Março de 2017 | Ano XXVIII
www.diocesedeosasco.com.br
No 239
PEREGRINAÇÃO DIOCESANA
Semana Santa Celebração da paixão, morte e ressurreição do Senhor
Imagem de Nossa Senhora chega à Região Sto. Antônio
PÁG. 02
IGREJA EM MISSÃO
Luiz Roberto e Ricardo recebem a Ordem do Diaconato
PÁG. 03
PALAVRA DO BISPO
O Papa e os jovens
PÁG. 11
IGREJA EM AÇÃO
PÁG. 05
Formação diocesana estuda tema da CF 2017
PÁG. 10
EDITORIAL
BIO
Caro leitor, ...
Doze jovens ingressam no Propedêutico 2017 Arquivo pessoal
"Bendito o homem que confia no Senhor, cuja esperança é o Senhor." (Jr 17,7)
E
stamos iniciando o período quaresmal e diante aos nossos limites e apelos ficam as perguntas: A quem devemos confiar? Onde podemos buscar a segurança de nossa vida? Qual é o nosso refúgio? Sabemos que o homem sempre procurou ser desbravador das suas dúvidas. Esta busca de querer encontrar respostas diante dos vários acontecimentos da vida; tentar decifrá-la e acima de tudo dominá-la, é a grande meta do saber humano. A satisfação, o realizar-se adquiriu dimensões exorbitantes. O perigo de cair no ceticismo e aventurar nas divagações da primazia das potencialidades humanas configura uma sociedade envolta em crises. Por isso, são bem sábias as palavras do profeta: “maldito o homem que confia em outro homem” (Jr 17,5); já que mesmo com tantos avanços científicos e tecnológicos, não conseguiram dar respostas aos medos e inseguranças do homem. Certezas neste campo enveredaram-se a um relativismo avassalador que iludem o homem no seu triste trajeto terreno, pois tudo se torna uma luta enfadonha incapaz de garantir estabilidade, conforto e segurança. Nem damos conta dos absurdos que cometemos por confiar demasiadamente naquilo que achamos conseguir prover para tantas necessidades que na vida se impõe diariamente a todos nós. Queremos respostas prontas, o imediatismo exige resultados urgentes, estamos sendo engolidos pelo improviso, acertos aparentes, que nem sempre conseguem sanar o mal pela raiz. Como diz o salmo: ela sempre dá os frutos ao seu tempo (Sl1), não podemos apressar o fruto para amadurar; pois a pressa pode fazer a folha vicejante se secar e facilmente ser espalhada pelo vento impetuoso da vida. O futuro é consequência do nosso plantio. Se cuidarmos bem da nossa horta, regarmos nossa terra seca, adubarmos preocupados com o crescimento, podarmos aquilo que é necessário, no tempo certo haveremos de ceifar com alegria. Esta quaresma trata-se do êxodo decisivo da nossa vida; por isso que tementes ao Senhor que é bom e fiel, e não priva nossa liberdade, aceitemos sua Boa-nova; abramos nossos ouvidos aos diversos sinais que Ele nos concede por meio de sua Igreja. Sejamos fiéis e não indiferentes àquilo que Deus nos revela e inspirados pela sua graça testemunhemos esta adesão livre e gratuita de querermos buscar a Salvação para toda eternidade. Abençoado retiro quaresmal! Pe. Henrique Souza da Silva Assessor Eclesiástico do BIO
2
D
e 13 a 18 de fevereiro os novos propedeutas da Diocese de Osasco fizeram o seu retiro de iniciação aos trabalhos de ingresso no seminário, tendo como pregador Pe. Edileis Silva, pároco da Paróquia Santa Rita de Cássia, em Carapicuíba.
Jovens de várias regiões pastorais de nossa Igreja diocesana compõe o novo grupo de seminário Propedêutico, neste ano de 2017. Ao todo, são 12 rapazes que fizeram os encontros vocacionais e continuam o seu processo de discernimento, agora de modo mais profundo. Rezemos por esses nossos irmãos que estão respondendo ao chamado de Deus para que estejam sempre abertos à luz divina. Que a Virgem Maria e Santo Antônio, padroeiro da nossa diocese, intercedam por esses jovens. Imploramos ao Senhor que continue enviando operários à sua messe. Pe. Marcelo Fernandes de Lima Vice Reitor Propedêutico Santo Antônio
Peregrinação Diocesana chega à Região Sto. Antônio
A
imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida, que se encontrava na Região Pastoral Bonfim, chegou no início da noite de terça-feira, 28 de fevereiro, na Paróquia São Gabriel da Virgem Dolorosa, no Jardim Ipê, em Osasco. Na caravana que acompanhou a imagem peregrina participou padre Romildo Isidro Lopes Filho, da Paróquia São Gabriel; padre Vagner João Pacheco, da Paróquia Espírito Santo no Jardim das Flores; padre José Ailton Ribeiro, da Paróquia São Vito no Jardim São Vitor; seminaristas da diocese e membros das comunidades vizinhas. Durante a acolhida, padre Romildo coroou a imagem peregrina. A comunidade que recebe a visita da Padroeira do Brasil vive um tempo especial da graça de Deus, tendo a oportunidade de aproximar-se de Jesus e entrar
na dinâmica da salvação. Segundo padre Romildo, a visita da imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida à Paróquia São Gabriel da Virgem Dolorosa foi uma maneira de retribuir a visita dos romeiros ao seu Santuário. O padre disse ainda, que é uma maneira de ir ao encontro daqueles que ainda não tiveram condições de visitar a Casa da Mãe Aparecida. Pascom - Paróquia São Gabriel
Boletim Informativo de Osasco Diretor Geral: D. Frei João Bosco Barbosa de Sousa, OFM Assessor Eclesiástico: Pe. Henrique Souza da Silva Moderadora: Ir. Letícia Perez, MJS Secretária Executiva: Meire Elaine de Souza Revisão: Natália Paula Pereira e Walkyria Aparecida do Rosário Supervisão: Diácono Ricardo Rodrigues Colaboração: Pe. Mauro Ferreira, Pe. Marcelo Fernandes Lima, Pe. Ms. Rogério Lemos, Pe. Luiz Rogério Gemi, Frei Patrício Sciadini, ocd, Sem. Thiago Jordão, Pascom Diocesana. E-mail: bio@diocesedeosasco.com.br
