São Paulo, 15 de junho de 2012 www.bites.com.br
O novo release Primeira-dama da França entra no grupo de celebridades e políticos que fazem seus releases nas redes sociais
Fabiana Parajara
Em outros tempos, a primeira-dama da França, Valérie Trieerweiler (@valtrier), precisaria recorrer a uma assessoria de imprensa ou a um jornalista amigo para fazer o que fez nesta semana. Na era das mídias sociais digitais, ela escreveu o próprio release e publicou para uma audiência de 113.266 pessoas: os seus seguidores no Twitter. Como bem definiu o jornal O Estado de S. Paulo, o resultado dessa iniciativa de Valérie, uma jornalista experiente com 20 anos de profissão e atual mulher do presidente francês François Hollande, foi a combinação de um presidente furioso, um primeiro-ministro dando broncas em público, uma primeira-dama que não se arrenpende e uma candidata furiosa. Os jornais franceses e a imprensa mundial adoraram o “novo release” que abriu a primeira crise política do presidente socialista (@fhollande) – e também uma pendenga matrimonial.
ministro Jean-Marc Ayrault à Valérie, pedindo a ela mais discrição. O tweet da discórdia permaneceu na sua linha do tempo. Valérie é da opinião que pode se expressar livremente pelo seu perfil pessoal das redes sociais O presidente Hollande, que usou ativamente o Twitter durante a campanha eleitoral, também se calou – aliás, ele não usa o Twitter desde as eleições.
Após essa confusão à francesa, a primeira-dama entrou no grupo de personalidades e políticos do mundo que descobriram uma maneira mais eficiente de verbalizar seus posicionamentos. As redes sociais se transformaram em verdadeiras centrais de mídia com posts que são reproduzidos nos jornais, rádios, emissoras de tv e revistas. Os assessores de imprensa devem estar preocupados com o futuro porque iniciativas como Valérie Valérie manifestou comprometem qualquer apoio ao adversário estratégia de comunicada socialista Ségolèção corporativa. Agora, ne Royal, liderança o próprio entrevistado é do PS francês e mãe um canal de mídia. Os dos quatro filhos de políticos estão sendo os Hollande. O partido maiores beneficiados por e a candidata ficaram esse modelo. Com perfis furiosos. Houve bronca ativos nas redes sociais, Valérie: crise conjugal pública do primeiro eles estão publicando
ativamente na intenção de informar sobre a sua atividade parlamentar para os eleitores e de alguma forma cair no radar de algum jornalista que irá reproduzir o seu post na mídia clássica. No Senado Federal, por exemplo, um estudo elaborado por BITES no ano passado (leia aqui) identificou que 56 dos 81 senadores tinham perfis ativos no Twitter. Essa lógica estão tão incorporada ao dia-a-dia dos jornais que ninguém estranha mais quando algum colunista, repórter ou editor faz referência na publicação a um post ou tweet publicado no perfil de alguma celebridade ou parlamentar. A Folha de S. Paulo, por exemplo, recorreu a esse artifício 115 vezes. No intervalo de um ano, a palavra-chave apareceu em 1.733 vezes no jornal. O perigo desse recurso para os jornalistas é a falta de contato com a fonte e a possibilidade de estabelecer réplicas e tréplicas, mas em tempos agitados e com redações enxutas, os novos releases digitais se transformaram em uma nova fonte de informação.