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Setembro de 2016 | Ano XXVII
No 234
CADERNO ESPECIAL
conheça um pouco mais sobre a
sagrada escritura ANO DA MISERICÓRDIA
LANÇAMENTO
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TESTEMUNHO DE FÉ
Associação Vicentina promove dignidade e assistências às famílias
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PEREGRINAÇÃO
Madre Teresa de Calcutá é canonizada no Vaticano
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Imagem Jubilar de Nossa Senhora Aparecida visita Região Pastoral “Memorial Dom Francisco” homenageia 1o bispo de Osasco Cotia PÁG. 03
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EDITORIAL
BIO
A Palavra de Deus na ação evangelizadora da Igreja
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Deus que quis revelar-se a todos através das maravilhas do mundo e do ser humano criado à sua imagem, e que vem ao encontro de todos aqueles que sinceramente o buscam em sua misericórdia, quis levar a termo a esperança de toda humanidade escolhendo para si um povo, para revelar-se pessoalmente e acompanhá-lo em sua história. Jesus, Verbo feito carne, plenitude da Revelação, revela os segredos do Pai, liberta-nos do pecado e da morte e nos garante a Ressurreição. Essa boa notícia da Salvação (Evangelho) é para toda humanidade. Jesus deu aos discípulos a missão de evangelizar. A Igreja sinal (sacramento) supremo de sua presença salvadora na história, transmite a revelação e anuncia a salvação através do mesmo processo pedagógico de palavras e obras, sobretudo nos sacramentos. Ela esta convencida de que sua principal tarefa é comunicar esta Boa Nova aos povos: ela está a serviço da evangelização, exercendo o ministério da Palavra do qual faz parte toda ação evangelizadora da Igreja. Nossa realidade pede uma nova evangelização. Os anunciadores da Palavra colocam-se dentro desta perspectiva evangelizadora, mostrando uma grande paixão pelo anúncio do Evangelho. A ação evangelizadora em um âmbito geral sempre esteve na vida da Igreja em sinais visíveis e podemos acompanhar em todo itinerário da Economia da Salvação que, com a presença do Verbo Divino, isto de modo claro e objetivo, se encontram nos ensinamentos dados pelo Cristo. Esse itinerário catequético, proposto pela escuta da Palavra, começando pelo estudo da Palavra e chegando a constituir-se em um processo de formação permanente, é caminho de encontro pessoal e comunitário com Jesus Cristo, que é capaz de mudar nossa vida, levar ao engajamento pessoal na comunidade eclesial e ao compromisso missionário. Nessa edição, queremos exortar que toda a Igreja assuma uma nova concepção da escuta da Palavra como processo formativo permanente de educação da fé, da esperança e do amor. Pe. Henrique Souza da Silva Assessor Eclesiástico do BIO
Em Pauta Comunicados da reunião de coordenadores de pastoral
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. A data de nossa assembleia diocesana de pastoral foi alterada para o dia 05/11, e será no Centro de Pastoral. Desta maneira poderemos acolher as indicações da Assembleia das Igrejas (todas as dioceses de São Paulo) que será no mês de outubro; . Instruções sobre as eleições municipais: nosso bispo, em comunhão com o ministério de coordenadores, irá disponibilizar uma carta com as devidas orientações para este período de eleições municipais. Também está disponível uma cartilha. Os párocos interessados deverão realizar os pedidos para a Cúria. . Peregrinação de Nossa Senhora Aparecida: a região São Roque já encerrou a peregrinação e a imagem foi para a Região Cotia. Segundo padre Sebastião Correia, coordenador da Região São Roque, a peregrinação superou as expectativas. A última paróquia a ser visitada foi a Matriz de Nossa Senhora das Dores de Ibiúna, em concomitância com o evento “Cracóvia é aqui”. . PPAE: o secretariado pastoral preparou um instrumento de trabalho para confecção do PPAE (Plano Paroquial de Ação Evangelizadora). O material está disponível no site da diocese e o impresso será distribuído nas regiões pastorais, com os devidos encaminhamentos. Dia 01/09 será disponibilizado no site um calendário base para a elaboração posterior dos calendários regionais e paroquiais.
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Peregrinação
A
peregrinação da Imagem Jubilar de Aparecida em nossa diocese continua. A imagem se encontra na Região Cotia desde o dia 31 de julho, quando foi entregue ao coordenador regional, Pe. Marcelo Pereira, na missa de encerramento do evento diocesano para a juventude “Cracóvia é Aqui”. A imagem foi acolhida em uma missa, no dia 01 de agosto, dando início às peregrinações nas paróquias da região.
Depoimentos
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No dia 14 de agosto recebemos a visita da imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida. Às 19h foi celebrada a Santa Missa, a igreja estava cheia com a participação das pastorais, movimentos, as comunidades todas presentes. Foi um momento de oração onde os grupos de rua, as pessoas que passavam pela igreja se colocavam diante de Nossa Senhora Aparecida para rezar o terço, cantando, louvando e bendizendo a Deus pela sua presença.” (Pe. Gilmar Raimundo – Paróquia Santo Antônio e Nossa Senhora do Carmo)
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carreatas, terços com os movimentos marianos, visitas em vários estabelecimentos, como: comércios, escolas, polícias. Ela trouxe união e demonstração de fé a todo o povo caucaiano. Sentimos a presença dela em nossas famílias, pois foram momentos de muita alegria para todos nós.” (Lúcia Bernadete – Paróquia Nossa Senhora Imaculada Conceição – Caucaia do Alto).
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Um momento de graça, unção e luz, pois essa imagem nos remete a uma fé genuína em nível de nação brasileira. Foi notório o carinho de jovens que jogavam Pokémon na porta da igreja, que nos ajudaram com o andor na chegada da Mãe, em nossa paróquia, ficaram muito lisonjeados em recebê-la. Depois durante o dia as pessoas vinham fazer suas orações com muita fé e os grupos revezavam com carinho para ficar com a imagem. Foi um momento de grande graça para mim e para nossa cidade.” (Maria José da Silva – Paróquia Santo Antônio de Santana Galvão) No dia 15 de setembro será celebrada uma missa regional às 20 h, na Paróquia São Pio X, para a despedida da imagem que seguirá em peregrinação na Região de Barueri até o dia 15 de novembro.