Diagramação: Iago Andrade Vieira Tiragem: 13.000 exemplares Impressão: Jornal Última Hora do ABC: (11) 4226-7272 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Cúria Diocesana de Osasco Rua da Saudade, 60, Vila Osasco CEP: 06080-000 - Osasco/ SP Tel: (11) 3683-4522 Tel: (11) 3683-5005 Site: www.diocesedeosasco.com.br
Março de 2017
IGREJA EM MISSÃO
BIO
Diocese de Osasco celebra com alegria a ordenação dos novos diáconos Angela Thais Yamamoto
N
a manhã do sábado, 11 de fevereiro, Dom João Bosco Barbosa de Sousa – bispo da Diocese de Osasco – presidiu a missa solene de ordenação diaconal, na qual os seminaristas Luiz Roberto de Andrade Souza e Ricardo Rodrigues dos
Santos foram ordenados para o primeiro grau do sacramento da Ordem. A Catedral Santo Antônio, em clima de profunda oração, foi cenário de grande alegria para a diocese, que recebeu dois novos diáconos para o serviço da Santa Igreja, tes-
temunhado pelo clero diocesano, familiares e amigos. Na homilia Dom João destacou que o chamado de Deus para missão não consiste em um caminho para se obter sucesso, mas em “sermos obedientes a vontade de Deus”, disse. O bispo falou ainda sobre o paradoxo da vocação, que se depara entre o privilégio de ser um escolhido por Deus e a cruz que deve ser carregada diariamente. Dom João encerrou a homilia ressaltando que o cansaço diário, próprio da missão, se compensa com a imensa bondade de Deus. Após a homilia deu-se início ao Rito da Ordenação. Pela imposição das mãos do bispo diocesano, a prece de ordenação foi conferida à Luiz Roberto e Ricardo a Sagrada Ordem do Diaconato, concluí-
da pela imposição da Estola Diaconal e da Dalmática e a entrega do Livro dos Evangelhos. “Nosso Senhor Jesus Cristo ensina que para sermos bons discípulos é preciso que nós nos coloquemos a serviço dos irmãos e irmãs. O diácono é aquele que está a serviço, é aquele que segue o exemplo do Cristo Servidor, que lava os pés dos discípulos com amor e humildade”, declarou o neo-diácono Ricardo. Os agradecimentos finais ficaram a cargo do neo-diácono Luiz Roberto que agradeceu aos bispos, formadores, familiares e as diversas paróquias onde exerceram estágio pastoral. Pascom Diocesana
Projeto Pemba Oração pela Missão na Diocese de Pemba Senhor Jesus Cristo, vós que sois o Grande Missionário do Pai, nós vos pedimos: ajudai-nos a cumprir o vosso mandamento de fazer vossos discípulos todos os povos. Iluminai com a vossa Luz toda a nossa Diocese de Osasco para que abrace com carinho o projeto missionário na Diocese de Pemba. Abençoai nossos irmãos e irmãs que estão se preparando para assumir a evangelização em Moçambique e despertai em nós a consciência de que nós somos missionários ao rezar e colaborar com a missão. Por fim, nós vos suplicamos, protegei todos os cristãos de Pemba, para que continuem com alegria o serviço de Evangelho, construindo o Reino dos Céus. A Vós rogamos, ó Jesus, que sois Deus com o Pai, na unidade do Espírito Santo. Amém. Pai-Nosso, Ave Maria, Glória ao Pai. Santo Antônio, rogai por nós! Março de 2017
3
PAPA FRANCISCO
BIO
Mensagem para a Quaresma A Palavra é um dom. O outro é um dom A12
A
mados irmãos e irmãs! A Quaresma é o momento favorável para intensificarmos a vida espiritual através dos meios santos que a Igreja nos propõe: o jejum, a oração e a esmola. Na base de tudo isto, porém, está a Palavra de Deus, que somos convidados a ouvir e meditar com maior assiduidade neste tempo. Aqui queria deter-me, em particular, na parábola do homem rico e do pobre Lázaro (cf. Lc 16, 1931). Deixemo-nos inspirar por esta página tão significativa, que nos dá a chave para compreender como temos de agir para alcançarmos a verdadeira felicidade e a vida eterna, incitando-nos a uma sincera conversão.
1. O outro é um dom A parábola inicia com a apresentação dos dois personagens principais, mas quem aparece descrito de forma mais detalhada é o pobre: encontra-se numa condição desesperada e sem forças para se solevar, jaz à porta do rico na esperança de comer as migalhas que caem da mesa dele, tem o corpo coberto de chagas, que os cães vêm lamber (cf. vv. 20-21). Enfim, o quadro é sombrio, com o homem degradado e humilhado. A cena revela-se ainda mais dramática, quando se considera que o pobre se chama Lázaro, um nome muito promissor pois significa, literalmente, «Deus ajuda». Não se trata duma pessoa anônima; antes, tem traços muito concretos e aparece como um indivíduo a quem podemos atribuir uma história pessoal. Enquanto Lázaro é 4
como que invisível para o rico, a nossos olhos aparece como um ser conhecido e quase de família, torna-se um rosto; e, como tal, é um dom, uma riqueza inestimável, um ser querido, amado, recordado por Deus, apesar da sua condição concreta ser a duma escória humana (cf. Homilia na Santa Missa, 8 de janeiro de 2016). Lázaro ensina-nos que o outro é um dom. A justa relação com as pessoas consiste em reconhecer, com gratidão, o seu valor. O próprio pobre à porta do rico não é um empecilho fastidioso, mas um apelo a converter-se e mudar de vida. O primeiro convite que nos faz esta parábola é o de abrir a porta do nosso coração ao outro, porque cada pessoa é um dom, seja ela o nosso vizinho ou o pobre desconhecido. A Quaresma é um tempo propício para abrir a porta a cada necessitado e nele reconhecer o rosto de Cristo. Cada um de nós encontra-o no próprio caminho. Cada vida que se cruza conosco é um dom e merece aceitação, respeito, amor. A Palavra de Deus ajuda-nos a abrir os olhos para acolher a vida e amá-la, sobretudo quando é frágil. Mas, para se poder fazer isto, é necessário tomar a sério também aquilo que o Evangelho nos revela a propósito do homem rico.
