Quem foi Baden Powell - Dia Mundial do Pensamento

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Baden-Powell Fundador do Escutismo



Baden Powell nasceu a 22 de Fevereiro de 1857 em Londres. O seu nome completo era Robert Stephenson Smith Baden-Powell. Foi o quinto de sete irmãos, filho do Rev. Prof. BadenPowell e Henriqueta Graça Smyth e teve na companhia dos irmãos mais velhos uma infância muito divertida em Londres, que, naquele tempo, ainda oferecia muita facilidade para atividades ao ar livre. Assim, desde menino, Baden-Powell aprendeu, através de caminhadas e excursões, a cuidar de si. Embora órfão de pai, sempre encontrou na mãe e nos seus irmãos o apoio

necessário para tornar a sua infância muito feliz.


Nas férias, Baden-Powell aproveitava para acampar com seus irmãos

mais velhos. Quando terminou os estudos secundários, ingressou no exército. Como oficial, viajou muito, conhecendo grande parte do mundo. Durante as suas viagens conheceu tribos de guerreiros da África,

vaqueiros

americanos e conviveu com os índios da América e do Canadá. Graças à sua competência, honestidade e exemplo como líder de homens, Baden-Powell, fez uma carreira militar brilhante.


Graças aos seus feitos na vida militar, Baden-Powell tornou-se um herói no seu país. Durante uma viagem à Inglaterra, Baden-Powell viu alguns rapazes criarem brincadeiras a partir de um livro, que ele havia escrito para batedores do exército e que continha explicações sobre como acampar e sobreviver em regiões selvagens. Então, conversando com os amigos, ele entusiasmou-se e resolveu realizar, em 1907, na ilha de Brownsea, um acampamento com vinte rapazes dos 12 aos 16 anos, onde transmitiu conhecimentos técnicos tais como: primeiros socorros, observação, técnicas de segurança para a vida na cidade e na floresta, entre outros.


Devido

aos

bons

resultados

deste

acampamento, Baden-Powell começou a escrever o

livro "Escutismo para Rapazes" que, inicialmente, foi publicado em fascículos e vendido nas bancas de jornais, durante o ano de 1908. Os jovens ingleses

entusiasmaram-se tanto com o livro que BadenPowell organizou e fundou o Movimento Escutista.

Em 1910, Baden compreendeu que o Escotismo seria a obra a que dedicaria a sua vida. Pediu então demissão do Exército onde havia chegado a tenentegeneral e ingressou na sua "segunda vida", como costumava chamá-la, sua vida de serviço ao mundo por meio do Escotismo.


Rapidamente o Escutismo, nascido na Inglaterra, não respeitou

fronteiras, alastrando-se por outros países. Em 1912, fez uma viagem à volta do mundo para contactar os escoteiros de muitos outros países. Foi este o primeiro passo para fazer do Escotismo uma fraternidade mundial. Por esse motivo, já em 1920, em Londres, reuniram-se num grande acampamento Escuteiros de várias nacionalidades. Foi neste primeiro acampamento

mundial, denominado Jamboree, no qual 20.000 jovens aclamaram Baden-Powell como Chefe Mundial. Desde então, o

crescimento do Escutismo foi grande que nem as duas guerras mundiais conseguiram enfraquecê-lo.


Em Portugal, o Tenente Álvaro Machado fundou, em 1911, em Macau o

primeiro Grupo de Escoteiros em terras portuguesas. No ano seguinte, Lisboa viu também surgir o primeiro Grupo do continente português. Os três primeiros Grupos de Lisboa fundaram, em 6 de Setembro de 1913, a Associação dos Escoteiros de Portugal

(AEP), independente de credos religiosos e partidarismos políticos. Alguns escoteiros desta associação também participaram no 1º Jamboree

Mundial, realizado no ano de 1920, em Londres. Uma outra associação, o Corpo Nacional de Escutas, Escutismo Católico Português, foi fundado em 27 de Maio de 1923, na cidade de Braga.


Depois de vários anos de dedicação ao Escutismo, Baden-Powell sentiu as suas forças escassearem. Retirou-se então para uma propriedade que possuía próximo da

cidade de Nairobi, no Quénia. Ali, na companhia da esposa, dividiu o tempo entre pintura, a numerosa correspondência e as

visitas de amigos. Faleceu na madrugada de 8 de Janeiro de 1941 enquanto dormia.


A última mensagem de Baden-Powell

Caros escuteiros: Se já vistes a peça Peter Pan, haveis de recordar-vos de como o chefe dos piratas estava sempre a fazer o seu discurso de despedida, porque receava que, quando lhe chegasse a hora de morrer, talvez não tivesse tempo para o fazer. Acontece-me coisa muita parecida e por isso, embora não esteja precisamente a morrer, morrerei qualquer dia e quero mandar-vos uma palavra de despedida. Lembrai-vos de que é a última palavra que vos dirijo, portanto, meditai-a.