Receber a imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida em nossa paróquia foi motivo de muita alegria e de muitas bênçãos. São três dias que ficarão marcados para sempre em nós, seus devotos. Preparamos Primeira Eucaristia, envio de acóliParóquia São Pio X em Cotia tos, procissões, Boletim Informativo de Osasco Diretor Geral: D. Frei João Bosco Barbosa de Sousa, OFM Assessor Eclesiástico: Pe. Henrique Souza da Silva Moderadora: Ir. Letícia Perez, MJS Secretária Executiva: Meire Elaine de Souza Revisão: Natália Paula Pereira e Walkyria Aparecida do Rosário Supervisão: Sem. Ricardo Rodrigues Colaboração: Frei Patricio Sciadini, Pe. Odair José Rodrigues, Pe. Marcos A. Funchal, Sem. Leonardo Sousa dos Santos, Sem. Dênis Mendes, Sem. Franklin Bruno, Pascom
Diocesana, Confrade Mario Maringolo, Comissão Bioética E-mail: biodiocese@yahoo.com.br Diagramação: Iago Andrade Vieira Tiragem: 13.000 exemplares Impressão: Jornal Última Hora do ABC: (11) 4226-7272 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Cúria Diocesana de Osasco Rua da Saudade, 60, Vila Osasco CEP: 06080-000 - Osasco/ SP Tel: (11) 3683-4522 / (11) 3683-5005 Site: http://www.diocesedeosasco.com.br
Setembro de 2016
IGREJA EM AÇÃO
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os dias 20 e 21 de agosto, em um final de semana muito chuvoso, a Igreja de Osasco reuniu centenas de fiéis em um cenário marcante de perseverança e alegria, para a 13ª edição do ComVocação, o maior evento em prol das vocações religiosas. A festa das vocações teve como foco principal o Ano da Misericórdia com a celebração do Jubileu dos Sacerdotes e o Jubileu dos Jovens. Entre os destaques, Pe. Marcos Roberto, conhecido carinhosamente como Pe. “Elvis” celebrou no sábado, 20, a Missa da Vigília da Assunção de Nossa Senhora e o ‘Espaço da Misericórdia’, que, além das confissões trouxe aconselhamento e orientação espiritual com a Comunidade Shalom. Os shows ficaram por conta da Banda Lírios do Vale, Colo de Deus, Ziza Fernandes, Banda Arkanjos, Cantores de Deus, Pe. Nilso Motta e a banda Rosa de Saron. O ponto alto do ComVocação é o momento da adoração e a benção com o Santíssimo Sacramento, que este ano, foi
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BIO
ComVocação foi cenário de fé, alegria e perseverança ministrada pelo Pe. Antonio Maria. No domingo, logo às 8h da manhã a juventude de Osasco já se reunia em frente à Catedral Santo Antônio, realizando a sua peregrinação à Porta Santa e seguindo em caminhada até a Arena Concha Acústica da Fito. Em seguida, teve início a missa diocesana presidida pelo bispo emérito Dom Ercílio Turco, concelebrada por Dom Bruno, CRL, e padres da diocese. Em entrevista a ComVocaçãoPress, assessoria do evento, o bispo emérito salientou a importância do espaço ‘Feira Vocacional’ como um berço onde nascem as vocações. “Muitas vocações nasceram a partir da feira”. O evento é realizado pelo Seminário Diocesano São José e acontece sempre no terceiro domingo do mês de Agosto, mês vocacional.
destaque da Feira Vocacional 2016 foi o estande do memorial em homenagem a Dom Francisco Manuel Vieira, primeiro bispo da Diocese de Osasco. Enquanto bispo, Dom Francisco realizou diversos trabalhos pastorais que contribuíram para o crescimento da diocese, como a Catequese, que é referência para muitas dioceses do Brasil. O Seminarista Thiago Jordão, do Seminário Diocesano de Teologia, responsável pela montagem do estande contou as novidades deste projeto.
O memorial de Dom Francisco foi idealizado pelo nosso bispo emérito Dom Ercílio Setembro de 2016
PD: Como surgiu a ideia de lançar o memorial de Dom Francisco? Thiago: O memorial de Dom Francisco foi idealizado pelo nosso bispo emérito Dom Ercílio, na época ele era bispo diocesano, e agora apoiado por Dom Bosco, nosso bispo titular. O projeto é coordenado pelo padre Marcelo Fernandes, vice reitor do Propedêutico Santo Antônio e vigário da Paróquia Santa Isabel. No grupo da comissão tem leigos e algumas paróquias estão auxiliando o padre Marcelo. Dos seminaristas estou eu (Thiago Jordão) e o Seminarista Ricardo Rodrigues do Ano Pastoral, e pessoas das paróquias Santa Isabel e Nossa Senhora Mãe da Igreja. PD: O objetivo do memorial é apresentar quais aspectos da vida de Dom Francisco? Thiago: A história vocacional da vida de Dom Francisco, a história dele como bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, como bispo
Aloisio Mauricio - ComVocação Press
titular de Osasco, e resgatar o início da história da Diocese de Osasco de 1989 até 2002, quando pastoreou essa pequena porção do povo de Deus. PD: Além da exposição no ComVocação, existe um projeto futuro? Thiago: Sim. Ainda está sendo levantado dados, fatos, fotos, peças, depois disso será organizado junto com o bispo diocesano. No ComVocação é a inauguração deste memorial, mas posteriormente este memorial será apresentado na Cúria Diocesana, por um período ainda não determinado. O projeto, em longo prazo, é ter um memorial permanente de Dom Francisco na Cripta da Catedral. PD: Está sendo divulgado algum meio de contato pelo qual as pessoas possam contribuir com este acervo? Thiago: Nós estamos divulgando aqui (ComVocação) por meio de folders. Qualquer pessoa que tenha fotos de Dom Francisco, fotos com Dom Francisco ou qualquer material dele aqui na Diocese de Osasco ou da sua vida antes da diocese, é só enviar para o e-mail: memorialdomfrancisco@diocesedeosasco.com.br. PD: E a família de Dom Francisco como recebeu a notícia de que seria criado um memorial para ele ? Thiago: A irmã dele, Dona Rosária, ficou muito emocionada. Agora nesta semana que antecedeu o ComVocação, o Pe. Marcelo Fernandes e eu entramos em contato com o sobrinho de Dom Francisco, Srº Paulo, que é filho da Dona Rosária. Ambos estiveram na Cúria Diocesana e ao verem as coisas de Dom Francisco lá na cúria, ela se sentiu muito emocionada. Depois ela pediu que eu a acompanhasse até a Cripta (onde está enterrado Dom Francisco), lá ela rezou um pouco e também se emocionou por saber que a memória dele na diocese é muito valorizada. Pascom Diocesana 3
TESTEMUNHO DE FÉ
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A sociedade de São Vicente de Paulo
Site Lar Bussocaba
O Lar Bussocaba conta com uma completa estrutura de assistência médica especializada visando a garantia dos direitos dos idosos
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Sociedade de São Vicente de Paulo conhecida no Brasil pelas iniciais SSVP é uma organização católica internacional, fundada em 1833, por um grupo de jovens universitários da Universidade de Sorbonne (Paris, França), dentre os quais se destaca o Beato Antônio Frederico Ozanam. Colocada sob o patrocínio de São
Vicente de Paulo, inspira-se no seu pensamento e na sua obra, esforçando-se, sob o influxo da justiça e da caridade, em aliviar os sofrimentos do próximo pobre e necessitado e promover a dignidade e a integridade do ser humano, mediante o trabalho coordenado de seus membros, conhecidos como “os vicentinos”. A ação vicentina acontece nas