2. O pecado cega-nos A parábola põe em evidência, sem piedade, as contradições em que vive o rico (cf. v. 19). Este personagem, ao contrário do pobre Lázaro, não tem um nome, é qualificado apenas como «rico». A sua opulência mani-
festa-se nas roupas, de um luxo exagerado, que usa. De facto, a púrpura era muito apreciada, mais do que a prata e o ouro, e por isso se reservava para os deuses (cf. Jr 10, 9) e os reis (cf. Jz 8, 26). O linho fino era um linho especial que ajudava a conferir à posição da pessoa um caráter quase sagrado. Assim, a riqueza deste homem é excessiva, inclusive porque exibida habitualmente: «Fazia todos os dias esplêndidos banquetes» (v. 19). Entrevê-se, nele, dramaticamente, a corrupção do pecado, que se realiza em três momentos sucessivos: o amor ao dinheiro, a vaidade e a soberba (cf. Homilia na Santa Missa, 20 de setembro de 2013). Depois, a parábola mostra-nos que a ganância do rico fá-lo vaidoso. A sua personalidade vive de aparências, fazendo ver aos outros aquilo que se pode permitir. Mas a aparência serve de máscara para o seu vazio interior. A sua vida está prisioneira da exterioridade, da dimensão mais superficial e efémera da existência (cf. ibid., 62). O degrau mais baixo desta deterioração moral é a soberba. O homem veste-se como se fosse um rei, simula a posição dum deus, esquecendo-se que é um simples mortal. Para o homem corrompido pelo amor das riquezas, nada mais existe além do próprio eu e, por isso, as pessoas que o rodeiam não caiem sob a alçada do seu olhar. Assim o fruto do apego ao dinheiro é uma espécie de cegueira: o rico não vê o pobre esfomeado, chagado e prostrado na sua humilhação. Olhando para esta figura, compreende-se por que motivo o Evangelho é tão claro ao condenar o amor ao dinheiro: «Ninguém pode servir a dois senhores: ou não gostará de um deles e estimará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro» (Mt 6, 24).
3. A Palavra é um dom O Evangelho do homem rico e do pobre Lázaro ajuda a prepararmo-nos bem para a Páscoa que se aproxima. A liturgia de Quarta-Feira de Cinzas convida-nos a viver uma experiência semelhante à que faz de forma tão dramática o rico. Quando impõe as cinzas sobre a cabeça, o sacerdote
repete estas palavras: «Lembra-te, homem, que és pó da terra e à terra hás de voltar». De fato, tanto o rico como o pobre morrem, e a parte principal da parábola desenrola-se no Além. Dum momento para o outro, os dois personagens descobrem que nós «nada trouxemos ao mundo e nada podemos levar dele» (1 Tm 6, 7). Só no meio dos tormentos do Além é que o rico reconhece Lázaro e queria que o pobre aliviasse os seus sofrimentos com um pouco de água. Os gestos solicitados a Lázaro são semelhantes aos que o rico poderia ter feito, mas nunca fez. Abraão, porém, explica-lhe: «Recebeste os teus bens na vida, enquanto Lázaro recebeu somente males. Agora, ele é consolado, enquanto tu és atormentado» (v. 25). No Além, restabelece-se uma certa equidade, e os males da vida são contrabalançados pelo bem. Mas a parábola continua, apresentando uma mensagem para todos os cristãos. De facto o rico, que ainda tem irmãos vivos, pede a Abraão que mande Lázaro avisá-los; mas Abraão respondeu: «Têm Moisés e os Profetas; que os ouçam» (v. 29). E, à sucessiva objeção do rico, acrescenta: «Se não dão ouvidos a Moisés e aos Profetas, tão pouco se deixarão convencer, se alguém ressuscitar dentre os mortos» (v. 31). Deste modo se patenteia o verdadeiro problema do rico: a raiz dos seus males é não dar ouvidos à Palavra de Deus; isto levou-o a deixar de amar a Deus e, consequentemente, a desprezar o próximo. A Palavra de Deus é uma força viva, capaz de suscitar a conversão no coração dos homens e orientar de novo a pessoa para Deus. Fechar o coração ao dom de Deus que fala, tem como consequência fechar o coração ao dom do irmão. Encorajo todos os fieis a expressar esta renovação espiritual, inclusive participando nas Campanhas de Quaresma que muitos organismos eclesiais, em várias partes do mundo, promovem para fazer crescer a cultura do encontro na única família humana. Rezemos uns pelos outros para que, participando na vitória de Cristo, saibamos abrir as nossas portas ao frágil e ao pobre. Então poderemos viver e testemunhar em plenitude a alegria da Páscoa. Vaticano, 18 de outubro – Festa do Evangelista São Lucas – de 2016. FRANCISCO Março de 2017
SEMANA SANTA
BIO
SEMANA SANTA A Semana Santa é a semana maior onde nos preparamos para celebrar a grande festa da ressurreição, a Páscoa do Senhor. Para vivermos bem este momento, é necessário que compreendamos os mistérios contidos em cada celebração, para que nos sirvam de meios para alcançarmos a graça de Deus, oferecida a nós, por intermédio da paixão e morte de nosso Senhor Jesus Cristo.
