Uso da moxabustão em processos cicatriciais de lagartos – relato de casos

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USO DA MOXABUSTÃO EM PROCESSOS CICATRICIAIS DE LAGARTOS RELATO DE CASOS Viviane C. Garcia1, César V. G. B. Prado2 1- Universidade de São Paulo – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia – FMVZ – USP. Av. Prof. Dr. Orlando Marques de Paiva, 87, Butantã, São Paulo – SP, 05508-270. vivigarcia@usp.br 2- Fisioanimal - Rua Marco Aurélio, 399. Vila Romana , São Paulo – SP, 05048-000.

Introdução: Os répteis são animais que vem sendo cada vez mais criados como pets em todo o mundo. São animais pecilotérmicos que possuem suas peculiaridades de ambiente e alimentação. Dentro de zoológicos e centros de conservação são alvo de pesquisas relacionadas com o seu ambiente, alimentação, além de características morfológicas e genéticas. Os abscessos são o tipo de lesão inflamatória mais comum nos répteis, são causados por bactérias e fungos e acometem principalmente a cabeça e extremidades destes animais. Este trabalho tem o objetivo de relatar três casos de abscessos em lagartos tratados com a moxabustão.

A

B

C

Figura 1 - A – Iguana iguana com fístula em região rostral (seta vermelha). B – Pogona vitticeps com laceração já cicatrizada (seta vermelha). C – Ameiva ameiva com laceração em região rostral (setas vermelhas) em processo de cicatrização.

Metodologia: Foram tratados três lagartos: uma Iguana iguana (Fig.1A), um Pogona vitticeps (Fig.1B) e uma Ameiva ameiva (Fig.1C) pertencentes ao Museu Biológico do Instituto Butantan que apresentaram abscessos na região rostral. Após o diagnóstico da presença de lacerações e abscessos em região rostral foi realizado o procedimento cirúrgico para a retirada. Logo após, os animais foram tratados com pomadas cicatrizantes a base de sulfadiazina e moxabustão (Fig.2) uma vez por semana para cicatrização durante dois meses. Resultados: O uso da técnica de moxabustão auxiliou na aceleração do processo cicatricial, quando comparado com o tempo de cicatrização normal de répteis. Após dois meses de tratamento, os lagartos apresentaram fechamento total das lacerações sem o aparecimento de novos abscessos e com restituição da pele local.

Discussão e Conclusão: A técnica de moxabustão com a erva Artemisia vulgaris auxiliou e acelerou o processo cicatricial de lagartos de diferentes espécies, indicando ser uma ótima técnica para processos cicatriciais em répteis. Referências: 1) Andrade SF; Giuffrida R. Quimioterápicos antimicrobianos e antibióticos. In.: Andrade SF. Manual de Terapêutica Veterinária. 3ra ed. São Paulo: Roca; 2008. p.42. 2) Knipper, KL.; Baldwin, CJ. Management of a Superficial Abcess in a Rainbow Lizard, Agama agama. Iowa State University Veterinarian, v. 58, n. 1, p. 2, 1996. 3) Peters JA; Orejas-Miranda B. Catalogue of the Neotropical Squamata. Part1. Snakes. United States National Museum Bulletin. 1970. 297:114-115. 4) Shi Y; Qi L; Wang J; Xu MS; Zhang D; Wu LY; Wu HG. Moxibustion activates mast cell degranulation at the ST25 in rats with colitis. World Journal of Gastroenterology, v.17, n. 32, p.3733-3738, 2011. 5) Zhu CF; Yang J; Fei AH; Yu HW. Influence of acupuncture-moxibustion treatment on cognition disorder. Journal of Acupuncture and Tuina Science, v.10, p.218-222, 2012.

Figura 2 – Utilização da moxa em Ameiva ameiva com laceração (seta vermelha) em região rostral.


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