Conferências, pequenas comunidades de fé, formadas por homens (confrades) e mulheres (consocias) que se reúnem semanalmente para crescer na sua espiritualidade e organizar os trabalhos junto aos seus “assistidos”, executado através de visitas semanais, num contato direto com os necessitados, procurando resolver, na medida do possível, os problemas que surgem atendendo em alimentos, remédios, empregos, conselhos, batizados, conforto moral e espiritual, conforme a necessidade dos assistidos. Nenhuma obra de caridade é estranha à SSVP. Sua ação compreende qualquer forma de ajuda que seja marcada pelo contato pessoal entre os “vicentinos” com os “assistidos”, no local onde estes se encontram. A SSVP não somente procura mitigar a miséria, mas também descobrir e remediar as situações que a geram. Leva sua ajuda a quantos dela precisam, independentemente de raça, cor, nacionalidade, posição social, credo político ou religioso. Assim, os chamados “pobres” ou “assistidos”, após sindicância econômica e social e, principalmente, sem alarde, são atendidos pela Conferência Vicentina, através de seus confrades e consocias e, em razão deste atendimento, muitas famílias são promovidas ou readquirem o mínimo para a sua sobrevivência. Na atualidade a SSVP atua em mais de 145 países, através de apro-
30 de setembro: Dia da Secretária
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este último dia do mês da Bíblia, celebramos a memória do grande “tradutor e exegeta das Sagradas Escrituras”: São Jerônimo, presbítero e doutor da Igreja. Também neste dia se comemora o dia do(a) secretário(a). Sabemos que nossos funcionários – a grande maioria – não são secretários(as) porque não tem a formação necessária que legisla tal profissão, que seria a faculdade de secretariado ou ao menos o técnico em secretaria, porém exercem em cada uma das paróquias essa função de atendente paroquial. No início do mês de agosto, juntamente com a Sra. Sara Trindade, funcionária da Cúria de Osasco, participei do Congresso Nacional para Secretários(as) paroquiais em Aparecida, que foram dias de muito aprendizado, espiritualidade e troca de experiências sobre tudo o que se diz respeito ao trabalho precioso prestado nas 4
secretárias de nossas paróquias. Dentre tantas reflexões que foram feitas quero destacar três aspectos importantes: 1. A secretaria como “porta de entrada” para a Igreja, onde foi destacada a importância de se haver no ambiente da secretaria um verdadeiro ambiente de acolhida, não só no atendimento como também no espaço e disposição do mesmo. 2. A espiritualidade do(a) atendente paroquial, pois temos o privilégio de trabalhar em uma igreja, portanto o(a) atendente deve cultivar a espiritualidade como fonte do seu serviço, buscando em Cristo o modelo de “Acolhedor” que sempre acolhia a todos com paciência e misericórdia. 3. A importância da formação, pois cada vez mais se exige de nossas paróquias a adequação às leis no âmbito da receita federal, leis trabalhistas e outros, portanto o atendente paroquial deve ter esse desejo de querer aprender mais para se atualizar e melhor realizar
ximadamente 48 mil Conferências, congregando mais de 800 mil membros. Em São Paulo, em nossa área de atuação, participam ativamente mais de 6.100 vicentinos, assistindo aproximadamente 5.200 famílias. Na Diocese de Osasco atua 49 Conferências em diversas paróquias e comunidades, onde participam ativamente 368 membros vicentinos e assistem 315 famílias e mais a Assistência Vicentina Imaculada Conceição – Lar Bussocaba, localizada à Rua Pedro Furlan, 168 - Umuarama em Osasco, Instituto de Longa Permanência para Idosos (Asilo), com 50 idosos residentes carentes, muitos deles sem vínculo familiar e tem uma equipe multiprofissional sendo médicos, psicóloga, assistente social, nutricionista, fonoaudióloga, fisioterapeuta, enfermeiros e equipe de enfermagem. A instituição trabalha sem fins lucrativos e sobrevive de doações. Para fazer doações, pode ser no endereço acima ou entrar em contato pelo telefone (11) 21893999, que tem veículo para retirada. Este é o nosso trabalho, a luta do exército de caridade que leva amor e solidariedade aos nossos irmãos necessitados. Conheça esse exército do bem e faça parte dessa rede de caridade! Texto elaborado pelo Confrade Mario Maringolo, Decon do Conselho Metropolitano de São Paulo. seu trabalho. Queremos nesse dia 30 de setembro elevar uma prece especial a Deus por cada um de vocês que doam suas vidas, esforços e dons no trabalho de nossas secretarias e pedir que São Jerônimo sempre os assista em suas dificuldades. Parabéns!!! Facebook Conaspar
Pe. Odair José Rodrigues Chanceler do Bispado Setembro de 2016
IGREJA EM MISSÃO
Setembro é o mês dedicado à Bíblia. Conheça um pouco mais sobre a Sagrada Escritura
1- O que é a Bíblia? Palavra que advém do grego em plural neutro, Bíblos, significa os livros por excelência. Segundo o Concílio Vaticano I é a coleção dos livros sagrados escritos pela inspiração do Espírito Santo. É uma coleção porque é formada por diversos livros, estes que foram selecionados segundo a Sã Doutrina e os teólogos da Santa Mãe Igreja. Estes livros passam, portanto, a serem chamados de Livros Canônicos, isto porque estes estão de acordo com o Cânon; além disso os livros possuem, ainda, divisões que foram acrescentadas posteriormente, as quais veremos no decorrer deste artigo.
seio da Virgem Maria, revelou o rosto amoroso e misericordioso de Deus. Contudo, Deus não escreveu com suas próprias mãos o texto sagrado, mas escolheu os hagiógrafos para redigir a Escritura.
que Ele quisesse” (n. 11).
2- Quem é o autor da Bíblia?
3- Quem são os Hagiógrafos?
4- Existem erros na Bíblia?
O autor por excelência da Sagrada Escritura é Deus, que no esplendor de sua bondade e por amor revelou-se desde a criação aos homens, de modo que esta revelação não findou-se na criação, mas prosseguiu na História da Salvação, sendo que alcança seu grau máximo na pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo, que encarnando-se no
São homens escolhidos por Deus para escreverem os livros Sagrados, pois como afirma a Constituição Dogmática Dei Verbum “Deus escolheu homens, que utilizou da posse das faculdades e capacidades que tinham, para que, agindo Deus neles e por meio deles, pusessem por escrito, como verdadeiros autores, tudo e só aquilo
A Bíblia não tem a preocupação de transmitir com precisão histórica dados científicos-naturais. Além disso, é preciso levar em conta que os hagiógrafos são “filhos” de um tempo e uma cultura, e isto traz consigo
MÊS DA BÍBLIA
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a necessidade da utilização de um estilo literário para a transmissão da revelação. Logo, quando lemos a Bíblia devemos ter a preocupação de uma reta interpretação, que só é possível se auxiliada pela Doutrina e pelo Magistério da Igreja. Estes, por sua vez, afirmam a Inerrância Bíblica, porque os dados revelados têm a garantia de verdade no seu autor por excelência, Deus, de tal forma que a Sagrada Escritura não erra no que diz respeito a verdade de nossa salvação.