O
s cristãos se reuniam além do domingo, uma vez por ano, para celebrar a Páscoa de Jesus. No início parecia ser celebrada conjuntamente com as celebrações cristãs, com as festas judaicas. Depois, aos poucos, as festas judaico-cristãs foram se distanciando da festa da Páscoa judaica. A partir do século II há registros de controvérsias acerca da data, embora desde o séc. I já se havia o hábito de reunirem para celebrar a Páscoa do Senhor. O motivo principal desta discordância era a data anual do mistério pascal. Se devia ser celebrado no dia 14 do mês de Nisan ou no dia primeiro da lua cheia do primeiro dia da primavera, independente de um dia certo da semana, ou no domingo seguinte ao 14 de Nisan. O costume de celebrar no dia 14 de Nisan era dos cristãos da Síria e
Março de 2017
da Ásia Menor. O segundo costume era de Roma na maior parte das Igrejas. Ambos fundamentavam a sua prática na Tradição Apostólica e celebravam uma festa litúrgica com uma ceia eucarística que findava com o jejum preparatório - datas diversas, mas com a mesma finalidade: celebrar o Mistério Pascal em sua plenitude. Uma acentuava a morte e Paixão de Jesus, celebrados no dia 14 de Nisan, e os que ressaltavam a ressurreição e glorificação de Cristo era formado pelos grupos de Roma e das demais Igrejas. Com o Concílio Ecumênico de Nicéia, encerrou as controvérsias, e em 325 precisamente, definiu que deveria ser celebrada sempre no domingo depois da primeira lua cheia da primavera. Assim, evitando que se celebrasse a Páscoa Cristã no mesmo dia da Páscoa judaica. Deste modo, a Igreja assumiu
como núcleo central da celebração do Mistério Pascal o Tríduo Sacro (quinta, sexta da Paixão e o sábado Santo), e que acrescido do Domingo de Ramos e os três dias que o seguem (segunda, terça e quarta – feira santa), vão constituir hoje o que chamamos de Semana Santa. A Semana Santa é o encontro com o Jesus Cristo Ressuscitado, que ao longo da semana será vivenciado pelo memorial da História da Salvação e os últimos acontecimentos da vida pública de Jesus de Nazaré. É uma recordação, mas também uma atualização. Pois, não é um jogo teatral, mas uma atualização sempre única do Mistério Pascal. Como já percebemos, as celebrações ao longo de toda a Semana Santa começam com o Domingo de Ramos, que desde o século IV já era encontrado apontamentos de que havia uma celebração para re-
cordar a entrada de Jesus de Nazaré na cidade de Jerusalém, em que após a celebração do lucernário faziam uma oração junto a Cruz, sem celebrar a eucaristia. Já no século VII, o Domingo de Ramos é descrito como um ato celebrativo solene, com a benção dos Ramos e a procissão. Na cidade de Roma dava o caráter da Paixão com a narrativa do Evangelho da Paixão do Senhor. E o Domingo de Ramos fica conhecido como o domingo De Passione. E, a partir do século XI, a procissão dos ramos se torna uma tradição, e há relatos de que no século XII após a benção e procissão celebravam a eucaristia. O Concílio Vaticano II restaurou a ordem dos Domingos da Quaresma, e o quinto domingo da Quaresma antes da Páscoa passou a se chamar de Domenica in Palmis de Passione Domini (Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor).
5
SEMANA SANTA
A Reforma do Concílio Vaticano II dá três opções para esta celebração, como indica o Missal Romano atual: 1ª Forma consiste numa procissão que vem do encontro dos fiéis fora da Igreja, reunidos dá-se início com um canto próprio, faz a saudação normal e uma breve exortação à participação ativa dos fiéis na celebração; o sacerdote de mãos unidas, diz uma das duas orações proposta no missal e ao final da oração da benção dos Ramos, o sacerdote sem nada dizer, asperge os ramos com água benta e depois, segundo o Tempo Litúrgico (ano A, B ou C), se faz a proclamação do Evangelho que narra a entrada de Jesus em Jerusalém. Diz no missal que o sacerdote pode, se quiser, fazer uma breve homi-
6
lia. Após a reflexão, se inicia a procissão em direção à igreja, onde depois de incensar o altar, o presidente faz a oração da coleta e dá continuidade, como de costume, com a celebração eucarística. Com os paramentos sempre vermelhos, o presidente pode usar a capa vermelha para a procissão ou a estola com a casula. Ao usar a capa, este deverá tirá-la somente depois de saudar e incensar o altar. Quando estiver diante da sedia, coloca a casula e diz a oração do dia. Prossegue a missa como de costume. 2ª Forma é realizada dentro da Igreja (“onde não se possa realizar a procissão fora da igreja”); com uma entrada solene, os fiéis (ou uma delegação) diante da aporta da igreja ou no seu interior, leva nas mãos os ramos de
oliveira em lugar o máximo visível e fora do presbitério, estas são benzidas e proclama-se o evangelho. Depois o celebrante se dirige a cadeira, onde faz a oração da coleta e segue como de habitual a celebração. 3ª Forma é mais simples e consiste num canto de entrada que comemora a entrada de Jesus na cidade de Jerusalém. Chegando ao altar, o sacerdote o saúda, dirigindo-se à cadeira e cumprimenta o povo, prosseguindo a Missa como de costume.
Março de 2017
BIO
A Segunda, Terça e Quarta-feira Santas, são dias em que a piedade popular adentra à Semana Santa, como não remontam uma tradição litúrgica, principalmente a segunda e a terça-feira santa, pois na quarta-feira tinha-se uma celebração especial da Palavra pela manhã, uma reunião comunitária simples com a liturgia da Palavra e ao anoitecer uma missa. Assim, acabou entrando nestes dias, as devoções populares, com celebrações não eucarísticas e procissões (MR, p. 221 – 234).
