.

Certo segundo

dia, reza

a

lenda, em Sintra, o rei esqueceu-se,

e

furtivamente pregava um beijo na face de

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uma das aias, quando apareceu logo, acusadora e grave, sem uma palavra, mas com um ar medonho, a rainha casta e loura. D. João, enfiado, titubeando, disse-lhe uma tolice: "Foi por bem!". A rainha saiu solenemente. Eram ciúmes? Não, ciúmes só sente quem está apaixonado, e não era o caso. Apenas sentia o seu orgulho ferido. Rapidamente a notícia se espalhou pelo palácio, e toda a criadagem andava com a frase "Foi por bem" na boca. Chateado com a situação, o rei decidiu tomar uma iniciativa, mandou construir uma sala para a criadagem. Todos ficaram radiantes e contando os dias que faltavam para a sala estar pronta. Finalmente chegou o dia, iam conhecer a sala. Qual não foi o espanto de todos ao verem que o teto de tal sala estava todo pintado com pegas, que tinham escrito no bico "Pour Bien". (traduza-se ” Por Bem). Este palácio nacional é rodeado de jardins, um deles é o jardim da Lindaria Reza a lenda que esse jardim era o local onde as mouras vinham, ao sair do banho, respirar a frescura do ar e o perfume embalsamado das flores. Uma dessas mouras enfeitiçou-se de amores por um cristão que ali escondido as observava. Seu marido, ao descobrir, matou-a. E dizem que ainda hoje, todas as noites a moura volta ao jardim em busca do cristão por quem se apaixonou.

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Especial Elvas

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Castelo de Elvas

Em Elvas a ocupação humana data pelo menos do século II, a. C. quando os romanos ocuparam a península, depois foi habitada pelos visigodos e a partir de 714, pelos árabes, subsistindo ainda vestígios da estrutura defensiva por eles construída. O avanço para sul da expansão do território português e consequente reconquista destes territórios pelas forças cristãs, terá levado a uma primeira conquista de Elvas, em 1166, mas voltou a cair na mão dos árabes, alternância que se viria a repetir, até ao reinado de D. Sancho II, por volta de 1226, em que passa definitivamente para a posse portuguesa.

36


As defesas do castelo foram melhoradas por D. Sancho II, e foram sendo ampliadas ao longo dos anos, com D. Fernando foi criada uma terceira cintura de defesa, D.

João

II,

manda

fazer

algumas

reparações,

nomeadamente na Torre de Menagem. Durante a crise de 1385, Elvas suportou um cerco das forças de Castela, durante 25 dias, durante a Guerra da Restauração da Independência, depois de 1640, as suas defesas foram adaptadas para o uso de artilharia e criada mais uma linha de defesa, e apesar de ter sido atacada antes das obras estarem concluídas, Elvas resistiu ao cerco do exército espanhol. O crescimento urbano da cidade destruiu parte da estrutura

do

castelo

medieval,

mas,

com

a

sua

classificação como Monumento Nacional, permitiu a preservação da estrutura mais antiga iniciada no reinado de D. Sancho II, que é considerada um dos mais importantes exemplos

da

evolução

das

construções

militares

portuguesas. FONTE: https://www.guiadacidade.pt/pt/poi-castelo-de-elvas-13786

37


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