5- Como é formado o Cânon Bíblico? Antes de entrar propriamente na pergunta, cabe explicar o que é Cânon? O Cânon é um termo do grego que significa “Vara”, unidade de medida usada por artistas e fabricantes na era antiga, que servia como regra para as suas atividades; atualmente nós empregamos esse termo para distinguir os livros considerados pela Santa Doutrina como divinamente inspirados e sagrados. Como dito, a Bíblia possui uma gama de livros, e aqui nós já temos claro que há dentro da Bíblia uma divisão.
6- Como é a divisão da Bíblia? A Bíblia possui duas grandes divisões: Antigo e Novo Testamento. É preciso ter claro que Testamento é sinônimo da palavra aliança, aqui já recordamos, portanto, que Deus firma com o Povo Eleito de Israel uma aliança, mas as raízes desta palavra estão mais presentes em Jr 31, 3134, passagem que influenciou fortemente o cristianismo. Assim sendo, definimos como Antigo Testamento aquele que precede o advento e a paixão de Cristo - aqui encontramos uma nova divisão, a saber: o Pentateuco, Livros Históricos, Sapienciais e Proféticos, que seguem ordenadamente esta sequência na compilação bíblica. Já, por Novo Testamento compreendemos o que fora escrito após o Mistério Pascal de Cristo, a saber: os Evange-
CNBB
lhos Sinóticos, o Evangelho Joanino, Atos dos Apóstolos, Cartas Paulinas, Cartas Católicas e Apocalipse de João.
7- Como foi a composição a Bíblia? O primeiro fato a ser considerado é que as línguas utilizadas para a escrita da Sagrada Escritura foram o Hebraico, língua materna judaica, e grego considerando que o povo de Israel sofreu várias dominações de povos estrangeiros, dentre eles o povo grego, o que fez com que o Antigo Testamento fosse traduzido para o grego, para o povo judeu esses livros eram conhecidos como Torá e sua tradução para o grego é conhecida como Pentateuco, isto se deu com os setenta sábios daquela época, dando o nome desta tradução de Setenta. Outros impérios se formaram no decorrer dos séculos e o mais conhecido de todos, o Império Romano, também dominou sobre Israel, Império este que teve início alguns séculos antes de Cristo e que se estende até o século IV d.C. Neste período os livros bíblicos foram traduzidos para o latim, língua oficial do Império, esta tradução ficou conhecida como Vulgata, porque o latim era língua vulgar/comum, sendo que o tradutor desta versão foi o grande São Jerônimo.
8- Qual a diferença entre a Bíblia Católica e a Bíblia Protestante? A tradução feita por São Jerônimo foi a utilizada durante toda a era medieval cristã, até que Martinho Lutero decide realizar a tradução para o alemão, mas não utiliza-se da Vulgata, e sim o Cânon Deuterocanônico, o que faz com que ele exclua de sua tradução os livros: Tobias, Judite, Sabedoria, Baruc, Eclesiástico, 1-2 Macabeus, e parte do livro de Ester e Daniel. Por isso, que na Bíblia Protestante faltam os livros acima mencionados, o que gera a principal diferença entre as Bíblias.
9- Como a Bíblia chegou até nós? O Concílio Vaticano II foi o maior propulsor para que a Sagrada Escritura chegasse até as nossas mãos, aprovando que a Bíblia fosse novamente traduzida, agora para a língua vernácula, ou seja, a língua mãe de cada nação, novamente porque esta iniciativa já foi tomada no Concílio de Trento. Com expansão ao acesso à Bíblia, esta se tornou o livro mais vendido no mundo.
Lectio Divina
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ectio Divina vem do Latim e significa “leitura divina”, “Leitura orante da bíblia” ou ainda “Leitura espiritual”. Trata-se de alimentar a alma da palavra de Deus, que é o livro por excelência, a fim de produzir frutos para a nossa salvação. É abrir o coração para a Palavra que é o próprio Cristo e deixar-se interpelar por Ele. É uma prática muito antiga. Os princípios e os passos que temos hoje foram expressos por volta do ano 220. Praticados a princípio pelos monges católicos, especialmente as regras monásticas dos santos: Pacômio, Agostinho, Basílio e Bento. Com o passar do tempo tornou-se uma prática de toda a Igreja. O Concílio Vaticano II promoveu e incentivou a Lectio Divina para toda a Igreja por meio do decreto Dei Verbum. Eis os passos da Lectio Divina: 1- Lectio (Leitura); 2- Meditatio (Meditação); 3- Oratio (Oração) e 4Contemplatio (Contemplação). Para iniciar a lectio divina reze ao Espírito Santo com a seguinte oração: “Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor. – Enviai o vosso Espírito, e tudo será criado; e renovareis a face da terra.
Ó Deus, que instruístes os corações dos vossos fiéis com as luzes do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas e gozemos sempre da sua consolação. Por Cristo Senhor nosso. Amém”. Quanto à leitura é importante que seja com calma e atenção, de um pequeno trecho da Sagrada Escritura, sem pressa, ler quantas vezes for preciso, afim de que o orante interiorize a Palavra, identificando o ambiente, os personagens, as palavras, as imagens usadas. É importante entrar dentro da cena, fazer parte dela, lembrar de situações semelhantes, por mais curta que seja o trecho escolhido, ele muito falará ao coração. Quanto à meditação, começa então por uma questão, o que o texto me diz? Onde se encontra com a minha vida hoje? Assim o texto penetra no interior do orante, não fica na superfície. É um mergulho por meio do Espírito, medita cada ensinamento, discerne. É deixar Deus falar ao coração.