Na Quinta-feira Santa inicialmente celebrava-se apenas uma reconciliação dos penitentes e a eucaristia na celebração da Ceia do Senhor. Aqueles, que por algum motivo não poderiam observar o jejum até a missa vespertina da Ceia do Senhor, se fazia uma celebração eucarística após a celebração penitencial, para atender pastoralmente a esses fiéis. No fim do século VII, foi introduzido a benção dos óleos na Quinta-feira Santa, porque antes deste período os óleos eram abençoados no período da quaresma. A Quinta-feira Santa hoje se dividi em duas celebrações: uma pela manhã chamada Missa do Crisma e outra conhecida como Missa vespertina da Ceia do Senhor. Na nossa diocese, para o bem pastoral do Povo de Deus, a Missa do Crisma é celebrado desde quando pertencia a Arquidiocese de São Paulo como Região Episcopal Osasco, na Quarta-feira Santa à noite. A teologia litúrgica da Quinta-feira Santa tem um caráter sacerdotal, pois é o dia de reunir todo o presbitério em torno do bispo para a benção dos santos Óleos e a consagração do Crisma. Faz parte da celebração a renovação das promessas próprias dos sacerdotes (padres e bispos); os diáconos permanentes e transitórios não possuem o sacerdócio ministerial, por isso, não há renovação para eles. O ponto alto da Missa do Crisma é a concelebração, um sinal forte e expressivo da unidade e comunhão sacerdotal, ou seja, dos presbíteros com o seu bispo.
Março de 2017
7
SEMANA SANTA
BIO
A Missa vespertina da Ceia do Senhor é um momento de gratidão e alegria, testemunho de humildade e serviço, porque recorda o mandamento do amor, o gesto do lavar os pés dos discípulos e a Instituição da Eucaristia. O rito é marcado pelo grande gesto da última Ceia, no qual por meio do ato de Jesus, se celebra a instituição do sacerdócio ministerial, para perpetuar o Seu Corpo e Sangue no meio de todo o Povo de Deus. Gesto este que a Igreja repetirá em cada celebração, vivencia a força do amor, da acolhida, do compromisso, da presença, da partilha e da missão redentora de Deus pela humanidade.
A Sexta-feira Santa sempre foi celebrada no contexto da morte do Senhor desde o século IV. Sofrendo forte influência de Égeria (uma peregrina do século IV que descreve a liturgia da Sexta-feira Santa em Jerusalém, onde se venerava a cruz de Cristo sem nenhum tipo de canto. E após o século VII foi introduzido um cântico, o da antífona Ecce Lignum crucis, com o Salmo 118. Não havia o hábito de comungar neste dia em Jerusalém, falo isto porque as outras igrejas de Roma comungavam. Logo, havia dois costumes, um na liturgia de Roma, em que se comungava sob as duas espécies, relatos documentados comprovam que havia a reserva do pão e do vinho consagrado. A Reforma de Pio XII, em 1955, introduziu a comunhão aos féis neste dia Santo em uma única espécie. O Concílio Vaticano II fez profundas modificações neste rito, fazendo uma única cerimonia onde contém a liturgia da Palavra, desconexa antes (feitas pela manhã da Sexta-feira Santa) e a adoração da Cruz com a distribuição da Sagrada Comunhão, mas não há celebração da eucaristia – missa, mas apenas a Comemoração da paixão e morte do Senhor. A celebração consta da liturgia da Palavra com as leituras próprias, e da narração da Paixão do Senhor; após ocorre as Preces da Igreja Universal, e segue a Adoração da Cruz e a Liturgia da Comunhão.
Espero que estes aspectos históricos teológicos os ajudem a compreender a riquíssima liturgia da Semana Santa que faz parte do patrimônio da nossa Igreja. Para se rezar melhor é necessário conhecimento, dom da fé e a disposição em deixar-se guiar pelo Espirito Santo de Deus. Tenham uma ótima preparação para o Tempo da Quaresma e da Semana Santa. Pe. Ms. Rogério Lemos Paróquia Nossa Senhora Aparecida - Piratininga 8
Março de 2017
FORMAÇÃO PERMANENTE
BIO
25 de março: Anunciação do Senhor "Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!" (Lc 1, 28) "Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!" (Lc 1, 38)
O
relato da anunciação (Lc 1,26-38) é tido como o mais importante texto sobre a Virgem Maria, onde ela é a protagonista; retrata de forma mais detalhada a face humana e espiritual de Maria; é o texto mariano mais utilizado nas celebrações litúrgicas, mais vezes citado pelos Padres da Igreja, além de ser a pintura mariana mais retratada pelos artistas. Neste trecho do Evangelho, verifica-se a posição de destaque dada pelo evangelista Lucas a Santíssima Virgem, por meio das palavras que o anjo a ela dirige - “cheia de graça”. O anjo anuncia a Maria a concepção do Salvador pelo poder de Deus, o Altíssimo. Maria, ao questionar como isso iria acontecer, uma vez que ela não conhecia seu esposo, dá a indicação que se trata de uma noiva que ainda não havia sido levada para sua casa. O anjo Gabriel diz que, devido a essa concepção, seu Filho “será chamado santo e Filho de Deus”. Obedecendo ao Senhor, Maria manifesta seu desejo para que o prometido fosse nela cumprido, declarando-se assim, como a serva do Senhor.