Passei uma vida felicíssima e desejo que cada um de vós seja igualmente feliz. Creio que Deus nos colocou neste mundo encantador para sermos felizes e apreciarmos a vida. A felicidade não vem da riqueza, nem simplesmente do êxito de uma carreira, nem dos prazeres. Um passo para a felicidade é serdes saudáveis e fortes enquanto sois rapazes, para poderdes ser úteis e gozar a vida quando fordes homens. O estudo da natureza mostrar-vos-á as coisas belas e maravilhosas de que Deus encheu o mundo para vosso deleite. Contentai-vos com o que tendes e tirai dele o maior proveito que


puderdes. Vede sempre o lado melhor das coisas e não o pior. Mas o melhor meio para alcançar a felicidade é contribuir para a felicidade dos outros. Procurai deixar o mundo um pouco melhor do que o encontrastes e, quando vos chegar a vez de morrer, podeis morrer felizes sentindo que ao menos não desperdiçastes o tempo e fizestes todo o possível por praticar o bem. Estai preparados desta maneira para viver e morrer felizes - apegai-vos sempre à vossa promessa escutista - mesmo depois de já não serdes rapazes, e que Deus vos ajude a proceder assim. O Vosso Amigo, Robert Baden-Powell


Escotismo ou Escutismo?

Para quem não conhece a A.E.P. e a História do Escotismo em Portugal, pode parecer estranho que se utilizem duas grafias para uma palavra, que, além de homófona é homónima. São

vulgares as acusações de erro ortográfico a quem utiliza a expressão "escotismo" - assim mesmo, com um "o" - em vez do atualmente mais vulgarizado "escutismo", com "u". Afinal, qual delas está certa? Estão as duas, como adiante veremos, embora talvez mais a primeira.


Em 1913, após experiências feitas por vários Grupos de Escoteiros,

foi

fundada

a

primeira

associação

escotista

portuguesa, a A.E.P. - Escoteiros de Portugal, segundo os

princípios delineados por Lord Baden-Powell, o fundador do movimento escotista.

Porque a adoção do estrangeirismo “boy-scouts” não agradou aos seus mentores, foi adotada uma palavra já existente na língua portuguesa, com uma fonética e um significado muito semelhantes ao scout saxónico: escoteiro, (s.m.) pioneiro; aquele que viaja sem bagagem, gastando por escote; adj. leve; veloz. (Dicionário Porto Editora).


Em 1923, a Igreja Católica idealizou criar outra associação escotista, mas com caráter confessional, destinada exclusivamente aos jovens que professavam a religião Católica Romana. Assim

nasceu o "Corpo de Scouts Católicos Portugueses", mais tarde "Corpo Nacional de Scouts". Por desconhecimento da pronúncia inglesa e inspiração no

escotismo católico francês, a expressão "scout" era pronunciada à maneira francesa: "secúte".


E, embora com outro desfecho, a história repetiu-se - os responsáveis daquele movimento católico tentaram encontrar

uma palavra portuguesa que soasse ao ouvido de uma maneira próxima de "secúte" e com um significado ajustável. Escolheram o "escuta", justificando que, para além da semelhança fonética, o "scout" era atento e observador e, por isso, se adequava ao significado da palavra. Apesar de ser um conceito muito redutor veio a vingar, dando origem ao "Corpo Nacional de Escutas".


Durante o regime anterior ao 25 de Abril de 1974, a A.E.P. sobreviveu

com

grandes

dificuldades,

sendo

considerada

indesejável e apenas tolerada. Chegou mesmo a ser publicado

um Decreto que extinguia a atividade da A.E.P. nas colónias. Entretanto, o CNE, sob os auspícios da Igreja, atingiu uma notável expansão e, felizmente, conseguiu manter acesa a

chama escotista durante a longa noite da ditadura. Enquanto o "escotismo" definhava, o "escutismo" foi-se tornando cada vez mais conhecido dos portugueses.


No entanto, até meados do século, é mais frequente encontrar

a

grafia

"escotismo"

em

livros

e

jornais

portugueses. O Dicionário da Academia das Ciências de

Lisboa reconhece as duas grafias, tanto mais que os brasileiros sempre escreveram "escoteiro".


Os escoteiros consideram-se irmãos entre

si

e

os

valores

da

fraternidade escotista estão muito acima

de

meros

etimológicos.

Pelo

escoteiros

até

preciosismos contrário,

os

consideram

vantajosa a existência das duas grafias, pois assim se torna muito

mais

fácil

identificar

a

que

associação pertence o adepto dos ideais de Baden-Powell.


FICHA TÉCNICA Sítios web consultados: • http://www.cneescutismo.pt/Escutismo/Oque%C3%A9oEscutismo/FundadordoEscutismo/tabid/81/ Default.aspx • http://www.escoteiros.pt/ • http://www.escoteiros.pt/artigo-Historia-9-0-8 • http://escutismo.pt/ • https://pt.wikipedia.org/wiki/Escotismo Pesquisa, seleção e organização da informação: • professora bibliotecária Isabel Azinhais Grafismo e publicação digital:

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS N.º3 DE ELVAS ESCOLA SECUNDÁRIA D. SANCHO II Ano Letivo de 2016-2017


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