Depois destes dois primeiros passos, chega o momento de responder a Deus depois de tê-lo escutado, é o momento da oração, terceiro passo. É um momento a sós com Deus, diz respeito somente a pessoa e Deus. Trata-se de louvar se for o caso, de pedir perdão, de pedir os dons do Espírito para praticar a palavra. Quanto ao último passo, a contemplação, esta etapa pertence a Deus, trata-se de o orante apenas permanecer em silêncio diante de Deus e deixar Ele agir. Contemplar Deus! Louvado seja Deus se o orante sentir o alívio na agonia, a paz na agitação, a tranquilidade vinda de Deus! Fica o convite a prática da leitura orante da Palavra de Deus, e deixar Ele falar ao nosso coração a Sua palavra viva, para maior intimidade e entrega ao seu plano de salvação. Sem. Leonardo Sousa dos Santos Sem. Dênis Mendes Sem. Franklin Bruno 4º ano de Teologia - Seminário Diocesano São José
Aleteia
MÊS DA BÍBLIA
Catequese
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ueridos irmãos e irmãs, bom dia! Hoje refletimos sobre a Parábola do Bom Samaritano (cfr Lc 10, 25-37). Um doutor da Lei coloca Jesus à prova com esta pergunta: “Mestre, o que devo fazer para herdar a vida eterna?” (v. 25). Jesus lhe pede que dê ele mesmo a resposta, e ele a dá perfeitamente: “Amarás o Senhor teu Deus com todo o coração, com toda a sua alma, com toda a tua força e com toda a tua mente, e o teu próximo como a si mesmo” (v.27). Jesus então conclui: “Faça isso e viverás” (v. 28). Então aquele homem faz outra pergunta, que se torna muito preciosa para nós: “Quem é o meu próximo?” (v. 29) e implica: “os meus parentes? Os meus compatriotas? Aqueles da minha religião?”. Em suma, quer uma regra clara que lhe permita classificar os outros de “próximo” e “não-próximo”, naqueles que possam se tornar próximos e naqueles que não possam se tornar próximos. E Jesus responde com uma parábola, que coloca em cena um sacerdote, um levita e um samaritano. Os dois primeiros são figuras ligadas ao culto do templo; o terceiro é um judeu cismático, considerado como um estrangeiro, pagão e impuro, isso é, o samaritano. No caminho de Jerusalém a Jericó, o sacerdote e o levita se deparam com um homem moribundo, que os assaltantes assaltaram, derrubaram e abandonaram. A Lei do Senhor em situações similares previa a obrigação de socorrê-lo, mas ambos passam além sem parar. Estavam com pressa… O sacerdote, talvez, olhou para o relógio e disse: “Mas, chego tarde à Missa…Devo dizer Missa”. E o outro disse: “Mas, não sei se a Lei me permite, porque há sangue ali e ficarei impuro…”. Vão por outro caminho e não se aproximam. E aqui a parábola nos oferece um primeiro ensinamento: não é automático que quem frequenta a casa de Deus e conhece a sua misericórdia saiba amar o próximo. Não é automático! Você pode conhecer toda a Bíblia, você pode conhecer todas as rubricas litúrgicas, você pode conhecer toda a teologia, mas do conhecer não é automático o amar: o amar tem outro caminho, é preciso inteligência, mas também algo a mais… O sacerdote e o levita veem, mas o ignoram; olham, mas não
Imagem da Internet
BIO providenciam. No entanto, não existe verdadeiro culto se esse não se traduz em serviço ao próximo. Não esqueçamos isso nunca: diante do sofrimento de tanta gente esgotada pela fome, pela violência e pelas injustiças, não podemos permanecer espectadores. Ignorar o sofrimento do homem, o que significa? Significa ignorar Deus! Se eu não me aproximo daquele homem, daquela mulher, daquela criança, daquele idoso ou daquela idosa que sofre, não me aproximo de Deus. Mas venhamos ao centro da parábola: o samaritano, isso é, justamente aquele desprezado, aquele em quem ninguém apostaria nada e que também tinha os seus compromissos e as suas coisas a fazer, quando vê o homem ferido, não passou além como os outros dois, que eram ligados ao Templo, mas “teve compaixão” (v. 33). Assim diz o Evangelho: “Teve compaixão”, isso é, o coração, as vísceras, se comoveu! Eis a diferença. Os outros dois “viram”, mas seus corações permaneceram fechados, frios. Em vez disso, o coração do samaritano estava sintonizado com o próprio coração de Deus. De fato, a “compaixão” é uma característica essencial da misericórdia de Deus. Deus tem compaixão de nós. O que quer dizer? Sofre conosco, sente nossos sofrimentos. Compaixão significa “compartilhar com”. O verbo indica que as vísceras se movam e tremem diante do mal do homem. E nos gestos e nas ações do bom samaritano reconhecemos o agir misericordioso de Deus em toda a história da salvação. É a mesma compaixão com que o Senhor vem ao encontro de cada um de nós: Ele não nos ignora, conhece as nossas dores, sabe quanto precisamos de ajuda e de consolação. É próximo a nós e nunca nos abandona. Cada um de nós, faça-se a pergunta e responda no coração: “Eu acredito nisso? Eu acredito que o Senhor tem compaixão de mim, assim como sou, pecador, com tantos problemas e tantas coisas?”. Pensar nisso e a resposta é: “Sim!”. Mas cada um deve olhar no coração se tem a fé nessa compaixão de Deus, de Deus bom que se aproxima, nos cura, nos acaricia. E se nós o rejeitamos, Ele espera: é paciente e está sempre próximo a nós. O samaritano se comporta com verdadeira misericórdia: acaba com as feridas daquele homem, leva-o para um albergue, cuida dele pessoalmente e providencia sua assistência. Tudo isso nos ensina que a compaixão, o amor, não é um sentimento vago, mas significa cuidar do outro até pagar pessoalmente. Significa comprometer-se realizando todos os passos necessários para “aproximar-
-se” do outro até identificar-se com ele: “amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Eis o mandamento do Senhor. Concluída a parábola, Jesus toma a pergunta do doutor da Lei e lhe pergunta: “Quem destes três te parece que tenha sido o próximo daquele que caiu nas mãos dos assaltantes?” (v. 36). A resposta é, finalmente, inequivocável: “Quem teve compaixão dele” (v. 27). No início da parábola, para o sacerdote e o levita o próximo era o moribundo; ao término, o próximo é o samaritano que se fez próximo. Jesus toma a perspectiva: não classificar os outros para ver quem é o próximo e quem não é. Você pode se tornar o próximo de quem quer que esteja em necessidade, e o será se tiver compaixão no teu coração, isso é, se tiver aquela capacidade de sofrer com o outro. Esta parábola é um presente maravilhoso para todos nós e também um compromisso! A cada um de nós Jesus repete isso que disse ao doutor da Lei: “Vá e faça assim” (v. 37). Somos todos chamados a percorrer o mesmo caminho do bom samaritano, que é figura de Cristo: Jesus se inclinou sobre nós, se fez nosso servo, e assim nos salvou, para que também nós possamos amar como Ele nos amou, do mesmo modo. Papa Francisco Quarta-feira, 27 de abril de 2016
ANO DA MISERICÓRDIA