Não temas, Maria! Encontraste graça junto de Deus “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!” (Lc 1,28), muitos estudiosos traduzem a saudação do anjo por um cumprimento, “Ave”. Outros traduzem por “Alegra-te”. Este termo está relacionado com favor, graça – cujo significado é “outorgar graça, ser favorável, bendizer”. Reporta-se a Maria, como agraciada e favorecida - “Não temas, Maria! Encontraste graça junto de Deus” (Lc 1,30) – ela foi eleita pelo próprio Deus para gerar o Messias (cf. Lc 1,3133). Esse termo assume significado de plenitude, como acontece na oração da Ave Maria, como na Março de 2017
versão latina da Vulgata “Ave gratia plena”. O evangelista Lucas propõe Maria como a Filha de Sião, como a personificação do Povo de Deus – Israel e a Igreja, e também a Arca da Aliança. “Ela ficou intrigada com essa palavra e pôs-se a pensar qual seria o significado da saudação” (Lc 1,29). Tal comportamento de Maria explica-se pela carga teológica trazida pelo termo utilizado na saudação. Não se tratava de uma saudação qualquer. O anjo utiliza a expressão “cheia de graça” - substituindo assim o nome próprio de Maria, portanto essa expressão tem uma função teológica, a de definir Maria diante de Deus. A expressão utilizada está no particípio passado, identificando uma ação que permanece. Possui como significado: agraciada, plenificada ou transbordante de graça. A plenitude da graça enfoca Maria a partir do início de sua existência: completamente agraciada por Deus, plenamente libertada em seu Filho Jesus. Maria, cujo nome na forma aramaica é Miryam, é chamada por benevolência divina e preparada com toda a graça para a missão singular na função libertadora de Jesus. Desta forma, ela é santa por obra divina e não mero esforço humano. Com a anunciação do anjo a Maria, inicia-se a plenitude dos tempos, o próprio Deus convida Maria a alegrar-se com a chegada do tempo messiânico. Maria é a que experimenta em primeiro lugar o gosto do tempo messiânico, é um sinal de que Deus cumpre suas promessas a Israel, o povo eleito. Maria diz o seu “sim” a Deus de forma livre e determinada, com uma fé ativa e obediente. Intitula-se como serva – “Eis aqui a serva do Senhor” (Lc 1,38), como auto disposição para Deus. Ela se mostra a primeira e mais perfeita discípula de Jesus, através do seu fiat – no original grego - pleno à Deus – “Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38). Maria é a figura da fé, que realiza através desse ato de liberdade humana a abertura à oferta da graça e do amor, não se trata de simples aceitação ou resignação, mas o desejo alegre de colaborar com o que Deus dela espera. Trata-se da alegria do abandono pela fé à bondade de Deus. Maria é a primeira a crer na Boa Nova, ela é o modelo do discípulo ideal. Em sentido mais amplo, Maria é a imagem do povo que aguarda e recebe Deus, o povo torna-se a morada de Deus. A Virgem Maria é a imagem do povo fiel, a expressão máxima da Encarnação, trazida como originalidade pelo Cristianismo. Desta forma, a fala do anjo a Maria: “O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo te cobrirá com sua sombra” (Lc 1,35), nos sinaliza a gestação e o nascimento do novo Povo de Deus, que será o restaurador da justiça do Senhor. Aqui tem-se a intervenção do Espírito na geração do Messias. O termo “cobrir com sua sombra” ou “ensombrear” nos remete à nuvem misteriosa mencionada no livro do Êxodo (cf. Ex 40,34 e Nm 10,34), que transforma a Tenda da reunião na Morada de Deus,
Imagem da Internet
isto é, na Shekinah. O Espírito Santo, ao cobrir Maria, tornando-a fecunda do Filho de Deus, transforma-a na nova Shekinah, na nova casa de Deus, local onde a humanidade encontra-se com o divino. Os filhos de Deus são obra do Espírito do Senhor, não são nascidos da carne. Maria é a imagem do povo fecundada pelo Espírito de Deus, do qual nasce a nova humanidade. Ela é o símbolo do povo gerado por Deus. O texto mostra que com Maria e Jesus inicia-se um novo tempo para a história humana, a presença de Deus no meio dos seres humanos. Deus habita entre os homens, estabeleceu sua tenda no meio de nós, assumindo nossas dores e alegrias. O amor de Deus se repete em Maria e Jesus, estabelecendo uma nova criação. Maria personifica Israel, também chamado de Sião. Ela representa o Povo da Aliança e a humanidade que espera e responde ao chamado de Deus. Maria, situada entre as duas Alianças, presencia duas realidades humanas: a atitude de quem espera e a de quem testemunha a sua esperança realizada. Maria, como filha de Israel, está inserida na expectativa messiânica que atrai Israel para próximo de Jesus. Neste pensamento, Maria traz consigo a imagem de Israel. Como primeira cristã, Maria possui a definitiva Aliança, entretanto espera a sua consumação. À exemplo de Nossa Senhora, que ofertou-se totalmente ao Senhor em função da obra de salvação de seu divino filho, renovemos a cada dia o nosso sim à Deus. Pe. Luiz Rogério Gemi Vigário Paroquial da Catedral Santo Antônio 9
IGREJA EM AÇÃO
BIO
O caminho da direção espiritual
N
a vida sempre existe momento em que necessitamos da ajuda de alguém. Ninguém é bom conselheiro para si mesmo. E se um cego conduz um outro cego nos diz Jesus que os dois vão acabar caindo numa fossa. É necessário que escolhamos bem a pessoa que pode nos orientar para chegar a ter uma vida espiritual, não de quantidade, mas de qualidade. Um dia me perguntaram: “Frei, o senhor acha que as pessoas hoje rezam muito?” A minha resposta foi um pouco malandra e respondi: “há pessoas que rezam muito e mal e isto faz mal. É como a comida, quem come muito e come qualquer comida que encontra por aí, não vai ter uma boa saúde”. Quando falamos de diretor espiritual uma primeira pergunta que o este deveria nos fazer é esta: porque você escolhe um diretor espiritual? Qual é a motivação que o leva a fazer isto? Havia um tempo que ter um diretor espiritual era chique, era coisa fina, de madame e de senhores que se achavam importantes na igreja.
Hoje esta moda passou, mas se fala muito de amigo espiritual, de acompanhador espiritual, de companheiro de viagem. O nome não é importante, o que importa é o conteúdo. A função do diretor espiritual não é ter alguém para visitar todos os dias e consultar por todos os problemas da vida. Não é uma função psicológica e nem para fazer terapias. Nada disto, mas para caminhar no Espírito e chegar a ter na vida a estatura plena em Cristo Jesus de que nos fala o apóstolo Paulo. (Cf. Efésios 4,11-13) Para fazer um bom caminho é necessário que nós tomemos consciência de três coisas: 1. De onde se parte. Isto é, qual é nossa realidade espiritual. Como nos vemos e como os outros nos veem, e espiritualmente como nos sentimos diante de Deus. Estamos contentes com a nossa vida cristã, a comunidade, a família, a igreja? Aqui está o ponto central. Normalmente quem busca a direção espiritual é uma pessoa inquieta que quer sempre mais
de si mesmos para ser mais atuante no que faz e no que é. 2. Muito importante saber onde queremos chegar. Parece uma pergunta meio boba, mas é importantíssima, sem um ideal não é possível caminhar. Santa Teresa D’Avila, grande mestra da oração e da vida espiritual, dizia às suas monjas: “deveis ter grandes ideais e não deves ser como a galinha de asas cortadas que não conseguem voar. Onde faltam grandes ideais nos contentamos com pouco. O cristão nunca pode se contentar com pouco, porque o mesmo Jesus nos propõe uma ideia imensa: sejais perfeitos como é perfeito o Vosso Pai que está nos céus”.
bons cristãos devemos ter a ideia clara da nossa fé. O Evangelho e a doutrina da igreja devem ser o nosso caminho. Não se esqueça: de onde você parte, onde você quer chegar, que meios quer usar? Na próxima edição vamos refletir sobre o seguinte questionamento: uma pessoa que não crê em Deus pode ser diretor espiritual? Até lá! Frei Patricio Sciadini, ocd Imagem da Internet
3. Que meios queremos usar. Uma vez definida a ideia, podemos escolher com atenção os meios necessários para chegar ao fim proposto. Se eu me proponho a ser catequistas, não vou estudar matemática; se tenho como ideia ser jogador de futebol, não vou treinar apenas basquete. Assim, para ser
Formação Diocesana em preparação a Campanha da Fraternidade 2017 Ir. Maria Antonia, MJS
N 10
o último sábado, dia 18 de fevereiro, em nossa Catedral diocesana, re-
alizou-se a formação diocesana em preparação a Campanha da Fraternidade 2017, que neste ano,
aborda o seguinte tema: Fraternidade: Biomas brasileiros e defesa da vida; e o lema: “Cultivar e guardar a criação” (Gn 2, 15). A formação foi assessorada pelo padre Dr. José Eduardo de Oliveira e Silva, pároco da Paróquia São Domingos, o Pregador, que elucidou aos presentes como o tema sobre a “criação de Deus” sempre esteve presente nos discursos da Santa Igreja, desenvolvendo este argumento desde a época dos Santos Padres até o pontificado de Francisco e a sua encíclica Laudato Si’ (Louvado sejas). Padre José Eduardo, na segunda parte da sua Formação, também nos falou sobre a parte histórica do Cuidado com a Casa Comum, abordando como o socialismo e o capitalismo “deturpam” o Ecossis-
tema, ou seja, desvalorizam aquilo que o Papa Francisco chama de Ecologia Integral. A formação diocesana contou com a presença do Monsenhor Claudemir, vigário geral de nossa diocese; Padre Othoniel Duprat, assessor diocesano da CF, dos padres, de 5 representantes por paróquia, dos seminaristas e religiosos. A Campanha da Fraternidade em nossa Diocese terá sua abertura oficial, na sexta-feira, dia 03 de Março, também em nossa Catedral, em missa presidida por nosso bispo diocesano, Dom João Bosco. Todos são convidados! Seminarista Thiago Jordão 4º ano de Teologia Seminário São José Março de 2017
PALAVRA DO BISPO
BIO
O Papa tem os jovens no coração
C
om uma carta muito terna, dirigida aos Jovens, o Papa Francisco dá início à preparação do próximo Sínodo dos Bispos, o 15º após o Concílio, que vai acontecer em outubro de 2018 e terá como tema “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”. Que o Papa tem um coração jovem e voltado para os jovens, nós já o sabíamos desde o início do seu pontificado quando, no Rio de Janeiro, falou ao coração de quatro milhões de jovens, espalhados pela praia de Copacabana. Depois disso, houve o encontro com os jovens em Cracóvia, na Polônia, onde o Papa perguntou se era possível contar com eles para transformar o mundo. E arrancou dos corações jovens um emocionado grito: “Sim!” Pois, agora, o Papa volta à juventude com uma proposta bem concreta para por esse “sim” em movimento: quer que os jovens sejam protagonistas, deem ideias, sejam generosos e corajosos ao colocar em prática essa mudança. No raciocínio do sucessor de Pedro, os passos estão interligados: o primeiro foi a Evangelii Gaudium, como fruto do Sínodo da Nova Evangelização, colocando toda a Igreja em atitude missionária e em conversão pastoral. Depois os dois sínodos da Família, e a Amoris Laetitia que é um verdadeiro compêndio sobre o amor familiar, caminho de renovação para a humanidade. Não é mero acaso, mas Amoris Laetitia cita umas quarenta vezes o jovem como sujeito e como objeto privilegiado da transformação da família e do mundo. Agora virá o novo Sínodo, em que o Papa coloca Março de 2017
toda a Igreja em atenção para com os jovens e lhes diz: “Um mundo melhor se constrói graças ao vosso desejo de mudança e à vossa generosidade... Fazei ouvir vosso grito, deixai-o ressoar nas comunidades e fazei-o chegar aos pastores”. Com sua simpatia absoluta em todos os ambientes de fora da Igreja, o Papa navega contra a corrente de alguns grupos de Igreja que não querem mudança, ou querem andar para trás. Nunca foi tão abertamente contestado como agora no seu cuidado com as famílias. Terá, sem dúvida, nos jovens, uma acolhida que lhe garante não precisar dar outra resposta senão aquela de estar sendo fiel ao Evangelho de Jesus Cristo e fiel à Igreja.
Como se faz o caminho sinodal O texto preparatório para o Sínodo traz perguntas que são bem instigantes para iniciar uma grande reflexão, no mesmo estilo dos Sínodos anteriores. O caminho sinodal começa com um levantamento de dados estatísticos e com diversas perguntas cujo ponto central é, a meu ver, este: “De que modo escutais a realidade do jovem?” O que, concretamente, pedem os jovens (do seu país, da sua diocese, da sua paróquia, do seu movimento...), o que pedem à Igreja hoje?” São, no total 15 perguntas apenas, porém, de grande importância e abrangência. E mais três perguntas específicas por Continente: para nós, no Continente Americano as perguntas dizem res-
peito à nossa realidade de violência e exclusão dos jovens, a participação no mundo sociopolítico e as ações pastorais em andamento. Essas respostas serão recolhidas do mundo inteiro e servirão para construir o “Instrumento de Trabalho” que será a base dos debates e estudos do Sínodo. Por último, o Papa deverá escrever, a partir das propostas da Assembleia Sinodal, uma exortação para toda a Igreja sobre este assunto.
pos paroquiais e os movimentos. Ou restringir a pesquisa aos que frequentam a igreja aos domingos. Sugiro que, no levantamento a ser feito na diocese, tenham voz os jovens que não participam da igreja, os jovens migrantes, os jovens encarcerados, os jovens que buscam seu primeiro emprego, os jovens deficientes, os jovens nas escolas, os jovens universitários, os jovens de outras religiões, aqueles que menos têm proximidade conosco.