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o dia 04 de setembro, pelas 10h30 de Roma, sob a presidência do Papa Francisco na Praça São Pedro, Madre Teresa de Calcutá foi canonizada em Solene Celebração Eucarística. Na mesma data, aconteceu o Jubileu dos Voluntários e Trabalhadores da Misericórdia. A Congregação para a Causa dos Santos (Santa Sé) concluiu em julho de 2015 as investigações sobre a cura miraculosa de um homem brasileiro, de 35 anos, afetado por uma grave doença no cérebro, que se curou de uma forma tida como inexplicável e em dezembro de 2015 foi anunciado que o Papa aprovou este milagre atribuído à intercessão de Madre Teresa de Calcutá. Nascida no dia 27 de agosto de 1910 em Skopje, na Albânia, foi batizada um dia depois de nascer. A sua família pertencia à minoria albanesa que vivia no sul da antiga Iugoslávia. Seu verdadeiro nome era Agnes Gonxha Bojaxhiu. Pouco se sabe sobre sua infância, adolescência e juventude, porque ela não gostava de falar de si mesma. Aos dezoito anos, sentiu o chamado de consagrar-se totalmente a Deus na vida religiosa. Ingressou na Casa Mãe das Irmãs de Nossa Senhora de Loreto, situada na Irlanda, no dia 29 de setembro de 1928. O seu sonho era o trabalho missionário com os pobres na Índia,
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Madre Teresa de Calcutá é canonizada em Roma cientes disso, suas superioras a enviaram para fazer o noviciado já no campo do apostolado. Agnes fez a profissão religiosa tomando o nome de Teresa, a escolha do nome tinha uma intenção: a de se parecer com Teresa de Jesus, a humilde carmelita de Lisieux. Foi transferida para Calcutá, onde seguiu a carreira docente e, embora vivesse cercada de meninas filhas das famílias mais tradicionais de Calcutá, impressionava-se com o que via ao sair às ruas: os bairros pobres da cidade cheios de crianças, mulheres e idosos cercados pela miséria, pela fome e por inúmeras doenças. No dia 10 de setembro de 1946, dia que ficou marcado na história das Missionárias da Caridade – congregação fundada por Madre Teresa – como o “Dia da Inspiração”, durante uma viagem de trem ao noviciado do Himalaia, Madre Teresa deparou com um irmão pobre de rua que lhe disse: “Tenho sede!”. A partir disso, ela afirmou ter tido a clareza de sua missão: dedicar toda sua vida aos mais pobres dos pobres. A Congregação das Missioná-
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rias da Caridade fundada por ela foi aprovada pela Santa Sé, expandindo-se por toda a Índia e pelo mundo inteiro. Anos mais tarde Madre Teresa recebeu o Prêmio Nobel da Paz no ano de 1979. Com saúde debilitada e após uma vida inteira de amor e doação aos excluídos e abandonados – reconhecida e admirada por líderes de outras religiões, presidentes, universidades e até mesmo por alguns
países submetidos ao marxismo – Madre Teresa foi encontrar-se com o Senhor de sua vida e missão no dia 5 de setembro de 1997. Sua despedida atraiu e comoveu milhares de pessoas de todo o mundo durante vários dias. Foi beatificada pelo Papa João Paulo II no dia 19 de outubro de 2003, Dia Mundial das Missões. Fonte: Canção Nova
Uma nova santa no Carmelo: Elisabete da Trindade
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o dia 16 de outubro o Papa Francisco vai proclamar Santa, uma jovem carmelita francesa, que morreu com 26 anos, exclamando: “Vou para o amor, para a luz, para a vida!”, Elisabete da Trindade. Esta nova Santa do Carmelo, que Setembro de 2016
nasceu no dia 18 de julho de 1880, e morreu no dia 09 de novembro de 1906, e passou somente cinco anos no Carmelo de Dijon, é uma Santa jovem, que tem muito a dizer para a juventude: viver com entusiasmo o momento presente, como se já estivéssemos na eternidade. Toda a sua vida foi dedicar-se com empenho às atividades que ela fazia, estudando música, passeando pelas montanhas dos Alpes, participando da vida na paróquia, buscando a verdade, e vivendo com amor todos os momentos da vida familiar e da vida social. Entrando no Carmelo buscou, com intensidade, o amor a Deus e amor ao próximo. A quem lhe perguntava em que consiste a vida no Carmelo ela respondia: “amar e rezar”. Quando descobriu o significado do seu nome “Elisabete”, que quer dizer “Casa de Deus”, sentiu um grande desejo de aprofundar, à luz da palavra do apóstolo Paulo e do evangelho de João, o mistério da presença da Trindade, que habita em nós. Ela diz: “O Pai busca adoradores em espírito e em verdade!” Adoração não é outra coisa que um êxtase de amor. Toda a sua espiritualidade podemos sintetizar numa frase muito importante: deixar-se amar por Deus! É o caminho que transforma o ser humano em
“louvor de glória”. No céu, cada alma é um louvor de glória ao Pai, ao Verbo e ao Espírito Santo, pois cada alma está fixada no amor puro, “não vivendo mais da sua própria vida, mas da vida de Deus”... Um louvor de glória: é uma alma que permanece em Deus, que o ama com um amor puro e desinteressado, sem buscar-se a si mesmo na doçura desse amor; que o ama acima de todos os seus dons, e amaria ainda que nada tivesse dele recebido, e que deseja o bem ao Objeto assim amado. (Retiro como encontrar o céu na terra) Na agitação do mundo de hoje é muito importante descobrir que somos chamados a fazer, mas principalmente a ser no mundo uma presença viva de adoração, de louvor de glória, e a encontrar Deus não longe de nós, mas dentro do nosso coração. Contemplar Deus no coração dos outros é o caminho para vencer a indiferença e para viver totalmente ao serviço de toda a humanidade. Elisabete da Trindade nos ensine a cantar, desde já, o “Sanctus eterno” e deixar-se amar pelo Senhor, que não habita longe de nós e nem fora de nós, mas dentro de nós! Frei Patrício Sciadini, ocd. 9
PALAVRA DO BISPO
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Nulidade Matrimonial A Misericórdia para aqueles que podem restaurar a vida sacramental no matrimônio
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Papa Francisco assinou em 15 de agosto, há um ano, a Carta Apostólica em forma de Motu Proprio, com o título em latim “Mitis Iudex Dominus Iesus”, mudando algumas regras do Direito Canônico, para tornar mais simples e acessível o processo de nulidade matrimonial. Assinada no dia da Assunção de Maria, e entrando em vigor no dia da Imaculada Conceição, 8 de dezembro, o Papa colocou esta iniciativa sob os cuidados de Maria, Mãe de Misericórdia. De fato, o número é cada vez maior dos cristãos que tiveram o casamento desfeito e que vivem uma segunda união, e não podem receber os sacramentos, além de passar por situações aflitivas em que sobram dores e feridas na alma, sofrem por se sentirem excluídos, ou são mal orientados, quando não ofendidos pela comunidade e seus preconceitos. A eles, o Papa quis oferecer esse dom de misericórdia. Ao convocar a Igreja toda para viver o Ano da Misericórdia, e ao publicar a Exortação Apostólica sobre o Amor na Família (Amoris Laetitia), o Papa quis refletir sobre a vida e as dificuldades das famílias, e já tinha em mente aproximar mais a
Igreja desses que vivem situações chamadas “irregulares”, buscando integrá-los na comunidade da Igreja. O caminho habitual para remediar esses casos passa pela “declaração de nulidade” da primeira união. Faz-se um procedimento jurídico em que um tribunal eclesiástico recebe o pedido, examina as razões, colhe depoimentos de testemunhas e depois profere uma sentença, dentro das normas previstas no Direito Canônico, abrindo o caminho para regularizar a vida sacramental desses irmãos. Simples? Não. Não era nada simples. Era demorado o processo. Era caro, devido à estrutura dos tribunais, e o peso dos tempos. Por isso foi que o Papa Francisco, pensando no sofrimento de muitas famílias, decidiu simplificar e agilizar o processo para o reconhecimento de nulidade dos matrimônios fracassados, diminuindo os custos, abrindo as portas da misericórdia às famílias, para que sintam a Igreja como uma mãe amorosa, que diz sim à vida e ao amor, e não castiga e exclui a nenhum de seus filhos.
Alguns pontos precisamos entender bem, logo de início: 1. A indissolubilidade Quem se casou na Igreja e depois teve uma separação não está excluído da Igreja. Deve ser acolhido com amor e misericórdia. Faz parte da Igreja pelo batismo, merece toda atenção. Isso não muda a verdade da Palavra de Deus: o casamento é uma união permanente. “Deus os fez para ser uma só carne” lembra Jesus, referindo-se ao relato da Criação. Por isso, “toda ruptura do vínculo matrimonial é contra a vontade de Deus” afirma o Papa. (AL,291). A Igreja quer acolher a todos, e mostra espe-
cial compaixão para com aqueles que estão nesta situação. Mas não permite um segundo matrimônio, pois, mesmo tendo fracassado, o matrimônio não se dissolve.
2. A declaração de nulidade Um casamento que não deu certo, pode ter sido nulo desde o começo. Pode ter sido feito contra a vontade, ou sem consciência plena, ou sem as condições necessárias para que fosse válido. É para esclarecer isso que se faz o processo jurídico de declaração de nulidade. É bom distinguir: a Igreja não anula um casamento que foi válido. Ela reconhece a nulidade quando um ou vários desses fatores estão presentes desde a origem do casamento. Quando se reconhece que a primeira união não foi, de fato, um matrimônio válido, é possível restaurar a vida sacramental e realizar um matrimônio válido.
3. Cada caso é um caso A Igreja reconhece que as situações familiares são muito diversas e complexas. Num caso de separação, nem sempre a culpa é igual para ambos. Há culpas, com certeza, mas há atenuantes, situações inevitáveis, constrangimentos. As normas gerais nem sempre levam em consideração essas particularidades. Por isso, em vez de condenar tudo, ou pelo contrário, aceitar tudo como válido e justo, o que a Igreja pede é que essas famílias sejam acompanhadas por pastores atentos, por casais experimentados, por irmãos de fé que os levem a uma aproximação sempre maior com Cristo e com os valores do Evangelho, sobretudo pensando no bem dos filhos, que devem sempre estar em primeiro lugar na preocupação da Igreja.
4. Nem excomungados nem condenados para sempre Quem somos nós para julgar, diz o Papa Francisco. Só Deus conhece os corações. Nós podemos avaliar as situações objetivamente. Porém as intenções do coração só Deus sabe. Quando acolhemos as situações imperfeitas, não podemos ter medo de que possam contaminar a Igreja, relativizando o pecado e turvando a beleza do sacramento do Matrimônio. Jesus defendeu o matrimônio legítimo. Porém, ao contar a história do fariseu que batia no peito e agradecia a Deus “porque não sou como os demais que são ladrões, adúlteros, sonegadores, como esse publicano...” Jesus deixou claro
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PALAVRA DO BISPO que quem agradou a Deus foi o outro, que dizia “Tende piedade, meu Deus, pois sou pecador”.
5. Cada diocese poderá ter um Tribunal A carta do Papa que simplificou o processo de nulidade matrimonial estabelece que as dioceses possam constituir o seu próprio Tribunal Eclesiástico, desde que tenham pessoal preparado para isso, e até mesmo que o próprio bispo se constitua como juiz em determinados casos. Claro que isso não ocorrerá de imediato, pois os padres e leigos formados em Direito Canônico ainda são insuficientes. Mas é possível esperar que isso ocorra em futuro não tão distante. E enquanto isso, os processos continuam acontecendo nos mesmos Tribunais interdiocesanos, não havendo mais a necessidade de uma segunda instância de julgamento, que antes era obrigatória e tornava o processo mais demorado e custoso.
6. Processos simples ou processos ordinários O Papa distingue casos que são mais evidentes, em que os que pedem a declaração de nulidade estão em acordo, as causas bem esclarecidas, e comprovadas. São processos simples que podem ser resolvidos com mais rapidez, pelo próprio Bispo diocesano. Outros casos, mais complexos, que demandam melhor elucidação, quando há testemunhos contraditórios, quando não há certeza plena quanto aos argumentos, são processos chamados ordinários. Esses podem necessitar de mais tempo e cuidado. O Papa não quer que se perca a seriedade desses procedimentos. Mas quer que se agilize a justiça quando for possível. E que a salvação chegue a todos os que a procuram com sinceridade.
7. O processo será gratuito? O documento do Papa diz que, na medida do possível deve ser acessível, e até mesmo gratuito, desde que se garanta a digna remuneração daqueles que realizam esse trabalho. Os Tribunais eclesiásticos são estruturas grandes, que movimentam pessoas, pilhas de documentos, cópias, correios, telefonemas, segurança e tudo o que é necessário para realizar sua tarefa. Por isso, um valor é estipulado para aquelas pessoas que podem contribuir e também ajudar aqueles que não podem contribuir. Assim, sobretudo os processos simples, podem em muitos casos chegar à gratuidade.