A nossa tarefa
4. Responder para a Igreja e para nós mesmos – O levantamento pedido pelo Sínodo também é uma ferramenta para nós mesmos. Não precisamos esperar o mês de outubro de 2018 para começar a agir. As respostas ao questionário do Sínodo deverão se configurar como um caminho de evangelização das famílias, a começar desde já, podendo crescer durante o percurso sinodal. Não tenhamos medo de dar passos generosos e em conjunto, envolvendo todas as pastorais.
Podemos entrever que a nossa tarefa imediata tem um peso muito grande. Devemos responder com urgência e sinceridade as perguntas do Papa. De que forma? Sugiro alguns passos: 1. Conhecer o documento preparatório. – Ele não é dirigido aos jovens, mas sim a toda a Igreja. Pode ser adquirido nas livrarias ou no site das Edições CNBB o documento de número 33. Ele traz a carta do Papa aos jovens, uma explicação do tema escolhido por Francisco: “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”. Traz as perguntas que devem ser respondidas. Esse texto pode também ser baixado no computador, em português, no site do Vaticano. É só procurar. 2. Quem deve responder? – Todos. Mas, ao menos, quatro grupos estão, por si só, comprometidos com este tema: a Juventude e suas organizações, a Pastoral Familiar, a Pastoral Vocacional e a Pastoral da Educação. Seria muito pedir que, em nossa diocese, se reúnam esses quatro grupos, a partir de suas coordenações, para estudar as perguntas e pensar juntos como obter uma resposta ampla e significativa do questionário, e assim contribuir para com a Igreja? 3. Quais juventudes devemos ouvir? – Quem são os jovens que responderão às perguntas do Papa? O uso do plural – as juventudes – nos chama a atenção para o cuidado de não excluir ninguém. Podemos ficar apenas com as respostas dos jovens que frequentam os gru-
5. O último pedido do questionário do Sínodo é de extrema importância: compartilhar boas experiências. O Sínodo pede que se faça um relato de uma página, com as boas iniciativas e suas consequências. Podem ser experiências grandes como foi o “Cracóvia é Aqui”, ou uma experiência paroquial que envolveu poucos agentes, mas trouxe um resultado prático. Imaginem que imenso “banco de ideias” teremos com a divulgação destas experiências bem sucedidas, quando muitas vezes nem ficamos sabendo das coisas que se passam na paróquia vizinha, ou dentro da mesma paróquia!!! O convite é do Papa. A urgência e o esforço dependem de nós. O resultado, depende de Deus e, da parte dele, não faltará a graça. Os textos estão disponíveis, é só começar. Permitam-me repetir: o Sínodo não é somente para os jovens em idade. É para toda a Igreja, para as famílias, para o tempo presente e para o futuro da evangelização. Dom João Bosco , ofm Pres. da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família 11
PROGRAME-SE
BIO
Fundo Diocesano de Solidariedade: a Campanha da Fraternidade num gesto concreto
O
Fundo Diocesano de Solidariedade é a soma do valor arrecadado nas coletas do Domingo de Ramos de cada Paróquia que forma a nossa Diocese de Osasco, tendo como finalidade “patrocinar” os projetos sociais encaminhados para a Cúria Diocesana que correspondam com o tema da Campanha da Fraternidade do ano corrente. Muitos projetos já foram executados, graças à contribuição de cada fiel que ofertou seu donativo no Domingo que abre a Semana Santa, dentre eles, destacamos os seguintes: Fraternidade, melhora a vida no Planeta, da Paróquia Nossa Senhora Aparecida (Jd. Piratininga); Coleta Seletiva de Lixo, da Pastoral Carcerária Diocesana; Resgate da Cidadania, da Cáritas Interparoquial de
Cotia; Projeto Nossa Senhora do Carmo, da Paróquia Sagrada Família (Vila Yara), dentre outros. Para que a sua Paróquia consiga a ajuda do Fundo Diocesano para a execução de algum projeto social, alguns pontos precisam ser observados, tais como: nome do projeto, identificação da entidade, justificativa do projeto, objetivo do projeto a curto e em longo prazo, método de trabalho, pessoas que participarão do projeto direta e indiretamente, recursos disponíveis, custo detalhado do projeto, cronograma de atividades e quem se responsabilizará pelo projeto. Vale lembrar que antes do projeto ser enviado e protocolado na Cúria Diocesana para Avaliação da possibilidade de financiamento do projeto pela equipe diocesana da Campanha da Fraternidade, o mesmo deve ser acompanhado pelo pároco de onde o projeto será executado. Para maiores informações sobre o fundo diocesano de solidariedade procure a equipe diocesana da CF: cf@diocesedeosasco.com.br Seminarista Thiago Jordão 4º ano de Teologia Seminário São José Agenda Diocesana 11/03 • 8h às 16h - Retiro do COMIDI Colégio Madre Iva – Cotia • 8h – Formação da Acolhida Catedral Santo Antônio 19/03 • Solenidade de São José – Esposo da BVM, Patrono da Igreja Universal 24/03 • Solenidade da Anunciação do Senhor
12
• 10º aniversário de Ordenação Episcopal de Dom João Bosco 08/04 • RCC – Tarde de louvor e Missa (festa da Beata Elena Guerra) Espaço Elena Guerra 09/04 • Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor • Coleta da Campanha da Fraternidade – 2017
Março de 2017