8. Acompanhar e discernir O Papa Francisco, nestes últimos dois anos, dedicou grande atenção à questão familiar. Movimentou as dioceses, os Institutos familiares, promoveu dois Sínodos e por fim escreveu uma Exortação Apostólica chamada Amoris Laetitia que tem trazido muito alento às famílias. Ele quer que os bispos e os padres se dediquem em acompanhar de perto as famílias. E também os leigos e Setembro de 2016
BIO leigas deverão estar juntos com os pastores nesse acompanhamento. Insiste que toda a Igreja se volte para as periferias existenciais, ou seja, aqueles que vivem situações dolorosas, os discriminados, os necessitados. Nessa periferia existencial estão as famílias fragilizadas, feridas, filhos abandonados, desorientados, perdidos nas situações de violência, conflitos e dramas familiares. Discernir significa aproximar a luz do Evangelho dessas situações tenebrosas, orientar e salvar o que for possível. A Pastoral Familiar diocesana vem crescendo e se organizando em todas as paróquias. Cabe à Pastoral Familiar coordenar e motivar as ações que a comunidade toda deve fazer para proteger a vida familiar desde a infância e juventude, a preparação para o Matrimônio, o acompanhamento nos primeiros anos de casados, a idade madura, a presença amiga quando surgem crises familiares, e mesmo quando as fragilidades humanas levam à ruptura e à separação.
vra. As famílias são esse ambiente de evangelização privilegiado, onde reina o amor, ou mesmo quando falta o amor e carece do remédio de Deus. Todos acompanhamos a todos nessa aventura familiar, a Igreja, família de famílias, estará vencendo o mundo da competição e do isolamento, do conflito e da solidão. Não só a Igreja, mas a humanidade agradecerá no futuro. Dom João Bosco, ofm Bispo Diocesano de Osasco
9. Discernir e integrar À Pastoral Familiar cabe acompanhar também os casais que poderão recorrer ao Tribunal Eclesiástico para regularizar sua situação matrimonial. Eles ajudarão o padre no acompanhamento e discernimento de cada situação. O discernimento exige das pessoas que acompanham as famílias que estão distantes, sentem-se abandonadas, precisam de ajuda em suas dificuldades, muita maturidade e conhecimento da doutrina e, em certos casos, formação profissional e experiência. Esse é um desafio muito grande: formar, nas nossas comunidades, leigos e também padres, educadores, jovens que ajudem outros jovens, pessoas que entendam e cuidem dos idosos. A finalidade desse acompanhamento é aproximar a todos da vida comunitária, onde podem melhor desenvolver sua vida cristã, educar os filhos, viver em comunhão. Comunhão aqui pode significar a vida eucarística. Mas sabemos que, em muitos casos, a comunhão eucarística pode não ser possível aos que vivem em segunda união. Ou pode não ser de imediato, é preciso fazer um itinerário de cura, de conversão, de conhecimento e, enfim, de integração. Feito esse caminho de vida evangélica, o matrimônio, a eucaristia, pode ser o coroamento. Ou, se não for possível, a experiência de viver com Cristo, com sua Palavra, com a comunidade, num caminho de salvação.
10. Em nossa diocese Ainda Não temos um Tribunal Eclesiástico em funcionamento, mas está em preparação. Fazemos parte do Tribunal Interdiocesano de São Paulo, juntamente com outras dioceses vizinhas. Temos um Vigário Judicial nomeado pelo Tribunal Interdiocesano para preparar e acompanhar os processos de nulidade da Diocese de Osasco. Vejam as orientações que ele traz aos párocos, aos membros da Pastoral Familiar e aos que necessitam ingressar com pedido de nulidade matrimonial (ver o quadro ao lado). Meus caros, o apelo que recebemos através do Papa Francisco é cada vez mais claro e insistente no caminho de uma Igreja acolhedora, misericordiosa, em saída missionária, voltada para as necessidades humanas, para as periferias existenciais, a exemplo de Jesus e de sua Pala-
Pe. Marcos Antonio Funchal, nomeado Vigário Judicial adjunto do Tribunal Interdiocesano de São Paulo para a Diocese de Osasco, orienta aqueles que desejam ingressar com pedido de declaração de nulidade matrimonial. Os atendimentos são realizados nas dependências da Câmara Eclesiástica, localizada na Cúria Diocesana de Osasco situado na Rua da Saudade, 60 - Vila Osasco, ao lado da Catedral. Os casais interessados deverão procurar o seu pároco e a Pastoral Familiar de sua paróquia para contar a sua história e serem acolhidos e acompanhados na sua comunidade eclesial. O segundo passo será agendar um atendimento preliminar na câmara eclesiástica com Pe. Marcos Funchal através do telefone da Cúria (11) 3683-4522. Quando há razões suficientes (fumus iure) para investigar se há ou não a nulidade de um matrimônio católico, ingressa-se com um pedido de declaração de nulidade matrimonial junto ao Tribunal Eclesiástico Interdiocesano de São Paulo. 11
PROGRAME-SE
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Outubro, Mês da VIDA será realizado na Diocese de Osasco
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ia 8 de outubro é celebrado nacionalmente o Dia do Nascituro, ou o Dia da Criança que tem o DIREITO de NASCER. A data foi instituída pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB. O Dia do Nascituro celebra especialmente a vida do bebê no ventre de sua mãe, mas não somente isso, neste dia vem a público o valor inviolável da dignidade da vida humana, do seu início até o seu fim. E não é somente a vida do nascituro que está em questão, mas a vida humana em todos os seus ciclos, especialmente em sua condição de fragilidade desde seu nascimento até a sua inutilidade enquanto aposentado. Por isso a Comissão Diocesana de Bioética em Defesa da Vida, luta pela aprovação do Estatuto do Nascituro, assim como por políticas públicas que garantam um desenvolvimento integral até os cuidados paliativos a pessoa humana no fim do ciclo da vida. A Comissão Diocesana de Bioética em Defesa da Vida tem, dentre suas incumbências, promover a celebração desta data na Diocese. A 1ª
Semana de Bioética em Defesa da Vida aconteceu em 2011. Desde então, as ações voltadas para este objetivo têm crescido, procurando atingir as 13 cidades da Diocese. Três eventos têm marcado o que passamos a chamar de Mês da Vida: a Santa Missa no dia 8 de outubro na Catedral Santo Antônio, as Audiências públicas e a Caminhada em Defesa da Vida, encerrando as atividades. Em 2015, as Audiências Públicas foram realizadas nas Câmaras Municipais de Osasco, Barueri, Carapicuíba, Mairinque e Cotia. A programação para este ano está sendo acertada junto aos municípios, mas os interessados já podem reservar o dia 8 de outubro – Dia do Nascituro, quando será realizada a Missa Solene na Catedral. Será um sábado, e o horário às 19h. Dia 9 de outubro, domingo, faremos a Caminhada pela Família. Em breve divulgaremos o calendário completo. Contamos com sua presença. Venha dar testemunho e seja também um DEFENSOR DA VIDA! Comissão Diocesana de Bioética
30/09 Memória de São Jerônimo e Dia da Bíblia
Agenda Diocesana 17/09 08h - Manhã de Espiritualidade Irmandade do Santíssimo e Pastoral da Acolhida - Catedral Santo Antônio
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01/10 09h - Missa do Jubileu dos Idosos e abertura do mês missionário Catedral Santo Antônio 08/10 Dia do Nascituro
21/09 Festa de São Mateus Apóstolo
09/10 15h - Peregrinação das Famílias – Catedral Santo Antônio
29/09 Festa de São Miguel, São Gabriel e São Rafael Arcanjos
12/10 Solenidade de Nossa Senhora Aparecida -Padroeira do Brasil
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